Jorev Luterano - Junho - 2010
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Editorial
O Sínodo Sudeste
No Sínodo Sudeste, aprendemos a anunciar a vida, a esperança, a comunhão e o olhar de Deus
O
Sínodo Sudeste participa da missão de Deus em contextos urbanos, onde a pluralidade cultural, religiosa e social está marcada por violência e injustiças, uma realidade em que a pobreza e a riqueza convivem e brigam no palco da indiferença, da omissão, do medo, da angústia e da fatalidade. Neste cenário, aprendemos a anunciar a vida, a esperança, a comunhão e o olhar de Deus. A presença da IECLB nesses contextos interage com o clamor pela vida. Com gratidão e confiança, o Sínodo Sudeste apoia Paróquias, Comunidades, Obreiros e Obreiras na construção de espaços de comunhão, promovendo a paixão pela missão de Deus e assegurando a proposta profética de transformação que, pela fé no Deus da vida, aproxima pessoas e as chama para a cultura de paz, solidariedade e amor de Deus, revelado em Jesus Cristo. As lideranças e Ministros com ordenação no Sínodo Sudeste conhecem os desafios da presença da IECLB na região geográfica que hospeda as três maiores metrópoles do país. Somos uma minoria com identidade confessional, com um ‘jeito’ de viver e testemunhar a fé baseado em um
modelo eclesiológico próprio e específico. Encorajados por Deus, insistimos em acolher crianças, adolescentes, jovens, homens e mulheres em espaços consagrados e comunitários para viver a fé, proclamar o amor incondicional de Deus, participar dos Sacramentos, servir para a edificação da integridade do ser humano, buscar bênçãos, orientação e socorro. Deus tem sido generoso com os membros, Ministros com
Guilherme Lieven
ordenação, lideranças e Comunidades da IECLB no Sínodo Sudeste. Nessa realidade desafiadora, o Sínodo Sudeste celebra a graça de ser Igreja de Jesus Cristo em comunhão com todas as Comunidades e lideranças da IECLB constituídas em todas as regiões do nosso Brasil. Acompanhe alguns testemunhos do Sínodo Sudeste nesta edição do Jorev Luterano.
Pastor Sinodal
Atendimento ao leitor Juciane Wilsmann Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Capa De autoria do P. em. Arteno Spellmeier, a foto é da ponte pênsil, na Transamazônica km 300 (1975), retratando as novas áreas de colonização da IECLB. Leia matéria especial sobre os processos migratórios na nossa Igreja na Editoria Comportamento, página 13.
Ação missionária A respeito dos exemplares que recebi por ocasião do centenário da Obra Gustavo Adolfo (OGA), edição de março/2010, que dedica um espaço muito especial e carinhoso à nossa querida OGA, é correto afirmar que o Jornal Evangélico e a OGA são instrumentos a serviço da ação missionária da IECLB, por isso mesmo ambos se constituem em um bem da IECLB que (realmente) deve ser cuidado bem! Voltando à edição de março do Jorev, congratulo-me com todas as matérias, muito boas, como costumeiramente vem acontecendo. Faço referência especial à prestação de contas da Campanha de Ofertas para a Missão da IECLB – Vai e Vem 2009 (página 12), pois a exposição dos dados é muito didática e dá margens, inclusive, para aprofundarmos a nossa reflexão sobre a questão se (já) somos uma Igreja Missionária ou não, quero dizer, se somos, de fato, uma Igreja de Diaconia ou não. No final da prestação de contas, consta uma afirmação bem animadora: ‘a arrecadação de 2009 mostra que podemos avançar ainda mais’. Dentro dessa expectativa, diria que não só podemos como devemos ainda melhorar! Saudações fraternas, P. em. Albino Vortmann
Pastor Presidente
P. Dr. Walter Altmann Secretário Geral
P. Dr. Nestor Friedrich Jornalista
Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
Administrativo
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Instalação em Vale do Iguaçu Com grande alegria, a Comunidade Centro de Porto União da Vitória celebrou em 28 de março a instalação da Pastora Claurete Saueressig, que assumiu o segundo pastorado de tempo parcial neste novo campo de atividade ministerial, em culto oficiado pelo Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense, P. Manfredo Siegle, e pelos assistentes, Pastor Vice-Sinodal, P. Inácio Lemke, e Pa. Cristina Scherer. Pa. Claurete, gaúcha de Dr. Mauricio Cardoso, casada com o P. Mauri T. Perkowski e mãe de Tobias, formou-se na EST em 1999, fez intercâmbio em Munique, na Alemanha, realizou o PPHM em Marques de Souza/RS e atuou nas Paróquias de Três Passos/RS e Erval Seco/RS.
IECLB no nordeste mineiro No Domingo da Páscoa, com a instalação do P. Armin Andreas Hollas, a equipe de Obreiros na Comunidade em Teófilo Otoni/MG ficou completa: Pa. Elisabet Lieven e P. Armin Hollas (na Comunidade), P. Charles Werlich (Projeto Missionário com sede em Serra dos Airmorés), Diác. Edna Ramlow Beling e Diác. Jose Marcos Beling (Associação Educacional Evangélica Luterana).
A Comunidade de Teófilo Otoni, com mais de 4.500 membros batizados, marca a presença da IECLB também em Divisópolis, Serra dos Aimorés, Nanuque, Governador Valadares, Itaipé, Poté e Ouro Verde. O Sínodo Sudeste agradece a Deus pela história do testemunho evangélico luterano no nordeste mineiro.
Centenário com novo templo A Comunidade Ramos, integrante da Paróquia de Cerrito Alegre, em Pelotas/RS, viveu um momento especial no dia 11 de abril: um culto festivo que contou com a presença do Pastor Sinodal do Sínodo Sul Rio-Grandense, P. Dietmar Teske, da Pastora local, Pa. Roili Borchardt, e do estudante de Teologia Éder Weber inaugurou o novo templo da Comunidade e comemorou os seus 100 anos de existência. Em fevereiro de 1910, a Comunidade Ramos foi legalmente constituída pela aprovação do seu Estatuto e passou a ser denominada Comunidade Escolar da Colônia Ramos, pois, junto à Igreja, funcionava a escola.
Liderança na Comunidade Entre os dias 10 e 11 de abril, aconteceu mais um Retiro e Seminário Sinodal da JE na área norte do Sínodo Brasil Central. A Paróquia Martin Luther, com sede em Luis Eduardo Magalhães/BA, sediou o evento, que reuniu 45 jovens das Comunidades de Balsas/MA, Bom Jesus do Piauí/PI, Cascudeiro/BA, Cristalina/GO e Luis Eduardo Magalhães. O Seminário foi conduzido pelo Missionário Klaus Stange, Professor da Faculdade Luterana de Teologia (FLT), em São Bento do Sul/SC, com o tema Liderança na Comunidade, direcionado especialmente aos jovens: seu grupo e participação na Comunidade.
Protestantismo e Educação Com o objetivo de proporcionar uma reflexão atualizada sobre os desafios do Protestantismo brasileiro no cenário educacional, a Faculdades EST estará promovendo, nos dias 1 e 2 de junho, o VIII Simpósio de Identidade Luterana. Coordenado pela Professora Dra. Laude Brandenburg, o encontro de São Leopoldo/RS reunirá Pastores, Professores, Educadores e demais pessoas interessadas na área do Protestantismo e da Educação. A palestra de abertura do Simpósio será proferida pelo Dr. Wilhelm Wachholz, Professor da Faculdades EST, que dissertará sobre o tema Protestantismo e Educação – um olhar para a História. As inscrições para o VIII Simpósio de Identidade Luterana podem ser realizadas pelo site da Faculdades EST (www.est.edu.br).
Primeiros imigrantes Borger, Justin, Schmitt e outras famílias de origem germânica é o segundo livro de Rodrigo Trespach, pesquisador da história da imigração alemã para o Rio Grande do Sul, membro da Comunidade Martin Luther de Osório, Paróquia da Trindade/RS, e pertencente a uma das famílias fundadoras da Comunidade. “A maioria dessas famílias é de origem evangélica (luterana ou reformada) na Alemanha e tem os seus ancestrais ‘resgatados’ do esquecimento. Boa parte desses imigrantes veio no bergantim Carolina, o costeiro que o Historiador Carlos H. Hunsche chamou de ‘o barco rondado pela fome e pela morte’, um árduo começo que mostra as dificuldades dos pioneiros da Igreja no Rio Grande do Sul”, explica Rodrigo Trespach, também autor de Passageiros no Kranich.
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Curtas
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OFERTAS NACIONAIS 6 de junho 2º Domingo após Pentecostes Projetos Desenvolvidos pela PPL Uma das características da Pastoral Popular Luterana (PPL) é a formação de lideranças comunitárias. Refletindo o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) 2008-2012, a PPL volta a sua atenção para os eixos evangelização e diaconia, pois é necessário sermos instrumentos de Deus para que justiça e paz, vida plena e abundante, venham como sinais do Reino de Deus. 27 de junho 5º Domingo após Pentecostes Projeto Missionário no Brasil – Missão Zero Desde o anúncio do nascimento de Jesus Eis que vos trago boa nova (Evangelho) de grande alegria (Lc 2.10b), até as palavras de Jesus na Grande Comissão Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho (Mc 16.15), somos desafiados, como discípulos, a divulgarmos esta grande notícia até os confins da terra (At 1.8c), por isso a Missão Zero procura ir onde as pessoas ainda não ouviram, pois como crerão naquele que nunca ouviram falar? (Rm 10.14).
INDICADORES FINANCEIROS UPM Abril/2010
2,5687
Índice Março/2010
- 1,18%
Acumulado do ano
2,54%
XIV Assembleia Sinodal
Desde o início do ano, as lideranças e o Pastor Sinodal do Sínodo Sudeste, P. Guilherme Lieven, preparam a XIV Assembleia Sinodal, que tem início nas Comunidades e Paróquias, quando elas indicam os candidatos a Pastor e Vice-Pastor Sinodal, Presidente da Assembleia, membro do Conselho da Igreja, representantes do Sínodo no Concílio, Comissão Jurídicodoutrinária, além de outras funções e cargos também em nível de IECLB. Em 2010, as eleições serão destaque nas 18 Assembleias Sinodais: é tempo de eleições gerais na IECLB. A Assembleia do Sínodo Sudeste reúne representantes de 39 Comunidades, 59 Pontos de Pregação, 5 Áreas Missionárias, bem como grupos e instituições diaconais de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Além de ser a instância maior do Sínodo, a Assembleia Sinodal constitui-se também no maior fórum, o que possibilita partilha de informações, experiências comunitárias de fé e integração dos representantes da presença da IECLB no sudeste brasileiro.
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Atualidade
Casados e felizes P. DR. ONEIDE BOBSIN Pastor da IECLB e Reitor da Faculdades EST
Creio,
mas do meu jeito Uma pesquisa realizada pela Igreja Católica Apostólica Romana brasileira nas maiores regiões metropolitanas revela dados inquietantes sobre o número de pessoas que creem em Deus e até participam da Igreja, mas da sua maneira, ou seja, não seguem os credos das Igrejas. Nessas regiões, apenas 2,9% dos entrevistados procuram a religião porque acreditam que ela contenha uma verdade de fé. Entre os católicos, mais de 15% não acreditam na ressurreição e mais de 35% acreditam na reencarnação. Logo, o centro da fé está em baixa. Já dizia o apóstolo Paulo que sem ressurreição nossa fé é vã. Aproximadamente, 20% dos católicos seguem as orientações dos horóscopos, 45% participam de outros cultos e 31% fazem consultas a cartomantes. Mais de 77% dos católicos contrariam a posição da hierarquia católica quanto ao planejamento familiar, 73,2% são a favor do sexo antes do casamento, 62,7% do segundo casamento e 60% do divórcio. Mesmo assim, se dizem católicos. Então, crendo do seu jeito pessoal, o que as pessoas esperam da Igreja Católica? Segundo uma Teóloga católica que interpreta os dados, o cidadão urbano moderno não quer uma Igreja dogmática, que impõe normas e condutas, mas uma orientação de fé que dialoga com as pessoas nos diversos momentos vitais. Nas palavras dela, a Igreja precisa ser uma Pedagoga, uma Professora que orienta. O Teólogo católico José Comblin vai em outra direção: os católicos veneram o Papa, mas não o obedecem. Em razão de não existir pesquisa em nosso meio eclesial, vamos dar uma olhada nos dados da Suécia, oficialmente luterana, talvez como o catolicismo ainda aqui, pelo menos de fato e não de direito. Também lá parece que a Igreja não regulamenta a vida das pessoas, pois a participação efetiva na Igreja é inferior a 5%. Naquele país, 9% se declaram praticantes e 26% se dizem não cristãos, mas 63% se dizem cristãos, certamente luteranos, da sua maneira. Que resultados uma pesquisa como esta poderia trazer para a IECLB? Assumo o risco de manifestar duas opiniões: não fazemos pesquisa porque não queremos ver a realidade. É mais fácil criticar a maioria que não participa do que olhar para dentro da instituição. Além disso, os fundamentos da Igreja devem permanecer, mas a roupagem em anunciá-los deve ser outra. Portanto, quanto mais uma instituição se conforma com esta sociedade, tanto mais ela joga água no moinho do individualismo religioso. Não podemos conter sozinhos o rumo da sociedade, mas não precisamos continuar dando tiros no próprio pé.
Os mesmos fundamentos, mas com uma nova roupagem
O casamento é uma ordem divina
E
stá tão triste, parece casado – Casaram e viveram felizes para sempre. Essas duas expressões pautam a vida matrimonial da maioria dos casais. Pessoas casadas há mais tempo pautam-na pela primeira expressão. Recém-casados ou em vias de se casar acreditam na frase que encerra muitos contos de fadas. Quem partilha a vida matrimonial há alguns anos, aprende que o seu relacionamento é ameaçado pelo desgaste natural e pode entristecer-se. Nem só triste por ser casado, nem só feliz para sempre. Casamento tem as duas coisas: preocupação e felicidade. Importante é administrar os dois momentos e usá-los para o crescimento dos cônjuges. O mês de junho tem no seu calendário duas datas importantes: o Dia dos Namorados, dia 12, e o aniversário de casamento de Martim Lutero, dia 13. O reformador da Igreja pleiteia que todas as pessoas deveriam casar, ao contrário da Teologia oficial da sua época. Na Idade Média tardia, entendia-se que o celibato era uma obra meritória a serviço da salvação. O resultado dessa concepção foi a oficialização do celibato obrigatório para sacerdotes. A melhor forma, se não a única, de servir a Deus, era entrar em um convento de freiras ou de monges. Supervalorizava-se o ideal da virgindade o que, naturalmente, levou a uma desvalorização do casamento e acarretou muita insegurança e incerteza em relação a este assunto. Por meio do estudo da Sagrada Escritura, Lutero descobriu que, com a encarnação do Pai em Jesus Cristo, isto é, pelo fato de Deus ter-se tornado gente, desapareceu toda e qualquer discriminação entre homem e mulher. Com essa descoberta, caiu por terra a inferioridade do sexo feminino, defendida pela Igreja na Idade Média tardia. A partir dessa nova visão, surgiu outra concepção de matrimônio. Passou-se a valorizar a corporalidade. Deus criou o ser humano para que houvesse um homenzinho e uma mulherzinha, defendia Lutero. Ele não apenas justificou o casamento, mas passou a entendê-lo como uma ordem divina. Propunha que só não devem casar aquelas pessoas que têm uma vocação muito especial para o celibato, mas dessas não se encontra uma entre mil. As primeiras manifestações de Lutero sobre o matrimônio são teológicas e teóricas, nas quais se defronta com a Teologia oficial da Idade Média. Um dos seus primeiros escritos a respeito ocorreu em 1522. Não sabemos o que se passava em sua cabeça. Talvez nem imaginasse que um dia se casasse. Casou três anos depois, em 13 de ju-
nho de 1525, com Catarina von Bora, uma freira que, junto com outras, deixara clandestinamente o convento, escondida na carroça do leiteiro. A partir dessa data, transferiu para a prática toda a sua teoria do casamento, principalmente na valorização da mulher. Com Catarina, que, afetuosamente, chamava de Kaete, cultivava um relacionamento muito carinhoso. Tinha nela uma fiel companheira que, nas cartas, tratava por ‘meu amável e querido senhor Catarina, doutora e pregadora em Wittenberg’, expressando o apreço que tinha por ela, equiparando-a a um companheiro de luta na vida ministerial. Comparação rara, senão única, em uma época na qual predominavam o machismo e a superioridade masculina. Com Catarina, Lutero partilhava as suas tristezas e as suas alegrias, os seus sucessos e os seus fracassos, o nascimento dos seus filhos e a morte prematura de um deles. O casamento de Lutero certamente não foi perfeito. Nem só tristeza, nem só felicidade. As duas coisas. No entanto, o casamento durou até que a morte os separasse, em 1546. Ele, sem ela, não teria sido o que foi. O mesmo pode-se dizer de Catarina. Quem quer manter o seu casamento precisa investir nele. Não convém inspirar-se em relacionamentos fracassados, mas espelhar-se em pessoas que, às vezes, estão tristes por serem casadas, outras vezes não cabem em si de felicidade, e que, em momento nenhum, deixam de valorizar o cônjuge, ajudando-o a crescer como ser humano.
Darci Drehmer
é Bacharel em Teologia, Capelão Militar da Reserva, Editor da Comissão Interluterana de Literatura (CIL) e Coordenador do Reencontro de Casais da Comunidade de São Leopoldo/RS há 29 anos
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Presidência
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Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor
Cremos na ressurreição
E
screvo essa Mensagem da Presidência com o coração ainda pesado pela perda do Pastor Homero Severo Pinto. Na última edição do Jorev Luterano, preparei uma nota para essa mesma página, dizendo que, durante a sua enfermidade assumiríamos, P. Carlos Möller e eu, as Mensagens da sua responsabilidade. Tínhamos esperança. A sua morte, na madrugada do dia 23 de abril, deixou todas e todos desconsolados. Foram 40 dias na UTI do Hospital São Lucas, da PUC, em Porto Alegre, que nos fazem recordar os 40 dias da tentação de Jesus no deserto. Lembram-nos também os 40 anos em que o povo de Israel peregrinou pelo deserto, em direção à terra prometida. Qual Moisés, que do alto do Monte divisou a terra prometida em toda a sua
extensão, mas lhe foi vedado adentrá-la, também Homero, em seus tão poucos 57 anos, divisou o futuro, sonhando e lutando por uma IECLB comprometida com a missão, cuidadora dos seus Ministros e Ministras, e pastoral e espiritualmente dedicada a seus membros e Comunidades, mas veio a falecer no limiar de uma nova fase na história da IECLB. Para mim, como Pastor Presidente, foi um companheiro de notável lealdade, sempre disposto a assumir tarefas, sem medir se eram atribuições suas ou a ele delegadas. Em todos os embates internos da IECLB, que também os temos, colocava sempre o bem da IECLB como um todo acima de qualquer interesse particular ou de grupo. Farão tanta falta suas ponderações, suas sugestões, também suas perguntas, que as tinha muitas,
P. WALTER ALTMANN Pastor Presidente da IECLB
Vocacionado para o Ministério
Unidade, firmeza e visão pastoral Muitas foram as mensagens recebidas em função da morte do Pastor 1º VicePresidente da IECLB, P. Homero Severo Pinto. Diversas causaram profunda emoção, entre as quais o texto escrito pelo Pastor Dr. Roberto Zwetsch, que pode ser lido na íntegra no Portal Luteranos. “Aquele sábado ficará registrado por muito tempo na memória de quem compareceu à Comunidade de Portão/RS. Lá, estiveram o povo da Comunidade, mulheres e homens, jovens, estudantes, o grupo Ânima, pessoas de idade, Pastoras e Pastores, Catequistas, Diáconos e Diáconas, lideranças sinodais, a Direção da Igreja, colegas da Secretaria Geral e, de modo muito particular, a família do Pastor Homero Severo Pinto, a esposa, a filha, o filho, o genro, a nora e outros familiares. Junto com a família, vamos sentir a perda desse colega por muito tempo. Vamos lembrar com especial atenção as suas ponderações e a sua lealdade ao Evangelho e à Igreja da qual decidiu participar já adulto por livre e espontânea vontade e à qual serviu com firmeza e visão pastoral, como recordou o Pastor Presidente Walter Altmann em sua pungente alocução. Homero se tornou em sua morte um símbolo de unidade!
suas palavras de apoio e encorajamento, igualmente seus conselhos, enfim sua amizade, seu companheirismo e sua comunhão fraterna. No entanto, a palavra ‘perda’ não é totalmente apropriada. As sementes que lançou continuarão germinando e, no seu tempo, dando abençoado fruto. Os serviços que prestou nos são, assim, motivo de gratidão a Deus. Obrigado por sua dedicação, por seu serviço, seu testemunho, obrigado – por sua vida! Os caminhos de Deus são, muitas vezes, insondáveis, mas suas maravilhas, sempre grandiosas! Esta é a boa nova da ressurreição em que cremos. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor (Romanos 14.8).
Junho 2-6/6 100 anos da Conferência Internacional de Missão Edimburgo/Escócia P. Walter Altmann 4-6/6 Assembleia do Sínodo Mato Grosso Chapada dos Guimarães/MT P. Mauro de Souza Assembleia do Sínodo Brasil Central Luziânia/GO P. Mauro de Souza 8/6 Comissão Bilateral Episcopal-Luterana São Paulo/SP P. Rolf Schünemann P. Jorge Schieferdecker Pa. Neusa Tetzner 8-10/6 Diretoria do CMI (Officers) Genebra/Suíça P. Walter Altmann 21-23/6 Cúpula de líderes religiosos mundiais (junto à Conferência do G8) Winnipeg/Canadá P. Walter Altmann 25-26/6 14ª Assembleia do Sínodo Vale do Itajaí Rodeio 12/SC P. Walter Altmann
Hospitalizado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital São Lucas, em Porto Alegre/RS, desde o dia 14 de março, o Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB, Homero Severo Pinto, 57 anos, morreu na madrugada do dia 23 de abril, de falência múltipla de órgãos. O velório ocorreu nos dias 23 e 24, na Igreja da Comunidade Evangélica de Portão/RS, e o sepultamento, no Cemitério de Taquara/RS. Em viagem pastoral a Moçambique, na África, em fevereiro, P. Homero contraiu malária cerebral, do tipo plasmodium falciparum. Desde a sua internação hospitalar, lutou com bravura pela vida, sofrendo paradas cardíacas, além de acidente vascular cerebral e convulsões, consequências da malária, que desorganizaram o seu sistema imunológico, afetando rins e pulmões. Natural de Sobradinho, a 232 km de Porto Alegre, P. Homero, nascido em 8 de julho de 1952, ingressou na Faculdade de Teologia, em São Leopoldo/RS, em 1972, concluindo o curso cinco anos depois. Foi Pastor Sinodal e Secretário de Educação do município de Portão, pelo período de três anos. Assumiu a primeira Vice-Presidência da IECLB em 2002 e a Coordenação de Missão Global da Igreja em 2007, tarefa na qual mantinha contatos com Obreiros da IECLB que assumem atividades em Igrejas e instituições do exterior e com Igrejas parceiras e irmãs na ecumene.
A respeito de Moçambique “Moçambique é um nome que nos evoca experiências dolorosas”, disse o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann. Lá, P. Homero contraiu a enfermidade que veio a vitimá-lo e lá também, há seis anos, a irmã Doraci Edinger foi brutalmente assassinada. “Entretanto, Moçambique é um nome que queremos colocar na perspectiva de Deus. Tenho a esperança e a convicção de que estes dois exemplos dolorosos não foram em vão. As sementes deixadas pelos dois haverão de brotar no seu tempo e dar bons frutos”, afirmou P. Altmann.
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Ministério
O Evangelho e a missão de Deus vivida neste mundo luteranos do Estado. Além disso, nesta Paróquia pude ver como o desenvolver do trabalho pastoral traz grandes consequências. Quando assumi, a Paróquia estava saindo de uma crise que afastou muitas pessoas, entristeceu outras e desanimou a maioria. Pouco a pouco, a notícia de que outro Pastor estava assumindo foi chegando aos ouvidos dos membros. Alguns voltaram e outros continuam ‘olhando de longe’.
Como foi o seu início no Pastorado? Cresci na Igreja católica, mas comecei a participar da Juventude na Igreja luterana e a vida eclesial tornou-se uma parte importante da minha vida, por isso, ainda na Faculdade de Química, decidi estudar Teologia. Na Venezuela, não existia uma Faculdade reconhecida pela Igreja. Como o estudo na Argentina era mais caro que no Brasil, as opções na época, iniciei na EST em 1994 e terminei em 1999. Fiz o equivalente ao PPHM na Venezuela até 2002, quando fui ordenado pelo Pastor Presidente da Igreja Evangélica Luterana na Venezuela, P. João Willig, hoje Pastor Sinodal do Sínodo Planalto Rio-grandense. Que caminhos o fizeram retornar ao Brasil? Estar casado com uma brasileira e
A Paróquia Rio de Janeiro – Norte é autossustentável? Uma Paróquia pequena (111 membros segundo os dados de 2008) faz com que a autossustentabilidade seja uma pergunta constante. Com a desmobilização, muitos deixaram de contribuir com a Igreja. Precisamos pensar em soluções financeiras e uma delas foi pedir aos membros que tivessem condições para aumentar o valor da contribuição, um trabalho conjunto entre Presbíteros e Pastor. Hoje, a Paróquia está em melhor saúde financeira e sem precisar da ajuda sinodal.
as amizades fizeram com que tivéssemos várias viagens ao Brasil. Também, em 2004, iniciei o Mestrado Profissionalizante em Teologia na EST - Liturgia. Depois de nove anos na mesma Comunidade, em família decidimos que o melhor seria ir para outro país. O Brasil foi a escolha, pois poderia servir na Igreja O que lhe dá satisfação no Pastorado? luterana. Após trabalhar na Paróquia de Ainda que lidar com pessoas sempre XV de Novembro/RS, assumi como Pas- foi e será complicado, sou Pastor e contor na Cidade Maravilhosa. tinuarei sendo porque posso ver que, na lágrima existe lugar para o abraço, nas Na Paróquia Rio de Janeiro – Norte, brigas pelo poder ganha o serviço, na quais são as suas atividades? discriminação a inclusão é vencedora, São as tradicionais atividades no no mundo de múltiplas escolhas criancontexto da IECLB, mas com os desafios ças de berço são levadas ao Batismo e que uma cidade como o Rio de Janeiro como os diferentes são iguais diante da nos traz: violência, demora nos trasla- Ceia do Senhor! Ver o Evangelho sendo dos e sermos uma pequena Paróquia na carne e a missão de Deus vivida neste multidão. Uma coisa diferente é o Dia mundo é o melhor que me traz o Pasda Igreja, que busca reunir a cada ano os torado.
Luterprev Responde
ajudando a planejar o seu futuro Depois de passar anos contribuindo para um plano de previdência complementar, como posso estar seguro que receberei a aposentadoria? Escolhendo uma organização que, além de sólida, esteja comprometida eticamente com a sua atividade. Na Luterprev, trabalhamos exclusivamente com previdência complementar. Isso significa que conhecemos a fundo os riscos, as oportunidades do negócio e as necessidades dos clientes. Nossa missão é prover renda às pessoas e essa é a maior garantia que podemos dar a elas, já que existimos e trabalhamos para isso. Nossos associados sabem, também, que, como qualquer outra empresa que esteja nesse mercado, somos constantemen-
Como os diferentes são iguais diante da Ceia do Senhor!
te fiscalizados e avaliados por entidades oficiais ou de classe, como a Susepe e a Fenaprevi, entre outras, o que é um aval a mais. Como avaliar a solidez de quem se propõe a cuidar do meu futuro? Informando-se a respeito antes de contratar um plano. O desempenho da empresa no mercado e a sua lisura podem dar uma ideia da sua situação. A Luterprev, por exemplo, se encaminha para completar duas décadas de existência, com seu nome e configuração atuais, e vem desenvolvendo uma linha sempre ascendente, tanto em participação como em ativos. No seu segmento de atuação, de 2006 a 2009, ela cresceu mais
que o dobro do mercado e, hoje, lidera o mercado de planos PRGP no Brasil. É um claro sinal que cada vez mais pessoas confiam na Luterprev e têm a certeza que, com ela, o planejamento do seu futuro está em boas mãos. Atualmente, em torno de 70 pessoas estão aposentadas pela Luterprev e recebem regularmente as suas aposentadorias, de acordo com os seus planos. Aconteça o que acontecer, todos os meses, no dia combinado, contam com a sua renda, que é vitalícia e lhes garante dignidade e autonomia para desfrutar da sua aposentadoria.
Depoimento Solicitei a aposentadoria pela Luterprev em 2003 e desde então venho recebendo regularmente a renda vitalícia. Há garantias para a preservação da sua integridade ética e operacional. Como Pastor aposentado, atesto que a Luterprev é digna de confiança por quem pensa em previdência. Pastor Dr. Gottfried Brakemeier Nova Petrópolis/RS
Visite o site da Luterprev (luterprev.com.br) e faça uma simulação para a sua aposentadoria complementar. No site, você também encontra um link para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para luterprev@luterprev.com.br, com o assunto Jorev Luterano.
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Presbitério
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O discipulado de Jesus tem que ser vivido na realidade do mundo Se permitirmos a injustiça, estaremos desmoralizando a obra do Criador
Qual é o seu compromisso de fé? Fé é crer em um Deus único e supremo, criador do universo, que nos ofertou a vida e nos ama. Tocado por Deus, Jesus nos concedeu a missão de trabalhar com o próximo. A nossa fé está compromissada com a construção do Reino de Deus na terra. Mesmo com pequenas ações, podemos participar ativamente na efetivação do nosso compromisso assumido a partir da fé, respeitando o próximo na sua dignidade humana e o meio ambiente na sua plenitude. Na IECLB, qual é a sua trajetória? Batizada na Igreja luterana, minha participação se limitava aos cultos dominicais, até que, em 1975, despertei para a ação diaconal. Além de ter assumido atividades na Paróquia, primeiramente encontrei o meu lugar no Centro Social Heliodor Hesse, em Santo André/SP (Diretoria e Conselho Fiscal), que desenvolve trabalhos psicossociais e socioeducativos com crianças, adolescentes e famílias. Depois, no Centro Comunitário Casa Mateus (Diretoria) cuja missão é promover junto à Comunidade do Parque das Américas, em Mauá/SP, o desenvolvimento de crianças e adolescentes, jovens e famílias em situação de risco e vulnerabilidade econômica e social. Ambas as instituições foram fundadas pela Paróquia do ABCD/SP, da qual sou Presidente. Quais são as dificuldades e as alegrias das suas atividades na Casa Mateus? Se permitirmos a injustiça e não nos interessarmos pelo bem dos irmãos, estaremos desmoralizando a obra do Criador. No mundo atual, tão individu-
alista, é difícil encontrar pessoas dispostas a doar um pouco do seu tempo para o trabalho social cristão, o que faz a entidade carecer de um quadro de voluntários. Além disso, os meios financeiros disponíveis já são escassos e insuficientes para financiar satisfatoriamente todo o trabalho. O poder público contribui de maneira irrisória para o custeio das atividades que caberiam a ele executar e o que nos tem ajudado é o apoio recebido de doadores do exterior, mas que tem diminuído. Apesar das preocupações financeiras, não são poucas as alegrias vividas em relação à evolução da promoção da dignidade humana. Fonte de ânimo são os funcionários, que vestem a camisa da casa e se esforçam para superar as dificuldades. Outra grande satisfação é ver pessoas que passaram pela casa e superaram as suas dificuldades.
Junto aos menos favorecidos, qual é o papel da Igreja? Missão é um conjunto de ações pelas quais o Reino de Deus é promovido na Igreja e na sociedade. O trabalho social, cristão/diaconal na Casa Mateus, portanto, insere-se na tradição da Paróquia do ABCD, marcada pelo engajamento social e pela visão diaconal da sua ação missionária de ser Igreja no perímetro urbano, em especial, na grande metrópole. Sinto-me realizada como cristã por fazer parte de uma Igreja não meramente teórica, mas voltada para a ação, sempre embasada na Palavra, e dando testemunho da minha fé por meio da vivência solidária, construindo a vida do povo, a vida de toda a gente, pois, como afirmou o Teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, O discipulado de Jesus tem que ser vivido na realidade do mundo.
Jorev Luterano - Junho - 2010
10 Mulheres
Servindo ao próximo seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo Quem é o público do Centro Social Heliodor Hesse (CSHH)? O CSHH é uma associação civil sem fins lucrativos fundada em 1970 pela Paróquia do ABCD com o objetivo de trabalhar com mulheres e famílias em situação de risco e vulnerabilidade social. Os objetivos gerais dos três programas desenvolvidos são: acompanhar crianças, jovens e adultos, orientando para a criação de hábitos saudáveis, realizar atendimento psicopedagógico a crianças e adolescentes (7 a 16 anos) matriculados nas escolas públicas de Santo André e facilitar o processo de fortalecimento da identidade familiar, o desenvolvimento de vínculos afetivos, o exercício da cidadania e a construção de uma cultura de paz. Qual é a sua caminhada na IECLB? Ingressei na Casa Matriz de Diaconisas em 1978 para formação no Seminário Bíblico Diaconal, na Irmandade em 1980 e na Comunhão Diaconal em 1994. Fui Coordenadora da área de Assistência Social da Comunidade de Hamburgo Velho/RS, Docente no Seminário Bíblico Diaconal, cursando Auxiliar em Desenvolvimento de Comunidade no Colégio Sinodal e Serviço Social na Unisinos.Atualmente, sou Coordenadora do Centro Social Heliodor Hesse e participo de vários eventos de Diaconia na IECLB. Como é o seu trabalho no Centro Social Heliodor Hesse?
O trabalho consiste basicamente no desempenho de dois papeis: 1) Coordenadora Executiva, que inclui acompanhamento aos trabalhos da Diretoria Executiva, equipe técnica e administrativa e das equipes de apoio (estágio e serviços gerais), contemplando, ainda, ações de articulação com a rede de serviços de áreas afins da região do Grande ABCD, além do trabalho integrado com a equipe de Obreiros da Paróquia e 2) Terapeuta com ação em atendimentos individuais e grupais, principalmente a mulheres, além de Supervisora de equipes multidisciplinares femininas, que trabalham com mulheres em outros projetos do ABCD Paulista.
De que forma as suas especializações na área da saúde auxiliam na sua atividade como Diácona? A opção pela Diaconia tem a ver com o meu perfil pragmático. Gosto de ação com propósitos de transformação. Ao sentir a grandeza do desafio em São Paulo, percebi que seria preciso muita espiritualidade e muito profissionalismo. Busquei, então, os conhecimentos necessários para uma boa prática diaconal. Considerando que Diaconia é servir ao próximo seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, as especializações ajudaram a tornar mais eficiente esse serviço. Entendo que Diaconia é uma questão de atitude de vida, tornada mais eficaz pelo profissionalismo.
1) Centro Social Heliodor Hesse 2) Grupo terapêutico com mulheres 3) Formação profissional no CSHH
Respeito pelo idoso Com o intuito de despertar e sensibilizar a sociedade para um dos mais graves problemas que muitos idosos enfrentam e sofrem, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) o dia 15 de junho como o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a
Pessoa Idosa. O objetivo principal é criar uma consciência mundial, social e política sobre a existência da violência contra a pessoa idosa junto com a ideia de não aceitá-la como sendo normal e apresentando formas da prevenção. Desta forma, a ONU passou a reconhecer que a violência contra a pessoa idosa é uma violação dos direitos humanos, sendo as principais formas: violência física e maus tratos, violência psicológica, abuso e violência sexual, abandono, negligência, abuso financeiro e econômico e autonegligência. Em 2025, seremos 32 milhões de idosos no Brasil e não estamos prepa-
rados para enfrentar as demandas que surgem em virtude desse fenômeno. É evidente a necessidade de criação e implementação de novas políticas públicas. Como pessoas cristãs, cidadãos e cidadãs, somos chamados a nos unirmos a esta causa, começando por conhecer o Estatuto do Idoso. Outra forma bem concreta é a participação nos Conselhos de Direitos do Idoso, seja em âmbito Municipal, Estadual ou Nacional. Como Igreja diaconal que somos, temos o compromisso de dar a nossa resposta de fé em Jesus Cristo na forma de serviço em favor da humanidade e da criação.
Diácona Leila Schwingel Coordenadora de Diaconia Secretaria da Ação Comunitária Secretaria Geral da IECLB
Jorev Luterano - Junho - 2010
Fé Luterana 11
Pecado e perdão I/II Desobediência a Deus
Pastor Gilciney Tetzner, formado em Teologia pela Faculdades EST, membro do Conselho Sinodal e do Conselho de Comunicação do Sínodo Vale do Taquari. Atua na Paróquia de Estrela/RS
Diácona Nádia Mara Dal Castel de Oliveira, formada em Teologia pela EST e Psicologia pela PUC/PR. Atua na Paróquia dos Apóstolos, em Joinville/SC
Nos cultos da nossa Igreja, quase sempre temos a oração de confissão de pecados e, não raro, usamos a seguinte frase do reformador Martim Lutero Eu, pobre pessoa, miserável e pecadora, confesso-te todos os meus pecados e injustiças que cometi em pensamentos, palavras e ações... Não somente as nossas ações podem ser pecaminosas, mas também as nossas omissões, pois ...quem sabe fazer o bem e não faz comete pecado (Tg. 4.17). Estes pecados praticados em atos concretos, somente com palavras ou mesmo pensamentos, são consequência ou concretização do pecado - a desobediência a Deus. No entanto, pecado não é apenas ação pecaminosa. A doutrina do pecado original afirma que, enquanto ser humano, sou pecador, ou seja, não me torno pecador apenas pela minha conduta individual. A Confissão de Augsburgo (Art.2) afirma que, depois de Adão, todos os seres humanos nascem com pecado. O pecado é a situação do ser humano diante de Deus. Desta realidade, surge o pecado individual, conforme descrito, e também o pecado estrutural, em que a realidade do mundo e a nossa organização social nos levam ao pecado. Por exemplo: todos sabem que não se pode beber e dirigir, mas nos postos de combustíveis das nossas cidades há lojas que vendem bebidas alcoólicas. A quem se destina esta bebida senão aos motoristas? Em resumo, pecado é a situação humana diante de Deus e a sua desobediência ao Senhor.
Pecar em pensamento Conforme Lutero, pecamos em pensamentos, palavras e ações. Os pecados por palavras, ações e omissões podemos detectar. Como perceber os pecados em pensamentos? Há um ditado que diz Os pensamentos são como os pássaros. Não podemos impedir que eles sobrevoem nossas cabeças, mas podemos impedir que pousem e ali façam seus ninhos. O mau pensamento é uma tentação que busca ‘pousar’ em nossa mente. Pecado é permitir que o mau pensamento ‘faça ninho’ em nosso coração. É aí que o pensamento se transforma em má intenção. Citamos como exemplos entre muitos a intenção de um candidato a cargo político dominado por ideias de corrupção e o olhar voluptuoso de uma pessoa dominada pela pornografia. Outro ditado afirma Uma mente vazia é oficina do diabo. Portanto, não permitamos que maus pensamentos nos dominem. É preciso travar uma contínua batalha interior. O Apóstolo Paulo aponta para esta preocupação, pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço (Rm 9.19). Façamos um exame diário da nossa consciência. É preciso fugir de tudo o que nos faz ter maus pensamentos (que tal desligar certos programas de TV?). Ocupemos a nossa mente com pensamentos orientados pela Palavra de Deus, pelo exemplo de Jesus Cristo e pela oração. Deus julgará também os nossos pensamentos, por isso peçamos socorro a Ele para que o Espírito Santo ‘faça ninho’ em nosso coração. É o que Deus deseja para todos nós (Jr 29.11).
Para refletir, leia Hebreus 4.12-13
Para refletir, leia o Salmo 51
Pecando novamente
Como ser perdoado
João caminhava em direção à sua casa. Antes de passar pela propriedade do vizinho, foi acometido por uma dor imensa. A sua percepção o acusou de ter feito o que não devia: novamente espalhar notícias maldosas sobre a filha do seu vizinho Roberto. João esteve brigado por mais de dez anos com o vizinho, após ter insinuado que a filha de Roberto teria moral duvidosa. O pai da moça ficou furioso. Os dois vizinhos, antes amigos, discutiram e se tornaram inimigos ao ponto de se ameaçarem de morte. O clima de guerra entre os vizinhos contaminou a Comunidade, dividindo opiniões. Depois de muita paciência, oração e diálogo, João e Roberto se reconciliaram. A Comunidade ficou de bem com a vida e o perdão. No entanto, João, após cinco anos, não resistiu e voltou a soltar o seu veneno. O ódio de Roberto voltaria com força total. João necessita de perdão, mas pensa que não há perdão, porque já fora perdoado uma vez pelo mesmo pecado. Ele mesmo havia decretado Perdoar duas vezes é burrice. Agora, ele vive em seu próprio coração a dor da realidade das palavras escritas pelo apóstolo Paulo É infeliz, porque não faz o bem que quer, mas o mal que detesta. O mais grave é que João é reincidente. O perdão não é obra nossa. Não merecemos perdão. Deus o dá gratuitamente. Perdão é graça que não se despreza, devendo ser valorizada. Não é justamente a graça de Deus que possibilita ao fraco e pecador reincidente e arrependido nova vida, nova chance? Certamente, isto é verdade.
Saber o que é perdão torna-se necessário para compreender como podemos nos sentir perdoados. Perdão significa cancelar a dívida, liquidar a conta e não é algo merecido, mas um gesto de misericórdia, amor e graça. É não manter algo contra outra pessoa, apesar do dano que ela possa ter causado. Como seres humanos, somos pecadores. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós (1 Jo 1.8). Lutero, no Catecismo maior, descreve com sabedoria este assunto ao dizer que, embora tenhamos a Palavra de Deus, creiamos, façamos sua vontade e a ela nos submetamos, e nos nutramos dos bens e da bênção de Deus, nossa vida não está livre do pecado... pois diariamente tropeçamos e nos excedemos, somos tomados pela impaciência, ira e vingança... Conhecendo a nossa fragilidade, Deus vem em nosso auxílio e nos concede o seu perdão. O perdão dos nossos pecados não é possível por meio das nossas obras, mas daquilo que Deus faz por nós e Deus o faz por amor e graça! Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele (João 3.16-17). Acolher e crer em Deus como nosso Salvador nos liberta das nossas amarras e nos transforma para uma vida de amor e reconciliação. Que esta graça de Deus não caia ‘na graça barata’, mas desperte os corações a perdoar setenta vezes sete, se assim for preciso.
Para refletir, leia Efésios 2.1-8
Pastor Geraldo Graf, formado em Teologia pela EST e em Letras (licenciatura) pela Faculdade Castelo Branco/ES. Atua na Paróquia Belo Horizonte/MG
Para refletir, leia Romanos 7.14-25
Pastor Teobaldo Witter, Mestre em Teologia pela EST, graduado em Pedagogia e especialista em Psicologia da Educação pela UFMT, Professor universitário e Ouvidor do Detran.
Jorev Luterano - Junho - 2010
12 Geral
Educação cristã vivendo, aprendendo e ensinando Quando se fala em educação, geralmente somos invadidos pelas lembranças que vêm das nossas experiências sobre o assunto e uma cena que se repete é a de um Professor ensinando em uma escola. A partir dessa cena, quero fazer algumas colocações sobre a Educação Cristã Contínua (ECC) e o Sacerdócio Geral de todos os Crentes. Essa cena sugere que a aprendizagem acontece principalmente em um lugar específico - a escola e os centros de formação e o ensino tem só um sentido - quem sabe ensina a quem não sabe. Apesar dos esforços para melhorar a educação, a cena e os comentários feitos até aqui não podem ser apagados totalmente, mesmo quando falamos da ECC. A Igreja tem como referência a Palavra, por isso as nossas experiências necessitam ser colocadas em diálogo com essa Palavra para serem reorientadas. Uma palavra que vem até nós para moldar a ECC diz Um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos (Mt 23.8b). Essas palavras de Jesus estabelecem um conflito com
a cena descrita acima, pois, pelo Batismo, a relação fundamental dos membros da Igreja é a de irmãos na fé, ou seja, as diferenças de talentos não podem levar à desigualdade e ninguém pode se constituir em Mestre dos irmãos. O que esta reflexão nos sugere acerca da ECC em relação ao Sacerdócio Geral de todos os Crentes? Pelo Batismo, os irmãos são responsáveis uns pelos outros e todos estão na mesma condição perante o único Mestre. Sendo assim, todas as habilidades, como ensinar, são dons de Deus e servem para facilitar a aprendizagem (Ef 4.11-12). Nesse sentido, todas as atividades promovidas pela Comunidade oportunizam uma aprendizagem, pois não há lugar único e exclusivo no qual aprender a fé e somos todos responsáveis pela aprendizagem de todos. Porque ensinamos e aprendemos em todos os lugares, nosso agir se torna testemunho da nossa fé para além dos muros da nossa Igreja. A IECLB, procurando ir ao en-
Pastor Pedro Puentes Reyes, Mestre e Doutor em Teologia pela Faculdades EST, membro do Grupo Coordenador de Educação Cristã Contínua da IECLB e Pastor na Paróquia no Vale do Paraíba, em São José dos Campos/SP
Juventudes, pelo que bate o nosso coração? Patrícia Hoffmann Pedagoga e membro na Paróquia Evangélica de Tapera/RS Vice Presidente do Conaje
contro de uma ECC de responsabilidade de todos os batizados, motivou uma série de Seminários dos quais surgiu o Plano de Educação Cristã Contínua (PECC). Nele, foram colocadas as bases para a organização da ECC em diálogo com o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), a partir da realidade nacional e/ou local. Desta forma, o diagnóstico dá lugar ao planejamento e este último viabiliza a elaboração de materiais que atendam às necessidades locais, sinodais ou nacionais e à capacitação de lideranças e formação básica para os membros. Como um corpo organizado, buscamos como Igreja responder ao chamado da ECC, moldada pelo Sacerdócio Geral de todos os Crentes. Tudo isto em fidelidade à palavra que diz Um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos (Mt 23. 8b).
Comunidade: a base de trabalho da IECLB A Comunidade é a base de trabalho da IECLB, o ponto de encontro, a referência para a vivência da fé, da escuta da Palavra, da mensagem do perdão, do chamado à prática do amor, da justiça, da solidariedade e do serviço ao próximo e à sociedade. Agora, pergunto: você já vivenciou ou imaginou o que significa ser membro de uma Comunidade que, de uma extremidade a outra, totaliza 510 quilômetros de distância? Para termos uma ideia, é semelhante a uma viagem de Petrolina/PE a Salvador/BA. Esta é a realidade da Paróquia de Matupá, na qual é desenvolvido o projeto missionário da Área Missionária do Sul do Pará, apoiado com recursos arrecadados pela Vai e Vem. Este
auxílio possibilita a presença de uma Obreira com a função de acompanhar e desenvolver atividades articuladas com o seu Sínodo e as Comunidades ‘mais próximas’. A sede do projeto fica localizada no Distrito de Cachoeira da Serra, município de Altamira/PA, e atende mais três Pontos de Pregação: Novo Progresso, São José e Castelo de Sonhos, que, em 2009, teve concluída a construção do seu templo, fato possível graças à contribuição dos membros da Comunidade e da Obra Gustavo Adolfo (OGA). Até 2007, a Comunidade de Castelo de Sonhos recebia a visita pastoral e a celebração de cultos apenas uma vez ao mês. Diante disso, a fala recorrente de membros era Vocês pode-
riam vir mais vezes. Só de ver a alegria das crianças e a alegria que sinto! Parafraseando o cantor, é a IECLB indo lá onde o povo está, com a colaboração de todos e todas que participam da Vai e Vem. Gisele Mello Coordenação da Campanha Vai e Vem Secretaria da Ação Comunitária Secretaria Geral da IECLB
Alegria, ansiedade, dúvidas e expectativas são sentimentos que nos invadem nos momentos que antecedem uma viagem e fazem o nosso coração pulsar acelerado. Os preparativos são muitos. Além de fazer a mala, é preciso também preparar-se para enfrentar o desconhecido. Quando nos colocamos a caminho, temos algo em comum: um objetivo claro e um local de chegada nos aproximam, tornando-nos uma grande família, um grande grupo proveniente de diferentes Sínodos para, em comunhão, rever a caminhada da juventude, (re)construir horizontes, tomar decisões e fortalecer o protagonismo das juventudes. Juventudes, pelo que bate o nosso coração? Essa pergunta inquietante será tema do 20º Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje) e 6º Fest’Art, que acontecerão nos dias 18 a 22 de julho de 2010, em Maripá/ PR, no Sínodo Rio Paraná. Vamos, a partir do tema proposto, olhar para a realidade por meio de uma metodologia criativa, que desafie a refletir e agir na sociedade e na Igreja de forma transformadora e inclusiva, à luz do Evangelho de Jesus Cristo. Será um encontro para instrumentalizar jovens e também adultos dispostos a construir uma Igreja acolhedora e sensível à diversidade do povo de Deus. Jovens de todo o Brasil, que possamos juntos no 20º Congrenaje e 6º Fest’Art responder concretamente à pergunta Juventudes, pelo que bate o nosso coração? e que possamos responder principalmente ao amor de Deus pela humanidade nos sensibilizando para uma maior vivência comunitária e engajamento em atividades diaconais como ação concreta ao testemunho evangélico das pessoas batizadas. E aí meu amigo, minha amiga, você aceita este desafio? Vamos nos preparar, pois Maripá espera por nós!
Jorev Luterano - Junho - 2010
Comportamento 13
Migração e missão: migrar é preciso
Dando sequência à série de matérias especiais em comemoração aos 60 anos da IECLB, nesta edição o P. Arteno Ilson Spellmeier, Pastor emérito da IECLB desde 2008, que atuou como Pastor na Paróquia Guarani/RS, foi Coordenador das Novas Áreas de Colonização, Secretário Geral substituto da Obra Gustavo Adolfo na Alemanha e Coordenador do Comin, vai apresentar os processos migratórios do século XX e as suas consequências para a IECLB
Em outubro de 1972, em seu VIII Comunidade no centro. A maioria não tro do totalmente diferente, da pessoa Concílio, a IECLB decidiu que a Igre- procurou e não por não serem lutera- necessitada e carente de tudo, querenja como um todo iria acompanhar os seus nas convictas, mas por se envergonha- do partilhar a sua fé e o seu amor. membros migrantes, tanto os que já ti- rem dos seus chinelos de dedo. Assim, Ao longo dos anos, os nossos antenham ou ainda iriam mipassados construíram esgrar rumo ao Centro-oeste colas e creches, edificaram e Norte do país em busca hospitais, asilos e lares de de terra para plantar, como idosos, criaram associaos que migravam rumo aos ções e cooperativas, envolcentros urbanos em busca veram-se cautelosamente, de trabalho para sustentar nas políticas locais e regioa família, orientando-os nais, fundaram empresas para que se tornassem sal e indústrias, ajudaram a da terra e luz do mundo, a desenvolver a agricultura convocação para missão e a pecuária, auxiliaram a feita por Jesus em Mateus fundar vilarejos e cidades, 5.13-14. organizaram-se em ComuEsta decisão conciliar foi nidades e Paróquias com necessária e útil para o futuro estruturas bastante demoda IECLB como uma Igreja cráticas. Que neste períoPrimeira casa pastoral em Rondônia, município de Pimenta Bueno (1978) de Comunidades? Não tedo todo e nestas inúmeras ria sido melhor a IECLB se concentrar no muitas cidades do Sul e Sudeste acaba- iniciativas não tenha acontecido missão acompanhamento às suas Comunidades já ram virando ‘cemitérios’ da IECLB. no sentido de pregar o Evangelho, de constituídas no Sul e Sudeste? A questão Como Igreja que se originou nos administrar responsavelmente os Sado atendimento pastoral aos membros do movimentos migratórios do século 19, cramentos, de viver de acordo com o Mato Grosso, Transamazônica e Rorai- quando colonos, profissionais liberais, mandamento do amor, de consolar-se ma, por exemplo, não iria se resolver pelo soldados e outros grupos sociais imigra- mutuamente, de reconciliar-se, de resmétodo tradicional, isto é, os Pastores das ram no Brasil à procura de oportunida- peitar a Criação de Deus e de nele crer Paróquias de onde os membros saíam acom- des para garantir uma vida com futuro com todo o coração não corresponde à panhavam os seus membros nas novas áreas para as suas famílias, as Comunidades verdade histórica. até que constituíssem Comunidades e Paró- que vieram a constituir a IECLB tinham Que a missão, muitas vezes, deixou a quias autônomas? experiência acumulada na preservação desejar, que era mais voltada para denDas famílias luteranas que mitro que para fora é verdade. Que a graram para os centros urbanos só forte corrente de água viva do Evanuma pequena parte foi integrada às gelho, muitas vezes, era reduzida a Comunidades luteranas já existental ponto que chegava à sociedade tes. As causas foram muitas: falta de do seu entorno em conta-gotas tampessoal, falta de visão e ímpeto misbém é verdade. Que o Evangelho foi, sionários, atividade pastoral muito muitas vezes, instrumentalizado por voltada para o centro, estranhamenComunidades luteranas para justito, bloqueio ideológico, anomia, ficar ideias e ideologias estranhas e dispersão urbana etc. Solicitado a defender interesses de grupos não preencher um formulário, por meio há dúvidas. Que tínhamos durante do qual se procurava informar as longos períodos como horizonte a Jovens participando do Curso de Pregadores e Monitores Comunidades de destino das famísustentação do nosso grupo cultural, km 300 Transamazônica (1981) lias migrantes, alguém argumentou linguístico e étnico e a formação de ser desnecessário, considerando que, se da sua cultura, língua e valores, mas Comunidades eclesiais homogêneas, as famílias migrantes fossem boas famí- pouca, quase nenhuma, experiência no em primeiro lugar, e não o Reino de lias luteranas, elas iriam procurar a sua trabalho missionário que vai ao encon- Deus também é verdade.
Comunidades engajadas e com o Reino de Deus no horizonte Como cristãos de confissão luterana, éramos e ainda somos, em grande medida, como as sementes da acácia que não brota e não pode gerar árvores novas enquanto a casca que lhe serve como invólucro e a protege da deterioração não for rompida pelo fogo. Precisamos deixar o ‘fogo’ do Evangelho e da realidade social romper a ‘casquinha étnica e cultural’ para que a semente possa brotar plenamente, o que não significa abrir mão da história e cultura dos nossos antepassados. Aí, reconheceremos que a história e a cultura dos outros grupos Culto em Cacoal/RO (1989)
Os migrantes criam e viviam: Jesus é Senhor
étnicos do Brasil têm para eles a mesma função e necessitam que também a sua ‘casquinha’ seja rompida e que podemos repartir com eles a mesma tarefa para que a semente venha a brotar: Comunidades ativas e engajadas e uma sociedade que tenha no horizonte o Reino de Deus construído em conjunto. Queimar a ‘casquinha étnica e cultural’ leva à construção de uma nova identidade em que outras pessoas de histórias, cores e origens diversas terão lugar e serão reconciliadas pelo Evangelho, que continuará diverso e rico como aquele que nos é transmitido pela Bíblia. As primeiras comunidades cristãs sobreviveram, porque tiveram a coragem de romper a ‘casquinha étnica e cultural’ do mundo judeu e integraram em suas identidades e confissões de fé outros mundos, outras culturas, línguas, teologias e religiões e se abriram para todas as pessoas que estavam dispostas a confessar ‘Jesus é Senhor’ (Rm 10.9). As primeiras comunidades foram fundadas por missionários e pregadores, mas em número muito maior por migrantes que criam e viviam que Jesus é Senhor.
Jorev Luterano - Junho - 2010
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Drogen, die Verrücktmacher Im Jahre 1957 verbrachte ich als Austauschpastor einige Monate in Texas, USA. Auf der Farm eines Pferdezüchters wurde mir eine wildwachsende Pflanze gezeigt, die sie dort mit dem spanisch-englischen Wort “Locoweed” bezeichneten, wörtlich: “das Unkraut, das verrückt macht”. Der Farmer erzählte mir, dass manche seiner Pferde die Pflanze einmal fraßen, und dann nichts anderes mehr fressen wollten. Sie wurden mager und schwach, und man musste sie einsperren und im Stall füttern. Die meisten Pferde jedoch, so sagte der Mann, rührten die Pflanze einmal an und dann nie wieder. Sie hatten offenbar den richtigen Pferdeverstand, sie spürten instinktiv, dass es hier um ihr Leben ging. Ich sah kürzlich einen Film über Tiere – Wildschweine, Elefanten, Affen, die sich in Afrika an den abgefallenen, gärenden Früchten der Marolabäume berauschen, und die regelrecht süchtig auf die alkoholhaltigen Früchte geworden waren. Der Film stimmte einen traurig. Man dachte an die vielen Menschen, die dieser primitiven Gier verfallen sind. Ja, sagst du, in Afrika, das sind unvernünftige Tiere. Aber der Mensch? Das einzige vernunftbegabte Wesen - warum sollte er sich bewusst verrückt machen lassen? Ist das nicht ein Widerspruch zu seinem tiefsten Menschsein? Ja, das ist es. Ein Widerspruch zu seinem tiefsten Menschsein. Sollte Gott den Menschen, sein Ebenbild, dazu geschaffen haben, sich wie ein Irrer zu gebärden? Man braucht kein Arzt zu sein, um den Mechanismus der Drogen in unserem Körper zu verstehen. Drogen sind Schmarotzer . In unserem Organismus wirken Drüsen, die Hormone, z.B. die Sexualhormone, (Wirkstoffe) erzeugen, die Leib und Se-
Die Droge dient nicht dem Leben, wie die Hormone. Sie entfremdet den Menschen, macht ihn “verrückt”
Eine starke Gemeinschaft „Kleider machen Leute“ ist ein alltägliches Sprichwort. Der erste Anzug, zum Beispiel zur Konfirmation oder zur Hochzeit: Das macht was her, und derjenige, der in dieser Kleidung steckt, scheint fast ein neuer Mensch zu sein. Durch Kleidung kann aber auch eine bestimmte Zugehörigkeit und eine Funktion signalisiert werden: eine Uniform oder eine bestimmte Berufsbekleidung wie die des Arztes oder des Pfarrers. Auch beim Fußball gibt es ein besonderes Textil: das Trikot, „a camisa do time“. Wenn sich zurzeit die Fußballmannschaften aus vielen Ländern in Südafrika treffen, unterscheiden sich ihre Trikots darin, dass sie farblich anders sind. Ist es nicht der Wunschtraum aller brasilianischen Fußballspieler, einmal das Gelbe Trikot mit dem CBF-Emblem tragen zu dürfen? Ein anderes Trikot trägt aber jeder von uns: das Trikot der „Christus-Mannschaft“. Du und ich dürfen dieses Trikot tragen, weil wir in diese Mannschaft berufen worden sind: „Ihr alle, die Ihr in Christus getauft seid, habt Christus angezogen.“ So sagt es Paulus im Galaterbrief (3,27). Christ werden, getauft werden, das ist wie neu eingekleidet zu werden, zu einem neuen Team dazuzugehören und in ihm leben zu dürfen: Christus anziehen, mit ihm überkleidet zu werden, zu ihm zu gehören, mit ihm in Berührung zu stehen. Aus diesem PaulusWort und anderen biblischen Stellen entstand in der Kirche der Brauch, nach der Taufe ein weißes Kleid, ein Kleid des Lichts und der Reinheit, anzuziehen. So war es sichtbar, zu welchem „Verein“ man gehörte. Wir kennen den Brauch, unseren Kindern für die Taufe ein besonderes Taufkleid anzuziehen – und denken daran, dass sie mit der Taufe Christus anziehen.
Durch die Taufe leben wir mit Christus in seiner „Mannschaft“, in seiner Gemeinde
Pfarrer Lindolfo Weingärtner
ele dirigieren. Unser Körper produziert seine eigenen Schmerzmittel, seine Kampfstoffe (das Adrenalin), ja, sogar seine eigenen Schlafmittel. Diese internen Wirkstoffe dienen dem Leben, dem feinen Zusammenspiel von Leib und Seele. Ohne sie wäre der Mensch “ein Waschlappen”. Nun nimmt jemand eine Droge. Der Schmarotzer will nun die Stelle der Hormone einnehmen, erzeugt kurzzeitig ein ähnliches Wohlbefinden, aber die Droge dient nicht dem Leben, wie die Hormone. Sie macht den Menschen im wahrsten Sinne des Wortes “verrückt”. Das feine Zusammenspiel von Leib und Seele ist dahin. Der vernunftbegabte Mensch wird wie das kranke Pferd des Texaners. Er hat sich verrückt machen lassen. Ist das nicht ein Jammer, ein wahrer Jammer? Ja, es ist ein Jammer. Was können wir tun, um einen Menschen von seiner Sucht zu befreien? Ihn einsperren, wie das Pferd des Texaners? Sanatorien und Entziehungskuren? Ja, aber das muss die Ausnahme bleiben. Mit dem vernunftbegabten Wesen Mensch kann man nur über seine eigene Vernunft verhandeln – über die Vernunft, die zu ihrem Schöpfer zurückgebracht werden muss. Die “Grundverrücktheit” des Menschen, seine Gottlosigkeit, muss erst einmal geheilt werden, damit der drogenkranke Mensch die Kraft aufbringt, sein Locoweed aufzugeben. “Hilf, Menschen dieser Hölle zu entreissen”!
Theologe Jaime Jung
Nun ist dieser angezogene Jesus Christus, im übertragenen Sinne, spirituell zu verstehen. Das Trikot der Getauften ist, dass sie zur Gemeinde Christi dazugehören, dass sie einen besonderen Namen tragen: CHRISTEN (Apostelgeschichte 11,26). Wir heißen nach Christus. Und wir leben nach Christus. Wir leben mit Christus in seinem „Verein“, in seiner Gemeinde. Jeder braucht diese Gemeinde, diese Mannschaft. Ein Fußballer allein kann das Spiel nicht gewinnen. So ist auch die Gemeinde nur dann siegreich, wenn sie als Mannschaft auftritt und sich von Christus leiten lässt. Unsere Fußballvereine haben wir vielleicht schon öfter gewechselt, haben Trikots getragen von verschiedenen Teams und mit verschiedenen Nummern. Ein Trikot aber tragen wir immer, das uns liebevoll geschenkt wurde: unser „ChristusTrikot“, denn wir sind getauft und gehören zu der Mannschaft Christi. (Frei wiedergegeben nach Hans-G. Ulrichs)
Glücklich, wer seinen Sieg dankbar feiert, ihn annimmt wie ein Geschenk. Glücklich, wer verlieren kann, ohne den Kopf zu verlieren. Glücklich, wer ein gutes Team erlebt – beim Spiel und im Leben. Glücklich, wer im anderen immer den Menschen sieht, nicht nur den Gegner. Glücklich, wer mit Körper und Seele Gott, den Schöpfer, lobt.
Jorev Luterano - Junho - 2010
Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
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Falecimento Compartilhamos com muio pesar o falecimento do PASTOR HOMERO SEVERO PINTO Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB ocorrido na madrugada de sexta-feira, dia 23 de abril de 2010, no hospital da PUC, em Porto Alegre/RS, após 40 dias de internação na Unidade de Tratamento Intensiva. O corpo foi velado na Igreja da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Portão/RS. Às 9 horas de sábado, foi realizado o culto na Igreja da Comunidade de Portão, de onde saiu o féretro para o sepultamento, que ocorrido às 12 horas, no Cemitério Municipal de Taquara/RS. P. Homero Severo Pinto nasceu em Sobradinho/RS, no dia 8 de julho de 1952, filho de Aristides Antunes Pinto e Eulina Severo Pinto, ambos falecidos, casou com Denize Inez Volkart Pinto, em 24 de julho de 1976, e da união matrimonial nasceram Catarina, em 1979, e Mateus, em 1982. P. Homero ingressou na Faculdade de Teologia da Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo/RS, em 1972, e concluiu o curso em 1977. A seguir, foi enviado para a Paróquia de Igrejinha/RS, na qual iniciou a sua atuação em 5 de fevereiro de 1978, permanecendo dez anos nesta Paróquia. Neste período, assumiu a função de Pastor Distrital do Distrito Eclesiástico Taquara/RS em duas gestões e foi membro do Conselho Regional da 4ª Região Eclesiástica. Ordenado para o Ministério Pastoral em 23 de setembro de 1984, na Comunidade de Igrejinha, P. Homero, em 1988, transferiu-se para a Paróquia de Portão/RS, na qual também atuou por 10 anos. Foi cedido em tempo parcial para a Prefeitura Municipal de Portão, na qual ocupou durante três anos o cargo de Secretário de Educação. Neste período, exerceu a função de Vice-Pastor Regional da 4ª Região Eclesiástica. Também foi o primeiro Pastor Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, exercendo esta função de 1º de janeiro de 1998 até 10 de dezembro de 2006. P. Homero foi Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB desde o dia 20 de dezembro de 2002 até o momento. Foi membro do Conselho da Igreja da IECLB. Por indicação e a pedido do Conselho da Igreja, integrou várias Comissões, Conselhos e Grupos de trabalho ao longo do exercício de seu Ministério Pastoral. Desde 1º de fevereiro de 2007, P. Homero assumiu a Coordenação de Missão Global (IECLB). Nesta tarefa, mantinha estreito contato com Obreiros e Obreiras da IECLB que assumem atividades em Igrejas e instituições do exterior. Era constante o seu relacionamento com Igrejas parceiras da IECLB na ecumene. No último destes contatos, no mês de fevereiro, visitou a Igreja Luterana de Moçambique. Semanas após o retorno desta viagem, constatou-se que estava com malária cerebral. A sua situação de saúde se agravou a ponto de ser internado na UTI do Hospital da PUC em 14 de março. Durante estes 40 dias de internação, as notícias que anunciavam sinais de recuperação, por menores que fossem, eram festejadas. Estas se alternavam com informações de que o seu estado de saúde se debilitava, o que levava os seus familiares, amigos, colegas de Ministério e membros de Comunidades a intensificar as suas orações a Deus. P. Homero marcou muitas Comunidades, Obreiros e Obreiras, no país e no exterior. As numerosas mensagens que nas últimas semanas foram enviadas a ele e aos seus familiares atestam o quanto ele cativou pessoas em sua atividade pastoral, em sua vida pessoal e na sua forma carinhosa de lidar com as pessoas. Em carta datada de 2 de setembro de 1981, quando se inscrevia para o exame pró-Ministério, Pastor Homero saudava o então Pastor Presidente da IECLB com as palavras do Salmo 90.14, que dizem Sacia-nos de manhã com tua benignidade para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. Quem conheceu o P. Homero e conviveu com ele certamente foi tocado por sua alegria que provém da fé e que ele demonstrava todos os dias da sua vida. Rogamos que a fé na ressurreição fundamente e fortaleça a nossa esperança em meio à dor da despedida e da saudade.
Missão de Deus - Nossa Paixão Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia Mateus 6.11
Presidência IECLB nº 181618/10 Porto Alegre, 19 de abril de 2010 Às Instituições, Setores de Trabalho e Entidades com Vínculo Confessional que atuam no âmbito da IECLB Ref.: Relatório ao XXVII Concílio da Igreja, Foz do Iguaçu/PR, 20 a 24 de outubro de 2010 Como é de vosso conhecimento, a época para a realização do XXVII Concílio da Igreja se aproxima. Estamos trabalhando para colocar à disposição das pessoas delegadas os relatórios da Presidência, da Secretaria Geral e das Instituições, Setores de Trabalho e Entidades vinculadas à IECLB. Desta forma, vimos através da presente solicitar que sua Instituição, Setor de Trabalho ou Entidade envie um pequeno texto relatando um pouco das atividades desenvolvidas. Como guia para a confecção desse texto, sugerimos o seguinte: 1. Que o texto apresente uma breve exposição do tipo de serviço ou trabalho que a Instituição, Setor ou Entidade desempenha (informações sobre a finalidade da Instituição; alguns dados históricos essenciais, se necessário; e alguns dados estatísticos mais gerais). Além disso, gostaríamos de ouvir algo sobre as seguintes questões: 2. Quais as necessidades e os desafios específicos que a Instituição, Setor ou Entidade procura responder com sua atuação? 3. Como a Instituição, Setor ou Entidade define sua relação com a IECLB e com a confessionalidade luterana? 4. De que forma a atuação da Instituição, Setor ou Entidade se insere no PAMI (Plano de Ação Missionária da IECLB)? Lembramos que o texto deve ser breve e ter, no máximo 2/3 de página (dois terços de página, tamanho A4 do Word, fonte 12, espaço 1), ou 1 página (mesmo tamanho) com foto incluída. É muito importante que seu relatório chegue até a Presidência da IECLB (presidencia@ieclb.org.br) em tempo hábil para ser publicado. O prazo para envio do mesmo via eletrônica, portanto, não deverá ultrapassar o dia 30 de junho de 2010. Contando com sua importante contribuição, coloco-me à disposição para eventuais dúvidas e esclarecimentos. Fraternalmente, em Cristo Jesus, P. Dr. Mauro B. de Souza Assessor da Presidência
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Rua Senhor dos Passos, 202/4º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorevluterano@jorevluterano.com.br Site: www.jorevluterano.com.br
O Sínodo Sudeste, formado por 29 Paróquias, 39 Comunidades e 20 mil membros, cuja ênfase missionária é a realização da missão de Deus em contextos urbanos sem esquecer os problemas da realidade rural, além de formar lideranças que disponibilizem o seu tempo e os seus dons para a maior eficácia no trabalho, está representado nesta Editoria por nossa gente luterana Tatiana Karinya Rodrigues e Nelson Henrique Franco de Oliveira
O ensinamento
cristão
Psicóloga com Especialização e Mestrado na área de Educação, atualmente Tatiana é Diretora do Centro de Atendimento Interdisciplinar, uma instituição de saúde pertencente à Congregação de Santa Cruz e localizada na favela do Jaguaré, em São Paulo, além de atuar como Psicóloga Clínica em um consultório particular. Muitas vezes, a Psicóloga é requisitada em diferentes trabalhos da Igreja para prestar apoio à equipe de trabalho comunitário. No culto infantil, Tatiana já foi solicitada a orientar quanto à forma de lidar com as crianças. Em nível sinodal, já participou de um processo de avaliação pastoral. Tatiana optou pela confessionalidade luterana depois de adulta. Estudando a constituição moral nas crianças sob o ponto de vista de Jean Piaget para a monografia da conclusão do curso de Psicologia (com foco nas crianças de comunidade religiosa), a, então, formanda encantouse e passou a integrar os trabalhos da Comunidade analisada. Nessa caminhada, Tatiana já foi Orientadora e Coordenadora do Culto Infantil e representante da Paróquia no Sínodo (reeleita), além de fazer parte do coral da Comunidade.
Como grande tema do Sínodo Sudeste, a Presbítera elege ‘missão’ - Como ser uma Igreja missionária em grandes centros e fazer com que os princípios cristãos sejam vividos para além da Comunidade? questiona Tatiana, para quem o maior desafio de ser IECLB na região do Sínodo Sudeste é compreender a diferente realidade em que vivemos “Boa parte dos luteranos da região sudeste não é de origem alemã. A minha inserção na Igreja foi facilitada pelo conhecimento da Língua Alemã, mas precisamos valorizar a cultura brasileira no que ela tem de mais preciosa: a diversidade de origens e a miscigenação”. O que poderia melhorar na nossa Igreja? “Gosto muito da maneira como a Igreja vem sendo conduzida. Ao trabalhar Planejamento Estratégico com as lideranças, a IECLB mostra que está preocupada em melhorar ainda mais os seus trabalhos, pois investir em liderança é pensar no futuro. Nesse sentido, meu sonho, não só para a IECLB mas para o mundo, é que os ensinamentos de Jesus Amar a Deus sobre todas as coisas e Amar ao próximo como a si mesmo possam ser amplamente compreendidos e vividos por cada um de nós”, deseja Tatiana Rodrigues.
Palavra e Nelson Henrique Franco de Oliveira, 52 anos, paulista de Campinas, Publicitário com Especialização em Gerenciamento de Marketing e Administração Hospitalar, casado com Marilda Fernandes Bull de Oliveira e pai de Bruno e Vitor, é membro na Comunidade em Campinas, Sínodo Sudeste “A fé me direciona a Deus em todos os momentos da minha vida. No cotidiano, procuro agir de forma cristã, sendo ponderado, conciliador e um ponto de apoio para os colegas de trabalho, os amigos e a família”.
Precisamos valorizar a cultura brasileira na sua diversidade
perdão
Atualmente trabalhando como Gerente de Operações na empresa SOFTEX - MPS.BR - Melhoria de Processo do Software Brasileiro, Nelson também já atuou na área da saúde administrando clínicas e como Gerente Financeiro do Hospital Samaritano em Campinas, uma entidade mantida por sete Igrejas protestantes da cidade “Na minha atividade, divulgo o ecumenismo, a importância de estarmos todos em torno do único Cristo. Tenho a sorte de trabalhar com um grupo que busca a ética, o trabalho honesto e age com justiça perante os desafios de concorrência”. Luterano desde que casou, há 26 anos, Nelson é de origem católica “Nos preparativos para o casamento, tivemos um desentendimento com o Padre, que se recusou a realizar uma celebração ecumênica e fez ofensas a Martim Lutero. A partir daquele momento, resolvi ser luterano. Desde então, me envolvi em quase todos os grupos da Comunidade e da União Paroquial de Campinas”. Presidente da Comunidade, o Presbítero é Coordenador do Coral da Comunidade, o Coral Carlos Cristovan Zink, que comemorou 100 anos em 2009, e também participa do Grupo de Casais, dos
Tatiana Karinya Rodrigues, 34 anos, natural de São Paulo/ SP, Psicóloga, Psicoterapeuta, Mestre em Educação, é membro na Paróquia Centro - São Paulo, no Sínodo Sudeste “Em 1998, ganhei do meu pai o livro do Lutero ‘Da liberdade do cristão’, que contém o ‘Prefácio à Epístola de São Paulo aos Romanos’, escrito em 1522. Nesse texto, Lutero vai se referir à fé como ‘obra divina em nós que nos modifica e nos faz renascer de Deus. [...] Fé é uma confiança viva e ousada na graça de Deus [...] que dá alegria, coragem e disposição perante Deus e todas as criaturas’”.
ecumenismo - a importância de estarmos todos em torno do único Cristo Grupos de Estudos Bíblicos e praticamente de todas as atividades da Comunidade. Em relação aos grandes temas do Sínodo Sudeste, Nelson explica que são grandes as cidades e poucas as Comunidades, levando a ‘vazios’ de presença luterana entre uma cidade e outra “Vencer estes vazios e formar Comunidades é tema sempre recorrente. Outro tema é o Plano de Educação Cristã Contínua (PECC)”. Entre os desafios de ser IECLB, Nelson aponta a realização da missão de Deus em contextos urbanos, com todas as implicações que surgem, tais como violência, distâncias e diferenças culturais. O que poderia melhorar na nossa Igreja? “Trabalhar novas formas de abordar o assunto fé e dinheiro. É necessário despertar uma oferta que seja espontânea, realmente de gratidão e que sustente as atividades da Igreja”, destaca Nelson, que sonha com o engajamento pleno das pessoas na IECLB, além da vivência do perdão e da Palavra e apoio aos que passam por dificuldades. “Também seria bom termos luteranos como representantes nas esferas políticas, desde associações de bairro até Governos”, completa Nelson de Oliveira.