1º Encontro de Prevenção das DST/Aids do Município de São Paulo
“ O que é Prevenção Combinada e Gestão do Risco para os HSH ?”
Centro de Convenções Rebouças São Paulo, 14 e 15 de Setembro de 2015
“SINTO SAUDADE DA CARNE”
PREVENÇÃO COMBINADA São programas baseados em direitos humanos, em evidências cientificas, e de propriedade comunitária que usam uma combinação de intervenções estruturais, biomédicas, comportamentais e sociais, priorizada para atender as atuais necessidades de prevenção do HIV em indivíduos e comunidades específicas, de modo a ter impacto na redução novas infecções. Devem ser cuidadosamente adaptados às necessidades e condições locais.
INTERVENÇÕES BIOMÉDICAS
Distribuição de preservativos Circuncisão masculina PEP PrEP Serviços para DST Tratamento como prevenção (TARV) Atendimento clinico para assegurar retenção e supressão viral
INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS
Aconselhamento Comunicações sobre mudanças comportamentais (por exemplo, uso de preservativos) Informação e Educação
INTERVENÇÕES SOCIAIS
Mobilização comunitária Redução de estigma & discriminação Advocacy e capacitação para justiça social Trabalho com a mídia Reforma curricular (Educação) Apoio às lideranças juvenis
CENÁRIO
Tendências de redução do uso do preservativo Dificuldade de promoção da camisinha em determinados contextos Identificação de práticas de estratégias de redução de riscos entre grupos há mais de uma década Retrocessos no campo dos Diretos Humanos
GESTÃO DE RISCOS? ESCOLHA AUTÔNOMA DE MÉTODOS? REDUÇÃO DE DANOS? Estratégia que tem por finalidade aumentar o grau de autonomia de indivíduos e de segmentos sociais para lidarem com a prevenção da transmissão sexual do HIV, estando baseada no direito de pleno acesso às informações e a todos os métodos que oferecerem algum grau de proteção contra o HIV nas relações sexuais. Por basear-se no reconhecimento da determinação social do processo saúde-doença e, particularmente da vulnerabilidade à infecção pelo HIV, esta abordagem reconhece que as escolhas são feitas por sujeitos que têm diferentes pertencimentos culturais, inserções comunitárias e histórias de vida, que influenciarão nos modos como os métodos de prevenção serão por ele adotados ao longo da vida.
ANTIGOS DESAFIOS DA PREVENÇÃO
45,7 % - utilizaram preservativos consistentemente, em todas as relações sexuais com parceiro casual 19,4 % - utilizaram preservativos consistentemente em todas as relações sexuais com parceiro fixo
Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas - 8.000 entrevistados homens e mulheres entre 15 a 64 anos (PCAP Departamento Nacional de DST, AIDS e Hepatites Virais-MS, 2008)
NOVAS PERSPECTIVAS DE PREVENÇÃO MOTIVOS PARA A MUDANÇA Discurso oficial preventivo tem se mostrado insuficiente: esgotamento da ideia de uso consistente do preservativo por longo período (“Fundamentalismo do látex” (Camargo, 2012) e “Mantra: use camisinha!” (Terto, 2013)
Revisão da meta de risco zero na prevenção (hierarquização dos riscos) As pessoas têm gerenciado seus riscos Eficácia das Estratégias Biomédicas de Prevenção
ACONSELHAMENTO PARA AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADES E RISCOS E PREVENÇÃO COMBINADA
É o processo de análise de vulnerabilidades e riscos e de escolha personalizada de estratégias e métodos de prevenção, através de atitude de escuta ativa e preocupação em acessar contextos, interesses e história pessoal dos indivíduos por parte dos profissionais de saúde
Avaliação: das vulnerabilidades identificadas; trajetórias e contextos de vida; estratégias preventivas existentes e viáveis ao indivíduo em um dado momento de sua vida ; autonomia individual ; acesso e capacidade de compreender e acionar as opções preventivas.
PREVENÇÃO COMBINADA COM NOVAS TECNOLOGIAS 1- Ampliação da cobertura dos preservativos – 98% proteção 2- Profilaxia da Transmissão Vertical – 98% proteção 3- Profilaxia Pós-Exposição - PEP Sexual – 98% de proteção 4- Reprodução Humana Assistida – 98% proteção 5- Tratamento das DST – aumenta 18 vezes a proteção 6-Tratamento como Forma de Prevenção – 96% de proteção 7- Profilaxia Pré-Exposição - PrEP – 44% a 90% de proteção 8- Microbicidas – 39% de proteção
9- Circuncisão – 60% de proteção ao homem nas relações heterossexuais 10- “Escolha de parceiro sexual pela sorologia” (serosorting) / Posicionamento estratégico (pesquisa aponta que ser penetrado pode ter até 10 vezes mais risco de infecção pelo HIV do que penetrar) 11- Acordos de relacionamento/Conversa sobre HIV 12- “Coito interrompido” - 5 vezes mais risco de se infectar do que utilizando preservativo, mas menos risco do que o parceiro gozar dentro do ânus 13- Autotestagem domiciliar do HIV/Conversa sobre HIV
DEVEMOS RECONHECER QUE... Há necessidade de oferecer alternativas ao segmento da população que não tem adotado o preservativo
Informação é direito dos cidadãos e dever do Estado na proteção da saúde
Proteção da saúde não é o único critério que orienta a tomada de decisão no cotidiano
Abrir mão do uso do preservativo pode ter muitos significados: fortalecimento dos laços afetivos, aprimoramento de seu desempenho sexual, a possibilidade de mais intimidade ou de um pagamento maior pelo serviço sexual, adaptação de práticas de acordo com conhecimento do status sorológico
O preservativo continua a ser o método mais eficaz de prevenção
Contudo, o foco não deve ser somente nas informações técnicas sobre as estratégias e métodos preventivos, mas no processo reflexivo sobre as necessidades, contextos intersubjetivos, vulnerabilidades e métodos preventivos e a partir daí construir conjuntamente com o usuário do sistema de saúde estratégias de “prevenção combinada” não prescritivas e nem autoritárias, que integrem e ampliem as múltiplas possibilidades existentes
Material sobre “prevenção combinada” produzido pela ABIA/RJ (www.abiaids.org.br)
É consensual que a implantação de novas tecnologias deve ser acompanhada de intervenções educativas e psicossociais que sejam capazes de orientar os usuários em relação a aspectos essenciais, como: Adesão: a eficácia de quaisquer das tecnologias – inclusive do preservativo - é dependente do uso correto e consistente que será feito pelos usuários. É, portanto, elementar que haja oportunidades de diálogo sobre esse uso e que as condições de adesão sejam monitoradas
O grau de proteção oferecido pela tecnologia em uso, de modo que se possa assegurar ao usuário a compreensão acerca dos limites da tecnologia e das possibilidades de combinação de métodos; A importância da realização do acompanhamento laboratorial, seja por meio da testagem para o HIV no caso dos soronegativos, seja pelo monitoramento de CV e/o CD4 no caso das pessoas soropositivas
É consensual que a implantação de novas tecnologias deve ser acompanhada de intervenções educativas e psicossociais que sejam capazes de orientar os usuários em relação a aspectos essenciais, como: Adesão: a eficácia de quaisquer das tecnologias – inclusive do preservativo - é dependente do uso correto e consistente que será feito pelos usuários. É, portanto, elementar que haja oportunidades de diálogo sobre esse uso e que as condições de adesão sejam monitoradas
O grau de proteção oferecido pela tecnologia em uso, de modo que se possa assegurar ao usuário a compreensão acerca dos limites da tecnologia e das possibilidades de combinação de métodos; A importância da realização do acompanhamento laboratorial, seja por meio da testagem para o HIV no caso dos soronegativos, seja pelo monitoramento de CV e CD4 no caso dos soropositivos
PARA REFLETIR?
Uma vez demonstrado que estes métodos têm potencial de proteção parcial, eles devem ser implantados? Onde? Como? Será que as pessoas vão parar de usar o preservativo quando souberem da existência deles? E quando começarem a utilizá-los? Isso será seguro? Como vamos continuar a promover o uso do preservativo? Como vamos promover o uso adequado dos outros métodos?
OBRIGADO! betojesus@uol.com.br (11) 98593-9977