Jorev Luterano - Outubro 2020
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REDAÇÃO
Esperança de viver a fé a partir do Batismo Viver o Batismo - Fortalecer a Esperança foi o tema do XXXII Concílio da Igreja, realizado de 23 a 25 de outubro de 2020. Cacoal/ RO, no Sínodo da Amazônia, deveria sediar o Concílio, oportunidade para celebrar os 50 anos de presença da IECLB na região, mas sob a ameaça do novo Coronavírus, o Concílio aconteceu online. ‘O Concílio é oportunidade para destacar o modelo de funcionamento da nossa Igreja. A IECLB tem um modelo sinodal de organização. Nesta estrutura, as Comunidades estão unidas pela identidade confessional e por objetivo comum. Comunidades e Paróquias, juntas, formam um Sínodo. Na IECLB, temos 18 Sínodos, que abrangem todo o território brasileiro. Da união das Comunidades, Paróquias e Sínodos resulta a IECLB’, esclarece a Carta Pastoral da Presidência para o mês de outubro. O Documento explica que as decisões no Concílio começam na Comunidade, no Presbitério ou na Assembleia da Comunidade, passam pela Paróquia, no Conselho Paroquial, e chegam ao Sínodo, na Assembleia Sinodal. Se a proposição for para toda a IECLB, a Assembleia Sinodal encaminhará Moção ao Concílio, onde os Sínodos estão representados. ‘Podemos propor e mudar decisões, porém é necessário seguir as etapas previstas. Neste caminho democrático, foi organizada a instituição IECLB. Nenhuma pessoa sozinha e nenhum grupo sozinho pode mudar ou impor mudanças. Nem a Presidência da IECLB tem poder absoluto para promover ações e mudanças sem seguir os passos estabelecidos pela Constituição e pelo Regimento Interno da Igreja’, alerta a Carta Pastoral. A pandemia do Covid-19 não tirou de nós a possibilidade de sermos fortalecidas e fortalecidos na fé. Esse grande encontro irradiou para toda a IECLB a esperança para viver a fé a partir do Batismo. Boa leitura! Boa reflexão!
Visão da IECLB Ser reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à Criação.
CAPA
A pandemia do Covid-19 não tirou de nós a possibilidade de sermos fortalecidas e fortalecidos na fé. O 32º Concílio da Igreja irradiou para toda a IECLB a esperança para viver a fé a partir do Batismo.
SUMÁRIO 2
REDAÇÃO
CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE
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ENFOQUE
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PALAVRA
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PRESIDÊNCIA
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FORMAÇÃO
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CRIANÇA
CARTA PASTORAL CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS VOCAÇÃO & MINISTÉRIO COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS ESTUDANTES EM FORMAÇÃO MENSAGEM AGENDA MISSÃO GLOBAL E ECUMENISMO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA JUVENTUDE MISSÃO CRIANÇA O AMIGO DAS CRIANÇAS
8-9 SÍNODOS 10 11 12 13 14 15 16
PERSPECTIVA
LÍNGUA PERIGOSA E FAKE NEWS
BATISMO
COMIN: DEFENDENDO E SALVANDO VIDAS
MISSÃO
METAS MISSIONÁRIAS DA IECLB CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
UNIDADE
XXXII CONCÍLIO DA IGREJA
GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA GESTÃO ADMINISTRATIVA
DIVERSIDADE
VIVER A JUSTIFICAÇÃO POR GRAÇA E FÉ
ESTUDOS BÍBLICOS
SAUDADE E MEMÓRIA
Missão da IECLB Propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária, promover a paz, a justiça e o amor na sociedade e participar do testemunho do Evangelho no país e no mundo.
EXPEDIENTE Pastora Presidente Pa. Sílvia Genz Secretário Geral P. Marcos Bechert Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
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Jorev Luterano - Outubro 2020
ENFOQUE
Carta Pastoral Trabalhem para o bem da cidade para onde eu os mandei como prisioneiros. Orem a mim, pedindo em favor dela, pois, se ela estiver bem, vocês também estarão. Jeremias 29.7
Presidência da IECLB Irmãos e irmãs na fé, a palavra bíblica, Lema deste mês, fala sobre a relação do povo judeu com a cidade da Babilônia. As pessoas foram levadas de Israel como prisioneiras de guerra. Longe da sua terra, longe do templo de Jerusalém, a vida se tornou muito complicada. Havia ressentimento e raiva. O profeta Jeremias apela para uma nova relação, transmitindo a mensagem de Deus: Trabalhem para o bem da cidade para onde eu os mandei como prisioneiros. Orem a mim, pedindo em favor dela, pois, se ela estiver bem, vocês também estarão. A Palavra de Deus estimula uma cidadania responsável, lá onde vivemos. Assim também deve ser na Igreja. Como membros da IECLB, podemos aprender da Palavra de Deus e fortalecer a vivência da fé na Comunidade onde somos membros. Ali, na Comunidade, Deus nos chama pelo Batismo e nos dá a tarefa de tra-
balhar pelo bem da Comunidade e da cidade na qual está inserida. Não estamos como prisioneiras e prisioneiros na Comunidade, mas como pessoas livres, libertadas por Deus para servir em amor. Desde a sua origem, a IECLB é caracterizada pela diversidade de pensamentos. Diversidade, quando acompanhada do diálogo, possibilita crescimento. O diálogo acompanhado pela Palavra de Deus cria e mantém a unidade. Que possamos dialogar e procurar acolher opiniões distintas. Isso é parte da riqueza da IECLB! Que possamos trabalhar com dedicação e amor, colocando os nossos dons a serviço do Evangelho, vivendo o Batismo e promovendo esperança. Que o Deus da esperança encha vocês de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que sejam ricos de esperança no poder do Espírito Santo. Romanos 15.13
Desde o nascer até o pôr do sol, que o nome do Senhor seja louvado! Salmo 113.3
OFERTAS NACIONAIS
A oferta é um gesto de fé e de gratidão! A nossa oferta é um testemunho de solidariedade, um compromisso com a Missão de Deus no vasto mundo, pregando o Evangelho e vivendo em solidariedade e paz. Igualmente se traduz em apoio que viabiliza inúmeros projetos e iniciativas da IECLB. Assim, pensando em ampliar a oportunidade de ofertar e vivenciar a fé por gratidão, oferecemos a opção de oferta online. Com o recurso da Doação Online, queremos oportunizar que a sua fé, a sua gratidão e o seu compromisso tenham mais opções para gestos de agradecimento. Acesse o Portal Luteranos, conheça e oferte para os Projetos da IECLB no Brasil e no exterior: luteranos.com.br/conteudo/ plano-de-ofertas-2020
18 DE OUTUBRO Trabalho com Mulheres e Coordenação de Gênero Mulheres em Movimento
INDICADORES FINANCEIROS
UPM Setembro/2020
4,7979
Índice Agosto/2020
0,24 %
Acumulado 2020
0,70 %
Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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PALAVRA VOCAÇÃO & MINISTÉRIO
COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
Unificar e multiplicar!
Quando Deus chama...
P. Hilquias Rossmann | Ministro na Paróquia dos Migrantes, em Cacoal/RO
Diác. Ms. Vanderlei Boldt* | Serra/ES Natural de Itarana/ES, sou filho de Agricultores pomeranos. Na juventude, envolvido com o Culto Infantil, o Ensino Confirmatório e a Juventude Evangélica, surgiu o desejo de servir ao Evangelho na Igreja. As limitações eram muitas, sobretudo o acesso, a falta de estudo e a necessidade de conciliar o trabalho na roça com os estudos, mas a oportunidade chegou e eu tive que tomar uma decisão. Senti o chamado de Deus ser mais forte e a Ele confiei os rumos da minha vida, que, no momento, não estavam claros para onde me levariam.
Se olharmos para nossa realidade, percebemos que vivemos em um mundo no qual tudo é comprado, adquirido e conquistado. A partir da graça de Deus, precisamos afirmar e reafirmar que todas as pessoas têm valor pelo que são.
Com 21 anos de idade, ingressei na Associação Diacônica Luterana (ADL), em Afonso Cláudio/ES, muito importante nesse processo de transição da minha vida. Foi nesse período na ADL que se deu a clareza sobre os rumos do meu chamado e da minha vocação.
Realizei o Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) na Paróquia de Rio Bonito, em Joinville/SC, onde o grande envolvimento das pessoas, de diferentes idades, que se colocam à disposição para servir chamou a minha atenção. É um trabalho edificante e maravilhoso.
Em 2002, fui estudar Teologia, com ênfase em Diaconia, na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Hoje, me sinto realizado naquilo que me movia e me inspirava na juventude, fazendo parte da Igreja como Ministro Ordenado e servindo no campo da Diaconia. Atuo como Capelão em um hospital público, o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, em Serra/ES, administrado pela Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (Aebes). Quando Deus chama e o coração responde, os seus caminhos podem mudar completamente os rumos da nossa vida para que se concretize a vocação. Capelão no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, em Serra/ES *
Deus chama ao discipulado, ao respeito, ao compromisso e ao seguimento a Jesus Cristo em palavras e ações (cf. Lc 10.2). O Evangelho nos torna humildes, confiantes e nos convida a sair da zona de conforto para desenvolver o ato de amar, servir e reconhecer as maravilhas de Deus por meio da gratidão.
A graça de Deus me convida a não permanecer indiferente diante das situações de dores do mundo. Precisamos entender o mundo e contextualizar o Evangelho com fidelidade, para que seja relevante e desafiador nos nossos dias. Assim, é necessário empenho para que mais pessoas sejam alcançadas pelo Evangelho e
também preparadas para encontrar o seu espaço e a sua forma de servir, para além do âmbito eclesiástico. Nesse propósito, o trabalho em equipe é fundamental para o crescimento de uma Comunidade. Um levantamento das necessidades dará uma visão geral para começar a avaliar os detalhes, o monitoramento e o seu progresso. É no lugar em que estamos inseridos e inseridas que Deus quer nos usar! O PPHM evidenciou que o trabalho em equipe, uma das Competências a serem desenvolvidas, para ser produtivo, deve ter propósito e visão no mesmo sentido, de modo a alcançar os objetivos, evidenciando o melhor que cada colaborador e cada colaboradora têm a oferecer. Fica o ensinamento que é em equipe que podemos unir dons, talentos e vocações para promover um serviço missionário e evangelístico. Não basta apenas nos reunirmos em grupos, abrir a Bíblia e ter mais pessoas frequentando. A Comunidade precisa descobrir a sua razão de existência, ou seja, a vocação precisa ser lembrada e estimulada com vistas à pratica da misericórdia e da justiça. Para isso, Deus nos alcança e nos dá impulsos a partir do seu sopro de vida!
FORMAÇÃO DE ESTUDANTES
Guiado pelo Espírito Santo Alesandro Linhaus Binow | Estudante de Teologia na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Romanos 8.14 Prazer! Sou Alesandro Linhaus Binow, natural de Águia Branca, um município interiorano no noroeste do Espírito Santo. Atualmente, sou estudante de Teologia na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Ser guiado pelo Espírito Santo! Esse o sentimento e essa é a certeza que tenho quando reflito sobre a decisão (prefiro definir como ‘impulso’) de iniciar os estudos em Teologia, me preparando com vistas ao Ministério com Ordenação na IECLB.
Nasci e cresci um ambiente familiar luterano bem ativo comunitariamente. Percorri todo o caminho esperado dentro da Educação Cristã proposta pela Igreja. A partir dos 18 anos de idade, me inseri efetivamente nos trabalhos de Diretoria da Comunidade e da Paróquia, atuando como Secretário e Tesoureiro, além de ajudar como Orientador do Ensino Confirmatório, em celebrações leigas e, também na música. Esse envolvimento ativo, guiado (e impulsionado) pelo Espírito Santo, fez nascer o interesse e a decisão de estudar Teologia.
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Essa decisão impôs abdicar da ‘zona de conforto’. Na época, estava com 29 anos, casado e com um filho de apenas um aninho, quando deixamos casa própria, lavoura de café (de onde tirávamos o sustento) e a tranquilidade da vida no interior para encarar uma nova jornada em São Leopoldo, onde iniciei o curso de Teologia, um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas. Foi um desafio e tanto! Olhando retroativamente, tenho certeza do impulso e da condução do Espírito Santo nesta jornada. Vencendo desafios e aceitando derrotas, me sinto cada vez mais apaixonado pela Teologia.
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PRESIDÊNCIA
IECLB, Igreja herdeira da Reforma Compromisso com o Evangelho P. Dr. Mauro Souza | Pastor 2o Vice-Presidente da IECLB e Assessor para Missão Global e Ecumenismo Dentre esses problemas está a inversão de valores, que, hoje, domina o mundo. O ‘certo’ virou ‘errado’ e o ‘errado’ virou ‘certo’. Os valores do Evangelho, misericórdia, compaixão, solidariedade, justiça, paz, são colocados como empecilho ao desenvolvimento econômico e social.
Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14.6 Caminhamos a passos largos para fechar 2020, que ficará na história como o ano em que a Terra parou em função de uma pandemia.
Dificilmente encontraremos lugares intocados pelo Covid-19, que tirou a vida de muitas pessoas e trouxe insegurança, ansiedade e incerteza, mas a pandemia está longe de ser o nosso único problema. Há outros problemas que precisamos enfrentar urgentemente.
Continuamos insistindo no erro que mais importante que a vida é o dinheiro. Em nome dele, expulsamos populações das suas terras ancestrais, derrubamos florestas milenares, reviramos solos sagrados, jogamos veneno no alimento e enchemos a água de lixo. Tudo isso para quê? Para que algumas pessoas fiquem cada vez mais bilionárias e grandes maiorias fiquem cada vez mais pobres. Os números estão aí. Impossível negar esta realidade. Mais triste é que
somos convencidos que este é o único modelo existente. Grande falácia! Jesus Cristo ensinou outro modelo. Outubro é mês da Reforma. Já são 503 anos desde a publicação das 95 Teses pelo Reformador Martim Lutero, em que ele afirma a centralidade do senhorio de Jesus Cristo, que nos oferece salvação pela fé. Herdeira da Reforma, a IECLB reúne o seu Concílio neste mês, pela primeira vez de forma não presencial, por meio de uma plataforma eletrônica. Desejo que continuemos sendo Igreja séria, comprometida com o Evangelho, que não aceita a injustiça, o ódio, a ganância, a lógica da morte. Cremos no outro modelo de civilização, aquele que Jesus já inaugurou, modelo que está bem no meio de nós, basta querer enxergá-lo.
AGENDA | OUTUBRO
Antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Mateus 6.8
Nota da Presidência
MISSÃO GLOBAL E ECUMENISMO
Campanha da Fraternidade Ecumênica Durante a Quaresma de 2021, a IECLB participará, juntamente com as demais Igrejas-membro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), da CFE 2021. O tema da Campanha é Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor, sob o lema bíblico Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade (Ef 2.14).
tância da Campanha e dos temas que ela se propõe a tratar, o Conic preparou um Seminário para pessoas multiplicadoras, cuja função principal é incentivar a Campanha nas diferentes regiões. A IECLB participou com 20 pessoas, de todos os Sínodos, além da Presidência e da Secretaria Geral.
Para subsidiar líderes sobre a impor-
O curso, realizado em formato virtual, proporcionou cinco dias de boas e profundas reflexões bíblicas, teológicas e contextuais. A expectativa da CFE é que possa haver mais espaços para diálogo e superação das polarizações, que não ajudam a edificar Comunidade. Dentre os muitos objetivos que se espera atingir, coloca-se a criação de redes ecumênicas e inter-religiosas em favor do diálogo, da não-violência e do serviço diaconal. P. Dr. Mauro Souza Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB Assessor para Missão Global e Ecumenismo
Diante do agravamento do quadro referente ao novo Coronavírus (Covid-19), Presidência, Pastoras Sinodais e Pastores Sinodais da IECLB orientam a suspensão, por tempo indeterminado, de todas as atividades comunitárias que envolvem encontro presencial de pessoas, sejam elas de qualquer idade. A orientação se aplica inclusive aos lugares que não possuem casos ou relatos de casos do novo Coronavírus. Dependendo da evolução da pandemia, a suspensão será revista e novas orientações serão emitidas. As Notas da Presidência em relação ao Covid-19 vêm sendo publicadas no Jorev Luterano, no Portal Luteranos e compartilhadas no Facebook da Igreja. O Portal Luteranos e a página oficial da IECLB no Facebook são constantemente atualizadas com recursos e novas informações. Acesse! Não me desampares, SENHOR; Deus meu, não te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação minha. Salmo 38.21-22
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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Do Batismo até aqui: Deus é luz em nosso caminho! Elizabeth Flemming | Presidente do Presbitério da Comunidade da Consolação, em Curitiba/PR
JUVENTUDE Permanecemos conectad@s Cosije do Sínodo Vale do Itajaí
A cada dia nasce de novo o sol, assim renasce a cada manhã a misericórdia de Deus. (LCI 341) A vida é feita de momentos e o momento que vivemos agora é de medo e preocupação, mas também de esperança e fé.
Sou Elizabeth, filha de Arnaldo e Agnez Flemming, sendo o meu pai luterano a partir da Confirmação, aos 19 anos de idade, e a minha mãe luterana de berço. Os seis ‘frutos’ desse casamento foram batizados luteranos, mas, como os templos em Curitiba/PR, eram distantes, íamos à Sonntagsschule (Escola Dominical) em uma Igreja Menonita. ‘Tante Gerda’ e as suas histórias me vêm à memória. O tempo passou e, desde 2010, depois de alguns anos frequentando a Comunidade da Consolação, em Curitiba, entrei para o Presbitério e lá estou até hoje. Foi no exercício dessa liderança que eu conheci a Leonilda Kuehne, a quem dedico a parte final desse texto. Leonilda é a personificação da fé, uma fé construída ao longo da vida. Das suas lembranças da juventude, damos um salto para os tempos recentes, em que a presença de Deus foi e está sendo fundamental para a Leonilda. Depois de vencer
uma batalha contra uma doença grave, ela teve que enfrentar o luto pela perda da filha. O agir de Deus fica evidente quando a Leonilda diz: ‘Eu sabia que ali não era o meu fim, que eu tinha coisas a fazer. Enfrentei o tratamento, buscando forças junto a Deus e pedindo por saúde. Ele me atendeu e pude cuidar da minha filha. Ainda choro a dor da perda, mas não me entrego. A cada dia, sinto crescer a minha fé, sei que Deus está comigo e que ainda há muita luz no caminho’. Somos, a Leonilda e eu, duas ovelhas que, já na maturidade, colocaram parte dos seus dons a serviço do Bom Pastor, fonte da nossa força e da nossa fé. Para finalizar, compartilho a passagem bíblica do meu Batismo: Eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos (Jo 15.16), e o versículo da Confirmação da Leonilda: Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim (Jo 10.14).
O ano começou agitado, com o 40º Acampamento Intersinodal da Juventude e tinha tudo para continuar assim, movimentado! Tínhamos vários projetos, mas fomos surpreendidos e surpreendidas com algo jamais vivido pela nossa geração. Os planos precisaram esperar e quem diria que nem um abraço poderíamos mais dar? Foi preciso adaptação! Passamos a conviver ainda mais com uma velha conhecida, a Internet! As nossas atividades se tornaram virtuais e, mesmo assim, nos mantivemos e mantemos em comunhão. Diante dessas mudanças, somos gratos e gratas por termos a Juventude Evangélica nas nossas vidas e por sermos essenciais em meio a tantos outros essenciais que o dia a dia nos oferece. O nosso sentimento é de saudade, mas, em Deus, permanecemos conectad@s e animad@s, na certeza que logo voltaremos a nos encontrar.
HISTÓRIAS QUE INSPIRAM
A Igreja nasce do Batismo! (parte 2/3) Pa. Sandra Helena Fanzlau | Sínodo Rio Paraná Alegrem-se, porque o nome de vocês está escrito no céu. Lucas 10.20 A segunda atividade é o Culto que celebra o Quarto Ano de Batismo, envolvendo crianças, jovens e adultos. O Culto é pensado a partir da criança, mas preparado por uma equipe que busca a inclusão de todas as pessoas. São momentos marcantes na vida da Comunidade.
O Programa Missão Criança é um trabalho apaixonante, uma semente que vai crescendo e produzindo frutos. O Missão Criança compromete a Comunidade com a Educação Cristã Continua de tal forma que as demais atividades passam a ser consequência deste trabalho. O Programa é uma marca no Sacerdócio Geral, pois a equipe dispõe do seu tempo e dos seus
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dons, enquanto as famílias visitadas são despertadas para a vivência do Batismo e sentem-se parte de um corpo maior. O Missão Criança potencializa o Sacramento do Batismo como aspecto fundamental do ser Comunidade e as pessoas passam a ver o Batismo com outros olhos, não somente como um rito social. Afinal, a Igreja nasce do Batismo! Continua...
No Batismo, Deus nos chamou pelo nome e o escreveu no céu. O Programa Missão Criança quer nos ajudar a viver o Batismo em nosso dia a dia, fortalecendo a comunhão, o ensino e a vivência da fé cristã.
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CRIANÇA
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SÍNODOS
SÍNODOS
SÍNODO VALE DO ITAJAÍ
SÍNODO URUGUAI
Culto de Despedida Troca de Cruzes
SÍNODO RIO PARANÁ
Cestas Conscientes Sinal de solidariedade Com ajuda da Comunidade Martin Luther, de Marechal Cândido Rondon/PR, e de Produtoras e Produtores Agroecológicos da região, entre 1º e 3 de setembro de 2020, a equipe da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin) e Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), entregaram 712 Cestas Conscientes a Comunidades indígenas Avá-Guarani de Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná.
Voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer, juntamente com 85 pessoas da Comunidade, tiverem um momento de reflexão, oração e ação de graças pelos serviços prestados na cidade de Blumenau/SC e região, em Culto realizado na noite de 14 de outubro último, na Igreja do Espírito Santo, Paróquia Blumenau Centro.
Os alimentos são orgânicos e/ou agroecológicos e os produtos de higiene e proteção individual são feitos por famílias da economia solidária. A ação beneficia, ao mesmo tempo, as famílias produtoras e as famílias em situação de vulnerabilidade.
Justificação e santificação: exercício do uso da Internet
SÍNODO SUL-RIO-GRANDENSE
Desumanização e coisificação Conferência Ministerial Diante da realidade na qual nos encontramos, com a pandemia do Covid-19, o Sínodo Sul-Rio-Grandense realizou, no dia 29 de setembro último, a sua Conferência Ministerial em formato virtual. A palestra do evento, Desumanização e coisificação do ser humano, foi conduzida pelo Prof. Dr. Euler Renato Westphal, que enfatizou a importância da reflexão em torno da compreensão do ser humano e das decisões que serão tomadas em um tempo próximo, pois elas mudarão o andamento da humanidade.
A pandemia acelerou o ingresso da IECLB no mundo virtual. O esforço necessário, como Igreja e pessoas de fé é manter este espaço saudável, digno de ser chamado ‘casa de oração’. Devemos dar às pessoas o que recebemos de Deus, perdão, vida e salvação, e ser para
Outubro Rosa
O Pastor Sinodal Afonso Weimer acompanhou a preparação das cestas, que totalizaram 12 toneladas de alimentos e produtos de higiene e proteção, o que chamou de ‘sinal de solidariedade’.
SÍNODO SUDESTE
‘Paulo, na carta aos Romanos, escreve: no Batismo, fomos sepultados e ressuscitados com Cristo para que andemos nós também em novidade de vida (Rm 6.3-5). O que isso tem a ver com o uso da Internet e a justificação por graça e fé? Deus nos justifica e por isso somos santificados e santificadas. O modo de vida é orientado por Deus.
Rede Feminina de Combate ao Câncer
elas como um Cristo. O espaço da Internet não elimina este pedido de Deus. Como acolhemos as pessoas em situação de fragilidade? Com palavras de ataque ou gestos de misericórdia? A justificação e a santificação nos comprometem. Para a Igreja e as pessoas de fé, a Internet é espaço de proclamação da Palavra, que cria sentido à vida de fé. A Internet também é vitrine da Igreja de Cristo, da divulgação do Evangelho, do nome da Igreja, do que ensina e representa na sociedade. Façamos da Internet um espaço de acolhida, a exemplo dos nossos templos’, convida Pastor Sinodal Marcos Ebeling.
A grande questão que se coloca hoje, segundo o Professor, é a pergunta pela hegemonia. Quem decide e que critérios são usados para aprovar certas práticas? Entendemos que, ao ser
humano, é dada a vida, além de tarefas para guardar esta vida dentro do âmbito da Criação. Ministros e Ministras perceberam os grandes desafios que têm pela frente, mas, sobretudo, a importância de continuar anunciando e vivenciando o Evangelho pregado por Jesus Cristo. O encontro também foi momento de avaliar a caminhada do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), com a presença da Coordenação do Núcleo do Capa de Pelotas/RS, que aproveitou a oportunidade para apresentar a Campanha Cesta Consciente, ação que promove dignidade e sustento para quem produz e para quem recebe os produtos, fomentando dignidade e sustentabilidade.
Coube ao P. João Willig levar a Mensagem da Presidência pela segunda vez na Troca de Cruzes do Sínodo Uruguai. Em 2014, foi ele que conduziu esse momento quando o P. Jair Luiz Holzschuh e a Pa. Mônica Dahlke foram instalados como Pastor Sinodal e Pastora ViceSinodal, respectivamente. Desta vez, a Pa. Mônica assumiu como Pastora Sinodal e, como Pastor Vice-Sinodal, passou a atuar interinamente o P. Gilberto Weber. O Culto de Despedida e Troca de Cruzes foi celebrado no dia 27 de setembro de 2020,
no templo da Comunidade de Palmitos/SC, observando os protocolos de segurança. De forma presencial, havia 55 pessoas, mas o Culto também foi transmitido via Internet. Na sua fala, o P. Jair, que vai pastorear na Paróquia de Venâncio Aires/RS, agradeceu pelos quase seis anos como Pastor Sinodal, destacando a importância do trabalho em equipe e a colaboração de todas as pessoas para que o Sínodo Uruguai possa cumprir a sua tarefa a partir da Missão e da responsabilidade trazidas pelo Evangelho.
Na ‘celebração cor-de-rosa’, que foi significativa, alegre e fortalecedora, a Pa. Márcia Hülle enfatizou a importância das pessoas terem olhos e corações bons, movidos pelo amor de Jesus Cristo: ‘Com os nossos dons, somos chamadas a sermos luz para as pessoas. A luz de Cristo nos motiva a viver com cuidado e prevenção’. ‘Revelar a luz de Cristo é evidenciar o Reino de Deus, é ir ao encontro das necessidades das pessoas, preocupações, angústias, dores e medos. Tenhamos olhos que veem e coração que sente’, pediu a Pastora. A Rede Feminina de Combate ao Câncer, por meio das suas voluntárias, é luz de Cristo na vida de muitas mulheres e famílias.
SÍNODO VALE DO TAQUARI
Horta Comunitária A bênção da partilha Às vezes, uma grande crise desencadeia algo especial. Foi o que aconteceu em Canabarro, bairro de Teutônia/RS, no Sínodo Vale do Taquari, onde, nesse ano, no início da pandemia gerada pelo Covid-19, existia muita preocupação com desemprego. Assim surgiu a proposta da Horta Comunitária, com o objetivo de oferecer algo a mais na distribuição de cestas básicas, com vistas a uma alimentação saudável.
Ao divulgar os primeiros passos nos meios eletrônicos, a Horta Comunitária recebeu doações de sementes, mudas de hortaliças e plantas medicinais. Parcerias com empresas se fizeram necessárias no fornecimento de hortaliças para doação. A assessoria técnica para manejo, plantio e preparo do solo também é auxiliada pelo Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa).
‘Em que posso ajudar?, questionavam as pessoas em busca de trabalho voluntário! Como Pastora e fomentadora de lideranças, essa é uma pergunta que sempre queremos ouvir no trabalho em Comunidade’, relata a Pa. Cristiane Echelmeier, Ministra na Paróquia Teutônia Sul e Coordenadora da Horta Comunitária.
A Horta Comunitária é uma experiência nova, de aprendizado conjunto e doação da produção coletiva em um contexto urbano. Inclusive, o mesmo local da Horta é unidade de referência do Quintal Agroecológico, do Grupo de Mulheres do Projeto de Saúde Comunitária, organizado pelo Capa - Núcleo Santa Cruz do Sul/RS.
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PERSPECTIVA
Língua perigosa e fake news Falso testemunho contra o próximo P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS parentes, vizinhos, ricos e poderosos, que podem servir e prejudicar. Lutero diz também que esse Mandamento objetiva que cada qual ajude o próximo para lhe garantir o seu direito, o que vale para o Juiz e para a testemunha. Segue Lutero com uma outra questão a respeito de todas as pessoas indistintamente, ou seja, o Mandamento proíbe o pecado da língua, que pode causar dano ou magoar o próximo. Em sua explicação, não separa o espaço espiritual do secular, ou seja, do mundo. Dizer falso testemunho é obra da boca, que Deus proíbe aos falsos pregadores, aos Juízes e às testemunhas.
Outubro é o mês das comemorações da Reforma da Igreja proposta por Lutero e outros Reformadores no século XVI. Também é o mês em que as campanhas eleitorais estão a todo vapor, pois, de dois em dois anos, temos Eleições. Lamentavelmente, esse processo está cada vez mais marcado por mentiras, agora ‘potencializadas’ por tecnologias. Sim, é possível eleger alguém com mentiras! Sim, muitas pessoas são eleitas com mentiras, inclusive por quem é contra a mentira. Ao ler a explicação de Lutero sobre o Oitavo Mandamento, Não dirás falso testemunho contra o seu próximo, no Catecismo Maior, temos a convicção que o Reformador conhecia o poder
maléfico do falso testemunho. Lutero não tinha celular, o que facilita espalhar notícias e mentiras. Ele fez as suas considerações sobre a nossa língua, um pequeno órgão do nosso corpo e que pode fazer tanto bem quanto mal. Além do nosso corpo, do nosso cônjuge e dos nossos bens materiais, temos outro tesouro, conforme Lutero: honra e boa reputação. Sem elas, viveremos em desgraça pública. A explicação do Mandamento faz, ainda, perguntas ao sistema judiciário e não ignora a possibilidade da justiça ser torcida em favor dos poderosos, pois quem deve julgar as causas com justiça e executar as sentenças com vigor, muitas vezes, irritará bons amigos,
Ao reler os comentários de Lutero, dei-me conta de uma experiência da infância, na qual o Juiz era uma autoridade distante. Muitos conflitos eram resolvidos conforme orientações bíblicas, citadas no texto de Lutero, conforme Mateus 18.15: Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se não surtir efeito, toma outras pessoas como testemunhas. O Reformador mostra como refrear o perigo da língua na Comunidade. Neste âmbito, poderíamos diminuir custos com o Judiciário mais caro do mundo. Como a língua foi ‘potencializada’ pela tecnologia, Lutero exortaria assim: ‘No homem todo nada há que possa fazer mais bem ou maior mal, em coisas espirituais e seculares, do que a língua, o menor e mais frágil dos membros’.
Tu és o meu Deus e eu te louvarei. Tu és o meu Deus e eu anunciarei a tua grandeza. Salmo 118.28
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Jorev Luterano - Outubro 2020
BATISMO
Comin: defendendo e salvando vidas indígenas Em conjunto, na busca da justiça e da paz P. Sandro Luckmann | Coordenação do Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin) Viver o Batismo como Ministro no âmbito do Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin) evoca diversas reflexões, memórias de situações e diálogos acerca do Batismo. A pergunta feita habitualmente sobre o trabalho com povos indígenas, quase que instantânea e insistentemente, é: São batizadas as pessoas indígenas nas comunidades em que se realiza a ação missionária? No passado, também havia questionamentos a respeito do Batismo e dos povos indígenas, como no relato do ocorrido na Terra Indígena Guarita, no noroeste do Rio Grande do Sul, onde a ação junto aos Povos Kaingang e Guarani ocorre desde 1961. Registros e relatos da década de 1960 revelam um debate sobre a forma de realizar o rito batismal, a impossibilidade do ‘rebatismo’, entre outras semelhantes, foram temas de preocupação para a ação teologicamente responsável da Igreja e de como a comunidade indígena entendia o Batismo. Práticas de evangelização e catequização dos povos indígenas, sejam considerados ‘isolados’ ou ‘contata-
dos’, ainda são atuais e partem do mesmo pressuposto do passado: ‘os índios precisam ser salvos’, o que não só revela como reforça o preconceito que as pessoas indígenas precisam mudar o seu jeito de ser e crer para serem consideradas e respeitadas. Nesse sentido, é importante recordar a fala de uma liderança Kaingang, quando da participação de um encontro no Comin nos anos
2000. A liderança afirmou, naquela oportunidade, que identificava dois tipos de Igrejas ou missões religiosas nas comunidades indígenas: as que buscam ‘salvar’ almas e as que buscam defender e ‘salvar’ vidas. Concluiu, afirmando que a ação do Comin era no sentido de defender e salvar vidas, sendo essa mais coerente com o Evangelho. O respeito com os povos indígenas implica ouvi-los.
Refletindo a partir do relato bíblico de Pentecostes (At 2.1ss), podemos nos perguntar ‘como os ouvimos’? Dar seguimento ao agir de Jesus Cristo, conforme o compromisso assumido no Batismo, exige ouvir com respeito, buscar estabelecer, em conjunto, o entendimento e estar, de fato, junto com os povos indígenas na busca da justiça e da paz, para defender e salvar vidas.
Testemunho e serviço a partir do Batismo A ação da IECLB com povos indígenas iniciou em 1961. Após duas décadas, em 1982, o Conselho da Igreja criou o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin). Entende-se que, desde o início da ação junto aos povos indígenas, o tema do Batismo se fez presente, pois a nossa compreensão do Batismo nos leva a dar continuidade ao agir de Cristo no mundo em diferentes lugares e culturas. No Livro de Batismo da IECLB, é afirmado que: ‘Ao sermos inseridos no Corpo de Cristo, pelo Batismo, tornamo-nos comprometidos com a Missão desse Corpo que é a de dar continuidade ao Ministério de Cristo no mundo. Isso significa estender a diaconia de Jesus a toda criatura e à sociedade: aliviar a dor e o sofrimento, trabalhar pela justiça e pela paz’ (p. 33).
Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Filipenses 2.13
Junto com os povos indígenas busca-se uma realidade de respeito, dignidade e vida, como nosso testemunho e serviço a partir do Batismo. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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MISSÃO
Culto é comunicação! P. Daniel Eduardo Conte | pela Coordenação do Conselho Nacional de Liturgia e Culto (Conalic) Eu era menino e não me importava em acordar cedo e caminhar por uma hora até a Igreja aos domingos pela manhã. Era a rotina de todo domingo, com sol ou chuva, frio ou calor. O passeio era legal. O que, às vezes, me aborrecia era o fato de sermos os últimos a sair da Igreja depois do Culto. O meu pai e a minha mãe sempre tinham muito para conversar com as pessoas. Na época, eu não percebia o quão importante era esse momento. Só mais tarde percebi que o passeio era mero detalhe e que o Culto era o ponto mais alto da vida de uma Comunidade de Fé. O ano de 2020 nos fez repensar e alterar bastante a nossa rotina e a forma de fazer as coisas. Tivemos que parar muitas atividades e
adaptar outras. A Igreja foi empurrada para uma aceleração inimaginada. Aprendemos muito em pouco tempo. Ministros, Ministras, lideranças de cada Comunidade tiveram que buscar outras ferramentas para se comunicar com os seus membros e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. Nesse contexto, a Internet foi um dos principais meios encontrados. Esse tempo tem sido uma grande oportunidade para perceber o quão importante é o Culto para a vida da Igreja, bem mais importante que incontáveis outras atividades que tomam enormes quantidades de tempo de Ministros, Ministras e lideranças das Comunidades. O Culto não é ‘uma’ atividade da
Igreja, mas ‘a’ atividade primeira da Igreja. O Culto é o encontro da Comunidade de Fé para ouvir e partilhar o Evangelho, o qual gera vida e impulsiona à Missão. As Metas Missionárias 2019-2024 da IECLB incluem Culto e Comunicação como Área de Prioridade, visando a ‘fortalecer o Culto como espaço de encontro entre Deus e a Comunidade, ampliando e diversificando concepções e metodologias homiléticas, litúrgicas, comunicativas’. O Conselho Nacional de Liturgia e Culto (Conalic), formado em 2017, já indicava a necessidade de qualificar as ferramentas que auxiliam na comunicação do Evangelho no Culto. Percebemos o quanto é necessário investir nesta área.
Tudo indica que, mesmo voltando aos Cultos presenciais, não vamos abandonar o ambiente virtual, midiático. Afinal, trata-se de um espaço real e que, cada vez mais, faz parte da vida das pessoas. Como Igreja que proclama o Evangelho, precisamos compreender a linguagem deste espaço e saber nos comunicar por meio dele para, por meio dele, anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo.
Acústica e Sonorização no Culto ‘A Reforma Protestante insistiu na centralidade e na autoridade da Escritura Sagrada. A Igreja é fundamentada na Palavra de Deus e tem a tarefa de propagar a Palavra de Deus, por isso a Palavra de Deus, lida e pregada, é elemento imprescindível da liturgia luterana. Outra característica importante da nossa liturgia é o canto comunitário. Pelo canto, a Comunidade participa ativamente no Culto e expressa a sua identidade cristã e confessional’ (Pa. Silvia Genz, Pastora Presidente da IECLB). Para garantir que a Palavra e o canto sejam compreensíveis, é preciso garantir a boa acústica em nossos templos. A revista Acústica e Sonorização no Culto, que ora apresentamos, quer auxiliar neste assunto. Agradecemos às pessoas autoras, que aceitaram o desafio de compartilhar as suas experiências e os seus conhecimentos nesta área. Igreja luterana é Igreja da Palavra e Igreja que canta. Palavra é som. Canto é som. Que o som do testemunho vibre em nossos corações.
Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem P. Gerson Kappel | Projeto Missionário Teresina
O que o Senhor planeja dura para sempre. As suas decisões permanecem eternamente.
Uma das ênfases do Projeto Teresina é a atuação missionária e diaconal. O Bairro dos Ipês, na capital do Piauí, caracteriza-se pela carência financeira, pela desestruturação familiar e pelo tráfico de drogas. Nesse contexto, buscamos atuar nas frentes: 1- Grupo Ohanna: ativo desde 2018 e
Salmo 33.11
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formado por crianças e adolescentes, oferece encontros semanais na casa da única família luterana do bairro. 2- Ações diaconais: com a pandemia, algumas famílias são auxiliadas com cestas básicas. 3- Cultos: iniciados em 2019, com periodicidade quinzenal, voltarão a ser celebrados assim que as crianças puderem participar. 4- Grupo de adultos: em atividade desde setembro, tem a função de integrar novas pessoas. 5- Próximos passos: grupo específico de crianças e outro de adolescentes, além da projeção de novas ações diaconais-missionárias. Com o apoio da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, queremos avançar na prática das Metas Missionárias, proclamando o Evangelho e estando presentes em novas Áreas de Missão.
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UNIDADE
Viver o Batismo - Fortalecer a Esperança XXXII Concílio da IECLB (Virtual) 23-25 de outubro de 2020 Pa. Sílvia Genz | Pastora Presidente da IECLB e P. Marcos Bechert | Secretário Geral da IECLB Há muito sofrimento gerado por morte, luto, inseguranças sociais, políticas, econômicas. O Covid-19 tem exigido de nós criatividade, disposição para adaptação e inovação, além da fé e perseverança. Diante das mudanças e incertezas, a Igreja precisa remodelar o seu planejamento e a sua forma de ação. Além disso, precisa se manter como um porto seguro, no qual as pessoas podem encontrar refúgio. Se tudo parece ruir e parece incerto, a Igreja é o lugar em que as pessoas encontram segurança e esperança na vivência evangélica.
Com gratidão e alegria chegamos a mais um Concílio da Igreja, o 32º da história recente da IECLB. Muitas pessoas que vieram antes de nós vivenciaram a fé nesta Igreja e testemunharam a Palavra de Deus, cuja mensagem central é a salvação por graça mediante a fé em Jesus Cristo. Agradecemos a Deus pelas dádivas que tem concedido à IECLB e às pessoas que nela foram batizadas ou que a ela se integraram para viver comunitariamente a sua fé. Neste ano, o Concílio tem como sede a cidade de Cacoal/RO, no Sínodo da Amazônia. Estava previsto um grande encontro para celebrar os 50 anos da presença da IECLB na região amazônica. Ministras, Ministros e lideranças do Sínodo já faziam preparativos para o Concílio e para o Dia Sinodal da Igreja. Em virtude da pandemia do Covid-19, o Concílio acontece por meio de uma plataforma de videoconferência.
Esse é o primeiro Concílio em que não compartilhamos o mesmo ambiente físico, desfrutando da companhia de irmãs e irmãos, diálogos edificantes, encontros, abraços e conversas nos corredores. Não celebramos a Ceia do Senhor, mas a nossa comunhão permanece. O Espírito de Deus se faz presente de muitas formas e nos agracia com a Palavra, que independe de tempo e espaço. Uma das bênçãos da IECLB é a sua diversidade de pensamentos, visões, compreensões, mas o Evangelho nos une. A Missão de Deus é maior que as nossas diferenças. Neste momento difícil, precisamos de união. Desde o início de 2020, enfrentamos uma pandemia, o que tem trazido dor, sofrimento, insegurança, ansiedade e morte. Nesta situação, a Igreja é chamada a assumir a incumbência que recebeu de Jesus Cristo: ser sal e luz no mundo (Mt 5.13-14).
A impossibilidade de encontros presenciais gerou uma bonita avalanche de iniciativas de pregação, oração e estudos bíblicos pelos meios eletrônicos. Agradecemos a Ministras e Ministros, suas famílias, lideranças e a cada pessoa que viveu o seu Batismo, dando testemunho do Evangelho neste tempo difícil. A pandemia ainda não passou! É necessário exercitar solidariedade com as pessoas que sofreram e sofrem por diferentes motivos. Refletimos e agimos na certeza que Deus usa as pessoas e as Igrejas para concretizar a sua Missão. A Presidência entende que o trabalho em toda a IECLB é realizado com dedicação e transparência para a glória exclusiva de Deus. Seguimos em frente, tendo em mente o retorno gradual de atividades presenciais e a continuidade dos novos formatos de comunicação. Quando celebrarmos 200 anos de presença em terras brasileiras, no ano de 2024, queremos olhar para trás com a convicção que sempre agimos fundamentadas e fundamentados na Palavra de Deus e que cada pessoa na IECLB possa dizer com certeza: Até aqui me trouxe Deus, guiou-me com bondade. Ele amparou os passos meus com graça e fieldade. Até aqui me protegeu, perdão e paz me concedeu, conforto e alegria (LCI 470).
Não há ninguém igual a ti. Só tu és Deus e não existe outro. 2Samuel 7.22
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GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA
Novos tempos A Igreja que se adapta (parte 1/2) Roberto Boebel | Vice-Presidente do Conselho da Igreja Nestes tempos difíceis de pandemia pelo Covid-19, com uma rotina marcada pelo distanciamento social e novos conceitos de higiene, muito tem se pensado e feito para que a Palavra de Deus continue a ser anunciada. Assim como as Redes Sociais, os meios eletrônicos têm sido um dos melhores caminhos para o trabalho de Missão da nossa Igreja. É importante que a Palavra de Deus chegue para consolar, animar e fortalecer nessa caminhada em que muitas famílias sofrem com a doença e com o luto pela perda de entes queridos e pessoas amigas. Mesmo que não possamos estar com a família nos momentos de luto ou no Culto presencial, podemos nos comunicar com mensagens, palavras amigas, interagindo com os membros da Comunidade nos Cultos online. Assim, conseguimos manter viva a chama da esperança de nos reencontrarmos quando esta situação estiver sob controle. Várias Comunidades estão retomando a realização dos Cultos presenciais, com o ensinamento deste momento de reclusão: o Culto online continua existindo, junto com o Culto presencial, para alcançar cada vez mais pessoas. Também vimos muitas lives nesse período. Tivemos música e louvor, assuntos específicos tratados por especialistas, reuniões em nível local,
paroquial, sinodal e nacional, permitindo, além da continuidade, que esses encontros fossem ainda mais efetivos e dinâmicos. Esses ‘ganhos’ precisam ser lembrados, pois podem fazer parte do ‘novo normal’, a nossa vida após a pandemia. As reuniões do Conselho da Igreja e da Diretoria do Conselho da Igreja, por exemplo, realizadas por meio de plataforma eletrônica, ou seja, online, resultaram em decisões e atitudes importantes tomadas com rapidez e eficiência, pois a situação causada pela pandemia exigia agilidade. Esse aprendizado foi usado no mais importante evento da IECLB, o Concílio da Igreja, nos dias 23 a 25 de outubro deste ano, em formato eletrônico. Estávamos na expectativa do encontro em Cacoal/RO, para comemorar os 50 anos de presença da IECLB na região norte do Brasil, mas esperamos nos encontrar por lá brevemente. O XXXII Concílio foi uma nova experiência, um novo marco para a nossa Igreja, sobre o qual falaremos na próxima edição do Jorev Luterano. Aguardem!
Jesus Cristo diz: No mundo vocês vão sofrer, mas tenham coragem. Eu venci o mundo. João 16.33 GESTÃO ADMINISTRATIVA
Contribuição na IECLB - Fé, Gratidão e Compromisso (parte 4/5) Secretaria Geral da IECLB Na IECLB, na maior parte, os recursos financeiros provêm das contribuições e das ofertas dos membros das Comunidades. As contribuições estão orientadas pelo tripé Fé, Gratidão e Compromisso. A partir desta compreensão, cada Comunidade tem liberdade de estipular uma forma de contribuição financeira para cumprir com o seu orçamento. Contribuições e ofertas são gestos de gratidão e testemunho da nossa fé em Deus e uma forma de colaborar com a Missão de Deus no país e no mundo. O modelo de gestão financeira na IECLB, em vigência desde 1998, com a aprovação da estrutura sinodal, funciona na modalidade da contribuição proporcional, segundo o qual as Comunidades mantêm 90% da arrecadação para a sua manutenção e missão. 10% das receitas são repassados ao Sínodo (Dízimo).
Do Dízimo recebido das Comunidades (10%), os Sínodos retêm 4,14% para a sua própria gestão e funcionamento e repassam 5,40% para a Sede Nacional e 0,46% para o Fundo de Solidariedade dos Sínodos (FSS). O Sínodo repassa, adicionalmente, 10% de receitas sobre valores recebidos originariamente pelo Sínodo (por exemplo: aluguéis, rendas, ofertas sinodais, doações, etc.). Esses valores são repassados ao FSS. Em 2010, o Concílio da Igreja decidiu pela implementação da Seguridade Ministerial (3% adicionais assumidos pelas Comunidades). O Conselho da Igreja aprovou a destinação de 4 p.p (quatro pontos percentuais) do orçamento da Administração Central para a gestão de Fundos Nacio-
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nais, valor a ser deduzido dos 5,4% das receitas que compõem o orçamento central. A destinação dos 4 p.p. foi definida, como consta: a) 2 p.p. para o Fundo de Fortalecimento da Ação Missionária; b) 1 p.p. para o Fundo de Reserva de Emergência (FRE) e c) 1 p.p. para os Meios de Comunicação. As Comunidades, as Paróquias, os Sínodos e a Sede Nacional da Igreja que administram recursos oriundos dos membros têm a responsabilidade de fazê-lo dentro do mesmo espírito de amor e justiça que motivou as pessoas doadoras. É por isso que, em todas as instâncias da IECLB, a prestação de contas deve ser feita de forma transparente, com a apresentação e a apreciação de relatórios financeiros nas Assembleias de Comunidades, Paróquias, Sínodos, Conselho e Concílio da Igreja.
Jorev Luterano - Outubro 2020
DIVERSIDADE
Viver a justificação por graça mediante a fé Viver em comunhão e partilhar o que somos e o que temos P. Olmiro Ribeiro Junior | Secretário da Ação Comunitária da IECLB e fé permite mudar a atitude de ingratidão para uma atitude de esperança, agradecendo pelo que temos e nos dispondo a ofertar, partilhar o que somos.
Estejam sempre alegres, orem sempre e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com Cristo Jesus. 1 Tessalonicenses 5.16-18 A gratidão é um princípio da vivência da fé em Deus, do cuidado com a Criação e do amor pela pessoa que é nossa próxima. Viver a justificação por graça mediante a fé corresponde a viver em comunhão, partilhar o que
somos e o que temos. A gratidão é um princípio comunitário de fé, mas necessita ser desenvolvida continuamente na espiritualidade pessoal, na vivência comunitária e na incidência social. Precisa se tornar um hábito diário. Em muitos momentos, não lembramos de agradecer e apenas reclamamos, difamamos e oprimimos. Assim, cultivamos a ingratidão e a indiferença. A vivência da justificação por graça
Com essa atitude, a pessoa abre a vida, o coração e o entendimento para as muitas bênçãos que recebe a cada dia, e, muitas vezes, não percebe, passando a sentir como recebeu proteção e ajuda tantas vezes. A vida social costuma ser marcada por ingratidão, consumismo, descarte, situação em que nada é de graça e o mérito é o propulsor do sucesso... Nesta mentalidade, será que tem lugar para a graça de Deus, para a gratidão? O comentário de Lutero para a passagem bíblica de Provérbios 25.21-22, Se o que te aborrece ti-
ver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver com sede, dá-lhe água para beber e o Senhor te retribuirá, nos convida a viver a gratidão e a conviver com a ingratidão – sem desistir: ‘Não basta aprender a ser agradecido. É preciso aprender também a virtude que aceita a ingratidão. Portanto, quem almeja ser cristão, necessita aprender a sua bondade. Dedicação e serviço nem sempre virão acompanhados de agradecimentos, mas não devemos deixar que isso mude o nosso comportamento de servir e ajudar, pois, se alguém se esforça e só recebe desaforos, é virtude cristã e genuíno fruto da fé saber dizer: não se preocupe, porque não vai me fazer perder a calma nem desanimar. Vou aguentar firme e, apesar de tudo, ajudar onde for possível. Se você é ingrato, alguém maior do que a gente no céu vai dizer ‘Muito obrigado’ no seu lugar e isso me será confortador diante da sua ingratidão. Essa é uma atitude cristã’. A gratidão permite viver uma vida com paz e graça, construindo Comunidades acolhedoras, inclusivas e missionárias.
PRONUNCIAMENTO
O Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo. 2Tessalonicenses 3.5
Justiça e Fé - Partilhar Naturalmente, na distribuição das cargas, o aspecto econômico é um só. Existem outros. Também tempo, dons, capacidades, participação e colaboração são importantes e deveriam ser compartilhados. Aliás este compartilhar tão pouco em uso em nossa sociedade é um dos inconfundíveis sinais da Comunidade Cristã.
Ela vive do Evangelho, dizendo que Deus compartilhou tudo conosco, deu seu próprio Filho em favor de nós. Como nós não deveríamos compartilhar pelo menos alguma coisa com os nossos irmãos e as nossas irmãs? Somos desafiados e desafiadas a ajudar, a repartir. O amor para tanto compromete. Posicionamento sobre Povo Luterano (1987)
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ESTUDOS BÍBLICOS
Saudade e memória
Dinâmica
Esperança e fé
Importante
P. Eduardo Stauder e Pa. Rosane Zirbes | Ministros na Comunidade em Picada 48 Baixa/RS As palavras do profeta Jeremias expressam a alegria e a esperança do retorno. O povo está voltando! Para onde o povo foi? De onde está voltando? Na vida, passamos por acontecimentos que nos marcam profundamente e fazem a gente repensar quem nós somos e como vivemos. O tempo de pandemia que vivenciamos deixa marcas na nossa vida pessoal e comunitária. O distanciamento social nos afastou. Temporariamente, experimentamos o rompimento dos laços de convivência. Aprendemos a conviver com a solidão e transformamos as nossas casas no nosso templo, lugar de oração, de estudo da Palavra de Deus, de acompanhar os Cultos pelo rádio, pela Internet. Mesmo sem nos reunirmos como Comunidade de Fé, fomos Comunidade. O povo de Israel experimentou este processo de distanciamento,
A fé foi profundamente questionada nestes períodos. Como entender que Deus deixou tudo isto acontecer com o seu povo? Onde estava Deus? Deus havia estabelecido uma aliança com o seu povo. Será que Deus rompeu com a aliança ou foi o povo que, no seu jeito de viver, desobedeceu aos Mandamentos e rompeu com a aliança? O profeta Jeremias anuncia que Deus quer estabelecer uma nova aliança. Deus não esqueceu do seu povo, por isso Ele anuncia que o povo que foi disperso e exilado retornará à sua terra. Ao falar sobre o retorno do povo, Jeremias retoma a memória histórica de quando o povo saiu da escravidão do Egito. Deus libertou o povo e o conduziu para uma terra que seria deles, onde viveriam em liberdade como povo de Deus.
Em função da pandemia do Covid-19, a dinâmica elaborada para o Estudo Bíblico referente ao Lema do Mês deve ser feita somente quando terminarem as restrições de proximidade física. Em tempo de distanciamento social, a dinâmica pode ser adaptada e realizada em casa, pelas pessoas que ali convivem.
Saudação
Salmo 23.1-4
Canto
Conta as bênçãos (LCI 626)
Reflexão
O que entendemos pela palavra saudade? A saudade revela as nossas ausências, o que tínhamos e não temos mais. Lembramos das experiências vividas, as quais envolvem objetos, pessoas, locais, acontecimentos, sentimentos e sensações. Entretanto, a saudade vai além das lembranças, pois lembramos de muitas passagens pelas quais não sentimos saudades. A saudade vem das lembranças que trazem sentido para a nossa vida e nos fazem olhar para a vida com gratidão e alegria.
O profeta Jeremias anuncia Quando eu os trouxer, eles virão que novamente chorando e orando. Eu os levarei para Deus guiará o seu povo de volta para a beira de águas correntes, por uma a sua terra e esse estrada plana, onde não tropeçarão. seguirá por uma estrada segura. Jeremias 31.9 O povo não Lema de Novembro tropeçará e não lhe faltará água nem de rompimentos dos laços afetivos lugar de descanso durante a jornada. e comunitários de uma forma muito O exílio dispersou o povo, mais profunda. Devido ao conflito com rompeu laços familiares, afetivos povos vizinhos, parte do povo de Israel e sociais, mas a comunhão será foi levada para o exílio. Em especial, as restabelecida, pois Deus está trazendo lideranças do povo foram levadas como de volta aquelas pessoas que foram prisioneiras para uma terra distante. separadas. É uma palavra de O povo de Israel já se encontrava esperança que reafirma a presença dividido em dois reinos: o Reino do de Deus junto ao povo e restabelece a Norte, que tinha como capital a cidade identidade comunitária e de fé, de Samaria, e o Reino do Sul, que tinha pois renova a aliança estabelecida como capital a cidade de Jerusalém. entre Deus e o seu povo.
Convidar cada participante a apresentar um objeto, uma foto que expresse uma saudade (pode ser combinado em um encontro anterior que as pessoas participantes tragam este objeto). Organizar um momento de partilha, em que cada pessoa pode compartilhar a sua vivência de saudade a partir do objeto que trouxe.
Um primeiro exílio aconteceu em 722 a.C., quando o Império Assírio conquistou o Reino do Norte e deportou parte da população para a região da Assíria. Anos depois, foi o Império Babilônico que invadiu a região da Palestina. Em 588 a.C., parte da população do Reino do Sul também foi deportada. Não bastasse o exílio, as cidades do Reino do Sul foram destruídas. Na cidade de Jerusalém, o templo e os muros que protegiam a cidade foram derrubados. É difícil imaginar como estes acontecimentos impactaram a vida de todo o povo.
Contextualização
O povo de Deus havia sido vencido, exilado, derrotado. Assírios, babilônicos, chegaram com a força das armas, invadiram e dominaram a terra do povo de Deus, mas Deus permanece ao lado desta gente derrotada, fraca. Jeremias anuncia esta presença de Deus, que ajunta e acolhe o seu povo sem deixar ninguém para trás. Temos a promessa que Deus restabelece a comunhão do seu povo, uma comunhão firmada pela fé que não exclui, mas acolhe as pessoas nas suas fragilidades, nas suas fraquezas.
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Canto
O povo de Deus (LCI 580) Comentário: este hino nos aproxima da memória do povo de Deus, mostrando como Deus conduziu o povo pelo deserto após a libertação da escravidão no Egito. A memória do êxodo sustenta a caminhada do povo de Deus. O profeta Jeremias retoma esta memória para manter a fé e a esperança do povo.
Leitura
Jeremias 31.9 Quem Deus está trazendo de volta? De onde estas pessoas estão voltando? O processo de exílio do povo de Israel rompeu vínculos familiares e sociais. No exílio, as pessoas carregaram as suas lembranças e viveram momentos de muita saudade. O profeta Jeremias traz uma palavra de esperança, mostrando que Deus não abandona as pessoas. Deus conhece a nossa saudade e se coloca ao nosso lado como o bom pastor que nos conduz pelos caminhos de vida e paz para vivermos em verdadeira comunhão. Encerramento Oração e Bênção