Meon Essecial nº05 - Janeiro de 2019

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Janeiro de 2019 | nº 05

Passei dos 60 e agora? Leia a crônica de Luiz Eduardo Corrêa Lima

Surpreenda-se

Art Gallery A arte sustentável de Bia Doria

Pas De Deux

O paraíso é logo ali: Pousada Serra do Luar

Trinca de azes do humor

Passarella Com lenço e estilo neste verão

Shakespeare inspira Montblanc na série Writers Edition Conheça cada detalhe da homenagem ao escritor


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Estudantes da rede pública de São Sebastião participarão de intercâmbio nos Estados Unidos O que parecia uma realidade distante, e até impossível para alguns, está se tornando fato. Seis estudantes da rede municipal de ensino estão se preparando para representar o Brasil em um intercâmbio educacional e cultural em Fort Lauderdale, na Flórida, Estados Unidos, cidade irmã de São Sebastião. Os alunos embarcam no dia 24 de janeiro para os EUA, onde ficarão

hospedados em casa de famílias americanas até 02 de fevereiro. “A ansiedade já virou minha companheira, mas tenho certeza que vou aprender muita coisa nova, lá é tudo diferente. Quero aprender algumas gírias em inglês, já que vou conviver com adolescentes da minha idade”, relatou a estudante Amanda Santos de Queiroz, 14 anos, da Escola Maria Francisca, do Pontal da Cruz,

uma das selecionadas para o intercâmbio. A Prefeitura de São Sebastião foi convidada pelo The School Board of Broward County, por meio da escola secundária Pompano Beach High School, a enviar alunos e educadores sebastianenses para participar do intercâmbio educacional cultural, no qual desenvolverão atividades junto com outros 170 jovens de 12 países.


Fotos: Marcos Bonello/PMSS

Maresias ganha o Beco da Mulher Maravilha Foi inaugurado em Maresias, Costa Sul de São Sebastião, o Beco da Mulher Maravilha com o evento Arte no Beco. Com o novo espaço, plural e diferenciado, o público que frequenta a praia mais badalada do Litoral Norte, poderá contar com um lugar alternativo a tudo que o bairro já oferece de

melhor aos seus frequentadores. No Beco da Mulher Maravilha, as pessoas poderão encontrar variedade de entretenimentos simultâneos, apresentações musicais ao vivo, cinema, lojinhas, feiras artesanais, cursos, palestras e pontos bem aconchegantes para saborear uma boa comida e bebidas de

primeira qualidade, tudo isso promovido por artistas e comerciantes locais. O Beco da Mulher Maravilha é uma passagem entre a Av. Francisco Loup e a Rua Sebastião Romão César que foi totalmente grafitado por artistas renomados, dentre eles o seu idealizador, o arquiteto Carlito Colhado.


Ter ou não ter, eis a questão Montblanc homenageia Shakespeare na nova caneta da Writers Edition

Fabrício Correia São José Campos Na evolução do tempo a escrita, hoje, quase virou sinônimo de digitar, mas a matiz da caligrafia em uma carta escrita à mão é imensamente mais afetiva que a frieza do e-mail ou a mensagem instantânea dos aplicativos de celular. Quem escreve com o ritual da folha em branco e a caneta, transmite uma mensagem mais visceral. Escrever com tinta demonstra, além do tempo dedicado e a energia empreendida, a importância do conteúdo transformando-o em recordação. 6 | Meon Essencial

Além do prazer de escrever, há os que colecionam as canetas, algumas perfeitas obras de arte, produzidas quase que de forma exclusiva. Celebrando grandes nomes da escrita mundial, a Montblanc, marca do desejo de milhões de escritores vorazes, mantém no mercado a coleção Writers Edition. As histórias que esses autores, homenageados pela marca, contam são tão diferentes quanto as vidas que levaram. Todos os anos, desde

1992, a Montblanc presta homenagem a grandes escritores, cujas obras se tornaram parte da literatura mundial, com suas edições limitadas da Writers. Cada um dos instrumentos de escrita é inspirado pelo gênio dos autores e interpreta as vidas, comportamentos e obras das personalidades destacadas. O mais recente homenageado pela grife da escrita é o maior dramaturgo da história, William Shakespeare. A linguagem de Shakespeare é


Divulgação

cheia de imagens vívidas, abrangendo um enorme alcance estilístico o que a marca aproveitou com afinco. A paixão pela história inglesa, por meio da qual representou o mundo com todas as suas contradições humanas é um dos aspectos da homenagem talhada em resina preciosa, em preto e branco. O corpo do instrumento de escrita com sua fina gravura representa uma caneta de pena, e o anel de clipe lembra o brinco de ouro que Shakespeare

usava em seu retrato mais famoso, o retrato de Chandos. A série já homenageou nomes como Alexandre Dumas, Oscar Wilde, Virginia Wolf, Jonathan Swift, Julio Verne entre outros. Atualmente a marca conta com mais de 400 boutiques próprias e 9 mil pontos de vendas autorizados em mais de 90 países, que comercializam uma enorme linha de produtos de luxo, composta por mais de 3.000 itens, incluindo canetas, relógios,

óculos, artigos em couro, perfumes e joias. Na RMVale a S.Stein e Vivara, comercializam canetas e alguns acessórios da grife.

Serviço: RMVale S.Stein: 3942-5514 Vivara: 3921-9013 Loja oficial: www.montblanc.com.br

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Art Gallery

Fotos: Divulgação

Em busca da expansão da consciência Arte e engajamento ecológico

Estilo Arte contemporânea Produção Esculturas em madeira, mármore, parede, bronze, fibra e ferro

“Eu me identifico com esta matéria-prima (resíduos de floresta de manejo e árvores nativas resgatadas de queimadas), é uma troca permanente, que começa no tato e permanece enquanto descubro a forma que se esconde no diálogo que a natureza me transmite.”

Escultura de parede: Florações

Granito preto: Escultura figurativa


Madeira: Escultura abstrata

Bronze: Bailarina da Natureza

www.biadoria.com.br atelie@biadoria.com.br Meon Essencial | 9


Passarella

Por: Fabrício Correia

Com lenço e documento! Do sangue azul dos principados a realeza do cinema, tendo como embaixadoras Grace Kelly, Audrey Hepburn, Brigitte Bardot, Elizabeth Taylor e Ingrid Bergman, os lenços, headscarfs, voltam com tudo

em 2019. Usado na cabeça, no pescoço, nas bolsas e até mesmo como cinto, o lenço é o que há para este início de ano e sua versatilidade vai fazê-lo durar nos looks por muitas estações. Nomes de

Como usar? Além de combinarem com infinidades de figurinos se adaptam a quase tudo. Tem vários tamanhos, possibilitando que os maiores se transformem em peças de vestuário praticamente. Seja na cabeça, no pescoço, combinando com óculos tipo gatinho ou de lentes oversized continuam a arrasar em pleno verão 2019. Lenços pequenos e bandanas ficam incríveis utilizados como pulseira. Para as meninas que gostam de usar o cabelo preso também podem enrolar o lencinho no rabo-de-cavalo para dar um toque de cor ao penteado.

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peso do mundo da moda como Gucci e Versace apostaram firme no acessório, que ganhou o mundo fashion a partir das passarelas dos designers Richard Queen e Marine Serre neste retorno.


Fotos: Divulgação

E os meninos?

O verão também “acolhe” este acessório para os meninos, sendo inclusive ideal para a estação, afinal são de tecidos leves e com finalidade apenas decorativa. Além de versáteis, pois podem ser usados com camiseta, camisa, colete, jaqueta e blazer. Pode ser enrolado e curto, para os mais magros, e soltos e enrolado e longo para os mais “robustos”.

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Fotos: José Cardoso Neto

Surpreenda-se

Pousada Serra do Luar, o outro lado do paraíso Por: Fabrício Correia / SJC

Destino de ecoturismo, o distrito de São Francisco Xavier, em São José dos Campos é um presente para os amantes da natureza trazendo rapidamente ao nosso cotidiano de cidade, trilhas em meio a mata, cachoeiras e picos com vista para a deslumbrante Serra da Mantiqueira. É neste cenário paradisíaco que está localizada a Pousada Serra do Luar, onde os visitantes que procurem contato direto com a natureza e busquem tranquilidade e sossego com um toque de requinte e conforto, ficarão impactados com as vistas panorâmicas da montanha, além de uma piscina coberta aquecida com jatos de água, sauna e restaurante. E pasmem, uma cachoeira privativa. Meon Essencial conferiu as acomodações, serviços e constatou que o paraíso está bem perto. Há 10 km da mítica Cachoeira Pedro David, área de proteção ambiental de uso sustentável onde são permitidos apenas o banho e o lazer contemplativo, a pousada está

tambem a 1 km das cachoeiras de Pouso do Rochedo. Os chalés, extremamente aconchegantes, possuem lareira, área de estar, banheiro moderno, TV a cabo, telefone e frigobar. Algumas unidades também dispõem de uma banheira ofurô, ideal para estadas românticas. Na visita da Essencial um buffet de café da manhã, que inclui frutas da estação e pães caseiro, chamou a atenção. A pousada oferece restaurante com culinária regional e internacional. Para finalizar a vivência de forma plena, opte pela massagem com pedras quentes.

Pousada Serra do Luar Estrada de Santa Bárbara, 6789 São Francisco Xavier - SJC -SP Telefone: 12 3926-1402 www.serradoluar.com.br


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Pas De Deux

Por: Fabrício Correia Fotos: Divulgação

Trinca de azes do humor Originais e extremamente criativos, não reproduzem anedotas conhecidas e usam temas do dia a dia como combustível de seus respectivos trabalhos. Grace Gianoukas, Mila Ribeiro e Eduardo Martini, foram responsáveis por um novo sopro na comédia paulistana e ganharam o país. Na Meon Essencial comentam sobre o humor, suas afinidades e o momento atual do país.

Grace Gianoukas

Quais são os tipos de comédia que você mais se identifica em seu trabalho? Grace: Prefiro o humor que associa conteúdos que não tem nada ver a princípio e que surpreendam no final. Amo ironia fina. Mila: Da comédia cotidiana, que reflete as bobagens que cometemos todos os dias. Eduardo: Gosto das comédias que falam do ser humano, de seu comportamento, do dia a dia, de família, de amigos, enfim, das relações humanas. São as mais ricas a meu ver. Na hora da piada vale tudo? Grace: Não vale tudo na hora da piada. Existe o limite de nosso caráter. Precisa haver respeito, principalmente se estamos no palco falando com várias pessoas. Humor não pode ser sinônimo de desrespeito. Mila: Não vale tudo não. Humilhação, preconceito, incitar ódio, nunca! Eduardo: Não. A piada é especial. Não pode “valer tudo”. O que não tem graça, violência, por exemplo, não é piada. No Brasil atual, rir para não chorar? Grace: Não vejo como rir no Brasil atual. Infelizmente é tempo de chorar. Torço para que as nuvens passem e o sol volte a brilhar. Hoje, não me vejo cidadã, me sinto refém. Mila: Hoje, prefiro rir de mim mesma. E só. Eduardo: Tudo na vida tem dois lados. Eu me volto sempre para o lado positivo, da energia boa. Descubro que a cada dia sei menos, principalmente sobre brasileiros, porque o Brasil é só um país. Mila Ribeiro

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Eduardo Martini



Tuia

Por: Fabrício Correia

O rock rural surgiu no Brasil no início dos anos 70. Entoados por Sá, Rodrix & Guarabira, em um caldeirão onde rock, country, folk e música brasileira foram misturados com muita poesia. Com a poção pronta, seguiram Renato Teixeira, Zé Geraldo, Tavito, Luiz Guedes e mais recentemente, o príncipe do folk brasileiro, Tuia, que abre a temporada de apresentações musicais do SESC em São José dos Campos para 2019. Com mais de 20 anos de estrada, Tuia foi um dos criadores da banda Dotô Jeka. Em 2011, lançou seu primeiro trabalho individual, o CD/DVD “Tuia Ao Vivo”, seguido por “Jardim Invisível” e o celebrado “Reverso Folk”. Agora nos brinda com “Pop do Campo”, que além do prazeroso universo do rock rural, flerta com o pop, em um estilo singular, onde romantismo dá vazão a melodia poética e sonhadora deste compositor completo. O novo álbum faz parte de uma série de lançamentos com releituras de clássicos do rock rural desde os regionais até os mais populares. Na apresentação, Tuia, contará com Fernando Falvo, na bateria, Fernando Bozo no contrabaixo, Felipe Rosa no bandolim e violão e o tecladista, Wanderley Jr.

Serviço: Quando: Sexta-feira, 25 de janeiro, às 19h30 Onde: SESC – São José dos Campos Ingressos: Gratuitos 16 | Meon Essencial

Divulgação

Roda Gigante


Cinema A Favorita | Direção: Yórgos Lánthimos Na Inglaterra do século XVIII, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough (Rachel Weisz) exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana (Olivia Colman). Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail (Emma Stone), nova criada que logo se torna a queridinha da ma-

jestade e agarra com unhas e dentes à oportunidade única. Esplêndido trabalho do polêmico cineasta grego Yórgos Lánthimis, traz figurinos e cenários deslumbrantes. Com direção peculiar, traz uma história absurdamente lanthimesca e uma interpretação bastante comentada de Olivia Colman, que venceu o Golden Globe 2019.

Pablo Vittar De Uberlândia para o mundo, Pabllo Vittar percorreu de 2017 para cá uma trajetória meteórica daquelas impensáveis. Ela derrubou, de uma tacada só, preconceitos e a noção do que pode ou não ser sucesso no Brasil com o álbum “Vai Passar Mal”. Mais do que tornar-se uma estrela internacional da música brasileira, referência LGBTQ+, musa da internet, assunto de todos os dias, Pabllo ainda pode se orgulhar de entrar para a história por ser a primeira drag indicada a um Grammy e ao EMA. Em seu segundo álbum não desacelera. Com dez faixas inéditas consegue unir a brasilidade de nossa música com a potência do som internacional. “Não Para Não” conta com a participação especial de Ludmilla, Dilsinho e Urias.

João Fenix Como todo grande artista que preza a liberdade da democracia, chega com seu quinto álbum de estúdio com o coração na boca, ainda mais contundente do que o habitual. O novo álbum reúne sete canções inéditas de alguns dos mais significativos compositores da geração que despontou nos anos 2000, como Igor Carvalho, Alberto Continentino e Fernando Temporão, além dos já consagrados Pedro Luís, Moreno Veloso, Ivor Lancellotti, Caetano Veloso e Reginaldo Rossi. Fênix, que tem se dedicado mais a cantar do que compor, desta vez vem com uma parceria com Joana Duah, “Mar Profundo”, com letra dele. Impecável.

Literatura - Poemas, T.S Elliot A obra poética de uma das vozes fundamentais do cânone ocidental está sendo lançada pela Cia das Letras com nova tradução. O conjunto de poemas reunidos neste volume corresponde à poesia completa publicada em livro e em edições independentes lançadas em vida de um dos nomes centrais do modernismo, T.S Elliot. Entre 1917 — com “Prufrock e outras observações” — e 1939 — com “O livro dos gatos sensatos do Velho Gambá” —, o escritor produziu uma obra densa e profunda que, centrada na musicalidade, revolucionou definitivamente a paisagem literária do século XX. Em 1948, o autor de “A terra devastada” , recebeu o prêmio Nobel em reconhecimento à sua “contribuição excepcional e pioneira para a poesia contemporânea”. Com organização, tradução e posfácio de Caetano W. Galindo, este volume traz vários Eliot´s ao mesmo tempo, um cerebral e erudito, marca de sua primeira produção, outro divertido e travesso, que já na maturidade dedicou aos seus afilhados a famosa série de poemas sobre gatos, enfim, não perca! Capa dura.

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Secos & Molhados

Por: Fabrício Correia

Li Maria, florescendo em todas as estações Uma das mais doces vozes da MPB na atualidade, a cantora, compositora e percussionista, Li Maria, literalmente está florindo. Seu novo álbum “Eu tô Florindo”, totalmente autoral com 14 faixas, com arranjos de seu “muso” André Godoy vem ganhando a simpatia do público por onde quer que ela sopre sua melodia. Viajando pela música brasileira, o trabalho é extremamente rico em ritmo, melodia e harmonia, fazendo que Li desabroche após tantos anos de dedicação contínua a sua carreira e público. Com samba, baião, xote, maracatu, capoeira, reggae, pop, e até pitadas de rock progressivo, “Eu tô Florindo” é só uma das primeiras estações da vida desta grande intérprete.

Fernando Ito, cidadão do mundo Escultor nacionalmente conhecido, com direito a verbete na Enciclopédia Itaú Cultural e participação no celebrado “Provocações” apresentado pelo saudoso Antonio Abujamra, na TV Cultura, Fernando Ito, sempre declara sua paixão pela terra natal, Taubaté. Formado em arquitetura pela UNITAU, passou por grandes centros urbanos, chegou a morar cinco anos no Japão, mas o amor pela RMVale e o rincão de terra de nascimento de Monteiro Lobato sempre falou mais alto. Com exposições realizadas em diversas cidades brasileiras, uma de suas obras integrou o leilão beneficente Mãos a Obra, realizado pela galeria Victor Hugo em dezembro com renda destinada ao GACC – Grupo de Apoio a Criança com Câncer, de São José dos Campos. Da série, “penas”, esculpidas de 2001 a 2011, a peça leiloada nos remete a escrita, a caligrafia, ao universo do criar. As esculturas desta coleção foram feitas com instrumentos de marcenaria como goivas, enxós, facas e madeiras recicladas, encontradas na região.

Juan Sánchez, beleza revisitada Com exceção de algumas poucas estrelas e beldades, a grande maioria dos ‘mortais’ está insatisfeita com algum traço da própria feição. Pode ser um queixo pequeno, uma mandíbula pouco marcada, ou mesmo a falta de contornos faciais. A boa notícia é que os avanços da cirurgia plástica já permitem corrigir ou atenuar tais falhas por meio das cirurgias e implantes faciais, uma das especialidades do médico colombiano radicado em São José dos Campos, Dr. Juan Sánchez. Certificado pelo IPRAS (International Confederation for Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery), que é a única organização mundial que engloba todas as Sociedades Nacionais de Cirurgias Plásticas ao redor do mundo, o que confere atestado de boa reputação e elevados princípios éticos, o médico é o queridinho de 9 entre 10 socialites da RMVale. Em São José, sua imponente clínica já faz parte da paisagem urbana da Vila Adyanna.

Ângela Savastano, sabedoria e otimismo A cientista social e folclorista Ângela Savastano sempre foi uma mulher a frente de seu tempo. Prestes a completar 87 anos continua colaborando voluntariamente com o Museu do Folclore que ajudou a criar há mais de três décadas em São José dos Campos. Carioca, veio para RMVale ainda criança com sua família para o tratamento do irmão tuberculoso. Casada com o médico Rubens Savastano por mais de seis décadas, falecido em 2016, depois de criar seus filhos, voltou a estudar e se encantou com a cultura popular e as tradições que conferem identidade a um povo. Certa vez em entrevista ao Grupo Meon disse: “O nosso patrimônio cultural é formado pela nossa experiência de vida. Atualmente temos a tecnologia e a ciência, tudo melhorou. Porém, a sabedoria do homem é se preparar para o futuro e não se destruir pelo progresso. Nossa cultura tem que ser preservada, é a base de tudo”. Em tempo, em outubro passado durante a 52ª Semana Cassiano Ricardo, recebeu o importante prêmio cultural Troféu Cassiano Ricardo pelo conjunto da obra.


Crônica das cidades

Passei dos 60 anos e agora? Diz o ditado que a vida começa aos 40, então, se isso for mesmo verdade, aos 60, isto é, 20 anos depois da vida começar efetivamente, estamos atingindo o ápice da jovialidade. Desta maneira, eu posso me considerar um jovem que está na flor da idade, apesar dos 60 anos. Pois então, é assim mesmo que estou me sentindo. Nesse período, obviamente deixei de fazer muitas coisas que gostaria, entretanto consegui fazer outras tantas que nunca havia sequer pensado, quanto mais planejado. Esse é lado interessante da vida, que só se descobre depois que se vive. Inúmeras coisas acontecem, simplesmente porque acontecem. Alguém que tenha efetivamente apenas 20 anos, certamente é incapaz de prever todas as situações boas e ruins que terá que passar ao longo da vida, mas quando chega aos 60 você olha para trás e diz: caramba! Eu já passei por tudo isso? Ao longo da vida viajei muito, es-

tudei bastante e conheci muita gente pelo Brasil e pelo mundo afora. Saí de minha cidade e de meu estado natal e vim para o Vale do Paraíba e aqui em Caçapava conheci uma mulher maravilhosa com quem estou casado há 36 anos e com quem tive a felicidade de gerar duas filhas e um filho, que graças a Deus só me deram alegrias e que hoje estão todos formados e trabalhando. Aliás, Caçapava é uma cidade especial na minha vida, me deu tudo que tenho de mais importante: minha família, minha casa, meu trabalho e me deu o direito de tentar melhorar também a vida das pessoas. Aqui, me tornei um artigo definido e respeitado, o “Professor Luiz Eduardo”. Acredito que em qualquer outro lugar do mundo eu seria apenas mais um sujeito, um artigo indefinido e sem nenhum crédito pessoal particular. Depois de 60 anos a gente já aprendeu muito, porém, ainda falta muito, eu quero e preciso aprender mais. Tem muita coisa que eu ainda quero e cer-

tamente vou fazer. Aliás, agora é mais fácil porque a vida já me modelou melhor e já sou mais consciente daquilo que quero, que posso e que devo. Pois então, perceberam a diferença, quando a gente tem apenas 20 anos, a gente não reflete sobre aquilo que pode ou sobre o que deve fazer, a gente só consegue pensar naquilo que quer fazer e acaba descobrindo, às vezes de maneira árdua e sofrida, que nem sempre é possível. Todos nós passamos por isso. Como biólogo, sei que a vida; esse fenômeno fantástico, que até aqui, parece só estar presente no nosso planetinha azul esverdeado e que infelizmente nós humanos temos progressivamente tornado marrom. A vida é algo temporário e transitório, celebremos está dádiva com 20, 30, 60 anos ou a idade que nos for permitida ser vivenciada. O importante é viver intensamente até o último suspiro.

Luiz Eduardo Corrêa Lima é biólogo, professor universitário, pesquisador e escritor. Doutor em Biologia Animal, atualmente preside a Academia Caçapavense de Letras.

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