Jornal Evangélico Luterano | Ano 49 | Agosto 2020 | n o 841
O nosso
compromisso é com a verdade e com a vida! Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos, conhecerão a verdade e a verdade os libertará, disse Jesus
Deus é o nosso amparo Presidência
Atuação pública da Igreja Diversidade
Amizade ao modo de Deus Estudos Bíblicos
Jorev Luterano - Agosto 2020
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REDAÇÃO CAPA
O nosso compromisso
é com a verdade e com a vida!
Ao recomendar a suspensão de atividades presenciais, em março de 2020, a IECLB agiu com a intenção de defender e preservar a vida. Vamos continuar neste caminho com perseverança e compromisso com a vida!
‘Vamos nos unir, como Comunidades da IECLB e sociedade brasileira, no combate ao novo Coronavírus. Temos uma ameaça comum e, quanto mais nos unirmos, mais vidas poderão ser preservadas. O socorro vem de Deus, mas a nossa união é indispensável’, propõe a Carta Pastoral da Presidência da IECLB, emitida no mês de agosto e assinada em conjunto com as Pastoras e os Pastores Sinodais.
SUMÁRIO
A Carta estimula as pessoas a continuarem anunciando o Evangelho de Cristo neste mundo, onde ódio, violência e mentira parecem normais. A verdade liberta e cura. ‘Vamos intensificar as ações diaconais’, convida, explicando que a proclamação do Evangelho pelas mídias sociais consola corações e mentes nas casas, enquanto a atividade diaconal cuida da vida nas ruas e se faz ainda mais necessária no distanciamento social, na morte e no luto, na crise sanitária e econômica. ‘Vamos continuar as nossas orações pela acolhida eterna das pessoas que faleceram, pelo sopro do Espírito Santo na vida das famílias enlutadas, pela descoberta de uma vacina e pela misericórdia de Deus com a humanidade’, chama a Carta Pastoral. O documento da Presidência lembra que, ao recomendar a suspensão das atividades presenciais, em março de 2020, a intenção da Igreja era preservar a vida e que essa providência não significou a interrupção das atividades, que vêm acontecendo em vários outros formatos. A IECLB reafirma que vai perseverar nesse caminho de compromisso com a vida. Por fim, a Carta alerta: ‘A pandemia do novo Coronavírus é uma grave crise sanitária e econômica de proporções globais, mas também é uma oportunidade para reconstruir. As mudanças afetarão significativamente a forma como a humanidade se organiza, mas, confiantes no auxílio de Deus, teremos forças para participar desta reconstrução. Boa leitura! Boa reflexão!
Visão da IECLB Ser reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à Criação.
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REDAÇÃO
Jornal Evangélico Luterano | Ano 49 | Agosto 2020 | n o 841
O nosso
compromisso é com a verdade e com a vida! Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos, conhecerão a verdade e a verdade os libertará, disse Jesus
Deus é o nosso amparo
Atuação pública da Igreja
Presidência
Diversidade
Amizade ao modo de Deus Estudos Bíblicos
CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE
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ENFOQUE
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PALAVRA
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PRESIDÊNCIA
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FORMAÇÃO
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CRIANÇA
CARTA PASTORAL CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS VOCAÇÃO & MINISTÉRIO COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS ESTUDANTES EM FORMAÇÃO MENSAGEM AGENDA MISSÃO GLOBAL E ECUMENISMO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA JUVENTUDE MISSÃO CRIANÇA O AMIGO DAS CRIANÇAS
8-9 SÍNODOS 10 11 12 13 14 15 16
PERSPECTIVA
A ressurreição do Messias MUDA TUDO
BATISMO
OASE: comunhão, testemunho e serviço
MISSÃO
METAS MISSIONÁRIAS DA IECLB CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
UNIDADE
compromisso com a vida
GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA GESTÃO ADMINISTRATIVA
DIVERSIDADE
Política & Evangelho
ESTUDOS BÍBLICOS
AMIZADE AO MODO DE DEUS
Missão da IECLB Propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária, promover a paz, a justiça e o amor na sociedade e participar do testemunho do Evangelho no país e no mundo.
EXPEDIENTE Pastora Presidente Pa. Sílvia Genz Secretário Geral P. Marcos Bechert Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
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Jorev Luterano - Agosto 2020
ENFOQUE
Carta Pastoral Se vocês permanecerem na minha palavra, são verdadeiramente meus discípulos, conhecerão a verdade e a verdade os libertará. João 8.31b-32
Presidência, Pastoras e Pastores Sinodais da IECLB A partir de março de 2020, passamos a conviver com uma pandemia que tem revelado com mais nitidez desigualdades e injustiças. A pandemia ampliou o abismo que separa pessoas ricas e pobres. Pessoas bilionárias ficaram ainda mais ricas e as pobres ficaram ainda mais empobrecidas. Não bastassem as injustiças e todo o sofrimento causado pela doença e morte, a pandemia também trouxe medo, angústia e insegurança. Neste momento, cresce a pergunta: de onde virá o socorro? (Sl 121.1) Com mais de 100 mil óbitos em decorrência do Covid-19, o Brasil ocupa a infeliz segunda posição no ranking mundial. Oramos e nos solidarizamos com as famílias dessas cem mil pessoas. Quem faleceu tem nome, história, endereço, familiares. São pessoas de todas as idades e de todos os Estados brasileiros. Diante disso, clamamos a Deus: Senhor, ouve a nossa oração e chegue a ti o nosso clamor (Sl 102.1). É inaceitável que governantes ignorem a gravidade da pandemia. Quem tem coração corrupto aproveita a situação para
práticas ilegais, como revelam denúncias de compras irregulares de equipamentos, medicamentos e construção de hospitais de campanha. Não podemos concordar que a Bíblia e o nome de Deus sejam usados para justificar corrupção, injustiça e morte. Diante disso perguntamos: Por que o caminho dos ímpios prospera? (Jr 12.1). Felizmente, é possível testemunhar gestos de solidariedade e compaixão. Muitas pessoas lutam para conter o avanço da pandemia, acompanhar pessoas doentes e enlutadas e minimizar os efeitos do isolamento. Estas ações contribuem para que a pandemia não seja ainda mais devastadora. Ao recomendar a suspensão de atividades presenciais, em março, a IECLB agiu para preservar a vida. Agora, a oração, a pregação, o consolo e o estudo acontecem de outras formas. Vamos continuar neste caminho com perseverança e compromisso com a vida. Porque confiamos que Deus ouve o nosso clamor (Ex 3.7) e vem em nosso socorro (Sl 121.2), temos forças para propor e participar desta reconstrução.
Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros! 1Pedro 4.10b
OFERTAS NACIONAIS
A oferta é um gesto de fé e de gratidão! A nossa oferta é um testemunho de solidariedade, um compromisso com a Missão de Deus no vasto mundo, pregando o Evangelho e vivendo em solidariedade e paz. Igualmente se traduz em apoio que viabiliza inúmeros projetos e iniciativas da IECLB. Assim, pensando em ampliar a oportunidade de ofertar e vivenciar a fé por gratidão, oferecemos a opção de oferta online. Com o recurso da Doação Online, queremos oportunizar que a sua fé, a sua gratidão e o seu compromisso tenham mais opções para gestos de agradecimento. Acesse o Portal Luteranos, conheça e oferte para os Projetos da IECLB no Brasil e no exterior: luteranos.com.br/conteudo/ plano-de-ofertas-2020
9 DE AGOSTO Fundo para Trabalho com Jovens Alegria em servir 30 DE AGOSTO Trabalho junto às Pessoas com Deficiência Somos parte!
INDICADORES FINANCEIROS
UPM Julho/2020
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Índice Junho/2020
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Acumulado 2020
0,10 %
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PALAVRA VOCAÇÃO & MINISTÉRIO
COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
Meu chamado: minha vocação! Pa. Anelise Lengler Abentroth | Santa Cruz do Sul/RS O voto da minha Confirmação, Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente (Mc 10.45) foi um chamado de Jesus para a minha vida. Nasci em uma família luterana. Fui batizada e confirmada na Comunidade de Estrela/ RS. Essa Comunidade foi a extensão da minha casa, pois o meu pai e a minha mãe sempre estiveram envolvidos na Missão da Igreja. As minhas lembranças do aprendizado das histórias bíblicas vêm do Culto Infantil e dos momentos inesquecíveis com a minha mãe, sentada ao lado das nossas camas, lendo histórias da Bíblia para as Crianças. Auxiliei nos trabalhos do Culto Infantil e, na adolescência, participei da Juventude Evangélica. Em um Culto de Natal, assumi a narração do teatro apresentado pela Juventude. Fiz a leitura do púlpito. Na saída, o meu Padrinho e o Pastor me disseram que eu tinha todas as condições para ser Pastora. Eu não sabia da possibilidade de mulheres serem Pastoras, por isso este chamado foi como uma pequena planta que cresceu dentro de mim, até participar do primeiro Acampamento Repartir Juntos. Os momentos de celebrações, estudos bíblicos e debates me marcaram significativamente. Voltei para casa animadíssima, na certeza do meu caminho. Fui chamada por Deus, pelo meu nome, no meu Batismo. A minha fé foi regada e cuidada com o exemplo de servir da minha mãe. Procuro conservar vivo o dom que recebi de Deus nestes 33 anos de Ministério Pastoral na IECLB. Sou grata por tudo!
Um banho de IECLB e de Evangelho Miss. Felipe Milani | Ministro na Comunidade do Vale do Atibaia, em Valinhos/SPS
‘O Felipe precisava tomar um banho de IECLB’. Essa frase foi dita durante o meu Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM). É verdade! Vejo o quanto esse banho me fez e faz bem. Conhecer mais sobre a IECLB, a nossa identidade, a nossa história, os Documentos Normativos, entre outros Manuais, tudo é muito importante. A dinâmica que a IECLB adotou para tornar viável o ingresso de pessoas no Ministério com Ordenação impulsiona Candidatos e Candidatas a uma exaustiva revisão de fé, vida e prática ministerial. Procurei deixar a Igreja cuidar de mim. Aliás, não é por acaso que, nesse processo, se utiliza a expressão ‘comportamento de entrega’. Para quem está nesse caminho ou pretende ingressar, essa postura de deixar-se cuidar, de fato, é a mais recomendada. Sim, é confrontador e desgastante, mas também é gratificante ver o resultado dessa entrega, que poderia, talvez, ter permanecido latente sabe lá por quanto tempo ou, simplesmente, nem ter sido positivo, risco de quem não se deixa conduzir pelas etapas dessa caminhada. Como foi importante trabalhar com a Comunicação, por exemplo, uma das Competências, e
perceber que, no meu caso, o linguajar acadêmico, ao ser usado na Prédica, não facilitava em nada o anúncio do Evangelho. As mudanças aconteceram quando comecei a ter mais convívio com as pessoas da Comunidade, conhecer as suas histórias e entender os seus dilemas. Nesses momentos, fica claro que o desejo é pela mensagem que desperta para a fé, que anima para a vida, que convida para o exercício do Sacerdócio Cristão... sem palavras difíceis. Em consequência, esse ‘andar com’ a Comunidade, que se estende no ‘andar com’ a sociedade, foi estímulo para outras habilidades imprescindíveis no Ministério. Pude exercitar uma hermenêutica popular e contextualizada, flexibilidade e tolerância no campo teológico e relacional. Enfim, me percebi andando no agir transformador de Deus. Comprometido com o anúncio de vida digna e a denúncia do mal, no propósito ecumênico e de paz com justiça social, me percebi sendo formado e formando pessoas para o bom propósito da Missão, que se traduz, no dia a dia e no corpo comunitário, em diaconia, evangelização, comunhão e celebração. Que nunca nos faltem esse banho de IECLB e de Evangelho!
FORMAÇÃO DE ESTUDANTES
Obra e Missão de Deus, aonde quer que Ele nos envie Dóris Coswig Fischer Macedo | Estudante de Teologia na Faculdade Luterana de Teologia (FLT), em São Bento do Sul/SC Em junho de 2016, houve uma grande mudança na minha vida. Deus me chamou para estudar Teologia e exercer o Ministério Pastoral! Na ocasião o meu esposo e eu concluíamos o processo de legalização de uma fábrica de bolachas. Estávamos envolvidos na liderança de grupos de adolescentes e de Estudo Bíblico na Paróquia de Arroio do Padre II/RS, onde participávamos de outros grupos. Servíamos a Deus com gratidão e alegria. Diante do chamado, seguiu-se um tempo de decisão, mudanças, encami-
nhamentos e renúncia. Nós nos despedimos dos grupos nos quais estávamos envolvidos e deixamos a fábrica para trás... Família, amigos e amigas, irmãs e irmãos na fé deixariam e ainda deixam saudades.
fio! Eu voltei a estudar após anos longe de uma sala de aula. Com 36 anos de idade, iniciei, em tempo integral, o preparo e a capacitação para o Ministério, no tempo de Deus e confiante nos seus cuidados.
De lá para cá, o propósito de Deus para a minha vida tem ficado cada dia mais claro. Ele tem confirmado o chamado por meio de pessoas, da sua Palavra e do Estágio que tive a oportunidade de fazer.
Ao longo desses anos, temos experimentado o cuidado de Deus e aprendido a viver na sua dependência. Ele tem me capacitado para os estudos e para a sua obra.
Em janeiro de 2017, chegamos a São Bento do Sul/SC, onde iniciei os estudos na Faculdade Luterana de Teologia (FLT). Que alegria! Ao mesmo tempo, que desa-
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Deus tem nos sustentado, providenciado serviço para o meu esposo e nos motivado, cada dia mais, a seguir em frente para servi-lo, trabalhar na sua Obra e na sua Missão, aonde quer que Ele nos envie.
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PRESIDÊNCIA
Deus nos ampara em todos os momentos O nosso socorro está em Deus. Podemos confiar! Pa. Sílvia Genz | Pastora Presidente da IECLB pessoas. Portanto, já tem meses que estamos com restrições nos encontros presenciais. Algumas Comunidades retornaram e outras planejam o retorno às atividades, o que precisa acontecer com muito cuidado e responsabilidade.
Neste ano, em que Viver o Batismo é o Tema da Igreja, estamos passando por uma pandemia, o que transformou as nossas vidas. No Batismo, como pessoas chamadas pelo nome, nos tornamos pertencentes ao Corpo de Cristo. O Bom Pastor conhece a nossa voz e nos ouve.
Estamos passando por um momento muito difícil. O Covid-19 já tirou a vida de mais de 100 mil pessoas aqui no Brasil. Para evitar a propagação desse vírus, no último 17 de março, como IECLB, orientamos a suspensão de todas as atividades que envolvem aglomeração de
A Carta Pastoral da Presidência, Pastoras e Pastores Sinodais da IECLB - Nosso compromisso é a verdade e a vida! (que pode
Neste período, não pudemos nos reunir para ouvir a Palavra de Deus, louvar, cantar e orar em conjunto, mas temos a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus nos meios de comunicação. Ministros, Ministras e lideranças, com rapidez e criatividade, usaram a mídia para transmitir Cultos, estudos, orações, e conversas. Neste tempo, muitas pessoas faleceram em nossas Comunidades. Algumas em função do Covid-19. Outras por diferentes doenças e motivos. Muitas pessoas foram sepultadas sem velório ou a presença da Comunidade, de
Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração. 2Coríntios 9.7 MISSÃO GLOBAL E ECUMENISMO
EKD e o navio de resgate de imigrantes ‘Não se deixa nenhum ser humano se afogar, fim da discussão’, afirmou o Presidente da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD), Bispo Bedford-Strohm, no lançamento da missão do navio de resgate Sea-Watch 4, comprado por meio de um financiamento coletivo, com o objetivo de resgatar imigrantes que tentam chegar a Europa vindos do Norte da África.
familiares e de pessoas amigas. Quanta dor sem um ombro amigo, um abraço solidário!
Federação de 20 Igrejas protestantes luteranas e unidas alemãs e uma das parceiras da IECLB, a EKD soma mais de 20 milhões de membros. Quando movimentos xenófobos e governos nacionalistas crescem na Europa e em todo o mundo, líderes da EKD, com a sua decisão ousada e inspiradora na compra do navio, reafirmam o compromisso da Igreja com a vida, independente da nacionalidade. Talvez seja hora de dizermos mais vezes ‘fim de discussão’ em situações como: ‘Todas as pessoas têm direito à dignidade, fim da discussão’ ou ‘Precisamos cuidar melhor da Criação de Deus, fim da discussão’ ou ‘Todas as pessoas são bem-vindas na IECLB, fim da discussão’. Para qual situação você diria ‘fim da discussão’? P. Dr. Mauro Souza Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB Assessor para Missão Global e Ecumenismo
ser lida nessa edição do Jorev e Portal Luteranos), convida:
‘Vamos continuar anunciando o Evangelho de Jesus Cristo neste mundo. Vamos ajudar a sarar as feridas do povo, tanto físicas quanto espirituais. Vamos intensificar as ações diaconais. Vamos continuar as nossas orações por acolhida eterna das pessoas que faleceram, pelo sopro do Espírito Santo na vida das famílias enlutadas, pela descoberta de uma vacina e pela misericórdia de Deus com a humanidade’. Deus nos ampara em todos os momentos. O nosso socorro está em Deus. Podemos confiar!
AGENDA | AGOSTO Nota da Presidência Diante do agravamento do quadro referente ao novo Coronavírus (Covid-19), Presidência, Pastoras Sinodais e Pastores Sinodais da IECLB orientam a suspensão, por tempo indeterminado, de todas as atividades comunitárias que envolvem encontro presencial de pessoas, sejam elas de qualquer idade. A orientação se aplica inclusive aos lugares que não possuem casos ou relatos de casos do novo Coronavírus. Dependendo da evolução da pandemia, a suspensão será revista e novas orientações serão emitidas. As Notas da Presidência em relação ao Covid-19 vêm sendo publicadas no Jorev Luterano, no Portal Luteranos e compartilhadas no Facebook. O Portal Luteranos e a página oficial da IECLB no Facebook são constantemente atualizadas com recursos e novas informações. Acesse! Não me desampares, SENHOR; Deus meu, não te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação minha. Salmo 38.21-22
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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Deixar que Deus aja através de mim Disposição, humildade e alegria! Pa. Cleide Olsson Schneider | Representante do Sínodo Rio dos Sinos no CONECC
JUVENTUDE Meio ambiente e máscaras Isabella Gnas Pela Comissão da Campanha Juventudes e Justiça Ambiental
Então o Senhor pôs o ser humano no Jardim do Éden para cuidar dele. (Gn 2.15a). Deus nos criou para que cuidássemos da sua Criação e vivêssemos em harmonia com todos os seres. Como pessoas cristãs, o nosso compromisso é zelar pelo meio ambiente, buscando viver em comunhão, entendendo que cada ser vivo é importante e tem direito à vida.
Quando uma Ministra ou um Ministro inicia em um Campo de Atividade, há um tempo de conhecer e reconhecer a Comunidade e as pessoas que dela fazem parte. Assim também foi comigo em uma Comunidade. Quem não gostaria de ver e fazer parte de uma Comunidade em que tudo funciona perfeitamente? Acontece que somos Igreja formada por pessoas que precisam da graça e da ação de Deus. Em um dos primeiros encontros do Grupo de Mulheres, propus que lêssemos um texto bíblico. Abrimos a Bíblia no texto indicado, mas ninguém quis ler. Pensei: ‘Tudo bem. É o primeiro encontro e ainda não nos conhecemos bem’. Nos encontros seguintes, a situação se repetiu. Achei estranho e perguntei o motivo de não lerem. Uma das mulheres respondeu que elas não liam bem, que tinham pouco estudo e que haviam escutado que ‘se fosse para gaguejar, não deveriam ler, pois ninguém entenderia’.
Fiquei chocada! Simplesmente a história de vida daquelas mulheres foi anulada. Logo pensei que, em outras áreas da vida da Comunidade, as mulheres também poderiam estar de fora. O trabalho de resgate da autoestima e do encorajamento foi longo, mas, dia a dia, percebíamos mulheres com histórias de vida cheias de dedicação no servir a Deus como elas podiam. Assim, fomos repartindo os textos bíblicos para leitura, repartindo tarefas e funções na Comunidade. Também repartimos o servir a Deus com o que elas eram e com as histórias que carregavam. Quero servir a Deus com o que tenho para oferecer: pouco estudo, mas muita disposição, pouco jeito certinho de falar, mas muita humildade em agir, pouca história para contar, mas muita alegria em deixar que Deus aja através de mim!
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 2016, na América Latina, uma pessoa produz até 14 quilos de lixo por dia, dos quais 90% poderiam ser reciclados ou transformados em combustível caso fossem separados por origem. Na pandemia do Covid-19, como forma de proteção, tivemos que inserir as máscaras cirúrgicas no nosso dia a dia. Acontece que, devido à possibilidade de contaminação, o descarte precisa seguir normas técnicas, sem causar danos ou riscos à saúde pública. Desse modo, a máscara de tecido é a mais recomendada para o cotidiano, por ser lavável, possibilitando a reutilização inúmeras vezes, e entregar a mesma proteção da máscara cirúrgica. Que possamos ter escolhas mais conscientes! No uso de máscaras, pense nos três R: Reduza - Reutilize - Recicle. Faça a sua parte para viver em harmonia com toda a Criação!
HISTÓRIAS QUE INSPIRAM
Batizar e educar na fé cristã Harley Manske | Sínodo Norte Catarinense Alegrem-se, porque o nome de vocês está escrito no céu. Lucas 10.20 Na condição de pai e membro ativo da Comunidade Amizade, pertencente à Paróquia Apóstolo Tiago, em Jaraguá do Sul/SC, vivenciamos em família as experiências do Missão Criança e fortalecemos a nossa fé em todas as fases da vida.
Como testemunho do Missão Criança, recordo que foi emocionante perceber nos membros presentes nos Cultos de Celebração de Aniversário de Batismo o sentimento do que é ser e viver Comunidade na fé cristã. Esse Culto é mágico e demonstra o quão importante somos quando envolvidos nos trabalhos comunitários. Isso fica evidente quando percebemos
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outros membros tocados pela fé e que passam a ser Padrinhos e Madrinhas de Oração dos nossos filhos e das nossas filhas. Desde a preparação do Culto, a decoração do altar e a entrada das crianças, tudo é fascinante, e nos fortalece espiritualmente! Somos alimentados pela pureza das crianças que, na sua inocência, conseguem traduzir o verdadeiro significado do Batismo.
No Batismo, Deus nos chamou pelo nome e o escreveu no céu. O Programa Missão Criança quer nos ajudar a viver o Batismo em nosso dia a dia, fortalecendo a comunhão, o ensino e a vivência da fé cristã.
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CRIANÇA
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SÍNODOS
SÍNODOS
SÍNODO CENTRO-SUL CATARINENSE
Sacerdócio Geral É possível no isolamento?
SÍNODO DA AMAZÔNIA
Ação de Graças Paróquia dos Migrantes ‘Na sua Palavra, Deus nos fortalece diante das adversidades. Em quantos momentos experimentamos o amor de Deus? Ação de Graças é reconhecer todas as dádivas de Deus’, destacou o Ministro local, P. Hilquias Rossmann. Nessa proposta foi celebrado o Culto de Ação de Graças da Paróquia dos Migrantes, em Cacoal/RO, no dia 28 de junho último, em formato virtual, seguindo a recomendação de evitar aglomerações (Covid-19).
Os alimentos foram doados para três instituições: Pingo de Gente (abrigo para menores de idade), Cernic (Centro de Reabilitação Neurológica Infantil), Abisai (Centro de recuperação de dependentes químicos), além de cestas básicas. As ofertas em espécie serão destinadas conforme decisão do Conselho.
De diversas formas: OASE Comunhão, Testemunho e Serviço
SÍNODO CENTRO-CAMPANHA-SUL
Ação Solidária na pandemia Na fome, me deram de comer A primeira fase da Campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) na Comunidade de Santa Maria/RS aconteceu entre os dias 19 de maio e 4 de junho de 2020, arrecadando cerca de uma tonelada de alimentos, como arroz, feijão, trigo, óleo e leite.
De diferentes e diversas formas, a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE) segue vivendo o seu lema: Comunhão, Testemunho e Serviço. As senhoras da OASE não estão indiferentes ao sofrimento e às necessidades do próximo. Pelo contrário! Buscam acolher as necessidades e ajudar de diferentes formas. Assim tem sido a prática da OASE da Comunidade de Cristalina/GO. Ao lado do Presbitério, a OASE incentiva a Comunidade a se manter firme e perseverante na fé. Nesse momento especialmente difícil, em que vivemos a pandemia do novo Coronavírus, a OASE
reafirma a sua fé no agir de Deus. A ação humana é resposta ao reconhecimento do amor primeiro de Deus por nós: Ele nos amou primeiro (1Jo 4.19). Justamente para animar a fé, no dia 5 de junho desse ano, foi realizado um devocional para as mulheres da OASE. Sob o tema A confiança em Deus e a minha oração de cuidado por e para cada irmã, foi realizado no formato virtual. Em meio às angústias, podemos ter certeza que as mulheres da OASE, com fé e coragem, carregam-se mutuamente em oração, preocupamse e mobilizam-se pelos irmãos e pelas irmãs em Cristo.
Mensagem Sinodal Retorno dos Cultos presenciais Vários informes já foram repassados pela IECLB e pelo Sínodo desde que as atividades presenciais foram suspensas, em 17 de março último. Com a graça de Deus, cinco meses passados, estamos nos preparando para a retomada dos Cultos presenciais. Apreensivos pela nova forma de celebrar, também estamos felizes em poder dar esse passo. Há mudanças que precisam ser observadas para que continuemos a preservar a saúde e a segurança de todas as pessoas.
Na semana seguinte, o Pastor e lideranças da Paróquia fizeram plantões nas Comunidades para que as pessoas fizessem as suas ofertas de gratidão.
SÍNODO BRASIL CENTRAL
SÍNODO ESPÍRITO SANTO A BELÉM
A Campanha teve início a partir da percepção da grande necessidade econômica pela qual muitas pessoas estão passando em função da pandemia, já que muitas perderam o seu trabalho e a sua renda. A questão foi avaliada e encaminhada na Reunião do Presbitério, cabendo à Diretoria da Comunidade colocar em prática a decisão
por realizar a Campanha, que, a partir de agora, será permanente, beneficiando entidades que atendem pessoas em vulnerabilidade, como lares de idosos e casas de acolhimento, entre outros. O resultado da Campanha durante a pandemia foi e continuará sendo entregue ao Banco de Alimentos de Santa Maria, que fará o repasse às entidades que atendem pessoas em vulnerabilidade e que tem a sua situação agravada neste contexto. As doações foram entregues para a Diretoria do Banco de Alimentos pelo Presidente da Comunidade, Lauro Peiter, pelo Tesoureiro, Roberto Luiz Schunke, e pelo Ministro local, P. Reinoldo Neumann.
Sacerdócio Geral de todos os Crentes: é possível em tempos de isolamento social? foi o tema da XXIV Assembleia Sinodal do Sínodo Centro-Sul Catarinense, realizada, pela primeira vez, em formato virtual, devido à pandemia do Covid-19. Na sua Mensagem, a Pastora Presidente da IECLB, Pa. Sílvia Genz, abordou o assunto proposto para a Assembleia sob a perspectiva do Tema da Igreja para 2020, Viver o Batismo. Como parte do Culto, os Regentes de Corais das Comunidades e Paróquias gravaram
um vídeo com a canção Descansarei, cuja letra lembra que, mesmo em meio às lutas e adversidades da vida, podemos confiar e descansar em Deus. Na Pregação, o grupo foi encorajado ao engajamento e ao testemunho do Evangelho a partir do próprio cotidiano. O encontro online contou com 162 representantes, cerca de 80% das pessoas que compõem a Assembleia, participando direto das suas casas ou das suas Paróquias, e teve direito à aprovação do novo formato e pedido de continuidade.
As programações online de responsabilidade sinodal continuarão sendo oferecidas como opção celebrativa. As celebrações presenciais deverão cumprir com os protocolos de cuidados que os órgãos de saúde exigem, respeitando decretos e planos de contingência. A retomada plena das atividades será feita de forma gradativa, com responsabilidade e a participação de todos e todas. Que Deus abençoe, guarde e oriente Ministros, Ministras, Presbitérios, lideranças e toda a Igreja para que o cuidado para com a vida seja intenso e continue sendo vigoroso.
SÍNODO MATO GROSSO
Diaconia em tempos de Covid-19 Missão da Igreja Cristã Diaconia é oportunidade de servir ao próximo, Missão da Igreja Cristã. Em tempos de Covid-19, a Comunidade em Cuiabá/MT entendeu que não poderia ignorar a fome das pessoas mais necessitadas, por isso os membros têm ajudado 21 famílias, somando 100 pessoas, no Bairro Jardim Vitória, onde está o Ponto de Pregação, com doações de alimentos. As pessoas carentes são familiares de crianças que participam das atividades do Culto Infantil, coordenadas pelo P. Teobaldo Witter, com apoio da equipe de Coordenação do Culto Infantil da Comunidade de Cuiabá. Apesar dos encontros presenciais terem sido suspensos desde o final de março
desse ano, para evitar a propagação do vírus, a Comunidade continua atenta às necessidades das famílias, em grande parte mantidas por mulheres que ficaram sem trabalho e renda durante o período de isolamento social. No Dia dos Pais, 8 de agosto, além das cestas básicas, as famílias receberam uma mensagem de fé, que explicava a oração do Pai Nosso e lembrava que Deus é amor, misericórdia, bondade, cuidado e perdão. Emocionadas, as famílias expressaram a sua gratidão pelos encontros das crianças na Igreja, onde ouvem e vivenciam a fé em Cristo, pelos alimentos e pelas cerca de cem máscaras de tecido, feitas com tecidos doados por membros da Comunidade.
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PERSPECTIVA
A ressurreição do Messias muda tudo radicalmente Somos pessoas incrédulas tocadas por Jesus Cristo P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS vendo. A sua investigação toma outro sentido. Ele não dá mais satisfação a Pilatos. Mesmo incrédulo, o militar deixa de perseguir as pessoas que seguem Jesus e passa a acompanhá-las. Na perseguição da tropa de Pilatos para prender os discípulos, Clavius os protege e pede ao subordinado que os encontrou para ficar calado. Ele acompanha os discípulos, testemunha os milagres da pesca e vê Jesus caminhar sobre as águas.
Podemos dar crédito a uma história contada por um incrédulo? Parece que este é o drama do filme Ressurreição (2016), cujo personagem principal é um militar romano, Clavius, sob as ordens de Pôncio Pilatos, Governador instituído pelo Império Romano para controlar o povo judeu. O Governador e o militar desejam agradar o Imperador de Roma. O Messias é um problema para as carreiras de ambos. Às vésperas da visita do Imperador, o Governador está preocupado com fake news sobre a ressurreição do Messias. Para evitar revoltas por parte da população, Pilatos incumbe Clavius de investigar as notícias sobre a ressurreição do crucificado. O militar começa pelos guardas do sepulcro, que haviam
dormido demais, sob o efeito do álcool, e deixaram os discípulos roubarem o corpo de Jesus. Não satisfeito, interroga mulheres que viu na crucificação e ameaça os discípulos. Sob a pressão do Império Romano, Pilatos exige a averiguação das valas onde os corpos dos crucificados eram jogados. O Tribuno romano não encontra o corpo com as marcas de perfuração de Jesus, cujas pernas não foram quebradas, um costume romano. Quando o fracasso da investigação era iminente, Clavius encontra o grupo de discípulos reunidos a portas fechadas. O militar vê que Jesus está no meio deles, larga a sua espada e parece esmorecer. Não acredita no que está
Agora amigo dos discípulos, Clavius se despede de Pedro com um abraço. Pedro mostra a marca da facada do militar na sua perna. De fato, não foi uma facada ‘virtual’. O sinal da violência foi transformado em sinal de uma amizade nascida do perdão. O militar nunca encontrou o corpo de Jesus, pois ‘ele está em todo o lugar’, nas palavras de um seguidor. Pilatos ficou sem resposta, oscilante como no dia em que lavou as mãos diante do inocente. A ressurreição do Messias muda radicalmente a vida e as situações, atesta o filme. No entanto, somos como o militar romano, incrédulos tocados por Jesus. Preferimos crer em messias que evitam a cruz, mas crucificam a população com um sistema de saúde fracassado, não obstante os esforços dos profissionais de saúde, com uma educação atirada às traças, em que sucedem Ministros pouco afeitos à educação, especialmente das pessoas mais pobres. Em 7 de setembro, cantemos: Pátria amada, sim! Idolatrada... jamais!
O Senhor renova as minhas forças e me guia pelos caminhos certos, como Ele mesmo prometeu. Salmo 23.3
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BATISMO
OASE: comunhão, testemunho e serviço O Batismo é um presente de Deus! Wilhelmina Kieckbusch | Presidente Nacional da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE) O Batismo é um presente de Deus. Por meio dele, Deus nos adota e nos dá a dignidade de seus filhos e suas filhas. O Batismo não depende dos nossos esforços ou das nossas obras, mas revela a graça e o amor incondicional de Deus, um presente que dá sentido e valor à vida. Uma das consequências do Batismo é o exercício da diaconia, o cuidado que temos de umas para com as outras pessoas. O cuidado mútuo é fruto da vivência deste amor gratuito. Não há outra forma de viver o Batismo senão pela prática do amor ao próximo, como consequência da fé em Jesus Cristo. É por isso que podemos dizer, a exemplo do apóstolo Paulo, que nada nem ninguém pode nos separar do amor de Deus (cf Rm 8.38-39). Vivemos tempos difíceis, de isolamento, solidão, desemprego, falência de empresas, luto e morte. Mais que em qualquer tempo, precisamos exercer a misericórdia incondicional, auxiliar e apoiar o nosso semelhante nas suas vulnerabilidades. Neste sentido, as mulheres da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), há mais de 120 anos, são conhecidas pelas frequentes ações e eventos em favor do bem comum, orientadas pelo tripé: comunhão, testemunho e serviço.
Na OASE, a dimensão do serviço e da solidariedade se expressa na nossa história a partir da criação de unidades hospitalares, creches e ancionatos. Muitos caminhos foram abertos para o serviço cristão movidos pelo amor e pela fé em Jesus. Incontáveis foram as mulheres que, acolhidas e ouvidas, tiveram na OASE um espaço de cura, ressignificação da vida, resgate e libertação. A comunhão é ênfase presente da OASE em todos os en-
contros. A comunhão é alimentada em cada encontro pela Palavra do Senhor. O serviço acontece na costura de máscaras de proteção que são doadas, na preparação de alimentos que são vendidos para arrecadação de fundos, na limpeza e no cuidado de espaços comunitários, etc. O testemunho acontece no agir amoroso para com o próximo, sem impor condições ou juízos, apesar de parecer loucura para o mundo de hoje.
Como mulheres batizadas, não podemos nem conseguimos ficar apenas olhando o sofrimento no mundo. Pela fé em Jesus, nos sentimos animadas e desafiadas a colocar os nossos dons, bens materiais e tempo a serviço e em defesa da vida digna para todas as pessoas. Vocês foram [pessoas] escolhidos [as] para anunciar os atos poderosos de Deus, que os [as] chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz (cf 2Pedro 2.9b).
Compromisso com a causa das mulheres A Associação Nacional dos Grupos da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE) é um Setor de Trabalho da IECLB. Somos 18 Associações Sinodais constituídas, organizadas em 1400 grupos, reunindo em torno de 26 mil mulheres. Alusivo aos 120 anos de OASE no Brasil, foi lançado o Gibi da Valentina. Como OASE e Igreja de Jesus Cristo, temos um compromisso com a causa das mulheres. A presença da violência contra a mulher na Igreja e na sociedade é uma ofensa contra Deus, contra a humanidade e contra toda a Criação. A violência contra a mulher causa dor e sofrimento, fere a vida e se opõe ao projeto de Deus, que é vida abundante para todas as pessoas, conforme afirmou a Pa. Carmen Siegle, Coordenadora de Gênero, Gerações e Etnias da Secretaria da Ação Comunitária da IECLB. Para trabalhar o Gibi da Valentina nos diferentes grupos na superação da violência contra as mulheres, há material preparado e à disposição no Portal Luteranos (luteranos.com.br/textos/valentina-violencia-domestica).
Vocês sabem que são o templo de Deus e que o Espírito de Deus vive em vocês. 1Coríntios 3.16
* Encomendas do Gibi da Valentina podem ser feitas junto à Livraria Martin Luther.
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MISSÃO
O legado da justificação por graça e fé Pa. Dra. Rosane Pletsch | Ministra na Paróquia em Maringá/PR O contexto de pandemia pelo Covid-19 nos desafia. Muito se tem falado sobre medidas que diminuem os riscos do contágio. O isolamento social é, até o momento, o único método eficaz na prevenção, o que é fundamental, uma vez que ainda não há remédio que cure nem vacina que imunize. Prevenir é sempre melhor que remediar. Prevenir é cuidar! O cuidado é uma atitude, um valor sobre o qual precisamos aprender mais e mais. Ele é bíblico, pois, para Deus, toda a pessoa é sagrada a partir da sua natureza e não da sua funcionalidade. Cada pessoa é, assim, a imagem do próprio Criador. Disso advém a dignidade inalienável de cada ser humano: cada vida é valiosa.
O agir cuidadoso e responsável é fundamental no atual contexto. A Teologia e a Igreja Cristã têm muito a oferecer neste aspecto. Então perguntamos: Como a Igreja Cristã pode contribuir no desenvolvimento de uma cultura do cuidado? A Igreja, a partir dos valores evangélicos, reforça a importância das leis de proteção, muitas das quais se encontram na Bíblia. A Teologia também nos lembra que a marca da pessoa verdadeiramente discípula de Cristo é a vida responsável. Trata-se de uma atitude baseada na ética cristã, que é sempre a ética do cuidado, tanto de si quanto das outras pessoas e de toda a Criação. O agir responsável não busca se referir a uma
‘obediência cega’, mas a uma ação livre e responsável, fundamentada na compreensão da vontade de Deus. Significa viver a partir da graça e do amor de Deus na nossa vida e na nossa sociedade. É assim que nos tornamos livres para amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos. Significa um servir que é capaz de discernir, no nosso cotidiano, a vontade de Deus em situações concretas. No caso do novo Coronavírus, trata-se de prevenir o contágio. No seguimento fiel a Cristo, a Igreja deixa de se preocupar com ela mesma e assume ser presença serviçal entre as pessoas. Ela participa das dores e dos sofrimentos do mundo. Ela é presença diaconal, assim como Jesus Cristo o foi na sua época.
Isolamento social não significa viver egoisticamente, em reclusão, indiferente às dores das demais pessoas e do que ocorre na localidade onde mora. Muito pode ser feito, pois o amor não tem fronteiras. Cada Comunidade Cristã precisa estruturar a sua diaconia, a sua presença serviçal, com as suas forças e possibilidades. Não há padrão, norma ou exigência. Há, isso sim, uma grande possibilidade para expressar a fé por meio do amor.
Diaconia em tempos de pandemia: Paróquia em Maringá/PR A Paróquia é a Mantenedora do Lar Bom Samaritano, instituição que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. As atividades diárias estão temporariamente suspensas, mas o cuidado com as famílias e as crianças continua. A instituição foi escolhida pelo Governo Estadual para ser um polo de distribuição do Cartão Comida Boa, que dá direito à aquisição de alimentos e oferece cestas básicas e máscaras para as pessoas necessitadas, doadas pelos membros da Comunidade Luterana. Outra atividade é a confecção de máscaras. Mulheres com habilidade na costura confeccionam máscaras para o Hospital Universitário de Maringá, para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), bem como para pais e crianças do Lar Bom Samaritano e para o público em geral. O ‘varal das máscaras’ fica em frente à Igreja e as pessoas que passam podem pegar a sua junto com Folhetos Evangelísticos. Pode parecer pouco, mas o ‘pouco’ é muito para quem necessita. Acima de tudo, a Paróquia e os seus membros sabem que viver em Comunidade Cristã, muito mais que viver com as outras pessoas, é viver para as outras pessoas!
Projeto Missionário Ariquemes Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem
Que o Senhor, nosso Deus, esteja conosco. Que Ele nunca nos deixe nem nos abandone!
O Projeto Missionário da Paróquia de Ariquemes, em Buritis/RO, compreende uma Comunidade na cidade e dois Pontos de Pregações no interior. O público atendido é, na maioria, descendente de pomeranos oriundos do Espírito Santo. É motivo de grande alegria que, em 2019, realizamos atividades voltadas para crianças,
1Reis 8.57
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jovens e casais, aumentando a participação nos encontros, como Cultos e Estudos Bíblicos. Com o crescimento no número de membros, um dos Pontos de Pregação passou a ser Comunidade. O maior desafio é pastorear mais de perto essas pessoas, motivando para ser uma Igreja Missionária e autossustentável. Nesse sentido, apesar das dificuldades, sonhamos em ser Comunidade viva e atrativa, na qual as pessoas exerçam o seu chamado de servir e anunciar o amor de Deus.
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UNIDADE
Com perseverança e compromisso com a vida Carta Pastoral sobre encaminhamentos relacionados ao Covid-19 Presidência, Pastoras Sinodais e Pastores Sinodais da IECLB Pior ainda quando se aproveitam dela para cortar direitos e reduzir o poder aquisitivo da população. Não podemos concordar que a Bíblia e o nome de Deus sejam usados para justificar corrupção, injustiça e morte. Diante disso, perguntamos: Por que o caminho dos ímpios prospera? (Jr 12.1). Felizmente, é possível testemunhar gestos de responsabilidade, solidariedade e compaixão. Muitas pessoas lutam incansavelmente para conter o avanço da pandemia, para acompanhar pessoas doentes e enlutadas e minimizar os efeitos do isolamento. Também há governantes que se empenham na busca por soluções.
Em março de 2019, o Conselho e a Presidência da IECLB emitiram o Manifesto Nosso Compromisso é o Evangelho. O documento apresenta a visão bíblico-teológica que embasa a forma de pensar e agir da liderança da IECLB. O Manifesto afirma que a Igreja de Jesus Cristo tem a tarefa de ser sal e luz do mundo (Mt 5.13-16) e postula que ser sal e luz significa propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária, promover a paz, a justiça e o amor na sociedade e participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo (Constituição da IECLB, Art. 3º). Dezessete meses depois, constatamos pouca melhoria em relação ao que foi apontado como problema. A partir de março de 2020, passamos a conviver com
uma pandemia que tem revelado, ainda com mais nitidez, desigualdades e injustiças. Além de todo o sofrimento causado pela doença e morte, a pandemia também trouxe medo, angústia, insegurança e falta de perspectiva. Neste momento, cresce a pergunta: de onde virá o socorro? (Sl 121.1) Com mais de 100 mil óbitos no Brasil em decorrência do Covid-19, ocupamos a infeliz segunda posição no ranking mundial. Para piorar, sabe-se que há subnotificação. Nós oramos e nos solidarizamos com as famílias dessas cem mil pessoas. Clamamos a Deus: Senhor, ouve a nossa oração e chegue a ti o nosso clamor (Sl 102.1). É inaceitável que governantes e representantes eleitos para as três esferas públicas ignorem a gravidade da pandemia.
Além do sofrimento de quem perdeu alguém para a doença, há a dor de quem está com a doença ou sofre estigma da contaminação. Há sofrimento decorrente da solidão, da perda do emprego e da atividade econômica. Há sofrimento causado pela ansiedade, pela depressão. Há sofrimento causado pela violência dentro de casa contra mulheres, crianças e pessoas idosas. Ao recomendar a suspensão de atividades presenciais, em 17 de março de 2020, a IECLB agiu com a intenção de defender e preservar a vida. A decisão não significou parada nas atividades. Agora, a oração, a pregação, o consolo e o estudo acontecem de outras formas. Vamos continuar neste caminho com perseverança e compromisso com a vida. Porque confiamos que Deus ouve o nosso clamor (Ex 3.7) e vem em nosso socorro (Sl 121.2), temos forças para propor e participar desta reconstrução. A Carta Pastoral pode ser lida na íntegra no Portal Luteranos
Dediquem-se ao Senhor e adorem somente a Ele. 1Samuel 7.3
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GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA
Missão e sobrevivência Aprendendo a ser Igreja online (1/2) Anelize Marleni Berwig | Presidente do Conselho da Igreja O Conselho da Igreja tem colocado em pauta a Missão e a sobrevivência de todas as Comunidades na elaboração de propostas que sejam um auxílio na administração da crise financeira que estamos vivendo com a pandemia do Covid-19. Uma correspondência com orientações foi enviada para: a) Comunidades, Paróquias, Ministros e Ministras, b) Sínodos e Diretorias dos Conselhos Sinodais e c) Secretaria Geral. Nessa correspondência, convidamos para um grande mutirão, de forma que Campos de Trabalho pudessem continuar dando conta dos seus compromissos. Solicitamos à Secretaria Geral que, emergencialmente, chame recursos para auxiliar essas Comunidades de forma temporária. Em conjunto com os Sínodos, ainda foi aberto um Edital e quase 50 Comunidades estão sendo ajudadas por um período de três meses. Temos preocupação com o retorno das atividades presenciais. A nossa Igreja é formada pelas Comunidades e pelos grupos diversos que se reúnem, mas, agora, não pode fazê-lo, como forma de evitar a contaminação pelo novo Coronavírus. No retorno, o nosso receio se dirige, em especial, às pessoas que estão no chamado ‘grupo de risco’, incluindo aquelas acima dos 60 anos, tanto os membros, como as
lideranças, os Presbíteros, as Presbíteras, os Ministros e as Ministras. Precisamos fazer outro mutirão para refletir sobre possíveis saídas para esta situação. Estamos vendo conteúdos muito bons realizados de forma digital, como os programas via Internet, as mensagens e os Cultos, mas sabemos da necessidade do trabalho presencial. Naturalmente, este diálogo precisará acontecer tanto na área administrativa, em função das lideranças, como no âmbito de Ministros e Ministras. Queremos fazer isso em conjunto com a Presidência, os Pastores e as Pastoras Sinodais. Somos uma Igreja Sinodal, o ‘caminhar juntos’. Então, precisamos encontrar espaços de construção conjunta para continuarmos a ser uma Igreja sustentável, que, de acordo com sua Visão, seja constituída de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à Criação.
Cantarei de alegria quando tocar hinos a ti, cantarei com todas as minhas forças, porque tu me salvaste. Salmo 71.23 GESTÃO ADMINISTRATIVA
Contribuição na IECLB - Fé, Gratidão e Compromisso (parte 2/5) Secretaria Geral da IECLB Os nossos dons e os bens que com eles adquirimos são, em última análise, dádivas de Deus, nosso Criador, destinam-se ao nosso sustento e da nossa família e promovem a ajuda às pessoas necessitadas.
resposta e um sinal de gratidão em relação à mesma: Nós amamos porque ele nos amou primeiro (1João 4.19).
Reconhecer a origem e a finalidade dos nossos bens é fundamental para adorarmos o Criador ao invés da criatura. Lutero constata que, onde está o nosso coração, aí está o nosso Deus.
Como pessoas cristãs evangélicas, nós não estabelecemos um vínculo necessário entre riqueza e bênçãos de Deus.
O amor e a graça de Deus são dons gratuitos manifestados na pessoa e na obra do nosso Salvador Jesus Cristo. Não podem ser adquiridos por meio de obras e não são merecidos como retribuição a doações de qualquer espécie. A contribuição financeira para a Comunidade e a Igreja não é instrumento de acesso à graça de Deus, mas uma
Da finalidade da contribuição
Em verdade, somos meras administradoras transitórias dos recursos que dispomos. Enfatizamos a função social dos bens, sejam eles de natureza pecuniária, imóvel, intelectual ou espiritual. A finalidade dos bens não pode, portanto, ser a de conservá-los egoisticamente ou a de multiplicá-los a qualquer custo, mesmo ameaçando os direitos e as necessidades das outras pessoas.
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Os bens precisam ser administrados de forma responsável e de modo a se constituírem em instrumentos a serviço do amor e da justiça. A finalidade da contribuição é a do serviço a Deus e ao próximo. Onde há uma fé viva, nascida do Evangelho de Jesus Cristo, o crucificado e ressurreto, como o encontramos na Bíblia, há também abertura e liberdade de falar, na Comunidade, sobre todos os aspectos da sua existência neste mundo, inclusive os materiais e financeiros. A Comunidade precisa conscientizar-se que ela, bem como o conjunto das Comunidades, a Igreja, necessitam de dinheiro para poderem realizar a sua Missão no mundo e que ela mesma, a Comunidade, é fonte da ajuda às pessoas necessitadas.
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DIVERSIDADE
Política & Evangelho Desafios para atuação pública da Igreja P. Nilton Giese | Ministro na Comunidade Igreja de Cristo, em Curitiba/PR maldade humana, é necessária a lei (Rm 7.7 e Gl 2.16ss). Para aplicar a lei, Deus instituiu a autoridade civil (Rm 12.1ss), que tem a função de julgar os infratores da lei e cobrar impostos.
Para Lutero e outros reformadores, a união entre Igreja e Estado representava uma aliança perversa, por isso os reformadores falavam sobre a separação entre Igreja e Estado e promoveram a doutrina dos dois reinos. Essa doutrina diz que Deus atua no mundo com dois propósitos: proclamar a salvação eterna e preservar a paz. Para os reformadores, o papel da Igreja é anunciar a salva-
ção eterna como obra exclusiva de Deus por intermédio de Jesus Cristo e promover uma ética de vida conforme o Evangelho. As pessoas seguidoras de Jesus não devem fazer mal umas às outras nem ao meio ambiente e devem esforçar-se por viver em paz. Os reformadores entendiam que há muitas pessoas que a Igreja não consegue evangelizar, por isso, para controlar a
Enquanto os reformadores falavam em separação entre Igreja e Estado, a Igreja Romana pregava a necessidade de fortalecer a aliança entre Igreja e Estado, para reconquistar a metade perdida pelo movimento da Reforma. A transformação de uma metade em máquina de guerra contra a outra metade deixou um rastro de guerras na Europa e desenvolveu a convicção que a união entre Religião e Política não podia proporcionar uma sociedade pacífica. Era neces-
sário tirar a Religião da vida pública e mantê-la restrita à esfera privada. O Estado laico conseguiu organizar a sociedade para viver em paz, mas não conseguiu estabelecer uma sociedade justa e fraterna. Nesse vácuo, fortaleceu-se a Economia, com o poder de definir a finalidade da vida humana, com a satisfação dos desejos de quem pode pagar por eles. Viver significou, então, ter capacidade para consumir. Inspirados pelo Manifesto de Curitiba (1970), um dos desafios da atuação pública da Igreja na atualidade é analisar essa Economia predatória, que sacrifica direitos humanos e a boa Criação de Deus para satisfazer os desejos de consumo. Uma grande tarefa pastoral é formar pessoas com princípios proféticos e evangélicos, em que a empatia pelo sofrimento das outras pessoas, a solidariedade, a defesa da igualdade, a prática da justiça, o reconhecimento da diversidade e o cuidado ambiental estejam presentes.
PRONUNCIAMENTO
Ó Senhor Deus, não há ninguém igual a ti. Tu és grande e o teu nome é poderoso. Jeremias 10.6
Estado e Igreja Em princípio, Estado e Igreja são grandezas separadas, como o define a Constituição do nosso país, mas, em virtude das consequências da pregação cristã que se manifestam na esfera secular e pelo fato de cristãos serem discípulos de Cristo e simultaneamente cidadãos do seu país, não será possível separar totalmente os campos de responsabilidade do Estado daqueles da Igreja, embora seja necessário distingui-los.
Na esfera em que os respectivos campos se fundem, a Igreja, necessitando da crítica do mundo, desempenhará uma função crítica - não de fiscal, mas antes de vigia (Ez 33.7) e de consciência da Nação. Ela alertará e lembrará as autoridades da sua responsabilidade em situações definidas e sempre com a intenção de encontrar uma solução justa e objetiva. Manifesto de Curitiba (1970)
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ESTUDOS BÍBLICOS
Amizade ao modo de Deus
Dinâmica
Desafio à criação de laços
Importante Em função da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), a dinâmica elaborada para o Estudo Bíblico referente ao Lema do Mês deve ser feita somente quando terminarem as restrições de proximidade física. Em tempo de isolamento social, a dinâmica pode ser adaptada e realizada em casa, pelas pessoas que ali convivem.
Pa. Patrícia Hoffmann | Ministra na Paróquia em Espigão do Oeste/RO Amigos verdadeiros e amigas verdadeiras nos dão alegria! A amizade, ao modo de Deus, nos desafia a criar laços para resgatar a dignidade humana e fazer da outra pessoa sujeito da relação. O Lema Bíblico do Mês de Setembro é um versículo do livro de 2Coríntios 5.19: A nossa mensagem é esta: Deus, por meio de Cristo, ele está fazendo com que eles sejam seus amigos. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH-SBB/2000) faz uma tradução interpretativa, evitando a palavra reconciliação e indicando o ato ou o evento de transformar inimigos em amigos de Deus. Para entender o contexto dessa passagem bíblica, é necessário explicar que o apóstolo Paulo está envolto em um debate muito forte com a Comunidade de Corinto, possivelmente influenciada, na ausência do apóstolo,
o bem e nos transforma, de pessoas inimigas, em pessoas amigas de Deus. O perdão de Deus não só perdoa, como também capacita a pessoa perdoada a perdoar. A reconciliação não é só uma obra de Deus, como também um Ministério para o qual somos chamados e chamadas. Deus espera que as pessoas que foram reconciliadas pela fé em Cristo vivam perdoando, assim como são perdoadas. Se ofendemos, devemos procurar nos reconciliar com a pessoa ofendida, como se tivéssemos ofendido a Cristo. Se fomos ofendidos e ofendidas, devemos procurar nos reconciliar com o ofensor ou a ofensora, como Cristo fez para conosco. Portanto, pessoa ofensora e pessoa ofendida devem conceber as relações humanas em relação a Cristo, por meio de quem Deus nos reconciliou consigo mesmo.
A nova relação com Deus abre os nossos olhos, os A nossa mensagem é esta: Deus, nossos ouvidos, por meio de Cristo, ele está fazendo as nossas mãos e o nosso coração com que eles sejam seus amigos. e nos motiva a participar da 2Coríntios 5.19 celebração da Lema de Setembro Santa Ceia, na qual a reconciliação de Deus conosco é renovada. por outros ‘apóstolos’, que questionaram a sua fraqueza e a sua inconsistência, Assim, renovados e renovadas, chegando a espalhar calunias sobre ele. podemos partir do Culto para os desafios da vida, podemos nos reconciliar com Esse embate de diferentes as pessoas, pois já fomos reconciliados práticas evangelizadoras causa muito e reconciliadas por Deus. Sentir-se desconforto, mas Paulo não recua, pessoa reconciliada é o começo de uma desafia os seus adversários e defende a vida melhor, é o início da vitória sobre a justeza do seu Ministério. A sua defesa solidão, a decepção, a tristeza, a angústia, tem como fundamento a cruz e o amor o estresse e a própria morte. Viver de Cristo, pois não vivemos mais para reconciliado e reconciliada por Deus é nós mesmos, mas para Cristo e, em viver a justiça de Deus. Viver reconciliado Cristo, e para as demais pessoas. e reconciliada por Deus é, portanto, Deus, em Cristo, tomou a iniciativa de viver como agraciados e agraciadas pela reconciliar consigo o mundo. Imputou reconciliação obtida por meio de Cristo. ao seu filho as ofensas dos homens, Na caminhada de fé cristã, Deus quer entregou o inocente para ser crucificado fazer de cada pessoa cristã embaixadora e morto em nosso lugar, pagou com o da reconciliação, de modo que ela se sangue de Jesus a nossa dívida para torne mediadora para outras pessoas da declarar paz aos culpados. nova relação com Deus. Ao nos perdoar Dessa forma, Deus oferece o perdão dos pecados ao mundo e reconcilia o mundo consigo, sem imputar às pessoas as suas transgressões. Como devemos viver em resposta a esse perdão? Como não ser uma pessoa graciosa, tendo recebido tamanha graça? Deus nos convida a imitá-lo, a vencer o mal com
do pecado, nos reconciliou com Ele em Cristo, revestindo-nos com a sua justiça, por isso a cruz se torna parte de nós, como também a ressurreição. Saiamos pelo mundo como gente que reconcilia e cria novas amizades para Deus. Que Deus nos conceda sabedoria e discernimento diante da tarefa que Ele nos dá.
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Preparação Ambiente com pequeno altar, pano da cor do tempo litúrgico, cruz, vela, flores e Bíblia aberta. Providenciar uma fita colorida (3cm x 30cm) para cada participante e canetas. Saudação Saúdo vocês em nome do Deus Criador e mantenedor da vida, em nome de Jesus Cristo, que nos serviu com a própria vida, nos reconciliando com Deus, em nome do Espirito Santo, que nos reúne neste lugar. Canto Quando o povo se reúne (LCI 25) Oração Amado Deus! Rendemos graças e louvores por podermos nos reunir neste encontro. Cuidas de nós como um pai amoroso e uma mãe amorosa cuidam dos seus filhos e das suas filhas e nos proteges com mão bondosa. Ensina-nos a exercitar a prática de amor, perdão e reconciliação. Renova, dia após dia, a nossa fé em ti, para que possamos testemunhar o teu Evangelho em palavras e ações de amor. É o que te pedimos em nome do nosso Senhor Jesus. Amém. Leitura e Estudo Fazer a leitura do texto bíblico conjunto (ler na versão ARA e NTLH). Reservar tempo para compartilhar as primeiras impressões. Na sequência, fazer a leitura do Estudo Bíblico e dialogar sobre a temática. Reflexão Qual é a motivação para a pessoa cristã na reconciliação com o próximo? Já se reconciliou com alguém? Que sentimento essa ação gerou em você? O que caracteriza o coração da pessoa cristã: a) vinculado com o próximo em reconciliação? b) mantém inimizade? Dinâmica Entregar um laço de fita para cada participante e disponibilizar canetas. Motivar as pessoas para que cada uma observe o seu laço e, então, escreva nele palavras ou frases, como Em Jesus Cristo, temos um elo, fomos pessoas transformadas de inimigas em amigas de Deus. Motivar à partilha das anotações e amarrar as pontas das fitas umas às outras, formando um círculo. Canto Quão Bondoso Amigo é Cristo (LCI 590) Oração, Benção e Envio