Howling cavern.

Page 1


Jesse Howling Cavern 01 Lynn Hagen Corky evitou Jesse desde que descobriu que é companheiro do alfa. Ele não está pronto para se tornar um pai, e se permitir que Jesse o reivindique, vai engravidar. Ele se afasta dos Rising, trabalhando seu caminho de volta para casa, apenas para descobrir que outra pessoa está morando na sua casa e o seu precioso carro desapareceu. Sua vida poderia piorar? Jesse tenta ser paciente com Corky, mas sua paciência está no limite. Aceitar a rejeição do seu companheiro o faz parecer fraco aos olhos da sua matilha. Se ele não conseguir que Corky concorde em se vincular com ele, e logo, um dos seus homens poderia desafiá-lo pela liderança. Mas seus problemas tornam-se piores quando eles descobrem que o guarda florestal Valentino está sumido, e no processo de procurar por ele, um dos homens é atingido, sua verdadeira natureza é descoberta, e os pais de Corky o seguiram.


Capítulo Um — Tem de ser alguma brincadeira. — Corky ficou fora da sua casa bege e branca de um andar, se perguntando o que diabos ia fazer. Durante três meses se escondeu nas montanhas com os irmãos Rising, e em todo esse tempo não pensou na casa que tinha alugado em Grizzly ou no carro que deixou estacionado na garagem. Estupidamente pensou que poderia voltar para sua antiga vida quando finalmente se afastou daquelas montanhas. Mas ele estava errado. Alguém estava morando na sua casa, e o seu precioso carro não estava em lugar nenhum que pudesse ver. Seu primeiro instinto foi o de chamar o seu melhor amigo e pedir ajuda, mas Bailey estava acasalado a Walker Rising e tinha uma menina que era afilhada de Corky. Se chamasse Bailey, seu melhor amigo poderia dizer a Walker onde Corky estava, e então Walker poderia dizer a Jesse. Corky não podia correr esse risco. — Posso ajudar? Corky se virou para ver um cara de pé atrás dele. — Não. — Então por que está olhando para a minha casa? — Ele parecia estar nos seus vinte e tantos anos ou trinta e poucos anos, tinha cabelo castanho curto e bonitos olhos azuis. Seu jeans estava um pouco folgado para o gosto de Corky, e usava uma camisa de flanela sobre uma regata branca. Ele também precisava amarrar suas botas porque os cadarços pareciam gastos e sujos e estavam arrastando contra o chão.


— Você alugou esta casa? — Corky se perguntou se os seus pertences ainda estavam dentro. E se não, tinha o senhorio jogado suas coisas no gramado para a caminhonete do lixo levar embora? Era patético que a sua vida acabasse reduzida a uma pilha de lixo na calçada. Ainda mais patético, era que nada do que foi jogado fora tinha qualquer valor real para ele. Mas Corky manteve a falsa esperança de que a sua vida não tinha totalmente ido pelo ralo. A única coisa sobre a qual se importava era o vídeo game, e isso ele levou consigo, embora o deixasse com a Deloris e Abe quando saiu das montanhas. Apertando os lábios, o estranho disse: — Saia daqui. — Ele passou por Corky, mas não antes de acrescentar: — Se está pensando em me roubar, tenho um pit bull e uma espingarda e não tenho problema de usar qualquer um deles. — Eu costumava viver aqui. — Corky deixou escapar. O cara olhou para Corky através da sua franja marrom. — Sim? — Então... — Corky disse. — O senhorio deixou minhas coisas lá dentro? Era uma pergunta idiota. O homem encolheu os ombros. O brilho duro nos seus olhos suavizou, mas sua expressão ainda estava reservada. — Não estavam lá quando me mudei. — Sabe o que aconteceu com o carro na garagem? — Corky não achou que o cara soubesse, mas era a única coisa que ele queria de volta. — Era um Honda vermelho. O homem enrugou o nariz, enquanto sacudia a cabeça. — Aquele carro vermelho frutado com assentos rosas? — Esse mesmo. — Corky ignorou o insulto mesmo que quisesse dar um soco no cara. Poderia ter sido um carro frutado, mas era novo e Corky


gastou muito dinheiro nessas capas de assento especiais. Também gastou um maço de dinheiro no sistema de som e alto-falantes. As rodas não foram baratas, também. — Não faço ideia. — Disse o estranho. — Você precisa ligar para o senhorio se quiser respostas. Agora saia, antes que eu deixe Betsy sair para mastigar a sua bunda como um osso. Ele entrou e bateu a porta. — Foda-se! — Corky gritou e ficou na calçada olhando para a janela da frente do que costumava ser a sua casa. Na verdade, ele não podia culpar o seu ex-senhorio por alugar o lugar. Corky não esteve lá em três meses. Mas e o seu carro? Corky iria recuperá-lo. Empurrando as mãos nos bolsos da jaqueta, começou a caminhar em direção à delegacia de polícia. Era estranho estar de volta a Grizzly Ridge depois de ter ido por tantos meses. A cidade nem sequer parecia a mesma. Embora a primavera estivesse no ar, e toda a neve houvesse derretido, sentiu-se como um completo estranho no lugar onde cresceu. Como essa cidade já se sentiu como casa, em primeiro lugar? Quando seu traseiro começou a vibrar, puxou o telefone para ver quem estava ligando e fez uma careta. Era Bailey. Ele provavelmente ouviu que Corky tinha saído. Corky ainda estava espantado que não só chegou a Grizzly Ridge sem se perder, mas que nenhum shifter veio atrás dele, nenhum leão da montanha ou outro animal selvagem o atacou e um vampiro não o encontrou. Ele estremeceu no último pensamento, recusando-se a pensar nessas coisas desagradáveis e assustadoras. Por um breve momento se perguntou como Jesse iria reagir à notícia de que ele tinha ido embora. O cara praticamente o perseguiu desde que ele chegou a casa dos Rising. Jesse era lindo, mas isso não fazia valer a pena lidar com a estranheza que ocorreu nas montanhas.


O lobo alfa queria morder Corky, o que faria a mudança no seu corpo para que ele pudesse engravidar. Não havia erva suficiente no mundo para fazê-lo dizer sim a isso. Falando sobre isso, precisava encontrar alguma erva. Ele esteve sóbrio por muito tempo, e enfrentar a realidade com uma mente clara era superestimado. Mas, primeiro, precisava saber sobre o seu carro. Entrou na delegacia de polícia e olhou ao redor. Ele odiava os policiais, especialmente quando o xerife Blake estava no comando. Não tinha certeza de quem era o novo xerife, e honestamente não se importava. Iria pegar o carro de volta, depois pegar a estrada para chegar o mais longe possível de Jesse. — Posso ajudar? Essa foi a segunda vez dentro de meia hora que Corky ouviu essa pergunta, e orou que desta vez o cara atrás dele, pudesse realmente ajudar. Quando se virou, o policial Howell estava em pé, uma xícara de café na mão e um olhar genuíno de preocupação nos seus olhos. — Estou procurando o meu carro. — Corky odiava estar na delegacia de polícia. O xerife Blake o prendeu algumas vezes, e as experiências foram muito fodidas. Pode ser errado pensar mal dos mortos, mas uma parte de Corky ficou feliz que Blake já não dirigia esta cidade. — Você é Ramen Sheffield, certo? — O policial Howell foi para trás do balcão e pousou a caneca de café. Corky odiava o seu nome real. Sempre soou como se não lhe pertencesse, quando alguém o dizia. — Esse sou eu. — Ele olhou ao redor, como se alguém estivesse prestes a prendê-lo com um conjunto de algemas. Seu estômago estava em nós e os seus nervos estavam enrolados tão apertados que sentiu que ia vomitar. — Diga-me o que está acontecendo. — Howell sentou-se e olhou


para Corky. — Seu carro foi roubado? Corky lhe deu uma história de besteira total. De jeito nenhum iria dizer a Howell que passou os últimos três meses nas montanhas. Isso poderia levar a mais perguntas que não queria responder. — Fiz uma viajem de três meses para o norte. É por isso que o meu carro foi deixado na garagem por tanto tempo. Só preciso recuperá-lo, pagar a multa, se houver uma, e sair daqui. Howell começou a digitar, olhando Corky a cada poucos segundos. Tanto faz. Corky não dava a mínima ao que o delegado pensava dele. — Ficou parado durante dois meses. — O som dos seus dedos no teclado preenchia a área de recepção vazia. Corky moveu a perna enquanto esperava que o policial lhe dissesse o lugar onde estava o seu carro. Howell sacudiu a cabeça. — Desculpe, mas foi leiloado para pagar as taxas de armazenagem. — O quê? — Corky não queria gritar, mas a palavra explodiu dele. — Deve estar brincando comigo! Como alguém pode vender um carro que não lhe pertence? — Temos toda a documentação assinada. — Howell clicou em mais algumas teclas, e a impressora atrás dele ganhou vida, cuspindo folhas de papel. Ele as agarrou e entregou a Corky. Corky olhou os papéis e ficou doente. Sua mãe os assinou. O carro era tecnicamente seu, mas ela o comprou para ele. Que tipo de besteira era essa? Esperava que o seu pai o fodesse. Mas sua mãe? Então, novamente, não era como se ela pudesse vencer como Mãe do Ano. — Quando não conseguimos falar com você, telefonamos para ela. Demorou um tempo para localizá-la, mas quando o fizemos, ela entrou, assinou a papelada e partiu. Seus pais estavam se escondendo de cobradores depois de terem gasto os dois milhões de dólares que tinham ganhado na loteria. Sua mãe lhe


deu dez mil e o carro que ele amava. Mas tinha feito isso pelas costas do seu marido já que o seu pai o odiava. Sua mãe tentou falar com ele há alguns meses, mas Corky ignorou a ligação. Ela poderia ter mandado uma mensagem para dizer-lhe sobre o seu carro. Corky teria voltado a Grizzly Ridge para levá-lo. Mas agora ele perdeu o seu carro e a sua casa alugada. Corky amassou os papéis na mão, jogou-os no chão e saiu da delegacia. Irritado até o ponto em que queria bater em alguém, caminhou até o caixa eletrônico mais próximo e retirou uma centena de dólares. Desde que sua vida estava desmoronando e não ficou alto em três malditos meses, precisava encontrar Mitch e pegar um pouco de erva. Depois de colocar o dinheiro na sua carteira, caminhou pela rua. Primavera pode ter chegado, mas o ar tarde da noite ainda estava frio. Ele fechou a jaqueta, enfiou as mãos nos bolsos e pegou ritmo. Quanto mais andava, mais pensava que era um sem-teto. Ele tinha suas economias, mas tentou o seu melhor para não tocar nisso. Além disso, dez mil, agora sete mil desde que tinha contas para pagar e teria de arrumar outro veículo, não duraria muito. Pensativo, quase perdeu o Toyota Tundra azul escuro virando a esquina. Ele o viu a tempo de ver Jesse ao volante. Escondeu-se atrás dos arbustos e rezou que o shifter lobo não o tivesse visto. Como diabos Jesse sabia que ele estava em Grizzly Ridge? Os faróis iluminaram os arbustos, e Corky afundou ainda mais atrás deles enquanto esperava que a caminhonete passasse. Felizmente Jesse não o tinha visto. Quando as luzes traseiras desapareceram ao redor da esquina, Corky moveu seu traseiro da rua, o coração na sua garganta. Sem fôlego, bateu na porta de Mitch, esperando que o cara atendesse antes que Jesse desse outra volta. A porta rangeu quando se abriu um pouco.


Aparentemente, não estava totalmente fechada. Oh, isso não poderia ser bom. — Olá? — Corky se perguntou se deveria entrar. — Ei, Mitch, sou eu, Corky. Nenhuma resposta. Corky poderia chamar a polícia, mesmo que os odiasse, mas por um lado, ele estava lá para comprar erva e como explicaria isso ao oficial Howell? Dois, uma porta entreaberta nunca era um bom sinal. E se algo estivesse errado? A última coisa que queria era envolver-se em algo obscuro. Voar alto valeria o risco? Corky bateu na moldura da porta. — Ei, Mitch, você está aí? A luz da cozinha lançou brilho suficiente e Corky viu pernas saindo do cômodo a sua frente. Deveria se virar e fugir. Em vez disso, estupidamente, abriu completamente a porta e entrou. — Mitch? O par de pernas não se moveu. Talvez Mitch tivesse ficado bêbado e desmaiado. Corky poderia deixar o seu dinheiro e tomar o que precisava se fosse esse o caso, mas o seu estômago lhe disse que não teria essa sorte. Quando entrou na sala de estar, o cheiro de algo podre o atingiu no estômago. Corky ficou enjoado enquanto agitava uma mão na frente do rosto. Que diabos era esse cheiro? Acendeu a lâmpada de mesa e ofegou: havia sangue salpicado pelas paredes e no chão. O mobiliário havia sido derrubado e algumas imagens emolduradas estavam quebradas no chão, como se uma luta tivesse ocorrido. Cavou as unhas nas palmas das mãos enquanto se forçava a se mover pelo sofá. Antes de chegar ao outro lado, deslizou sobre algo molhado. E caiu, em seguida, gritou quando percebeu que tinha caído numa poça de sangue frio. — Foda-se, porra, porra! — Tentou se levantar, mas escorregou


novamente, desta vez pousando perto do rosto de Mitch. Os olhos de Mitch estavam abertos, congelados de terror, enquanto seu olhar branco leitoso olhava para Corky. Sua garganta era uma bagunça mutilada. Corky virou-se, pôs-se de pé e saiu correndo da casa. Antes que pudesse processar o que tinha visto, ouviu um grito. A vizinha do lado de trás estava perto do seu carro, as chaves balançando na sua mão enquanto olhava para Corky com uma expressão horrorizada. Ele olhou para si mesmo e viu que estava coberto com o sangue de Mitch. — Estou chamando a polícia! — Ela procurou na sua bolsa enquanto Corky decolava, correndo pelo gramado e pela rua. Ele não tinha ideia de onde ir, já que não tinha mais uma casa, mas não parou de correr o suficiente para descobrir o seu destino. Enquanto cortava o quarteirão, uma caminhonete azul escuro encostou na calçada e parou. Corky correu para ele, malditamente perto, saltando quando Jesse saiu e olhou para ele. — Você está ferido? — Perguntou Jesse. A mente de Corky se manteve repetindo a imagem do cadáver de Mitch. Ele olhou ao redor, como se o que matou Mitch viesse atrás dele depois. — Você está ferido? — Repetiu Jesse num tom mais dominante. — Na...não. Os olhos azuis do shifter lobo ficaram cheios de temor e preocupação quando Corky tentou mover-se ao redor da caminhonete. Jesse pegou o seu braço e o puxou para o lado do passageiro enquanto sirenes distantes encheram o ar. — Precisamos sair daqui. — Jesse abriu a porta e empurrou Corky para dentro. Corky tentou desesperadamente limpar o sangue das suas mãos, mas o jeans estava revestido com ele, também. O que não o impediu de


esfregar as mãos para cima e para baixo nas suas coxas, gemendo quando não ficaram limpas. — Tire isso! Jesse pulou para o lado do motorista e agarrou os pulsos de Corky. — Respire. — Não posso. — Corky puxou os pulsos, mas Jesse os segurou. — Não consigo tirar essa visão da minha cabeça! Jesse o soltou e afastou a caminhonete da calçada, os pneus gritaram enquanto ele corria pela rua. Fez tantas voltas rápidas que Corky foi batido de lado a lado até que travou o cinto de segurança no lugar. Ele nem sequer discutiu quando Jesse pousou sua mão quente e forte no seu joelho. — Diga-me o que aconteceu. — Sua garganta foi arrancada. — Corky continuou olhando no espelho lateral a procura das luzes da polícia enquanto sua mente relembrava a imagem dos olhos mortos de Mitch. Quando Corky finalmente desviou o olhar do espelho, viu o sangue no tecido cinzento do seu assento. — Estou deixando sangue em todos os lugares. — Não se preocupe com isso, Ramen. Corky piscou para ele. — Como conhece meu nome real? — Sei muito sobre você. — Jesse passou pelos limites da cidade. — Mas você ainda não me disse o que aconteceu lá atrás. Tem certeza de que não está machucado? — Traumatizado até o sétimo nível. — Admitiu Corky. Ele ainda não estava satisfeito com a resposta de Jesse. Apesar de terem conversado muito ao longo dos últimos meses, ele estava certo de que nunca disse a Jesse o seu nome real. — Mas fisicamente, não estou machucado. — Então, de quem é o sangue sobre você?


A mente de Corky explodiu. Ele começou a gritar e não podia fazer-se parar. Jesse moveu a caminhonete para o lado da estrada e colocou-o no acostamento. Ele colocou as mãos nos lados da cabeça de Corky, forçando-o a olhar para ele. — Concentre-se no meu rosto e respire devagar e profundamente. — Tenho o sangue de um homem morto em cima de mim! — Corky esfregou as mãos para cima e para baixo nas suas coxas novamente. Elas começaram a queimar a partir do atrito, mas ele não podia parar. Jesse soltou o rosto e agarrou os seus pulsos. — Respire, Ramen. — Pare de me chamar assim. — Respondeu Corky. Raiva. A raiva era boa. Raiva era algo com o qual ele poderia lidar. Terror, não tanto. — Deixe-me ir. — Seu coração trovejou quando viu as pontas dos caninos de Jesse. — É melhor não me morder. Jesse parecia que estava lutando uma guerra interna, enquanto desenrolava os dedos e se sentava. Ele estudou Corky por um breve momento antes de manobrar a sua caminhonete de volta para a estrada. Quando entraram em Howling Cavern, as ruas estavam desertas. Corky tinha estado nesta cidade apenas duas vezes. Pelo que aprendeu enquanto estava com os Rising, este era o território de Jesse. O shifter lobo estava levando-o para casa. Mesmo tão fodido quando estava pela cena toda de Mitch, Corky sabia que se fosse para casa com Jesse, ele estaria preso. Não podia deixar isso acontecer. Quando Jesse parou num sinal de parada, Corky desabotoou o cinto de segurança, abriu a porta, saltou, e correu pela rua. Ele ouviu uma porta da caminhonete bater e sabia que Jesse estava dando perseguição. Corky cortou uma rua lateral e quase tropeçou quando parou abruptamente. Um carro da polícia estava lentamente no caminho dele. Corky estava


coberto de sangue. Possivelmente, não seria capaz de explicar o que tinha acontecido se o policial o pegasse. Moveu-se pela calçada e correu para o quintal. Pressionou suas costas contra a casa, respirando fundo enquanto seus músculos queimavam. Olhou para as estrelas, tentando retardar sua respiração quando ouviu um ruído baixo. Lentamente, baixou o olhar para ver um vampiro a dez metros de distância dele.

Jesse seguiu o cheiro de Corky até uma entrada de automóveis e através do quintal. Quase teve um ataque cardíaco quando viu um vampiro indo atrás do seu companheiro. Jesse agarrou o braço de Corky e empurrou o humano para trás dele antes de bater o punho no peito murcho da criatura, que tropeçou para trás, descobrindo sua afiada fila de dentes irregulares. — Corra para a minha caminhonete! — Jesse gritou sem tirar os olhos do atacante. O vampiro moveu-se para a frente, seu cheiro sozinho o suficiente para fazer Jesse cair de joelhos, mas o seu lobo assumiu o controle enquanto se movia para o veículo. Pelos brotaram ao longo dos seus braços enquanto seus caninos perfuravam suas gengivas, e logo, surgiram as garras pretas. Ele estava pronto para lutar até a morte para salvar o seu companheiro quando luzes iluminaram o quintal. A criatura abriu os braços


para afastar as luzes brilhantes e deu um último silvo antes de fugir. Jesse o teria perseguido, mas tinha assuntos mais importantes a tratar. Seu companheiro estava coberto de sangue, e os policiais estavam na garagem. Ele forçou o lobo a se mover enquanto girava, pronto para fazer o que fosse preciso para manter Corky seguro. Seu companheiro estava firmemente pressionado contra a parte de trás da casa, com os olhos arregalados de horror, sua pele pálida sob as luzes vermelhas e azuis ainda girando na escuridão. Jesse correu para Corky, agarrou seu braço e moveu-o para o próximo quintal antes de apressar-se para o lado da casa. Ele podia lidar com o xerife Gilmore, mas explicar porque Corky estava coberto de sangue tornaria as coisas complicadas. Apertou um dedo nos seus lábios. Corky assentiu. Por mais que detestasse sair do lado de Corky, tinha que acalmar a situação. Deu um sinal de mão que dizia ao seu companheiro para ficar parado enquanto se movia em torno da casa, de volta para onde o vampiro esteve. O fato de um vampiro estar em Howling Cavern o perturbava num nível não conhecido. O que significava que teriam de descer a montanha. Uma lanterna brilhava nos seus olhos. Jesse apertou os olhos, segurando sua mão para que a luz brilhante não o cegasse. — Ei, sou eu, Hal. — Jesse? — Hal baixou a lanterna. — O que está fazendo aqui? — Estava dirigindo e pensei que vi alguém se esgueirar na entrada. — Ele fechou a distância e apertou a mão do xerife. Hal tinha um aperto forte, mas não era excessivamente dominante. — Pegou alguém? — Seus olhos castanhos estavam cheios de diversão. A matilha de Jesse morava nas montanhas, mas ele considerava Howling Cavern como sua cidade. Ele e os seus homens ajudaram sempre que problemas não-humanos apareceram, e Hal achava divertido que Jesse se considerava um policial não oficial, embora Hal não tivesse nenhuma pista da


sua verdadeira natureza. Se ele soubesse a verdade: que mais do que humanos viviam em Howling

Cavern.

O

trabalho

de

Jesse

era

garantir

que

os

humanos

permanecessem ignorantes da sua existência. Jesse deu de ombros quando olhou para as sombras, certificando-se que o vampiro não estava à espreita. — Não, deve ter sido minha imaginação. Hal desligou a lanterna. — Pensei ter visto algo. — Ele olhou em volta. — Um cara com sangue nas suas roupas. — Arranhou seus cabelos grisalhos e balançou a cabeça. — Parece que a nossa imaginação está selvagem hoje à noite. — Acho que teria notado um cara com sangue. — Brincou Jesse, esperando que Corky ficasse escondido. Também esperava que o seu companheiro não fugisse. Jesse quase enlouqueceu quando Clint Rising o chamou para lhe dizer que Corky havia desaparecido. Foi para o único lugar onde pensou que o seu companheiro iria voltar. Grizzly Ridge. Tinha tido razão. Tinha visto Corky esquivando-se atrás dos arbustos, mas em vez de dar perseguição, permitiu ao seu companheiro se sentir como se tivesse escapado. Ele não tinha ideia do porquê. Mas agora amaldiçoou-se por não detê-lo mais cedo. Se o tivesse feito, Corky poderia ter evitado toda essa bagunça em que tinha se metido. — Veio a cidade por algum motivo? — Hal estava apenas conversando, mas Jesse precisava se mover. Ele tinha que levar Corky para casa e para o chuveiro, e descobrir o que faria com o seu companheiro. Seu lobo queria morder o humano. Era um instinto natural entre os shifters, mas Corky evitou Jesse por meses. Se ele quisesse uma chance com Corky, tinha que ganhar a sua confiança, e mordê-lo depois que ele passou por uma experiência tão traumática definitivamente não era o jeito de ganhar a


sua confiança, apenas ódio e ressentimento. — Apenas parando para visitar um amigo. — Ele bateu no ombro de Hal. —Mas já vou para casa. Temos que nos reunir em algum momento para um almoço. — Parece um bom plano. — Hal caminhou de volta pelo caminho, indo para o seu carro. Jesse aproveitou o tempo para mover-se em direção à caminhonete. Ele queria que o xerife decolasse primeiro para que pudesse recuperar o seu companheiro rebelde. Agarrou a maçaneta da porta e acenou enquanto Hal se afastava da garagem e decolava. Assim que virou a esquina, Jesse moveu-se para o outro lado da casa. Ficou chocado ao encontrar Corky ainda de pé ali. Suas costas estavam pressionadas na parede da casa, seu olhar se movendo para frente e para trás, como se estivesse procurando o vampiro. O instinto de Jesse disse-lhe que o medo tinha sido a única coisa que evitou que Corky partisse. — Podemos ir agora. Corky girou a cabeça, seus olhos se estreitando quando olhou para Jesse. — Como posso ter certeza que essa coisa não vai voltar e me atacar? — Porque vou arrancar a cabeça dos seus ombros se tentar. — Gritou Jesse. Ele pegou seu celular do bolso de trás e enviou uma mensagem para Avery, contando ao beta sobre o vampiro e mandando-o trazer alguns caras para caçar a coisa. Quando Avery respondeu que estava a caminho, Jesse empurrou o telefone no bolso. Ele precisava tirar Corky de lá, mas não queria deixar o vampiro à solta. — Vai vir por vontade própria, ou tenho que carregá-lo até a minha caminhonete?


— Não é como se eu pudesse ir para casa. — Resmungou Corky, afastou-se da casa e fazendo o caminho de volta. Jesse não tinha ideia do que isso significava e Corky não ofereceu uma explicação. Ele evitou estender a mão quando o loiro passou por ele. Seu lobo exigiu que levasse Corky ali mesmo na entrada. Ele uivou dentro dele, rosnando para se aproximar do seu companheiro. Em vez disso, Jesse abriu a porta do passageiro e esperou que Corky entrasse. Ele revirou os olhos quando seu companheiro olhou para ele. Corky já tinha provado que esse acasalamento não seria fácil, mas Jesse sabia que valeria a pena todas as frustrações que Corky estava causando. O humano era sua única chance de felicidade, mesmo que lutasse contra ele a cada passo.

Capítulo Dois Corky precisava de uma briga, de uma bebida ou da sua cabeça examinada. Talvez os três. Ele estava louco para entrar na caminhonete de Jesse, mas porra, não poderia tirar essa imagem do cadáver de Mitch fora da sua cabeça, e com um vampiro por perto, ele não estava tomando suas chances. — Você precisa me dizer o que aconteceu. — Disse Jesse. Corky estava cansado, imundo e assustado, então ele simplesmente se entregou. Ele explicou a Jesse que tinha acontecido com Mitch. — Mas se fosse um vampiro, por que havia tanto sangue? Pelo que vi e fui informado, eles drenam suas vítimas. — Você foi lá para comprar drogas? — Gritou Jesse. Corky lhe deu um olhar incrédulo. — Depois de tudo o que acabei de dizer, depois do que acabamos de passar nesse quintal, isso é no que você está preso?


— Eu estou preso em um monte de coisas. — Jesse inclinou-se no assento, com a mão esquerda no volante, o braço direito pendurado no encosto do banco do Corky. — Mas isso é estranho. Você está certo. Se um vampiro atacasse o seu revendedor, por que havia tanto sangue? — Você não precisa colocar assim. — Disse Corky. — Mitch também era um amigo. Você pode dizer amigo. — Eu poderia ter pensado que a sua morte tinha algo a ver com a sua escolha de carreira, mas você disse que a sua garganta foi arrancada. — Jesse continuou ignorando completamente a declaração de Corky sobre Mitch. — Mas sabemos pouco sobre essas criaturas. O que me preocupa é que eles se mudaram das montanhas para uma cidade. Isso também preocupava Corky. Ele não conhecia ninguém em Howling Cavern, e apenas algumas pessoas em Grizzly Ridge, mas ninguém merecia morrer da maneira que Mitch tinha. E se um vampiro foi aquele que tinha feito isso. Então, novamente, Corky conhecia alguns fodidos obscuros que poderiam ter levado Mitch por esse caminho, mas isso não explicava o odor desagradável na casa. Talvez o cheiro fosse do corpo em decomposição de Mitch. Corky não tinha ideia do que pensar. O braço de Jesse deslizou de trás de Corky e pousou no seu joelho. Ele afastou sua mão. Oh, ele era atraído por Jesse, tudo bem. Quem não seria? O cara era quente e, a julgar pelas conversas telefônicas que tinham tido, engraçado e carinhoso. Mas toda a coisa da gravidez tinha lhe assustado. Se não fosse por esse fato, ele já teria deixado Jesse transar com ele. Jesse Callahan era o epítome da espécie masculina, viril, bonito como o inferno, magro com músculos e maldição, ele também parecia bem. Ele tinha lindos olhos azuis, barba baixa aparada forrava sua mandíbula, e ele tinha que ter pelo menos 1,90m de altura. Corky não se importaria de ficar embrulhado no corpo sexy. Seu pau


não se importaria, também. Ele latejava quando Corky se forçou a olhar pela janela e respirar profundamente para acalmar os seus hormônios furiosos. Ele nunca tinha ficado tanto tempo sem transar, e o celibato forçado estava o matando. Punheta o levava apenas até certo ponto agora. Seus orgasmos não eram mais gratificantes. Jesse cheirou o ar e os seus olhos se encontraram. Os olhos azuis dele escureceram quando um sorriso sabedor surgiu. Bailey havia dito a ele que os shifters poderiam cheirar o humor dos seus companheiros. Jesse poderia cheirar sua excitação? — Mantenha seus olhos na estrada. — Disse Corky. Esta não foi a mesma maneira que ele tinha viajado quando tinha sido levado para os Rising, embora as estradas se ramificavam em muitas direções diferentes, assim como elas tinham no caminho para os ursos. — Eu poderia dirigir por esta estrada com meus olhos fechados. — Afirmou Jesse. — Você não tem nada a temer. — Exceto a sua mordida. — Eu tentei mordê-lo nos últimos três meses? — Jesse rosnou. — Eu poderia ter entrado na casa dos Russells a qualquer momento que quisesse e pegado o que era meu, mas eu não fiz. Me dê algum crédito pela minha restrição. — Deixe-me alcançar o meu saco de adesivo e lhe dar uma estrela de ouro. — Corky cruzou os braços sobre o peito. — Eu tenho o direito de ser malvado. Você quer me engravidar, acabei de perder minha casa e minha mãe vendeu o meu maldito carro para pagar as taxas de impostos. — Ele grunhiu. — Eu sei, de fato, que restou bastante dinheiro e ela ficou com ele. Deus, ele adorava aquele carro. Pode ter sido frufru para alguns, mas Corky se apaixonou por ele. Por que seus pais tiveram que ser idiotas? Por que o seu pai tinha que ser um idiota? Corky ser gay havia lhe dado motivo para cortá-lo completamente da sua vida.


Jesse estendeu a mão. Corky franziu a testa. — O que? — Estou esperando essa estrela de ouro. Corky empurrou a mão de Jesse, escondendo o sorriso. Ele era um idiota, mas Corky tinha que admitir, o comentário tinha sido divertido. — Vá se ferrar. — Se você deixar. — Jesse suspirou. Corky sentou-se para frente e ficou boquiaberto quando Jesse parou em uma área que parecia que tinha sido arrancada diretamente de uma revista de cabanas de luxo. A casa tinha três andares, feita de madeira e vidro, e tirou o ar dos seus pulmões. O pátio da frente era feito de pedras coloridas e tinha uma fogueira no meio com bancos de madeira em volta dela. À esquerda da casa havia uma pequena colina coberta de flores. Á direita ficava um caminho de pedra, onde algumas caminhonetes estavam estacionadas. O primeiro andar da casa era de pedra e vidro com pilares de madeira a cada três metros. À direita havia um conjunto de escadas de madeira que levaram a uma varanda envolvente no segundo andar que se estendia ao longo do primeiro andar. O topo da casa tinha cinco seções divididas, que Corky imaginou serem os quartos. Jesse estacionou e saiu. — Você está vindo ou prefere ficar na caminhonete? Corky não queria ir para dentro. E se Jesse o levasse até o seu quarto e tentasse mordê-lo? Mas sua bexiga cheia precisava se aliviar, então desceu e foi para o conjunto de portas francesas situadas no nível mais baixo. Ele entrou e viu que o interior era completamente feito de madeira. Uma vez que ele passou pelo vestíbulo, a sala de estar se abria para uma vista deslumbrante sobre as montanhas. Um conjunto de portas a direita conduzia


para fora. Na parede traseira tinha escadas com uma abertura para a cozinha sob elas. Corky viu a geladeira de onde ele estava. A sala de estar tinha dois sofás e algumas poltronas reclináveis espalhadas por ela, um grande tapete com um padrão frondoso e uma lareira de vidro com as janelas do centro. — Banheiro? — Corky olhou ao redor, mas não viu uma porta que pudesse indicar um banheiro no primeiro andar. — Por aqui. — Jesse o conduziu por dois degraus. O corredor no terceiro andar tinha apenas duas portas. Jesse virou à direita e levou-o para um quarto incrível, mas Corky não teve tempo para babar sobre ele. Ele correu para direita do quarto, que continha duas portas. Ele franziu a testa quando abriu uma e encontrou um enorme armário. Fechou-o e correu para a outra. Depois de esvaziar sua bexiga e lavar as mãos, Corky sentou-se no piso de granito que cercava a banheira e encostou-se em um dos pilares de madeira em ambos os lados. Porra. Ele estava no último lugar em que queria estar. Durante meses Corky tinha lutado contra vir para a casa de Jesse. Agora, ele estava sentado no banheiro dele, enquanto o lobo esperava por ele no quarto. Ele tinha que sair daqui. Mas, Corky não tinha certeza de que podia. Milagrosamente ele não tinha se perdido e morrido de fome quando tinha decidido fugir dos Rising. Ele não tinha certeza se a sorte iria brilhar sobre ele uma segunda vez. Mas ele tinha que tentar. Corky tirou o celular e ligou para Bailey, que atendeu no terceiro toque. — Corky, você está bem? — Defina bem. — Sussurrou Corky. Ele disse ao seu melhor amigo sobre tudo o que tinha acontecido desde que ele tinha escapado da casa de


Deloris e Abe. — Mitch está morto? — Bailey ofegou. — Quer dizer, eu nunca gostei dele, mas... droga. — E agora estou preso no Jesse. Bailey bufou. — Cara, não é tão sério. Então, o que, você vai engravidar. Como já passei por isso, posso dizer-lhe que realmente não é tão ruim, e a parte trabalhosa não dura muito tempo. — Eu não estou pronto para ser pai! — Corky estremeceu e olhou para porta do banheiro, esperando que Jesse não tivesse ouvido sua explosão. — Eu matei todas as minhas plantas, mais meia dúzia de peixinhos dourados porque esqueci de alimentá-los, e mal posso cuidar de mim mesmo em um bom dia. — Mas você vai ter Jesse e o seu bando para ajudar. — Foi o mesmo argumento que Bailey lhe dera desde que descobriu que Jesse era o companheiro de Corky. — Você não ficará sozinho. Ele passou incontáveis horas com Bailey nas montanhas, e tinha aprendido que um shifter e o seu companheiro estavam conectados em um nível mais profundo. Quem não anseia algo assim? Os pais de Corky são uma porcaria, e Bailey era a única pessoa que tinha tido na sua vida durante o último ano e meio. Corky sempre odiou se sentir tão sozinho, o que foi uma das razões que ele tinha ficado alto. Mas ficar mais próximo de Jesse significava um bolo no forno. Ele simplesmente não conseguia envolver sua cabeça em torno disso, se tivesse visto o seu melhor amigo com uma barriga inchada. Ainda… — Você tem que me ajudar a sair daqui. — Sério? — Bailey fez aquele resmungo irritante novamente. — Como eu deveria fazer isso? Bater na porta de Jesse e perguntar se posso te sequestrar?


— Cara, eu estava pronto para fugir com você quando queria sair da casa do Walker. — Mas eu mudei de ideia. — Bailey o lembrou. — E agradeço que mudei. Dê apenas a Jesse uma chance, Corky. Isso é tudo que estou dizendo. Ele está vindo para o território Rising por meses, mesmo sabendo que as coisas entre os ursos e o seu bando se tornariam tensas. Ninguém faria isso se ele não quisesse você. — Por causa de alguma porcaria do destino. Ele não me conhece, então como ele pode saber que me quer? — E se Jesse chegasse a conhecê-lo e percebesse que Corky não era seu companheiro ideal? E se Jesse se unisse com ele e lamentasse? Por que você está preocupado? Não vai acontecer de qualquer maneira. Você não vai engravidar. Você vai voltar para Grizzly Ridge e... fazer o que? Ele não tinha casa, nem trabalho e Bailey estava com o Walker agora. Corky não tinha ninguém. Ele tinha um pouco de dinheiro no banco, mas se esticaria até certo ponto. Ele nem sequer tinha um carro mais graças a sua mãe. Corky passou a mão pelo rosto. — Eu vou ligar para você mais tarde. — Você sabe que estou aqui para você. — Disse Bailey. Okay, certo. — Tchau. — Ele desligou e ficou de pé, enfiando o telefone no bolso. Com um profundo suspiro, ele saiu do banheiro.

Jesse estava na grande janela em arco no seu quarto, olhando para


as montanhas quando Corky saiu do banheiro. Não só tinha ele ouvido parte da conversa de Corky, mas ele cheirou o desespero do seu companheiro. Ele não conseguia entender por que Corky estava lutando contra o seu acasalamento. O ser humano seria bem cuidado, iria ter tudo o que quisesse, e teria uma matilha para protegê-lo. Qualquer outro mataria para estar na sua posição. — Eu não tenho plantas ou animais de estimação, e você não precisa cuidar de si mesmo. É pra isso que estou aqui. A mandíbula de Corky caiu. — Você estava ouvindo minha conversa? Cara, você já ouviu falar de privacidade? Jesse ignorou a reclamação de Corky. Ele sabia o que era melhor para o seu companheiro, mesmo que Corky não soubesse o que era melhor para si mesmo. — Se você quer sair, certifique-se de que alguém esteja com você. Minha casa é sua casa. Sinta-se livre para comer sempre que quiser ou o que quiser, mas eu sugiro fortemente que você limpe o que sujar. Ninguém mais vai limpar a sua sujeira. — Cara, foda-se. — Corky disse e caminhou para porta, e Jesse não se incomodou em seguir. Seus membros de matilha não deixariam Corky partir. Além disso, depois da maneira como Corky o havia rejeitado em cada chance, Jesse não tinha certeza de como lidar com ele. Corky tinha sido claro que ele não queria estar lá, e verdade seja dita, o orgulho de Jesse tinha levado muitos golpes. Sua matilha estava começando a olhar para Jesse como fraco. Como ele poderia liderá-los se ele não poderia manter um pequeno humano na linha? Isso foi o que o olhar nos seus olhos dissera, e era o que Jesse pensaria se os papéis fossem invertidos. Ele se virou para a janela. Só porque o destino lhe tinha dado Corky


não significava que Jesse tinha que lidar com a atitude do rapaz. Se o seu lobo não estivesse tão duramente pressionando a manter Corky. Ele teria desistido meses atrás. Corky era um cabeça quente, beligerante, e um drogado, e Jesse tinha bastantes garotas difíceis na sua matilha. Ele não precisava de um companheiro com menos do que qualidades cativantes. Seu lobo gritou para ele ir atrás de Corky, mas Jesse ficou parado. Ele não ia implorar para Corky estar com ele. Ele não ia insistir que era natural para um shifter morder o cônjuge e reivindicá-lo. Embora, na verdade, ignorar os seus instintos básicos não era fácil. Jesse teve que lutar para não seguir Corky e exigir que o seu companheiro entrasse na sua cama. Ele deu um grunhido baixo. — Cale a boca, seu idiota. Mas o seu lobo gemeu novamente. Jesse não queria ser frio e implacável com Corky. Ele realmente não queria, mas Corky não estava deixando nenhuma escolha. E seria condenado se deixasse Corky tratá-lo como um capacho. Ele se virou quando Corky entrou no quarto. — Diga aos seus homens para me deixar sair. — Disse seu companheiro com uma carranca profunda. Deus, Jesse estava ficando com dor de cabeça e Corky não tinha estado na sua casa por mais de uma hora inteira. — Aonde você vai? — Perguntou. — Sua casa foi alugada, você não tem carro e viu por si mesmo que os vampiroes estão em toda parte. — Eu preferiria me arriscar com uma dessas criaturas do que ser seu prisioneiro. — Corky olhou para Jesse enquanto cruzava os braços sobre o peito. — Agora, você vai dizer aos seus homens para cuidar das suas vidas, ou eu tenho que encontrar uma maneira de fugir? Em vez de responder, Jesse saiu do quarto e bateu a porta. Ele se


inclinou contra a parede no corredor, moendo os dentes enquanto fechava os olhos. — Você sabe que ele vai continuar tentando fugir. Jesse abriu os olhos e olhou para Rider. Ele não guardava rancor contra os seus homens por pensar que era fraco. O alfa era o membro mais forte da matilha. Se ele não conseguisse manter esse título, o alfa era desafiado. Até agora, ninguém se aproximou dele. Jesse queria continuar assim. Mas ele não precisava do lembrete de que Corky, provavelmente, iria fugir novamente. — Ele é humano, de opinião forte, e não entende nossos caminhos. Qualquer humano nesta situação estaria aterrorizado. Rider deu-lhe um olhar duvidoso. — Mas ele esteve com os ursos há meses. Ele deveria ter se ajustado até agora. Com um rosnado, Jesse segurou a frente da camisa de Rider. — O que você sabe de companheiros? Você já encontrou o seu? Não fique parado me julgando, se o seu companheiro ainda está lá em algum lugar. Rider desviou o olhar. — Eu sinto muito. Jesse deixou Rider ir e caminhou pelo corredor. Sentia-se como merda explodir com um membro da sua matilha, mas ele também não queria parecer como se ele não pudesse lidar com as coisas. — Apenas fique de olho e se certifique que ele não fuja. Se Jesse não resolver isso logo, ele não tinha dúvidas de que alguém iria desafiá-lo. E o seu intestino disse a ele quem seria o seu adversário. Declan fez alguns comentários desagradáveis nos últimos meses, e Jesse o colocou no seu lugar mais de uma vez. Declan era o mais obstinado de todos, exceto por Jesse. Ele também tinha uma boca que não sabia quando calar.


Jesse não estava ansioso para lidar com Declan quando o lobo voltasse da cidade. Mas ele iria, e se fosse preciso, daria uma chance para Declan de uma vez por todas, para provar que ele poderia liderar sua matilha.

— Eu não sei, cara. — Declan balançou a cabeça enquanto ele e Heath dirigiam para Howling Cavern. — Se você me perguntar, esse humano não vale a pena a dor de cabeça que ele está dando a Jesse. Eu deixaria o seu traseiro sozinho há muito tempo. Heath bufou. — Isso é porque ele não é seu companheiro. Você sabe bem, Jesse não pode simplesmente se afastar. — É por isso que espero nunca encontrar o meu companheiro. — Declan entrou na rua em que deveria encontrar Avery. A sorveteria estava fechada para temporada, o que tornava o ponto de encontro perfeito. Ninguém estaria por perto, especialmente tarde da noite. Os dias poderiam ter ficado mais quentes, mas as noites ainda estavam frias. — E por que isso? — Perguntou Heath. — Porque ninguém vai me enganar. — Declan estacionou na calçada. Ele não viu o Jeep vermelho de Avery ainda, então ele relaxou no seu assento. — Quem disse que o humano está fazendo Jesse de idiota? — Você está falando sério? — Declan olhou com incredulidade para Heath. — Nosso alfa já entrou no território dos ursos há meses, mesmo ele não aguenta os homens Rising. Em todo esse tempo, ele não fez qualquer progresso com o seu companheiro. E então o cara foge? Cara, foda-se isso. Declan realmente não culpava Jesse pelo seu infortúnio. Era tudo


porcaria que o destino lhe tinha perseguindo a sua cauda. Na verdade, Declan sentiu pena dele. Nenhum cara devia ter que suportar tal besteira. O humano precisava ser sábio e apenas fazer o que o seu companheiro lhe dissesse para fazer. Jesse comandava um navio naufragando. Mesmo o seu próprio primo não tinha agido assim teimoso ou desrespeitoso quando Elijah viveu com eles. — Você tem que olhar para o outro lado da moeda. — Disse Heath. — Você de bom grado ficaria grávido? Para um homem humano, a ideia é insana. Claro que Corky está pirando. Eu sei que eu piraria. Heath tinha um ponto. Declan apenas odiava ver Jesse tão miserável, e por causa de um humano não menos. Não era segredo que Declan não tinha amor pelos humanos, e ainda menos por aqueles que faziam o seu alfa infeliz. Ele não tinha certeza de como Jesse poderia ter estômago para ser acasalado a um ser humano. Os seres humanos haviam matado os pais do alfa e haviam caçado shifters nas montanhas, tinham pensado que os shifters eram animais selvagens. Mas, ainda assim. — Há lá vem Avery. — Heath abriu a porta do passageiro. — Hora da gente caçar alguns monstros. Declan revirou os olhos. — Isso é do que Corky precisa ter medo. — Ele disse enquanto saia para se juntar a Heath na calçada. — Essas merdas de vampiroes. Assim que Avery saiu do seu Jeep, os três foram a caça do vampiro que se infiltrou na cidade.

Capítulo Três Corky não podia acreditar que depois de todos os seus esforços para fugir, ele estava de volta àquelas montanhas malditas. A casa silenciosa era o suficiente para deixá-lo louco. Ele queria ir para o seu carro, e buscar um


videogame. Mas ele não podia fazer nada disso. Ele era o prisioneiro de Jesse. As portas francesas pareciam como uma armadilha. Se Corky tentasse usar a varanda do segundo andar para escapar, os homens de Jesse iriam detê-lo. Outra coisa também estava parando Corky. Mesmo que ele voltasse para Grizzly Ridge, nada foi deixado para ele lá. E ele ficava vendo a garganta de Mitch rasgada, o sangue, o cheiro horrível e o vampiro naquele quintal. Para o inferno com isso. Ele caçaria Jesse e pediria ao shifter lobo para obter o seu vídeo game da casa de Abe. Talvez se fosse bom o suficiente, Jesse o levaria para a cidade e Corky poderia trocar o seu jogo de zumbis por outro. Ele tinha jogado tanto tempo com os ursos que se aborrecia agora. Primeiro, porém, ele precisava de um banho. O sangue de Mitch tinha secado nas roupas de Corky e embora não pudesse sentir o cheiro, na sua cabeça que podia. Mentalmente, ainda podia sentir o cheiro desse odor podre também. Percorria por seus sentidos e ele engasgou. Corky entrou no banheiro e ficou nu. Chutou a calça e a jaqueta para o lado, perguntando-se se eram recuperáveis. Se não, estava ferrado, porque o resto das suas roupas estava na casa de Abe. Corky entrou no box do chuveiro no canto e limpou a lembrança dos olhos sem vida de Mitch o olhando, e os pensamentos da sua vida de merda e o que estava passando. Mesmo antes do caos ter entrado na sua casa e arrastado seu melhor amigo para longe, sua vida tinha sido francamente má. Seu pai adorava bater nele para tentar transformar Corky em um homem. Sua mãe tinha ignorado o abuso bebendo até o coma e, além de Bailey, Corky não tinha amigos. Quando seus pais tinham ganhado na loteria, o deixaram naquele reboque de baixa qualidade, sem comida, e uma tonelada de contusões para lembrar-se deles. Limpo da cabeça aos pés, Corky desligou a água e saiu do chuveiro. Ele viu um conjunto de portas ao lado do box. Quando as abriu, ele encontrou


grandes, toalhas felpudas dentro, junto com o creme de barbear, lâminas de barbear, uma escova de dentes extra ainda no pacote. Depois de embrulhar uma toalha em volta da cintura, esfregou os dentes e raspou-se. Ele ficou impressionado com a forma como um banho poderia fazê-lo sentir-se humano de novo. Ele olhou para as roupas dele no chão e fez uma careta. De jeito nenhum, ele estava colocando de volta. Em vez disso, ele entrou no quarto. Ele teria que encontrar algo de Jesse para vestir, embora soubesse que as roupas de Jesse não caberiam. O alfa era alto, musculoso e... Deus, ele era tão excitante. O pau de Corky empurrou sob a toalha de algodão quando ele pensou no corpo do cara. Não havia uma chance no inferno de um cara como Jesse estar interessado em Corky se não fosse por essa porcaria de destino. Corky não era feio, mas ele não era um prêmio, para qualquer um. Um par de rapazes o havia chamado de bonito, mas isso foi durante o sexo, por isso não contava. E fofo era uma descrição que nenhum homem queria. sexy, considerável ou quente teria sido melhor, mas ninguém nunca tinha usado isso para descrevêlo. Corky encontrou uma calça de pijama e uma camiseta branca que pendia no seu corpo. Ele teve que puxar as cordas no máximo para evitar que o pijama caísse da cintura. Ele também teve que rolar as barras para evitar que arrastassem. Ele sentiu-se como uma criança usando a roupa do pai. Ele estava tentado a amarrar o lado da camisa para que ficasse confortável, mas decidiu contra isso. Ele já parecia bastante como um idiota. Limpo, vestiu-se e já não se sentia como se o mundo feio estivesse agarrado ao seu corpo, ele deixou o quarto em busca de Jesse. Corky empurrou para trás e o seu coração bateu violentamente quando encontrou Jesse no corredor, encostado na parede, apenas fora do quarto. — Você me assustou muito.


O olhar pesado de Jesse deslizou sobre Corky. Quando as pontas dos seus caninos apareceram, Corky não tinha certeza se Jesse estava chateado de Corky usar suas roupas ou gostando. Seja qual for o motivo, Corky sentiu-se como uma presa, enquanto ele deu alguns passos para trás. Jesse cheirou o ar, e os seus olhos azuis brilharam ligeiramente. Corky apertou os dedos nos tapetes suaves, perguntando-se se o lobo atacaria. Ele tinha estado pronto para correr de volta para o quarto e bater a porta quando Jesse virou-se e dirigiu-se para os degraus. Corky o seguiu a um ritmo mais lento, ainda não estava seguro de estar seguro. Jesse não disse uma palavra enquanto se dirigia para a cozinha, e o estômago de Corky escolheu aquele momento para roncar. Ele não tinha comido desde antes da sua fuga, e isso tinha sido há dois dias. E estava com tanta fome que estava pronto para comer tudo na cozinha. Ainda agindo como um mudo, Jesse tirou as coisas da geladeira. Corky decidiu sentar-se e vê-lo cozinhar. Logo, a cozinha se encheu do cheiro de filé e batatas assadas. Dois anos atrás Corky teve a perna quebrada por seu pai. Seu joelho tinha ficado tão mal que ele precisou de cirurgia. Desde então, Corky não tinha sido capaz de manter qualquer peso nele. Não importa o quanto comia, nunca ganhou uma grama. O seu apetite também sofreu. Corky só tinha comido bem quando estava alto. Mas depois de meses nas montanhas com nada além de ar para fumar, aprendeu a comer sem a ajuda da química. Ele ainda não tinha ganhado peso, no entanto. Na verdade, tinha perdido um pouco. Ele também tinha tido uma recuperação complicada naqueles primeiros dois meses, mas Deloris e Abe o tinham ajudado. Os shifters coelhinhos se tornaram como pais substituídos para ele, e enquanto observava Jesse cozinhar, Corky começou a sentir a falta deles. — Posso usar o seu telefone? — Corky tinha deixado o seu no andar


de cima, e estava muito cansado para andar todo o caminho até o terceiro andar para obtê-lo. Esse banho tinha sido ótimo, mas também tinha esgotado a sua energia. Se ele não estivesse com tanta fome, teria se arrastado para um dos sofás da sala de estar e tirado uma longa soneca. Jesse não perguntou para quem ele queria ligar. Ele simplesmente entregou o telefone. Corky estava hesitante em aceitá-lo. Ele continuou imaginando Jesse agarrando-o e mordendo-o. — Merda. — Corky disse. — Você tem o número de telefone dos Russells? Quando Jesse disse, as sobrancelhas de Corky se elevaram. E começou a se perguntar como Jesse sabia de cor, em seguida, lembrou-se das inúmeras vezes que o lobo tinha ligado para a casa para falar com ele. Na maioria das vezes Corky não tinha atendido, mas algumas vezes ele tinha. Se ele fosse honesto consigo mesmo, tinha desfrutado dessas conversas. Jesse era realmente engraçado e encantador, e isso fez Corky querer baixar a guarda, mas sabia o que aconteceria se ele baixasse. Ele tinha testemunhado Bailey dar à luz, e não tinha sido tão ruim quanto ele imaginava. Estômago do seu melhor amigo não tinha explodido e aliens não tinham se arrastado para fora. Ainda assim, Corky não estava pronto para ser pai. E se ele acabasse por ser como o seu pai? Corky não podia correr esse risco. Ele discou o número e pressionou o telefone na orelha. Deloris atendeu no segundo toque. — Você o encontrou? — Ela perguntou. A preocupação na sua voz fez com que Corky se sentisse mais baixo que o esterco de vaca. Tudo o que ele tinha pensado na época era em fugir, e não quão preocupados Deloris e Abe estariam. — Sou eu. — Corky disse. Um soluço quebrou.


— Você sabe o quanto eu estava preocupada quando você saiu? O que estava passando por essa cabeça? Abe e eu ficamos fora de nós mesmos. Se você alguma vez me preocupar novamente, o baterei com a minha espátula, senhor! Corky deu suas costas para Jesse. Não queria que Jesse visse as lágrimas se reunirem nos seus olhos. A mãe de Corky nunca tinha mostrado um pingo de preocupação com o seu bem-estar assim. — Eu sinto muito. — Mas essas palavras não eram nem de perto como realmente se sentia. — Desde que você está ligando do telefone de Jesse, eu suponho que ele está com você? — Ele me pegou em Grizzly Ridge. — E deixou de lado tudo o que aconteceu. Corky não queria aborrecê-la ainda mais. — É um milagre que você chegou à cidade. — Ela disse. — Você sabe o que poderia acontecer com você? Há shifters e animais selvagens na floresta, e um vampiro poderia ter despedaçado você. Ele ouviu as lágrimas na sua voz e desejava que ele pudesse ter de volta o que tinha feito. — Eu sei. O que mais ele poderia dizer? Ele já se desculpou, então ele simplesmente a ouviu dar-lhe o inferno. Quando terminou, perguntou: — Como você está, Corky? Precisa de alguma coisa? O calor das suas perguntas o penetrou profundamente. Se ao menos pudesse ser sua verdadeira mãe. Mas Corky tinha aprendido enquanto vivia com os ursos de que o sangue não era o único requisito para a família. Às vezes, uma família era composta de amigos que se preocupavam com você, cuidavam de você, e chutavam o seu traseiro. — Estou bem. — Ele disse. — Eu estava pensando se alguém poderia me trazer o meu vídeo game.


Sua risada aliviou alguma da culpa de Corky. — Eu devia ter adivinhado o motivo da sua ligação. Posso tê-lo levado a você, bem como as suas roupas, embora eu ache que você tenha deixado o meu companheiro viciado nesse jogo. Abe talvez não esteja disposto a se separar dele. Foi então que Corky percebeu os zumbis e as armas ruidosas, do som surround, disparando em segundo plano. Deloris tinha se queixado de Corky e Abe jogando até altas horas, mas ele sabia pelo brilho de humor nos seus olhos que ela realmente não era contra. Corky virou-se e olhou para Jesse. O cara tinha feito bife e batatas. Ele trouxe ambos os pratos para a mesa, colocou-os para baixo, em seguida, foi até a geladeira, onde tirou duas garrafas de suco. Ele entregou um suco para Corky antes de se sentar. Corky concordou com a cabeça e baixou. — Bem, se você pode tirar o meu sistema de Abe, eu apreciaria isso. — Eu vou ver o que eu posso fazer. — Ela disse. — Eu vou desligar. — Corky pegou o garfo e espetou uma batata assada. — Mas eu prometo ligar quando puder. — É melhor. — Deloris falou. — Eu te amo, Corky. Corky ficou atordoado. Ela nunca disse isso a ele antes, e desligou antes que ele pudesse tropeçar através de uma resposta. Ele devolveu o telefone para Jesse, piscando as lágrimas. — Tudo bem? — Jesse colocou o telefone na mesa e cortou o seu bife. Os aromas na cozinha eram maravilhosos, mas o apetite de Corky desapareceu. A ferida estava muito apertada, sentado tão perto de Jesse. Sua presença estava fazendo estragos no corpo de Corky. Ele teve que limpar a garganta antes que pudesse responder. — Sim, tudo está bem. O silêncio incômodo estava no ar entre eles. Corky queria perguntar


se Jesse o levaria aos Russells, mas não queria pedir nenhum favor. Então se sentou lá e se forçou a comer enquanto ele tentou fazer com que o seu corpo ficasse sob controle.

Quatro dias depois que Jesse trouxe Corky para casa, Jesse estava prestes a escalar as paredes. Ele não tinha tido nada em meses, e Jesse se sentia na borda quando Corky se preparou para dormir. Até agora Corky tinha mantido a distância, dormindo no sofá no quarto de Jesse. Jesse precisava ganhar o maldito prêmio de santidade. Suas bolas iriam murchar e cair em breve, e ele simplesmente não podia dormir no mesmo quarto com o seu companheiro por mais tempo sem fazer alguma coisa. Não quando estava tão duro que o seu maldito pau doía. Frustrado e pronto para matar alguém, Jesse saiu do quarto, decidindo que ele precisava de uma corrida. Ele correu pela escada e estava indo para a porta lateral quando ouviu sussurros na cozinha. Mantendo-se nas sombras, Jesse ouviu enquanto Declan e Heath conversavam com murmúrios. — Talvez ele precise tomar um assento traseiro enquanto ele trabalha com essa pessoa humana. — Declan disse enquanto Jesse ouviu os sinais sonoros do microondas. Segundos depois, o hum baixo disse a ele que um deles estava aquecendo alguns alimentos. — E eu já disse que o humano precisava de tempo para se ajustar. — Heath argumentou. — Eu com certeza iria precisar dele.


— Mas você não é o alfa. — Declan grunhiu. — Ele está começando a ignorar a matilha, e se eu não tivesse encontrado Trigger, nunca teríamos sabido que esse nômade está matando aqueles caminhantes. Que nômade? Jesse não tinha ouvido nada sobre isso, e isso o irritou. Independentemente do fato de que ele estava preocupado com Corky, a matilha deveria ter contado sobre o nômade. Avery era sua mão direita. Se ele tivesse mantido essa informação de Jesse, então a discórdia na sua matilha havia começado. Em vez de confrontar Declan, Jesse procurou por Avery. Ele encontrou o seu beta lá fora, apoiado no seu Jeep enquanto falava no seu celular. Avery deve ter notado a raiva pura na expressão de Jesse, porque ele rapidamente encerrou a sua ligação e enfiou o telefone no bolso. Ele afastouse do Jeep, cansaço nos seus olhos verdes. — Algo errado? — Você poderia dizer isso. — Jesse empurrou Avery contra o seu Jeep, travando o antebraço na garganta do lobo. Seus caninos perfuraram suas gengivas enquanto seus olhos queimavam de raiva. — Pode me dizer por que você está escondendo os negócios da matilha de mim? Avery não lutou para se libertar ou ameaçar ferir Jesse se não o soltasse. Em vez disso, ele enfrentou o olhar de Jesse quando eles se cruzaram. — Você acha que estou escondendo merda de você porque eu quero a sua posição? — O pensamento passou pela minha cabeça. — Jesse amava sua matilha, mas confiança e respeito eram ganhos. Sua lealdade a ele não era um dado só porque eles viviam e caçavam juntos. Podem tomar forma humana, mas seus corações eram animais puros. E, assim como suas contrapartes selvagens, a hierarquia era tudo


para eles, e assim era a capacidade de liderar uma matilha. Embora Jesse tivesse estado preocupado com Corky, suas habilidades não tinham sofrido, no mínimo. Ele iria bater o inferno fora de cada um deles para provar isso. — Quando eu já mostrei um pouco de interesse em ser alfa? — O verde nos olhos de Avery ferveu de raiva. — Estou perfeitamente bem sendo o seu beta. Eu não quero a dor de cabeça de ser o líder. Há muita política envolvida. Jesse se afastou, deixando cair o braço. — Então, por que você não me falou sobre o nômade? Os olhos de Avery se arregalaram um pouco antes que o olhar surpreso desaparecesse. — Quando você está ocupado, é meu trabalho cuidar das coisas. Não é por isso que você me fez beta? — Você ainda poderia ter me contado sobre isso. — Jesse gritou. — Eu não gosto de você escondendo merdas de mim. Isso deixa os outros inquietos. Agora, Declan está na cozinha, falando sobre como ele pensa que eu deveria tomar um assento traseiro. — Jesse caminhou ao lado do Jeep da Avery. — Eu queria chutar a sua bunda, mas eu decidi conversar com você primeiro. — Declan está apenas preocupado. — Avery disse. — Todos vemos a besteira que Corky está colocando em você. Você tem que admitir que a sua mente não está na matilha. O que incomoda você nos incomoda. Antes que os pais de Jesse fossem mortos, sua mãe tinha sido o aço na espinha dorsal do seu pai, e os dois eram uma equipa imparável. A matilha tinha respeitado e reverenciado. Quando Jesse tinha assumido, eles lhe deram o mesmo respeito e admiração. Mas, nos últimos meses, ele vira dúvida nos seus olhos e ouviu os sussurros atrás das costas. — Declan não tem sido tímido em querer ser alfa. — Jesse disse.


Avery apertou o queixo. — Ele não quer a sua posição. Ele só quer que você comece a nos guiar novamente, e não deixar esse ser humano mexer tanto com você. — Ele é meu maldito companheiro! — Jesse bateu o punho no lado do Jeep de Avery, deixando um amassado. — O que diabos vocês esperam que eu faça, acasalar forçadamente? Os olhos de Avery escureceram. — Não foda. O pai de Avery tinha forçado sua mãe ao acasalamento, e ela o odiava com cada respiração que ela tinha tomado. Então, novamente, Brutus tinha sido um bastardo tirânico. No final, Brutus matou sua companheira. Avery fugiu e se juntou a matilha de Jesse. A mãe de Jesse o tinha levado sob a sua asa, cuidando dele como se Avery fosse seu próprio filho. Essa era uma das razões pelas quais Jesse odiava Clarence Rising até o centro. O pai dos shifters urso lembrou-o do velho de Avery. — Eu vou manter um olho em Declan. — Avery ofereceu. — Você cuida do seu negócio com Corky. Eu não me importaria de vê-lo ao seu lado em vez de fugir constantemente de você. Jesse não gostava do humor nos olhos de Avery, mas optou por ignorá-lo. — E pare de me deixar na merda. — Ele avisou antes de tropeçar e partir para a floresta para correr.

Capítulo Quatro Corky tinha se revirado sobre o sofá-cama na sala vazia, incapaz de dormir. Embora só tivesse estado com Jesse, durante quatro dias, desejou que o quarto parecesse um pouco mais familiar. Então, novamente, tinha levado um mês para ajustar o quarto nos


Russells. Na maioria das noites tinha andado pela casa sem rumo, cansado, mas inquieto. Foi por isso que ficou até tarde jogando vídeo games e Abe tinha ficado para lhe fazer companhia. Com um grunhido frustrado, Corky sentou-se e esfregou as mãos sobre o rosto. O fato de que estava com tesão não ajudou o seu humor, também. Meses sem qualquer pau fez o seu cérebro se sentir como se estivesse trabalhando vários turnos. Pensou em Bailey estar grávido e dar à luz. Na verdade, não tinha sido tão ruim. O verdadeiro cerne do problema de Corky estava em se tornar pai. Não queria que o ciclo de assolação e abuso continuasse. As pessoas podem lutar contra não se tornar como seus pais, mas Corky sabia de um fato que na maioria das vezes, essa luta foi inútil. Mesmo que tivesse a matilha de Jesse para ajudá-lo como Bailey tinha dito, do que Corky tinha visto até agora, embora tivesse tido contato limitado, os homens desta casa eram um grupo desorganizado, ranzinza. E Jesse? O Corky já negou o alfa, o que o deixou mais irritado. Mas não podia culpar Jesse. Corky sentia-se tão irritado quanto. Fechou os olhos e esfregou o meio da testa. Sua indecisão estava lhe dando uma enxaqueca sólida. Nunca tinha tido tamanho conflito na sua vida e odiava se sentir tão confuso. Corky virou quando seu telefone tocou. Agarrou fora do tapete ao lado do sofá, mas não conhecia o número no visor. — Olá? — Ramen, é a sua mãe. Sua postura endureceu quando seus músculos ficaram rígidos. Mas tão irritado quanto estava com ela, um nó se formou no seu estômago quando pensou na pessoa que desejou que ela tivesse sido. Deloris tinha sido mais que uma mãe para ele, isso lembrou a Corky que devia falar com a mulher do outro lado da linha.


— O que você quer? — Ok, então ainda estava muito chateado que ela tinha vendido o seu carro. Se ela estava estendendo a mão para ele, não era para tentar reparar o seu relacionamento. Queria algo. — Seu pai me pediu para ligar. O estômago de Corky afundou. — Por quê? Ele deixou bem claro que me odiava. O que diabos ele poderia querer do seu filho gay? — Ele descobriu sobre o dinheiro que lhe dei e quer que o devolva. Seu queixo caiu antes da sua mão se enrolar em um punho. — Você está brincando comigo? — Pulou do sofá e começou a andar, seu pulso batendo nos seus ouvidos quando rangeu os dentes. — Não estou entendendo o que disse. E como ele descobriu sobre isso? Você contou para me foder de novo? Corky nunca tinha falado com a sua mãe dessa maneira, e uma parte dele se sentia culpado por fazê-lo, mas ele estava além lívido. — Novamente? — Sim. — Corky estalou. — Quando você vendeu o meu carro. — Tentei ligar para você. — Insistiu. — Foi uma tentativa muito pobre. Você poderia ter me mandado uma mensagem ou correio de voz. O dinheiro na sua conta bancária era tudo o que tinha no seu nome. Aparentemente, seus pais não estariam satisfeitos até que Corky não tivesse nada, além do seu orgulho. E conhecendo seu pai, iria tentar tirar isso de Corky também. Já tinha tentado em várias ocasiões quando tinha jogado porcaria sobre Corky e chamou-o de todos os nomes pejorativos que poderia pensar. — Não deveria ter ido contra a sua vontade. — Argumentou. — Ele é louco, Ramen. E quer o dinheiro de volta.


— Você pode dizer a ele para ir se foder. — Corky desligou e atirou o telefone contra o sofá. Ele bateu na almofada e bateu o tapete. Esfregou os dedos com tanta força nos seus olhos viram um faíscas. — Porra! Estava chateado, mas não ficou surpreso com o telefonema. Na verdade não. Tinham provado o quão baixo eles poderiam afundar quando tinha o deixado naquele reboque para cuidar de si mesmo. Agora queriam o pouco que tinha? Caiu no sofá e desejou uma vida diferente, onde seus pais não fossem a escória da terra. Era incrível como a família eram os únicos que sabiam como empurrar todos os botões errados. Por que uma pessoa não poderia ser capaz de escolher a sua família para que não ficassem presos com idiotas? Se isso tivesse sido possível, Corky teria escolhido Deloris e Abe como sua mãe e pai. E isso teria sido hilariante, porque então teria sido um shifter coelho. Ainda assim, realmente invejava Benny. Quando a porta do quarto se abriu, Corky olhou para cima bruscamente.

Pura

luxúria

substituiu

sua

raiva

quando

Jesse

entrou,

completamente nu e suado. O olhar de Corky se deteve no pau de Jesse, em seguida, no seu traseiro quando Jesse passou por ele e foi em direção ao banheiro. Era todo musculo vigoroso, e cheirava como um cara que estava trabalhando em uma academia. Corky sempre tinha amado aquele cheiro almiscarado, suado, e todo homem. Seu pênis gostou desse cheiro, também, porque endureceu quando Corky lambeu os lábios. Jesse deixou a porta do banheiro aberta, e Corky ouviu o chuveiro ligado. Imaginou a água descendo pelo corpo magro, lavando o ninho de cachos entre as pernas de Jesse. Incapaz de se conter, Corky seguiu para o banheiro. Só queria uma


pequena visão. Não tinha aceitado a ideia de ficar grávido, mas estava tão excitado que o seu pau o conduzia agora. Corky pressionou as costas contra a parede como um ladrão. Manteve sua respiração e os seus passos tranquilos enquanto deslizava mais perto da porta do banheiro, dando a Jesse tempo suficiente para entrar no chuveiro para que não pegasse Corky o perseguindo. Corky descansou a cabeça contra a parede, apertando os olhos fechados, dizendo a si mesmo para voltar para o sofá e ir dormir, mas o seu pau não estava escutando. Soltou uma pequena série de respirações, em seguida, enfiou a cabeça em torno do batente da porta. O corpo de Jesse era uma silhueta atrás do vidro. Alto, magro, e... A mandíbula de Corky caiu. Mesmo que ele estivesse distorcido por um vidro fumê, ainda viu uma das mãos de Jesse pressionando contra ele, a outra se movendo rapidamente na sua virilha. Gemidos tranquilos e vapor ondulante encheu o banheiro como a cabeça de Jesse inclinada para trás. Corky apertou seu pênis dolorido preso na sua cueca enquanto seu coração batia um milhão de vezes por segundo. Aproximou-se, entrando no banheiro, mas mantendo-se perto da porta para que pudesse sair caso Jesse o avistasse. Imaginou que estava no chuveiro com Jesse, nu, encharcado enquanto Jesse o fez ajoelhar-se. Seus lábios formigavam com a ideia de chupar o pau de Jesse, de provar e engolir a própria essência de Jesse. Corky gemeu e então congelou quando a mão de Jesse parou. Merda! Corky saiu correndo do banheiro, não foi possível obter a imagem de Jesse fora da sua cabeça. Pulou no sofá e deu as costas para o quarto, tentando o seu melhor para diminuir os batimentos cardíacos. Esperou, prendendo a respiração, mas ainda ouviu o chuveiro ligado. Corky olhou por cima do ombro e quase caiu do sofá quando viu Jesse de pé junto à porta do banheiro, gotas de água deslizando para baixo no seu corpo, e


segurando o seu pênis duro na sua mão. — Se queria ver, tudo o que tinha a fazer era pedir. — Jesse acariciou a si mesmo enquanto dava alguns passos mais perto. Parou perto do sofá, uma mão enrolada em torno do seu pênis, a outra puxando o pesado saco. Corky virou-se e sentou-se, ofegando tão forte que ficou tonto. Seu olhar estava colado ao ápice das pernas de Jesse. Pré-sêmen brilhava na cabeça, lhe causando água na boca. Quando Jesse chegou ainda mais perto, Corky não recuou. Foi atraído para as gotas, a cabeça inclinada, e para o pulsar das veias grossas ao longo do seu pau grosso. Não virou a cabeça quando Jesse direcionou a ponta para os seus lábios. Instintivamente, Corky separou e colocou a língua sobre as gotas, gemendo quando o sabor explodiu na sua língua. Jesse deu um passo para trás e Corky o seguiu, movendo-se do sofá e caindo de joelhos, mas não antes de empurrar a sua cueca para fora. Jesse puxou sua mão longe das suas bolas e fechou os dedos no cabelo de Corky, forçando-o a sua cabeça enquanto fodia a sua boca. Lambeu e chupou enquanto Jesse sussurrou, seus quadris ondulavam enquanto os dedos de Corky se enrolavam nas coxas de Jesse. A casa poderia ter pegado fogo e Corky não teria se importado, não teria se afastado para salvar a sua vida. As unhas de Corky apertavam a pele de Jesse quando Jesse puxou o seu pênis. Corky estava prestes a implorar para ter a carne dura de volta, mas Jesse o levou todo o caminho para o tapete. Cobriu o corpo de Corky, sua pele ainda molhada do chuveiro. Seus pênis roçaram e Corky gemeu. Suas pernas doíam para se enrolar ao redor da cintura de Jesse, mas ainda tinha bom senso suficiente para saber onde isso levaria. — Deixe-me te chupar. — Corky implorou.


O rosto de Jesse estava tão perto que Corky sentiu o ar da respiração do homem através da sua pele. — Você não quer sentir o meu pau enterrado profundamente na sua bunda? O corpo de Corky pulsava enquanto seu pênis ficou incrivelmente mais duro. Preso com a mão entre eles e fechou os dedos em torno do comprimento de Jesse. Os olhos de Jesse brilhavam como a chama azul suaves de um incêndio. Corky ficou preso nas chamas bonitas quando ele moveu a mão, acariciando lentamente o pênis de Jesse. — Quero te provar novamente. O rosnado baixo surdo trabalhou seu caminho até o peito de Jesse quando as pontas de seus caninos apareceram. A visão deles era como um balde de água fria sobre a cabeça de Corky. Empurrou o peito de Jesse, tentando se mexer debaixo dele. Quando Jesse não se moveu, Corky empurrou ainda mais forte. — Saia de mim. — Calma. — Disse Jesse em um rouco rosnado sexy baixo. — Fale comigo, Corky. Não me afaste. — Não consigo pensar. — Corky parou de lutar, mas sua mente girou e girou, seus pensamentos colidindo enquanto tentava se lembrar de como respirar. Jesse se moveu apenas o suficiente para afunilar a mão sobre o estômago de Corky. — Você tem medo de levar o meu filho? — Como você se sentiria se um cara quisesse obter você gravido? — Não sou apenas um cara. — Jesse rosnou. — Sou seu companheiro. Você acha que iria deixar você grávido e depois abandoná-lo? Corky fechou os lábios e virou a cabeça. — Como podemos realizar qualquer coisa se recusa a falar comigo?


Corky permaneceu silencioso. — Diga-me do que você tem tanto medo. — Jesse exigiu. — Tornar-me meu pai! — Lágrimas brotaram nos olhos de Corky quando bateu com o punho no peito de Jesse. Pensou sobre o telefonema mais cedo, sobre o quanto o seu pai o odiava, como a sua mãe não dava a mínima para ele, e queria atacar, ferir alguém tão mal quanto estava sofrendo. Pensou que ele próprio tinha endurecido contra a dor e abusos dos seus pais, mas as lágrimas nos olhos argumentaram que não tinha, que ainda tinham a capacidade de rasgar o seu coração em dois. Jesse sentou-se e puxou Corky em seus braços. Colocou o seu rosto na cabeça de Corky enquanto Corky lutou para conter as lágrimas. Seus pais não as mereciam. Começou a se estabeleceu quando Jesse passou a mão nas costas de Corky. Não conseguia pensar em nada quando alguém o estava acariciando tão ternamente. Corky se enrolou mais perto, absorvendo a força de Jesse, ganancioso pelo carinho. — Não tenho certeza de como o seu pai era, mas você me tem para ajudá-lo. Você não iria passar por isso sozinho, Ramen. — Por favor, pare de me chamar assim. — Corky sentou-se, mas Jesse não iria deixá-lo se afastar. — Realmente odeio esse nome. As pálpebras de Corky se fecharam quando Jesse roçou os dedos sobre a sua bochecha. — Se tudo o que você quer fazer é falar agora, podemos fazer isso. Quero passar por suas defesas. — Você ainda está duro. — Ainda te quero. Corky não tinha implorado para ser uma parte de algo especial, para sentir como se importava? Tendo Bailey como um amigo era maravilhoso, mas a amizade não tinha preenchido o vazio que Corky sentia o corroendo, a


solidão que gritava dentro dele. Viver com os Russells lhe tinha dado uma sensação de família, mas nada poderia preencher a necessidade que uma pessoa tinha que ser valorizada e procurado por um amante. Jesse estava oferecendo a ele. Corky começou a se perguntar se estava realmente com medo de se tornar seu pai, ou se a sua hesitação tinha mais a ver com o medo de tornar-se vulnerável. E se a vida com Jesse não fosse toda arco-íris e luz do sol? Tanta coisa correu através da sua mente que a dor de cabeça de Corky retornou. — Diga-me o que está acontecendo na sua cabeça. Corky olhou para Jesse. — Medo. — De mim? — Do desconhecido. — Você é meu, Corky. — É exatamente isso. — Corky tentou se afastar, mas Jesse apertou os braços ao redor dele. — O destino nos colocou juntos. Nós não chegamos aqui, porque nos encontramos e estávamos atraídos um pelo outro ou porque nos interessávamos de qualquer maneira. E se nós formos como óleo e água? — Se o destino não achasse que éramos compatíveis, meu lobo não teria enlouquecido tentando chegar até você. — Jesse segurou o queixo de Corky. — Sei que todas essas coisas sobrenaturais são assustadoras para você, mas não é de todo ruim, e há algumas vantagens. Corky arqueou uma sobrancelha. — Assustador? — Não tenho olhos para mais ninguém, você é meu tudo e o que quero é a sua segurança e felicidade. Corky bufou. — Elijah disse-me sobre como você protege aqueles com quem se preocupa.


Pensar que Jesse se importava com ele poderia ter sido presunçoso, mas Corky estava tentando fazer um ponto. Jesse deu de ombros, parecendo não se incomodar. — Eu poderia ser um pouco super protetor, mas não quero que nada aconteça com aqueles que me importo. — Deu um beijo na bochecha de Corky. — Eu me importo com você. Posso não te amar, mas posso dizer que te amarei. — Como? Jesse riu. — Porque não importa o quanto sua teimosia me irrita, gosto do fogo dentro de você. — Ainda estou com medo. — Eu sei. — Você não tem que ser tão calmo sobre isso. — Corky reclamou. — Estou sentado aqui tentando tomar uma decisão que vai alterar a minha vida. Jesse franziu a testa. — Como devo agir? — Não sei. — Disse Corky. — Veja como apavorado eu estou. O brilho nos olhos azuis de Jesse se intensificou. — Confie em mim, você não vai querer me ver surtar. Não seria bonito e haveria uma abundância de sangue e cadáveres. — Você não tem que ser tão gráfico. — Corky pensou em Mitch, e isso não era um pensamento que queria ter agora. — Basta ser honesto com você. Corky mordiscou o lábio inferior. Na verdade, estava cansado de lutar contra Jesse, cansado de estar sozinho. Só esperava que não estivesse tomando a decisão errada. — Se concordar em acasalar com você, isso não significa que eu vou me transformar em uma seiva irracional e obedecer a cada comando seu.


— Deus me livre que você me escute. — Jesse revirou os olhos. — Já sei que você ainda vai ser um pirralho, teimoso. Corky o empurrou. — Não sou um pirralho. — Pirralho. — Jesse sussurrou enquanto ele abaixou a cabeça e capturou os lábios de Corky. O beijo foi apaixonado, mexendo não só com o corpo de Corky, mas com a sua alma. Um tremor o sacudiu quando deslizou seus braços ao redor do pescoço de Jesse antes que o pegasse e o levasse para a cama.

Capítulo Cinco Jesse colocou Corky na cama, depois se afastou, depositando um beijo no lado de dentro de uma coxa, depois da outra. Corky não pôde deixar de sorrir, logo Jesse o reivindicaria e a solidão irritante que o corroía por dentro desapareceria. Todas as fantasias que teve nos últimos meses estavam prestes a se tornar realidade, ficou tão excitado com isso que as suas bolas se aproximaram do seu corpo. Simplesmente não esperava gozar tão cedo. Não queria que isso terminasse. Ainda não. Usando a língua, Jesse lambeu uma das bolas de Corky a tomando dentro da boca e chupando, antes de gemer. Choque percorreu através de Corky, além do prazer. Sibilou e em seguida um gemido escapou dos seus lábios, enquanto Jesse o torturava com a boca e os seus dedos espalhavam as nádegas de Corky. Corky respirou fundo quando a língua de Jesse viajou mais para baixo, sugando o seu períneo e ânus. Embora tivesse lutado bastante para não ficar com Jesse, naquele


momento, todas as suas defesas desintegraram. Deixou todos os pensamentos escaparem da sua mente, suas preocupações, seus medos e o vazio que sentia. Corky e Jesse estavam em um universo próprio. Os dedos de Jesse violaram o ânus de Corky ao mesmo tempo em que levantava a cabeça e tomava o pênis de Corky na boca o engolindo até que atingisse a sua garganta. — Por favor, foda-me. — Corky gritou faminto ao ponto do desespero. Corky olhou para baixo para ver Jesse sorrindo em torno do seu pênis. Tinha um brilho diabólico nos seus brilhantes olhos azuis, que lhe dizia que não planejava parar sua tortura em breve. Seus dedos fizeram com que todas as extremidades nervosas de Corky ganhassem vida. Seu ânus pulsava de desejo, enquanto Jesse o esticava. Corky deixou sua cabeça cair no travesseiro. Agarrou os lençóis, estrangulando-os nos seus punhos, plantando os pés na cama e balançando a bunda empalando-se nos dedos de Jesse enquanto a boca e língua de Jesse faziam sua magia. Gritos romperam da garganta de Corky quando o acúmulo de sensações crescera e envolvera sua metade inferior percorrendo sua coluna vertebral. Balançou a cabeça descontroladamente, mordendo o lábio inferior, tentando evitar o seu clímax. Como sabendo que Corky estava lutando para não gozar, Jesse movimentou a boca no seu pênis mais rápido, sugando mais forte, enquanto seus dedos fodiam o ânus de Corky sem cessar. Jesse estava determinado a enviá-lo ao limite e não podia fazer nada para detê-lo. — Jesse! — Corky arqueou as costas, arranhou o colchão, e empurrou os quadris para cima quando o orgasmo o levou. Lambeu os lábios sentindo a boca seca, a explosão apenas o deixou mais ansioso para sentir


Jesse foder o seu ânus. Jesse subiu no corpo de Corky como um predador, seus músculos flexionavam e contraíam a cada movimento. Corky espalhou as pernas ainda mais quando sentiu a cabeça do pênis de Jesse acariciar o seu ânus dolorido. Suas bocas estavam tão perto que respiravam o mesmo ar. Corky podia cheirar o seu gozo nos lábios de Jesse, colocou a língua para fora e lambeu, deslizando a língua pela boca de Jesse para sentir o seu próprio sabor. Jesse apertou a cabeça do seu pênis no ânus de Corky. E ele ia começar a protestar, dizendo a Jesse que eles precisavam de lubrificante, quando algo molhado deslizou contra o seu ânus. Suas sobrancelhas ergueram. — O que foi isso? O canto da boca de Jesse se ergueu em um quase sorriso. — Você está me dizendo que ninguém te explicou que shifters tem um lubrificante natural? — Esse assunto não apareceu exatamente na conversa enquanto eu estava chutando o traseiro de Abe no meu jogo de zumbis. — E quanto a Bailey? — Jesse descansou um antebraço de cada lado da cabeça de Corky, e usou seus polegares para traçar pequenos círculos na testa dele. Estava deitado sobre Corky, mas ainda manteve o seu peso fora dele. — Nós falamos sobre muitas coisas, mas sexo com shifter não foi um dos assuntos. Pelo menos não em detalhes. — Corky disse enrugando o nariz. — Mmm. — Jesse mordiscou o ombro de Corky quando outro jato de liquido atingiu o seu ânus. — Acho que deve ter aprendido o essencial, ou será que vou precisar explicar tudo para você? — Você está falando demais. — Murmurou quando Jesse beijou sua clavícula. Corky inclinou a cabeça para o lado, gemendo enquanto Jesse lhe mordiscava a orelha. Nunca esteve com um homem que tinha barba. E embora


os pelos arranhassem a sua pele, Corky adorou a sensação de formigamento. — Chega de falar sobre as coisas erradas. — Jesse sugou gentilmente o lóbulo da orelha de Corky, provocando outro gemido dele. — Como? — As pálpebras de Corky se fecharam quando seu corpo foi percorrido por arrepios. Seu ânus latejava para ser preenchido, mas Jesse estava tomando seu doce tempo. — Devo falar como o quanto amei ter o seu pênis na minha boca. — Jesse beijou os seus lábios. — Como o quanto vou amar afundar meu pênis no seu ânus apertado. — Então, faça isso. — Gemeu Corky. Abraçando o bíceps de Jesse passando as pernas ao redor da sua cintura. — Já me segurei para o passeio. Seja meu cavalo indomado. — É assim? — Jesse riu antes de dar um beijo no maxilar de Corky. — Cara, eu não fiz sexo desde sempre. Se você não empurrar o seu pênis dentro de mim, poderia ter que machucá-lo. Do jeito que estava envolto apertado ao redor de Jesse. A ansiedade o tinha pronto para esmaga-lo caso ele não parasse de provocar. Ou teria que começar a implorar. Corky não estava muito longe de implorar neste ponto. — Diga. — Jesse ergueu a cabeça para olhar nos olhos de Corky. — Dizer o quê? O sorriso de Jesse era levemente sexy. — Diga o que quer que eu faça com você. — Oh, diacho. — Corky rangeu os dentes. A cabeça do pênis de Jesse estava tão perto, pressionando contra o seu ânus. Um bom empurrão e estaria enterrado profundamente até as bolas. — Você é um louco falador. — Diga. — Jesse puxou os quadris para trás e Corky não sentiu mais a conexão entre os seus corpos. Ficou surpreso com o quanto desejava a proximidade e não apenas por causa do sexo. Queria sentir esse vínculo profundo do qual Bailey havia falado.


Queria ser a propriedade de Jesse. Um nó se formou no seu peito diante do pensamento de Jesse virando as costas para ele. Empurrou suas inseguranças para longe, se recusando a permitir que arruinassem esse momento. — Tudo bem! — Corky esmagou seus lábios contra os de Jesse. O beijo estava cheio de fome, desejo e desespero. Quando Corky separou seus lábios para respirar, seu peito expandiu com aspirações rápidas enquanto seu maxilar inferior formigava por causa da barba de Jesse. Maldição, o homem sabia beijar. Era como se o ato fosse uma forma de arte para ele. — Quero que empurre o seu pênis no meu ânus e me foda até que entre em coma. Satisfação nadou nos olhos de Jesse. Ele se levantou, pressionou as mãos na parte de trás das pernas de Corky e empurrou-as na direção do seu peito enquanto rastejava de joelhos para se aproximar. Quando a cabeça do pênis de Jesse tocou o seu ânus novamente, Corky mordeu o lábio inferior, sua ânsia fez com que pré-sêmen jorrasse abundantemente do seu próprio pênis. — Olhe para mim, Ramen. Corky estava muito longe para se importar que Jesse tivesse usado o seu nome. Seu olhar deixou o ninho de cachos que esteve olhando e lentamente deslizou pelo corpo de Jesse, memorizando cada linha, cada contorno e cada músculo antes de olhar para os belos olhos brilhantes de Jesse. Jesse empurrou. A cabeça do seu pênis passou pelo anel de músculos de Corky e ele respirou fundo. Queria fechar os olhos, para apreciar o quão bom era sentir Jesse dentro dele, mas se forçou a manter os olhos abertos, para continuar olhando aquelas chamas azuis ardentes. — Está me sentindo dentro de você, fodendo-o? Como Corky não sentiria o espesso pênis de Jesse o esticando? A pressão era intensa, fazendo com que ficasse contente por Jesse tomar algum tempo não só para prepará-lo com os dedos, mas também para usar o seu


lubrificante natural. Ainda assim, a ardência não tinha amenizado rapidamente. Corky cravou as unhas nos bíceps de Jesse enquanto seu amante avançava um pouco mais. — Diga-me. — Jesse parou de se mexer e o seu pênis pulsou. — Diga-me o que sente quando estou dentro de você. Corky não costumava conversar durante o sexo. Seu corpo inteiro corou de vergonha. Não tinha ideia do que dizer. — Bem? Jesse deu um aceno lento, ainda se recusando a se mover. — Você pode fazer melhor do que isso, filhote. Filhote? Curiosamente, Corky gostou desse apelido carinhoso. Isso o fez sentir mais perto de Jesse, conectado de uma forma mais profunda do que já sentiu, como se, no momento, ele e Jesse fossem um. Mas tinha que dar a Jesse um momento difícil. Afinal, Corky era assim. — Você pode me chamar assim, desde que não tente me alimentar com comida de cachorro ou me comprar brinquedos de morder. Um sorriso doce e amoroso se espalhou pelo rosto de Jesse. O sorriso não parecia sensual, mas sim divertido, como se a sua brincadeira realmente tivesse feito Jesse feliz. Ele deu um leve aperto nas costas dos joelhos de Corky. — Você está sendo um pirralho. Corky bateu no peito de Jesse. — E você está me provocando! Jesse afundou o pênis um pouco mais. — Se quer me sentir fodendo esse doce ânus, então me diga o que quero ouvir. Oh droga! Corky podia ver agora que Jesse usaria o sexo para conseguir o que queria. E com certeza, ele conseguiria o que queria. O pênis


de Jesse era muito bom para Corky se conter. Podia querer estrangular Jesse por fazê-lo jogar este jogo, mas se fosse honesto consigo mesmo, estava aumentando o seu tesão. Nunca tinha brincado com um amante antes, não durante o sexo. E tanto quanto dizer a Jesse o que ele queria ouvir deixava Corky envergonhado, também o deixava cheio de tesão. Segurou o rosto de Jesse e o puxou para perto, tão perto que os seus narizes tocaram. Viu a luxúria nos olhos de Jesse enquanto olhava para Corky. Era um olhar que poderia ser o mesmo de quando recebia um presente na manhã de Natal, e isso só fez Corky querer agradá-lo. Corky simplesmente rezava para não parecer um idiota. — Seu pênis está me dividindo ao meio. A cabeça está deslizando sobre minha próstata, e parece que estou sendo empurrado para dentro. Tão incrível. A respiração de Jesse tornou-se superficial. — Sim? — Uh-huh. Quero sentir suas bolas batendo contra a minha bunda. — Corky gemeu antes de continuar, adicionando efeitos sonoros para enfatizar as suas palavras. — Quero ouvir os seus gemidos me dizendo o quão bom é sentir o meu ânus apertando o seu pênis. Quero que se solte e transe comigo, como sei que você quer. — Corky deslizou a língua sobre os lábios. Jesse não se incomodou em beijar Corky, como se estivesse com muito medo de quebrar o feitiço que Corky exercia sobre ele. — Agora, foda-me com o seu pênis grosso que você tem. Um grunhido retumbou no peito de Jesse. Ele ergueu o corpo, se ajoelhando entre as pernas de Corky. Segurou as costas dos joelhos de Corky mais uma vez, e os empurrou para frente até que Corky ficou com medo de que Jesse o dobrasse pela metade. — Foda. — Jesse olhou para onde eles estavam conectados. Suor


brilhava sobre a sua pele enquanto lambia os lábios. Seu olhar disparou para o rosto de Corky. — Isso foi perfeito. Cada palavra. Corky gritou, erguendo as mãos para segurar na cabeceira da cama quando Jesse começou a se mover. Ele fodia Corky com tanta força que o colchão deslizou para um dos lados. Talvez não devesse ter dito a Jesse para se soltar. Corky não tinha certeza que a sua bunda sobreviveria às investidas de Jesse. Mesmo assim, Corky se agarrou com unhas e dentes, afastando as mãos da cabeceira da cama para segurar o pescoço de Jesse. Em seguida Jesse ficou de joelhos, puxando Corky até que ficou sentado nas suas coxas. Corky deslizou as pernas em torno da cintura de Jesse e pressionou os calcanhares logo acima da bunda do seu amante. Jesse agarrou os quadris de Corky e empurrou para cima enquanto deixava uma trilha de beijos ao longo do ombro de Corky. — Foda, você é tão gostoso. — E você parece um animal. — Provocou Corky. — E amo isso. Jesse deitou de costas, sem soltar Corky. — Me cavalgue, filhote. Corky plantou um pé de cada lado dos quadris de Jesse e pressionou as palmas das mãos contra o seu peito antes de começar a saltar, levando o pênis do seu amante tão profundamente quanto podia. Ficaria dolorido de manhã, mas não se importava. Seu corpo estava em chamas, suas terminações nervosas avivaram quando o prazer percorreu o seu corpo. — Porra, você fica sexy me montando. — Jesse agarrou a nuca de Corky e puxou-o para baixo. O beijo foi relaxado, com os seus dentes tocando. Jesse devorou a boca de Corky enquanto segurava sua cintura com as mãos e empurrava os quadris para cima, quase derrubando Corky. Mas o seu agarre não o deixou cair.


Seu pênis enterrado na bunda de Corky também ajudou a mantê-lo no lugar. O coração de Corky estava batendo selvagemente. Mas deu uma parada súbita quando viu os caninos de Jesse alongarem. Seus olhos brilhavam, embora tecnicamente, não estivessem brilhando, mas Corky não conseguia pensar em outra maneira de descrever como a cor azul pareceu amplificar enquanto Corky viu a luta nas suas profundezas. Jesse queria mordê-lo, mas se continha, como se tivesse medo de que Corky se afastasse. Ele queria, mas o instinto se levantou dentro de Corky, dizendo-lhe para não deixar Jesse fazer isso. Então Corky pensou em como Jesse o perseguiu durante meses. Como tinha falado com ele por telefone até tarde da noite, perguntando qual era sua comida favorita e o seu programa de televisão preferido, o cuidado e a preocupação na sua voz enquanto conversavam. Jesse estava pronto para combater o vampiro que o atacou no quintal para protegê-lo. Seu lobo tinha ficado sobre Corky quando um grupo de vampiroes havia atacado o local há alguns meses, pronto para matar e mantêlo seguro. Ninguém fazia isso a menos que realmente se importasse. Ter um filho de Jesse seria tão ruim? Permitiria que as suas inseguranças e preocupações o impedissem de fazer uma vida com o alfa? Percebeu então que não seria um pai de merda a menos que se permitisse ser um. E Corky tinha certeza de que não seria como o seu velho. Seu filho nunca sentiria rejeição. Nunca. Corky parou de se mover. Jesse também, como se soubesse que Corky estava prestes a se abrir e dar sua confiança a ele. Jesse deslizou os dedos sobre a bochecha de Corky. — Nunca vou deixar que se arrependa de ter me dado algo tão precioso. Você tem minha palavra.


— Você sabe que estou com medo. — Corky mordeu o lábio inferior. — Eu sei, filhote. — Um sorriso suave surgiu nos lábios de Jesse. Depois de soltar um longo suspiro, Corky assentiu. Fechou os olhos por alguns segundos, rezando para que tomasse a decisão certa. Quando os abriu, ficou surpreso ao ver ternura genuína no rosto de Jesse. — Tenha um pouco de fé em mim. — Disse Jesse. Corky se inclinou para frente, enterrando o rosto no pescoço de Jesse. — OK. A mão de Jesse deslizou pelas costas de Corky. Seus dedos envolveram a nuca de Corky e viraram sua cabeça um pouco para o lado antes dos seus dentes afiados afundarem no ombro de Corky. Corky gritou. Pensou que a mordida seria mais dolorosa, e foi até certo ponto, mas o prazer subiu rapidamente para um nível que nunca soube que existia. Sentiu como se a sua própria alma tivesse alcançado Jesse enquanto o seu orgasmo o esfacelava em mil fragmentos. Jesse rosnou, movendo-os e deitando Corky de costas enquanto investia dentro dele. Corky agarrou-se a Jesse, aterrorizado pela forma como o seu corpo explodiu. A sensação era esmagadora, como se estivesse em uma queda livre. — Jesse! — Eu sei. — Disse Jesse depois de puxar os seus caninos e lamber o lugar onde mordeu Corky e depois acrescentou: — Caia comigo. Jesse o penetrou forte e profundamente, fazendo com que Corky gritasse de puro êxtase. Corky não tinha dúvidas de que daria a Jesse qualquer coisa que pedisse se ele usasse sexo para conseguir o que queria. Nenhuma dúvida. Os movimentos de Jesse vacilaram. E ele empurrou o seu pênis todo o caminho, seus braços envolveram Corky enquanto seu pênis ainda pulsava


dentro do canal aquecido. Jesse beijou a boca de Corky, devorando-o enquanto seus quadris empurravam violentamente, como para ter certeza de que cada maldita gota de esperma estivesse dentro de Corky. — Foda. — Jesse gemeu quando entrou em colapso sobre Corky. — Não posso me mover. Acho que distendi algum músculo da bunda. Corky riu quando empurrou Jesse para fora dele. O cara podia estar em forma, mas pesava uma tonelada. — Seria um pouco estranho se você me esmagasse até a morte depois de eu ter o melhor e mais incrível sexo da minha vida. — Mas seria uma ótima forma de ir. — Jesse rolou para o lado, puxando Corky com ele tão perto que estava praticamente colado ao homem. Acariciou o pescoço de Corky, beijando a área onde o tinha mordido. — É verdade, mas ainda não estou pronto para bater as botas. — Corky bocejou. Seu corpo inteiro estava dolorido. Por isso sabia como Jesse se sentia. Não achou que poderia se mover desse lugar pela próxima semana. — Sinto muito. — Jesse enterrou o rosto mais fundo no pescoço de Corky. — Pelo quê? Com um suspiro, Jesse afastou a cabeça. — Pelo calor do acasalamento que vai bater em você. Pelo que ouvi, não é nada bonito, mas prometo que não vou deixar você sofrer. Corky revirou os olhos. — O que você está me prometendo é me foder enquanto eu estou grunhindo como um gato no cio. Jesse riu. — Se prefere colocar assim. — Beijou o ombro de Corky. — Mas você pode ser sortudo e já ter concebido. Corky não queria pensar nele mesmo estando sempre super excitado. Pelo que Bailey havia dito, era como ficar em chamas 24 horas por sete dias da


semana, e nenhuma quantidade de sexo o aliviaria. — Cara, podemos simplesmente aproveitar o aconchego pós-sexo? — Disse Corky. — Vou me preocupar com o calor do acasalamento amanhã. Quando Jesse não respondeu, Corky olhou por cima do ombro e revirou os olhos. O peso leve estava profundamente adormecido.

Capítulo Seis Corky acordou com o som de um telefone tocando. Ainda estava exausto e dolorido, mas, assim que o toque terminou, começou de novo. A cama afundou quando Jesse levantou. Corky virou, bocejou e se aconchegou nos travesseiros. — Alô? — Houve um momento de silêncio antes de Jesse continuar. — Não importa quem diabos é . Quem diabos é você? Isso teve a atenção de Corky. Ele se virou e franziu a testa antes de se sentar. Seu estômago se agitou um pouco, depois afundou. Sentiu-se um pouco enjoado, mas sabia que Bailey passara por muitos enjoos matinais. Já que Corky não se sentia como se tivesse sido injetado com fogo líquido, isso significava apenas uma coisa. Ele estava grávido. Corky não queria pensar nisso agora. Não. Se pensasse, certamente entraria em pânico. Ele permitiu que a sua excitação decidisse sobre deixar Jesse fodê-lo, e agora era muito tarde para recuar. — Não dou a mínima para o que você procura. Com esse tom, você pode beijar o meu traseiro. — Jesse desligou e jogou o celular na cômoda. — Quem era? — Corky percebeu que era no seu celular que Jesse estava falando e parecia chateado. Jesse virou-se para ele. A raiva fugiu da sua expressão, substituída por um sorriso divertido.


— Acho que era o seu pai. — Meu pai? — Corky se arrastou para fora da cama e ficou lá por um momento antes de uma onda de tontura tomar conta dele. — O que diabos ele queria? Corky sabia, mas não queria entrar em detalhes sobre o que o seu pai queria com Jesse. Odiava alguém saber o quanto de um perdedor o seu pai era e que queria de volta o dinheiro que a mãe de Corky tinha dado ao seu filho. — Falar com você. — Jesse caminhou em direção ao banheiro. — Vamos, tigre. Vou lavar suas costas. Essa era uma oferta que Corky não podia recusar. Começou a andar no banheiro antes de dar uma palmada na boca e passou por Jesse, indo direto para o banheiro. Quando ele corou e afundou no chão, Jesse estava olhando para ele com uma expressão estranha. Seu olhar caiu no estômago de Corky. — Sim, sim. — Corky acenou com a mão, aparentando calma, embora estivesse quase entrando em pânico. — Você me engravidou. Não era isso o que queria? Não queria lidar com essa merda, mas agora estava grávido, não podia fazer nada sobre a necessidade de uma bebida, um cigarro ou um psiquiatra. Ok, ainda poderia ir ao psiquiatra, mas Corky passaria isso. Jesse molhou um pano, depois se ajoelhou e enxugou a boca de Corky. Corky afastou a mão dele. — Estou grávido, não inválido. Jesse grunhiu. — Posso ver que você vai ser difícil, não importa a situação. — Sou quem eu sou. — Corky ficou de pé e pegou sua escova de dentes. — Eu disse que não estava pronto para ser pai.


— Você que estava implorando para transar comigo. — Jesse lembrou-lhe com um sorriso nos seus lábios. — Se a minha memória me servir corretamente, também concordou em me deixar mordê-lo. — E você pode me morder agora. — Corky espremeu o creme dental sobre as cerdas. — Na minha bunda. Jesse rosnou. — Vou aguentar a sua boca enquanto estivermos sozinhos, mas na frente dos meus homens, você... — Terei de desempenhar o papel de uma boa esposa? — Corky começou a escovar os dentes, dando as costas para Jesse. Ainda precisava de tempo para processar isso, e não podia fazer isso com Jesse de pé atrás dele. Ele sentiu-se como um idiota por descontar sua irritação em Jesse. Mas agora que a luz da manhã estava sobre ele, os medos de Corky caíram sobre ele pra valer. — Praticamente. — Disse Jesse antes de ligar a água do chuveiro. — Tem algum problema com isso? Corky olhou por cima do ombro enquanto tirava a escova de dentes. — Não tenho peitos, nem vagina. — Graças a Deus por isso. — Jesse entrou debaixo do jato, fechando a porta de vidro. Corky enxaguou a boca antes de entrar no quarto. Assim que atravessou o quarto, o celular tocou. O identificador de chamada mostrou apenas um número de telefone. Corky sentiu que sabia quem era, então ignorou a ligação. Não sentiu vontade de lidar com o seu pai. O bastardo não receberia o dinheiro de volta. Ainda não podia acreditar que a sua mãe contou a ele que tinha dado a Corky. Diante do espelho, Corky olhou para o abdômen. Com certeza, uma fraca linha de concepção ia do seu umbigo até a virilha. Pegou o celular, pronto


para ligar para Bailey quando viu que tinha um correio de voz. Mordeu o lábio, debatendo se deveria ouvir ou excluir a mensagem. Não queria se irritar, e provavelmente aconteceria isso se ouvisse a mensagem. Sua atenção foi afastada do seu celular quando Jesse apareceu na entrada do banheiro, completamente nu e molhado do chuveiro, seu pênis ficou meio duro quando olhou Corky de cima e para baixo. — Você vem tomar banho comigo? Corky estava lutando contra o acasalamento com Jesse por causa dos seus medos, não porque não fosse atraído pelo alfa. Jesse tinha um físico de abalar, e o pau de Corky se contraiu enquanto pegava cada centímetro desse delicioso corpo. Lançando o celular na cama, que ainda estava toda bagunçada por causa do seu sexo selvagem, Corky atravessou o quarto, de repente se sentindo tímido quando ele passou por Jesse e entrou no banheiro. O banheiro já estava cheio de vapor. Jesse não disse uma palavra enquanto entrava no box. Corky o olhou, observando a água descendo em cascata sobre o corpo. Ele era o espécime masculino perfeito, magro e musculoso, e Corky queria adorar cada centímetro dele. Mas então, Corky virou-se e olhou no espelho a linha do estômago. Então olhou para o box. Se Corky deixasse de ser infantil, admitiria que se importaria mais com ele mesmo do que Jesse. Sabia que Bailey se importava, é claro, mas isso era diferente. Isso. Era diferente. Corky entrou no box e ficou de pé atrás de Jesse, sem saber o que fazer agora que decidiu ficar com Jesse. Realmente estava com ele. A coisa toda. Sem meio passo. Na verdade, Corky pensou que Jesse tentaria brincar com ele no chuveiro. Em vez disso, Jesse se virou, depois começou a lavá-lo, usando o paninho com sabonete em cada centímetro do seu corpo. Ainda ficou atônito


quando Jesse baixou de joelhos e lavou os tornozelos e os pés. Corky nunca tinha imaginado que alguém tão forte e dominante como Jesse ficaria de joelhos. — Vire-se. Ele obedeceu, dando a Jesse as costas. Seu companheiro começou dos tornozelos de Corky e trabalhou até o pescoço dele, então Jesse colocou o pano de lado e lavou o cabelo de Corky e maldição se os dedos do homem não o faziam se sentir bem, massageando o seu couro cabeludo. Corky

não

percebeu

que

ele

pensava

em

Jesse

como

seu

companheiro. Quando ele pensou nessa única palavra, Corky decidiu que gostava disso. Muito. — Estou chocado por não discutir comigo por estar te lavando. — Jesse brincou. — Isso é porque os seus dedos são mágicos. — Corky gemeu quando inclinou a cabeça para trás. Não podia acreditar que ficou duro só por ter o seu cabelo lavado. Todo toque era gentil, e também eletrizante. O corpo de Corky estremecia enquanto Jesse enxaguava o shampoo dos seus cabelos. Então, Jesse voltou-se para Corky e olhou para ele com os olhos azuis penetrantes, enquanto seus dedos acariciavam o estômago de Corky. Podia dizer pelo olhar no rosto de Jesse que ele estava feliz que Corky estava grávido, mas Corky ainda estava tentando processar a sua situação, ainda tentando envolver sua cabeça sobre o fato de ele ter uma criança crescendo dentro dele. Tinha visto Bailey grávido, mas as coisas eram completamente diferentes agora que era Corky quem daria à luz em alguns meses. — Posso ver isso nos seus olhos. — Disse Jesse. — E tem razão por ficar assustado. É por isso que estou aqui para te apoiar. Posso lidar com as suas dúvidas e inseguranças, desde que você me fale sobre elas e não apenas fuja delas... de mim.


Corky deu uma risada irônica. — É estranho. Não tenho nenhum problema em deixar você empurrar o seu pau na minha bunda, mas essa coisa íntima, pessoal e carinhosa me embaraça. Jesse franziu as sobrancelhas. — Por quê? — Não estou acostumado a isso. — Corky admitiu. Pensou nos seus pais e no modo frio que o tratavam, como o afastaram emocionalmente e como Corky manteve seus sentimentos engarrafados dentro dele praticamente toda a vida. Dizer a Jesse o que o seu companheiro queria ouvir ontem à noite era diferente. Estava no auge da paixão. Mas conversar com Jesse na manhã seguinte, quando os primeiros raios de sol entravam no banheiro atingiam Corky, o deixava pronto para se afastar do chuveiro. — Você sabe a diferença entre paciência e tolerância? Corky não tinha ideia de onde Jesse estava indo com isso. — Conte-me. — Terei paciência se você cometer erros enquanto está tentando se ajustar a sua nova vida. Eu posso lidar com isso. — Disse Jesse. — Mas só terei alguma tolerância se fizer algo que você sabe que não deveria fazer. Corky inclinou a cabeça para o lado e sorriu. — Você quer dizer agir como um pirralho. — Entre outras coisas. — Jesse assentiu. — A água está ficando fria. — Você está evitando esta conversa. — Disse Jesse. — E vou deixar passar. Sei que ainda está cansado da noite passada. Corky olhou para ele um momento mais antes de sair do chuveiro. Jesse desligou a água e estava logo atrás dele, pegando uma toalha de um armário. Mais uma vez Corky ficou atônito quando Jesse começou a secá-lo.


Simplesmente ficou ali, sem saber o que dizer ou fazer. Então, Jesse envolveu a toalha em torno da cintura de Corky, virou-o para a porta e golpeou a sua bunda. Corky olhou por cima do ombro para o alfa. Jesse riu e deu as costas para Corky. Pegou outra toalha do armário e secou-se. Com os olhos baixos, Corky entrou no quarto.

Corky sentou-se em uma cadeira junto à grande janela, olhando as montanhas enquanto girava o celular na mão. Queria ouvir o correio de voz, porque, independentemente do quanto o seu pai o odiava e do quanto Corky dizia a si mesmo que não se importava com isso, estava curioso para saber o que o seu pai havia dito. Jesse estava sentado na sua mesa usando seu laptop, dando a Corky seu espaço. Corky podia dizer pelos olhares de lado que Jesse estava se perguntando sobre o seu humor quieto. Corky ficou sentado na sua cadeira por um bom tempo, com o seu celular na mão, enrolando para decidir se devia ouvir a mensagem ou simplesmente excluí-la. — Estou morrendo de fome. — Jesse afastou-se da sua mesa. — Que tal uma boa refeição na cidade? Isso teve a atenção de Corky. Ficou preso no território dos ursos durante todo o inverno, ficando quase louco por estar encarcerado. Sua pequena visita a Grizzly Ridge não contava como sair, não quando Corky passara por lá. — Sério? — Fez uma careta quando olhou para Jesse. — Não tem medo que eu vá embora? — Você prometeu vir a mim se ficasse com medo.


Tecnicamente, Corky não tinha. Jesse pediu para ele, mas Corky nunca havia prometido. Ele estava muito animado sobre ir à cidade para discutir esse ponto. Além disso, onde ele iria e como ele chegaria lá se ele fosse embora? E ele tinha um filho na barriga. Poderia se esconder entre os humanos durante o primeiro mês da sua gravidez, mas depois disso, todas as apostas estavam canceladas. Os homens de trajes pretos o sequestrariam e o levariam para algum laboratório e Corky nunca mais veria a luz do dia. — Você se importaria se a minha matilha se juntasse a nós? A pergunta chocou Corky. — Você está me perguntando? Encolheu os ombros. — Sei que você ainda está se acostumando. Não tinha certeza se você estava pronto para estar ao redor dela. A matilha de Jesse não incomodava Corky. Embora ainda não interagisse com todos, moravam sob o mesmo teto, então achou que poderia muito bem conhecê-los. — Não me importo. Com um aceno de cabeça, Jesse saiu do quarto. Graças a Deus, Walker lhe trouxe suas roupas. Corky teria que conversar com Abe sobre o seu vídeo game. Essa merda não era legal. Se ele tivesse o seu console, Corky teria alguma coisa para fazer em todo o seu tempo livre. Mas, se Abe o guardasse, poderia ser sua maneira de garantir que Corky o visitasse. Ele sabia que o shifter coelho nunca entraria no território dos lobos. Corky revirou suas roupas e encontrou um jeans e uma camisa Henley. Tirou o pijama e vestiu-se. Na verdade, vestir-se e saber que estava indo para algum lugar ajudou a tirá-lo da sua ansiedade. Escovou os dentes e penteou o cabelo, embora o seu cabelo não quisesse cooperar. Mas foi o melhor que ele


conseguiria. Corky encontrou Jesse no andar de baixo. Não viu mais ninguém. — Onde estão seus homens? — Já foram. — Jesse pegou as chaves de um pote em cima do armário do vestíbulo. — Eles nos encontrarão lá. — Posso dirigir? — Corky não dirigia há muito tempo, e queria rasgar as estradas. Saltou com entusiasmo, pronto para implorar se tivesse que fazêlo. — Ouvi falar sobre o modo que dirige. — De quem? — Bailey era a única pessoa que tinha visto Corky dirigir, e tinha certeza de que Bailey não falou com Jesse sobre isso. — Walker. Merda. Corky se esqueceu dele. — Tudo o que ele disse pra você é mentira. Jesse riu. — Vou deixar você dirigir quando chegarmos à cidade. As estradas da montanha podem ser traiçoeiras. Corky poderia viver com isso. — Ponto justo. Jesse parou antes de saírem da casa e deu um beijo rápido em Corky. Foi legal, fez o coração de Corky vibrar, e ele queria que durasse mais, mas Jesse se afastou e saiu. — Maldita provocação. — Corky resmungou quando pulou na caminhonete de Jesse. — O que você disse? — Nada. — Corky sorriu inocentemente para o seu companheiro. Jesse revirou os olhos, como se soubesse que Corky estava cheio de merda. Corky olhou pela janela o passeio inteiro para a cidade. Sua mente


continuava voltando para aquele maldito correio de voz. Deveria simplesmente excluí-los e esquecer que os seus pais existiam. Era o que haviam feito com ele a maior parte da sua vida, esquecido da sua existência. Quando chegaram ao pé da montanha, fiel à sua palavra, Jesse colocou a caminhonete no acostamento e saiu. Corky sentou-se por um segundo, imaginando se Jesse realmente o deixaria dirigir. Estava bastante seguro de que a Toyota Tundra de Jesse ainda era nova. Ainda tinha aquele cheiro de carro novo e o interior estava limpo. Jesse até tinha saído do seu assento. — Sente-se no assento do motorista. — Jesse disse isso quando abriu a porta do passageiro. Com uma onda de excitação, Corky foi para o assento de Jesse e teve que reajustá-lo. Seu companheiro era muito mais alto do que ele. Uma vez que ele se instalou e Jesse prendeu o seu cinto, Corky decolou. — Jesus Cristo! — Jesse bateu a mão sobre o painel. — Isso não é NASCAR. — O quê? — Corky perguntou quando desacelerou em um sinal de parada, em seguida, bateu no acelerador. Os pneus do lado do passageiro rolaram sobre o meio-fio quando fez a curva para a direita. — Você se esqueceu de me dizer onde é o restaurante. — Olhe para aquele gato. Corky pisou nos freios. — Cara, eu não ia bater nisso. Jesse esfregou uma mão sobre o rosto. — Coloque a maldita caminhonete no estacionamento e saia. — Apenas me diga onde é o restaurante. — Corky argumentou. Ele odiava os motoristas do lado direito. — Minha condução não é tão ruim. Ele atravessou as ruas de Howling Cavern, curtindo a liberdade da estrada novamente. Jesse sentou-se ao lado dele, parecendo que ia dar a luz a


qualquer momento. Seu rosto estava comprimido, o suor se juntou nas sobrancelhas e os seus músculos estavam tão tensos que poderia senti-los quebrarem a qualquer momento. — Cara, vou continuar dirigindo até você me dizer para onde estamos indo. — Vire à esquerda. — Jesse disse com os dentes cerrados. Corky estremeceu quando ele virou de modo nada suave. Empurrou o volante para corrigir o seu erro, apenas para desviar no lado oposto da estrada. Quase bateu numa caixa de correio antes de virar o volante novamente e entrou na pista correta. — Foi mal. Jesse olhou para ele, com os olhos arregalados. — Essa curva foi a pior que já vi. Todos faziam muitas críticas. — Não me faça pedir para sair desta caminhonete. — É minha caminhonete. — Ainda vou tirá-lo daí. — Corky parou num sinal vermelho e olhou para Jesse. — Apenas relaxe. — Você quase atingiu aquele gato lá atrás. — Não. Jesse apontou para a direita quando a luz ficou verde e Corky começou a dirigir. — Vá para o estacionamento logo aí. Corky

fez

a

curva

estreita

no

pequeno

estacionamento

do

restaurante, quase atingindo um BMW brilhante. Estremeceu quando colocou a cabeça pela janela e viu o quão perto ele estava do para-choque traseiro do carro. Conseguiu avançar sem arranhar o carro. — Talvez você deva tirá-lo daqui. — Com prazer.


Quando Corky saiu, Jesse saltou no banco do motorista. Como um profissional, manobrou a caminhonete atrás da BMW e entrou na pequena vaga de estacionamento. — Ninguém gosta de exibição. — Corky gritou enquanto Jesse saía do carro e batia a porta da caminhonete. — Não estava me exibindo. Você simplesmente é um péssimo motorista. — Chegamos inteiros aqui. — Corky argumentou. — Você quase me custou milhares de dólares em reparos se tivesse raspado a BMW. — Jesse pegou o seu chaveiro, desligando a caminhonete antes de enfiar as chaves no bolso. Corky abriu a boca para argumentar e depois fechou-a. Ficou atônito que Jesse havia dito que ele teria pago por quaisquer danos, e não Corky. Quando Jesse agarrou sua mão, Corky não protestou. Entraram no restaurante e pararam no balcão da frente. Alguém gritou o nome de Jesse, e quando Jesse se virou e procurou a fonte da voz, Corky viu os homens de Jesse sentados em uma mesa no centro do restaurante. Corky os tinha visto em torno do território Rising, e na casa da matilha, mas realmente não falou com nenhum deles além de algumas palavras aqui e ali. Pareciam intimidantes enquanto Corky e Jesse se dirigiam para a mesa. Quando Corky sentou-se, Jesse o apresentou formalmente aos seus homens. A pessoa chamada Declan deu um olhar forte para ele, e Corky teve vontade de mostrar a língua para ele. — Já era hora dele tirar a cabeça do traseiro. — Um segundo, Jesse estava sentando-se, e no seguinte, estava inclinado sobre a mesa, sua mão enrolada em volta da garganta de Declan enquanto rosnava. — Olhe como você fala com o meu companheiro. Declan não tentou tirar Jesse e também não parecia assustado. Na


verdade, ele apenas olhou para o alfa com uma carranca profunda. Talvez não tenha sido uma boa ideia, afinal. Corky tinha se enganado pensando que poderia ajustar, que poderia fazer parte, mas o comentário de Declan lembrou que ele era um estranho. Lentamente, a carranca de Declan desapareceu. Deu um ligeiro aceno antes que Jesse o soltasse e se sentasse. Corky teve que continuar se lembrando que estava cercado por lobos. Podem parecer humanos, mas seu comportamento argumentou o contrário. Havia uma hierarquia na sua matilha. Corky se sentia como se tivesse que andar na ponta dos pés, mas não era quem ele era, e ele seria condenado se fingisse ser alguém que não era. Ainda assim, fale sobre se sentir estranho. — Você está com fome? — Avery perguntou ele. — Morrendo de fome. — Corky esfregou o seu estômago. — Eu poderia comer uma vaca inteira agora. Avery riu. — Um homem segundo o meu próprio apetite. Discutiram

os

itens

do

menu

enquanto

os

outros

homens

conversavam. Avery ajudou a aliviar a tensão dentro do peito de Corky. Corky cutucou a perna de Jesse e sorriu para ele antes de voltar ao menu. Só queria deixar o seu companheiro saber que estava bem, apesar do comportamento bárbaro. Felizmente, ninguém no restaurante prestou atenção a sua mesa. Jesse apoiou o braço sobre as costas da cadeira de Corky quando a garçonete veio à mesa deles e anotou os seus pedidos de bebida. — Estou dirigindo de volta para casa. — Corky não ia, mas não queria que Jesse ficasse de mau humor. Ainda estava franzindo o cenho. — Não nesta vida. — Disse Jesse. — Não sei quem lhe deu uma licença, mas precisam examinar a sua cabeça. E pensei que Walker estivesse exagerando.


— Tão ruim assim? — Uma das sobrancelhas de Avery se ergueu. — Não. — Corky se defendeu com uma fungada. — Jesse simplesmente não aprecia a arte das minhas habilidades de condução. Jesse bufou. — Habilidades? Quais habilidades? Você quase matou um gato e quase bateu numa caixa de correio. Avery estremeceu. — Cara, Jesse acabou de comprar essa caminhonete há alguns meses. Corky encolheu os ombros. — Não fiz um arranhão nela. Jesse disse aos seus homens sobre a condução de Corky. Corky não tinha certeza se deveria estar ofendido ou não, mas o polegar de Jesse estava entre os ombros de Corky o tempo todo. Quando pediram o jantar, Jesse mesmo tinha Declan rindo. Situação desarmada. Bom para mim.

Capítulo Sete Quando Corky levantou-se para usar o banheiro, Jesse esperou cinco segundos antes de segui-lo. Olhou para trás para se certificar de que nenhum outro estava vindo no seu caminho, depois entrou no banheiro dos homens. Corky estava na pia lavando as mãos. − Se sente melhor? − Perguntou Jesse. Seu companheiro assentiu. − Foi estranho por um minuto, mas acho que quebrei o gelo com eles. − Então, por que está se escondendo aqui? − Jesse pegou algumas toalhas de papel e as entregou a Corky.


− Quem diz que estou escondido? − Ele olhou para a porta. − Mas, como você está aqui, por que não nos aventurar? Uma das sobrancelhas de Jesse levantou. − Que aventura? − Começando agora. − Corky agarrou sua mão e puxou-o para o cubículo maior. Jesse riu quando entrou. Seu companheiro fechou a porta e virou-se para ele. − Eu me recuso a ficar de joelhos, mesmo que pareça limpo, mas... Ele desabotoou a calça de Jesse e enfiou a mão na sua roupa íntima. Um silvo escapou dele quando seu companheiro colocou os dedos em torno do seu pênis. Jesse estava rindo na mesa, mas ainda estava chateado com Declan. Porém os pensamentos dos seus membros da matilha fugiram quando Corky cuspiu na palma da mão e começou a acariciá-lo. − Merda. − Jesse inclinou suas costas contra a parede e empurrou a cueca até os joelhos. Ergueu a camisa no peito para poder ver a mão de Corky deslizando para cima e para baixo no seu pênis. Para o inferno com isso. Precisava de mais. Tirou a camisa e a jogou aos seus pés. − Agora você pode se ajoelhar. Com um sorriso perverso, Corky ficou de joelhos e pegou a cabeça do pênis de Jesse na boca. Ele gemeu enquanto agarrou um punhado de cabelo, puxando os fios enquanto o seu companheiro levava o seu eixo até a garganta. − Foda − disse Jesse com os dentes cerrados. Corky sugou o seu pau com experiência. Ele usou apenas a quantidade certa de dentes quando se afastou no seu pênis, quase o enviando sobre a borda. Então puxou suavemente as suas bolas. Um gemido saiu da sua garganta. Estava tão feliz por tê-lo seguido no banheiro. Um boquete não tinha estado na sua mente, mas o inferno se


deixasse passar a oferta, não quando Corky o fez ranger os dentes com tanta força que deveria ter quebrado um ou dois molares. Corky olhou para ele através dos fios loiros dos seus cabelos, seus olhos aquecidos e pesados. O aperto de Jesse ficou mais forte, então ele deu um empurrão na sua boca em pequenos movimentos rápidos e frenéticos, ofegante enquanto observava o seu pênis desaparecer entre os lábios dele. Ele não soltou, mesmo quando ouviu a porta do banheiro abrir. Apenas forçou os sons do seu prazer a ficarem presos na garganta. Como se estivesse sabendo que alguém estava no banheiro com eles e poderiam ser atacados a qualquer momento, Corky duplicou seus esforços, levando-o diretamente para a borda. Quem entrou lá estava levou muito tempo para sair, e Jesse estava pronto para gritar para ele sair do banheiro. Um som de pia sendo aberta surgiu, e o som da água ecoou. Corky puxou com força as suas bolas, e Jesse olhou para ele, as pontas dos seus caninos pressionando no seu lábio inferior. Ele sorriu ao redor do seu pênis, um brilho invejável nos olhos. Normalmente, Jesse não se importava com quem sabia que estava fazendo sexo. Mas enquanto estava parado tentando suprimir um gemido, achou que gostava da emoção no seu coração de potencialmente ser pego, de tentar esconder o que estavam fazendo porque alguém estava perto. Segurou a base do seu pênis e puxou o seu eixo da boca de Corky, deslizando a cabeça sobre os lábios inchados do seu companheiro. Ele moveu a língua e lambeu com um largo sorriso. Quando ouviu a porta abrir e fechar, dirigiu o pênis para baixo na garganta de Corky e gozou. Um grunhido ruidoso e revoltante vibrou no seu peito quando seu companheiro bebeu cada gota, depois lambeu a fenda quando Jesse lentamente puxou para trás. Em um movimento rápido, puxou Corky e o girou, colocando as


costas do seu companheiro no peito. Suas mãos se moviam freneticamente quando abriu a calça dele, as empurrando pelas coxas e liberando o seu pênis. Lubrificou a palma da mão com cuspe, depois o acariciou rapidamente, beliscando o lóbulo da orelha. Corky pousou seu traseiro contra o seu pênis flácido, que voltou à vida. Se mantivesse isso, Jesse o dobraria e o possuiria na parede do banheiro. Ele gemeu e se contorceu, com o punho de Jesse enquanto deslizava as mãos em torno da sua nuca e segurou enquanto arqueava as costas. − Você é um pirralho impertinente. − Jesse provocou o pescoço de Corky com os seus caninos. − Você ama e sabe disso − gemeu Corky. Sim, Jesse adorava isso. Também adorou que Corky não tivesse medo de correr riscos. Pelo menos não esse tipo de risco, ele poderia passar sem nunca deixá-lo dirigir de novo. Mas a aventura dele só mostrou o quanto o seu companheiro ansiava o seu toque e o quanto o queria, independentemente do que estava acontecendo ao seu redor. − Estou perto − gemeu Corky. Jesse sugou um dedo na outra mão na sua boca e o molhou, depois deslizou o dedo entre as nádegas dele e o afundou no calor apertado do seu traseiro. Corky gritou seu nome quando seu sêmen disparou, batendo no chão e na parede. Ele desabou contra Jesse, ofegantemente enquanto baixava os braços. Jesse beijou a parte de trás do pescoço dele. − Era exatamente o que eu precisava. − Eu sei. − Corky se afastou, puxou o jeans e levantou-o no lugar. Jesse não queria se mover. Ele ficou caído contra a parede, o olhar fixo no rosto de Corky. − Eu preciso de um cochilo.


− Isso significa que eu estou dirigindo para casa? − Corky provocou. − Eu teria que estar morto para dizer sim. − Jesse finalmente se afastou da parede e endireitou as suas roupas. − Talvez depois do nascimento do filhote, vou te dar aulas de condução. Deus sabe que você precisa delas. − Pare de me insultar depois que eu te fiz gozar. − Corky puxou algum papel higiênico e limpou a bagunça no chão e na parede antes de jogálo no lixo. Com uma risada, Jesse o puxou para perto e o beijou. Era suposto ser um beijo rápido, mas Corky gemeu na sua boca, e ele estava perto de puxá-lo e fodê-lo sem sentido. Liberou Corky, depois abriu a porta. Depois de lavar as mãos, eles se juntaram aos homens de Jesse na mesa deles.

− Ei! Jesse virou-se. Ele e Corky estavam passando pelo estacionamento quando Avery o chamou. Ou então ele pensou. Quando o seu beta o alcançou, se dirigiu a Corky. − Eu ouvi que o shifter coelho não lhe deu o seu vídeo game. Jesse escondeu o sorriso. Avery estava tentando encontrar um terreno comum com Corky. Ele apreciou o alcance do seu beta. Os seus homens não ficaram felizes pela forma como Corky fez com que Jesse perseguisse a sua cauda em círculos. Na verdade, pensou que nenhum deles gostaria de Corky depois disso. Essa foi uma das razões pelas quais havia convidado sua matilha para jantar. Queria que eles conhecessem o seu companheiro. Tinha havido um toque e outro com Declan, mas mesmo seu idiota


mal-humorado se divertiu, embora Jesse não estivesse com a respiração suspensa esperando que Declan aceitaria Corky tão prontamente quanto Avery parecia estar. − Tudo bem − disse Corky. − Eu sei que Abe está apenas segurando-o refém para que eu venha vê-lo. Jesse franziu o cenho. − Por que ele faria isso? − Bem, você vê − disse Corky enquanto se dirigia para Jesse, − quando duas pessoas se juntam ao matar zumbis, essa situação de vida ou morte os torna bons amigos. Avery quebrou. − Eu realmente gosto dele. Jesse franziu o cenho para o seu beta. − Ele só quer se divertir − disse Corky. − E, para ser sincero, sinto falta de Abe. − Corky deve ter pegado a súbita onda de ciúme de Jesse, porque acrescentou: − Sério? O que, você acha que eu e Abe tivemos um caso secreto? − Ele riu. Jesse não viu o que era tão engraçado. Ele deu um grunhido baixo. − Ele é como um pai para mim. − Corky ainda estava rindo. − Ele é um cara legal, mas não, obrigado. Eu não estou na coisa do papai. Quando Jesse deu uma olhada em direção a Avery, ele estava lutando contra um sorriso. − Você não comece − advertiu. Avery levantou as mãos, as palmas para fora. − Não me arraste para isso. O sol já tinha sumido, então era muito tarde para visitar. Além disso, precisava ligar com antecedência e perguntar a Clint Rising se estava bem com os dois entrando no território dos ursos. Era protocolo padrão com os shifters da montanha, embora Jesse tivesse tido poucas interações com leões e


leopardos da neve. Já havia empurrado sua sorte entrando no território do urso diariamente enquanto estava perseguindo Corky. Ainda assim, fazia um bom tempo desde que viu o seu primo Elijah e o seu sobrinho Weston. Talvez pudesse visitá-los enquanto Corky estava com Abe. Deslizou a mão sobre a nuca de Corky. − Vou ligar para Clint e ver algo para que você possa ver Abe. Os olhos de Corky brilharam quando ele sorriu. − Mesmo? A esperança no olhar dele o fez desejar fazer mais coisas para agradar o seu companheiro. Do canto dos seus olhos, viu Avery sorrindo como um idiota. Jesse rosnou. − Por que diabos você está sorrindo? Avery recuou. − Não é nada. − Mas o humor nos seus olhos verdes não desapareceu. − Leve-o de volta à casa. − Ele parece muito legal − disse Corky. Jesse torceu os lábios para o lado, se perguntando se deveria avisar Corky sobre os seus homens. Ele não queria contar o seu negócio pessoal, mas tinha que deixá-lo saber que estava tentando sair com homens com passados quebrados. − Apenas tenha cuidado − disse Jesse. − Nossa matilha vai lutar para mantê-lo seguro, mas eles não são domesticados. De forma alguma. Quando Corky olhou para ele, Jesse repetiu o que acabara de dizer na sua mente. Não havia dito nada de ultrajante, então porque Corky parecia como se estivesse a beira das lágrimas? − Obrigado. Jesse não tinha ideia. − Pelo quê?


− Às vezes você diz as coisas mais incríveis. − Corky riu. Ele se dirigiu para a sua caminhonete, mas Jesse ainda estava desconcertado. − Sobre o que você está falando? − Ele acabou de avisar Corky de que a matilha não era estável. Por que Corky agradeceria por isso? Então ele percebeu. Havia dito nossa matilha. A palavra acabara de fluir naturalmente. Jesse não viu porque isso deixaria Corky agradecido. Ele estava atrás da parte traseira da caminhonete de Jesse. Pelo jeito que o seu companheiro se recusou a olhá-lo, poderia dizer que tinha algo na sua mente. − Meus pais não são exatamente os mais amorosos. − Corky lhe disse como eles haviam tratado o seu filho toda a vida. Como o seu pai abusou dele fisicamente e mentalmente por ser gay. Como a sua mãe tinha bebido até o esquecimento, então não teria que lidar com a discórdia na sua casa. Quanto mais ele falou, mais irritado Jesse se tornou. A cereja no topo do bolo foi os seus pais ganhando na loteria e abandonando seu filho. Ele disse a Jesse sobre como a mãe de Corky tinha vendido o seu carro, e sobre o seu pai exigindo que ele fosse embora. Corky deu um profundo suspiro. − Eu não lhe contei tudo para ter a sua pena. Eu só queria que soubesse... Eu não sei. − Ele coçou a parte de trás do pescoço. − Obrigado por me fazer sentir parte de algo. − Foda. − Jesse puxou Corky em seus braços. − Você faz parte desta matilha agora. Não importa se acabou de chegar aqui. É tão importante para mim quanto os meus homens. Inferno, você é mais importante para mim do que eu posso explicar. As palavras de Jesse não estavam saindo do jeito que ele queria, mas sabia que Corky entendeu o que estava tentando dizer. Franziu a testa quando ele olhou para o chão, afastando-se ligeiramente dele. Então notou que as lágrimas haviam retornado, repletas nos olhos dele.


Não sabia o que dizer ou fazer para fazer com que ele sorrisse. − Nunca fui alguém especial − confessou Corky. Jesse colocou um dedo sob o queixo dele, fazendo o seu companheiro olhá-lo. − Você é meu especial. Nunca esqueça isso. O telefone de Jesse tocou, fazendo-o rosnar. Puxou-o do bolso para ver o nome de Clint na tela. − Eu estava pensando em ligar para você − ele disse enquanto atendeu. Deslizou o braço em torno dos ombros de Corky e puxou o seu companheiro para o seu lado, amando como se encaixava nele. − Temos um problema − disse Clint. Era exatamente o que Jesse não queria ouvir. − Que problema? − Valentino sumiu. Ninguém o viu ou ouviu falar dele em mais de duas semanas. Seu chefe já apresentou um relatório de pessoa desaparecida. O instinto de Jesse apertou. Não conhecia muito bem o guarda florestal e só conversou com ele algumas vezes, mas Valentino era uma pessoa legal. Manteve o segredo dos shifters e tomava conta deles, avisando-os quando os problemas estavam indo no seu caminho. O

seu

desaparecimento

também

significava

que

os

humanos

formariam uma equipe de busca e o procurariam nas montanhas. Os shifters precisavam encontrar o guarda florestal que sumiu e rápido. A última equipe de busca que entrou no seu território causou problemas suficientes. − Estou a caminho.


Jesse parecia destinado a entrar no território dos ursos esta noite, afinal. Ele parou na clareira junto ao lago e desligou o motor. Clint, Bobby Ray, Walker e Duane estavam de pé junto ao poço de fogo apagado, falando. Clint olhou para ele, e Jesse sabia que a situação era séria quando viu a tensão nos olhos cinzentos. Não se incomodou em avisar Corky para ficar na caminhonete. Todos os homens shifters conheciam o seu companheiro e o receberam quando Corky saiu e se apressou. Jesse deu um grunhido baixo quando Bobby Ray deu a Corky um abraço de urso. − Senti sua falta, esguicho. Corky corou quando empurrou Bobby Ray. − Eu duvido muito disso. Você estava constantemente ameaçando me dar de alimento aos leões da montanha. − Ele fez o quê? − Jesse olhou entre Bobby Ray e Corky. − Ele não quis dizer isso − Corky defendeu. − Eu era apenas uma dor real na bunda. Jesse queria que Corky fosse tão extrovertido e descontraído com a sua matilha quanto estava ao redor dos ursos. Ele sabia que isso levaria tempo, no entanto. Corky estava na montanha há meses, mas acabou de se juntar a sua matilha. Clint fechou a distância e parou a uns centímetros de Jesse. − Parece que precisamos trabalhar juntos novamente, lobo. Para impedir que os humanos se infiltrassem nas suas montanhas,


Jesse trabalharia com o Satanás. − Quando foi a última vez que alguém viu o guarda-florestal? − Eu parei há cerca de três semanas para verificá-lo − disse Clint. − Não gosto que ele more sozinho, especialmente com os vampiroes vagando pelas montanhas. Ele pareceu bem quando fui embora. − Mas seu trabalho é patrulhar uma grande parte das nossas montanhas − disse Walker. − Isso não significa que os vampiroes chegaram a ele. Pode ter se machucado e não foi capaz de pedir ajuda. Jesse

não

gostou

dessa

opção.

Duvidava

que

um

humano

sobrevivesse duas semanas sem nenhum alimento, água ou abrigo. Com a primavera chegando, choveu muito. Valentino poderia ter sido vítima de uma inundação ou deslizamento de terra, mas o seu instinto disse que não era o caso. − Talvez ele estivesse com alguns seres humanos − acrescentou Duane. − Nem todos os caminhantes são amigáveis e com intenções honestas. Jesse gostou desse cenário ainda menos. − Só há uma maneira de descobrir. Corky olhou para ele. − Eu conheci Valentino. Ele é um cara muito legal. Nós temos que encontrá-lo. Aproximando-se da sua caminhonete, Jesse chamou Avery. − O que há? − Perguntou Avery, seu humor anterior desapareceu. Ele voltou a ser ele mesmo agora que Corky não estava por perto. − Eu preciso que todos me encontrem na clareira Rising. − Considere feito. Essa era uma das coisas que Jesse adorava sobre os seus homens. Eles nunca pediram um motivo. Se precisasse deles, eles estavam lá e viceversa. Sua matilha pode ter seus problemas, mas eles estavam unidos quando surgiram problemas.


Corky colocou a mão no seu braço. − Você quer que eu fique com Abe e Deloris? Jesse

não

estava

muito

interessado

nos

coelhinhos

shifters

observando seu companheiro grávido. Os vampiroes invadiram o território Rising mais de uma vez. As criaturas haviam ficado bastante caladas durante o inverno amargamente frio, mas os de Howling Cavern provaram que estavam ativos novamente. E provavelmente famintos. − Trigger e Wade ficarão atrás para cuidar dos companheiros − Clint disse enquanto se aproximava. Ele olhou para Corky e um brilho de conhecimento apareceu nos seus olhos. − Eles não deixarão nada acontecer ao seu companheiro grávido. A cabeça de Bobby Ray levantou. Um sorriso largo e pateta apareceu no seu rosto e ele explodiu rindo. − Depois de toda essa merda que você falou e a luta que colocou sobre não ser nocauteado. − Parabéns − disse Walker com um sorriso próprio. − Bailey já sabe? − Não − disse Corky. − E eu apreciaria que nenhum de vocês abrisse a boca até eu contar a ele. − Ele olhou diretamente para Bobby Ray. − Você estará com ele enquanto estivermos caçando − disse Clint. − É melhor lhe dizer antes de voltarmos. Você sabe que Bobby Ray vai se divertir. Bobby Ray franziu o cenho. − Você diz isso como se eu fosse uma velha que gosta de fofocar. Mesmo Jesse sabia a verdade. Embora Bobby Ray adorasse se divertir e brincar, ele poderia ficar sério quando necessário, mas era a pessoa mais indiscreta que Jesse conhecia. Olhou para sua direita quando sentiu o cheiro da sua matilha se aproximando. Eles viriam nas suas formas de lobo. Embora ele e Declan não


estivessem em bons termos agora, Jesse não tinha dúvidas de que ele lutaria até a morte para proteger o seu alfa. − Acho que precisamos colocar essa pesquisa em andamento − disse Clint, − antes de Trigger e Declan se verem. Jesse poderia estar em condições de falar com os ursos, já que eram tecnicamente família porque Elijah tinha acasalado com Duane. Mas o lobo dominante nele grunhiu no pensamento de qualquer um que ameaçasse um dos membros da sua matilha. Clint encolheu os ombros, como se não estivesse incomodado pelo grunhido de Jesse. − É o que é. Eles se odeiam. Preferiria descer agora e evitar uma briga que vai nos custar tempo, então, Trigger e Declan irão na garganta um do outro. Jesse sabia que ninguém trataria mal ao seu companheiro, mas isso não significava que gostava de deixar Corky aqui. Quando ele planejou levá-lo para visitar Abe, tinha a intenção de fazer uma visita completa. Seu lobo grunhiu com a ideia de deixar Corky, mas era melhor do que levá-lo para casa e deixá-lo lá sozinho. Corky aproximou-se de Jesse e ficou de pé diante dele enquanto franziu a testa. − Toda essa maldita testosterona está me dando uma dor de cabeça sólida. − Ele revirou os olhos. − Eu vou ver o que Bailey está fazendo. Boa sorte. Jesse agarrou-o antes que Corky pudesse se afastar. − Você não está esquecendo algo? Corky ficou tão vermelho que deveria ter pegado fogo. − Você quer transar na frente de todos? − Ele sussurrou. O ego de Jesse exigiu que ele fizesse exatamente isso. Reivindicá-lo e permitir que todos soubessem que o seu pequeno humano era desejado e


apreciado. Ele pensou sobre o que ele lhe falara sobre a sua vida doméstica. Corky merecia ser amado, e que todos soubessem o quanto Jesse cuidava dele. Jesse passou a mão pelo pescoço de Corky e agarrou sua nuca enquanto o aproximava. − Você tem um problema comigo mostrando a alguém o que você é para mim? − Não. − Corky balançou a cabeça. − Eu preferiria não fazer isso com tantos olhos em mim. Jesse bateu nos lábios de Corky, acariciando a boca antes de varrer o interior dela com a língua. Corky derreteu contra ele, agarrando a camisa de Jesse, tentando escalá-lo. − Bem, caramba − disse Duane. − Essa é uma mudança do Corky que eu conheço. Jesse rosnou, e Corky comeu o som. Ele acariciou o peito dele, acalmando-o. Quando eles se separaram, Corky estava atordoado. Jesse também foi afetado. Estava tão duro que ficou tentado a empurrar Corky para dentro da sua caminhonete e fodê-lo até o inferno. − Podemos ir agora? − Clint perguntou. − Eu prefiro não ver Corky fazendo um strip e se oferecendo a você. Jesse piscou para Corky. − Eu gostaria. Corky sorriu e revirou os olhos. − Eu vou encontrar Bailey. Mais uma vez, boa sorte. Ele saltou um pouco em cada passo enquanto se dirigia para a casa de Walker. Jesse se virou para os seus lobos. − Nós procuramos até encontrar o guarda florestal. Mudando para a sua forma de lobo, decolou com a matilha logo atrás


dele.

Capítulo Oito Corky mantinha-se ocupado brigando com Bailey e jogando com Abe. Também permitiu que Deloris o alimentasse até sentir que estouraria. Sorriu quando Bailey pirou sobre a sua gravidez, mas o sorriso de Corky não correspondia com o seu humor real. Por dentro, estava ficando louco. Havia vampiros e animais selvagens na floresta. E se Jesse tivesse caído de um penhasco no escuro ou tivesse sido atacado por uma série de leões de montanha irritados? O estresse tinha Corky na ponta enquanto ia pela centésima vez em direção à janela da frente. Bailey estava dormindo no quarto de hóspedes, sua filha, Victoria, estava ninhada na cama com ele. Os Russells tinham ido dormir um pouco depois da meia-noite. Corky tinha escolhido ficar no sofá, mas não tinha conseguido dormir. Era estranho como tinha se acostumado a dormir sob Jesse em pouco tempo. Os outros companheiros também estavam lá. Dean e a sua filha estavam enrolados em uma cama dobrável e as almofadas foram empilhadas no chão para Dane e o seu filho King. Elijah tinha escolhido ficar em casa, e estava lá com Benny e os outros com Wade cuidando deles. Corky abriu lentamente a porta da frente e saiu, depois fechou-a silenciosamente atrás dele. Trigger estava em uma das cadeiras da varanda, inclinando-se para trás quando verificava os arredores. Virou a cabeça quando Corky saiu. ― Não consegue dormir? Corky sacudiu a cabeça. Trigger era um dos irmãos que realmente


gostava. O cara não o provocou nem se incomodou com ele do jeito que os seus irmãos tinham. Corky sabia que não significava nenhum dano, mas era legal ficar ao lado de alguém que não iria fazer uma piada sobre Corky ser nocauteado ou o fato de viver com os lobos. ― Estou muito preocupado ― admitiu Corky. ― Eles não deveriam ter ido tão longe. ― Não. ― Trigger balançou a cabeça. ― Estão bem. Nós shifters lidamos com piores situações e sobrevivemos. Bailey contou a Corky sobre o pai deles. Clarence Rising fez o pai de Corky parecer um santo. Não tinha certeza de como os irmãos haviam lidado com o horrível abuso as suas vidas inteiras. Então, novamente, Corky sabia. Lidou com o seu próprio nas mãos dos seus pais. Trigger assentiu para o assento vazio ao lado dele. Quando Corky se sentou, Trigger tirou o cobertor do colo e jogou-o sobre Corky. ― Jesse vai me matar se você ficar doente. Corky arqueou uma sobrancelha. ― Não pensei que Jesse o intimidasse. Trigger deu uma pequena risada. ― Ele não, mas prefiro não me emaranhar com um shifter quando se trata do seu companheiro grávido. ― Ainda é estranho ― admitiu Corky. ― É como se soubesse que tenho o bebê, mas como não vejo nenhuma diferença. ― Não se sente real. ― Trigger cruzou os tornozelos. ― Talvez eu não tenha sido aquele que carregou o meu filhote, mas na verdade não bateu em mim até que Dean começou a mostrar. ―E ainda estou me acostumando a estar com Jesse. ― Corky olhou para o bosque. ― Sinto que tudo está vindo para mim de todos os lados. ― Você falou com Jesse sobre isso? ― Não. ― Jesse precisava recuperar a sua matilha, e Corky não


queria incomodá-lo com algo tão pequeno quanto se sentir um pouco sobrecarregado. ― Mas é por isso que tenho você. ― Sorriu para Trigger. Trigger riu. ― Usando-me para desabafar? ― Sim. ― Não me importo ― Trigger ergueu as mãos para o estômago, parecendo que não se importava com o mundo. ― Apenas tenha em mente que um pouco do seu humor vai ser impulsionado por seus hormônios. O coração de Corky bateu disparado quando Trigger se empurrou para frente, inclinando a cabeça para o lado. ― O que é? ― Perguntou Corky. ― Você ouve um vampiro? A expressão de felicidade de Trigger desapareceu quando lentamente se levantou. Inclinou a cabeça para trás e cheirou. Corky não sabia por que continuava esquecendo que eram shifters, porque o movimento era puramente animal. Bailey tinha dito a ele que os shifters tinham corações de animais, e Corky podia acreditar enquanto Trigger saiu da varanda, seus passos silenciosos enquanto caminhava mais para o pátio aberto. Corky não tinha ideia do que Trigger estava fazendo, mas o seu pulso acelerou enquanto estava de pé, também. Se moveu para o topo dos degraus, seu olhar saltando por toda parte enquanto procurava problemas. Era quase amanhecer, mas o sol não estava suficientemente alto para apagar todas as sombras, o que fazia os arredores de Corky se sentir um tanto estranhos quando pisou na varanda. Assim que se juntou a Trigger ao seu lado, ouviu vozes. Soou como se alguém estivesse vindo através dos arbustos quando os pássaros fugiram de uma árvore próxima. Embora

Corky não

fosse

um

shifter,

respirou

profundamente,

tentando ver se cheirava o odor nocivo dos vampiros. Mas o único que podia


cheirar era pinheiro e o orvalho da manhã. Além disso, pelo que sabia, os vampiros não conversavam. Dois homens em camisas de flanela e calças de ganga vieram através da linha de árvores pela clareira. Ambos tinham rifles pendurados sobre os ombros. Um era muito mais alto, mas um pouco mais magro do que o segundo, que era baixo, gorducho e tinha tanto cabelo facial que escondia a maior parte do seu rosto. Pareciam caçadores. Estavam falando um com o outro, então Corky não achou que notaram Trigger e ele ainda. O alto estava dizendo algo para a gordo. O mais baixo riu quando o alto cuspiu no chão - o tipo de cuspe que contou a Corky que o cara tinha mordido na boca. Um baixo grunhido retumbou no peito de Trigger. Os dois olharam para eles, surpresa nos olhos deles. O alto tinha olhos castanhos planos e o seu cabelo loiro e macio pendia até os ombros. O nariz parecia grande demais para o rosto dele. O mais baixo tinha cabelos castanhos avermelhados com raias pesadas de cinza. Seu nariz era bulboso, e o seu olho direito vagou quando ele os estreitou em Corky e Trigger. ― Você está em propriedade privada ― disse Trigger com uma voz de alerta. Os dois homens se aproximaram. O senso comum disse a Corky para voltar para a casa, mas não queria deixar Trigger sozinho com os homens armados. ― Woo-wee! ― O mais baixo riu. ― Você vê todas essas casas elegantes escondidas aqui, Earl. Earl deve ser o mais alto. Sorriu, mostrando dentes amarelados. Corky notou a protuberância no lábio inferior. Sim, ele tinha mordido a boca. Earl cuspiu no chão. ― Ouvi sobre os homens que vivem nas montanhas. Simplesmente


não pensei que todos viviam em casas tão elegantes. Corky olhou para Trigger e viu seus caninos se alongando. Porcaria. ― Não se atreva a mudar ― disse Corky em voz baixa. Os homens não se aproximaram o suficiente para ouvi-lo sussurrar. Em voz baixa, Trigger disse: ― Não deixo estranhos perto de um companheiro grávido. Além disso, alguns dos companheiros e filhotes estão na casa do Abe. Os shifters não eram nada, senão protetores da sua família. Corky estava tocado pelo fato de Trigger o estar defendendo. ― Somos parte do grupo de busca que o xerife Connelly formou. ― Earl cuspiu novamente, e o estômago de Corky rolou. Se o cara fizesse isso mais uma vez, Corky iria ficar enjoado. Era apenas desagradável. ― Vocês não viram o guarda-florestal? ― Perguntou o mais baixo. ― Nós estávamos procurando a noite toda. Trigger balançou a cabeça. ― Não, agora saiam daqui. Earl sorriu quando o mais baixo apertou os lábios. ― Você não pode nos oferecer algo para beber? ― Disse o gordinho. ― Estamos com muita sede. ― Você tem cinco segundos para sair daqui ― advertiu Trigger. ― Depois disso, não sou responsável pelo que acontece. Earl tirou o rifle do seu ombro e apontou para o peito de Trigger. O coração de Corky bateu descontroladamente enquanto agarrava o braço de Trigger, apertando-o. ― Não há necessidade de uma arma ― disse Corky, irritado, esses dois idiotas não sairiam. ― Apenas continuem movendo-se. Havia lidado com bastardos com bastões antes, e estes dois não faziam nada de bom. O instinto de Corky disse-lhe para observar os estranhos e não deixar a guarda para baixo.


― Daryl aqui pediu algo para beber ― disse Earl. ― Agora seja educado e vá nos encontrar algo. ― Cara, foda-se ― disse Corky, o que era bastante estúpido, pois ambos tinham armas. Mas sua raiva atrapalhou-o com a sua arrogância. ― Nós não precisamos buscar merda nenhuma para vocês. Earl balançou o rifle até o barril estar apontado para ele, e um gemido escapou de Corky. Não pretendia fazer o som, mas naturalmente saltou da sua garganta. Trigger rosnou enquanto suas garras deslizavam livremente. Oh puta. Estava prestes a mudar. ― Apenas vá! ― Corky gritou para eles. ― Saia já daqui. Earl olhou para Trigger com os olhos arregalados. Seu olhar baixou para a mão de Trigger. ― Que merda é você? O olhar de Daryl disparou para Trigger, então seus olhos se arregalaram também. ― As histórias são verdadeiras! Trigger mudou. Um urso de 10 toneladas, Corky não tinha certeza do quanto Trigger pesava, mas, por mais que fosse humano, agora estava ao lado dele. O urso soltou um rugido alto enquanto Earl e Daryl giravam e corriam. Trigger deu perseguição. A situação não era engraçada, mas Corky não podia deixar de rir. Trigger advertiu-os. Seu coração pulou na sua garganta quando ouviu uma explosão de armas. ― Trigger! ― Corky correu através da grama, indo para a clareira. Não se preocupou com o perigo em que estava correndo, que também pudesse ser baleado. Tudo o que pensou era em chegar a Trigger. Chegou as árvores e viu Trigger deitado no chão próximo a fogueira


na sua forma humana. Earl e Daryl não estavam à vista em nenhum lado. Corky caiu de joelhos, horrorizado quando olhou fixamente para o sangue, manchando o ombro direito de Trigger. ― Foda! ― Gritou Trigger enquanto tentava se sentar, mas recuou. O sangue estava saindo rápido demais. Estava perdendo demais. Wade correu para eles, seus olhos arregalados. ― O que diabos aconteceu? ― Nós temos que levá-lo a Deloris ― disse Corky, pânico na voz. Uma vez que estivessem de volta à casa, contaria a Wade sobre Earl e Daryl. Agora não podia se concentrar enquanto olhava para o braço de Trigger. Wade pegou Trigger e começou a avançar quando Corky ouviu algo atrás dele. Por um breve segundo, pensou que os dois caçadores voltaram. Em vez disso, Jesse caminhou pela floresta e emergiu junto ao lago. Seu olhar pousou em Trigger antes de olhar para Corky. ― O que diabos está acontecendo? Wade continuou, deixando Corky com Jesse. Corky explicou o que aconteceu enquanto continuava torcendo as mãos, preocupado com Trigger enquanto falava. Os caninos de Jesse perfuraram suas gengivas. Levou Corky de volta para Deloris, depois foi para a porta. Corky correu para trás e ficou de pé na varanda enquanto Jesse se movia e decolava. ― Jesse! ― Corky sentiu-se fraco dos joelhos e o seu coração batia como louco. Também não queria que o seu companheiro fosse baleado. Earl e Daryl tinham rifles. Balas superam garras e caninos. Corky desceu os degraus, mas Wade agarrou-o e forçou-o a voltar para dentro. ― Não posso deixá-lo se machucar! ― Corky gritou para Wade quando Dean acordou, parecendo confuso enquanto esfregava os seus olhos.


― O que é toda essa comoção? ― Perguntou Dean. Corky

olhou

para

o

sofá,

onde

Deloris

estava

trabalhando

furiosamente para tirar a bala do braço de Trigger, Abe ajudando ao seu lado. Dean levantou-se e olhou para o sofá. Corky deu-lhe a versão condensada, e Dean dirigiu-se para a porta. ― Agora, onde diabos você acha que está indo? ― Perguntou Wade. ― Para pegar minha arma, foda ― Dean respondeu. ― Vou explodir as cabeças dos bastardos. Wade bloqueou a porta. ― Maldito seja. Vocês vão parar de tentar sair? Dean franziu o cenho para Wade por dois segundos antes de se mover para o sofá, onde o seu companheiro estava deitado. Wade apontou um dedo para Corky. ― Se você sair, não me importo com o que Jesse faça comigo, vou espancar o seu traseiro. Corky fez a única coisa que poderia fazer. Se afastou de Wade e sentou na cadeira. Caiu sobre ela enquanto se preocupava com Jesse. Se Earl ou Daryl atirassem em Jesse, Corky pegaria a arma de Dean e empurraria em ambos os seus traseiros. Embora Corky tivesse uma boca nele e uma atitude para combinar, não era um homem violento - longe disso. Corky tinha entrado em uma briga na sua vida, e isso tinha sido com Jamie Goldstein na segunda série. E Corky perdeu essa briga. O tempo parecia se mover tão devagar que Corky estava prestes a perder a cabeça. Continuou indo para a janela para verificar Jesse e ir ao sofá para ver como Trigger estava. Trigger desmaiou quando Wade o trouxe de volta, e ainda não acordou. Tinha que ser pela perda de sangue, e aquilo preocupou Corky. Dean também parecia preocupado quando abraçou sua filha ao peito enquanto


estava de pé na outra extremidade do sofá. O maxilar de Corky caiu quando Jesse atravessou a porta. O queixo e o peito estavam cobertos de sangue. Corky não precisava perguntar por que. Seu companheiro encontrou Earl e Daryl. ― Como ele está? ― Perguntou Jesse. ― Ela ainda está trabalhando no Trigger ― disse Corky. Assim que as palavras saíram da boca, Deloris deu um passo atrás do sofá, enxugou a testa e disse: ― Mude, Trigger. Trigger não abriu os olhos, mas, de alguma forma, a ouviu. Ou seus instintos assumiram. Seja como for, mudou. Corky ouviu uma respiração. Virando, viu dois guardas em pé na porta aberta. Olhando diretamente para o sofá. Estavam tão fodidos.

Capítulo Nove Jesse virou-se para ver Hal atrás dele, junto com o xerife de Grizzly Ridge. — Que porra é essa? — Os olhos do xerife Connelly estavam tão grandes, que pareciam como se iriam saltar fora da sua cabeça a qualquer momento. Jesse amaldiçoou em voz baixa. — Vamos lá fora — disse Jesse ao xerife enquanto ele passava por eles. Ele continuou indo para a varanda. Isso parecia tão fodido. Testemunhar Trigger mudando para o seu urso, e Jesse estava nu e coberto de sangue. Hal se aproximou. O xerife Connelly ainda estava de pé na entrada, olhando para Trigger.


— Posso explicar — disse Jesse. — Não tenho certeza de que você possa. — Hal olhou de Jesse para a casa. — Acho que minha falta de sono está jogando truques na minha mente. Jesse queria que ele pudesse acreditar nessa explicação. Mas Hal era um homem inteligente, e possivelmente não acreditava que tinha imaginado tudo isso. Olhou para a porta, ansioso para chegar a Corky. Embora estivesse familiarizado com Connelly e o seu amigo Hal, não gostava deles estando em torno do seu companheiro grávido. Queria proteger Corky. Hal coçou a cabeça e fez um barulho com os lábios quando respirou fundo. — Acho que esses rumores são verdadeiros, então. Jesse não disse nada. Estava observando a expressão de Hal, avaliando o seu humor, tentando ver se ele se tornaria um aliado ou alguém que precisava eliminar. Odiaria ter que matar Hal. Conhecia o cara por anos, e ter um novo xerife seria um saco. — A pergunta é, — Jesse disse cansado — O que vai fazer com essa informação? Antes que Hal pudesse responder, o xerife Connelly caminhou na sua direção, parecendo um pouco atordoado. Não conhecia esse xerife, não pessoalmente, por isso mesmo se Connelly desse a sua palavra de que estava do seu lado, Jesse não tinha certeza se podia confiar nele. — Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — Connelly olhou para Jesse de cima a baixo. — E por que você está nu e ensanguentado? — Fez uma careta quando seu olhar permaneceu nivelado com os olhos de Jesse. — Não pode vestir algumas roupas? Hal apoiou a mão na ponta da arma. Jesse não tinha certeza se isso era força do hábito ou se o xerife estava nervoso agora que sabia a verdade.


— Não tenho nenhuma para colocar agora mesmo — respondeu. — Vi dois caras mortos no nosso caminho até aqui — disse Hal. — Sabe algo sobre isso? O olhar de Connelly estreitou. — Eles dispararam contra Trigger. — Jesse cruzou os braços sobre o peito. — Isso é sangue deles em você? — O maxilar de Connelly apertou quando bateu um dedo em Jesse. Foi preciso um grande controle para não quebrar esse dedo. — Você não pode fazer justiça com as próprias mãos! Deveria ter relatado para mim, e eu os teria prendido. Nas montanhas, as coisas funcionavam de forma diferente. Os shifters respeitavam o seu próprio conjunto de leis. Segundo eles, Jesse estava bem dentro dos seus direitos de matar aqueles humanos. Um deles tinha atirado em Trigger. Dois... Talvez os dois não estivessem dentro da lei, mas estavam armados, ameaçando, e um deles tinha apontado uma arma para Corky. — Agora se acalme — disse Hal a Connelly. — Estamos falando de algo completamente diferente. Esses homens não são humanos. — Olhou para Jesse com dificuldade antes de olhar para Connelly. — Isso ainda não significa que podem tomar a fodida lei em suas próprias mãos — argumentou Connelly. — Não dou uma merda se vivem profundamente na floresta nas montanhas ou na minha cidade. Eles devem cumprir as leis. — As leis humanas — disse Jesse. — Humano ou outro, não importa — disse Connelly. Jesse estava chocado que eles estavam se concentrando sobre o que tinha feito, em vez do fato de que tivessem descoberto que shifters apenas existiam. Parecia que ambos eram homens da lei por completo. Clint saiu da clareira, seu olhar centrado em Jesse e nos xerifes. Seus


irmãos estavam atrás dele, todos nus. Jesse tinha enviado seu bando para descansar antes de começarem a sua busca novamente, e estava agradecido por ter feito isso. — Jesus — disse Connelly. — O que fazem todos os esses homens andando nus? — Desculpe — disse Jesse com um tom sarcástico. — Quando mudamos para humanos, as roupas não estão incluídas. Hal realmente riu quando Connelly olhou para os homens que se aproximavam. — O que está acontecendo? — Clint perguntou. — Trigger foi baleado — disse Jesse. — Deloris tirou a bala, e ele mudou. — Jesse acenou com uma mão para os xerifes. — Eles simplesmente estavam de pé na entrada quando aconteceu. — Quando Trigger foi baleado? — Perguntou Walker. — Não — Jesse disse, — quando Trigger mudou. Duane, Bobby Ray e Walker entraram na casa. Clint ficou ali, olhando entre Hal e Connelly. Parecia pronto para atacá-los a qualquer momento. Clint provavelmente estava avaliando-os como Jesse tinha feito. Clint finalmente olhou para Jesse, imperturbável pelo sangue. — Sim ou não? — Ainda tentando descobrir isso — disse Jesse. Tinha certeza de que Hal iria proteger o seu segredo. Não tinha tanta certeza sobre Connelly. — Sobre o que vocês estão falando? — Hal perguntou. — Se os deixamos vivos ou enterrados na floresta — Clint disse em um tom calmo. Connelly se afastou, puxando a arma do coldre e apontando o cano para Clint. Hal revirou os olhos. — Guarde essa maldita coisa.


— Eles apenas nos ameaçaram — disse Connelly. — Eles estão nos dando uma escolha — retrucou Hal. — Nós mantemos nossas bocas fechadas sobre o que vimos e nos afastamos, ou ficamos todos bravos e eles arrancam nossas cabeças. — Muito astuto — disse Jesse. — E preciso — acrescentou Clint. — Nós não podemos ter vocês dizendo às pessoas que nós existimos. — É sobre isso a sua ameaça? — Perguntou Connelly. — Não dou uma bunda de rato que você não é humano. O que me interessa é que esse cara quebrou a lei. Ele assassinou dois homens. — Os dois que dispararam contra Trigger — observou Jesse. — Obrigado — disse Clint. Jesse assentiu. — Você está agradecendo-o por assassinar duas pessoas? — Perguntou Connelly com incredulidade. — Estou agradecendo por fazer justiça a Trigger — argumentou Clint. — Lobos e ursos não são amigos próximos, então pode ver por que estou agradecido. — Lobos? — Hal inclinou a cabeça para o lado. — Ele não sabia disso — gritou Jesse. — Só sabia sobre os seus ursos. Com a mão livre, Connelly puxou as algemas do cinto de serviço. — Vou ter que prendê-lo por assassinato.

Corky disparou pela porta, correndo em direção a Jesse.


— Você não está prendendo-o! Quase tropeçou nos degraus, mas endireitou-se e correu para onde os homens estavam de pé. Moveu-se na frente de Jesse para cobrir a nudez do seu companheiro. Podia ser natural para um shifter, mas Corky não gostava de todos olhando os pedaços de Jesse. Eles eram apenas para os seus olhos. — Você precisa ficar fora disso — disse Connelly, — ou vou prendê-lo por interferir. Jesse rosnou. — Não ameace meu companheiro. Embora Corky realmente não conhecesse o xerife de Grizzly Ridge, odiava policiais. Só queria que os xerifes fossem embora. — Seu o quê? — Perguntou o outro xerife. Olhou entre Jesse e Corky. Corky lembrou-se do policial. Era o único que estava dirigindo sua viatura em Howling Cavern quando Corky tinha fugido da caminhonete de Jesse com sangue por todo o corpo. Corky tinha estado naquela cidade duas vezes. Qual era o nome do cara? Xerife Gilmont, Gilton, Gilmore? Sim, Gilmore. Jesse deslizou o braço em torno de Corky, puxando-o para perto até as costas de Corky estarem pressionas contra o peito de Jesse. Manteve o seu braço em torno dele. Um movimento puramente protetor. Corky gostou. Muito. Lutou contra essa coisa de acasalamento durante meses, mas agora que pertencia a Jesse, tinha uma profunda conexão que ansiou por toda a sua vida, Corky iria lutar como o inferno para mantê-la. — Agora ouça aqui — disse Connelly enquanto se aproximava. Jesse e Clint rosnaram. O xerife Gilmore esticou o braço, impedindo Connelly de se aproximar, mas o seu olhar nunca deixou Corky e Jesse. — Não acho que seja um movimento sábio.


— Sobre o que você está falando? — Perguntou Connelly. — Se estou adivinhando certo, esse pequeno pertence a Jesse e Jesse é um lobo. Está protegendo o que é seu. Se quiser manter a cabeça presa aos ombros, voltaria quando ele não tiver o seu... companheiro com ele. O

xerife

Gilmore

havia

dito

companheiro

como

se

tivesse

experimentando a palavra. — Adivinhou certo — disse Clint. Estava feliz que não soubessem sobre o seu bolo no forno. Essa informação provavelmente enlouqueceria os dois. Ainda estava enlouquecendo Corky. — Tenho dois corpos para enterrar e um banho para tomar — disse Jesse. — Tente me parar e teremos problemas. — Olhou para Connelly. — Se ainda quiser me prender mais tarde, sabe onde moro. E se não souber, Hal lhe dirá. O Xerife Connelly explodiu quando Jesse agarrou a mão de Corky e foi em direção à clareira. Corky ouviu os xerifes argumentando enquanto se dirigiam para a caminhonete de Jesse. Quando entraram, o coração de Corky ainda estava batendo muito rápido. — E se ele voltar e te prender? Felizmente Jesse tinha deixado às chaves na caminhonete. Ele ligou o motor, depois manobrou, virando e indo em direção à casa da matilha. — Ele tem que passar pela minha matilha primeiro — disse Jesse. — Tenho a sensação de que Hal vai falar com ele. — Hal? — Perguntou Corky. — Xerife Gilmore — Jesse dirigia cuidadosamente pelas estradas da montanha. Corky teria ficado excitado com o seu companheiro sentado ao lado dele nu, mas o sangue tipo que matava o clima. Viajaram em silêncio, e Corky podia dizer que Jesse ainda estava


irritado. — Acho que você não encontrou Valentino? Jesse balançou a cabeça. — Nós cobrimos uma área ampla, mas não encontramos nenhum sinal dele. — Acha que ele está morto? Jesse encolheu os ombros. — Aprendi a não assumir nada. Ainda assim, não vamos parar de procurá-lo. A mandíbula de Corky caiu quando pararam na calçada. — Não — sussurrou enquanto tentava se encolher no seu assento. Jesse estreitou os olhos enquanto olhava pelo para-brisa. — Quem diabos são eles? Corky não podia acreditar que isso está acontecendo. Já tinham passado através de um espremedor hoje. Não precisam de mais besteira. Muito ruim que não poderia magicamente desaparecer, Corky não seria tão sortudo. — Meus pais.

Hal sentou-se na mesa da cozinha de Deloris e Abe enquanto tomava uma xícara de café, tentando envolver sua cabeça em tudo. Olhou para a sala de estar, dizendo a si mesmo para não assustar o urso lá dentro. Mas no fundo sabia. Nos últimos dez anos, Hal tinha sido xerife de Howling Cavern, e em todo esse tempo, tinha visto coisas que não eram


possíveis, ouvido coisas - como os uivos distantes dos lobos. Tinha mesmo matado uma criatura que era pele e osso, cheirava a morte e decadência, e estava tentando rasgar a garganta dele. Mas não contou a ninguém esse incidente. Enterrou o corpo e se forçou a esquecer o que tinha acontecido. E agora isso. Hal sabia que algo estava acontecendo. Tinha visto sinais dos moradores da sua cidade. Sinais que diziam que havia mais acontecendo do que o olho via. E agora sabia. As histórias sobre os shifters eram reais. Clint ainda estava lá fora conversando com Connelly, mas Hal não achava que o xerife iria ouvir a razão. O cara estava teimando em prender Jesse, o que não augurava nada de bom para Connelly. Hal não era nada, senão um sobrevivente. Sabia manter a boca fechada e a cabeça baixa. Suas chances de sair dependiam disso. — Gostaria de mais café? Sorriu para Dane. Hal gostava dele. — Estou bem, obrigado. Um menino pequeno balançou em direção a ele, uma caminhonete de plástico na mão. Bateu no joelho de Hal antes de esticar o braço para cima, oferecendo o brinquedo para Hal. — King quer que você brinque com ele. — Dane sorriu e pegou a criança. — Não agora, King. Deixe o xerife sozinho. O menino lembrou Hal do seu neto. Bochechas de querubim, olhos inocentes, mãos gordinhas. — Está tudo bem. É um pequeno menino bonito. — Obrigado. — Dane levou King para outra sala. Hal colocou a caneca na mesa, afastou-se e entrou na sala de estar. Manteve a distância enquanto olhava para o urso descansando no chão. — Como ele está? — Não perguntou a ninguém em particular. Hal


não conhecia ninguém aqui. Na verdade não. — Enquanto descansar — disse Deloris, — ficará bem. Ela olhou para Hal como se ele fosse a qualquer momento começar a atacar a todos. Este clã morava nas montanhas. Não tinha certeza de como recebiam estranhos, ou que tipo de vida levavam. A casa era moderna e as pessoas pareciam normais, atenciosas e educadas. Hospitaleiras até. Não eram selvagens como alguns dos rumores alegavam que fossem. — Só vou ver Clint. — Hal saiu pela porta. Embora não achasse que o urso iria saltar para cima e espancá-lo, não estava confortável em estar no mesmo cômodo. Clint estava no quintal, suas mãos se fecharam em punhos enquanto olhava para a clareira, sua expressão era ilegível. — Onde está Connelly? — Não vou ter outro xerife morto nas minhas mãos — disse Clint. Hal ergueu as sobrancelhas. — Você o deixou ir? Ele se virou para Hal, seus caninos longos e afiados. — Saia da minha montanha, humano. Estou cansado de jogar bonito. Se você ou qualquer outra pessoa invadir minhas terras, o sangue não estará nas minhas mãos. Hal recuou. Os músculos de Clint estavam tensos, a mandíbula apertada. Parecia que estava se segurando. Virando-se, Hal apressou-se em direção à clareira para ficar o mais longe possível do clã Rising.


Jesse cheirava o medo de Corky quando estacionou sua caminhonete. Sua matilha já estava saindo da casa, movendo-se para a mãe e o pai de Corky. Jesse não podia acreditar que tiveram a coragem de aparecer. Depois do que Corky lhe contou sobre o seu pai, Jesse queria matar o filho da puta. — Fique na caminhonete — disse Jesse quando abriu a porta. — Vou me livrar deles. Não gostava do seu companheiro estar com medo, especialmente da sua própria família. Os pais de Jesse tinham sido nada, além de amorosos em relação a ele, e não conseguia entender como qualquer pai poderia tratar o seu filho mal. Uma criança era algo para amar, não abusar. Jesse apenas odiava que tivesse que lidar com isso enquanto ainda estava nu e tinha sangue nele. Mas não podia fazer nada sobre isso. Talvez a vista dele os assustasse, embora duvidasse disso. Saiu e bateu a porta da caminhonete, depois se dirigiu para eles. Os olhos da mulher se arregalaram enquanto olhava Jesse de cima a baixo, e depois o choque foi substituído por pura luxúria. — Que diabos? — O pai de Corky estreitou os olhos. — Isso é algum tipo de comunidade de nudismo — Os outros homens parecem nus para você? — Disse Jesse. Com o mau humor que estava, ele estava pronto para matá-los e terminar com o assunto. — Não aprecio que alguém venha aqui sem ser convidado. — Temos o direito de ver o nosso filho — disse a mulher. — Mesmo? — Corky disparou.


Jesse virou-se para ver seu companheiro atrás dele. Deveria saber que o pirralho não iria ouvi-lo. Bruno aproximou-se com roupas. Jesse agarrou-as e vestiu-as. Ainda estava descalço, mas pelo menos o seu pênis estava coberto do olhar luxurioso da mulher. Ódio puro encheu os olhos do pai enquanto olhava para Corky. — Sabia que você nunca seria nada. Você foi e arrumou uma casa cheia de homens. Aposto que está deixando todos eles o foderem, não é? Raiva inexplorada preencheu Jesse. Ele voou para frente, inclinando o braço para trás, em seguida, bateu com o punho no rosto do homem, esperando como o inferno que tivesse quebrado alguns ossos. O pai tropeçou para trás, então desembarcou na sua bunda. Se abaixou para pegar o bastardo para que pudesse terminar de bater no seu traseiro, mas Corky agarrou o braço de Jesse, puxando-o. — Ele não vale a pena matar. — O inferno que não! — Jesse mostrou suas presas. — Ele apenas te chamou de prostituta. A

matilha

se

aproximou,

grunhindo.

Alguns

dos

seus

olhos

começaram a brilhar. Jesse poderia impedi-los de atacar, mas não estava em um estado de espírito de perdão. E se qualquer coisa, iria ajudá-los a colocar o pai de Corky para descansar em paz. — Se quer salvar a vida do seu pai, é melhor convencê-lo a sair daqui agora — disse Jesse, — antes de deixar minha matilha rasgar a pele do osso. Os olhos de Corky se arregalaram quando deixou o braço de Jesse ir. Pensou que tinha assustado seu companheiro, mas Corky virou-se e olhou para a mãe com determinação. — Pegue o seu marido e vá embora. Disse que não estavam recebendo o dinheiro de volta.


— Que dinheiro? — Avery perguntou. Corky contou aos homens de Jesse sobre a sua mãe, dando-lhe dez mil e o carro. — Agora querem isso de volta porque estão quebrados. Sua mãe se ajoelhou ao lado do seu pai, tentando ajudá-lo. O pai de Corky a empurrou para longe e ficou de pé. Limpou o sangue do rosto, franzindo o cenho para Jesse. — Aquele era meu dinheiro. Minha esposa não tinha nenhum direito de dá-lo a uma merda inútil. Jesse o socou novamente e o pai de Corky caiu contra o seu carro. Ele cravou o dedo no humano. — Você simplesmente não sabe quando calar a boca, não é? — Jesse, por favor. — Corky agarrou o seu braço novamente. — Não tenho nenhum amor por eles, mas não posso deixar você matá-los. — Não preciso de você me defendendo — disse seu pai. Após a noite e, em seguida, a manhã que teve, Jesse não estava com disposição para isso. Só queria um banho quente e dormir pelas próximas dez horas. Também não queria matar o pai do seu companheiro. Corky podia dizer que não se preocupava com eles, mas no fundo, tinha que amar. Mesmo fodidos como eram os seus pais, o filho ainda os amava, mesmo quando algumas dessas pessoas não mereciam respirar. Não queria matar o bastardo na frente do seu companheiro, mas o cara simplesmente não iria deixar o assunto. Jesse respirou fundo, tentando acalmar a sua raiva. — Nós vamos entrar — disse a Corky. — Não até receber o meu dinheiro — exigiu o seu pai. Jesse agarrou a mão de Corky e se dirigiu para as portas francesas. Sua matilha moveu-se, impedindo que os humanos viessem atrás deles. Jesse


ouviu pequenos grunhidos de advertência. — Vamos apenas deixá-los lá fora, com os seus homens? — Perguntou Corky. — É melhor do que deixar-me lá com os seus pais. Lembre-se do que disse que iria acontecer se eu ficasse chateado? Corky assentiu. — Sangue e cadáveres. — É por isso que preciso me afastar deles. Jesse levou seu companheiro para o andar de cima antes de largar a mão dele. Olhou para o banheiro, desejando um banho, mas precisava cuidar de Corky primeiro. — Está com fome? Para sua surpresa, Corky se despiu. — Ainda não. Prefiro tomar banho com você primeiro. Jesse segurou o queixo de Corky. O humano estava se tornando o companheiro alfa perfeito.

Capítulo Dez Declan olhou para o casal, esperando que o homem pedisse desculpa. — Você o ouviu, — disse ele. — Saia já daqui. — A menos que você goste de ter o seu traseiro chutado. — Avery sorriu. — Algumas pessoas têm esse tipo de fantasia. Os outros riram, mas Declan não estava rindo. Sua opinião sobre Corky estava mudando. Jesse parecia estar juntando a sua merda, e Corky parecia mais adaptado no seu papel como companheiro do alfa. Era tudo o que Declan queria, que Jesse fosse feliz e esse humano parasse de foder com a cabeça dele. Ele poderia ter sido um idiota enquanto seu alfa estava perseguindo a


sua cauda, mas Declan não se desculparia por ser quem ele era. Ainda assim, Declan conheceu os pais de Jesse e os respeitou, e manteve o mesmo respeito por Jesse. Ele era um líder forte. E, independentemente do que Jesse tinha pensado, Declan não queria a posição de alfa. Ele só queria que alguém soubesse o que diabos eles estavam fazendo. — Ele pode querer ter ajuda, — disse Declan. — Ele ainda não saiu. — Eu poderia ajudá-lo a entrar no carro. — Bruno revirou os ombros. A fêmea já pulou no banco do passageiro, e ela continuou olhando por cima do ombro para o grupo, os olhos arregalados, mordendo o lábio inferior. Declan estava feliz por ela ter entrado no carro. Ele nunca colocou uma mão sobre uma fêmea, e ele não planejava começar com ela. O humano olhou para eles, seu olhar saltando entre cada lobo. — Isso não acabou. — Oh, acabou, — disse Avery. — Se você volta, não sairá daqui. Vou garantir isso. Heath acenou para a floresta. — Posso escolher um buraco para ele agora, se ele quiser. — Vou ajudá-lo a fazer os buracos, — disse Rider. — Voltarei — disse o pai enquanto entrava no carro. Declan viu o carro se afastar, seu instinto dizendo que ele teria que matar aquele bastardo antes que isso acabasse.

O xerife Connelly sentou-se atrás da sua mesa, pensando no que


aconteceu na montanha. Ele estava furioso por não ter conseguido prender Jesse. No entanto, ele não podia deixar de ter medo do que tinha visto. O pensamento tinha cruzado a sua mente chamar a Guarda Nacional, ou qualquer outra pessoa que pudesse lidar com... merda, ele não sabia o que pensar. — O xerife Gilmore está aqui para vê-lo, — disse sua secretária. — Você quer que o deixe entrar? Com um suspiro, Connelly acenou uma mão. — Sim. Ela desapareceu

e,

segundos

depois,

Gilmore

entrou

no

seu

escritório. Connelly não estava ansioso para falar com ele, mas sabia que o xerife Gilmore apareceria mais cedo ou mais tarde. Ele não esperava que fosse tão cedo. — Sei por que você está aqui. — Connelly suspirou. — E não, não liguei para ninguém sobre eles. Depois de sentar-se, Gilmore falou sobre a ameaça de Clint. — Primeiro de tudo, — disse Connelly enquanto ele bateu o lado do punho contra a mesa dele, — essa não é a sua montanha. Em segundo lugar, ele ameaçou um funcionário da lei. — Eles vivem lá pacificamente, — argumentou Gilmore. — Somos os que foram lá e atiraram no seu irmão. — Nós? — Humanos, — explicou Gilmore. — Ele está chateado, e ele tem o direito de estar. — Mas seu amigo matou esses dois homens, — argumentou Connelly de volta. — Você está me dizendo que vamos deixar Jesse Callahan sair com isso? — Isso é exatamente o que vamos fazer. — Gilmore sentou-se para a


frente, apoiando a mão na borda da mesa. — Você acha que eles são os únicos que podem fazer o que fazem? — Ele sacudiu a cabeça. — Eu aposto que as nossas cidades estão cheias de pessoas que podem se transformar em animais. Não sei sobre a sua cidade, mas Jesse e os seus homens ajudam em Howling Cavern. Costumava pensar que era divertido que eles enfiassem seus narizes no negócio da polícia. Agora estou começando a suspeitar que eles são a lei com o seu tipo, e Jesse e os seus homens estão mantendo a minha cidade pacífica. Connelly bufou. — O clã Rising não está fazendo isso na minha cidade. — Mas você teve alguma merda sobrenatural? Connelly pensou em Mitch Porter. Ele disse ao xerife Gilmore sobre como ele e os seus homens encontraram Mitch com a garganta rasgada, e como ele não achava que nenhum humano poderia ter feito isso. Não com as marcas encontradas pelo médico forense. Ele ficou impressionado quando Gilmore contou sobre uma criatura que ele enfrentou e o como ele parecia e como era o seu cheiro. — Jesus Cristo — Connelly passou a mão pelo rosto. — E você pode sentar e dizer que não precisamos de ajuda externa? Gilmore sacudiu a cabeça. — Se os shifter na montanha são a lei, quem nos protegerá dessas coisas? — Eu não gosto disso. — Connelly odiava que os seus olhos fossem abertos para as coisas do outro mundo. Um mundo aterrorizante. Ele preferiria voltar a lidar com roubos de carros e invasões. Aqueles com quem sabia o que fazer. — Também conheço Jesse há anos, e ele é um bom homem, Connelly.


Ele não tinha tanta certeza sobre isso, mas, por enquanto, Connelly manteria sua boca fechada. Mas se as coisas começassem a ficar loucas, ele estava ligando para pedir ajuda.

Jesse tinha feito amor com o seu companheiro no chuveiro, mas ele não conseguia obter o suficiente dele. Ele se moveu para a cama e deslizou o seu pau no traseiro de Corky, cobrindo as costas de Corky. — Foda-se, você e tão gostoso. — Jesse beijou a nuca de Corky e o seu ombro nu, e inalou fundo o seu aroma quando estava transando com o seu companheiro. Corky tinha ido de fugir de Jesse para não querer sair do seu lado. E Jesse era o único que ele queria como companheiro. Bem, a única coisa que o lobo queria. No início, Jesse queria ter ido embora. Mas estava feliz que ele não tinha ido, pois o lobo com certeza perseguiria o humano. Caso contrário, ele sentiria falta de amar a única pessoa que significava tudo para ele. Jesse beliscou a pele de Corky, deixando trilhas de beijos para trás. Corky gemeu enquanto ele subia a bunda mais alto, agarrando os lençóis. Jesse levantou-se e agarrou os lados do seu companheiro, e então bateu nele. Corky começou a gozar primeiro, gritando o nome de Jesse. Ele mordeu no ombro de Corky, grunhindo quando ele gozou na bunda do seu companheiro. Jesse lambeu a ferida, caiu ao seu lado e puxou Corky para ele. Ele passou os dedos pelos cabelos molhados de Corky. — Eu te amo. Corky se contorceu até encarar Jesse. Seu companheiro olhou para ele, e Jesse não conseguiu distinguir a expressão nos seus olhos. Corky


pressionou a mão na bochecha de Jesse. — Ninguém nunca disse isso para mim. A declaração de Corky fez com que Jesse desejasse caçar os pais do homem e mata-los. O fato de ninguém ter expressado algum amor por este humano era trágico. Ele passou seus dedos sobre a bochecha de Corky. — Agora, você tem alguém. O sorriso de Cory era largo e os seus olhos brilhavam. Um rubor profundo enchia as suas bochechas enquanto se inclinava e beijava Jesse no queixo. —Eu também te amo. — Você está apenas dizendo isso porque você ama o jeito que a minha barba acaricia a sua pele. Jesse abriu a boca para responder quando o telefone tocou. Ele pensou em ignorá-lo, mas com tudo acontecendo, seu instinto disse que poderia ser importante. Com um gemido, Jesse saiu da cama e pegou o telefone da cômoda. — Jesse Callahan. — Jesse, é Hal. — O que posso fazer por você, Hal? — Jesse sentou-se ao lado da cama e passou a mão pelo quadril de Corky. — Houve um acidente em uma das estradas que saem da montanha, — disse ele. — Um dos seus homens está aqui comigo. Avery. Ele identificou as pessoas no carro. — Hal fez uma pausa. — Desculpe, Jesse. Eram os pais de Corky. Eles não sobreviveram. Jesse olhou para o companheiro. Os olhos de Corky estavam fechados. Jesse sabia que o seu companheiro tinha sentimentos por sua mãe e pai, mas saber que eles tinham morridos seria devastador. — Obrigado por me informar. — Mais uma coisa, — disse Hal. — Eu encontrei o nosso guarda


florestal. Jesse sentou-se mais reto. Seu instinto apertou enquanto esperava que Hal lhe dissesse que Valentino estava morto. — Como ele morreu? — Ele não está morto, — Hal riu. — Ele saiu de férias. Parece que o seu chefe não gosta de computador. Ele não encontrou o e-mail até esta manhã. Pelo que me disse, Valentino não teve férias há anos. Ele foi para o Texas visitar amigos. Jesse iria torcer o pescoço de Valentino por fazer com que todos se preocupassem. — Obrigado, Hal. Diga também a Avery obrigado. — Jesse desligou. Ele soltou o telefone, imaginando se ele devia deixar o seu companheiro descansar ou dar as más notícias agora. Corky virou-se e se aproximou de Jesse. — Quem era? Com um suspiro, Jesse falou sobre o telefonema de Hal, incluindo o fato de Valentino estar seguro. Corky não disse uma palavra, mas as lágrimas brotaram nos seus olhos. Jesse se esticou ao lado dele, puxando Corky para dentro dos seus braços. — Me desculpe. Jesse segurou Corky enquanto ele chorava em silêncio. Eles podem ter sido os piores pais do mundo, mas saber que eles morreram doía muito. Ele era verdadeiramente um companheiro alfa, e Jesse esperava que Corky mostrasse a mesma gentileza e amor em relação à sua matilha. Todos que viviam na matilha Callahan tinham ou tiveram algum problema, e agora que a mãe de Jesse não estava mais por perto para cuidar deles, Jesse rezava para que Corky estivesse pronto para assumir o seu lugar.


Nas últimas três semanas, Corky estava preso no seu quarto porque subir nas escadas tornou-se impossível. Sua barriga estava tão grande que ele não podia mais ver os seus pés. Se ele não tivesse um pouco de ar fresco em breve, poderia matar Jesse enquanto dormia. Ele também estava com desejo por uma pizza de três queijos. Infelizmente, tudo o que Corky tinham comido durante os últimos três meses era um monte de alimentos saudáveis. Era isso que Jesse estava dando para ele comer. Se Corky visse outro pedaço de folhas verdes novamente, ele se tornaria um homicida. E a pior parte era que Jesse e os seus homens comiam carne todas as malditas noites. Corky apareceu no alto dos degraus. Ele agarrou o corrimão com as duas mãos e, cuidadosamente e lentamente, seguiu seu caminho para baixo. Jesse tinha ido para conversar com Hal. Eles aparentemente se tornaram amigos nos últimos três meses. Felizmente, Jesse não convidou o xerife para entrar. Hal não sabia nada sobre a gravidez masculina, e os lobos queriam mantê-lo assim. Quando Corky chegou ao último degrau, olhou em volta, certificandose de que ninguém estava à vista. Ele sentiu-se como um ninja inchado tentando chegar à cozinha sem que ninguém o pegasse. Depois de uma rápida verificação ao redor, e viu que a cozinha estava vazia. Deu um risinho, ele abriu a geladeira e sorriu quando viu as sobras de costelas, um pouco de frango frito e o que parecia um bolo de chocolate alemão.


Corky agarrou uma perna de frango e mordiscou-a, gemendo. — Jesse vai te matar. Corky franziu o cenho para a Avery. — Só não dizer nada para ele. — Como você chegou aqui embaixo, de qualquer maneira? — Perguntou Avery quando ele se inclinou contra o balcão, cruzando os braços. — Me teletransportei. — Corky deu outra mordida. Deus, ele sentia muita falta de carne. Se Avery tentasse tirá-la dele, ele mataria o cara. — Você terá que me mostrar esse truque útil. — Avery sorriu. — E você sabe que tenho que dizer a Jesse. Se ele descobrir que não falei sobre isso, ele tentará remover minhas bolas. — Bruto. — Corky mordeu um outro pedaço. — Mas estou disposto a aproveitar essa chance. Corky parou de mascar quando ouviu um grunhido baixo. Ele olhou para a direita para ver Jesse de pé na entrada. — O que diabos você está comendo? — Comida — Corky rapidamente comeu outro pedaço, antes que Jesse pegasse o pedaço de frango da sua mão. — Isto é comida frita. — Deixe-me pegar o meu saco de adesivo e te dar uma estrela de ouro por saber que tipo de frango é. — Corky terminou de mastigar e engolir. — Pare de ser um pirralho. Você sabe que não deveria comer isso. — Mas quero isso — Corky gemeu. — É apenas um pedaço. Jesse começou a falar, mas Corky não ouviu uma palavra que ele falou. A cozinha parecia desaparecer enquanto a dor passava pela barriga de Corky. Ele agarrou o lado da geladeira, o outro braço enrolado em volta do abdômen. — Corky? — Disse Jesse. — O que está errado? — Quero esse frango, — Corky gemeu enquanto respirava através da


dor. — Apenas me dê um segundo para parar de morrer e vou lidar com você por isso. — Avery, chame Deloris. — Jesse levantou Corky em seus braços e foi para o andar de cima. — Não, quero o frango, — argumentou Corky. Ele estava morrendo de fome e com dor. Ele poderia pelo menos eliminar um dos problemas. — Vou pegar todo o frango que quiser depois que der à luz ao nosso filhote — disse Jesse quando ele correu para o quarto e colocou Corky na sua cama. — Eu prometo. — Eu não estou pronto para isso — argumentou Corky enquanto outra onda de dor passava por seu estômago. — Ah, merda! Jesse tirou a roupa de Corky, depois cobriu a sua metade inferior. — Como você está sentido? Corky gemeu quando percebeu que estava prestes a ter o bebê. Ele estava prestes a se tornar pai. Seu coração acelerou enquanto a dor ficou mais forte. — Não posso esperar mais alguns meses? Jesse apertou um beijo na testa de Corky. — Desculpe, querido. Não funciona assim. Ele agarrou a frente da camisa de Jesse e puxou o seu companheiro. — Então me dê algumas malditas drogas! O sorriso que Jesse deu apenas serviu para irritar Corky. — Já falamos sobre isso, e você concordou em parto natural. — Eu mudei de ideia. — Corky ofegou. — Bailey não me disse que seria tão doloroso. — Ele recuou e gritou enquanto outra onda de dor veio. — Vou matá-lo por não me contar. — Ele provavelmente não queria assustá-lo. — Disse Jesse. Corky estava lá quando Bailey deu à luz. Não parecia tão ruim assim. Bailey tinha dando à luz feito um soldado.


Corky, por outro lado, estava pronto para pedir ao demônio um acordo se a dor parasse. Pelo canto do olho, viu os homens de Jesse se reunindo no corredor. Ele ouviu vozes murmuradas enquanto tentava se lembrar de como respirar. — Eles estão apenas esperando que o nosso mais novo membro da matilha se junte a gente, — disse Jesse com uma piscadela. — Para alguns deles, esta será a primeira vez que vão estar em torno de um recém-nascido. — Inclua-me naquela contagem — disse Corky. — Nunca estive em torno de um. E uma pequena vida estava prestes a depender dele por sua sobrevivência. Não, Corky não estava preparado para isso. Ele estava além de aterrorizado, mas, por outro lado, uma parte dele estava excitada pelo nascimento. Avery correu para a porta do quarto. — Deloris já estava a caminho de verificar Corky. Ela disse que está a cinco minutos de distância. Corky soltou outro grito de dor. Avery empalideceu e recuou. Ele parecia ter desistido de falar alguma coisa. Jesse se arrastou para a cama e se moveu atrás de Corky, permitindo que Corky descansasse contra ele. Jesse colocou as mãos na barriga de Corky. — Sua barriga está mexendo. Corky começou a tentar levantar. Mas infelizmente, a dor fez ele ficar parado. — Vou te dar mil dólares se você tiver esse bebê por mim. Jesse esfregou os dedos pelos cabelos de Corky. — Queria poder tirar sua dor, amor. Realmente. — Dói — Corky gemeu. — Realmente, realmente dói. Jesse envolveu seus braços em torno de Corky. — Eu sei, querido. Mas basta pensar, quando isso acabar, nosso filho


ou filha estará aqui. Ele ouviu a expectativa na voz de Jesse, e também o nervosismo e a pura alegria. Corky entrelaçou os dedos enquanto lutava com outra rodada de dor. — Merda! — Jesse tentou puxar a mão para trás, mas Corky não estava soltando. Ele precisava de um ponto de apoio, e a mão de Jesse seria ótimo. — Você vai quebrar os meus dedos. — Como se você não pudesse curar, — disse Corky. — Pare de reclamar, a menos que você queira espremer uma melancia através do seu pau. — Não é assim que o bebê nasce — disse Jesse. — Eu sei, mas é certo como o inferno se sente assim. — Corky olhou para o estômago. Não só a linha de concepção ficou vermelha, mas a sua barriga começou a abrir. — Jesse! — É perfeitamente natural, — disse Deloris quando ela correu para o quarto. — Não há necessidade de entrar em pânico. Corky quase explodiu em lágrimas ao vê-la, de alívio desde que ela era uma enfermeira aposentada. Ele estava feliz que a única figura de mãe da sua vida não perderia o nascimento do seu filho. Ele concentrou-se na sua respiração quando Jesse e Deloris o ajudavam através da dor, ajudando-o a parir um menino saudável. Quando Corky sentiu que algo molhado atingiu sua bochecha, ele olhou para cima e viu lágrimas nos olhos de Jesse. — Ele é tão perfeito! — Deloris disse olhado para o bebê. Corky estava deitado exausto, seus braços ainda esticados e enrolados em torno do pescoço de Jesse. Jesse não era o único com lágrimas nos seus olhos quando seu companheiro tomou seu filho e o colocou sobre o peito de Corky. Ele realmente era perfeito. Seus olhos eram tão azuis quanto os de Jesse, mas ele tinha o cabelo loiro de Corky. E ele era tão pequeno que uma


proteção feroz envolveu Corky. — Qual o nome do rapaz? — Perguntou Deloris. — Samuel Matthew Callahan, — disse Jesse com orgulho. Eles discutiram os nomes algumas semanas atrás. Samuel tinha sido o nome do avô de Jesse, e Matthew tinha sido o nome do avô de Corky, um homem que Corky tinha amado. Deloris beijou a bochecha de Corky. — Parabéns filho. Como se Corky não estivesse derramando lágrimas felizes. Ele sorriu para ela, calor se espalhando no seu coração. — Obrigado. — Eu vou deixar você se familiarizar com Samuel — disse ela antes de sair do quarto. — Eu amo você — disse Jesse. — Eu também te amo. Corky sorriu enquanto olhava para o bebê mais perfeito do mundo. Ele pode ter fugido de Jesse e ter lutado contra isso, mas estava feliz que ele finalmente se tornou o companheiro de Jesse. Ele não podia imaginar sua vida sem o alfa. Ou Samuel. — Haverá uma celebração esta noite — disse Jesse. — E você pode ter toda a carne de frango que você queira. Corky riu quando ele enrolou Samuel em seus braços e aconchegouse contra o peito de Jesse. — É um acordo.

FIM


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.