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JOREV LUTERANO JUNHO 2009
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LUTERANO JOREV
JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - JUNHO- Nº 718
Tema: Missão de Deus - Nossa Paixão Lema: Deus ama quem oferta com alegria - 2Coríntios 9.7b
Preservando a vida
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Discipulado de Jesus
Saatkorn und Gebet
Aconselhamento Pastoral
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Editorial
Preservar para não faltar! Preservar o meio ambiente é preservar o planeta. Preservar o planeta é preservar a vida, por isso, a preocupação com a conservação da natureza, que deve ser um pensamento de todos nós, vem se acentuando em função dos sérios problemas causados pela própria ação humana, que chega ao ponto de comprometer os recursos naturais, as condições de vida e, consequentemente, o futuro no planeta caso não sejam tomadas medidas urgentes. Nesse sentido, buscar formas sustentáveis de consumir pode contribuir para um melhor ambiente. A minimização do problema passa por soluções de bom senso. Se não queremos desperdício e tanto lixo, temos que produzir menos e reciclar mais: reduzir, reutilizar e reciclar. Atualmente o chamado desenvolvimento sustentável é o único capaz de propiciar condições de preservar os recursos naturais e as condições de vida saudável para as gerações futuras. Para que isto ocorra, a educação ambiental tem uma importância fundamental porque conscientiza e modifica os
padrões de comportamento do ser humano em relação à natureza. Preservar a natureza significa contribuir com cada atitude que tomamos em nossa rotina pensando não somente em preservar, mas em não prejudicar mais ainda o meio ambiente.
A Comunidade de Santo Amaro, por meio do Instituto Práxis, atua concretamente na preservação de uma área de 40 mil metros quadrados junto à Represa Billings na zona sul de São Paulo. Trata-se um dos mais importantes reservatórios de água para a população da Grande São Paulo. No entanto, nas
últimas décadas ocorreu a migração de quase um milhão de pessoas para os mananciais, causando um dano irreversível, que culminará numa crise de abastecimento de água nas próximas décadas. A Comunidade Luterana em parceria com a Associação Cristã de Ensino e a Associação dos Cemitérios Protestantes vêm mantendo esta área nos últimos anos. As ações visam a preservar a mata ciliar e promover ações com a população local, Grajaú, um dos bairros mais pobres e violentos de São Paulo. Uma equipe médica, terapeutas comunitárias, projetos de geração de renda além das ações de lazer e educação ambiental já ocorrem no local. Desta forma, numa ação integrada, com diferentes profissionais, conjugado a um esforço ecumênico concreto, a Igreja Luterana dá o seu testemunho de preservação da natureza e promoção do ser humano que vive em condições de degradação contínua da sua própria vida, fazendo com que os membros luteranos sintam-se envolvidos e participantes desta ação tão importante para a cidade e para o planeta.
CARTAS Jorev
Luterano IECLB Jornal da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil www.luteranos.com.br PASTOR PRESIDENTE P. DR. WALTER ALTMANN SECRETÁRIO GERAL P. DR. NESTOR FRIEDRICH JORNALISTA LETÍCIA MONTANET-REG. PROF.: 10925
Parabéns Que grande alegria navegar pelo site do Jorev: as cores, a arte, tudo escolhido com muito cuidado e carinho. Os links são fáceis e nos permitem acesso rápido ao que estamos procurando. Consultar as edições anteriores e pesquisar materiais ficou muito mais fácil. Parabéns a toda a família do Jorev. Um abraço e bom trabalho, Pa. Vera Regina Waskow por e-mail
COMERCIAL JUCIANE WILSMANN CARTAS - SUGESTÕES DE PAUTA ARTIGOS - ANÚNCIOS FAMILIARES E ANÚNCIOS COMERCIAIS RUA SENHOR DOS PASSOS, 202/4 90.020-180 - PORTO ALEGRE/RS FONE: (51) 3284.5400 FAX: (51) 3284.5419 E-MAIL: jorevluterano@jorevluterano.com.br www.jorevluterano.com.br ASSINATURA ANUAL - 11 EDIÇÕES R$ 20,00
_______________________________________ Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
Entusiasmo Espero que tudo esteja muito bem com vocês. O Jornal Evangélico Luterano está ótimo! Tenho lido os depoimentos nas colunas várias do Jorev e, quando existe algo referente a uma mulher com um perfil atualizado no pensamento e na realidade das luteranas, fico muito entusiasmada. Foi o que aconteceu quando li a entrevista da Silvania Maria de Holanda, Editoria Gente Luterana de abril, sob o título Comunicar e Capacitar. Abraços, Ieda Radünz por e-mail
Este espaço é seu A sua opinião é fundamental no nosso trabalho. Conhecer as suas preferências, ouvir as suas dicas de pauta, as suas sugestões para o jornal e os seus comentários sobre as nossas matérias é muito importante para que possamos sempre oferecer um Jorev melhor para você. Faça o seu Jorev Luterano. Escreva para nós e participe! Estamos esperando o seu contato! Rua Senhor dos Passos, 202/4º 90.020-180 – Porto Alegre/RS ou jorevluterano@jorevluterano.com.br
Indicadores Financeiros UPM Maio/2009 = 2,4785 Índice Abril/2009 = 0,39% Acumulado do ano = 1,85%
Capa - Represa Billings, localizada na zona sul de São Paulo, área de 40 mil m² preservada pela Comunidade de Santo Amaro, por meio do Instituto Práxis. Leia matéria especial na Editoria Fé Luterana (página 11)
Diário da redação
Quando - Sábado, 6 de junho Onde - no Instituto de Educação Ivoti/RS Público-alvo - Comunidades, jovens, Obreiros e demais interessados no tema Objetivo - Fortalecer a discussão sobre o trabalho com jovens no Sínodo Nordeste Gaúcho Estrutura - Painel/Debate - Celebrações - Apresentações artísticas - Oficinas - Plenária com a reação das oficinas - Documento Final - Encerramento com Culto Jovem Interatividade Foi criado um blog (http:// forumdajuventude2009.blogspot.com) com o objetivo de postar notícias e informações sobre a preparação e organização do Fórum, proporcionando um espaço virtual de interatividade. Além disso, foi criada uma comunidade no Orkut (http://www. orkut.com.br/Main#Community. aspx?cmm=85741069 &refresh=1) e um e-mail de acesso direto (forumdajuventudeng@gmail.com) para tirar dúvidas e buscar mais informações com a comissão organizadora. Companhia Premiada Nesta quarta edição do sorteio, os assinantes do Jorev receberão CDs da coleção Reavivar o Canto nas Comunidades contendo belas músicas da nossa Igreja e as assinantes receberão lindas bolsas personalizadas do Jorev. 1. Adolpho Gluck – Foz do Iguaçu/PR 2. Antônio A. Vieira – São Luís/MA 3. Célia W. Zenker – Cerro Grande do Sul/RS 4. Dagmar S. Schmidt – Sobradinho/DF 5. Enio Gewehr – Água Boa/MT 6. Herta E. Prante – Porto Alegre/RS 7. Ingrid Tolle – Campinas/SP 8. Ivone Radke – Feliz/RS 9. Mario Anders – Montenegro/RS 10. Milton Fritschi – Aratiba/RS 11. Oscar Becker – Taquara/RS 12. P. Afonso A. Weimer – Medianeira/ PR 13. Rosalina Berger – Cariacica/ES 14. Telmo Scheinplug – Santa Maria/RS 15. Werner Happke – Panambi/RS Renove a sua assinatura e receba prêmios, pois, para nós, a sua companhia sempre será premiada!
JOREV LUTERANO JUNHO 2009
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Curtas
Reforma do Lar Recanto do Sossego A reforma e ampliação do ancionato Lar Recanto do Sossego, fundado há 73 anos e localizado em Braço do Trombudo/SC, avançam mais uma etapa rumo à sua concretização. Idealizado em 2005, o projeto prevê a reforma da enfermaria e do prédio de administração, além da construção de quatro novos blocos e um refeitório. Padaria e lavanderia já são etapas concluídas. Após a finalização da obra, programada para dezembro de 2015, o Lar terá capacidade para acolher 60 idosos nos apartamentos e mais 30 na enfermaria.
Em reunião realizada no dia 3 de março, representantes da Conferência de Obreiros do Sínodo Centro-Sul Catarinense entregaram para o Conselho do Lar um cheque de R$ 36.721,00, arrecadados pela campanha Vai-Vem realizada entre as Paróquias do Sínodo, para o auxílio nas despesas. No dia 31 de maio foi lançada a pedra fundamental, que simbolizou o início dos trabalhos. ______.....______ Reencontro e reflexão na OASE No dia 12 de março, as participantes da OASE de Caçador/SC, num total de 39 pessoas, fizeram uma viagem de muita descontração e intercâmbio com a OASE de Santa Cruz do Timbó/SC.
Com a presença dos Pastores dos dois municípios, houve um momento de reflexão com o Tema Missão de Deus Nossa Paixão e o Lema Deus ama quem oferta com alegria. Foi um dia de muita paz, serenidade reflexão, reencontro, descanso e lazer, finalizado com um excelente café colonial. As participantes sentiram o quanto é importante essa troca entre as OASEs, pois nos dias de hoje, tão atribulados, é necessário cuidar para não perder o contato com as pessoas e, principalmente, preservar a harmonia necessária para tocar em frente os afazeres.
Santa Maria inaugura placas A Comunidade de Santa Maria, às vésperas de completar seus 143 anos de fundação, que ocorreu em 8 de abril de 1866, inaugurou no dia 5 de abril, após culto dominical, duas placas em bronze localizadas no interior da Igreja, o mais antigo templo em atividade em Santa Maria. Uma das placas faz homenagem aos fundadores da Comunidade, na época chamada Deutsche Evangelische Gemeinde, e a outra aos integrantes da comissão de construção do templo, inaugurado em 14 de dezembro de 1873.
A pesquisa aprofundada sobre as datas e os nomes destes antepassados, bem como o projeto das placas com reconstituição das logomarcas dos períodos, foram realizados junto ao Arquivo Histórico da IECLB e pessoas descendentes dos fundadores, que forneceram seus documentos pessoais.
Semana de Oração 2009 O tema desta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (24 a 31 de maio) inspirou-se no capítulo 37 do profeta Ezequiel Unidos na tua mão (37.17). Este gesto profético de aproximar dois feixes de madeira é a imagem da reunificação dos reinos do Norte e do Sul: Aproxima os dois feixes de madeira, de modo a que formem uma vara só e fiquem unidos na tua mão (Ez 37.17). Como cristãos, entrevemos nesta profecia uma prefiguração da vida nova que Cristo nos oferece. Unindo os dois pedaços da Cruz, Jesus reconcilia-nos com Deus e a Humanidade enche-se de uma nova esperança. Apesar das divisões, Jesus Cristo – com os braços abertos na Cruz – abraça toda a criação e dá-nos a Paz de Deus. A Semana de Oração é um convite a orar juntos pela unidade, um processo de educação das comunidades no caminho da reconciliação, para transformar as nossas relações humanas conforme o Evangelho. ______.....______
______.....______ Instalação em Porto União A Paróquia Vale do Iguaçu, em Porto União/SC, celebrou no dia 19 de abril o culto de instalação do Pastor Mauri Perkowski em ato realizado pelo Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense, P. Manfredo Siegle, e pelos assistentes: Pastor Inácio Lemke, VicePastor Sinodal, e Pastor Roni Balz, Pastor Sinodal da JE.
Marcos 16.12-18 foi a base da pregação do Pastor Mauri, que destacou a necessidade de sermos Comunidade unida onde nos edificamos mutuamente. Embora sejamos diferentes, reunidos em culto, reunidos em nome de Jesus, somos uma só família. Pastor Mauri nasceu em Indaial/SC, mas viveu sua infância e juventude em Corupá/SC. Em 1999, concluiu os estudos na EST, em São Leopoldo/RS. Atuou na Paróquia de Três Passos/RS e Erval Seco/RS. Casado com Claurete Saueressig, também Pastora e que continua seus trabalhos em Erval Seco, o casal tem um filho, Tobias, de 6 anos.
Paixão em Manaus “Vivemos numa sociedade em que o povo está sedento de amor, de alguém que lhes mostre um caminho, alguém que sinta paixão pelo que faz e o que diz”, afirma a Catequista Traudi Kraemer, que deu início a um belo trabalho na Comunidade de Manaus/AM, hoje administrado por algumas pessoas especiais que se dedicam dando continuidade à missão.
Foram realizadas muitas atividades para auxiliar crianças, jovens e adolescentes a saírem das ruas em meio às drogas e à prostituição. Uma delas foi encontrar Professores de Karatê que treinassem e auxiliassem os jovens a direcionar a energia para o esporte, o estudo e a vida em família, Comunidade e sociedade, um ajudando ao outro. Com menos de um ano de treinamento, cinco destes jovens e adolescentes participaram do 1º Campeonato Manauara de Karatê e com muita garra, conquistaram três medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze. Que Deus os abençoe e lhes dê sempre forças para lutar contra os desafios que aparecem na vida.
Sobe Exercer a ‘cidadania’ de preservar o meio ambiente e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo
Desce A degradação da natureza com diversas práticas de poluição e desperdício de recursos
Ofertas Nacionais 7 de junho 1º Domingo após Pentecostes – Domingo da Trindade Projeto Missionário no Brasil – Missão Zero Em 2009, a Missão Zero completará 20 anos compartilhando o Evangelho de maneira integral além das fronteiras geográficas, étnicas e sociais. Vamos celebrar estes 20 anos! Celebrar a fidelidade de Deus. Celebrar o seu envolvimento. Celebrar as vidas que foram tocadas pelo Evangelho e que fazem parte da Igreja de Cristo. 28 de junho 4º Domingo após Pentecostes Plano de Formação Cristã Contínua Na vivência diária do Batismo, experimentamos quão boa, perfeita e agradável é a vontade de Deus. A Educação Cristã faz parte dessa experiência, pois ela fundamenta-se no Batismo e acontece ao longo de toda a vida. Pela Educação Cristã, cada membro é preparado para o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo no mundo. 19 de junho 7º Domingo após Pentecostes Bolsas de Incentivo para estudantes de Teologia As Comunidades da IECLB apóiam estudantes dos quatro Ministérios com ordenação (Diaconia, Educação Cristã, Missão e Pastorado) que não têm condições de custear os seus estudos por conta própria, mesmo recorrendo a financiamentos. Para dar esse apoio, a IECLB instituiu a Bolsa de Incentivo: a parcela dos créditos pagos pela Igreja com recursos que provêm de doações da Igreja da Alemanha, do orçamento central da IECLB e das duas ofertas anuais.
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Atualidade
A representação dos Sínodos no Conselho da Igreja ja, Miltom José de Oliveira para o cargo de Coordenador do PAMI, função que exercerá em tempo parcial. Também aprovaram a prestação de contas apresentada pela Secretaria Geral referente ao A responsabilidade do CI é deliberar e fiscalizar, exercendo o controle das atividades administrativas da IECLB ano de 2008, Representando os membros dos projetos missionários, diaconais e de que foi publicada no Boletim Inforseus Sínodos, os 18 representantes formação, assuntos relativos às mativo nº 198 e levada ao conhesinodais no Conselho da Igreja (CI) Paróquias e aos Obreiros e que não cimento, via e-mail, de todos os Preaprovaram e deram encaminha- estão regulamentados. O Secretário sidentes Paroquiais e Sinodais, mento, em março último, a assuntos Geral integra o Conselho da Igreja Obreiros e Conselheiros. de âmbito nacional da IECLB. Esses com direito a voz. Com as diretrizes do PAMI, mais assuntos chegam ao Conselho da O Conselho da Igreja reúne-se, em duas regulamentações com repercusIgreja de diversas formas, sempre média, três vezes ao ano e a sua sões para toda a IECLB entram em acompanhados de pareceres dos responsabilidade é deliberar e fisca- vigor com a publicação no Boletim respectivos Sínodos quando se trata lizar, atuando em caráter supletivo Informativo nº 198. A primeira regude questão da sua esfera de ação, como ao Concílio, exercendo o controle das lamenta a concessão, sustação e projetos, pedidos de auxílio e can- atividades administrativas da IECLB revogação do Certificado de Habilididatos que ingressam no Ministério e decidindo sobre conflitos de caráter tação ao Ministério, documento funcom ordenação. normativo. Assim como as demais damental para o exercício do MinisAssuntos relativos à confes- instâncias que formam a IECLB, o CI tério na IECLB. Este regulamento sionalidade e à unidade da IECLB são está sujeito ao que determinam a também estabelece as condições para trazidos pela Presidência, que Constituição, o Regimento Interno e o restabelecimento do Certificado e o participa do Conselho da Igreja com as demais normas em vigor. retorno de licenças do Ministério, como direito a voz. Questões do âmbito Na reunião de março, os represen- a por motivo particular, para estudo, administrativo ou são apresentadas tantes sinodais no Conselho da Igreja para candidatura ou exercício de cargo diretamente ao Conselho da Igreja ou aprovaram as diretrizes de imple- público e para proteção à saúde. A recebem parecer prévio da Secretaria mentação do Plano de Ação Missio- segunda regulamenta o ingresso de Geral, como diretrizes e regulamen- nária da IECLB-PAMI e nomearam, Obreiros no período de disponibilitações nacionais, pedidos de auxílio, por proposta da Presidência da Igre- dade.
Conselho da Igreja atual Membros votantes Sínodo da Amazônia - Valtencir Kaiser Sínodo Brasil Central - Ricardo Dalla Barba Sínodo Centro-Campanha-Sul - P. Bruno A. Bublitz Sínodo Centro-Sul Catarinense - Milton Laske Sínodo Espírito Santo a Belém - P. Joaninho Borchardt Sínodo Mato Grosso - Leonel C. Gomes Pinto Sínodo Nordeste Gaúcho - Eleo A. Stein Sínodo Noroeste Rio-grandense - Édio E. Trentini Sínodo Norte Catarinense - Rolf Köhntopp Sínodo Paranapanema - P. Ari C. de Lima Sínodo Planalto Rio-grandense Waldemar Heldwein Sínodo Rio dos Sinos - P. Douglas Wehmuth Sínodo Rio Paraná - P. Lauro Fleck Sínodo Sudeste - Willy Quandt Síndo Sul-Rio-grandense - Ronaldo Tessmann Sínodo Uruguai - P. Ervin Barg Sínodo Vale do Itajaí - Alidor Pieritz Silo Vale do Taquari - Otávio Schüler Membros não votantes Presidente do Concílio - Íris Pedrotti Pastor Presidente - P. Dr. Walter Altmann Pastor 1º Vice-Presidente - P. Homero S. Pinto Pastor 2º Vice-Presidente - P. Carlos A. Möller Secretário Geral - P. Dr. Nestor P. Friedrich Diretoria do Conselho da Igreja Presidente - Milton Laske Vice-Presidente - Otávio Schüler 1º Secretário - P. Joaninho Borchardt 2º Secretário - Ricardo Dalla Barba
Exposição do Mal Num pequeno povoado de um país vizinho nosso, os animais morriam e as plantas secavam. Assim, o mal deixava o seu rastro de morte por todos os lados, assuntando as pessoas. Diante de tanta desolação, voltou a crença de que as desgraças eram resultado da atuação dos pequenos diabos. Então, como lidar com eles, que impediam as pessoas daquele povoado de perceber que estavam sendo vítimas de exploração? Resolveram fazer diabinhos de barro, colocando-os em todos os lugares onde o mal se manifestava visivelmente. Logo, alguém pensou em produzir aquelas imagens para vender. Dizem que o plano foi tão bem-sucedido que havia diabinhos de cerâmica por todos os lados. Inclusive em aviões que voavam para o exterior daquele país. Desta forma, aquele vilarejo espantou o mal ao gerar renda com a produção de diabinhos. Certamente, você está pensando que tudo isto é fantasia. Pode ser! Todavia, tal história poderia ter uma inspiração bíblica. No Antigo Testamento, em Número 21.4-9, é dito que muitas pessoas do povo foram picadas por serpentes abrasadoras no deserto e muitas delas morreram. Era castigo divino pelo fato de que o povo falou contra Deus e
contra Moisés: diante das dificuldades do caminho da liberdade, manifestavam a vontade de voltar para o Egito, onde suas almas se saciaram com o pão vil. Contudo, depois da confissão de pecados, o povo pede que as serpentes sejam tiradas do seu meio, mas Deus não os atende desta forma. O Senhor pede que Moisés faça uma serpente de bronze e a hasteie. Assim, todo aquele que fora picado por uma serpente, ao mirar a de bronze, fora curado. Estas duas histórias não ignoram o que Jesus
O mal precisa ser desprivatizado ensinou em sua oração: livra-nos do mal. De fato, não temos forças em nós para superar o mal. Pedimos pelo poder de Deus. Este pedido pode se expressar em algo bem concreto. O mal precisa se tornar visível, bem concreto. Em outras palavras, ele precisa ser exposto em um lugar público no qual todos possam vê-lo. Por quê? Porque o contrário também geralmente é verdadeiro: quem por ele é picado tende a escondê-lo e se esconder dos outros, sofrendo privadamente. A exposição contínua dos abusos e a violência
sexual imposta às mulheres e às crianças, por partes dos homens da casa, parece ser uma crueldade nova. O que há de novo é o fato de que não é mais tão fácil esconder tais violências. É o princípio da cura do violentador e das pessoas violentadas. O mal precisa ser desprivatizado. Para que isto se efetive, sigamos o conselho do Senhor a Moisés, esculpindo em bronze todas as formas de maldades feitas às escondidas, colocando-as nas praças ao lado dos monumentos dos heróis da pátria. Eles precisam ver que história maldosa ajudaram a construir. Também os presídios deveriam estar no centro das cidades, ao lado da igreja, do banco, da Prefeitura e de outros poderes. Precisamos ver o que fazemos ou deixamos de fazer para que tantos necessitem ser tolhidos da liberdade. A petição livra-nos do mal e a exposição das maldades publicamente atualizam o Jesus crucificado sobre um monte, que assumiu os males nossos e de todo o mundo. P. Dr. Oneide Bobsin Pastor da IECLB e Reitor da Faculdades EST
Presidência
JOREV LUTERANO JUNHO 2009
Schlieper: lembrança e gratidão A 30 de maio de 1909, em Taquara/ RS, nascia Ernesto Theóphilo Schlieper, que viria a ser de extraordinária importância na história da IECLB. Foi o primeiro aluno do antigo Instituto PréTeológico, em Cachoeira do Sul/RS e posteriormente transferido para São Leopoldo/RS. A partir de 1927, estudou na Alemanha, inclusive nas Universidades de Marburgo, Bonn e Tübingen. Foi aluno do renomado Teólogo Karl Barth, de quem colheu a convicção de que a Igreja não pode ter nenhuma outra autoridade que não seja a Palavra de Deus. Ligou-se à Igreja Confessante na Alemanha, de resistência aos chamados ‘cristãos alemães’, que apoiavam Hitler. Regressou ao Brasil em 1936 e atuou como Pastor até 1960 no Rio Grande do Sul, nas Comunidades de Montenegro, Candelária e Porto Alegre (na Paróquia da Paz), e na Comunidade do Rio de Janeiro. De 1960 a 1966, foi Reitor da Faculdade de Teologia de São Leopoldo. De 1946 a 1956, foi Vice-Presidente (Präses) do Sínodo Riograndense e de
1956, após a morte do Presidente Dohms, foi Presidente da Federação Sinodal e sucessivamente re-eleito Pastor Presidente desta Federação, além de também eleito primeiro Pastor Presidente da IECLB na configuração adotada em 1968, tendo exercido o cargo até a sua morte, em 31 de outubro de 1969.
P. Schlieper teve importância e influência decisivas para a IECLB Teve importância e influência decisivas para a IECLB pelo menos nas seguintes áreas: - na passagem de uma Igreja que ligava germanidade e fé evangélica para uma Igreja conscientemente voltada para a realidade brasileira; - ao lado de Dohms e influindo na virada teológica deste no após-II Guerra Mundial, na constituição da Federação Sinodal, em 1949, e definição de suas bases teológicas;
- no processo de fortalecimento da IECLB, culminando com uma estrutura de abrangência nacional, com uma sede e divisão em regiões eclesiásticas; - no desenvolvimento da formação teológica e solidificação da Faculdade de Teologia de São Leopoldo; - no decidido compromisso ecumênico, com atuação, entre outros, na Confederação Evangélica do Brasil, na Federação Luterana Mundial e no Conselho Mundial de Igrejas; - na abertura para questões sociais e ênfase na atuação diaconal da Igreja. Embora haja estudos e publicações menores, a IECLB carece ainda de uma tese de doutorado ou obra de historiador que faça pleno jus à vida, pensamento e obra de Ernesto Schlieper. Aqui, registramos a lembrança e a gratidão da IECLB.
Walter Altmann Pastor Presidente da IECLB
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AGENDA DA PRESIDÊNCIA JUNHO 2-4/6 Diretoria – CMI Genebra/Suiça P. Walter Altmann 6/6 Conselho Sinodal Sínodo Noroeste Rio-grandense Dona Otília, Roque Gonzales/RS P. Walter Altmann 11-12/6 Conselho Sinodal Sínodo Mato Grosso Chapada dos Guimarães/MT P. Walter Altmann 13-14/6 Conselho Sinodal Sínodo Brasil Central Luisiânia/GO P. Walter Altmann 20/6 Conselho Sinodal Sínodo Rio Paraná Cascavel/PR P. Walter Altmann 27/6 Conselho Sinodal Sínodo Nordeste Gaúcho IEI - Ivoti/RS P. Walter Altmann
IECLB participa do Fórum Econômico Mundial “Há décadas, as igrejas têm advertido que os sistemas financeiro e econômico devem estar a serviço do ser humano e da satisfação das suas necessidades básicas e não a serviço de si mesmo e de interesses concentradores de renda”, disse o Pastor Presidente da IECLB e Moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), P. Dr. Walter Altmann, em participação no Fórum Econômico Mundial da América Latina. “Se, perante a situação atual, os agentes econômicos agora ficaram mais receptivos a considerações éticas e preocupações sociais, não devem perder esse enfoque de vista quando o pior da crise estiver superado”, completou. O Fórum Econômico Mundial da América Latina, que integra o calendário do Fórum Econômico Mundial de Davos, foi realizado este ano no Rio de Janeiro/RJ. Durante dois dias, 15 e
16 de abril, mais de 500 lideranças empresariais da América Latina e representantes de governos analisaram como a região está reagindo à crise econômica internacional. Os debates aconteceram em torno de cinco eixos: Respondendo de Forma Proativa à
Desaceleração Econômica, Construindo Relações entre Regiões, Integração para Construir um Futuro Melhor, Políticas Públicas para Crescimento Sustentável e Desafios e Oportunidades para um Ciclo de Desenvolvimento Verde. P. Altmann, participou, como convidado, da abertura, quando discursaram o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e, logo em seguida, do painel no qual Frei Betto salientou a discrepância entre um modelo econômico neoliberal que beneficiou 20% da população mundial, enquanto o restante se encontra na pobreza ou miséria. Além de participar do programa geral, o Pastor Presidente junto com Frei Betto e outras lideranças religiosas foram recebidos e conversaram com Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial.
Jovem da IECLB integra grupo assessor do CMI Diálogo inter-religioso Ciente da importância de discutir as repercussões da atual crise, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) criou um grupo assessor para assuntos econômicos. Thomas Kang, natural de Porto Alegre/RS, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestrando em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), foi indicado pela IECLB e convidado pelo CMI a participar do grupo. “Como economista interessado nas relações entre ética, economia e desenvolvimento humano, estou muito agradecido pela indicação”, afirmou Thomas. “Acredito que a discussão será fundamental para chegarmos a um documento que, de fato, represente a
posição das igrejas frente a questões levantadas pela crise. As igrejas não devem fazer recomendações específicas para combater a crise, mas não podem se calar, uma vez que os maiores atingidos serão os mais pobres. É necessário, portanto, expressar um ponto de vista a partir da ética cristã”, avaliou. Thomas Kang, que foi ‘criado na Comunidade Evangélica de Porto Alegre’, participou da Juventude Evangélica por oito anos e atualmente frequenta a Paróquia São Paulo–Centro. Seu envolvimento com o CMI começou com a 9ª Assembléia, realizada em Porto Alegre/RS, em 2006, na qual trabalhou como jovem steward, uma experiência muito rica. Sobre o trabalho do grupo recentemente criado, Thomas afirmou “Oro a Deus para que sejamos guiados por Ele nessa hora, para que as igrejas possam fazer alguma diferença, transformando ensinamentos em ações concretas”.
Estimular a criação de grupos de diálogo inter-religioso, com o objetivo de se conhecerem mutuamente, quebrar barreiras de preconceito e medo, buscando um clima de respeito e confiança mútuos e de solidariedade é uma das recomendações que constam em documento assinado pelo Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann, sobre ‘Diretrizes teológico-pastorais
para atos e diálogos interreligiosos’. Elaborado pelo Grupo Assessor para Ecumenismo, o documento, que destaca que a IECLB é de ‘natureza ecumênica’, incentiva tal participação especialmente quando os even-tos forem expressão de um objetivo comum (paz, justiça, reconciliação e integridade da Criação). Celebrações desse caráter, diz o documento da IECLB, não deveriam ser um evento isolado, mas fruto de um processo de preparação e de diálogo continuado, no qual se trabalham medos, desconfianças e preconceitos e se facilita o conhecimento mútuo.
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Ministério
Sonhando e construindo juntos a vida comunitária Em que momento descobriu a vocação para ser Pastor? Não houve ‘um momento’ específico de descoberta vocacional. Esta foi crescendo na vida comunitária e familiar, desde o Culto Infantil, o Ensino Confirmatório, nos estudos bíblicos (muito obrigado ao meu irmão Claudiomir Selner), nos Cultos, e, sobretudo, na experiência de liderança na Juventude Evangélica.
Renato Creutzberg, 37 anos, natural de Blumenau/SC, casado com Patricia e pai de Martin e Heloise, é Pastor na Paróquia Cristo Bom Pastor, em Joinville/SC, no Sínodo Norte Catarinense A fé se processa de que maneira na sua vida? Fé é um relacionamento pessoal com Deus. Não temos condições humanas de ‘compreender ’ Deus, somente ‘perceber ’ Deus, e isto acontece de infinitas formas. Podemos perceber Deus nas pequenas e nas grandes coisas da criação, nos relacionamentos interpessoais, na Sagrada Escritura e na oração. Diria que a fé é um acontecimento divino que vai sendo experimentado e vivenciado, de dentro para fora, ‘do coração para a boca e os braços’.
Como foram os seus estudos e o início no pastorado? Ir à Faculdade de Teologia, em São Leopoldo/RS, foi desafiador. Foram cinco anos e meio de aprendizado e descobertas dentro e fora das salas de aula. Terminado o PPHM, realizado em Vila Pavão/ES, fui enviado para Brusque/SC. Em 2006, fui instalado na Paróquia Cristo Bom Pastor, em Joinville, onde já estou há pouco mais de três anos. Hoje, com quase doze anos de Ministério, o sentimento é de gratidão e melhor capacitação. Na Paróquia Cristo Bom Pastor, quais são as atividades? Culto Infantil, Ensino Confirmatório, Juventude Evangélica, OASE tradicional e OASE alternativa, Grupos de Casais, Coral, Grupo Reviver (idosos), Grupo Ternura (trabalhos manuais), voluntariado na Diaconia e no Presbitério e os Retiros Comunitários e de Integração. Além do modelo de Comunidade em grupos, cresce o modelo de Comunidade de multiformidade celebrativa, em que
O Pastorado
celebrações com diferentes formatos litúrgicos vêm ao encontro da pluralidade urbana de Joinville: Culto de Tomé, Culto de Oração, Culto com Unção, Culto Jovem, de Recordação do Batismo e Culto Cantate. Algum projeto especial nesta Paróquia? Recentemente, iniciamos um ousado Planejamento Estratégico, de onde surgiram diversas ‘comissões’ que abraçarão objetivos específicos, relacionados aos diferentes aspectos da vida comunitária: liturgia, diaconia, evangelização, comunhão e administração. É uma bênção ‘sonhar’ juntos e construir juntos a vida comunitária, de forma livre e alegre, como testemunho de fé. Quais são os desafios de ser IECLB na região? Um dos constantes desafios é a crescente pluralidade religiosa. Por um lado, esta nos faz refletir sob o foco: o que as pessoas pós-modernas e urbanas buscam? A motivação é existencial coletiva ou individualista? Evidencia-se a complexidade religiosa humana. Não obstante, as circunstâncias nos animam a um olhar autocrítico e, não por último, a uma reafirmação confessional contextualizada. Numa Igreja que vive a liberdade de estar ‘sempre em reforma’, os desafios ajudam a distinguir entre o central e o periférico da vida comunitária. Assim, os desafios tornam-se oportunidades que desencadeiam, por exemplo, um Planejamento Estratégico.
Para definir o que é ser Pastor, faço minhas as palavras de Martim Lutero em seu Lutherlexicon ‘A função de pregar o Evangelho é a mais nobre de todas as funções, pois ela é verdadeira função apostólica e torna-se base para todas as demais funções que nascem a partir dela. [...] Um pregador cristão é um servo muito especial de Deus, é um anjo de Deus, [...] não há tesouro e coisa mais nobre neste mundo e nesta vida do que um fiel pastor e pregador’. Como servo de Deus, o Pastor não pode assumir somente a postura litúrgica (pregação e sacramentos). São intrínsecas as posturas de ‘cura d’almas’, orientador espiritual, companheiro de caminhada e capacitador de lideranças. As dificuldades do Ministério são sintomáticas dos nossos limites humanos. No entanto, hoje já há maior tomada de consciência da ‘solidão’ pessoal dos Obreiros. Estamos aprendendo a ‘cuidar do cuidador’. Em contrapartida, as alegrias são muitas! A solidariedade e a espiritualidade são refrigério para a caminhada do Obreiro. Quando passamos do ‘ativismo’ para a vivência da Graça, passamos a servir com liberdade e alegria, como irmãos de caminhada. Nesse sentido, sinto que estou realizado na minha vocação, mas não ‘realizado’ por ‘concluído’ ou ‘acomodado’. Pela graça de Deus, a caminhada abre novos horizontes! Realizamo-nos a cada dia, diante de novos desafios e possibilidades que Deus nos apresenta, de acordo com a sua vontade. Importante é caminhar, sob a Graça de Deus, como instrumento de Deus no mundo.
Frutificando conceitos O Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, abrigou a VII REATECH – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade de Pessoas com Deficiência, realizada de 2 a 5 de abril sob o tema central Frutificando Conceitos. O objetivo da feira é contribuir e oferecer às pessoas com deficiência, seus familiares e profissionais, as tecnologias, soluções, serviços, equipamentos e terapias que melhoram as condições e a qualidade de vida das pessoas que têm alguma deficiência, além de promover o encontro de pessoas e dar visibilidade e notoriedade para a pessoa com deficiência. Circularam pela feira milhares de pessoas com deficiência, familiares e profissionais na área da Inclusão, Reabilitação e Acessibilidade. A IECLB esteve presente representada pela Coordenadora do Programa Diaconia Inclusão, da Coordenação de Diaconia, Sharlene Leber, que também circulou nos corredores da feira estabelecendo contatos e
nal de Educação Inclusiva, Seminário de Tecnologias, Reabilitação e Inclusão, Seminário sobre Síndrome de Down e outras oportunidade de palestras. A partir desta participação, a IECLB reforça mais uma vez o seu compromisso pela inclusão de pessoas com deficiência com a busca e atualização de informações e contatos que fortalecem o serviço que a Igreja promove nesta área. Na ocasião, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência divulgou o lançamento da Campanha da Acessibilidade, que tem como objetivo sensibilizar e mobilizar a sociedade em relação ao respeito às diferenças e aos direitos fundamentais de todos. Maiores informações estão no site http://acessibilidade.sigaessaideia.org.br. buscando informação sobre todas as questões que envolvem a inclusão de pessoas com deficiência. Paralelamente à feira, foi oferecida uma oportunidade de capacitação, por meio do Seminário Internacio-
Sharlene Leber Programa Diaconia Inclusão Secretaria da Ação Comunitária Secretaria Geral da IECLB
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Presbitério
Testemunhando o amor de Deus na família e na sociedade Qual é a sua trajetória na IECLB? Sou luterano de berço. Na infância, o Culto Infantil e a leitura de histórias da Bíblia para crianças, em língua alemã, foram a semente lançada. Mais tarde, após o casamento e a transferência para Jaraguá do Sul, ingressei no Presbitério e também no trabalho com grupos de Casais, Estudos Bíblicos e Orientador de Culto Infantil. Já fui Presidente de Paróquia, Tesoureiro e Presidente de União Paroquial, Tesoureiro Distrital, membro do Conselho da Igreja pelo Sínodo Norte Catarinense e membro do Conselho Sinodal, entre outros cargos. Atualmente, sou Presidente da Paróquia Apóstolo Pedro, membro e Tesoureiro do Conselho Sinodal. Enfim, família, casamento, profissão e envolvimento com a Igreja sempre andaram lado a lado nos 31 anos de vida matrimonial. Na Comunidade/Paróquia e no Sínodo, quais são as suas atividades? Na Comunidade/Paróquia, estou envolvido praticamente todos os dias da semana, seja na administração da Paróquia, participação em Grupo de Oração, Grupo de Casais, Curso do Casamento e Discipulado. No Sínodo, acompanho o trabalho da Tesouraria com frequentes idas à Secretaria Sinodal, em Joinville/SC, e, juntamente com o Presidente do Conselho, trabalho na resolução dos problemas administrativos.
bléia Sinodal das receitas obtidas e gastos efetuados bem como sugerir investimentos cada vez mais fortes em missão. Como representante da Paróquia no Conselho Sinodal, quais são as suas atribuições? Como representante no Conselho, fui eleito Tesoureiro da Diretoria do Sínodo, atividade que exige um pouco mais de presença e tarefas administrativas específicas da função. Como princípio, procuro trabalhar para que a ‘estrutura’ esteja a serviço da ‘base’ e não o contrário, pois estrutura sempre é boa quando serve. O Sínodo não tem sentido em si mesmo, somente quando está a serviço da proclamação do Evangelho. Ivo Oechsler, 50 anos, nascido em Massaranduba/SC, bancário aposentado, casado com Laurinda, é pai de três filhas: Elizabeth, Alessandra e Mariane. Na IECLB, é membro na Comunidade com funções paroquiais Apóstolo Pedro Jaraguá do Sul – Centro, no Sínodo Norte Catarinense, da qual é Presidente, além de Tesoureiro do Conselho Sinodal Quais são as responsabilidade de ser Tesoureiro do Sínodo? Administrar responsavelmente, juntamente com o Presidente, os recursos do Sínodo de acordo com as diretrizes da IECLB, animar as Comunidades e Paróquias a zelar pelo cumprimento das normas da IECLB quanto ao recolhimento correto da contribuição e prestar contas ao Conselho e à Assem-
Existe uma motivação especial para ser Presbítero? Simplesmente servir. Aprendi a amar a minha Igreja, por isso não posso me omitir quando sou chamado. O amor é feito de ação e participação. A fé se processa na certeza do amor de Deus por nós através do Seu Filho, Jesus Cristo. Aceitos e amados por este Deus, somos capacitados a viver esse amor no relacionamento pessoal com Deus (oração, palavra e comunhão), testemunhando na família e na sociedade. Nesse sentido, ser Presbítero é estar comprometido com o Senhor da Igreja, com o serviço e, acima de tudo, disposto a abrir mão de coisas que o ‘mundo’ valoriza muito. O Presbítero é aquele que aceitou de fato o discipulado de Jesus.
O Livro do Casamento O Curso do Casamento, nosso projeto na área para casais, nasceu pelo contato que tive com ‘O Livro do Casamento’, de autoria do casal Nicky & Sila Lee, traduzido e editado pela Encontro Publicações, que aborda como tema principal ‘Como construir um relacionamento para a vida toda’, além de assuntos específicos, e ainda traz dois cadernos com resumos e exercícios práticos para os participantes. Em 2008, realizamos um protótipo com apoio do P. Jairo Menezes dos Santos, de Mafra-Rio Negro, com participação de 12 casais. A intenção não é ‘salvar’ casamentos quebrados, mas principalmente fortalecer o relacionamento do casal. As principais temáticas tratadas são: Construindo alicerces sólidos, A arte da comunicação, O amor em ação, Resolvendo conflitos, O poder do perdão, Os pais e a família do cônjuge e Sexo bom. Nesta segunda edição, temos 14 casais inscritos, o que é um bom número para trabalhar. Com este curso, primeiramente a Paróquia pretende ajudar a diminuir as estatísticas que apontam para um número crescente de separações. Fortalecendo a família, ganham a Igreja e a sociedade como um todo. Em segundo lugar, o casamento é um projeto de Deus, por isso a Igreja deve lutar com todas as forças para preservar a instituição do casamento conforme os princípios fundamentados na Sagrada Escritura. A Igreja deve ser um lugar terapêutico para que a família possa encontrar amparo quando necessita de orientação.
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UNIDADE
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Mulheres
A fé como companheira e a amizade como alicerce
Irene Álvares, 63 anos, natural de Santo André/SP, Psicóloga, é casada com Tarcio Álvares e mãe de Patrícia. Na IECLB, é Presidente da Comunidade de Piçarras/SC, Vice-Presidente da Paróquia de Piçarras, Conselheira da Comunidade de Armação/ SC e Tesoureira da Associação Caminhar Juntos, Sínodo Norte Catarinense
Qual é a sua caminhada na IECLB? Sou luterana desde o Batismo. A fé me acompanha o dia todo para solucionar as minhas tarefas e assim consigo passar bem o dia. Penso ser cristã em tudo o que faço e ajudo quem estiver ao meu alcance, tendo assim uma profunda amizade com Deus. Estou morando em Penha desde 2003, onde logo procurei a IECLB e comecei a participar e conhecer as pessoas da região. Atualmente, sou Presidente na Comu-
Quais são as suas frentes de trabalho no Sínodo Norte Catarinense? São voltadas para o trabalho das mulheres da Comunidade, OASE, mas também com as famílias empobrecidas. Com mulheres, é um trabalho ativo no sentido de buscar formação para possibilitar assumir cargos de liderança e também transformar a vida. Nesta área, o desafio é conseguir achar um meio termo para atingir todas as mulheres de diferentes setores que fazem parte da Igreja considerando a grande diversidade cultural e teológica que existe na nossa Comunidade.
transformada a partir do princípio da Comunidade e apontamos para a importância da vida de fé no dia-a-dia, não apenas pela participação esporádica dos cultos.
O fortalecimento na fé só é possível quando compartilhado
No Sínodo Norte Catarinense, qual é a marca das mulheres? A marca das mulheres é a disposição para o serviço em grupo com a OASE e a grande participação no Sínodo, buscando integração, além da preocupação com a questão da vida como um todo. A luta dessas mulheres é para que a Igreja possa andar para frente servindo e testemunhando Jesus Cristo. A participação feminina é muito ativa, principalmente com trabalhos voltados para as próprias Comunidades e a sociedade local. As mulheres ocupam cargos de liderança em todos os âmbitos. Percebe-se que, cada vez mais, as mulheres alcançam o seu espaço e a sua voz dentro do Sínodo.
Existem peculiaridades no trabalho do Sínodo Norte Catarinense? Em nossa Paróquia, existem pessoas de muitos Estados com culturas diferentes. Por este motivo, a OASE busca soluções e sonham todas juntas em ter um espaço de fé e testemunho cristão. Em relação ao Sínodo, percebe-se uma preocupação especial com a missão, principalmente no que diz respeito a ações voltadas para outros Sínodos, além da intensa formação de Presbíteros.
No trabalho junto às mulheres, quais são as prioridades? Incentivar e dar apoio nas soluções A Associação Caminhar Juntos já tirou 100 carianças da rua para os problemas e inComo funciona a Associação tegrar-se na IECLB para o Caminhar Juntos? fortalecimento na fé cristã, Na Associação Caminhar Juntos, que só é possível quando sou Tesoureira/Administrativa. compartilhado em grupo. Trabalho há quatro anos no Projeto, Também capacitar as muNa família, Irene encontra apoio para a sua caminhada de fé hoje Associação Caminhar Juntos, lheres da Comunidade teoancorado à Comunidade de Piçarras. logicamente para que possam dar nidade de Piçarras, Vice-Presidente da Nesta ação, tiramos 100 crianças da respostas nas questões referentes à Paróquia de Piçarras e Conselheira da rua, do Bairro Nossa Senhora da Paz, e participação feminina na Igreja. Além Comunidade de Armação. No ano pashoje as crianças têm aulas de música, disso, proporcionar momentos para sado, fui Vice-Secretária da OASE de canto, percussão vocal, teatro somencontros de mulheres que não Piçarras. Desde 2005, administro as bras, dança de rua, capoeira, futebol, possam participar dos grupos já trafinanças da Associação Caminhar jiu jitsu, xadrez, dominó e leitura, além dicionais da Comunidade. Para motiJuntos e também sou responsável pelas de receberem lanche e uma refeição var essa participação, buscamos exemcompras dos alimentos bem como pelo quente. plos de pessoas que tiveram a vida cardápio diário.
Reinauguração dos sinos em Cruz Alta Com as nossas mãos e com alegria, a OASE em Cruz Alta/RS iniciou a campanha para que os nossos três sinos voltassem a badalar, após tantos anos parados. Faltou-nos coragem no começo. Aí sentimos que muitas senhoras da OASE estavam orando. Uma das coisas que o Espírito Santo nos ensina a respeito da oração no trabalho é reservar tempo para orar.
Então, as senhoras da OASE arregaçaram as mangas e agiram fazendo cucas, pães, massas e três chás por ano com o objetivo de juntar verba para pagar as despesas com os sinos. Contamos também com a ajuda da nossa Igreja por meio de doações espontâneas. Nosso sonho se concretizou no dia 28 de setembro de 2008, no culto da OASE, às 19h30, dia da reinauguração dos sinos, quando voltamos a ouvir o som dos sinos tocando. Foi uma grande emoção!
Na reinauguração, apertaram o botão automático para que os sinos batessem a Presidente da OASE Nair Bender Fleck. O P. José Carlos Cunha Pospichil, Ernesto Saueressig, que acompanhou todo o tempo o trabalho, administrando a construção desta obra, e Loni Voiand, Presidente da Paróquia, também estavam presentes. Agradecemos e rogamos a Deus misericordioso, que derrama as mais ricas bênçãos sobre cada badalada dos sinos. Vivemos sempre um momento histórico que é reflexo das escolhas feitas no passado. De igual modo, as opções que fazemos hoje continuam a obra do Senhor. Os sinos não podiam ficar parados, pois chamam, convidam a Comunidade para entrar na casa do Senhor, anunciando o início dos cultos. Daí a importância dos sinos voltarem a bater. Nair Bender Fleck Presidente da OASE de Cruz Alta/RS
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Fé Luterana
O compromisso com a criação de Deus Em função do Dia da Ecologia (4/6), Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6) e Dia do Agricultor (26/6), vamos abordar o tema ‘O compromisso cristão com a criação de Deus’. Para esta reflexão, convidamos o P. Hermann Wille, com 27 anos de pastorado, Mestre em Ciências da Religião (PUC/SP), atualmente na coordenação da ação pastoral na Comunidade de Santo Amaro, no Programa Comunitário da Reconciliação e na direção do Instituto de Estudos e Práticas Interdisciplinares – PRAXIS, em São Paulo, que atua concretamente na preservação de uma área de 40 mil metros quadrados junto à Represa Billings. Também participa Renato Emilio Holz, Agricultor Familiar Ecológico e Presidente da Paróquia Ascensão de Canguçu e Piratini, em
Remanso, Canguçu/RS. Contribui, ainda, o P. Werner Fuchs, formado na EST, com pós-graduação lato sensu em Bangalore, Índia, Pastor em várias Paróquias da IECLB, ex-docente da EST, Pastor voluntário no Sínodo Paranapanema, Conselheiro suplente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, atual Coordenador do Projeto Mini-Usinas Comunitárias de Óleo Vegetal e autor do livro ‘Colha Óleo Vegetal’. O encerramento fica a cargo do P. Carlos Möller, que, formado na EST, estudou Pedagogia da Religião na Universidade de Hamburg, na Alemanha, especializando-se em Clínica Pastoral, em München, na Alemanha, e atualmente é Pastor Sinodal do Sínodo Brasil Central e Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB.
‘Ehrfurcht’
Administrando a criação
Pastor Hermann Wille
Agricultor familiar ecológico Renato Emilio Holz
A palavra alemã conjuga um misto de reverência e temor. O escritor e poeta alemão Goethe, ao analisar este termo, afirma que o ser humano traz consigo as potencialidades básicas para se colocar na vida e sobreviver. Uma coisa, no entanto, conforme Goethe, o ser humano não traz consigo, a ‘Ehrfurcht’ - esta ele precisa buscar e cultivar. Aí Goethe, geralmente cético com a questão religiosa, confessa ‘Ehrfurcht’ pode ser promovida pela religião. Se ela for capaz de promover isto no ser humano, esta religião será digna e terá o devido respeito por gerações e gerações. Diante da pergunta Como lidar com a criação de Deus, creio que Goethe acaba dando uma resposta. Temos as informações sobre o desmatamento no Brasil. Sabemos a respeito do aquecimento global. Nossa Igreja já trabalha há anos na valorização do pequeno Agricultor e se envolveu na questão das barragens. São ações fundamentais. Temos que seguir em frente, agora, aprofundando o nosso discurso e a nossa prática. É hora de saber que as pequenas ações do dia-a-dia amarram as grandes. O uso responsável dos recursos naturais, a reciclagem, a questão dos defensivos e os transgênicos estão diretamente ligados àquela árvore no jardim da minha casa ou na frente da Igreja. O pior de uma crise ou de uma tragédia é tentar sair dela valendose das mesmas práticas que a ocasionaram. Que em nossa experiência de fé e vida comunitária possamos ensaiar e promover atitudes de profunda reverência e respeito (Ehrfurcht) na e diante da criação de Deus, como pessoas que demonstram, nas grandes e pequenas coisas, a inspiração de uma fé digna que será admirada e respeitada por gerações e gerações! Para refletir, leia o Salmo 24.1
Deus fez a terra e mar e viu que tudo era bom e colocou o ser humano para administrar o que ele havia feito (Gn 1.11-12). Diante desse texto bíblico, questiono-me Será que o ser humano está administrando bem a criação que Deus nos deixou? Creio que não, pois, se nós estivéssemos cuidando bem da criação de Deus, não haveria necessidade de existir o dia da Ecologia e do Meio ambiente. Como consequência da nossa falta de cuidado com o mundo dado por Deus, temos o problema do aquecimento global, que afeta o nosso dia-a-dia com chuvas em grandes volumes ou, o outro extremo, com a falta de chuvas por meses seguidos. No Brasil, o Agronegócio é um dos grandes vilões da devastação da Amazônia, o pulmão do mundo. Outro grande vilão da vida é o uso excessivo de remédios defensivos e fungicidas (venenos), pois a consequência é acabar com a maioria dos seres vivos na terra e no ar, poluindo também os nossos importantes lençóis subterrâneos de água. Lidar com a criação de Deus não é tarefa muito fácil, pois na agricultura de hoje temos os transgênicos, as florestas de eucaliptos consideradas os futuros desertos verdes que mexeram com os biomas naturais e ainda tantas coisas que vão terminando com a criação de Deus. Para mim, cristão luterano e brasileiro, é um grande desafio e uma satisfação poder cuidar da criação de Deus e dela tirar o meu sustento. Assim faço sem agressão ao meio ambiente e com a responsabilidade e a tranquilidade de poder oferecer aos meus semelhantes um alimento saudável e livre de qualquer agrotóxico e sem ferir a vida da criação de Deus. Para refletir, leia Gênesis 1.11-12
Não vos preocupeis?
Cuidar ou morrer
Pastor Werner Fuchs
Pastor Carlos Möller
Sem dúvida, a boa criação está sendo maltratada. Espécies desaparecem, o clima está cada vez mais instável e os escassos recursos básicos são monopolizados por poucos e viram mercadoria Nossa água, por dinheiro a bebemos, por preço vem a nossa lenha (Lamentações 5.4). Diante disso, será que ainda vale o que Jesus disse em Mateus 6.25-34? Não ficar ansioso pela vida, por comida, bebida e vestimenta? O argumento é que as aves do céu não semeiam, mas o Pai celeste as sustenta. Não precisamos nos inquietar com o hoje e o amanhã, porque Deus cuida de nós. Antes, devemos buscar o reino de Deus e a sua justiça, a única ‘preocupação’ válida. As palavras de Jesus se dirigem aos pobres. São Evangelho. A vida é mais que alimento e o corpo é mais que as vestes. Vida e corpo são dádiva de Deus, recebidos sem contribuição nossa. Deus, doador do bem maior, também é capaz de cuidar das coisas menores e não deixará de atuar em favor dos cansados e oprimidos. Preocupação e ansiedade significam falta de confiança e ofensa a esse Deus, ou ‘paganismo’. Contudo, despreocupação não significa ficar de braços cruzados. Deus não joga comida no bico dos pássaros, que precisam se mexer para conseguir o alimento. Também os filhos de Deus precisam trabalhar pelo sustento, sem ansiedade, mas confiando nele, ou seja, é justamente a mensagem da despreocupação que anima para o engajamento profundo e alegre nas lutas do dia-a-dia: trabalhar pelo pão, mas fazer prevalecer a ecologia acima da economia, a sustentabilidade acima dos lucros fáceis. Jesus traz Evangelho para pobres e também Evangelho de transformação para não-pobres, porque abre perspectivas de salvação integral. Para refletir, leia Isaías 40.26-31
Urge que tratemos a terra – e tudo que nela há - com uma nova ótica e iniciemos, urgentemente, uma nova relação com a Criatura Divina. Constata-se que as pessoas vão perdendo seu vínculo ancestral com os elementos da natureza, entre elas a terra, limitando-a a uma mercadoria. Nosso habitat é dádiva, detém e gera graça, é contraponto da mercantilização generalizada, é instrumento de benção e de vida. No Antigo Testamento, terra é herança. É preciso reconhecer que a terra não é uma mercadoria, objeto de lucro. Precisamos redefinir nosso relacionamento com tudo aquilo que Deus criou e que ele mesmo disse Viu Deus tudo quanto fizera e eis que era muito bom (Gn 1.31). ‘Se o século XX é reconhecido como o século dos direitos humanos, individuais, sociais, econômicos, políticos e culturais, o século XXI será reconhecido como o século dos direitos da Mãe Terra, dos animais, das plantas, de todas as criaturas vivas e de todos os seres, cujos direitos também devem ser respeitados e protegidos’. Essa frase de Evo Morales, ao solicitar à ONU a elaboração de uma Carta dos direitos da Mãe Terra, mostra a ponta do iceberg diante de nós: cuidar ou morrer. É o Cristianismo, a mais antropocêntrica de todas as religiões que o mundo já viu, que testemunha a partir do primeiro capítulo da Bíblia: um perigo de fora não existe. O perigo para o mundo vem de dentro, a saber, do ser humano. Precisamos encarar a terra, a natureza, o meio ambiente, o planeta, como espaço de sobrevivência das raças. Abandonar a cultura predatória e de rapinagem para uma cultura do cuidado e do compromisso com a criação de Deus é o compromisso maior que nós, acima de tudo os cristãos, devemos assumir. Para refletir, leia Eclesiastes 1.2-11
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Geral
Aconselhamento Pastoral, Psicologia e Espiritualidade - II Na nossa sociedade atual, repleta de assuntos e complicações de toda a ordem: emocionais, espirituais, familiares, financeiros, políticos, de saúde, segurança, relacionamento, etc., com a pressão das mudanças éticas, morais, de costumes e hábitos, muitas pessoas precisam de ajuda para lidar melhor com os problemas e apoio para solucioná-los. Nesse sentido, podemos contar com o Aconselhamento Pastoral, sobre o qual vai nos apresentar uma reflexão o P. Lothar Carlos Hoch, que estudou Teologia na Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo/RS, e no Luther Theological Seminary, em Saint Paul, Minnesota, USA, é Doutor em Teologia pela Philipps Universität, Marburg/Alemanha, e atua como Professor titular da Faculdades EST, onde foi Reitor entre 1999 e 2006. O texto está sendo apresentado em duas partes: a primeira na edição de maio e a segunda nesta edição, em homenagem ao Dia do Pastor e da Pastora, comemorado em 10 de junho. O Aconselhamento Cristão se dá em três níveis: o primeiro é o nível do próprio paciente que precisa fazer a sua parte, sem delegar ao Pastor ou ao Psicoterapeuta a responsabilidade que lhe cabe no seu processo de cura, o segundo é o nível do Conselheiro Pastoral como facilitador do processo e o terceiro é nível da ação da graça divina, respectivamente do próprio Espírito Santo, fonte de todo consolo e o autor e consumador de toda boa obra. Em segundo lugar, o sofrimento e a doença suscitam, quase que ao natural, questões existenciais como, por exemplo, a pergunta ‘Por que Deus permite que as pessoas tenham que sofrer, especialmente em casos de morte por acidentes ou de nascimento de uma criança com deficiência física ou mental?’. A doença também pode vir associada à pergunta pela culpa, ou seja, em que medida eu mesmo sou responsável pelo sofrimento que estou passando. Assim sendo, estou convencido de que, se soubermos ouvir atentamente o que está no coração das pessoas com quem falamos, não precisaremos introduzir artificialmente as questões relativas à espiritualidade. Elas estão presentes de forma latente na grande maioria das situações de sofrimento e de conflito com as quais lidamos, seja no consultório, seja no exercício do pastorado, ou até mesmo no diálogo com nossos amigos mais próximos. A Psicologia Profunda tem sido uma ciência muito importante tanto para o autoconhecimento quanto para a nossa prática de aconselhamento. Somos devedores à Psicologia também na descoberta dos fatores inconscientes que regem o nosso comportamento, inclusive a nossa forma de crer em Deus. Por outro lado, não há como negar que alguns dos pais da Psicanálise, ao enfatizarem excessivamente os fatores biográficos e compulsivos do comportamento humano, deixaram de considerar a dimensão da religiosidade como componente intrínseco da natureza e do agir humanos. Desse modo, deixaram de reconhecer no, assim chamado, ‘fator fé’ um ingrediente importante para a saúde integral da pessoa. Considero significativo o fato do Psicanalista Carl Gustav Jung, na maturidade da sua vida — talvez num gesto de reintegração da herança espiritual que recebeu como filho de um Pastor Protestante suíço — tenha observado que ‘dentre todos os meus pacientes na segunda metade da sua vida não há um só cujo problema, em última análise, não fosse o de encontrar uma perspectiva religiosa da vida’. Por isso sou de opinião que a Psicologia Profunda
não é profunda enquanto deixar de considerar que o ser humano é, por natureza, um homo religiosus do qual Santo Agostinho diz... porque, tu Señor, nos has hecho para ti y nuestro corazón esta inquieto hasta que descanse em ti. A boa Teologia é devedora tanto à razão (racionalidade da fé), quanto à mediação da experiência da ação salvífica de Deus na história (mística da fé). Digo isso na consciência de que o Espírito de Deus não pode ser manipulado para agir quando nós o queremos, mas é soberano para agir onde e quando Lhe aprouver. Manifestamos também a nossa compreensão de que a Teologia Pastoral seja o ponto de encontro entre a racionalidade da fé e a mística da fé, porque entendo que cabe à Teologia Pastoral, de forma especial, a busca apaixonada pelo entendimento do sujeito da pastoral, o Pastor ou a Pastora, as suas necessidades e a contribuição para que ele ou ela receba uma formação adequada para o desempenho da sua função. Cabe igualmente à Teologia Pastoral ajudar ao Pastor e à própria Igreja a entender os seus fiéis, as suas dores, as suas necessidades e os seus anseios. Estou convicto de que a Igreja de Jesus Cristo do Ocidente seria abundantemente abençoada se ela se recordasse das suas origens orientais e voltasse a integrar em sua Teologia, em sua pastoral e na formação teológica dos seus Pastores a riqueza da espiritualidade mística. Participar de retiros espirituais, exercitar-se na prática da meditação silenciosa e da contemplação, ler a Escritura para a própria edificação pessoal, jejuar e confessar-se são algumas das práticas essenciais para que possamos voltar a ter contato com o nosso mundo interior e para cultivar a nossa relação pessoal com Deus. Num retrospecto autocrítico da sua trajetória acadêmica, Leonardo Boff reconhece hoje que as pessoas querem experimentar Deus. Estão fatigadas de ouvir catequeses, de escutar autoridades religiosas falarem sobre Deus e dos Teólogos atualizarem as doutrinas da tradição. Testemunhamos hoje a experiência de Jó, que se queixava ‘Falei de coisas, que não entendia, de maravilhas que ultrapassam a minha compreensão. Conhecia-te, ó Deus, só de ouvido; mas agora viram-te meus olhos’ (Jó 42,3-5). Concluo com uma palavra de Lao Tse, plena de sabedoria e de inspiração divina que diz assim: Você está procurando o mais alto? Quer atingir o mais elevado? Desça a vista, por que o alto descansa no mais profundo”.
Conaje
Juventude consciente Jacson da Rosa Coordenador Sinodal da JE Sínodo Nordeste Gaúcho e estudante de Teologia nas Faculdades EST A escassez de recursos naturais, o aumento desenfreado da população das grandes cidades e a rarefação das florestas, vistos num primeiro momento como sintomas do desenvolvimento, hoje são problemas capazes de mobilizar governos, ONGs, empresários e a população em geral. O Brasil recicla menos de 5% do seu lixo urbano. Apesar de o Brasil não estar na lista dos países mais preocupados com o desperdício, é campeão na reciclagem de papelão e de latas de alumínio. Do total dessas latas produzidas no Brasil, 85% são recicladas. No caso do papelão, a diferença é maior ainda: a reciclagem é de 72% no Brasil, mas o Brasil pouco recicla outros materiais: 21% de plástico e 38% de vidro e de papel. O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes. O aumento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e pólos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas. Embora todos estes problemas ambientais estejam ainda ocorrendo, verifica-se uma diminuição significativa em comparação ao passado. A consciência ambiental das pessoas está alertando para a necessidade de uma preservação ambiental. Governos de diversos países e ONGs de meio ambiente têm atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater o crime ecológico. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Espera-se que, no início deste novo século, o ser humano tome consciência destes problemas e comece a perceber que, antes do dinheiro, está a vida do nosso planeta e a vida das gerações futuras. Nossos filhos têm o direito de viver num mundo melhor.
Comportamento
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Um Sínodo de confissão luterana Dando seqüência à série de matérias especiais em comemoração aos 60 anos da IECLB, nesta edição o P. em. Friedrich Gierus, que formou-se em Teologia em 1965, sendo ordenado e enviado como Pastor da Igreja da Baviera para o Brasil. Sua primeira Paróquia foi Indaial. Em seguida, assumiu o desafio da ‘missão suburbana’, em Curitiba/PR. Em 1976, foi chamado pela Direção da Igreja para ocupar a recém-criada Secretaria de Missão, em Porto Alegre/RS. Depois, trabalhou durante quatro anos na função de Capelão Hospitalar em Blumenau/SC. P. Gierus, que, desde 1987, está trabalhando na área da comunicação: Missão de Folhetos, Anuário Evangélico, Jornal O Caminho, Livraria Martin Luther e Gráfica e Editora Otto Kuhr, vai apresentar o Sínodo Evangélico Luterano de Santa Catarina, Paraná e outros Estados – de P. Otto Kuhr a P. Ferdinand Schlünzen, parceiros importantes na formação da Federação Sinodal. A fundação de uma Igreja Evangélica Luterana no Brasil não era apenas o resultado de uma necessidade histórica de alguns Obreiros e Comunidades que se constituíram no Sul do Brasil. Os próprios imigrantes alemães trouxeram as sementes no bojo da sua bagagem para a implantação de uma Igreja, a saber, a Bíblia, o Catecismo e o hinário. Baseados nestes instrumentos da palavra escrita, os imigrantes alimentaram a sua fé e criaram as Comunidades. No entanto, a fundação de uma Comunidade não foi o objetivo final das suas intenções, pois os luteranos que migraram para o Brasil não só estavam acostumados a cultivar sua fé em Comunidade, mas, ao viver Comunidade local, pensar a Igreja globalmente. Ainda vivendo longe da sua pátria, em situações precárias construindo a sua nova pátria, sentiam-se membros da Igreja Evangélica Luterana na Alemanha.
Por outro lado, na pátria antiga, muitos membros daquela Igreja organizaram a Associação Gotteskasten para dar apoio aos irmãos emigrados para outros países. A pedido destes, a Associação-Gotteskasten da Baviera assumiu a tarefa de acompanhar e ajudar
Pastores? Em 1904, o P. Otto Kuhr iniciou uma viagem de visitação às Comunidades de Santa Catarina e verificou que nem todas as Comunidades e Pastores estavam a favor da criação de um Sínodo com ‘confessionalidade definida’, mas os que apoiaram a idéia de um Sínodo de Confissão
Igreja da Comunidade da Ilha, Joinville/SC
os irmãos luteranos no Brasil. Em função desta tarefa, motivaram o P. Otto Kuhr, que já estava trabalhando entre alemães luteranos emigrados para os Estados Unidos, a atender os alemães emigrados ao Brasil. O P. Otto Kuhr, já em 1° de janeiro de 1898, assumiu a vaga de Pastor na Comunidade da Estrada da Ilha, em Joinville/SC. Após a chegada do P. Otto Kuhr, logo vieram mais Obreiros, que, em 1899, formaram a Conferência dos Pastores da A s s o c i a ç ã o Gotteskasten. Entre os Präses Otto Kuhr Pastores, a idéia de criar um Sínodo foi refletida e uma das preocupações era Será que a fundação de um Sínodo não é apenas um sonho dos
Luterana ficaram entusiasmados. Assim, todos os Pastores e Comunidades interessados na fundação de um Sínodo confessional receberam o convite, emitido pelo P. Otto Kuhr, para a reunião constituinte, a ser realizada no dia 9 de outubro de 1905, na Comunidade Estrada da Ilha. Participaram desta reunião para constituir o ‘Sínodo Evangélico Luterano de Santa Catarina, Paraná e outros Estados da América do Sul’ 11 Pastores e 21 Delegados. Cinco Comunidades já declararam a sua filiação ao Sínodo no mesmo dia. Outras trinta ainda preferiram discutir o assunto nas suas bases. Como primeiro Fases (Pastor Sinodal), foi eleito o P. Otto Kuhr.
O primeiro Jornal Evangélico Luterano A vinda de Pastores da Associação-Gotteskasten ocorreu a pedido de Comunidades no Brasil que fizeram questão de ser Igreja Luterana, isto é acentuaram a sua confessionalidade (doutrina pura) e cultivaram as suas tradições luteranas, contribuindo, em muitas regiões, para tensões com os imigrantes evangélicos da Prússia, ou seja, da Igreja da União. Os evangélicos acusaram os luteranos de fundamentalistas e os luteranos acusaram os evangélicos de cristãos sem identidade confessional definida, abertos para doutrinas que fugiam do Evangelho puro. Preocupados com a doutrina pura, a Conferência dos Pastores Luteranos fomentou a idéia de criar seu jornal de Igreja. Eles queriam alimentar espiritualmente os membros das suas Comunidades com o Evangelho conforme as interpretações do Reformador Martim Lutero. Além disso, desejavam criar um veículo de comunicação interna e um elo entre as Comunidades luteranas. Desta forma, eliminaram a influência do jornal dos evangélicos, a Folha Dominical (Sonntagsblatt), que já existia há uma década. O Redator, P. Gottfried Riegel, numa palavra editorial, no primeiro número do Evangelisch-Lutherisches Gemeindeblatt (Folha Comunitária Evangélico-Luterana), comenta Há muito tempo, refletimos sobre a possibilidade de editar um jornal de cunho evangélicoluterano, mas não o fizemos, pois o Sonntagsblatt evangélico também foi lido em muitas Comunidades nossas. Com a edição de um jornal comunitário, pretendemos ser um jornal da paz, que sirva para edificação da verdadeira Igreja e não dê espaço à política, nem brasileira nem alemã.
O encaminhamento para a IECLB As duas grandes guerras trouxeram muito sofrimento para todos os povos envolvidos, também de forma especial para os brasileiros. Os descendentes da imigração alemã no Brasil aprenderam uma lição Não dá para construir uma Alemanha no Brasil. Também não é possível que os Sínodos evangélico luteranos que aqui se estabeleceram continuem eternamente na dependência econômica da Alemanha. Em consequência disso, começaram a refletir sobre a necessidade de ter a sua própria faculdade teológica para formação de Pastores, que se realizou com a Fundação da Escola de Teologia, no dia 26 de março de 1946, em São Leopoldo/RS. A idéia de constituir uma Igreja Evangélica de Confissão Luterana, aos poucos, se tornou um sonho em todas as Comunidades dos quatro Síno-
dos. Em Santa Catarina, o sentimento de união foi sentido especialmente durante o tempo e após a Segunda Guerra. As Comunidades foram precariamente atendidas por poucos Pastores com licença especial para dar o mínimo de assistência espiritual. Após algumas reuniões, consultas e as Comunidades terem recebido informações por meio de cartas pastorais sobre os planos da constituição de uma Igreja nacional, os quatro Sínodos se encaminharam para a constituição da IECLB, que ocorreu no dia 26 de outubro de 1949, em São Leopoldo. Ainda que os quatro Sínodos tivessem suas autonomias territoriais, as Comunidades no Brasil inteiro iniciaram o processo de aprendizagem Somos uma Igreja só - a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Esta decisão tomada em São Leopoldo teve seu reflexo no convívio das Comunidades evangélicas e
luteranas que viviam lado a lado em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. A definitiva unificação dos Sínodos ocorreu em outubro de 1962, na cidade de Curitiba/ PR. Durante todo este processo, o Präses Ferdinand Schlünzen e seu sucessor, Fritz Wüstner, não mediram esforços para que esta unificação se encaminhasse em paz e para a glória de Deus. Präses Ferdinand Schlünzen
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Deutsche Seite
Der Christ und das Geld Geld hat es nicht schon immer gegeben. Noch vor knapp 3000 Jahren kamen die Menschen ohne Geld aus. Sie tauschten einfach miteinander, was für sie von Vorteil war – ein halbes Dutzend Ziegen für ein Pferd, ein Gespann Ochsen für ein paar tausend Ziegelsteine. Dann kam jemand auf die Idee, Metalle wie Kupfer, Silber oder Gold mit bestimmtem Gewicht in kleinen Klümpchen als Gegenwert für Gebrauchsdinge anzubieten. Das machte alles viel praktischer. Jetzt brauchte man nicht mehr eine kleine Viehherde vor sich herzutreiben, wenn man etwas wertvolleres kaufen wollte. Bald wurden die Metallklümpchen dann plattgewalzt und gerundet, sie wurden mit Bild und Zahlen versehen, das erste Metallgeld war fertig. Und dann ging alles sehr schnell. Vor ein paar hundert Jahren erfand ein ganz Schlauer das Papiergeld, worauf die Regierung einfach einen Wert aufdrucken konnte, der dann gültig war. Nun konnte man das Geld manipulieren, konnte es entwerten lassen, konnte es fälschen. Die grosse Zeit der Banken begann. Das Geld brachte auf einmal Zinsen. Dann kamen die Wertpapiere, kamen die Aktien, die man auf der Börse kaufen und verkaufen konnte wie Mais und Bohnen, Aktien, mit denen man Geld verdienen konnte, ohne zu arbeiten. Und dann kam das „virtuelle Geld“, die Zahlkarte, das unsichtbare Geld, das einfach elektronisch abgebucht wird – solange die Karte noch „etwas drauf hat“! Es kamen die geheimen Konten,die Finanzmanipulationen, die Geldwäsche, die Korruption. „Am Golde hängt, nach Golde drängt doch alles, ach, wir Armen!“ – sagt der deutsche Dichter Goethe.
Ja, Gold ist seit alter Zeit ein Synonym für Geld. Doch ich habe manchmal das Gefühl, dass das Geld immer mehr zu etwas Geistigem wird, zu etwas, was man garnicht mehr greifen kann, zu einer unsichtbaren Macht, die hinter allem steht, was wir planen und tun. Jesus spricht vom Mammon, der dämonischen
Macht, die sich des Geldes bemächtigt hat und von der die Menschen gleichsam besessen sein können. Wir wollen uns nichts vormachen: Wir alle brauchen Geld. Nicht nur wir kleines Volk. Es muss auch reiche Menschen geben, die ihr Geld in Fabriken und Geschäfte stecken. Wo kämen sonst die Arbeitsplätze her? (Und manchmal bewegt Gott sogar ihr Herz, dass sie Geld wegschenken, für Hospitäler, Altenheime, Kirchen, Schulen). Und die
Regierung braucht Geld, um Strassen und Schulen zu bauen und im Land Ordnung zu halten. Auch die Kirche braucht Geld. Sie muss Gehälter und Autospesen und Telefongebühren zahlen. Machen wir Christen uns mit dem Geld nicht die Hände schmutzig? Es ist eigentlich nur ein Punkt, auf den es beim Geld ankommt: Entweder ist das Geld unser Herr, oder es ist unser Knecht. Entweder der 50-Real-Schein tut, was ich ihm befehle (etwa, dass er die nötigen Schulbücher für mein Kind bezahlt, oder die Medizin für den kranken, unbemittelten Nachbarn), oder ich tue, was er will (etwa, dass ich ihn knauserig wegstecke, oder mit Freunden in Whisky und Bier umsetze). Das Geld, das Herr sein will, das eben ist der Mammon, von dem Jesus spricht. Der Mammon ist ein Götze. Gelddienst ist Götzendienst. Diesen Götzen wollte Jesus aus dem Tempel – und aus den Herzen - austreiben. Jesus warnt uns davor, in die Besessenheit des Geldes zu geraten. Ihr könnt nicht Gott dienen und dem Mammon. Der Umgang mit Geld ist für uns Christen und für die Kirche insgesamt eine geistige und geistliche Angelegenheit. Man kann nicht recht mit Geld umgehen, ohne zu beten. Gott helfe uns, dem ungerechten Mammon sein glänzendes Götzenkleid auszuziehen und ihm sein Knechtszeug zuzuweisen, für das er bestimmt ist!
Pfarrer Lindolfo Weingärtner
Saatkorn und Gebet Wer etwas säht hofft auf die Ernte. Der Bauer säht den Weizen und freut sich schon auf das Brot. Die Hausfrau säht den Samen für Wassermelonen und wartet darauf, dass sie so besonders süß schmecken werden, wie es ihre Kinder mögen. Die Großmutter säht ihre neue Petuniensorte aus und wartet gespannt darauf, welche schöne Farbe die Blumen wohl haben werden. Der Bauer, die Hausfrau, die Großmutter: Sie sähen und warten. Sie sähen und hoffen. Von der Saat bis zur Ernte vergeht oft eine lange Wartezeit. Wenn der Boden gut vorbereitet ist und das Wetter mitspielt, dann wird aus dem Samen eine Erntefreude. Klar gehört auch die Pflege der Pflanzen dazu, da oft das Umkraut viel schneller wächst. Hacken, düngen, beobachten und – warten! Hoffen auf das Wunder des Lebens: aus einem kleinem Saatkorn wird eine kräftige neue Pflanze, die neue Saatkörner trägt. Der Author Phil Bosmans sagt: Jedes Saatkorn ist ein reiches Versprechen, es trägt eine ganze Welt in sich. Ähnlich wie ein Saatkorn ist das Gebet. Wer betet, wartet darauf, dass er von Gott gehört wird – auch wenn seine Worte gar nicht laut gesagt wurden. Manchmal bleibt das Gebet in der Stille des Menschenherzens verborgen, wie das Saatkorn in der Dunkelheit der Erde. Aber Gott hört auch auf die leisesten Wünschen unseres Herzens. Gott lässt das Saatkorn nicht allein und
schenkt ihm die Kraft des Lebens: Es besteht Hoffnung, das Leben geht weiter! Das Saatkorn ist das große Geheimnis von Leben und Sterben, von Stille, Einfachheit und Verborgenheit. Es überlässt sich der Dunkelheit der
Erde. Es fühlt die Wärme der Sonne. Es trinkt den Segen des Regens. Das Saatkorn sieht die Ähre nicht, aber es glaubt daran. Auch wenn die Angst und die Verzweiflung manchmal schneller als unser Glauben wachsen,
können wir uns bewusst sein, dass Gott uns nicht in Stich lässt. Er will ein gelungenes Leben für jede seiner Kreaturen. Wer säht muss hoffen und warten. Wer betet auch. Das Leben des Menschen und der Natur sind von der Gnade Gottes abhängig. In der Stille seines Herzens, hoffnungsvoll wie ein Saatkorn, hat jeder Mensch vieles, was er von Gott verlangt und auch noch so vieles, wofür er danken kann. Nicht jedes Saatkorn wächst, gedeiht und bringt Früchte. So scheint es mit manchen Gebeten zu sein, da nicht jeder unserer Wünsche in Erfühlung geht. Vieles werden wir sicherlich nicht verstehen, und es kann so scheinen, als ob Gott uns nicht gehört hätte. Aber auch dann können wir sicher sein, dass der Wille Gottes für uns höher ist als unser Verständnis. Gott meint es gut mit uns. Er will, dass unser Leben gedeiht und Früchte bringt. Wie der Bauer, die Hausfrau und die Großmutter auf die Ernte geduldig hoffen, so können wir beten lernen. Auch wenn die Ernte nicht so gut ist, wie wir es gehofft haben, gibt es immer noch unzählige kleine und große Wunder um uns herum. Auch dafür können wir dankbar sein.
Theologe Jaime Jung
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JOREV LUTERANO JUNHO 2009
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Anúncios Comunitários Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Benção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento. Entre em contato conosco!
Falecimento
Bodas de Prata
NELZI HARTEMINK DALLMEYER
EVILASIO GUTH E VALDI RAUCH GUTH que, no dia 12 de março de 1983, uniram-se pelos sagrados laços do matrimonio, na cidade de São José das Missões/RS, com o lema bíblico Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo 1Coríntios 3.11 celebraram suas Bodas de Prata no dia 21 de dezembro de 2008, juntamente com seus três filhos, Josiane, Aleson Mateus e Daison Tadeu, além de familiares e amigos. A celebração foi realizada na Igreja Luterana de São José das Missões e oficiada pelo Pastor Eloi Bruno Neuhaus, da Paróquia de Novo Xingu/RS
Falecimento Chamei-te pelo teu nome, tu és meu, com essas palavras do profeta Isaias e com imensa dor e saudade, nos despedimos, no dia 18 de março 2009, do esposo, pai, sogro e avô, falecido no dia 16 de março,
HUGO ALBERTO FANZLAU Nascido no dia 8 de outubro de 1944, em Santa Rosa/RS, filho de Otto e Ildegardt Fanzlau, Hugo casou-se no dia 14 de dezembro de 1963 com Erica Gertz Fanzlau e a união foi abençoada com duas filhas e um filho. Agradecemos por todas as palavras e gestos de carinho e solidariedade recebidos nesta hora. Com pesar, mas também com imensa alegria, colhemos um pouco do muito que o nosso pai e marido semeou ao longo dos seus anos: amizade, acolhimento, solidariedade. Agradecemos a Deus pelas alegrias e as tristezas partilhadas em família. Ficam enlutadas a esposa, Erica, as filhas. Magali e Sandra, o filho, Guido, os genros, Danilo e Vernei, a nora, Lucia, e os netos, Mara, Christe, Matheus, Jéssica, Jonathan e Antônio Pedro. Nada pode nos separar do amor de Deus, nem a morte, nem a vida, nem cousa alguma. Romanos 8.29s
faleceu em 26 de janeiro de 2009, em Florianópolis/SC, aos 66 anos de idade, após lutar bravamente por 21 anos contra o câncer. Nelzi nasceu em Panambi/RS, em 15 de janeiro de 1943, onde conheceu Werner Baldur Dallmeyer, com quem casou em 1963, sendo a união abençoada com dois filhos, Tôny Roberto e Hardy Cesar. Os netos gerados eram motivo de alegria e dedicação de Nelzi: Renan, Matheus e Andrey (trigêmeos falecidos), Hardy Ricardo e Raíssa. Nelzi foi sempre uma pessoa atuante nas Comunidades em que viveu, tanto da OASE quanto em clubes de serviço. Sua amigas da ‘turma do chimarrão’ eram uma das suas fontes permanentes de energia e motivação. Nelzi manteve sua alegria e espontaneidade até os últimos dias iluminando o seu lar e sua família. A família agradece as mensagens e o apoio recebido de parentes e amigos.
Falecimento OLGA LANGBECKER DREWS nasceu no dia 17 de agosto de 1913, em Paraíso do Sul, filha de Gustavo Langbecker e Anna Kassburg Langbecker, casou-se no dia 30 de outubro de 1936 com Augusto Drews, em Rincão Seco, faleceu no dia 1º de novembro de 2008, em Horizontina/RS, e foi sepultada em Augusto Pestana/ RS. A família enlutada agradece à Pastora Sirlei Borchardt Nether pelas palavras de conforto, ao Coral da Comunidade Santo André, à OASE, ao Grupo da Terceira Idade, à Funerária Flesch, aos parentes, amigos e vizinhos e a todos que, de uma forma ou de outra, auxiliaram e confortaram a família nesta hora difícil e de dor. Olga deixa enlutados as filhas, o genro, os netos, o bisneto, as cunhadas e demais familiares. Jesus Cristo diz: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim ainda que mora viverá. João 11.25
Falecimento Wir möchten allen Bekannten und Freunden mitteilen, dass unsere liebe Mutter, Schwiegermutter, Gro - und Urgro mutter
LISELOTTE ZANDER,
geb. Rotermund
nach einem erfüllten Leben am 18. Januar 2009 im Alter von 93 Jahren von Gott zu sich geholt wurde. In Liebe und Dankbarkeit denken wir an sie. Familie Erhard, Rudolf und Werner Ingo Zander in São Paulo und Familie Liselotte Sachsse, geb. Zander in Rio de Janeiro. Sie wird immer in unserem Herzen wohnen
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Gente Luterana
O Sínodo Norte Catarinense, formado por 34 Paróquias, 113 Comunidades e mais de 62 mil famílias-membro, cuja ênfase missionária está na visitação a Obreiros e Comunidades, motivação e formação de lideranças, criação de pastorais (urbana, da saúde, empresarial e da família), criação de grupos multidiciplinares para prevenir crises nos Ministérios e no incentivo das Comunidades a desempenhar seu papel a partir de Atos 2, está representado nesta Editoria por nossa gente luterana Sidney Schlossmacher e Gôndulla Müller
Igreja celebrativa
Salvação em Cristo
Sidney Schlossmacher, 48 anos, natural de Blumenau/SC, Médico especialista em Otorrinolaringologia, casado há 20 anos com Mirian e pai de três filhos: Lucas, Davi e Rafael, é membro da IECLB na Comunidade de Rio Negro/ Mafra, Sínodo Norte Catarinense. Na vida cotidiana, Sidney afirma que não há como ser cristão apenas dentro da Igreja “A fé conduz a ser marido mais amoroso, pai mais participativo e profissional mais responsável. Busco de todo o coração tornar isto realidade na minha vida, reconhecendo a absoluta dependência do agir do Espírito de Deus para isto acontecer”. Sidney conta que tem o coração grato à IECLB, pois foi por meio dela que o Senhor revelou o Seu mais precioso presente, a salvação em Cristo “Desde a infância, tive a oportunidade de conhecer na Escola Dominical/ Culto Infantil o amor de Deus. Durante o Ensino Confirmatório, fui apresentado à necessidade de uma decisão consciente e firme ao sim do Batismo e recordo que durante um retiro tomei esta decisão”.
É um privilégio poder testemunhar o amor de Cristo Na juventude, Sidney assumiu a função de Professor de Escola Dominical e liderança no trabalho de jovens. Após a faculdade, retornou à Comunidade, participando no Presbitério como Secretário e Presidente da Comunidade. Sua identificação pessoal no Ministério é o tra-
balho com adolescentes e jovens, por isso ocupa uma das Diretorias do Ministério Acampamento Moriah, um trabalho dentro da Comunidade com acampamentos, palestras, estudos bíblicos, trabalho social em escolas de periferias e, hoje, também alcançando os pais destes alunos. A atividade profissional também é um espaço para o Dr. Sidney praticar a sua fé “Como Médico cristão, ou melhor, cristão Médico, tenho a oportunidade de testemunhar a minha fé pelo modo de atender cada paciente, da responsabilidade de ver cada um como meu próximo, o que não é nada fácil, pois a Medicina exige um comprometimento muito grande e este envolvimento, com todas as limitações que temos como seres humanos, muitas vezes tornase um fardo difícil de ser carregado. Por outro lado, é um privilegio poder testemunhar o amor de Cristo, uma das maiores responsabilidades que temos como ‘leigos’: usar a nossa profissão e os nossos dons como instrumentos para levar o Evangelho”. Para o Presbítero, o grande tema não apenas do Sínodo Norte Catarinense, mas de toda IECLB é Missão de Deus-Nossa Paixão, que acredita ser fundamental para a realidade da nossa Igreja, tanto local como nacional. Já o desafio está no fato de sermos uma Igreja em processo de envelhecimento. “Precisamos ser uma Igreja que cativa es-
sa geração de adolescentes e jovens, mas sem jamais ceder nos fundamentos da fé cristã”, acredita Sidney. O sonho de Sidney Schlossmacher é uma Igreja firmada nos fundamentos da fé cristã “A Igreja luterana tem uma base sólida, mas, com equilíbrio, pode também contemporizar-se à realidade do nosso tempo. Ver uma Igreja cada vez mais apaixonada por Deus e Sua missão talvez seja meu maior sonho”.
Gôndulla Müller. 66 anos, nascida em Ibirubá/RS, Artista Plástica e Dirigente de Dança Sênior, é casada com Irineu Arthur Müller há 47 anos, mãe de duas filhas, Sandra e Ângela, e avó de três netos, Bruno, Pedro e Luiza. Luterana de berço, é membro na Comunidade de Rio Negrinho, pertencente à Paróquia Bom Pastor/SC. No cotidiano, a fé se faz presente na vida de Gôndulla desde o momento em que acorda e não apenas representada pela leitura de um texto bíblico ou de uma reflexão, mas refletida em todas as atividades do dia “A fé perpassa todo o corpo e todo o nosso jeito de ser”. Gôndulla iniciou a sua caminhada na IECLB com a OASE, em 1980, ocupando alguns cargos ‘timidamente’, como ela diz. Em 1995, como Presidente, teve a oportunidade de se aprofundar nas questões da Comunidade. Então, novos caminhos se abriram e a Presbítera ocupou os cargos de Secretária da Paróquia, Coordenadora Paroquial da OASE e Secretária da OASE. Atualmente, é Presidente da Comunidade, faz parte do Conselho Municipal do Idoso como Presidente, sendo Conselheira representando a OASE, e também é
Conselheira representante da OASE no Conselho Municipal da Assistência
Social. “No Conselho Sinodal do Idoso participo há oito anos como Conselheira, o que me deu a oportunidade de fazer parte de Seminários para o Idoso, adquirindo conhecimento para o trabalho mais direto com os grupos da terceira idade, como na minha atividade na qualidade de Dirigente de Dança Sênior, em que coordeno quatro grupos de dança. Como tenho contato com pessoas diferentes, de vários contextos religiosos, isso facilita o exercício das atividades comunitárias. A fé me impulsiona para o trabalho e também para o voluntariado”, declara. Como Presidente da Comunidade de Rio Negrinho, Gôndulla tem a preocupação que a identidade luterana seja vivenciada em todas as atividades, tais como comunhão do Presbitério, reuniões mensais, acompanhamento da situação financeira, eventuais promoções e toda a programação que envolve a vida comunitária. A Presbítera conta que os grandes temas atuais do Sínodo Norte Catarinense são Missão e Formação e o desafio é basicamente viver a
A fé perpassa todo o corpo e todo o nosso jeito de ser vida comunitária na sua integralidade, não apenas como membro inscrito, ou seja, viver e ser luterano. “O que me move é essa Igreja celebrativa, essa abertura para que me sinta livre para expressar e exercer a minha fé, independente do local por onde eu caminhe. Nesse sentido, meu sonho é que a nossa Igreja seja celebrativa e que tenha toda essa abertura plenamente, sem alguns preconceitos e assuntos burocráticos que ainda existem. Sonho também que a nossa Igreja Luterana também seja um espaço terapêutico”, finaliza.