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Agosto de 2016 – Ano 2 – nº 18 – Distribuição gratuita*
Os Olímpicos da RMVale Alberto Marson, Londres 1948. Edvar Simões, Tóquio 1964. Nossos medalhistas olímpicos! SAÚDE
ENTREVISTA
Doação de medula é mais simples do que parece e pode salvar muitas vidas
João Carlos Germano, juiz eleitoral de Taubaté, cobra responsabilidade de candidatos e eleitores
pág. 42
pág. 14
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4 | Revista Metrópole – Edição 18
EDITORIAL
O COTIDIANO NA RMVALE Como proposta da Metrópole Magazine, esta edição contempla o cotidiano da RMVale, trazendo a informação que aflora o que é vivenciado no dia a dia. Assim é que, ao tratar de assunto tão delicado como o transplante que salva vidas (medula), indagamos internamente sobre quais razões terá o não-doador para não doar. O repórter demonstra, assim, a simplicidade do procedimento e a importância deste instrumento que, na verdade, doa vida. Esta edição traz ainda a informação de que os joseenses estão descobrindo os espaços públicos como lugares para passear, contemplar, praticar atividade física e desenvolver relacionamentos. Aborda também a iniciativa de grupos que se reúnem para cuidar de animais abandonados, através de organizações não governamentais, ou o fazem agindo de forma individual, chamando a atenção sobre a responsabilidade em adotar e não cuidar dos pets. O juiz eleitoral de Taubaté traz alguns pontos importantes sobre as novas regras para as próximas eleições e as inúmeras convenções dos partidos da região demonstram que na hora da decisão sobre os candidatos, a fala que se sobressai é dos chamados “caciques”, que representam a tradição do partido. Dentre os preteridos, Sebastião Cavali, do PMDB, teve sua candidatura barrada na convenção, que decidiu apoiar o candidato do PSDB, na mesma linha do que já ocorreu no passado quando o ex-prefeito Emanuel Fernandes fez privilegiar o enteado, Alexandre Blanco, quando a aposta era a atual candidata pelo PV, Claude Mary. A oxigenação na política passa pela necessidade de que nomes que nunca concorreram tenham oportunidade e que aqueles que disponibilizam seu nome, depois de uma difícil decisão que envolve trabalho, família, amigos e apoiadores, tenham espaço dentro dos partidos, a favor da democracia, o menos ruim de todos os sistemas de governo. Boa leitura. Regina Laranjeira Baumann
L AN ÇA MEN TO
J D. AQUA RIUS
metr pole magazine Diretora-executiva
Regina Laranjeira Baumann
Editor-chefe interino
Eduardo Pandeló
Repórteres
Henrique Macedo Moisés Rosa Rodrigo Ribeiro Luiza Paiva Laís Vieira
Revisão
Luiza Paiva
Departamento Comercial
Alyne Proa Anderson Santos Denis William Fabiana Domingos Guilherme Abreu
Diagramação
José Linhares
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Idelter Xavier Marcus Alvarenga
Colaboradores
João Pedro Teles Elizânio Silva Pedro Ivo Prates (fotógrafo)
Arte
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Mídias Sociais
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Departamento Administrativo
Gabriela Oliveira Souza Larissa Oliveira Maria José Souza Roseli Laranjeira Tiragem auditada por:
62 .br Metrópole Magazine Avenida São João, 2.375 –Sala 2.010 Jardim das Colinas –São José dos Campos CEP 12242-000 PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br
A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação
Tiragem: 15 mil exemplares Distribuição gratuita * Permitida venda em estabelecimentos por R$ 3,00
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CONSTRUÇÃO
INCORPORAÇÃO
6 | Revista Metrópole – Edição 18
TURISMO Cruzeiros temáticos: saiba como planejar sua viagem de navio.
CONCURSOS A suspensão dos concursos públicos deixa alunos de cursos preparatórios sem expectativa.
22
14
CULTURA Os joseenses descobrem os espaços públicos.
ENTREVISTA A Justiça Eleitoral da RMVale pronta para as eleições. Ouvimos o juiz eleitoral de Taubaté, João Carlos Germano, sobre nossa responsabilidade em outubro.
Pedro Ivo Prates
28
PATRIMÔNIO Cartão postal de São José, o Banhado vira alvo de disputa entre prefeitura e urbanistas.
COMPORTAMENTO Sexo: jovens decidem preservar a castidade e esperar pelo par ideal para manter relações sexuais.
36
Nossa reportagem mostra como a doação de medula óssea é mais simples do que parece, não oferece riscos à saúde do doador e pode salvar muitas vidas.
Artigo& Aconteceu& Frases& Cultura&
42 Reprodução
Doando Vida
8 10 12 50
Pedro Ivo Prates
46
Divulgação/PMSJC
60
Sumário
Pedro Ivo Prates
64 68 70 74
32
EDUCAÇÃO De olho no vestibular, estudantes usam técnicas de memorização para assimilarem e guardarem as informações transmitidas nos cursinhos.
18 Reprodução
POLÍTICA Partidos e candidatos estão oficialmente em campanha. A disputa pelo voto começou e a Metrópole Magazine traz um panorama das eleições na RMVale.
Gastronomia& Social& Arquitetura& Crônicas&Poesia
São José dos Campos, agosto de 2016 | 7
Espaço do Leitor Edição 17 – Julho de 2016 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
São José dos Campos, julho de 2016 | 1
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Julho de 2016 – Ano 2 – nº 17 – Distribuição gratuita*
São José por quem não vê Deficientes visuais descrevem a cidade que completa 249 anos
COMPORTAMENTO
Crianças da região fazem sucesso no YouTube e já conseguem ter mais de um milhão de seguidores
pág. 52
ELEIÇÕES
Nesta edição, Shakespeare Carvalho (PRB) e Carlinhos Almeida (PT) estão na última série de entrevistas antes das eleições deste ano pág. 12 e 22
Capa
Sobre a crônica
Uma das funções do bom jornalismo é o abrir os olhos das pessoas para determinados assuntos. Neste mundo atual de pautas escuras e obscuras, de jornalismo cor de rosa, ler uma matéria leve e profunda como a produzida pelo jornalista Moisés, nos traz para uma realidade onde paramos e pensamos: sim, há um mundo muito maior e melhor do que esse que vemos. Parabéns.
Gostaria de parabenizá-los pela qualidade da Revista Metrópole Magazine. Tenha certeza que a mesma tem a cara de São José dos Campos, cidade que muito admiro. Os assuntos abordados são muito bons, em especial gostaria de deixar registrado o editorial sobre São José dos Campos - 249 anos (Regina Laranjeira ). O comentário do Sr. Paulo Skaf, por quem tenho profunda admiração pelo trabalho que desempenha frente à FIESP e a entrevista “Decidida a Questão”. Quero destacar também a crônica “O trem da meia noite”. Após lê-la fiz uma analogia com o meu dia a dia e me senti no lugar de Richard quando era criança. Não esperava pelo apito do trem, mas sim a busca de algumas realizações, mas com o passar do tempo perdi as oportunidades. Hoje, com 65 anos, me pego diversas vezes meditando sobre o apito do meu trem. Parabéns Marina Fecchio, com certeza seus pais devem estar orgulhosos. Abraços,
Rodrigo Casagrande, publicitário. Jacareí.
Coluna Social Foi uma surpresa maravilhosa abrir a revista e matar a saudades da colunista Maria Encarnação. Matéria perfeita! Marise Mendes, 56 anos, diretora de escola
Política Parabéns ao Grupo Meon por sair na frente dos demais veículos de comunicação da região na cobertura das eleições municipais que estão próximas. As entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de SJCampos foram muito esclarecedoras e mostram diariamente as melhores opções para nossa cidade nos próximos anos. Não tenho dúvidas de que precisamos acabar com a polarização do PSDB/PT em nossa cidade. Isso aconteceu com o Brasil e vimos no que deu. Um, à sombra do mito Emanuel Fernandes, o outro governa conforme sua ideologia partidária e quer se reeleger com obras às vésperas da eleição, deixando a saúde um caos. Vejo em Shakespeare Carvalho a possibilidade da mudança de nossa São José e a chance de termos de volta o orgulho de ser joseense.
Luiz S.G. Freitas, 65 anos
Geraldo Landim, 59 anos, empresário
Envie email contendo: nome, idade e profissão para metropolemagazine@meon.com.br ou por correio para av. São João, 2375 - sl 2010 - Jardim das Colinas - São José dos Campos - SP - CEP: 12.242-000. Em função de espaço, as mensagens poderão ser resumidas.
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8 | Revista Metrópole – Edição 18
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Artigo&
Vestibular/ENEM: interpretação é essencial
A
ação de ler um texto é um ato complexo, pois a mensagem a ser decodificada produz sentidos durante a leitura. É partindo desse processo que se estabelece a “interpretação de texto”, peça chave para a busca de um resultado satisfatório nas provas. O importante é retirar da leitura dos enunciados o máximo de informações e direcionamento para a resolução das questões. Conversaremos então, sobre sugestões para uma leitura coerente e satisfatória, levando-se em conta não somente símbolos, mas também: tabelas, mapas, gráficos (dos mais variados tipos), charges, gravuras, imagens, etc. Independente da matéria, todo enunciado deve ser lido atentamente mais de uma vez e, se nesse momento não houver pronto entendimento, marque-o para depois retornar e resolver essa questão com maior clareza. Ler atentamente significa ter os canais abertos para a reflexão sobre o que se pede. Para tanto, concentração, foco e olhos atentos, além de ler o enunciado todo por completo. Muitas vezes, os candidatos acham que já na metade do mesmo, a compreensão foi eficiente e, assim, diminui a probabilidade de acertar a questão. A calma, a atenção e o cuidado devem ser redobrados quando, além dos símbolos linguísticos, aparecerem os
recursos descritos anteriormente: tabelas, mapas, gráficos, charges, gravuras, imagens etc. Geralmente, as informações desses recursos são decisivas para a resolução da questão. Sempre deve-se estabelecer relação entre o enunciado e eles, para que haja um pronto entendimento do que está sendo pedido para análise. Tudo está valendo: exemplos, mapas, datas, legendas, fontes, autores etc. Nada pode escapar ! Agora, quando os enunciados vêm acompanhados de textos longos, a interpretação é fundamental. Novamente é preciso dizer sobre repetidas e atentas leituras para investigação. Durante a leitura e releitura, o que auxilia e muito é ir marcando no texto: vocabulário desconhecido, definições, revelações, partes mais importantes, ideias do autor e dados diversos. Retalhar um texto dessa forma é decompô-lo e esse processo servirá de facilitador. Tudo é válido para encurtar o tempo desprendido em cada questão com uma maior rapidez de resolução, já que o prazo de tempo estipulado para a realização da prova é rigorosamente controlado. Para isso, ao leitor cabe ainda a justaposição de todos os dados e lembretes a fim de refletir sobre os textos e seus aspectos: social, político, cultural, histórico ou econômico, dependendo do assunto que está sendo apresentado.
O leitor está sempre em diálogo consigo mesmo, conversa íntima e silenciosa, auxiliando e muito na manutenção da atenção e raciocínio. A reflexão e compreensão serão beneficiadas por tal ato, resultando num posicionamento do leitor diante do que está sendo lido: qual o assunto do texto, como o autor se posiciona, como ele fundamenta sua posição (visão geral do todo através das partes identificadas). Alguns hábitos comportamentais podem atrapalhar no momento da leitura, como: acompanhar com o dedo ou uma régua, pois os olhos são imensamente mais rápidos que os movimentos das mãos, podendo retardar o processo. A mesma orientação é válida para os leitores que balançam a cabeça ou até mesmo o corpo durante a leitura. Somente os olhos devem movimentar-se para que nada atrapalhe ou desvie a atenção. Focar do início ao fim, não se preocupar com o que acontece a sua volta, respeitar uma sequência de leitura e ordem na resolução das questões torna-se primordial na compreensão e entendimento do que está sendo pedido nos enunciados. Sua determinação é fator primordial para o seu sucesso. Confie em você e busque a vitória!!!
Carla Guandalini Rezende Picone - Colunista de Educação do Meon. Atuou no Magistério por 25 anos, foi consultora de gestão da CET/SP como educadora de trânsito e trabalha como coach há 15 anos.
10 | Revista Metrópole – Edição 18
Aconteceu& Pedro Ivo Prates/Meon
RMVale no caminho da Tocha Olímpica
Milhares de pessoas saíram às ruas das seis cidades da RMVale que realizaram os eventos de revezamento da tocha olímpica. O portal Meon esteve presente em Ilhabela, Jacareí, São José dos Campos, Taubaté, São Luiz do Paraitinga e Ubatuba e publicou fotos e reportagens especiais nos três dias em que o símbolo da paz entre os povos esteve por aqui.
Alex Brito/PMJ
Acesse o QrCode ao lado e vá direto para a página com as fotos
Divulgação/PMI
No dia 26 de julho, em frente ao Paço Municipal de Jacareí, na Praça dos Três Poderes, a tocha, que percorreu as principais vias da região central, atraiu um grande público que acompanhou o percurso até a festa de encerramento no Parque da Cidade. O paratleta olímpico, praticante de bocha adaptada, Antônio Leme, o Tó, que estará na equipe brasileira, foi o primeiro condutor entre as 27 jacareienses indicados pela organização do evento, num trabalho conjunto entre o município, patrocinadores oficiais e comitê organizador dos Jogos.
Nossa cobertura começou em Ilhabela e quem marcou presença na Vila, centro histórico do município, na manhã do dia 23 de julho, prestigiou um momento único para o arquipélago. A passagem do principal símbolo das Olimpíadas reuniu milhares de pessoas. Com a chegada do fogo olímpico, a tocha foi acesa no Píer da Vila e fez o seu primeiro trajeto: uma volta em frente à Vila a bordo do Veleiro - Escola “Charlie Bravo”, simbolizando a vocação náutica da cidade, a Capital Nacional da Vela.
Alex Brito/PMJ
Jacareí
Divulgação/PMI
Ilhabela
O revezamento da tocha começou no dia 3 de maio de 2016. Durante 95 dias, percorreu mais de 300 cidades, em todos os Estados. Cerca de 12 mil pessoas participaram até a chegada da tocha ao Maracanã, para o acendimento da pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
São José dos Campos, agosto de 2016 | 11
São José dos Campos Pedro Ivo Prates/Meon
Pedro Ivo Prates/Meon
Ainda no dia 26, a passagem da tocha olímpica em São José dos Campos tirou muita gente de casa no fim de tarde e noite. A cidade foi uma entre as 300 escolhidas para receber a chama olímpica e ainda concluiu um dos dias do revezamento. Ao todo, 48 condutores carregaram a tocha na cidade e, entre eles, quatro indicados pela prefeitura. São eles: a skatista Pâmela Rosa, a nadadora Fabíola Molina, a jogadora de futebol Bagé, do São José Feminino, e o jardineiro José Benedicto Lucindo, 83 anos, o Formiguinha, que participa da Casa do Idoso e também atua como palhaço. A passagem da tocha em São José ocorreu em meio às coVeja galeria de fotos memorações do aniversário da cidade, que no dia 27 de julho através do QrCode completou 249 anos.
O Meon acompanhou a passagem da tocha pelas ruas de Taubaté no dia 27 e conversou com moradores que, logo cedo, lotaram as ruas. A chama olímpica começou a circular pelas ruas da cidade por volta das 7h30 e seguiu para São Luiz do Paraitinga e Ubatuba, deixando o Estado de São Paulo em direção ao Rio de Janeiro.
Marcus Alvarenga/Meon
Divulgação/PMT
Taubaté
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Veja galeria de fotos através do QrCode
Ubatuba
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Tamoios News
Tamoios News
Em Ubatuba, 27 pessoas conduziram o fogo dos jogos. Os representantes ubatubenses foram Jessica Argolo dos Santos, jogadora de vôlei; Patrick Campos Fonseca, jogador de basquete; Suelen Naraisa, surfista profissional e Luiz Claudio Graglia Cozza, que é triatleta. Idosos da região também participaram, tais como Maria Machado e Nelson Domingos Batista, que é remador de canoa caiçara.
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12 | Revista Metrópole – Edição 18
“
Agora o nosso partido tem a vice-presidência do Brasil, não é pra qualquer um.
Vereador Dr. Roniel (DEM) sobre a posse do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara Federal.
Foto: Pedro Ivo Prates
Frases&
”
Well Babo
“
Quis transportar o meu trabalho de fotografia digital para uma plataforma física. Queria algo que as pessoas pudessem ter. Levar consigo. Fotógrafo Paul Constantinides, sobre seu trabalho com cartões postais, em Jacareí
“
Minha mãe ficou comigo na fila no sol e no frio. Ela é minha companheira fiel, mãe coruja. Se não fosse por ela, não teria conseguido.
”
Cantora Joseense Mariana Mira, que foi selecionada para o X Factor Brasil depois de muitas horas de fila.
”
São José dos Campos, agosto de 2016 | 13
“
Desde muito pequena sempre estudei em escola pública e penso que a educação é muito importante, precisamos fazer alguma coisa para mudar essa realidade.
”
A Joseense Júlia Gabrielle Lima Batista de 18 anos, selecionada para participar de um programa de educação e liderança na Rússia
“
É o sexto destino mais procurado pela América Latina. As noites aqui são badaladas.
Arquivo pessoal
Apresentador Otávio Mesquita sobre Campos do Jordão, em seu programa no SBT.
“
”
Das cidades que eu conheço, nenhuma se compara a São José dos Campos em qualquer quesito. Sem dúvida é a minha cidade.
”
“
Indicar o vice me parece ser catastrófico para o partido, pode até ser que atenda interesses pessoais, mas não será bom para o futuro do PMDB.”
”
Sebastião Cavali sobre a decisão do PMDB de indicar o vice-prefeito em apoio ao candidato do PSDB
Foto: Pedro Ivo Prates
André Delgado, produtor do vídeo em homenagem à São José que viralizou no Facebook e foi exibido na passagem da tocha olímpica.
14 | Revista Metrópole – Edição 18
ENTREVISTA
Consolidando a democracia
João Carlos Germano, juiz eleitoral de Taubaté, cobra responsabilidade de candidatos e eleitores TAUBATÉ
A
s eleições que vão escolher vereadores e prefeitos em outubro movimentam 144 milhões de eleitores em todo o Brasil. Maior colégio eleitoral do país, o Estado de São Paulo conta com 32 milhões de eleitores aptos a votar nas próximas eleições. A máquina montada pela Justiça Eleitoral tem números espantosos. Os custos para a realização das eleições municipais estão estimados em R$ 600 milhões. Cerca de 5.500 municípios do País vão receber milhares de urnas eletrônicas, uma logística que não pode falhar. A função da Justiça Eleitoral é complexa porque tem que julgar (decidir sobre os problemas que podem ocorrer), administrar (cuidar da logística completa de uma eleição) e legislar (criar normas para o bom andamento dos pleitos). A Metrópole Magazine foi conversar com o dr. João Carlos Germano, juiz eleitoral da Zona Eleitoral 407, de Taubaté. Ele tem a missão de comandar as eleições na cidade, que conta com 222 mil eleitores, ao lado do juiz Paulo Roberto da Silva.
Qual é o desafio de um juiz eleitoral numa cidade importante como Taubaté? O desafio se renova em toda a eleição. É organizar uma eleição tranquila, sem incidentes, fazer cumprir as leis, orientando e punindo se for necessário.
A preparação é feita meses antes, quando são requisitados prédios públicos, escolas e convocados os mesários. É passada a orientação do que é necessário ter no dia da eleição, entre outras recomendações. Nesse ano, foram convocadas cerca de 2.700 pessoas para trabalharem nas eleições em Taubaté. Quais são as novidades para o pleito de outubro? Entre as novidades para essa campanha está a decisão da Justiça Eleitoral que proibiu a doação por meio de pessoas jurídicas. Somente pessoas físicas podem doar e há um limite. Era uma fonte grande de dinheiro para as campanhas e isso não vai ter. Nós vivemos um momento de discussão em relação a isso por conta da operação Lava Jato, que envolvia também caixa dois de campanha eleitoral. Também existem mudanças pontuais, como a diminuição do tempo da propaganda na TV, os cavaletes não podem mais ser utilizados, as placas diminuíram de tamanho e só podem ser expostas em prédios particulares.
“Os partidos precisam mostrar que nem todos são iguais: que existem pessoas honestas que merecem ser escohidas, merecem um voto de confiança”
Fotos: Pedro Ivo Prates
Henrique Macedo
16 | Revista Metrópole – Edição 18
“Essas eleições são marcadas por um momento diferente no nosso país” João Carlos Germano
Como o senhor analisa esse período da vida política do País? Essas eleições são marcadas por um momento diferente no nosso país, que nunca existiu. Estamos vendo pessoas do alto escalão da República sendo presas, políticos, empresários, pessoas que seriam inatingíveis, que nunca responderiam a processo crime. As pessoas anseiam por mais honestidade, por mais correção na vida pública, e a sociedade, que está cansada disso, espera que os políticos mudem o comportamento, ou que pelo menos se sobressaiam aqueles que têm uma postura ética, correta, honesta. Esse é o momento. Os partidos precisam mostrar que nem todos são iguais: que existem pessoas honestas que merecem ser escohidas, merecem um voto de confiança; e pessoas desonestas, que merecem ser punidas. Precisamos exercer essa cidadania com muita responsabilidade, pesquisar, saber quem é o candidato, quais são as propostas, saber o passado, se
tem envolvimento com alguma questão irregular. É uma responsabilidade nossa. Se não tem nenhum candidato que seja adequado, pelo menos tem que tentar escolher o menos ruim. Os partidos também têm responsabilidade em escolher bons candidatos, escolher pessoas que não vão manchar os nomes dos partidos.
“É uma responsabilidade nossa. Se não tem nenhum candidato que seja adequado, pelo menos tem que tentar escolher o menos ruim”
O processo eleitoral no Brasil tem sido elogiado ao longo dos anos. Que análise o senhor faz da Justiça Eleitoral? A Justiça Eleitoral é tida, inclusive em pesquisas, como a Justiça que transmite mais credibilidade. Nós vimos que o sistema eletrônico, ao longo do tempo, foi sendo aprimorado. No início causou filas, até uma certa desconfiança. Mas as pessoas se acostumaram e hoje nem imaginam voltar ao antigo voto de papel. É um sistema que é muito bem aceito, confiável, há uma grande preocupação com segurança, são feitas auditorias e fiscalização intensas, e é aberto para todos acompanharem, fiscalizarem. O sistema que existe no nosso país é muito elogiado, inclusive fora do Brasil. Tem um custo elevado, mas permite uma rapidez e confiança muito grandes na votação e apuração.
O trabalho segue em frente na Região do Vale do Paraíba. São mais investimentos na Região do Vale do Paraíba e mais qualidade de vida para todos os cidadãos:
Estradas
Habitação e serviços ao cidadão
Saúde
Segurança A segurança do Vale do Paraíba recebeu o reforço do BAEP, unidade de elite da Polícia Militar.
O novo AME Taubaté está em obras e o de Lorena já está funcionando. Dois AMEs passaram a fazer pequenas e médias cirurgias. E tem mais: o Hospital de São José dos Campos está em construção. Serão 178 leitos.
O dia a dia por aqui melhorou não só nas estradas. Só no último ano, 4.300 moradias foram entregues. Outras 9.600 estão sendo construídas. E, para ampliar o atendimento ao cidadão, foram inauguradas quatro unidades do Poupatempo e nove do Novo Detran.SP.
A duplicação da Tamoios, no Trecho Planalto, foi entregue. As obras dos Contornos de Caraguatatuba e de São Sebastião estão avançadas. E, na Serra, elas já começaram. Estão sendo modernizadas a Rodovia dos Tropeiros e a Estrada Velha Rio-São Paulo, de Caçapava até Lorena. E a Avenida Nossa Senhora do Bonsucesso, em Pindamonhangaba, foi duplicada até a Dutra.
Investimentos na Região do Vale do Paraíba. Bom pra você. Bom pra São Paulo.
18 | Revista Metrópole – Edição 18
NOTÍCIAS POLÍTICA
Claude Mary (PV)
Felício Ramuth (PSDB)
Chegando
a hora do
Toninho Ferreira (PSTU)
Shakespeare Carvalho (PRB)
voto
Partidos definem candidatos e entram no período de campanha eleitoral
Carlinhos Almeida (PT)
Luiz Carlos Oliveira (PEN)
Os seis candidatos à Prefeitura de São José dos Campos.
Eduardo Pandeló e Laís Vieira RMVALE
F
altam menos de dois meses para as eleições municipais e o interesse pelo tema vai aumentando nas cidades da RMVale. A dinâmica das votações no município é muito própria e diferente da eleição para outros cargos, e nas principais cidades da região também
há muitas diferenças: cidades com emissoras de TV, com dois turnos, com muitos candidatos, com turno único etc. Entre os candidatos, há os que estão tranquilos, pois acreditam que fizeram um bom proveito do período de pré-campanha, participaram de reuniões e utilizaram as redes sociais para mostrar como pensam. Há os que disputam uma eleição pela primeira vez e, menos
conhecidos, ainda não conseguiram deslanchar. A campanha eleitoral propriamente dita começa agora. Partidos e candidatos se apressam para preparar materiais de divulgação e estratégias para aproveitar bem os 35 dias de horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Por isso, muita atenção. Candidatos e partidos farão uso de todas as armas
São José dos Campos, agosto de 2016 | 19
para se elegerem ou reelegerem seus representantes. Sendo assim, caberá ao eleitor demonstrar maturidade e responsabilidade, escolhendo bem seu representante. Cobre deste candidato compromisso com metas e resultados claros para sua cidade, cobre estratégias conscientes e conhecimento da realidade. E, por fim, vote com consciência. Lembre-se, que são quatro minutos para votar e quatro anos para se arrepender de uma escolha mal feita. Desde outubro de 2015, a Metrópole Magazine vem fazendo reportagens especiais sobre as eleições e entrevistas com pré-candidatos. Nesta edição, mostramos quais os nomes que vão aparecer nas urnas eletrônicas nas principais cidades da região no próximo dia 2 de outubro.
São José Seis candidatos e uma tendência para a velha polarização PT X PSDB, o fator positivo é a presença de nomes que se apresentam como novas opções. O atual prefeito Carlinhos Almeida (PT) é candidato à reeleição, tendo o vereador Macedo Bastos como vice. Bastos é do PSD de Jorley do Amaral, e o PT terá ainda o apoio dos partidos da base aliada (PC do B, PDT, PPS, SD) e com isso, um bom tempo no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. O prefeito utilizou muito bem as redes sociais e aposta no pacote de obras realizadas em todas as regiões da cidade para conquistar a confiança do eleitor. “Minha candidatura é a consequência de um trabalho, da constatação de que avançamos muito na comparação com os últimos 16 anos, mas cientes de que podemos e precisamos fazer mais”, declarou. No PSDB, Felício Ramuth conseguiu, na reta final, atrair o apoio de partidos que estavam apoiando o PT, como o PMDB do atual vice-prefeito Itamar Coppio e o PSC dos vereadores Luiz Mota e Walter Hayashi. Os tucanos terão ainda o apoio do PSB, do PTB e do PROS,
reunindo um maior tempo para a campanha na TV. O PSDB, que realizou sua convenção no final de julho, já confirmou, inclusive, seu candidato a vice: o médico Ricardo Nakagawa (PMDB). Sobre a coligação, Ramuth está confiante, “Esse grupo tem capacidade de atrair novas pessoas de bem pra cuidar da nossa cidade e esse é o melhor time”, disse. A convenção dos partidos políticos que formam o bloco do chamado Centrão confirmou a candidatura do atual presidente da Câmara Municipal, Shakespeare Carvalho (PRB), com Marina de Fátima Oliveira (DEM) para vice. Na mesma ocasião, DEM, PR, PMB e PHS ratificaram a coligação que disputa o pleito deste ano. Havia a expectativa da adesão de outros partidos, o que concederia uma maior exposição para o candidato que se coloca como opção para os eleitores. “Seria prepotência minha e de qualquer candidato se colocar como primeira, segunda ou terceira via. Quem vai decidir isso é o eleitor, quando abrirem as urnas. Sou da via que acredita na cidade de São José e quer fazê-la voltar a crescer”, declarou. O Partido Verde fez sua convenção para confirmar a candidatura de Claude Mary de Moura e recebeu o apoio do PTN. O PV tem pouco tempo no rádio e na TV e apostou suas fichas nas redes sociais. Segundo Claude Mary, o partido tem estratégia bem definida. “Estamos preparados e temos estratégia para tudo. Pela receptividade e pela maneira que minha candidatura está sendo construída, acredito que vamos surpreender nessas eleições”, declarou. O PSTU definiu como candidato o advogado Toninho Ferreira. O dirigente do Sindicato dos Químicos, Wellington Cabral, confirmou a coligação do PSOL com o PSTU em uma frente socialista. “Estou confiante! Pelo número de pessoas presentes, todas unidas pela consciência na frente socialista, tenho certeza que vamos fazer a diferença nessa campanha”, afirma Toninho. O PEN oficializou a candidatura de Luiz Carlos de Oliveira, que aproveitou a ocasião para agradecer aos filiados e anunciar planos de governo, como o
enxugamento dos cargos comissionados e o seguro do término de obras. “A cidade murchou. Nós precisamos saber qual é a verdadeira vocação de São José”. O candidato a vice-prefeito não foi definido.
Taubaté Certo da vitória de Ortiz Júnior no julgamento do processo de cassação no TSE, Beto Ortiz, dirigente do PSDB, reafirmou que não haveria necessidade de pensar em plano B. Assim, Ortiz Jr e Edson Oliveira, foram confirmados em convenção realizada em 30 de julho, como candidatos do PSDB juntamente com 13 partidos coligados: PV, PSB, PSD, DEM, PHS, PMN, PTB, PRP, PSC, PP, Pros, SD, PR. Porém, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu, por quatro votos a três, em julgamento realizado no dia 1º, manter a cassação dos mandatos do prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), e de seu vice, Edson Oliveira (PSD). Com a decisão, prefeito e vice ficaram impedidos de disputar a reeleição em outubro. Até o fechamento desta edição o PSDB não se manifestou sobre o assunto. Pollyana Gama, candidata a prefeita pelo PPS, confirmou Rubinho Fernandes (PRB) como vice-prefeito na chapa oficializada na convenção que reuniu PPS, PRB, PC do B, PTN e PSL. Para Pollyana, o nome de Rubinho reforça o projeto de promover avanços para Taubaté. “Rubinho é de nossa cidade e contribuirá muito para avançarmos em setores que hoje estão tão vulneráveis, como a geração de empregos e a construção de um planejamento efetivo para Taubaté”. O advogado Isaac do Carmo é o candidato do Partido dos Trabalhadores para a Prefeitura de Taubaté. A convenção do partido já confirmou a candidatura petista. Nas eleições anteriores, o candidato chegou ao segundo turno. Ainda sem nome para o cargo de vice-prefeito, o candidato não descarta a possibilidade de coligações, porém ressalta a importância de uma chapa pura do PT. “Estamos abertos a conversas, em especial com os partidos que fizeram a frente de defesa do Governo
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Candidatos a prefeito de Taubaté: Isaac do Carmo (PT) Vera Saba (PMB) Pollyana Gama (PPS) Ortiz Júnior (PSDB) José Saud (PMDB) Donizeti Lousada (PSDC) Federal, mas estamos trabalhando com plano principal de ter um vice-prefeito do PT, portanto sem coligações”. O PSOL terá ‘chapa pura’: o professor Silvio Prado será o candidato a prefeito e o servidor público João Batista de Palma será o vice. Eles farão as campanhas com “pouca verba e muito verbo”. Silvio completa: “faremos combate intenso na internet, porta a porta, reunião dos bairros, intensificação da propaganda”. A coligação PMB-PRTB oficializou a chapa com a vereadora Vera Saba (PMB) como a candidata a prefeita e o engenheiro Chico Oiring (PRTB) como vice. O PSDC também terá ‘chapa pura’ e lança o empresário Donizeti Lousada, concorrendo pela primeira vez ao cargo de prefeito, e o advogado Enilson de Castro como vice. “Talvez eu seja o único político que está candidato a gestão pública que não é político de carreira. Sou gestor no setor privado há 36 anos e disponibilizo meu nome como gestor público, técnico e profissional”, explica Lousada.
Jacareí Jacareí possui 162.255 eleitores aptos a votar e terá a resposta das urnas, com
o nome do vencedor em um turno único, já que o município ainda não atingiu o limite legal de 200 mil eleitores para realizar o pleito em dois turnos. O PSDB lançou a candidatura do Dr. Izaias Santana, com apoio do PSC, PV, SD, PSDC, e para vice-prefeito foi escolhido Edgard Sasaki. O PSDC anunciou seu apoio oficial à candidatura de Santana e, com isso, desistiu da candidatura do médico Joaquim Ferreira Neto. O PSD se uniu ao Partido dos Trabalhadores e lançou o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Emerson Goulart. Além do PT, outros partidos aderiram à chapa: PDT, PC do B, PP, Prós e PRTB. O DEM do vereador Maurício Haka tem apoio do PRB, PEN e PTC. “Estamos abertos a novas alianças com várias lideranças da cidade e em São Paulo com deputados estaduais e federais, ligados a partidos com ideologias e propostas iguais a nossa”, diz Haka. O PR do vereador Edinho Guedes confirmou que atualmente estão coligados com PR, PSL, PMDB e PHS, entre outras possíveis coligações não confirmadas.
Outros partidos que deverão anunciar as candidaturas são: o PSB da professora Ana Abreu, e o PSTU, ainda sem nome definido, que deverá se juntar ao PSOL. O PTB de Pedro Mota anunciou coligação com o PMB.
Litoral Norte
Caraguatatuba é a maior colégio eleitoral do Litoral Norte, com 84.624 cidadãos aptos que deverão escolher entre os seis pré-candidatos à prefeitura. Com o apoio do atual prefeito Antônio Carlos - que está há dois mandatos na gestão da cidade - o PSDB lança o engenheiro Gilson Mendes e conta com a participação do vereador Cristian Alves de Godoi, o Baduca Filho, também do PSDB, como candidato a vice. Aguilar Júnior e Campos Júnior, do PMDB, foram confirmados para concorrer aos cargos de prefeito e vice, respectivamente. Outros nove partidos integram o grupo: PSD, PRP, PDT, PRTB, PMDB, PSC, PEN, PSDC, PMN e PPS. O vereador Wenceslau de Souza Neto, o Lelau do PMB, confirma sua pré-candidatura com apoio do PTN. Em Convenção do PSOL, Thífany Félix é confirmada candidata à prefeita tendo José Antonio, o
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Candidatos a prefeito de Jacareí: Edinho Guedes (PR) Émerson Goulart (PSD) Izaias Santana (PSDB) Murício Haka (DEM) Ana Abreu (PSB) Pedro Mota (PTB) Pardal, como vice da chapa. Outros nomes cotados são o de Álvaro Alencar (PPL), José Ernesto Ghedin Servidei, o Dr. José Ernesto (SD) e Nivaldo Alves (PR), que possivelmente irá contar com o apoio do DEM, PC do B, PSC, PTC, PT do B e PV. Em São Sebastião, o PSDB já realizou a convenção e confirma Felipe Augusto e Amilton Pacheco. A dobradinha tucana conta com o apoio dos partidos PSB, Solidariedade, Rede, PMN, PSL, PV, PC do B, PSD, PR e PPS. Já o PMDB oficializa chapa pura com Dr. Juan e pastor Lucimar para candidatos a prefeito e vice. Já possuem possíveis coligações com PSB, PR, PC do B, PTN PCB e o PT e pretendem fazer mais alianças. O prefeito Ernane Primazzi (PSC) divulga apoio ao pré-candidato Wagner Teixeira (PP) para as eleições de outubro. O radialista Ângelo Neto (o Neto da Morada) confirmou a pré-candidatura pelo PHS. Marcos Leopoldino do DEM e o ex-prefeito da cidade Luiz Alberto de Faria, o Luizinho do PPS, também vão concorrer ao pleito. Outros nomes ainda são dúvida Angela Couto (PSC) e Filipe Gouvêa (PEN). Ubatuba é o segundo maior colégio eleitoral no Litoral Norte e os 66.022
eleitores poderão escolher entre a reeleição do prefeito atual Maurício Moromizato (PT) ou os outros cinco candidatos. Entre eles, o ex-prefeito Eduardo César do PSDB e Sérgio Caribé, PMDB, que é viceprefeito do mandato Moromizato e agora são concorrentes. Paulo Ramos responde a processos de improbidade, mas será candidato à prefeito pelo PTB. A vereadora Flávia Pascoal do PSB também se disponibilizou a participar da corrida eleitoral. Délcio Sato (PSD) também coloca sua experiência à disposição do partido. Ilhabela tem oito candidatos na corrida eleitoral. Os partidos estão estudando as coligações que farão parte das chapas, focando no fortalecimento por meio das alianças que podem definir as eleições. Adílio Lenzolari do PR está estudando a aproximação com PR, PSDC, PMN e PRTB. Juliana Storti do PTB fará possível ligação com o PMB. O atual prefeito Toninho Colucci - reeleito por dois mandatos - anunciou o apoio Lidia Sarmento (PPS), que trabalhou com ele durante sete anos. E mais: PV, PT do B, PSB , DEM, PRB, PC do B
também devem apoiar Lídia para prefeita e, assim, dispensar a pré-candidatura de Osvaldo Gomes. Ainda sem indicações de coligações e vice, tem Cezar de Tullio do PDT e Aziz Nacim do PRP e Sampaio da Rede Sustentabilidade. A pré-candidata Maria Inez Fazzini do PSDB recebe apoio do marido e ex-secretário de administração da prefeitura, Luiz Carlos Biondi, que é do PMDB.
Na hora do voto Este é o cenário de algumas das cidades da RMVale. À medida em que vamos nos aproximando da hora do voto, aumenta a nossa responsabilidade. Numa democracia, as eleições são fundamentais. Além de representar um ato de cidadania, permitem a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas vidas. Pense bem, são os políticos os gerenciadores dos impostos que nós pagamos. Por isso precisamos dar mais valor a política e acompanhar de perto tudo que ocorre em nossa cidade.
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NOTÍCIAS ECONOMIA
Concurso público versus crise Maria Luiza é vegana há seis anos e esbanja saúde, disputando campeonatos de muay thai e kickboxing
A suspensão dos concursos públicos foi um “banho de água fria” e deixou alunos de cursos preparatórios sem expectativa Rodrigo Ribeiro TAUBATÉ
P
ara amenizar o desequilíbrio das contas públicas, o governo federal anunciou em setembro do ano passado uma série de medidas para conter gastos no orçamento da União em 2016. Entre elas, a suspensão de concursos públicos, o que reduziria em cerca de R$ 1,5 bilhão os gastos deste ano. A decisão, tomada devido à crise econômica do país, foi um “banho de água fria” para algumas pessoas e, desde então, tem gerado questionamentos quando o assunto é concurso público,
principalmente aos que querem investir e dar o “pontapé inicial”. Como a crise tem se prolongado e o número de pessoas sem emprego formal no Brasil crescido, a suspensão de concursos só deixou o cenário ainda mais ocioso. Normalmente, o desejo por uma vaga no setor público surge da busca pela estabilidade, ameaçada quando, por exemplo, o emprego na iniciativa privada está “por um fio” ou quando já o foi perdido. Essa é exatamente uma das incógnitas que pairam. Como investir nos estudos sem perspectiva de trabalho? Segundo o último balanço do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística) divulgado em junho, de fevereiro a abril deste ano, a taxa de desemprego no país atingiu 11,2%, o que equivale a quase 11,5 milhões de pessoas desocupadas - uma alta de 18,6% na comparação com o mesmo período de 2015. Em entrevista à Metrópole Magazine, representantes de escolas que oferecem cursos preparatórios em Taubaté e São José dos Campos reconhecem que o anúncio do governo atrapalhou, mas que os cortes atingem apenas alguns concursos na esfera federal. “A notícia espanta principalmente quem ainda não está estudando e aquelas pessoas que vem atrás de edital, que é o público em geral e que captamos Foto: Pedro Ivo Prates
Cursos preparatórios para concursos de tribunais e para o Exame da OAB, por exemplo, não foram afetados
Para conter gastos, o governo suspendeu concursos públicos
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Foto: Pedro Ivo Prates
O responsável pelados LFG de “Os concursos Taubaté, Tadeu tribunais e osSchmidt, estaduais e afirma que a unidade teve municipais queda de 40%continuam” no número Tadeu de alunosSchmidt devido à crise econômica do país
com mais facilidade. Tive uma queda média de 40% no número de alunos devido à crise, anúncio do governo e falta de alguns editais abertos”, conta Tadeu Schmidt, responsável pela unidade da LFG (Luiz Flávio Gomes) em Taubaté. Segundo Schmidt, o início da crise beneficia as escolas. “As pessoas que perdem o emprego acabam repensando no futuro profissional. Temos exemplo de aluno que tinha de 10 a 15 anos numa montadora, perdeu o emprego, repensou na vida profissional e o concurso público acabou se encaixando perfeitamente para ele, que obviamente, só conseguiria um novo emprego com mais facilidade em uma montadora”, explica. “Em julho do ano passado tivemos um pico no número de estudantes, mas
no fim do ano, com o anúncio do governo, vários saíram. Como a crise se estendeu, as pessoas só estão gastando o essencial. Começou a afetar a questão financeira, muitos não estão conseguindo pagar a mensalidade e acabam pedindo o cancelamento. Tinham interesse em continuar, mas estavam sem condições”, completa Schmidt. Apesar da baixa no número de estudantes na escola, Schmidt afirma que algumas áreas não foram afetadas. “Os concursos dos tribunais e os estaduais e municipais continuam. O edital para o TRE-SP, inclusive, está na eminência de sair. É um concurso bacana”, conta. Já a coordenadora administrativa do Unicursos, de São José dos Campos, Sônia Torraque, afirma que a unidade
não foi afetada pela crise, mas reconhece que a quantidade de oportunidades no setor público diminuiu. “Tem pessoas que procuram estudar quando há notícias de abertura de edital, esses acabam sendo prejudicados, diminuiu e vai diminuir”, diz. “No entanto, além dos tribunais, há concursos que estão vencendo e precisam sair, como o da Receita Federal, agências reguladoras e do CTA [Centro Técnico Aeroespacial], este para o ano que vem. São concursos muito bons”, completa. Para Sônia, a crise pode ser sinônimo de oportunidade para os mais dedicados. “Quem é ‘concurseiro’ aproveita a crise para estudar”, afirma. Segundo a coordenadora, na unidade há casos de pessoas que perderam o emprego
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e decidiram estudar para concursos, como também de pessoas que ficaram desempregadas e precisaram abandonar a sala de aula. A orientação de Sônia para os que tiveram a renda prejudicada é manter os estudos em casa. “Para quem já foi aluno e pegou a didática, orientamos a não parar de estudar, mesmo que em casa. É possível fazer exercícios e ainda há sites que ajudam. Só é preciso ter cuidado com o conteúdo, pois nem todos têm qualidade”, aconselha. A advogada e moradora de São José, Mariana Macedo Dias, de 27 anos, vem dedicando mais tempo do dia para os estudos e em casa. “Já fiz vários cursos e atualmente estudo por conta própria”, comenta. “No começo trabalhava e estudava, agora estou praticamente só estudando. Mantenho poucas causas para não atrapalhar os estudos. Alguns processos que ainda não terminaram ou de conhecidos”, conta Mariana, que segue à risca uma agenda de estudos durante a semana. A joseense acorda às 6h30, estuda das 7h30 às 10h30, vai para a academia às 11h, almoça 12h30 e volta aos estudos às 14h. “Vou até às 17h, dou uma pausa de trinta minutos e estudo das 17h30 às 20h30”, detalha Mariana, que percebe uma redução na quantidade de concursos. “[A crise] afetou de várias maneiras. Com os cortes no orçamento, estão chamando menos pessoas e fazendo menos concursos. É um fato. Mas os concursos não acabaram. Uma hora tem que ter outro. Continuo estudando”, diz a “concurseira”. “A crise afetou todos, inclusive os órgãos públicos, que estão com menos receita. A fase é de contenção de gastos para todos”, comenta a advogada, que estuda para a área trabalhista de tribunais. “Há previsão de provas no segundo semestre”, completa Mariana.
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Para o responsável pela Damásio Educacional de Taubaté, Francisco Medeiros, a suspensão de concursos não afeta os setores “fundamentais” do governo federal. “Existem áreas e projetos que podem diminuir. Vai ter concurso para o Ministério da Pesca? Muito pouco provável. Vai crescer a máquina pública? Acho pouco provável também”, diz. “Mas existe uma área de base que é fundamental, precisa ser mantida e não pode deixar de atender, mesmo em momentos de crise. Como não vai repor um auditor fiscal que se aposenta? Não fazer concurso para as áreas da saúde, educação, INSS etc? São áreas de atendimento ao cidadão e que garantem a sobrevivência do governo”, completa Medeiros. Segundo o empresário, historicamente há uma característica que permanece em todas as crises pelas quais o país já passou. “A iniciativa privada pode se dar ao luxo de demitir e encerrar as atividades, com o governo isso não acontece, ele serve a sociedade”, diz Medeiros, que aponta dois diferenciais da função pública: estabilidade - o principal - e salário, que pode, por exemplo, chegar a R$ 5 mil para um cargo que exige ensino médio completo. Assim como Schmidt, Medeiros afirma que o número de estudantes teve queda no cursinho. “Tivemos um grande aumento nos últimos meses do ano passado e em fevereiro deste ano. Realmente agora no segundo semestre está diminuindo, a ‘grande leva’ já foi”, conta. Ainda de acordo com Medeiros, estudar para concurso público é um desafio e planejamento é a palavra-chave, independente de onde seja o local de estudo. “Demanda tempo e é um processo competitivo. É preciso ‘se acertar’ com a família, porque estará parcialmente ausente e é fundamental planejar os estudos. Aliás, o aluno tem que ‘perder
“No entanto, além dos tribunais, há concursos que estão vencendo e precisam sair, como o da Receita Federal, agências reguladoras e do CTA, este para o ano que vem. São concursos muito bons” Sônia Torraque COORDENADORA ADMINISTRATIVA DO UNICURSOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
boas’, determinando apenas o planejamento”, afirma. Tudo indica que os concursos não irão acabar, mas de fato, a crise econômica, iniciada lá em 2014, diminuiu a quantidade de vagas, o que ampliou ainda mais a concorrência por um cargo público. Se na escola ou universidade o estudante precisa de uma nota sete para passar, no concurso público ele tem que ser o “primeiro da turma”. Se quiser ficar na ponta do funil, deve estar disposto a um relacionamento sério com os livros, sites e salas de aula, por anos.
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NOTÍCIAS ESPECIAL
Fotos: Pedro Ivo Prates
Orla do Banhado
Construção de quiosques deixa urbanistas e prefeitura em lados opostos Moisés Rosa SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A
Orla do Banhado, considerado o cartão-postal de São José dos Campos, é o centro de uma discussão na cidade, envolvendo urbanistas e a prefeitura. Quem passa pela avenida São José, localizada no “coração” joseense, pode se deparar com a bela imagem em meio ao corre-corre da metrópole. Com as obras de revitalização realizadas pela administração, especialistas na área de urbanismo ressaltam a preocupação com a Orla, que ganhou quiosques para a comercialização de alimentos e bebidas. Segundo os especialistas, o local pode perder as características essenciais ou até mesmo deixar de ser um local chamativo para a observação. Outros afirmam que não haverá interferência.
O ponto da discussão leva como base a preservação do espaço, que na década de 30, o então prefeito Francisco José Longo, no intuito de permitir aquela visão do Banhado, desapropriou todo o lado direito da avenida São José, possibilitando assim que toda a população pudesse visualizar a paisagem. De lá pra cá, pouca coisa mudou e as alterações eram apenas em relação ao sistema viário, sem afetar a paisagem da extensa área verde e o atrativo pôr do sol. Para a Defensoria Pública da cidade, a construção dos quatro quiosques teria afetado as nascentes de água, já que nenhuma construção poderia ser realizada na Orla. Estas obras fazem parte do projeto “Novo Centro”, para revitalizar a região central, que já contabilizam mais de R$ 10 milhões, ou seja, R$ 2 milhões a mais que o previsto. A prefeitura afirma que está conduzindo o projeto com todos os cuidados
exigidos para obra e que o acréscimo no contrato foi necessário para atender adequações nas redes de iluminação pública, água e esgoto da avenida São José, entre outros itens.
Avaliações O ex-diretor do Departamento de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e ex-secretário do COMPHAC (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural) de São José dos Campos, Vitor Chuster, é contrário à implantação dos quiosques e afirma que a proposta vai tirar as características históricas e urbanísticas daquela região. “Sou totalmente contra a existência daqueles quiosques naquela posição. Desde 1939, quando José Longo propôs a liberação do local, as administrações vinham mantendo e conservando
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a visibilidade da Orla, o que se tornou um cartão-postal. As leis anteriores trabalharam para não deixar colocar obstáculos”, afirma. Para Chuster, especialista na área de planejamento urbano, as construções não deveriam ser naquele local. “É um grande obstáculo à paisagem e deveria ser implantado em outra localidade, mas não na Orla do Banhado”, destaca. Vitor Chuster ressalta que não é contra o projeto de revitalizar o centro. “A revitalização do centro é altamente positiva, só que a disposição desses quiosques está totalmente equivocada. A única coisa que podemos utilizar é o deck implantado”, acrescenta. O mesmo pensamento é acompanhado pelo presidente da AEA (Associação de Engenheiros e Arquitetos) de São José, Carlos Vilhena, que afirma estar preocupado com a construção dos quiosques. Para ele, as obras podem retroceder a proposta inicial. “A proposta atual, no meu entendimento, é ampliar o projeto do Eng. Francisco José Longo, que no final da década de 30, do século passado, com as desapropriações, quis dar visibilidade ao Banhado, agora promovendo a convivência no local, dentro de uma proposta maior que é uma cidade para as pessoas, com a redução do leito carroçável, aumento das calçadas e criação de faixa exclusiva para bicicletas, ou seja, reduzir o tráfego de automóveis e tornar o espaço mais atrativo além de privilegiar pedestres e bicicletas. Porém, a construção dos quiosques interfere de forma negativa na paisagem, pois são obstáculos à visão e de certa forma agridem a vista desta paisagem, além de retroceder na proposta original do visionário prefeito José Longo”, relata. “A essência do Banhado não foi perdida, pois ela independe da construção, mas a contemplação, que é uma das características do local, sim, com a construção de quiosques, que são impedidas
pela lei de zoneamento. Os decks, ciclovias e calçadas são estruturas que mantêm e ampliam aquela característica, atraindo pessoas, mas a obstrução à vista do Banhado e da Serra, bem como o belo pôr do sol, foi agredida com a construção destes quiosques na Orla”. Como sugestão, Vilhena avalia que os quiosques poderiam ter sido instalados do outro lado da avenida, o que também fomentaria o comércio. “Poderia ter sido utilizado nesse projeto o outro lado da via, ampliando aquelas calçadas também e incentivando os negócios locais a explorarem a presença das pessoas e atraí-las ainda mais. Inclusive serviços como os equipamentos sanitários poderiam ter sido colocados do outro lado, mantendo a faixa do Banhado somente para o convívio de pessoas e contemplação. Além disso, poderia ter sido pensado um projeto de integração intermodal, ou seja, a criação de um local para deixar as bicicletas na rodoviária, por exemplo, e outras formas de comunicar o transporte público, bicicletas e pedestres”, completa.
“A construção dos quiosques interfere de forma negativa na paisagem, pois são obstáculos à visão e de certa forma agridem a vista” Carlos Vilhena
PRESIDENTE DA AEA (ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS E ARQUITETOS)
Sem prejuízos O arquiteto e urbanista Marcelo Guedes afirma que é preciso ter cautela na avaliação do projeto e aponta que as modificações sempre vão gerar críticas. “No Banhado há uma grande ocupação no lado oposto à implantação, porém, se fez necessário criar apoios, valorizar acessos, por isso, houve a grande manifestação. Críticas sempre vão existir, mas acredito que nenhuma intervenção urbana ocorra agradando a todos”. Na análise de Guedes, a construção dos quiosques não prejudicou a paisagem da Orla. “No Banhado a paisagem está preservada, talvez o modelo escolhido das obras esteja incomodando. A população também precisa participar mais ativamente do processo”, diz sobre as discussões iniciais da proposta.
De acordo com o urbanista, é preciso que as pessoas utilizem ainda mais os locais públicos, como no caso do Banhado. “Num projeto urbanístico precisam ser valorizadas a paisagem e também a mobilidade urbana. Precisamos pensar num desenvolvimento sustentável das cidades e, no caso do Banhado, é necessário integrar a população cada vez mais a utilizar esses espaços urbanos”, avalia o especialista.
Adequações Já o secretário de Planejamento Urbano, Pedro Ribeiro Moreira Neto, diz que as adequações no Centro são essenciais. Segundo Neto, as pessoas antigamente se deslocavam a pé até a região do Banhado e ficavam por ali e com as
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Foto: Pedro Ivo Prates
mudanças a paisagem também sofreu alterações. “É o cartão-postal e sempre será preservado, mas a paisagem mudou muito nos últimos anos e estava bagunçada, o que exigia o restauro nesta região”. Para o secretário, a paisagem passou por algumas interferências, principalmente se observada da rua Rui Barbosa. “A paisagem sofreu diversas alterações. Na Rui Barbosa, com interferência de postes e árvores. Agora, estamos pegando a Orla e executando todo o restauro, justamente para atrair as pessoas”. Em relação aos quiosques, o arquiteto e urbanista diz que a região central estava abandonada, sem atividades para o morador usufruir e que isso pode ajudar até no movimento no comércio. “Estamos trazendo quiosques e mais movimento e, quando os moradores ocupam os espaços, a sensação de segurança é bem maior, além de movimentarmos o Centro”, afirma.
Lei Sobre a possibilidade de irregularidade na obra, por conta do apontamento da Defensoria Pública, o secretário rebate e diz que as obras foram feitas de acordo com a lei. “A lei de zoneamento não se aplica a área públicas”, afirma Neto. De acordo com a Secretaria de planejamento, a construção dos quiosques é admitida pela atual lei de zoneamento do município (Lei Complementar 428/10), que determina que obras de interesse público e serviços próprios da administração e seus congêneres terão suas instalações com diretrizes próprias. Por nota, a pasta acrescentou que a prefeitura consultou ainda a Secretaria de Meio Ambiente, o Condephaat (Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado), além do Comphac (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural).
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Foto: Pedro Ivo Prates
Avenida São José, na região central da cidade, durante obras
Comércio
“A ideia dos quiosques não é ruim, mas é preciso distribuir de forma equilibrada” Felipe Cury
PRESIDENTE DA ACI (ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL)
A ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, afirma ser favorável ao projeto de restaurar, mas faz algumas ponderações sobre a instalação do quiosque. “Você não encontra um Banhado em nenhum lugar, é algo exclusivo em nossa região e em São José. As pessoas querem ver o Banhado e é importante ter este zelo”, diz Felipe Cury, presidente da associação. “A ideia dos quiosques não é ruim, mas é preciso distribuir de forma equilibrada. É muito justo que tenha um local para as famílias admirarem o pôr do sol e no período noturno contar com um espaço com iluminação. O comércio num todo precisa ser chacoalhado, já que o centro envelheceu”, finaliza Cury.
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NOTÍCIAS EDUCAÇÃO
Para memorizar facilmente de olho no vestibular Estudantes usam técnicas de memorização para assimilarem e guardarem as diversas informações transmitidas nos cursinhos Elizânio Silva SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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Fotos: Arquivo Pessoal
edicação, horas sem dormir, finais de semana dentro de casa, pouca diversão e muito sacrifício. Essa é a vida de muitos jovens concluindo o ensino médio e que focam suas forças em um único objetivo: passar no vestibular. Os cursos oferecidos pelas universidades, principalmente as públicas, estão cada vez mais concorridos, alguns com milhares de candidatos para uma vaga e, por esse motivo, tudo é válido na busca de um sonho.
São muitas as matérias, as dicas e as pegadinhas que o vestibulando precisa se atentar para realizar as provas. Alguns estudam até a véspera, outros até no dia, momentos antes de entrar para sala, é possível ver estudantes com os livros e apostilas nas mãos dando aquela última olhada, revendo alguma fórmula ou matéria que considera mais importante. Mas de que forma guardar tudo aquilo estudado ao longo de um ano todo? Muitos vestibulandos buscam alternativas para memorizar tudo aquilo que foi aprendido. Utilizam métodos que ajudam a guardar aquelas fórmulas ou informações-chaves, importantes na hora da prova. Alguns criam métodos próprios,
outros adaptam técnicas já existentes, mas todos buscam absorver a maior quantidade de informações possíveis.
Como treinar o cérebro Segundo Eugênio Ferrarezi, especialista em capacitação comportamental e diretor de desenvolvimento e conteúdo
Natieny Guerra, 19, de Jacareí, adaptou técnica de computador para memorização
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Fotos: Divulgação
Eugênio Ferrarezi especialista em capacitação comportamental
do Instituto Ferrarezi, para guardar as informações de uma forma mais rápida é necessário associar à informação uma emoção. A emoção abre o caminho para a informação ser guardada mais fácil e rapidamente. O caminho para criar emoção é associar fatos e acontecimentos diferentes à informação que se deseja fixar na mente. “Por exemplo, se você estiver num lugar com muita gente e dentre essas pessoas houver uma mulher com cabelos pintados de amarelo, brincos enormes e com o rosto todo pintado de vermelho, com certeza a única pessoa de quem você se lembrará será esta. Perceba, é uma pessoa que se destoa de tudo o que é padrão e com certeza despertará emoções diferentes em você”, afirma o especialista. Para memorizar facilmente uma informação, uma das técnicas mais efetivas é o mapa mental ou mind map. É o nome dado a um tipo de diagrama, sistematizado pelo inglês Tony Buzan, voltado para a gestão de informações, de conhecimento e de capital intelectual, visando à compreensão e solução de problemas na memorização e aprendizado.
Os mapas mentais procuram representar, com o máximo de detalhes possível, o relacionamento existente entre informações que normalmente estão fragmentadas, difusas e pulverizadas no ambiente operacional ou corporativo. Trata-se de uma ferramenta para ilustrar ideias e conceitos, dando forma e contexto, traçando os relacionamentos de causa, efeito, simetria e/ou similaridade que existem entre elas e torná-las mais palpáveis e mensuráveis, sobre as quais se possam planejar ações e estratégias para alcançar objetivos específicos. A representação gráfica é na forma de uma célula neuronal onde as informações são representadas simbolicamente. Pode ser elaborada por meio de canetas coloridas sobre folhas de papel ou um programa de computador dedicado. Pode ser aplicado a qualquer tarefa, atividade profissional ou lazer, de modo individual ou em grupo para planejar qualquer tipo de evento. É um método para planejamento e registro gráfico cada vez mais usado em todas as áreas de conhecimento humano.
O mapa mental pode ser utilizado para estudar fazendo um esquema da matéria e desta forma assimilando seu conteúdo mais rapidamente. Assistir uma aula e anotar seu conteúdo na forma gráfica no mapa mental ajuda a assimilar rapidamente o conteúdo e facilita o estudo mais tarde. Ou ainda, fazendo um esquema dos capítulos de um livro ou apostila, podendo recapitular todo seu conteúdo mais tarde de forma muito simples. O treinamento do cérebro também pode ser feito através do estado Alpha. Para atingir este estado, devemos respirar contando até quatro lentamente inspirando e depois expirando de forma análoga. É necessário fazer esta respiração por cinco minutos e depois começar a estudar mantendo o mesmo ritmo cíclico e contínuo. Outra importante dica é associar ao conteúdo uma rima estranha. Por exemplo: para se guardar a primeira coluna da tabela periódica, fica mais simples por meio da seguinte frase: - Hora de LiNa e Kacá RouBarem a CaSa de Francisco (H Li - Na - K - Rb - Cs - Fr). Dessa forma, fica mais fácil memorizar. Já para o aluno que gosta de criar música, pode associar uma música ou jingle a um conteúdo que seja necessário ser guardado. A fórmula é sempre a mesma: associar algo diferente à informação. Ferrarezi afirma que a maior facilidade do jovem é memorizar o conteúdo das matérias que se gostam por terem a ver com a carreira que escolheram. Assim, quem escolheu engenharia, por exemplo, é mais fácil assimilar física e matemática; quem escolheu medicina, é mais fácil assimilar biologia e química. “É uma excelente estratégia se empenhar em utilizar mapas mentais ou as associações estranhas para estudar as matérias que não gostam ou acham que, por terem um peso menor na formação da média final, acabam não tendo muita importância”, conclui. Outras dicas importantes são para o dia do vestibular. Com todo o conteúdo aprendido e memorizado, é fundamental acalmar a mente por meio da respiração
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Alpha. Se durante o ano o aluno anotou toda a matéria na forma de mapa mental, basta rever as anotações para relembrar todo o conteúdo aprendido.
As aulas O professor José Lucivaldo Leite da Silva, coordenador do Anglo em Pindamonhangaba, que leciona matemática há 25 anos, usa técnicas de memorização nas suas aulas. Ele procura utilizar músicas, frases curtas, pedaços de poemas, historinhas, dentre outros artifícios para tornar as aulas mais lúdicas e de fácil memorização. “Por exemplo, para somar os senos de arcos diferentes eu utilizo uma música mais ou menos assim: — Seno de a+b é seno a cosseno b, seno b cosseno a, o Palmeiras é um timinho que só sabe apanhar. Ou ainda parafraseando o poema de Gonçalves Dias: — Seno a cosseno b, seno b cosseno a, minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá”, diz. Ele também é adepto dos ‘Mapas Conceituais’. Desenhando na lousa um assunto e quais são os aspectos que se relacionam com eles, fazendo com que o aluno perceba o que precisa para resolver uma questão, construindo uma fotografia do que precisa ser aprendido. “Dessa forma, pretendo fazer com que o aluno perceba quais são os conceitos que ele precisa saber quando for responder cada exercício”, completa. Ainda de acordo com o professor, as técnicas são um porto seguro, uma forma para os estudantes agirem, quando se sentirem em dúvida, é a resposta àquela pergunta, que costumeiramente se ouve: Mas eu posso fazer sempre dessa maneira, professor? “Então a melhor técnica que podemos dar a alguém é ensinar-lhe que ela precisa se dedicar bastante para obter sucesso. Em suma, a técnica é uma maneira de tentar reduzir a dificuldade de cada assunto”, finaliza.
Na prática Natieny Aparecida de Jesus Guerra, 19, moradora de Jacareí, sonha em ser médica. Há quatro anos ela estuda no Casd, cursinho mantido pelos alunos do ITA, em São José dos Campos. A estudante usa todos aqueles métodos que já citamos acima, mas ela foi além e fez uma adaptação de um programa de computador chamado Anki, usado para memorização e estudos. Esse programa trabalha com o método de Sistema de Repetição Espaçada (SRS). São utilizados flashcards, cartões de perguntas e respostas, em determinado intervalo de tempo. Existem as divisões de dias, as quais ela chama de ‘caixinhas’. Tem a caixinha do dia um, a caixinha para daqui três dias, cinco dias e assim por diante. Existe também um cartão virtual, com a pergunta sobre determinado assunto e atrás tem a resposta. Quando você pega o cartão, se você acerta a pergunta, ele passa para a próxima caixa para ser retirado daqui tantos
dias e lido novamente. Se erra, volta para a caixa anterior. “Ou seja, o que se sabe mais é lido mais pra frente, em longos intervalos, e o que sabe menos talvez seja necessário ler todos os dias. Isso tudo funciona virtualmente nesses tipos de programas”, diz a estudante. Natieny fez uma adaptação bem brasileira para utilizar o método do programa no seu dia a dia de estudos. “Peguei cinco copinhos para serem as minhas caixinhas. Faço as perguntas e do outro lado do papelzinho eu escrevo a resposta. Pela manhã eu leio, se acerto eu passo para o próximo copinho e vou abrir novamente só daqui três dias. Se erro, ele volta ou fica no mesmo lugar, caso seja o copinho do dia um”, conclui. Para ela, o nosso cérebro trabalha com aquele tipo de memorização curta e longa e assim dá pra criar fibra resistente em cada assunto. Com isso, adaptações, memorização, técnicas e muita dedicação, a jovem espera alcançar seu objetivo e cursar medicina na Unicamp, o que almeja desde muito jovem. Fotos: Arquivo pessoal
Natieny, 19 anos. Copinhos com perguntas e respostas
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NOTÍCIAS COMPORTAMENTO
Sexo? Por que esperar?
Cada vez mais jovens decidem preservar a castidade
Foto: Pedro Ivo Prates
Atores e produtores da série “Eu Vou Te Esperar”
Marcus Alvarenga e Rodrigo Ribeiro SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A
dificuldade em conversar sobre assuntos tabus ainda é presente em vários ambientes, seja no familiar, profissional, entre amigos ou até dentro de relacionamentos. Um dos temas mais presentes e delicados em qualquer bate-papo é o sexo, e os argumentos se dividem ainda mais quando debatemos detalhes da relação sexual. Falar de sexo não é novidade, mas continua causando estranheza quando na roda estão pessoas de faixas etárias diferentes, com ideologias e criações opostas. Os posicionamentos muitas vezes se dividem entre o conservadorismo e o liberalismo, ainda mais quando falamos sobre castidade.
Desde o início dos tempos, a maioria das religiões prega que os seus fiéis devem sempre buscar a pureza em sua vida e se resguardar para o momento certo da primeira relação sexual. Entretanto, existem pessoas contrárias a esses ideais, que acreditam que o ser humano foi feito para vivenciar novas experiências a cada dia e não necessariamente ficarem presos a uma doutrina. Mas para os jovens chegarem a tal conhecimento sobre o assunto e terem argumentos concretos para se posicionarem e tomarem sua decisão, o sexo tem que ser conversado. O Papa Francisco, após o Sínodo da Família no início do ano, escreveu um livro que incluí o capítulo “Sim à Educação Sexual”, onde traz visões diferentes da sexualidade e fala sobre a responsabilidade dos pais conversarem
sobre relações sexuais com o seus filhos. O padre Edinei Evaldo Batista, coordenador diocesano de pastoral e pároco na Paróquia Santa Terezinha, na Vila Nair em São José dos Campos, explica que itens da educação social devem ser tratados de forma natural e explicativa. “Há um incentivo da igreja para que os pais tratem dessas questões dentro de casa. Eles têm a missão, de maneira madura e responsável, de falar com seus filhos sobre os valores cristãos, para que tenham uma base para saberem que é um caminho”, conta. Entre as religiões com mais fiéis no Brasil, a católica e a evangélica, o tema da castidade e da sexualidade é tratado com muita semelhança. Os grupos de jovens cristãos são envolvidos em palestras, debates e momentos de experiência
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que apresentam a visão da decisão de viver pela fé. Na Igreja da Cidade, antiga PIB, em São José dos Campos, um grupo de jovens se uniram na criação de uma série para o YouTube nomeada “Eu Vou Te Esperar”, que estreou em 2015 com o tema sobre a castidade. Entre os atores da produção está Lucas Lima, de 26 anos, que desde a infância pensava em se casar virgem e esperar a pessoa certa para manter um relacionamento. “É legal entender que a espera não tem a ver apenas com virgindade. Algumas vezes, pessoas deixam de viver um proposito de fé por acreditar que não pode, por não ser mais virgem, e é mentira. São princípios que escolhemos para viver no momento que queremos andar com Deus”, explica. O padre Edilei também comenta que a decisão não representa uma mudança
“A espera não tem a ver apenas com virgindade. São princípios que escolhemos para viver com Deus” Lucas Lima ATOR
repentina, mas que é um trabalho diário e dedicado de cada cristão que busca ter uma nova vida. “Não negamos a sexualidade como dado humano e divino. Precisamos nos reeducar para interromper com a vontade. Mesmo que já tenha vivido o sexo, a pessoa pode querer viver na castidade após uma experiência de fé”, detalha. Lima teve relacionamentos durante a sua adolescência, se manteve distante da religião por alguns anos, mas em 2010 se converteu na Renovação Carismática da Igreja Católica e alguns anos depois buscou a Igreja Evangélica. O jovem explica que a realidade da castidade envolve “vivenciar as escolhas de Jesus para a sua vida no momento certo”, diz. Para algumas pessoas, principalmente os que não vivenciam uma religião, o casamento pode representar o momento de término da “castidade”, onde tudo já
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Foto: Pedro Ivo Prates
Maurício e Ana Paula Bettini, convertidos há três anos pode ser feito. No entanto, entre os fiéis e religiosos entrevistados pela reportagem, esse pensamento muitas vezes é equivocado, até dentro das igrejas. “Quando criança, conheci um casal no qual o marido havia passado por um câncer de próstata e não tinha mais a vida sexual ativa. Quando meu pai ouviu, ele ficou assustado, mas a mulher afirmou para nós que o casamento deles era muito mais que sexo. Desde aquele momento aquilo me marcou e levo comigo”, lembra Lucas. Para o religioso católico, a vida a dois após o matrimônio também deve ser vivida em castidade. “Lembrando que o casado também é chamado a viver na castidade. A sexualidade não é o centro da vida conjugal. Mesmo sendo importante, ela não é tudo”, explica o padre, afirmando que outras vivências da vida pessoal e profissional devem estar presentes na rotina de um casal. Os produtores da série de vídeos para a internet sobre o tema, Maurício e Ana Paula Bettini, de 34 e 35 anos, são casados na igreja evangélica desde 2013, quando se converteram, mas estão juntos há 11 anos, e contam que hoje vivem um
relacionamento baseado na espera. “As pessoas confundem que quando você fala de esperar em Deus, que você não vai mais sentir atração, mas continua igual. Se Deus tivesse dado a nossa história antes, valeria muito a pena esperar pela minha esposa”, conta Bettini, ao falar sobre a conversão do casal. Ainda segundo Maurício, sua vida profissional e pessoal mudou de acordo com as decisões de viver nessa espera junto à religião. “A única coisa que fazemos 100% há três anos, desde que nós nos convertemos, é esperar para tudo. A nossa espera consiste em nos colocarmos totalmente dependentes de Deus em cada passo da nossa vida. Hoje o nosso trabalho e a vida da nossa família é fruto da espera”, diz.
A outra visão A moradora de São José dos Campos e engenheira Grazielle Américo, de 27 anos, não simpatiza com o “Eu Escolhi Esperar”. “Acho muito boa pra quando não se tem nenhuma perspectiva de vida ou conquista que deixe sua vida estável, por exemplo, vida profissional, moradia, estabilidade emocional. Mas creio que depois de tudo isso concluído, a pessoa tem que se mexer e partir para o “Eu escolhi avançar” [risos], e esse avanço é com joelho no chão, jejum e ficar muito atento para as armadilhas do coração”, afirma. A engenheira frequenta desde março de 2015 o MCI (Ministério Consolador de Israel), de São José. “Não gosto do termo ‘esperar’, dessa ideologia, porque não sou uma pessoa com nádegas presas no sofá esperando o príncipe no cavalo branco. Quero encontrar ele como guerreiro no meio da batalha”, diz Grazielle. “No ministério que frequento, a lei é o que o Espírito Santo manda. Não proíbem nada, tanto que tem noivos que sobem ao altar sem beijo na boca e outros casais que não seguem esse propósito. É muito o seu coração com o Sondador dos corações”, conta Grazielle. Os jovens são os mais expressivos quando buscam sobre temas que eles
vivenciam diariamente, como a espera ou não para a primeira vez. A adolescência e juventude são momentos de hormônios a flor da pele, oportunidades incontáveis e desejos, muitas vezes, incontroláveis. Para os profissionais que estudam a mente humana e suas atitudes, cada pessoa tem a capacidade de escolha, porém as opiniões se dividem. Enquanto uns acreditam que pode ser negativo e até perigoso a decisão de reprimir uma necessidade do corpo e da mente, outros confiam no discernimento de cada pessoa na decisão de vivenciar a sua crença. Para a coordenadora do curso de psicologia da Anhanguera de Taubaté, Mirthis de Abreu, a ideologia do “escolher esperar” é muito mais próxima das convicções religiosas, buscando alcançar metas e objetivo de vida. “Penso que é uma opção de cada pessoa, que irá perpetuar no ciclo de vida. Ao mesmo tempo, as escolhas irão direcionar no desenvolvimento e maturidade para todos os segmentos da vida, profissional, pessoal, relacionamentos e expectativas para o futuro”, conclui.
“Se Deus tivesse dado a nossa história antes, valeria muito a pena esperar pela minha esposa” Maurício Bettini
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NOTÍCIAS SAÚDE
Doando Vida A doação de medula é mais simples do que parece, não oferece riscos à saúde do doador e muitas vidas podem ser salvas Idelter Xavier SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
C
om certeza você já ouviu falar sobre doação de medula óssea, mas você sabe a real importância de ser um doador? O processo é muito mais simples do que se imagina, não existe qualquer tipo de risco para o doador e é possível salvar a vida de uma pessoa. Então, se é algo tão simples, por que será que esse tema é tão pouco conhecido em nosso país? Acontece que muitas pessoas confundem a medula óssea com a medula espinhal, que são coisas completamente diferentes. O maior medo dos desinformados é a perda de movimentos do corpo, no caso da medula espinhal – responsável pelo sistema nervoso – ser afetada. Porém, durante o transplante de medula óssea, a medula espinhal não corre riscos. A medula óssea é um tecido que ocupa o interior dos ossos, um líquido gelatinoso, conhecido popularmente como tutano. É na medula óssea que são produzidos os componentes do sangue, ou seja, as hemácias (glóbulos vermelhos), que são responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para todo o organismo, os leucócitos (glóbulos brancos), que são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, e as plaquetas, que compõem o sistema de coagulação do sangue. O transplante de medula óssea é indicado no tratamento de aproximadamente 80 doenças diferentes, em geral as que comprometem o funcionamento da medula óssea, como doenças
hematológicas, onco-hematológicas, imunodeficiências, doenças genéticas hereditárias, alguns tumores sólidos e doenças autoimunes. A indicação do transplante varia de acordo com o tipo da doença e do estado de saúde do paciente. Na maioria dos casos, a medida é tomada quando não há mais forma de controlar a doença somente com quimioterapia e radioterapia convencional. Atualmente, mais de duas mil
pessoas aguardam a doação de medula óssea no Brasil. A maior possibilidade de encontrar um doador é entre irmãos, pois trata-se de uma herança genética, com chances de 25% do paciente ser compatível com cada irmão que tiver. Então, quanto mais irmãos, maior a probabilidade de encontrar um doador em seu grupo familiar. Caso o paciente não tenha irmãos, ou nenhum deles seja compatível – o que Fotos: Divulgação
A chance de encontrar um doador de medula óssea compatível é de uma em 100 mil
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acontece em 75% dos casos –, é necessário procurar um doador alternativo no Redome (Registro Nacional de Doares de Medula Óssea).
Divulgação da causa O assunto vem sendo abordado e se tornando mais conhecido de alguns anos para cá, devido a um forte trabalho de divulgação de algumas organizações espalhadas pelo país, como a Ameo (Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo), que é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). A Ameo foi fundada em 2002, a partir da necessidade de pacientes e familiares em encontrar um doador. Na época de sua fundação, apenas 12 mil pessoas estavam cadastradas no Redome, o que tornava praticamente impossível encontrar um doador, tendo em vista que a chance média de encontrar alguma pessoa com a medula compatível com a de um paciente é de uma a cada 100 mil. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), em 2014 este número já havia aumentado para 3,5 milhões de doadores e, atualmente, o Brasil conta com mais de quatro milhões de doadores cadastrados no Redome. O Redome é o banco de dados do Ministério da Saúde, que foi criado em 1993 e é coordenado pelo Inca, no Rio de Janeiro, desde 1998. Sempre que houver um paciente necessitando de transplante de medula óssea e que não tenha encontrado doador na família, os médicos podem consultar esta lista. Caso uma pessoa compatível seja encontrada, ela é convocada para realizar novos exames de sangue e para uma avaliação geral, para comprovar se está tudo bem com o doador e se ele realmente poderá realizar o transplante. Atualmente em nosso país, a chance de se identificar um doador compatível, em fase preliminar da busca, chega a 88% e ao final do processo, cerca de 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado. O Brasil, com quatro milhões de doadores cadastrados, se tornou
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o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás somente dos registros dos Estados Unidos, com aproximadamente 7,9 milhões de doadores, e da Alemanha, com cerca de 6,2 milhões. Este aumento no número de doadores se deve às inúmeras campanhas de sensibilização da população em geral, promovidas pelo Ministério da Saúde e por órgãos vinculados, como o Inca e a Ameo.
Campanha pela vida Quando nenhum parente tem a medula óssea compatível e nenhum doador cadastrado no Redome também, dá-se início a corrida de familiares e amigos do paciente para conseguir um doador. Inúmeras pessoas se movimentam para arrumar o máximo de pessoas possível, organizando campanhas e mutirões em redes sociais, empresas, grupos religiosos e outros lugares, levando em consideração a dificuldade em encontrar algum doador compatível. Este é o caso de Júlio César Toledo Pereira, de 31 anos, morador de São José dos Campos, que tem uma campanha nas redes sociais e a divulga em diversos locais da cidade, incentivando a doação de medula óssea. Júlio sofre de uma doença genética, chamada aplasia medular, e já perdeu dois irmãos que sofriam com a mesma enfermidade. “Meu irmão, Luiz Claudio,
descobriu que estava com a doença aos 18 anos de idade, em 2001. Na época eu e meu outro irmão, Luiz Rodolfo, fizemos exames e descobrimos que éramos compatíveis entre nós, menos com Luiz Claudio”, conta Júlio. “O Claudinho se tratou durante um ano, mas na época era praticamente impossível arrumar um doador, a lista de doadores cadastrados era muito baixa. Aos 19 anos ele faleceu. Na época, nós nem nos tocamos que poderíamos ter a doença e seguimos a vida normalmente, sem nos preocupar”, diz Toledo. A aplasia medular óssea é uma doença que impede o corpo do paciente de produzir as células do sangue na quantidade necessária, podendo ser genética ou adquirida. Durante o tratamento, o enfermo recebe transfusões para controlar a anemia e o baixo número de plaquetas no sangue. Além disso, a diminuição dos glóbulos brancos abaixa a imunidade do organismo, causando graves infecções. A cura acontece somente por meio do transplante de medula óssea. “Em novembro de 2014, meu outro irmão, o Rodolfo, descobriu que também estava com a doença. Na época foi tudo bem tranquilo, pois sabíamos que nossas medulas eram compatíveis e que tudo daria certo. Mas foi aí que tudo desandou. O médico do meu irmão,
sabendo da morte de Luiz Claudio em 2002, pediu para que eu, antes de doar a minha medula, fizesse o exame para saber se eu também não tinha a mesma doença. E o exame deu positivo”, informa Júlio. “Quando ficamos sabendo da doença do Rodolfo e do Júlio começamos a nos mobilizar. Falamos com parentes, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e qualquer outro tipo de conhecido, recrutando o máximo de pessoas possível para se cadastrar como doador de medula óssea. A campanha surgiu disso, da nossa movimentação para ajudar o Rodolfo, já que na época a doença não tinha se manifestado no Júlio ainda”, diz uma das organizadoras da campanha e amiga da família, Ana Cláudia Martins Silva, de 33 anos. Rodolfo lutou contra a aplasia medular durante seis meses, mas faleceu em maio de 2015, antes de conseguir um doador de medula compatível. “A partir da morte de Rodolfo, mudamos o foco da campanha para Júlio. O centro de cadastro de medula óssea no Vale do Paraíba fica em Taubaté e então começamos a ir para lá toda semana. Fechávamos vários carros cheios de gente para ir até lá”, conta Ana. “No começo foi bem legal, fomos com vários carros e chegamos até a fechar um ônibus, de tanta gente que se
O que é preciso para ser doador? Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea.
Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5 ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
Na Região Metropolitana do Vale do Paraíba o cadastro no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) só pode ser feito no Hemonúcleo de Taubaté.
Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.
É muito importante que sejam atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato. A atualização dos dados pode ser feita pelo site do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
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será feito quando a doença se manifestar, não dá pra saber quando ou se vai acontecer”, esclarece Júlio. Apesar do objetivo de Júlio e seus amigos já ter sido atingido, a campanha segue firme e forte. “O transplante de medula óssea é algo simples e que pode salvar uma vida. A campanha não pode parar, pois quanto mais doadores cadastrados, mais pessoas podem conseguir um transplante e ter a chance de continuar a viver”, finaliza Júlio.
Júlio César com a mãe Dona Aparecida em campanha para estimular a doação de medula
Foto: Pedro Ivo Prates
comoveu com a causa. Porém, devido à falta de kits no Hemonúcleo de Taubaté, o processo mudou. Atualmente, é preciso agendar com antecedência o cadastro como doador e existe um limite de apenas dez por dia. Mas isso não nos desmotivou, começamos a ir para São Paulo, onde não há limite diário, e continuamos realizando os cadastros”, informa a amiga da família. Júlio tem 31 anos, é autônomo, morador de São José dos Campos e tem uma filhinha de apenas um ano e meio. Até o momento sua aplasia medular não se manifestou e por isso não foi necessário realizar o transplante. “Em meio a toda campanha, eu consegui um doador de medula óssea compatível. Fiquei muito feliz com isso, pois foi muito difícil ver dois irmãos partirem por culpa dessa doença. As chances são baixas, mas graças a Deus tudo deu certo. O transplante só
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ESPECIAL ESPAÇOS OCUPADOS
Triunfo dos espaços públicos
Parques viram febre em São José dos Campos; locais chegam a registrar 200% de aumento na frequência de usuários João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
P
or volta das seis horas da tarde, um grupo de artistas circenses encara o frio cortante do inverno enquanto se prepara para mais um encontro semanal de malabares. São cerca de seis malabaristas que, aos poucos, instalam-se em um local com espaço suficiente para que suas claves, bolas e arcos possam voar a alturas que só a prática ao ar livre pode proporcionar. Enquanto desferem os primeiros lançamentos, aquecendo o corpo até que o gelado início de noite não incomode mais, os artistas vão ganhando a companhia de outras tribos. Skatistas, patinadores, praticantes de slackline e corredores começam a povoar o cenário do Centro da Juventude, espaço de 47 mil metros quadrados de área total na zona sul de São José dos Campos. Os artistas, que se encontram semanalmente no mesmo local há cerca de um ano, são parte de uma tendência recente de uma cidade que ocupa cada vez mais seus espaços públicos. Só o Centro da Juventude, criado em 2012, recebe aproximadamente 60 mil pessoas por mês. A taxa de ocupação vem crescendo exponencialmente. Para entender a dimensão deste crescimento, em 2013 este fluxo era de 20 mil pessoas ao mês, o que representa um aumento percentual de 200% em três anos.
No parque, que funciona todos os dias da semana entre 6h e 22h, diferentes “tribos” contribuem para uma coexistência plural. Artista circense, Thiago da Silva Alves, ou Thierry, como é conhecido no circo, ressalta a convivência com praticantes de outros esportes. De acordo com ele, o aumento no número de frequentadores do local é notório desde que o artista passou a praticar no Centro da Juventude. “Eu mesmo comecei este ano, mas a galera do circo já está há um pouco mais de tempo. É um lugar perfeito, já que praticar malabares demanda um local bem amplo. A gente sempre está dividindo espaço com o pessoal do skate e dos patins. É uma convivência tranquila, mas com o passar do tempo, o ambiente tem ficado mais apertado, já que
o número de pessoas que frequenta aumentou bastante”, afirma.
Fala que eu te escuto Desde 2013 o local é administrado pela Secretaria de Promoção à Cidadania e, do ano passado para cá, a secretária Silvia Satto explica que resolveu mudar um pouco o modelo de gerenciamento do espaço que abriga atividades esportivas e culturais. A principal mudança, de acordo com a secretária, foi começar a ouvir a demanda dos usuários. Silvia conta que, apesar da boa estrutura, o local ainda não contemplava os atrativos que os frequentadores queriam ver. Foi aí que um trabalho de pesquisa passou a ser implementado para chegar mais próximo das demandas.
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Thiago da Silva Alves, ARTISTA CIRCENSE
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“Eu mesmo comecei este ano, mas a galera do circo já está há um pouco mais de tempo. É um lugar perfeito, já que praticar malabares demanda um local bem amplo. A gente sempre está dividindo espaço com o pessoal do skate e dos patins. É uma convivência tranquila, mas com o passar do tempo, o ambiente tem ficado mais apertado, já que o número de pessoas que frequenta aumentou bastante”
The fit per hour
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Por meio deste trabalho, a secretária afirma que não só o espaço não atendia completamente os anseios da população, como também os frequentadores não conheciam algumas das atividades que já eram desempenhadas no Centro da Juventude. “A campeã na preferência dos usuários, por exemplo, era criação de uma biblioteca. Mas nós já tínhamos uma. O trabalho então foi de nos organizarmos tanto para oferecermos as atividades que as pessoas queriam ver no Centro da Juventude, quanto melhorar a divulgação a respeito do que a gente já fazia”, explica. Atualmente, o Centro conta com uma biblioteca inclusiva que recebe cerca de mil pessoas por mês, além de jardim sensorial, oficinas culturais e programação de apresentações musicais que já entraram na agenda cultural da cidade e atraem um bom público às segundas-feiras. “O que eu senti depois desse movimento de aproximação que propusemos é que a população passou a realmente tomar posse do ambiente. Hoje eles se sentem realmente donos daquilo, cuidam do espaço, nos cobram posturas, levam para nós o que precisa ser arrumado. É uma experiência muito positiva”, diz a secretária antes de afirmar que tal modelo de gestão será possivelmente ampliado para as praças públicas da cidade.
Cultura, história e esporte Outro espaço que vem arrebanhando cada vez mais pessoas nos últimos anos é o Parque Vicentina Aranha. O local, que desde sempre caiu nas graças do joseense, é ocupado por um perfil cada vez mais diversificado de pessoas. O antigo sanatório que abriga um patrimônio arquitetônico e cultural da cidade também consolida, em números, a mudança comportamental do munícipe. Atualmente, o parque recebe uma média de 70 mil visitantes ao mês. O número supera em 40% a média de 2014, quando a taxa de ocupação era de 42 mil
pessoas ao mês. De acordo com a gestora de projetos culturais da AJFac, entidade responsável pela gestão do parque, o fenômeno também passa pelo empoderamento dos frequentadores. “É uma questão cultural que está aos poucos sendo implementada. As pessoas estão se interessando mais por esse espaço aberto e democrático dos parques em geral”, explica. Maciçamente utilizado por quem gosta de se exercitar, o local é utilizado com frequência por assessorias esportivas, grupos de yoga e frequentadores da academia ao ar livre presente no Vicentina. No entanto, as atrações culturais atualmente vêm angariando um grande número de público. Eventos como o piquenique sinfônico, que conta com a apresentação da Orquestra Sinfônica de São José dos Campos, chegam a reunir sete mil pessoas por edição. Fora isso, o parque também abriga a Flim (Feira Litero-Musical), um dos principais eventos literários da cidade, atrações musicais, sessões de cinema a céu aberto, entre outras atividades. “Ficamos muito contentes em saber que estamos ajudando na formação de público para diferentes segmentos culturais. Na música clássica, por exemplo, as apresentações contam com 50% de pessoas jovens, que começam a se interessar pelo gênero a partir dos espetáculos oferecidos pelo parque”, explica.
Da cidade e das multidões Entre os espaços públicos de São José dos Campos, o Parque da Cidade é o que recebe os grandes eventos culturais realizados no município. Ainda que não fosse palco da virada cultural em 2016, o local ainda bate a marca de um milhão de visitantes ao ano. Quem confirma os números é coordenador do recém-criado núcleo administrativo do Parque, Cristóvão Cursino. O local é palco das grandes celebrações da cidade como a Festa do Mineiro,
Aniversário da Cidade e Revelando São Paulo, evento que, em menos de uma semana, traz cerca de 500 mil visitantes ao espaço. Mesmo contando com a característica de ser o parque das multidões, Cursino ressalta o aumento do número de frequentadores dos dias comuns. “2016 marca os 20 anos da abertura do Parque da Cidade e de boas melhorias para os usuários. Entregamos um trabalho de recuperação da residência de Olivo Gomes, com destaque ao projeto original, com preservação da jardinagem e dos painéis de Burle Marx, além da recente inauguração do Espaço 4 Patas, reservado aos pets, o que ajuda a trazer as pessoas para o parque”, comenta. A administração de agora trabalha na modernização do plano diretor do parque. Adequações devem ser feitas para facilitar o convívio. Entre as mudanças, questões como o exercício profissional da fotografia, que atualmente é restrito, por exemplo, deverão ser repensadas. “As pessoas estão comprando essa ideia de valorizar muito o que temos aqui no parque. O complexo arquitetônico e paisagístico da residência Olivo Gomes, por exemplo, é um patrimônio com potencial para tomar proporções muito maiores. São nada menos do que 44 pontos de visitação por todo o espaço”, afirma.
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Para urbanista e professor da Unitau, Carlos Eugênio Montecarlo, o aumento na frequência do público em espaços de convivência de São José faz parte de uma mudança que tem invertido uma antiga lógica comportamental da cidade. De acordo com o acadêmico, as pessoas estão trocando ambientes fechados, como os shoppings centers, por espaços que permitam o exercício da contemplação. A razão para tal guinada tem, na opinião de Montecarlo, alguns fatores preponderantes. A crise econômica e a inflação, que faz com que seja cada vez mais caro promover um passeio em família, por exemplo, é uma delas. “Mas isso não é um fator único e preponderante. As pessoas estão de fato se apropriando de espaços mais plurais, que promovem o encontro e a contemplação, que apresentam um caleidoscópio social mais amplo. É uma tendência comportamental de uma sociedade que talvez tenha redescoberto o prazer de lugares abertos, de convivência harmoniosa”, explica. A tendência, de acordo com ele, é que esse comportamento se mantenha. “Esse aumento da ocupação dos espaços é saudável para a cidade, que precisa oferecer atrativos para estimular a participação da comunidade. Do ponto de vista social e urbanístico, as cidades só têm a ganhar com essa nova tendência”, conclui.
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Cultura&
Um ganhador do Grammy entre nós Henrique Macedo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O
os músicos. Eu falo a língua deles. Não estou inventando, eu conto a minha experiência.”, observa. Jacques dá uma dica para os músicos que querem seguir carreira. “Nunca houve um momento melhor para quem faz música independente. O fim das gravadoras é uma ótima notícia para quem atua nessa área. Agora você tem na mão, no celular, um poder de fogo que antigamente só uma gravadora tinha. Nunca foi tão fácil gravar. Dez anos atrás, para lançar um disco e divulgar era muito difícil.”
Fotos: divulgação
francês Jacques Figueras tem duas estatuetas que muita gente do meio musical deseja. Baixista e produtor, ele ganhou dois Grammy, o mais prestigiado prêmio da indústria fonográfica internacional. Jacques trabalhou com o Trio Corrente e produziu o CD Song for Maura, uma parceria entre o
grupo brasileiro e o saxofonista cubano Paquito D’Rivera. Em 2014 o CD concorreu ao Grammy International na categoria Jazz Latino e levou a estatueta. Depois, também foi premiado no Grammy Latino com o mesmo CD. Morador de São José dos Campos há dois anos, o francês também tem um curso online onde compartilha os 25 anos de experiência em produção musical. “Tinha uma demanda grande por esse tipo de trabalho. O meu diferencial é que eu sou músico falando para
Jacques com seus dois troféus
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DVD&
Scalene “Ao Vivo em Brasília” Preço: R$34,90
A banda Scalene lançou no último mês o seu mais novo trabalho, o DVD “Ao Vivo em Brasília”. O registro audiovisual é composto por 22 canções, dos dois primeiros álbuns de estúdio do grupo. Gravado no Estádio Nacional, o DVD sintetiza as características da Scalene.
CINEMA&
O mal contra o mal na nova produção da Warner/DC Comics
LITERATURA&
Minhas duas meninas Teté Ribeiro Companhia das Letras
Preço: R$ 39,90
A jornalista Teté Ribeiro conta no livro “Minhas duas meninas” a trajetória de quase uma década fazendo tratamentos contra a infertilidade. Ela aborda também a decisão de ter filhos por meio de uma barriga de aluguel na Índia. Teté quis conhecer a mãe indiana dos seus filhos e faz um relato emocionado dessa relação, o dia a dia logo após o nascimento das gêmeas, as particularidades da clínica e os dilemas de ser mãe sem passar pela experiência de dar à luz.
SOM& A história parece meio manjada, mas tem todos os componentes para agradar o público que curte super-heróis, ou melhor, super-vilões. Em mais uma franquia da DC Comics, a Warner lança o filme “Esquadrão Suicida” neste mês. É o terceiro filme do Universo Estendido da DC, que reúne personagens das histórias em quadrinhos no cinema. O longa tem direção de David Ayer e
conta a hitória de um grupo formado pelo governo com o que há de pior entre os supervilões do planeta. Entre os destaques do elenco, há muita expectativa na performance de Jared Leto que interpreta o Coringa, Will Smith como Deadshot (O Pistoleiro), Joel Kinnaman como Rick Flagg e Margot Robbie como Harley Quinn (Arlequina).
The Getaway é o mais novo álbum da banda californiana Red Hot Chilli Peppers. O disco traz uma pegada mais melódica e vem sendo bem aceito pela mídia, alcançando o topo das paradas em diversos países mundo afora, como Austrália, Nova Zelândia e Bélgica. Red Hot Chilli Peppers
Preço: R$34,90
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NOTÍCIAS ESPORTES Foto: Pedro Ivo Prates
A primeira medalha do Brasil em esportes coletivos
Os Olímpicos da RMVale
Alberto Marson esteve nas Olimpíadas de Londres em 1948, de onde voltou com medalha de bronze. Edvar Simões, bronze em Tóquio 64, participou de três edições dos Jogos Olímpicos Henrique Macedo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O
maior evento esportivo do planeta deve reunir milhares de atletas neste mês no Rio de Janeiro. Em 19 dias de Jogos Olímpicos, serão disputadas 42 modalidades. A expectativa é que participem cerca de 10.500 atletas de 206 nações. Antes de falar dos atletas da região que foram convocados e irão defender o Brasil, a Metrópole Magazine volta no
tempo. Fomos conversar com o professor Alberto Marson, um ícone do basquete em São José dos Campos, medalha de bronze nas Olimpíadas de Londres de 1948, a primeira do Brasil em esportes coletivos. Aos 91 anos, Marson se recupera de uma cirurgia no fêmur, resultado de uma queda em casa. Lúcido, lembra com brilho nos olhos as passagens mais marcantes de uma vida dedicada ao basquete, jogando ou ajudando a formar jogadores que depois também brilharam nos principais times do Brasil. Alberto Marson nasceu em Casa
Branca, interior de São Paulo, mas mora em São José dos Campos desde a década de 50. A trajetória no basquete começou aos 13 anos, quando um treinador o convenceu a deixar a natação e tentar o basquete. “Eu me interessei e comecei a assistir o time local, o técnico começou a me ajudar e depois disso não parei mais. Com 15 anos eu já estava na equipe de Casa Branca”. Com 18 anos, Marson mudou-se para a capital paulista para trabalhar como propagandista de laboratório farmacêutico, mas não deixou o basquete. Logo foi
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Reprodução: Pedro Ivo Prates
Marson ao lado dos companheiros de Seleção Brasileira
convocado para a Seleção Paulista, onde se destacou. Em seguida, foi chamado para a Seleção Brasileira. “Para os Jogos Olímpicos de 1948, em Londres, foram convocados seis jogadores do Rio e quatro de São Paulo. O técnico era o Daiuto. A viagem para a Inglaterra foi um negócio demorado. Saímos de São Paulo, paramos no Rio para pegar os outros jogadores e fomos pro Norte. Paramos para reabastecer e fomos para a África. Chegamos em Portugal e de lá fomos a Londres”, conta. As condições no alojamento da delegação brasileira eram precárias. “Ficamos numa antiga base militar, a cerca de 60 quilômetros de Londres. Não tinha sequer um pedacinho de chão batido, era só capim. Tinha muitos buracos e durante os treinos dois jogadores se machucaram e nós ficamos com apenas oito no time”. Marson relembra como o esporte era
diferente do que é praticado hoje. “As contagens eram muito baixas. Por exemplo, contra a Hungria vencemos por 45 a 41. Era normal o técnico não colocar os jogadores que estavam no banco, mesmo que estivesse com uma dianteira boa”. A conquista da medalha de bronze, primeira em esportes coletivos do Brasil, é lembrada com orgulho. “O Brasil ganhou do Uruguai, que era campeão Sul Americano. E contra a França acho que houve excesso de confiança e perdemos por 10 pontos, todo mundo achava que a França era pior. Mas foi uma excelente participação do Brasil, é uma medalha extraordinária!”, finaliza.
O joseense olímpico Um dos maiores jogadores da história do basquete brasileiro nasceu em São José dos Campos. José Edvar Simões, 72 anos, disputou três Olimpíadas: Tóquio 64,
México 68 e Munique 72. Edvar iniciou no basquete quando estudava no colégio João Cursino. Incentivado pelo professor Marson, logo foi para o Tênis Clube, onde ficou até os 18 anos. “Estava na categoria principal e fui pra São Paulo tentar uma vaga no Palmeiras, que na época tinha Rosa Branca, Mosquito, Edson, Jatyr, um timaço! Fiquei três meses e voltei. Fiquei em São José até 1963 e em outubro nós estávamos jogando contra o Flamengo. Nesse jogo apareceu um pessoal do Corinthians que me convidou. Joguei o final do Campeonato Paulista e fui bem. De outubro de 63 a maio de 64 eu já fui convocado para Seleção Brasileira. O técnico era o Brito Cunha. O time, que tinha conquistado o Mundial em 1963, era formado por Wlamir Marques, Bira, Rosa Branca, Jatir, Sucar, Amauri, Vítor e Mosquito”.
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Japão A preparação para as Olimpíadas de Tóquio foi no Rio de Janeiro, durante quatro meses. “No final de setembro fomos pro Japão. Fizemos uma escala em Paris. Chegamos de manhã e à tarde fizemos um amistoso contra a Seleção Francesa, coisa pavorosa, todo mundo cansado. Chegamos a Tóquio uns 14 dias antes do início dos jogos”. Edvar relembra a campanha da equipe brasileira no Japão. “Nossa chave tinha Estados Unidos, Iugoslávia e Perú e estreamos contra o Peru, que era um time bom. Acabamos perdendo (50 a 58). No dia seguinte íamos enfrentar a Iugoslávia e quem perdesse vinha embora. Mas nós ganhamos (68 a 64) e na fase semifinal perdemos pra União Soviética por seis pontos (47 a 53). Fomos disputar o terceiro e quarto com Porto Rico e ganhamos (76 a 60). Porto Rico era formado por atletas
Foto: Pedro Ivo Prates
que jogavam nos Estados Unidos, time forte. Conseguimos a única medalha para o Brasil naquela Olimpíada”, conta. Em 1968, Edvar é novamente convocado para defender o País nos Jogos Olímpicos do México. “Eu já estava como titular da Seleção. Nessa época era Wlamir, Mosquito, Menon, Bira, Rosa Branca, Hélio Rubens, Joy e Jatyr. Brito Cunha era o técnico. Ficamos em quarto lugar”.
A decepção A expectativa para os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, era grande. Edvar estava em grande forma e previa que poderia fazer uma boa campanha. “Eu estava com 29 anos, no auge da minha forma física e técnica, melhor momento da minha carreira e na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos, eu quebrei a mão. Foi um lance bobo. Fui receber um passe do Menon, o Fransérgio antecipou e eu fui dar um tapa na bola, como se fosse um chapéu de futebol. Aí, bati a mão na cabeça dele e senti muita dor. Eu estava bem, era titular absoluto. Era a oportunidade da minha vida, no Mundial de 1970 eu tinha ido muito bem. Marcou muito”, lamenta. Edvar faz um balanço da participação nos Jogos Olímpicos. “As três Olimpíadas que eu participei tiveram características bem diferentes: a do Japão foi 19 anos depois do fim da Segunda Guerra, as nações ainda tinham os resquícios do conflito, ainda estavam naquela reaproximação,
Edvar foi um dos maiores jogadores de basquete do Brasil
foi muito bacana. O japonês é extremamente organizado e foi um ambiente bom. Mas o clima de festa mesmo aconteceu nos Jogos Olímpicos do México. Eu diria que foi o balizamento da Olimpíada. Se o mundo viveu o espírito olímpico, de entrosamento entre os continentes e os povos, foi no México. E isso é unânime, já vi relatos de outros atletas de vários países que tiveram a mesma impressão”. “Em Munique, os alemães estavam muito receptivos e a Vila Olímpica era grande, com as ruas todas subterrâneas. Eu percebi que não havia muita segurança na entrada da Vila. Aí, os terroristas aproveitaram para entrar com metralhadoras e houve aquela tragédia com a delegação de Israel”. (NR: Terroristas palestinos invadiram o alojamento onde estavam os atletas de Israel. Depois de ações desastradas das autoridades alemãs, 11 atletas de Israel e cinco terroristas foram mortos).
O sonho Para Edvar, a dedicação aos treinos e a paixão com que sempre encarou o basquete deram frutos, como o destaque que conquistou nos grandes times de São Paulo e as convocações para a Seleção Brasileira. “Você começa a praticar uma modalidade de esporte e sonha ir para a Seleção, jogar o Mundial, Olimpíadas, Sul Americano. No meu caso, foi tudo muito rápido. Não deu nem pra sentir direito. Eu sonhei em ir e o sonho se tornou realidade”
Novos Olímpicos da RMVale Atletas da RMVale também estarão na maior festa do esporte mundial no Rio de Janeiro. Dos 462 atletas da delegação olímpica brasileira, 22 são da região ou defendem cidades daqui. De São José dos Campos, os destaques são Júlia Vasconcelos, do taekwondo, Edna Santini e os irmãos Lucas e Moisés Duque, do rúgbi, e o judoca Alex Pombo, natural de Guaratinguetá, mas que foi criado em São José dos Campos. A atleta Dara, de Guaratinguetá, vai encarar a sua quarta Olimpíada defendendo a equipe de handebol. No atletismo, Adriana Aparecida da Silva, de Cruzeiro, tem o melhor índice brasileiro da maratona e estará no Rio. Na natação, Daynara de Paula, de Jacareí, vai para a terceira Olimpíada consecutiva. Também foram convocados para a delegação olímpica brasileira os irmãos Felipe e Daniel Sancery, nascidos em Campinas e que jogam pelo São José Rugby. No boxe, Joedison Teixeira, Robenílson Jesus e Julião Neto competem por São José e estarão nos Jogos Olímpicos. Natália Gáudio (ginástica rítmica), Kléber Ramos (ciclismo) e Priscilla Carnaval (bicicross), também competem por São José. Taubaté tem Maik, André Alemão, Vinícius e Lucas Cândido no handebol e Walace e Lucarelli no vôlei.
Daynara de Paula
Julia Vasconcelos
Alex Pombo
Natalia Gaudio
Tanque
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NOTÍCIAS PETS
Amor em quatro patas De acordo com a OMS, cerca de 30 milhões de animais estão abandonados em nosso país. ONGs e pessoas de bem lutam diariamente para reverter este índice, mas e você, o que tem feito? Idelter Xavier SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
U
m animal de estimação sempre leva alegria para um lar. Você pode morar sozinho, com mais uma pessoa ou ter uma família enorme, uma mascote sempre deixa o local com mais vida e mais harmonia, além de nunca te deixar na mão nos momentos mais solitários. O que muitas pessoas não levam em consideração é que animais de estimação precisam de cuidados. Sim, como qualquer ser vivo, ele também fica doente, precisa de atenção e inúmeras outras coisas. Acontece que muita gente compra ou adota um animal por impulso, para agradar algum parente ou para não se sentir tão solitário em uma casa vazia. Após algum tempo, depois de descobrir que não está capacitado, ou com vontade, para criar o animal, acaba o abandonando. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente existem cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil, sendo 20 milhões cachorros e 10 milhões gatos. Para ter uma noção da gravidade do problema, a população de animais abandonados em nosso país é bem próxima da população de seres humanos no continente da Oceania, com 36 milhões de habitantes. Cientes desses números é que diversas pessoas pelo país se organizam e criam ONGs para tentar salvar a vida de muitos deles. Em São José dos Campos não é diferente, criada há dez anos, a Opar realiza um trabalho com voluntários da cidade e de municípios vizinhos, buscando
promover o bem-estar animal e a relação harmoniosa com os humanos. Porém, muitas pessoas confundem o propósito da ONG. O grupo não se considera recolhedor de animais abandonados, mas sim pessoas que cuidam de animais abandonados ou carentes para que possam ser adotados. “É muito comum estarmos em uma feira de adoção e chegarem pessoas com uma caixa cheia de filhotes, dizendo que seu cachorro deu cria e não tem o que fazer com eles. Nós não aceitamos. Apenas indicamos para que procurem pessoas que queiram um animal de estimação e os doem”, informa a integrante da Opar, Lisiane Michelin, arquiteta e moradora de São José dos Campos.
Todos os sábados, das 10h às 16h, a ONG promove duas feiras de adoção em São José dos Campos: no estacionamento do ValeSul Shopping e no estacionamento do Parque Santos Dumont. São montadas tendas, onde alguns dos animais são levados para talvez conseguirem uma nova família e um novo lar. Mas os voluntários da Opar não dão para a adoção seus animais de forma irresponsável. “Nós traçamos o perfil da pessoa ou família que pretende adotar o animal. Por exemplo, se você quiser um animalzinho mais calmo, eu jamais vou indicar um com menos de um ano, pois os mais novinhos são mais enérgicos”, diz Adriele Rodrigues, de 30 anos, voluntária na Opar. Atualmente a ONG conta com cerca de 100 cães e 60 gatos, todos retirados das ruas, vacinados, castrados e em boas condições de saúde, aguardando por um lar. “Nem sempre é fácil. Nós recebemos algumas ajudas de doações, de vendas de camisetas, de rifas que fazemos e coisas do tipo. Mas cada animal que tiramos das ruas é um custo que temos, pois além de ração, sempre castramos e vacinamos. Na maioria das vezes, o dinheiro sai do nosso bolso mesmo”, explica Denise Nery, comerciante de 50 anos, integrante de Opar. “Além disso, não temos um local fixo. Os animais ficam em nossas casas, em casas de amigos, de vizinhos ou de parentes. É o que chamamos de lares temporários, mas mesmo assim, às vezes não conseguimos lugar e então temos que recorrer aos hotéis de animais, que custam cerca de R$ 300 a diária. Isso tudo sai do
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nosso bolso, é uma realidade paralela a que vivemos. Fazemos tudo isso por amor aos animais”, afirma Denise. Dos animais abandonados, dois são casos especiais: Sissi e Bento. “A Sissi foi encontrada em junho do ano passado, na zona leste de São José. Totalmente desnutrida, mal conseguia andar. Ela foi
resgatada pesando apenas 8 kg e atualmente está saudável, pesando 38 kg. Não encontramos um lar para ela até o momento, pois é um cão de grande porte, por isso é um pouco mais difícil”, diz Adriele. “Já o Bento foi encontrado às margens da Rodovia dos Tamoios, no início deste ano. A situação era bem parecida com
a da Sissi, estava muito fraco e pesando apenas nove quilos. Atualmente está muito bem de saúde, pesando 35 kg. Pela mesma situação, por ser um animal de grande porte, até o momento não encontramos um lar para ele”, completa Denise. Apesar de todo o sacrifício, os voluntários da Opar sempre estão dispostos
Reprodução
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Foto: Pedro Ivo Prates
Famílias procuram as feiras para adotar animais de estimação
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“É muito comum estarmos em uma feira de adoção e chegarem pessoas com uma caixa cheia de filhotes” Lisiane Michelin
ARQUITETA, INTEGRANTE DA OPAR.
a ajudar mais e mais animais. Mas isso nem sempre acontece recolhendo os abandonados. Denise, por exemplo, fundou há três anos a Farmácia Veterinária Comunitária, no Facebook. “Eu pedi ajuda uma vez, para saber se alguém tinha remédios para doar para me ajudar no tratamento de um cachorro que eu havia resgatado e foi um sucesso”, afirma a comerciante. “Atualmente o grupo funciona muito bem, tem pessoas do país inteiro, muita gente se ajudando, enviando remédio por correio e tudo mais. É questão de um ajudar o outro, sabe? Os remédios são caros e, de repente, sobrou metade de um frasco de um tratamento que seu bichinho estava fazendo. Não faz sentido deixar guardado, pois tem muita gente precisando. Além disso, também é liberada a doação de cobertores, casinhas, vasilhas de ração e coisas do tipo. Não aceitamos divulgação de animais para doar, para não perder o foco do grupo”, finaliza Denise.
Por conta própria Além das ONGs, existem também pessoas de bom coração, que não conseguem ver um animalzinho em situação de abandono e resolvem ajudar. É o caso do estudante e estagiário de direito Iryneu dos Santos Neto, 22 anos, que já passou pela situação duas vezes em sua vida. “É uma atitude muito cruel
abandonar um filhote na rua, com fome e frio. Eu não consigo ver uma situação dessa e não fazer nada”, afirma. “Há mais ou menos um ano e meio, minha mãe estava indo trabalhar e encontrou o Simba, nosso gato de estimação, ainda filhote, recém-nascido, abandonado no telhado de uma casa. Ela o levou pra casa e nós o acolhemos, levamos ao veterinário, pagamos as injeções e o castramos. Ele está até hoje com a gente, virou o bichinho de estimação que sempre quisemos”, diz Neto. “A outra situação aconteceu agora, no final de junho. Estava voltando da academia, era de noite, e ouvi o choro de um cachorro vindo do meio do mato, em um terreno baldio. Fui ver e lá estava ele abandonado. Um filhote de pelo bem escuro e patas brancas. Não aguentei e o levei para casa. Fiquei com ele cerca de uma semana, não tinha condições de castrar nem de pagar as vacinas, mas encontramos um dono para ele, que se dispôs a tomar conta e fazer tudo direitinho”, finaliza Iryneu. É preciso sempre ter em mente que os animais devem ser tratados com respeito. Antes de adotar é preciso ter consciência das responsabilidades, de que é necessário castrar, dar as vacinas e alimentar bem seu animal de estimação, além de dar atenção, amor e carinho. Alguns são bagunceiros, outros são mais calmos, mas todos, sem exceção, irão lhe amar de uma forma única e inexplicável.
Políticas públicas “Na maioria das vezes, o dinheiro sai do nosso bolso mesmo” Denise Nery
COMERCIANTE DE 50 ANOS, INTEGRANTE DE OPAR
As feiras promovidas pela Prefeitura de São José dos Campos, em parceria com o Centro de Zoonoses, são realizadas sempre no último domingo de cada mês, no Pavilhão Gaivotas, no Parque da Cidade. Os animais cadastrados serão castrados gratuitamente e o tempo de espera é de 45 a 60 dias. Números: • 381 cadastros por mês • 2 animais por endereço • 3 clínicas credenciadas • 1200 animais castrados (out/2015 a julho/2016) • 12 feiras, em que foram adotados em média cinco animais por feira. O número poderia ser maior, mas a maioria das pessoas procura por filhotes.
“Estamos avançando muito bem nas políticas públicas, garantindo melhores condições de vida aos animais”
Ver. Valdir Alvarenga (SD)
Existe um Banco Social para arrecadar ração e insumos veterinários. Para adotar é preciso ter mais de 18 anos e levar CPF, RG e comprovante de residência na sede do CCZ (Rua George Willians 581, Parque Industrial), de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30.
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NOTÍCIAS TURISMO
Diversão sobre as águas
Planejamento prévio traz mais segurança para turistas aproveitarem as novidades dos cruzeiros temáticos pelo oceano brasileiro
Marcus Alvarenga LITORAL NORTE
O
turista cauteloso quer encontrar em sua viagem a calmaria de todas as soluções antes de fechar as malas. E já pensando no “projeto verão”, se organizar antecipadamente é uma ótima opção, ainda mais se a escolha para as próximas férias for um cruzeiro. As agências e revendedoras pensando na melhor organização e em uma viagem planejada, estão abrindo as vendas de pacotes antecipadamente. O gerente de cruzeiros marítimos da CVC, Orlando Palhares, afirma que para o turismo de navegação não é diferente, e quanto mais o turista for organizado, mais confortáveis serão os dias de diversão e/ou descanso. “Assim como outras viagens de lazer, os cruzeiros devem ser antecipados, já que ajuda o cliente no planejamento, facilitando a forma de pagamento, a disponibilidade na escolha da cabine, entre outros fatores”. Para as viagens em alto mar na temporada de verão de 2016/2017 já estão confirmados seis navios que oferecerão saídas de curta duração (minicruzeiros), longa duração (cruzeiros) e internacionais, de novembro de 2016 a março de 2017. O diferencial no Brasil é a busca por atrações específicas durante os dias em alto mar, como os cruzeiros temáticos, que já estão com as vendas abertas. Em 2015, somente a operadora CVC embarcou 160 mil brasileiros em rotas nacionais e outros 15 mil em destinos internacionais. Palhares conta que o turista brasileiro busca a melhor opção de
viagem que atenda toda a família. “As viagens de navios costumam agradar a todos os membros da família, por ter atrações para todas as idades. A comodidade e o serviço exclusivo é outro motivo que atrai o turista”. Para agradar todos os públicos, as empresas marítimas estão apostando nas mais diferentes temáticas, que atendem públicos específicos em cada roteiro. Na costa nacional podem ser encontrados navios especiais em datas comemorativas (Natal, Réveillon e Carnaval), de artistas ou especifico para uma faixa etária. “Os cruzeiros temáticos têm como diferencial oferecer ao passageiro um entretenimento a mais, ou seja, um show temático, festas diferentes, entre outras opções. A ideia é juntar num mesmo lugar várias pessoas com gostos similares”, explica o gerente de cruzeiros. A festa brasileira mais conhecida internacionalmente é o Carnaval e, neste período, os navios oferecem um roteiro de sete noites ao ritmo das marchinhas e do axé. A maioria permanece uma noite em Salvador para os turistas aproveitarem do Carnaval da Bahia em terra firme. Um dos mais conhecidos é o CarNavio, da Royal Caribbean International, que está com saída prevista para 25 de fevereiro em Santos e 26 de fevereiro no Rio de Janeiro. No pacote da viagem estão inclusas comidas e bebidas liberadas e festas exclusivas. O turista pode escolher entre seis opções de cabine, desde o luxo, por R$ 1.020, até a suíte top Premium, no valor de R$ 2.530. Outras temáticas que atraem turistas em roteiros nacionais são navios dançantes, onde todos os decks e salas
são embalados com música e dança. A ideia é bailar ao mar, na presença de renomados dançarinos, como Carlinhos de Jesus e Ana Botafogo, que dividem o seu conhecimento e o momento de diversão. Entre os temáticos da Costa Cruzeiros, também existem aqueles que atendem apenas turistas mais velhos, no cruzeiro sênior. Em alto mar, eles acompanham palestras, vivências e bailes e acontecem concursos entre os passageiros. O bem-estar, também prezado em outros roteiros, possui um navio particular, onde hospedam turistas com foco na saúde. A programação é composta com aulas de pilates, ginástica, defesa pessoal e outras atividades físicas. O 14º Dançando a Bordo e o 3º Cruzeiro Senior estão agendados para desancorar nos dias 4 e 18 de fevereiro, o 15º Bem Estar sai dia 10 de fevereiro e o 23º Cruzeiro Fitness viaja em quatro de março. Todos os roteiros têm opções de hospedagem com pacotes entre R$ 1.893,15 até R$ 8.969. Os valores mais baratos nos pacotes de cruzeiros normalmente são oferecidos para acomodações em cabines internas, que ficam na parte de dentro do navio sem vista para o mar. Esses apartamentos oferecem banheiro privativo, cofre e também acessibilidade para pessoas com deficiência. As cabines externas já são mais confortáveis, possuem janela com vista para o mar e, dependendo da empresa, uma pequena sala de estar ou uma varanda. No mesmo perfil, as suítes podem oferecer banheira, minibar, mesa de escritório e mais espaço para os passageiros.
Fotos: Divulgação
São José dos Campos, agosto de 2016 | 61
Muitos roteiros possuem opções de acomodações quádruplas, triplas ou duplas, pois existe a possibilidade de acomodarem até quatro pessoas em cada cabine. O CarNavio oferece aos seus passageiros, além da temática da viagem, mais opções de acomodações,
podendo ficar em uma suíte presidencial com varanda, sala de estar com sofá, cama king-size, banheira de hidromassagem e concierge. O turista que busca viajar pelo oceano brasileiro, mas sem um roteiro temático pode optar pelo Navio Sovereign, que
também é único embarcado no sistema “all incluse” (tudo incluso). O passageiro pode ir como viagem de formatura, festa de debutante, cerimônia de casamento etc, e criar o seu tema junto com a sua família e amigos, usufruindo das opções de atividades que um cruzeiro oferece.
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Fotos: Divulgação
Opções de roteiros internacionais estão sempre abertas para os turistas brasileiros que querem conhecer outros idiomas ou as lindas paisagens da Europa
Desbravando águas internacionais Fora do período de verão na América do Sul, os navios se encarregam de jogar suas âncoras pela costa de outros países e continentes. As opções de roteiros internacionais estão sempre abertas para os turistas brasileiros que querem conhecer outros idiomas ou ainda estender uma viagem à Europa, pelo mar da Itália. A Uniworld Boutique River Cruises, da Agaxtur, oferece viagens de oito dias a bordo do navio, sempre à disposição de um concierge. O roteiro “Castle Along the Rine”, com saídas em agosto, setembro e outubro, navegará pelo Rio Reno, entre Basel (Suiça) e Amsterdã (Holanda). O rio Danúbio também é opção de roteiro do “Enchanting Danube”, que viaja de Budapeste (Hungria) a Passau (Alemanha).
Os valores das duas viagens variam de acordo com a data de saída, podendo ir de US$ 2 mil a US$ 4 mil, por passageiro. O investimento em mares estrangeiros também pode levar o turista a conhecer a história e a gastronomia da França, com saídas de Avignon a Lyon e Bordeaux. O navio Silver Cloud, da empresa Silversea, possui viagens marítimas mais longas, de até 14 dias. Com saída agendada para 27 de fevereiro, da Índia, em Calcutá, e navegando pelo mar do Oriente Médio até a cidade de Phuket, na Tailândia. No próximo ano também está prevista uma saída da Tanzânia, em Zanzibar, no dia 3 de janeiro. Os turistas vão navegar em grandes suítes com serviços particulares de mordomos até o mar das Ilhas Maurício, desembarcando em Port Louis. O destino internacional mais próximo, em relação à distância e a data, é o roteiro Guayaquil – Valparaiso, que embarca
no dia 31 de outubro. Os passageiros vão sair do Equador, parar nas cidades litorâneas de Lobos de Terra Island, Salaverry, Guañape Islands, Callao (Peru), Paracas, Matarani, Arica, Antofagasta, Isla Pan de Azúcar, Isla Chañaral, Coquimbo e Valparaíso (Chile), onde encerra a viagem.
Planejamento Qualquer viagem planejada com antecedência proporciona menor risco de problemas durante os dias de passeio e traz mais segurança para o turista. O gerente de cruzeiros marítimos da CVC afirma que o cuidado para uma viagem ao mar deve ser igual a outras dentro do Brasil ou internacional. “Como em outras viagens, o turista deve se atentar à documentação exigida para viajar de cruzeiro, qual moeda deve levar durante a viagem e se é necessário ter algum tipo de vacinação”, completa.
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Gastronomia&
Fotos: Pedro Ivo Prates
Do amor de pai e filho nasceu o amor à profissão
Profissão: escolhi a do meu pai, com muito orgulho! Regina Laranjeira Baumann TAUBATÉ
Q
uando todos os olhos estão voltados para o dia dos pais, o romantismo dessa relação provoca aquele sentimento bacana de admirar quem, nos tumultuados dias que vagam entre a adolescência e a escolha da profissão, evoca o olhar de admiração e amor que vemos na foto acima. Tudo isso num ambiente com o perfume do pão quentinho que provoca fila o dia
todo na padaria do Sr. Jarbas, em Taubaté, tradicional pela excelente qualidade dos produtos, atendimento impecável e delícias que despertam o apetite de quem nem estava pensando nisso e que ao ver o senhor, de 84 anos, trabalhando do meio dia às oito horas da noite, tem a sensação de estar no lugar certo, na hora certa. É aqui que quero ficar, porque tudo isso é lindo! Quando o Jarbas Jr. nasceu, já havia uma história digna de ser contada: a do seu avô, Sr. Antonio Afonso Ferreira Neves que, em 1891 desembarcou no Rio
de Janeiro, com o sonho de aprender a arte da panificação. Trabalhou muito, conquistou espaço, sofreu os efeitos da crise de 1929 e encontrou em Taubaté, já com cinco filhos, o destino para sua família. “Meu pai saiu de Portugal para o Rio de Janeiro e de lá para Paraíba do Sul, tentar a vida. Depois veio para Tremembé, na casa da minha avó, e então Taubaté. Foram anos difíceis, de muito suor e dedicação, mas ele nunca desistiu de manter sua padaria, que no futuro eu e meus irmãos trabalharíamos”, conta o Sr. Jarbas.
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A padaria, que irá completar 70 anos, se solidificou com o Sr. Jarbas que, desde muito pequeno, acompanhava o pai. Quando Júnior pensou em prestar vestibular de medicina, conta que ouviu o conselho de um médico, que lhe indagou do porque não estudar administração de empresas e continuar o negócio da família. Assim, Júnior recorda-se que no começo ajudava a fazer entregas. “Comecei do básico mesmo, do chão de fábrica, lá dentro, ajudando o pessoal, depois no balcão. Comecei lá embaixo e fui galgando até que, em um determinado momento, comecei a abrir a padaria e depois a fechar junto com meu pai. Por isso já sabia que a vida de padaria é uma coisa sacrificada”, disse. Se todos não têm dúvidas de que valeu a pena, pois a padaria do Sr. Jarbas é um “patrimônio” de Taubaté, Júnior explica que o segredo disso tudo já era por si percebido em suas férias de criança quando viajava para a casa da avó e brincava com os primos dentro da local, vendo que “em uma padaria tudo é muito artesanal e, se hoje,tem muita coisa que substitui o ser humano, muitos detalhes ainda são de artesão”. Além disso, conta Júnior, “é preciso mais que dedicação integral. Meu pai sempre foi uma pessoa na qual eu via o amor pelo trabalho e pela padaria, chegando até a ser ‘anormal’”, brinca. Sobre a linha sucessória, Júnior opina que cada pessoa deve fazer o que a fará feliz. “Me lembro que nós crescemos e meu pai não tinha tempo de sair com a gente e viajar, pois estava sempre trabalhando. Eu segui os seus passos e já vou completar 40 anos no negócio. Quando minha esposa me indagava do porque de não trazer nosso filho, Lucas, para a padaria, eu respondia que acho que três gerações trabalhando juntas seria muito difícil”. Pensando assim, diz que sempre deu força para que seu filho investisse na carreira de tenista, que ele adora, mas esteve nos Estados Unidos e retornou afirmando que não era isso que queria. Cursou administração na Fundação Getúlio Vargas e hoje está trabalhando em uma incorporadora.” O tempo dirá se ele irá me suceder um dia”.
Pai e filho conferem juntos mais uma fornada
Sr Jarbas tomando conta do caixa
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Padaria Jarbas em Taubaté: 70 anos de tradição
Sobre os pedidos para a expansão dos negócios na RMVale, explica que “não tenho pretensão de expandir, mas trabalhar aqui, com excelência”. A longevidade do empreendimento, afirma, passa pela qualidade e pela gestão, minimizando os custos e tempo de produção. Por isso, diz convicto, “não gosto de ouvir que um negócio vai mal por causa da crise. Há muitas histórias que contam sobre pessoas que viveram verdadeiras crises, como meu avô, em l929, e deram a volta por cima. A questão é que poucos querem trabalhar. Mas expandir não. Temos clientes que vêm das outras cidades do Vale e é gostoso quando falam da tradição da padaria do Jarbas, que já
“...não tenho pretensão de expandir, mas trabalhar aqui, com excelência” Jarbas Júnior
SÓCIO-PROPRIETÁRIO DA PADARIA JARBAS EM TAUBATÉ
virou uma referência” completa. Júnior afirma que adora pão e em todas as cidades que visita, vai à padaria. Em uma passagem interessante por Belo Horizonte, conta que ficou emocionado ao lembrar de sua infância, através do cheiro da massa sendo fermentada, como antigamente, quando passava a noite no “coxo” e exalava aquele cheiro de CO2. Falando do pai, explica que ele “é uma pessoa exigente, até por ter tido uma criação muito rígida, vendo o exemplo do pai dele, que trabalhava demais. Para trabalharmos juntos e isto dar certo, foi importante o respeito a ele e ao seu espaço, ciente de que eu estava
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Negócios&
chegando, e não o contrário”. Na hora das fotos, o Sr. Jarbas deixou o caixa, seu local de trabalho, e se dirigiu ao balcão, a pedido do fotógrafo, e imediatamente
chamou um dos atendentes e disse “o pão está muito branco”. Não há dúvidas sobre como e porque o Sr. Jarbas conseguiu criar tudo o que criou.
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Social& Fotos: Divulgação
por Luiza Paiva 2
1
Quando a vida muda completamente O Dia dos Pais é comemorado em agosto e a cada ano essas figuras tem se mostrado mais presente na vida dos filhos. Com uma rotina corrida também das mães, os papais assumiram responsabilidades essenciais para o crescimento e a formação dos filhos, participando diariamente das atividades dos pequenos. A Metrópole Magazine separou três pais da região que mostram que o amor pelos filhos só cresce a cada dia.
1 - Marcos: o empresário e atleta de natação Marcos Campos Rodrigues, 32 anos, de Taubaté, é pai da Manuela, de cinco meses, e garante que ficou até mais forte depois do nascimento da filha. “Tenho certeza que a vida nunca mais será a mesma. A força que a gente ganha é absurda. Depois da ‘baixinha’, até reduzi meu tempo nas provas”, revela. No horário de almoço e durante a noite, ele vai para casa ficar com a filha e a esposa, Carol Pessoa, mas fica de olho no celular para ver as novidades que recebe. “A vida ficou melhor, mais difícil, mas nunca mais será a mesma”.
2 - Fábio: o empresário Fábio Romanelli, 34 anos, de Cruzeiro, é pai de Pedro, de cinco anos. Ele afirma que hoje seu filho é a parte mais importante de sua vida, sem dúvida nenhuma. “Tudo mudou quando ele nasceu. É mais responsabilidade, mais preocupação, mas também mais felicidade”. Fábio é casado com Simony Merigo há seis anos e no dia a dia corrido, Fábio busca aproveitar bem o tempo em que está com o filho. “Nesse período, busco estar mais presente, com qualidade”.
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3 - Daniel: o empresário Daniel Parodi também viu sua rotina mudar. Ele é pai de Cecília, de quatro anos, e explica como passou a entender mais seus pais depois da chegada dela. “Hoje, quando ela está comigo, sou eu quem faço tudo: comida, banho, brincadeiras e levo na casa das amigas. É um tempo de qualidade e o nosso vínculo vai ficando mais forte. É um amor que só cresce, fico pensando no futuro dela e quero protegê-la 100% do tempo”, revela.
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Arquitetos em clima de arraiá Os arquitetos e designers de interiores da RMVale tiveram um mês de julho de muita festa e sempre em clima de arraiá. A Light Concept aproveitou as comidas típicas e, com um toque de exclusividade, envolveu os convidados no coquetel de inauguração da nova vitrine, assinada pelo arquiteto Gustavo Martins. A Breton convidou um grupo seleto de profissionais para celebrarem em sua sede no dia 15, num evento de muito requinte e boa gastronomia e que premiou o melhor look da noite. Já a Firmato Più Exclusivo fechou o mês de celebrações com chave de ouro no dia 22, numa superfesta com direito a música ao vivo, quadrilha e concurso que elegeu o casal mais caipira da festa. Na Light Concept: Rose Beldrame, Carla Fabricia, Daniele Resk, Luciana Valadares e Herica Pizzigatti
Na Firmato Più Exclusivo: Gustavo Martins, Luciene Rocha e Alexandre Harrisberger
Na Breton: Afonso Ferreira, Susi Toledo, Lucas Toledo e Debora Toledo
Novidades nas noites taubateanas O grupo que movimenta as noites de Taubaté passou a ser um trio com a chegada de Bruno Tavares como novo sócio e diretor de Comunicação da empresa Fun 4 Fun Entretenimento, que está comemorando dez anos e esta à frente das casas noturnas Machina 8 e Quarto do Santo em Taubaté. Tavares é publicitário e já atuava como gestor de marketing do Machina 8 desde novembro passado. Junto com os proprietários Ricardo Crous e Ricardo Amaral, ele traz diversas mudanças na linguagem e posicionamento da casa.
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Arquitetura& Por Moisés Rosa
Ampla e imponente Arquiteta de Taubaté projetou residência com 14 ambientes pensando na funcionalidade
U
ma residência de alto padrão, ampla e com funcionalidade. Assim, o projeto arquitetônico desenvolvido pela arquiteta Camila Castilho (foto) revela uma casa que apresenta muito requinte e pensada em todos os detalhes. São 14 ambientes em 215m² de área construída. Projetada em uma área de 450m², em Taubaté, a proposta foi valorizar os espaços mais amplos na casa, o que oferece ao morador maior funcionalidade e mobilidade. Pela área de estar, a arquiteta propôs o conceito de integrar os ambientes, implantando aberturas de vidro e unindo a área social com a área de lazer externa. Segundo Camila, o projeto foi concluído em um ano e meio e levou em consideração a iluminação natural dos ambientes. “No projeto desta residência térrea foram priorizados os espaços que proporcionassem ao morador maior funcionalidade, o que garante mais incidência de iluminação natural”, comenta.
Espaço A especialista aponta como diferencial do projeto a altura entre o piso e o teto na sala de estar, que segundo ela oferece a sensação de grandiosidade ao espaço. Uma parede de madeira de cor marrom dá o toque especial ao local. “A sala de estar possui ainda pé direito duplo, o que garante maior amplitude ao ambiente e mais imponência na volumetria final da fachada”, explica.
Detalhes Na residência, foram utilizados poucos materiais nos acabamentos, mas sem perder a elegância e equilíbrio no final.
Sala conta com pé direito duplo, o que amplia o ambiente
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Fotos: Arquivo pessoal
Fotos: Divulgação
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Projeto traz, acima, a fachada da residência em um condomínio em Taubaté; área valoriza funcionalidade da casa. Ao lado, a sala de estar e a cozinha contam com iluminação natural. De acordo com a arquiteta Camila Castilho, a proposta foi desenvolvida com 14 ambientes.
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Crônicas & Poesia por Neide Pereira Pinto
Valentina nasceu na favela Santa Rita, aos berros e com os olhos bem abertos porque não queria perder nenhum detalhe da vida. Filha de Maria Luiza, que a amparou nos braços e de quem herdou o DNA de sonhadora. Porém, Valentina nunca conseguiu esconder seus sonhos e pesadelos atrás do armário, como fazia Maria Luiza. Apesar das dificuldades enfrentadas pela pobreza extrema e pela falta de uma estrutura familiar, nunca se curvou para a vida. Soube enfrentar todas as suas agruras de peito aberto e com a coragem que nem ela mesma sabia de onde vinha. Era difícil, acima de tudo, ser Valentina na favela. Lá, era comum as mulheres serem subjugadas e bulinadas em muitas circunstâncias. Mas Valentina nunca entendeu essa lógica, e então resolveu não acreditar nela. Valentina também nasceu num sítio. Filha caçula de uma família de seis irmãos e de parcos recursos, desde muito cedo sabia que a sua história teria outro enredo, diferente da dos seus irmãos, que por falta de oportunidade se dedicaram à vida no campo. Apaixonada pela leitura e movida pela curiosidade sobre a vida além das porteiras do sítio, saiu de casa logo cedo, aos 11 anos, para estudar e ser a protagonista da sua própria vida. Valentina teve vida de rainha, numa família abastada e que realizava todos os seus sonhos. Desde que nasceu o mundo girou em torno dos seus desejos, e as portas das oportunidades se abriam num leve gesto. Mesmo com toda a estrutura e apoio familiar, não escapou de ter que enfrentar seus fantasmas e de fazer as próprias escolhas. Viveu no limiar da
dúvida e das certezas. Sofreu, amou, mas, sobretudo, escolheu ser Valentina. Valentina veio morar na capital em busca de seus sonhos. Nunca teve preguiça de acordar de manhã com o sol ainda nascendo, se produzir para mais um dia de batalha pela sua independência financeira e pessoal. Vestia a sua roupa mais confortável para pegar algumas horas de condução até chegar ao trabalho. Sozinha, lutava com todas as suas forças porque acreditava que ali era o seu lugar, apesar de ouvir o contrário das pessoas que faziam questão de constantemente colocar o seu mérito em dúvida. Valentina tinha dois filhos. Nasceu em uma família grande, e sua maior inspiração era a sua avó. Adorava quando ela vinha passar as tardes em sua casa e as duas iam para a cozinha fazer tortas e bolos. Quando seu marido chegava do trabalho, todos se reuniam em torno de uma mesa com a produção da tarde e se deliciavam com os sabores e os seus amores, que Valentina fazia questão de cuidar com todo carinho. Almejou essa vida e a vivia com toda a intensidade possível, ignorando os que achavam que escolhera “vida fácil” e
improdutiva. Quando deixava se influenciar pela dúvida, olhava para os filhos e tinha a certeza de que ali estava o melhor da sua essência. A cada segundo nasce uma Valentina com diferentes histórias, diferentes lutas, crenças, gêneros, fraquezas, forças e desejos. A cada segundo nasce uma Valentina disposta a ir à luta com as armas que a vida lhe oferece ou até mesmo com as mãos vazias, mas de peito aberto e coragem em punho. A cada segundo morre uma Valentina que sucumbe às pressões e não aguenta o peso de uma luta que já sabia perdida antes mesmo de entrar em cena, morta pelos preconceitos e pela violência a que muitas vezes é submetida. A cada dia renasce uma Valentina em nós que nos fortalece e nos dá a força necessária para enfrentarmos a vida como ela é. A cada dia se unem Valentinas dispostas a não aceitar a vida como ela é! Neide Pereira Pinto é arquiteta, empresária e membro da Academia Joseense de Letras. Escreve roteiros de HQ e livros sobre Meio Ambiente e cidadania para o público infanto juvenil.
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Vidas de Valentina
PODE COMPARAR, NENHUMA OUTRA RÁDIO TOCA TANTA MÚSICA COMO A ANTENA 1.
UMA CESTA, 200 MILHÕES DE BRAÇOS. NOSSOS ATLETAS VÃO RECEBER A FORÇA DE CADA BRASILEIRO PELA RECORD.
RIO 2016. JOGOS OLÍMPICOS TÊM QUE TER RECORD. R7.COM/RIO2016