Notaer - Fevereiro 2025

Page 1


CARTA AO LEITOR

TRADIÇÃO, INOVAÇÃO E CONQUISTAS QUE

IMPULSIONAM A FAB

Prezado leitor, Nesta edição do Notaer, destacamos marcos históricos e avanços que reforçam o compromisso da Força Aérea Brasileira (FAB) com a excelência em suas missões.

Abrimos com uma homenagem ao Dia da Aviação de Asas Rotativas, relembrando o primeiro resgate em combate realizado pela FAB, em 1964, na República do Congo. Esse feito simboliza os valores que continuam a guiar essa Aviação.

Também celebramos um momento histórico para a participação feminina na FAB, com mulheres assumindo o comando de Organizações

MÍDIAS SOCIAIS

Militares, reflexo do compromisso institucional com a valorização profissional e a equidade.

A formação de novos líderes é um dos pilares da FAB, e as escolas da Aeronáutica iniciam o ano letivo de 2025 focadas nesse objetivo. No mesmo contexto de aprimoramento operacional, a Academia da Força Aérea dá início à instrução aérea nas aeronaves T-27M e T-25, proporcionando um treinamento ainda mais eficiente para os Cadetes Aviadores. A inovação tecnológica também se destaca nesta edição, com a entrega do primeiro Banco de Ensaios de Compressores

pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço, um avanço significativo para a pesquisa e o desenvolvimento na área de turbinas a gás no país. Além disso, celebramos o Dia da Inspeção em Voo, atividade essencial para a segurança do tráfego aéreo brasileiro. Por fim, relembramos os 10 anos do primeiro voo do KC-390 Millennium, aeronave que é a espinha dorsal da Aviação de Transporte da FAB.

Boa leitura!

Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça Chefe do CECOMSAER

A publicação no Instagram sobre a interceptação de uma aeronave com drogas pela FAB em colaboração com a Polícia Federal, como parte da Operação Ostium, foi o destaque nas mídias sociais. O post obteve mais de 445 mil visualizações,

220 mil contas alcançadas e 19 mil curtidas. A FAB divulga em suas mídias sociais produtos elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e pelos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica.

Expediente

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação

Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno.

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça

Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Fabiano Pinheiro da Rosa

Chefe da Divisão de Comunicação

Integrada:

Coronel Aviador Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação:

Tenente-Coronel Aviador Michelson Abrahão Assis

Chefe da Subseção da Agência Força Aérea:

Capitão Jornalista Emília Maria

Editora-Chefe: Tenente Jornalista Susanna Scarlet (MTB 0013148/ DF)

Editora:

Tenente Jornalista Mônica Lopes

Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE

Diagramação:

Soldado SNE Gustavo Guilherme Nunes Leitão

Soldado SNE Marcos Vinícius Cardoso dos Reis

Capa e Artes: Tenente PUP Jefferson Lima Feitosa Sargento TDE Jonathan Fernando Lopes

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.

Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar CEP: 70045-900 Brasília/DF

DIA DA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS E MARCOS DE PROGRESSO NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

No Dia da Aviação de Asas Rotativas, celebramos não apenas a versatilidade e capacidade das nossas aeronaves, mas também a inovação e adaptação da Força Aérea Brasileira. As aeronaves de asas rotativas são essenciais em missões de busca, salvamento, transporte e operações logísticas em áreas de difícil acesso. Essas conquistas dependem da

habilidade dos tripulantes, profissionais altamente treinados que operam essas aeronaves desafiadoras com coragem e destreza. Este ano, destacamos marcos importantes, como a primeira Oficial-General no comando do Hospital de Aeronáutica de Canoas, simbolizando o avanço do protagonismo feminino nas Forças Armadas. A EPCAR e a EEAR recebem novos

alunos, fortalecendo as capacidades operacionais da Força com formação sólida. A Academia da Força Aérea iniciou o Estágio de Adaptação Militar de 2025, preparando futuros Oficiais. O Instituto de Aeronáutica e Espaço entregou o primeiro Banco de Ensaios de Compressores, avanço significativo para a tecnologia aeroespacial nacional. Comemoramos

também o 10º aniversário do voo inaugural do KC-390 Millennium, refletindo a modernização e a projeção de poder da Força Aérea. Essas conquistas reforçam nosso compromisso com a excelência, inovação e a defesa do Brasil.

Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno Comandante da Aeronáutica

ASAS ROTATIVAS: PODER, AGILIDADE E PRECISÃO NA FAB

O Dia da Aviação de Asas Rotativas é celebrado em 3 de fevereiro, em homenagem ao primeiro resgate em combate realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), ocorrido em 1964 na República do Congo. Durante uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), os então Tenentes Aviadores Ércio Braga e Milton Naranjo, juntamente com os Sargentos João Martins Capela Junior e Wilibaldo Moreira Santos, a bordo do Helicóptero H-19, resgataram tripulantes e missionários prestes a serem capturados por rebeldes fortemente armados.

Em tempos mais recentes, tais valores puderam ser observados no cumprimento de missões como o apoio às vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024. Nessa operação de apoio ao Estado, as

aeronaves H-36 Caracal e H-60 Black Hawk somaram mais de 450 horas de voo, realizando principalmente o resgate de pessoas isoladas em áreas alagadas, transporte de mantimentos e evacuações aeromédicas. A ação rápida garantiu a preservação de vidas e a assistência imediata aos mais afetados pela tragédia.

Também como tarefa de apoio ao Estado, na Operação Catrimani II que é uma ação conjunta interagências visando agir de modo preventivo e repressivo contra o garimpo ilegal, ilícitos transfronteiriços e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami, os helicópteros são fundamentais.

Dessa forma, somando-se às diversas outras missões cumpridas ao longo de sua história, a Aviação de Asas rotativas demonstra que é peça fundamental para que a FAB possa entregar valor à sociedade e cumprir sua destinação constitucional e

atribuições subsidiárias.

Notoriamente, a execução de missões pelos Esquadrões de Asas Rotativas demanda um elevado grau de preparo e sinergia por parte das tripulações. Além dos pilotos, oficiais e graduados especialistas e médicos também atuam a bordo. Esses militares realizam funções como a operação do guincho de resgate, o tiro com armamento lateral e armamento embarcado, a descida por cordas (seja por rapel ou com o método de descida rápida fastrope), a preparação e o monitoramento de cargas externas e o tratamento de pacientes durante o voo.

“As aeronaves de asas rotativas são fundamentais para a Força Aérea Brasileira. Sua capacidade de acesso a áreas remotas garante a presença da FAB em todo o território nacional. Versáteis e adaptáveis, enfrentam cenários desafiadores, ampliando a

Major Aviador Cheregati e Tenente JOR Johny Lucas

eficiência operacional”, destacou o Comandante do 7°/8° GAV, TenenteCoronel Aviador Herhic Rabelo Alves Pereira.

Devido às suas características de versatilidade, as tripulações de Asas Rotativas são capazes de cumprir uma ampla gama ações, sendo que, atualmente, destacam-se como principais: Busca e Salvamento (SAR), Busca e Salvamento em Combate (CSAR), Evacuação Aeromédica (EVAM), Ensaios em Voo, Infiltração e Exfiltração Aérea, Transporte Aéreo Logístico e Transporte Especial.

FROTA DIVERSIFICADA

Para cumprir suas missões, a FAB opera uma frota composta por helicópteros modernos, como o H-50 Esquilo, H-60 Black Hawk, H-36 Caracal, além dos VH-35 e VH-36. Essas aeronaves estão distribuídas em oito Esquadrões espalhados por todo o país: o Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAV) – Esquadrão Falcão – sediado na Base Aérea de Natal; o Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2°/8° GAV) – Esquadrão Poti – sediado na Base Aérea de Porto Velho; o Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3°/8° GAV) – Esquadrão Puma – sediado na Base Aérea de Santa Cruz; o Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5°/8° GAV) – Esquadrão Pantera – sediado na Base Aérea de Santa Maria; o Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7°/8° GAV) – Esquadrão Harpia – sediado na Base Aérea de Manaus; o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2°/10° GAV) – Esquadrão Pelicano – sediado na Base Aérea de Campo Grande; o Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1°/11° GAV) – Esquadrão Gavião – sediado na Base Aérea de Natal; e o Terceiro Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE 3) – sediado na Base Aérea de Brasília.

MULHERES FAZEM HISTÓRIA AO

ASSUMIREM UNIDADES DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Ten JOR Mônica Lopes

A Força Aérea Brasileira (FAB) escreve um novo capítulo em sua trajetória com a ascensão de mulheres a postos de liderança em unidades estratégicas. Esses marcos refletem o avanço da presença feminina na FAB e reafirmam a valorização da competência e da equidade dentro da Instituição.

No Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP), a Brigadeiro Médica Luci Alcione Apocalypse da Cunha tornou-se a primeira mulher e OficialGeneral a ocupar o cargo de Diretora. A cerimônia de transmissão de cargo ocorreu no dia 16 de janeiro e contou com a presença do Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar

Ricardo Reis Tavares, e do Diretor de Saúde da Aeronáutica, MajorBrigadeiro Médico Laerte Lobato de Moraes.

Ao assumir a Unidade, que atende cerca de 47 mil beneficiários, a Brigadeiro Luci destacou o significado histórico da nomeação. “Este momento representa um marco para a nossa Força. Reafirmo meu compromisso com a excelência, a humanização no atendimento e o fortalecimento das iniciativas que colocam o paciente no centro de nossas ações”, declarou. Formada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a nova Diretora do HFASP tem especializações em Terapia Intensiva, Medicina do Trabalho, Medicina Legal e Perícias Médicas,

além de uma trajetória marcada pela dedicação à saúde militar. Outro feito inédito ocorreu no Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO), onde a Coronel Médica Luciana Horovitz assumiu a direção no dia 21 de janeiro, tornando-se a primeira mulher a liderar a unidade em 74 anos de existência. A cerimônia foi presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, e contou com a presença de autoridades militares e civis.

A nomeação da Coronel Luciana simboliza a continuidade do trabalho de excelência realizado no HACO. Durante a solenidade, o Diretor de Saúde da Aeronáutica, MajorBrigadeiro Médico Laerte Lobato de

Moraes, reafirmou sua confiança na nova diretora. “Sob sua liderança, o compromisso com a qualidade no atendimento à saúde dos militares e seus dependentes seguirá firme, consolidando a missão do hospital dentro do Sistema de Saúde da Aeronáutica”, afirmou.

A presença feminina em posições de comando na FAB tem se ampliado ao longo dos anos, resultado de um processo de reconhecimento das habilidades e competências das mulheres nas mais diversas áreas da Instituição. As nomeações da Brigadeiro Médica Luci Alcione e da Coronel Médica

Luciana Horovitz não apenas marcam a história da Aeronáutica, mas também representam um avanço significativo na busca por uma gestão cada vez mais diversa, inclusiva e eficiente.

ESCOLAS DA FAB INICIAM 2025 COM FOCO NA EDUCAÇÃO E NA FORMAÇÃO DE LÍDERES

A Força Aérea Brasileira (FAB) reconhece que a educação é um pilar fundamental para a formação de seus futuros Graduados e Oficiais. Comprometida com a excelência acadêmica e a capacitação contínua, a FAB investe em suas instituições de ensino, como a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), a Academia da Força Aérea (AFA) e a Escola de

Especialistas de Aeronáutica (EEAR), que desempenham papéis essenciais na formação de profissionais altamente qualificados. Essas escolas não apenas oferecem uma educação de qualidade, alinhada aos mais altos padrões, mas também promovem o desenvolvimento de valores como disciplina, liderança e compromisso com a pátria.

A dedicação à educação na FAB

é mais do que uma estratégia de fortalecimento da Aviação Brasileira; é um compromisso com o futuro do Brasil, preparando jovens para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais dinâmico e exigente. Por meio, dessas instituições, a FAB busca não apenas formar militares competentes, mas cidadãos preparados para contribuir com a segurança e o progresso do país.

EPCAR inicia 2025 com recepção de novos alunos e cerimônias de troca de Comando

A Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), localizada em Barbacena (MG), iniciou o ano letivo de 2025 com um evento marcante, recebendo 117 novos alunos aprovados para o Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CPCAR). Além disso, a escola c elebrou as cerimônias de troca de Comando do Grupo de Segurança e Defesa (GSD-BQ) e do Grupo de Saúde (GSAU-BQ).

EPCAR recebe novos alunos do CPCAR 2025

Com um total de 26.618 inscritos no concurso, 117 candidatos foram aprovados e iniciaram o Estágio de

Adaptação Militar (EAM) na EPCAR. A instituição, que ocupa o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, é reconhecida como a melhor escola pública de Ensino Médio do Brasil. Durante a cerimônia de recepção, o Comandante da EPCAR, Brigadeiro do Ar André Luiz, destacou a missão da escola: formar futuros líderes para a FAB, com um ensino de excelência aliado à formação militar.

A EPCAR, conhecida como a “Nascente do Poder Aéreo”, prepara os jovens para a continuidade da formação na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), criando uma base sólida para os futuros Oficiais Aviadores da FAB.

Fotos: SD Joao Oliveira

AFA e EEAR também iniciam o ano letivo de 2025

Além da EPCAR, a Academia da Força Aérea (AFA) em Pirassununga (SP) iniciou o ano com a recepção de 30 novos estagiários aprovados no Exame de Admissão à AFA. No dia 12 de janeiro, eles iniciaram o Estágio de Adaptação Militar (EAM) 2025, com o objetivo de integrarem-se à nova turma do Primeiro Esquadrão do Corpo de Cadetes da Aeronáutica, totalizando 142 cadetes.

Para o Diretor de Ensino da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, o Estágio de Adaptação Militar

vai muito além das instruções básicas sobre regulamentos ou dos treinamentos físicos e de Ordem Unida. É o momento em que o futuro militar desenvolve laços profundos de respeito e pertencimento à Instituição, além de estabelecer amizades que, na maioria das vezes, o acompanharão por toda a vida.

“Em termos de ensino, posso afirmar que as atividades de adaptação militar nas escolas têm atingido níveis de excelência e profissionalismo excepcionais. A inclusão de novas abordagens didático-pedagógicas, o planejamento sistemático, a gestão de riscos, que prioriza a segurança, e o foco nos conteúdos atitudinais têm garantido

uma instrução de alta qualidade, alinhada aos objetivos estabelecidos. Como etapa de desenvolvimento, o EAM é, sem dúvida, o momento mais importante na formação do novo militar. O verdadeiro significado desse estágio se revela no brilho no olhar dos alunos durante as cerimônias de encerramento. Independentemente da idade ou do propósito do curso, esse brilho sempre reflete a alegria e a emoção típicas de nossas maiores vitórias”, concluiu.

Simultaneamente, a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), recebeu 222 novos alunos, entre eles cinco estudantes provenientes de nações amigas como Bolívia, Cabo Verde, Paraguai e Peru. A EEAR, que forma Especialistas para a

FAB, também deu início ao Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (EAGS) e ao Curso de Formação de Sargentos (CFS).

A Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) desempenha um papel crucial na formação dos futuros profissionais da Força Aérea Brasileira (FAB) e prepara seus alunos por meio de uma metodologia de ensino que alia rigor técnico e militar.

O Comandante do Corpo de Alunos, Coronel Aviador Gustavo Winckler de Oliveira, falou sobre o estágio. “O Estágio de Adaptação Militar é um momento fundamental para que os novos alunos criem laços de respeito, lealdade e espírito de corpo. É ali que desenvolvem as

virtudes de coragem, tenacidade e camaradagem, além de enfrentarem os desafios da convivência em grupo e a distância da família. Essa etapa é essencial para moldar a mentalidade dos futuros especialistas, permitindo que se adaptem tanto fisicamente quanto psicologicamente à rotina militar”, disse o Oficial.

Alguns alunos da EEAR compartilharam suas experiências no Estágio de Adaptação, um período de intenso aprendizado e desafios. Maria Luiza Silva de Lima, Aluna de Mecânica de Aeronaves, destaca a mudança repentina na rotina e os desafios diários, que ensinam resistência e superação, além de valorizar pequenos momentos.

“O Estágio de Adaptação é desafiador, mas nos ensina muito sobre resistência e superação. Cada dia é uma prova de que podemos ir além dos nossos próprios limites”, disse.

O Aluno Samuel Leão de Souza, futuro Controlador de Tráfego Aéreo, fala sobre a adaptação à convivência com diversas personalidades e a importância da disciplina e da hierarquia. “Conviver com pessoas diferentes é um grande desafio, exigindo paciência, tolerância e adaptação à nova rotina. Precisamos seguir ordens rigorosas, o que é incomum na sociedade atual. Com o tempo, aprendemos que disciplina e hierarquia são fundamentais, e que a coletividade nos fortalece diante das dificuldades”, afirmou.

AFA INICIA INSTRUÇÕES AÉREAS NO T-27

TUCANO E NO T-25 UNIVERSAL

A formação dos Oficiais Aviadores da Força Aérea Brasileira (FAB) é um processo complexo que exige disciplina, conhecimento técnico e habilidades práticas. Na Academia da Força Aérea (AFA), essa preparação é realizada em diferentes fases, entre elas a de instruções aéreas em duas aeronaves: o T-27 Tucano e o T-25 Universal.

Esses vetores desempenham papéis fundamentais na preparação dos Cadetes, garantindo que adquiram as habilidades necessárias para atuar na aviação militar. Nesse contexto, nos dias 23/01 e 03/02, a AFA, sediada em Pirassununga (SP), iniciou as instruções aéreas no T-27M e o T-25 Universal, respectivamente. Neste

último, as atividades foram realizadas sob a instrução do Diretor de Ensino da Aeronáutica (DIRENS), MajorBrigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, aos Cadetes Aviadores do Segundo Esquadrão do Corpo de Cadetes da Aeronáutica (CCAER), da Turma Uiraçu.

O Cadete Daniel Amaral de Santana recebeu a instrução diretamente do Major-Brigadeiro Rivero e compartilhou sua experiência, classificando-a como inesquecível para a sua carreira. “Voar já é algo indescritível, mas receber essa instrução de um Oficial tão experiente torna ainda mais marcante. Poder receber instrução de quem tem muito a ensinar foi fundamental. Lá de cima, percebi que todo estudo e toda dedicação valeram a pena e vão me preparar para os desafios futuros”, disse.

Após a instrução, o Diretor de Ensino destacou a importância do mérito e dedicação dos Cadetes. “Que dia bonito! Alegria por ver nossos Cadetes se destacando, não por sorte, não por indicação, mas por mérito. Isso é um exemplo para todos, inclusive para nós, OficiaisGenerais. Vocês simbolizam o Cadete que todo mundo gostaria de ter sido. A última instrução que eu tinha dado no T-25 foi para o então Cadete Pimentel, hoje Coronel! Nada mudou em termos de alegria e vibração. Quando você dá o motor e sente o avião ganhar velocidade, a emoção é indescritível. Vejo que o brilho nos olhos pela Força Aérea jamais vai desaparecer. Muito obrigado pela honra e por esse dia tão bonito”, relatou o Oficial-General.

Já no T-27M, a AFA deu início à primeira instrução aérea de 2025 com o voo do Cadete Aviador Hilton Maia Lourenço, sob a instrução do Comandante-Geral do Pessoal da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares. Dessa forma, os Cadetes Aviadores da Turma Ártemis iniciaram, oficialmente, as atividades aéreas no Primeiro Esquadrão de Instrução Aérea (1º EIA).

Para o Tenente-Brigadeiro do Ar Reis, foi um momento único estar presente com os Cadetes nessa ocasião. “Essa é a última fase de uma longa jornada como estudantes. Em breve, estarão realizando o sonho de se tornarem Aspirantes a Oficial Aviador e, participar desse momento com eles, é extremamente gratificante. É uma oportunidade de compartilhar a expectativa deles sobre o que o ano reserva e, ao mesmo tempo, oferecer palavras de incentivo, participando ativamente do processo de instrução”, concluiu.

IAE ENTREGA AO BRASIL O PRIMEIRO BANCO DE ENSAIOS DE COMPRESSORES DO HEMISFÉRIO SUL

Cap Engenheiro Ossimar

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), uma organização subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), entregou ao Brasil o primeiro Banco de Ensaios de Compressores e de Sobrevelocidade (BEC-BESV) do hemisfério sul. O projeto foi realizado em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a empresa Aero Concepts, representando um avanço significativo para a pesquisa e o desenvolvimento de turbinas a gás no país.

Com uma infraestrutura única na América Latina, o novo laboratório permitirá a realização de ensaios em compressores, com foco na obtenção de mapas de operação, além de testes de integridade estrutural em rotores operando acima da rotação nominal. A iniciativa, financiada pela FINEP desde 2019, teve seu Projeto Executivo concluído no mesmo ano. A inauguração marca, agora, a concretização de um processo conduzido com engenharia nacional, reforçando a capacidade do Brasil nesse setor estratégico. Neste sentido, a entrega desse

laboratório representa um avanço para a autonomia e a agilidade nos testes e no desenvolvimento de compressores, tornando-se uma peça-chave para a melhoria da eficiência desses equipamentos e para a certificação de turbinas a gás nacionais. O BEC-BESV terá um papel essencial na validação e otimização do compressor projetado para o turbojato TR5000, além de estar disponível para empresas da Base Industrial de Defesa (BID) no desenvolvimento de novas tecnologias. Nas instalações do BEC, o então diretor do DCTA, Tenente-Brigadeiro

do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, destacou a importância da colaboração entre os setores público e privado no fortalecimento da soberania tecnológica brasileira. “Investir em soluções inovadoras com recursos próprios, especialmente na área aeroespacial, não apenas fortalece nossa capacidade de defesa e autonomia tecnológica, como também gera empregos e impulsiona a economia. A inovação é a chave para o futuro do Brasil, e com ela alcançaremos novos patamares de desenvolvimento e prosperidade”, afirmou.

Já o então Diretor do IAE, Brigadeiro do Ar Federico Casarino, ressaltou a relevância do banco de ensaios para os setores aeroespacial, de defesa e de energia. “O BEC-BESV representa um grande avanço para o Brasil e para nossa Base Industrial de Defesa no setor aeronáutico. Sendo o único laboratório

desse tipo na América Latina, ele proporciona ao país a capacidade de desenvolver equipamentos mais eficientes, um passo fundamental para alcançar a soberania na produção de turbinas. Com o sucesso do TR5000, o Brasil já pode sonhar com outros motores aeronáuticos”, concluiu.

O Banco de Ensaios de Compressores

É uma infraestrutura de pesquisa e testes dedicada ao desenvolvimento e avaliação de compressores para turbinas a gás. Ele permite medir o desempenho, a eficiência e a integridade estrutural desses componentes em condições operacionais extremas. Com uma área de 469 m², o BEC possui capacidade de acionamento de 2,5 MW, alcançando até 30.000 rpm, com uma taxa de compressão de 10:1 e uma vazão máxima de 10 kg/s. Essas características possibilitam a criação de mapas de

operação, além de testes de segurança e confiabilidade dos equipamentos. De acordo com o coordenador técnico do projeto TR5000, Marcelo Assato, o Banco de Ensaios de Compressores (BEC) representa um importante laboratório de pesquisa e desenvolvimento de compressores no Brasil, que em conjunto aos demais bancos a serem construídos: Banco de Ensaios de Câmara de Combustão (BECC) e Banco de Ensaios de Turbinas (BET), irá compor uma infraestrutura única em toda a América Latina, formando, no IAE, um complexo laboratorial para consolidar o desenvolvimento da tecnologia de turbinas a gás no País, de aplicações aeronáuticas civis e militares, além de estacionárias, como na geração de energia elétrica, com possibilidade de emprego de combustíveis renováveis e propulsão aeronáutica híbrida-elétrica.

Fotos: IAE

DIA DA INSPEÇÃO EM VOO

Ten REP Wanessa Liz Voo (GEIV), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço

No dia 21 de fevereiro, a Força

Aérea Brasileira (FAB) celebra o Dia da Inspeção em Voo, uma data que ressalta a importância fundamental dessa atividade para a segurança da aviação no Brasil. Desde 1959, a FAB tem a missão de garantir que os sistemas de auxílio à navegação aérea estejam operando com precisão, proporcionando um ambiente seguro tanto para aeronaves civis quanto militares. Atualmente, essa responsabilidade é conduzida pelo Grupo Especial de Inspeção em

Aéreo (DECEA) e localizada no Rio de Janeiro (RJ).

A aviação exige três elementos essenciais: precisão, confiabilidade e segurança. Durante todas as etapas de um voo – decolagem, cruzeiro e pouso –os pilotos dependem de sinais enviados por mais de 800 equipamentos de auxílio à navegação distribuídos por todo o território nacional, que cobre cerca de 22 milhões de quilômetros quadrados. Esses sistemas garantem a operação segura do tráfego aéreo, em conjunto com a

comunicação via rádio entre pilotos e Controladores de Tráfego.

Porém, mesmo quando os equipamentos em solo indicam funcionamento normal, interferências podem comprometer a precisão dos sinais recebidos pelas aeronaves. Reflexões no solo, interferências de linhas telefônicas, redes elétricas e fatores geográficos são algumas das causas desse problema. Por isso, a Inspeção em Voo é essencial para verificar, calibrar e garantir a confiabilidade desses sistemas.

Somente em 2024, o GEIV realizou cerca de 1.400 horas de voos de inspeção

e foi responsável pela aferição de 970 auxílios à navegação aérea. “Somos reconhecidos por executar uma das melhores e mais criteriosas inspeções em voo, sempre atendendo aos padrões estabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional, o que credencia o Brasil em uma posição de destaque mundial no cenário da navegação aérea”, destaca o DiretorGeral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.

O Papel do GEIV na Segurança da Aviação

O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) tem como missão aferir e ajustar os equipamentos de auxílio à navegação, uma tarefa realizada com

aeronaves-laboratório especialmente equipadas. Atualmente, o GEIV opera quatro Hawker 800XP (IU-93) e quatro Legacy 500 (IU-50), ambos equipados com o moderno sistema UNIFIS 3000, capaz de monitorar e analisar, em tempo real, os sinais emitidos pelos auxílios à navegação. Esse sistema totalmente digital substituiu o antigo modelo analógico, no qual os operadores precisavam fazer cálculos manualmente para validar os sinais.

A equipe de inspeção é composta por seis militares altamente treinados: um piloto-inspetor (PI), um primeiropiloto de inspeção em voo (1P), um operador de sistema de inspeção em voo (OSIV), dois operadores de sistema de posicionamento de aeronave (OSP)

e um mecânico de voo (MEC). Juntos, eles ajudam a garantir a segurança dos aeroportos e procedimentos de navegação aérea no Brasil.

“Os voos de inspeção possuem algumas características específicas e demandam intenso treinamento e alta habilidade da tripulação envolvida. São realizados longos sobrevoos na mesma localidade, assim como a execução de manobras e passagens baixas sobre as pistas dos aeródromos. É por meio deste trabalho incansável que garantimos a precisão, a confiabilidade e a segurança para que todos possam voar”, explicou o Comandante do GEIV, Major Aviador Rodrigo Pereira Drumond.

Uma Jornada que começou em 1959

A atividade de inspeção em voo no Brasil teve início nos anos 1950, com a cooperação entre a FAB e a Civil Aeronautics Administration (CAA), hoje conhecida como Federal Aviation Administration (FAA), dos Estados Unidos. As primeiras inspeções foram realizadas por aeronaves e tripulações americanas, com militares brasileiros a bordo para aprendizado e treinamento. Em 21 de fevereiro de 1959, a primeira inspeção em voo conduzida exclusivamente por brasileiros ocorreu, utilizando a aeronave EC-47 (FAB 2065).

Esse momento marcou o início da missão da FAB na inspeção de auxílios à navegação no território nacional. Hoje, a Força Aérea Brasileira celebra os 66 anos dessa conquista, que simboliza não apenas um marco histórico, mas também o avanço tecnológico e operacional do GEIV. Devido ao trabalho incansável dessa unidade, o Brasil continua a garantir um espaço aéreo seguro e eficiente para os passageiros e tripulações que sobrevoam nosso território todos os dias.

KC-390 MILLENNIUM: 10 ANOS DO VOO INAUGURAL

Ten JOR Scarlet

Em 23 de fevereiro de 2015, o KC390 Millennium decolou para seu voo inaugural, marcando o início de uma nova era na Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira (FAB). Este cargueiro multimissão foi projetado para ser a espinha dorsal da FAB, desempenhando um papel essencial em diversas operações estratégicas.

O voo teve duração de uma hora e 19 minutos, sobre áreas rurais de São Paulo, partindo da pista da fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). Ao comando de dois pilotos de teste da Embraer, incluindo o Coronel da reserva da FAB, Marcos Oliveira Lima, e dois engenheiros de voo da empresa, a aeronave demonstrou suas capacidades iniciais.

Ao comemorarmos uma década deste marco histórico, refletimos sobre a importância de todos os envolvidos no desenvolvimento do KC-390 Millennium, desde sua concepção até as missões bemsucedidas realizadas pela FAB nos dias atuais.

Capacidades Operacionais

O KC-390 Millennium é um cargueiro estratégico de última geração, capaz de transportar até 26 toneladas de carga, incluindo veículos pesados, equipamentos e até mesmo cargas humanitárias. A aeronave é altamente versátil, realizando missões que vão desde o transporte aéreo logístico e reabastecimento em voo, até evacuação aeromédica, operações de busca e salvamento e combate a incêndios. Reconhecido por sua grande capacidade de carga, velocidade e alcance, o KC-390 se destaca como uma das aeronaves mais avançadas em sua categoria.

Recebido oficialmente pela Força Aérea Brasileira em setembro de 2019, o KC-390 Millennium tem sido uma ferramenta vital em diversas missões. A aeronave é operada pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo – e pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus. Desde sua introdução, o KC-390 tem contribuído de forma significativa para as operações logísticas e de transporte da FAB, provando sua eficiência e flexibilidade em uma ampla gama de cenários operacionais.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.