JapanCult

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EDIÇÃO ESPECIAL

JapanCult

A REVISTA DA CULTURA JAPONESA

Abril Editora



Índice 04

O Japão

08

A História do Japão

20

Nikagawa Utamaro

22

Lendas Urbanas

25

Cultura Japonesa

31

Principais Pontos Turísticos

33

Culinária Japonesa

Apêndice: Bandeira do Japão


O JAPÃO Um país asiático no extremo oriente Considerado a segunda maior potência econômica do planeta, o Japão está situado no continente asiático. Devido sua localização, no extremo leste da Ásia, o país é conhecido como a “terra do sol nascente”. Essa nação é formada por quatro grandes ilhas (Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu), que correspondem a 97% da área total e por diversas ilhas menores. O Japão ocupa uma das áreas mais sísmicas do planeta, pois está localizado nos limites da placa tectônica euroasiática ocidental, que, juntamente com a placa do pacífico, formam uma zona de convergência entre placas, ou seja, ocorre o encontro dessas duas placas tectônicas, fato que desencadeia fortes terremotos, além da existência de vulcões. O território nacional é bastante montanhoso, sendo que apenas 16% do país é composto por áreas de planícies, característica que dificulta o desenvolvimento da agricultura. Nesse sentido, a produção de gêneros alimentícios é insuficiente para suprir a demanda interna. Somente o arroz consegue abastecer o mercado nacional, não havendo necessidade de importá-lo. A economia japonesa é altamente industrializada, apresentando grande aparato tecnológico. O país se destaca nos segmentos de eletroeletrônico, informática, robótica, automobilístico, entre outros. O Japão detém o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, atrás somente da China e dos Estados Unidos.

O desenvolvimento econômico reflete no alto padrão de vida dos japoneses. De acordo com dados divulgados em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Japão possui Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,884, ocupando o 11° lugar no ranking mundial, que é composto por 169 países. Entre os fatores que contribuem para essa média estão: o analfabetismo é praticamente inexistente; a taxa de mortalidade infantil é uma das menores do mundo: apenas 3 para cada mil nascidos vivos; a expectativa de vida é de 83 anos. O Japão é um país montanhoso, com dois terços do seu território coberto por florestas. A maioria das áreas possui um clima temperado com quatro estações, apesar de em Okinawa, ao sul, o clima ser subtropical, e em Hokkaido, ao norte, ser subártico. Consequentemente, o Japão tem uma rica biodiversidade. Adicionalmente, subsiste um grande número de valiosos ecossistemas por todo o país, com as quatro áreas de Shiretoko, ShirakamiSanchi, ilhas Ogasawara e Yakushima, fazendo parte da lista do Patrimônio Mundial da UNESCO. Área territorial: 372.000 km². Capital do Japão: Tóquio. População: 127,4 milhões de habitantes. Moeda do Japão: iene. Nome oficial: Japão (Nippon). Nacionalidade: Japonesa. Idioma oficial: japonês. Governo: Monarquia Parlamentarista.

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Religião As maiores estimativas para o número de budistas e xintoístas no Japão são de 8496% da população, representando um grande número de crentes em um sincretismo dessas duas religiões. No entanto, essas estimativas baseiam-se em pessoas com uma associação com um templo, ao invés do número de pessoas que realmente seguem a religião. O professor Robert Kisala da Universidade de Nanzan sugere que apenas 30% da população do país se identifique como pertencente a alguma religião. O taoísmo, o confucionismo e o budismo da China também têm influenciado as crenças e os costumes japoneses. A religião no Japão tende a ser sincrética por natureza e isso resulta em uma variedade de práticas, tais como pais e filhos celebrando rituais xintoístas, os estudantes rezando antes dos exames, alguns casais celebrando um casamento em uma igreja cristã e funerais sendo realizados em templos budistas. Uma minoria (2 595 397 de pessoas ou 2,04% da população) professam o cristianismo.

Clima O clima japonês apresenta uma clara diferenciação entre as estações e sofre a influência de massas de ar frias vindas da Sibéria no inverno, bem como de massas de ar quentes do Pacífico no verão. Os tufões são comuns entre o fim do verão e o início do outono. O país pode ser dividido em quatro regiões climáticas: a de Hokkaido, de clima subártico, a da costa do Pacífico, temperado, a da costa do Mar do Japão, mais chuvoso, e o da região sudoeste, subtropical. As diferenças entre as estações do ano mostram-se da seguinte maneira: o inverno, que vai de Dezembro a Fevereiro, é seco e tem regularmente Sol. Enquanto o Centro e principalmente o Norte do Japão são frios, o Sul tem o tempo mais agradável, e a temperatura vai raramente abaixo dos 0 °C. A primavera, que vai de março a maio, é quando deixa de nevar, sendo que todas as paisagens ficam floridas. O verão começa com três a quatro semanas de chuva, sendo este período importante para os agricultores. Depois deste período, o tempo torna-se extremamente quente. O outono é muito fresco, com uma ligeira brisa e uma temperatura mais fresca depois do Verão.

Imigração e emigração Em 2004 o Ministério da Justiça do Japão estimou o número de estrangeiros legais em quase dois milhões sendo estes principalmente coreanos, chineses, taiwaneses, brasileiros e filipinos. As outras minorias são, peruanos, norte-americanos, ingleses, tailandeses, australianos, canadenses, indianos, iranianos, russos, entre outros. Entretanto, o número real de estrangeiros é incerto devido a existência de muitos imigrantes ilegais. A maioria dos brasileiros residentes no Japão são nikkei (descendentes de japoneses ou cônjuges de nipo-brasileiros) que vivem e trabalham legalmente e são conhecidos pelos japoneses como dekasseguis. O Brasil passou a receber imigrantes japoneses em 1908. A maior parte dos imigrantes chegou na década de 1930 e se fixou sobretudo em São Paulo. Hoje, a população nipo-brasileira é de quase 1,5 milhão de pessoas, formando a maior colônia de descendentes de japoneses do mundo. Muitos desses brasileiros de origem japonesa ou cônjuges têm imigrado ao Japão em busca de melhores condições de vida, formando uma comunidade de cerca de 300 mil pessoas no Japão.


Educação No Japão a educação é uma prática ancestral, pois antecede o próprio exercício da escrita chinesa neste país, a qual teve início no século VI. No princípio ela se limitava à aristocracia, elite da sociedade japonesa. Ao longo do Período Edo, porém, a massa popular já havia conquistado o acesso ao sistema escolar; os samurais foram beneficiados com cursos especificamente direcionados a eles, mas as outras classes contavam com escolas mistas, nas quais aprendiam a escrever, ler e contar. Por meio desta estrutura educacional 40% dos japoneses já eram alfabetizados quando, em 1868, foi deflagrada a Restauração Meiji. Nesta mesma época instituiu-se no Japão o sistema de escolas primárias, secundárias e foram criadas as primeiras universidades. Os alunos percorrem cinco etapas: 1- o jardim-de-infância, que pode durar de um a três anos; 2- o primário, que contabiliza seis anos; 3- o ginásio de 1º grau, o qual soma três anos; 4- o ginásio de 2º grau, igualmente com três anos de duração; 5- e finalmente a Universidade, concluída normalmente em quatro anos. No Japão também existem as universidades juniores, nas quais é possível encontrar cursos de menor extensão, em média de dois ou três anos. Há inclusive pós-graduações que oferecem um conhecimento mais profundo. Conforme dados do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, relativos ao ano de 2005, aproximadamente 75,9% dos estudantes egressos do estágio considerado como ensino médio ingressam em uma Universidade, frequentam um curso profissional ou demais etapas posteriores a este grau secundário.

A formação educacional é gratuita e compulsória para todos os que estejam na faixa etária localizada entre os seis e 15 anos, apesar de uma boa parte dos graduados neste estágio seguirem voluntariamente para o período seguinte, correspondente ao 2º grau; já se tornou praticamente uma tradição, para os estudantes, ter no currículo essa fase da educação. É em Abril que se inicia o ano letivo neste país. O currículo de cada etapa é estabelecido pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia. O material pedagógico é constantemente submetido a análises e apreciações. Uma face típica, e não exatamente positiva, desta educação é seu caráter extremamente competitivo, particularmente quando se trata do ingresso em uma faculdade. A educação japonesa prima também por uma disciplina radical e uma tradição acirrada, fatores já responsabilizados várias vezes pelo alto índice de suicídios entre adolescentes e jovens, os quais são psicologicamente pressionados pelas famílias e por este sistema educacional altamente exigente. Atualmente este mecanismo está em fase de transformação, pois no Japão também urge a acomodação da educação ao mundo pósmoderno; assim, é preciso que os alunos aprendam também a exercitar a liberdade e o ato criador. Segundo o Suplemento de Educação Superior do The Times, as principais instituições universitárias japonesas hoje são a Universidade de Tóquio, a Universidade de Quioto e a Universidade de Osaka. As escolas particulares têm um papel igualmente importante na educação, especialmente nas esferas da pré-escola e do ensino superior.

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Biodiversidade Flora A flora do Japão é marcada por uma grande variedade de espécies. Existem aproximadamente 4.500 espécies de plantas nativas no Japão (3.950 angiospermas, 40 gimnospermas e 500 tipos de samambaias). Cerca de 1.600 angiospermas e gimnospermas são naturais do Japão. O grande número de plantas reflete a diversidade de clima que caracteriza o arquipélago japonês, que se estende por 3.500 quilômetros (2.175 milhas) de norte ao sul. O aspecto climático mais frequente é a grande variação de temperatura e as significativas precipitações, o que é propício para a sua rica e abundante flora. O clima também favorece o fato do Japão ser quase 70% coberto por florestas. As folhas mudam de cor de estação para estação. As plantas estão distribuídas nas seguintes cinco zonas, todas se encontram na zona temperada do leste asiático: (1) zona subtropical, incluindo as ilhas Ryukyo e Ogasawara; (2) zona de temperatura mais quente com vegetação de folhas largas e perenes, que abrange a maior parte do sul de Honshu, Shikoku e Kyushu. As árvores características são o shii e o kashi, ambos são tipos de carvalhos; (3) zona de temperatura mais fria com vegetação de folhas largas e sazonais, que cobrem a região central e norte de Honshu e o sul de Hokkaido; a faia japonesa e outras variedades de árvores são encontradas aqui; (4) zona subalpina, que inclui a região central e o norte de Hokkaido. As plantas características são o sakhalan fir e o yesso spruce; (5) a zona alpina nas partes altas da região central de Honshu e Hokkaido, com plantas alpinas como as komakusa (dicenta peregrina).

Se existe uma planta que melhor representa o Japão, esta é a sakura (cerejeira). A sakura, que é natural do Japão, tem sido de longe a planta mais popular desde os tempos antigos. Os japoneses modernos saúdam o surgimento das flores de cerejeira na primavera como uma oportunidade para ter hanami (festas de observação da flor), e muitas celebrações de escolas e empresas são realizadas nessa estação. A previsão do tempo na televisão e nos jornais transmite informações atualizadas sobre o desabrochar das flores que se inicia em Okinawa e termina ao norte, em Hokkaido. No outono, quando as folhas mudam de cor, tem-se outra oportunidade para se apreciar a natureza. Embora se dissesse que há centenas de anos as pessoas se juntavam sob as árvores para dançar ao som de músicas, hoje em dia a maioria dos japoneses urbanos entra em seus carros ou vão de trem observar as paisagens e as cores do outono.

Fauna Muitas espécies raras não encontradas nos países vizinhos podem ser vistas na fauna japonesa.Assim como a vida vegetal é amplamente diversificada graças às diferentes condições climáticas do norte ao sul, assim as ilhas japonesas são habitadas por animais segundo as suas regiões: animais tropicais do sudeste asiático, animais chineses e da zona temperada coreana, e animais subárticos siberianos.Peixes-coral tropicais coloridos e brilhantes, tartarugas, e cobras marinhas são encontrados no mar tropical das ilhas Ryukyu, que também é lar do boto e do golfinho negro. No mar ao norte de Honshu encontram-se leõesmarinhos, focas e baleias. Animais típicos do ártico como as morsas às vezes visitam Hokkaido, o lado mais ao norte próximo do Mar de Okhotsk.Na parte mais ao sul do Japão, as Ilhas Ryukyu são habitadas na maior parte por animais tropicais como a águia das serpentes, morcegos e lagartos. Pelas ilhas continentais de Honshu, Shikoku e Kyushu, perambulam tanukis (cães-guaxinim), veados sika e patos-mandarim, que são de florestas estacionais deciduais, tanto da Coreia, como do norte da China. Das florestas coníferas siberianas, vêm o urso pardo, a perdiz-avelã e o lagarto comum. A distribuição de animais não é contínua devido ao fato das ilhas japonesas terem se separado e se unido ao continente repetidas vezes, resultando em uma migração animal extremamente complexa. Além disso, os animais encontrados em um lugar específico do Japão não são os mesmos vistos em áreas semelhantes no continente; muitas dessas espécies são encontradas exclusivamente no Japão.


A HISTÓRIA DO JAPÃO Conhecendo um pouco da história do Japão por períodos e eras A história milenar do Japão é famosa e conhecida pela parte cultural. Porém, ao longo do tempo, foi marcada por grandes guerras, principalmente as travadas entre os países vizinhos, conflitos que constituíram a cultura e a civilização do Japão atual. Ao longo da história, nos deparamos com o mais cruel de todos os conflitos, “A Segunda Grande Guerra Mundial”, que ocasionou a tragédia da bomba nuclear em Hiroshima e Nagasaki, tornando o Japão a única nação no mundo a sofrer um ataque nuclear. A história do Japão com seus Imperadores, Samurais, Shoguns e Grandes Generais, além da chegada do Budismo ao país e toda a cultura japonesa, como artesanato entre outras tantas, arremeteriam a uma cronologia tamanha, que contado, praticamente, é impossível relatar sem uma ordem periódica, pois a riqueza histórica deste povo é incomensurável. A história da Terra do Sol nascente é apresentada aqui desde o período pré-Jomon até os dias atuais.

Período: Pré-Jomon(20 mil a.C) O arquipélago japonês esteve unido a Continente Asiático no passado, ou seja, fazia parte da placa asiática. Calcula-se que isto deve ter acontecido há mais de 100 mil anos. Neste período supõe-se que a faixa de terra, que viria a se tornar o Japão, era habitada. Como confirmação desta hipótese, foram encontrados esqueletos fossilizados de homens e animais, inclusive de elefantes pré-históricos. A existência desses animais teria provocado a migração dos povos do norte para o Japão. O período datado a partir de 20 mil a.C. é conhecido como pré-Jomon. Os habitantes do Japão viviam da caça e da pesca, utilizando-se de instrumentos de pedra, conseguidos através do lascamento. Este era o período da pedra Lascada ou Paleolítico e pouco se sabe a respeito deste.

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Período: Jomon(8 mil a.C) Os japoneses geralmente costumam contar a história a partir do período posterior ao Paleolítico, denominado era Jomon. A era Jomon, ou era Neolítica, iniciou-se aproximadamente no ano 8 mil a.C., marcada pela existência de uma cultura mais complexa. Seus habitantes continuavam vivendo da caça e da pesca, mas com o uso de instrumentos de pedra polida. A diferença, entre este período e o anterior, é a passagem da pedra lascada para a polida. Entretanto, outros artefatos desenvolvidos na Era Jomon devem ser considerados. Os homens inventaram armas como o arco, a flecha e a lança, úteis para a caça. Técnicas mais apuradas de caça foram criadas nesta época. Contudo, de todos os aperfeiçoamentos, talvez o maior tenha sido a cerâmica. Potes de barro, magnificamente torneados e depois desenhados em relevo com uso de cordas, serviam para o cozimento de alimentos e para o seu armazenamento. O nome Jomon vem daí: quer dizer, marcas de corda.

Período: YAYOI-YAMATO(100 a 200 a.C) No período Jomon havia tribos, portanto, os habitantes compartilhavam um espaço comum. A vida organizada já fazia parte do homem desta era. Viviam em casas feitas de galhos de árvores, cobertas com palha, que ficavam em valas cavadas na terra. Para alimentação, os habitantes costumavam partir os ossos grandes dos animais para extrair o tutano. O javali era caçado para se conseguir a gordura, produto indispensável para a fabricação do óleo. Do veado, conseguia-se a pele para o vestuário de inverno. Animais domésticos como o cão, foram incorporados rapidamente à comunidade. Eram usados durante as caças. É desta época a evolução dos cães japoneses, entre os quais os de raça Shiba. Quanto ao gato, acredita-se que teria vindo de outras regiões. O mesmo acontecendo com o porco e o cavalo. Mas os dois últimos foram introduzidos no Japão no período que se segue ao Jomon, a era Yayoi.

O que separa o período Jomon do Yayoi é o início da cultura do arroz, que se inicia um ou dois séculos antes de Cristo. A cultura do arroz vem acompanhada de uma migração vinda do continente, jamais vista até então. Técnicas mais avançadas são introduzidas. O metal passa a ser utilizado junto com a pedra polida. Utilizam-se espadas feitas de bronze e espelhos de metal nos rituais religiosos. Instrumentos agrícolas são incrementados a partir do metal e da madeira. Mas foi a cultura do arroz que provocou modificações profundas na vida social, política e econômica dos aldeões. Como o cultivo do arroz exigia um trabalho coletivo, houve a divisão do trabalho e, consequentemente, as diversas divisões de classe, surgindo uma classe dirigente.


Os imigrantes tomaram-se integrantes da corte e de clãs poderosos. Em caso de guerra, eles conseguiam vencer os nativos, com facilidade. Suas aldeias prosperam mais do que a dos antigos moradores.A par com a cultura do arroz, estes migrantes, que trouxeram as técnicas de tecelagem, costura e criação do bicho da seda, formaram grupos de trabalho, o dos artífices, para a manufatura de instrumentos de metais, o dos comerciantes, vendedores de potes de barro e, por fim, o dos agricultores. Este fluxo migratório se fixou notadamente ao sul do Japão. A partir de Yayoi, que viria a se tornar depois o Japão atual, germinam os alicerces de uma cultura agrária e tribal fundamentada na formação de pequenos estados. Documentos chineses da dinastia Han referem-se a um “país de cem reinos”. Estes reinos localizar-seiam ao norte de Kyushu, uma das quatro ilhas que formam o arquipélago nipônico. Os chineses falam nos reinos de Nu (Na), l-tu (Ito), Mo-lu (Matsura) e Pu-mi (Fumi). Há indícios que o reino de Nu pagava tributos a Han no ano 57 a.C.

As guerras internas assolavam os reinos de Kyushu. A paz só foi conseguida com o entronamento de uma mulher, a rainha Himiko, possivelmente no ano de 188 d.C.Como rainha, Himiko unificou 28 nações sob o nome de reino de Yamatai. Estas informações constam em documentos chineses, onde, por exemplo, diz que Himiko tinha poderes sobrenaturais. Ela conseguia prever se a safra de arroz seria boa e em caso de guerra, se Yamatai sairia vencedor. As adivinhações eram feitas queimando-se pedaços de ossos. Pela rachadura produzida, podia se prever os acontecimentos. Com a morte de Himiko, as guerras voltaram a acontecer. Havia a necessidade de alguém que mantivesse a unificação de Yamatai. Portanto, diante do impasse, foi escolhida como sucessora, Iyo, de apenas 13 anos. Assim, Yamatai continuou existindo. Outro fato importante acontecido no período Yayoi é a consolidação do país de Yamato, no século IV. Yamato localizava-se ao lado do rio, do mesmo nome, nas proximidades da atual província de Nara, na ilha central de Honshu. Yamato consegue dominar as nações do norte de Kyushu, as do vale de Yamato e as de Izumo. O chefe de Yamato recebe o nome de Okimi ou Oaiwô (grande rei), e posteriormente, passou-se a denominá-lo Tennô (imperador). Os indícios levam a crer que a origem dos imperadores japoneses esteja em Yamato.

Dos tempos de Yamato, o que o Japão conserva ainda são os gigantescos túmulos, conhecidos por Kofun (Ryô). O mais famoso é o do imperador Nintoku, na cidade de Sakai, em Osaka. Os imperadores eram enterrados junto a artefatos feitos de argila, o haniwa. Constitui-se o haniwa de réplicas, em miniatura, de casas, cavalos e seres humanos.Em pleno esplendor, Yamato mandou chamar do continente (China e Coréia) artesãos para ensinar os japoneses. Mas de todos os ensinamentos, quem sabe, os mais importantes foram o budismo e a escrita em forma de ideogramas, o kanji.


Período: Asuka(604 d.C) A partir da consolidação do reino de Yamato, o Japão começa a tomar forma como um Estado unificado, cabendo aos dirigentes esta unificação. Aquele que vai dar um passo grande neste sentido é Shôtoku Taishi. Saindo do período Yayoi, mais precisamente de sua fase tardia, Kofun (o dos grandes túmulos, de 300 a 391), para o período Asuka, a introdução do budismo se dá neste período.Intensificam-se as relações com o continente, no caso, a China. Entretanto, Yamato vivia constantes guerras pelo poder. No reinado da imperatriz Suiko surge a figura de Shôtoku (séc. VII). Ele assume a regência e promove diversas mudanças na máquina administrativa. Baixa um decreto no qual os servidores públicos são divididos em doze categorias. Também promulga a “Constituição de Dezessete Artigos”, cuja finalidade é disciplinar o trabalho dos funcionários público, tendo por base os ensinamentos do educador chinês Confúcio. Buscando inovações, Shôtoku torna-se um adepto do budismo. Com entusiasmo, dedica-se a difundir a doutrina de Buda. Ele próprio possui mestres vindos da Coreia para ensiná-lo. Um grande número de coreanos dos reinos Kokuli e Paikché, dentre monges, estudiosos e artistas fixam residência no Japão. Os templos budistas proliferam e as famílias aristocráticas disputam entre si a sua construção. O mais famoso, o de Hôryuji, fica na cidade de Nara e foi construído por Shotoku Taishi.A Reforma Taika, de 645 é um marco que os historiadores utilizam para demarcar o final do período Asuka. Com ela é abolido o sistema de propriedade particular, conhecido por “Uji‐ kabane”. Assim, os aristocratas, donos da terra, teriam o seu poder enfraquecido. Antes, eles tentavam, através das guerras, influírem nas decisões dos imperadores. Com a Reforma Taika, o imperador fortaleceria o seu poder em detrimento dos aristocratas. Em troca das terras, os aristocratas tornar-se-iam funcionários do governo.Em suma, a Reforma Taika introduziu o regime Ritsuryô, inspirado no modelo chinês.

Período: Nara(710 d.C) A cidade de Nara torna-se capital em 710. Ela é construída seguindo-se o modelo de Chang’an (atual Xian), a capital de Tang, na China. O período Nara foi marcado por um governo centralizador e burocrático. Beneficiado pelo Estado, o budismo prosperou, assim como a arquitetura e a escultura.As relações com Tang intensificam-se neste período. Por duzentos anos o intercâmbio cultural e diplomático se mantém. As frágeis embarcações deixam Naniwa (Osaka) em direção ao continente enfrentando as tempestades que assolam o Mar da China. As que conseguem vencer as intempéries, retornam ao Japão trazendo os louros da cultura mais avançada do mundo. Vão para Yamato chineses, coreanos, indianos e persas. É desta época a chegada do monge chinês Ganjin (688-763) para transmitir o Ritsu. Uma das seis correntes do budismo, depois de ter enfrentado as dificuldades da travessia. Como religião do Estado, o budismo se expande em todas as direções. No mosteiro de Todaiji é construído um Buda de bronze, de 16 metros de altura.No campo das letras, surgem três obras significativas. As narrativas Kojiki e Nihon Shoki, possivelmente as primeiras fontes da história japonesa, escritas em kanji chinês, contêm lendas a respeito da família imperial, remetendo sempre ao “tempo dos deuses”. A outra obra é o Man-yo-shu, onde se encontram reunidos cerca de 4.500 poemas “waka”.A riqueza do período Nara não se estendia às classes menos privilegiadas. Estas continuavam no mesmo estado de pobreza; tinham direito a uma parcela da terra desde que a cultivassem e pagassem os tributos.

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Período: Heian(784) Cada vez mais os monges budistas fortaleciam-se como classe, interferindo nas questões burocráticas do Estado. As intrigas palacianas voltaram a acontecer. Quando o sistema encontrou-se saturado, a fim de romper com ele, a solução foi a da mudança da capital. Nara foi trocada por Heian (Kyoto). O período Heian se estendeu de 784 a 1192.O rompimento no período Nara com o sistema chinês, significava o retorno a uma forma nativa que atendesse aos anseios da nação. Esta forma era a da sofisticação da cultura ao estilo japonês. A família Fujiwara, que se despontou a partir da Reforma Taika, tomou a frente do governo. Utilizando-se de habilidade política aproximou-se da família imperial e por meio de casamentos, o clã Fujiwara passou a exercer poderes próprios ao Imperador. Enquanto isso, transformações significativas iriam acontecer no campo. As terras, que pertenciam ao governo, entram em colapso. Aproveitando-se disso, as terras privadas (shôen) aumentam nas mãos das famílias poderosas, o mesmo acontecendo com os monges budistas e fazendeiros influentes.Por fim, o governo teve que reconhecer a sua dificuldade em manter as terras. Na época, tinha aumentado o ataque das tribos Ezo vindos do norte do país. Para combatêlas, foi mandado um grupo de soldados profissionais. A mesma tática foi adotada pelos governadores das províncias e donos das terras agrícolas. Eles formam uma guarda particular, recrutando os soldados dentro de seus próprios clãs, de partidários e seguidores. Esta é a origem dos samurais.

Período: Kamakura à Azuchimomoyama(1192 a 1600) A classe dos samurais instala-se no governo através do clã Taira em 1167. À maneira de Fujiwara, duas famílias vindas das classes guerreiras, Heike e Genji, mesclam o sangue com a família imperial. Era a forma para chegar ao poder. Taira, que é chamado também de Heike, chega antes de Genji ao governo. Após a decadência da família Fujiwara, os imperadores tentaram restaurar o seu poder. Período em que se inaugura a época dos “Imperadores enclausurados”. As intrigas conduzem às rebeliões, entre elas a de Hogen (1156) e a de Heiji (1159). Desgastes por parte da corte, por outro lado, aumenta o poder dos samurais. Mais precisamente do clã Heike. Heike que ingressou no governo foi Taira Kiyomori. Casou uma filha com o imperador Takakura, de cuja união nasceu o imperador Antoku. Copiando o fausto da vida palaciana, Taira Kiyomori continua repetindo os erros de Fujiwara, enquanto isso, por fora, os da família Genji estão conspirando. Por fim, os Heike são derrotados na batalha marítima de Dannoura. Batalha em que todos os chefes Taira são exterminados. O imperador Antoku, de sete anos, é atirado nas águas do mar interior Seto nos braços da avó. Tinha triunfado o clã Genji.

Com Genji no governo inicia-se o período dos shoguns, que perdurou por quase sete séculos. Mais uma vez, a capital é transferida. Desta vez, o shogun escolhe Kamakura. Shogun era o título outorgado pelo imperador ao guerreiro de sua confiança, tornando-o assim, no generalíssimo. No período Kamakura, que se inicia em 1192, coexistem dois governos, o do shogun e o do imperador. Um independente do outro. Em resumo, isto significava o enfraquecimento do poder do imperador. Entre os fatos marcantes deste período está à invasão do Japão pelos mongóis. Ela acontece por duas vezes no século XIII. Na primeira tentativa, a de 1274, os mongóis chegam a aportar ao norte de Kyushu após sangrenta batalha com os samurais. Mas um tufão violento sopra consegue frustrar as tropas de Kublai Khan. Mas Khan não desiste. Por sorte, mais uma vez o vento sopra a favor dos japoneses. Daí nasce a expressão Kamikaze, ou seja, “o vento divino”.


Consolida-se no período Kamakura o poder dos samurais, distribuídos nos feudos. Com o tempo, os feudos se tornam cada vez mais autosuficientes. Feudos do interior afastam-se do poder central. Assim, conforme aumenta o poder local, as rixas aumentam. As guerras se tornam inevitáveis. Enquanto a classe guerreira se fortalece, são criados códigos que regulamentam as relações entre os seus membros. É o código moral dos samurais. A história japonesa parece desenrolar-se quase que apenas nas camadas mais elevadas da população. As classes foram divididas entre os nobres, samurais, monges (comuns) e semmin (marginais). Inúmeras escolas budistas são estabelecidas através do envio de monges japoneses para a China. Às seitas Shingon e Tendai vêm somarem-se outras: Jôdo, Jôdo Shin, Hokke e Zen. Seitas ainda existentes no Japão atual. As guerras desgastam o poder central exercido pelo shogun, principalmente as tentativas dos mongóis em invadir o Japão. Aproveitando-se destas brechas, os imperadores conspiravam a fim de restaurar o seu poder de fato. A primeira tentativa se deu em 1221 com Gotoba, sem sucesso. Mais tarde com Godaigo em 1331. Alguns samurais, descontentes com o shogun, conspiram junto com Godaigo. Entre eles, Takauji Ashikaga. Por fim, o shogun é derrotado e o imperador Kômyô concede a Ashikaga o título de novo shogun. O shogunato de Kamakura vigorou por 140 anos.

Com a mudança do governo, muda-se a capital. Ashikaga a transfere para Kyoto. O terceiro shogun desta dinastia, Yoshimitsu, habita o Palácio das Flores de Muromachi, nome usado também para designar este período. A ostentação é uma das marcas fundamentais de Muromachi. O shogun manda construir o Pavilhão de Ouro, cujas paredes são cobertas pelo nobre metal. Em contrapartida, outra característica do período, são as guerras internas. A primeira é a Guerra Ônin. A partir desta, diversas outras afloram, manchando com sangue o arquipélago japonês. Os feudos disputam entre si a supremacia diante de um governo desorientado. Apesar desta situação o clã Ashikaga consegue manterse no poder por 235 anos. A contradição do período foi a arte convivendo com a desordem provocada pela guerra civil. Enquanto guerreiam, os nobres cultivam a poesia “waka”, o teatro “nô” e a cerimônia do chá. O gosto pela estética invade os paladares mais finos. É também deste período a chegada dos primeiros ocidentais, os comerciantes portugueses e os jesuítas.

Vai provocar a queda definitiva do clã Ashikaga um general aparentemente obscuro, Nobunaga Oda. De início, fiel a Ashikaga, com o crescimento do seu poder, este é traído por ele. Ashikaga cai. Cresce a influência de Oda a cada batalha ganha. Ele se torna o unificador do Japão, colocando fim nas guerras civis. Derrota a tropa de Katsuyori, o filho do seu maior inimigo, Shinguen Takeda, aliando-se na batalha de Nagashino com Ieyasu Tokugawa. A tática de Oda foi a utilização das armas de fogo, trazidas pelos portugueses. Derrota também os monges guerreiros de Tendai. A carreira de Oda vai terminar após uma traição. A traição do general Mitsuhide Akechi, depois morto por Hideyoshi Toyotomi, o continuador de Nobunaga Oda. O período conhecido por Azuchimomoyama é pontilhado de acontecimentos, apesar de curto. Não se inaugura nenhum shogunato. A guerra continua fazendo parte do cenário político. É também o momento da expansão do cristianismo na terra de Buda. Quanto ao comércio, os portugueses nunca lucraram tanto como neste período.


Período: EDO(1603) Mais hábil que os seus antagonistas Nobunaga Oda e Hideyoshi Toyotomi, Leyasu Tokugawa conseguiu obter o poder após a derradeira vitória na Batalha de Sekigahara em 1600. Tokugawa era mais um político, que sabia esperar, do que um guerreiro. Foi assim que ele conseguiu obter sucesso. A partir de 1603 começa o último shogunato, o do clã Tokugawa. Nova mudança de capital. Tokugawa preferiu a longínqua vila de Edo, mais tarde Tóquio, distante dos centros aristocráticos, na região de Kantô. Não queria repetir os erros dos shogunatos anteriores, de permitir que os feudos se fortalecessem e iniciassem uma nova guerra civil. Visando este objetivo, Tokugawa fortaleceu o shogunato e o governo centralizador, vigiando a ação de seus aliados e de antigos inimigos. Este sistema garantiu um período de imensa paz, que os historiadores denominam de “Pax Tokugawa”. Com Tokugawa no governo, os ânimos são abafados. As divisões em classes sociais, iniciadas por Hideyoshi, tornamse marcantes. Eram elas em ordem hierárquica: samurais, lavradores, artesãos e comerciantes. Como visava a reconstrução do país, após mais de cem anos em guerra, Tokugawa resolve tomar medidas duras. Uma delas é a expulsão dos estrangeiros, no caso portugueses e espanhóis. O cristianismo é proscrito e os cristãos perseguidos pelo governo. Por fim, o governo resolve fechar os portos a todos os navios estrangeiros, exceto dos chineses e dos holandeses. Os holandeses só podiam ficar na ilha de Dejima em Nagasaki.

Ainda no primeiro século da administração Tokugawa, as últimas resistências tinham de ser vencidas. A mais significativa foi a revolta de Shimabara, em 1637. Os camponeses revoltaram-se contra a opressão dos senhores de Hizen e Amakusa. Foram mais de 25 mil revoltosos, somando-se aos camponeses, os samurais derrotados em Sekigahara e os cristãos proscritos. A revolta tem à frente um católico, o jovem samurai Shiro Amakusa, de 16 anos. Outras revoltas vão acontecer, sendo sempre abafadas e os rebeldes punidos. Eram revoltas por causa de problemas relacionados à terra. São menos significativas do que as mudanças que ocorreram durante este período de paz. Com o passar das décadas, a classe dos comerciantes começa a ganhar importância. É ela que fomenta a cultura das áreas urbanas. Os senhores feudais pegam dinheiro emprestado dos comerciantes. Graças aos comerciantes, as cidades se desenvolvem. Principalmente em Edo e Osaka intensificam-se as transações comerciais. A indústria é igualmente beneficiada. Período de fartura, a cidade conduz também ao esbanjamento. A cultura, antes confinada nos palácios, escapa para as ruas. É a vez da cultura popular. A escola não é mais privilégio dos nobres. Todos que vivem na cidade podem aprendem a ler e escrever. Nunca se produziu tanta literatura como nesta época. E os livros de grande tiragem ficavam ao alcance do povo em geral. A arte popular tendia para as poesias “haikai” e “senryu”, para o teatro “kabuki” e “Jôruri”, para as xilogravuras ukiyo-e. As mudanças em todos os setores, inevitavelmente iriam dilapidar a imagem do samurai. Sem mais guerras, a classe guerreira tornou-se uma lembrança do passado, que não tinha acompanhado o desenvolvimento da história. Quem entrava em crise não era somente o shogunato, mas o seu equivalente, o samurai. Em oposição ao samurai estava o comerciante, chamado de chõnin.

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Período: era Meiji(1868) O fim do domínio dos Shoguns acontece no momento em que o mundo ocidental acabava de experimentar as principais revoluções civis, como a americana e a francesa. E a economia capitalista necessitava cada vez mais de novos mercados, inclusive o japonês. O isolamento provocado após a instauração do Shogunato Tokugawa contrariava as leis de oferta e procura. Foi assim que a pressão internacional para a abertura dos portos começou na metade do século passado. Sem sucesso, entre os séculos XVIII e início do XIX, os navios ingleses e russos tentaram quebrar o isolamento. Entretanto, a situação iria se modificar. A intervenção foi dos Estados Unidos na qual o comodoro Mathew Perry entrega uma mensagem ao emissário do Shogun pedindo o fim do isolamento. Este fato acontece em 1853. A abertura dos portos iria provocar, posteriormente, a derrubada do Shogunato. Os antigos inimigos de Tokugawa, instalados em Kyushu, aproveitando-se da situação, conspiram. Período em que senhores feudais debelam-se contra os estrangeiros, demonstrando também descontentamento com a fraqueza do Shogun. Quem se fortalece neste momento é o imperador, apoiado pelos que querem a derrubada do Shogunato Tokugawa.

Por fim, depois de um longo período governado pelos Shoguns, o governo centralizado na figura do Imperador volta a existir. A volta dos poderes ao Imperador ocorre em 1867. Quem se encontra no trono é o jovem Mutsuhito que assumiu aos 14 anos, após a morte do imperador Komei em 1866. O retomo do governo para o imperador significa uma total reestruturação nacional, que passa a se chamar Restauração Meiji. Para realmente modificar as estruturas do país, Mutsuhito, o imperador Meiji precisou promover as mudanças mais radicais, como a abolição da classe dos samurais. Precisava modernizar o país para atender as necessidades de desenvolvimento capitalista. Em 1890 foi instituído um governo constitucional, tendo como modelo a constituição alemã. Com o tempo, o governo japonês começa a enfrentar questões internacionais. Quer que a Coréia estabeleça relações comerciais com o Japão. Mas a China, que cobrava tributos da Coréia e a via como parte de seu território, não se simpatiza com os interesses japoneses. O desentendimento com a China irá lançar o Japão na primeira experiência bélica com o uso de armamentos modernos. Surpresos, os países do ocidente assistem a vitória japonesa sobre a China. Aumenta no Japão o sentimento nacionalista, fortalecendo o espírito militar. Numa outra guerra, desta vez com a Rússia, novamente o sucesso esteve do lado do Japão. A partir de então, o Japão pode se considerar a nação mais influente de toda Ásia.

O mérito do imperador Meiji, que governou o Japão por 45 anos, foi o fortalecimento interno, modernizando em pouco tempo os setores industriais, políticos e sociais. É também o momento de efervescência intelectual com a tradução e leitura dos clássicos ocidentais. Durante o governo Meiji, a concentração urbana causada pelos êxodos rurais, vai provocar a emigração para outros países. Primeiro os emigrantes foram para o Havaí, depois Peru e, a partir de 1908, vieram para o Brasil. O fenômeno emigratório japonês é conseqüência de momentos de grandes mudanças estruturais na sociedade japonesa. Se durante o período de reclusão, da era Tokugawa, os japoneses tiveram de isolar-se do resto do mundo, mudanças radicais aconteceriam com o advento da era Meiji. De certa forma, o processo se deu de maneira inversa. A transição do trabalho campesino para o industrial trouxe conseqüências drásticas. Problemas de modernidade que o Japão foi obrigado a resolver através da emigração.


Período/Era: Taishõ(1912) O imperador Meiji morre em 1912, tendo como sucessor o príncipe Yoshihito, o imperador Taisho. É neste governo que o Japão participa da I Guerra, ao lado dos aliados. Não foi um governo centralizador como o de Meiji, caracterizado pelo avanço das idéias democráticas. Os democratas queriam menos poder para o imperador e mais para o povo. O sufrágio universal se torna lei em 1925, mas só beneficiando homens acima de 25 anos. Movimentos de cunho operário ganham notoriedade ao lado das idéias socialistas e as dos sindicatos. Entretanto, mal a democracia começa a criar raízes, nos moldes ocidentais, ela tem morte prematura. Tal como o cristianismo nos séculos XVI e XVII, a democracia é uma idéia pouco atraente para a aristocracia japonesa. A oligarquia não está disposta a ceder espaço. O primeiro-ministro Hara Takashi assume o cargo em 1918. Três anos foram suficientes para que um atentado colocasse fim ao seu governo. Hara não era ligado nem à aristocracia e nem à oligarquia “Hambatsu”, que apoiava o imperador. No setor econômico, o Japão obteve sucesso durante o período Taisho. Conseguiu monopolizar o mercado asiático, sem a intromissão dos europeus. Devido a desgaste provocado pelo conflito de 1914 a 1918, a Europa estava debilitada. Os industriais japoneses lançam-se a construir navios diante da escassez mundial deste produto. E conseguem capitalizar na indústria naval. Os produtos industrializados, antes fornecidos pela Alemanha, agora são fabricados pelos japoneses que conquistam o mercado. É o caso dos produtos químicos, medicamentos, tintas e adubos. Dos ingleses, os japoneses tomam o mercado asiático de fiação e tecelagem.

grandes bancos japoneses são formados nesta época, devido, principalmente, ao crescimento do parque industrial. São grupos de créditos como o Mitsui, Mitsubishi, Sumitomo, Yasuda e Daiichi.O crescimento da economia japonesa foi temporário. Durou enquanto a Europa demorou para se recuperar. Com o fim da guerra, os japoneses conheceram o reverso do sucesso capitalista. Os produtos japoneses perdem espaço no mercado. Com isso, a recessão toma conta da vida dos japoneses, mas é justamente nesta situação que prosperam as idéias democráticas.O fim da era Taisho, de altos e baixos, de democracia e crescimento econômico, vai ser marcado com a ascensão das idéias nacionalistas, com o respaldo dos militares.

Período: Showa(1912) Ao falar da era Showa, remetemo-nos naturalmente ao imperador Hirohito – nome que usava quando vivo -, que teve o mais longo dos governos no Japão moderno. De 1926 até 1989, portanto, por 64 anos o imperador Shôwa governou um país que passou por uma guerra mundial, a responsabilidade e o peso da derrota, inclusive experimentando os horrores da bomba atômica, seguida de um intenso trabalho para a recuperação do país. Após a guerra. O imperador, até então considerado uma divindade, declara ser um homem de carne e osso. Falando pelo rádio para todo o país para explicar a derrota, e mais tarde, caminhando pelos destroços e pedindo para que o povo tivesse esperança para reconstrução, ele assumiu a condição de um ser humano. E foi a primeira vez que a grande maioria dos japoneses ouviu ou viu seu líder de perto.

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Todas as contradições do Japão’ estiveram presentes na era Showa. De nação bélica, o Japão se tornou um país pacífico, cujo espírito provém inclusive da cláusula de sua nova Constituição. Quando o imperador Showa recebeu o governo de seu antecessor Taisho, a crise estava instaurada. O malogro da democracia tinha criado condições para o fortalecimento de forças paralelas. Para piorar, o “crack” da Bolsa de Nova York em 1929 afetou a já debilitada economia japonesa. O desemprego chega a uma cifra assustadora: dois milhões de trabalhadores estavam fora das fábricas. Na zona rural, o preço dos produtos agrícolas chega ao ponto crítico. Em contrapartida, há o acúmulo de riqueza nas mãos dos capitalistas. Os partidos políticos estão ameaçados pela corrupção. Nesta instabilidade econômica e política nasce o germe do fascismo japonês. Trata-se de um sistema populista centralizador alicerçado na figura do imperador como o único caminho que poderá conduzir o Japão para o desenvolvimento.

Cada vez mais aumenta a influência dos militares diante do fracasso do sistema democrático. O incidente que vai reforçar a expansão imperialista japonesa, sob o comando dos militares, é o de Manchúria. A força japonesa estacionada naquela província desde 1919 provoca em 1931 uma explosão na Estrada de Ferro Sulmanchuriana, pertencente ao governo japonês. A culpa recai sobre os chineses e com isso surge o argumento necessário para justificar uma agressão militar. Assim se inicia o ataque a cidades chinesas pelo exército japonês. Com a tomada do território, é declarada a independência da Manchúria, colocando como regente Pu Yi, o último imperador da dinastia Ching, deposto pela república. Este Estado, controlado pelos japoneses, é chamado Manchukuo – Nação Manchu. A situação interna no Japão não é das melhores. Não há liberdade de expressão. Os líderes socialistas, operários e liberais desaparecem de cena. São condenados ao ostracismo ou desaparecem nos porões da repressão.

Devido às campanhas militares na China, a economia japonesa encontra-se dilapidada e o comércio exterior impedido de se expandir por pressão dos aliados. Foi quando os Estados Unidos resolveu dar o golpe fatal. O governo americano suspende em 1939 a venda de matérias-primas e demais insumos industriais para o Japão. O petróleo seria uma delas. Nenhum acordo com o presidente Franklin Roosevelt foi possível. Do lado japonês, o endurecimento das posições se dá com o ministro da Guerra, o general Tojo Hideki, que ascende ao cargo de primeiro ministro. O general não queria mais acordo com os Estados Unidos, preferindo a opção pela guerra. Ainda não tinha amanhecido no Havaí, em 07 de dezembro de 1941, quando a aviação japonesa ataca a base norteamericana de Pearl Harbor. Em seguida, declara guerra aos Estados Unidos e Inglaterra. Mas a entrada do Japão na guerra estava fadada ao fracasso. Já em 1942, os japoneses davam sinais de debilidade nas guerras do Pacífico.


Derrotado na guerra, o Japão precisa ser reconstruído e adaptado à modernidade. No entanto, teve que arcar com as dores que fora infligida ao seu povo. As forças aliadas ocuparam o Japão no ano de 1945, sob o comando do general Douglas Mac Arthur. O período da ocupação americana estabeleceuse entre 1945 a 1951, que serviu como incentivo para o Japão retomar o caminho do desenvolvimento. Foram eliminadas as idéias bélico-imperialistas e restaurada a democracia. Uma década depois, o Japão mostrava sinais de recuperação, e daí surgiu à famosa expressão “Milagre japonês”. Algumas décadas foram necessárias para colocar o Japão entre os países adiantados. Se no início os produtos japoneses eram considerados baratos e ruins até pelos próprios japoneses, em pouco tempo o País passou a ameaçar os Estados Unidos como segunda potência econômica. Assimilando bem os ensinamentos dos americanos quanto ao aumento de produtividade e melhoria de qualidade, os japoneses passaram a adotar métodos de trabalho que hoje são utilizados no mundo inteiro, que visam principalmente a eliminar o desperdício no processo industrial. Na área comercial, os japoneses ganharam dos americanos em muitos segmentos. Produtos japoneses invadiram as lojas dos Estados Unidos. O grande desenvolvimento econômico do Japão provocou, a partir da década de 80, um movimento inverso de imigração, comparado àquele do início do século. Os nikkeis do Brasil, do Peru e dos demais países sul-americanos estão retomando ao Japão como mão-de-obra não especializada. São conhecidos como “Dekassegui”. Sonham retomar ao Brasil após alguns anos de trabalho no Japão. Por isso, trabalham arduamente a fim de poupar o suficiente para montar um negócio próprio ou adquirir bens no Brasil. Isso nem sempre se realiza. Depois de retomarem ao Brasil, passado algum tempo, voltam ao Japão. E o ciclo volta a se repetir enquanto não conseguem garantir uma estabilidade financeira. A comunidade brasileira no Japão é grande e com isso muitas casas de espetáculos procuram programar shows de música brasileira, enquanto muitos supermercados oferecem comidas típicas. É a cultura brasileira chegando naquele país.

Em 1989, os japoneses choram a morte do imperador Hirohito, que acompanhou os momentos mais difíceis do povo japonês. O imperador que assumiu a nova era, a de Heisei, Akihito, foi o primeiro a se casar com uma moça plebéia, a imperatriz Michiko, e também foi o primeiro a criar seus filhos em sua própria casa. Apesar de a aparência sempre discreta da família imperial ter se mantido a mesma, transformações estavam ocorrendo dentro da milenar tradição. O príncipe herdeiro, Naruhito, seguindo o exemplo do pai, também se casou com uma moça sem laços familiares com a nobreza.

O Japão atual Nos anos que se seguiram a Segunda Guerra Mundial, a cooperação entre governo e indústria, em conjunto com um forte trabalho ético, e uma alocação de defesa relativamente pequena (1% do PIB), foram os fatores determinantes para o desenvolvimento tecnológico e econômico do Japão. Duas características notáveis na economia do pós-guerra foram às estruturas interligadas entre fabricantes, fornecedores e distribuidores (conhecido como keiretsu), e a garantia de emprego vitalício para a porção considerável da força de trabalho urbana. Atualmente, ambos os grupos estão sofrendo graças à pressão da concorrência global e das mudanças demográficas internas. O setor industrial do Japão é fortemente dependente da importação de matérias-primas e combustíveis.

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Um pequeno setor agrícola é subsidiado e protegido, tendo uma das melhores safras do mundo. Normalmente, autossuficiente em arroz, o país importa cerca de 60% dos seus alimentos sob uma base calórica. O Japão possui uma das maiores frotas de pesca do mundo, sendo responsável por quase 15% de todPor três décadas, o crescimento real da economia mundial tem sido espetacular – médias de 10%, 5% e 4% nas décadas de 1960, 1970 e 1980, respectivamente.a a pesca global. Entretanto, o crescimento desacelerou acentuadamente na década de noventa, com media de apenas 1,7%, em grande parte por causa dos efeitos e investimentos ineficientes durante a bolha dos preços de ativos na década de oitenta, que exigia um período longo de tempo para empresas reduzirem seus excessos de dívidas, capital e trabalho. Medido numa base de paridade de poder de compra (PPC), que ajusta as diferenças de preços, o Japão ficou em 2011 com a terceira maior economia do mundo, perdendo seu status de segundo para a China. A queda acentuada de investimento empresarial e da demanda mundial pela exportação japonesa no final de 2008, colocou o Japão em uma grave recessão.

Os gastos de estímulo do governo ajudaram a economia a se recuperar no final de 2009 e início de 2010, no entanto, a economia decaiu novamente em 2011 devido ao Grande Terremoto de magnitude 9,0, ocorrido em 11 de março de 2011, que quase devastou o nordeste do país. O fornecimento de energia elétrica ficou restrito no país desde que o Governo desativou, por medida de segurança, praticamente todas as suas usinas nucleares após a crise nuclear desencadeada pela usina Fukushima Daiichi, atingida pelo tsunami decorrente do Grande Terremoto de março. As estimativas dos custos diretos dos danos – reconstrução de residências e moradias em geral, fábricas e infraestrutura – variam entre 235 bilhões a 310 bilhões de dólares. O primeiro-ministro Yoshihiko Noda propôs a abertura dos setores agrícolas e de serviços a uma maior concorrência externa, aumentando as exportações por meio de parceria transpacífica com os EUA, em negociações comerciais. Além de continuar com os acordos de livre comércio com a UE e com outros países. Mas o debate continua sobre a reestruturação da economia, principalmente em como frear a enorme dívida do governo japonês, que ultrapassa os 200% do PIB.

A deflação persistente, a dependência das exportações para impulsionar o crescimento e a grande parte da população constituída de idosos, são uns dos grandes desafios para a economia japonesa.Contudo, o Japão é sinônimo de superação. O nível de reorganização desse país é algo incrível, chegando ao extraordinário. É como estar sempre pronto a recomeçar, seja um recomeço de pós-guerra, de tragédias naturais como os “Grandes terremotos” ou tragédias infligidas por bombas nucleares como as de Hiroshima e de Nagasaki.Uma nação resiliente por natureza, que aprendeu com grandes perdas a necessidade de recomeçar, com certeza não permitirá que esta resseção econômica perdure por longo tempo.


KITAGAWA UTAMARO Pintor de estampas Japonês, obra do artista oriental chegou à Europa em meados do século 19,onde infuenciou em especial os impressionistas e a art nouveau. Kitagawa Utamaro, pintor de estampas japonês, morreu em 20 de setembro de 1806 em Edo, Japão. Considerado o mais notável dos artistas das pinturas chamadas ‘ukiyo-e’ que dominou a arte japonesa dos séculos 17 a 19, foi conhecido também por suas magistrais posições de mulheres, conhecidas como ‘bijinga’. Desenvolveu ainda estudos da natureza, em particular livros ilustrados de insetos. A obra de Utamaro chegou à Europa em meados do século 19, onde colheu enorme sucesso. Influenciou em especial os impressionistas por seu enquadramento audacioso, pelo uso de olhares parciais, com ênfase na luz e sombra e pelo grafismo de suas estampas. Era então conhecido simplesmente pelo nome de Utamaru. Utamaro se considerava um retratista fiel, capaz de transmitir a psicologia profunda de seus personagens. Esse grande mestre da estampa é uma das melhores testemunhas do longo período de estabilidade vivido pelo Japão designado pelos historiadores como ‘Período de Edo’. Vivia como os seus colegas artistas e amigos perto do ‘’bairro dos prazeres’ de Yoshiwara, em Edo (hoje Tóquio). Os burgueses compravam dele lembranças dos bons momentos passados ao lado das cortesãs. Era um “mundo que flutuava” em que o tempo transcorria sem que parecesse.

É valorizado sobretudo pelo tipo de estampas mais características do estilo ‘ukiyo-e’: as que representam cenas de teatro, atores e prostitutas do famoso Yoshiwara, o bairro do prazer de Tóquio. Suas belezas femininas, quase sempre de meio busto, são, em particular, as que imortalizaram seu nome. Não se trata de retratos realistas e sim de representações idealizadas, imateriais, executados com cores planas e com um desenho bastante expressivo. Estas obras deram margem a biografias romantizadas de sua figura, segundo as quais Utamaro foi um ‘bon vivant’ que frequentou insistentemente os mesmos bairros e lugares que aparecem em suas criações artísticas. Em 1804, no auge do sucesso, realizou algumas pinturas que representavam a esposa e as concubinas do ditador militar Toyotomi Hideyoshi, as quais foram consideradas insultuosas à dignidade do chefe militar e julgadas como sediciosas pelo ‘shogunato’ Tokugawa. Foi condenado e levado à prisão, onde permaneceu algemado em todos os 50 dias de seu cativeiro. A experiência o marcou emocionalmente, tendo terminado a carreira como artista. As obras de Utamaro exerceram forte influência em outros pintores japoneses do estilo ‘ukiyo-e’ como Ando Hiroshige e quando chegaram à Europa em fins do século 19 provocaram uma pequena revolução nas artes plásticas. Os impressionistas foram os primeiros a admirá-las e mais tarde se inspiraram nelas os primeiros vanguardistas do século 20. Entre os melhores trabalhos de Kitagawa Utamaru se encontra o álbum intitulado "Doze Vistas de Fisionomias de Belas Mulheres" (1803).

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Utamaro se considerava um retratista fiel, capaz de transmitir a psicologia profunda de seus personagens. Exercício difícil, pois se inscrevia na série de convenções da estampa japonesa: olhos representados por uma fina abertura, boca reduzida a sua mais simples expressão, ausência de qualquer gradação exprimindo o modelado do rosto.Utamaro soube restituir, a despeito de todas essas convenções, retratos que permitem atribuir personalidade aos seus modelos preferidos, como Naniwaya Okita ou Takashima Ohisa em "Três Belezas de Nosso Tempo". Em 1912, no catálogo da exposição que teve lugar em Paris de cerca de 300 obras de Utamaro, o crítico de arte Raymond Koechlin rendeu homenagem ao talento de retratista do artista japonês: "Utamaro deu a cada rosto uma expressão pessoal. Os olhos podem estar desenhados de modo esquemático; a inclinação varia de uma cabeça a outra e lhes dá uma visão diferente; as bocas não se abrem de moto totalmente parecidas; os narizes não retos, aquilinos ou pontudos e sobretudo o oval do rosto confere ao retrato a sua característica central".

Principais Obras:

Três Belezas dos Nossos Dias

Flowers Of Edo

A Scene from the 'Poem of the Pilow'

The Four Virtues

A monkey trainer performing at a noblemans house

Sparrow Dance Yoshiwara

As duas belezas do Bamboo

Stylish Amusements of the Four Seasons A scene on the bridge and beld

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LENDAS URBANAS Conheça as lendas mais assustadoras o Japão, algumas viraram filmes.

Yuki-Onna ou mulher a neve

É um espírito ou uma espécie de demônio do folclore japonês que canta para seduzir os homens, fazendo-os se perder nas nevascas e morrer congelados. Essa figura é muito utilizada na animação, mangá e literatura japonesa. Em outras culturas, quem faz esse papel é a sereia, atraindo os homens para o fundo do mar. Ela aparece em umas as histórias o filme Kwaidan(1965)

Túneo Kiyotaki

Conta a lenda que esse túnel na cidade de Kyoto é assombrado pelos homens que morreram enquanto trabalhavam em sua construção e eram tratados como escravos. O túnel tem 444 metros e o número 4, para os japoneses, é amaldiçoado. As pessoas acreditam que os fantasmas dos trabalhadores mortos vagam por lá durante a noite

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Hanako, a menina do banheiro

Hanako era uma garotinha que foi brincar no banheiro do terceiro andar com os amigos, se escondeu na terceira porta do fundo e foi encontrada morta. Daí surgiu a lenda que a alma da menina habita os banheiros do terceiro andar das escolas japonesas e pode sugar para o fundo da privada a criança que for usar o banheiro. Foram feitos dois filmes sobre ela : Hanako e Hanako the toilet.

Vila Inunaki

O inferno de Tomino

Durante uma excursão escolar, um professor começou a contar histórias de terror para entreter os alunos. Quando narrou a história do "Cabeça de Vaca", os alunos começaram a gritar enlouquecidamente para que o professor parasse. Aparentemente em transe, o professor não conseguiu atender ao pedido dos alunos e, quando acabou de contar a lenda e saiu do transe, viu que o motorista e os alunos espumavam pela boca. O ônibus caiu de um penhasco e todos morreram

É o som emitido por uma mulher que se arrasta pelo chão porque, segundo a lenda, foi partida ao meio ao cair no trilho de um trem e ficou sem as pernas. Também segundo a lenda, ela carrega uma foice no meio das costas e a utiliza para matar as pessoas. Deu origem a dois filmes de mesmo nome.

No Japão, muitos acreditam que casas velhas, abandonadas ou que possuam alguma rachadura, abrigam o espírito malígno de uma garota de aparência muito branca, cabelos negros e olhos amarelos. Conta a lenda que a garota espera por alguma pessoa para brincar mas, na realidade, ela aguarda que alguém a olhe nos olhos para que possa abduzir a pessoa e levar para outra dimensão

Segundo os poucos visitantes que se atrevem a ir à vila, na cidade de Fukuoka, há uma placa na entrada que avisa: "As leis constituintes do Japão não se aplicam aqui". O incesto, o canibalismo e assassinatos seriam muito comuns por lá. Ainda não se sabe o motivo, mas os aparelhos eletrônicos não funcionam naquela região. Há registros de muitas pessoas que foram até o local e nunca mais voltaram

Cabeça de vaca

Teke Teke

A Menina da fenda

Aka Manto,o Capa Vermelha

É um poema que conta a história de Tomino, que morreu e foi para o inferno. De acordo com a lenda, quem ler esse poema em voz alta invocará o espírito de Tomino e morrerá sofrendo. Certa vez, um radialista leu essa lenda em seu programa e, no meio da leitura, ele passou mal, bateu a cabeça e não conseguiu ler até o final

Hitobashira

Hitobashira significa "Pilares Humanos". Antigamente, no Japão, acreditava-se que era necessário fazer sacrifícios para os deuses para que suas construções fossem sempre seguras e protegidas. Sendo assim, como sacrifício, eram construídos pilares com pessoas presas dentro deles. Apesar da oferta para a construção ficar protegida, ela também ficava amaldiçoada pelos espíritos das pessoas que morriam dentro dos pilares

Esse ser habita os banheiros japoneses e assombra os usuários, principalmente quando não há papel higiênico, dando o direito a pessoa de escolher pelo papel vermelho ou azul. Se a pessoa escolher o vermelho, ela será cortada em pedaços. Se escolher o azul, será estrangulada. Outra versão diz que quem escolher o papel vermelho será encontrado morto sem pele. E se escolher o azul, terá o sangue drenado até a morte. Será que não dá para chamar o Alfredo?

Kuchisake-Onna

A história data do período de 794 a 1185, quando uma mulher muito bonita, casada com um samurai, teve sua boca cortada por ciúmes. A partir de então, a mulher passou a assombrar as ruas do Japão durante as noites. Ela aparece usando uma máscara cirúrgica e pergunta ao seu alvo se a acha bonita. Se a pessoa responder que não, ela vai cortar sua cabeça com uma tesoura. Se responder que sim, ela retira a máscara e revela o corte que tem no rosto, de uma orelha a outra, e vai cortar a boca da pessoa para que fique igual. Deu origem à 4 filmes.

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A boneca de Okiku

Esta lenda é baseada em um caso real. Okiku era uma menininha que nunca se separava de sua boneca e que um dia morreu de frio. A lenda diz que o espírito de Okiku possuiu a boneca, fazendo com que o cabelo do brinquedo cresça inexplicavelmente. Atualmente, a boneca se encontra em um templo, no Japão. Vários testes foram feitos e ninguém consegue chegar a uma explicação de como o cabelo da boneca pode crescer, mas revelaram que o cabelo é de uma criança

Ju-On

A história retrata dois espíritos vingativos, Kayako e Toshio, sendo estes, mãe e filho. De acordo com a obra, foram mortos pelo marido da mulher, Takeo Saeki, após ele descobrir que estava apaixonada por outro homem.Após o ocorrido, passaram a matar quem "brotasse" na casa onde morreram.Os assassinatos criaram uma maldição que reviveu a família como onryō, o fantasma Kayako acabou assassinando Takeo. Quem entra na casa em Nerima, eventualmente, é consumado pela maldição e se espalha para o lugar em que morreram, consumindo qualquer um que vá lá. Deu origem a franquia de filmes O Grito.

Sadako ou a mulher do poço

Hikiko-San

Em todo o lugar nota-se sinais contra bullying e abusos. É uma coisa boa. Não precisamos de outra Hikiko-san andando pelo mundo. Bullying e abusos já são maus sem isso.Hikiko-san era uma jovem menina. Ela era agredida pelos seus pais em casa, fazendo ela ficar deformada. A sua deformidade fez com que Hikiko-san sofresse bullying dos seus colegas. Um dia já era muito para ela e cometeu suicídio, uns dizem que foi morta pelo pai. De qualquer maneira, a menina regressou como um espírito humano odiado.Dizem que um dos rapazes da turma de Hikiko viu o seu espírito depois da sua morte. Ela estava a arrastar um cadáver de um dos bullys. Quando ele contou à polícia sobre isso, Hikiko-san matou-o na mesma noite.Noutra história, diz que atacou a escola inteira, decapitando-os ou arrancando os seus membros. Ela arrastou os corpos ou membros atrás dela, cobrindo as paredes e o chão de sangue. Algum infortunado que entre no edifício durante um desses ataques torna-se uma vítima. Deu origem ao filme Hikiko-San.

Hitori Kakurembo

Sadako era uma jovem serva que trabalhava no castelo de um samurai, que era perdidamente apaixonado por ela, mas era rejeitado. No castelo haviam dez pratos muito valiosos, e um dia a tarefa de guardá-los ficou sob sua responsabilidade. O samurai cansado de ser rejeitado armou um plano e escondeu um dos pratos em seu quarto. Quando Sadako percebeu que um havia sumido entrou em desespero, recontou os pratos por diversas vezes. Não havia escapatória, deveria contar para o samurai o que havia acontecido e que a culpa era sua. Ele a informou que a pena por ter perdido um item tão valioso era a morte, mas ofereceu uma escapatória: ela deveria ser sua amante. Sadako recusou mais uma vez, e o samurai em um acesso de raiva a matou com sua espada, e jogou seu corpo em um poço. Ela tornou-se um yurei, um fantasma cheio de ódio que saía do poço buscando vingança.

Hitori Kakurenbo, ou One-man Hide & Seek, é uma famosa lenda urbana japonesa, cujo objetivo é invocar um espírito demoníaco. Basicamente, usa-se um bichinho de pelúcia cheio de arroz e uma faca para "chamar" uma entidade sobrenatural que, em seguida, irá procurar você e, se achar, lhe matará.Ninguém sabe ao certo como o jogo surgiu, porém, ficou popular no ano de 2007, quando diversos blogs e jornais japoneses começaram a cobrir o assunto, contando experiências de pessoas que, supostamente, jogaram o jogo e invocaram uma entidade sobrenatural. Uma dessas histórias era a de uma jovem que, após ganhar a "brincadeira", queimou seu bichinho de pelúcia e se mudou o mais rápido que pôde.Alguns anos depois, a lenda acabou viralizando graças à youtubers japoneses, que postavam diversos vídeos falando sobre suas experiências realizando o ritual. Alguns diziam que, após jogar o jogo, suas televisões ligavam em momentos aleatórios e faziam ruídos agudos. Outros falavam que o bichinho de pelúcia que usaram para invocar o demônio ia de um lugar para outro da casa sozinho

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CULTURA JAPONESA A Cultura japonesa é extremamente fascinante e é baseada, principalmente, no respeito ao próximo

Quimono

Você sabia que os primeiros kimonos no Japão são da era Heian (794 – 1192 d.C.)? Antes, os japoneses utilizavam calças e camisetas, saias ou uma peça única com uma faixa “separando” a parte superior da inferior.Foi graças ao comércio e intercâmbio com a China, que a vestimenta chegou ao Japão, e fez muito sucesso graças as suas vantagens.Afinal, é fácil de dobrar e adequado para qualquer estação do ano oferecendo calor durante o frio e uma roupa fresca durante o calor.É utilizado em ritos de passagem importantes na vida do japonês e em festivais. Em Kyoto é muito comum alugar um kimono e passear pelos locais históricos.

Yukata

Já o yukata era uma vestimenta destinada a nobreza do Japão durante o período Heian. O traje de linho era utilizado por nobres após seus banhos. Somente durante o período Edo, essa roupa tradicional passou a ser utilizada pela população em geral quando os banhos públicos se tornaram populares.Ainda hoje é possível encontrar japoneses (e por vezes estrangeiros) utilizando essa roupa milenar japonesa. Especialmente durante festivais e eventos religiosos

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Uchikake

Durante o casamento, o uchikake é uma vestimenta que cobre e adorna o kimono da noiva. Além disso, as cores e o significado são sinais de bons auspíciosTradicionalmente, os uchicake devem ser vermelhos em casamentos em alusão a garça, que de acordo com a mitologia vivem mil anos. Mas nos últimos anos, muitas mulheres estão optando pela cor branca em vez da vermelha tradicional.De qualquer forma, o uchikake não é exclusivo ao casamento. Essa vestimenta também é utilizada em performances de kabuki. Uma das formas de interpretação do teatro.Além disso, o uchikake está na história desde os primeiros Imperadores. Era um acessório de moda para adornar os nobres da corte Imperial.

Atravessar a rua

Na cultura do Japão é costume não atravessar a rua fora da faixa de pedestres e não atravessar quando o semáforo está fechado. Por causa disso, é muito comum ver pessoas paradas, esperando o semáforo abrir, para atravessar uma rua deserta.

Encostar a mão em outra pessoa

Na cultura do Japão, contato físico, em geral, não é corriqueiro como é no Brasil, por exemplo. Por causa disso, dar as mãos, no Japão, é um ato considerado íntimo e, quando feito em público (especialmente entre uma mulher e um homem), pode ser bastante ofensivo para pessoas mais conservadoras.

Demorar a pagar uma conta

Demorar para realizar o pagamento de uma compra é considerado uma falta de respeito, em relação às pessoas que estão aguardando na fila. Para acelerar o processo, é comum ver pessoas contando o dinheiro antes de estar na vez de pagar as compras.

Viroses

É comum, para um japonês, usar máscara cirúrgica quando está resfriado ou gripado, além de espirrar na dobra do cotovelo, em vez de espirrar nas mãos. Ambas atitudes são tomadas para evitar transmitir o resfriado ou gripe a alguém próximo.

Entregar o dinheiro no caixa

No momento de pagar uma compra no Japão, o dinheiro não é entregue diretamente nas mãos do atendente, mas em uma bandeja. Isso é feito para manter a higiene e, também, para evitar a possibilidade de haver contato físico.

Tatuagens

No Japão, em geral, as tatuagens são malvistas, pois, tradicionalmente, elas eram muito utilizadas por pessoas conectadas a grupos criminosos ou por integrantes da máfia japonesa. Esse fato acabou por estigmatizar a tatuagem e, até hoje, japoneses mais conservadores veem pessoas tatuadas com maus olhos.

Alfabetização

A educação é muito valorizada na cultura japonesa e, por isso, não é à toa que o Japão é um dos países com um dos maiores índices de alfabetização do mundo, com uma média de 99%.

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Tirar o calçado

Além de prezar pelo respeito, os japoneses prezam muito pela higiene. Por essa razão, em toda casa ou apartamento, há uma área denominada genkan, para que as pessoas deixem os sapatos que estavam usando na rua e coloquem pantufas ou chinelos, que serão usados apenas dentro da casa.Na ida ao banheiro também há mudanças: deve-se trocar a pantufa por um sapato especial, utilizado apenas no banheiro, para evitar possíveis contaminações.

Sala de banimento

As salas do banimento – ou salas da expulsão – são salas criadas em diversas empresas japonesas para isolar um funcionário e deixá-lo sem trabalhar, para estimulá-lo a pedir a própria demissão. Isso existe porque as leis para a demissão de um funcionário no Japão são bastante rígidas e muitas empresas não querem arcar com a burocracia.

Limpeza na escola

Nas escolas japonesas, os próprios alunos são responsáveis por realizar a limpeza do ambiente. Isso é feito para estimular que os alunos desenvolvam o respeito pelos ambientes em que vivem.

Japoneses que se isolam

Os hikikomori são pessoas que exibem um alto grau de isolamento e afastamento perante a sociedade e que optam por isolar-se em suas casas. No caso do Japão, estima-se que, em média, 70 mil japoneses sejam pertencentes a esse grupo, índice que cresceu consideravelmente após o aumento das demandas do mercado profissional, durante o século 21.

Expectativa de vida

A expectativa de vida do Japão é de, em média, 86 anos.Além disso, o Japão é um dos países com maior população idosa do mundo, graças à baixa taxa de natalidade, somada à excelente qualidade de vida disponível no país.

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Cerimônia do Chá A Cerimônia do Chá é um ritual extremamente importante, consistindo inclusive num dos símbolos históricos e culturais do Japão. Curiosamente designada como chadō ou sadō, ( ), que significa o “caminho do chá”, esta cerimónia foi bastante influenciada pelo taoísmo, budismo zen (proveniente do mahayana, difundido em países como o Japão, China, Vietname e Coreia), na qual o chá verde apresentado em pó (designado de matcha, ) era confecionado com extremo cuidado e cerimonial, para com os convidados. O matcha, para quem não sabe, provém da planta Camellia sinensis. Existem muitos conceitos para explicar este ritual, como por exemplo a expressão chanoyu, ( , água quente para o chá), ou chakai, ( , encontros para o chá, onde se costuma oferecer doces tradicionais, usucha (chá suave) e o tenshin (aperitivos)) ou até mesmo chaji ( , assuntos do chá, tratando-se de uma ocasião mais formal, podendo esta durar cerca de quatro horas e é acompanhada pelo kaiseki (refeição típica) e pelo koicha (chá forte)). Através destes termos conseguimos ficar com uma melhor perceção do vocabulário que é empregue ao nível da aprendizagem e do ensino desta arte. Quem pratica e se dedica a esta cerimónia, obviamente deve possuir um vasto conhecimento sobre as artes/habilidades tradicionais nipónicas, desde a vasta diversidade de chás existentes, a caligrafia, o tipo de indumentária usada nestas situações que é o kimono, a cerâmica, os arranjos de flores, para além da etiqueta e também da aplicação de incenso, que integram todos os passos rigorosos do chanoyu, podendo estes ao todo ser mais de uma centena.

茶道

抹茶

茶会

茶の湯 茶事

Os visitantes ou convidados a assistir a um ritual destes têm igualmente que possuir os conhecimentos básicos e essenciais das regras de comportamento e de conduta durante a sua realização. A história do chá enquanto chá de infusão remonta ao século IX, e terá sido introduzida por ação de um monge budista de nome Eichu ( ), aquando do seu regresso da China ao Japão. O chá é pois, hoje uma das bebidas mais consumidas e mais populares, primeiro como elemento medicinal, e também como planta rara uma vez que era importado diretamente da China. Durante os séculos IX a XII o chá sofreu um grande aprimoramento, ao nível da sua confeção, tendo a realização do cerimonial sido implementada por Lu Yu, um chinês influenciado pelo budismo e o autor responsável pelo Ch’a Ching, uma obra de orientação sobre o cultivo e elaboração do chá, para além de outros aspetos que foram pouco a pouco sendo introduzidos, como o matcha (trazido por Eisai, um monge japonês vindo da China), proveniente da planta de chá preto, embora sendo mais forte e intenso.Já no século XIII o destino do chá seria realmente consolidado, pelo facto do matcha se tornar a bebida preferencialmente adotada pelos guerreiros samurais.A partir do século XVI, verificou-se definitivamente a popularização e divulgação desta bebida, como sendo uma das mais apreciadas ao longo do tempo pelos povos asiáticos, neste caso, os japoneses, fazendo com que a cerimónia do chá venha desde há séculos consistindo numa espécie de protocolo, algo único e de grande singularidade.

永忠

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Numa cerimónia de chá japonês não podem faltar vários objetos e utensílios imprescindíveis, denominados dōgu, ( ), e que completam toda a composição metódica e delicada que o ritual apresenta e demonstra, nomeadamente: fukusa (lenço de seda); chawan (taça); natsume ou chaire (boião para o chá em pó); chasen (batedor para preparar o chá); chashaku (espátula para servir o chá em pó); chakin (pano para limpar a taça); hishaku (concha de bambu); kensui (recipiente para água suja); tana (estante pequena para colocar utensílios); kama (panela de ferro) e por último o furo (braseira).A cerimónia do chá, não é de todo uma brincadeira, devendo ser encarada como uma atividade de grande valor, honradez e seriedade, devido à sua relevância para a sociedade nipónica, uma vez que se trata de um ritual milenar, que alude aos costumes ancestrais japoneses.

道具

Linguagem Japonesa e pictogramas Um dos aspectos mais difíceis de aprender japonês é a escrita. Pessoas podem falar o idioma com certa fluência, entretanto quando chega a hora de escrever às vezes eles não têm as habilidades necessárias para construir uma ou mesmo duas frases completas. Alguns cursos japoneses se concentram em ensinar habilidades de escrita, porém muitos não conseguem fornecer uma maneira eficaz de fazer os alunos a reter a informação. Existem 3 formas diferentes de escrita em japonês: Elas são, Kanji , Hiragana , Katakana e sistemas de escrita . Para aqueles que não estão familiarizados com este tema, aqui está um breve resumo do que significam esses símbolos: Kanji: Esses caracteres são adotados e são originários da língua chinesa. São usados para expressar conceitos e palavras (principalmente verbos, substantivos e adjetivos). Hiragana: relaciona-se com sílabas, partículas, títulos japoneses específicos (-san -chan ) e prefixos / sufixos . Katakana: são usados para escrever nomes ou palavras de origem estrangeira. Muitas vezes, Katakana pode ser usado para escrever algo foneticamente.

Os Kanjis Kanjis são pictogramas ou ideogramas que representam uma palavra inteira ou é o radical de um palavra. Eles foram importados da China, sendo assim a primeira forma de escrita japonesa, anterior ao hiragana e ao katakana.Até o século IV da nossa era, os habitantes do arquipélago japonês não possuíam escrita, foi então que a escrita chinesa entrou no Japão pela península da Coréia. No início, apenas algumas pessoas cultas sabia ler em mandarim, e apenas o faziam para ler tratados sobre budismo e filosofia. Mas pouco a pouco, eles foram sendo utilizados para escrever em japonês.O problema era que a língua japonesa já existia, apenas sem a escrita, e os kanjis foram importados com a pronúncia chinesa (lógico que com adaptações), fazendo que um mesmo caractere fosse lido com duas ou mais formas diferentes, ou seja, um japonês e um chinês podem se comunicar através da escrita. Se o japonês escrever apenas em Kanji, o chinês com o qual ele se comunica vai entender quase tudo o que está escrito. Porém para por ai, a fonética é totalmente diferente.

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O Hiragana e o Katakana Cada caractere é uma sílaba. De vez em quando aparece alguma pessoa perguntando algo do tipo “como se escreve ‘B’ com letras japonesas?”. Resposta: “Você não escreve.”. O sistema de escrita japonês é diferente: cada caractere representa uma sílaba, não existem consoantes “soltas” (com exceção do “ ”). Cada sílaba pode ser escrita de duas formas: em hiragana e katakana.Por que duas formas para escrever a mesma coisa?O Hiragana é utilizado em palavras japonesas. Já o Katakana é utilizado para escrever palavras de origem estrangeira (incluindo nomes), onomatopeias e às vezes para destacar algo no texto (que seria normalmente escrito em hiragana).

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PRÍNCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS Alguns lugares do Japão são extremamente famosos e chama a atenção dos turistas todos os anos

Tóquio

A capital do Japão e sede do governo nacional. Considerada uma das maiores metrópoles do planeta e também o centro político, econômico, educacional e cultural do Japão. A metrópole representa uma das áreas de maior aglomeração urbana do mundo. A metrópole é constituída por 23 bairros, 26 municípios adicionais e as ilhas Izu e Ogasawara.

Yokohama

Cidade japonesa ao sul de Tóquio, abriga um dos primeiros portos japoneses abertos para o comércio exterior, em 1859. Ela conta com uma grande Chinatown com centenas de lojas e restaurantes chineses. A cidade também é conhecida pelo Jardim Sankei-en, um parque botânico que contém residências japonesas preservadas de diferentes épocas, e pelo distrito costeiro de Minato Mirai, onde fica a Landmark Tower, com 296 m de altura.

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Kyoto

Antiga capital do Japão, é uma cidade da ilha de Honshu, famosa por seus vários templos clássicos budistas, jardins, palácios imperiais, santuários xintoístas e casas de madeira tradicionais. Ela também é conhecida pelas tradições formais, como o jantar kaiseki, com vários pratos específicos, e as gueixas, geralmente encontradas no distrito de Gion. Encontrase lá o Templo do pavilhão dourado.

Osaka

Hiroshima

Nagasaki

Hiroshima, moderna cidade da ilha de Honshu, no Japão, foi amplamente destruída por uma bomba atômica na Segunda Guerra Mundial. Hoje, o Parque Memorial da Paz de Hiroshima relembra essa tragédia de 1945 e abriga as ruínas do Domo Genbaku, um dos poucos prédios que ficaram de pé perto do ponto da explosão. Outros locais importantes são Shukkei-en, jardim formal japonês, e o Castelo de Hiroshima, fortaleza circundada por um fosso e um parque.

Nagasaki ou Nagasáqui, historicamente também conhecida como Nangasáqui e Nangasaque, é a capital e maior cidade da Prefeitura de Nagasaki, na Ilha Kyushu, Japão. O nome da cidade, , significa "cabo longo" em japonês. Também foi atingida por uma bomba atômica em 1945 junto com Hiroshima,essa tragédia marcou para sempre os moradores da cidade.

⻑崎

Shikoku

Osaka é uma grande cidade portuária e um centro comercial na ilha japonesa de Honshu. Ela é conhecida pela arquitetura moderna, pela vida noturna e pela comida de rua. O castelo Osaka do xogunato do século 16, que passou por várias restaurações, é o ponto turístico histórico principal. Ele está cercado por um fosso e um parque com ameixeiras, pessegueiras e cerejeiras. Sumiyoshi-taisha está entre os santuários Shinto mais antigos do Japão.

Floresta Aokigahara

Monte Fuji

Shikoku é a menor das principais ilhas do Japão. É contornada por uma rota (henro) de peregrinação budista com 88 templos e 1.200 km de extensão que homenageia o monge Kukai, do século 9. As principais cidades de Shikoku são Matsuyama, que abriga 8 dos templos de peregrinação, além do castelo medieval Matsuyamajō e do Dogo Onsen, um dos primeiros spas de águas termais conhecidos do Japão. O interior montanhoso da ilha tem trilhas de caminhada e rios com corredeiras.

O monte Fuji é a mais alta montanha da ilha de Honshu e de todo o arquipélago japonês. É um vulcão ativo, porém de baixo risco de erupção. O monte Fuji localiza-se a oeste de Tóquio próximo da costa do oceano Pacífico da ilha de Honshu, na fronteira entre as províncias de Shizuoka e de Yamanashi.

Templo Toshodaiji(Nara)

Aokigahara, também conhecida como Mar de Árvores e floresta do suicídio, é uma floresta de 38km² situada na base noroeste do monte Fuji, no Japão. A floresta contém um grande número de rochas e cavernas de gelo, alguns dos quais são pontos turísticos populares.

Este é um dos templos mais visitados da cidade de Nara e do Japão, sendo frequentado por turistas do mundo todo. Ele foi o primeiro templo budista do país, sendo construído no ano de 759 d.C.A bela e imponente arquitetura abriga uma imensa riqueza histórica preservando detalhes de como era a vida no Japão há muitos séculos.Durante o passeio, os turistas também poderão usufruir dos encantos dos belos jardins localizados no entorno do templo, aproveitando a sombra das árvores para renovar as energias.

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CULINÁRIA JAPONESA As Principais características e curiosidades Quando se trata de tradição, o Japão inevitavelmente está entre os primeiros países que nos vêm à mente. Sua força unificadora tornou a nação uma das maiores potências econômica do mundo, e a culinária japonesa uma das mais consumidas por toda parte. Embora tenha assimilado alguns ingredientes e métodos exteriores, a culinária japonesa consiste em pratos e preparações desenvolvidas através dos séculos no Japão. Os japoneses são conhecidos por seus hábitos saudáveis de alimentação, sem que o sabor dos alimentos e técnicas de requinte sejam deixados de lado em seu preparo. O arroz é um dos grandes pilares desta tradição culinária, mas como o consumo abundante desse carboidrato permite que a população japonesa esteja entre as mais longevas e com menores problemas de obesidade do mundo? A construção da identidade da culinária tradicional japonesa, o “washoku”, remete à influência que o país recebeu da China há mais de 2.000 anos. Assim, a alimentação no Japão foi firmada tendo como base o consumo de arroz. O consumo de animais sempre foi uma questão polêmica no país. Com a difusão do budismo por volta do ano 300, a ingestão de carnes passou a ser proibida. Nos anos subsequentes, foram criadas muitas proibições como para as carnes de mamíferos e galinhas.

A culinária japonesa, assim, foi enraizada em uma tradição minimalista, com pouco uso de especiarias e proteínas. A principal proteína sempre foi oriunda dos peixes, algo muito propício uma vez que o Japão é uma grande ilha. Até o século IX, toda a nação se alimentava com as mãos, e nesse período os pauzinhos de madeira conhecidos como “hashi” começaram a ser utilizados pela nobreza. Na culinária tradicional japonesa, o uso de óleos e gorduras foi evitado, uma vez que a preocupação com um estilo alimentar saudável sempre esteve presente. Os primórdios das técnicas culinárias japonesas fazem referência à conservação da carne dos peixes. Uma das mais populares culinárias do mundo, a gastronomia japonesa está baseada na “regra dos cinco”, que valoriza a variedade e a harmonia. Essa regra enfatiza o uso das cinco principais cores alimentícias (preto, branco, vermelho, amarelo e verde), das cinco técnicas de cocção (comida crua, grelhada, a vapor, cozida e frita) e dos cinco sabores (doce, picante, salgado, ácido e amargo). Tais princípios devem ser encontrados em uma única refeição, como nos pratos ichiju-sansai, que consiste em uma sopa com um acompanhamento principal, dois acompanhamentos adicionais, conservas (tsukemono) e arroz.

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Para além do tão afamado arroz, preparações à base de soja e pescados formam uma grande base da alimentação japonesa. Cogumelos, algas, folhas e muitos tubérculos como o daikon, uma espécie de rabanete branco, e a satsuma-imo, uma batata doce, também integram o cardápio cotidiano. Uma boa apresentação para a culinária japonesa deve contar com o uso de ingredientes frescos e de boa qualidade, e, muito importante, aqueles encontrados na estação em que o prato está sendo servido.

Sushi

Um dos pratos mais conhecidos dessa tradição culinária, o sushi surgiu a partir de uma antiga técnica de armazenamento do peixe entre o arroz cozido durante semanas. .A princípio, o arroz do sushi era descartado e apenas o peixe consumido, mas isso logo mudou, e o consumo dos dois juntos forma o prato chamado narezushi, que significa “peixe salgado”. O termo sushi surge de uma forma gramatical antiga que literalmente significa “de sabor ácido”, já que a fermentação proporcionada pelo arroz trazia essa sensação e o tornava apetitoso. O sushi aparece não apenas como um petisco popular, mas também a entrada principal das refeições, combinando arroz e peixe. Ainda nesse período, o consumo de sushi cru (sem a fermentação) foi iniciado. No século XVIII, as técnicas de enrolar à mão e de moldar o arroz temperado na palma da mão com uma fina fatia de peixe cru, o nigirizushi, foram desenvolvidas.

Tempura

Um prato de vegetais, peixes ou mariscos empanados. O corte dos ingredientes e a temperatura em que os empanados (gelados) chegam ao óleo (muito quente) são fatores muito importantes para que cada pedaço possua uma crocância perfeita. Tudo indica que este prato tenha sido importado de Portugal e aperfeiçoado pelos japoneses.

Missoshiru

A sopa de missô pode ser aparentemente simples, mas é parte essencial da culinária japonesa. Servida junto a qualquer refeição tradicional, a sopa é feita de caldo dashi (um caldo rico em umami extraído de animais, hortaliças, cogumelos e algas marinhas) Combinado com a pasta de missô (à base de soja fermentada e sal), pedaços de tofu e cebolinha.

Sashimi

Séculos antes da popularização do sushi, os japoneses se deliciavam com fatias finas de peixe cru sem arroz. “ .Sashimi”, no entanto, faz referência a qualquer comida crua finamente fatiada, incluindo carne de vaca (“gyuu-sashi”), galinha (“tori-zashi”) e até cavalo (“basashi”).

Yakitori

O Yakitori é um frango grelhado ao estilo japonês. O nome do prato pode fazer referência a comidas grelhadas no espeto em geral, mas é mais comumente atribuído às aves. Feito com pequenos pedaços de carne ou vísceras de frango, é montado em espeto de bambu e grelhado sobre carvão binchotan. É comum que sejam temperados com molho tarê (geralmente feito a partir do mirin, um vinho de arroz, saquê, shoyu e açúcar).

Chawanmushi Esse prato de creme de ovos destacase por ser parte de refeições salgadas, enquanto a maioria dos cremes semelhantes são elaborados doces. São preparados com molho shoyu, dashi, mirin, e muitos ingredientes como os cogumelos shitake e yuri-ne (raiz de lírio). O creme em geral é elaborado à vapor, e pode ser consumido quente ou frio.

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BANDEIRA DO JAPÃO As cores da bandeira do Japão possuem o seguinte simbolismo: Branca - símbolo da pureza; carmesim (um tom do vermelho) - sinceridade e paixão. O disco vermelho remete ao Sol, um símbolo extremamente caro ao Japão. O sol, primitivamente, é a fonte de vida para todas as culturas do planeta. No Japão, seria o lugar onde ele nasce, portanto, de onde a vida mesma provém. Igualmente, remete à deusa Amaterasu, da qual descende a Família Imperial japonesa. O círculo vermelho, assim, representaria de uma só vez, a fonte da vida, o país e o imperador.




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