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JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2008
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LUTERANO JOREV
JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 37 - NOVEMBRO - Nº 712
Lema: Velhinhos e velhinhas sentarão nas praças de Jerusalém e as praças ficarão cheias de meninos e meninas brincando. Zacarias 8.4-5
Tema: No poder do Espírito, proclamamos a reconciliação
Unidade na diversidade
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Cuidado com a Comunidade
Promoção Jorev
Sal da Terra e luz do mundo
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Editorial
www.jorevluterano.com.br 16 de outubro foi um grande dia para nós como IECLB, pois o Jornal Evangélico Luterano, o jornal nacional da nossa Igreja, um veículo com quase 40 anos de caminhada a serviço dos propósitos luteranos de propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária, promover a paz, a justiça e o amor na sociedade e participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo, inaugurou o seu endereço eletrônico www.jorevluterano.com.br. Esta data também foi muito importante e inesquecível para o Jorev Luterano, pois o lançamento do site e a conseqüente entrada do Jorev no mundo virtual foi realizado durante o XXVI Concílio da IECLB, órgão deliberativo máximo da nossa Igreja, ocorrido em Estrela/RS, no Sínodo Vale do Taquari, de 15 a 19 de outubro, confirmando a vocação do Jorev de unir a nossa família de fé, a nossa gente luterana. Agora, o Jorev está presente na vida dos seus leitores em um formato moderno, dinâmico, organizado e fácil
de utilizar, com layout atraente à navegação e conteúdo sempre atualizado, permitindo que o leitor tenha acesso às edições nas versões revista
eletrônica (formato tradicional dos sites), digital (na qual o leitor tem acesso ao jornal como foi publicado, podendo folhá-lo e lê-lo na tela do computador) e pdf (configuração que permite leitura e impressão da página tal como foi
veiculada). Além da edição atual e das edições anteriores, o site também possibilita conhecer melhor a proposta editorial do Jorev, enviar opiniões e sugestões de pauta para a Redação e, inclusive, solicitar a sua assinatura do Jorev Luterano! O objetivo do site do Jorev Luterano é usar a tecnologia dos recursos disponíveis na Internet para facilitar a comunicação entre membros, lideranças e Obreiros, revalidando o objetivo do jornal, que é ser uma ferramenta de integração, fortalecimento e motivação de lideranças e Comunidades por meio da informação e de uma comunicação afirmativa, construtiva e voltada para o cumprimento da missão da Igreja. Como diz a apresentação do Jorev Luterano no site, o que sintetiza o propósito do Jorev é a convicção de que a IECLB somos nós e de que o Jorev é um importante espaço para compartilhar a vivência, o trabalho, os desafios e as conquistas da nossa caminhada cristã. Parabéns ao Jorev por este marco na sua bela trajetória!
Jorev
Luterano IECLB Jornal da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil www.luteranos.com.br PASTOR PRESIDENTE P. DR. WALTER ALTMANN SECRETÁRIO GERAL P. DR. NESTOR FRIEDRICH JORNALISTA LETÍCIA MONTANET-REG. PROF.: 10925 COMERCIAL JUCIANE WILSMANN CARTAS - SUGESTÕES DE PAUTA ARTIGOS - ANÚNCIOS FAMILIARES E ANÚNCIOS COMERCIAIS RUA SENHOR DOS PASSOS, 202/4 90.020-180 - PORTO ALEGRE/RS FONE: (51) 3284.5400 FAX: (51) 3284.5419 E-MAIL: jorev@ieclb.org.br www.jorevluterano.com.br ASSINATURA ANUAL - 11 EDIÇÕES R$ 18,00
_______________________________________ Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
CARTAS Todos sejam um Sou Servidor Público Federal, pertenço à Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Gravataí/RS, tenho formação em Direito pela PUC/ RS, onde também estudo Letras, e estou escrevendo para comentar a matéria publicada no Jorev sobre a celebração comemorativa aos oito anos da assinatura do documento sobre a doutrina da justificação pela fé entre a Federação Luterana Mundial (FLM) e a Igreja Católica. Gostaria de expressar a minha felicidade por haver ainda cristãos que lembram deste marco histórico que, infelizmente, ainda não saiu do papel. Não desejaria criticar somente a postura da ICAR, pois nós da IECLB também temos a nossa parcela de responsabilidade. É compreensível que desanimemos depois de tantas investidas contra a tese principal do cristianismo, de que somos salvos somente pela Graça de Deus, sendo as obras o fruto da fé, não a causa da salvação. Sou daqueles que ainda sonham com uma unidade plena da confissão luterana com Roma. Sei que isso, hoje,
é um sonho muito distante, mas, em primeiro lugar, creio que o ecumenismo é um caminho - central - do cristianismo, pois foi o Salvador que disse todos sejam um. Na última visita do Papa ao Brasil, vi luteranos indignados com o fato do seu Pastor ter orado pelo Papa, saudando a sua visita. Posturas como essa somente atrapalham. Como diz a sabedoria, dois erros nunca fizeram um acerto. Oremos, sim, sem cessar, pela unidade de todas as confissões cristãs, por seus líderes, mesmo que não simpatizemos com eles ou discordemos da sua teologia. Temos a tarefa, urgente, como povo de Deus - e não como estruturas eclesiásticas - de reavivar fervorosamente o movimento ecumênico. Podemos começar com uma pequena prece pela unidade. Você está disposto? É o convite que faço.
Em Cristo Jesus, Alexandre Fernandes Magalhães Porto Alegre/RS
Diário da redação Seja uma liderança e faça a diferença! Há mais de 50 anos, a Associação Diacônica Luterana (ADL) vem formando lideranças comunitárias para o trabalho nas áreas de Diaconia, Educação Cristã e Música para atender a demanda de Paróquias e Comunidades. Atualmente, a ADL oferece dois cursos: -Curso de liderança comunitária com ênfase em Educação Cristã e Diaconia: após dois anos de formação comum, os alunos optam por realizar seu terceiro ano na área com maior identificação – Diaconia (Assistência Social, enlutados, visitação a idosos, pessoas com deficiências, pessoas em situação de risco, entre outros) ou Catequese (Juventude Evangélica, Culto Infantil, Ensino Confirmatório, Formação de Lideranças, Educação Religiosa, Educação pré e pós-batismal e fomento de grupos de Formação Cristã Continuada). -Curso de liderança comunitária com ênfase em música: além das matérias habituais, aspectos terapêuticos e pedagógicos da música, serão tratados, tópicos como, por exemplo, música aplicada à educação, música com pessoas deficientes, metodologia do Ensino da Canção, musicalização de crianças, hinologia, entre outros. O curso também inclui a preparação para o trabalho com música no âmbito de Paróquias e Comunidades. A ADL convida você, que no início de 2009 terá concluído o Ensino Fundamental, a participar do Retiro de Seleção, que será realizado nos dias 6 e 7 de dezembro de 2008 na ADL. Neste retiro, você terá a oportunidade de conhecer a ADL, sua estrutura, equipe de trabalho e alunos e também participar de atividades integrativas e realizar testes de conhecimentos gerais e bíblicos, além de uma redação. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 27 3735.7060, pelo e-mail adl.secretaria@uol.com.br ou pelo site www.adl.org.br/retiro.php. Capa
19° Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), realizado de 20 a 24 de julho, em Santa Maria de Jetibá/ES. Leia matéria sobre o Congrenaje na Editoria Comportamento (página13).
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2008
Curtas
Imigração japonesa em Itati No ano em que é celebrado o centenário da imigração japonesa no Brasil, a Paróquia do Vale do Três Forquilhas também comemorou a presença dos imigrantes japoneses na região em culto de ação de graças, no dia 27 de julho, agradecendo a Deus pelo trabalho, união, coragem e fé nestes 40 anos de história em Itati/RS.
Acordai servindo a Deus Nos dias 28 a 31 de agosto, a Obra Acordai realizou o XXVIII Encontro Sinodal de Coros de Metais do Sínodo Espírito Santo a Belém, na Comunidade de Barra do Rio Posmoser, em Santa Maria do Jetibá/ES, reunindo 317 músicos representando os diversos coros de suas Comunidades.
47 anos de Telêmaco Borba No dia 31 de agosto, a Comunidade Evangélica em Telêmaco Borba/PR celebrou 47 anos de uma história iniciada pelas famílias Baranow, Braun, Engel Santos, Speltz e Theiss, que realizavam reuniões em casa e, posteriormente, no templo da igreja Presbiteriana, ministrados pelo Pastor de Ponta Grossa/PR.
Sobe O processo eleitoral ocorrido em outubro: respeito e democracia estampados no voto!
Desce A falta de liberdade e o desrespeito à diversidade de pensamento vividos na nossa história recente
As primeiras famílias chegaram no dia 3 de janeiro de 1968 no vale situado junto ao rio Três Forquilhas e se instalaram a fim de buscar novas condições de vida. A família Aso foi a primeira a chegar, seguida pelas famílias Abe, Cho, Ezaki, Kanno, Miyazaki, Ouchi, Sato, Shimomura e Takimoto. Atualmente, oito famílias mantêm vínculo com a Paróquia e também um Pastor de São Paulo/SP realiza cultos em japonês nas casas das famílias. ______.....______ Missão no Brasil Central Nos dias 25 e 26 de agosto, em Luis Eduardo Magalhães/BA, aconteceu a Conferência de Obreiros da área norte do Sínodo Brasil Central com a participação dos Obreiros de Guaraí, Luis Eduardo Magalhães, Palmas e Porto Nacional, do P. em. Richard Weissenstein, do P. em. D. Krause, que atende a vacância em Bom Jesus, no Piauí, e do Pastor Sinodal Carlos Möller.
Foram destaques o PAMI 2008-2012, a discussão em torno do Estatuto e Regimento Interno do Sínodo e a integração com a Comunidade local. Nesse sentido, todos os Obreiros foram hospedados e tiveram contato com famílias, finalizando com um jantar preparado pelas mulheres da Comunidade de Luis Eduardo Magalhães. “Como Sínodo Brasil Central, estamos no norte do País expressando nossa fé em Jesus e assumindo, como IECLB, a Missão de Deus como Nossa Paixão”, afirmou o P. Wantuil Dettmann, Pastor em Guaraí/TO.
“Um fenômeno que está presente na IECLB é o grande número de crianças e adolescentes aprendendo a tocar instrumentos de sopro e, conseqüentemente, desenvolvendo o prazer de servir na missão de Jesus Cristo”, constata o P. Ari Käfer, Presidente da Obra Missionária de Metais Acordai da IECLB e Pastor na Paróquia Bom Pastor, em Blumenau/SC. “Ensinar música nessas faixas etárias significa investir, no mínimo, nos próximos 60 anos nos coros de metais da Igreja Luterana, pois é comum trombonistas e trompetistas servirem a Deus com a música por toda a vida”, completa. ______.....______ Jovens rumo à salvação Com a presença de jovens da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Martim Lutero, que abrange a região oeste da Bahia, foi realizado o retiro de Juventude Evangélica, nos dias 30 e 31 de agosto, em Luis Eduardo Magalhães, com a presença de, aproximadamente, 50 jovens.
O encontro realizou-se sob a direção dos Pastores Murilo Jung e Marcielle Marquetti Jung e de várias pessoas que se dispuseram a ajudar na organização do evento. O programa incluiu louvor, palestra, gincana, oração e muita comunhão a partir do tema central Quem somos e para onde vamos?, que conduziu os jovens a pensarem em si mesmos. No término do evento, os jovens responderam a pergunta do tema Somos jovens conhecidos e amados por Deus e vamos rumo à salvação, junto com nosso Deus.
Por ocasião do culto de aniversário, participaram Ortigueira e Caetano Mendes, as outras duas Comunidades que constituem a Paróquia Vale do Tibagi, autoridades civis e eclesiásticas, além do Pastor Sinodal Jorge Schieferdecker, que compartilhou uma mensagem baseada em Lucas 24.13-35, fazendo um paralelo com a igreja, que também caminha entre alegrias e perplexidades. Após o culto, em que a Comunidade agradeceu a Deus pela fé e perseverança transmitidas pelos Pastores, líderes e membros que por ali passaram, foi servido um delicioso almoço de confraternização. ______.....______ Aposentados resgatam auto-estima Com o objetivo de mostrar que os idosos podem ter qualidade de vida, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itarana, realizou o 5º Encontro Anual de Aposentados da Zona Rural, no dia 13 de setembro, no Pesque e Pague Dois Amores de Itarana/ES, com a participação de mais de 300 idosos de várias localidades do município.
O encontro incluiu celebração ecumênica, típico café pomerano, saboroso almoço e sorteio de vários prêmios. O Diretor Presidente do Sindicato agradeceu a presença da IECLB, por meio da Paróquia em Alto Jatibocas e da Associação Diacônica Luterana (ADL), sinal concreto que a Igreja não está afastada do povo, nem fechada em si mesma e que a manifestação de fé não deve acontecer apenas no templo.
Ofertas Nacionais 2 de novembro Finados e 25º Domingo após Pentecostes Programa de Formação Cristã Contínua Na vivência diária do Batismo, experimentamos quão boa, perfeita e agradável é a vontade de Deus. A educação cristã faz parte dessa experiência, pois se fundamenta no Batismo, acontece ao longo de toda a vida e prepara cada membro para o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo no mundo.
23 de novembro Último Domingo do Ano Eclesiástico Projeto apoiado pelo Fundo de Missão no Sínodo Brasil Central O Sínodo Brasil Central, o menor em número de membros e um dos maiores em extensão geográfica, com mais de 3500 quilômetros, 25 Comunidades e Pontos de Pregação, coloca, além do trabalho tradicional, que fiel e carinhosamente é realizado por Obreiros, Presbíteros e membros, a missão como prioridade, cientes que a Igreja é missionária ou não é Igreja. 30 de novembro 1º Domingo de Advento Apoio às Comunidades novas e necessitadas - OGA A Obra Gustavo Adolfo (OGA) é uma organização da IECLB que presta auxílio financeiro a Comunidades em diferentes áreas: educação e formação, além da construção de templos, casas pastorais e centros comunitários.
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Atualidade
Com honra e alegria, o Sínodo Vale do Taquari foi sede do XXVI Concílio Sinodal de Comunicação se encarregou de fazer a divulgação em nível regional e a Diretoria do Sínodo compôs a Comissão Geral que preparou o Concílio. A mobilização de todas estas frentes de trabalho não tinha somente a intenção de sediar bem o evento, mas, principalmente, integrar toda a Comunidade regional e envolvê-la diretamente no Concílio.
P. Presidente, Walter Altmann, e P. Sinodal Marcos Bechert
Estrela/RS, localizada no Sínodo Vale do Taquari foi o cenário do XXVI Concílio da IECLB, realizado de 15 a 19 de outubro. Para esclarecer dúvidas dos nossos leitores, apresentar as instâncias participantes e explicar as decisões envolvidas neste importante processo para a nossa Igreja, desde a edição de julho o Jorev dedica as suas páginas centrais ao Concílio. Também, aqui mesmo, na edição passada, conversamos com os Pastores da Paróquia de Estrela, P. Gilciney Tetzner e Pa. Ângela Ulrich, para saber como foram os preparativos para mais uma edição deste que é o órgão deliberativo máximo da IECLB. Agora, passado o Concílio, foi a vez do P. Sinodal Marcos Bechert falar sobre a organização e as expectativas para o evento. No Sínodo, qual foi o sentimento de sediar o Concílio? Em nível sinodal, recebemos a notícia com muita alegria. Vários departamentos do Sínodo estiveram envolvidos na preparação. A OASE Sinodal ofereceu os lanches da manhã e da tarde sempre contando com um grupo de OASE diferente. Vários grupos de música se mobilizaram para animar as celebrações e a comissão de liturgia trabalhou para que o Concílio fosse significativo espiritualmente. O Conselho
Como foram os preparativos para o Concílio? As reuniões preparatórias para recebermos os conciliares e convidados aconteceram desde o início do ano. Além das Diretorias da Comunidade e da Paróquia de Estrela, a Diretoria do Sínodo, a Direção do Colégio Martin Luther e as Comissões de hospedagem, alimentação, transporte, segurança, recepção, liturgia, lanches, entre outras, deixaram tudo preparado. Destaco que todos trabalharam com alegria para receber os visitantes. Sediamos pela primeira vez um Concílio na região do Sínodo Vale do Taquari e estamos honrados por termos servido a Igreja por meio deste serviço. De que maneira este importante evento para a IECLB movimentou a cidade? O Concílio foi notícia em um dos jornais e na rádio de Estrela durante mais de um mês antes do evento, mas o tema também esteve presente nos jornais e rádios de Lajeado, Teutônia e toda a região. No dia 19 de outubro, o culto das 58 Comunidades do Sínodo foi no pátio do Colégio Martin Luther. Depois do culto, tivemos atrações musicais, entre as quais a Orquestra formada pelas escolas da Rede Sinodal da região e a Orquestra Jovem do Sesi. Alguma curiosidade durante a organização? Os grupos de Saúde Comunitária do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa) estão presentes em mais da metade das Comunidades do Sínodo, contribuindo para a discussão do cuidado com a vida,
a valorização dos chás e a alimentação saudável, por isso temos buscado produtos ecológicos e achamos justo que os elementos que trazemos ao altar para o Sacramento da Santa Ceia também fossem coerentes com a nossa pregação. Então, buscamos uvas ecológicas para preparação do suco utilizado nas celebrações do Concílio, visto que houve culto com Ceia todos os dias. Também o pão para a Ceia foi feito com farinha integral pelos Grupos de Saúde Comunitária. Quais as expectativas do Sínodo em relação ao Concílio? O Sínodo Vale do Taquari é o menor Sínodo em extensão geográfica, com pouco mais de 100 quilômetros de uma ponta a outra. A maioria das Comunidades está localizada na área rural, mas o pensamento urbano está trazendo grandes mudanças para as nossas Comunidades. Carregamos uma expectativa grande em relação ao Plano de Ação Missionária (PAMI), que foi discutido e aprovado no Concílio, e acreditamos que a realização deste evento aqui poderá provocar um grande impacto entre nós, pois constatamos que sediar um Concílio é muito mais que preparar o espaço físico para a sua realização.
Templo em Estrela/RS, local do culto de abertura do Concílio
Sinal de Esperança Enquanto um grupo de mais de 100 pessoas se dedicava a avaliar, decidir e encaminhar assuntos importantes para a vida dos evangélico-luteranos e das suas instituições, os meios de comunicação estavam voltados para o seqüestro da jovem Eloá cujo ex-namorado levou o romance a um fim trágico. Ao mesmo tempo em que, por quatro dias de intensos trabalhos, lideranças pastorais de Comunidades, Paróquias, Sínodos e outros setores de trabalho decidiam sobre programas importantes para sinalizar que Deus vai à nossa frente com a Sua missão, arrancando-nos do presente, os Governos das principais economias do nosso planeta injetavam no sistema financeiro internacional trilhões de dólares para que os impactos da crise afetassem menos a vida de bilhões de pessoas, minorando a recessão que leva ao desemprego e a outras mazelas. Assim, após dias repletos de assuntos do Concílio da IECLB, com trabalhos em grupos, plenárias, celebrações e convívio, nos recolhíamos aos quartos para o descanso, a fim de recuperar as forças para mais atividades conciliares, que eram alimentadas pelo carinho e por bons pratos da culinária local, patrocinado pela acolhedora
Comunidade Evangélica de Estrela e por outros grupos locais, como os da OASE. Mesmo cansado, era possível ainda ver os jornais na TV. Enquanto ouvia as notícias, ocorriam-me perguntas: Por que os assuntos dos jornais televisivos pareciam tão distantes daqueles que tratávamos no Concilio? Será que estávamos fora do mundo, fugindo dos problemas que afligem a humanidade? Não nos fechamos por quatro dias nas belas salas do Colégio Martin Luther, que tão bem nos acolheu entre 15 a 19 de outubro? O Concílio seria uma fuga da realidade?
O XXVI Concílio da IECLB foi e será um sinal de esperança A mensagem do Concílio às Comunidades dirá que não. Seguem exemplos. As lideranças comunitárias e paroquiais e os grupos das Comunidades da nossa Igreja daquela região, que se dedicaram de coração por semanas e meses para organizar o Concílio e nos receber calorosamente, permaneceram alegres no anonimato, como se uma mão não dissesse para a outra o que
tinha feito. A humildade é fruto da gratuidade. Não estávamos por dentro da farra que governos e responsáveis pela crise faziam com o dinheiro de todos, privatizando os lucros e compartilhando os prejuízos. Contudo, não estávamos fora do mundo. Antes, buscávamos administrar os pequenos recursos que a nossa Igreja arrecadou, de centavo em centavo, e os auxílios do exterior, colocando sinais de amor, fé e justiça social por este Brasil afora. De fato, aprendemos a fazer muito e bem com pouco. É a lógica de um coração grato a Deus e não a do mercado, que é sinal de esperança. Neste sentido, uma frase nos marcou: Reafirmamos que ofertar não depende daquilo que se tem, mas da gratidão que se carrega no coração. Portanto, o XXVI Concílio da IECLB foi e será um sinal de esperança. Sinaliza o Advento de Deus no Jesus da manjedoura.
P. Dr. Oneide Bobsin Pastor da IECLB e Reitor da Faculdades EST
Presidência
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2008
A filantropia está em risco? Um tópico de responsabilidade pública que nos preocupa é a situação das entidades filantrópicas no país. O chamado Manifesto de Curitiba, aprovado pelo Concílio da IECLB, em Curitiba, em 1970, destacou serem responsabilidade da Igreja a vigilância crítica e a voz profética, diante do Estado, em questões sociais, econômicas e políticas. Nem por isso a Igreja se transforma em partido político, mas alerta as autoridades e a opinião pública para o que constitui a vontade de Deus. A IECLB tem uma história de iniciativas no campo educacional, da saúde e da assistência social, com relevantes serviços às Comunidades e à população brasileira desde o século XIX. Essa história foi construída, com enormes esforços comunitários, de maneira desprendida e abnegada, sem finalidades comerciais. No mesmo espírito de bem servir, a IECLB também deliberou estudos que levaram à criação da Luterprev, entidade previdenciária que, por ser sem fins lucrativos, difere substan-
cialmente das grandes entidades previdenciárias no país. No passado, essas entidades muitas vezes supriram a total omissão do Estado nas áreas mencionadas e, ainda hoje, a maioria das escolas, creches, hospitais e outras instituições de assistência social com vínculo confessional com a IECLB prestam serviço de qualidade notoriamente superior à maioria das instituições estatais.
Vigilância crítica e voz profética são responsabilidades da Igreja Infelizmente, observamos uma investida de certos setores do Estado e do Governo contra essas instituições, visando a cortar-lhes o benefício da filantropia. A prosperar essa investida, a população não ficará mais bem servida. Ao contrário, tudo faz crer que o serviço público na área social venha a ficar ainda mais precário do que é hoje. A
IECLB obviamente não apóia quaisquer desvios de procedimento por parte de entidades filantrópicas. Causa, porém, indignação a incapacidade de certos setores e agentes públicos de fazerem a indispensável distinção entre empreendimentos comerciais na área da educação e saúde com o nítido objetivo de auferir lucro de um lado e, de outro, iniciativas de cunho comunitário com o único objetivo de servir a população em suas necessidades. Esperamos que prevaleça o bom senso e as entidades autenticamente voltadas à assistência social possam continuar prestando seus relevantes serviços à população e tenham esses serviços reconhecidos e apoiados pelo Estado brasileiro.
Walter Altmann Pastor Presidente da IECLB
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AGENDA DA PRESIDÊNCIA NOVEMBRO 30/10-1/11 Wenningsen/Alemanha Conferência da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) com igrejas parceiras P. Walter Altmann P. Nestor Friedrich Otávio Schüler 1-4/11 Bremen/Alemanha Concílio da EKD P. Walter Altmann 7-8/11 Exame Pró-Ministério São Leopoldo/RS P. Homero Pinto 10/11 Ordenação - Colóquio com a Presidência Porto Alegre/RS P. Walter Altmann 13-15/11 Assembléia do CONIC Brasília/DF Walter Altmann + delegação 21-22/11 Reunião do Conselho da Igreja São Leopoldo/RS P. Walter Altmann P. Homero Pinto P. Carlos Möller 27/11 Culto Ecumênico de Ação de Graças Brasília/DF P. Carlos Möller
Novo volume do Proclamar Libertação já está circulando O volume 33 do Proclamar Libertação (PL) já está à disposição na Editora Sinodal. A edição traz 58 auxílios homiléticos e subsídios litúrgicos para os textos bíblicos previstos no Lecionário Comum Revisado. Autores das mais diversas partes do país e alguns estrangeiros, da IECLB e de outras igrejas, colocam a sua sabedoria, o seu conhecimento e os seus dons a serviço da boa pregação da Palavra de Deus. O PL é uma publicação da Faculdades EST que, há mais de 30 anos, busca colaborar com o trabalho de Pregadores, oferecendo sólida exposição e aprofundado estudo homilético para que a Palavra que Deus tem a dizer possa ser ouvida, experimentada e vivida em suas conseqüências. A boa pregação
é aquela que ausculta a Palavra de Deus e, com igual intensidade, respeita os ouvintes e a sua realidade, permitindo que participem dela integralmente, com seus corações e mentes. Os auxílios contidos no PL têm sido usados para preparar prédicas, homilias, mensagens, alocuções e estudos bíblicos por Obreiros e líderes de Comunidades. Uma vez que segue os textos do Lecionário adotado em Concílio pela IECLB, o PL também é um símbolo de unidade dentro da nossa Igreja. “Por tudo isso, gostaria de incentivar Pregadores e Pregadoras, ordenados ou não, a se utilizarem deste valioso instrumento de trabalho em suas atividades”, convida o Pastor Presidente da IECLB, Dr. Walter Altmann.
IECLB se solidariza com anistiados
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça decidiu reparar, indenizar e pedir desculpas aos 13 religiosos ou pessoas ligadas a instituições eclesiais que sofreram perseguição política, foram presas e torturadas durante o período de exceção ocorrido no Brasil. O julgamento dos casos ficou a cargo da 11ª Caravana da Anistia, realizado no dia 26
de setembro, no Memorial Dom Helder Câmara, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília/DF. “Foi muito choro, porque é impossível rever aquele momento histórico sem que venham à lembrança fatos e pessoas queridas que foram presas e que desapareceram”, disse a Diretora Executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Eliana B. Rolemberg, uma das anistiadas. A IECLB integra a CESE e manifestou a sua solidariedade ao resultado e à Eliana Rolemberg, membro da IECLB na Comunidade de Salvador/BA. A Caravana temática, que analisou os casos de indenização e reparação de religiosos,
foi uma convocação da CNBB, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), da Conferência dos Religiosos, da Comissão de Justiça e Paz e da Igreja Metodista. Eliana Rolemberg foi levada à Operação Bandeirante, um centro de investigações e tortura montado pelo Exército em São Paulo/SP, em 1969, onde foi torturada por 20 dias. Após passar dois anos na prisão, se dirigiu a Paris, na França, para encontrar seu marido e filha de poucos anos de idade, só podendo retornar ao Brasil em 1979. A Diretora da CESE teve seqüelas físicas e psicológicas e não voltou a trabalhar na Secretaria de Educação do Estado de Sergipe.
Jovens demonstram paixão!
Com a finalidade de promover comunhão entre os filhos de Deus e arrecadar fundos para a campanha missionária Vai-Vem da IECLB, a Juventude Evangélica da Comunidade Dr. Martinho Lutero (Jemalu), de Horizontina/RS, se organizou para a venda de cachorro-quente na saída do culto do dia 14 de setembro.
O empenho dos jovens teve uma resposta positiva da Comunidade, que prontamente colaborou e apoiou a iniciativa. “Cremos que com pequenas atitudes e um pouco de criatividade poderemos alcançar grandes resultados. É assim que somos Comunidade de Jesus Cristo. Missão é a nossa Paixão!”, disse a candidata à Pastora Simone Falk Sell.
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Ministério
Vidas compartilhadas, valor e dignidade a cada um de nós Na Comunidade de Campo Bom, como é o seu trabalho? Na Comunidade de Campo Bom, sou a única Obreira, por isso estou envolvida em todas as atividades, grupos, núcleos e programações comunitárias e conto com a ajuda de estudantes de Teologia para alguns trabalhos. A Comunidade tem cerca de 4500 membros, por isso são muitos ofícios, diferentes grupos e grande a necessidade de aconselhamento e visitação pastoral.
A Pa. Bianca Goede Giesch, 29 anos, nascida na cidade catarinense de Ibirama/SC, casada há 6 anos com o músico Fabiano André Giesch, exerce o pastorado na Comunidade de Campo Bom/RS há quase quatro anos.
Quando identificou a sua vocação para o pastorado? Tive participação intensa na minha Comunidade de origem, na Paróquia Ibirama, pois minha família sempre exerceu o sacerdócio geral de todos os crentes e, fruto dessa intensa comunhão e testemunho familiar, ao fim do Ensino Médio, não conseguia me imaginar vivendo e trabalhando em algo diferente que a continuidade da minha vida de fé em Comunidade, agora no ministério ordenado, o Pastorado.
Como funciona a sua ação de fortalecimento da Comunidade como local para vivência dos afetos? Todo o trabalho e a vida comunitária são perpassados pelo fio da afetividade. Juntos, lideranças, membros e Pastora, desejamos que as atividades, grupos, cultos e ofícios sejam oportunidades de vivência dos nossos afetos e desafetos, que possamos experimentar nossas alegrias, conquistas, preocupações e sofrimentos individuais e familiares incluídos e compartilhados em Comunidade, não expostos ou julgados. Temos percebido que as pessoas querem cuidado, mas a nossa vida, nos moldes sociais atuais, estimula o contrário: afirmação do ‘eu’ sobre o ‘nós’. As pessoas têm necessidade de saberem-se reconhecidas como alguém e esse reconhecimento, que só se dá na relação com o outro: Deus e o próximo, confere dignidade e valor a cada um. Como estimular a ‘com+vivência’ saudável entre os membros, tornando a Igreja o local de querer bem e aceitar? Queremos experimentar o que é a
razão de ser Comunidade (comum+unidade): a alegria de cada um de nós é a razão de gratidão de todos nós. O sofrimento de um torna-se preocupação e oração de todos, por isso, o aniversário da Comunidade faz sentido na vida dos membros, pois não é aniversário de paredes, de construções, de patrimônio, mas de vidas que, ao longo de 180 anos, foram compartilhadas. Ao mesmo tempo, o compromisso para o qual somos chamados não é o de trabalhar só para manter as paredes de pé, mas para permitir que pessoas depois de nós tenham essa graciosa oportunidade de sentiremse parte dessa comunhão. Nesse sentido, qual é a importância do culto comunitário? Nos cultos, centro da vida comunitária, encontro do trino Deus conosco, essa necessidade de cuidado e reconhecimento é compreendida de formas simples: por exemplo, em datas significativas para a fé cristã e datas comemorativas do calendário civil temos sempre ofertado para os membros presentes nestas celebrações ‘lembrancinhas’ da Comunidade referentes ao tema. É uma forma de permitir que o membro leve algo simbólico da mensagem compartilhada no culto para sua rotina diária, lembrando que compartilhou na Comunidade este momento. Ao mesmo tempo, é um jeito carinhoso da Comunidade demonstrar que isto foi pensado e preparado para cada um que ali esteve reunido. É o reconhecimento da importância que nos é conferida pela comunhão dos irmãos na fé.
Grandes comemorações Além de toda a vida comunitária, 2008 é um ano muito especial e significativo, pois comemoramos os 180 anos de fundação e existência da Comunidade de Campo Bom e do Colégio Sinodal Tiradentes, nossa escola comunitária. Toda reflexão acerca desta data comemorativa está se dando em torno da gratidão pela história e testemunho de fé recebidos até aqui, pelo comprometimento nosso com o testemunho evangélico e pela esperança e confiança no agir do Senhor da Igreja também daqui para adiante, nos orientando e fortalecendo como corpo de Cristo, como Comunidade cristã. Também vivemos a grata celebração dos 85 anos da OASE de Campo Bom. Valorizamos esta data acolhendo o Dia Sinodal da OASE em nossa Comunidade, em 23 de outubro, e celebrando o aniversário no dia exato, 4 de novembro, com um grande chá festivo reunindo os grupos de OASE das demais Comunidades do Sínodo. Considero que a alegria e a motivação que percebemos em nossa vida comunitária não são resultado apenas do aniversário da Comunidade em si, mas justamente porque este aniversário faz sentido, tem significado para todos que nela convivem, pois vivemos tempos de participação, comunhão, testemunho, serviço e vidas compartilhadas. Enfim, o ano de aniversário tem sido especial porque vivenciamos a Comunidade viva e importante em nossas vidas cotidianamente. A resposta de todos nós, membros, aos desafios é o nosso cuidado com a Comunidade, pois nela nos sentimos cuidados também uns pelos outros.
90 anos da Comunidade São Paulo celebra a inclusão Ao longo dos anos, a IECLB tem trabalhado pela inclusão comunitária e social das pessoas excluídas. Sendo assim, nós da Comunidade São Paulo incluímos em nossas festividades de 90 anos a reflexão e celebração pela inclusão da Pessoa com Deficiência. Para isso, fizemos uma parceria com a APAE local com apoio e assessoria da Secretaria de Ação Comunitária da Secretaria Geral da IECLB – Programa Diaconia Inclusão. Foi lindo conviver juntos numa mesma programação com membros da Comunidade e a família ‘Apaiana’. Recepção, celebração, palestra, apresentações culturais, praça inclusiva e o encerramento proporcionaram momentos de grande
aprendizado. Poder receber e confraternizar com mais de 500 pessoas oferecendo reflexão, lazer e comunhão com as pessoas com deficiência nos fez compreender ainda mais a importância da inserção de todas as pessoas na vida da Comunidade. Nossa programação não visou ao lucro financeiro. Essa caminhada permitiu crescimento, aprendi-
zagem de amor e serviços que podem melhorar a qualidade de vida de toda a Comunidade. Saímos cansados fisicamente, porém fortalecidos em nosso jeito de ser Igreja. Somos diferentes no jeito de ser, fazer e pensar, mas ficou a certeza de que todas as pessoas dependem umas das outras. Ficou a lição de que é na convivência com as pessoas, aprendendo a lidar com as diferenças e limites, que seremos mais tolerantes, criativos e inclusivos. Nossa gratidão a Deus pelo envolvimento de todas as pessoas e grupos que nos auxiliaram para o sucesso do evento. Que o bondoso Deus, em Sua Graça, continue nos orientando e abençoando para que iniciativas assim sempre possam acontecer para a grandeza do Seu Nome, da nossa Igreja e da nossa Comunidade. Ivone Bado Streicher Presidente da Comunidade Evangélica São Paulo Três de Maio/RS
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Presbitério
Na causa do Senhor, há espaço para todos. Façamos, então, a nossa parte! Como a fé se processa no seu cotidiano? Entendo que os nossos atos e as nossas atitudes no dia-a-dia devem mostrar, na prática, o que aprendemos da Palavra de Deus. O testemunho pessoal é muito importante. É isto que procuro fazer.
tem dado a força necessária. O meu foco, neste momento, é a própria Comunidade. É um momento de reconstruir. Entendo que, se tivermos Comunidades fortes, bem-estruturadas e com foco em missão, teremos uma Igreja que cumpre o que foi determinado por Jesus Cristo em Mateus 28.19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Qual é a sua caminhada na IECLB? Ela teve início no meu tempo de jovem. Recebi um convite para participar do grupo da Juventude e nunca mais deixei de participar. Conheci a minha esposa no grupo de jovens, casamos e permanecemos atuantes na IECLB. O lema do nosso casamento e também das nossas Bodas de Prata é Josué 24.15 Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Quais os cargos que já ocupou na Igreja? Iniciei como Tesoureiro na Comunidade de Caxias do Sul/RS. Quando nos mudamos para Canoas, ingressamos na Comunidade Evangélica de Mathias, onde já fui Presidente durante diversos mandatos e também Secretário. Na Paróquia Evangélica de Canoas, antes do desmembramento em três Paróquias, fui Tesoureiro. Quais são as suas atividades na Comunidade? Além das funções administrativas, também já fui Orientador do Ensino Confirmatório e de grupos de estudo bíblico. Também já atuei em cultos na Comunidade de Mathias e também na Vida Abundante, esta transformada em Ponto de Pregação recentemente.
Édio Jahnel, 59 anos, natural de Nova Petrópolis/RS é casado com Varlete, pai de um filho e duas filhas e já avô de dois netos. Com formação nas áreas do Direito e da Contabilidade, atualmente é Gerente de uma cooperativa de crédito. Na IECLB, é Presidente da Comunidade de Mathias, em Canoas/RS.
Há projetos especiais sendo desenvolvidos na Comunidade? Temos um projeto de missão integral no bairro Mathias Velho, especialmente no nosso Ponto de Pregação Vida Abundante e, a partir de 2009, queremos intensificar este trabalho, que contempla ensino da Palavra, oficina do pão e trabalhos manuais, além da distribuição de cestas básicas, tarefa esta a cargo da Ação Social das Paróquias de Canoas, que tem neste bairro a sua ação mais forte. Em termos da Comunidade de Mathias, estamos trabalhando para atingir um número maior de membros e alcançar a sustentabilidade financeira por meio de dizimistas.
Quais são as suas responsabilidades como Presidente da Comunidade de Mathias? As minhas responsabilidades básicas são aquelas previstas no estatuto, mas especialmente as recomendadas na Palavra de Deus. Os dois últimos anos têm exigido muito de todo o Presbitério visando à reestruturação da Comunidade depois da cisão havida, mas Deus
Quais são as maiores dificuldades encontradas na região? Não temos encontrado dificuldades. Muito pelo contrário, temos recebido apoio. De qualquer forma, temos a consciência que cada Comunidade precisa cumprir o seu papel no local onde está inserida. Assim, podemos superar as dificuldades e anunciar a Palavra de Deus.
O Presbitério O que tenho aprendido ao longo de todos estes anos de dedicação ao Presbitério da IECLB é a necessidade que temos de nos dispor ao trabalho. Deus nos dá as condições para cumprirmos bem o nosso papel. Como em qualquer trabalho, os mais experientes devem preparar as pessoas que as substituirão um dia. Não podemos nos descuidar de preparar novas lideranças para a continuidade do trabalho. Nesse sentido, a minha maior motivação para participar do Presbitério da nossa Igreja é a continuidade do trabalho da Comunidade e a missão de levar pessoas a conhecerem a Cristo. A estrutura administrativa é importante em toda e qualquer instituição. Na Igreja, não é diferente. Para ser Presbítero, não é necessário que tenhamos grandes títulos. O importante é a disposição para servirmos a causa de Deus. É Ele que nos prepara para que sejamos Presbíteros fiéis. Nunca podemos nos considerar inexperientes porque somos jovens e também nunca podemos nos considerar ultrapassados quando já atingimos certa idade. Na causa do Senhor, há espaço para todos. Façamos, então, a nossa parte.
Financeiro Responde - Documentação II Documentos e procedimentos importantes a serem observados pelas Diretorias Procedimentos
retenções sobre a folha (se tiver) e a subsistência pastoral foram efetuadas.
Conferência dos materiais que a entidade possui, inclusive o estado dos mesmos (cálices, estoque de velas, quadros, bancos da Igreja, enfim todos os materiais).
-Averiguar se tudo isso consta na contabilidade.
-Verificar se os impostos/ contribuições sobre os imóveis estão pagos e/ou se foi encaminhada a isenção junto as setor público (IPTU).
-Solicitar as Certidões Negativas: CND da Receita Federal, Previdência Social, FGTS, Fazenda Estadual e conferir a situação dos Alvarás.
-Solicitar a apresentação das contas e, se necessário, convocar o profissional da contabilidade.
-Verificar se as alterações de estatuto, atas e demais registros foram feitas quando necessário junto ao Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.
-Conferir se os pagamentos, as
-Acompanhar a evolução da contabilidade e ficar atento às alterações.
-Cuidar da imagem da entidade. -Conferir/confeccionar os termos do trabalho voluntário (se necessário). -Enviar ao Sínodo a prestação de contas do exercício anterior bem como a ata em que consta a aprovação pelo Conselho Fiscal. -Zelar pela correta aplicação dos recursos e a conservação dos patrimônios. -Conservar e guardar em segurança todos os documentos para atender a todas as finalidades (históricas, jurídicas, fiscais, contábeis, etc.). -Proceder o registro, em ata, tanto
de quem entra quanto de quem sai, em caso de transição de Diretorias, de como deixou ou de como encontrou tudo, em relação aos documentos, estrutura, recursos humanos e financeiros. Obs.: a parte inicial deste artigo foi publicada na edição de agosto/2008. Amauri Ludwig Secretário Executivo de Finanças da IECLB
Indicadores Financeiros UPM Outubro/2008 = 2,4030% Índice Setembro/2008 = 0,31% Acumulado do ano = 6,84%
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UNIDADE
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Mulheres
Missão na Igreja é comunhão, testemunho e serviço a todos Ingrid Marxen, acima de tudo, é mãe (de Katja e Susanne) e avó (de Yuri, Tiago, Anna e Francisco), como ela mesma se define. Viúva desde 1996, trabalha como acompanhante de grupos para uma agência de turismo. Gosta de fazer trabalhos manuais com o seu grupo de amigas do Kränzchen, fiéis há 26 anos, e participa de um grupo de jantas, companheiros de viagens e amigos que jogam cartas. Na IECLB, é Secretária do Presbitério da Comunidade de São Leopoldo/RS, ViceSecretária do Presbitério da Paróquia Imigrante, em São Leopoldo, membro e cobradora da OASE de São Leopoldo, participante do grupo de Singulares, faz parte da banca avaliadora de PPHM, de Exame Pró-Ministério e de Obreiros, participa da organização do Dia da Igreja buscando patrocínios, faz parte da organização dos 100 Anos da OGA, comemorados em 2010, e participou durante 15 anos na organização dos Encontros de Casais. No Sínodo Rio dos Sinos, como é o trabalho com mulheres? Principalmente, é feito pela OASE. Temos a assistência social, que lida com trabalhos manuais, reformas de roupas para assistidos e brechó, o grupo de pintura Girassol, que é o grupo de melhor idade, sendo dividido em Vozes, o coral, e Ciranda, a dança, e o Lydia, o grupo em alemão, e tudo é ligado à OASE.
um curso sobre como viver em condomínio e outro a respeito de administração financeira em família. É missão não apenas porque auxilia a pessoa a ter um teto para a sua família, mas porque trata as pessoas com dignidade e não dá ‘esmola’, mas, sim, ajuda a conquistar.
Quais são os desafios com os quais as mulheres do Sínodo lidam no seu cotidiano? Enfatizamos o estudo bíblico e o crescimento da própria mulher em relação à fé e ao conhecimento. Ingrid realiza um trabalho voluntário na ONG Habitat para Humanidade/Brasil, Inclusive, o último que ajuda a construir casas para pessoas retiro da OASE foi desfavorecidas sob o tema da Semana Nacional da OASE, que remetia à passagem bíblica As mulheres no Sínodo Rio dos Sinos em que Jesus convida a ser sal da terra têm uma marca em especial? e luz do mundo. Outra demanda é por As nossas mulheres são muito um maior número de mulheres partiativas, dispostas e versáteis, mas as cipantes, independentemente da idade mulheres da OASE, não importa de e da ocupação profissional. qual Sínodo, têm uma marca, sim. Não saberia precisar que marca é essa, mas Como se dá o seu trabalho voltado penso que passe pela questão de ver para a missão? primeiro a Igreja, a própria OASE, a Considero o meu trabalho volunComunidade. O nome de quem faz não tário na ONG Habitat para Humaé importante. A pessoa, o autor da nidade/Brasil uma atividade de missão, obra, fica em último lugar, pois o pois ajudei a construir 40 casas em 40 importante é a realização. dias, em São Leopoldo/RS, na Quaresma de 2007 e, agora, no Guarujá/SP, Como primeira mulher Presidente da faço parte de outra versão do projeto, Associação dos ex-alunos do Instituto mas com a mesma proposta, que devePré-Teológico (IPT), qual é o seu rá ser concluída até o final do ano. É principal projeto? importante ressaltar que as casas não Temos um projeto muito interessão dadas, elas são vendidas para os sante que visa a dar continuidade à moradores, que têm obrigação de fazer ajuda de custo recebida pelos es-
tudantes de Teologia economicamente carentes. A proposta da Associação é doar recursos financeiros à EST por meio de um fundo de assistência. Estes recursos serão empregados nos futuros Obreiros, que não vão precisar devolvê-los ao final do curso. Em contrapartida, os futuros Obreiros devem dedicar uma parte do seu tempo, desde já, ao voluntariado. Já estamos em conversação com a EST neste sentido, pois, na modalidade atual, muitos formados saem da faculdade com a dívida do fundo de auxílio, mas sem um posto de trabalho para viabilizar a devolução deste dinheiro. Nesse novo formato, o Obreiro não teria a dívida, pois ela já estaria ‘paga’ por meio do voluntariado. Na condição de liderança feminina na IECLB, qual pensa que seja o papel da Igreja junto ao público feminino? O papel da Igreja é igual para todos, independente e sem diferença de gênero. Penso que o papel seja nos possibilitar sermos mais felizes por meio da convivência, da crença, da religião, no nosso caso, da religião luterana e na IECLB. Principalmente, é nos dar a esperança em um futuro por meio da ressurreição. No Antigo Testamento, as pessoas tinham fé, sem dúvida. No entanto, no Novo Testamento, elas já sabiam. Jesus havia ressuscitado. Agora, só estamos esperando que isso aconteça novamente. Hoje, temos a certeza da ressurreição. Completando este raciocínio, penso, ainda, que as pessoas também têm um papel na vida da Igreja e este se traduz em missão, comunhão, testemunho e serviço em todos os níveis, hoje e agora, em geral e sem olhar a quem, onde e nem perguntar para quê. Isso é missão!
As filhas, Susanne e Katja, com os netos, Francisco, Anna, Tiago e Yuri, de Ingrid
Dia Sinodal da OASE no Vale do Taquari Cerca de 500 mulheres celebraram o Dia Sinodal da OASE, realizado na Comunidade Redentor, em Canabarro, Teutônia/RS, Sínodo Vale do Taquari, no dia 25 de junho. As participantes foram acolhidas por um cheirinho de bebê logo na chegada. Era um convite para recordar dos filhos e filhas quando bebês.
O tema Ninho Vazio – Síndrome ou Bênção foi trazido pelo P. Renato Creutzberg, de Joinville/SC, e veio ao encontro de muitas mães que vivem a fase do ‘ninho vazio’, momento em que pais e mães vêem os filhos sairem de casa para construir o próprio ninho. Como preencher este vazio? O P. Renato convidou as mulheres a refletirem sobre o verdadeiro sentido da vida. Como planejamos todas as fases da vida, a fase do ‘ninho vazio’ também deve ser pensada, planejada e preparada.
As participantes do encontro foram incentivadas a ver o ‘ninho vazio’ como uma oportunidade de recomeçar uma nova vida, pois o casal pode voltar a namorar, viajar, dialogar e descobrir juntos novos caminhos e feliz é a pessoa que encontra segurança em Deus. Durante a tarde, as participantes foram agraciadas com apresentações de danças e a celebração da Ceia no final do dia foi o momento de experimentar o amor e a bondade de Deus, unindo a esperança no poder do Espírito para, juntas, cuidar e animar umas as outras.
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Fé Luterana
Advento: espera, preparação e alegria O Advento é o primeiro tempo do Ano Litúrgico, correspondendo às quatro semanas que antecedem o Natal. Para nós, cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, no qual esperamos o Nascimento de Jesus Cristo, vivemos o arrependimento e promovemos a fraternidade e a paz. Para falar sobre o Advento e o início do Ano Litúrgico, convidamos o P. Eloir Enio Weber, Pastor da IECLB, atuando na Paróquia do Salvador, em Porto Alegre/RS, e cursando pósgraduação em Missão Urbana na Faculdades EST. Também participa o P. Werner Brunken, formado pela Faculdade de Teologia, hoje EST, em junho de 1964, ativo no serviço de Comunidades há 37 anos, Pastor Distrital durante quase 25 anos, Pastor Sinodal do Sínodo Paranapanema durante 5 anos e, desde janeiro de 2007, aposentado,
vivendo em Curitiba/PR e participando regularmente da equipe do Jornal Sinodal, do Lar Luterano de Retiros e do Coral Martin Luther. Contribui, ainda, o P. em. Horst Baumgarten, formado pela Faculdade de Teologia da EST, em 1972, e atualmente disponível para a Paróquia de Balneário Piçarras/SC. Finaliza esta reflexão o P. Matthias Tolsdorf, natural de Dr. Maurício Cardoso/RS, mas que viveu a maior parte da sua vida na Alemanha. Estudou Teologia em Hermannsburg/ Alemanha e São Leopoldo/RS e se formou em 2005 pelo Missionsseminar, em Hermannsburg. Ordenado em Isernhagen, Alemanha, em 2006, P. Matthias foi enviado ao Brasil para assumir o trabalho comunitário e a coordenação de um projeto social em Vila Campo Grande, Zona Sul de São Paulo/SP.
Domingo de Cristo Rei
Juízo final: de que lado ficaremos?
Pastor Eloir Enio Weber
Pastor Werner Brunken
- Oi, Zeca. Hoje é o dia da prova final. Você estudou? Está preparado? - Estou nervoso, Beto. Fiquei brincando ontem o dia todo e não estudei. - Também não estudei, mas tenho um jeitinho infalível: preparei uma ‘cola’ e vou me dar bem. Caro leitor, o último domingo do ano da Igreja, celebrado cinco domingos antes do Natal, é chamado de Cristo Rei ou da Eternidade. É um dia de nos lembrarmos das pessoas falecidas, porém, marcado de esperança. A comunidade de fé é convidada a abraçar as pessoas enlutadas e proclamar a vitória do amor de Deus sobre o poder do pecado e da morte na cruz e na ressurreição. Cristo diz Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá (João 11.25). Os símbolos desse dia são a cruz e a coroa, que indicam o senhorio de Jesus Cristo. O ano da Igreja quer nos lembrar a história de Deus com o seu povo. Anualmente, acompanhamos os eventos centrais da fé, os celebramos e rememoramos. O fim de um ano da Igreja e o início de outro é o momento de refletirmos sobre a fé cristã que nos leva a crer no improvável aos olhos humanos. Este improvável Deus já tornou concreto quando se fez gente. É tempo de olhar para frente e esperar por aquilo que está por vir: o Reino de Deus, que, na sua forma definitiva, será inaugurado com a volta de Cristo, a ressurreição dos mortos, o juízo final e a vida eterna. Estamos preparados? A estória acima nos alerta para dois riscos: ‘ficar brincando’ e tentar ‘um jeitinho infalível’. Diante de Deus, isto não funciona. Somente a fé em Cristo, que acolhe a graça de Deus, nos conduz ao Reino. Confiemos, pois, que Deus será misericordioso e nos julgará baseado no seu amor. Para refletir, leia 1Tessalonicenses 4.13-18
Quando ouvimos falar em Juízo ou Avaliação Final, começamos a tremer e ficar preocupados: de que lado ficaremos? Do lado dos aceitos por Deus ou do lado dos rejeitados? Seria melhor se não houvesse um final com cobrança. Entretanto, a vida nos ensina que tudo terá fim e a avaliação será feita conforme o que fizemos ou deixamos de fazer. Assim, a Bíblia nos aponta para o final, fazendo a separação entre os que agiram motivados pelo amor de Deus e os que negligenciaram tal vivência. Encontramos tal Evangelho em Mateus 25.31-46. Aqui, as pessoas no decorrer da sua vida agiram com amor, bondade, compaixão e misericórdia de Cristo. Apoiaram e ajudaram as pessoas nas suas necessidades pessoais e Jesus disse-lhes Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. De outro lado, encontramos as pessoas que não agiram com misericórdia e solidariedade. Sua vida foi marcada por egoísmo, aproveitando-se dos outros em benefício próprio ao invés de acudi-los nas suas necessidades diárias. Assim sendo, Jesus, assentado no trono da sua glória, fará a separação entre os que agiram movidos por seu amor e os que viveram longe da sua ação misericordiosa. Podemos deduzir que as pessoas motivadas pelo amor de Deus para com as suas criaturas não precisam tremer e preocuparem-se com a avaliação final. Sabemos que existem grupos cristãos que têm prazer em falar do castigo final, impondo medo. Certo é que haverá esta avaliação, mas, para as pessoas que entregam suas vidas nas mãos de Deus e vivem no seu amor, nada as separará do amor de Deus e do seu Reino. Podem viver como filhos amados do Pai Celeste. Para refletir, leia Romanos 8.14-17
Advento: esperar a chegada
Advento, tempo de esperança
Pastor emérito Horst Baumgarten
Pastor Matthias Tolsdorf
O Judaísmo e o Islamismo celebram o começo de um novo ano em data diferente do calendário civil. O ano litúrgico cristão também, iniciando no primeiro domingo de Advento, do latim Adventu, que significa esperar a vinda, a chegada. O símbolo mais conhecido na cristandade é a coroa de Advento. Segundo estudiosos, a coroa de Advento teria surgido na Europa entre os povos bárbaros. Evangelistas, após conhecerem seus costumes, preencheram estes com conteúdos bíblicos. Outras versões existem, mas é comum a todas apontar para o nascimento, a segunda vinda de Jesus Cristo e o amor de Deus para com a humanidade. A coroa, formada por um círculo, figura geométrica sem começo e sem fim, representa a incondicionalidade do amor de Deus. O Deus que ama não desiste dos seus. A coroa de Advento é envolta por ramos verdes (o verde também é símbolo de esperança). Na Europa, é símbolo de vida e há quem defenda que, em nosso País, a cor verde remete à Primavera, também se referindo a nova vida. A sobreposição de uma fita vermelha “simboliza a cor da vida, do amor e, ao mesmo tempo, do derramamento do sangue de Jesus Cristo por nós”. Sobrepostas à coroa de Advento, estão as quatro velas, que, em seu conjunto, apontam para Jesus Cristo que é a “luz para o mundo”. A cor litúrgica do Advento é violeta, tonalidade que resulta da mistura de vermelho e azul, símbolo de mediação e equilíbrio, também seriedade e disposição para o arrependimento. Para refletir, leia Isaías 11.1–9
Depois de uma noite sem sono, antes do sol raiar, pode-se fazer uma experiência de Advento: horas sem luz geram a ansiedade de deixar a noite para trás. O momento de ver os primeiros raios do sol e o início do novo dia trazem um profundo alívio. Chamamos de Advento a espera da volta de Deus. Vivendo num mundo com muitas trevas, a nossa ansiedade pela volta de Deus pode se tornar tão forte como a de ver os primeiros raios de sol depois de uma noite longa sem sono. O confronto diário com os problemas pode despertar a forte sede da presença salvadora de Deus. Esta ansiedade por salvação existe há muito tempo. Um profeta diz Como gostaríamos que tu rasgasses os céus e descesses, fazendo as montanhas tremerem diante de ti! (Isaías 64.1) A escuridão da noite e as trevas na vida podem se tornar tão insuportáveis que a gente deseja que elas acabem logo. Nestes momentos, ajuda termos esperança no sol nascente e nas promessas de Deus como não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor (Apocalipse 21.4). Advento é alimentar a esperança, se conscientizar que Deus fará raiar um novo dia e abrirá novos horizontes para a vida. Uma forma de se lembrar do sol vindouro em meio à escuridão é acender uma vela. Para manter a chama da esperança acesa, procuramos nos cercar de luz. Os engajamentos sociais das Comunidades luteranas nos ajudam nesta tarefa. Além de semear a luz entre as pessoas que sofrem com as trevas deste mundo, nos cercamos de esperança lembrando a nós mesmos que Deus fará raiar um novo dia em que não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Para refletir, leia Mateus 5.14
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Geral
Promoção Jorev - Reavivando o canto nas Comunidades Na edição passada, o Jorev Luterano lançou a promoção Jorev - Reavivando o canto nas Comunidades, em que, neste Natal, em parceria com a Fundação ISAEC, vai presentear os primeiros 300 novos assinantes do jornal com um CD da coleção Reavivar o canto nas Comunidades. Na oportunidade, apresentamos o trabalho da Fundação ISAEC e o projeto Reavivar o canto nas Comunidades. Totalizando 15 CDs, este projeto, que contemplou canções do HPD 1 e 2, a OASE, as crianças, os corais e o Natal, está chegando ao seu final, mas a meta de haver um CD dos hinos em cada lar luterano deve continuar, por isso o Jorev abraça essa causa e lança a promoção Jorev - Reavivando o canto nas Comunidades.
Não é sorteio! Não é concurso! Basta assinar o Jornal Evangélico Luterano e ganhar!! Não espere mais para ter acesso a esta ferramenta ímpar de integração, fortalecimento e motivação de lideranças e Comunidades que é o Jorev e ainda ganhar um CD com os mais belos hinos da nossa Igreja. Assine já e garanta o seu CD, pois a promoção Jorev - Reavivando o canto nas Comunidades vai só até o dia 30 de dezembro de 2008!! Para falar sobre o projeto e a valorização da música na nossa Igreja, entrevistamos Hanny Taeschner, Presidente da Fundação Isa ec (Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura) há 14 anos e organizadora do projeto Reavivar o canto nas Comunidades.
compreende, nos enche de esperança e fé. A música tem o poder da fé e da esperança e estas, sim, têm, de fato, o poder de resolver e amenizar os problemas que nos afligem no dia-adia, o poder do Deus triuno.
Como surgiu a idéia do projeto Reavivar o canto nas Comunidades? Ao voltar para a casa, normalmente estressada, cansada e preocupada com o amanhã devido às grandes responsabilidades do cotidiano, sentia falta de um ancoradouro no qual pudesse desabafar. Sempre procurei este apoio na música. Ao revirar meus CDs na época, nada encontrava que me trouxesse o alívio que eu necessitava. Certo dia, escutando uma fita antiga e muito mal produzida, pensei ‘Por que não fazer eu mesma gravações de músicas que me darão o alento que eu procuro?’ A idéia amadureceu, cresceu e virou realidade. A música tem ao poder de ‘curar’? Quantas pessoas não se encontram diariamente nessa situação de desalento? Para onde correr quando se está precisando ser compreendido e consolado sem ouvir o tradicional ‘Isso passa! Todo mundo tem seus problemas’? Escutar e cantar os hinos dos nossos hinários é correr para uma só direção, que consola, acalma,
Nas Comunidades e Paróquias, como a música pode fazer a diferença? Está mais que provado que a redução do número de membros em muitas Paróquias é conseqüência direta da falta de apoio e presença da Igreja nos momentos difíceis na vida dos membros e pela ausência de respostas a muitas perguntas. Inúmeras situações poderiam ser amenizadas se o Obreiro dispusesse
dos CDs HPD para explicar, consolar e dar esperança às pessoas que sofrem. Nos cultos, por que só algumas pessoas cantam, outras murmuram e as demais permanecem em silêncio? Existem cultos mais belos e emocionantes que quando todos cantam e, de fato, louvam a Deus em voz alta? Quanto mais se está em comunhão com o próximo e com Deus melhor nós nos sentimos. Não existe crescimento em Paróquias tristes e desmotivadas. Qual é a ligação da música com a missão? As Paróquias só se desenvolvem quando o fundamento é missão e missão significa também muita música, muito canto, por isso os nossos Obreiros devem estar preparados para desenvolver missão com canto e, conseqüentemente, usar os nossos hinos, pois existem diversas maneiras de usá-los para ajudar as pessoas e
conquistá-las para a Igreja. Temos verdadeiros tesouros em música, mas, infelizmente, usamos pouco. Os membros deveriam pedir que os Obreiros utilizassem mais a música nas atividades? Certamente! Por que o P. Anildo Wilbert, Pastor em uma das mais promissoras Paróquias de Jaraguá do Sul/SC, distribuiu quase mil CDs até agora e muitos colegas Brasil afora não conseguem ou não querem distribuir nenhum? O que dizer dos nossos membros?! O que fazem, que atitudes tomam quando em suas Paróquias não é oferecido um instrumento tão maravilhoso que pode fazê-los mais felizes, ouvindo e cantando a mensagem de Deus nos dias de alegria e nos momentos angústia? Prezados Obreiros, lideranças e membros da nossa Igreja, vamos mudar a nossa atitude e fazer o rebanho voltar a crescer? Está em nossas mãos atendermos o ensinamento que recebemos Ide e fazei discípulos. Enquanto exaltamos a Deus aqui na terra, os anjos não cessam de cantar nos céus.
Conaje
Sou a presença de Deus no mundo Pa. Mirian Ratz “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2) Depois de falar do jovem como indivíduo, que tem sua liberdade, mas também é sujeito do agir através da presença de Deus, nos perguntamos: afinal, onde está o jovem no mundo de hoje? Que mundo é este que o cerca? Olhar o jovem no mundo é reconhecer que, muitas vezes, ele está à margem da sociedade, sofre com a luta de classes, com os conflitos sociais e políticos. Não raras vezes, está fora do mercado de trabalho e ainda precisa provar que está realmente disposto a oferecer o que tem de melhor para ocupar o seu espaço como cidadão. A velha imagem do jovem rebelde, irresponsável, o tipo que não quer nada com nada ainda está presente na maioria das definições de juventude no Brasil. A juventude é desafiada por esta sociedade marcada pela diferença de gênero, racial e social, pela descrença na política e por um meio ambiente ameaçado pela cobiça e pela exploração. É pela transformação desse mundo que nós lutamos: um mundo cheio de necessidades e que não pode ser apenas admirado. Não buscamos um mundo perfeito, mas estamos na incansável busca por um mundo mais solidário e fraterno, onde haja respeito e oportunidades para todos. Um mundo que nos desafia e nos desperta, por meio da nossa história e espiritualidade, a sermos protagonistas nessa transformação. Ser juventude luterana significa vivenciar, através da presença de Deus, a oportunidade de sair do círculo vicioso do egoísmo e alcançar o outro, o coletivo. Significa também ser juventude no mundo e para o mundo, com identidade e presença marcante, capaz de fazer a diferença no encontro de idéias, sonhos e jeitos concretos de testemunhar a nossa fé. Reconhecemos nossa atuação no mundo quando nos tornamos presença deste Deus que nos impulsiona para agir por um mundo melhor para todos.
Comportamento
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Jovens: a presença de Deus no mundo Na ‘cidade mais pomerana do Brasil’, como Santa Maria de Jetibá é conhecida, os jovens presentes tiveram a oportunidade de refletir sobre a sua situação e a caminhada enquanto pessoas cristãs luteranas e como Juventude Evangélica da IECLB. O Congresso teve como tema Sou a presença de Deus no mundo e se constituiu de diversos momentos distintos e, ao mesmo tempo, interrelacionados. Celebrações, cantos, espaços paO 19° Congrenaje reuniu em torno de 650 jovens dos Sínodos e Comunidades da IECLB ra convivência, estudo do tema, oficinas, assembléia, Grito da Juventude e visita a pontos turísticos De 20 a 24 de julho foi realizado o 19° Congresso da região foram alguns dos momentos que Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje) e o procuraram integrar e fortalecer todos que 5° Fest’Art, em Santa Maria de Jetibá, no Espírito participaram do Congrenaje. Santo. O Congresso acontece desde 1970 e procura A história do 19° Congrenaje começou em 2006, no Congresso em Joinville/SC, em que fomos apenas dez jovens representantes do Sínodo. Ao participar do Congresso, vimos tanta alegria, tanta motivação e conseguimos fazer tantas amizades em apenas uma semana, que nos animamos. Voltamos para casa muito motivados e com grandes idéias para 2008. Foi um sonho que se tornou real. Sheila Potin Santa Maria de Jetibá/ES Sínodo Espírito Santo a Belém
Cada edição do Congrenaje supera a anterior, tanto em número de jovens quanto em criatividade e troca de experiências. Amei esses dias que vivemos em Santa Maria de Jetibá, onde aprendi muito e saí fortalecida para renovar o espírito jovem na minha Igreja. Elisângela Rott Novo Hamburgo/RS Sínodo Rio dos Sinos
Grito da Juventude O Grito da Juventude foi um momento no qual os participantes reunidos no Congresso ‘gritaram’ para a sociedade e para o mundo suas preocupações, expectativas e seu testemunho de fé, cantando e louvando a Deus com muita alegria e união. O local do grito foi a avenida central de Santa Maria de Jétibá. O Grito não foi uma ação somente de quem participava do Congresso. Durante todo o trajeto, dezenas de moradores vibraram e cantaram junto com os jovens, numa demonstração de que Deus é presença viva neste mundo. O Grito ficou registrado com a colocação de uma placa no canteiro central da avenida.
“O Congresso terminou. No entanto, a alegria de ter participado do maior Congrenaje já realizado, a saudade da cidade e das pessoas que conhecemos e a expectativa pelo Congresso de 2010 permanecem. Também ficam as reflexões proporcionadas e, o mais importante, a certeza do amor de Deus, que nos agracia e desafia a, permanentemente, sermos a sua presença no mundo”, afirma Daniela Hack, estudante de Teologia-Educação Cristã, em São Leopoldo/RS.
O desafio foi pensar formas de ser presença de Deus no mundo
Comunidades da IECLB. Foram cinco dias de convivência e celebração do amor de Deus em uma Comunidade extremamente acolhedora e preocupada com o bem-estar de todos os visitantes.
de ser presença de Deus no mundo depois do Congresso, assumindo o compromisso de concretizar tais ações.
O Congrenaje é único para desenvolver a capacidade de integração, fazer amigos e aprender. O tema ‘Sou a presença de Deus no mundo’ serviu como uma luva na vida dos jovens da IECLB. Estou motivado a ser essa presença e sei que meus companheiros também sentiram isso. O Congrenaje é um momento mágico, ímpar. Até o próximo! Cleomar Klipel Ratzke Espigão do Oeste/RO Sínodo da Amazônia
ser um espaço para o fortalecimento na fé, a reflexão em torno de um tema, a expressão de diferentes dons e o intercâmbio entre os diversos grupos. O Congrenaje deste ano reuniu em torno de 650 jovens provenientes de 17 Sínodos e de inúmeras
As oficinas de criatividade integraram os participantes
O Congrenaje foi inesquecível. Afinal, como vamos nos esquecer as pessoas maravilhosas que conhecemos, as palestras enriquecedoras, o acolhimento gentil do povo capixaba e os dias em que celebramos o nome de Deus junto com irmãos de todo o País? Retorno com saudade, mas ânimo renovado para realmente ser presença de Deus no mundo. Marcelo Wuttig Friske Ijuí/RS Sínodo Planalto Rio-grandense
Tema Sob o tema Sou a presença de Deus no mundo, os jovens do Congresso puderam avaliar se e como estão sendo presença de Deus nas Comunidades, instituições e
Foram dias inesquecíveis, de muito aprendizado, canto, dança, louvor, fé, risos, celebrações e amizades que ficarão para sempre em nossos corações, não importando a distância. O grito da juventude mostrou que somos um só corpo. Que Deus nos abençoe. Caroline Leonhardt Mercedes/PR Sínodo Rio Paraná
Chegar a Santa Maria de Jetibá com 40 jovens do meu Sínodo e encontrar outros 600 jovens luteranos foi a realização de um sonho. Saímos desse Congrenaje desafiados a realmente vivenciar a presença de Deus na sociedade. Demaicon Peter Canguçu/RS Sínodo Sul-Rio-grandense movimentos dos quais fazem parte na Igreja e na sociedade. Ao mesmo tempo, todos foram desafiados, individualmente e como Sínodos, a pensarem formas
Os jovens `gritaram` para a sociedade e para o mundo
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Deutscheseite
Unser Name und unsere Identität
In meinen Heimatbergen in der Serra do Mar sagte man von jeher den Familiennamen vor dem Rufnamen: Der Bauers Karl, der Egers Peter, die Truppels Karlin. Klar, ich war der Weingärtners Lindolf. Man war wie eingebettet in eine grosse Familiengemeinschaft. Auch die Pastoren waren unter ihrem Familiennamen bekannt. Sie unterschrieben Artikel und Briefe mit „Pastor Stör“, „Pastor Dübbers“, „Präses Dohms“. Der Vorname war für die engen Freunde und die nahe Verwandtschaft reserviert. Wenn man heute in eine Gemeinde kommt und nach dem Namen des Pastors fragt, bekommt man meist eine Antwort wie: „Pastor Rubens“, „Pastor Sérgio“, „Pastora Lígia“. Der Nachname? Nein, den weiss man nicht. Man hat ihn einmal gehört, doch gleich wieder vergessen. Da komme ich in eine Pastorenversammlung. und so ein junger Pe- aga-pista. (früher sagte man „Herr Vikar“!) kommt freundlich auf mich zu und sagt: „Oi,
Lindolfo, que bom que você veio!“. Ich bin gut 60 Jahre älter als der junge Mann – doch, seltsam, ich bin ihm nicht einmal böse wegen seiner Anrede. Es klingt irgendwie menschlicher und einladender als unsere alte formelle und „exklusive“ Weise, miteinander umzugehen. Nun, es hat alles seine zwei Seiten. Wer nur noch „Marita“ oder „Carlos“ oder“Valdir“ heissen will und den „Müller“ oder „Silva“ oder „Schmidt“. bewusst unterschlägt, der könnte damit sagen wollen: „Meine Eltern und meine Herkunft interessieren mich nicht mehr. Mein Leben fängt mit mir an. Die ganze Welt fängt mit mir an. Meine Familientradition ist von gestern. Was von gestern ist, ist vorbei.“ Ja, und das wäre dann ein fataler Irrtum.UnserLeben fängt eben nicht mit uns an. Deswegen heisst es in den10 Geboten: „Du sollst deinen Vater und deine Mutter ehren“. So hat unser Familenname etwas mit dem vierten Gebot zu tun. Und es könnte ein Zeichen von gefährlichem Individualismus sein, wenn wir denken, wir könnten aus unserer Familie einfach aussteigen - meinend, wir seien von uns aus, was wir sind. So haben beide Namen ihr Recht und ihre Bedeutung, und wir sollten beide in ihrer jeweiligen Perspektive ernst nehmen und ehren. Ich denke, dass sowohl unser Familienname wie auch unser Vorname eine provisorische Sache sind. Bevor wir einen Namen hatten, waren wir doch schon Menschen. Gott nannte den ersten Menschen „Adam“ – das ist „Mensch.“ Und die erste Frau
nannte er „Eva“, das ist:“Lebensspenderin“. Erst später machten sie sich selbst einen Namen, im Guten wie im Bösen. Sie bauten dann bald himmelhohe Türme, um sich einen Namen zu machen, wie die Leute von Babel. Aber man hat den Eindruck, dass das nicht der Name ist, mit dem Gott uns rufen möchte. Was bedeutet dann das Wort aus Jesaja 43.1: „Fürchte dich nicht, ich habe dich bei deinem Namen gerufen, du bist mein“? Mit welchem Namen ruft uns Gott? Darin müsste ja unser wahres Wesen zum Ausdruck kommen, unsere wahre Identität. Offenbarung 2.17 steht, dass Gott uns mit einem neuen Namen benennen wird, den nur Er selber und der, der ihn empfängt, kennt. Eine geheimnisvolle und hoffnungsfrohe Sache. Endlich werden wir unsere wahre Identität haben. Wir werden sie direkt aus Gottes Händen empfangen. In unserer Taufe ist dieses Geheimnis ja schon vorgebildet: „Ich habe dich bei deinem Namen gerufen, du bist mein!“ In der Stadt Antiochien in Syrien wurden die Nachfolger Jesu zum erstenmal Christen genannt. Menschen, die den Namen und gewissermassen die Identität Jesu Christi haben. Mit diesem Namen will Gott uns anreden. Er will uns in dem Bilde seines Sohnes Jesus Christus sehen und in Christus uns seine Söhne und Töchter nennen, was wir dann ja auch wirklich sind. Gott hat uns dann unsere wahre Identität gegeben.
Pfarrer Lindolfo Weingärtner
Von Raupen und Schmetterlingen Der deutsche Autor Josef Gräf erzählt die Geschichte von einem guten Mensch. Dieser Mensch fand in seinem Garten einen kleinen Baum, übervoll mit Hunderten von Raupen. Er hatte Mitleid mit den hässlichen Würmern, die sich da Stunde für Stunde vorwärts quälten, um mühselig die Blätter zu erklettern und ihr Fressen zu suchen. „Arme Raupen“, dachte er, „sie sehen kaum die Sonne, und haben keine Ahnung vom Regenbogen in den Wolken und von den Liedern der Vögel!“ Da dachte der Mensch: „Wenn diese Raupen nur wüssten, was einmal aus ihnen werden wird, wenn sie nur ahnen würden, was ihnen als Schmetterling blüht, sie würden ganz anders leben, froher, optimistischer, mit viel mehr Hoffnung. Und sie würden erkennen, dass Leben eben nicht nur aus Fressen besteht und dass der Raupentod nicht das Letzte ist.“ Er sagte es ihnen, aber die Raupen hörten das nicht. Das Zukünftige ließ sich in der Raupensprache einfach nicht ausdrücken. So versuchte er Vergleiche zu finden. Er sagte: „Dann als Schmetterling, da wird es so schön sein, wie auf einem riesigen Feld voller Blätter und Blumen...“ Und die Raupen nickten, und in ihrem Raupenhorizont dachten sie nur ans endlose Fressen. Auch so ging es also nicht. Deshalb versuchte der gute Mensch den Raupen ganz deutlich zu sagen, was werden würde. Er sagte ihnen, dass
ihr Puppensarg nicht das Letzte sein werde, dass sie verwandelt würden, dass Ihnen Flügel wachsen würden und dass sie leuchten würden wie Gold. Die Raupen aber sagten: „Jetzt ist er dumm geworden. Hau ab! Du hältst uns nur vom Fressen ab!“ Raupen können die Botschaft von der Auferstehung als Schmetterling eben nicht verstehen. Das hätte dem guten Menschen eigentlich von vorneherein klar sein müssen. Den Raupen etwas von einer zukünftigen Welt erzählen zu wollen, das war
von Anfang an vergebliche Liebesmüh. Bei Raupen ist das eben so. Zum Glück ist das bei uns ganz anders! Es gibt zwar auch in unserer Sprache keine Worte, um den Himmel zu beschreiben, auch Jesus Christus musste Gleichnisse gebrauchen, um uns vor Augen zu führen, welches ungeahnte Land da vor uns liegt, was das für uns bedeutet, dass er auferstanden ist. Verstehen können auch wir das zwar nicht, aber wir glauben an diese Auferstehung. Ein Glaube, der in der Tat Leben verändern kann.
Denn wer diesem Jesus Christus glaubt, wer wirklich glaubt, dass auch wir gleichsam über Nacht verwandelt werden, dass auch unser Leben mit seinem Tod an alles nur nicht an ein Ende stößt, wer das wirklich glaubt, der wird anders leben. Der wird nicht mehr, wie jene Raupen sein, die nur ans Fressen denken, der wird sein Herz nicht an Besitz und Reichtum hängen, an all die Dinge, die in jenem Leben, von dem Christus spricht, absolut nichts mehr zählen. Er wird vor allem auf das achten, was wirklich bleibt, und allem voran auf die Beziehungen zu anderen Menschen. Darauf wird der, der Christus glaubt, vor allem achten, und dann wird auch selbst manches Schwere und Schmerzhafte, nicht so leicht in der Lage sein, ihn aus der Bahn zu werfen, „denn die Leiden der gegenwärtigen Zeit bedeuten, nichts im Vergleich zu der Herrlichkeit, die an uns offenbar werden soll.“ wie Paulus sagt. Es handelt sich um eine Herrlichkeit, die unser Leben schon jetzt reicher und fröhlicher macht, weil sie uns mit Hoffnung erfüllt. „Seht, ich enthülle euch ein Geheimnis: Wir werden nicht alle entschlafen, aber wir werden alle verwandelt werden – plötzlich, in einem Augenblick“ (1 Korintherbrief 15, 51-52) Theologe Jaime Jung
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JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2008
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Anúncios Comunitários Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Benção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento. Entre em contato conosco!
Três Passos
40-jähriges Ehejubiläum
90 anos
Mit Gottes Gnade durften Leopold und Lorena Greiwe am 3. Mai 2008 in der Evangelischen Kirche Lutherischen Bekenntnisses in Três Passos das Fest ihres 40-jährigen Ehejubiläum feiern. Ihren Bund fürs Leben schlossen sie daselbst am 4. Mai 1968, gesegnet von Pastor Heinz Wartchow. Im Dankgottesdienst erinnerte unser Pastor Ernobio Velten uns wieder an den Text den Pastor Heinz Wartschow uns damals mit auf den Lebensweg gegeben hat, aus dem Brief des Apostels Paulus an die Tessaloniker Kapitel 5. Verse 16.18: „Seid allzeit fröhlich, betet ohne Unterlass, seid dankbar in allen Dingen, denn das ist der Wille Gottes in Christo Jesu an Euch.“ Gott segnet unsere Ehe mit 2 Töchter: Gertrud Beatriz und Gerda Benicia. Gertrud Beatriz mit José Orlando Schäfer schenkten uns 2 Enkel, Natalia und Amanda. Gerda Benicia war verheiratet mit Gilberto Rasch. Sie schenkten uns 3 Enkel: Daniela Cristina, Gustav Heinrich und Fernanda Beatriz. Vom Stiefsohn Alziro Kirchheim haben wir den Enkel Rodrigo.
EVALDINA KORTE, de Boa Vista, Teutônia/RS, completou 90 anos no dia 30 de setembro de 2008 recebendo as homenagens das filhas, genros, netos e bisnetos. Parabéns!
Falecimento Com tristeza e saudades, a esposa, os filhos, a nora e os netos comunicam o falecimento de
ARNILDO SCHAEFER
Mit Gott fang an, mit Gott hör auf. Das ist der schönste Lebenslauf. Leopold Greiwe
Feliz Aniversário O nosso carinho, respeito, amor, gratidão, felicidades... é o que temos a desejar ao Sr. Rodolfo Ninke, nascido no dia 14 de agosto de 1918, em Colatina/ES, e casado com Dona Joana Brandt Ninke. O casal foi abençoado com seis filhos. Assim, muitas histórias se passaram e muitos sonhos surgiram. Um deles aconteceu no ano de 1979, quando o casal Ninke foi para Cacoal/RO com sua família em busca de uma vida melhor. Apesar dos desafios que a época proporcionava, o Sr. Rodolfo e a Dona Joana jamais desistiram, criando seus filhos com muito suor e trabalho, nunca esquecendo do Deus que os havia guiado até ali. Cresceram na Igreja Luterana e assim permanecem firmes até hoje. Queremos desejar muitas felicidades ao Sr. Rodolfo, que no último dia 15 de agosto de 2008, na casa do filho Martim Ninke, celebrou seus 90 anos de vida, com muita alegria, muita disposição, e principalmente, muita fé em Deus para continuar abençoando sua vida. Nesta festa, estavam presentes filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Parabéns. Muitos anos de vida Rodolfo Ninke!! Que Deus continue o abençoando a cada passo da sua vida! Quem deseja são os familiares. Cacoal, 27 de agosto de 2008. O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará; Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso. Salmo 23.1-2
Falecimento Com pesar, comunicamos o falecimento da mãe, sogra, avó e bisavó
ERNA FELTEN ERIG nascida em 19 de janeiro de 1918, em Esperança, município de Montenegro/RS, filha de Reinoldo Felten e Guilhermina Felten. Em 1965, mudou-se para Iguiporã, distrito de Marechal Cândido Rondon/PR, onde veio a falecer no dia 22 de junho em função de um derrame cerebral. Erna era membro da Comunidade Templo da Esperança, de Iguiporã. Os familiares agradecem a Pastora Cler Schoulten pelas visitas e palavras de consolo. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Mateus 5.4
ocorrido no dia 17 de setembro de 2008, com 84 anos, devido à ruptura de aneurisma da aorta. Filho de Arthur Henrique e Olga Schaefer, Arnildo nasceu no município de Estrela/ RS, no dia 6 de novembro de 1923 e residiu muitos anos em Victor Graeff/RS, onde esposou Ilse Berghahn, sendo abençoado com o nascimento dos seus três filhos, Nívio, Eurico e Eunice. Em São Mateus do Sul/PR, onde viveu por 28 anos, abriu a sua casa para a celebração dos cultos da Igreja Luterana. Agradecemos a Deus pela sua vida abençoada, pelos anos que o tivemos conosco e por tudo que ele foi e será para nós. Agradecemos, em especial, ao Dr. Clóvis e aos Pastores Emerson Pott e José Julio de Azevedo e a todos que demonstraram carinho e nos apoiaram com palavras de conforto. Eu enviarei o meu anjo adiante de vocês para protegê-los na viagem e para levá-los ao lugar que lhes preparei. Exôdo 23.20
Lembrança de falecimento
EDI NILZA KNAAK SCHUNEMANN nasceu em 23 de dezembro de 1949, em Arroio Tigre/RS, filha de Theobaldo e Olga Knaak, casou-se em 9 de novembro de 1974 com Vilson Schunemann, no Rincão Seco, em Augusto Pestana/RS, faleceu no dia 22 de setembro de 2007, no Hospital São Carlos/SC, e foi sepultada em Maidana, em Águas de Chapecó/SC. Edi deixa enlutados o esposo, Vilson, a filha, Sandra, os filhos, Edson, Marciano e Roberto, a neta, Jaqueline, o neto, Murilo, as irmãs, Erica e Elesi, os irmãos, Egon, Erni e Elio, duas noras, um genro, quatro cunhadas e seis cunhados.
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Gente Luterana
O Sínodo Rio dos Sinos, formado por 33 Paróquias, 45 Comunidades e 30 mil famílias-membro, cuja ênfase missionária é missão urbana, conscientização e capacitação de lideranças no trabalho comunitário e missionário e levar às Comunidades uma melhor compreensão sobre contribuição financeira responsável, está representado nesta Editoria por nossa gente luterana Sibeli Diefenthaeler e Peter Stampe
Unidos na mesma fé
Por uma Igreja social
“A Igreja não deve ser apenas uma instituição que cuida de si mesma, mas, sim, um lugar que multiplica a idéia da comunhão com o próximo, seja o próximo quem for, trabalhando as diferenças e compreendendo um ao outro”, declara Sibeli da Silva Diefenthaeler, 21 anos, membro da Comunidade Senhor dos Passos, pertencente à Paróquia Matriz, em Porto Alegre/RS. Natural da cidade gaúcha de Bagé, a jovem iniciou a sua caminhada na IECLB em Vila Velha/ES, onde morou por 11 anos. Confirmada da Comunidade Bom Pastor, fez parte do grupo de jovens até a mudança da família para Belém do Pará. “Em Belém, participei ativamente da Paróquia com projetos sociais, grupo de jovens, crianças e ações ecumênicas. Em
A Igreja deve multiplicar a idéia da comunhão com o próximo Porto Alegre há cinco anos, sou ativa no grupo de jovens e já fui Presidente da JE Senhor dos Passos. Hoje, sou Tesoureira do Conselho Sinodal da JE (Cosije)”, relata. Estudante de Serviço Social, no início do ano Sibeli participou de um programa de intercâmbio com jovens ligado à Igreja sueca, onde morou três meses, convivendo com jovens da Suécia, Costa Rica, Tanzânia e Filipinas. Ainda na linha do social, Sibeli estagiou no Centro Diaconal Evangélico Luterano (Cedel) em um projeto da Paróquia Matriz que trabalha com famílias em situação de vulnerabilidade.
Sibeli tem afinidade com a Pastoral Popular Luterana (PPL) e a sua proposta de união da sociedade com a religião. “Temos que pensar o espiritual, mas também na função da Igreja na sociedade. Na Teologia da Libertação, percebo um olhar mais próprio ao indivíduo, Deus mais próximo do sujeito, pois a Igreja é uma instituição dentro da sociedade”, afirma. Renovação - este é o papel do jovem na Igreja, acredita a Tesoureira do Cosije “O jovem deve contribuir com a sua energia e novas idéias. É necessário perder a timidez e fazer. O jovem precisa de mais abertura, inclusive na dinâmica do culto e na organização da Igreja”. Para Sibeli, os grupos de jovens devem entender que têm uma função na Igreja e não ficar esperando que alguém resolva tudo. “Falta espaço, mas sei que muitos jovens não entendem a importância deste espaço. Muitas vezes, o jovem não vai atrás da informação e o seu representante também não trabalha com a base”, completa. O jovem é o futuro, mas poderia ser o presente da Igreja também, entende a estudante. Nesse sentido, sugere que os Pastores incentivem os jovens a participarem dos grupos e instâncias decisórias da Igreja, a elegerem os seus representantes com conhecimento e engajamento, a participar da vida comunitária e a cobrar posturas. Uma jovem que sabe o
que quer, Sibeli tem vários sonhos para a IECLB “A IECLB já faz um trabalho interessante na área social, mas desejo que os membros participem mais desta causa. Também quero uma IECLB cada vez mais ecumênica, mas principalmente com os membros abraçando esta proposta. Para os jovens, sonho com a conquista de engajamento e respeito e, por fim, sonho com um culto construído em conjunto pelos diferentes grupos que compõem a nossa Igreja”.
Peter Friedrich Johannes Stampe, 66 anos, formado em Ciências Contábeis, nasceu em Berlin, na Alemanha, é casado com Sandra Lizete há 41 anos e o casal tem quatro filhos, Adriane, Christian, Lisiane e Martin, e, por enquanto, quatro netos, Thomas, Rebecca, Davi e Jonas, pois Lucas está a caminho. Este ‘luterano de berço’ considera que, antes de tudo, ser luterano é aceitar Jesus Cristo como seu Senhor e seguir seus ensinamentos, além de conhecer os quatro pilares de fé de Martim Lutero. Membro na Comunidade Evangélica de Porto Alegre/RS (CEPA), Paróquia São Mateus, Peter tem uma longa caminhada na IECLB, iniciada ainda nos anos 60, na JE da Comunidade de Canoas/RS. “Com a chegada dos filhos e algumas mudanças de endereço, nos limitamos a assistir aos cultos dominicais em Canoas e, na maior parte das vezes, na Paróquia São Mateus, onde casamos e todos os nossos filhos e netos foram batizados”, revela. No início dos anos 80, Peter foi Conselheiro, Tesoureiro e Presidente pela Paróquia São Mateus, participando ativamente em Concílios Distritais e Regionais. A partir dos anos 90, foi suplente pa-
ra o Conselho Fiscal na CEPA, 2º Secretário, Vice-Presidente e, desde 2006, está exercendo a Presidência da Comunidade.
No cotidiano, o Presbítero agradece todos os dias pela sua família, seus amigos e por todos da Paróquia, Comunidade, Sínodo e, por extensão, da nossa IECLB, não sem agradecer sempre pela sua vida. “Tenho certeza que, sem a Graça de Deus, não teria forças para viver a vida com toda intensidade. Para tal, o poder da oração é inquestionável. A minha fé e a crença nos fundamentos da Reforma Luterana são a minha grande motivação”, assevera Peter, que também agradece o que chama de seu ‘porto seguro’, a sua esposa, ”minha companheira, uma luterana para quem a fé sempre foi uma certeza e que, com sabedoria, tem trabalhado muito por muitos, em especial pelas crianças”. Na CEPA, Peter destaca dois grandes momentos da sua gestão: a 9ª Conferência do Conselho Mundial de Igrejas, ocorrida em fevereiro de 2006, na PUC/RS, e a comemoração dos 150 anos da CEPA (1856-2006) “Foram grandes oportunidades de confraternização com inúmeros irmãos de fé do mundo inteiro e com irmãos de todas as nossas insti-
As famílias devem viver em comunidade a fé que professam tuições, promovendo a integração e ampliando a visão do que é ser Comunidade Evangélica de Porto Alegre”, resume. Como metas, o Presidente da CEPA aponta a necessidade de motivar Obreiros e leigos a não esquecerem as crianças e os jovens em sua missão, pois destas é o futuro da nossa Igreja, cabendo aos adultos mostrar-lhes o caminho a percorrer na área da fé. No Sínodo, os desafios são o PAMI e a Campanha de Missão da IECLB, uma matéria riquíssima para o aprofundamento da fé. Na IECLB, o grande sonho de Peter é que todos os membros deste vasto Brasil se unam na mesma fé sem sectarismos e que as famílias vivam em comunidade a fé que professam.