Metrópole Magazine - Junho de 2016 / Edição 16

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São José dos Campos, junho de 2016 | 1

www.meon.com.br

Junho de 2016 – Ano 2 – nº 16 – Distribuição gratuita*

Taubaté pulsa

Mercado de alto padrão vive um momento singular na cidade e mostra seu potencial de crescimento

ENTREVISTA

ESPECIAL

Pré-candidato pelo PMDB em Taubaté, o empresário José Saud quer governar pensando nos outros

Histórias de adoção e provas de amor que envolvem diversas questões

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4 | Revista Metrópole – Edição 15

metr pole magazine

EDITORIAL

A ECONOMIA NA RMVALE

Diretora-executiva

Regina Laranjeira Baumann

Editor-chefe interino

Eduardo Pandeló

Editor

Adriano Pereira

Revisão

Luiza Paiva

Diretora Comercial

Denise Santos

Departamento Comercial

Alyne Proa Andresa Oliveira Fabiana Domingos Gabriela Agostini

Henrique Macedo

Repórteres

Moisés Rosa Rodrigo Ribeiro

Diferentemente do sentimento que norteia grande parte da populaLuiza Paiva ção da RMVale, na verdade, vislumbra-se por aqui sinais reais da forAdriano Pereira Diagramação ça dessa região na economia, com destaque para aQUEM cidade de Taubaté CONHECE, CONHECE BDO Idelter Xavier que, com empreendimentos de alto padrão e prestação de serviços diUma das Big 5 ferenciada, contempla um público que sabe exatamente buscar o que Marcus Alvarenga Líder no middle market Colaboradores há de melhor. 21 escritórios no Brasil Auditque | Taxesta | Advisory abordados edi-

São tantos os setores que poderiam ser ção da Metrópole Magazine teve que se limitar a alguns, mas não sem demonstrar as perspectivas desta cidade que, como outras da região, deixa claro que a RMVale é extremamente relevante no cenário nacional.

Cumprindo o compromisso de entrevistar os pré-candidatos a prefeito das cidades da região, traz, ainda, o representante do PMDB em Taubaté.

João Pedro Teles

Pedro Ivo Prates (fotógrafo)

Arte

Gabriel Gaia

Mídias Sociais

LP Virtual

Departamento Administrativo

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Regina Laranjeira Baumann

Metrópole Magazine Avenida São João, 2.375 –Sala 2.010 Jardim das Colinas –São José dos Campos CEP 12242-000 PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br

A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação Tiragem: 15 mil exemplares Distribuição gratuita * Permitida venda em bancas por R$ 3,00

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6 | Revista Metrópole – Edição 16

ECONOMIA O mercado de luxo encontra demanda em Taubaté.

TURISMO O frio chegou e a Serra traz bom gosto e requinte.

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40

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Divulgação

ENTREVISTA José Saud é o pré-candidato do PMDB à Prefeitura de Taubaté. Nesta entrevista, ele fala sobre os desafios de administrar a cidade.

CULTURA O cineteatro Benedito Alves reabre restaurado e renovado.

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COMPORTAMENTO Os namoros são formados a partir de um clique de botão na era das redes sociais.

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ASAS O avião elétrico existe e o projeto tem o carimbo “Made in São José”.

46 Pedro Ivo Prates

Erva do bem Como o princípio ativo da maconha está auxiliando no tratamento de doenças crônicas. O preconceito e a falta de informação ainda são empecilhos para que o THC seja usado de maneira mais segura e comprovada.

7 10 12 50

Pedro Ivo Prates

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Sumário

Pedro Ivo Prates

Espaço do Leitor Aconteceu& Frases& Cultura&

64 68 70 74

EDUCAÇÃO A Escola Interativa funciona? Fomos ouvir especialistas e envolvidos no processo de digitalização do ensino público em São José dos Campos.

18 Divulgação

52

POLÍTICA Os partidos e seus pré-candidatos já estão na rua em campanha. A corrida começou e a Metrópole Magazine traz um panorama de como serão as eleições este ano.

Gastronomia& Social& Arquitetura& Crônicas&Poesia


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Espaço do Leitor Edição 15 – Maio de 2016 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Feedback A edição de maio da Metrópole Magazine trouxe na capa as histórias de mulheres que por algum motivo entraram para o mundo do crime, mais especificamente o tráfico de drogas. Algumas cresceram no meio desse delito, outras foram levadas pelos companheiros ou por pura necessidade de sobrevivência diante da total falta de opção lícita para garantir a comida na mesa. Em comum, todas se arrependem. O dinheiro ganho com o tráfico não pagou a liberdade que lhes foi tirada.

Elas fazem parte de um universo que cresceu mais de 500% nos últimos 15 anos. É espantoso, preocupante e de combate até agora ineficaz. A edição também trouxe uma reportagem interessante sobre as redes de trocas de serviço que estão aparecendo na região. Sem dinheiro, a troca de um serviço pelo outro parece ser uma saída sustentável e benéfica para a crise. Outras tantas boas histórias recheiam a edição passada, assim como essa que está na sua mão. Aproveite!

Política Gostaria de parabenizar toda a equipe da revista Metrópole Magazine, pela matéria “Contrariando a lógica”. Ela foi abrangente e esclarecedora. Agora tenho a certeza de que a professora Ana Abreu será précandidata a prefeitura de Jacareí nas proximas eleições e terá o apoio do vice governador Márcio França. Marilene Rodrigues, 63 anos, aposentada

Qualidade

Erramos

Quero parabenizar a equipe da revista Metrópole pelas excelentes matérias. Adoro ler a revista principalmente as matérias voltadas à saúde e política. Revista linda e sempre atual. Adorei a capa do mês de maio. Parabéns, sucesso sempre!

Diferentemente do que foi publicado na matéria “O senhor avião”, na edição de maio, o avião T-6 pode fazer voos invertidos. A observação foi feita pelo leitor Pedro da Costa, de São José dos Campos.

Sandra Martins, 44 anos, empresária

Envie email contendo: nome, idade e profissão para metropolemagazine@meon.com.br ou por correio para av. São João, 2375 - sl 2010 - Jardim das Colinas - São José dos Campos - SP - CEP: 12.242-000. Em função de espaço, as mensagens poderão ser resumidas.

facebook.com/portalmeon

metropolemagazine@meon.com.br

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Artigo&

O desejo e o Dia dos Namorados Divulgação

D

entro do tema sexual, escute. Escute o que está dentro de você! Escute o que o outro tem a dizer. Para um relacionamento sexual saudável, é imprescindível uma boa conversa. As nossas expectativas são diferentes quando falamos de gênero. Enquanto o homem tem um fator visual como estímulo, as mulheres têm o sentimento. Então, a saída é dialogar: o que gostamos em carícias, fala e sussurros; o que gostaríamos de ouvir no momento do amor. Eles devem dizer o que os atrai, sejam os seios, costas ou o bumbum. Nós mulheres, emoção, os homens, o desejo... Grande junção matemática, em que a soma é o amor. No amar, o ato sexual reflete a grande surpresa do amor. Sentir e falar sobre as expectativas é absolutamente urgente. Diga o que se quer, fale abertamente sobre o que gosta, o que te realiza. Embora isso possa parecer normal, o que se vê na maioria das consultas com os casais é que o “falar” mostra-se exatamente como o ponto mais difícil, com o receio que seja ouvido como crítica ou até excesso de experiências anteriores, que pode resultar em brigas. Diferentemente disso, a conversa sobre sexo entre o casal é uma necessidade, especialmente porque a sexualidade é um fator que impulsiona crises conjugais e falar sobre isso evita conflitos e constrói um relacionamento estruturado.

Muitas pessoas acham que com o desgaste natural do relacionamento seja impossível se reapaixonar, mas não é. O que torna isso possível é o sentimento e a compreensão. São as longas conversas – que não devem ser confundidas com o famoso discutir a relação - mas sim dizer o que queremos, sem restrição, sem vergonha ou medo de ferir. A verdade dita com respeito ao outro é simplesmente uma verdade que também nos atinge. Se você disser com dor e amargura, raiva e desanimo, isso

não irá construir ou reconstruir uma relação, mas com sinceridade e amor, é possível retomar aquilo que se perdeu com o tempo. Portanto, quando a gente conversa é para haver um entrelaçamento de pessoas e desejo, cumplicidade e beijos, carícias e expectativas verdadeiras. Falar sobre amor e Dia dos Namorados é chavão, melhor é sempre viver! Lavínia de Alvarenga Vieira é psiocóloga clínica com especialização em psicodrama, terapia de casal, família e sexualidade humana (FMUSP)


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10 | Revista Metrópole – Edição 16

Aconteceu& Divulgação

Após repercussão na mídia nacional e regional sobre a decisão contrária à concessão do título de cidadão joseense ao Juiz Sérgio Moro, pela Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal, todos os vereadores de São José dos Campos, seguindo uma tradição da casa, votaram a favor do direito ao título no dia 19 de maio. O relator da comissão, vereador Wagner Balieiro (PT), havia justificado durante análise da comis-

são que o juiz não teria prestado serviços ao município, de acordo com a obrigatoriedade da Lei Orgânica Municipal. Após votar a favor do título o vereador disse à reportagem do portal Meon que “A tradição dentro da Câmara de São José dos Campos é de que todos os títulos de cidadão joseense sejam votados por unanimidade pela aprovação, respeitando a iniciativa de qualquer um dos vereadores. Todos os títulos de cidadão joseense nesta casa até hoje foram aprovados por unani-

Ocupação da Etec Os 150 alunos que ocuparam as dependências da Etec (Escola Técnica Estadual) “Geraldo José Rodrigues Alckmin”, em Taubaté, deixaram a unidade no dia 13 de maio após cinco dias de protestos, atividades culturais e debates educacionais e políticos. A ocupação aconteceu no início de maio, no mesmo dia em que alunos eram retirados de unidades na capital paulista, onde já estavam há mais de uma semana realizando manifestações contra a conduta e administração do Estado, reivindicando melhorias nas condições dos prédios, nos materiais de uso em sala de aula e mudança na merenda oferecida aos alunos que permanecem dois períodos no Centro Paula Souza. O Centro Paula Souza se manifestou através de nota informando que na unidade de Taubaté, a partir do segundo semestre, os alunos do período integral serão beneficiados com uma refeição ao invés da merenda seca (bolacha e leite) que é entregue atualmente. “A partir de agosto, as Etecs que ainda não serviam refeição e têm alunos estudando em tempo integral passarão a distribuir almoço”, informa. O portal Meon acompanhará o caso.

midade”, explicou Balieiro. A proposta foi uma iniciativa da vereadora do PSDB Dulce Rita, que comemorou a aprovação afirmando ser um ato de grandeza e justiça nomear o juiz Sérgio Moro como cidadão de São José dos Campos. “Existe um Brasil antes e depois do Moro. Ele fez da vida um objetivo de acabar com a corrupção. Os vereadores de oposição reviram o parecer contrário, perceberam que a coisa estava muito mesquinha e fizeram uma justa homenagem”, afirmou a vereadora. Divulgação

Sérgio Moro é joseense


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Primeiros atos de Temer

da CPMF seria a principal alternativa, mas a proposta já foi atacada dentro do próprio governo e por aliados. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, também se opõe à criação de impostos. Reforma da Previdência Outra polêmica da área econômica é a reforma da Previdência. O ministério da Fazenda, defende a fixação de uma idade mínima e uma regra de transição para quem já está no mercado de trabalho. Em nota emitida pela Força Sindical a ideia foi chamada de estapafúrdia. O governo deve formar um grupo de trabalho para elaborar uma proposta de reforma e apresentá-la em 30 dias. Revisão do SUS O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que, em algum momento, o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garante, como o acesso universal à saúde, o que poderia representar cortes no SUS (Sistema Único de Saúde). Ministro da Justiça desautorizado O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que o governo de Michel Temer não deveria, obrigatoriamente, nomear para a chefia da Procuradoria-Geral da República o mais votado por integrantes da carreira em uma lista tríplice. Ele também declarou que o poder do Ministério Público não pode ser absoluto. Temer disse que manterá a tradição de escolher o primeiro nome da lista tríplice para a Procuradoria-Geral. Logotipo desatualizado O logotipo do governo interino também virou polêmica. Criticada por designers, que a acharam conservadora, a imagem divulgada tinha apenas 22 estrelas, quantidade que aparecia na bandeira brasileira na década de 1960, inclusive no período da ditadura.

Curtas • O Litoral Norte ganhou um mapa inédito com 87 atrativos turísticos nas quatro cidades que compõem a região. Agora, os interessados em visitar Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela, terão informações sobre opções de turismo sustentável e atividades realizadas pelas comunidades tradicionais, foco do levantamento feito pelo Observatório Litoral Sustentável. O mapa está disponível no Google Maps. • Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) definiu um novo prazo para a unificação do código DDD para ligações entre as cidades da RMVale. A decisão foi publicada, no Diário Oficial da União no início de maio e estabelece 180 dias para que as concessionárias efetuem as mudanças estabelecidas, ou seja, até 1º de novembro. • A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou o reajuste anual dos valores das tarifas para água e esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São PauDivulgação

O portal Meon em seu noticiário nacional publicou uma série de matérias e reportagens sobre as idas e vindas, atritos e assuntos polêmicos do início do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB). Confira as principais polêmicas dos primeiros dias do governo Temer. Fim do ministério da Cultura Michel Temer decidiu unir ministérios para diminuir a quantidade de pastas e gerar economia, o que despertou uma série de críticas. As que mais ganharam visibilidade foram as críticas ao fim do Ministério da Cultura (MinC) unido ao Ministério da Educação. Para tentar minimizar as queixas, criou uma secretaria nacional de Cultura, mas em seguida voltou atrás e recriou o Ministério. Ministério sem mulheres Temer montou uma equipe de ministros com predomínio de políticos e somente com homens brancos, alguns citados e investigados na operação Lava Jato. Depois de muitas críticas, anunciou a economista Maria Sílvia Bastos Marques que aceitou a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Um dia depois a procuradora e professora Flávia Piovesan aceitou o convite para ser Secretária de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Suspensão do Minha Casa, Minha Vida O presidente interino prometeu manter os programas sociais do governo do PT, mas o ministro das Cidades, Bruno Araújo, tomou medidas que reduzem ou congelam o programa. Primeiro, ele revogou a autorização para construir 11.250 unidades e abandonou a meta de contratar a construção de dois milhões de moradias até o fim de 2018. Volta da CPMF Na economia, a polêmica envolveu a possível volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a meta do governo seria diminuir a carga de impostos, mas que agora pode ser preciso aumentá-la em função das dificuldades financeiras. A recriação

Divulgação

lo) em 26 cidades da RMVale. O reajuste de 8,44%, será aplicado a partir deste mês para todos os segmentos de consumo o índice corresponde à inflação anual medida pelo IPCA no período de março de 2015 a março de 2016, que foi de 9,3%. • A General Motors vai contratar 200 trabalhadores para a fábrica de São José dos Campos, a princípio por um período de sete meses. Eles vão trabalhar no segundo turno da linha de produção da picape S10. Notícias de contratações têm sido cada vez mais raras no setor automotivo, que passa por uma profunda crise de vendas. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, o objetivo da contratação é ter uma produção extra de mil unidades mensais da nova versão da S10, que serão exportadas para a Argentina e o México.

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Frases&

É um absurdo prejudicar tanta gente por uma questão meramente política Amélia Naomi (PT) culpando o vereador Juvenil Silvério por prejudicar as obras da 2ª fase do Hospital da Mulher

” “

O que questiono é o modelo de financiamento destes R$ 45 milhões, que serão pagos em forma de aluguel em 15 anos. Qual o tamanho dessa conta? Quanto vai custar no final Juvenil Silvério (PMDB) sobre a licitação para as obras da 2ª fase do Hospital da Mulher

Ainda preciso fazer alguns ajustes para me encaixar no padrão exigido pela comissão avaliadora. Nutricionistas, dermatologistas, esteticistas e educadores físicos vão me acompanhar nesse processo

Bruno Galhardo, Mister São José dos Campos selecionado para o Mister Brasil 2016, sobre sua preparação para o concurso de beleza mais importante do país


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Fotos: Divulgação

Fui diagnosticada com Esclerose Múltipla há 3 meses, nesse período senti muita falta de informação sobre a doença. A maioria das pessoas não sabe do que se trata e, muitas vezes, julgam o portador de maneira preconceituosa Raquel Costa, 26 anos, publicitária, criadora do projeto “Somos todos Esquecidos” em apoio às pessoas que sofrem com essa e outras doenças que afetam a memória

Não esperava tão nova e em pouco tempo nas competições internacionais já receber duas propostas de estudo em escolas de dança em outros países

Rafaela Pandolphi, 13 anos , após conquistar bolsas de estudo em escolas internacionais de ballet durante competição em Nova Iorque

Sinto um alívio e a verdade veio à tona. Esse processo se iniciou num erro do Tribunal que pegou números errados e eu não cheguei a ser ouvido

Antonio Carlos (PSDB) prefeito de Caraguatatuba, sobre anulação da ação civil pública de improbidade administrativa na contratação da empresa que fornece merenda escolar


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ENTREVISTA

Olhar empresarial com pensamento regional Pré-candidato pelo PMDB em Taubaté, o empresário José Saud quer governar pensando nos outros Eduardo Pandeló TAUBATÉ

E

ncontramos o empresário José Saud, em uma sala comercial de sua propriedade na região central de Taubaté. Uma sala pequena e simples, com dois ambientes muito bem arrumados e com decoração sóbria. Simpático e falante, Saud nos recebeu para a entrevista e em cerca de duas horas de conversa mostrou-se decidido e convicto de que pode mudar o jeito de pensar a política em Taubaté. José Antônio Saud Júnior, 53 anos, é empresário, casado e pai de quatro filhas. Formado em engenharia civil, física e pedagogia e pós-graduado em hotelaria e gerência de cidades. Como professor, deu aulas por quase 10 anos na rede pública estadual. Empresário de sucesso, atua nos ramos de educação, comércio, construção civil e eventos, juntamente com a família, por meio de suas empresas, faz parte do grupo responsável pela gestão de diversos projetos sociais em Taubaté. Saud está filiado ao PMDB há mais de 30 anos, mas nunca concorreu a uma eleição e não havia ocupado nenhum cargo público até janeiro de 2014, quando assumiu a função de Secretário de Turismo e Cultura de Taubaté a convite do prefeito Ortiz Júnior (PSDB), cargo que ocupou por apenas sete meses.

Atual presidente da Associação Comercial e Industrial de Taubaté (ACIT) e presidente licenciado do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Similares), José Saud nos conta nessa entrevista como pretende usar a criatividade para desenvolver a economia da cidade e planejar Taubaté para os próximos 30 anos pensando também no desenvolvimento das cidades vizinhas.

“No comércio nós conversamos uns com os outros para crescermos juntos, então não importa que posição eu esteja. Se o (Ortiz) Júnior vai me apontar como candidato ou não, isso é uma decisão dele, não é minha. Eu estou fazendo meu trabalho devagarzinho, indo em cada região”

Como você decidiu ser pré-candidato? Depois de trabalhar sete meses na prefeitura como gestor, notei como é possível consertar os probleminhas que existem. Ali eu vi que dava para agilizar mais a prefeitura e fazer com que ela caminhe. Por várias vezes entramos com projetos na prefeitura e o trâmite é muito demorado. Dá para agilizar e conciliar isso, deixar o cidadão menos tempo lá, o funcionalismo público mais contente porque as coisas funcionam, andam. Estou cansado de fazer pinceladas. Vou e ajudo uma comunidade aqui, outra ali, ajudo uma igreja lá. Poder ajudar com a prefeitura toda, fazer com que ela se dinamize e comece a gerar emprego facilmente, porque hoje tudo é um bloqueio atrás do outro, foi isso que me trouxe. No partido há 30 anos, como foi se tornar pré-candidato dentro do PMDB? Quando me coloquei à disposição do partido, a resposta foi: que bom que veio! Não tive problema nenhum dentro do partido. Aliás, já havia recebido convite, não só aqui em Taubaté, mas dos diretórios de São Paulo e Brasília. Isso por conta desses 30 anos de PMDB, comecei a trabalhar de outra forma mantendo contatos e conversando com os membros do partido. Hoje, através das redes sociais, se mantêm uma conversa interessante e mais rápida com as lideranças e isso foi me trazendo para o meio. Nessas conversas, quando anunciei minha vontade, os três diretórios concor-


São José dos Campos, junho de 2016 | 15

Dizem que se Ortiz Jr. não for candidato, você poderá ser apoiado pelo PSDB. Eu sou comerciante e por isso converso com todo mundo, de A a Z. Faço muito isso. Eu converso com a Pollyana (Gama), com o (Ortiz) Júnior, com pessoal do PT, e com todos os partidos. Mas não é uma conversa de: “Nós vamos nos unir”, mas uma competição sadia mesmo. Porque é isso que está faltando em Taubaté. No comércio nós conversamos uns com os outros para crescermos juntos, então não importa que posição eu esteja. Se o (Ortiz) Júnior vai me apontar como candidato ou não, isso é uma decisão dele, não é minha. Eu estou fazendo meu trabalho devagarzinho, estou indo a cada região, a cada bairro desde o ano passado, montando um plano de governo. Um plano de governo tem que sair do jeito que o cliente quer. O cliente é o cidadão, o usuário do sistema, é ele que tem que definir qual é o planejamento que deve ser feito em sua cidade. O que é preciso fazer em Taubaté? Na mobilidade urbana, os trens, por exemplo, falam tanto em tirar os trilhos e fazer avenidas e eu sou contrário a isso. Quero utilizar a lei da concessão, que diz que a empresa tem que disponibilizar o uso de pelo menos duas composições, que vem e que vão. Quem sabe fazendo funcionar os trens dentro da cidade em harmonia com o cidadão, como temos em Campos do Jordão um bondinho funcionando. Isso a gente tem que fazer, disso eu entendo, acho que sei como por essa cidade para andar.

Na questão do desenvolvimento econômico, o que o prefeito precisa fazer? Eu trabalhei muito com o turismo e continuo muito ligado a isso. Só o turismo desenvolve outros 52 setores da economia. Taubaté trabalha há muito tempo atraindo a indústria automobilística, mas se ela está em baixa, acabou. Isso é uma bola de neve, cada demissão na indústria leva mais gente do comércio. Acho que Taubaté, proporcionalmente ao número de habitantes, é que tem maior índice de desemprego no Vale. Precisamos explorar nossos potenciais. Nós não temos,

por exemplo, um turismo esportivo, temos duas serras, para trecking, mountain bike e outros esportes de aventura. Porque não desenvolvemos isso? E não é só. Têm o turismo histórico e religioso. No turismo de negócios podemos fazer um centro de convenções. Podemos fazer usinas e reaproveitar o lixo gerado para desenvolver a região próxima. Podemos organizar cooperativas para fazer uniformes para as escolas, a prefeitura coloca as máquinas, a Acit e o Sebrae dão um treinamento e assim vamos fazer com que sejam competitivos e

Fotos: Pedro Ivo Prates

daram e me apoiaram. Eu não vejo muita diferença entre gerir uma campanha e gerir uma empresa. O problema é que são só seis meses, mas tem gente trabalhando do mesmo jeito. Terei que gerenciar os conflitos, o financeiro, enfim, tudo igual. Eu mesmo fiz meu caixa para a campanha, não vou precisar ficar trazendo dinheiro de fora, não vou ficar amarrado com isso. Vamos nos dedicar, minha família inteira se compõem no meio disso.


16 | Revista Metrópole – Edição 16

unidade, com centro cirúrgico, UTI e os leitos para internações de até sete dias. Hoje em Taubaté a pessoa vai nascer tem que ir até Pindamonhangaba, a ideia é tentar ao máximo possível que o atendimento aconteça ali mesmo, nas regiões, e somente os casos mais graves vão para o Hospital Regional e para os hospitais maiores. E dinheiro para isso? Aí é planejamento, administração e economia criativa. Acho imprescindível construirmos um Paço Municipal unificando todas as secretarias num único lugar. Faremos parcerias público privadas trocando a construção de um paço municipal por outros prédios públicos que pertencem à prefeitura. Com isso, haverá uma economia de recursos na administração e ainda vão sobrar outros prédios que poderão ser vendidos para fazer caixa, ou trocados por outras obras para a construção dessas unidades de saúde.

participem das licitações. Com isso, começamos a dinamizar os bairros. Pegar o leite que não é utilizado pelas cooperativas para ser transformado em leite em pó. É isso que temos que fazer. Não se vai somente atrás das indústrias, porque o setor está em crise, então nós precisamos criar alternativas. Como está a educação em Taubaté. O que está faltando? O prefeito fez creches e reformou escolas, mas o que está faltando é abrir a escola para a comunidade. No meu tempo, a Associação de Pais e Mestres tomava conta da escola, organizava bailes no final de semana, eventos à noite, tinha movimento. Hoje temos uma big de uma cozinha montada na escola, mas a população não pode entrar lá para fazer uma sopa à noite para distribuir para a população, para as famílias, pais e filhos juntos. Por que não? Temos que fomentar, porque a comunidade é que vai fazer e

tomar conta, para que tenham atividades fora do horário de aulas e nos finais de semana. Assim, a escola passa a interagir com a população e não seja só um ponto onde a criança vai, fica o dia inteiro e volta. As escolas têm uma big de uma estrutura e essa estrutura não é do prefeito e não é do governo, ela é do povo e o povo é que tem que tomar conta. A comunidade sabe fazer isso. E na saúde? Como está a estrutura e o atendimento? O que pode melhorar? Eu quero ver se conseguimos pegar os Ame, UPA, e Super Pamos implantados pela atual administração e implantar, ao lado dessas estruturas, as sub-prefeituras nas quatro regiões da cidade. Com isso, formamos um centro de atendimento ao munícipe e preparamos a cidade para o futuro. O que está faltando em Taubaté são leitos nos hospitais. Temos que fazer 150 leitos em cada uma dessas

Para fazer tudo isso, não será preciso dialogar com a Câmara Municipal? Como não sou político, para mim de nada interessa segurar um vereador que tem uma emenda parlamentar de 400 mil reais que ele queira investir na compra de um ultra-som para o posto de saúde do bairro. Para mim, o próprio vereador tem que pegar essa verba ir no secretário de saúde organizar e entregar para a população. Eu como prefeito não tenho que ir lá “pegar” a verba dele e utilizar para ficar me vangloriando disso, pensando em voto. Se a verba é da emenda do parlamentar, é ele que tem que ir lá. Isso muda o aspecto e os caminhos começam a ser liberados entre o executivo e o legislativo, porque o vereador está vendo que tem vazão daquilo que ele faz. Hoje vejo muitos vereadores reclamando, que não conseguem realizar nada porque o prefeito se apodera de tudo. Isso muda um pouco, passa pela prefeitura, lógico que passa, a verba sai da prefeitura. Mas é uma visão política, é o vereador que trabalha na comunidade, ele vê as necessidades do bairro. Eu sei muito bem separar isso.


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Com a queda da arrecadação, o orçamento será menor. Como resolver isso? Quando se dinamiza, se dá uma enxugada na prefeitura, e não falo em mandar gente embora, não penso nisso. Penso em concentrar e unificar os serviços da prefeitura, reduzindo gastos desnecessários. Quando faço isso, vejo entrada de dinheiro. O difícil na vida de um empresário não é ganhar dinheiro, o problema é saber gastar sem cortar pessoal. Empresário tem que saber como gastar investindo para retornar muitas vezes mais, sem precisar demitir. Ao demitir, é menos gente gastando na economia, aí não temos impostos entrando na prefeitura. Essa é uma via que não desejo. Quero gerar empregos. Temos que crescer sabendo exatamente o que fazer, com um planejamento muito bom, trazendo gente muito boa do mercado e que tem essa visão empresarial. Depois concentrar os esforços para levantar a cidade e, a partir daí, eu terei uma melhor arrecadação para o município. Agora, dizer que não dá para fazer nada com um orçamento de R$ 1 Bilhão? O que eu vejo é um gasto enorme com imóveis velhos, muito problema com computador que não funciona, não tem rede, nada acessa nada. Isso nós teremos que gerenciar e mostrar serviço o mais rápido possível, porque não dá tempo. O que deu errado no governo Ortiz Júnior? Digamos que o prefeito “construiu a loja”, agora é só organizar. São três aspectos: o lado financeiro (quanto custa? O que eu vou gastar), o aspecto econômico (o que aquilo está influenciando diretamente no comércio, na indústria, serviços?) e como vai interferir na segurança. Hoje os ônibus estão trançando por dentro da cidade, mas a cidade é histórica, a Igreja do Rosário é feita de Taipa, passava carroça e hoje passa ônibus, a taipa não aguenta isso. Então precisamos ter uns bondinhos saindo da rodoviária até o mercado e voltando, levando gente. Mas o bondinho que me refiro é o elétrico de energia fotovoltáica, moderno, transportando pessoas com qualidade e

“Quero gerar empregos. Temos que crescer sabendo exatamente o que fazer, com um planejamento muito bom, trazendo gente muito boa do mercado e que tem essa visão empresarial.”

conforto. A atração de indústrias, nós tivemos grandes falhas. Agora o prefeito está colocando pedra fundamental, mas isso devia ter sido feito no primeiro ano, não agora. Eu pretendo buscar esses investimentos pessoalmente, indo às indústrias, indo a Brasília e, com o PMDB por lá, acredito que vamos conseguir apoio para os investimentos necessários. O senhor falou de uma boa equipe. Quem são essas pessoas? São tantos empresários, tantas pessoas que têm essa visão de um plano empresarial para a cidade. Várias chegam até mim e dizem: “Olha Zé, a hora que você precisar, e não quero ganhar nada não... Quero só te ajudar”, esse é o espírito que trazemos nesse novo contexto. Eu não peço nada para eles, nem dinheiro, pois farei a campanha com recurso da família, mas em compensação eles vêm voluntariamente e dizem: “vamos andar”. Então eu sempre digo que não adianta ter uma bruta de uma loja bonita, estocada, com vendedores espetaculares e tudo mais, se não sou eu que atravesso a rua e venho comprar na minha loja. Eu

preciso é que o outro tenha dinheiro pra comprar na minha loja. Então eu preciso trabalhar “o outro”. Temos que ver o lado econômico e social do outro, porque ele também precisa ter dinheiro. Nós só andamos se o outro andar e é isso que temos que fazer, temos que pensar no próximo. Temos que ver as coisas com a visão do outro e não com a nossa. Qual o papel de Taubaté na Região Metropolitana do Vale do Paraíba? Nosso sistema todinho está se perdendo. Quando falamos em um prefeito, não podemos falar só em nossa cidade, temos que pensar nas cidades que estão em volta. Não adianta eu pensar em Taubaté e não lembrar que tem Natividade, Redenção, São Luiz e Lagoinha ao meu lado, e que também estão precisando. O prefeito de Taubaté tem que ir junto com esses outros prefeitos, falar com o governador e ajudar a solucionar os problemas. Mas não. São coronéis que só olham o próprio umbigo, só pensam na sua fazenda. Eu não consigo entender que na Dutra ainda não tenhamos mais duas pistas e, no centro, um trem. Precisamos pensar no amanhã. Ligar Jacareí até Aparecida, no mínimo, com uma linha de trem no meio da Dutra. Ah, isso não é para minha gestão, lógico que não, mas é uma ideia que nós temos que lançar, nem que seja para 2050. Os prefeitos têm que se unir e todos irem lá e cobrar. Só vamos crescer se todo mundo pensar em todo mundo. Porque quer ser prefeito de Taubaté? (Pausa)... Por necessidade talvez. Não uma necessidade minha, mas daquilo que estou vendo. Estamos numa crise enorme e temos que sair dela. Eu me coloco na posição de dizer “eu consigo fazer isso”. Eu sou nascido aqui, minha esposa e minhas filhas também, e quantos não nasceram aqui e também estão trabalhando para melhorar isso? 


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NOTÍCIAS POLÍTICA

Felício Ramuth (PSDB), pré-candidato em São José, nas ruas com a população

Sola de sapato, cordas vocais e redes sociais Partidos apostaram tudo na pré-campanha e agora, sem grandes verbas, se preparam para os 45 dias da reta final Eduardo Pandeló SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

novidade nesse ano eleitoral é que o jogo político ficaria muito desigual e sem graça, se os pretensos candidatos a prefeito e vereadores só pudessem fazer os atos políticos a partir de 16 de agosto. Para isso,

o legislador criou o período chamado de “pré-campanha”. O eleitor menos atento talvez não tenha percebido, mas partidos e pré-candidatos já ocupam as redes sociais, promovem reuniões, concedem entrevistas, fazem palestras e debatem as questões de interesse da comunidade. A pré-campanha está a todo o vapor e é onde o eleitor poderá conhecer um pouco mais sobre os possíveis candidatos.

Essa novidade também está sendo enriquecedora para os pré-candidatos, pois tendo que ir onde o povo está e gastar mais sola de sapatos, estão tête-à-tête com o eleitor, descobrindo que nem tudo é o que parece ser. Como sabemos, os postulantes às eleições municipais já estão se articulando, buscando apoios, conhecimento aos eleitores e mais diversas outras atividades.


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Fotos: Divulgação

Os partidos e candidatos de 2016 terão que pensar numa nova forma de fazer política. Campanhas cheias de santinhos, placas, carros de som, carros envelopados, comícios, TV e rádio, são coisas do passado. O que temos pela frente é uma campanha que deverá cativar a atenção do eleitor por meios muito mais ágeis e baratos: postura séria e uso da internet. Em São José dos Campos a pré-campanha começou cedo e os partidos que definiram e lançaram pré-candidatos trataram de buscar seu espaço. O prefeito Carlinhos Almeida (PT) está na mídia desde sempre. Como atual mandatário, tem o benefício de utilizar todos os meios disponíveis para divulgar suas ações como prefeito e utilizar verba da comunicação da prefeitura. Pré-candidato natural à reeleição, Carlinhos intensificou o uso das redes sociais, mas alega estar concentrado em seu trabalho à frente do executivo, “Não estamos na pauta eleitoral. Sigo concentrado no trabalho administrativo da cidade, com o objetivo de conquistar mais benefícios para população” disse. O fato é que nos últimos meses, Carlinhos vem postando em sua página no Facebook uma série de vídeos em que aparece visitando ou anunciando obras de seu governo, mesmo assim o prefeito trata o assunto como uma forma de comunicação direta com a população, “As redes sociais se transformaram em uma importante ferramenta de trabalho. Por meio dela, os munícipes podem ter um contato direto comigo, enviando sugestões e colaborando com a fiscalização dos serviços públicos” declarou. Provavelmente, a maior dificuldade nessa fase seja conciliar os interesses de diferentes grupos de eleitores com os do próprio pré-candidato. Primeiro porque atualmente há uma descrença na política. Mas desde já a internet é um campo vasto para iniciar o processo de cativar a atenção do eleitor. Desde que não haja

Sebastião Cavalli e Itamar Coppio: o PMDB na pré-campanha em São José

As promessas de melhorias no sistema viário seriam as soluçõe para os problemas de trânsito em Jacareí


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A candidata Claude Mary (PV) também já começou a trabalhar.

pedido de voto, nem menção à número de candidatura, é possível utilizar as redes sociais, para criar oportunidades de alcançar pessoas e mostrar posicionamento político, econômico e social. Mas os partidos também têm apostado muito no contato pessoal do candidato com o eleitor. Felício Ramuth (PSDB) também está

usando as redes sociais, mas mesmo para isso é necessário dinheiro. Hoje a pré-campanha depende única e exclusivamente do trabalho de voluntários e verbas do partido, “Sola de sapatos, redes sociais e entrevistas nos meios de comunicação são nossos principais instrumentos. O partido pode imprimir material, mas há limitação de verbas. Então as

principais ferramentas são essas e assim estamos fazendo”. A tiracolo de Emanuel Fernandes e Eduardo Cury, Ramuth vem participando de reuniões, indo a feiras livres, eventos e encontros, sempre se apresentando e aproveitando a oportunidade para conhecer os eleitores. “As reuniões nos bairros são importantes para mim nesse período, não só para me tornar mais conhecido, mas para que eu possa olhar nos olhos das pessoas e sentir as necessidades de cada região, firmando um compromisso através desse olhar”. Claude Mary de Moura (PV) não perdeu tempo. Uma das primeiras a assumir a pré-candidatura, tratou de buscar formas para usar as redes e se aproximar do eleitor: “O período de pré-campanha é um momento de aproximação com a população, momento de ouvir para formular propostas que venham ao encontro do que as pessoas desejam de um novo governo municipal. Na pré-campanha, as principais ferramentas são realmente as mídias sociais e reuniões com população de um modo geral”, disse Para Sebastião Cavalli (PMDB), o período de pré-campanha trouxe uma nova percepção sobre a cidade. “Tem sido uma oportunidade ímpar estabelecer um contato franco e direto com as pessoas, do tipo olho no olho, para percepção de suas necessidades e da degradação da qualidade dos serviços públicos. Ótima oportunidade para perceber quais investimentos precisam ser feitos nos bairros de São José”, disse. Toninho Ferreira (PSTU) acha que o período de pré-campanha sempre existiu, não da forma atual, mas para um partido que sempre foi contra as campanhas milionárias e nunca teve grandes verbas, muda muito pouco. “A população está cansada dos políticos e das campanhas dos marqueteiros. Creio que esse ano será um pouco mais sincero, mais franco, e nesse sentido nós levamos vantagem. O que vimos até agora em São José


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dos Campos não é muito diferente do que vem acontecendo nas outras cidades da RMVale. Pré-candidatos e partidos intensificando esse corpo a corpo com o eleitor e investindo nas mídias sociais. Mesmo nas redes sociais, há restrições e tanto o eleitor como os pré-candidatos precisam ficar atentos. Vale frisar: pré-campanha não autoriza que se faça um banner com a afirmação “SOU PRÉCANDIDATO” e publique nas redes sociais ou em seus blogs. Pré-candidatura é manifestação de ideias, projetos, opiniões mediante textos, entrevistas e até vídeo-selfies, mas tudo isso de forma cuidadosa. Sem realizar reuniões com a população, o prefeito Carlinhos Almeida (PT) diz estar atento às possibilidades permitidas com as novas tecnologias, valorizando o diálogo com a população. “Estou em sintonia com um movimento de ampliação do diálogo com a população nas redes, que muitas autoridades, de várias partes do mundo, têm utilizado. As redes possibilitam que do meu celular, de qualquer lugar, entre os deslocamentos, eu consiga mostrar nosso trabalho e interagir com as pessoas”.

Sem verbas Com as novas regras que só permitem doações de pessoas físicas, os partidos estão enfrentando dificuldades e a falta de verba tem sido o discurso até aqui. No PSDB, o pré-candidato Felício Ramuth aposta na infraestrutura partidária. “Tudo está sendo feito pela estrutura partidária. As mídias sociais, as reuniões e as despesas estão a cargo do partido e até que não são altas em função das características desta pré-campanha”. No Partido Verde, segundo Claude Mary, o trabalho dos voluntários compensa a falta de verbas. “Estamos contando com o apoio de voluntários na área de comunicação e qualquer material que venha a ser produzido será através de doações legais que podem ser feitas ao partido por

seus filiados ou simpatizantes”. Sebastião Cavali, do PMDB, acha excelente que não hajam grandes investimentos nesse período, pois permite ao eleitor escolher o pré-candidato que oferecer as melhores propostas, e não naquele que tem mais dinheiro, mas alerta que quem está no governo tem vantagem. “É lógico que quem está no governo acaba sendo beneficiado, pois se expõe com recursos pagos pelo contribuinte, gerando uma desigualdade entre os pré-candidatos”. No PSTU não há diferença. Acostumados a fazer campanhas com baixo custo, o partido está preparado, mas Toninho Ferreira ainda acredita que haverá desigualdade. “O impacto será pequeno para os grandes partidos, porque mesmo com dificuldades pelas restrições da nova lei, eles vão conseguir arrecadar e fazer caixa. Ainda teremos grandes diferenças entre os candidatos que têm apoio dos grandes empresários e aqueles que não têm”. Todas essas ações devem se intensificar nos próximos meses, com mais reuniões nos bairros e nas casas de correligionários, muito cafezinho, pastel de feira, selfies, vídeos, pose para fotos, entrevistas nas emissoras de rádio e muito mais. Claro, tudo postado nas redes sociais. O eleitor pode aproveitar todas essas oportunidades para assim escolher seu candidato. Para isso, recomendamos segui-los nas redes sociais, mas principalmente procurar participar das reuniões e conhecê-los pessoalmente. Durante os últimos seis meses, a Metrópole Magazine contribuiu com o processo eleitoral. De forma isenta entrevistou os principais pré-candidatos de São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, dando aos seus leitores a oportunidade de conhecê-los e questioná-los. As eleições se aproximam e até o próximo dia 2 de outubro os pré-candidatos ainda vão gastar muita sola de sapato, cordas vocais e redes sociais. 


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NOTÍCIAS TECNOLOGIA

O sonho do avião elétrico Empresa de São José dos Campos desenvolve a primeira aeronave com propulsão elétrica da América Latina Henrique Macedo SÃO JOSÉ DO0S CAMPOS

E

m 2005, o engenheiro mecânico Alexandre Zaramella tinha um emprego cobiçado por muitos que trabalham na indústria aeronáutica: era engenheiro na Airbus, um dos maiores fabricantes de aviões do mundo. Morava na Inglaterra e participava do projeto do jato de passageiros A-350 e do cargueiro militar A400M. Ele e o colega Leandro Maia, que também trabalhava na empresa europeia, decidiram voltar ao Brasil para investir num sonho: produzir aviões no país. Criaram a ACS em São José dos Campos e investiram cerca de R$ 1 milhão, junto com outros colegas, Renato Otto e Bruno Miranda, que trabalhavam na Embraer. “Era um momento que o Brasil estava numa perspectiva muito boa de crescimento e a economia tinha indicativos que iria crescer, como de fato ocorreu. A gente tinha ideia de montar um negócio voltado para a aeronáutica e a proposta foi desenvolver uma aeronave ultraleve, que do ponto de vista financeiro era o mais viável”, disse. A aeronave escolhida foi o Sora, que é uma adaptação do projeto “Triatlon” do engenheiro Claudio Barros, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que foi professor do Alexandre. A pequena equipe fez uma reengenharia para adequar o avião para a indústria. Foram projetados e construídos moldes e ferramental para produzir o novo avião com tecnologia de ponta. Divulgação

“Foi todo recalculado em material composto, fibra de vidro, fibra de carbono, materiais que iriam possibilitar uma produção mais lucrativa. Em 2008 voamos a aeronave em São José dos Campos. Conseguimos algumas vendas, chegamos a vender quatro aeronaves, uma para um cliente dos Estados Unidos”.

Elétrico Mas as vendas não decolaram e em 2010 surgiu a possibilidade de desenvolver um veículo com propulsão elétrica, projeto com subvenção governamental da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). A ACS foi aprovada e os engenheiros começaram a desenvolver uma bancada elétrica híbrida para equipar a aeronave, o Sora-e. “A nossa ideia era desenvolver uma fonte alternativa de energia para aviação e acabamos sendo pioneiros na América Latina. É um mercado que está crescendo bastante, na Europa, principalmente, com pesquisas de novas alternativas de propulsão”. Em 2011, ao saber que a ACS estava desenvolvendo o Sora-2, a Itaipu Binacional, por meio do Programa Veículo Elétrico, oficializou uma parceria com a empresa. Os testes de bancadas e simuladores foram feitos em agosto de 2015 no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Movidos a Eletricidade (CPDM-VE) de Itaipu, no Paraná. O primeiro voo de avaliação técnica, fechado para a imprensa, ocorreu no dia 18 de maio de 2015, em São José dos Campos. O modelo foi certificado pela Anac (Agência Nacional de

Aviação Civil) na categoria Pesquisa e Desenvolvimento. O Sora-e é equipado com dois motores elétricos de 35 kW cada um, modelo Enrax, fornecido por uma empresa eslovena. A energia é fornecida por seis packs de baterias de lítio íon polímero, totalizando 400 volts. O modelo pode levar duas pessoas e tem autonomia de 45 minutos de voo, com velocidade de cruzeiro de 190 km/h e velocidade máxima de 340 km/h. “Desde então, fizemos outros voos lá em Itaipu. Participamos de um programa de manutenção e ensaios em voo da aeronave elétrica. Uma vez por mês eu vou


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para Foz do Iguaçu, faço manutenção na aeronave, voando, fazendo alguns ensaios”, conta Zaramella. Porém, todo esse esforço já teve o desenvolvimento tecnológico comprometido. “As coisas estão bem estranhas em termos de investimento, principalmente para a indústria de tecnologia. Eu ainda acredito que as coisas vão melhorar. O problema é que, enquanto a gente estava desenvolvendo o sistema, estávamos no mesmo patamar de outros países e nós vamos ficar parados. Isso, em tecnologia é crítico. Porque eu vou ficar dois ou três anos para trás. O fato é que o projeto ainda precisa de investimento para

o aumento da autonomia e também de confiabilidade. Hoje não temos recursos para aumentar o pack de bateria ou montar um sistema híbrido. Nisso, estamos parados por conta da falta de investimento”, lamenta o engenheiro.

Perspectiva Zaramella conta que a Embraer acenou com uma futura parceria. “A empresa chegou a entrar em contato. Eles têm uma área de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia e ficaram interessados no avião elétrico, mas ainda está em conversação”. No disputado mercado da produção

aeronáutica, as gigantes Airbus e Boeing miram o futuro e têm projetos de aeronaves elétricas e híbridas. O consórcio Airbus investiu milhões de euros no projeto e-Fan 2.0. Em 2014 a companhia europeia realizou em Bordeaux, na França, o voo inaugural do protótipo, um bimotor para duas pessoas com potência total de 60 quilowatts (kW) sustentada por uma bateria de lítio-polímero. A autonomia é de uma hora, com 15 minutos de reserva. Já a Boeing desenvolve desde 2013 protótipos de aeronaves com propulsão híbrida como o Sugar Volt e um outro pequeno avião, ambos com motor a combustão e baterias de lítio-polímero. 


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NOTÍCIAS ECONOMIA

Alto padrão “sobrevive” à crise Maria Luiza é vegana há seis anos e esbanja saúde, disputando campeonatos de muay thai e kickboxing

Empresários, no entanto, pregam ‘cautela’ para o mercado imobiliário Rodrigo Ribeiro TAUBATÉ

Q

ue o atual momento econômico do país é preocupante, “todo mundo” sabe, e que o mercado imobiliário e da construção civil têm sido um dos setores afetados, também. No entanto, quando o assunto é imóvel de “alto padrão”, o cenário pode ser diferente e gerar boas negociações para o comprador em Taubaté, segundo empresários que atuam na cidade. Um levantamento feito pelo portal Viva Real, com as cerca de 13 milhões de visitas que recebe por mês, fortalece a demanda. De acordo com a análise, o número de pessoas que buscaram imóveis para compra acima de R$ 1 milhão aumentou 32% no terceiro trimestre de 2015 no país, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Aliás, vale mencionar que o valor e tamanho do imóvel não são os únicos requisitos que determinam se um imóvel é ou não de alto padrão, mas integram um conjunto composto também por localização, arquitetura renomada, acabamento, automação, serviços, área de lazer, etc. Segundo Jeremias Rodrigues, de 46 anos, proprietário de uma imobiliária que trabalha com imóveis de alto padrão em Taubaté, Tremembé, Pindamonhangaba e São José dos

Campos, esse aumento de procura deve-se “principalmente à necessidade menor de utilização do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e financiamento imobiliário”, diz. De acordo com Rodrigues, uma das características predominantes do segmento de alto padrão em Taubaté, Tremembé e Pinda é a permuta. “As pessoas têm imóveis de valor significativo, que as atenderam bem até hoje, e ao procurar um imóvel de alto padrão, normalmente têm a necessidade de utilizar esse imóvel como parte de pagamento”, explica. Ainda segundo Rodrigues, empresários acabam negociando seus próprios imóveis para gerar capital aos negócios. “Para eles é interessante pegar um imóvel de menor valor como parte de pagamento e a diferença eles conseguem otimizar o fluxo de caixa das suas empresas”, conta. “O atual momento criou muitas oportunidades. Empresas estão migrando para salas comerciais mais modernas e maiores, pagando um preço de locação menor. Ao mesmo tempo, existem excepcionais opções [de imóveis] em condomínios, por um preço que seria impossível há cerca de um ano”, conclui Rodrigues. No ano passado, um boletim do FipeZap, organização que acompanha a variação do valor de venda de residências em 20 cidades brasileiras, previa

Empresários garantem ter mantido a média de vendas no alto padrão


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Fotos: Pedro Ivo Prates


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que neste ano os preços dos imóveis pudessem retornar ao patamar que tinham em 2011. Em abril passado, por exemplo, o valor médio dos imóveis pesquisados subiu 0,21% nos últimos 12 meses, menor aumento registrado desde janeiro de 2013 pela Fipe. O empresário João Marcos Ceglauskis, de 39 anos, proprietário de uma construtora e incorporadora de empreendimentos de médio e alto padrão que atua na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), afirma que as vendas da empresa em Taubaté têm “mantido o ritmo” dos últimos três anos. “Pois nossos produtos são diferenciados”, diz. “Possuímos três produtos na cidade que vão de 68 até 360 metros quadrados e todos estão com performance de venda superior a 80%”, conta Ceglauskis. Dos três empreendimentos da construtora na cidade, um foi entregue neste ano e os outros dois estão previstos para abril de 2017 e novembro de 2019. O corretor de imóveis Caio Teodorelli, de 28 anos, deixou São José dos Campos para vender imóveis em Taubaté. “O mercado em Taubaté está mais aquecido que São José e os empreendimentos prontos estão com preço de metro quadrado melhor”, diz. “Atualmente, trabalho com empreendimentos que vão de R$ 400 mil a R$ 2,5 milhões em Taubaté e no último mês a equipe vendeu dez unidades de R$ 400 mil a R$ 700 mil, com clientes potenciais para um empreendimento com apartamentos de 360 metros quadrados no valor de R$ 2 milhões”, conta Teodorelli. Apesar das vendas, Teodorelli afirma que atualmente, o corretor precisa se reinventar na profissão. “O que está acontecendo é uma seleção, o mercado passou a ser mais exigente, tanto os clientes como os incorporadores. Há alguns anos, os plantões davam muitas visitas, hoje temos que criar estratégias para captar os clientes”, diz.

Jeremias Rodrigues, proprietário de imobiliária, diz que os negócios de alto padrão acontecem com trocas de imóveis

Cautela Apesar das boas negociações no alto padrão, no geral Taubaté acompanha outras cidades do país e está com uma diminuição no estoque de imóveis e sem previsão de novos lançamentos nos próximos 12 meses. Segundo o presidente da Acist (Associação das Construtoras e Imobiliárias de Taubaté), Gustavo Guarnieri, o momento é de elaboração de projetos. “Agora, estamos iniciando um novo ciclo da construção em Taubaté, que é de 24 a 36 meses, com os doze primeiros para elaboração e aprovação de projetos, até pelo momento econômico e indefinição política do país. Das 20 construtoras associadas, cerca de cinco apenas estão com lançamentos. A maioria está aguardando e desenvolvendo projetos”, conta Guarnieri. O empresário Ceglauskis confirma a informação do presidente da Acist e afirma que, mesmo com algumas negociações, o mercado de alto padrão também

- em proporções menores - foi afetado pela crise. “O momento é de cautela e realmente o número de lançamentos diminuiu. Os empresários estão enfrentando dificuldades em suas empresas, o que dificulta as negociações”, diz. De acordo com Guarnieri, a crise econômica não afetou só o consumidor final, mas o investidor também. “Atualmente, se lanço algum empreendimento e vendo uma unidade, preciso terminá-lo. Mas como faço isso se os principais bancos que financiam projetos não estão ‘soltando’ o dinheiro?”, indaga. O corretor Teodorelli afirma que o atual quadro do mercado imobiliário de Taubaté é o que ajuda nas vendas. “Ainda há estoque e muitos ‘distratos’. Exatamente por isso que estamos com boas condições de valores e fluxo de pagamento”, comenta Teodorelli. “Agora é a hora para quem tem dinheiro. Em época de crise, a oportunidade de negócio é maior”, completa Guarnieri. 



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NOTÍCIAS ECONOMIA Empresários investem na estrutura dos estabelecimentos para a comodidade dos clientes

Sim, com padrão de qualidade

Estabelecimentos comerciais de Taubaté investem em estrutura e qualidade dos serviços Moisés Rosa TAUBATÉ

U

m novo movimento no comércio está sendo percebido em Taubaté. Considerada a segunda maior potência da região Metropolitana do Vale do Paraíba, Taubaté tem observado uma

nova influência no mercado: o comércio/estabelecimento de alto padrão. Serviços exclusivos, estrutura robusta e atendimento diferenciado são alguns dos aspectos essenciais percebidos nesses estabelecimentos. Em um levantamento inédito realizado pela Acit (Associação Comercial e Industrial de Taubaté), foi observada

a migração dos estabelecimentos na região central para outros locais na cidade, com os proprietários optando por investimentos em novas estruturas. Em oito principais ruas da cidade, foram fechados 159 estabelecimentos. A associação diz que o fechamento é justificado pela escolha de novos pontos e pela busca do padrão no atendimento.

Potencial A cidade se posiciona entre as primeiras 50 no ranking nacional de municípios mais ricos do país, segundo o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aparecendo na 47ª colocação no ranking. O potencial econômico da cidade reflete-se também no comércio. Apesar da crise, que afeta a economia do Brasil, o cenário é promissor, segundo


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proprietários de estabelecimentos e a Acit. A associação afirma que este novo “comportamento” no setor pode ganhar força com a recuperação da economia.

Beleza O empresário Felipe Zakka, 34 anos, possui um centro de beleza e estética localizado em um dos principais “centros comerciais” da cidade, a avenida Itália. No salão, uma estrutura foi montada para oferecer diversos serviços especializados. O estabelecimento conta com sistema de comanda - cartão com o nome do cliente e os registros dos serviços - e agendamento online, sem precisar sair de casa. Para os atendimentos, o espaço possui 30 profissionais. De acordo com Zakka, o diferencial do estabelecimento está na qualidade dos serviços, entre eles manicure,

cabeleireiro, esteticista e depiladoras. “Aprimoramos os serviços, investimos na qualidade dos produtos e no treinamento dos funcionários, com a utilização de novos métodos. Temos uma estrutura muito boa e também primamos pelo atendimento pontual e avaliações semanais com pesquisas de satisfação”, conta. Além da demanda feminina, Zakka pretende atrair ainda mais o público masculino. “Com esse padrão, também percebemos a necessidade de ampliar os serviços para o público masculino. Temos 35% dos atendimentos para os homens e, em breve, devemos construir um espaço exclusivo”, acrescenta. Outro empresário que também decidiu investir na área da beleza foi Israel Vieira Silva, 29 anos. A necessidade de atender um público direcionado fez o jovem empresário abrir uma barbearia com “padrão

de qualidade” na região central da cidade. Com estilo europeu, o cliente que vai à barbearia, pode tomar um cafezinho ou até mesmo escolher uma roupa para comprar. O proprietário reuniu em um só lugar alguns “serviços”: cortar cabelo e/ou fazer barba, tomar um café ou ver uma nova roupa. Para descontrair o ambiente, a barbearia tem uma mesa de bilhar próximo do espaço do vestuário. O próprio nome do estabelecimento aberto recentemente faz alusão aos serviços oferecidos: “barber and shop”. “Vimos a necessidade de reunir tudo em um mesmo lugar. O homem normalmente é prático. Dificilmente vai a uma loja para comprar roupas e foi pensando nisso que trouxemos essa ideia para a cidade. É um ambiente que traz um atendimento exclusivo para os homens”, diz. O espaço é o primeiro em Taubaté a


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Clínicia odontológica oferece massagista e até pacote de turismo disponibilizar esse mix de opções. Além disso, conta com uma barbeira para atender. “É a primeira barbeira, profissionalmente treinada, para atender os homens. Agora o homem viu a necessidade de se cuidar mais”, afirma Silva. O proprietário comenta que pretende ampliar os negócios e implantar uma unidade em São José dos Campos.

Excelência Já em uma clínica de reabilitação oral, os cuidados com os pacientes vão além dos serviços oferecidos no local. Com padrão de excelência, a clínica possui cadeira de massagem, massagista e um “spa day”, para o tratamento de clientes que se hospedam no espaço, com suíte completa e estacionamento privativo. Recebendo clientes do exterior, principalmente da Espanha, o estabelecimento faz o acolhimento dos turistas, do aeroporto até a clínica. Outro diferencial está na vestimenta dos profissionais: atendem de marrom escuro.

De acordo com o proprietário, Dr. Flávio Pinheiro, a estrutura de alto padrão oferecida no estabelecimento atende aos anseios do público que busca serviços com qualidade. “O investimento é mais alto, porém o serviço oferecido é de total qualidade. O público ‘A’ sempre foi o mais exigente nos serviços e procura um tratamento diferenciado e com atenção”, conta. Sobre a escolha da cor da vestimenta, Pinheiro explica que é apenas um diferencial. “É apenas uma cor. Nos preocupamos com a limpeza e seguimos todos os protocolos”. Em relação aos serviços, o estabelecimento oferece acompanhamento personalizado, dependendo dos tratamentos que serão realizados, como por exemplo: nutricionista, psicóloga, entre outros. Nos momentos de folga e lazer, o paciente que fica hospedado também pode associar o tratamento com algum pacote turístico. Outra novidade que a clínica conta é a utilização do aparelho DSD (Digital Smile Design),

que projeta a forma de como o sorriso ficará. É classificado como o “designer de sorrisos”. As salas também são totalmente digitalizadas. Ao todo, o espaço conta com onze profissionais.

Avaliação De acordo com o presidente da Acit, José Saud, os proprietários dos estabelecimentos estão dedicando uma atenção especial para a estrutura e o atendimento dos clientes. Segundo Saud, o mercado de alto padrão está se solidificando na cidade. “O que está acontecendo é que aqueles que conseguiram guardar um caixa e se organizar, puderam fazer esses investimentos. Houve uma migração dos estabelecimentos nos últimos meses para outros locais da cidade, com uma estrutura bem melhor”, explica. “A hora que este momento [economia] melhorar, o comércio estará muito bem para atender a todos. A representatividade do comércio para a cidade é enorme”, acrescenta. 


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32 | Revista Metrópole – Edição 16

NOTÍCIAS ESPECIAL

Filhos do coração Histórias de adoção e provas de amor. A decisão da adoção envolve diversas questões que precisam ser consideradas Moisés Rosa SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

F

ilhos de coração e pais cheios de amor. A história de adoção do casal joseense Cínthia Amoras e Marcelo Guadagnin, 38 e 40 anos respectivamente, teve início ainda durante o namoro, quando os dois sentiam o desejo de serem pais e montarem uma família. O exemplo de tias que chegaram a adotar também fomentou esse desejo e decidiram partir para esse grande gesto de amor: a adoção. Ela conta que desde a juventude teve a vontade de ser mãe adotiva, o que foi acompanhado pelo companheiro. O casal formalizou a união em 2005. “Desde a época do namoro - estamos juntos há 23 anos, casados há 10 - conversávamos sobre família. Assim o desejo de ter filhos adotivos passou a ser dele também. A adoção sempre foi a primeira opção. Talvez tentássemos uma gravidez também, mas concordamos em adotar primeiro (ainda pensamos em engravidar, quem sabe?). Passamos por muita coisa juntos, toda a fase de estudos, faculdade, início da vida profissional, ter a nossa casa... Eram algumas etapas que queríamos concluir antes de ter filhos. Porque ter uma família sempre foi nosso plano. Estruturamos toda a nossa vida nesse sentido”. Após dois anos casados, ambos decidiram tomar uma atitude em relação à adoção. O desejo do casal sempre foi

a adoção tardia, de forma planejada para o acolhimento. “Tivemos tempo de elaborar a ideia da adoção tardia, quer dizer, adotar crianças maiores em vez de bebês. Sentimos que fazia mais sentido. Alguns amigos e familiares se preocuparam conosco, pois seria um desafio maior ter que lidar com uma história pregressa. Mas sentíamos que deveria ser assim, crianças maiores, de preferência irmãos. Essa seria a nossa família. Foi com essa certeza e convicção que conquistamos o apoio de todos. Levou mais dois anos entre a primeira vez que fomos à Vara da Infância e a conclusão do processo. O setor técnico dessa Vara tem poucos profissionais para a demanda de toda a Comarca de São José dos Campos. Isso atrasa o processo. Fizemos todas as entrevistas, fomos visitados em casa, levantamos documentos e declarações. É uma “gestação” longa e burocrática”, afirma. Após dois anos de espera na “fila” de pretendentes para adoção, Cínthia e Marcelo receberam a ligação mais esperada de suas vidas. Durante o processo, o casal não indicou preferências em relação a cor ou sexo, apenas indicaram a idade máxima em dez anos e indicaram a vontade pela adoção de irmãos. “Em 2009 recebemos a tão esperada ligação. Finalmente pudemos conhecer as crianças que receberíamos nas nossas vidas e corações: Stephani, 11 anos e Ludmilla, 6 anos. Foi arrebatador! Você se descobre capaz de sentir emoções

jamais imaginadas!”. No primeiro contato, Cínthia comenta que surgiu um amor incondicional. As duas irmãs começaram a frequentar a casa dos futuros papais aos finais de semana. A partir daí, Cínthia e Marcelo já estavam convictos: “fomos feitos uns para os outros”. “Ali, diante dos nossos olhos, estavam duas meninas encantadoras, que traziam no olhar uma beleza e uma força impressionantes! Em meio a tantos medos e incertezas encontramos uma verdade irrefutável: a certeza de que fomos feitos uns para os outros. E que não poderíamos mais viver separados. Passamos a trazê-las para casa todos os fins de semana e visitávamos no abrigo todos os demais dias. Nossas filhas vieram para casa definitivamente em


São José dos Campos, junho de 2016 | 33

Foto: André Tomino

As irmãs Stephani e Ludmilla adotadas pelo casal Cínthia e Marcelo

“Ali, diante dos nossos olhos, estavam duas meninas encantadoras, que traziam no olhar uma beleza e uma força impressionantes! Encontramos uma verdade irrefutável: a certeza de que fomos feitos uns para os outros”

um mês. Um período considerado curto para alguns, mas para nós quatro já havia sido longo demais. Tivemos que adequar rotinas e trajetos para a nossa nova realidade”, explica. Cínthia conta que o apoio da família foi fundamental para o processo de adaptação. “O apoio foi fundamental, especialmente nessa fase de adaptação. É um período difícil, onde emergem os medos, especialmente de rejeição, e somos testados a todo o momento. Também era muita coisa nova para elas. Foram festas de boas-vindas, repletas de novos parentes e amigos, roupas novas, brinquedos e livros que nunca tiveram, lugares nunca antes visitados”. O processo de destituição, ou seja, desligamento oficial da

família de origem, ocorre em seis meses. “Construímos laços muito fortes em pouco tempo. Em seis meses foi concluído o processo de destituição; após mais seis meses saiu a documentação definitiva da adoção, onde elas receberam os nossos nomes e sobrenomes na certidão de nascimento. Foi um momento marcante para todos nós. Hoje, além de estudar, estimulamos que realizem atividades diversas (culturais e esportivas) durante a semana. Nos finais de semana gostamos de fazer coisas juntos, mesmo que seja ficar em casa. Curtimos muito o nosso ninho. Fazemos questão de festejar cada aniversário, pois são duas guerreiras que sabem superar as dificuldades, valorizam a família e os amigos e acreditam na felicidade. Dizemos sempre a elas que são a realização do nosso maior sonho. Temos uma admiração infinita pela força e doçura delas. Sentimo-nos honrados por ser dignos do amor delas, por nos aceitarem e nos amarem como seus pais”, relata. Para a mãe, a pessoa que se submete à adoção precisa estar preparada para se doar integralmente. “Adotar não é ‘boa ação’. Trata-se de vidas, da formação de uma família. Trata-se de se dispor a amar incondicionalmente alguém que carrega uma bagagem de vida, muitas vezes dolorosa. Você tem que saber que vai receber na sua vida um coração com cicatrizes. E que essas dores passarão a ser suas também. Por isso é necessário estar disposto, com o coração aberto e repleto de amor. A pessoa que se permite viver essa experiência descobre um tipo de amor sublime, inexplicável, infinito e sem igual”, completa. As irmãs, Stephani e Ludmilla, destacam que não sentem diferença por serem adotadas e afirmam que o amor está acima de tudo. “É normal ter uma família. Não é só porque fomos adotadas que a nossa família é diferente


34 | Revista Metrópole – Edição 16

de qualquer outra. Somos uma família como qualquer outra. Com ela me sinto protegida”, diz Stephani, 11 anos, que pretende fazer faculdade de Direito. “Me sinto acolhida. É bom saber que você pode contar com a família inteira. Mesmo que você tenha ideias ou opiniões diferentes, eles sempre estarão comigo porque me amam”, conta Ludmilla, 6 anos, que quer ser atriz para levar alegria para as pessoas.

Dados Em São José dos Campos, cerca de 400 pessoas aguardam na fila de adoção. Jacareí possui, atualmente, 36 pretendentes segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. Lorena aparece com 18 pessoas. Guaratinguetá figura com 35 pessoas. Taubaté, até o fim do ano passado, estava com 97 pretendentes cadastrados. Em Caraguatatuba, no ano de 2016, não houve nenhuma habilitação até o momento. Aparecida conta com cinco casais cadastrados. A maioria dos pretendentes são casais que estão no aguardo. A adoção é um último passo. Há diversas tentativas do Conselho Tutelar e da Vara da Infância e Juventude que tentam localizar parentes interessados na guarda do menor. Neste momento, a criança fica no abrigo até a família aceitar a reaproximação. Com as possibilidades esgotadas, a criança é cadastrada para adoção. Para adotar, o pretendente precisa fazer um curso preparatório e passar por acompanhamento de assistente social, além de outros procedimentos.

Grupos A presidente da AleGrAA e do Alegria, grupos de apoio à adoção em São José e Jacareí, Sandra Cristina dos Santos, 53 anos, explica que os encontros acontecem mensalmente e são formados por 40 pessoas cada. O grupo é formado para pessoas que são simpatizantes e

Juiz da Vara da Infância e da Juventude, Marco César Vasconcelos e Souza de pessoas que continuam contribuindo após o processo. “São pessoas que estão com a possibilidade de adoção e outras que querem colaborar. Lá, as pessoas podem participar de cursos, ouvirem relatos de quem já adotou. É uma ajuda e um estímulo”. Sandra também é um exemplo de amor. Ela adotou três crianças: um menino agora com dez anos (chegou com um dia), outro menino de 15 anos (chegou com 12 anos) e outra agora de três

anos (chegou aos cinco meses). “Tenho as três fases de idade na minha casa. Tomei a decisão porque não pude ter os meus naturais. A primeira opção que passou foi a adoção. Até sugeriram uma inseminação, mas preferi pela adoção. Tive vários abortos”. “O Fórum te liga e falam que chegou a minha vez. É uma choradeira”, conta emocionada. Sandra diz que optou também pela adoção tardia. “A adoção não é mercadoria. O menino de 12 anos tinha uma


São José dos Campos, junho de 2016 | 35

mãe viciada em drogas e os avós não aceitaram, reduzindo o tempo de convivência. Com nove anos, o Conselho Tutelar o tirou da mãe e ele ficou três anos abrigado, até os 12 anos. Se eu não tivesse buscado, não sei se outra família teria feito. A irmã também foi no mesmo processo e fiz questão de adotar os irmãos biológicos”. Para ela, não existe “tabu” em falar sobre adoção dentro de casa. “Sempre fui conversando com meus filhos e dizendo que era meu ‘filho do coração”, explica. Com a experiência e o envolvimento com a adoção, ela afirma que pretende expandir os conhecimentos. “Tenho um projeto para ser desenvolvido em faculdades e grupos de psicologia, para que os profissionais aceitem essas crianças normalmente”, ressalta. “O mais velho veio com todo o trauma. Ele não tinha regras e chegou a viver na rua. Ele entrou na escola aos nove anos e tinha muito atraso. Hoje, o avanço é enorme. Ele já se recuperou muito”.

Tempo A presidente dos grupos de incentivo da adoção fala sobre o limite para adoção. “Existe uma lei que limita a adoção em até dois anos. Mas, infelizmente, nos deparamos com situações diferentes. A criança pode ficar no abrigo até os 18 anos e depois seguir o seu rumo”. Sobre a morosidade no processo, Sandra afirma que algumas burocracias são necessárias e que a maioria dos pais limitam o perfil. “O processo é assim: a pessoa resolve adotar e vai à Comarca da Vara da Infância, em sua cidade. Conversa com a assistente social e faz as entrevistas iniciais e, posteriormente, você assina uma ficha com as restrições ou não na adoção. Com esse perfil é que a criança pode ser localizada. Infelizmente, os pais ainda ficam muito em dúvida com as citações no cadastro, por exemplo, uma criança

com deficiência. Chega na hora de preencher, alguns pais ficam inseguros e acabam restringindo. Há casos em que os pais fazem muitas restrições e assim os pais vão ficar muito tempo na fila, por conta das exigências”. A presidente da Comissão de Direito da Família da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São José, Dra. Maritza Franklin Mendes de Andrade, diz que há uma demora para adoção decorrente das restrições dos pretendentes. “Há uma morosidade. O objetivo é evitar fraudes neste processo”. O advogado Luiz Fernando Pereira, especialista em adoção, afirma que já acompanhou alguns casos em que há rejeições. “Infelizmente, por aspectos sociais as rejeições podem ocorrer, precisamente, quando inexiste adaptação das crianças adotadas”, diz. Pereira aponta que o processo de adoção pode ser “aperfeiçoado”. “Entendo que o processo de adoção, apesar de rigoroso, como no caso de adoção internacional, é integro no tocante à normatização. Creio que deveria haver uma alteração na lei em relação ao aspecto previdenciário no tocante à licença e salário maternidade de forma igualitária”, acrescenta.

Processo O CNJ (Conselho Nacional da Justiça) classificou São José dos Campos como a segunda cidade no Brasil como uma das mais céleres em adoção. O juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude de São José dos Campos, Marco César Vasconcelos e Souza, relata que São José dos Campos não apresenta características de pobreza extrema e as principais causas das adoções são em relação às mães que entregam os filhos ainda na maternidade. “As mães percebem que não têm condições de criarem e entregam os filhos ainda na maternidade. Neste caso, a adoção acontece de forma mais

Fila de pretendentes na região ADOÇÃO

ADOÇÃO

Aparecida

2014 - 05 2015 - 08 2016 - 05

Jacareí

2014 - 37 2015 - 33 2016 - 36

ADOÇÃO

Guaratinguetá

2014 - 35 2015 - 38 2016 - 31

Lorena

2014 - 21 2015 - 23 2016 - 18

ADOÇÃO

Taubaté

2014 - 72 2015 - 97

Caraguatatuba

2014 - 18 2015 - 09

ADOÇÃO

São José dos Campos

2016 - 400

ADOÇÃO

*Fonte: Vara da Infância e Juventude


36 | Revista Metrópole – Edição 16

rápida, após o processo investigatório com parentes”. Na Vara da Infância e Juventude de São José, foram observados casos de mães com problemas psiquiátricos, que em algumas circunstâncias são associadas à álcool e drogas. A cidade conta atualmente com 400 pretendentes na fila de adoção. Segundo Souza, as preferências por crianças claras está reduzindo. “Vem diminuindo de ano a ano. O que ainda não diminuiu foi a preferência por crianças mais novas, de zero a quatro anos. Já, infelizmente, quando a criança passa dos seis anos de idade, a adoção é difícil e acima dos doze anos fica praticamente impossível”, destaca. “Os doze primeiros casais da fila de adoção só querem crianças brancas. Ou seja, se aparecer uma criança negra, a

adoção será para o 13º pretendente”, conta. Desde 2004, 14 anos à frente da Vara da Infância e Juventude, o juiz afirma que para ele o mais gratificante é quando a criança ganha uma família. “Colocar uma criança em uma nova família é gratificante”, completa.

Pinda Em Pindamonhangaba, um projeto chamado “Família Hospedeira” é desenvolvido desde 2008, quando o juiz Alessandro de Souza Lima, na época à frente da Vara da Infância e Juventude da cidade, decidiu por implantar a proposta. O “Família Hospedeira” possibilita que os moradores de Pinda sejam cadastrados para a retirada temporária das crianças e adolescente nos abrigos. Podem participar pessoas acima de 21 anos e

crianças acima de cinco anos. O projeto quer estimular que os moradores possam ajudar, voluntariamente, na criação e educação de crianças e adolescentes sem a possibilidade de reintegração familiar ou adoção. “O estreitamento da relação entre o menor e família hospedeira pode evoluir para o pedido de guarda ou adoção, o que seria ótimo; mas, quanto menos, se a família se dispuser, por exemplo, a custear os estudos do abrigado, já seria de inestimável valia. De qualquer forma, o simples fato de dedicar carinho e atenção, já contribuirá para sua formação moral”, completa trecho da justificativa do juiz. A proposta está em vigor em diversas Comarcas do Estado de São Paulo e em outros Estados como, por exemplo, Bahia, Santa Catarina e outros. 

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40 | Revista Metrópole – Edição 14

ESPECIAL CULTURA

Benedito 2.0

Revitalizado e com galeria de arte anexa, Cine Teatro Benedito Alves será reinaugurado em São José dos Campos João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

U

m espaço intimista, aconchegante e que mantém indissolúvel relação com a identidade de São José dos Campos. É assim, com aflorado saudosismo, que a classe artística define o Cine Teatro Benedito Alves, patrimônio arquitetônico de São José dos Campos que, depois de 17 anos fechado, abrirá novamente as portas como um dos principais palcos da cidade. As obras de revitalização, que acontecem desde o ano passado, têm previsão de encerramento em junho deste ano. O trabalho de acabamento, que contempla a pintura, piso, divisórias dos banheiros e outros detalhes está sendo realizado desde o fim de maio. O espaço conta com aproximadamente 1.300 metros quadrados de área construída e possui capacidade para 270 pessoas. Além do espaço do teatro em si, os trabalhos também incluíram a construção de um anexo, que contará com galeria de artes, área para café, entre outras atividades. Por se tratar de um patrimônio em que apenas alguns dos elementos são tombados (fachada, escadarias, entre outros) houve uma liberdade maior para unir soluções de uma arquitetura mais moderna às partes clássicas do prédio. Um exemplo parecido é o da Biblioteca Municipal Cassiano Ricardo que, apesar de manter intacto o projeto da fachada, conta com uma estrutura metálica

dentro do prédio. O presidente da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo), Alcemir Palma, ressalta que o bom estado das estruturas do Benedito Alves foram um fator facilitador para as obras de revitalização. De acordo com ele, os laudos realizados antes da obra apontaram que paredes e fundações do prédio construído entre os anos de 1946 e 1950 encontravam-se em boas condições. “A estrutura dele é muito boa, não havia problemas de fundação. Isso facilitou pensarmos sobre a obra. Laterais do palco, escadaria e fachada, que são tombadas, foram, a rigor, os objetos de restauro. Por isso preferimos utilizar a palavra revitalização, já que foi esse o conceito que utilizamos na maior parte dos trabalhos com essas obras”, explica. No ato da inauguração, o espaço ainda não contará com o que se conhece como projeto cênico. Trata-se de tudo o que compõe o espaço do palco para que aconteçam os espetáculos: vara de luz, cortina, som, entre outros elementos. O presidente da FCCR afirma que a previsão é de que esses itens sejam adquiridos por uma licitação a parte. De acordo com Palma, o palco estará pronto para receber as atividades no final do mês de julho. “O palco do Benedito Alves é um caso a parte, por contar com dimensões muito pequenas. Portanto, a ordem foi não improvisar. Preferimos, ao contrário, licitar equipamentos separadamente para que pudéssemos contar com equipamentos adaptados às necessidades

Fachada eletrônica do novo projeto para o teatro


São José dos Campos, Junho de 2016 | 41

Fotos: Divulgação

Al Badah


42 | Revista Metrópole – Edição 16

do espaço. Já temos a planilha de custo e um projeto para abrir logo menos esse processo licitatório”, explica Palma.

Histórico O Cine Teatro Benedito Alves foi construído por iniciativa da Paróquia São José e concebido inicialmente para ser um salão paroquial. À época, o local comportava 700 pessoas e era destinado para festas beneficentes e de cunho religioso. De acordo com o site Lugares da Cultura, que reúne histórias de espaços culturais de São José dos Campos, o Benedito Alves teve os recursos para sua construção viabilizados por meio de doações e festas e contava, no início de sua história, com setores destinados à educação religiosa, ambulatório médico e biblioteca. Ainda de acordo com informações do site, o salão estava inserido no Movimento Circulista da Igreja Católica, recebendo muitas das atividades do Círculo Operário, instituição que tinha como objetivo ser o elo entre operários e patrões. Alugado, na década de 1950 o espaço sediou o Cine Real. Já na década de 1970 o Cine Teatro foi alugado pelo então Departamento de Cultura da Prefeitura de São José dos Campos. Neste período, o prédio recebeu atividades teatrais, além das projeções cinematográficas. A linha do tempo continua em 1981, quando o espaço foi declarado de utilidade pública, mas ainda não havia sido adquirido pela pasta da cultura. Em 1986, com a criação da FCCR, que assumiu o lugar do Departamento de Cultura, a fundação passou a gerir as atividades do Benedito Alves. Depois de quatro anos com programação cultural, o espaço foi desativado e devolvido à Mitra Diocesana em 1990. Dez anos depois, no ano 2000, o espaço foi integrado ao patrimônio da prefeitura de São José dos Campos.

Utilização A Fundação Cultural Cassiano Ricardo

As obras começaram em 2015 com o acompanhamento da FCCR


São José dos Campos, junho de 2016 | 43

ainda debate a melhor forma de utilização do espaço nesta nova fase. As ações serão divididas entre o Cine Teatro e o anexo, este já acertado que receberá exposições de artistas plásticos da região, compondo uma lacuna de locais para o segmento, que ficou vaga desde a transferência do Espaço Cultural Helena Calil para a Igreja São Benedito. Já em relação ao Benedito Alves, ainda não há uma definição, mas a expectativa da FCCR é de que, após a revitalização, o palco receba pequenas peças teatrais, projeções de audiovisual, além de apresentações musicais. “Quanto ao anexo, a FCCR abriu recentemente um edital de artes plásticas justamente para que as pessoas possam enviar os seus projetos. A ideia é abrir este espaço com uma bela exposição de fotos históricas do Benedito Alves. Conforme os meses forem passando, vamos integrando

“Eu estava aprendendo a tocar violão e fiz uma apresentação muito marcante para mim”, diz a cantora Ana Morena

A Orquestra Sinfônica de São José dos Campos (OSSJC), sob regência do maestro Marcello Stasi, oferece uma programação de concertos periódicos de excelente qualidade. Desde 2012 vem formando nova e signicativa plateia para a música erudita. Referência na região metropolitana do Vale, a OSSJC participa há cinco anos do Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão. Também tem sido convidada para compor a programação da melhor sala de concertos da América Latina, a Sala São Paulo, onde apresentou-se mais de uma vez com estreias mundiais e lotação máxima. Além das apresentações em teatros, auditórios e capelas, a Orquestra está presente nas cidades com os Concertos ao Ar Livre, aproximando milhares de pessoas da música erudita. A Temporada Artística de 2016 está dividida em estações do ano.

www.orquestrasjc.org.br facebook.com//orquestrasjc

Corealização:

Vem aí a Série Inverno das Vozes, aguarde!


44 | Revista Metrópole – Edição 16

outras mostras. Atualmente a cidade está carente de um espaço destinado para essa finalidade, já que a galeria Helena Calil ocupa um lugar que não é o mais adequado na igreja São Benedito. Quanto ao Cine Teatro, o foco provavelmente serão as apresentações menores, mais intimistas, contando que o espaço conta com palco diminuto. É uma sala com boa acústica, o que pode proporcionar também eventos musicais para um público um pouco menor”, explica Palma. Já para o coordenador da Cia. Teatro da Cidade, Claudio Mendel, o teatro deve ser aproveitado para atender a demanda de grupos de teatro de São José e cidades vizinhas. De acordo com o artista, a reinauguração de um espaço histórico, enraizado no centro da cidade, também traz para o município mais um centro de convivência entre os produtores de arte. “O interessante desse espaço é a localização central. Ele tem fachada para rua, não fica escondido dentro de um shoping, então aquilo cria uma movimentação cultural promissora num ponto de facílimo acesso. É um centro de convivência entre os criadores de arte”, explica.

Nas décadas de 70 e 80, o teatro era bastante frequentado

Saudosismo Além da visão objetiva de utilização do espaço, ainda há entre os artistas da cidade um prisma afetivo de saudosismo pelo Cine Teatro. Muitos estabeleceram ali seus primeiros passos na carreira, ou, no caso de Mendel, as primeiras incursões ao cenário artístico de São José dos Campos. Paulista de São José do Rio Preto, o artista vivia em São Paulo quando aportou em São José dos Campos em 1982. “Ali eu fiz os primeiros espetáculos que trouxe para São José quando produzia teatro. Por lá, já produzimos peças de gente grande do teatro, como Raul Cortez, Paulo Autran e Dercy Gonçalves. Também trabalhei muito com minhas peças no Cine Teatro. Perdi a conta de quantas vezes tiramos água do camarim por causa das goteiras e infiltrações que

haviam lá dentro. Usávamos rodo, refletor para enxugar carpete...”, lembra. A cantora Ana Morena, também de São José dos Campos, é outra que mantém uma forte memória afetiva do local. Afinal, foi lá que ainda com 14 anos a artista realizou o primeiro show de sua carreira. “A gente participava de várias atividades lá, não eram só as apresentações, mas havia algumas aulas também. Eu estava aprendendo a tocar violão e fiz uma apresentação muito marcante para mim naquele espaço”, afirma. Para Ana, a reinauguração abre

possibilidades para projetos mais intimistas, com relação próxima do público. De acordo com ela, atualmente a cidade não oferece um espaço parecido. “Aí não dá nem para pensar num projeto menor, intimista, porque não há lugar para apresentar. Agora, com uma boa equipe técnica, gente que entenda do riscado, tem tudo para dar certo”, avalia.

Crescimento A artista plástica Pitiu Bonfim, conhecida entusiasta por novos espaços públicos para a arte na cidade, vê com bons


São José dos Campos, junho de 2016 | 45

moda masculina

olhos a inauguração da nova galeria de arte anexa ao Cine Teatro. De acordo com ela, o momento cabe comemoração. Pitiu relaciona a inauguração da galeria com um bom momento para as artes plásticas em São José dos Campos. “É de fato uma notícia para se comemorar. A cidade, que sempre teve uma carência de espaços para as artes plásticas, agora começa a expandir as possibilidades para o gênero. Junto com a galeria do Benedito Alves, também temos a ativação do espaço destinado às exposições do Cefe (Centro de Formação do Educador), a

recente inauguração de outro espaço no Vicentina Aranha, além dos bons trabalhos desenvolvidos pelo Sesi e pelo Sesc. Dá para ficar animada”, afirma. O crescimento das opções de artes na cidade terá como reflexo, de acordo com a artista, movimentação crescente da demanda artística em São José. “Esses lugares precisam de programação, de gente que pense na curadoria, de novas exposições e de novos artistas, ou seja, é uma maneira de movimentar o segmento que, felizmente, parece não ter mais volta. É esperar para ver”, conclui. 

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46 | Revista Metrópole – Edição 16

ESPECIAL COMPORTAMENTO

Encontros modernos Aplicativos de encontro ‘viralizaram’ em todo o país e são tendências entre jovens e adultos. Mais de 10 milhões de pessoas utilizam a ferramenta no Brasil Idelter Xavier SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

N

enhum poeta, escritor e nem a ciência conseguiu até hoje explicar o amor. É daqueles sentimentos que a gente sabe que existe, mas não temos a capacidade de compreender. Mais complicado ainda é entender como funciona o mecanismo de atração mútua e como no meio de tantas pessoas podemos encontrar nossa “metade da laranja”. Na sociedade líquida - onde as relações tendem a ser cada vez menos profundas e o longo prazo é inexistente - o amor é colocado à prova por meio de um aplicativo de celular no qual um botão torna esse encontro um ato simples e fácil. O primeiro contato que antigamente acontecia em parques, bailes, festas, lanchonetes ou pátios de colégios, entre piscadas e olhares dissimulados, com o tempo foi se rendendo à tecnologia, com a chegada das mensagens via celular, da internet e das redes sociais. Porém, a novidade do momento que vem ganhando cada vez mais força são os aplicativos de encontro, como o pioneiro Tinder e seus inúmeros concorrentes.

O Tinder nada mais é que um aplicativo para smartphones e tablets, onde o usuário pode conhecer pessoas que possuem interesses em

comum. Para que isso aconteça, o programa cruza as informações de perfil


São José dos Campos, junho de 2016 | 47

do usuário com dados de localização e, desta forma, mostra opções de possíveis pretendentes que estejam próximos. As informações do usuário são todas retiradas do Facebook, por isso é obrigatório ter uma conta na rede social para poder utilizar o aplicativo. É por meio das amizades, dos interesses em comum e das páginas curtidas no Facebook que o Tinder indica uma pessoa para outra. Existe também a opção de escolher em qual tipo de pessoa o usuário está interessado, se do sexo oposto, do mesmo sexo ou de ambos, para que não haja incompatibilidades na hora da conversa. Na tela principal do aplicativo aparecem as sugestões que melhor combinam com o usuário, uma por vez, com as imagens do Facebook da outra pessoa. Ao deslizar o dedo em cima da foto para a direita ou clicando no coração verde você dá um “like”, sinalizando que tem interesse na pessoa. Ao clicar no “X” vermelho, ou deslizando o dedo para a esquerda, você descarta o perfil visualizado. Para poder conversar com a pessoa é necessário que aconteça o famoso “match”, ou seja, é preciso que o usuário que você curtiu também tenha dado “like” em seu perfil. Somente quando isso acontece o recurso do chat privado é liberado e então as duas pessoas podem conversar. É importante lembrar que não é possível saber quem te deu um “like”, ou seja, só acontece

um “match” quando duas pessoas aleatoriamente se curtem no aplicativo.

Origem O Tinder nasceu nos Estados Unidos no final do ano de 2012, criado por um

grupo de amigos universitários, com o objetivo de evitar os extensos e cansativos cadastros dos sites de encontros convencionais. A ideia de vincular as contas com o Facebook surgiu para resolver os inúmeros problemas com os perfis


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Pedro Ivo Prates

falsos dos sites de relacionamentos. O aplicativo chegou ao Brasil em agosto de 2013 e encontrou aqui um dos mais importantes mercados da empresa, sendo o terceiro com mais usuários, atrás apenas do Reino Unido e dos Estados Unidos. O Tinder é um sucesso mundial, presente em mais de 140 países, contabilizando cerca de 26 milhões de “matches” por dia.

Gabriel e Natália se conheceram pelo Tinder e namoram há cinco meses.

Amor de aplicativo Foi em um desses milhões de “matches” diários do Tinder que, há cinco meses, Gabriel Goulart Santos, 23 anos, técnico químico, conheceu sua namorada, a pesquisadora Natália Ingrid da Costa D’Avila, de 21 anos. Ambos são moradores de São José dos Campos e tiveram seu primeiro contato após trocarem “likes” pelo aplicativo. “No começo eu achei que nunca daria em nada esse aplicativo, foi algo que baixei só para passar o tempo mesmo e tentar a sorte. Foram sete meses de uso, até que conheci a Natália e começamos a conversar”, diz Goulart. Por outro lado, Natália utilizou apenas por dois dias o Tinder, tempo suficiente para conhecer o atual namorado. “Eu não conheci muitas pessoas pelo aplicativo, foi pouco tempo de uso. Pra ser sincera, a última coisa que eu queria era namorar”, afirma. Apesar de ser um aplicativo muito comum e que ganhou os jovens de todo o Brasil, o preconceito as vezes fica evidente quando o casal comenta a forma que se conheceu. “Eu já sofri um pouco de preconceito em relação a isso. Algumas pessoas acham meio perigoso começar um namoro com alguém que conheceu pelo aplicativo. Ouvi um pouco disso no começo do meu namoro, mas hoje em dia isso já passou”, relata a pesquisadora. Os dois passaram por todas as etapas de um início de relacionamento e afirmam que atualmente levam uma vida de

namorados como qualquer outro casal. “Eu já tive outros namoros e não vejo diferença alguma”, relata Gabriel. “É como conhecer uma pessoa de qualquer outra maneira”, conclui Natália.

À moda antiga Em contrapartida, há quase 60 anos se iniciava um relacionamento dos mais tradicionais. Foi na cidade de Aparecida, durante as comemorações da festa da


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padroeira da cidade, no dia 8 de setembro de 1956, que Iryneu dos Santos e Tereza Maria de Lima Santos se encontraram pela primeira vez. “Eu me lembro muito bem, eu tinha apenas 17 anos. Quando eu o vi já era quase o fim da festa, mas naquele momento eu tive certeza que estava conhecendo o grande amor da minha vida”, afirma Tereza, costureira aposentada, de 77 anos. “Parece brincadeira, eu tinha 20 anos, acabava de ter servido o exército e pensei quase a mesma coisa quando eu bati o olho nela. Naquele momento, eu vi que iria me casar com aquela mulher, que não seria uma paquera qualquer”, diz Iryneu, 80 anos, pedreiro aposentado. Os dois então começaram a namorar no estilo mais clássico possível. “Para AF_QUA 0035-16 Anúncio Novas Unidades.pdf poder pegar na mão, era só longe do meu pai. Quando a gente ia dar uma volta na

praça ou ao cinema, daí sim podia segurar na mão, mas quando chegava na esquina de casa já tinha que soltar, meu pai não podia nem sonhar com isso”, explica Tereza. Os dois namoraram por quase quatro meses, quando na virada do ano decidiram noivar. “O pai dela resolveu me fazer pressão e queria que eu casasse o quanto antes, por isso logo no primeiro dia de janeiro eu já comprei a aliança e nós noivamos”, explica Iryneu. O fato mais curioso da história é que eles noivaram sem nunca terem se beijado. O primeiro beijo somente veio a acontecer quase um ano após o primeiro encontro, em junho do ano seguinte. “O nosso primeiro beijo aconteceu só depois de noivos, no nosso primeiro Dia dos Namorados juntos”, relata Tereza. 1 19/05/16 18:10 O casamento então aconteceu em novembro de 1957 e os dois seguem

firmes e fortes até hoje. São sete filhos, nove netos e uma bisneta em quase 60 anos de muitas histórias, lutas e vitórias lado a lado. “Eu tenho muito firme em minha cabeça o compromisso sério que assumi com o casamento. Acredito que o segredo da felicidade é sempre um respeitar o outro, sempre espalhando o bom exemplo. Eu agradeço todos os dias por poder envelhecer ao lado dele”, completa Tereza. O modo de conhecer as pessoas sempre se adaptará às rotinas, costumes e tecnologias. As mudanças na forma de se relacionar devem acompanhar a cultura e o desenvolvimento de cada lugar, sempre quebrando, mesmo que não tão depressa, os paradigmas enraizados na sociedade. O que fica bem claro é que o amor é atemporal e jamais morrerá. 


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Fotos: divulgação

Cultura& Folk, hippie, pop viajante Redação SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

P

ela primeira vez no Brasil, Edward Sharpe and The Magnetic Zeros traz seu hippie, folk e pop viajante para São Paulo, no dia 16 de novembro. Responsável pelo revival folk dos últimos anos, o coletivo californiano ficou mundialmente conhecido pelo hino “Home”, hit do primeiro álbum “Up from Below” (2009). Cantada por Alex Ebert e Jade Castrino, o single virou tema de muitos festivais de verão. Agora sem Castrino, a banda volta em uma nova fase com o excelente “PersonA”, lançado em abril deste ano. É o primeiro disco em que os dez integrantes participaram juntos de todo o processo criativo. Ao vivo, os shows do ESMZeros são “uma experiência religiosa”. Tem que ver para entender, tem que participar para sentir: não há setlist, quem manda é a plateia, eles dançam e cantam em meio ao público, improvisam nos hits e criam outros. Na mesma noite, a jovem Courtney Barnett é uma das grandes expoentes da rica cena indie australiana. Suas letras espirituosas falam de assuntos mundanos, com muito humor e auto-crítica. Mas é seu jeito verborrágico de cantar, como se estivesse conversando com um amigo enquanto toca guitarra, que marca seu estilo meio grunge, meio indie-rock. O álbum de estreia “Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit”, foi destaque em todas as listas de melhores discos de 2015 e indicada ao Grammy 2016 na categoria “Melhor Revelação”. Os ingressos estão disponíveis em www.poploadgig.com.


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Anomalisa Preço: R$33,90

DVD&

Do vencedor do Oscar que criou “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” e “Quero Ser John Malkovich” surge uma nova e encantadora “obra-prima.” Michael Stone, marido, pai e autor notável, viaja a Cincinnati para dar uma palestra. Mas tão logo ele se separa da rotina de sua vida diária, um encontro casual o faz perceber o quanto ele está perdendo. Amor, risos e solidão se combinam nesta obra-prima da animação, “extremamente criativa” de Charlie Kaufman.

CINEMA&

LITERATURA&

Procurando Dory

O segredo dos Super Heróis Franco de Rosa

Preço: R$31,90

A animação é uma continuação de “Procurando Nemo” (2003). Dory é apresentada como uma personagem com problemas de memória, mas otimista e corajosa, que ajuda na busca por Nemo. No áudio original, ela é dublada pela atriz e apresentadora Ellen DeGeneres. No novo longa, a esquecida Dory e seus amigos Nemo e Marlin buscam por

respostas sobre seu passado. O que ela se lembra? Quem são seus pais? E onde ela aprendeu a falar baleiês. A personagem coadjuvante do primeiro filme já havia mostrado potencial para ser protagonista. A sequência da franquia demorou a sair, mas promete atrair muita gente para cinema, desde os pequenos aos cinéfilos com mais idades.

Na década de 30 começaram a surgir nas bancas americanas as primeiras histórias de super-heróis, e é claro que o duelo com os vilões. Desde então os criadores deste universo fizeram muitas transformações nas histórias, nas fantasias e até nas aparências. Não foram só os mocinhos com os seus atos heroicos que fizeram fama, muitos vilões ganharam seus próprios gibis.

SOM&

Bob Dylan Fallen Angels (Sony Music)

Preço: R$29,90

Bob Dylan lança trabalho inédito com canções de compositores consagrados. “Fallen Angels” tem 12 gravações inéditas de grandes clássicos da música norte-americana que ganham versões novas com vocais e arranjos de Dylan. Produzido por Jack Frost, o 37º disco de estúdio de Bob Dylan traz as primeiras canções inéditas do artista desde “Shadows In The Night”, lançado no começo de 2015. Para o novo CD, Bob Dylan escolheu músicas escritas por compositores consagrados, como Johnny Mercer, Harold Arlen, Sammy Cahn e Carolyn Leigh.

A discografia de Elza Soares é integralmente sagrada, mas nos últimos anos houve uma grande valorização de sua fase Anos 70 – vivida em sua maior parte a bordo do cast da Tapecar. Aqui, reunidos, com textos históricos e faixas bônus, os quatro álbuns gravados pro selo carioca entre 1974 e 1977. Uma viagem no tempo do samba 100% tocado por músicos.

Elza Soares Anos 70

(Novodisc Midia) Preço: R$84,90


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NOTÍCIAS EDUCAÇÃO

Escola conectada Fomos ouvir especialistas sobre o uso da tecnologia em sala de aula Henrique Macedo

Sistema já está implantado em 39 das 46 escolas municipais de São José

Henrique Macedo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Q

uem quer aprender, aprende com risco no chão de terra. Não precisa de muita tecnologia”. A declaração é de um veterano professor de São José dos Campos (que não quis se identificar), com quase 20 anos de experiência em escolas estaduais e 12 anos ensinando na rede municipal de ensino da cidade. A frase encerra uma verdade crua. Quem está a fim de receber ensinamentos, não precisa de pirotecnia para apreender o conteúdo. Quem tem mais de 30 anos sabe do que estou falando. Quem não se lembra do projetor de slides, retroprojetor e videocassete? Tecnologias de última geração naquela época, que tornavam as aulas menos chatas, mas que nem

“A Escola Interativa é um compromisso que assumi: levar para as escolas municipais um novo processo de aprendizagem, que une tecnologia e pedagogia. Estamos capacitando os profissionais de educação, modernizando e transformando toda rede” Carlinhos Almeida (PT), prefeito

sempre estavam disponíveis em todas as escolas. Nem por isso quem queria realmente estudar deixou de aprender. Mas o mundo mudou. Em tempos de grande conectividade, escolas particulares e algumas da rede pública já aderiram à lousa digital, tablet e notebook. Sem esquecer o principal: o conteúdo didático alinhado com as novas tecnologias. Especialistas da área consideram que o recurso aproxima professores e alunos e que pode transformar a educação, ajudando no desenvolvimento do trabalho em equipe e em processos colaborativos. Na rede municipal de ensino de São José dos Campos, o programa Escola Interativa quer ir além dos programas de tecnologia na educação, geralmente voltados apenas para a criação de laboratórios de informática ou sistemas de gestão escolar. “Nesse programa, a gente dá uma


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olhada para o futuro, para que São José dos Campos seja uma cidade de vanguarda na área de cultura digital, que é o que vai gerar emprego e cidadania neste século 21”, diz o secretário de Educação, Luiz Carlos de Lima. Apesar de alguns tropeços no início, como escolas antigas que não tinham infraestrutura para receber toda a parafernália elétrica e digital, o programa recebeu ajustes e já está implantado em 39 das 46 escolas de ensino fundamental. Na educação infantil, já funciona em 72 salas de leitura de um total de 76 unidades. O programa consiste em ferramentas como notebooks para uso dos professores, tablets para os alunos, servidor, projetores interativos, antena para sinal wifi, conexão banda larga com no mínimo 10 Mbps e conexão de fibra ótica entre todas as escolas da rede. Para treinamento dos professores foi criado o LEDI (Laboratório

de Educação Digital Interativa). “O laboratório é fruto de uma parceria com a Unifesp, Fundação Lemann, CTI Renato Archer, de Campinas e o Parque Tecnológico. É um disseminador da cultura digital. Os professores têm contato com todos os recursos, debatem e discutem a sua aplicação, desenvolvem conteúdos e criam ferramentas e outras formas de utilização dos recursos que já estão instalados nas escolas”, afirma o secretário de Educação. Nem todos os professores aderiram ao programa no início. “Houve uma grande resistência dos professores por conta da falta de habilidade que eles tinham com a tecnologia. Aos poucos, eles foram vendo a grande possibilidade que estava nas mãos deles”, comenta a orientadora pedagógica Renata Pereta Marques. Os tablets - que no início foram disponibilizados para que os alunos

pudessem levar para suas casas - agora ficam nas escolas. “A conclusão dos professores e dos técnicos foi que o tablet na escola é mais eficiente do ponto de vista pedagógico. É mais fácil a utilização pelo professor. Muitas vezes, a criança esquece o tablet e aí o professor não consegue utilizar em toda a sala o equipamento”, diz o secretário. O professor do começo da matéria é crítico sobre a utilização dos recursos. “É uma atualização do sistema de ensino que não contém, intrinsecamente, uma melhoria. O uso da tecnologia pode melhorar a dinâmica da aula de uma forma que ela se torne mais moderna e atrativa. Mas o conteúdo, a matemática, por exemplo, não muda”, observa.

Alerta Para a educadora Carla Guandalini Rezende Picone, a Educação Interativa


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Cláudio Capucho/ PMSJC

A tecnologia deixa a aula mais dinâmica, mas o conteúdo é o mesmo

“O modelo que é utilizado hoje é muito restrito e tem que ser ampliado porque São José é uma cidade tecnológica. É uma ideia boa, quem ganha com isso são os alunos, a formação da nova geração. Mas precisa integrar, porque hoje tem muita reclamação, wifi não funciona, tablet que dá problema, lousa que não funciona. Teria que aprimorar esse programa”. Shakespeare Carvalho, (PRB), presidente da Câmara de São José e pré-candidato à prefeitura

“Inovação para a sala de aula é muito importante, mas isso deve ser feito capacitando os profissionais que vão utilizar essas ferramentas para justificar o alto investimento realizado. Isso não foi feito [na atual administração], nós temos conversado com as mães de estudantes. Lamentavelmente, em 2013 não houve esse retorno, tanto que segundo o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nos últimos anos do ensino fundamental na rede municipal o índice caiu de 5,4 para 5,2.”. Felício Ramuth, candidato do PSDB à prefeitura de São José

surge como uma mudança significativa e necessária para o modelo educacional brasileiro. “O educador passa de detentor do conhecimento (modelo tradicional) para facilitador de aprendizagem (modelo moderno). O que torna-se preocupante é que o avanço tecnológico não foi aplicado à educação como deveria, simultâneo e gradativamente, como nos outros setores”. A educadora alerta que a rapidez na implantação do novo modelo pode não ter os resultados esperados, principalmente na rede municipal. “A clientela atendida não apresenta recursos e habilidades para compor a nova tecnologia em toda sua amplitude no seu cotidiano”. Ela acredita que é fundamental apoiar a formação dos professores e dos alunos e treinar adequadamente os pais e responsáveis. Para a coordenadora do Escola Interativa, Roseli Ferreira, a proposta está

alinhada com o nosso tempo. “A gente sempre falava que a tecnologia havia chegado a vários setores, mas na educação ainda não. Os estudantes já usam em casa, em vários lugares, e na escola agora eles têm essa oportunidade”. O professor de letras e pedagogo Diogo Gonçalves pediu transferência para a EMEF Mariana Teixeira Cornélio, escola-piloto do programa, para poder participar do Escola Interativa. “É um projeto que me interessou porque essas novas tecnologias estão inundando o mundo. Elas fazem e farão parte, cada vez mais, do cotidiano de todos os estudantes”. Gabriel Pires Novakoski, de 13 anos, está no 9º ano da EMEF Mariana Cornélio. Ele aprova o programa. “Com o projetor as aulas ficam bem melhores. Com os tablets é mais ou menos, porque às vezes cai. Ficou mais interessante, se a professora quer dar um exemplo, ela puxa pela internet e já mostra pra gente”. 


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Só o uso da tecnologia não traz benefício A implantação de tecnologias na educação deve ser parte do projeto técnico-pedagógico e pensada de forma a colaborar efetivamente no processo ensino-aprendizagem. Dessa forma, o agente principal, o professor, é quem vai utilizar-se dessas ferramentas de maneira que exista uma melhora, ou não, do processo, que deve ser aferida também. Quando o professor não domina o uso, seja por falta de treinamento ou mesmo pela complexidade, ou ainda não tem assistência operacional para o uso correto, essa experiência pode ser traumática. A elaboração de conteúdo é muito mais trabalhosa, principalmente quando do uso de tecnologias com algum tipo de interatividade, colaboração e/ou recurso

audiovisual, e requer tempo de preparação muito maior. Uma aula tradicional pode requerer uma proporção de 1 para 1, ou seja uma hora de preparação para cada hora aula, já a produção de material audiovisual e com uma apostila digital pode requerer até 6 para 1, 6 horas para cada hora de aula. Isto acaba gerando um entusiasmo inicial, mas que depois transforma a produção em um verdadeiro drama pela falta de tempo. Envolve também sérias questões de direito autoral sobre as imagens, textos e vídeos utilizados para a produção, até porque a produção do conteúdo é uma obra, normalmente, desvinculada do contrato do professor, e muitos acreditam no mito de que o que está na internet é de uso público de forma indiscriminada. O simples uso da tecnologia não

traz nenhum benefício se não for acompanhado de uma metodologia adequada que permita utilizar algumas possibilidades, tais como a melhor interação aluno-professor e aumento da produtividade. Um computador ou dispositivo tende a ser obsoleto em pouco tempo e o projeto, para ser sustentável, deve prever a gradual troca ou atualização desses equipamentos em um prazo médio que não pode exceder dois ou, no máximo, três anos, além de equipamentos de reserva e manutenção constante. Fernando Moreira, pedagogo, é Doutor em Comunicação Social e professor na Univap, de São José dos Campos. O educador tem vasta experiência na aplicação de tecnologias em processos de ensino-aprendizagem.


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NOTÍCIAS SAÚDE

Maconha: é hora de encará-la como remédio Em cumprimento à ordem judicial, Anvisa libera uso de derivados da maconha de forma medicinal no Brasil. Órgão está tomando medidas cabíveis para derrubar ação Idelter Xavier SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi obrigada a liberar a importação de produtos contendo canabidiol e THC (Tetrahidrocannabinol), ambas substâncias provenientes da maconha, para uso medicinal no Brasil. O anúncio oficial aconteceu em março deste ano, após uma ação judicial proferida em ação proposta pelo Ministério Público. A decisão é tida como uma grande vitória para muita gente em nosso país, pois a desinformação em relação ao tema vem afetando diretamente a qualidade de vida de muitas pessoas que poderiam fazer o uso benéfico, de forma medicinal, da planta. Sua eficácia já foi comprovada por diversas pesquisas pelo mundo, sendo utilizada para amenizar os efeitos colaterais da quimioterapia – como náuseas e falta de apetite-, para tratamento de dores crônicas, para amenizar crises de epilepsia em crianças com síndromes raras, entre diversos outros casos. A criminalização da maconha está indiscutivelmente incutida em nossa cultura. Apesar de ser um tema cada vez mais discutido em nossa sociedade, o uso da droga, seja medicinal ou recreativo, continua mal compreendido. Em meio a inúmeras informações superficiais e sem

fundamento, geralmente divulgadas em veículos de massa, norteados por fortes interesses políticos e econômicos, pessoas continuam sofrendo para se tratarem dignamente com a droga em nosso país. Além do preconceito da população em geral, existe uma resistência dos médicos em receitarem o remédio e até em comentarem sobre o assunto. A equipe de reportagem da Metrópole Magazine entrou em contato com mais de dez médicos na região metropolitana do Vale do Paraíba, que atendem tanto na rede pública como particular, mas nenhum deles quis se pronunciar em relação ao assunto, por se tratar de um tema polêmico. Tal medo de se posicionar pode ser explicado em um pequeno trecho do comunicado oficial da Anvisa em relação à liberação dos derivados da maconha: “Diante dos problemas que a decisão possa acarretar, uma vez que tanto o canabidiol quanto o THC não possuem registros no Brasil e, portanto, não têm sua segurança e eficácia comprovadas, a Anvisa está adotando as medidas judiciais cabíveis para derrubar a ação”. A pediatra paulistana especializada em neurologia infantil, neurofisiologia e epileptologia, mestranda da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Paula Maria Preto Mimura, de 48 anos, fala abertamente sobre o assunto e inclusive receita o canabidiol para seus

Plantio de maconha, mesmo que destinado totalmente para o uso medicinal, continua proibido no Brasil pacientes em alguns casos. Ela dá aulas em congressos de neurologia e lida diariamente com o preconceito que caminha lado a lado com o assunto, até entre seus colegas de profissão. “Eu considero um grande avanço ter sido liberado o uso medicinal dos derivados da maconha em nosso país. Existem diversos estudos que comprovam a eficácia terapêutica do canabidiol, e inclusive apontam que a substância não é um psicoativo, ou seja, não tem os efeitos psicoativos da maconha em geral”, afirma Paula. A princípio a liberação aconteceu


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Divulgação

para casos de epilepsias graves da infância, mas os derivados da maconha já estão sendo indicados para tratamento de dores crônicas, esclerose múltipla, vômito após quimioterapia, entre outros. “É bom deixar bem claro que a indicação é para o tratamento e não para a cura da doença. Outro ponto importante é que a maconha leva a esquizofrenia em pessoas que já tenham predisposição genética.”, esclarece a médica. “Já me apresentei em muitos congressos de neurologia e lido com o preconceito diariamente. Já fui xingada e saí chorando

algumas vezes, mas me mantive firme, pois estudei sobre o assunto e vi que a eficácia existe. Procurei ajuda no CRM (Conselho Regional de Medicina) de São Paulo e recebi muito apoio do vice-presidente, o Dr. Mauro Aranha, que conseguiu na justiça liberar o uso do canabidiol no Estado de São Paulo, em outubro de 2014, fato inédito em nosso país”, diz a neurologista.

Mercado farmacêutico O canabidiol ainda não é considerado um fármaco, mas sim um suplemento

vitamínico, ou seja, pode ser comprado nos países de livre comercialização - qualquer produto que contenha a substância, sem precisar de prescrição médica. Por não ser considerado um fármaco, não tem bula e, portanto, não há certificação de suas concentrações de THC e canabidiol. Tais quantidades podem mudar de acordo com o fabricante. “Como não existe este controle da quantidade das substâncias, diversos laboratórios estão comercializando formulações reduzidas do canabidiol, muito diluídas, e altas de THC. Essas soluções têm baixo custo, porém são inviáveis, pois são necessários cerca de dez frascos no mês para que se tenha o efeito esperado, algo que tem sido ótimo para os fabricantes, mas péssimo para os pacientes”, afirma a neurologista. Este é um dos pontos que a Anvisa destaca em sua nota oficial, em relação a procedência e quantidade das substâncias presentes nos produtos vindos de fora do país. “A Anvisa esclarece que muitos dos produtos à base de canabidiol e THC não são registrados como medicamentos em seus países de origem, não tendo sido, portanto, avaliados por qualquer autoridade sanitária competente. Assim sendo, não é possível garantir a dosagem adequada e a ausência de contaminantes ou tampouco prever os possíveis efeitos adversos, o que implica em riscos imprevisíveis para a saúde dos pacientes que os utilizarão, inclusive com reações inesperadas”, cita a nota. “Na minha opinião, a Anvisa fica de ‘mãos atadas’ frente ao uso de algumas formulações com altos teores de THC. Acredito que se a Anvisa liberar formulações com as quantidades máximas permitidas, isto iria melhorar o uso indiscriminado de alguns produtos usados erroneamente no nosso meio. Eu sou totalmente a favor da liberação do canabidiol como fármaco e não como suplemento vitamínico, isto encerraria com essas


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Pedro Ivo Prates

dosagens baixas que os laboratórios vêm fazendo”, diz Paula. Quando perguntada sobre uma possível liberação do plantio de maconha no Brasil, mesmo que totalmente destinado para o uso medicinal, a médica é bem direta. “Acredito que ainda não temos o perfil de conseguir coibir o uso indiscriminado da maconha com uso recreativo e não medicinal. Eu sou contra o uso recreativo da droga”.

Gabrielle faz uso de canabidiol para se tratar de uma síndrome rara

Luta pela vida Muito já se falava de estudos e tratamentos de diversos casos de doenças, em especial casos de síndromes raras, que comprovavam a eficiência do canabidiol. Foi após pesquisar sobre o assunto e procurar a Dra. Paula Preto, que o músico de 54 anos Benoit Decharneux resolveu iniciar o tratamento de sua filha de 23 anos, Gabrielle Decharneux, que sofre de uma síndrome rara desde os cinco meses de idade, chamada síndrome de Dravet. “A Gabrielle foi diagnosticada com a síndrome e sofre com ataques epiléticos diariamente. Não há medicação que corte esses ataques. Aos cinco meses ela teve sua primeira crise. Foi uma fase bem difícil, pois nos primeiros anos as crises eram muito fortes, duravam de 30 a 40 minutos. Segundo estudos, cerca de 20% das pessoas com Dravet não sobrevivem a essa época”, diz Benoit. “Há uns dois anos, eu e minha esposa vimos um programa falando a respeito do canabidiol na televisão. Eu não pensei duas vezes e comecei a pesquisar sobre o assunto. Tivemos todo o acompanhamento da Dra. Paula, que nos explicou tudo sobre o medicamento”, relata o músico. “Porém, o medicamento é muito caro. Uma ampola com 10 ml de óleo canabidiol custa aproximadamente € 400, ou seja, para fazer o tratamento é necessário desembolsar cerca de R$ 5 mil por mês. Como eu não tinha como pagar, comprei a fórmula em comprimidos, com dosagem muito menor de canabidiol, que custa 180

euros”, diz Benoit. Gabrielle chegou a ter entre dez e quinze convulsões por dia quando criança. Atualmente, se ela ficar sem o medicamento, tem uma média de 30 a 40 por mês. De acordo com Benoit, a mudança é drástica quando se inicia o tratamento com o canabidiol. “A diferença é enorme. Quando ela está sendo medicada com a substância, chega a ficar 15 dias sem ter um ataque epilético sequer. Isso reflete diretamente na qualidade de vida que ela leva”. Devido ao alto custo e as complicações para se conseguir o remédio, é muito difícil manter um tratamento constante no Brasil. “Infelizmente muitos dos meus pacientes, como a Gabrielle, estão em subdose, justamente pelo preço do medicamento, o que dificulta o acompanhamento dos casos. Atualmente alguns estão conseguindo receber o canabidiol gratuitamente pelo governo, mas o processo é um pouco complicado”, afirma a neurologista Paula Preto. “Um advogado me ajudou e eu consegui uma liminar na justiça para receber o canabidiol. Como tudo no Brasil, houve

muita burocracia e o processo demorou cerca de seis meses. Em outubro do ano passado recebi o medicamento pela primeira vez, três seringas com 10 ml de canabidiol em óleo, o suficiente para um mês de tratamento com boas dosagens. Essa foi a melhor época, com excelentes resultados”, relata o músico. “Em novembro peguei a segunda leva e depois disso não me ligaram mais. O tratamento voltou à estaca zero. O governo alegou estar sem verba e não enviou mais o medicamento. Apenas em abril deste ano que me enviaram outra leva do canabidiol, o que nos deu certa esperança, mas infelizmente não sabemos quando receberemos ou se receberemos novamente”, diz Benoit. “O medicamento não é um milagre e nem a cura da epilepsia, porém não tem como voltar no tempo e ignorar os benefícios do canabidiol. É um fato e deve ser tratado como uma nova opção terapêutica. Todos os estudos mostram a melhora em até 50 % nos pacientes com síndrome de Dravet, como no caso da Gabrielle”, conclui a médica. 


PODE COMPARAR, NENHUMA OUTRA RÁDIO TOCA TANTA MÚSICA COMO A ANTENA 1.


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NOTÍCIAS TURISMO

As cidades da Serra da Mantiqueira também oferecem acomodações requintadas para os turistas que não receiam em investir um pouco mais pelo conforto e luxo Divulgação

Fotos: Divulgação

Serra 5 estrelas

Marcus Alvarenga SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A

s baixas temperaturas que começaram a se intensificar no último mês indicam a chegada do inverno, a estação que tem como marca a concentração de turistas nos destinos mais altos onde o frio é predominante. As cidades da Serra da Mantiqueira no Vale do Paraíba são favorecidas com o aumento do público, principalmente daqueles que não pensam duas vezes antes

de buscar opções mais luxuosas. Ao andar pelas ruas de Campos de Jordão nos meses mais gelados do ano, podemos ver muitas lojas de grife, turistas desfilando com as roupas da tendência, carros importados e as melhores baladas da temporada. Fora tudo isso, o público que busca as cidades da Serra também procura o descanso com conforto e regalias e as pousadas e hotéis da região não deixam a desejar. Para a hospedagem, as cidades de Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão, somam mais de 20 mil leitos para todos os bolsos

e gostos. O diferencial na temporada de inverno é a alta procura pelas opções “plus”, “premium”, “prime”, “nobre” e até “presidencial”. “A expectativa para a temporada de inverno é comparada com a ocupação do feriado de Corpus Christi, em maio, que antecipadamente ocupou 85% dos leitos e nos dias lotou todas as hospedagens da cidade. As acomodações de luxo são poucas, restritas, mas não são esquecidas. Não sobra nenhuma vazia”, relata o presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) de Campos do Jordão, Paulo César da Costa.


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Cantinho para champagne no We Hotel, em Campos do Jordão

Nos últimos anos, as ocupações dos hotéis que apostam no mercado de luxo não ficaram um final de semana sem hóspedes, segundo o presidente do sindicato. Existem também aqueles empresários que apostam em serviços especiais ou que oferecem diversas opções extras, deixando aberta a decisão do turista. “Existem pousadas e hotéis na cidade que possuem entre 30 ou 40 apartamentos e os proprietários constroem cerca de cinco destes especificamente para os clientes que procuram serviços diferenciados. Porém, existem aqueles que apostam em estabelecimentos unicamente

luxuosos”, completa Costa. Em Campos, o We Hotel é um dos estabelecimentos que foram idealizados especificamente para atender clientes que procuram serviços particulares. A unidade localizada no Capivari, no bairro onde está a concentração de todos os turistas, possui apenas 10 suítes e todas com janelas panorâmicas para as montanhas. Outros hotéis que apostam nos quartos luxuosos, mas que dividem o espaço com acomodações mais simples, oferecem serviços específicos que se tornam o diferencial para a escolha dos turistas que investem um pouco mais para aproveitar


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o melhor. No “plus” que a acomodação recebe, estão muitas opções relacionadas à inclusão da lareira, da banheira ou até a escolha de um chalé completo até com uma sala de reunião. As regalias não param por aí, como o hotel Serra da Estrela, onde cada hóspede tem direito a um roupão, pantufa, espumante e um tablet, além de oferecerem suítes com janelas termo acústicas e a opção de escolher entre um quarto com hidromassagem, ou com banheira de imersão e cromoterapia, ou ainda com ofurô. Para os casais ou famílias que buscam não ficarem presos entre apenas quatro paredes, os chalés são ótimas opções. O hotel Torriba, entre as suas acomodações, oferece dois tipos de chalés em uma área de vegetação, com aquecimento por controle remoto, sala de jantar, closet, copa e até estacionamento privativo. Depois de tantos detalhes e serviços diferenciados, podemos pensar que os pacotes estão completos, mas as pousadas de Santo Antônio do Pinhal foram além e trouxeram uma relação intimista entre o hospede e a natureza da cidade. Na “Quinta dos Pinhais”, enquanto o hóspede toma um banho na piscina privativa, ele pode apreciar a beleza das montanhas e da Pedra do Baú. A pousada oferece, em acomodações de até 240m², espaços privativos com sauna, aparelhos de ginástica, piscina e sala de banho, tudo dentro da área do quarto. Essa pousada não é única, a “Quatro Estações”, também em Santo Antônio, investiu no romantismo, disponibilizando sobre as banheiras de hidromassagem um teto solar retrátil e na frente uma bay window (janela de sacada), podendo apreciar o céu e as montanhas, enquanto relaxa. O custo para aproveitar um final de semana completo nas mais diversas acomodações luxuosas das cidades da Serra da Mantiqueira tem uma grande variação de acordo com os serviços escolhidos e o tipo

Vista da banheira do quarto da pousada Quatro Estações, em Santo Antônio do Pinhal

de quarto reservado. Em Campos do Jordão, os preços da diária podem ir de R$ 750 a R$ 1.300, no Hotel Serra da Estrela; de R$ 870 até R$ 3.700, no Hotel Torriba; ou ainda entre R$1300 e R$ 1700, no We Hotel. Em Santo Antônio do Pinhal, os valores do Quintal dos Pinhas podem variar entre R$ 1.800 e R$ 7 mil e na Pousada Quatro Estações variam de R$ 500 até R$ 2.100. Além disso, os valores mudam de acordo com a época do ano.

A principal atração desta temporada na RMVale é o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão ‘”Dr. Luís Arrobas Martins”, que leva centena de concertos de música clássica para as praças, igrejas e teatro da cidade. Este ano, o evento acontece de 3 a 24 de julho, no mesmo período que serão realizados os cursos de instrumento, regência, prática de orquestra e música de câmara para alunos brasileiros e estrangeiros. 



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Gastronomia&

Divulgação/ Flávio Forner

Chá Amaretto harmonizado com biscoitos e croissants

Mistura fina

Na onda gourmetizadora, agora é a vez dos chás, que ganham ‘blends’ e harmonizações que vão muito além do tradicional chá das 5h Adriano Pereira SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

S

e você é daquelas pessoas que acredita que chá é uma bebida para quem está doente, comece a repensar seus conceitos. Essa

cultura milenar, que não deixa de ser saudável, vai muito além de curar um resfriado. Na nova onda gourmet, os chás ganharam casas especializadas, misturas inusitadas e harmonizações pra lá de saborosas. Em São José, uma opção é o Lugar

Pleno, uma casa especializada em chás e afins. Lá eles armazenam mais de 40 blends de chás, que podem ser degustados quentes ou gelados e acompanhados de bolos, cookies, pães, tortas, quiches e até foundues. “Nosso propósito, como negócio, continua sendo o de proporcionar uma pausa para o nosso cliente, criando um momento especial para a vida dele. Criamos um espaço para que ele possa degustar o aroma do chá e a beleza das flores, com a possibilidade de estender esse momento até o aconchego do lar, já que oferecemos nossos chás a granel, além de todos os acessórios para preparo da bebida, como


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bules, xícaras e infusores”, afirma Silvia Tsuji, sócia-proprietária da casa. A experiência é bastante interessante, principalmente se você não conhece nada de chás. Como em outras harmonizações, com as infusões existem duas buscas: o complemento e o contraponto. Daí entram mais variáveis. Para os apreciadores e desenvolvedores dos sabores dos chás, a “química” das misturas - os famosos “blends” - em busca de sensações novas é incansável. Por exemplo, um dos chás mais pedidos na casa é o Amaretto. Aromatizado com sabor de amêndoas, com hibisco, cascas de rosa mosqueta, pedacinhos de maçã, uva e groselha negra e pétalas de flores de centáurea, é quase impossível decifrar essa mistura antes de experimentar um gole quente ou gelado.

A ideia é que seja doce, sem precisar de açúcar. Nesse caso, harmonizando de maneira complementar, um bolo de banana ou de nozes aumentariam a sensação doce da bebida. Mas se a ideia é criar um contraponto de sabores, um bolo de limão caíria bem na combinação. Na verdade, todos os chás têm uma base que é a Camellia sinensis, a planta do chá. A partir daí, são inúmeras possibilidades. O Lotta Karato é feito de chá verde, cenoura, maçã, erva cidreira, cascas cítricas e laranja. Combina perfeitamente com uma torta de brócolis e bacon. Chá preto puro combina bem com pão de queijo, chá de cranberrie com pão de mel e as combinações são infinitas já que o paladar é algo particular. Mas você pode ir além nessa onda de degustação e experimentar o “chá dos

chás”. Em vários pontos o mundo dos chás se assemelha ao mundo dos vinhos. Um desses pontos é o fato de que alguns chás (e vinhos) são produzidos para serem envelhecidos e, assim, ganharem sabor único. No caso dos chás, os envelhecidos são os fermentados, conhecidos como “dark teas”. O principal dark tea é o Pu-erh (também escrito pu’er ou puer), chá envelhecido chinês originário da província de Yunnan. O Pu-erh é envelhecido por alguns anos e passa por um processo de fermentação natural. O sabor do chá geralmente tem algo de terroso e vai ficando mais rico e mais adocicado com o passar do tempo. Os mais raros e caros ultrapassam R$100 o quilo. Gelado ou quente, o momento de degustar o chá é um evento social. A ideia


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Fotos: Divulgação/ Flávio Forner

Chá verde, Amaretto gelado e chá preto com torta; as combinações são inifnitas

é desacelerar, experimentar um momento de calma no caos do nosso cotidiano. Se essa experiência por si só já valeria a pena, imagine se você somar isso aos novos sabores destas combinações. Mesmo que a bebida não tenha propriedades medicinais, seu corpo e sua cabeça agradecem. 


INFORME PUBLICITÁRIO

Jovens e adolescentes descobrem o leite “fresco” Esta geração está realmente preocupada com a alimentação. Eles se cuidam. Buscam nos rótulos dos alimentos as informações nutricionais, atentos a ingestão de calorias e nutrientes que garantam uma alimentação saudável.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

N

os Estados Unidos e Canadá, só uma em cada duzentas pessoas toma leite longa vida, porque as demais têm informação sobre a qualidade do produto que irão consumir!

Assim, os jovens estão descobrindo que o leite pasteurizado resfriado (que fica na geladeira) faz toda a diferença. A pasteurização é o processo em que o leite é elevado a 75º por 20 segundos e resfriado logo após, o que elimina os microrganismos patogênicos e mantém os benefícios à saúde, entre eles os lactobacilos vivos, que protegem o intestino, evitando o câncer. Por esta razão, não deve ser fervido, pois quando passa de 75º o leite perde valores nutritivos. Ao contrário do leite UHT (Longa Vida), que é submetido a até 150º, esterilizando-o e, consequentemente,

matando todos os lactobacilos e diminuindo muito mais os outros nutrientes e vitaminas. Além disso, o pasteurizado é muito mais saboroso, com chocolate então... Cientificamente, é comprovado: quem consome leite e seus derivados tem mais saúde e vive mais!

www.cooper.com.br


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Social& por Luiza Paiva Fotos: Divulgação

Amor para todas as horas Quando o amor é verdadeiro, a correria do dia a dia se torna mais uma oportunidade para o casal mostrar seu companheirismo e, com essa união, a passagem do tempo só fortalece o relacionamento. A crise não tem vez para quem ama. Confira alguns casais da região que mostram que estão sempre ao lado um do outro e provam que a “alma gêmea” não é uma lenda.

Caminhando juntos em busca da realização de uma meta. O casal Carla e Fabio Miranda, à frente da Josephine Noivas, de São José dos Campos, conseguiu o sucesso na vida profissional e conjugal. Eles estão juntos há 16 anos, sendo 14 de casados, e têm dois filhos: Pietra com oito anos e Julia com seis anos. Sonhando e realizando juntos as metas, eles comemoraram 11 anos de sucesso com a empresa.

Beleza e empreendedorismo se encontraram no casal Evandro Alonso, diretor do Grupo Kaza, e Carolina Scarpelli, arquiteta e diretora do escritório CS Interiores. Eles estão casados há 11 anos e tem um filho de oito anos, o Pedro Henrique Alonso.

O engenheiro Carlos Vilhena é presidente da AEA/SJC – Associação de Engenheiros e Arquitetos de São José dos Campos e a agenda corrida não é desculpa para a falta de romantismo. Casado há 35 anos com Silvia Regina, ele não perde uma oportunidade de declarar seu amor à esposa e à família nas redes sociais. O casal tem duas filhas e nos últimos anos ganharam três netinhos. A filha Renata é cirurgiã-dentista e mãe de Daniel, de dois anos. Já Maria Silvia é advogada e mãe de Manuela, de cinco anos, e Helena, de três meses.


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Negócios& O homem que conquistou o coração da Miss A mulher mais bonita de São José dos Campos acredita no amor de conto de fadas e garante que pretende, sim, envelhecer ao lado da alma gêmea. Yasmim Christine Silva, 20 anos, é Miss São José dos Campos e estudante do 4º ano do curso de Direito da Univap. Ela namora há um ano e meio o brasiliense Kalil Gebrim Rodrigues, que conheceu quando ele fazia faculdade no ITA de São José. “Temos uma história mais longa do que esses meses de namoro. Sinceramente espero que seja para sempre. Um namoro sem a busca pelo amor de verdade e sem o sonho de morrer velhinhos juntos, não faz sentido. Ela tem metas de carreira, como ingressar na magistratura, mas ressalta a importância da família. “Se um dia me convier dedicar minha vida à família, eu dedicarei sendo a pessoa mais feliz do mundo. Nessa vida, não faz sentido correr atrás apenas de objetivos para si próprio. Primeiro Deus e depois as pessoas queridas que Ele colocou na minha vida”, disse.


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Arquitetura& Por Moisés Rosa

Projeto com arte

‘Home’ traz detalhes pensados minuciosamente desde a criação

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uando se observa o resultado deste apartamento, é difícil de imaginar que a ideia inicial dos proprietários era de um projeto apenas clássico. Arrojado e investindo na sofisticação, a designer Carolina Scarpelli trabalhou com elementos modernos e pensou em cada detalhe desde a criação do projeto e não deixou de lado os detalhes clássicos. O apartamento localizado na região nobre do Jardim das Colinas, em São José dos Campos, traz a assinatura de renomados designers nos móveis e nas peças. São quatro suítes (suíte master e closet), sala com três ambientes, varanda com dois ambientes, cozinha, lavabo, lavanderia e despensa. O home de 245 metros quadrados foi entregue em março deste ano. Para valorizar os ambientes, a iluminação foi pensada de forma diferenciada, criando cenas para cada espaço. Os papéis de parede na sala se destacam e compõem o apartamento com as cortinas e estofados, estilo Luís XV, revestido em seda pura. A cozinha ganha destaque por conta do fácil acesso e circulação. A cristaleira e os armários receberam toda a atenção. Os puxadores foram pintados manualmente com cor criada exclusivamente para combinar com a cristaleira e a bancada recebeu silestone, material com quartzo e resina de poliéster, além da proteção antibacteriana.

Já no banheiro, Carolina Scarpelli se utilizou do tom clássico para dar o toque especial no ambiente. As pastilhas de cores leves e a pedra calcária dão o charme e a sofisticação ao banheiro. No lavabo, a surpresa. Além da bancada em porcelana, um papel de parede totalmente exclusivo. O diferencial fica por conta dos cristais Swarovski que foram aplicados um a um. A introdução de um espelho totalmente emoldurado completa o desejo do casal para a utilização de elementos clássicos, mas com muito cuidado para que o ambiente não ficasse visualmente pesado ou com uma aparência de antigo. No quarto, é possível identificar tons pastel e acinzentado, o que harmoniza o espaço e deixa o imóvel com um visual claro e elegante. O projeto traz aconchego e harmonia.

Arte Carolina se dedicou às buscas e referências de arte. “Tive que me dedicar muito, pois para se criar um projeto clássico é necessário ter conhecimento de história da arte e não deixar os ambientes com aspecto pesado, envelhecido e ultrapassado. Foram dias buscando texturas e detalhes relevantes para executar o projeto. Toda atenção dada a eles [clientes] foi para dar praticidade e conforto ao projeto. Assim que foi finalizado, não houve nenhuma mudança”, disse. 

Projeto traz modernidade em ambientes


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Fotos: Arquivo pessoal


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Tons cinza e pastel foram utilizados para dar suavidade e sofisticação ao espaço. A designer pensou de forma exclusiva a iluminação do ‘home’. Acima, o quarto transmite aconchego. Ao lado, espelho amplia o ambiente



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Crônicas & Poesia

Proteja seu coração

por Luiza Paiva

Estamos proibidos de amar. Somente os perdedores se entregaram a esse sentimento tão desgastante quanto nobre. Você não vai querer isso para você. Estamos proibidos de nos encantarmos por alguém, de querermos estar com ela por alguns dias seguidos, de abraçar em silêncio por vários minutos. Estamos proibidos de nos apaixonarmos. Todos os nossos amigos nos alertam diariamente: não se entregue, não faça isso, é sempre igual e você vai sofrer. Você não vai querer isso para você. Uma frase de Andrea Dworkin, escritora feminista norte-americana de grande reconhecimento nos anos de 1970 e 1980, tem sido frequentemente repetida pelas jovens: “Minha prece para as mulheres do século XXI: endureçam seus corações e aprendam a matar”. A frase vem disfarçada como uma dica de amiga, mas na alma feminina chega como um punhal: proteja-se, você sabe que esse sentimento de urgência não está certo. Contos de fadas não existem e você vai se dar mal. Porque iríamos querer nos envolver com alguém? Porque iriamos querer perder nossa liberdade e possibilidade de ter várias pessoas? Mais do que isso, porque iríamos querer jogar tanta coisa fora por um sentimento que só faz a gente perder o nosso foco. O foco, aliás, amiga, deve estar em sua carreira profissional. Fato é que no dia a dia nós temos que vestir inúmeras armaduras e assumir muitas cobranças. Precisamos engolir sapos no trabalho, ajeitar nossa saúde ao mínimo necessário para sobreviver, abraçar problemas familiares e nos responsabilizarmos pelos problemas do

mundo... O relacionamento amoroso deveria ser o momento de nos despirmos de todas essas armaduras e, justamente por ser assim é que tanta coisa dá errado. A gente fica um minuto desarmado e basta uma gentileza ou um toque e... Quando percebemos, já estamos mais interessados do que o outro, já estamos olhando incansavelmente para o celular esperando uma mensagem ou uma resposta e já estamos procurando nas entrelinhas um sinal de que algum pedacinho do coração do outro ainda não endureceu. Talvez seja verdade que iremos sofrer.

Existe uma grande chance deste relacionamento acabar em alguns anos, meses ou dias. Mas para evitar esse fim, vale a pena jogar fora todas as oportunidades e todo o aprendizado que somente o amor nos permite? Obrigada pela dica, amiga Andrea, mas meu coração continuará desprotegido. Minha armadura são os calos no joelho e hoje nem os tombos me assustam mais. Luiza Paiva é jornalista, colunista social e especialista em mídias sociais.




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