Introdução Com gratidão e alegria, como forma de celebração, compartilho o presente documento que é resultado da caminhada com as igrejas membro da Federação Luterana Mundial (FLM) na América Latina e Caribe, e, durante os últimos anos, na América do Norte. Desde o início do meu chamado para servir como Secretária Regional, o transitar entre as igrejas me convidou a prestar atenção às dinâmicas humanas. Elas nem sempre contribuem, de maneira pacífica e natural, à tarefa de viver o discipulado e ser sal e luz na terra. Nossa condição humana, ainda quebrada e afetada por circunstâncias de feridas históricas, aumenta as divergências e mal-entendidos que, às vezes, obscurecem o significado de viver as boas novas do evangelho. Essa realidade, presente em todos os níveis das sociedades, evidencia a vulnerabilidade e o medo humano de abrir e manter relações ou diálogos com pessoas que são e pensam completamente diferente de nós. Ser diferente é um dom e cada pessoa tem a oportunidade de crescer e aprender a fim de encontrar força na unidade e contribuir para a maravilhosa missão de Deus que Jesus desenvolveu cruzando fronteiras geográficas, culturais e até religiosas. Em um mundo de crescente violência, perdas, dor e solidão, as igrejas mantêm sua relevância no sentido de serem espaços de cura. Deus falou e continua falando por meio de sua palavra viva. O diálogo é um dom que permite à presença divina mover pessoas ou grupos que vivem em situações de conflito para a busca de um recomeço. O documento “Benditas as Pessoas Pacificadoras – Habilidades de mediação e reconciliação para a Igreja” foi desenvolvido por um grupo de pessoas inspiradas na busca da paz. Elas participaram de capacitações para o uso da ferramenta “Diálogo para a Mudança Pacífica”. Este documento, colocado nas mãos das igrejas, oferece abordagens práticas sobre o diálogo que conduz à mudança mútua. A contribuição teológica, no primeiro artigo, enfoca a iniciativa divina de reconciliar o mundo como um convite para viver em renovação diária. No segundo artigo, Deus inspira cada pessoa pelo potencial de seus dons para serem líderes, para fazer uso da comunicação empática e mediadora, prevenindo conflitos e inspirando equidade e inclusão. Sobre os contextos de radicalização que vivemos hoje, o terceiro artigo enfoca a política e o diálogo para promover a paz nas cidades (todos os lugares) e motiva a semear e cultivar ações que unem e vivificam. Além disso, em contextos de migração contínua, o terceiro artigo fala da igreja
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