JOGANDO COMO OS MESTRES DO POKER
Ivan Santana
convida os melhores jogadores de Poker do Brasil.
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1a Edição 2015 PokerLAB Editora Grupo VFX
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Jogando como os mestres do Poker
Ficha Técnica Título Jogando como os Mestres do Poker ISBN 978-85-67765-90-7 Autor e Idealizador Ivan Santana Coautor, Direção Técnica e Revisão Técnica Ramon Sfalsin Direção Executiva, Produção e Edição Thiago Lameirinhas Diagramação Antony Marques Graber Assistente de Arte Jorge Luiz Ferreira Revisão Final Mariana M. Lima Direção de Projeto em Meio Eletrônico Pedro Lucas Costa Foto da Capa Charles Herman Northrup
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Convidados Especiais André Akkari Ariel Celestino Caio Pessagno Fabiano Kovalski Fabio Eiji Gabriel Goffi João Bauer João Simão Kelvin Kerber Leonardo Bueno Leonardo Soares Nicolau Villa-Lobos Ramon Sfalsin Thiago Crema Thiago Decano Victor Sbrissa Will Arruda Yuri Martins Dzivielevski Gestão de Projeto e Comercial Grupo VFX | www.grupovfx.com.br contato@grupovfx.com.br Loja Oficial PokerLAB Store www.pokerlabstore.com.br Pré-impressão, Impressão e Acabamento Gráfica Santa Marta
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Jogando como os mestres do Poker
PREFÁCIO Quanta estratégia, técnica e habilidade estão inseridos no apaixonante No Limit Texas Hold´em, comprovadamente esporte da mente. Ivan “RoyalSalute” Santana desbrava esse mundo complexo e dinâmico ao publicar seu segundo livro. Afora a grande amizade que construímos no decorrer desses últimos anos, ao morar e conviver dia a dia com o autor, tive a certeza de me deparar com um jogador de técnica refinada, que entende de fato o jogo na sua essência e está no topo da cadeia alimentar do nosso esporte, onde os tubarões devoram os “fishes”. Até pela proximidade, posso confidenciar que, atualmente, Ivan é o jogador com estilo e linhas de raciocínio que mais se aproximam ao que eu coloco em prática nas mesas de poker. Isso é evidenciado até ao analisar nossas estatísticas de jogo. A fórmula de sucesso e lucratividade no poker é uma boa dose de talento, aliado com dedicação, investimento de tempo e financeiro. E tenho absoluta certeza que “Jogando como os mestres do Poker” é um must-read a quem deseja entender o Texas Hold´em em toda sua lógica, subjetividade e complexidade. Parabéns! Você está prestes a consumir o que há de mais rico em termos de material sobre o poker da atualidade. E ao finalizar essa obra-prima, parabéns novamente! Você estará preparado para as grandes conquistas e até quem sabe para o tão sonhado bracelete da Copa do Mundo do Poker, a WSOP - World Series of Poker.
Thiago Decano
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Introdução Este é um livro do tipo “livro de exercícios”, onde temos exemplos com perguntas e as soluções para cada problema. O livro é composto por 44 mãos que foram analisadas detalhadamente. Todas as mãos ocorreram de fato, tendo apenas os stacks arredondados para facilitar a leitura. As cinco primeiras mãos são, e tem linguagem, mais básicas, nelas alguns termos são introduzidos e há uma breve explicação de alguns conceitos basilares para os jogadores iniciantes. Apesar de mais básicas, eu recomendo que mesmo os jogadores experientes deem uma passada nessas primeiras mãos e resolvam os problemas, até para marcar a pontuação que fariam nelas. A partir da sexta mão, temos mãos mais avançadas, onde muitas delas vão intrigar até os profissionais mais experientes. Essas mãos foram recolhidas de diversos torneios, selecionadas de acordo com a dificuldade e discutidas com outros profissionais. As últimas 18 mãos foram escritas por jogadores convidados, são jogadores referência do poker brasileiro, e que destrincharam a mão que escolheram como uma das ou a mais marcante da sua carreira, deixei por conta deles adotarem ou não o sistema de pontos do livro. As oito primeiras mãos dos convidados também são colocadas na forma de exercícios, enquanto que os últimos dez convidados optaram apenas por comentar o raciocínio que eles tiveram no decorrer da jogada. Leitura dos Oponentes A maioria das mãos foi jogada pela internet. Tentei simplificar bastante a leitura dos oponentes para não tornar as situações muito específicas. Em boa parte das mãos descrevo os oponentes apenas como “regulares” ou “jogadores ruins”. Um regular é um jogador que joga com frequência no site, é um jogador que estuda o jogo, joga milhares de mãos por mês, vai fazer uma seleção boa de mãos antes de entrar em cada jogada e devemos considerar
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que ele tem um bom nível de jogo, ele não é o “pato” da mesa. Em algumas mãos citarei regulares fracos, que jogam o arroz com feijão, mas se perdem em algumas situações pós-flop. Em outras, citarei regulares extremamente bons, que podemos supor que pensam com maestria o que está acontecendo durante uma jogada e que tenham um arsenal de jogadas avançado. O outro grupo, de jogadores ruins (popularmente conhecido como “donkeys”), são jogadores que não selecionam bem as mãos, normalmente jogam passivamente (apenas pagando apostas) e não tem um raciocínio afinado para jogar a mão de forma correta. Resolvendo as mãos As mãos são descritas street por street. Ou seja, temos um problema pré-flop, dou as opções, o leitor deve decidir qual opção tomaria e em seguida já escrevo a solução. Depois coloco as cartas que vieram no flop e as opções que ele pode tomar no flop, em seguida a solução do flop e assim por diante. Sugiro que sempre antes de ler a solução, pensar no problema e anotar a resposta de acordo com a ação que tomaria. Em algumas mãos colocarei as perguntas de uma ou mais street juntas e as soluções delas na sequência. Isso ocorre porque em alguns casos a solução do turn, por exemplo, entregaria a solução do river. Então, o correto seria dar a opinião em ambas as streets antes de ler as soluções. Em algumas mãos, há opções como: - Pedir mesa e pagar uma aposta. Ou - Pedir mesa e desistir de uma aposta É claro que, em teoria, teríamos que avaliar o tamanho da aposta para decidir a ação. Nesses casos sempre iremos considerar que o oponente aposte algo próximo da metade do pote, o que é muito padrão para os jogos de hoje, e basear a ação considerando este valor de aposta esperado.
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Pontuação utilizada Em cada problema há uma pontuação, os problemas mais simples têm pontuações menores, normalmente variando entre 0 e 3 pontos, enquanto que os mais difíceis variam entre 0 e 5 pontos, podendo em alguns casos até passar de 5 pontos, no caso da resposta bem difícil e correta. No final do livro há uma tabela onde está descrita a pontuação máxima de cada problema. Vocabulário utilizado Tentei utilizar um vocabulário simples no livro, e a maioria dos termos são explicados quando introduzidos, mas no poker há muitos termos específicos e para isso há um glossário na página 396. Os jogadores convidados escreveram as mãos com a linguagem que eles utilizam no dia a dia, então se algo soar estranho sugiro analisar o glossário. Outro ponto, é que este livro foi escrito como se eu e você estivéssemos jogando a mão juntos, tentando resolver o “problema”. Por isso nos problemas eu cito: “temos AA, o que fazemos?”, e não “você tem AA, o que você faria?”. Os jogadores brasileiros costumam muitas vezes contar as mãos dessa forma, e foi o modelo utilizado aqui.
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SUMÁRIO MÃO 01...............................................................................................13 MÃO 02...............................................................................................21 MÃO 03...............................................................................................33 MÃO 04...............................................................................................43 MÃO 05...............................................................................................51 MÃO 06...............................................................................................63 MÃO 07...............................................................................................75 MÃO 08...............................................................................................85 MÃO 09...............................................................................................95 MÃO 10.............................................................................................101 MÃO 11.............................................................................................111 MÃO 12.............................................................................................119 MÃO 13.............................................................................................129 MÃO 14.............................................................................................139 MÃO 15.............................................................................................145 MÃO 16.............................................................................................151 MÃO 17.............................................................................................165 MÃO 18.............................................................................................171 MÃO 19.............................................................................................181 MÃO 20.............................................................................................191 MÃO 21.............................................................................................199 MÃO 22.............................................................................................207 MÃO 23.............................................................................................219
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MÃO 24.............................................................................................227 MÃO 25.............................................................................................237 MÃO 26.............................................................................................245 Will Arruda.........................................................................................256 Thiago Crema.....................................................................................266 Fabio Eiji.............................................................................................276 João Simão..........................................................................................288 Ramon Sfalsin.....................................................................................296 Yuri Martins Dzivielevski....................................................................306 Leonardo Bueno..................................................................................314 Caio Pessagno......................................................................................324 Leonardo Soares..................................................................................328 Ariel Celestino.....................................................................................334 João Bauer...........................................................................................340 Thiago Decano....................................................................................346 André Akkari.......................................................................................354 Victor Sbrissa......................................................................................362 Nicolau Villa-Lobos............................................................................370 Kelvin Kerber......................................................................................376 Fabiano Kovalski.................................................................................384 Gabriel Goffi.......................................................................................390 Glossário.............................................................................................396
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MÃO 24 Situação da mão: - Torneio on-line de U$215 (SCOOP); - MP: um regular vencedor de torneios, bom jogador; - BB: o jogador mais fraco da mesa e que costuma errar bastante pós-flop. Problema 24.A, Pré-Flop: A) Desistir B) Pagar 240 C) Aumentar para 725 D) Aumentar para 950
Solução: Tanto desistir, quanto pagar ou aumentar são possíveis nessa situação e alguns detalhes definirão qual das três opções é a mais válida. Desistir é a opção mais comum para quem está adotando uma estratégia mais tight. O torneio já está com os antes em jogo, mas ainda está no começo e normalmente os jogadores não têm ranges tão amplos nesse estágio. Jogar uma mão dominada como QJo fora de posição normalmente não será lucrativo. Pagar normalmente não é recomendado, mas em alguns casos pode ser viável. Quando temos um jogador bem fraco no big blind pagar pode ser bom, já que é possível induzir ele a entrar na mão com mãos muito fracas. Jogadores fracos costumam completar com qualquer mão o big blind nessa situação e é possível ganhar valor com o QJo pós-flop. Fora isso, se você considera que o jogador que abriu do CO está abrindo com um range bem loose e ele não é um bom jogador, pagar também pode ser lucrativo. Pagar será ruim principalmente quando o big blind for um regular agressivo que
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poderá aplicar um squeeze. Também não é aconselhável se o jogador que abriu no CO for muito bom e se no big blind não tivermos um jogador ruim. A 3-bet também é uma opção, o único porém é que jogar um 3-bet pote deep com QJo fora de posição pode ser um pouco complicado, ainda mais contra um regular. A 3-bet é uma opção mais viável em estágios mais avançados do torneio, em que os jogadores vão abrir muito do cut-off para roubar os blinds e o QJ pode ser uma mão boa para aplicar re-steal. Em potes menos deep o QJo nos trará menos problemas. Por fim, optando pela 3-bet aumentaríamos para 725 ou 950? Caso fosse um estágio mais avançado do torneio e com stacks menores, o aumento para 725 ou próximo de 800 seria bom, mas nesse caso os jogadores estão bem deep stack e um valor mais adequado para uma 3-bet seria de 950, cortando odds para o jogador não resolver pagar em posição com muitas mãos. Assim, nessa mão temos a seguinte pontuação para cada decisão: A) Desistir – 4 pontos B) Pagar 240 – 3 pontos C) Aumentar para 725 – 0 pontos D) Aumentar para 950 – 2 pontos Nessa mão optei por pagar por dois motivos: há um jogador fraco no big blind e mesmo fora de posição eu me sinto confortável jogando pósflop contra regulares de torneios com stack grande. Acredito que minha experiência em cash games ajude nesses torneios mais deep stack. O ante também ajuda a dar pote odds mais interessantes para pagar.
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Problema 24.B, Flop (810):
A) Mesa com intuito de pagar uma aposta B) Mesa com intuito de aumentar uma aposta C) Apostar 200 D) Apostar 500
Solução: No flop, acertamos o top pair e ainda temos um gutshot, podendo seguir caso venha o 9. O flop é bem conectado e acerta um grupo grande de mãos. Começamos analisando a opção de sair apostando aplicando a famosa “donkbet”. Apostando podemos sim extrair valor de mãos piores, como TX, 8X, alguns QX piores e draws. A desvantagem de apostar é que estamos deep e não vamos gostar nem um pouco de enfrentar um aumento. Mesmo tendo o top pair e o gutshot vai ser complicado pagar um aumento fora de posição em um board que acerta muitas combinações
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de mãos. Resolver apostar só 200 é pior ainda, deixamos de extrair mais das mãos que estamos ganhando, e essa aposta induz o oponente a aplicar aumentos com mais frequência, tornando nossa vida bem mais complicada em uma situação que mesmo induzindo alguns blefes estaremos atrás de boa parte do range do oponente e fora de posição. Apostar 500 é possível ao menos extrair mais das mãos piores e induzir menos aumentos. Agora vamos analisar a opção de pedir mesa. O board é relativamente seguro, as únicas cartas que podem atrapalhar um pouco são o A e o K, mas mesmo elas nos deixam com mais quatro outs para sequência. Existe um flush draw, mas ainda é improvável que o oponente tenha duas cartas de espadas na mão. Assim, caso ele também peça mesa e pegue uma carta de graça não estaremos muito preocupados, e caso o oponente aposte é bem tranquilo pagar a aposta e reavaliar o turn. Muitos jogadores acham que por terem top pair e gutshot essa é uma mão em que possam dar check/raise. Não há porque aumentar, temos interesse em manter o range de blefe dele, e podemos pagar uma continuation bet tranquilamente que o pote ainda estará pequeno, diferente de um aumento que deixará o pote grande. O QJ ainda é uma mão vulnerável e o check/raise é bem ruim nessa situação.
Assim temos: A) Mesa com intuito pagar uma aposta – 3 pontos B) Mesa com intuito aumentar uma aposta – 0 pontos C) Apostar 200 – 0 pontos D) Apostar 500 – 1 ponto
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Problema 24.C, Turn (810):
A) Mesa com intuito pagar uma aposta B) Mesa com intuito de aumentar uma aposta C) Apostar 200 D) Apostar 500 Depois que o oponente pede mesa, podemos concluir o seguinte: - Ele muito dificilmente tem uma mão forte, já que é um board que poucos jogadores vão resolver aplicar slowplay. - Ele pode ter uma mão fraca como segundo par e ter controlado o pote. - Ele pode ter um draw e pegado uma carta de graça, mas é menos provável, pois os regulares costumam aplicar continuation bets com draws. - Ele pode ter desistido da mão, pois é um board que acerta muitas mãos. Sabendo disso já temos ideia do range dele e sem dúvidas é hora de apostar. Agora queremos extrair dos TX, 8X ou até algum 67 que pode
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resolver pagar uma aposta. Mais uma vez a aposta de 200 não é uma boa opção, esta vez induzir um blefe pode sim ser útil já que estamos mais seguros na mão, mas de acordo com o range que demos a ele é bem difícil ele aumentar, sendo mais provável apenas pagar, e perderemos valor apostando tão pouco. Pedir mesa também não é uma opção boa já que estamos perdendo valor da maior parte do range do oponente.
Solução: A) Mesa com intuito de pagar uma aposta – 0 pontos B) Mesa com intuito de aumentar uma aposta – 0 pontos C) Apostar 500 – 3 pontos D) Apostar 200 – 1 ponto
Problema 24.D, River (1840):
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A) Mesa com intuito de pagar uma aposta B) Mesa com intuito de aumentar uma aposta C) Apostar 540 D) Apostar 1120 E) Apostar 1840
Solução: Chegamos ao river e com as informações que temos é possível concluir que o oponente tem uma mão fraca, tirando possíveis 8X que podem ter trincado. Há muitas combinações de TX no range dele (AT/ KT/TJ/9T/7T), algumas de QX (Q9, QXs baixos), JJ e 99, junto com alguns 8X, e raramente algum draw sem par. Pedindo mesa, quando o oponente tiver uma mão pior que a nossa, ele também pedirá mesa e uma melhor provavelmente vai apostar. Então pedir mesa é uma jogada ruim. Mais uma vez temos que apostar, a questão é: quanto? Valores no river dependem muito da leitura do oponente, muitas vezes uma aposta forte pode parecer mais blefe do que uma aposta de um valor “normal”. Quando apostamos nesse river o oponente vai colocar a gente em uma mão que acertou bem o flop (no mínimo top pair) ou uma mão que estamos blefando como um AJ, A9s e alguns flush draws que erramos. Apostar 540 não tem muita vantagem, pois as mãos que pagam 540 normalmente pagam também 1120. A questão é se vale apostar algo mais próximo do pote e isso vai depender do oponente. Normalmente os oponentes veem mais força nessa aposta forte no river e devem desistir com as mãos médias, até porque o board propicia muitas mãos fortes. Sendo assim, sem histórico normalmente uma aposta em um valor padrão entre 1/2 e 2/3 do pote será mais efetiva. A) Mesa com intuito de pagar uma aposta – 0 pontos B) Mesa com intuito de aumentar uma aposta – 0 pontos C) Apostar 540 – 1 ponto
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D) Apostar 1120 – 4 pontos E) Apostar 1840 – 2 pontos
Problema 24.E, River (1.840):
A) Desistir B) Pagar C) All-in
Solução: Quando tudo caminhava para uma mão mais tranquila, fomos surpreendidos com um aumento no river. Nessa mão quase todos os jogadores vão se perguntar apenas: pagar ou desistir? Então vamos lá, lembrando as informações que temos: - Esse range acerta muita das nossas possíveis mãos pré-flop. - O oponente não tem nenhuma mão forte até o turn.
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- Chegando ao river, quando apostamos o oponente normalmente tem uma mão com valor pior que a nossa ou um 8X. - São raríssimos os jogadores que vão transformar par fraco em blefe nessa situação no river, ainda mais em começo de torneio. Sabendo disso, a chance dele ter um 8X (como 98, 87, A8) é gigante e desistir é melhor que pagar. Raramente veremos blefe aqui. Porém, não podemos desconsiderar a última opção (e que pouquíssimos jogadores consideram). O oponente é um regular, um jogador que pensa nas ações, está no começo de um torneio relativamente importante e não temos motivos para acreditar que esteja em tilt. Se nos colocarmos no lugar do oponente com o 8X e receber um all-in, vemos que ele não tem como pagar. Full house está no nosso range (podemos jogar TT, 66, T8 assim), e sequências também como 9Js e 79s. É uma situação que é tão rara alguém blefar que dificilmente ele colocará a gente em blefe e será dificílimo ele pagar com 8X, salvo um raro 86 que fez full house (e alguns oponentes podem cogitar até em desistir com o 86). Se ele tinha dois pares ou set no flop ele aposta, se ele tem sequência também aposta ou aumenta no turn, então o range de valor dele é muito concentrado em trinca de 8, que é uma mão que aumenta por valor no river, mas não tem como pagar um all-in. Essa jogada é dificílima e deve ser feita com cautela. Um regular que costuma avaliar bem as mãos em um torneio importante, deve desistir com o 8 e o blefe será bem sucedido. A) Desistir – 3 pontos B) Pagar – 0 pontos C) All-in – 10 pontos Resultado: O oponente pensa por um bom tempo e desiste da mão.
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Em nome de toda a equipe que produziu esta obra, os nossos agradecimentos especiais: Aos mestres, André Akkari, Ariel Celestino, Caio Pessagno, Fabiano Kovalski, Fabio Eiji, Gabriel Goffi, João Bauer, João Simão, Kelvin Kerber, Leonardo Bueno, Leonardo Soares, Nicolau Villa-Lobos, Ramon Sfalsin, Thiago Crema, Thiago Decano, Victor Sbrissa, Will Arruda e Yuri Martins Dzivielevski, por compartilharem conosco um pouco das suas experiências e do vasto conhecimento que carregam. A todos os colaboradores do Grupo VFX, em especial a Raise Editora e revista Card Player Brasil, geridas com maestria pelo Diretor Executivo Renato Lins, agente catalisador de grandes projetos e apoiador do Poker no Brasil há mais de 8 anos. Não poderíamos deixar de citar o maior pilar no que diz respeito a institucionalização do Poker no Brasil, fica aqui registrada a nossa grande estima e gratidão ao Presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em, Igor “Federal” Trafane, pela maneira integra e incansável com a qual dirige a entidade máxima do Poker no Brasil, um exaustivo trabalho de formação e propagação do esporte da mente que mais cresce no mundo. Estendemos ainda os agradecimentos ao homem que, em consonância a este trabalho, está por trás da direção executiva da instituição, Alberoni Castro. E um “muito obrigado” a todos que de alguma maneira ajudaram na realização deste projeto.
Thiago Lameirinhas Dir. Executivo
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Agora é a hora de colocar em prática todo o aprendizado...
LET’S SHUFFLE UP AND DEAL!
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