Jornal Evangélico Luterano - Ano 39 - nº 730 - Julho 2010

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Jorev Luterano - Julho - 2010

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Editorial

O Sínodo Rio dos Sinos

O

Sínodo Rio dos Sinos é constituído por 39 Paróquias (e/ ou Comunidades com função paroquial), abrangendo as regiões da Grande Porto Alegre e do Litoral Gaúcho. A sede está localizada no Morro do Espelho, em São Leopoldo/RS. Residem no âmbito do Sínodo 199 Ministros e Ministras. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres (Salmo 126.3). Hoje, temos muitos motivos para nos alegrar com o que Deus tem feito entre nós. Vivemos um belo e animador momento no Sínodo Rio dos Sinos. O longo tempo, no qual passamos por dificuldades em nossas Comunidades, especialmente naquelas que sofreram cisões e foram feridas pelo mau testemunho de lideranças e adeptos do movimento carismático, já passou. Temos, agora, muitos sinais de paz e graça. Lideranças, Ministros e Ministras, animados e comprometidos, fazem da missão de Deus a sua paixão. Cresce o engajamento das Comunidades com a missão, que vai além dos seus muros. Há um clima fraterno e de alegre convívio. Há lideranças que se esmeram pela correta e transparente administração das Comunidades.

Em 2010, as prioridades são: 1. a reorganização da gestão sinodal por meio da implantação de uma estrutura administrativa mais leve e funcional, 2. a promoção de 120 horas de cursos de formação contínua nas áreas da Teologia, Comunicação e Psicologia para Ministros e 100 horas de formação para lideranças das Comunidades com o Retiro de Presidentes, os Seminários de Formação de Assessores do Plano de Ação

Hoje, temos muitos motivos para nos alegrar com o que Deus tem feito entre nós

Enos Heidemann

Missionária da IECLB (PAMI) e o Encontro de Secretárias, entre outras iniciativas, e 3. a mantenão do apoio e do acompanhamento permanente das Áreas Missionárias e das Comunidades em Reestruturação por meio de visitas, assessorias e investimentos financeiros. Acompanhe alguns testemunhos do Sínodo Rio dos Sinos nesta edição do Jorev Luterano.

Pastor Sinodal

Atendimento ao leitor Juciane Wilsmann Strelow Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419

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Parabéns Antigamente, o Jornal Evangélico Luterano era enviado para a nossa Igreja, em Presidente Venceslau/SP. No ano passado, já passou a ser enviado em meu nome! Quero registrar que gosto muito de ler o Jorev. Toda a equipe está de parabéns! Um abraço ao jovem Teólogo Jaime Jung, que sempre oferece uma bela mensagem na página em Alemão. Felicidades a todos, Herbert Kanevieskir

Companhia Premiada

Capa Logomarca estilizada da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em homenagem aos seus 10 anos de atividades. Leia matéria especial sobre o aniversário e as ações da Fundação Luterana de Diaconia na Editoria Atualidade, página 4.

Gostaria de agradecer à equipe do Jorev Luterano por terem enviado um CD com o qual fui beneficiado em função da Promoção Companhia Premiada. Valeu a pena ter recebido este precioso presente! Peço desculpa pela demora em agradecer e aproveito mais uma vez para lhes dizer que aprecio o trabalho que vocês desempenham para manter vivo o Jornal Evangélico Luterano. Que Deus os acompanhe, abençoando ricamente a nossa Igreja, as nossas Paróquias e tudo o que envolve a nossa fé a serviço de Deus. Irmão em Cristo, Alencar Valle

Pastor Presidente

P. Dr. Walter Altmann Secretário Geral

P. Dr. Nestor Friedrich Jornalista

Letícia Montanet Reg. Prof. 10925

Administrativo

Juciane Wilsmann Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/4º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorevluterano@jorevluterano.com.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.

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Em defesa da vida Com o tema Economia e Vida, a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 foi encerrada oficialmente no dia 28 de março, Domingo de Ramos, mas, para as Igrejas engajadas a favor da vida, trabalhar na promoção de relações e modelos econômicos mais justos permanece sendo fundamental. Esse compromisso foi assumido por lideranças e membros de diversas Igrejas na Celebração Ecumênica pela Economia Solidária em Defesa da Vida, realizada em 28 de abril, em São Paulo/SP. A mensagem ficou a cargo do Pastor Presidente da IECLB e Moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), P. Dr. Walter Altmann, “O movimento ecumênico é inspirado em palavras bíblicas e na convocação de Jesus Cristo para que todos sejamos um”.

Culto do Jedai A noite do dia 11 de abril foi especial no templo da Comunidade em Santo Ângelo/RS. O grupo Jedai (Juventude Evangélica de Amor Incondicional) se reuniu em Comunidade para celebrar o culto temático do ‘Tempo’. Este grupo tem uma característica especial, pois reúne jovens dos 20 aos 30 anos que gostam de conversar, refletir e cantar músicas de vida, fé, justiça e amor. Tendo como base bíblica Eclesiastes 3.1-9, os participantes foram questionados justamente sobre o que estão fazendo com o seu tempo, a questão de valores e prioridades em suas vidas. Na entrada do templo, as pessoas recebiam relógios de pulso e eram conduzidas pelo ‘Túnel do Tempo’, uma passagem que simbolizava as várias fases da vida.

Onde está o teu coração? No dia 2 de maio, a Área Missionária Leste de Minas Gerais – Extremo Sul da Bahia celebrou seu primeiro Passa-Dia em Família sob o tema Onde está o teu coração? O local do encontro foi Teixeira de Freitas/BA, onde os trabalhos iniciaram em 2009 com, oficialmente, um casal de membros. Hoje, reúnem-se em torno de 20 pessoas-membro para celebrarem a Deus nos cultos e Estudos Bíblicos. Louvor, palestra, dinâmicas, brincadeiras e culto celebrativo com Ceia do Senhor foram oportunidades de reflexão. “Para construirmos Comunidades testemunhando a Palavra de Deus e sendo instrumento da sua missão, é imprescindível que Deus constitua a base em nosso coração”, afirmou o P. Charles Werlich.

Dia da Igreja Ecumênico

Entre os dias 12 e 16 de maio aconteceu o 2° Dia da Igreja Ecumênico, em Munique, na Alemanha. Sob o lema Para que vocês tenham esperança, reuniram-se cerca de 130 mil pessoas, que puderam participar de uma programação variada com opções entre cultos, palestras, concertos e encenações. No encontro, discutiu-se sobre as Igrejas e o ecumenismo, o diálogo inter-religioso com judeus e muçulmanos, a relação entre política e paz e a guerra no Afeganistão. Merece destaque a partilha do pão entre 20 mil pessoas, reunidas em torno de mil mesas, em um gesto de fortalecimento dos laços ecumênicos.

VIII Fórum da Mulher Luterana Deus nos ama 100%, por que temer a transformação? foi o tema do VIII Fórum de Reflexão da Mulher Luterana, realizado em Curitiba/PR, de 20 a 23 de maio, reunindo representantes de 12 Sínodos da IECLB. Um momento marcante foi o lançamento do livro Mulher – deixa a chama acesa e não temas a transformação. Deus te ama 100%, de autoria de Vera Leane Roth e Hertha Costa Scherer, que conta a trajetória dos 20 anos do Fórum. “A s s i m como a larva passa por várias fases: de casulo até chegar a ser uma linda borboleta, o Fórum de Reflexão da Mulher Luterana chega aos seus 20 anos passando por várias fases e, ainda hoje, vivendo grandes transformações”, comemoram as Coordenadoras do Fórum, Ana Maria Brackmann e Ieda Radünz.

Religiosidade e educação Nos dias 19 e 20 de agosto, a Faculdades EST estará acolhendo Professores, Pe s q u i s a dores e Educadores sociais e populares, além de outros interessados na temática, para o VII Simpósio de Ensino Religioso, coordenado pelos Prof. Ms. Henri Luiz Fuchs, Profª. Dra. Laude Brandenburg, Prof. Dr. Manfredo Carlos Wachs, Prof. Dr. Remí Klein e pelo doutorando Iuri Andréas Reblin. Com carga horária de 20 horas, o evento será realizado no Auditório da Faculdades EST com o intuito de refletir sobre a religiosidade e a sua concretização nas práticas educativas em sala de aula. As inscrições podem ser realizadas, até 15 de agosto, pelo endereço www.est.edu. br/eventos.

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Curtas

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OFERTAS NACIONAIS 18 de julho 8º Domingo após Pentecostes Missão com Literatura Evangelística O Tema da IECLB para 2010 está voltado à missão. Ide, fazei discípulos disse Jesus aos seus discípulos quando se despediu antes de subir ao céu. Desde então, a Igreja está empenhada em cumprir esta ordem. Também a IECLB, com todas as suas Comunidades, está fundamentalmente comprometida com esta tarefa. Missão de Deus – Nossa Paixão: para fazer missão, são muitas as formas e os meios. Um deles é a palavra escrita. Já na época da Reforma, há quase 500 anos, as mensagens divulgadas por Martim Lutero, em forma de panfletos e livros, foram os veículos mais importantes de missão. Hoje, mesmo com a comunicação eletrônica, a palavra escrita ainda tem um papel muito importante na missão da Igreja. A IECLB – Literatura Evangelística é o departamento da Igreja que realiza esta missão, divulgando o Evangelho por meio de folhetos e literatura em geral dentro e além das fronteiras da nossa Igreja.

INDICADORES FINANCEIROS UPM Maio/2010

2,5851

Índice Abril/2010

0,64%

Acumulado do ano

3,20%

Primeiros Passos

No Sínodo Rio dos Sinos, os primeiros quatro anos de um Ministro ou Ministra no Ministério ordenado são tão importantes que, desde 2008, há um programa de formação voltado para os iniciantes. O Programa Primeiros Passos no Ministério oferece espaço de estudo, crescimento pessoal, partilha, celebração, comunhão e convívio, abordando assuntos que ajudam os novos Ministros a superarem as primeiras dificuldades no serviço ministerial. São dois encontros anuais, de um dia cada, que aproximam os colegas e os ajudam a lidar com a defasagem que muitas vezes existe entre as expectativas pessoais e as das suas Comunidades. Para o Sínodo Rio dos Sinos, acompanhar os Ministros em seus primeiros passos contribui para que a caminhada deles no Ministério eclesiástico na IECLB seja longa e abençoada, com reflexos positivos sobre as próprias Comunidades. Afinal, uma caminhada de mil passos começa mesmo pelos primeiros.


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Atualidade

Fundação Luterana de Diaconia P. DR. ONEIDE BOBSIN Pastor da IECLB e Reitor da Faculdades EST

Mentindo ao próximo

como a si mesmo

‘A verdade que nos liberta é a verdade que não queremos ouvir’, afirmou um pensador europeu com a sua fina percepção da realidade. Não faltam exemplos para confirmar esta ideia. Como estamos em clima de Copa do Mundo, vamos começar pelo futebol. O jogador que cometeu uma falta grave simula a queda e fica se contorcendo sobre o gramado para driblar um possível cartão amarelo ou vermelho. Se o Árbitro ‘for na sua onda’, ele continuará em campo, conseguindo, assim, enganar o Árbitro e, talvez, prejudicar o time adversário. A torcida do seu time sabe que tudo foi um disfarce, mas, como a mentira poderá lhe favorecer, cala-se. A torcida do outro time fica indignada, ofende o Árbitro, mas veria com normalidade a situação inversa. No Brasil, teremos eleições em vários níveis, inclusive na IECLB. No campo da Política, também podemos mentir ao próximo como a nós mesmos. Eleitores que desconhecem ser o eleito o seu procurador para administrar o seu imposto e o de toda a população podem se autoenganar ao trocar o seu voto por qualquer benefício. Também nos enganamos quando votamos por amizade ou porque tal candidato favorece os meus negócios ou a minha organização. Pequenas mentiras geram a grande corrupção no Brasil. A maior das mentiras é daqueles que dizem que a política será limpa quando estiverem lá. Isolado no cargo, é fácil cair. Jesus sabia disso, por isso, em sua oração, pede e não nos deixe cair em tentação. Conheci uma família da nossa Igreja que casou a sua filha com um estranho, porque, na Comunidade, não havia rapazes à altura. O jovem forasteiro falou aquilo que todos queriam ouvir e o casamento se desfez em poucos meses. Não é possível responsabilizar somente o estranho, mas também a família que, ao querer o melhor para a filha, caiu do alto da sua própria ilusão. Felizmente, a jovem se recuperou do autoengano familiar. Assim, fazemos com a nossa saúde. Evitamos a ida ao Médico. Viver mentindo para si faz mal à saúde poderia ser um slogan do Ministério da Saúde. Raramente queremos ouvir a verdade, porque a liberdade nos exige muito. A morte de Jesus na cruz é o caso extremo desta verdade. Às lideranças religiosas da sua época, que o acusavam de estar endemoniado por se dizer o enviado de Deus, Jesus afirmou Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (João 8.31-32). Por ser a Verdade em pessoa, Jesus foi rejeitado e morto pelas lideranças religiosas da sua época. Só alguém tomado por autoengano acreditaria que a situação seria diferente hoje.

A verdade que nos liberta é a verdade que não queremos ouvir

10 anos: a festa também é da IECLB

“A

Fundação Luterana de Diaconia (FLD) foi uma das primeiras instituições a acreditar no nosso projeto”, disse a Presidente da Oficina Criativa, Veneza Enslin, de Porto Velho/RO “Recebemos mais do que dinheiro. A orientação de buscar o poder público nos animou e procuramos a Prefeitura, com quem fechamos uma parceria”. A Oficina Criativa está ligada à Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Porto Velho, no Sínodo da Amazônia. A dura realidade no bairro onde atua e o grande número de famílias empobrecidas motivaram a sua criação: a Oficina atende crianças de cinco e seis anos em dois turnos. O envolvimento da família também é prioridade e acontece na promoção de palestras e atividades de conscientização ambiental

Oficina Criativa

Muitos grupos tiveram o seu primeiro projeto apoiado pela FLD. “Outras instituições aprovam projetos de grupos mais antigos. Entendemos que isso é importante, mas o apoio àqueles que estão iniciando faz a diferença entre existir ou não”, avalia o Secretário Executivo da FLD, Carlos Gilberto Bock. Para assegurar o bom emprego do valor financeiro, a FLD analisa cuidadosamente as propostas, incluindo de forma especial a sua continuidade e o seu orçamento. O importante é garantir mudanças no mundo das pessoas envolvidas. O cuidado com a natureza, a prevenção do HIV/Aids, a garantia da geração de trabalho e renda e da educação popular estão entre as iniciativas que compõem as áreas prioritárias atendidas por meio do Fundo de Projetos. A orientação é não trabalhar de forma paternalista ou assistencialista. “Os grupos conhecem melhor a realidade onde atuam. Não fazemos nada em lugar dos grupos ou para os grupos, mas com os grupos. Eles pensam por si só. A diferença parece sutil, mas é profunda”, confirma Bock.

Gravatá - infância e juventude

Para o Presidente da Diretoria Executiva, Carlos Hopffer, “fazer parte dessa equipe, desse trabalho, é uma distinção”. A nova Diretoria, eleita há um ano, também é integrada por Silvana Andrade Pena Knupp, do Sínodo Sudeste, e Marliza Melaine Schwingel, do Centro-Campanha-Sul.

Geração de trabalho e renda

Além do Fundo de Projetos, a Fundação Luterana de Diaconia trabalha com projetos especiais, como o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA), o Conselho de Missão entre Índios (COMIN) e o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). “Temos, ainda, programas de superação da violência, como a exposição interativa Nem tão doce lar – que já circulou em inúmeras Comunidades da IECLB – e de Direitos Humanos, no caso específico o trabalho com o Direito à Memória e à Verdade”, lembra Carlos Bock. Essas iniciativas também têm colocado a IECLB no cenário nacional. “O trabalho é enorme e exige dedicação, mas a nossa equipe é comprometida e motivada”, declara o Secretário Executivo da entidade. Em 2010, a FLD foi convidada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil (CONIC) para integrar o Comitê Gestor da Campanha da Fraternidade Ecumênica. Por ocasião dos 10 anos, foi um belo presente de reconhecimento da qualidade do trabalho de todos.

Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis

O Conselho Deliberativo da FLD, seu órgão decisório, é formado por representantes indicados pelos 18 Sínodos da IECLB. O Presidente do Conselho é Mathias Alberto Möller (Sínodo Brasil Central), e a Vice-Presidente é a Diácona Valmi Becker (Sínodo Norte Catarinense). Em recente avaliação institucional, a FLD foi desafiada e motivada a fortalecer a sua relação com os Sínodos e as Comunidades luteranas, que deverão assumir e apoiar mais integralmente a FLD. Nas palavras do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann, a Fundação atua como agente de uma diaconia transformadora “Parabenizar a FLD pelos seus 10 anos significa parabenizar todas e todos da IECLB, pois caminhamos juntos pela transformação da sociedade”. Ao afirmar que toda missão é diaconal e toda diaconia é missionária, P. Altmann lembrou que a IECLB tem se debruçado sobre o tema da Missão – marcado pela chamada Missão de Deus - Nossa Paixão “Podemos traçar um paralelo e criar outra chamada Diaconia de Deus - Nossa Alegria”.


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Presidência

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Não há superioridade entre irmãos

Deus está presente!

H

á momentos difíceis na vida. Assumir nesta edição a tarefa de escrever a Mensagem da Presidência em substituição ao nosso colega e irmão em Cristo, Pastor Homero Severo Pinto, tirado do nosso meio tão inesperada e precocemente, custou muita reflexão, oração e intercessão. Lembrei de Graça Aranha, precursor da Semana de Arte Moderna, em seu livro ‘Canaã’ Aquele que vive o Ideal contrai um empréstimo com a Eternidade. Homero viveu um ideal e, profundamente, a sua vocação ministerial de servir a IECLB desde que optou nela ingressar e por meio dela cooperar em sua missão. Tal como o romance ‘Canaã’, quando Graça Aranha estudou o tema da imigração, Homero primou pelo notável poder de convicção, um misto de sonho

e história, fincando raízes cujos frutos a história da IECLB é testemunha e permanecerá sua devedora. Homero foi meu colega de estudos e, como eu, não teve no berço a aprendizagem do idioma Alemão, exigido na época de quem desejava ser Pastor da IECLB. No entanto, tal como Aranha, ao focalizar a contribuição do imigrante para a vida brasileira, Homero expressou, e insistiu, ao lado de Ferreira, Pereira e outros nascidos em famílias brasileiras, na visão de que a missão da nossa Igreja fala apenas um idioma: o da Boa Nova do Evangelho revelada na pessoa e na obra do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Justamente, após Pentecostes, aprendemos que não há superioridade entre irmãos e entre nós não pode ser como é no mundo, afirmou Jesus. O ponto prin-

P. Carlos Möller Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB

Pentecostes e Vai e Vem: missão na IECLB

Agradecimento pela

solidariedade

A família do P. Homero Severo Pinto (Denize Inez, Catarina e Mateus Volkart Pinto e Leandro Roberto Lemmertz) encaminhou uma mensagem de agradecimento pelo apoio recebido ao longo da doença que vimou o Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB, em abril último. A partir das palavras de Romanos 14.8 (‘Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor’), tão apropriadamente lembradas pelo Pastor Presidente, Dr. Walter Altmann, em sua alocução durante o sepultamento do Homero (24 de abril), queremos expressar nosso profundo agradecimento pelas inúmeras manifestações de consolo recebidas durante o período de internação, bem como durante e após os atos fúnebres do Pastor Homero Severo Pinto, nosso querido esposo e pai. Como esposo amoroso, pai dedicado e, sobretudo, Pastor comprometido com a causa do Evangelho, deixou-nos um legado sem par, um exemplo de conduta sábia, amorosa e acolhedora. Alegramo-nos em descobrir cada nova semente discretamente plantada pelo Homero ao longo deste Brasil e também mundo afora e que já frutifica, assim como sabemos de tantas outras que ainda germinarão. Por tudo isso, somos imensamente gratos. Agradecemos, em especial, pelo apoio desmedido prestado pela nossa IECLB, concretizado em palavras, ações e, acima de tudo, em orações. Isso nos tem dado ânimo, serenidade e conforto neste período de profundo luto.

cipal da nossa ação são as relações entre nós e a nossa com o meio físico e social no qual estamos inseridos. Quando relemos e somos lembrados da nossa história, também como imigrantes, o fazemos com gratidão a Deus por aqueles que antes de nós viveram e testemunharam a sua fé na nuvem de testemunhas da história, porque nesse mundo não temos nenhuma cidade que dure para sempre. Pelo contrário, procuramos a cidade que virá depois. Como diz a quarta estrofe do HPD 124, Toma em mim morada, que eu, santificado, seja templo a ti sagrado. Vem iluminar-me que, com alegria, sempre te honre, em noite e dia. E, Senhor, onde for, veja a ti presente, Deus onipotente. Que a pregação da palavra de Deus ajude-nos em nossa história a experimentar o Emanuel: Deus conosco!

18/7 100 anos da OGA Brasil Hamburgo Velho/RS P. Carlos Möller

“Pentecostes é uma festa de alegria, mas também uma oportunidade para refletirmos acerca da unidade da Igreja e da missão de Deus, que nos foi comissionada”, disse o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann, na sua mensagem oficial relacionada ao Domingo de Pentecostes (23 de maio). P. Altmann celebrou a data em Ferraz de Vasconcelos/SP, Sínodo Sudeste, onde a Comunidade local também festejou os seus 51 anos de existência. Na oportunidade, o Pastor Presidente fez o lançamento nacional da Campanha de Ofertas para Missão Vai e Vem 2010. “Esse é o terceiro ano consecutivo da Vai e Vem, que está viabilizando o apoio a projetos missionários em todo país”, lembrou. No Sínodo Sudeste, as ofertas realizadas no domingo foram destinadas à Campanha. “No nosso Sínodo, a Vai e Vem já auxiliou a Missão aos Marinheiros, em Santos/SP, e assumiu o Projeto Missionário Norte Fluminense, Paróquia Esperança, em Niterói/RJ. Com o engajamento de todos, o nosso Sínodo atingiu as metas das Campanhas 2008 e 2009. Somos Comunidades da IECLB em contextos urbanos em que a missão e a partilha fazem parte de nosso testemunho e nossa vivência da fé em Cristo”, afirmou o Pastor Sinodal Guilherme Lieven.

Celebração do Jardim Lutero Wittenberg/Alemanha P. Walter Altmann

Grupos Assessores da IECLB

18-22/7 Congresso Nacional da JE Maripá/PR P. Mauro de Souza

A reunião dos Grupos Assessores, realizada de 4 a 6 de maio, em São Leopoldo/RS, fechou com chave de ouro os encontros dos seis grupos constituídos pela Presidência da IECLB em 2003. Os grupos (Ecumenismo, Teologia e Confessionalidade, Missão, Responsabilidade Pública, Gênero e Etnia) foram criados para promover e contribuir na discussão de temas atuais e estratégicos presentes na agenda da sociedade. A coordenação do trabalho dos Grupos Assessores é uma das principais atribuições do Assessor Teológico da Presidência, P. Mauro Souza, que afirmou “As discussões enriqueceram a vida e a caminhada da IECLB”.

Julho 3/7 Assembleia do Sínodo Paranapanema Curitiba/PR P. Carlos Möller 8-10/7 Conselho da Igreja São Leopoldo/RS P. Walter Altmann P. Carlos Möller 10/7 Formatura Faculdades EST São Leopoldo/RS P. Walter Altmann 11/7 40 anos da Igreja da Reconciliação Porto Alegre/RS P. Walter Altmann

20-27/7 Assembleia da FLM Stuttgart/Alemanha P. Walter Altmann e Delegados


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Ministério

O meu chamado é decorrente da maravilhosa graça de Deus

Como descobriu a sua vocação para o Pastorado? Cresci num lar em que a vida de fé e a participação na Igreja andavam de mãos dadas. Era algo que fazia parte do nosso dia a dia. Ir aos cultos não era opcional na nossa família. Assim, o meu chamado, o despertar da vocação ao Pastorado, aconteceu de forma lenta, gradual e muito natural. Em 1981, fui estudar em Ivoti/RS como preparativo para ingressar na Facteol. Em 1982, iniciei os estudos na Facteol, terminando em 1987. Fiz estágio em Nova Petrópolis/RS e fui enviado para a Paróquia de Rosário do Sul/RS. Em 1992, assumi o Pastorado na Paróquia de Aririú e Santo Amaro da Imperatriz/SC. Hoje, com abençoados 23 anos de Ministério pastoral, atuo na Paróquia Primavera, em Novo Hamburgo/RS.

A sua palavra de Bom dia está chegando a quantas pessoas? Bom dia é uma palavra diária com o objetivo de levar às pessoas um pouco de ânimo e esperança em um mundo de sofrimento e dor. Sempre digo aos que pedem para serem incluídos na minha lista de endereços que se trata de uma palavra do coração de Deus para o meu coração e do meu para o coração dos que a recebem. Esta nova oportunidade surgiu de forma simples e não planejada. Estava aconselhando uma pessoa que mudou de cidade. Continuamos o aconselhamento via e-mail. Estes e-mails foram passando de pessoa para pessoa. Hoje, cerca de 2500 pessoas recebem este Bom dia. As pessoas estão carentes e anseiam por uma palavra que as estimule a olhar para frente e para o alto. Louvo a Deus por este trabalho, mesmo Quais são as suas atividades na Paró- que ele me desafie a acordar uma hora quia Primavera? mais cedo todas as manhãs. A Igreja do Bairro Primavera é bastante ativa e dinâmica. Há dois cultos Está realizado na sua vocação? semanais e somente em casos excepcioPassei por muitas experiências que fonais não estou à frente deles, pois meu ram me moldando para ser a pessoa que coração bate pelo púlpito, pela pregação sou. Descobri que o meu chamado não é da Palavra de Deus e do maravilhoso decorrente das minhas qualidades, mas amor de Jesus. Entre outras atividades, tão somente por causa da graça de Deus, estou envolvido diretamente com o En- que me carrega e sustenta. Esta certeza sino Confirmatório e dirijo o trabalho tem me dado ousadia e coragem para precom jovens, pois uma Igreja em que as gar o Evangelho e pastorear as vidas que crianças e os jovens não estão presentes Deus me confia, mas não me cobra penão tem futuro, não tem alegria e está los frutos do meu Ministério, esperando fadada a morrer. Também invisto gran- apenas que eu semeie a sua maravilhosa de parte do meu Ministério na visitação, Palavra. É preciso fazer o que Deus quer pois o coração da Comunidade está nas que a gente faça e estar no lugar onde casas. É gratificante ver pessoas cres- Deus quer que a gente esteja. Com o cocendo na fé em Jesus, sendo salvas, res- ração cheio de gratidão e alegria, afirmo tauradas e resgatadas. O que mais um que me sinto plenamente realizado no Obreiro haveria de querer e sonhar? exercício do meu chamado.

Luterprev Responde

ajudando a planejar o seu futuro Tenho um plano de previdência no banco em que sou correntista e agora estão me pressionando para migrar para outro. Eu teria que passar a pagar mais para ganhar o benefício combinado. Depois de conversar com pessoas da Comunidade, decidi levar o meu plano para a Luterprev. É complicado? Pelo contrário. Trata-se de um procedimento bastante simples, já que a portabilidade nos planos de previdência privada, a exemplo do que acontece com as linhas de telefonia móvel, é regulamentada e fácil de fazer. Basta acionar a organização para a qual se quer levar o plano, no caso, a Luterprev, e ela se encarregará de todos os trâmites e comunica-

dos, com pouca burocracia e sem perda de capital. Depois da solicitação, em poucos dias, você já será associado Luterprev. Eu tinha um plano de previdência junto a um banco há mais de oito anos quando fui comunicado que aquela modalidade estava sendo extinta e que precisava mudar de plano. Fiz os cálculos e vi que sairia perdendo com a troca. Isso é legal? Não, pois você tem direito adquirido, mas também não há nada que impeça a operadora de previdência complementar de propor uma mudança para novos planos mais convenientes para ela. Entendemos que isso não é ético e temos como norma

não propor esse tipo de mudança. As regras para formatar os planos são alteradas de tempos em tempos, considerando índices como longevidade da população. Para as instituições, é muito mais lucrativo fazer com que os associados mudem de plano. Já para a Luterprev, que não tem fins lucrativos, a ética e o compromisso que assumiu com quem confiou nela é que estão em primeiro lugar. Quando o setor de previdência estipula novos parâmetros, a Luterprev os adota apenas para os novos associados. Assim, o associado não perde e a Luterprev mantém a sua palavra.

É preciso fazer o que Deus quer que a gente faça e estar no lugar onde Deus quer que a gente esteja

Depoimento Nessa área, sempre precisamos confiar em bons profissionais, mas sobretudo na sua ética. Vamos migrar os planos de aposentadoria, do meu marido e o meu, de um banco para a Luterprev. O que pesou na nossa decisão foi tratar-se de uma entidade ligada à IECLB e, ainda, o fato de a migração não significar perdas nos planos. Pastora Anelise Lengler Abentroth Marechal Candido Rondon/PR

Visite o site da Luterprev (luterprev.com.br) e faça uma simulação para a sua aposentadoria complementar. No site, você também encontra um link para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para o e-mail luterprev@luterprev.com.br, com o assunto Jorev Luterano.


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Presbitério

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Fortalecendo os valores cristãos na vivência do Evangelho Como Igreja cristã, devemos dar suporte emocional e espiritual aos jovens e crianças para um futuro no caminho de Deus

Na IECLB, qual é a sua caminhada? Em Igrejinha, a família Koppe é responsável pela zeladoria e pelo badalar dos sinos, chamando para os momentos de celebração da fé na Igreja Gabriel, há quatro gerações: meus pais, Valia Hildegard e Luiz Augusto Koppe, meus avós Dalila e Ary Koppe, minha bisavó Anita Paula Huff Robinson e minha tataravó Guilhermina Kirsch Huff. Sou membro batizado na IECLB, participava do Culto Infantil, da Juventude Evangélica de Igrejinha (JEI), dos Retiros de Jovens, de Confirmandos e das Olimpíadas da JE. Uma fase marcante foram os Encontros de Evangelização, realizados na Comunidade de Igrejinha, coordenados pelo Pastor Homero Severo Pinto, com um Grupo de Louvor de Caxias do Sul/RS, em que aprendi hinos que até hoje canto inclusive para a minha filha dormir. De que maneira a sua formação auxilia na atividade no Presbitério? Estou envolvido em Presbitérios de Comunidade e Paróquia desde 2001. Já fui Vice-Presidente e Presidente da Paróquia, Tesoureiro, Vice-Presidente e Representante da Comunidade no Conselho Paroquial. Atualmente, sou Suplente do Conselho Fiscal da Comunidade e Presidente da Paróquia. Sou formado em Administração de Empresas e trabalho na Controladoria Corporativa de uma empresa calçadista de Sapiranga. A minha formação auxilia na gestão financeira da Paróquia e ajudou na elaboração de controles financeiros, fluxos de caixa, além de orçamentos elaborados em planilhas Excel. A participação no Presbitério é uma forma de gratidão às bênçãos de Deus e tam-

bém uma maneira de aplicar os dons recebidos em prol do Reino. Sinto uma grande satisfação em estar envolvido na causa da Igreja de Cristo auxiliando na missão da IECLB em Sapiranga. Como funciona a Juventude Mirim? Pensando no futuro da Igreja, em 2008 a Paróquia definiu como prioridade atrair crianças e jovens. Em 2010, resgatamos os encontros de jovens da faixa etária pós Ensino Confirmatório com a Juventude Evangélica Mirim de Sapiranga (JEMIS). Temos, ainda, um encontro mensal para crianças na faixa de 7 a 10 anos com mensagem bíblica encenada, louvor e atividades esportivas, de forma a cumprir a nossa missão como Igreja de Cristo também para as crianças, semeando e ensinando a Palavra de Deus,

Qual é a responsabilidade da Igreja junto aos jovens? Vivemos em um mundo cada vez mais virtual e impessoal, mas a Igreja pode incentivar encontros para relacionamentos duradouros, focados na vivência do Evangelho, fortalecendo os valores cristãos. Considerando vários fatores presentes na vida dos jovens, como falta de tempo de pais atarefados, relacionamentos familiares tumultuados, convívio com drogas e acesso fácil a todo tipo de conteúdo via Internet, devemos, como Igreja cristã, dar suporte emocional e espiritual aos jovens e crianças para que consigam identificar no seu cotidiano aquilo que realmente é significativo para a sua felicidade, para um futuro no caminho de Deus, pois é bíblico ensinar às crianças o caminho que devem seguir.



Jorev Luterano - Julho - 2010

10 Mulheres

A fé nos move a nos dispormos ao serviço da Igreja sempre

Na IECLB, qual é a sua trajetória? Fui batizada e confirmada na IECLB e o fato relevante é que o Ensino Confirmatório se reflete até hoje na minha vida. O serviço não é algo mais no meu cotidiano, mas uma doação de mim para com Deus. Jovem, iniciei um trabalho de assistência social na Comunidade de Novo Hamburgo/RS em que me defrontei com mulheres paupérrimas, doentes e cansadas da vida, o que me impulsionou a novos desafios na IECLB. Atuei como Presidente Distrital no Conselho da OASE, no Conselho Regional da Região IV, no Conselho Diretor, como Delegada no Concílio, além de consultas específicas, como a Assembleia da

Fundação Luterana Mundial (FLM), realizada em Hong Kong. Também fui Coordenadora em nível nacional da Década da Mulher, promovida pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e desenvolvida no Brasil pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), e Coordenadora da Mulher na Igreja e na Sociedade (Meis) do Conesul. Quais são os temas e as frentes de trabalho com mulheres no Sínodo Rio dos Sinos? Além da OASE, temos grupos como Terceira Idade, Singulares, Portadores de Deficiência, Retiro do Silêncio e Semeadoras, um novo grupo cuja propos-

ta é atender mulheres vítimas de violência. Os temas são autoestima, relações de gêneros e violência contra a mulher. O grande desafio é atrair as jovens tendo em vista as necessidades de formação e carreira nessa nova sociedade. Inclusive, este é um dos desafios do Seminário do Fórum de Reflexão da Mulher Luterana Como conhecer as novas famílias hoje formadas? Importante é que as mulheres estão atentas e a realidade mostra que a grande missão da IECLB é delas. No Sínodo, as mulheres têm assumido funções de lideranças e cargos diretivos, mas sem perder de vista que somos administradoras da Igreja de Cristo. A Igreja não é nossa, mas Dele, por isso temos a responsabilidade de nos deixar orientar por Ele nas dificuldades e incertezas. É a fé que nos move a nos dispormos ao serviço da Igreja sempre. Qual é a sua atuação no Fórum de Reflexão da Mulher Luterana? Constituído em 1990, o Fórum é um dos grupos de mulheres da IECLB do qual sou integrante desde a sua fundação, tendo acompanhado diversos encontros entre mulheres de diferentes grupos da Igreja, sempre com uma participação expressiva, a fim de promover o debate e a informação sobre a vida integral da mulher. Nos últimos anos, um excelente material de apoio tem sido o Caderno da FLM As igrejas dizem ‘não’ à violência contra a mulher. O Fórum também participou do Caderno Encontro e conversas pela cultura da paz.

1) Grupo ecumênico Colmeia 2) OASE confecciona panôs 3) Trabalhos comunitários

Voluntária de missão Olá, meu nome é Luisa Niethammer. Sou alemã e, desde julho de 2009, estou contribuindo como voluntária na Instituição Luterana em Paracatu - LUPA, em Minas Gerais. Por que escolhi fazer o voluntariado? Tenho muito interesse por outras culturas – especialmente na América Latina. A imagem do Brasil ainda é um pouco misteriosa no meu país, por isso queria conhecê-lo,

mas não foi só a aventura que me motivou. Também queria ajudar no campo social, preferencialmente com crianças, e a Obra Gustavo Adolfo (OGA) da Alemanha me encaminhou para a Instituição Luterana em Paracatu. A LUPA desenvolve vários projetos, sendo um deles o Centro de Educação Infantil, onde estou. Atualmente, a escola atende 78 alunos

de três a seis anos de idade. O trabalho com as crianças é uma experiência muito valiosa. Aprendi como lidar com elas para ter uma boa relação de carinho, respeito e confiança e os pequenos me dão força de um jeito só deles. Fizemos uma bela amizade! A atmosfera na LUPA é alegre, atenciosa e amável. Durante os nove meses que passei aqui, nunca tive dificuldades. Pelo contrário, estou sempre contente e feliz. Gostaria de agradecer a todas as pessoas que estão sem cessar presentes na minha vida, que cuidam de mim e fazem este tempo no Brasil ser inesquecível. É um presente de Deus e eu as guardarei no meu coração.

Luisa Niethammer, 20 anos, vem pelo Programa Voluntários de Missão – (Secretaria Geral da IECLB em parceria com organizações alemãs) Voluntariado: julho/09 a julho/10


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Fé Luterana 11

Pecado e perdão II/II Condições para o perdão

Pastor Ivo Krueger, formado pela Faculdade de Teologia, Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí. Atua na Paróquia da Paz, em Blumenau/SC

Pastor Renatus Porath, Professor da Escola Dominicana de Teologia/SP, atualmente na área bíblica como colaborador ecumênico e Assessor de Teologia Bíblica. Atua como Pastor voluntário na Paróquia Centro de São Paulo, Igreja Martin Luther

Como ‘bons luteranos’, temos dificuldade com leis, obrigações e imposições. Pensamor exercer a ‘liberdade cristã’ e ninguém pode nos obrigar a nada. Vivemos da graça de Deus, é verdade, mas também precisamos nos colocar no raio de ação da graça de Deus. Precisamos desejá-la, pois Deus não nos obriga a nada. Há condições para receber o perdão? Recorro ao reformador Martim Lutero, que aborda este assunto no Catecismo Menor O que é o ministério da absolvição (perdão) dos pecados? É o poder especial que Cristo deu à sua Igreja na terra para perdoar os pecados às pessoas que se arrependem e não os perdoar a quem não se arrepende. Fica evidente que há condições: o reconhecimento de que desobedecemos a Deus, consciente ou inconscientemente, o arrependimento, que vem acompanhado do firme propósito de não reincidir na desobediência, e a confissão. Conforme Lutero, diante de Deus devemos confessar que somos culpados de todos os pecados, também dos quais não nos damos conta, como fazemos no Pai Nosso. Por mais determinados que possamos estar em não pecar, sabemos que constantemente caímos em desobediência, portanto também o nosso arrependimento e a confissão devem ser diários. Cristo deu à sua Igreja o poder de perdoar pecados. Obreiras e Obreiros são pessoas incumbidas por Deus a, além do anúncio geral da Palavra e de ministrar os Sacramentos, também ouvir a sua confissão e lhe anunciar o perdão de Deus.

Perdoando novamente O perdão é dado por Deus àqueles que o procuram arrependidos e motivados pela fé. Deus estabelece os seus critérios. A Sagrada Escritura indica caminhos de como o perdão acontece na vida das pessoas. O perdão de Deus a quem continua errando é plenamente possível, desde que não persista no erro e se esforce para mudar de atitude. O perdão de Deus é uma resposta de amor e misericórdia na vida do ser humano. Esta misericórdia não é passiva, mas impulso de vida. Quando somos alcançados pelo perdão de Deus, a nossa vida é transformada e lutamos contra tudo o que nos afasta da comunhão com Deus. Isto não significa que não erramos mais. Significa que lutamos contra o pecado e sempre de novo nos colocamos humildemente na presença de Deus clamando por sua misericórdia e força para enfrentar o pecado. Nas Obras Selecionadas, volume 7, Lutero afirma que, sem arrependimento e pesar, não pode haver perdão de pecados. Se, todavia, alguém não crê no perdão dos pecados, eles não poderão ser perdoados. Portanto, para haver perdão, deve haver arrependimento sincero e mudança de vida e de atitude. O arrependimento, fruto de uma fé vivida próxima a Deus, produz confiança. É o amor de Deus que nos capacita ao arrependimento sincero e mostra novos caminhos, sempre envoltos pela misericórdia transformadora de Deus, que nos alcança em nossa fraqueza e imperfeição. É Deus quem nos redime e salva.

Para refletir, leia Lucas 24.44-49

Para refletir, leia João 20.22-23

Perdoar e esquecer

Barbárie recebe perdão?

Se na boca do povo reina a frase errar é humano e perdoar é divino, na comunidade de Cristo somos chamados a perdoar (Ef 4.32, 2 Co 2.7-8 e 1Pe 4.8). Então, desde a fé, perdoar não surge da bondade humana, tampouco de uma superioridade moral ou superespiritualidade. O perdão se nutre e é inspirado no amor que nos foi mostrado por Deus em Cristo (1Ts 4.9b). Para que haja verdadeiro perdão, o livro de Números (5.5-9) nos diz que, sem arrependimento, confissão e reparação (possível) dos danos, não há perdão. Confessar implica lembrar o sucedido, ser claro e específico no reconhecimento da ofensa. Perdoar não significa fazer de conta que nada aconteceu (‘vamos esquecer’). O salmista escreve que o custo do silêncio é muito alto (Sl 32.3). O perdão só pode ser exercido diante da ofensa claramente verificada, por isso, geralmente, o perdão vem depois do arrependimento e da confissão. O perdão é um ato de amor, uma doação feita pela pessoa ofendida, magoada e ferida. O perdão apaga a ofensa, mas as marcas físicas, emocionais e relacionais muitas vezes permanecem por um tempo ou para sempre, por isso haverá lembrança da experiência vivida. Se isto é assim, de que serve o perdão? Para possibilitar a continuidade da vida dos envolvidos em paz e saúde, com um novo olhar para o passado que coloca novas bases para o presente e o futuro. Na fé vivenciada no amor, perdoar exige lembrar e, quando a lembrança do perdoado vier, ela não mais ferirá.

Quem de vós estiver sem pecado seja o primeiro a lhe atirar uma pedra! Com essa declaração, Jesus desarma os opositores que o querem testar quanto à fidelidade à lei do Antigo Testamento (Jo 8.1ss). Apresentam-lhe uma pessoa apanhada em adultério, que, segundo a lei judaica em vigor, merece pena de morte por apedrejamento. No julgamento do ‘casal Nardoni’, que matou uma menina e simulou a queda do alto de um prédio em São Paulo, é difícil falar em perdão diante de um crime brutal e uma perda irreparável. Chegar a um veredito nos moldes de Jesus Nem eu te condeno. Vai e não peques mais está fora de cogitação. Nosso senso de justiça requer punição. Crime e pecado não são a mesma coisa! Pecadores, somos todos. Criminosos não! O crime desestrutura a vida comunitária, transgride a lei e agride a sociedade. O ‘mundo do crime’ é complexo. Violência e exclusão experimentadas desde a mais tenra infância produzem delinquência, violência e criminalidade como em um círculo vicioso. Quem estiver sem pecado atire a primeira pedra. Quem de nós poderá fazê-lo? É ele quem perdoa toda a tua culpa e cura todas as tuas enfermidades! (Salmo 103.3). A comunidade cristã se reúne sabendo que necessita confessar o seu desespero de ter errado o caminho e precisa ser levada de volta para aquele que nos dá a vida como graça. Em Jesus, o acesso ao jardim de Deus está novamente aberto. Perdão é poder viver sob novas condições, a partir da certeza que o foco da doença que leva à morte foi atingido.

Para refletir, leia Mateus 25.34-40

Para refletir, leia Miquéias 7.18-19

Pastora Vera Maria Immich, Pós-graduada em Ministério Pastoral Escolar pelo IEPG e em Psicologia pela Faculdade Evangélica do Paraná, atualmente, na Capelania Hospitalar no Hospital de Clínicas da UFPR. Atua na Comunidade da Consolação em Curitiba/PR

Pastor Pedro Puentes Reyes, chileno, após sete anos de pastorado na Igreja Luterana no Chile, fez mestrado e doutorado no IEPG, em São Leopoldo. Atua na Paróquia no Vale do Paraíba/SP


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12 Geral

Educação cristã vivendo, aprendendo e ensinando

Catequista e Pedagoga Ivone Atkinson Sträher, Coordenadora de ECC e Culto Infantil no Sínodo Sul-Rio-Grandense, atua na Paróquia Evangélica de Boa Vista, assim como o Pastor Itto Alberto Sträher

Nossos nós Katilene Willms Professora de Ensino Religioso e membro do Conaje Blumenau/SC Sínodo Vale do Itajaí

O que atenta para o ensino, acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz (Provérbios 16.20). Vemos este versículo como um dos motivadores para todo o diálogo em torno da educação na fé cristã. Na Igreja, somos uma grande família e, como tal, cada instância tem as suas tarefas definidas nos Documentos Normativos. Assim acontece em relação à Educação Cristã nas diversas instâncias da IECLB. Desde a Constituição da IECLB, perpassando Estatutos e Regimentos nas Comunidades, Paróquias e Sínodos, vamos encontrar competências e tarefas em relação à educação na fé formuladas por inúmeras ações: promover, proporcionar, criar, planejar, viabilizar, empenhar-se, incentivar, supervisionar, estabelecer…

Conforme o Plano de Educação Cristã Contínua da IECLB (PECC), ponto 9, ‘A Comunidade tem como tarefa: avaliar as ações educativas por ela promovidas para cada fase da vida, verificando onde as quatro áreas temáticas estão sendo trabalhadas: Bíblia, Confessionalidade, Missão e Contextos’. A Comunidade deve estabelecer metas e prioridades na área educativa e prever orçamento para a execução. O Conselho Paroquial deve ocupar-se com o acima exposto e procurar suprir lacunas existentes na formação de lideranças. Além das ações acima, também é necessário avaliar periodicamente a caminhada, refletindo, planejando, incentivando lideranças a abraçando ações educativas.

O Conselho Sinodal tem por tarefa: criar a Coordenação Sinodal de Educação Cristã Contínua (ECC), levando em conta as condições e a realidade local. O Sínodo Sul-Rio-Grandense, por exemplo, criou a sua Coordenação Sinodal de ECC por meio da moção enviada à Assembleia Sinodal. Nessa Coordenação, há um representante dos seguintes setores: Culto Infantil, Ensino Confirmatório, Juventude Evangélica, Ensino Religioso e Diaconia. Ainda fazem parte o Pastor e o Vice-Pastor Sinodal, além dos representantes do Sínodo nos Seminários Nacionais de ECC. Entre estes, foi escolhido um Coordenador. Outros Sínodos constituíram uma Coordenação Sinodal de ECC de outras maneiras. Que Paróquias também se sintam chamadas. Quem atenta para o ensino, acha o bem!

Peregrinos da Esperança Há 28 anos, quatro famílias luteranas chegaram a Vila Rica/MT. Vindas do sul do Brasil, os migrantes trouxeram na bagagem, além de esperança e coragem para construir novos horizontes em terras longínquas, as suas Bíblias e os seus Hinários. Após um curto espaço de tempo, as famílias sentiram falta da sua Igreja e resolveram se reunir para orar e cantar em suas residências. Assim surgiu um pequeno grupo missionário chamado Peregrinos da Esperança. Foram os primeiros passos dados rumo à constituição da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Vila Rica. Atualmente, a Paróquia é forma-

da por mais de 150 membros, com quatro Pontos de Pregação: Cantagalo, P.A. São José, Porto Alegre do Norte e Santa Cruz do Xingu I. Depois de um período de 2 anos e 7 meses de vacância, o Pastor Paulo Marcos Jahnke foi enviado e atua na Paróquia desde 15 de fevereiro de 2010. Para viabilizar a presença de um Ministro da IECLB em Vila Rica, a Paróquia conta com o auxílio da Vai e Vem – Campanha de Ofertas para a Missão, pois a mesma não dispõe de recursos próprios para manter as despesas, mesmo com todo o seu empenho. Os membros têm consciência de que estão em um lugar onde ser luterano é ser diferente e que a Paróquia sobrevive pela graça de Deus e Gisele Mello misericórdia de irmãos e irmãs que Coordenação da Campanha Vai e Vem auxiliam na caminhada. Façamos Secretaria da Ação Comunitária nós também parte desta história! Secretaria Geral da IECLB

Porque as pessoas veem as aparências, mas Eu vejo o coração (1 Samuel 16.7b). Quando fui convidada a escrever sobre o lema do Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), logo pensei na responsabilidade que estava assumindo. Então, lembrei-me de um momento, no encontro do grupo de jovens da minha Comunidade, quando fui convidada a fazer uma reflexão bíblica. Na empolgação da organização do Congrenaje, refleti com os jovens sobre o lema do evento, o versículo citado acima. Na ocasião, recordei uma história que costumo contar para os meus alunos das séries iniciais. O texto ‘Nós’, de Eva Furnari, conta a história de uma menina que, por ter uma característica diferente da maioria das pessoas, sofre com a zombaria dos seus colegas. Em determinado momento, aparecem nós em partes do seu corpo. Nó no dedo, na barriga, no nariz, na garganta... A menina decide ir embora da cidade e só volta a confiar nas pessoas ao perceber que é amada e respeitada da forma como é. É também sobre esses nós que queremos conversar no Congrenaje 2010. Temos um Amigo que está preocupado em demonstrar todos os dias o quanto nos ama pelo que somos na essência. A partir do momento que percebemos e aceitamos essa proposta agradável, os ‘nós’ se soltam aos poucos e estamos abertos para aceitar cada pessoa assim como Deus a criou. Ao final da minha fala, me dei conta que posso contribuir para que mais pessoas conheçam e sintam a presença de Deus em sua vida. Isso me motivou a escrever sobre essa experiência. É este o sentido que vejo em participar de um Congrenaje, de um grupo de Juventude e até mesmo da vida em Comunidade: contribuir para que mais pessoas sintam o grande amor de Deus por nós. Recomendo a reflexão sobre os nós que atrapalham os nossos relacionamentos e reforço o convite para o XX Congrenaje e 6º Fest’Art, que acontecerão nos dias 18 a 22 de julho de 2010, em Maripá/PR, no Sínodo Rio Paraná.


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Comportamento 13

As escolas comunitárias evangélicas

Dando sequência à série de matérias especiais em comemoração aos 60 anos da IECLB, nesta edição Belmiro Meine, que foi Professor de Língua Portuguesa no Instituto de Educação Ivoti (IEI), no Colégio Sinodal de São Leopoldo e na Unisinos, Presidente da Rede Sinodal de Educação, Diretor do IEI, Vice-Diretor do Colégio Sinodal e, atualmente, é Diretor Geral do Centro de Ensino Médio e da Faculdade de Tecnologia Pastor Dohms, em Porto Alegre/RS, vai apresentar a importância das escolas comunitárias evangélicas para a Igreja e a sociedade

Quando os imigrantes alemães vieram para o Brasil, a partir de 1824, os luteranos puderam praticar a sua fé aqui sob a égide da tolerância, isto é, o culto luterano não era admitido, mas apenas tolerado, desde que a casa de culto não tivesse sinal externo que a identificasse com um templo: cruz, torre ou sino. Os imigrantes estavam habituados à existência de um sistema escolar bastante satisfatório em sua terra de origem. Como o Império não implantou escolas nas regiões de imigração dos alemães, os próprios colonos se organizaram, criando e sustentando as suas escolas, pois os seus filhos precisavam aprender a ler, escrever e fazer contas, uma forma de acesso à livre interpretação das Escrituras. Como os colonos luteranos não podiam construir igrejas, passaram a construir escolas, que, aos domingos, abrigavam os cultos. Os Pastores que vieram (poucos) serviam de Professores. Não havendo Pastores, os colonos escolhiam entre eles os seus Professores (normalmente, os que tinham a melhor letra ou os que não tinham força física suficiente para trabalhar na roça), que serviam também de Pastores. Multiplicaram-se as escolas, não só as luteranas, mas também as paroquiais católicas de Língua Alemã, que foram muito cedo assumidas pelas ordens religiosas católicas. Dessa forma, essas escolas (católicas) passaram a ser administradas por instituições exteriores à comunidade. As decisões vinham da sede da ordem religiosa. As escolas luteranas, no entanto, permaneceram ligadas e administradas pela comunidade que as criara, pela comunidade local. No cinquentenário da imigração alemã, em 1874, havia mais de 200 escolas paro-

quiais evangélico-luteranas. No centenário, em 1924, em torno de 700. Nesse contexto, a escola paroquial surgiu para suprir basicamente três necessidades:

Colégio Frederico Jorge Logemann (na foto menor, o Colégio atualmente)

- superar a falta de escola, que na Europa já era parte da vida de praticamente todas as comunidades; - ensinar as crianças a ler, o que era imperativo para o exercício do sacerdócio universal; - ensinar a Língua Alemã, uma espécie de elemento de identidade étnica e cidadania dos imigrantes em relação à terra de origem.

Colégio Tiradentes (na foto menor, o Colégio atualmente)

Como se vê, não está na origem da criação das escolas das comunidades luteranas a tarefa de fazer missão, catequese. Aliás, no começo do século XX

(1920), só podiam ser admitidos no Ensino Confirmatório no âmbito do Sínodo Rio-Grandense os candidatos já alfabetizados. A Igreja queria que a escola alfabetizasse. A catequese, ela mesma faria. As escolas em geral não foram criadas em função de uma política educacional da Igreja. Surgiram sempre por decisão da comunidade, que também as administrava por meio da sua Diretoria. Essa vinculação direta escola/comunidade tem sido a principal característica dessas instituições, sendo de vital importância em sua história. A escola comunitária não foi construída para que por meio dela se pudesse fazer missão, expandir o seu quadro de membros. A sua tarefa foi sempre preparar as crianças e os jovens para o exercício da cidadania, nos limites estabelecidos por seu tempo. Esse traço da história das escolas evangélico-luteranas faz com que muitas delas, ao descreverem a sua filosofia educacional, se declarem escolas confessionais, mas não confessionalistas. Em decorrência disso, a escola evangélica luterana não coloca a expressão da confessionalidade como a sua marca. De forma geral, procura construir e informar o seu projeto pedagógico na sua acepção mais ampla com os conteúdos da fé. Mesmo que em sua origem ela tenha sido concebida como instrumento para educar os filhos das famílias luteranas de determinada localidade, hoje o seu compromisso se ampliou e está vinculado à comunidade geral em que está inserida. A escola luterana compreende a sua tarefa como um serviço que a Igreja presta à comunidade/ sociedade.

A Política Educacional da IECLB A Política Educacional da IECLB de 1990 expressa claramente os desafios e os limites estabelecidos para a atuação das escolas a ela vinculadas com vistas à chegada do século XXI: - facilitar o crescimento em entendimento e prática da fé cristã em níveis pessoal, familiar, comunitário e social; - assumir formas abertas, participativas e democráticas para todas as pessoas envolvidas; - contribuir para a formação integral do ser humano, enfatizando o desenvolvimento da consciência criativa e crítica; - fortalecer os laços de solidariedade entre e para com todas as pessoas, especialmente as empobrecidas, discriminadas, marginalizadas e oprimidas; - favorecer o exercício da liberdade acompanhada do senso de responsabilidade e serviço; - apoiar todos os agentes da educação a se reconhecerem como sujeitos capazes e convocados àquelas formas de atuação social que possam proporcionar vida digna em nível pessoal, familiar, comunitário e social;

- a educação como processo permanente, deve abranger a família, a Comunidade eclesial e a Igreja toda, a escola evangélica, a escola pública, outras instituições de ensino e a sociedade. Para ler as atuais diretrizes da Política Educacional da IECLB (2003), acesse o Portal Luteranos.

A Rede Sinodal atende em torno de 42 mil alunos

As atuais 65 instituições ligadas à IECLB se congregam em uma rede de instituições educativas – a Rede Sinodal de Educação, com sede em São Leopoldo/RS, que atende em torno de 42 mil alunos. Algumas das instituições já nasceram como cursos superiores: Faculdades EST, Instituto de Formação de Professores de Língua Alemã e Faculdade Luterana de Teologia. Outras ampliaram as suas atividades nessa direção: Bom Jesus/ IELUSC, SETREM, Instituto Superior de Educação Ivoti, Faculdade Horizontina, Instituição Evangélica de Novo Hamburgo e Faculdade de Tecnologia Pastor Dohms.


Jorev Luterano - Julho - 2010

14 Deutsche Seite

Großeltern und Enkel “Enkel sind leichter zu erziehen als Kinder. Bei den Enkeln kann man schon einen Teil der Verantwortung den Eltern überlassen”. Das Scherzwort in Ehren, doch wissen wir, dass wir Großeltern unseren Enkeln mehr schuldig sind als eine gelegentliche Tafel Schokolade, ein Schweizer Taschenmesser oder ein Halskettchen zur Konfirmation. Es wird sich lohnen, einmal darüber nachzudenken. Das Verhältnis zwischen Großeltern und Enkeln hat sich heute ja in vieler Hinsicht geändert. Früher, sagen wir, vor sechzig, siebzig Jahren, waren die Großeltern noch die Wissenden. Die Jungen lernten von den Alten. Heute, wenn ich den Besuch eines meiner 13 Enkel erwarte, mache ich mir meist schon ein Zettelchen mit Fragen zurecht, die ich ihm oder ihr stellen will: Wie hängt man ein Foto an eine e-Mail an, wie stellt man im Computer Texte um, und so weiter. Die Enkel sind die Wissenden, wir Alten die Unwissenden. Sie kriegen diese technischen Dinge mit einer Leichtigkeit hin, die uns Alten schlechthin fehlt. Und Technik ist ja heute alles! Wie konnte uns das passieren? Sind wir Großeltern denn verdummt, ist die Zeit an uns vorbeigegangen? Nun, die Enkel sind mit dem Computer und dem Mobiltelefon aufgewachsen. Wir haben früher in den Gymnasien lateinisch und vielleicht deutsch oder französisch gelernt. Das zählt heute nicht mehr. “Wie macht man das?” - Das ist heute die Frage. Bildung ist gleich Technik. Wir Alten, ja, wir sind da ein wenig ins Abseits geraten. Hoffentlich nur auf Zeit... Und doch sind wir den Enkeln etwas schuldig, was ihnen die schon besser mit der Technik vertrauten Eltern – und die

Eine russische Babushka (Oma) könnte die Weltgeschichte entscheidend verändert haben

Der Engel im Menschen Zu meiner Taufe bekam ich ein Bild, das jahrelang über meinem Kinderbett hing. Es stellte einen Schutzengel dar, der seine großen Flügel schützend über ein Mädchen und einen Jungen hielt. Die beiden gingen über eine alte und gefährliche Brücke. So habe ich mir immer einen Schutzengel vorgestellt und mir gewünscht, so einem einmal zu begegnen. Wie dem Jungen in dieser Erzählung: Ein kleiner Junge wollte einen Engel treffen. Er packte Saft, Bananen und Schokolade in seinen Rucksack und machte sich auf den Weg. In einem Park sah er einen alten Mann, der auf einer Bank saß. Der Junge setzte sich zu ihm und öffnete seinen Rucksack. Als er eine Banane herausholen wollte, sah er den hungrigen Blick seines Nachbarn. Er nahm die Banane heraus und gab sie dem Mann. Dankbar lächelte der Alte ihn an – ein wundervolles Lächeln! Um dieses Lächeln noch einmal zu sehen, bot ihm der Junge auch eine Flasche Saft an. Der alte Mann nahm sie und lächelte wieder. So verbrachten sie gemeinsam den Nachmittag im Park. Als es dunkel wurde, wollte der Junge nach Hause gehen. Nach einigen Schritten ging er zurück und umarmte den Mann. Zu Hause fragte die Mutter: „Was hast du denn heute Schönes erlebt, dass du so fröhlich aussiehst?“ Der Junge antwortete: „Ich habe mit einem Engel zu Mittag gegessen – und er hatte ein wundervolles Lächeln!“ Auch der alte Mann war nach Hause gegangen, wo sein Sohn ihn fragte, warum er so fröhlich sei. Er antwortete: „Ich habe mit einem Engel zu Mittag gegessen – und er war viel jünger als ich dachte.“ Der Wunsch, einen Engel zu treffen, ging auch für mich

Engel müssen nicht Flügel haben. Jeder Mensch kann ein Engel Gottes sein

Pfarrer Lindolfo Weingärtner

technisch geprägte Umwelt – oft nicht geben können. Der alte Paulus erinnert seinen Schüler Timotheus daran, dass es neben seiner Mutter Eunike seine Großmutter Lois war, die ihm seinen Glauben vermittelte (2.Tim.1.5). Und wir wissen heute, dass die Großmutter des früheren russischen Präsidenten Gorbatschow ihren kleinen Enkel Michael in der kommunistischen Zeit heimlich taufen ließ (sicher mit geheimer Zustimmung seiner Eltern), und ihm ebenso heimlich das Evangelium Christi bezeugte. Und hiermit könnte eine russische Babushka (Oma) die Weltgeschichte verändert haben, denn Gorbatschow wurde zur Schlüsselfigur der Weltpolitik. Er trat für Gerechtigkeit und Freiheit, auch für Glaubensfreiheit, ein. Und die Mauer in Berlin wäre ohne ihn nicht so bald gestürzt... Ja, wie werden wir aber eine solche Babushka, eine solche Lois? Wir sollten Zeit für unsere Enkel haben, sollten ihnen zuhören können. Wir sollten durch unsere Art zu leben anziehend auf sie wirken. Wir sollten sie nicht verwöhnen, wir sollten sie lieb haben. Wir sollten sie bei Besuchen vom Computer weglocken (und unser eigenes Fragezettelchen möglichst klein halten). Und diese Strategie führt dann bei Christenmenschen zu einem gelegentlichen Gespräch, in dem es um Lebens- und Glaubensfragen geht. Wir werden damit vielleicht nur einen winzigen Teil der Weltgeschichte beeinflussen. Aber für Gottes Weltenplan sind auch die kleinsten Wegweisungen wichtig.

Theologe Jaime Jung

mehrmals in Erfüllung. Sie hatten nie Flügel oder ein weites weißes Kleid, wie auf dem Schutzengelbild. Ich erkannte sie aber unerwartet in meinen Mitmenschen, in schönen oder schwierigen Situationen. Engel sind die Menschen, die uns in Krisen ermutigen. Engel sie die Menschen, die an uns glauben, uns Kraft schenken und sagen: „Du schaffst es!“ Sie teilen mit uns das Brot. Engel sind die Menschen, die uns bei Krankheit oder Trauer zur Seite stehen, uns umarmen und auch mal schweigend für uns da sind. Ein Engel kann ein Freund sein, die Nachbarin oder ein Unbekannter. Sind Sie auch schon einem solchen Engel begegnet? Oder vielleicht waren Sie schon ein Schutzengel für jemanden anderen? Manchmal passiert das ganz ohne Worte; eine Geste, ein Blick, eine Berührung reicht da aus. Denn jeder Mensch kann ein Engel Gottes sein. Es müssen nicht Männer mit Flügeln sein, die Engel. manchmal sind sie alt und hässlich und klein. Vielleicht ist einer, der gibt dir die Hand, oder wohnt neben dir, Wand an Wand, der Engel. Gedicht von Rudolf Wiemer


Jorev Luterano - Julho - 2010

Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.

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Eiserne Hochzeit

Falecimento Com pesar e saudades, anunciamos o falecimento do nosso querido esposo, pai, avô e amigo ERNO BÜNECKER de Languiru, Teutônia/RS, ocorrido no dia 12 de janeiro de 2010, com a idade de 80 anos e quatro meses. Nascido em Linha Winck, Estrela/RS, filho de Frederico Bünecker e Alvina Hilgemann Bünecker, Erno casou-se com Lucilda Schneider Bünecker, em 29 de maio de 1954, com quem teve dois filhos, Eri Frederico e Marlise, além de quatro netos. Nos primeiros anos, Erno trabalhou como Alfaiate, tendo depois se dedicado à administração de um hotel com restaurante e churrascaria e à vida de taxista. Erno era muito ligado à Comunidade. Somos orgulhosos por ter vivido com uma pessoa tão especial e que deixou um legado de valores e exemplos da vida cristã. A família enlutada agradece a todos que auxiliaram no difícil momento da despedida, em especial a vizinhos, parentes, amigos, corais, Pastor Ênio Fucks e aos que ornamentaram o túmulo com flores e coroas. Saudades eternas da esposa, Lucilda, dos filhos, Eri Frederico e Marlise, da nora, Werlaini, do genro, Eduardo, dos netos, Samuel, Simoni, Israel e Bibiana, dos quatro irmãos e das seis cunhadas. Jesus Cristo diz: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue terá a luz da vida e nunca andará na escuridão João 8.12

ERNA WEIRICH und GUSTAVO HERBERT LAMB Am 17 März von 1945 heirateten in Colônia Riograndense, Munizip von Maracaí, Bundesstaat São Paulo, Gustavo Herbert Lamb (geboren am 21.5.1918, in Feliz/RS, Sohn von Gustav Balduin Lamb und Elsa Weissheimer) und Erna Weirich (geboren am 21.6.1927, in São Vendelino/RS, Tochter von João Carlos Weirich und Emma Paula Fuhr). In Juni 1959 wanderte die Familie nach Marechal Cândido Rondon/PR. Seit November 1985 lebt das Ehepaar in Cascavel/PR, wo jetzt auch die eiserne Hochzeit gefeiert wird. Die Ehe, die durch Gottes Segen schon 65 Jahre währt, wurde mit drei Kindern gesegnet: (1) Arnold Lamb, verheiratet mit Leila Prass Meyer, Eltern von Bernhard Meyer Lamb und Eduard Meyer Lamb; (2) Any Lamb, verheiratet mit Enio Carlos Fenner, Eltern von Carlos Gustavo Lamb Fenner und (3) Albert Lamb, verheiratet mit Maria Letízia Santi, Eltern von Lorena Santi Lamb und Leonardo Santi Lamb. Wir danken dir, Gott, wir danken dir und verkündigen deine Wunder, dass dein Name so nahe ist. Psalm 75.2

Aniversário Com grande alegria, no dia 9 de outubro de 2009, NORBERTO KOGLER

Lembrança de falecimento Com saudades, comunicamos o falecimento da nossa querida mãe, sogra, avó e bisavó SELVINA BOCK VOGEL Nascida no dia 15 de novembro de 1921, em Cruz Alta/RS, Selvina casouse, em 3 de junho de 1939, em Santa Clara do Ingaí, com Guilherme Vogel, que a antecedeu na morte. Em julho de 1942, fixaram residência em Crissiumal/RS, cidade onde participaram ativamente da Comunidade Trindade de Crissiumal. Selvina foi membro fundadora da OASE em 1948, na qual permaneceu durante toda a sua vida. Selvina Vogel faleceu no dia 6 de abril de 2009, aos 87 anos, após longa enfermidade causada por múltiplas isquemias. Os filhos, Ingrith, Carmem, Margrid e Carlos, expressam agradecimentos ao Pastor Egon Drewlo pelas palavras de fé, conforto e carinho, à OASE, ao Coral Carinhosos e a todos que manifestaram solidariedade e apoio durante a sua enfermidade. Entrega o teu caminho ao Senhor confia Nele e mais Ele fará. Salmo 37.5

festejou os seus 80 anos de vida junto à sua esposa, aos seus filhos, netos, bisnetos e amigos. Que Deus o abençoe. Da sempre sua amiga Edy Pauvels Formosa/GO

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Rua Senhor dos Passos, 202/4º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorevluterano@jorevluterano.com.br Site: www.jorevluterano.com.br


O Sínodo Rio dos Sinos, formado por 39 Paróquias (e/ou Comunidades com função paroquial) e mais de 52 mil membros, cuja ênfase missionária é a continuidade do programa de reorganização da gestão sinodal, a promoção de cursos de formação contínua nas áreas de Teologia, Comunicação e da Psicologia para Obreiros e formação de lideranças nas Comunidades, além da manutenção do apoio e do acompanhamento permanente às Áreas Missionárias e às Comunidades em reestruturação, está representado nesta Editoria por nossa gente luterana Erni Musskopf e Eva Forner

Cristo é

único

Proclamamos, mas não conseguimos praticar a reconciliação

“No interior, não tinha Juventude Evangélica. O meu despertar aconteceu por meio da minha mãe. Sou apaixonado pelo amor de Cristo por mim e pelo meu amor por ele”, conta Erni, que nasceu em berço luterano, mas teve um incentivo ‘ecumênico’ da sua mãe “No Grupo Escolar, recebíamos a visita de um Padre católico uma vez por mês. Este período era livre, mas a minha mãe dizia ‘Fique lá, pois é uma oportunidade de aprender’. Assim, aprendi o ecumenismo. Quando mudei para General Câmara, frequentava as missas da Igreja Católica, pois não tinha IECLB. Hoje, sou Vogal do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e destaco a importância do Ecumenismo, pois Cristo é único”. Na IECLB, depois que mudou-se para a capital gaúcha, aos 23 anos, Erni já foi Delegado no Concílio, Presidente e Secretário do Conselho Paroquial, Colaborador da Escola Dominical, fez parte do Grupo de Estudos Bíblicos e, juntamente com a esposa, participou dos Encontros de Casais. Atualmente, na Paróquia Erni é Visitador de pessoas enfermas ou com dificuldade de locomoção e, há 20 anos, faz parte do Serviço Interconfessional de Aconselhamento (Sica), uma entidade ecumênica com

irmãos e Eva Edy Forner, 79 anos, natural de Porto Alegre/RS, é membro na Comunidade Evangélica de Porto Alegre, Paróquia da Paz, no Sínodo Rio dos Sinos “O princípio da fé está na crença e dependência de Jesus como nosso Senhor e salvador das nossas vidas, pois a vida é apenas uma passagem, mas os que creem Nele terão vida eterna”.

mais de 40 anos “O que importa não são os cargos, mas a missão. Na contabilidade com Deus, estamos sempre devendo, pois Ele só quer que coloquemos a serviço os dons que Ele dos dá”. No Sínodo Rio dos Sinos, Erni aponta como grandes temas a ênfase na capacitação de Obreiros, além do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) e a diaconia, “uma alavanca na missão de Deus”, explica o Visitador, que elege como desafio a unidade “É triste ver ‘divisões’ na Igreja, pois Cristo veio para unir. No poder do Espírito Santo, proclamamos a reconciliação, mas não conseguimos praticar esta reconciliação”. O que poderia melhorar na nossa Igreja? “Precisamos colocar em prática o que Deus quer de nós: amar o próximo, praticar a justiça e andar humildemente diante de Deus. Assim, a IECLB vai crescer e o meu sonho vai ser realizado: templos repletos de membros em adoração a Deus e praticando os ensinamentos do Evangelho. Porém, os templos são todos os lugares em que os irmãos se unem em nome de Deus, pois o culto não encerra no final da pregação. É justamente ali que ele começa: o culto na prática”, ressalta Erni Musskopf.

irmãs

Erni Musskopf, 72 anos, natural de Bom Retiro do Sul/RS, Contador de formaçõo e Representante Comercial de profissão (aposentado), casado com Neusa Terezinha Musskopf e pai de Carla, Claudia e Carine, é membro na Comunidade Evangélica de Porto Alegre, Paróquia da Paz, em Porto Alegre/RS, no Sínodo Rio dos Sinos “Tudo o que a gente faz depende da fé. Por exemplo, o meu despertar diário não depende do meu querer e sim da graça de Deus. A partir daí, acordamos e tomamos as nossas decisões. O senhor é a minha luz e a minha salvação”.

Como luteranos, somos salvos por graça e fé: o que fizemos vai ficar por aqui

Filha de pais de origem católica, Eva estudou na Escola da Paróquia da Paz, na época sob a responsabilidade do P. Schlieper, por convite de uma vizinha, então Diretora da Escola “Gostei de tudo o que aprendi no Catecismo e no Culto Infantil e, com muita alegria, decidi fazer a minha Confirmação como luterana. Sempre leio a Bíblia, o Castelo Forte e as Senhas Diárias, pois temos que estar em contato com Deus”. Participante da OASE, do Grupo de Oração, da Terceira Idade e Conselheira Paroquial, Eva Forner é Professora do Culto Infantil há nada menos que 50 anos “No início, estudava os textos traduzidos da Língua Alemã e repassava às crianças. Fico muito feliz de ainda poder ensinar tão ricos ensinamentos aos pequenos. É uma alegria falar sobe esse Jesus maravilhoso, cantando canções simples e repletas de gestos para cativar a todos. Um dia, vou partir e a gente leva daqui apenas aquilo em que acreditou, teve fé, por isso não entendo uma pessoa sem Deus”. Como grandes temas do Sínodo Rio dos Sinos, Eva destaca o trabalho a partir do Tema (Missão de Deus – Nossa Paixão) e Lema (Dá-nos hoje o pão nosso de cada

dia) da IECLB para 2010, além da ‘missão’ de atrair os jovens para a vida na Igreja “Temos ótimas escolas ligadas à IECLB. Estes estudantes devem ser visitados e convidados a fazer parte ativamente da Igreja, pois o cristão não vive sozinho, mas em Comunidade”. Para a Professora da antiga Escola Dominical, como luteranos somos salvos por graça e fé, por isso o que fizemos vai ficar por aqui. Nesse sentido, o desafio é continuar firme na caminhada dos nossos antepassados: persistir na fé luterana e sempre confiar no Espírito Santo, pois Deus age por meio do Espírito Santo. O que poderia melhorar na nossa Igreja? “Sequer tínhamos o hábito de nos tratarmos por ‘irmão’ e ‘irmã’, mas isso tem melhorado. Por meio dos cursos proporcionados pela Paróquia/Comunidade, os membros têm a oportunidade de estudar melhor a Palavra e praticar os seus ensinamentos”, explica Eva Forner, que sonha com uma IECLB cada vez mais viva e fiel a Deus e que a luz do Evangelho brilhe na comunidade cristã não apenas na IECLB, mas no mundo inteiro, proporcionando um lugar mais fraterno, feliz e temente a Deus acima de tudo.


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