Fevereiro de 2019 | nº 06
Publicação do Grupo Meon de Comunicação | (12) 3204-3333
Art Gallery
Essencial Destinos
As cores amazônicas de Guataçara Monteiro
Guaratinguetá, fé, tradição e cultura
Surpreenda-se
O Elefante e a jaboticabeira
Voe e descubra as paisagens da RMVale
Leia a crônica de Eliana Maciel
Passarella Vichy: Xadrez de Piquenique!
Pet fashion
Grifes trazem luxo e estilo para os bichinhos de estimação
2 | Meon Essencial
Publieditorial
Marcos Bonello/PMSS
Casa da Cultura Patrimônio histórico de São Sebastião Localizado na Avenida Altino Arantes, 174, centro, o prédio foi construído por volta do século XIX e teve importante papel no desenvolvimento cultural do município, tendo abrigado o Grupo Escolar “Henrique Botelho”, a primeira escola pública de São Sebastião. Neste espaço a comunidade sebastianense por meio do grupo escolar participava de festas, sessões literárias e até viu surgir a criação de um centro de escoteiros em 1917. Na construção do prédio foram utilizadas três técnicas construti-
vas: a pedra e cal, pau a pique e alvenaria de tijolos. O emboço para entablamento de portas e janelas foi feito com massa e elemento cerâmicos. As divisórias internas nas construções do século XVIII eram feitas em pau a pique, porém neste caso foram usadas estruturas de madeira, com fechamento de tijolos e arranjos inclinados. O pau a pique foi utilizado em uma das divisórias internas nos fundos. Passou por grande reforma na década de 1950, descaracterizando-o em grande parte. A cober-
tura foi totalmente alterada, tendo sido a empena lateral demolida, todas as esquadrias originais, o piso (assoalho de madeira) e a forração trocados. Assim, nas obras realizadas em 1994 e 2002, optou-se por uma reforma que recuperasse os elementos que caracterizassem a construção do século XIX, o que foi possível por meio de pesquisas em material iconográfico, decapagem e prospecção arqueológica. Visite este importante patrimônio arquitetônico de nosso Estado.
Marcos Bonello/PMSS
Simplesmente, um luxo O mercado de produtos e serviços de grife para pets
Fabrício Correia São José Campos Perfumes de grife, roupas de haute couture e prêt-à-porter de marcas celebradas, coleira com joias, cosméticos especialíssimos, incluindo xampus, condicionadores e sabonetes. Spas, hotéis, com direito a massagens e banhos de ofurô com pétalas de rosas. Produtos e serviços para “endinheirados”? Mais ou menos, trata-se da nova abordagem do mercado para os animais sob a guarda da classe A. O luxo para animais de estimação tem se firmado como um mercado em ascensão, cada vez atrativo e com inúmeras opções. De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o mercado pet tem crescido ano a ano no Brasil, transformando o país no terceiro maior mercado do mundo, registrando faturamento superior a US$ 5 bilhões em 2107. O amor incondicional e a von8 | Meon Essencial
tade voraz dos guardiões mimarem seus “assistidos”, faz brotar novas profissões e serviços, além de produtos e acessórios criados especialmente para ampliar a vida de glamour e sofisticação para os bichinhos “sortudos”. Ralph Lauren, Hermès, Juicy Couture e Gucci são algumas das marcas de luxo internacionais que desenvolveram roupas caninas. No Brasil, o mercado fashion também segue o fluxo, a Cavalera fez uma área especial de sua flagship na Oscar Freire só com produtos para cachorro, incluindo roupas, caminhas e brinquedos. As peças vêm nos tamanhos P, M e G e reúnem estampas de diversas coleções da marca. A grife Q-Vizu, também já apresenta camisetas para cães. Outro acessório disputado são as bolsas para carregar os animaizinhos e os carrinhos de transporte, visto que praticamente é permitido o acesso de animais de estimação em todos os centros comerciais e um número cada vez maior de restaurantes. Meon Essencial, separou alguns produtos que irão diferenciar seu pet.
Ralph Lauren
Fotos: Divulgação
Bolsa Louis Vuitton
Bolsa Gucci
Coleira Hermès
Coleira Louis Vuitton
Body Dog
Cavalera
Cama Versace Meon Essencial | 9
Art Gallery
As histórias e encantos da RMVale ilustradas com as cores e raízes amazônicas Fotos: Divulgação
Escultura: Muriqui
Guataçara Monteiro
Acrílico: Boi Bumbá
“Existe algo de divino nas águas deste rio e nas serras deste Vale, que hoje habita os meus sonhos, transformando a minha arte em uma comunhão entre as cores, a alegria e o sagrado.”
Estilo: Eclético Produção: Pinturas, esculturas, instalações, murais e ilustrações.
www.guatacarabrasil.com (12) 99716 3444 (11) 997323533
Acrílico: Doce Floresta Acrílico: No coração do rio
Acrílico: Muiraquitã
Passarella
Por: Fabrício Correia
Xadrez de piquenique!
Queridxs,
Como disse o pai da química moderna, Antoine Lavoisier, “na natureza nada se cria, tudo se transforma”, assim também ocorre no mundo fashion. Uma padronagem delicada e maxi feminina voltou às passarelas e promete ser tendência em 2019. É o xadrez Vichy, que surgiu na cidade francesa de mesmo nome e após quase 70 anos, está em todos os lugares, das passarelas ao street style. Eternizado nos figurinos da musa Brigitte Bardot, que escolheu a estampa para o seu vestido de casamento com o ator Jacques Charrier, em 1959, o Vichy vai levar você a piqueniques urbanos.
Estampa possibilita diversas composições A versatilidade do xadrex Vichy é enorme, pode ser usada como vestido, saia e blusa em composição de look com outras peças de estampas aleatórias e diferentes que estão meio jogadas em seu guarda-roupa, como: uma blusinha casual listrada, um jeans surrado ou fingindo ser bem usado, ou até, é isso mesmo, com uma blusa florida, baby.
Se joga, Maria.
O vichy é perfeito para evitar qualquer preocupação e acertar sempre, tudo combina com ele, principalmente se você compor um mix de estampas, pode ser listrados, bolinhas e outros padrões geométricos. O look total em vichy, diferente de outras estampas, não fica ‘over’ e está super em evidência. Quer ficar ainda mais moderna? Misture dois tons de vichy e uma azeitona no dry martini, rs.
E os boys?
Popular em camisas, para usar com ou sem terno, o vichy já atinge outras peças de roupa do guarda-roupa masculino. Casacos, calças, gravatas, lenços e cachecóis estão nas listas de elegância de vários consultores de moda, tá okay?
Meon Essencial | 13
Surpreenda-se
Voo Panoramico: Sobrevoe as cidades e conheça as belezas naturais da RMVale duram entre trinta minutos e uma hora e meia. Os voos custam a partir de R$ 275 e partem mesmo que haja apenas um turista interessado. Meon Essencial fez o passeio de São José dos Campos até o Litoral Norte, com sobrevoo da cidade de Ubatuba, onde estão localizadas algumas das praias mais bonitas do país. Antes da decolagem o comandante Ailton Arantes apresentou algumas recomendações e explanou sobre o plano de voo. Em seguida fomos guiados para a pista do Aeroclube e conduzidos até o Aeroporto de São José dos Campos, onde acontece a decolagem. O piloto diz ao longo do percurso por onde está passando e explica sobre a região. A paisagem é incrível, dispensa comentários, e o passeio algo digno de tornar-se lembrança. A maioria dos voos é feita aos fins de semana, mas há possibilida-
de de realizar os voos panorâmicos também durante os dias da semana, com exceção das segundas-feiras.
Aeroclube de São J. dos Campos Rod. dos Tamoios, km 6,5 — Putim Tel: (12) 3944–2233 | 3944–1256 www.aerosjc.com.br
Fotos: Divulgação
Experimentar a sensação de voar e conhecer a RMVale a cerca de 300 metros de altura é uma atração que o Aeroclube de São José dos Campos oferece aos cidadãos, estudantes, turistas e amantes da aviação. Fazer um voo panorâmico pode parecer um programa caro, mas é extremamente acessível. O serviço é feito em pequenos aviões e tem tempo de duração e roteiros diferentes. Os passeios podem ser escolhidos entre vários destinos. O roteiro Vale do Paraíba, por exemplo, contempla uma visão de toda a extensão das cidades de São José dos Campos e Jacareí, desde o Rio Paraíba do Sul até a Rodovia Carvalho Pinto, passando sobre as represas de Jaguari e Igaratá. Estar frente a “Capital do Avião” do alto dá uma perspectiva totalmente diferente da cidade, imagine ver o Banhado e o Parque da Cidade de cima! Dê preferência a um momento em que o tempo estiver ensolarado e curta as paisagens da cidade de um ângulo extraordinário. avião. Os percursos
Pas De Deux
Por: Fabrício Correia
Tinha que ser o Chaves!
Fotos: Divulgação
Com tantas séries de TV e desenhos animados nos canais abertos, pagos e Netflix, quem nunca sonhou em ser um dublador profissional? No Brasil, o seriado Chaves, após mais de 30 anos de sua estreia, continua a ser uma das maiores referências em dublagem no país. Seus dubladores são reverenciados por centenas de fã-clubes. Meon Essencial conversou com as atrizes Cecília Lemes, que dá voz a versão brasileira da personagem Chiquinha e Marta Volpiani, nossa Dona Florinda. Quando você começou a dublar e qual seu processo de criação? Cecília Lemes: Comecei aos 9 anos de idade, em 1969. Já estava na televisão, fazia parte do programa infantil Zás Trás, na Globo, fui convidada para fazer um filme e precisei me dublar. Comecei dublando a mim mesma. Na dublagem, me disponho a imitar o personagem. Marta Volpiani: Comecei a dublar na década de 80, fazia novelas na TVS, hoje SBT, e lá havia estúdios onde eram dubladas as novelas mexicanas e alguns seriados. Costumo dizer que em dublagem não existe processo de criação, mas de imitação. Quanto mais você imitar o personagem, melhor fica o trabalho. Como é fazer parte do imaginário da infância brasileira durante tantos anos? O que o seriado Chaves significa em sua vida? Cecília Lemes: Fazer parte do imaginário das pessoas é muito gostoso. E quando essa criança já cresceu e reconhece minha voz? É uma alegria ainda maior, ver este adulto voltando ao passado. Não tem como falar de dublagem e não falar do seriado Chaves. Minha ligação com os fãs fica maior a cada dia. Marta Volpiani: Fazer parte do imaginário da infância brasileira é algo mágico. Essa mágica do Chaves continua acontecendo. Há fã-clubes de todas as idades. Tenho grande alegria quando as pessoas me param e dizem, “Marta sua voz me leva para sentimentos tão especiais de minha infância”. Que personagem de nossa história você gostaria de emprestar sua voz e qual deles merecia ficar calado? Cecília Lemes: Há diversos personagens da nossa história que eu gostaria de emprestar minha voz, não vou citar nomes, mas pessoas éticas, íntegras, justas, que tenham bom coração sempre podem contar com minha voz. Já os mal intencionados e com caráter duvidoso, merecem ficar calados. Marta Volpiani: São muitos. Eu adoro dublar. Quando eu vejo um filme no cinema ou televisão e reconheço uma boa atuação digo: Como gostaria de fazer este trabalho! Agora os personagens da atual política brasileira, eu não faria. Não emprestaria minha voz para a deputada Gleisi Hoffmann, por exemplo. Cecília Lemes (Esq.) e Marta Volpiani (Dir.)
Essencial Destinos
Por: Fabrício Correia
Localizada às margens da Rodovia Presidente Dutra, a 163 km de São Paulo/SP e a 237 km do Rio de Janeiro/RJ, e próxima de rodovias que dão opções de acesso a Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, e às praias do litoral, como Ubatuba e Paraty/RJ, a cidade das garças brancas é uma das joias da RMVale. Elevada a categoria de estância turística em 2013, tem como destinos principais de sua plataforma para o turismo religioso a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e a devoção a Frei Galvão, primeiro religioso brasileiro canonizado pela Santa Fé. A cidade possui belíssimos templos religiosos, como a Catedral de Santo Antônio, cuja construção se iniciou no século XVII. Com o
estilo arquitetônico predominante barroco, o perfil externo é recortado por coruchéus em forma piramidal. Em sua torre direita, construída em 1817, há um relógio e sinos que datam do século XIX. Você também poderá visitar a Casa de Frei Galvão e conhecer onde o primeiro santo brasileiro nasceu, em 1739, e viveu até os 21 anos. O local chega a receber dez mil visitantes por mês. A residência simples, de apenas dois cômodos, foi reconstruída em 1989, mantendo a arquitetura e o piso de pedra original. Uma exposição de quadros conta as passagens da história e dos milagres do santo e divide a atenção com os objetos pessoais.
Foto: www.chaocaipira.or
g.br
Foto: www.chaocaipira.org.br
Guaratinguetá, fé, tradição e cultura
Acer vodig
ital Unesp
Casa de Frei Galvão
Catedral de Santo Antônio
Uma das mais belas estações ferroviárias do Brasil, a Estação de Guaratinguetá, foi construída em 1914 pelo engenheiro Paulo de Frontin. O projeto arquitetônico é influenciado pela arquitetura inglesa vitoriana, o que se explica pelas fortes ligações daquele país com a instalação da ferrovia no Brasil. Com torre centralizada, coberturas individualizadas e acentuado caimento de suas mansardas é um dos patrimônios históricos da cidade tombados pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.
Onde ficar: Conheça mais sobre Guará
Hotel & Golfe Clube dos 500 Oásis entre São Paulo e Rio Em uma área de 600 mil m², com toda infraestrutura de um grande hotel , mas com o atendimento personalizado de um hotel exclusivo, o Hotel & Golfe Clube dos 500, tem o charme e clima acolhedor do interior paulista, traz os avanços tecnológicos de hoje e o glorioso passado da década de 50. Marcado pela arte, bom gosto e força de sua história ligada a grandes nomes da nossa cultura, como a arquitetura de Oscar Niemeyer, paisagismo de Burle Marx, layout do arruamento do urbanista Prestes Maia, o afresco de Di Cavalcanti e a capela de Ricardo Menescal, o hotel é diferenciado e único em seu estilo em toda RMVale. Os bucólicos jardins, com suntuosas árvores e lagos, oferecem o ambiente perfeito para um casamento no campo, por exemplo. Quem busca uma experiência exclusiva, quer desfrutar de relax, entretenimento e bem estar tem no Hotel & Golfe Clube dos 500 um variado menu de opções. Piscinas, externas e indoor aquecida, sauna seca e a vapor, fitness, hidro ao ar livre, campo de futebol e de golfe, quadras de tênis, cinema, sala de jogos, pistas para caminhadas, brinquedoteca e uma horta especíalissma. No interior deste resort do Vale Histórico também funciona um pet friendly, totalmente dedicado aos animais de estimação dos hóspedes. Divulgação | Suíte do lago |
www.hotelclubedos500.com.br
Divulgação
Roda Gigante
Emicida Por: Fabrício Correia
O rapper sobe ao palco do Sesc em São José dos Campos para o show da turnê “10 Anos de Triunfo”. Assim como a apresentação que deu origem ao DVD homônimo, esta será uma grande performance do artista apresentando músicas inéditas e passeando por sua discografia completa. “10 Anos de Triunfo” (Laboratório Fantasma/Sony Music) é o primeiro DVD solo da carreira do cantor, cujo nome vem em comemoração aos 10 anos de lançamento de uma das músicas mais icônicas do rap brasileiro, “Triunfo”. Produzida por Felipe Vassão, é tida como um marco dentro da história do hip hop nacional. Considerado uma das maiores revelações do hip hop do Brasil da década de 2000, seu nome artístico é uma fusão das palavras “MC” e “homicida”. Devido as suas constantes vitórias nas batalhas de improvisação do Santa Cruz, um dos berços mais importantes do rap de improviso em São Paulo, seus amigos começaram a falar que Leandro Roque de Oliveira era um “assassino”, e que “matava” os adversários por meio de suas rimas, a partir dai surgiu Emicida e seu bordão, “A rua é nóiz”.
O setlist da apresentação na RMVale incluirá canções desde a primeira mixtape, “Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida até que Eu Cheguei Longe”, até sucessos mais recentes como “A Chapa é Quente” (indicada ao Grammy Latino 2017), “Hoje Cedo”, “Passarinhos” e “Mandume”, entre outras. Acompanham Emicida, Dj Nyack (toca-discos e vocais), Car-
los Café (percussão), Silvanny Rodriguez Sivuca (percussão) e Michelle Cordeiro de Lemos (guitarra, violão e vocais).
Serviço Quando: Sábado, 23 de fev. às 20h Onde: SESC – São J. dos Campos Ingressos: R$ 9,00 p/ associados, R$ 15, 00 (meia entrada) e R$ 30,00
Literatura - O Construtor de Pontes, Markus Zusak Cinco irmãos perdem a mãe e são abandonados pelo pai. Crescem juntos, cuidando uns dos outros, numa casa bagunçada no subúrbio de Sydney. Se em “A menina que roubava livros” é a morte quem conta a história, em “O construtor de pontes”, novo romance de Markus Zusak, presente e passado se fundem na voz de outro narrador igualmente potente: Matthew, o filho mais velho da família Dunbar. Quando Michael, o pai que os abandonou, retorna à casa dos filhos, eles o renegam, mas um deles, Clay, se dispõe a ajudá-lo numa tarefa para a qual ele convocara a todos: construir uma ponte para atravessar um rio. Para isso, busca inspiração em Michelangelo e uma de suas obras mais instigantes. “O construtor de pontes” é uma história de amor entre irmãos, entre pai e filhos. Toda dor pode ser curada pelo amor. Markus Zusak nos presenteia mais uma vez com uma história inesquecível, uma trama arrebatadora sobre o amor e o perdão em tempos de caos.
Joyce Moreno - 50
Roberto Menescal 80 anos Não é todo dia que uma lenda da nossa música completa 80 anos de uma vida regada a produções plurais e de uma riqueza única. Roberto Menescal é o nome da vez, de novo. Um dos grandes protagonistas da Bossa Nova, o instrumentista, compositor, cantor e produtor, reconhecido por sua importância e contribuição para a música, carrega consigo o Prêmio à Excelência Musical entregue pela Academia do Grammy Latino e acaba de lançar pela parceria MP, B e Som Livre o álbum “Menescal 80 anos”, oriundo da turnê “Dia de Luz, Festa e Sol! Roberto Menescal e a Bossa Nova”, que ganhou o Brasil no ano passado com shows repletos de participações super especiais como Ney Matogrosso, Lenine, Wanda Sá, Jorge Vercillo, entre outros, nas 17 faixas autorais que o país inteiro canta de cor. Além do digital, o projeto chega também em formatos de CD e DVD.
Joyce aos 70 anos regravou, canção a canção, o seu primeiro LP lançado aos 20 com músicas compostas por ela e cuidadosamente escolhidas, na época, feitas por amigos de vinte e poucos. Os amigos: Marcos Valle, Ruy Guerra, Paulinho da Viola, Jards Macalé, Caetano Veloso, Francis Hime, Toninho Horta e Ronaldo Bastos. Amigos, para ela; para a história da música brasileira, um recorte muito representativo da mais brilhante geração de compositores, da qual Joyce foi a última, ainda que precoce, aparição. A cantora imprime em sambas, choros e canções, um nítido espírito feminista, característica denunciada por Vinicius com a palavra que ela nem conhecia na época. A ousadia de Joyce em “50” retrata sua própria evolução musical, a voz de menina ainda em formação em 1968, resultou em uma das vozes mais seguras e perfeitas da música brasileira de todos os tempos.
Cinema | Minha Fama de Mau, de Lui Farias
Na Tijuca dos anos sessenta o jovem Erasmo Carlos (Chay Suede) alimenta uma paixão: o rock and roll. Fã de Elvis,
Bill Haley e Chuck Berry, ele aprende a tocar violão enquanto vive de sonhos, bicos e pequenas delinquências. Mistu-
rando talento e um pouco de sorte, conquista a admiração do apresentador de TV Carlos Imperial (Bruno de Luca), um cara influente no meio artístico, e através dele conhece o cantor Roberto Carlos (Gabriel Leone), com quem começa a compor diversas canções. Um mega sucesso chega com a Jovem Guarda, programa de televisão onde Roberto, Erasmo e Wanderléa (Malu Rodrigues) são as atrações principais. “Minha Fama de Mau” é um mergulho emocionante na música e na vida de Erasmo Carlos que, com cabeça de homem e coração de menino, se tornou o Tremendão, símbolo vivo do rock nacional. Meon Essencial | 21
Secos & Molhados
Por: Fabrício Correia
Nati Martins, guerreira do vôlei A central do vôlei Natália Martins, orgulho de Lorena, disputa mais uma temporada da Super Liga Feminina de Vôlei pelo Osasco Voleibol Clube/Audax. Nati, como é chamada pela torcida, perdeu 70% da capacidade auditiva aos quatro anos de idade e sempre foi uma lutadora. Primeira atleta profssional surda a fazer carreira no voleibol no Brasil, aos 34 anos, não esquece suas raízes na RMVale. Há pouco mais de dois anos teve sua primeira experiência em competições de surdos, representou o Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Nati também já vestiu a camisa da Seleção Brasileira de Voleibol Feminino.
Maria Eugênia Villarta, arte e beleza
Há 35 anos uma taubateana, loira com reluzentes olhos verdes, hipnotizou os telespectadores brasileiros na abertura do folhetim televisivo “Champagne”, na Rede Globo. Maria Eugênia Villarta, ou simplesmente Maria Eugênia, foi uma das modelos mais famosas do país nos anos 70 e 80. Estampou cerca de 300 capas de revistas, além de participações especiais na novela “Água Viva” e no seriado “Tarcísio e Glória”. Casada com o engenheiro Jomar Cardoso, fundador da sólida empresa Villarta Elevadores, é mãe de 5 filhos. Encerrada a carreira de modelo, iniciou uma promissora atividade artística. Com o pseudônimo Villarta, nas artes plásticas, foi premiada no Salão Feminino do Rio de Janeiro e participa de diversas mostras e salões de arte.
Zamah, com a força do coração Cantor e compositor, Alessandro Zamah é um dos grandes expoentes da música na RMVale. Suas letras explicitam a matiz de sua identidade, exaltam as forças da natureza e mostram a simplicidade com que encara a vida e sua evolução espiritual. Na estrada desde o final dos anos 90, também é arte educador. Com álbuns celebrados como “Caçador de Cachoeiras” e “Vestido de Sol”, o cantor começou 2019 com um novo trabalho. O CD “Com a Força do Coração”, é inspirado nas belezas naturais de nossa região, e promove um passeio do rock à MPB. Convidado pelo Sesc São José dos Campos, brilhou em uma apresentação no início de janeiro.
22 | Meon Essencial
Luiz Galdino, paixão por contar histórias Nascido em Caçapava, de onde saiu aos dezoito anos, Luiz Galdino é um dos mais longevos escritores em atividade no país. Sua obra soma, hoje, mais de sessenta títulos e alguns de seus livros venderam perto de 1 milhão de exemplares. Com mais de trinta prêmios no Brasil e exterior, entre eles o Jabuti, o autor também conseguiu a proeza de ter suas histórias entronizadas no acervo da Biblioteca Internacional da Juventude, localizada em Munique, na Alemanha. Entre as obras mais conhecidas de Galdino, cinco foram publicadas pela editora Ática na inesquecível Série Vaga-Lume, ¨Pega Ladrão”, “A Vida Secreta de Jonas”, “O Brinquedo Misterioso”, “A Charada do Sol e da Chuva” e “Segura Peão”. Acessível e caloroso com seus leitores mantém pessoalmente seu perfil na rede social Facebook.
Crônica das cidades
O Elefante e a Jaboticabeira A primeira casa em que morei, depois de casada, ficava numa rua estreita e em declive, próxima à igreja de São Benedito. Rua Henrique Dias. Era uma casa pequena, com quatro janelas voltadas para a rua e um portão de ferro. Defronte a esta casa - e a quase todas as casas da rua -, havia um grande muro, estufado pela umidade e pelo tempo. Este muro separava a íngreme calçada do amplo quintal do casarão que ficava diante da Praça São Gonçalo. (Foi nessa Praça que eu, menina, perdi o ônibus e a esperança de levar o almoço para o meu pai.) O casarão, bem deteriorado, guardava, nos fundos, um espaçoso pomar. Não sei se havia outras árvores, só me lembro das jabuticabeiras. Da janela da minha casa - nº 57 - acompanhava durante todo o ano as mudanças das jabuticabeiras: os galhos quase nus, as folhas, as florezinhas brancas penduradas nos galhos, os tufos macios que explodiam em frutos pretos, luminosos, bem grandes. As muitas jabuticabeiras ofereciam sombra a quem passava pela calçadinha. Quando grávida, senti desejo incontrolável de provar as jabuticabas. E me entregaram bacias e bacias de lustrosos frutos, muito doces e de casca bem fina. Aquelas jabuticabeiras me pare-
ciam eternas. Um dia, não lembro se era manhã ou tarde, ouvi um grande alarido na rua. Abrindo a janela, notei que um cortejo alegre se aproximava: o desfile de um circo que se instalava na cidade. Peguei meu filho no colo, sentei-o sobre a janela e, segurando firmemente seu tronco, pus-me a olhar e a mostrar para ele as personagens. Na carroceria aberta de um caminhão, homens e mulheres com roupas coloridas rodopiavam, dançavam, exibiam cartolas de lantejoulas e fraques de brocado. Os palhaços acenaram para nós e meu pequeno filho estendeu sua mãozinha para cumprimentá-los. A música circense transformava a rua quase tranquila num picadeiro. Eu e meu menino ficamos ali, absortos. O último carro se aproximou. Era uma carreta que puxava uma enorme jaula. Lá dentro, um elefante, de orelhas baixas e olhos tristes. (Sempre são tristes os olhos enjaulados!) Apontei-o para meu filho, repetindo o nome do animal para que memorizasse. Neste momento, o semáforo lá
embaixo p a s sou de verde a vermelho. O cortejo todo parou sob as jabuticabeiras. Em um breve instante, flagrei o inusitado: o elefante deslizou a tromba por entre as barras da
jaula e, sem nenhuma cerimônia, enlaçou um dos galhos de uma jabuticabeira desavisada. O sinal abriu, a jaula escorregou pela rua e o galho se soltou da árvore. O elefante, incontinenti, engoliu-o. E pronto! O cortejo seguiu caminho. Poucos segundos depois, a rua era a mesma. Menos por um fato: um elefante vindo sabe-se lá de onde (África? Ásia?) alimentou-se de um galho de uma jabuticabeira brasileirinha do fundo do quintal de um casarão colonial no centro de Guaratinguetá. Nenhum “flash” registrou o momento. Exceto os meus olhos e os do meu filho que, de tão novos, não guardam lembranças. Anteontem, passei pela Rua Henrique Dias. Derrubaram o casarão. Derrubaram as jabuticabeiras. Decerto uma enorme máquina as foi deitando ao chão, folhas sob as rodas, raízes expostas. Uma máquina com a mesma falta de cerimônia e sem a mesma inocência do elefante. O operador da máquina decerto nem soube da sombra das jabuticabeiras na calçada e na textura da casca dos seus frutos. Nem sabia do desejo de uma moça grávida ou do abraço de um elefante. Vão construir um prédio. “Dois ou três dormitórios”, diz o anúncio. “Varanda ‘gourmet’”. Interessante. Lembra-me Fernando Pessoa: “Aquela senhora tem um piano Que é agradável, mas não é o correr dos rios Nem o murmúrio que as árvores fazem... Para que é preciso ter piano? O melhor é ter ouvidos E amar a Natureza.”
Eliana Maciel é professora, escritora e supervisora de ensino da rede pública do estado de São Paulo. Graduada em Letras e Pedagogia, especializou-se em Gestão Educacional pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Nascida em Guaratinguetá, é autora do livro “Menina dos Olhos”, Scortecci Editora.
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