O Galo Canta - Galo Verde Informativo, Ano I, Número 02, Setembro 2022

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O GALO CANTA OUTUBRO DE 2022

Ano I - Número 02

Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB

Ações

GARUVA VIRA PARÓQUIA VERDE

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Paróquia Martim Lutero, de Garuva/SC, está abraçando a causa do Galo Verde. Tudo por conta do empenho da ativista Carla Schieck, que é esposa do pastor local, Euclécio Schieck. Ela tem ajudado as lideranças locais a refletirem a temática ambiental e a colocarem em prática ações verdes significativas a partir da fé. No culto de ação de graças pela colheita, no dia 7 de agosto em Guaratuba, a diretoria da comunidade, presidida por Otávio Keiner, decidiu aceitar o desafio de colocar em prática o “Manual Para A Gestão Ambiental De Eventos Religiosos do Galo Verde” já naquela festa. A proposta não só foi aceita, como a comunidade tornou-se oficialmente parceira do Galo Verde em ações ambientais. No dia 21 de setembro, dia da árvore, o Galo Verde atuou num encontro interparoquial de mulheres da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas-OASE, com mais de 100 mulheres de Garuva, Itapoá, Rio Bonito e Estrada d’Oeste. Na oportunidade, o teólogo, ativista e vereador de Joinville, Henrique Deckmann, falou das espécies

Carla e o Galo Verde no encontro da OASE

Encaminhamento dos resíduos e frases de incentivo na Comunidade de Guaratuba frutíferas da Mata Atlântica e seu uso na culinária, apresentando o Projeto Peabirú, turístico, cultural e científico. Na ocasião, o Galo Verde montou uma pracinha, com mudas de árvores nativas e flores para distribuição. No dia 17 de setembro, durante culto e almoço festivo de 23 anos de fundação da Comunidade de Itapoá, ligada à Paróquia Martim Lutero, o Galo também atuou. Foram instaladas lixeiras seletivas e repassadas orientações ambientais aos membros e convidados. A comunidade vem distribuindo mudas de árvores, chás e temperos, e cultivando uma horta e jardim no pátio da igreja e casa pastoral. “Se o Galo Verde é um programa da IECLB, nós vamos fazer parte, sim! Se é para fazer um mundo melhor, mais ainda!”, disse Adilson Nisgoski, presidente da comunidade.

No domingo, 11 de setembro, a Comunidade Martin Luther de Garuva fez Festa da Colheita e, em reunião anterior do presbitério, decidiu tornar o Galo Verde seu parceiro oficial, com um programa de ações ambientais. Com estas e outras ações em sua paróquia e comunidade, Carla Schieck está envolvendo também o Sínodo Norte Catarinense, ao qual pertence sua paróquia, tornando-o um parceiro do Programa Ambiental Galo Verde. A sua comunidade também pode tornar-se amiga da criação de Deus. Participe deste abraço à nossa morada comum, que é o planeta Terra. Entre em contato conosco, que ajudaremos você a envolver sua comunidade com a causa ambiental inspirada na fé! Saiba como ser Galo Verde, visitando nosso site: www.galoverde.org.br


O GALO CANTA Editorial

Preservar é cuidar das futuras gerações

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is o segundo número do informativo do Programa Ambiental Galo Verde. Na capa, motivo de grande empolgação e contentamento: a paróquia luterana de Garuva/SC, que leva o nome do reformador Martim Lutero, está empolgada com as iniciativas ambientais inspiradas no Galo Verde. Faz jus ao nome, pois Lutero afirmou que “se soubesse que o mundo iria acabar amanhã, ainda hoje plantaria uma macieira”. Não plantamos árvores para nós, e a esperança de Lutero vai até para além do fim de todas as coisas. Quem planta árvores, adoça a vida das futuras gerações com sombra, ar puro e frutos. O mesmo vale para os cuidados ambientais que tomamos, ainda mais quando esta é uma decisão comunitária. São nossos filhos e netos que poderão beneficiar-se de uma Criação de Deus preservada. E o sonho mais ousado dos galoverdistas é ver iniciativas como as de Garuva pipocarem por toda a IECLB e no meio ecumênico. Deus nos ouça! O Conselho Mundial de Igrejas, uma das grandes agremiações ecumênicas mundiais, também está muito preocupado com o futuro da Criação de Deus. O tema do aquecimento global foi uma das principais pautas da sua Assembleia Geral, na Alemanha. Confira, na página ao lado, sobre o que falaram e também os protestos nas ruas de Karlsruhe. Boa leitura!

O GALO CANTA Periódico digital do Programa Ambiental Galo Verde, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Sínodo Vale do Itajaí-IECLB Coordenador: Johannes Gerlach (gjschalombr@web.de) Edição e diagramação: P. Clovis Horst Lindner 47 9 9963-1796 Execução: Mythos Comunicação, Blumenau/SC www.galoverde.org.br

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Redução da Pegada

Sínodo Vale do Itajaí instala energia fotovoltaica na sede

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sta informação ainda será mais detalhada no futuro, mas o Sínodo Vale do Itajaí está equipando a sua sede sinodal com energia de origem fotovoltaica. A decisão faz parte do pacote ambiental que o prédio tem desde o lançamento da pedra fundamental. Na oportunidade, o Galo Verde ajudou a plantar árvores no terreno. O Edifício Catarina von Bora tem cinco andares. No térreo fica a sala de reuniões e lojas para alugar; no primeiro andar fica a sede sinodal; no segundo andar a residência do pastor sinodal; no terceiro andar um apartamento para uma pessoa que irá assessorar o Sínodo; e no

último andar é a residência do pastor da Paróquia Blumenau-Fortaleza, doadora do terreno onde o prédio foi erguido. Além das placas solares agora implantadas, todo o prédio é ecofriendly desde a planta. Foi projetado com ampla iluminação natural em todos os ambientes, para economizar energia elétrica. Possui cisterna com captação de água pluvial. Tem um moderno equipamento de aquecimento da água, por energia solar. Preserva o córrego de água do terreno com reflorestamento. Adota cuidados com separação e destinação de resíduos e tem horta para uso da compostagem gerada.

O MAIOR EU AVISEI DE TODOS OS TEMPOS CONSUMO DE CARVÃO AFETANDO O CLIMA - Os fornos do mundo estão atualmente queimando 2.000.000.000 de toneladas de carvão ao ano. Ao ser queimado, em contato com o oxigênio, isto acrescenta em torno de 7.000.000.000 de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera anualmente. Isso tende a tornar o ar um cobertor mais eficaz para a Terra e a aumentar sua temperatura. O efeito disso será considerável em poucos séculos. (Nota publicada em 1912, num jornal de Warkworth, Norte da Inglaterra) OUTUBRO DE 2022


O GALO CANTA Aquecimento Global

Assembleia do CMI reivindica o fim do uso da energia fóssil Foto: jeffrey-wcc

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11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas-CMI, entre os dias 31 de agosto e 8 de setembro, debateu o tema “O amor de Cristo leva o mundo à reconciliação e à unidade”. A cidade alemã de Karlsruhe hospedou o encontro, de cerca de 4.000 representantes de 352 igrejas de todo o mundo, que reúnem 580 milhões de pessoas cristãs no mundo, além de convidados de outras religiões. A delegação da IECLB – que integra o CMI desde 1950 – era integrada pelo pastor 2º vice-presidente da IECLB e responsável pela Missão Global, P. Dr. Mauro Batista de Souza, e por Isabella Reimann Gnas, do Sínodo Rio Paraná, como delegada jovem. Também participou o pastor da IECLB Inácio Lemke, presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs-CONIC. Ao longo dos nove dias da assembleia, ocorreram muitas celebrações litúrgicas e houve eleições. Também foram tratados diversos temas paralelos, desde a guerra na Ucrânia, a fome no mundo e a questão da crise climática. A assembleia convocou as religiões mundiais a se engajarem mais por um mundo mais pacífico e justo. OUTUBRO DE 2022

SEM FÓSSEIS – Sobre a crise climática que assola o planeta, houve muitas manifestações e protestos de rua em Karlsruhe, como esta da foto, por exemplo. Segundo os delegados da Assembleia, é necessário que as igrejas se empenhem mais nesse debate. Ignorar as pesquisas ou refutar os dados da ciência sobre o aquecimento global tem consequências dramáticas para as crianças de hoje e para as futuras gerações, especialmente as mais jovens, constataram lideranças da Assembleia. Por isso, uma igreja que se abstém nesse debate está cometendo um crime contra essa população. Além disso, fica evidente que nem sempre os causadores do efeito estufa são suas maiores vítimas. Quem mais sofre com a crise climática é a população mais pobre do planeta e não o rico Hemisfério Norte, seu causador. Assim, em diversos momentos durante a Assembleia se pediu o fim do uso de energias fósseis. Um dos principais meios para acelerar este desembarque seria a saída dos bancos e de seus investimentos de projetos com esse tipo de energia. O mundo agradece pelo uso de energias limpas.

Opinião Verde

Somos sábios aos próprios olhos?

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saúde é muito importante para uma vida proveitosa. Ela é decorrente de um corpo equilibrado, bem alimentado e cuidado, que funciona bem. Mas a nossa saúde também é consequência de um meio ambiente saudável. Como está a saúde do nosso meio ambiente, do nosso planeta, do nosso Brasil, da criação de Deus? A febre é um alerta de que algo está desequilibrado e afetando a nossa saúde. E não adianta só tomar um antitérmico sem averiguar o motivo e enfrentar o que está motivando a enfermidade. O mesmo é com nosso planeta. Não é de hoje que ele vem dando sinais cada vez mais claros de que está doente. Mesmo que em alguns lugares, bem remotos, ainda temos áreas bem cuidadas e preservadas, grande parte do planeta está afetada por uso predatório, descontrolado e irresponsável pelo ser humano. Cada vez mais vemos orgãos sérios divulgando dados e estatísticas que alertam para o aumento da destruição de áreas vitais para o equilíbrio climático do planeta, muitas vezes com o argumento de que isto é necessário para aumentar a produção de alimentos e sustentar a humanidade. Com essa atitude, ao invés de enfrentar aquilo que está adoentando nosso meio ambiente, na verdade, se está contribuindo ainda mais para prejudicá-lo. É contra isso que o Apóstolo Paulo já alertou, dizendo: “Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12.16b). Que sejamos verdadeiramente sábios ouvindo os alertas que Deus nos envia com insistência. Como para o apóstolo Pedro, também para nós o galo já está cantando... Sigfrid Baade, pastor da IECLB e ativista do Galo Verde, Brusque/SC

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O GALO CANTA Faça Parte

Cinco cuidados com a água

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água é um recurso essencial para a sobrevivência de todos os seres vivos. Apesar do nosso planeta ter sua superfície coberta em 75% por água, a água doce disponível é de 3% desse total e apenas um terço da água doce presente nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera é acessível. O restante está concentrado em geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos. Essa quantidade não está distribuída igualmente por todo o globo. Existem locais onde esse recurso é bastante escasso. Por isso, listamos abaixo cinco cuidados que devemos ter com a água: 1 - Utilize sabão e detergente biodegradáveis: Os detergentes e sabões que utilizamos em casa vão parar nos rios, criando espumas densas e esbranquiçadas no corpo d’água, impedindo a entrada de oxigênio, o que afeta as formas de vida aeróbicas aquáticas. 2- Nunca jogue na pia o óleo usado: Um litro de óleo é o suficiente para

contaminar milhares de litros de água. Por ser menos denso que a água, ele fica na superfície, criando uma camada que dificulta as trocas gasosas entre a água e a atmosfera, ameaçando a vida de diversas espécies de animais e vegetais. Após usar óleo para a fritura, armazene-o em garrafas PET e procure empresas e ONGs que coletam este resíduo. 3 – Jogue o lixo no lixo: Nunca jogue o lixo no corpo d’água. O lixo jogado incorretamente em centros urbanos acaba indo para os rios e mares através do sistema de drenagem. Muitas espécies marinhas confundem o lixo com alimento, ocasionando sua morte. Com o tempo, o lixo se acumula, provoca o assoreamento do rio. Quando ocorrem chuvas de grande intensidade, a vazão diminui e provoca alagamentos, causando enchentes e graves prejuízos a quem moram nas proximidades. 4 – Diga não ao desmatamento ilegal: Quando a floresta é removida, não há mais evaporação de parte da água extraída do solo pelas árvores,

resultando em um clima seco, devido à redução da umidade atmosférica, além de reduzir o teor de água no solo e de águas subterrâneas, afetando a fauna local. Com o desmatamento, secam as fontes que alimentam rios e lençóis. Outra consequência é o surgimento de erosão, ocorrendo inundações e deslizamentos de terra com mais frequência. 5 – Evite o desperdício: As formas mais comuns e mais citadas de desperdício de água em sua casa são a torneira mal fechada, o banho demorado, a mangueira aberta sem uso, a lavagem de calçadas, excessos nas lavagens dos carros, entre outras. Parte do desperdício também acontece no transporte público da água até o consumidor, resultado de tubulações antigas ou danificadas, obras mal realizadas, ligação de água clandestina e etc. As áreas irrigadas da agricultura desperdiçam água por vazamentos, pelo emprego de técnicas que utilizam mais recursos hídricos do que o necessário e com as perdas por evaporação. A falta de utilização de técnicas modernas de reuso de água faz com que as indústrias desperdicem muita água.

Painel Verde

EUROPA RESSECADA

RECORDE

ESTRADAS DA DESTRUIÇÃO

RELATÓRIO de 23 de agosto do Observatório Europeu da Seca, da União Europeia, aponta que a Europa passa pela pior seca em pelo menos 500 anos. Dois terços do continente estão em estado de alerta, com dados mostrando a redução da produção de eletricidade, da safra de alguns alimentos e dificuldades no transporte fluvial por causa das condições climáticas. Segundo o documento, a região mediterrânea ainda enfrentará condições mais quentes e secas que o normal até novembro. Em que pesem as chuvas de agosto terem aliviado o clima em diversas regiões no mês de agosto, as tempestades acabaram causando ainda mais danos às plantações. (Informe G1)

FOI PRECISO APENAS uma semana para que este mês de setembro superasse a quantidade de queimadas na Amazônia registradas em todo o mês de setembro do ano passado. Até o dia 7 de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 18.374 focos de incêndio ante os 16.742 nos 30 dias de setembro de 2021. O mês de agosto já havia sido o pior agosto para a Amazônia nos últimos 12 anos. (Informe G1)

PESQUISADORES do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) estimam que a Amazônia Legal tem mais de três milhões de quilômetros de estradas clandestinas, o equivalente a nove vezes a distância entre a Terra e a Lua. As vias são construídas por madeireiros, garimpeiros, grileiros e outros proprietários de terras, que abrem caminhos, muitas vezes, a partir de rodovias oficiais. Em muitos casos, elas passam por áreas de florestas preservadas, unidades de conservação e terras indígenas. O estudo utilizou inteligência artificial para detectar caminhos quase imperceptíveis a olho nu, analisando imagens de satélite registradas em 2020. Pesquisadores do Imazon afirmam que a abertura de estradas é o primeiro passo no processo de exploração da extração predatória de madeira. (Folha de SP)

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