Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Juiz de Fora - 140 anos de história

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COMUNIDADE EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA EM JUIZ DE FORA

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Editora Associada

(32)3213-2529 - Juiz de Fora-MG

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André Luiz Gama

Direitos Autorais

Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, essas proibições também se aplicam às características gráficas da obra.

A violação dos direitos autorais é punível como crime (Lei n° 6.895, art. 184 e parágrafos, do código penal de 17.12.80 e art. 122, 123, 124, 126 da Lei n° 5988, de 14.12.73, Lei dos Direitos Autorais).

2002

Apresentação

Aidéia deste livro saiu de um bate-papo, no qual se procurava resgatar o passado de nossa comunidade.

Para torná-lo mais completo, aprofundei-me nas pesquisas, chegando até a nossa origem.

Confesso que me empolguei com os fatos, com os sacrifícios de nossos ancestrais ao deixarem sua Pátria, por mais difícil que era a sobrevivência lá, não seria a metade pela qual passariam até chegar à terra prometida.

Isto lhes custou um preço muito alto, começando com o desconforto nos porões das barcas, as tempestades marítimas, a febre-tifo a bordo, vendo parentes e companheiros morrendo e sendo lançados ao mar; como se isto não bastasse, ao chegarem à terra prometida não teriam onde morar ficando alojados em acampamentos improvisados,sem infra-estrutura, sem as mínimas condições de higiene, hostilizados em sua fé evangélica, o descumprimento de cláusulas contratuais, vivendo a mercê dos inescrupulosos e entregue à sua própria sorte.

Foi com este espírito de solidariedade que me propus a escrever este livro no qual deixo registrado em suas páginas o

quanto somos gratos a estes heróis que fizeram a história da nossa querida Comunidade de Juiz de Fora - MG, pois, são eles os principais personagens; sua origem, seu poder de tolerância,seus objetivos,sua força e obstinação para alcançalas e, sobretudo, a perseverança de sua fé evangélica.

Nesta oportunidade, com justiça, agradeço a todos que contribuíram para que este trabalho fosse realizado, fazendo “MENÇÃO ESPECIAE’ aos Senhores: Henrique Thielmann Junior, Adair Kappel, Pastor Zulmir Ernesto Penno; Biblioteca Municipal Murilo Mendes; às Senhoras: Yvonne Limonge de Almeida, Vitória Thamer Miranda, Willa Krambeck Horn, às Comunidades Evangélicas de Confissão Luterana em Juiz de Fora e Petrópolis; e ao Egrégio Presbitério da Comunidade de Juiz de Fora sob a presidência do Sr. Adauto Barra, por ter-me confiado e franqueado seu “arquivo confidencial”.

A todos os colaboradores, meus sinceros agradecimentos.

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Prefácio

com muita alegria aceitei o convite para deixar aqui registradas algumas palavras introdutórias, a título de apreciação e reflexão, para com este magnífico trabalho de resgate da história da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ao fazê-lo, estamos expressando ao autor a gratidão e o reconhecimento, não só como pastor atual desta Comunidade, mas também, do Presbitério e de toda Comunidade. E numa imagem poética, nós - pastor e esposa Neiva - abraçamos o “poeta” Oscar e sua esposa Elvira Kappel como nossos “pais de coração”, pois nos sentimos adotados como “filhos emprestados” desde que chegamos a esta terra das minas gerais.

MÃOS À OBF?A! Vamos escrever a história! A história registra fatos que ocorreram. E quem escreve a história, além de dar o devido tempero,ou seja,asua interpretação dosfatos, registra aquilo que considera mais importante. Há pessoas que ficam famosas por esaever a história. Mas, poucos são os que têm a capacidade de esaever bem, para comunicar o acontecimento através de palavras escritas. Cremos que Oscar conseguiu. Parabéns. Escrever a história, no entanto, não é tudo. Mais importante que esaever,o que vale mesmo é fazer acontecer a história. Mesmo porque,se não houver quem faz história, não terá o que registrar. Jesus Cristo nos serve de exemplo também nisso. Ele não esaeveu nenhum livro. Não temos nada escrito por Jesus Cristo mesmo.Entretanto,é uma dasfigurassobre a qual maisse esaeveu e mais se fala. Por quê? Porque Jesus fez história,falou e viveu de tal maneira que é impossível esquecê-lo. Também o nosso autor

em uma

- Oscar Kappel- entendeu que alguns fatos marcantes e outros pitorescos da história dos evangélicos de confissão luterana Juiz de Fora não poderiam e nem deveríam se perder ou serem esquecidos.Por isso tratou de registrá-los para a posteridade, para motivar a gratidão e para que possam fazer dessa história inspiração e um desafio de por mãos à obra futuro a dentro.

Quando pensamos em fatos registrados na história, logo pensamos em grandes acontecimentos, coisas grandiosas. Mas, de fato não é assim, pois toda história é feita de pequenos momentos,pequenos gestos, pequenas decisões e iniciativas, que acabam gerando grandes momentos, grandes gestos, grandes decisões e grandes feitos. Na leitura e apreciação deste histórico, evangélicos de confissão luterana, de todos os tempos, poderão encontrar motivação para uma profunda gratidão aos antepassados, que lutaram sem esmorecer na fé. Seu exemplo de bravura e persistência há de servir de inspiração e desafio para prosseguirmos na construção desta comunidade de confissão luterana nesta cidade, para a glória de Deus nosso Senhor. Escrever a história é importante. Obrigado, Oscar, por esta percepção e iniciativa louvável. Mais importante, porém, é fazer a história acontecer, é colocar mãos à obra como resposta ao fato de que Deus nos amou primeiro. Este é o desafio de Deus a mim e a você, prezado leitor.

MÃOS À OBRA! “... porque Deus amou primeiro” (I Jo 4.19). Este tema da lECLB para o ano de 2002 sinaliza que evangélicos de confissão luterana estão em tempos de Missão! Esta obra maravilhosa que iniciou, sob a bênção de Deus, nos idos de 1862 nesta cidade, não pode esmorecer. Todos nós- os cerca de 550 membros que integram a Comunidade atualrriente -temos este grande desafio de continuar a FAZER A HISTÓRIA dos evangélicos de confissão luterana em Juiz de Fora.

lECLB em Juiz de Fora,parabéns pelos 140 anos de história! Juiz de Fora - MG, 09 de novembro de 2002. Zulmir Ernesto Penno -Pastor 6

índice

Apresentação

Prefácio

Homenagem Póstuma

Origem

A contratação dos Colonos

A primeira leva dos Colonos

A segunda leva dos Colonos

A terceira leva dos Colonos

A quarta leva dos Colonos

A quinta leva dos Colonos

A chegada ao Rio de Janeiro

A chegada a Juiz de Fora

Os Cemitérios

Regulamento interno dos cemitérios da CECLJF . “Colonos e Artífices” A separação dos Imigrantes

Os Alemães Luteranos

Os Colonos Luteranos e o Comendador

A comunidade de Petrópolis

Casa de Oração (Templo)

Residência Pastoral

Pastores até o Centenário

Organização das Igrejas Luteranas no Brasil

3
27 28 30 32 33 34 35 37 43 44 45
5 9 11 13 20 22 23 24 25 26

Segundo Ponto de Pregação “Capela de São Pedro’

Terceiro Pônto de Pregação “Capela do Borboleta”

Quarto Ponto de Pregação “Mar de Espanha”

100 Anos de Comunidade - O Presbitério do Centenário ..60 Centenário da Comunidade

Novo Templo

Os Pastores após o Centenário

Dados sobre o patrimônio da Comunidade

OASE (Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas) Diretoria da OASE “90 Anos” Bibliografia

48 55 57 61

64 67 69 71 73 75

Homenagem Póstuma

Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Juiz de Fora, presta sua homenagem póstu ma, ao dileto amigo e benfeitor, o Comendador Mariano Procópio Ferreira Lage. Mineiro, nascido na antiga Chácara do Matinho, em Barbacena, aos 23 de junho de 1821, manifestou, desde cedo, sua personalidade forte em defesa de seus ideais. Tinha inclinação para o estudo da ciência e tecno logia.

Mariano Procópio Ferreira Lage (1821-1872) Cerca de 1860, no Rio de Janeiro. Fotógrafo Pacheco. (Acervo MMP)

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> Fundador da Escola Agrícola União Indústria.

> Ocupou diversos cargos públicos.

> Diretor das Docas da Alfândega.

> Elegeu-se à Câmara dos Deputados.

> Representou o Brasil na Exposição Mundial de Paris em 1867.

> Foi condecorado com a Dignatária Ordem da Rosa, a comenda de Cristo, pelo governo Francês com o Oficialato da Legião de Honra.

> Diretor da Estrada de Ferro Dom Pedro II.

No auge de seu prestígio, e não vencido pelo cansa ço, faleceu aos 14 de fevereiro de 1872, no pleno exercí cio do cargo de Diretor da Estrada de Ferro Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, por “acesso pernicioso”.

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Origem

Comunidade Evangélico de Confissão Luterana em Juiz de Fora tem sua origem na imigração alemã, que no ano de 1858, chegaram ao Bra sil, muitos alemães contratados pela Cia. União e Indús tria, tendo como seu Diretor-Presidente, o Comendador Mariano Procópio Ferreira Lage, cuja memória reveren ciamos.

Foi o Comendador que mandou contratar na Euro pa, principalmente na Alemanha,colonos e artífices, ten do como objetivo a construção da “Rodovia União In dústria”, que ligaria a cidade do Rio de Janeiro às Minas Gerais.

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A contratação dos Colonos

endo em vista a construção da rodovia, o Comen dador Mariano Procópio Ferreira Lage, enviou o engenheiro Dr. Christiano Gieber à Alemanha para contratar trabalhadores especializados. Devido às dificul dades encontradas, o Dr. Gieber apelou para a Repre sentação Diplomática Brasileira em Berlin, através do Ministro Dr. Marcos Araújo e do Cônsul Dr. José Lúcio Correia, estes, através da “Agência Dr. F Schmidt”, espe cializada em assuntos imigratórios em Berlin.

Trecho da Construção da “Rodovia União e indústria".

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Era previsto no contrato assinado pelo Governo Im¬ perial;

Condição primeira

’A Companhia União e Indústria, obriga-se a impor tar 400(quatrocentas)famílias em três anos, a contar do dia primeiro de julho próximo futuro, ou seja, em 1858; sendo 100(cem) no primeiro ano, 140 (cento e quaren ta) no segundo ano e 160 (cento e sessenta) no terceiro ano. Cadafamília terá termo médio cinco indivíduos e se as quatrocentas não tiverem as 2000(duas mil) pessoas, a companhia importará tantas famílias ou mais quantas forem preciso para perfazer o número indicado de indiví duos.

Condição Segunda

● A referida Cia. obriga-se igualmente:

§ 1°. A estabelecer as famílias que importar como proprietários independentes ou forreiros, segundo con dições gerais das terras, que a mesma Cia. possui, ou vier adquirir às margens ou às vizinhanças da estrada que está construindo. Os lotes de terrenos vendidos aos aforrados, não terão menos de 20.000(vinte mil) braças qua dradas.

§ 2°. A antecipar-lhes durante o primeiro ano, pelos preços correntes: os víveres usados no país, as ferramen tas indispensáveis, bem como um casal de porcos, três galinhas e um galo;

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§ 3°. A ter prontas habitações provisórias para mo radia dos colonos, as quais poderão ser fiscalizadas por ordem do governo, a fim de verificar se contêm as condi ções básicas de salubridade e acomodações.

§ 4°. A dar-lhes o prazo de 4(quatro) anos para pa gamentos do preço das terras e das antecipações se não preferirem pagar antes, e só poderá perceber juros de até 6% do quarto ano em diante, por qualquer moratória que lhes seja concedido;

§ 5°. A estipular nos contratos com os colonos, que o julgamento das questões, que suscitarem entre eles e a Cia., será proferidos em Juízo Arbitrai perante o Juiz Municipal,segundo o processo adotado pelo regulamen to n° 737 de 25 de novembro de 1850,com recurso para a Repartição Geral das Terras Públicas ou para o Presi dente da Província de Minas Gerais.

Obs.: Nem todos os colonos conseguiram pagar suas terras; estes tiveram que se migrar para outros lugares. Os que conseguiram pagar, construíram suas casas no sistema de mutirão, estilo gótico usado em sua terra natal.

“Condição Sexta”

no 15

O Governo Imperial auxiliará com a quantia de 4:000$000(Quatro contos de reis) a construção no prin cipal estabelecimento da Cia. de uma casa de oração sem forma exterior de templo para os colonos que não segui rem o Culto Católico. Este auxílio será realizado logo que haja número de dissidente superior a quatrocentos.

Contracto. t*i

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S. 2.»

Logo qufl 0 Cotilrucludü 0 auii rumiiia cLeguicm uo Dio de Janeiro. pòr-sc-hSo i> ilispos.jção <)a coimponUla eGutSo c Industria**, ou dos seus agentes, pura serem grntuilainnitr imnsportados puru a principuJ i-stiiçíío Juit dc Fóru e Coltuiin l). Péilro IL, c wítübéiéucr-ju noi suuí vUinliançtti.

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Contracluili} a sua tnmílift tümuTüo (Uirti; nos UàUtilImí qun IIu*jí ticsíftmr a CompiinliÍH, mediante uni salario nunca menor do 1 S por dia

CticgQdos à esses destinos poltu IrnlinlIinJorca nduilus^ i' titn salurió será convrncioiiedu para os membros da fiiiitilUi, cuja idade ilào permiltir luiuar parte epi Iodos us tnüjalliüs.

3li 3illi tr gata enjrrcininrn, )3 trr Coarratriit rinsrr. liJiilrn, mil ira arWlíf.i^ijrn, mJnnliírn Siiiiiilircrm íriuri gaaiilii, fo liifil iinmrr l^unliií, bri Ka Ssrfiarn eirjjinbauuat> itíleBiíalíetíaibrilrn «r,itn ten úbliriia ledlob». tvtlifrrr fúr /rtrn rnratbírnrn unC tlriâiijrti ítrbrítn níiit uuttr t í 600 Slrra (cima 2 fflulcríl ín il. 24 gu|i), C(r iibrirtrn im Cttllãlmis KIt.ijf, trífliijni tlrilbrit jii iirborn, unt M'r 9tbi4irn brr eSímtitiaft in iitir rèittrn )ii Irifra.

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A Cum|4aiiliiü üníuií o luiíUHlrla odiaulurã ao CurilrnclaJo c íUii Ittiniliu 0.V dcsjifzuf Jj viitjjriii ilo «juo iniUlu os §íi"* 2." c 5ctn juro ulguiu, «lebiii^o il;) c«iiiJiví‘> *!'● n'L‘jiil>nU« ii*iíti» pruz.i> mi(‘ iiiio cxcnícrií iimilri) ii/iiii>s, p^ra será dtíduíidt» dos joniuo m> Gui do citJa lucz ou Ji‘ ciiiJa irliueslna &s soiuaius ^uu ao coiiveiicioHur paru umorlizuçíio da divida.

que Ilu*.v 0 í- G. S. 0.

S3oar,in. fi* «t (Slrrrflídwft r„a (íenlrabralra tirlijl Uoniilir, Wr in tcji p. 4. ■>. uilb 3. mrãlMilrn dlriltlcílm tiliíftli umrr trr 'írtrUiinna uerjujdiitíirn, bap pr |p,iirÍTtiu biiiiiru eicr 3ebtrn icirtrr oSprlraricn ílnt, ime aon trm in S- 4. Jtnuiinrrn tefar in ramuilidirn ecrr eífiltli4llli(im al-âfiUjcn iPfTtfR.

A Companhia logo quo o Conlruclmlo t sub fíuuilií cLegarem oos lognrejj doa .-«eun di'Minoa lhes íbrnoccrò gra- , liiiUujieiilB fl duranfo um anno uma liahitHÇiTo convoiiionlc pura a SUB refidcncia, u llifls fonu^cor^i oh vivere.v iieecssarlns pnra u sua alimcntuv^l^^r (issiin i-nnio mrjiciDiíudCiS im pfospcflo í. -V" pulos prevos corrcnios lui püií, quu serão eJnUulsailüS iguiiliticute por deducsôes feiU»S uoi seus solurius.

Berm tnocH tu Gffeüíi^jft UfrbinbIttO, Ura Cwiírdr lííurcn nrbíi jfiitfr Sauiilíf fllridi o-i* i|im «nfuafí in 3orj fínr ítfrldiiíiílf Su^(mn.t mí cíir rtoUa 3.i^r untabiílH** : .injuuiíííni, iinf i(nifii cir j» íbrfnt llnt«iialrr afurtírliifetn

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Logo que 8C flchurem lo-nníninias as mcdi(;Ôeá, a CocipütihiD Stí olirigu M venilirr nu Coíitraeiado e ú s«« fajuilin coiiio propriedade Utre um len-eno, i> precodo «iliiKin) i>u cm I«●i[l7l^ |»uLiici>. terf»*iio qiu> pudi^ni ser maior, iiibh nunca menor de 20 mii l)raC'u< qiuilcaduí. seru veJtdídci a prazo de ijunlro iiiinas »rinü.<i 1) preco das lerriu níTi* >o adiiiv pni{0. P‘‘ proSoiigadti por uiaiá dui}: aiinris, ileliuiiu dii oondK-^u de slt düvidu G íí de juros por amin pelu.5 à<nnmas que restur a pagar. Aló oomplelo c per/ciln piupauienln d» preço da> ííiiTíjS, Gcão Calas, 41.SSÍII1 eoim» todas U.-Í suus IwíiiGnlofuifi, ospccialfiinilr iiypol{ire.!idas, c nãu |HKlfrân ser veiuHilus sem prévio pngamcDlo, liciuidn lUileiMlidu qiu* ns iiiesnios lerni> ii2o podiirái) ser vijiididoil à eslrunyeiros ilii Cuaipaiiliia, 3»lvo * fauii nidjt criiiuft lurrCrn, aiií,irnoiiim<H, í4r uu^t aul Crai

Sc no lltn dV.ssi-s qiiotrn !izü sorá com conscnlimoíilo <i'es(ü por oscriplo, conscnlinienln que niío ijJrmiCfíCiiíí ^afunCr Ss^iulC tmCr lUjjlriíV i\l'|}tiíagriL HuiJ é iieeessurio qiífindo us vemUs forem feiUs a oulros cmigruiile» Catf Cre ‘ilrríauf mu aii itplujiiptfn off((|/lí<nr tmlttic pen Cri esteLeUcidos peJa Compenliia, cooio se ucliu explicado uo , iSrftÜíd/an iibír|üCfU ourCeu, luálircaC bei Crr iDerduÉcnmg prospcclo Sjoj 1Ü." c 11," quü n’cslc incimenlo e enlregue [ cimn O^ciuífu tie ÜSíírBfítaíí baí IÜ»●'ría^fflr^tí in «nfpruti au flo ContrDclado. nimcit, mir im 'jpioípírhiii ^hinlí 10*’ vnc ! ( ctlduUrt.

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©oÜiíB iSlrfiHi5fclifa nicifítua C«t ®fíraíit.iíi tmb bwi iSenirabenirn tnlflric». fa lu/TCrn fí« bur* rinen ©(búterírtur ín GlíícnnmH bra ●àlluBÚípalí>Wi4lf«ií flef*liti>Kt. «nc jiuvu naib 'Moaagatí btr iCcrorCnuttij .W 73? «oai 2i, SíotiíwbíT mau, mil frrififbencrr 9li’pfUatíon an tie OJcnriaUBaiiilfl Crr cffítiis lidirn PánCrríinir oírr an Ccp $>râ|3bfnfrn btr 'ivroaijq SPimiií>($)rrnü4,

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A firma contratada, Dr. E Schmidt, descumprindo a Condição primeira do contrato, em 46 (quarenta e seis) dias, embarcou 1162 (mil, cento e sessenta e dois) colo nos, que partiram em grupos de cinco levas, por via ma rítima em diferentes datas, procedentes do Império Aus tríaco, dos Reinos da Prússia, Hannover, Baviera, do Grão-Ducado de Hessen,Luxemburgo,de diversos Prin cipados e Condados,além das cidades livres como Ham burgo, Bremen e Lenzen.

Insatisfeito, o Comendador Mariano Procópio, com esta atitude e com o acúmulo de colonos em suas terras, resolveu suspender, em caráter definitivo, a contratação dos 838 (oitocentos e trinta e oito) colonos restantes.

19

A primeira leva dos Colonos Barca

“TELE^

egundo o jornal “Correio Mercantil”, n°. 140 de 25 de maio de 1858, chegara ao Rio de Janeiro, procedente do porto de Hamburgo,a primeira leva de colonos alemães contratados pela Cia. União e Indús tria. A barca TELL,comandada pelo Capitão R. N. Kock, com 231 (duzentos e trinta e um) colonos partira no dia 21 de abril de 1858 e chegara no dia 24 de maio do mesmo ano, uma viagem de 33 dias.

Segundo o mesmo jornal, de 28 de maio daquele ano, os passageiros da barca TELL foram impedidos de desembarcar no porto do Rio de Janeiro, devido ao fato de ter ocorrido a bordo um surto de febre tifo durante a travessia marítima, provocada pela falta de água potá vel que obrigou os imigrantes a relaxar com o asseio corporal.

Foram removidos do porto do Rio de Janeiro para o porto das Estrelas no rio Inhomirim, nos fundos da Bahia da Guanabara, lá permanecendo por alguns dias.

Dos 231 colonos, 144 eram do credo Luterano e 87 eram do credo Católico. Sua chegada a Juiz de Fora foi no dia 12 de junho de 1858.

20

Nota: Entre os 144 Luteranos, estavam as famílias Kappel, Sra. Christina e seu filho Ventelino, e a família Guhl, Sr. Carl, sua esposa Sra. Maria e seus filhos Dorothéa, Maria, Lauise e Carl.

Em 23 de Janeiro de 1870, o jovem Ventelino Casou-se com Dorothéa Eliza Guhl, avós do autor.

21

A segunda leva dos Colonos

Barca “RHEIN^

sn° 171 de egundo o jornal “Correio Mercantil 25 de Junho de 1858,foi publicado a seguinte notí cia: procedente do porto de Hamburgo atracou porto do Rio de Janeiro a barca RHEIN,comandada pelo Capitão W. Bester, que trouxe a bordo, 182 (cento e oi tenta e dois) colonos contratados pela Cia. União e In dústria. Sua saída de Hamburgo foi em 28 de abril de 1858,e a chegada ao Rio de Janeiro em 24 de junho do mesmo ano. Entre os colonos,52(cinqüenta e dois)eram do credo luterano e 30 (trinta) do credo Católico.

Obs.: 100(cem)pessoas eram de credo desconheci-

no do.

Comentário da imprensa de Petrópolis: Enquanto se comemorava o XIII aniversário da che gada dos colonos alemães em Petrópolis, passaram por lá os colonos da colônia D. Pedro II com destino a Juiz de Fora, então o Jornal Mercantil daquela cidade assim ex pressou: “SÂO PEDRO, abriu a porta da nossa ALCANTILADA SERRANIA”, para por ela entrarem na cidade cantando e vibrando com cânticos de saudações a nova Pátria que vinham a adotar.”

22

A terceira leva dos Colonos

Barca “GUNDELA’

O“Correio Mercantil” n° 21, de 26 de julho de 1858, noticiou: De Hamburgo,sob o comando do Capitão I. Eckmann,chegou ontem a barca GUNDELA, trazendo 285 (duzentos e oitenta e cinco) colonos contratados pela Cia. União e Indústria, que par tira no dia 15 de maio, trazendo os novos contratados. Sendo:52(cinqüenta e duas) pessoas do credo Luterano e 233(duzentos e trinta e três) católicos. Devido a fortes tempestades enfrentadas durante a travessia marítima, o tempo de viagem foi de 71 (setenta e um)dias.

23

A quarta leva dos Colonos

Barca “GESSNER

O“Correio Mercantil” n° 200, de 30 de julho de 1858, registrou: De Hamburgo, sob o Coman do do Capitão F Lanke, onde saíram no dia 22 de maio de 1858, chegando ao porto do Rio de Janeiro no dia 29 de julho deste ano, trazendo 249 (duzentos e quarenta e nove) imigrantes, sendo: 43(quarenta e três) do credo Luterano e 206 (duzentos e seis) Católicos. O Tempo de viagem foi de 68(sessenta e oito) dias.

24

A quinta leva dos Colonos

Barca “OSNABRUCK’

O“Correio Mercantil” n° 210, de 04 de agosto de 1858, registrou a chegada da barca OSNABRUCK, sob o Comando do Capitão L. W. Wolf., que saiu de Hamburgo no dia 05 de julho de 1858, trazendo 215 (duzentos e quinze) colonos.

Sua chegada ao Rio de Janeiro foi em 03 de agosto do mesmo ano.

O tempo gasto nesta viagem foi de 59 (cinqüenta e nove) dias. Dos colonos, 84 (oitenta e quatro) eram do credo Luterano e 131 (cento e trinta e um) Católicos.

25

A chegada ao Rio de Janeiro

Depois de meses de viagem sobre as turbulentas ondas do oceano Atlântico, o desconforto nos po rões das barcas, a falta de água potável a bordo trouxe doenças aos colonos, mesmo assim, mantinhamse esperançosos em encontrar a terra prometida, mas, qual foi a surpresa! Ao chegarem ao porto do Rio de Ja neiro, as dificuldades continuaram a surgir: O transporte da época era feito através de carroças. Devido à grande quantidade de bagagens, as mulheres e as crianças divi diam o restante dos espaços e os homens seguiam a pé. A noite acampavam ao longo da estrada para retomar a caminhada no dia seguinte. Caminhavam de dia e acam pavam a noite para descansar e recuperar as energias gastas, principalmente na subida da “Serra do Mar” (Ser ra de Petrópolis), mesmo assim, prosseguiam sem desa nimar cantando hinos e cânticos de louvor.

26

A chegada a Juiz de Fora

Ao chegarem a Juiz de Fora, foram tomados por um sentimento de revolta, pois aquilo que foi pro metido, não foi cumprido. Sentiam-se lesados, sem ter a quem reclamar, ficaram sem ter onde morar. Foi então que a Cia. União e Indústria improvisou um acampamento para abrigá-los nas proximidades do mor da Gratidão (Morro da Glória) ao lado de uma lagoa fétida (malcheirosa), hoje Largo do Riachuelo. Devido ao desconforto, à falta de infra-estrutura, e à má alimen tação no acampamento, os colonos tiveram um novo contato com a febre Tifo, denominada por eles de febre do Brasil. Este problema obrigou a Cia. União e Indústria a construir, no morro da Gratidão, uma enfermaria, nas imediações das ruas da Glória e dos Artistas, denomina da pelos colonos de “Krankenhoff” (hospedaria dos do entes). O Dr. Romualdo Miranda Ribeiro, auxiliado pelo colono Georg Glatz, que era enfermeiro, conseguiram debelar o surto de febre Tifo, que mesmo assim causou um número de 34(trinta e quatro) mortes, entre homens e mulheres,sendo quatro casados, cinco viúvos e vinte e cinco solteiros, os quais foram sepultados junto à Lagoa da Gratidão, próximo ao atual Pronto Socorro.

ro 27

Os Cemitérios

esde a chegada dos colonos alemães em 1858, devido às mortes pelo Tifo, os sepultamentos eram feitos em locais não apropriados, como;ao lado da Lagoa da Gratidão, nos fundos da Krankenhoff e até mesmo nos fundos das residências, num verdadeiro desrespeito aos mortos.

Sensibilizada, a Cia. União e Indústria cedeu aos colonos, uma área de terra de sua propriedade, no Mor ro da Gratidão, para a construção de uma capela católica e um cemitério, o qual deveria ser utilizado também pe los protestantes.

Devido à intolerância religiosa existente na época, o cemitério teve que ser dividido entre os católicos e pro testantes, razão pela qual existe até hoje a separação de sepulturas.

Lamentavelmente, ainda há separação até entre os mortos aqui na terra.

Devido a distância entre a colônia de São Pedro e o cemitério, os colonos daquela região reclamavam a ne cessidade de um cemitério mais próximo, mas,a Cia. não os atendeu. Foi então que o Sr. Sebastião Kumz e espo sa, também colonos, doaram parte de suas terras para a construção de um cemitério em São Pedro, igualmente dividido entre católicos e protestantes.

28

Hoje passado mais de um século da chegada dos imigrantes alemães ao Brasil, nos restam apenas as lem branças, e que possam, aqui, descansar em paz os nos sos antepassados!

Cronologia dos cemitérios de Juiz de Fora

Cemitério da Glória

Cemitério Público Municipal

Doc. de doação (Cemitério da Glória)

Cemitério de São Pedro

13/05/1860

1864 30/06/1885 05/01/1886 22/02/1976

Cemitério Parque da Saudade 29

Regulamento interno dos cemitérios da CECLJF

Artigo 1°. - Os cemitérios da Glória e de São Pe dro, regidos por este regulamento, são particula res, constituídos de conformidade com a Lei Mu nicipal n°. 3566, de 29/09/1970, decreto n° 1211 de 01/ 02/1970. A denominação oficial de ambos é: “CEMITÉ RIO EVANGÉLICO DE CONFISSÃO LUTERANA EM JUIZ DE FORA”.Sua Sede Administrativa funciona à rua Dom Pedro II, 46 bairro Mariano Procópio - nesta cida¬ de.

Artigo 2°. - A administração dos cemitérios acima referidos, fica sob a responsabilidade do presbitério da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Juiz de Fora - MG,e constituída de acordo com seus estatu tos. O presbitério poderá designar uma comissão de três ou mais pessoas para o desempenho da missão, presidi da pelo Diretor de Patrimônio. Em conformidade com os demais artigos e parágrafos que compõem este regula mento.

Artigo 3°. - O Presente regulamento, aprovado pela Assembléia Geral Ordinária da Comunidade

30

Evangélica de Confissão Luterana em Juiz de Fora, realizada em 08/03/1998, entra em vigor na data de sua aprovação, revogando todas as disposições em contrário.

Juiz de Fora, 08 de março de 1998.

Alberto

Patrimônio

31

Colonos e Artífices

A separação dos Imigrantes

evido ao Grande número de imigrantes aloca dos em acampamento improvisado,a Cia. União e Indústria viu-se obrigada a dividi-los em gru pos e destiná-los da seguinte forma:

> Os agricultores foram divididos em dois grupos e remanejados para a colônia de cima(São Pedro)e colô nia de baixo (Borboleta).

> Os artífices: Mecânicos Fundidores, Ferreiros, Folheiros, Ferradores, Segeiros (fabricantes de diligências). Seleiros, Carpinteiros, Marceneiros, Pedreiros, Pinto res e Oleiros ficaram na Vilagem da Construção,(hoje bairro Fábrica) até ás proximidades da Estação Ferro viária Mariano Procópio (hoje bairro Mariano Procópio).

u
32

Os Alemães Luteranos

egundo Luiz José Stehling em seu livro “Juiz de Fora, a Cia. União e Indústria e os Alemães”, p. 276:

“Metade dos colonos que chegaram no Brasil, num total de 507(quinhentos e sete) pessoas, eram do credo Luterano e isto criou na província de Minas Gerais um problema até então desconhecido: o RELIGIOSO...”.

“O Império Brasileiro tinha a religião católica como “oficial”, por isso as outrasforam proibidas de constituir templos e Cultos Públicos”.

“Entretanto, a Cia. União e Indústria tinha assinado com o Governo Imperial um contrato para a importação dos colonos, a Sexta Condição.”(Transcrito aqui na pág. 17.)

De uma brochura editada pela Comunidade Evan gélica em Juiz de Fora, transcrevo o seguinte trecho: “muito lutaram os Evangélicos em defesa de sua fé, isto devido ao ambiente religioso existente que lhes era intolerante e hostil. Na pessoa de Mariano Procópio en contraram um dedicado defensor, que muito se esforçou para a organização dos colonos D. Pedro II.” Os colonos reuniam-se em suas casas para a leitura da palavra de Deus e cantavam hinos evangélicos num verdadeiro cul to de louvor e súplicas.

33

Os Colonos Luteranos e o Comendador

sensibilizado, e cumprindo a cláusula do contrato, o Comendador fundou uma escola mista com dois professores, um Católico e outro Protestante, os Senhores Glaesser e Waltemberg. A referida escola funci onava à rua das Escolas (General Gomes Carneiro). Na época foram matriculados 124 (cento e virite e quatro) alunos de ambos os sexos; as aulas tiveram início cm 1861. Mas, ainda não era tudo, faltava-lhes um tem plo e pastor para seu conforto espiritual. Foi então que o Comendador autorizou o uso das salas de aula para a realização dos cultos divinos,sob condições de não inter ferirem nas aulas.

Também foi ele que,com dedicação, cuidou daque le pequeno grupo de evangélicos, dando-lhes as primei ras bases como organização.

34

A comunidade de Peírópolis

ncontra-se registrada no “Livro dos Atos Ministe riais” da Comunidade Evangélica de Petrópolis, a seguinte anotação; “No dia 31 de outubro de 1861, o primeiro ato ministerial de um ministro evangéli co em Juiz de Fora, pelo Pastor BernhardtPflueger”, com o batismo de Carolina Emília, filha de Karl Emil Schroeter e Johanna N. Krazewski, nascida em 16 de julho de 1861,sendo seus padrinhos os senhores Philipp Hottum, Gaspar Hees e a senhora Carolina Bartels.

A segunda visita foi em 24 de agosto de 1862 e a terceira em 09 de novembro do mesmo ano pelo Pastor Georg Gottleb Stroele.

O “Livro de Registros dos Atos Ministeriais da Co munidade Evangélica em Juiz de Fora”, data de 09 de novembro de 1862, por isso, consideramos esta como a data da fundação de nossa comunidade. Embora a co munidade não tenha sido constituída juridicamente, a “Confissão de Augsburg de 1850, diz: “A Igreja é a con gregação dos crentes na qual o evangelho é puramente ministrado”.

Durante 26 anos pastores de Petrópolis visitaram nossa comunidade,gerando assim a insatisfação de mui tos membros daquela comunidade. Foram eles;

35

> Bernhardt Pflueger em 1861

> Georg Gottieb Stroele de 1862 a 1870

> Dr. Hermann Borchard de 1870 a 1872

> Johannes Vorster de 1872 a 1883

> Richard Schultz de 1883 a 1887

Obs.: Naquele tempo na falta do Pastor, os ofícios religiosos e demais atos eram realizados pelo professor da escola na presença de Direto res da Cia. União e Indústria e de testemunhas, assinado em documento específico.

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Casa de Oração (Templo)

por ocasião da inauguração da “Rodovia União e Indústria”, em 23 de junho de 1861, aqui veio o imperador Dom Pedro II e sua augusta família. Uma comissão de luteranos formada dos senhores: Heinrick Jullius Griese, Peter Schubert, Anton Munck, Christiano Lempke,Pedro Gerhein e Max Engel solicitou ao Imperador a presença de um pastor para oficiar os cultos, a qual foi atendida pelo Monarca.Lembraram tam bém a ele que a Cia. União e Indústria não teria cumpri do a condição sexta do contrato de importação de mão de obra, que era a construção de uma casa de oração.

Em virtude da extinção da colônia D. Pedro II, ofici almente em 30 de junho de 1885,as pretensões dos Evan gélicos foram atendidas com a doação do cemitério, da escola e do terreno tão sonhado, para a construção de seu templo. Assim diz o termo de doação;

“A comissão liquidante da Cia. União e Indústria, representada pelos abaixo assinados, Dr. Honório Au gusto Ribeiro e o Comendador Joaquim de Mello Fran co, competentemente autorizados pelo Conselho Fis cal, cede e transfere aos habitantes Protestantes (acatólicos) da colônia D. Pedro II, estabelecidas nas proximida-

37

des da estação MARIANO PROCÓPIO” Freguesia de Santo Antônio do Paraibuna, município de Juiz de Fora, em Minas Gerais, representada pelos Srs. Heinrick Griese presidente, Anton Munck, Pedro Gerhein, Christiano Lempke, membros da comissão do culto Protestante (acatólico) a casa e o terreno com quarenta metros de frente e cinqüenta e quatro metros de fundos, onde tem funcio nado as escolas do sexo masculino e feminino e servido de templo,sito no lado direito da estrada para o estabele cimento outrora denominado Escola Agrícola da Com panhia, sob as seguintes condições:

1° - A casa já construída e as que se construírem, e bem assim o terreno, são inalienáveis, e só poderão servir para a manutenção do culto religioso e das escolas dos sexos masculino e feminino dos habitantes Pro testantes (acatólicos) da colônia D. Pedro II.

2° - Os habitantes Protestantes (acatólicos)ficam obriga dos à conservação e manter à sua custa essas escolas e templo para o culto religioso, com toda decência, boa ordem e respeito.

Rio de Janeiro, 30 de junho de 1885 (Assinado sobre selos do Império no valor de 16$000.)

Honório Augusto Ribeiro Comendador Joaquim de Mello Franco Reconhecimento de firmas: Reconheço às firmas supra exaradas pelo conheci mento que dos mesmos tenho. Em testemunho da verdade. Ass. João Crisostomo Pimente}Barboza. Tabelião”. 38

Formou-se então a primeira diretoria da comunida de pelos Senhores: Heinrich Julius Griese - Presidente, Peter Schubert, Max Engel, Anton Munck,Christian Lempke, Pedro Gerhein, que estabeleceram as seguintes pri oridades: ^ Redação do estatuto ^ Construção do Templo ^ Residência Pastoral ^ Contratação do Pastor

O estatuto foi elaborado pelo Professor Max Engel, denominado “DEUTSCH-EVANGELISHE GEMEINDE (Comunidade Evangélica Alemã). Cumprindo normas estatutárias cada membro após confirmação, deverá contribuir financeiramente com valor estipulado em dinheiro, visando a construção do Templo, a manutenção da escola e outras despesas poderão advir. A cada pagamento efetuado emitiaUm recibo.

DEUTSCH-EVAN6ELISCHE eEMEII^èy í \ ■ ^S. í '■ ■X .: /íttjrjtíiãttyY (^/eRMAESSCCTER BEITRAG UAUT § 55, 8: m. -fy>. í ●● K r. f- ● 7 y / 39
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Para a construção do templo, foi formada uma comissão pelos Senhores:

- Heinrich Julius Griese, Detleff Krambeck,João Surerus e Henrique Surerus.

Esta comissão teve a responsabilidade de elaborar o projeto arquitetônico, desde que não coincidisse com a arquitetura usada pela Igreja Católica, porque era proibi do por lei.

O custo desta obra atingiu a importância de 11.325$500 (onze contos trezentos e vinte e cinco mil e quinhentos réis), custo considerado na época muito ele vado.

Sua inauguração está datada de 10 de maio de 1886. Com um Culto solene foi consagrada a “CASA DE ORAÇÃO”(TEMPLO), que se situava na atual Rua Ge neral Gomes Carneiro.

Participaram deste evento, as famílias Luteranas lo cal, representante das Comunidades de Petrópolis e Belo Horizonte, além de diversas autoridades civis e eclesiásti cas.

O Culto de consagração foi oficiado pelo Pastor Richard Schultz, da Comunidade de Petrópolis.

Do caderno Suplementar da Tribuna de Minas,jor nal local, edição comemorativa dos 150 anos de Juiz de Fora, em 31 de maio de 2000,“Os alemães na terra pro metida”, transcrevo o seguinte: A segunda grande guer ra, deixou acirradas as relações entre brasileiros e imi grantes alemães.

Pessoas exaltadas insuflaram os nacionais contra os germânicos nas apurações das denúncias.

40

A Igreja Luterana não podia ser diferente, e por estar situada próximo ao Quartel do 12° RI, sofreu as mais duras sanções. A Igreja foi fechada,sofreu avarias, a casa do Pastor foi invadida, o Pastor Viktor Schwaner foi prelevado para a penitenciária de Neves por três meses. so e acusado de ser agente nazista,somente por terem encon trado em seu quarto um retrato de Adolf Hitier.

Motivo este, que levou o Pastor a desligar-se da nosComunidade, e transferir-se para Belo Horizonte.

Para realizar Cultos no Templo Central, foi preciso formar uma comissão dos senhores, Carlos Salzer — Pre sidente, Alfredo Surerus e o Dr. João Luiz Alves Valadão, que se dirigiu ao DD.Delegado de Polícia da época, para solicitar autorização junto ao General Comandante da 4® Região Militar, sediada em Juiz de Fora.

A autorização foi dada, mas, eram designados dois Oficiais Militares que permaneciam em pé, nas laterais da entrada do Templo. Detalhe: Existia antes das portas do Templo, um portão de ferro com duas partes, o aces so era apenas em uma parte, a outra permanecia fecha da, era colocada nesta parte uma corrente de ferro que atravessava a rua impedindo o trânsito ao quartel militar. Os membros que tinham automóvel,tinham que dei xá-los na ma mais próxima, cerca de cem metros de dis-

sa tância.

Como se isso não bastasse, fomos obrigados, por Ordem Judicial, a trocar o nome da pessoa jurídica da Comunidade, conforme Ata da Assembléia Geral nossa Extraordinária de 08 de dezembro de 1942,de “DEUTSCHE-EVANGELISCHE GEMEINDE”, para “CULTO

41

EVANGÉLICO MARIANO PROCÓPIO”,em homenagem àquele que no passado foi o grande benfeitor.

Em virtude destes e outros acontecimentos, nasceu a idéia da Comunidade construir outro Templo em local menos complicado. ✩ ✩ tV ✩

Abaixo, foto interna do Templo Central da Rua Ge neral Gomes Carneiro. i ●' m ■ méijj ■ j -t/i ■

Foto do arquiuo do autor

42

Residência Pastora

com a mesma intensidade e dedicação, esta co missão construiu a Casa Pastoral, anexo ao pré dio das escolas da rua General Gomes Carneiro, com o objetivo de poder contratar o primeiro Pastor efe tivo da Comunidade.

Depois de várias tentativas, a Comunidade chegou a um consenso e contratou o Pastor Johannes Gasper Schmierer, que servia na ocasião à Comunidade de Sapiranga - RS.

Ele transferiu-se para Juiz de Fora em 30 de agosto de 1887.

Aqui permaneceu até sua morte, em 09 de março de 1896, vitimado pela febre-amarela. Encontra-se se pultado no cemitério da Glória.

Depois do falecimento do Pastor Schmierer, outros pastores, com a mesma dedicação, nos guiaram até a data do Centenário.

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Pastores até o Centenário

Johannes Gasper Schmierer

Alfred Andreas Precht

Johann Jacob Zinck

Fritz Bliedner

Karl B. Treutz Herald Niedner

Rudolph Fischer

Johannes Regling

Viktor Schwaner

Alfred Busch

Johannes Müeller

Odin Kenedh Stemberg

1887 - 1896 1896 - 1898 1889 - 1908 1909 - 1921 1921 - 1922 1922 - 1924 1925 - 1927 1927 - 1930 1932 - 1943 1944 - 1955 1955 - 1962 1962 - 1965

44

Organização das Igrejas Luteranas no Brasil

do século XIX (1819), embora a reli- o começo gião oficial fosse o Catolicismo,começaram a che gar ao Brasil alguns imigrantes europeus, alguns do Credo Luterano, chamados de “Protestantes”. Embora dispersos e proibidos de exercer publicamen te a fé Evangélica, aos poucos foram se organizando em grupos, até se constituírem em Comunidades.

A história dos Luteranos no Brasil teve seu início em 1824. Do livro “O começo do Protestantismo no Brasil”, de Armindo L. Müller,(p.44)transcrevo: “Aceita-se como data da fundação da primeira Comunidade Evangélica Luterana a de Nova Friburgo - RJ, o dia 03 de maio de 1824, a data da chegada dos primeiros imigrantes alemaes .

“Os imigrantes vieram acompanhados do Pastor Friedrich Sauerbronn,que anteriormente havia sido pároco em Becherbach, na Alemanha”.

A segunda Comunidade surgiu em São LeopoldoRS, em 25 de julho de 1824. Com o crescimento e formação de novas Comuni dades espalhadas pelo País, os diretores destas tiveram que buscar Pastores na Alemanha.

45

Devido a grande distância e a difícil comunicação entre os Luteranos, resolveram a partir de 1886, agrupar as Comunidades em organizações regionais, denomina das de “Sínodos”, para melhor administrar e resolver seus problemas e necessidades.

Foram formados, aos poucos, quatro (04) Sínodos, sendo;

- Sínodo Riograndense - RS, em 1886.

- Sínodo Evangélico Luterano de Santa Catarina, Paraná e outros Estados (parte de SC,PR e ES em 1905);

- Sínodo Evangélico Luterano de Santa Catarina (a outra parte de SC)em 1911;

- Sínodo do Brasil Central(SP RJ e MG),em 1912. Estes Sínodos funcionaram administrativamente in dependente, cada um tentando resolver os seus proble mas e necessidades por conta própria. Porém,com o cres cimento de novas Comunidades surgiram desafios mais abrangentes e a conseqüente necessidade de coopera ção entre os sínodos.

Então resolveram agrupar os sínodos em uma Fede ração Sinodal. Isto aconteceu no ano de 1949, quando pela primeira vez se adotou o atual nome: Igreja Evangé lica de Confissão Luterana no Brasil,(lECLB).

Daí em diante foi se consolidando uma caminha da conjunta dos sínodos, como uma só Igreja Lutera na no Brasil. E no ano de 1969, em Assembléia Ge ral Extraordinária dos quatro sínodos, em São Paulo, foi decidido constituir juridicamente uma só Igreja, centralizando toda a administração da mesma, e que passou a se denominar lECLB - Igreja Evangélica de

46

Confissão Luterana no Brasil, com sua sede em Porto Alegre - RS.

Para melhor coordenação administrativa, a ICLB re cebeu o seguinte organograma:

- Concilio Geral (Assembléia Máxima).

- Conselho Diretor (com Pastor Presidente).

- Regiões Eclesiásticas(com Conselho e Pastor Regi¬ onal).

- Distritos Eclesiásticos (com Conselho e Pastor Dis¬ trital).

- Paróquias (Conselho Paroquial).

- Comunidades (Presbitério).

Esta forma de organização e funcionamento perdu rou até 1997. j No Concilio Geral Extraordinário de fevereiro de 1997, em Ivoti - RS,foi aprovada uma estrutura descen tralizada da lECLB, com o seguinte organograma;

- Concilio da Igreja (Assembléia Máxima).

- Conselho da igreja (com Presidente leigo e Pastor Presidente da Igreja).

- Sinodos: 18 no total,(com Conselho e Presidente leigo e Pastor Sinodal).

- Comunidades (Presbitério) - que podem se agru par em Paróquias (Conselho Paroquial).

- Em outubro de 2000 a lECLB conta com: 1.770 Comunidades e 1.162 pontos de pregação.Conta com 824 pastores, num total de 1.125 Obreiros (as). Total de membros: 713.502.

47

Segundo Ponto de Pregação Capela de São Pedro

Devido à distância entre a Colônia de São Pedro e o Templo Central, os colonos tinham dificulda des em chegar até a cidade para participar dos Cultos Divinos.

Com isto, membros da Comunidade estavam se dis persando da fé evangélica passando a freqüentar a Igreja Católica local. Foi no pastorado do Pastor Viktor Schwaner que surgiu a idéia de construir na Colônia de cima, uma Capela para segurar os poucos luteranos que restavam. Usou o Pastor do seguinte argumento: “já que os colonos não podem vir à Igreja, a Igreja irá até eles”.

Aí entrou a generosidade do Senhor João Antônio Lawall, membro da Comunidade, com a “doação” de um terreno de sua propriedade para a construção da Capela. Sua inauguração e consagração foi em 30 de junho de 1935. E a Capela mais antiga, conservada até o momento.

Empreendimento que deu certo!

As mesmas dificuldades que os colonos tinham, de não participar dos Cultos na cidade, o Pastor passou a

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Capela de São Pedro na época da colonização
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Capela de São Pedro nos dias atuais. Foto: Adair Kappel

ter quando ia pregar na Colônia. Naquela época a Co munidade não tinha recursos financeiros para adquirir uma condução própria para o trabalho do Pastor.

A distância era grande, e quando ele não conseguia condução,tinha que ir a pé; quando não chovia a poeira era insuportável, e quando chovia o barro era quase in transponível; algumas vezes teve que tirar o sapato e bo tar o pé na lama. Por ocasião dos Cultos, e por ter que usar o “Talar”, trocava de roupa na casa do colono mais próximo da Capela.

Alguns dados a considerar:

- Em 1939, os Senhores Francisco Gustavo Faulhaber e Pedro Krambeck, seguiram o exemplo do Sr. Lawall, e doaram dois (02) lotes de terra vizinhos para am pliação do pátio da Capela,local onde se encontra a casa do zelador.

- Em 22/06/1947,foram construídos uma Sacristia e uma sala nos fundos da Capela com o objetivo de o Pas tor ter onde trocar de roupa e vestir o “Talar”, sem ter que fazê-lo, como antes, na casa do membro mais próxi mo da Capela.

- Em 16/10/1950, foi inaugurada a casa do zelador.

- Em 03/08/1953, foi adquirida pela Comunidade, uma área de terra ao lado da Capela, medindo 4.000 para ampliação do pátio, no valor de Cr$37.500,00 (trin ta e sete mil e quinhentos cruzeiros).

- Em 01/02/1954, a Comunidade recebeu de um anônimo, como “doação”, uma área de terra para complementação do pátio, local onde hoje há um estaciona-

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mento de carros (conforme Registro n°. 12525, fls. 204, livro 3k, 2°. Ofício Cartório de Notas Ormindo Maia).

Entre a casa do zelador e a Capela, um espaço vago, foi entregue ao casal Sr. Bolivar Duque e sua esposa,Sr^. Hertha Krambeck Duque, conceituados paisagistas na cidade, para o plantio de árvores de cipreste gigante, importadas da Alemanha.

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Nesta época, foi instituída a “festa da colheita ação de graças pela colheita dos alimentos. Não tenho conhecimento da data deste evento, mas o autor desta obra é testemunha ocular desta história.

Foi construído nos fundos da Capela, junto ao bar ranco, um galpão de madeira com cobertura de sapê, que servia para venda de chopp e comestíveis, por oca sião das festas. Detalhe: a força maior desta “festa da colheita” era e continua sendo, a “OASE”(Ordem Auxi liadora das Senhoras Evangélicas). Com todas as dificul dades e desconforto, as senhoras dedicam seus dotes culinários na confecção de pães, bolos, tortas e um sucu lento almoço para ninguém botar defeito.

Também foi construído um coreto para o leilão de prendas, pães, bolos, tortas, hortaliças, legumes e frutas que enfeitavam o altar durante o Culto, frangos assados e leitoa assada. Curiosidade; Lembro-me que, por oca sião do leilão da leitoa assada,formavam-se dois grupos, que se posicionavam em lados opostos para disputarem a leitoa. O fato mais interessante era que, uma vez arre matada a leitoa, os grupos se juntavam para saboreã-la regada com muito chopp. Outro fato que marcou, acon teceu com a família Bartels, que numa ocasião doou um 52

novilho para ser leiloado. E ao fazer descer o novilho do caminhão, este não descia; então os Bartels subiram no caminhão e o carregaram nos braços.

São tantas as coisas acontecidas que seria difícil enu merá-las, mas não posso deixar de registrar mais esta: As festas da colheita eram sempre realizadas durante o mês de junho, por ser um mês de poucas chuvas. Mas, mes mo assim costumava chover! Como precaução,costuma va-se consultar um “meteorologista”, com a preocupa ção de que nada pudesse atrapalhar a festa. Um dia,sem levar em conta as dicas do tal metereologista, que era a pessoa do Sr. Nelson Munck,qual não foi a nossa surpre sa: o tempo ficou nublado, prenúncio de chuva,e como o nosso presidente, Sr. Carlos Salzer, era homem pru dente e Diretor da “COOPETRANS” (Cooperativa de Transporte de Petróleo), foi buscar na Cooperativa uma lona de vinil e nós, como bons comandados, subimos nas árvores, amarramos a lona de vinil. Começou a cho ver, formaram-se grandes poças d’água sobre a lona, o amarrado se soltou, e sabe o que aconteceu? Quem esta va debaixo da lona ficou molhado!

Parece engraçado, mas por isso a festa acabou mais cedo.

Atualmente, após sucessivas reformas,contamos com três grandes áreas cobertas por estruturas metálicas, me dindo 450 m^,com acomodações para aproximadamente trezentas pessoas.

Uma área para estacionamento toda asfaltada, uma cozinha ampla e completamente equipada, uma grande mesa em granito, uma churrasqueira de grande porte.

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bar, e várias dependências para vendas de pães, bolos, tortas e churrasquinhos.

Nos últimos anos, temos servido em média, refei ções para oitocentas pessoas. Sempre contamos com a presença de um grupo de danças folclóricas alemãs, que abrilhantam nossas festas.

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Terceiro Ponto de Pregação Capela do Borboleta

Não menosprezando os demais Pastores, que em suas épocas nos serviram com seu trabalho, ab negação e eficiência, fazemos um destaque para o trabalho do Pastor Johannes Müeller. Foi com ele que começou uma nova fase de avivamento espiritual em nos sa Comunidade.

Ele incentivava a leitura da Bíblia.

Este trabalho iniciou-se na Vila São Vicente de Pau lo (Borboleta), na residência de Lindolfo Munck. Semanalmente, reuniam-se famílias e vizinhos para o estudo da palavra de Deus.

Este trabalho foi tão abençoado, que a casa do Se nhor Lindolfo ficou pequena,a ponto de sugerir-se a com pra de um terreno e construção de um galpão para as reuniões do grupo.

O objetivo foi alcançado, adquiriu-se um terreno que depois foi trocado por outro.

No dia 30 de abril de 1961,foi lançada a pedra fun damental de uma Capela,e não de um galpão como antes se pretendia.

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Graças aos esforços de muitos, no dia 25 de novem bro de 1962,ano do Centenário da Comunidade,foi con sagrada a Capela no Bairro Borboleta.

Capela do Borboleta. Foto: Adair Kappel

Não poderiamos deixar de expressar a nossa grati dão a todos que colaboraram para que a concretização deste evento se tornasse realidade.

Em especial, cabe fazer “MENÇÃO HONROSA” aos Senhores Lindolfo Munck, Carlos Salzer, Carlos Surerus, Henrique Thielmann Júnior e Francino Salzer, que muito contribuíram para que isto se tornasse realidade.

A todos os nossos agradecimentos.

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56

Quarto Ponto de Pregação Mar de Espanha

egundo depoimentos da Senhora Vitória Thamer Miranda, existiam várias famílias do Credo Lute rano na cidade de Mar de Espanha.

Com o passar dos anos,várias famílias mudaram para outros lugares, como Funil e Conceição de Ipanema MG,entre elas as famílias Saar, Grosmann,Kaizer, Loht e Keller.

Outras famílias, devido à falta de assistência espiritu al, migraram para a Igreja Católica. Somente o Senhor Rodolfo José Kaizer e sua família permaneceram na fé evangélica.

O Senhor Rodolfo, em visita à Comunidade Evan gélica de Juiz de Fora, manifestou sua vontade, e de sua família, de se filiarem a esta Comunidade,e receberem a tão desejada “Assistência Espiritual”.

Com a aprovação do Presbitério, a família Kaizer passou a receber em sua casa, no Sítio Vista Alegre, a visita do Pastor Viktor Schwaner, pároco da Comunida de de Juiz de Fora.

Estas visitas foram interrompidas em virtude da Se gunda Grande Guerra, com a prisão do Pastor Schwa ner.

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o atendimento foi reiniciado com a vinda do Pastor Alfred Busch, e teve continuidade com os demais pasto res subseqüentes.

Em 27 de janeiro de 1964, foi lançada a pedra fundamental da Capela, e consagrada em 16 de abril de 1967.

Capela de Mar de Espanha.

Foto: Adair Kappel

Existe na Sacristia daquela Capela, um quadro com um certificado conferido ao Senhor Rodolfo José Kaizer, com a seguinte epígrafe:

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“A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Juiz de Fora, concede ao Senhor Rodolfo José Kaizer, o título de “HONRA AO MÉRITO”, pela inquebrantável convicção evangélica demonstrada a mais de sete decênios na Cidade de Mar de Espanha, MG.”

Juiz de Fora, 08 de Maio de 1966.

Carlos Salzer Carlos Surerus Willa Krambeck Horn John Charles Westby

Presidente

Vice-presidente Secretária Pastor

59

100 Anos de Comunidade

O Presbitério do Centenário

Carlos Salzer

Carlos Surerus

Willa Krambeck Horn Henrique Thielmann Júnior Odin Keneth Stemberg

Conselheiros

Carlos Bartels

Antônio Guilherme Jung Ervino Christiano Ziegler Guilherme Otto Salzer

Oswaldo Stephani Oscar Kappel Pedro Munck

João Mariano dos Prazeres Martha de Castro Surerus

Presidente Vice-Presidente Secretária Tesoureiro Pastor

60

Centenário da Comunidade

No ano do “Centenário”,a Comunidade estava sem Pastor, pois o Pastor Johannes Müeller havia se transferido para o Sul do País. Para preencher a vacância, o Sínodo do Brasil Central, órgão administrati vo das Igrejas Evangélicas de nossa Região, órgão ao qual éramos filiados, enviou o Pastor Odin Kenedt Stemberg, para preencher a vacância, e nos pastorear por um perí odo.

Tão logo havia chegado, em agosto de 1962, com facilidade conquistou toda a Comunidade com seu jeito que lhe era peculiar, humilde e ponderado. Aos poucos transformou os costumes até então de postura “conser vadora” em postura “evangelizadora”.

Foi no seu pastorado que teve início o programa de evangelização, cujos resultados se estendem até os dias de hoje, que é denominado de “Encontrão”. Antes de sua chegada, havia em funcionamento uma “Comissão de Ação Social”, que recebia do Departamento Social da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, alimentos não perecíveis recebidos da América do Norte, intitulado “Ali mentos para a paz”. Na época, a Comunidade tinha registrado quarenta e cinco famílias comprovadamente necessitadas, que recebiam regularmente os alimentos. Não muito satisfeito com este tipo de ação social.

61

resolveu-se criar uma nova modalidade; a de ajuda fi nanceira, para atender somente aos membros da Comu nidade em seus objetivos e necessidades, como: reforma de casas, auxílio-doença e outros, onde a Comissão jul gasse necessária uma ajuda.

Para iniciar este tipo de ação social, o Pastor doou a quantia de “Cinqüenta Dólares”, em dinheiro, recebido de um amigo americano. Cada membro que recebia a ajuda retornava o valor em parcelas, acrescido de juros de 1% ao ano.

Boa parte dos membros foi beneficiada. Com isso tornou-se a ação social mais abrangente e eficaz.

Sua partida de regresso à terra natal, deixou a Co munidade bastante triste.

Após a partida do Pastor Odin Stemberg em 1965, aqui chegou o Pastor John Charles Westby,também pas tor das Missóes Americanas que deu continuidade ao tra balho de seu antecessor.

- A Comunidade teve um acréscimo considerável de membros, devido aos programas de evangelização.

- Estabeleceu-se o programa de “Mordomia Cristã”, concitando-nos para o engajamento total de tempo e ta lento físico e intelectual a serviço de Cristo.

Incentivou a contribuição dizimai proporcional de contribuição financeira, segundo o que tiver pro posto em seu coração, não com tristeza ou necessida de, porque Deus ama a quem dá com alegria (II Coríntios 9.7).

Formou vários pregadores leigos, que com autorida de souberam transmitir a palavra de Deus, os quais tam62

bém permaneciam à disposição do pastor em seus impe dimentos.

- Animou os jovens ao trabalho da Igreja para atua rem como professores das escolas dominicais, tanto no Templo Central, como nas Capelas de São Pedro, Bor boleta e Mar de Espanha.

- Foi o grande incentivador de vários jovens a in gressarem na Faculdade de Teologia em São Leopoldo (RS). Hoje,são pastores da lECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), com reconhecido prestí gio: Mauri Kappel, Adilson Stephani e Arnaldo Clemen¬ te.

Isto é fruto de um trabalho sério e eficaz. Trabalho este que tem sua continuidade até os dias de hoje,e como exemplo podemos citar o Missionário Whanderson Perobelli, atuando na Bolívia.

63

Novo Templo

Vários acontecimentos e incidentes motivaram a mudança de endereço do Templo: a explosão do paiol de material bélico do Exército, em 27/04/ 1947, avariou bastante o Templo da Rua General Go mes Carneiro, a ponto de ser interditado para ção dos Cultos Divinos, passando estes a se realizarem na Sede Social, à Rua Dom Pedro II n°. 46 no Bairro Mariano Procópio.

a reaiiza-

Devido à instabilidade política no País, o Exército ficava de prontidão (alerta), soldados montavam guarda nas proximidades do quartel, impedindo o trânsito, até mesmo de pessoas. Os membros da Comunidade, pos suidores de automóveis, tinham que deixã-los na Rua mais próxima, a uma distância aproximadamente de cem (100) metros.

Com isso, criou-se uma situação de desconforto e insegurança para todos nós.

Com o crescimento do número de membros, pois os programas de Evangelização alcançavam cada vez mais pessoas, o Templo não comportava mais a todos, pesso as ficavam fora do Templo, durante o culto.

Daísurgiu à idéia de construir um Templo novo,com capacidade maior de acomodações. Foram feitos vários projetos arquitetônicos, e escolhido um deles. O projeto 64

escolhido é diferenciado dos demais usados pela lECLB, com capacidade para quatrocentas pessoas.0 local es colhido fica na área nobre da Cidade, com laterais para as ruas Ewbanck da Câmara e Dom Pedro II, e frente para a Praça Agassis, em cujo local está situado o “Marco Central da Cidade”,e o “Monumento Comemorativo da chegada dos imigrantes alemães em Juiz de Fora“.

O lançamento da pedra fundamental foi no dia 10 de março de 1966, tendo na época como nosso Pastor e guia espiritual o Pastor John Charles Westby, pastor das Missões americanas nos Estados Unidos da América do Norte.

A consagração deste Templo novo foi no dia 05 de abril de 1972, tendo como nosso Pastor o inesquecível

Pastor Breno Arno Schumann, vitimado por um desastre automobilístico em serviço, quando se deslocava à cida de de Mar de Espanha. Junto com ele houve também mais duas vítimas fatais, que foram sua esposa, Sr®. Marianne Schumann e Jair Miranda.

A consagração do novo Templo aconteceu com um culto solene, com as presenças de nossas co-irmãs Co munidades de Petrópolis, Nova Friburgo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O oficiante do cerimonial foi o pastor

Regional Fritz Vath. Estiveram presentes várias autorida des civis e eclesiásticas, e um grande número de amigos e visitantes.

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Foto:
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Templo Central.
Adair Kappel

Os Pastores após o Centenário

John Charles Westby

Adilson Stephani

Breno Arno Schumann

Oziel Campos de Oliveira Júnior Nelson Tibúrdo Pereira

Dario Geraldo Schâffer Jacob Guilherme Armange Ernani Marino Petry Luiz Paulo Geiger Zulmir Ernesto Penno

1965 -1968 1968-1970 1970 -1973 1973 -1978 1978 -1981 1981 -1984 1984 -1988 1988 -1991 1992-2000

A partir de 2000

atual (2002) Presidente Vice-Presidente Tesoureiro Vice-Tesoureiro Secretária Vice-Secretária Diretor de Patrimônio Adauto Barra Dirceu Delage Ziegler Ricardo Thielmann
Otto Salzer Leal
de Souza Bartels
Dávila
Pezarini 67
Presbitério
Franz
Lucimar
Karla Helena
Adelson

Conselheiros (2002)

Antônio Luiz Roque Filho

Avelar Grosman

Cornélia Albina Kaizer de Gouvêa Elizabeth Horn de Souza Ilson Munck

José Tomaz Andrade Surerus Marianne Horn Barros

68

Dados sobre o patrimônio da Comunidade

oa

parte do patrimônio da Comunidade é fruto da generosidade de membros mais abastados fi nanceiramente. Fizeram doações visando o cres cimento da Comunidade em relação ao número de mem bros, manutenção ou reformas dos imóveis e outras des pesas que pudessem advir.

Abrimos um parêntese, para especificar alguns no mes de pessoas beneméritas doadoras, das quais tenho conhecimento; Companhia União e Indústria, Sebastião Kumz e esposa, Katarina Kremer, João Antônio Lawall, Francisco Gustavo Faulhaber, Pedro Krambeck,Carolina Eliza Krambeck, Família Krambeck e outros que preferi ram ficar no anonimato.

Outra parte do patrimônio deve-se aos eficientes Presbitérios e seus respectivos presidentes, que em suas gestões souberam dar continuidade aos ideais de seus ancestrais.

Para assegurar uma boa receita financeira, além dos dízimos dos membros, a Comunidade conta com vári as propriedades alugadas e realiza duas festas comuni tárias por ano, nas Capelas de São Pedro e Mar de Es panha. 69

Acrescente-se ainda como patrimônio da Comuni dade, a casa de Retiros em São Pedro, construída proximidades da capela. Esta casa serve como área de lazer e encontros para os jovens e toda Comunidade. Esta área contém dois(02) alojamentos, um mascu lino e outro feminino, com sanitários em cada alojamen to, uma sala para reuniões e refeitório, uma cozinha, uma churrasqueira, uma varanda aconchegante,além de uma quadra para jogos de vôlei e futebol de salão e uma área gramada e arborizada.

nas que a e or-

Razão pela qual, desfrutamos do conceito de nossa Comunidade está colocada entre as melhores ganizadas da lECLB (Igreja Evangélica de Confissão Lu terana no Brasil). 70

OASE

(Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas)

e um fascículo do Boletim Informativo dos 90 anos de atividades da OASE em Juiz de Fora, 05/12/1909-1999, cedido pela Senhora Yvonne Limonge de /Mmeida, transcrevo na íntegra: “Um grupo de Senhoras evangélicas resolveu reunir-se em suas ca sas para fazerem alguns tipos de trabalhos manuais para angariar fundos e gerar recursos financeiros para diver sas necessidades da nossa Comunidade.'’

Em 1909, este grupo de senhoras denominou-se de “FRAU-VEREIN”, mais tarde, “OASE” (Ordem Auxilia dora das Senhoras Evangélicas),sob o lema “Comunhão, Testemunho e Serviço”.

Foi então que a Senhora Katarina Kremer, doou o terreno de sua propriedade na Rua Dom Pedro II, onde foi construído um grande caramanchão coberto de sapé para as reuniões das Senhoras,com a finalidade de cons truir naquele local uma Sede Social.

A FRAU-VEREIN, além de suas atividades espiri tuais, procurou angariar recursos financeiros para re alizar a referida obra, recursos estes conseguidos com a organização de bazares, lanches e festas comunitá71

nas, que sempre contava com a colaboração dos ho mens.

Foi assim que em 1915 nossa sede social pôde inaugurada.

Posteriormente, em 1922, foram realizadas amp

ser lia ções com uma varanda, local onde se encontra a cozinha e a sala da Escola Dominical para as crianças durante os Cultos Divinos.

Num trabalho constante e dedicado, pôde a Comu nidade de Juiz de Fora seguir sua trajetória espiritual pre contando com a dedicação da OASE nas realizações de suas festas.

Nunca esquecendo da parte espiritual e da ajuda próximo,já que sempre procurou manter ões o estudo da palavra de Deus, com orações e medita ções; geralmente dirigidas pelo Pastor.

,semao em suas reunino amor e

E prestar assistência a enfermos e idosos. Sempre houve a preocupação e empenho em transmitir aos seus descendentes a Doutrina de Lutero, baseada na fé em Jesus Cristo, o único Senhor.

Temos como princípio a passagem bíblica do capí tulo 1.17b do livro de Romanos, que declara; “O justo viverá por fé, e não pelas obras”. Agora, passado 90 anos de trabalho incansável de diversas gerações nesta Comunidade, só temos a agradecer a Deus que nos deu forças e constância, às mulheres que por aqui pas saram e que lutaram num ambiente hostil a seu Credo, e dizer; “ATE AQUI NOS AJUDOU O SENHOR” (I Sm 7.12b). 72

Diretoria da OASE

do arquivo do autor Presidente Vice-Presidente Tesoureira Secretária Resp. pelos utensílios Coord. de Trab. Manuais Pastor
Kappel Roque Ruth Thielmann dos Santos Léa Munck de Mello Eufrida Lawall Perobelli Griseldes Rumpf Edyr Kappel Santana Luiz Paulo Geiger 73
Foto
Olga

Em homenagem pelos90anosde atividades da “OASE”, como reconhecimento deseu trabalho,agradecemos ao nosso Deus por este grupo de Senhoras, mulheres que no passado e no presente, tanto fizeram e ainda fazem pela nossa Comuni dade,sob o Lema;“Comunhão,Testemunho e Serviço”.

Poema dedicado a OASE

Comunhão é seu objetivo

Quer no trabalho ou não. Seu lema é o motivo De louvor e adoração. De Testemunho são formadas Em momentos de decisão, Mulheres predestinadas No lar, na Igreja à Oração. Serviço é que não falta Nas festas tradicionais. Seus dotes culinários exalta Não há quem os rejeita jamais.

O que seria da Igreja Se não houvesse a “OASE”, Os homens com sua peleja Perderiam-se em seus “OÁSIS”.

Formiguinhas incansáveis

Que o Senhor nos deu, Abelhinhas de doce mel Para vocês, tiramos o chapéu.

Juiz de Fora - MG,05 de dezembro de 1999. 74

Bibliografia

Stehling, Luiz José. Juiz de Fora a Cia. União e Indústria e os Alemães.

Clemente, Vicente de Paulo. 80° Aniversário da Fundação da Colônia Alemã em Juiz de Fora.

Suplemento Imigrantes 150 anos Juiz de Fora, Jornal Tribuna de Minas.

75
\ Comunidade Evangélica de U-\ Confissão Luterana em Juiz de Fora Rua Dom Pedro II,46 Cep:36035-090 Fones: 0xx(32)3215-4494 e 0xx(32)3213-5069 Bairro Mariano Procópio Juiz de Fora - MG

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