Novembro de 2017 – Ano 3 – nº 33
Guardiões da Água
Moradores da região buscam soluções para melhorar a qualidade dos rios e desenvolvem medidas para evitar um possível desabastecimento no futuro
ENTREVISTA
Marcelinho Carioca troca os gramados pela política e comanda Secretaria de Esporte e Lazer de Ubatuba pág. 16
ESPECIAL
Investidores-anjo ajudam startups da região a levantar voo nos céus das novas oportunidades pág. 30
metr pole magazine
6 | Revista Metrópole – Edição 33
meon.com.br/revista
EDITORIAL
Diretora Executiva Regina Aparecida Laranjeira Baumann
O futuro depende de nós... Esta edição da Metrópole Magazine traz reportagens que nos levam a refletir sobre como será o nosso futuro e como podemos agir para influenciar de forma positiva os nossos dias. Neste conturbado momento político em que vivemos e com a retomada, mesmo que gradual, da economia, temos a opção, que deveria ser obrigação, de trabalhar como agentes ativos do desenvolvimento local e regional. A reportagem de capa revela como algumas pessoas têm atuado para melhorar a qualidade dos rios que cortam a RMVale, como o Paraíba do Sul e o Una. Medidas simples, mas que visam evitar um possível desabastecimento ao longo do tempo. Ao invés de depender apenas de ações
Editor-chefe Fernando Ivo Antunes Repórteres Felipe Kyoshy João Pedro Teles Marcus Alvarenga Colaboradores Otávio Baldim Fabio Soares Estagiárias Larissa Muradi Giovana Bertti Fotografia Pedro Ivo Prates Diagramação José Linhares Arte Giuliano Siqueira
QUEM CONHECE, CONHECE BDO
do Poder Público, incentivamos quem se mobiliza paraUma cuidar do que é das Big 5 nosso e deixar uma herança melhor aos que virão.
Líder no middle market 21 escritórios no Brasil Com esta mesma linha de pensamento, os inventidores-anjo deposiAudit | Tax | Advisory
tam o dinheiro e, principalmente, a confiança em startups que buscam aprimorar serviços por meio da evolução e adequação tecnológica. O futuro das crianças passa por momentos desafiadores na vida escolar, como mostra a reportagem sobre a passagem dos pequenos para o
Marketing Bianca Maegi
Executivos de Negócios Ana Florez Greice Kelly Fabiana Domingos Ivo Santaniello Diretor de Relações Institucionais Eduardo Pandeló Departamento Administrativo Larissa Oliveira Roseli Laranjeira
ensino fundamental após anos de educação infantil. Neste “Novembro Azul’, a conscientização sobre a importância da pre-
Tiragem auditada por:
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Tel o (55 12) 3941 4262 venção contra o câncer de próstata é fundamental para futuro dos howww.bdobrazil.com.br
mens e também de toda a família. Lutar contra o preconceito da doença é um dos desafios para que nos próximos anos o número de pacientes seja cada vez menor. No Esporte, o futuro do Manthiqueira é o tema. Após o título da série B,
Meon Comunicação Ltda Avenida São João, 2.375 –Sala 2010 Jardim Colinas –São José dos Campos CEP 12242-000 PABX (12) 3204-3333 Email: metropolemagazine@meon.com.br
o time de Guaratinguetá tem a ambição de novas conquistas. E também do Esporte, mas com uma pitada política, é a entrevista do mês, com o ex-jogador e atual secretário de Esporte e Lazer de Ubatuba, Marcelinho Carioca, que busca colocar sua experiência em prol do futuro da cidade. Boa leitura.
Regina Laranjeira Baumann Diretora Executiva
A revista Metrópole Magazine é um produto do Grupo Meon de Comunicação Tiragem: 15 mil exemplares
8 | Revista Metrópole – Edição 33
SUMÁRIO Matheus Fajardo
Matéria de Capa
22
Moradores da região buscam soluções para melhorar a qualidade dos rios e desenvolvem medidas para evitar um possível desabastecimento no futuro
EDUCAÇÃO CULTURA 54 Estabelecimentos 36 Mudanças do ensino infantil para o trazem o
16 ENTREVISTA Ex-jogador troca os gramados pela política e comanda Secretaria de Esporte e Lazer de Ubatuba
Pedro Ivo Prates
Pedro Ivo Prates
espírito libertário das motocicletas para dentro dos bares em São José
SAÚDE 60 Preconceito é principal vilão na prevenção do câncer de próstata, doença que mais mata homens acima dos 50 anos Divulgação
ESPECIAL 30 Investidores-anjo ajudam startups
fundamental são desafiadoras, mas fundamentais para o desenvolvimento dos pequenos estudantes
VEÍCULOS 44 Alto índice de roubos e furtos na
RMVale colaboram para elevação do valor do serviço na região
da região a levantar voo nos céus das novas oportunidades
Pedro Ivo Prates
Pedro Ivo Prates
TURISMO 74 Trilha reúne lindo visual, contato com a natureza e História do Litoral Norte
10 12 14
Espaço do Leitor Aconteceu& Frases&
66 78 86
Esporte& Gastronomia& Crônicas&Poesia
Novembro de 2017 | 9
Artigo&
Métricas da vaidade
Pesquisas recentes revelam queda na aprovação do prefeito João Dória (PSDB) junto aos paulistanos, que foi de 41% para 32%, em quatro meses. Uma perda de 9%. Com um início fulminante, entre outros fatores pelo bom trabalho realizado nas redes sociais, o prefeito foi rapidamente elevado ao cargo de pré-candidato à presidência da República. O índice de aprovação e, principalmente, a exposição midiática obtida a partir de suas ações, que ganharam multiplicadores por várias regiões do país, por meio do ambiente digital, fizeram dele um nome, aparentemente, forte o suficiente para se contrapor ao projeto petista de levar o ex-presidente Lula de volta ao cargo. Talvez, o resultado da pesquisa nos traga uma realidade que muitos ignoraram. A aprovação de Dória foi alta muito antes que ele pudesse ser avaliado como prefeito, como o gestor que se propagou durante a campanha eleitoral. Suas ações iniciais foram muito mais de zeladoria do que de gestor, de agente político capaz de implantar políticas públicas reais e que atendessem
aos reais interesses da população local, que votou nele acreditando que seria a melhor opção para a cidade. Embalado pela chamada métrica da vaidade, como são chamadas curtidas, alcance e visualizações nas redes sociais, Dória também acreditou que era esse nome para a disputa presidencial e, a partir disso, iniciou viagens pelo país e a propagar discursos que tinham endereço certo, o de ganhar a atenção dos eleitores em regiões nas quais ele ainda não possuía entrada, como o caso do Norte e Nordeste. Talvez até seja, mas é preciso mais do que isso para ter tal certeza. Na verdade, o que a pesquisa talvez tenha feito foi mostrar aos políticos que o eleitor de hoje está atento aos fatos. Pode até se empolgar por ações eleitoreiras, mas espera mesmo é trabalho, solução de problemas e políticas públicas reais. Os paulistanos demonstram que não estão satisfeitos, pois querem algo a mais do que um político midiático. Querem um político que execute. Ao invés de lutar por curtidas e visualizações, o político deveria lutar
pelo engajamento, pela participação, pelo relacionamento. Porém, não pode jamais se esquecer de que tudo isso deve estar aliado ao trabalho. As ações digitais são importantes, mas devem estar atreladas às realizações. As métricas da vaidade podem satisfazer o ego, mas não se sustentam no afunilamento de uma disputa eleitoral. Por isso, o planejamento deve ser sério, feito com base em informações e dados, para que a tomada de decisão seja assertiva e, assim, o passo para a conversão do voto mais real e menos efêmero. Trabalhar com redes sociais é mais do que postagens no Facebook, sempre falo isso. É fazer o trabalho com inteligência, por mais que muitos políticos ainda não entendam. Alcance, visualizações e curtidas são apenas uma pequena parte de todo o processo. Os que entendem isso, com certeza, conseguem ir além. Os que não enxergam, bem, esses satisfazem o ego, já votos... Ednelson Prado é especialista em Marketing Político Digital
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Espaço do Leitor Edição 32 – Outubro de 2017
Feedback
RMVALE
Outubro de 2017 – Ano 3 – nº 32
Natureza em chamas INPE detecta quase dois mil focos de incêndio na RMVale
MARIAS DA FÉ
Mulheres com o nome da mãe de Jesus contam suas histórias no mês de celebração aos 300 anos do encontro da imagem pág. 20
ENTREVISTA
Taubateano Cid Moreira relembra suas histórias na cidade
A edição de outubro da Metrópole
onde as chamas tomaram conta das
Magazine foi a primeira em que o pa-
rodovias e de vários pontos da região.
pel utilizado para impressão da revista
Para comemorar os 90 anos do taubatea-
é produzido a partir de madeira de re-
no Cid Moreira, apresentamos uma en-
florestamento. No expediente é possível
trevista com o ex-apresentador do Jornal
ver o selo da FSC, que ratifica a respon-
Nacional, contando sobre a infância
sabilidade sustentável do Grupo Meon
dele em Taubaté. Outro destaque da edi-
de Comunicação. A reportagem de des-
ção foi a entrevista com quatro mulheres
taque foi sobre os quase dois mil focos
da mesma família que, em comum, pos-
de incêndio identificados pelo INPE na
suem o nome de Maria, como demons-
RMVale durante o mês de setembro,
tração de Fé na mãe de Jesus.
pág. 41
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NOTÍCIAS ESPECIAL
Fotos: Prefeitura Bananal
Natureza em chamas
Queimada em área da Estação Ecológica de Bananal durou seis dias; INPE detectou quase dois mil focos de incêndio na região em setembro
Carol Rezende Muito interessante essa entrevista feita com o Cid Moreira. Não sabia de toda essa relação dele com Taubaté, muito menos que ele carregava mala de turistas na estação onde hoje eu passo sempre, perto da Rodoviária Velha. Não sou da época de assistir ele na TV, mas pela leitura fiquei ainda mais fã dele. É bonito ver que os filhos da cidade valorizam nossa terra. 14 | Revista Metrópole – Edição 32
ENTREVISTA
Fotos: Pedro Ivo Prates
Aos 90 anos, Cid Moreira relembra os tempos de Taubaté
Carregador de malas no trem, corneteiro de fanfarra e pegador de bola de tênis. Ícone da TV brasileira relembra suas histórias na cidade Fernando Ivo Antunes SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
U
ma das vozes mais marcantes do Brasil nasceu em Taubaté. Ao longo dos 27 anos em que esteve sentado na bancada do Jornal Nacional, da TV Globo, entre 1967 e 1996, Cid Moreira repetiu o tradicional “Boa Noite” mais de oito mil vezes. Na última sexta-feira de setembro, 29, comemorou 90 anos. Iniciou a carreira na rádio Difusora de Taubaté. Na época, cursava Contabilidade e seu desejo era conseguir um estágio de contador na
emissora. Mas a potência vocal o levou para outro caminho. Cid Moreira não se formou em jornalismo, mas fez curso de Técnico de Comunicação Social oferecido pelo Ministério da Educação. Batizado na Igreja Matriz de Taubaté, ele residiu a infância e inicio da juventude na rua Barão da Pedra Negra. Em entrevista para a Metrópole Magazine, Cid Moreira falou sobre como era seu cotidiano em Taubaté, suas diversões na época de garoto e os locais em que frequentava na cidade. Com contrato vigente com a Rede Globo, mas liberado para gravar
comerciais, atualmente Cid Moreira roda o Brasil com palestras, sempre acompanhado de sua esposa, a jornalista Fatima Sampaio. Com uma lucidez invejável e a simpatia cativante de quem conquistou o carinho de várias gerações, um dos ícones da TV brasileira conversou com o Portal Meon. Quando falamos de Taubaté, é comum a citação de que ‘é a cidade de Cid Moreira, Cely Campelo, Hebe Camargo’. Como é ser um símbolo do município? Eu fico muito honrado por todo esse reconhecimento e por ser lembrado
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NOTÍCIAS ESPECIAL
Incêndio na rodovia Carvalho Pinto foi algo comum durante o mês de setembro
Otávio Baldim BANANAL
O
colorido do fim de tarde em Bananal ficou coberto pela fumaça. Os estragos causados pela devastadora queimada na Serra da Bocaína, no mês passado, ainda são inumeráveis. O fogo alterou a paisagem e dizimou um relevante fragmento de mata atlântica do interior
Marias da FÉ
paulista. Cerca de 1.200 hectares de área verde, que corresponde a mais ou menos 1.600 campos de futebol, foram consumidos pelo fogo, que levou seis dias para ser controlado. O cenário desolador, com a floresta reduzida a cinzas, compromete a sobrevivência de diversas espécies de seres vivos da região. Criticamente ameaçado de extinção, um veado campeiro foi encontrado
morto pelos funcionários da Estação Ecológica, devido a inalação da fumaça. O gestor da unidade de conservação, Thiago José Filete Nogueira, acredita que o massacre ambiental tenha matado intoxicadas ou carbonizadas muitas outras espécies comuns na Bocaína, como cobras, roedores, onças, lobos e uma diversidade raríssima de aves. “O tamanho exato dos danos causados direta e indiretamente pela
@portalmeon Natureza em chamas.
Participe das oficinas comunitárias e ajude a planejar o futuro de São José dos Campos! Mulheres que levam o nome da mãe de Jesus contam suas histórias no mês em que se 21/10/2017 (sábado) comemora 9h os 300 anos do Senhora do Bonsucesso 09/10/2017 (segunda-feira) encontroCapela da Nossa imagem no rio Bonsucesso 18h45 EMEF Maria Nazareth de M. Veronese Paraíba do Sul SUL Jardim da Granja SUDESTE
LESTE 02/10/2017 (segunda-feira) 18h45 EMEF Luiz Leite Galo Branco 03/10/2017 (terça-feira) 18h45 EMEF Silvana Maria Ribeiro de Almeida Jardim Cerejeiras 04/10/2017 (quarta-feira) 18h45 EMEF Maria Amélia Wakamatsu Campos de São José 05/10/2017 (quinta-feira) 18h45 Casa do Idoso Leste Vista Verde 06/10/2017 (sexta-feira) 18h45 EMEF Ilga Pusplatais Jd. Ismênia
“Eu fico muito honrado por todo esse reconhecimento e por ser lembrado como um taubateano. Nem todo mundo fica pra sempre na cidade onde nasce. Hoje, morando em Petrópolis, tenho grandes lembranças”
Fotos: Salles Ribeiro
SÃO FRANCISCO XAVIER 07/10/2017 (sábado) 9h EMEF Mercedes Rachid Edwards São Francisco Xavier
10/10/2017 (terça-feira) 18h45 EMEF Lucia Pereira Rodrigues Jardim Santa Fé
23/10/2017 (segunda-feira) 18h45 EMEF Homera da Silva Braga Cidade Morumbi
OESTE
24/10/2017 (terça-feira) 18h45 Casa do Idoso Sul Bosque dos Eucaliptos
16/10/2017 (segunda-feira) 18h45 UNIVAP - URBANOVA Urbanova
Leonardo Santos Que história mais linda dessa família. Realmente a fé é algo que muda a nossa vida e todo o nosso modo de pensar o dia a dia. Fiquei emocionado ao ler esta reportagem. Parabéns! planodiretor.sjc.sp.gov.br ou 156 17/10/2017 (terça-feira) 18h45 EMEF Sebastiana Cobra Jardim das Indústrias NORTE
19/10/2017 (quinta-feira) 18h45 Casa do Idoso Norte Santana
20/10/2017 (sexta-feira) 18h45 EMEF Mariana Teixeira Cornélio Jardim Telespark
25/10/2017 (quarta-feira) 18h45 EMEF Jacyra Vieira Baracho Jardim Veneza (Pq. Industrial) 26/10/2017 (quinta-feira) 18h45 EMEF Ruth Nunes de Trindade Parque Interlagos
30/10/2017 (segunda-feira) 18h45 EMEF Therezinha Menino Jesus do Nascimento Conj. Res. Dom Pedro I
Thais_veiga Realmente foi demais. Todo dia eu via pontos de queimada.
31/10/2017 (terça-feira) 18h45 Casa do Idoso Centro Centro
INFORMAÇÕES:
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98218-4888
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Aconteceu& Comerciantes usam barreiras em frente às lojas para conter roubos
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Comerciantes do Campo dos Alemães, na zona sul de São José dos Campos, estão tentando se prevenir de frequentes roubos na região. Em uma das ações, criminosos usaram a marcha ré para poder destruir as portas dos estabelecimentos. Uma loja foi assaltada dessa maneira por duas vezes em três dias, no final de outubro. Alguns lojistas chegaram a colocar barras de ferro em frente aos estabelecimentos, como uma barreira de proteção. A Polícia Militar informou que faz patrulhamento na região e que o policiamento foi reforçado na zona sul. De acordo com a PM, foram dois casos no local neste ano e ambos estão com a Polícia Civil para identificar os autores dos roubos. A ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José dos Campos diz que acompanha a situação e orienta os lojistas a registrarem Boletim de Ocorrência, para assim cobrar atitudes efetivas das autoridades .
Embraer assina contrato bilionário com gigante da aviação americana
Tempestade causa estragos e tomba helicóptero no pátio do Cavex As fortes chuvas do dia 27 de outubro causaram estragos no Cavex (Complexo do Comando de Aviação do Exército), no bairro São Judas Tadeu, em Taubaté. O principal dano foi o tombamento de uma aeronave. De acordo com o comando, por volta das 18h, uma tempestade com granizo e vendaval atingiu o complexo militar, deixando vários danos materiais, como o destelhamento de um hangar, uma porta de vidro quebrada e outros problemas em diferentes instalações. No pátio externo, onde diversas aeronaves estavam estacioandas, o vento tombou um helicóptero, danificando o veículo. O Centro de Comunicação Social do Exército confirmou a ocorrência por meio de uma nota oficial, declarando que não houve vítimas e que os estragos ainda estão sendo contabilizados.
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A Embraer anunciou no final de outubro a assinatura de um contrato de aproximadamente R$ 1,5 bilhão com a American Airlines para a venda de dez jatos E175. O novo pedido soma mais seis aeronaves às quatro já solicitadas em abril deste ano. As entregas, de acordo com a empresa joseense, começam em 2018 e seguem até meados de 2019. Com o contrato, agora a maior companhia aérea dos Estados Unidos passará a contar com 74 aeronaves do modelo fabricado pela Embraer. Cada jato do novo contrato terá 12 assentos de primeira classe, 20 da econômica extra e outros 44 na econômica, somando um total de 76 assentos. O vice-presidente de vendas e marketing para a América do Norte da Embraer comemora o acordo. “Pelo excelente desempenho operacional, o E 175 provou ser a solução correta para a American. Esse novo pedido demonstra a confiança que a companhia deposita na Embraer e no E175”, afirma.
Novembro de 2017 | 13
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RMVale ganha mais três municípios de interesse turístico
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A RMVale ganhou mais três municípios de interesse turístico no mês de Outubro. As cidades de Areias, Cruzeiro e Santa Branca passam a receber R$ 650 mil anualmente do governo do Estado para fomentar as ações de turismo. A proposta foi aprovada pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). De acordo com o Deputado Estadual Afonso Lobato (PV), a decisão é benéfica para toda a região metropolitana, que passa a contar com mais opções para o turismo local. Segundo ele, o recurso para o turismo vai ajudar muito estas cidades a se desenvolverem e construírem novos meios de fomento da economia. No Estado, a proposta do governo é de que, além das 70 estâncias já existentes, outros 140 municípios sejam incluídos na categoria.
Falso médico que atuava em Jacareí é preso a caminho da Bolívia
Número de estupros cresce 10% na região em setembro, diz SSP Os números de estupros aumentaram 10,7% na RMVale em setembro de 2017, em comparação a 2016, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Neste ano, já foram registrados 464 casos, sendo que em setembro foram 48 ocorrências. O mês com o maior número de casos foi em janeiro, com 60 registros. Entre as cidades com mais casos de estupros na região em 2017 está São José dos Campos (97 ocorrências), Taubaté (39), Jacareí (35) e Caraguatatuba (35). Em 2016, foram 422 casos de janeiro a setembro. Em setembro foram 43 ocorrências. Segundo a Polícia Militar, o aumento se deve a maior conscientização da população, que passou a registrar os casos. A região teve diminuição de 21,7% no número de assassinatos em um ano. De janeiro a setembro, foram registrados 259 casos. São José dos Campos também teve queda na criminalidade. Em 2017, uma redução de 20% no número de mortes violentas.
Arquivo pessoal
Após se passar por médico durante dois meses na Santa Casa de Jacareí, o estelionatário Israel Souza de Menezes foi preso na fronteira com a Bolívia, em Corumbá, enquanto passava pela fiscalização da Receita Federal. A prisão aconteceu no dia 24 de outubro e contou com a ajuda da Polícia Militar. Durante revista, a polícia descobriu que, além de atuar como falso médico, Menezes também tinha intenção de fingir ser advogado, já que em sua mala também foi encontrada uma carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Como se não bastasse as mentiras profissionais, o estelionatário ainda carregava uma quantia de R$ 3.750 em notas falsas, além de um simulacro de arma de fogo. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) informou que abriu sindicância para apurar o caso e que Menezes já responde processo.
14 | Revista Metrópole – Edição 33
Frases& Divulgação
“ Pequenos delitos geram grandes delitos e pequenas incivilidades geram grandes incivilidades. Quando tratamos o pequeno delito prevenimos o delito mais grave ” Coronel Elaine Nikoluk, comandante do CPI 1
“
Eu achei que não voltaria mais. O médico disse que dei sorte. Nossa Senhora me ajudou e ainda me ajuda. Tudo o que eu pedi, eu consegui. Hoje, graças a Deus, posso dizer que sou realizado, mas ainda na luta
”
Messias Ferreira, 66 anos, após se recuperar de infarto
O governo Felicio “ainda não começou. Pedro Ivo Prates
As reclamações da população são as mesmas ou ainda piores que as da época do Carlinhos Shakespeare Carvalho, ex-vereador, na Web TV Meon
”
Novembro de 2017 | 15
Divulgação
“
Precisamos de empresários otimistas, gestores públicos otimistas e vamos esquecer o ‘tsunami’ de Brasília, arregaçando as mangas e cada um fazendo a sua parte
”
Felício Ramuth, prefeito de São José dos Campos, durante 4ª RM Vale TI
“
É muito gratificante participar de um evento beneficente. Todas as empresas deveriam ter a consciência de ajudar ao próximo de alguma maneira
”
Maurício Rodrigues, Procurador nacional da Rodobens Consórcio, em jantar do GACC em São José
“
Mudamos de treinador e algumas
peças no elenco, mas o time, por mais dificuldades que encontre dentro de quadra, mantém o foco e a união.
Independente de como está o andamento do jogo, ganhando ou perdendo, mantemos o foco no jogo coletivo Wallace, oposto do Taubaté Vôlei após a conquista do tetracampeonato paulista
”
16 | Revista Metrópole – Edição 33
ENTREVISTA
Fotos: Pedro Ivo Prates
A nova vida de Marcelinho Carioca
Ex-jogador troca os gramados pela política e comanda Secretaria de Esporte e Lazer de Ubatuba Felipe Kyoshy UBATUBA
M
arcelo Pereira Surcin tornou-se Marcelinho Carioca quando chegou ao Corinthians, em 1994, pois o time alvinegro tinha no elenco outro jogador chamado Marcelinho. Antes, pelo Flamengo, aos 16 anos, foi promovido ao time profissional por Telê Santana. A primeira partida, logo de cara, foi o clássico contra o Fluminense e entrou em campos substituindo o ídolo da torcida, Zico. A melhor fase da carreira, sem dúvida, foi no Corinthians. Pelo time paulista, o camisa 7 conquistou quatro títulos estaduais, uma Copa do Brasil, bi campeão do Brasileiro e foi um dos destaques do título Mundial. Após pendurar as chuteiras, Marcelinho foi para a televisão, onde atuou como comentarista e repórter do Jogo Aberto, na TV Bandeirantes. Mas o amor pelo esporte falou mais alto e ele retornou aos gramados, novamente pelo Corinthians, para um jogo de despedida em 2010. Mas a competição não saiu da vida do Pé de Anjo, como ficou conhecido. Marcelinho entrou para a política e tentou ser eleito vereador, em 2010, sem sucesso. Também foi derrotado quando disputou vaga na Câmara de São Paulo. Porém, desde o início do novo governo municipal de Ubatuba, Marcelinho está chefiando a secretaria de Esporte e Lazer e recebeu a reportagem da Metrópole
Magazine para um bate papo sobre a atuação no campo político e sua nova formação acadêmica. Formado em Educação Física, o ex-atleta está na fase final do curso de Jornalismo.
visão diferente, de querer mudar a cidade, eu aceitei o desafio. E olha que é difícil acreditar em um político hoje. Muito difícil. Se a sociedade continuar assim, realmente não vai mudar nunca.
Como foi o convite para assumir a secretaria de Esporte e Lazer de Ubatuba? Um lance muito inusitado para mim, pois eu não conhecia a cidade de Ubatuba. Não fiz a campanha com o prefeito, mas quando bate o olho no olho e vemos como a política está hoje, com um ciclo vicioso e vi nele uma
Qual é a prioridade na sua gestão? Eu não estou preocupado em formar o atleta para o futebol, estou preocupado em formar o cidadão. Foi assim que o prefeito Sato me conheceu. Eu vejo política como arte de construir, arte de realizar e de transformar. Eu sempre fui politizado. A partir do momento que você se torna uma pessoa notória, é preciso ter essa consciência.
“É como se fosse um treinamento para mim. Todos os dias ralando para chegar no domingo e brilhar com gols. Mas não é um jogo individual, é um jogo coletivo. Não só da secretaria de esportes, mas de todo o secretariado, de toda a gestão.”
Quais foram as principais conquistas até aqui? Conseguimos trazer para a cidade a Universidade do Inglês. Serão 600 bolsas para aprender o idioma, de forma online. Cada bolsa custa R$ 12 mil e o curso tem duração de um ano e oito meses. O investimento foi de mais de R$ 7 milhões, sem mexer nos cofres públicos. O lançamento é em novembro e isso me deixou muito feliz. Trouxemos a agricultura familiar para o esporte. Conseguimos junto ao Governo Federal uma verba de R$ 3,5 milhões para fazer a Arena Ubatuba, reformas na piscina e a restauração do Tubão. Conquistamos investimentos para fazer a primeira sede do surfe, que ainda vai ser entregue. A primeira será no PerequêAçu e a segunda vai para a Praia Grande. Vamos fazer a restauração da pista de
Novembro de 2017 | 17
skate, no Centro. Ganhamos, por meio do governo do Estado, um campo de futebol society e isso me deixa feliz. Eu vou ao governo estadual pedir material esportivo, medalhas, troféus, pois a nossa secretaria é a de menor orçamento. Não adianta ficarmos sentados. É preciso agregar. A nossa obrigação é dar as melhores condições para os jovens e adolescentes e para todos os munícipes. A incumbência do Estado e da União é justamente fomentar esse processo. Eu sempre bato na porta deles e tenho a responsabilidade de levar o meu nome aqui. Não quero decepcionar meu pai. Fazemos o esporte por inclusão social. Ubatuba é a capital do surfe, mas Ubatuba não é só surfe. Estamos em
conversas com empresários para fazermos uma PPP (Parceria Público-Privada) para poder fazer uma piscina. É como se fosse um treinamento para mim. Todos os dias ralando para chegar no domingo e brilhar com gols. Mas não é um jogo individual, é um jogo coletivo. Não só da secretaria de esportes, mas de todo o secretariado, de toda a gestão. Como você reagiu aos que estranharam quando seu nome foi anunciado para assumir a secretaria? A grande pergunta feita por muitos era sobre qual identificação o Marcelinho tem com a cidade. Quando eu cheguei a população ficou meio receosa. “O que esse cara tá
querendo aqui?”, perguntavam. Cada um defende o seu espaço e querem os nativos. Modéstia à parte, não desmerecendo ninguém. Para você ter um trâmite no Governo Federal e no Ministério dos Esportes, é preciso relacionamento. Nesses anos todos, ninguém daqui foi lá pleitear. Por que não trouxeram? Não quero dizer que sou melhor que ninguém. As críticas vieram no início, mas é normal. A minha resposta é trabalho. Se fizerem uma análise desses nove meses, já está de grande valia. Mas eu quero muito mais. Nós agregamos junto com a secretaria de Educação. Ajudar quem precisa não tem preço. Tem preconceito com jogador de futebol que tenta ir para a política? Muita gente pensa que o cara do futebol e o do samba, por exemplo, só vai para a política quando está quebrado. A nossa vida é totalmente diferente. O esporte me educou, qualificou e me deu uma condição muito boa para os meus filhos e futuramente para o filho dos meus filhos. Mas eu vim politicamente para ampliar os horizontes. O seu objetivo é seguir na política? Meu objetivo é seguir na política sim. Já me chamaram para ser treinador e voltar ao futebol, mas hoje eu quero mais liberdade. Não quero ficar muito mais na concentração, como eu ficava. Meu desejo é estar perto dos meus filhos, apesar de estarem grandes. A vida passa rápido. Quanto você planta o bem, colhe o bem. Se você tem a chave do poder público e a oportunidade de mudar a vida das pessoas, é preciso fazer.
Ex-jogador assumiu pasta de Esporte e Lazer em Ubatuba no início deste ano
18 | Revista Metrópole – Edição 33
Marcelinho Carioca está no último semestre de Jornalismo e TCC será sobre hipnose
Como foi a ideia de fazer jornalismo? Depois da minha estreia como profissional, eu só queria ver o meu pai e disse para ele que eu iria chegar longe e que eu dei um passo para a vitória. Ele disse que eu não tinha dado. Fiquei com aquilo na cabeça, pensando que ele não tinha gostado e que ele estava contra. No trem, indo embora, ele comentou que eu só tinha dado meio passo e me explicou que o outro meio passo são os estudos. Ali eu prometi o jaleco para ele. “Você já assinou contrato de profissional?”, “você já está ganhando bem?”. Essas foram as perguntas que ele fez. Por isso, me formei em Técnico em Mecânica, Educação Física e agora em Jornalismo. Vou entregar outro presente para ele. Estudei e venci na vida. Ainda tenho o sonho de ser Ministro dos Esportes. Lógico que existem os degraus, mas eu quero devolver para a sociedade tudo o que ela proporcionou para mim. Eu não preciso meter a mão nas coisas que não são minhas. O esporte me proporcionou uma condição financeira muito boa. Eu remo contra a maré, eu não sou de
“ Para você ter um trâmite no Governo Federal e no Ministério dos Esportes, é preciso relacionamento. Nesses anos todos, ninguém daqui foi lá pleitear. Por que não trouxeram? Não quero dizer que sou melhor que ninguém. As críticas vieram no início, mas é normal. A minha resposta é trabalho.”
reclamar enquanto eu vejo dificuldades. Eu no campo eu era chato, mas não era desleal, desonesto. Sou um cara feliz. Você aprende o lead, a edição, aprendi muita coisa. Eu fui a aprender sobre pen drive na faculdade. Estou com alunos de 19, 20 anos. Na aula todo mundo com o seu computador eu na minha no canto. Eu não sabia mexer naquilo, anexar foto. Aprendi fotografia, muita coisa que eu nem pensava. Hoje você sabe o poder da plataforma multimídia, te leva a informação, o papel do jornalismo é trabalhar em cima da ética, não do sensacionalismo. Lógico que a prática te ensina muito mais, mas você já tem uma base. Eu não sabia o que era uma edição de texto, com Power Point e eu não sabia fazer. Sempre estava em um estafe que as pessoas faziam. Agora, tem que colocar a mão na massa. Me formo este ano. Seu Trabalho de Conclusão de Curso é sobre hipnose? Que história foi essa? É uma loucura a hipnose. O grupo é um trio, com dois homens e uma mulher. E
PEV (POSTO DE ENTREGA VOLUNTÁRIA DE RESÍDUOS)
AGORA ABRE AOS DOMINGOS
LUGAR DE ENTULHO NÃO É NO TERRENO BALDIO Óleo usado não é na pia. É no PEV. Eletrodoméstico velho não é no lixo. É no PEV. Em São José dos Campos, há 12 PEVs, em diversas regiões da cidade, onde as pessoas podem levar os resíduos gratuitamente. Os PEVs não recebem lixo orgânico, animais mortos, lixo reciclável e lixo hospitalar. Descartar corretamente evita a contaminação do meio ambiente e a proliferação de doenças. Quem for flagrado jogando em local irregular, pode ser multado em até R$ 15 mil.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO Segunda a Sábado das 8h às 17h Domingo das 8h às 12h
Consulte o site sjc.sp.gov.br veja as informações e encontre o PEV mais próximo da sua casa.
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onde tem uma mulher, ela manda. A principio não queríamos, depois fomos ver isso a fundo, provamos do assunto. Ao longo do curso fizemos tudo sobre esportes e ela avisou logo que o TCC não seria sobre esportes. Vai ser uma grande reportagem em vídeo. Amigo do grupo foi hipnotizado e estava interessado no assunto. Estamos pesquisando, lendo e vendo que o negócio é sério. Eu fiquei assustado. Ele é palmeirense e o ídolo dele é o Marcos. Disseram para ele que o Marcos estaria na frente dele e ai eu entrei na frente dele e ele começou a chorar e me abraçar. Tem gente que pensava que era brincadeira. Como foi a chegada à faculdade no momento que seus colegas de classe viram que estavam estudando junto com o Marcelinho Carioca? Quando eu cheguei algumas pessoas não entenderam nada. Teve um professor que chegou e perguntou: “O que você está fazendo aqui? Está no lugar certo?”. Eu disse que sim, que era aluno. Ele me fez outra pergunta: “Você vai estudar?”. O engraçado é que teve um colega que pediu uma salva de palmas e disse que eu seria “o exemplo para a juventude”. Tinha alguns que não sabiam quem eu era, daí às vezes tinha um alvoroço para vir falar comigo. Depois, só no outro ano, os que entravam na faculdade, que vinham atrás. Mas é bem legal, a maioria já se acostumou comigo. O quão o fato de ser uma pessoa pública tem ajudado na sua gestão? Quando se é uma pessoa notória isso abre portas. Independentemente do time que se torce, a pessoa vai receber uma personalidade. E quando você vem com conteúdo, está embasado, tem bons projetos e vai beneficiar jovens, eles te atendem. Qualquer problema que você tiver não vai cair sobre o município, ou para um deputado, cai para o cara famoso. Você tem gostado do trabalho do Tite na seleção? Assim como quase todo brasileiro, está confiante para o hexa ano que vem? O Tite não é um treinador, é um gestor de pessoas. Ele conseguiu regatar a autoestima do jogador e do futebol brasileiro. E fez
“ Quando se é uma pessoa notória isso abre portas. Independentemente do time que se torce, a pessoa vai receber uma personalidade. E quando você vem com conteúdo, está embasado, tem bons projetos e vai beneficiar jovens, eles te atendem.” com que todos voltassem a acreditar. Mas, antes de tudo, se reciclou e fez a autocrítica sobre o trabalho dele. Ele cresceu, ficou um ano estudando na Europa e voltou mais fortalecido. Deu muito certo. Isso credencia para conquistar a Copa do Mundo. O Neymar tem se tornado um especialista em cobranças de falta. Tem gostado de vê-lo evoluindo nisso? Ele ainda não é um especialista, mas está se tornando um exímio cobrador. O especialista é o cara que faz de perto, de
média e de longa distância, como o Marcos Assunção, Neto, Juninho Pernambucano. Ele é um cara ousado e vai começar a surti efeito. Quando a primeira bola entrar, a confiança aumenta, intensifica os treinos, começa a ficar temido pelos goleiros. Ganha confiança e faz até o que não imagina. Hoje o futebol não é o mesmo de sua época, quando tinha muito mais provocações. Como enxerga essa mudança? Provocações sadias são bem-vindas. O jogador de hoje está muito mais robotizado, mecanizado e com estafe dali e daqui. Falta muito mais a autenticidade e a identificação. Hoje falta isso. Quem se identifica com qual clube? O futebol sempre foi negócio, mas hoje isso está muito mais forte. Os jogadores estão se precavendo de muitas coisas. Hoje o cara vê o lance no vestiário antes de conversar com a imprensa. É totalmente diferente. Dificilmente nós vemos um jogador de futebol expressando sua opinião política ou até mesmo fanado sobre política. Em sua opinião, o jogador é alienado? Não só o jogador de futebol, mas todo o desportista e todas as pessoas notáveis têm que entender que são referências para a educação. Muitos não têm a consciência da força que possuem. O cara do esporte com 30 anos já está velho. Se não estudou, só sabe fazer o esporte. Temos o projeto da Casa do Atleta para ajudar a reinserir a pessoa no mercado, dar capacitação e voltar aos estudos. Das rendas dos grandes clássicos, até da CBF tira uma porcentagem para fazer a gestão. A maioria dos atletas não tem recurso. Tem que capacitar e qualificar. Vamos fazer uma audiência pública para fazer isso. Como espera deixar a Secretaria no fim do seu mandato? Eu vou lutar para deixar as melhores coisas e o melhor legado para o sucessor. O que tiver ao meu alcance para fazer de projetos, ideias e trazer recursos e parcerias, eu vou fazer. Vamos deixar muito melhor do que encontramos. Pode ter certeza absoluta.
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NOTÍCIAS ESPECIAL
Foto: Salles Ribeiro
Os guardiões da água Moradores da região buscam soluções para melhorar a qualidade dos rios e desenvolvem medidas para evitar um possível desabastecimento no futuro
Otávio Baldim TAUBATÉ
C
astigado, devastado e poluído, o lendário rio Paraíba do Sul foi usado durante anos como fonte para atender aos interesses do consumo e sofreu com os impactos da extração de areia, ficando, inclusive, contaminado com o uso de produtos químicos nas lavouras, como destino do esgoto doméstico e industrial. Os pescadores da região ainda sentem os efeitos da poluição cada vez que lançam as redes no rio. Quando puxam
de volta se deparam com a escassez de peixes. “Isso comprometeu durante muito tempo a qualidade da água do Paraíba. O metal foi um dos principais materiais contaminantes despejados no rio, com redução significativa das espécies de peixes que viviam ali”, explica o engenheiro Nazareno Mostarda Neto. Pelo menos 600 famílias sobrevivem da pesca no Paraíba do Sul. O representante da Colônia de Pescadores de Pindamonhangaba, João Paiva, conta que a qualidade da água melhorou nos últimos anos, mas ainda existe o
descarte irregular de resíduos químicos de empresas impunes pela falta de fiscalização. “Nós dependemos do rio, pois dele sai o nosso sustento. Sempre lutamos pela qualidade da água que interfere diretamente na quantidade de peixes, mas o Paraíba continua sofrendo com a poluição”. O índice da qualidade da água do Paraíba do Sul feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e divulgado neste ano foi avaliado como “bom” em praticamente toda a extensão valeparaibana. Cruzeiro foi a única cidade que recebeu
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a avaliação “ruim”, devido a falta de tratamento de esgoto. Cerca de 26% dos dois milhões de moradores do Vale do Paraíba ainda não contam com esse serviço. “O que acontece no rio é reflexo do que ele recebe. Se o Paraíba recebe uma água de baixa qualidade, naturalmente ele vai apresentar uma qualidade inferior num determinado ponto, como aconteceu no trecho cruzeirense. Precisamos tratar o problema pela raíz”, sugere o secretário executivo do Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, Fabrício César Gomes.
Escravizado, a importância e a preservação do rio foram notadas da pior maneira possível, quando as torneiras secaram. Os paulistanos enfrentaram uma estiagem gravíssima em 2014, a pior dos últimos 50 anos. Os reservatórios das represas não suportaram o consumo acelerado. O sistema Canteira, que leva água para nove milhões de pessoas na capital paulista virou um deserto e operou com o volume morto durante a crise hídrica. E o Paraíba foi cobiçado pelas autoridades. Cerca de R$ 550 milhões são investidos nas obras de interligação das bacias
hidrográficas do Cantareira com a do Paraíba do Sul. O projeto, 80% concluído, deve dobrar a capacidade de reserva de água e saltar de um para dois bilhões de metros cúbicos, o suficiente para garantir a segurança hídrica para o consumo de 20 milhões de habitantes. Depois da assustadora crise hídrica os esforços se multiplicaram. Pesquisadores, autoridades, empresários e a população se dedicam a desenvolver iniciativas que contribuam para salvar os rios da escassez de água. O empresário da área ambiental e biólogo, Eddie Van Tilburg, de Cruzeiro,
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mapeou a cidade inteira e identificou cerca de 1.028 hectares de mata ciliar que precisam ser restaurados. E, ali, viu a oportunidade de um negócio. Em 2014 ele abriu uma empresa que cruza o caminho do dono de indústria com o do produtor rural. Para crescer e lucrar, muitas empresas devastam a natureza. O valor desses impactos no meio ambiente que elas causam, normalmente, é cobrado na justiça, que obriga a recuperação florestal do que foi colocado abaixo. “Do outro lado, a gente tem o trabalhador rural que, para obedecer a legislação, precisa recuperar as áreas próximas aos rios. Muitos deles, com poucos recursos, dificilmente, conseguem arcar com as despesas do plantio. E aí eu entro oferecendo uma parceria. Os empresários compram as mudas e pagam pela manutenção delas durante dois anos e o produtor rural cede a terra para plantio que é feito de graça”, explica Eddie. Essa união entre a indústria e o homem do campo rendeu o plantio de aproximadamente 80 mil mudas na cidade nos últimos três anos. “Mas eu ainda acho um número pequeno. O município ainda tem muitas áreas degradadas que
precisam ser recuperadas, mas para isso precisamos de uma cobrança maior do governo. Infelizmente, falta muita consciência ecológica. Empresas devastam a natureza e, como retribuição, devolvem muito pouco ou quase nada ao meio ambiente. E a situação é séria. Se a gente não cuidar dos mananciais
“O município ainda tem muitas áreas degradadas que precisam ser recuperadas, mas para isso precisamos de uma cobrança maior do governo. Infelizmente, falta muita consciência ecológica” Eddie Van Tilburg,
EMPRESÁRIO E BIÓLOGO DE CRUZEIRO Foto: Lucas Nascimento
Marcelo Targa, professor da Unitau, é um dos ‘Guardiões da água’
pode faltar água no futuro. A solução não é difícil, basta reflorestar. Em 90% dos casos, a nascente consegue ser recuperada quando a mata volta a crescer ao redor dela”, desabafa.
Reflorestamento do rio Una Patrimônio natural dos taubateanos, o rio Una sofre com o severo assoreamento. Pesquisadores da Unitau acreditam que a cada ano a capacidade de volume de água armazenada no rio diminui cerca de cinco centímetros devido a quantidade de areia acumulada, aumentando os riscos de inundação. O desmatamento, a ocupação de áreas para atividades como o cultivo da cana de açúcar, a criação de gado leiteiro e a devastadora urbanização causaram cicatrizes no Una, comprometendo o abastecimento de Taubaté e Tremembé no futuro. Professores e alunos da Unitau trabalham na recuperação florestal das nascentes do Una desde meados da década de 1990. Cerca de 47 mil mudas de árvores foram plantadas nos últimos 20 anos para recompor a cobertura vegetal dizimada ao longo do tempo. “Percebemos uma sensível melhora na qualidade da água onde a universidade fez os plantios, mas o número, apesar de expressivo, ainda é infinitamente pequeno perto da necessidade para garantir a segurança hídrica do Una”, diz o especialista em recursos hídricos e coordenador do curso de Pósgraduação em Ciências ambientais da Unitau, Marcelo Targa. Estudos do governo de São Paulo avaliaram que 6 mil hectares de vegetação de áreas de proteção permanente na bacia do Una precisam ser recuperados, mas o custo para reverter esse déficit de plantio seria alto demais, aproximadamente 25 mil reais para a manutenção de cada hectare reflorestado. “Cada muda plantada precisa de um continuo acompanhamento com a manutenção de, no mínimo, dois anos
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para que nesse período seja observada a regeneração das áreas degradadas”, explica Marcelo. Cerca de 80% da bacia do Una, um dos principais afluentes do Paraíba do Sul, fica em território taubateano. O restante está entre Pindamonhangaba e Tremembé. O rio percorre quase 50 quilômetros de extensão, irriga plantações, leva o sustento para diversas famílias que vivem às margens dele e garante o abastecimento de água para parte dos moradores de Taubaté e para a população tremembeense. Um plano de macrodrenagem foi elaborado pelos pesquisadores da universidade para ser executado nas próximas décadas e devolver a capacidade de produção e qualidade da água do Una. O resultado deve ser apresentado ainda este mês durante um encontro que vai reunir autoridades do município e representantes de diversos órgãos ligados às questões hídricas numa verdadeira força-tarefa para tirar o projeto do papel. Se recuperado, o Una tem condições de abastecer 1 milhão de pessoas, quase sete vezes a capacidade atual do rio, de 150 mil habitantes. “O problema do assoreamento do Una chegou a comprometer o abastecimento de água recentemente. Precisamos desenvolver ações que avancem nas questões de preservação do rio. O trabalho, com certeza, deve ser demorado e caro para executá-lo, mas necessário. É a nossa contribuição com o futuro. É um legado desta para as próximas gerações”, diz o especialista em recursos hídricos. Para Targa, a sociedade e as autoridades precisam se preocupar com questões futuras como a prolongação da rodovia Carvalho Pinto, a duplicação da Dutra e a instalação de novas linhas de transmissão de energia que, inevitavelmente, a médio ou em longo prazo, irão acontecer na região de Taubaté, afetando diretamente a bacia
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do rio Una. “Com planejamento é possível minimizar os impactos ambientais causados pelo crescimento. Claro que a preocupação com a produção de água é legítima. É preciso trabalhar as questões de sustentabilidade, economia de água e energia, coleta seletiva e reduzir a poluição. É um processo que exige grandes esforços do poder público, mas também depende da mudança de comportamento de cada um”, finaliza.
Banheiro ecológico Para garantir a qualidade da água dos rios, principalmente perto das nascentes, o engenheiro agrônomo e atual secretário de Meio Ambiente de Taubaté, Paulo Fortes, lidera, desde 2004, um grupo para a implantação de estações individuais de tratamento de esgoto composto por plantas e substratos, como areia e brita.
Se recuperado, rio Una tem condições de abastecer 1 milhão de pessoas, quase sete vezes a capacidade atual
O projeto, desenvolvido para as residências da área rural taubateana, repete o mesmo sistema utilizado pelos franceses, conhecido como “Wetlands”. O mecanismo aproveita recursos naturais para fazer o tratamento dos resíduos formando jardins filtrantes ou filtros de areia plantados, onde as raízes das plantas aceleram o processo de decomposição do esgoto, possibilitando a purificação da água. Primeiro, o efluente recebe tratamento na fossa séptica e depois passa por filtros de pedras onde ocorre a depuração do material. Por último, é encaminhado por meio de uma tubulação para as áreas onde estão as plantas. O custo da construção do sistema natural sai, em média, 1.200 reais. “Na zona rural, onde não há tratamento de esgoto, os resíduos são Foto: Pedro Ivo Prates
EDUCAR NOSSAS CRIANÇAS DESDE OS PRIMEIROS PASSOS. É PARA ISSO QUE A PREFEITURA TRABALHA.
A educação infantil está ficando cada vez melhor em Jacareí. Até o fim de 2018, a cidade vai ganhar quatro novas creches, nos bairros Parque Imperial, Jardim Maria Amélia, Parque Meia-Lua e no Centro da cidade. Ao todo, serão oferecidas 940 novas vagas para as nossas crianças, que contarão com toda a estrutura para crescer com saúde, energia e muita qualidade de vida. É assim, educando nossos filhos com carinho
Imagens ilustrativas
e dedicação, que Jacareí se torna uma cidade melhor para viver.
CENTRO
PARQUE MEIA-LUA
JARDIM MARIA AMÉLIA
PARQUE IMPERIAL
w w w. j a ca r ei . s p. g o v. b r / P r e fei t u r a Mu n i c i p a ld e J a ca r ei
PARQUE MEIA-LUA
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lançados nos córregos que cortam as propriedades. Este sistema, de baixo custo e fácil operação, vai melhorar a qualidade de água e reduzir drasticamente as chances de contaminação do lençol freático. É um projeto completamente aplicável. Queremos montar uma estação piloto em Taubaté e vamos buscar recursos para permitir a construção deste sistema em diversas propriedades rurais”, diz Paulo Fortes. O Instituto Trata Brasil listou as 100 cidades brasileiras com as melhores condições de saneamento. Taubaté aparece entre as 14 primeiras colocadas. O levantamento mostra ainda São José dos Campos numa situação mais confortável, em terceiro lugar. Os dois municípios, abastecidos pela Sabesp, são os únicos representantes da região no ranking. Eles têm a água e o esgoto tratados em toda área urbana. Para Fortes, o alto custo das obras na área rural e o retorno financeiro quase invisível para as concessionárias mantém o tratamento de esgoto inexistente nas regiões mais afastadas da cidade. “Questões como a
topografia e a distância entre uma casa e outra tornam inviáveis qualquer investimento das empresas no tratamento de esgoto na área rural. Com o efluente lançado diretamente no rio corremos o risco de contaminação da água. Por isso pretendemos melhorar a vida do homem com obras
“Queremos montar uma estação piloto em Taubaté e vamos buscar recursos para permitir a construção deste sistema em diversas propriedades rurais” Paulo Fortes,
SEC. DE MEIO AMBIENTE DE TAUBATÉ
Foto: Lucas Nascimento
Paulo Fortes, secretário de Meio Ambiente de Taubaté, desenvolve projeto para o rio Una
que usam tecnologia mais barata e eficiente. O rio Una, o destino de parte deste esgoto da área rural, tem condições de ser uma grande caixa d’água para Taubaté, precisamos cuidar dele ”, afirma o secretário.
Casa sustentável O projeto da nova casa, arquitetada pelo próprio dono, foi concebido ecologicamente sustentável já em 2006, quando a preocupação com o meio ambiente ainda era distante no Brasil. O imóvel, construído num condomínio de alto padrão em Taubaté, conta uma solução bastante simples e barata: um sistema de captação de água de chuva que pode ser usado em qualquer residência. O morador e responsável pelo projeto ambiental, o engenheiro civil José Carlos Simões Florençano, instalou três caixas d’água no sótão da casa, com capacidade para armazenar 2.500 litros. Pelas calhas instaladas no telhado chega a água da chuva que abastece o reservatório doméstico e é usada para lavar o quintal, o carro e molhar as plantas. O sistema custou 600 reais e proporciona, todo mês, uma economia de 25% na conta de água. Ele também colocou imensas janelas de vidro ao redor do imóvel de 300m² para aproveitar ao máximo a luz do sol. E, no telhado, a cereja do bolo: placas de energia solar que abastecem os chuveiros e geram uma economia de 30%. “Quando eu comecei a projetar a minha casa, alguns indicadores já alertavam para o problema de abastecimento de água. A crise hídrica de 2014 deixou um legado e despertou nas pessoas a consciência ambiental e o respeito com a natureza. Por menor que seja a contribuição de cada um ela é importante, mas é preciso começar”, estimula o engenheiro
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MATÉRIA ESPECIAL
Fotos: Pedro Ivo Prates
Os anjos da nova economia
Investidores-anjo ajudam startups da RMVale a levantar voo nos céus das novas oportunidades
João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO
U
ma boa ideia não é o suficiente para o empreendedor 4.0. O novo perfil do empresário que planeja investir em sua própria marca exige, além de um bom plano de negócios e de visão estratégica, precisa ter em mente uma questão fundamental para fazer sua startup deslanchar: a
proposta perfeita para saltar aos olhos dos investidores. A difusão deste modelo de negócios que privilegia a economia criativa e que abusa das novas tecnologias como ferramentas para propor serviços mais baratos e convenientes, está saltando aos olhos dos ‘donos do dinheiro’. Empolgados em apoiar uma ideia que multiplique seus investimentos e, ainda por cima, colaborem às necessidades
contemporâneas da sociedade, estes investidores estão em busca da proposta perfeita para chegar lá. Meca do empreendedorismo, São José dos Campos é uma das cidades com maior potencial para o crescimento de startups em todo o país. Resultado da soma de mão de obra qualificadíssima, investimento público, proximidade dos grandes centros tecnológicos e boa localização, a cidade produz um solo
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fértil para empresas que podem valer milhões num futuro não tão distante. Para cuidar bem de suas galinhas dos ovos de ouro, investidores da região usam de toda a criatividade e, por que não dizer, de todo o seu carinho, para condicionar o crescimento das prodigiosas microempresas. O amor pelas startups é tamanho que, atualmente, vigora um novo personagem neste cenário econômico: o ‘investidor-anjo’. A figura de alcunha angelical não cai necessariamente do céu, mas pode ser tida, sem exageros, como uma benção na vida dos executivos que dão os primeiros passos na caminhada rumo ao crescimento exponencial de seus negócios. Nessa categoria, além de investir, o executivo ainda atua como um mentor e hábil conselheiro para fomentar o crescimento da empresa. Tratam-se de executivos mais experientes ou ex-empresários, que atuam como gestores. Cabe a eles, além de investir nas ideias, apresentar sua rede de relacionamento e conhecimento pregresso para aumentar as chances de sucesso da nova empresa. “É como investir no jockey ao invés de apostar no cavalo”, elucida Marcos Covre, membro do Vale Angels, grupo de São José dos Campos que reúne 20 investidores-anjo. De acordo com o investidor, na hora de escolher um projeto para colocar o seu dinheiro, há algumas condições primordiais. “O investidor busca três coisas: oportunidade de crescimento, crescimento escalável e inovação. Não adianta ser uma loja de bairro. É importante que o investimento seja feito numa empresa sem limites para crescimento, com potencial para expandir de R$ 100 mil a R$ 200 mil, por exemplo. E a inovação é o diferencial que todos buscam. Entramos para que a ideia floresça e comece a caminhar com suas próprias pernas. Muitas vezes o conhecimento e os contatos na área são tão importantes quanto o investimento financeiro”, afirma. Depois desta etapa,
o investidor-anjo normalmente vende a sua participação na empresa e parte para outro desafio.
Shoppers Se estiver correta a previsão de que, num futuro muito próximo, boa parte da população mundial vai trabalhar em profissões que sequer existem ainda, então pode ser normal que, daqui a alguns anos, a experiência como ‘shopper’ esteja carimbada no currículo de vários profissionais.
“Lançamos o projeto há um mês, mas já tem cinco meses que ele existe. Temos bastante facilidade para trabalhar juntos. Com um investimento-anjo a intenção é que a gente alcance um número maior de clientes e nos estruture melhor como empresa” Marcos Covre
MEMBRO DO VALE ANGELS
Grupo criou startup que faz onde cliente pede pelo aplicativo as compras que deseja fazer e receber os produtos em casa
O termo, criado nos Estados Unidos, refere-se ao trabalhador que ganha seu salário fazendo as compras para outras pessoas, que contratam o serviço por meio de um aplicativo. Uma espécie de Uber dos supermercados. É neste nicho de mercado que está a aposta da startup Tudo Compras, de São José dos Campos. Composta por um grupo de jovens empreendedores e recém-formados, a empresa tem nos investidores-anjo a expectativa de ganhar mercado na cidade e partir para voos maiores em pouco tempo. Um dos quatro empreendedores do grupo, Diego William Ferreira, de 25 anos, explica que o time trabalhou por um curto espaço de tempo no mercado e está entrosado para colocar a empresa no rumo certo. “Lançamos o projeto há um mês, mas já tem cinco meses que ele existe. Temos bastante facilidade para trabalhar juntos. Com um investimento-anjo a intenção é que a gente alcance um
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número maior de clientes e nos estruture melhor como empresa”, explica. De acordo com o empresário, o portal ‘Tudo Compras’ recebe pedidos todos os dias. A entrega das compras acontece em até duas horas após o pedido. A ideia é de utilizar um possível investimento para contratar mais shoppers e entrar de vez com um aplicativo da marca. “Por enquanto somos nós quem fazemos as compras e as entregas, mas a ideia é que, com um investimento, a gente possa contar com uma frota de novos motoristas, assim como entrar nas lojas de aplicativos para facilitar o acesso dos clientes. Fora isso ainda há os contatos e a experiência de mercado que um investidor-anjo pode nos proporcionar”, afirma.
Não é todo empreendedor que vê nos investimentos-anjo uma forma de apenas levantar seus negócios e multiplicar os dividendos.
teve início no dia 24, com um workshop realizado também em São José. O projeto é uma iniciativa do Idej (Instituto para o Desenvolvimento do Empreendedorismo Joseense), associação sem fins lucrativos que tem como meta o apoio e fomento dos setores produtivos da cidade e da região. A associação nasceu a partir das atividades do Conselho da Mulher Empreendedora, instituto que já promove rodas de negócios e capacitações. De acordo com a presidente do instituto, Janaína Dias, trata-se de uma iniciativa colaborativa de empreendedores para desenvolver a troca de experiências e fomentar negócios. “O Idej é um chamado para todo o empreendedor. Queremos a construção de um novo tipo de associação, colaborativa, para transformar pessoas e empresas, ajudando no desenvolvimento de uma cidade mais próspera”, afirma Janaína.
Empreendimento social Não é todo empreendedor que vê nos investimentos-anjo uma forma de apenas levantar seus negócios e multiplicar os dividendos. O objetivo é também gerar empregos e, em alguns casos, promover ascensão social por meio do crescimento das startups. Foto: Divulgação
Voo da Águia Ideias como a de Ferreira serão avaliadas por um grupo de investidores-anjo da região no dia 21 de novembro durante o pitch final do Voo da Águia, evento que reúne uma série de startups em busca de um investimento que pode alcançar os R$ 300 mil. O pitch, expressão utilizada para nomear a “venda” de um projeto a possíveis investidores, acontece no Center Vale Shopping, em espaço aberto ao público. Esta é a última etapa de um evento que
Janaína Dias, Presidente do IDEJ
Chamas na Estação de Bananal duraram seis dias
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É o caso do projeto Mãos que Libertam, liderado pela artista plástica Andressa Carvalho, de 34 anos. Por meio do programa da empreendedora, materiais recicláveis se transformam em peças com conceito eco designer. São bolsas, carteiras e assessórios que passam por um rigoroso critério de qualidade da artista. Se a matéria-prima é feita de material reciclável, a mão de obra vem das detentas do Centro de Ressocialização de São José dos Campos. Por meio do projeto, 15 mulheres recebem qualificação e, a partir daí, trabalham na confecção do material e aprendem um ofício. “Mais do que isso, é uma questão de dignidade. São pessoas que precisam de uma oportunidade primeiro para aprender a fazer algo e, depois e mais importante, para conseguir ressocialização após a detenção, o que é muito difícil para quem sai da prisão”, explica Andressa. Mas a startup da artista é muito mais do que uma instituição de caridade. Andressa é criteriosa e cobra das detentas apuro de profissional na confecção das peças. Ela tem ambições de ganhar mercado não pela procedência da matéria-prima ou o trabalho social, mas pela qualidade de seus produtos.
“Por isso me inscrevi para tentar este recurso dos investidores-anjo. Minha proposta é usar este dinheiro para ter uma sede nova, fora do centro de ressocialização, para receber essas mulheres. A demanda é muito grande e eu
Se a matéria-prima é feita de material reciclável, a mão de obra vem das detentas do Centro de Ressocialização de São José dos Campos. Por meio do projeto, 15 mulheres recebem qualificação e, a partir daí, trabalham na confecção do material e aprendem um ofício
trabalho sozinha. O importante é que elas continuem trabalhando e que nosso negócio ganhe mercado”, diz.
Nova economia Para Covre, a nova modalidade de investidores é indício de mudança da economia, que passa a privilegiar o setor de serviços. De acordo com o investidor, os empregos do futuro se concentrarão nas empresas que atualmente atuam como startups e precisam de novos investimentos. Para ele, apesar de manter uma conhecida veia empreendedora, São José é uma cidade cuja população precisa perder o vício de estudar para se formar para conseguir se estabilizar em uma grande empresa. De acordo com Covre, é fundamental que os joseenses atentem para o fato desses empregos estarem cada vez mais escassos, ao passo que as oportunidades em setores ligados ao empreendedorismo. “Quando ouço que São José é uma espécie de Vale do Silício nacional, tenho um sentimento misto a respeito dessa vocação da cidade. Afinal, somos mais parecidos com o Vale do Silício ou com Detroit (cidade americana que foi ‘abandonada’ por grandes montadoras do setor automotivo e virou exemplo de como pode ser perigoso investir exclusivamente na indústria). São José tem uma massa de pessoas se preparando para um futuro na indústria que talvez não exista em 2030. O sucesso industrial da região não pode ser um fator de impedimento para que uma nova economia floresça”, afirma. Ainda de acordo com o investidor, mesmo assim, São José está ao lado de Florianópolis, São Carlos e Campinas como cidades na linha de frente desta nova vertente econômica. Ainda de acordo com o investidor, mesmo assim, São José está ao lado de Florianópolis, São Carlos e Campinas como cidades na linha de frente desta nova vertente econômica.
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ESPECIAL EDUCAÇÃO
Fotos: Pedro Ivo Prates
Hora de virar ‘criança grande’ Mudanças do ensino infantil para o fundamental são desafiadoras, mas importantes para o desenvolvimento dos pequenos estudantes
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João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
V
er as crianças crescendo saudáveis e se desenvolvendo dentro do ambiente escolar é uma das principais satisfações para os pais. Nestes primeiros passos dos pequenos estudantes na caminhada escolar, uma das mudanças mais significativas é a passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. A partir de agora, os estudantes são apresentados a desafios que ficam cada vez maiores. A alfabetização é o principal deles, já que os pequenos começam, a partir do primeiro ano, a serem apresentados ao mundo das letras. No olhar pedagógico, é hora de
puxar um pouco mais a criança para o conhecimento do mundo a sua volta, trabalhando questões comportamentais, de pensamento lógico e ampliando a visão dos pequenos alunos. Se para as crianças esta é uma fase de grandes mudanças, para os pais vale a mesma regra. É preciso se acostumar que a realidade mudou na escola e que os pequenos agora terão novos desafios pela frente. De acordo com a coordenadora pedagógica do Colégio Plural, em São José dos Campos, Terezinha Souza, para os pais, o importante é aceitar que seus ‘bebês’ estão crescendo e ganhando cada vez mais independência e autonomia. “Uma das situações que se repetem bastante no cotidiano da educação
infantil é uma certa desolação dos pais. Uma tristeza por estar perdendo seus pequeninos. Mas, na verdade, o importante mesmo é aceitar com alegria as mudanças e entender que cada fase possui a sua beleza”, afirma. De acordo com a coordenadora, o comportamento dos pais nesta fase será um espelho de como os filhos irão encarar os desafios do ensino fundamental. Alunos ansiosos pode ser sinal de familiares ansiosos. O mesmo acontece com outros comportamentos, como insegurança, medo e incerteza. “Por isso é importante que os familiares se envolvam de forma sempre positiva com essas mudanças na vida escolar dos filhos. Essa será uma constante ao longo da trajetória dos alunos”, explica.
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Crianças passam por adaptação ao sair do ensino infantil
Mudança de escola A mudança nem sempre diz respeito apenas às exigências de cada fase. Muitos dos alunos também mudam de escola durante este período. Isso acontece porque os pais, depois do ensino infantil, muitas vezes preferem mudar a criança de instituição diferente daquela dos primeiros anos de vida. Nessa hora, o importante é manter a atenção para não proporcionar uma diferença tão brusca na educação das crianças. Trocar uma escola cuja educação é pautada em conceitos mais liberais por outra, de linha mais rígida, pode causar uma confusão na cabeça dos alunos. “A mudança muito brusca de linha educacional não é uma boa ideia de início para as crianças. Minha dica é que os pais gastem o tempo que for necessário para conhecer as instituições, acompanhar aulas, conversar com os diretores. É importante que a conversa considere
“Por mais que seja tentador, não dá para fazer as coisas por eles. Isso atrapalha o desenvolvimento. É preciso deixar que eles lidem com suas questões, por mais dolorido que seja” Ana Cristina Monteiro dos Santos, MÃE E EDUCADORA
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Mudança de fase escolar pode gerar alterações no comportamento das crianças
REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO INFANTIL E BERÇÁRIO
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essa linha educacional e que os pais sejam bem francos quanto às expectativas”, diz. Nesse processo, vale ir à escola junto com os filhos e até assistir as aulas. Afinal, trata-se de uma nova fase, com desafios pedagógicos completamente diferentes dos enfrentados na educação infantil. “Na questão pedagógica, há diferenças fundamentais. Os alunos são avaliados e há uma nova estrutura de conteúdos. A criança pode estranhar um pouco, já que o trabalho fica diferente”, afirma. MY
MATRÍCULAS ABERTAS PARA 2018
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES INCLUSAS: ∙ Acompanhamento Psicopedagógico ∙ ∙ Alimentação e Acompanhamento Nutricional Escolar ∙ Capoeira de Angola ∙ ∙ Colônia de Férias ∙ Dança ∙ Esportes ∙ ∙ Estimulação Corporal, Arte e Cultura ∙ ∙ Inglês ∙ Prevenção Odontológica ∙ ∙ Projetos Sociais (Valores e Virtudes) ∙ ∙ Projetos Tecnológicos (Lousa Digital, Ambientes Multimídias e Lego ® Education) ∙ ∙ Suporte Emergencial – Emercor ∙
Comportamentos distintos Sofia tem 8 anos, Davi, 7. Apesar dos poucos meses que os separam, o casal de filhos da educadora Ana Cristina Monteiro dos Santos, de São José, apresentaram comportamentos bastante diferentes ao passar do ensino infantil para o fundamental. Mais atenta às leituras, curiosa e questionadora, Sofia foi logo se
Aqui é divertido aprender.
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Pedagoga diz que é importante aceitar que os bebês estão crescendo e ganhando cada vez mais independência e autonomia
adaptando às diferentes demandas da escola, onde os irmãos também estudam. A característica favoreceu a pequena estudante, que se apaixonou pelos novos livros e as diferentes disciplinas. Por mais que seja tentador, não dá para fazer as coisas por eles. Isso atrapalha o desenvolvimento. É preciso deixar que eles lidem com suas questões, por mais dolorido que seja Já com Davi, a história foi outra. O caçulinha relutou em assumir o papel de ‘criança grande’. Com ele, o ensino funcionava perfeitamente ao melhor estilo lúdico, na base da brincadeira, mamadeira e chupeta. A diferença de personalidades exigiu jogo de cintura da mãe e da escola. De um ano para o outro as estratégias para adaptação dos pequenos precisaram mudar radicalmente. “Com o Davi a gente batalhou um pouquinho mais. No princípio a
“Com o Davi a gente batalhou um pouquinho mais. No princípio a leitura era uma grande dificuldade. Pra gente, o que ajudou muito foram as consultas com uma fonoaudióloga” Ana Cristina Monteiro dos Santos, MÃE E EDUCADORA
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leitura era uma grande dificuldade. Pra gente, o que ajudou muito foram as consultas com uma fonoaudióloga. Primeiro era só para melhorar a fala, que era um pouco infantilizada e com alguns probleminhas de dicção por causa da chupeta. No processo, a especialista foi passando exercícios de leitura, de escrita e, aos poucos, ele foi entendendo que poderia dar conta dessas novas demandas”, afirma a mãe e educadora. De acordo com ela, mesmo estando acostumada com a rotina estudantil, como mãe, foi preciso se acostumar a certa nostalgia de ver os filhos crescendo e começando a ganhar autonomia. “A gente percebe que eles não são mais os nossos bebês. No meu caso, o apego maior foi com o Davi. Talvez por ele precisar mais de um tempo para adaptação. Mas, por mais que seja tentador, não dá para fazer as coisas por eles. Isso atrapalha o desenvolvimento. É preciso deixar que eles lidem com suas questões, por mais dolorido que seja”, comenta.
“Os alunos são avaliados, há uma nova estrutura de conteúdos, com isso também vêm as notas. A criança pode estranhar um pouco, já que o trabalho fica diferente” Terezinha Souza, COORDENADORA PEDAGÓGICA
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Especial Veículos&
Foto: Pedro Ivo Prates
A onerosa necessidade do Seguro Automotivo
Alto índice de roubos e furtos na RMVale colaboram para elevação do valor do serviço na região
Fábio Soares TAUBATÉ
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ntendida como obrigatória ao adquirir um veículo, a contratação do seguro automotivo movimenta a economia regional. Ao lado de combustível e manutenção, o seguro faz parte da lista tríplice de valores que devem ser levados em consideração ao comprar um carro. Diante dessa exigência do mercado brasileiro, concessionárias e revendedoras disponibilizam funcionários
especializados no tema, ou até mesmo cedem espaço em suas lojas para que o cliente tenha ali uma empresa do ramo. Em meio as diversas possibilidade de modelos oferecidos, muitas dúvidas surgem, como qual plano adquirir, o valor do seguro e até um novo modelo de proteção veicular comercializado no Brasil. Ter conhecimento sobre o valor do seguro do carro que pretende comprar é essencial para se planejar financeiramente e pode ser decisivo na escolha do modelo.
O corretor de seguros Diego Vilela atuante em toda RMVale e confirma o comportamento dos clientes. “Na maioria dos casos, quando o cliente vai comprar um veículo zero na concessionária ou até mesmo um seminovo, ele entra em contato conosco antes de retirar o carro. Isso é mais frequente em veículos novos e é até uma de nossas orientações e recomendações que damos, pois conhecemos muitas histórias de roubo, furto e colisões que acarretaram na perda do veículo após poucos quilômetros rodados.”
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Essa conduta, segundo Vilela, representa a grande maioria dos pretendentes, demonstrando que o valor do seguro chega a definir a compra. “A maior parte dos clientes nos procura antes da efetivação da compra. Em relação aos seminovos, posso dizer que a procura gira em torno de 80% a 90% antes da retirada do veículo. Está se tornando muito comum o cliente nos procurar e enviar de duas até três modelos de auto para a realização do orçamento. Só depois ele toma a decisão da compra.” Um dos questionamentos mais relevantes sobre o valor do seguro se dá na composição do custo e na discrepância entre valores de modelos próximos. Em tempos de recessão econômica, um dos vilões do aumento considerável do preço dos seguros automotivos é a Segurança Pública. Quantos maior a ocorrência de furtos e roubos, maior será o valor anual do seguro. Segundo os dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, a RMVale é a região que registra o maior número de furtos/ roubos de veículos em todo o Estado. No ano de 2016 foram registrados 1.882 roubos de veículos e 4.762 furtos. Neste ano, de janeiro a setembro, foram 1.229 roubos e 3.675 furtos. O advogado Fábio Antunes, 27, teve objetos do seu carro furtado no início do mês de outubro, em Taubaté: “Precisei voltar ao escritório no começo da noite e não parei no estacionamento que costumo deixar o carro. Estacionei na rua e estouraram o vidro. O corretor me atendeu na mesma hora. Na manhã seguinte, o reparo já havia sido solicitado mediante a franquia específica para recolocação do vidro. Alguns dias úteis depois, a oficina me ligou, informou que a peça havia chegado e realizou a troca. Apesar da chateação, o corretor e a oficina
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realizaram um atendimento satisfatório”. Fabio ainda comentou sobre o valor que paga no seguro: “Aumentou 25% em comparação a 2016. Porém, morando na região mais perigosa do Vale do Paraíba, é inviável não ter, infelizmente”. “Realmente os valores dos seguros auto têm aumentado não só para seguros novos, mas até mesmo em renovações nas quais o cliente não utiliza o seguro o ano todo, onde ele tem um aumento da classe de bônus, mantendo as mesmas coberturas e dados de perfil e utilização. Isso se dá pelo fato do aumento do índice de roubo/furto e pela sinistralidade dentro das seguradoras com os respectivos modelos de veículos. O fato de o Vale do Paraíba ter um alto índice de insegurança na área reflete na precificação dos seguros. Como os riscos são altos, as
Por conta do alto preço dos seguros, uma modalidade diferente tem ganhado espaço entre os clientes. Trata-se da proteção veicular por meio de cooperativa
seguradoras entendem que a chance de acontecer alguma coisa com o veículo é grande e acabam repassando para os clientes no valor do prêmio a ser pago”, corrobora o corretor. Por conta do alto preço dos seguros, uma modalidade diferente tem ganhado espaço entre os clientes. Trata-se da proteção veicular por meio de cooperativa. O valor pago é menor do que oferecido pelos operadores de seguros tradicionais. Algumas cotações que chegam a diminuir em 30% o valor comum. Atuação, pagamento e resultado são semelhantes a qualquer cooperativa. Ao invés de se relacionar diretamente com a operadora de seguro, o cliente coparticipa de um contrato que atende a várias pessoas. Após o pagamento de uma taxa de adesão (variável entre 300 e 400
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reais), uma mensalidade passa a custear toda a operação da cooperativa. “O valor da mensalidade corresponde ao rateio da sinistralidade do grupo no mês anterior, somado à taxa administrativa que é cobrada para manutenção da entidade. O ‘índice de violência’ não interfere, pois não há análise de perfil.”, explica o advogado Renato Assis, atuante na defesa de cooperativas. No momento em que algum cooperado necessitar da cobertura por conta de um sinistro, todos dividem o valor do reparo a ser realizado. Apesar da imprecisão do valor da mensalidade nos meses em que forem utilizados os seguros, as cooperativas vendem a ideia de que o acréscimo não costuma exceder 10% do valor total. Porém, nem tudo que envolve essas cooperativas é cercado de boas notícias. A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão federal responsável pela autorização, controle e fiscalização dos mercados de seguros, não tem poder para regulamentar a atuação dessas cooperativas, o que gera ilegalidade e insegurança jurídica, resultando em graves consequências ao consumidor.
Vilela ressalta os problemas que os clientes enfrentam ao contratarem o serviço de seguro cooperado. “Há pouco tempo recebemos um comunicado nos informando que esse tipo de seguro não
“O valor da mensalidade corresponde ao rateio da sinistralidade do grupo no mês anterior, somado à taxa administrativa que é cobrada para manutenção da entidade. O ‘índice de violência’ não interfere, pois não há análise de perfil” Renato Assis, ADVOGADO
é regulamentado pela SUSEP. Qualquer problema que o segurado vir a ter correrá o risco de não ser ressarcido ou ter seu serviço prestado como ocorre nos seguros convencionais. Conheço pessoas que deixaram de fazer um seguro comigo no primeiro momento por conta dos valores, contratam essas cooperativas e, por um acaso, tiveram sinistro ou precisaram de assistência. Essas pessoas estão brigando até hoje para receberem os valores prometidos.” Os problemas fizeram com que associações de proteção ao consumidor se posicionassem contra a utilização desse tipo de serviço, diante da impossibilidade de equipará-lo ao seguro tradicional. Para Renato, as críticas até possuem fundamento. “Na verdade, o que os órgãos de defesa do consumidor dizem é verdade. O mercado merece e carece de uma regulamentação e de um órgão regulador. Sobre os corretores de seguros, estes criticam a atividade por total desconhecimento, entendendo que é uma concorrência ao mercado de seguros, o que não traduz a verdade. Trata-se de uma alternativa para os excluídos.”.
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Especial Veículos&
Foto: Pedro Ivo Prates
Acessórios e conectividade ganham espaço entre amantes de carros Oferta na internet é cada vez maior e possibilita a comparação do preço
Fabio Soares TAUBATÉ
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compra do veículo torna necessária uma tomada de decisões sobre vários aspectos. Alguns priorizam a economia de combustível, outros dão uma maior atenção aos gastos com manutenção ou seguro automotivo. E tem aqueles que, além de todas essas características, levam em conta o design e os acessórios vendidos em conjunto com o carro. E são esses itens que podem fazer o cliente decidir o modelo, a versão e as características do veículo, levando em consideração a estética e o conforto com peso maior do que a segurança.
É possível encontrar opções que variam entre 10% a 15% do valor exposto nos sites oficiais dos fabricantes
A recomendação básica para todos que querem gastar o mínimo possível adquirindo produtos bons e de qualidade é realizar uma pesquisa minuciosa de preços. A oferta de acessórios na Internet é muito grande, o que possibilita ao consumidor a comparação de preços e a análise da relação custo/benefício. É possível encontrar opções que variam entre 10% a 15% do valor exposto nos sites oficiais dos fabricantes. Mas o gosto por acessórios também pode ser prejudicial, pois pode alterar a originalidade do veículo. Quanto mais original, melhor o mercado o aceitará em uma revenda. O tuning, muito popular nos anos 2000, ainda existe e tem um mercado específico. Alterações
Um cuidado que vai além dos números
Alex Brito/PMJ
Informe Publicitário PREFEITURA MUNICIPAL DE JACAREÍ
Muita coisa se passa pela cabeça de um casal ao descobrir que está esperando um filho. Pensamentos sobre o enxoval, apreensão por causa do momento econômico, ansiedade para saber se é menino ou menina e, principalmente, a preocupação a respeito de quem cuidará do bebê quando a mãe voltar ao trabalho. O tempo passa e a criança cresce, mas a preocupação continua. Por mais que os tempos tenham mudado e os pais estejam ocupados demais, sempre vão querer acompanhar a maneira como o filho está construindo sua visão de mundo e se o ambiente em que isso acontece é adequado. Pensando nisso é que a Prefeitura de Jacareí investiu, somente nesse ano, um total de R$ 11.758.428,42 na construção de três novas creches, nos bairros Jardim Maria Amélia, Parque Imperial e região central, além de outra unidade no Parque Meia-Lua. Juntas, elas atenderão gratuitamente 940 crianças. Isso sem contar a retomada da construção de três outras unidades nos bairros Parque dos Príncipes, Jardim Santa Marina e Jardim Colônia, além das obras avançadas nos bairros Santa Paula e Villa Branca. Com as novas vagas em creches, Jacareí passará a atender até 2019, 50% da demanda. Um grande salto, se comparado aos 12% da demanda atendida até o final de 2016.
“Iremos evitar as filas de espera e garantir o atendimento da primeira infância com qualidade na rede municipal. Nosso objetivo é atingir a criação de 1.480 vagas até o fim de 2018”, enfatiza a secretária de Educação, Maria Thereza Ferreira Cyrino.
Todo esse investimento se traduz em tranquilidade para os pais, que poderão contar não apenas com novas creches e prédios de escolas reformados, mas também com ambientes adequados para acolher seus filhos com carinho e respeito. São números que significam menos preocupação e mais confiança de que seus filhos serão bem tratados e estarão em um ambiente adequado para trilhar o caminho do saber. Por fim, eles são uma amostra de que Jacareí está no rumo certo para cuidar cada vez melhor de suas crianças e formar cidadãos de bem com uma educação gratuita e de qualidade.
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Carro rebaixado e modificado dificulta a venda, mas agrada o dono de envelopamento, pintura ou mudanças no motor e suspensão, por exemplo, podem satisfazer o gosto pessoal, mas a revenda ficará restrita aos adeptos desta cultura específica. “É comum recebermos carros com alterações estéticas. Quase todas às vezes nós precisamos retirar esse acessório para vender o carro, mesmo o acessório sendo mais caro do que a peça original”, afirma Marcelo Júnior, vendedor de uma concessionária de Taubaté. Para o metalúrgico Rafael Romano, adepto do tuning e proprietário de um Marea modificado, o carro é uma extensão do seu corpo. Ele afirma que faz todas as modificações necessárias e coloca vários acessórios para deixar o veículo do seu agrado. “Tem gente que trata um cachorro como filho, outros perdem finais de semana atrás de jogos de futebol. O nosso prazer é transformar o nosso carro e deixar do jeito que a gente quer. Sei que vender para quem não é da comunidade é difícil”, afirma Romano, que afirma já ter gasto quase R$ 20 mil em acessórios, entre som, modificações no motor e na suspensão, rodas esportivas e envelopamento.
“É comum recebermos carros com alterações estéticas. Quase todas às vezes nós precisamos retirar esse acessório para vender o carro, mesmo o acessório sendo mais caro do que a peça original” Marcelo Júnior, VENDEDOR DE UMA CONCESSIONÁRIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.
As alterações devem, inclusive, estar de acordo com a legislação de trânsito. Pintar ou envelopar é possível, mas se a modificação for superior a 50% do carro, é obrigatório alterar a cor no documento. Os faróis de xenônio são permitidos desde que venham de fábrica. Já a suspensão com regulagem de altura é proibida. Por fim, o som é um dos principais acessórios utilizados e possui algumas restrições. O artigo 1º da resolução nº 204 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece o limite de decibéis que o som automotivo pode atingir. “Não adianta, é gosto. Eu sinto prazer em pesquisar produtos, ir até lojas participar de encontros e tudo mais. Não sou rico, mas consigo comprar um carro comum igual muita gente. Porém, ao deixar meu carro do jeito que gosto, posso afirmar, sem medo de errar, que o meu é único”, completou Romano. Em pouco tempo, acessórios presentes somente em carros mais completos e quase sempre ausentes nos modelos de entrada tornaram-se quase uma obrigação em todas as versões. O ar-condicionado é um exemplo. Lojas especializadas cobram cerca de R$ 3 mil para instalar um equipamento completo, semelhante ao original, nos veículos que não saíram de fábrica com este item tão desejado em dias de calor. Para Marcelo, o crescimento recorrente da tecnologia faz com que novos acessórios surjam sempre e a facilidade na venda e compra de produtos pela Internet amplia o leque de interessados. “Aqueles que antes eram só clientes compradores, hoje também atuam no mercado vendendo um produto usado por ecommerce. Ficou fácil importar direto da China também. As novidades chegam muito rapidamente”, finalizou Júnior.
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Adquirir um acessório não original de fábrica, como os aparelhos de vídeo, pode não ser ruim caso a compra seja efetuada em revendedores especializados. Estes aparelhos, além do conforto, proporcionam conectividade e praticidade. Alguns modelos permitem espelhamento do celular e possuem GPS. Quando instalados nestas empresas especializadas, a garantia original do veículo é preservada. Uma das últimas novidades no setor é a conectividade total dos smartphones com os carros. Gigantes da tecnologia como a Apple e o Google lançaram recentemente plataformas que reforçam a rápida evolução tecnológica dos carros. O CarPlay, da Apple, e o Android Auto, do Google, vendem a segurança e o respeito as normas da legislação brasileira como principal evolução. A ideia é conectar seu telefone e todas as
funções do aparelho disponíveis no painel, controlado por toque ou pela voz.
Alterações devem estar de acordo com a legislação. Modificações acima de 50% necessitam de documento específico
Ambos apresentam o conceito de permitir que o motorista faça o que costuma fazer no telefone sem tirar a atenção do trânsito. Com estas plataformas, é possível ler mensagens, acessar aplicativos de previsão do tempo, GPS, músicas via streaming e até enviar e-mails. Tudo isso por meio de comandos de voz, sem tirar as mãos do volante e os olhos da estrada. O publicitário Francisco César, 42, é um aficionado por tecnologia, embora não tenha tanta ligação com carros. “Pra me ganhar é só apresentar um acessório original de fábrica ou até mesmo similar no mercado paralelo que me dê uma maior conectividade. Sou um verdadeiro ‘geek’ e esses produtos novos eu sempre quero ter o quanto antes. A tecnologia facilita as nossas vidas o tempo todo. Por que não desfrutar dela enquanto dirigimos?”.
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Cultura&
‘Bar’ To Be Wild
Estabelecimentos trazem o espírito libertário das motocicletas para dentro dos bares em São José
Fotos: Pedro Ivo Prates
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João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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Só faltam mesmo os acordes de Born To Be Wild, hino mundial dos motociclistas, e o vento cortando o rosto para ter a sensação de que estamos acelerando numa estrada no meio de algum canto do mundo. De resto, basta entrar em um dos cada vez mais numerosos bares que usam a temática motocicleta em São José dos Campos para aproveitar o gostinho de liberdade misturado ao cheiro de gasolina. Os espaços, todos com alta octanagem no DNA garageiro, se esforçam para emular o ambiente perfeito para os fãs da vida em duas rodas: rock, cerveja gelada e aclimação estradeira. Apesar de contar com um público diversificado, os estabelecimentos têm em comum um início parecido. Garagens, oficinas ou revendedoras que, de tanto serem frequentadas por motociclistas, acabaram se tornando um ponto de encontro. Entre uma e outra gelada, a turma vai aumentando e, o que eram
despretensiosos encontros para conversar sobre customização das motos, trocas de peças ou planejamento de viagens, foi ficando maior do que as garagens. Este é mais ou menos o roteiro do Gasoline Brothers Garage Bar, que fica na avenida João Batista Queiroz, no Jardim das Indústrias. Um nome extenso para um bar sem grandes afetações, aliás, muito pelo contrário. Antiga garagem para customização de motos, o lugar foi ganhando ares de boteco assim que as reuniões de amigos começaram a ficar maiores do que o espaço. “Estamos há três anos e meio no local. Atuávamos como uma oficina de customização, mas de tanto confraternizarmos por ali, achamos que seria legal a gente abrir um bar de vez. Como a gente gosta muito desses ambientes, a ideia foi fazer algo que tivesse tudo o que curtimos: cerveja, música boa e churrasco. Então foi por aí que pautamos o nosso projeto de bar”, conta Carlos Billot, sócio-proprietário do estabelecimento.
Advogado, Billot toca o bar junto com o parceiro Marcelo Dmori, que é comerciante. Em comum, claro, a paixão pelas motocicletas. Além do clima de estrada, o bar trouxe à cidade uma programação musical pautada no jazz e no blues. Já passaram pela casa mais de dez atrações internacionais, a maioria dos Estados Unidos. Entre elas, o gaitista Omar Coleman, um dos grandes nomes do blues na atualidade. E os gringos não são as únicas estrelas do espaço reservado para as atrações musicais. Nomes brasileiros do gênero, como o homem-banda Vasco Faé também já passaram pelo espaço. “A gente fez questão de que a música fosse um dos nossos principais diferenciais. Gostamos dos estilos de raiz, que deram origem ao rock. O mais legal é que no bar você consegue ouvir um cara do calibre do Omar Coleman tocando ali do lado, sem frescura, sem distanciamento. Nada é muito pomposo. A pegada é mais de contato mesmo com os caras. Isso é legal demais de poder proporcionar tanto para quem
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já é fã, quanto para quem está começando a se interessar por esses ritmos”, afirma.
Pelo bairro Outra característica da casa é a interação com o bairro onde está inserido, o Jardim das Indústrias. A começar pela praça que fica bem em frente ao bar, que abrigam as mesas que ficam do lado de fora do estabelecimento. É assim, praticamente embaixo de uma das duas enormes figueiras do local, que os visitantes podem se sentar para bebericar aquela gelada e comer um petisco. E o dono garante: a praça está muito melhor agora do que na época em que o bar ainda não havia aberto. “Estamos terminando um processo de adoção dessa praça para que as
“Colocamos segurança particular, limpamos o espaço e ajudamos a dar uma nova vida para um lugar que era utilizado como ponto para tráfico e uso de drogas ” Carlos Billot, SÓCIO-PROPRIETÁRIO
pessoas possam usar o espaço sem denegrir. Colocamos segurança particular, limpamos o espaço e ajudamos a dar uma nova vida para um lugar que era utilizado como ponto para tráfico e uso de drogas”, diz. O proprietário é uma das vozes que levantam um movimento pelo comércio noturno na vizinhança. Bares e restaurantes se juntaram em uma associação para tentar movimentar o local, gerar empregos e garantir mais segurança uns aos outros. “É muito legal levantar o comércio de bairro durante a noite porque a gente dá vida para a localidade em um horário em que, de outra forma, as ruas seriam mais perigosas e abandonadas. Fora isso, fazemos questão de que todos os nossos colaboradores sejam moradores
Clima descontraído é uma das marcas dos bares com tema de motocicleta
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do bairro, assim como nós também somos”, conclui.
Entrada do bar tem a Route 66 pintada no chão e acompanha o visitante até a parte interna
Gigante de duas rodas Se tem um bar em São José que não poupa na grandiloquência dos adornos, é o Moto Café, na Nelson Dávila, região central da cidade. Uma guitarra iluminada gigante e a réplica em tamanho super aumentado de uma Harley Davison dão mostra, logo na entrada, de que o local não poupa nos adereços. Na entrada uma Route 66 pintada no chão acompanha o visitante até a parte interna. Embora a área externa concentre o maior número de mesas, é na parte de dentro que se encontra a diversão para quem gosta de bares temáticos.
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Cadeiras em forma de barris de gasolina, mesas que parecem pneus, fora os quadros e motos de verdade que também decoram o ambiente. A aura de estrada se une a um ambiente soturno, que com temática ao melhor estilo Família Adams, com direito a um mordomo sinistro servindo, de bandeja, um crânio que solta fumaça pelos espaço dos olhos. O sócio-proprietário do local, que carrega tradição automotiva já no
“A ideia é atender essa galera que gosta de moto, gosta de rock e de um ambiente divertido para trazer os amigos e a família. A ideia é essa mesmo, das pessoas virem, tirarem fotos com os adornos que a gente tem aqui. O lance é se divertir, acima de tudo ” Carlos Billot, SÓCIO-PROPRIETÁRIO
nome, Enzo Guratti (outro Enzo, esse italiano e de sobrenome Ferrari, é o fundador da escuderia da Fórmula 1), afirma que a opção pelos ambientes temáticos é uma questão de estilo e de entretenimento. O objetivo, segundo ele, é divertir o cliente e trazer a sensação de liberdade dos ambientes ligados à viagem sobre duas rodas. O local, que também nasceu como garagem para reparo, customização e venda de motos, ganhou fama como bar mais tarde.
“A ideia é atender essa galera que gosta de moto, gosta de rock e de um ambiente divertido para trazer os amigos e a família. A ideia é essa mesmo, das pessoas virem, tirarem fotos, com os adornos que a gente tem aqui. O lance é se divertir, acima de tudo”, afirma. E se diversão é o que conta, a equipe
do bar coloca a cabeça para funcionar em opções criativas para melhorar o ambiente do bar. Os aniversariantes, por exemplo, têm direito a uma chegada triunfal, na garupa de uma moto, até a mesa para cantar os parabéns. “Além disso, os garçons também entram na brincadeira com
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Espaço temático conta com barbearia e um recém-criado espaço Pet
maquiagens que evocam alguns filmes de terror. Os visitantes também podem utilizar algumas peças como máscaras e chapéus para tirar fotos. Há também um pub na parte de baixo, onde fica a garagem das motos, com apresentações todas as sextas e sábados”, afirma. O bar também conta com uma barbearia, a Farol, e um recém-criado espaço especial para os pets, onde os frequentadores podem levar seus cachorros e gatos para comer petiscos especiais ou beber uma cerveja feita exclusivamente para cães. “Sempre foi legal reunir as pessoas em um ambiente que tenha tudo aquilo que eu curto desde criança. A moto para mim é um estilo de vida muito ligado à liberdade de ser o que quiser e fazer o que você gosta”, diz Enzo.
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Saúde&
Batalha contra o câncer e para vencer o preconceito Preconceito é principal vilão na prevenção do câncer de próstata, doença que mais mata homens acima dos 50 anos
Fotos: Pedro Ivo Prates
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oer, não dói. Demorar, não demora. Então por que é que, em pleno 2017, ainda precisamos de uma campanha de conscientização em todo o país para lembrar que os homens com mais de 45 anos precisam fazer o exame de toque, importantíssimo para detectar com antecedência o câncer de próstata? Pois esta é uma resposta que o urologista Mário Bavaresco, da clínica Latere, de São José dos Campos, não se cansa de tentar responder. Familiarizado com o tema, o médico alerta que a conscientização é fundamental e pode evitar muitas mortes durante o ano. Como acredita que a informação é a melhor arma contra o preconceito,
“O exame é muito simples. Dura de 5 a 10 segundos apenas e ainda possui alta efetividade no diagnóstico. Cabe ao médico checar a textura e o tamanho da próstata para averiguar se há um crescimento ” Mário Bavaresco, MÉDICO UROLOGISTA
o médico esbanja disposição para explicar, quantas vezes for preciso, que o teste é pouco invasivo, oferece alta taxa de cura por trazer um diagnóstico precoce da doença. “O exame é muito simples. Dura de 5 a 10 segundos e ainda possui alta efetividade no diagnóstico. Cabe ao médico checar a textura e o tamanho da próstata para averiguar se há um crescimento e, caso houver, se ele está dentro da normalidade ou se extrapolou a taxa esperada. Nesses casos, é necessário precisar o que pode ter acontecido”, afirma. O exame de toque deve ser realizado em conjunto com o exame de sangue, que ajuda a identificar anomalias que são a chave para diagnosticar o câncer ou outras patologias na saúde do homem. O câncer de próstata é simplesmente a doença mais comum entre os homens acima de 50 anos e, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), vai atingir nada menos do que um em cada sete homens em algum momento da vida. A doença é responsável por um quarto de todos os tipos de câncer registrados na classe masculina. Dados que, de acordo com o urologista, são de fundamental difusão para combater o preconceito aos exames de prevenção. “O urologista faz o exame de toque e o de sangue no mesmo dia. O resultado não demora mais do que uma semana para ser divulgado. É muito simples e rápido de ficar sabendo qual a situação do paciente”, afirma.
Piada sem graça O preconceito que mata homens de câncer todos os anos é o principal vilão na luta contra a doença. Nesse cenário, piadas com a situação das pessoas que estão prestes a realizar os exames ajudam a difundir o preconceito.
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De acordo com outro urologista, Álvaro Bosco, de São Paulo, apesar das piadas e do país ainda contar com uma cultura de preconceito a respeito da saúde do homem, campanhas como a do Novembro Azul vem formando uma geração mais atenta aos riscos da doença, consequentemente, menos preconceituosa em relação ao exame de rotina. “Pacientes mais jovens estão deixando o preconceito de lado sabendo da importância de se cuidar. Os mais velhos ainda são resistentes”, revela. Mesmo com uma juventude mais
O preconceito que mata homens de câncer todos os anos é o principal vilão na luta contra a doença
consciente, o médico revela um dado preocupante para o combate da doença no país. De acordo com ele, apenas um em cada quatro homens vão ao consultório anualmente para fazer o exame de monitoramento de toque retal. Outro fator de risco, ainda de acordo com o médico, é a alimentação, cada vez mais rica em gorduras e carne vermelha e ao mesmo tempo pobre em legumes, vegetais e frutas. O médico alerta que, nestes termos, a chance de desenvolver a doença aumentam. “Soma-se a isso os fatores de sedentarismo e obesidade, que
contribuem ainda para que os pacientes desenvolvam uma espécie de câncer de próstata ainda mais agressivo”, comenta.
Dados Os dados da Sociedade Brasileira de Urologia ajudam a elucidar o tamanho da questão. Os números mostram que 20% dos pacientes são diagnosticados com o estágio avançado da doença, o que aumenta a taxa de mortalidade. Além disso, ainda há outras questões a serem avaliadas. A hereditariedade e até mesmo a cor da pele são algumas delas. Quem tem casos na família precisa tomar mais cuidado e começar a se consultar com antecedência, já aos 40 anos. Com relação a questão da cor da pele, de acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Urologia, homens negros tem 60% mais chance de desenvolver a doença. Embora haja uma tolerância no tamanho da próstata para que, a partir daí, o médico se preocupe em investigar um possível quadro de câncer, a evolução do quadro é outro fator importante para ligar o sinal de alerta. “O que importa na verdade é a evolução do tamanho da próstata. Mesmo com um tamanho abaixo da média, a rapidez do crescimento pode ser preocupante. Por isso a importância do exame ser anual. Lembrando que quanto mais rápido o câncer seja descoberto, mais alta é a possibilidade de cura”, comenta.
Sintoma Outro grande problema que a
vmp8.com
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falta de exames anuais acarreta é que o câncer de próstata trata-se de um tipo de doença que dificilmente produz algum sintoma. Portanto, quando os pacientes começam a sentir problemas no f luxo urinário, sangramento, dor óssea ou até mesmo uma fratura, já que o osso fica mais frágil por conta do câncer, pode ser tarde demais. “É muito mais frequente que uma obstrução urinária, por exemplo, aconteça por fatores benignos. Mesmo assim, estes podem ser sintomas de um estágio mais avançado de câncer, cuja cura é bem mais complicada do que aqueles descobertos com o exame de toque retal”, conclui Bavaresco.
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Esporte&
Fotos: Divulgação
O caneco ‘mais difícil do Brasil’ Título conquistado pelo Manthiqueira teve 29 clubes na disputa, um dos maiores campeonatos do País
Equipe de Guaratinguetá conquistou o primeiro título da história do clube
Felipe Kyoshy SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O
clube que preza em Estatuto pelo jogo limpo e a honestidade em campo enfim tirou o grito de “é campeão” da garganta. Foram 12 anos de espera entre a fundação do Manthiqueira e a conquista do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, no fim de setembro, contra o São Bernardo. Junto com o caneco, a Laranja Mecânica garantiu o direito do acesso para a Série A3 de 2018.
“Foi um campeonato muito complicado, com muitas equipes. Foram quase 30 neste ano. É o mais difícil do Brasil. Mas, jogando fair play, sem passar por cima de ninguém, nós conseguimos”, disse o presidente Dado Oliveira. A declaração do mandatário do Manthiqueira em que ele trata a segundona como um dos torneios mais difíceis do futebol brasileiro faz sentido. Em 2017, 29 equipes disputaram a competição. É quase o dobro de times da elite do estadual, que tem 16. Em nenhum estado do país existe outro torneio tão grande. Uma das únicas competições
que podem superar a ‘Bezinha’ é a Série D do Brasileiro (68 clubes) e a Copa do Brasil (91). Porém, a disparidade técnica e financeira desses campeonatos é maior do que o visto na última divisão do paulista, onde as equipes são muito parecidas, tanto na questão da qualidade dos atletas, quanto na saúde financeira. Todas as equipes estão fora do cenário nacional e precisam usar elencos com jogadores sub-23. Fatos que engrandecem a conquista do Manthiqueira. Mas, passada a euforia pela comemoração, já é hora de pensar no futuro.
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Afinal, terá menos tempo de preparação para a A3 do que os outros clubes. Neste momento, a diretoria prioriza o pagamento de contas e as pendências que ficaram com os atletas que faturaram o título, como as premiações. “A Série A3 é bem diferente. É jogo quarta e sábado, não tem tempo para treinar e é preciso planejar toda a logística. É outro campeonato. Agora tem rebaixamento. Se vacilar, vai cair. Vamos trabalhar com alguns jogadores mais experientes, mas não vamos mudar muito a nossa base, que é simples, mas é campeã. Porém, teremos reforços, sim”, ressalta o presidente. Além disso, o Manthiqueira também se prepara para gastar mais na temporada de estreia na Série A3. O cálculo da diretoria varia entre R$ 70 e R$ 80 mil mensais com as despesas no estadual. “A verba tem que ser maior do que tivemos neste ano. É impossível fazer um campeonato com o que tivemos na segundona. Mas, também, não vai ser algo muito fora da realidade”, comenta.
Título veio após vitória de 2x1 sobre o São Bernardo, no Dario Rodrigues Leite, em Guaratinguetá
Deixando o banco Aos 28 anos, Luis Felipe Domingues ainda tem idade para ser jogador, mas já tem um título como treinador. No entanto, ele não deverá permanecer no cargo para a Série A3, podendo ter outra função no clube, mas ainda não definiu o futuro com a diretoria. Formado em Educação Física, mas também com especialização em Marketing, Luís Felipe poderá dar um passo para outra direção e assumir esse departamento no clube. “Tenho alguns projetos para o Manthiqueira, mas ainda vamos conversar para definirmos onde posso ser mais útil dentro do clube. Não tenho pretensões muito grandes em curto prazo. Ainda quero voltar a estudar e fazer um curso internacional”, comenta Luis Felipe, que substituiu Nilmara Alves, uma das únicas treinadoras no futebol nacional e que ficou cinco anos no cargo. “Vamos procurar um treinador que tenha o nosso perfil, que seja jovem e que jogue limpo”, disse Dado
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Torcedor abraça técnico Luís Felipe Domingues (dir.) após conquista do título
Oliveira, deixando no ar quem poderá comendar a equipe na série A3 de 2018. Felipe se tornou um dos treinadores mais jovens a levantarem um troféu. Aos 28 anos, ele não atuou como jogador profissional e colocou toda sua experiência acadêmica em prática para conquistar o êxito do título e do tão sonhado primeiro acesso do clube. “Foi uma experiência fantástica. Eu estudei muito para conquistar esse título. Dei muita sorte de começar a carreira profissional em Guaratinguetá, no Manthiqueira, de ter toda uma filosofia de jogo implantada pelo estatuto do clube. Tive todo o amparo necessário para fazer o trabalho proposto e colhemos os frutos. Importante ressaltar que não se faz nada sozinho. Tive comigo um grupo que trabalha muito, entre atletas e
“Foi um campeonato muito complicado, com muitas equipes. Foram quase 30 neste ano. É o mais difícil do Brasil” Dado Oliveira, PRESIDENTE DO MANTHIQUEIRA
dirigentes, que se mostraram muito grandes e com condições de levar o clube ainda mais longe. Este foi só o primeiro passo”, ressalta.
Luís Felipe Domingues, aos 28 anos, se tornou um dos treinadores mais jovens do futebol brasileiro a conquistar um título
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CÂMARA MUNICIPAL SÃO JOSÉ DOS CAMPOS A vida da cidade passa por aqui
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Arquitetura&
Novo conceito no design noturno de São José Arquiteto apostou em alterações estéticas com um toque jovial e ousado para uma casa noturna na zona oeste Marcus Alvarenga SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
U
m toque de cor, delicadas alterações arquitetônicas e a mudança da composição do cenário de um ambiente podem ser os grandes responsáveis da repaginação de um espaço. O arquiteto e designer Murilo Sgorlon apostou no conceito da estética para um novo momento de uma casa noturna em São José dos Campos. No início do segundo semestre, o empreendimento já avisava aos clientes que, após um curto recesso, voltaria repaginado. Foram duas semanas de trabalho, onde o arquiteto e sua equipe se desdobraram para trazer algo diferente ao mercado de design de bares e baladas da cidade. “Um dos grandes desafios foi o tempo de execução deste projeto. Tínhamos um prazo curtíssimo, pois o bar não podia ficar muito tempo parado e
Fotos: Pedro Ivo Prates
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necessitava reinaugurar o quanto antes. Conseguimos, em tempo recorde, 15 dias de obra”, afirma Sgorlon, sobre o projeto que teve a sua concepção em 40 dias. Além de ter como objetivo ser referência no segmento, entre as prioridades do projeto estavam melhorar a acústica interna e amenizar o vazamento de som, oferecer uma funcionalidade de trabalho, reforçar o conceito de bar voltado ao entretenimento e apresentar um design moderno, único e impactante. “Foram erguidas paredes com tratamento acústico e térmico nas extremidades do estabelecimento, que fazem divisa com a área externa. Houve a necessidade de reformar completamente a cobertura, unindo a execução do forro com as mesmas prioridades das paredes. Os acessos também sofreram alterações, tanto da entrada principal como da área externa, melhorando a circulação e aproveitamento do espaço, além de algumas intervenções na fachada, recepção e back bar”, explica o arquiteto. Sgorlon utilizou no projeto paredes e forro de Drywall, placa cimentícia e um recheio de materiais isolantes. Para
Arquiteto elaborou um novo conceito de entretenimento, com design moderno para repaginar o espaço
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viabilizar a proposta da fachada, da cobertura e do suporte de equipamentos de som e iluminação, foram usadas estruturas de ferro. Alinhando a ousadia com uma ambientalização jovial, o arquiteto construiu um projeto para “conversar” com o público da casa noturna, o que pode ser confirmado com a produção de uma nova fachada, que cobriu uma antiga parede de vidros. “O grande ponto é a fachada, que trouxe uma identidade muito forte ao conceito
solicitado pelos sócios. A ideia era trazer algo totalmente inovador, que demonstrasse características modernas aliadas à linha de criação baseada nos conceitos da arte urbana”, conta Murilo sobre a arte geométrica na fachada, criado pelos artistas Julio Torquetti e Adam Vieira, que desenvolveram um trabalho de grafitti na área interna e externa do bar. Os sócios proprietários não divulgam o valor do investimento para a reformulação conceitual e arquitetônica do
estabelecimento, mas sabe-se que chegou próximo aos três dígitos. Entretanto, o mais valioso é a autenticidade e uma marca no design de estabelecimentos em São José dos Campos e na região. “É um projeto que buscou, da melhor forma, atender as necessidades solicitadas para que pudesse representar a altura às expectativas, além da tentativa de buscar ser um marco e trazer um novo conceito visual para dentro da cidade”, declara o arquiteto.
“Foi um desafio fazer uma obra tão rápido, mas deu certo. Conseguimos valorizar o espaço e preservar a identidade do bar, que tem uma iluminação natural muito boa” Murilo Sgorlon, ARQUITETO
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Turismo&
Sete maravilhas de Ubatuba
Trilha reúne lindo visual, contato com a natureza e História do Litoral Norte
Foto: Pedro Ivo Prates
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Felipe Kyoshy UBATUBA
P
ense em um roteiro com visual incrível, praias quase inabitadas e contato direto com a natureza. Quem visita a Trilha das Sete Praias, em Ubatuba, tem a possibilidade de ficar perto de tudo isso. Além de sua beleza, tem sido um dos passeios mais procurados no Litoral Norte por ser acessível para todas as idades. A trilha tem 10 quilômetros e dura, em média, de cinco a oito horas, começando na praia da Lagoinha, que fica próxima à rodovia Rio-Santos (BR-101), na ligação entre Ubatuba a Caraguatatuba. No local, está também o Manguezal da Lagoinha, que é formado pelas Águas da Cachoeira Véu da Noiva, próximo às Ruínas da Lagoinha. A praia seguinte é a do Oeste (conhecida pelos caiçaras como Praia da Encruzada). Na Peres, é possível admirar a paisagem de uma praia com poucas ondas. Por lá, a areia monazítica, que tem efeitos medicinais e é procurada, geralmente, para cura da artrite, que é a inflamação nas articulações. A praia do Cedro, com tons de azul esverdeado, é uma das mais bonitas do percurso. Em seguida, vem a do Deserto. Para chegar nessas duas praias, é necessário passar por um paredão de rochas. A trilha termina no Portão da Fortaleza e a Fortaleza. Durante o trajeto é possível passar por praias de turismo sazonal, que não estão no roteiro, como a Praia do Bonete, onde muitos aproveitam para mergulhar, e a Grande do Bonete, localizada na Vila dos Pescadores. “O visual é o principal diferencial, por serem praias pouco habitadas, com a preservação quase intacta. Qualquer um consegue fazer o percurso tranquilamente. A única exigência é que a pessoa esteja com os exames em dia”, disse a guia turística Talita Albino.
A maior parte do roteiro é feito dentro da Mata Atlântica e, por isso, o turista encontra espécies de plantas exclusivas da região. A cidade ainda preserva boa parte da mata, que vem perdendo espaço por causa do desmatamento. De acordo com a ONG (Organização NãoGovernamental) SOS Mata Atlântica, entidade que promove a preservação da mata, São Paulo conta com 13,7% da área total da Mata Atlântica. “Para mim, foi uma experiência incrível. Os guias sempre levantavam essa parte ecológica e tem toda essa preocupação de preservar a biodiversidade e isso foi muito interessante”, ressaltou a cabeleireira Rosinete Alves da Silva, de Caraguatatuba, que visitou a trilha em setembro. “Vale a pena fazer. É um ótimo passeio. Em outros lugares você não encontra isso. Cada praia tem um visual diferente. É realmente muito bonito”, completa.
Parte ‘extra’ Antes de entrar na trilha, o visitante pode conhecer as Ruínas da Lagoinha, um local que, além do contato com a natureza, permite conhecer um pouco da História que ficou materializada por ali. As ruínas pertenciam a uma família produtora de café e cana de açúcar. Para engarrafar a cachaça, foi construída uma fábrica de vidros na Praia da Lagoinha. Os pilares foram levantados há cerca de 200 anos e a base feita é por pedras, óleo de baleia, conchas e areia, permanecendo quase intactas até hoje. As ruínas foram tombadas pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) em 1985. “As ruínas são o diferencial do trajeto. Existe desde a época dos barões. Quem vem para conhecer acha isso diferente e quer pegar”, ressaltou a guia turística.
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Durante o roteiro é possível passar por praias de turismo sazonal, que não estão no trajeto, como a Praia do Bonete, onde muitos aproveitam para mergulhar
“O visual é o principal diferencial, por serem praias pouco habitadas, com a preservação quase intacta. Qualquer um consegue fazer o percurso tranquilamente. A única exigência é que a pessoa esteja com os exames em dia” Talita Albino, GUIA TURÍSTICO
Por se tratar de um lugar com um belo visual, muitas pessoas escolhem as ruínas para fazer ensaios fotográficos, por exemplo. No entanto, é possível ver a negativa influência do homem no local, com lixo espalhado por toda a área, que é considerada um espaço de preservação ambiental. Para quem visita, as lembranças do local ficarão marcadas para sempre na memória. “É uma parte bem histórica e é muito legal de conhecer, pois podemos aprender mais sobre a região do Litoral Norte. Tem muita coisa bonita aqui nesse lugar”, ressalta a cabeleireira Rosinete Alves da Silva.
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Gastronomia&
Fotos: Divulgação
Fast Gourmet Da amizade ao empreendedorismo, chef de cozinha e empresária se unem para ajudar os amantes da comida a comer bem e com praticidade
João Pedro Teles SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
N
o livro ‘A Espuma dos Dias’, obra-prima do escritor francês Boris Vian, o personagem Nicolas conta com os conselhos de um chef de cozinha que mora, literalmente, nos eletrodomésticos da casa. Se no realismo fantástico da literatura francesa basta abrir o refrigerador para contar com um especialista prontinho para te ajudar a preparar requisitados pratos
gourmets, na vida real já dá para esperar algo parecido. Se depender da joseense E.Gustto, empresa criada no início do ano em São José, bastará abrir o congelador para contar também com uma receita gourmet fresquinha, como se estivesse sido feita na hora. Quem garante são as criadoras da empreitada, Patrícia Beringhs e Caroline Maia. Patrícia é chef de cozinha premiada, já estudou na Suíça e correu o mundo apurando os estudos em gastronomia.
Caroline é empresária e, há mais de vinte anos trabalha com o pai, Onofre Maia, no tradicional Tropikos Buffet. Amigas desde a infância, ambas se reencontraram para unir forças e levar, para o atacado e varejo, a produção de massas, antepastos, quiches e tortas com toque de chef de cozinha. Um procedimento inovador, de ultracongelamento, garante, de acordo com a dupla, que todas as propriedades dos alimentos sejam preservadas. As receitas da chef Patrícia são ultracongeladas
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logo após o preparo. Os molhos, por exemplo, são embalados a vácuo, o que ocupa muito menos espaço no congelador e ajuda a preservar o sabor. “Estamos numa época em que, ao mesmo tempo que as pessoas não têm tempo para parar e preparar uma refeição elaborada e com ingredientes naturais, elas também não querem comer qualquer coisa no cotidiano. Nossa ideia é aliar essas duas demandas e oferecer uma gastronomia sofisticada mas, ao mesmo tempo, prática e acessível a todos”, afirma Caroline. Além das ‘pessoas comuns’, que passam a ter acesso a uma gastronomia de qualidade, outros beneficiados com o empreendimento da dupla são os restaurantes. Nos estabelecimentos, os produtos são utilizados também para facilitar a rotina de quem lida diariamente com o corre-corre das cozinhas profissionais. “Há uma versatilidade em nossos produtos e isso é bem interessante também. Outros chefs podem manipular a massa ou os molhos que produzimos, dando um toque de personalidade aos pratos. Grande parte dos nossos clientes vêm desses restaurantes, até pela própria experiência no ramo que a gente carrega com o buffet”, explica Caroline.
Convencer chefs experientes a utilizar os ultracongelados foi uma tarefa e tanto para a dupla. Não pela qualidade do que se produz, mas pelo preconceito com a maneira de armazenamento, que é vista com relutância entre os profissionais do ramo. “A gente ainda enfrenta uma resistência, mas o trabalho duro de convencimento está dando resultados, porque hoje muitos restaurantes já usam nossos produtos e se surpreendem com a técnica do ultracongelamento. Mas não foi fácil”, garante.
Mercado fértil Convencer os chefs, estabelecer a marca e montar um time de primeira
linha é apenas um dos aspectos do empreendimento gastronômico. A alma do negócio está na produção. Para isso, é preciso contar com os melhores ingredientes, e a experiência de quem tem anos de preparação dos alimentos. E essa é a praia da chef Patrícia. A passagem pelas melhores gastronomias do mundo deu a ela a confiança necessária para garantir: São José é uma zona privilegiada para quem trabalha no ramo de gastronomia. De acordo com a chef, a proximidade da região litorânea e de montanha proporciona uma variedade surpreendente de insumos de qualidade que são utilizados para compor pratos de alto valor gastronômico.
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“É um mercado de muita prosperidade, com todos esses ingredientes maravilhosos tão pertinho da gente. Os fornecedores regionais oferecem insumos de bastante qualidade, então, posso dizer que somos privilegiados”, afirma Patrícia. Com todos esses ingredientes disponíveis, a chef conta que vem crescendo na cidade o hábito de comer bem e que o público joseense está se habituando com a alta gastronomia. “Muitos bons estabelecimentos estão abrindo na cidade e isso é ótimo para a nossa gastronomia”, comenta. Já Caroline vai mais longe e afirma que é hora do empresariado joseense ser mais arrojado nos investimentos da chamada economia criativa, na qual a gastronomia tem espaço de destaque. “São José tem muitas oportunidades nesse ramo e os empresários estão mais atentos para a demanda da população. Tanto a cidade quanto os perímetros estão se habituando que não é preciso necessariamente ir à capital para comer bem. Nós enquanto empresários precisamos levar a percepção desse mercado e evidenciar os nossos valores”, conclui.
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Elaine Santos Social
Para onde vão os eventos?
Viralizou na coluna online Ponto Alto
Espaço Cassiano Ricardo, maior centro de eventos da cidade de São José dos Campos com três salões divididos em 4 mil metros quadrados de área útil está com agenda de eventos congelada até abril de 2018. O motivo, segundo a administração, é que o local foi assediado durante todo o ano por empresários interessados em instalar redes de lojas de grande porte no estilo hipermercados, loja de móveis e construção e até shoppings.
Brilha São José
Stephanie Proglhof, Miss São José, fecha o ano com uma campanha reluzente. A grife de semi-joias Emery & Rose Jewelry produziu um ensaio fotográfico para rede nacional que apresenta a coleção verão 2018. Lembrando que a marca leva a assinatura exclusiva de peças produzidas com Cristais Swarovski.
Sociedade fechada A primeira grande feira voltada para condomínios do Vale do Paraíba, a Condomínio Convantagem, emplacou mais de 3 milhões de reais em negócios fechados em dois dias de exposição. O sucesso despertou o interesse em outras cidades do país e a agenda da organizadora da feira, Elaine Correa, já está com compromissos em Brasília, Curitiba, Campinas e Cuiabá. Até dezembro acontece em São José, o encontro dos expositores já para a apresentação do layout da feira em Taubaté, com data para abril de 2018.
Despedida com estilo! Almir Fernandes encerra no próximo mês um mandato de uma década à frente da diretoria do Ciesp de São José dos Campos. Ele agora vai atuar na capital. Aqui a jornada chega ao fim com um feito divisor de águas no setor: o Guia das Indústrias, um aplicativo inovador no mercado. “Este Guia é uma ferramenta para que as indústrias consigam divulgar melhor os seus produtos e consequentemente aumentem a rede de clientes. O investimento será coberto pelos patrocinadores e não estamos preocupados com o retorno financeiro para o Ciesp e sim para que nossos associados elevem seus faturamentos”, explica. Todos os associados receberão gratuitamente uma senha de acesso ao Guia online e também será disponibilizado para todas as indústrias, mesmo que não seja sócia do Ciesp, basta fazer o cadastro.
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Bailarina e baterista Cristina Cará se repagina mais uma vez. Ela dança, canta e agora pratica aulas de bateria. Nada de criar expectativa para que Cará entre no palco arrasando com as baquetas, mas quem a conhece sabe que logo mais ou logo menos, ela dará o ar da graça com a novidade.
Pizzaria de 1,5 milhão A arquiteta Dani Resck dá uma repagina glamurosa na nova Troina Pizzaria, no Alphaville. O maior investimento do projeto não tem valor agregado, é a vista 360 graus para a cidade e Serra da Mantiqueira. Nos detalhes, arquitetura industrial e civil. O toque de aconchego e requinte fica por conta dos móveis de antiquário, obras de arte e adega com 200 rótulos de vinhos.
A Voz do Vale Ex-Deputado Estadual e ex-Vereador Alexandre da Farmácia (PTB) está ganhando audiência na rádio. O programa conta com a presença quinzenal do prefeito Felício Ramuth (PSDB) ao vivo com a população. Alexandre conta também todo o secretariado. Mas se engana quem pensa que a influência é só em São José, recentemente o problema com a pedreira em Caçapava também rendeu boa audiência e uma solução plausível do poder público que arquivou o projeto na Câmara.
Nada de gaiolas Engajada socialmente e muito bem resolvida politicamente, Janaina Dias encerra 2017 com pé direito e idealiza o IDEJ, uma associação de empresários e empreendedores regionais que juntos trabalham para o desenvolvimento econômico social e político de São José. Sem comer pelas beiradas Janaina afirma que não almeja cargo político, mas sim, atuar no desenvolvimento da sociedade joseense.
O
empresário Jaime Alves aposta em uma guinada para 2018. Além de investir cerca de R$ 1 milhão no projeto do novo Hair Brazil, na Vila Ema, assinado pelo arquiteto Gustavo Martins, ele acaba de chegar de Paris com contrato renovado como representante nacional da HCF - Haute Coiffure Française (clube de cabeleireiros associados de Paris). Na bagagem, 10 dias de network com os melhores cabeleireiros da Europa. Segundo o hair stylist, entre as tendências estão os cabelos desconstruídos, um estilo mais despojado que pode atuar dia e noite com sucesso. Já na coloração, marrom e cores fantasias, como rosa, por exemplo, serão as tendências. “Lá o que vimos foi realmente uma séria de tendências que valorizam o estilo pessoal de cada um. A moda hoje é ser original”, explica Jaime afirmando que a tendência é ser cada vez mais ousado. “Já a coloração que veio pra ficar é chamada de coloração fantasia nada gritante, voltado para o público jovem. Rosa, pink e nude são as cores da nova moda. O curto também é destaque para o verão. Sem medo de errar, ele oferece franja, nuca e, principalmente, um estilo sensual”, explica. Segundo o empresário ser representante no Brasil de uma instituição como essa, a HCF, é de uma responsabilidade única e ele já tem uma agenda
Tesouras parisienses apertada de divulgação trabalhada para o próximo ano. “Como profissional vou compartilhar esse conhecimento com os colegas de todo o país. Cabelo é algo que dita tendência, que apresenta a pessoa e o estilo dela. Se você não está feliz com o que tem, precisa mudar. Olhar no espelho e se sentir bem é essencial para que todo o resto dê certo”, afirma Jaime Alves.
Reconhecimento Fernando Ivo Antunes, Editor Chefe do Grupo Meon de Comunicação, recebeu, em nome da empresa, a homenagem da Câmara Municipal de Taubaté que aprovou por unanimidade a Moção de Aplauso ao trabalho jornalístico prestado ao longo dos últimos quase quatro anos de existência do Meon.
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Elaine Santos Social
Evento ‘# dicasa’ Recebemos os colunáveis para um brunch no Jack e Joe’s
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1 - Karyna Brandão, Fabiane Pulga e Micheline Oliveira 2 - Tomoko Miura, Luciana Cunha Diniz, e Mario Guisard 3 - Alessandra Brandão, Erica Awoyama, Augusto Mendonça e Fernanda Galvão 4 - Tais Furini 5 - Álvaro Mirapalheta 6 - Carol Tomba e Laiz Silva 7 - Astor Silva e Armando Giovannetti 8 - Mario Domingos 9 - Fernando Petiti
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Crônicas & Poesia Uma programação boa pra cachorro Freeimage
Eu juro que eu acho que sou um cara mente aberta e sem pré concepções de qualquer tipo, exceto aqueles tipos de pré concepções que não estou aberto a discutir. Entendo as transformações que o mundo passa, a disrupção, as novas tecnologias, a metafísica quântica da holística comportamental, as teorias da conspiração, a inteligência artificial e a estupidez natural. Mas tenho que confessar que tive que ler três ou quatro vezes o email da minha operadora de TV a cabo para ter certeza que estava entendendo o que achava que estava lendo, que a partir de agora (não de agora, mas de alguns dias atrás, quando recebi o email) eu teria seis novos canais em HD na programação. Até aí ok, eles tiram um canal aqui, inserem outro lá, e la nave va. Só que dos 6 canais, um deles só seria incluído se eu pagasse a parte. Acho que só por isso prestei mais atenção nele: DOG TV ! R$19,90 por mês.
Primeiro achei meio carinho pagar um adicional de 20 pilas (numa mensalidade que já custa mais de 200) por um único canal. Mas achei que entendi. Sim, o mundo tem cada vez mais pets e apaixonados por cães, então deve ser um canal com histórias de cães, dicas de alimentação, entrevistas com especialistas, veterinários, etc. Mas aí eu li o slogan do canal: “Programação relaxante e estimulante PARA o melhor amigo do homem”. Hmmmmmmmmm.... Algo estranho nesse texto. Li de novo: (...) “para o melhor amigo do homem”? - Então o canal é para o cachorro e não para o homem? Não me conformei e fui pesquisar mais sobre esse novo canal, encontrando essa descrição no site da operadora: “(...) O DOG TV é o primeiro canal de TV com programação voltada exclusivamente para cães. O conteúdo
tem como objetivo estimular a mente, oferecer relaxamento e diversão. A intenção do canal é se tornar uma boa companhia para cachorros que fiquem sozinhos em casa. O conteúdo chega ao Brasil depois de muitos anos de pesquisa e foi criado em parceria com diversos especialistas, para criar um canal completamente voltado e adaptado a visão e a audição dos cachorros, potencializando seus padrões de comportamento naturalmente. A programação deve deixar os animais mais felizes e menos ansiosos”. Então o que era uma desconfiança virou constatação. Sim, era um canal para ser assistido pelos cães e não pelos donos. Um canal que pretende estimular a mente do animal, oferecendo relaxamento e companhia para os bichanos solitários. E com essa programação eles vão ficar felizes e sem crises de ansiedade. Nada de pílulas de Lexocão, Dog TV é a solução. É por isso que tem muita gente por aí querendo levar uma vida de cão, como já disse certa vez Eduardo Dusek. Mas como as pessoas tem cada vez menos filhos e cada vez mais pets, não é de se espantar que a TV a cabo venha a incorporar esses novos membros da família brasileira na sua programação. Qual a próxima inovação? O Facedog? WhatsLatt? E se a moda avança, vai ter muita esposa colocando o cachorro do marido pra dormir no canil, enquanto o cachorro come pipocas sabor tutano e assiste o último sucesso canino no Dog TV. Alexandre Corrêa Lima, colunista MEON
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