JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 45 – OUTUBRO 2016 - Nº 799
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Aqui você tem lugar?
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Igreja Missionária no Brasil!
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Construindo Comunidades Missionárias
Jorev Luterano - Outubro - 2016
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Editorial
Por uma Comunidade Missional
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egundo o Título III – Da estrutura central, Capítulo I – Do Concílio, Seção I - Disposições Preliminares, da Constituição da IECLB, o art.49 esclarece que o Concílio é o órgão deliberativo máximo da IECLB, cabendo-lhe definir a linha programática de atuação da Igreja em todo o seu território, e, além de decidir e legislar sobre toda e qualquer matéria de interesse da Igreja, compete-lhe, especialmente, fixar as diretrizes que assegurem a unidade doutrinária e a identidade confessional da IECLB, estabelecer os planos de ação para atuação da Igreja, promover a reflexão sobre os temas fundamentais de interesse da Igreja, propiciar condições para os membros exercerem seus dons na missão da Igreja, zelar para que a disciplina evangélica seja observada, criar condições para que Ministros, Ministras, colaboradores e colaboradoras recebam formação adequada, alterar e aprovar documentos normativos da IECLB, aprovar a criação e extinção de Sínodos, estabelecer critérios sobre a política de subsistência dos Ministros, aprovar os relatórios anuais, o Balanço Geral e a proposta orçamentária para o exercício e eleger o Pastor Presidente e seus Vices, o
Presidente do Concílio e os seus Vices, além das demais eleições previstas nos documentos normativos da Igreja. São muitas e preciosas estas tarefas, por isso o Concílio é tão importante na nossa estrutura como Igreja. Tendo em
O Jorev destaca o Concílio da
vista a relevância deste encontro decisório e a sua repercussão na vida dos membros, é fundamental que todos compreendam como funciona o Concílio, quem são os membros participantes e com direito a voto, quais as suas responsabilidades, além de compreender o funcionamento da contribuição, o orçamento e da gestão dos recursos da Igreja. Para atender esta demanda, o Jorev dedica as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação, Tema do Ano e Vai e Vem nos meses de setembro e outubro aos principais assuntos relacionados ao Concílio. Na sequência, vamos compartilhar os acontecimentos da XXX edição do Concílio da IECLB, que, realizado a cada dois anos, sempre em uma Comunidade da Igreja, este ano ocorrerá na Paróquia Bom Pastor, em Brusque/SC, no Sínodo Vale do Itajaí, de 19 a 23 de outubro. Na Editoria Presidência, Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500! - é o título da Mensagem, de autoria do P. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB. Boa leitura!
IECLB, as responsabilidades das suas lideranças, bem como o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI)
Atendimento ao leitor Elizangela Basile Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Capa
Identidade visual do XXX Concílio da IECLB, que, realizado a cada dois anos, em 2016 ocorrerá na Paróquia Bom Pastor, em Brusque/SC, no Sínodo Vale do Itajaí, de 19 a 23 de outubro. Leia matéria especial sobre o XXX Concílio na Editoria Atualidade, página 4.
Uma boa leitura! Sou assinante do Jorev Luterano há vários anos. As matérias são importantes e coerentes, sempre mantendo os leitores e as leitoras informados dos assuntos sobre a Igreja, os Sínodo, as Paróquias, as Comunidades e tantos outros setores da nossa IECLB. É sempre bom recarregar as energias fazendo uma boa leitura, exercitar a mente e acalmar o coração com uma boa mensagem. O Jorev nos proporciona tudo isso, além de incentivar à comunhão, à união, ao viver em Comunidade, à doação, ao servir e à fé. Essas são sementes que devem ser plantadas, dia a dia, na nossa família, na nossa Comunidade. Um dia, elas darão frutos! Atenciosamente, Angélica Bozzetto Tucunduva/RS
Ferramenta de comunicação O Jorev Luterano é uma ótima ferramenta de comunicação, pois promove a unidade na nossa Igreja. Atenciosamente, Pastor Sinodal Gilciney Tetzner Teutônia/RS
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
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Curtas
OFERTAS NACIONAIS III Congresso Internacional Faculdades EST Durante uma semana, o campus da Faculdades EST, no Morro do Espelho, em São Leopoldo/RS, foi palco do III Congresso Internacional da Faculdades EST, evento bianual que reúne centenas de Pesquisadores e Pesquisadoras de renome. Este ano, motivados pela comemoração de 500 anos da Reforma Luterana, o tema do evento foi Reforma: tradição e transformação. “Pretendemos fomentar a análise e a reflexão sobre transformação – religiosa, cultural, social – e a retomada da tradição, da memória religiosa e cultural por meio de processos de reforma”, afirmou o Prof. P. Dr. Rudolf von Sinner, Coordenador Geral do Congresso e Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdades EST.
Evento recebeu pesquisadores e pesquisadoras nacionais e internacionais
A abertura do evento, na noite de segunda-feira, dia 12 de setembro de 2016, teve a presença do Prof. P. Dr. Wilhelm Wachholz, Reitor da Faculdades EST, e do P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB. A música esteve a cargo do Grupo Gingapraquê, composto por estudantes da Faculdades EST sob direção do Prof. Ms. Daniel Hunger. Após a solenidade de abertura, aconteceu a Conferência com a Professora Dra. Elsa Tamez, que abordou o tema Justiça e Graça sem retaliação, destacando aspectos do pecado estrutural, produzido pela cobiça e a violência sem limites, a lei como vítima e legitimadora do pecado, e a graça como perdão e misericórdia infinitos, necessários para romper o circulo da violência. Na terça-feira, 13, o Prof. P. Dr. Wilhelm Wachholz tratou sobre Reforma e Melhoramento, Tradição e Transformação - Os estamentos na Teologia de Lutero a serviço da Criação. Na quarta-feira, 14, a palestra principal do dia foi da Profa.. Dra.. Monica Jyotsna Melanchthon, que leciona no Pilgrim Theological College, em Parkville/Victoria, na Austrália. Com o tema Fazendo conexões: Lutero, Diná e mulheres asiáticas, a Pesquisadora se ocupou com crítica e pós-colonial feminista índia/asiática com a interpretação de Lutero de Gênesis 34. Na manhã de quinta-feira, 15, a Profa.. Dra.. Bonnie McLemore, da Universidade de Vanderbilt, situada em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos, falou sobre Teologia Prática: uma reforma e transformação na epistemologia teológica. Para encerrar o evento, na manhã de sexta-feira, 16, aconteceu a última palestra principal, com o Prof. Dr. Joanildo Burity, que atua na Fundação Joaquim Nabuco e nos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco, com o tema Ainda uma chance para o ‘Princípio Protestante’? Sobre fé, ideologia e muitas histórias pelo meio... e nas margens.
A salvação não está à venda! - Hoje você pode comprar aqui a sua salvação. Não perca esta oportunidade! - Como a gente pode comprar isso? - Olá, menina! Você tem algum dinheiro? - Sim, tenho um cofrinho, onde guardo moedinhas. - Ótimo! Você poderá comprar alguns dias de salvação. - No Culto Infantil, aprendi que não se pode comprá-la. - Grande engano. Para conquistar a salvação, você pode usar dinheiro ou seguir esta lista de boas ações. Hannah Lúcia ficou pensativa... Como assim? Aprendi que salvação é por graça. Ninguém lhe deu atenção. Pensavam que Hannah era pequena demais para entender do assunto. Chegando em casa, Hannah procurou o presente que recebera. Com o pacote em mãos, relembrou do que haviam conversado no Culto Infantil: ‘Vocês acham que, com dinheiro ou boas ações, se pode comprar a salvação?’, perguntaram. ‘Não!’, responderam as crianças. ‘Isso mesmo! A salvação é presente de Deus. Este presente custou a vida de Jesus, que morreu e ressuscitou para nos salvar, perdoar e dar a nova vida. Este presente Deus nos dá de graça, por amor a todas as pessoas’. ‘Eu adoro ganhar presente, Profe’, disse uma criança. ‘Legal! Hoje, vocês vão receber um presente que ajuda a lembrar do presente que Deus nos dá’. ‘Que lindo! Olha o que tem dentro! Uma cruz!’, surpreendeu-se Hannah. ‘A cruz é para lembrar que Jesus é o Presente! Que tudo o que precisava ser feito para a nossa salvação Jesus já fez. A nós, resta agradecer, crer e nos alegrarmos. Afinal, recebemos um presente sem merecer, mas que nos foi dado por amor e graça de Deus. Este é motivo para nos empenharmos em fazer o bem e não o mal, em sermos pessoas livres – pela graça de Deus – para cuidar de toda a boa Criação’. Hannah Lúcia não teve dúvidas, saiu correndo com o presente nas mãos até as pessoas que pensavam poder comprar a salvação e anunciou: - Ei! A salvação é presente de Deus. Ela não está à venda! Jesus a conquistou com a sua morte na cruz e ressurreição, por isso agradeço e alegre me comprometo a viver o bem e não o mal. Esse presente Deus dá para todas as pessoas. Também para vocês! Pa. Ma. Ana Isa dos Reis Comunidade Evangélica Ijuí Sínodo Planalto Rio-grandense
16 de outubro 22º Domingo após Pentecostes Promoção do Ecumenismo A IECLB é uma Igreja ecumênica. Isto está expresso no artigo 5º da sua Constituição. Está unida, pelo vínculo da fé, a todas as Igrejas no mundo que confessam Jesus Cristo como único Senhor e Salvador. Este compromisso ecumênico se concretiza pela participação em comissões bilaterais de diálogo com outras Igrejas (Católica, IELB) e em organizações ecumênicas nacionais, como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e entidades como Diaconia, Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese) e Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Em nível internacional, a IECLB participa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e da Federação Luterana Mundial (FLM). Tem convênios e parcerias com a Igreja Evangélica Luterana na Alemanha, a Igreja Evangélica Luterana na Baviera, as Igrejas Evangélicas na Suécia, Noruega, Japão, Angola, Moçambique, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Igrejas na América Central. 31 de outubro Dia da Reforma Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia A formação teológica é um dos bens da IECLB, por isso necessita de cuidado. Para melhor cumprir esta tarefa, a Igreja criou o Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia. Entre os objetivos do Programa estão: identificar estudantes de Teologia que tenham interesse em ingressar no Ministério com Ordenação da IECLB, despertar nos estudantes a necessidade de buscar uma formação qualificada, integral, otimizar os recursos investidos pela IECLB na formação teológica, estimular estudantes para que mantenham, durante o período de formação, um vínculo direto com uma Comunidade da IECLB, de modo que seja espaço de aprendizado e vivência comunitária. Este acompanhamento prevê a realização de diversas atividades como: Retiros, oportunizando o estudo de temas de interesse da IECLB e incentivando a integração entre os estudantes e com a Igreja, a oferta de Orientação para o desenvolvimento pessoal, por meio da assessoria de uma profissional da área da Psicologia, tendo em vista o futuro trabalho no Ministério, e o acompanhamento, ao longo de dois anos, por um Ministro ou uma Ministra na Mentoria Espiritual.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Setembro/2016
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Atualidade
XXX Concílio da Igreja
Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500 P. DR. ONEIDE BOBSIN
Aqui você tem lugar? Lugares e pratos quebrados ‘Aqui é o meu lugar! Por favor, saia dele’, disse alguém em voz alta, quando o Culto já havia começado, para alguém que estava pela primeira vez naquela celebração... Em Comunidades tradicionais, onde quase todos se conhecem, pessoas demarcam lugares nos bancos dos templos. Em si, não há problemas nisto. Cada um faz o seu lugar na Igreja. Isto ocorre sem combinação e sem conflito. No entanto, lugar fixo não é lugar cativo. Não é como cadeira comprada em estádio de futebol, por isso, devemos nos perguntar o que esta pessoa aprendeu do Evangelho em tantos anos de Culto... talvez, de muitas gerações! Certamente, continuou com a mentalidade de ‘sócia’ em uma organização religiosa. ‘Esta é a minha Igreja, não a nossa’. Assim, o Cada um por si e Deus por todos se transformou em Cada um por si e o inferno para todos, nas Igrejas e na sociedade. Se mais pessoas quiserem participar, são impedidas. Não é isso que estamos vendo na política e na economia? História diferente, mas com o mesmo sentido foi contada por outro Pastor. Na festa da OASE, a novata foi para a cozinha lavar louça. Foi sua estreia no grupo, um ‘teste de fogo’ pouco acolhedor. De repente, deixou cair um prato personalizado com o nome do grupo. Mil pedaços. Pediu desculpas, mas os olhos fulminaram-na e ela foi triste para a casa. Na próxima reunião, o Pastor tratou do assunto: Por que um prato é mais importante que uma pessoa? Deu um bom debate... um grupo delas foi fazer uma visita àquela novata e pediu desculpas. A novata voltou para o grupo. Os dois exemplos mostram uma visão de Igreja voltada para si, que não aprendeu a acolher o estranho. Houve uma tentativa de privatizar a Igreja. Nada mais estranho do que o nosso Deus, totalmente diferente de nós! Se assim não fosse, não nos amaria como amou, até a cruz. O seu sol nasce sobre justos e injustos e a chuva cai sobre crentes e ateus. Em uma sociedade pluralista religiosa, precisamos acolher os estranhos como se estivéssemos acolhendo o próprio Cristo. Ainda é tempo de aprender. Afinal, Aqui você tem lugar diz um belo hino da nossa Igreja, hino que nasceu do Tema para o biênio 1997/98. O hino continua atual para desprivatizar a fé que não sabe acolher estranhos. Se é preciso ‘quebrar os pratos’ para acolher alguém em nossos grupos fechados, que assim seja!
Cada um por si e o inferno para todos
As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.
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Paróquia Bom Pastor e o Sínodo Vale do Itajaí sediam o XXX Concílio da Igreja, que acontece entre os dias 19 e 23 de outubro de 2016, na cidade de Brusque/SC, sob o tema Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500, em sintonia com a temática Missão e o Tema do Ano da IECLB para 2017, ano do Jubileu da Reforma. O Concílio da Igreja, órgão deliberativo máximo da IECLB, é realizado, ordinariamente, a cada dois anos. Entre representantes, lideranças, Delegados, Delegadas, convidados ecumênicos, convidadas ecumênicas e equipe de apoio, participam do Concílio em torno de 200 pessoas. Missão: palavra-chave No que diz respeito a estudos, debates e propostas que serão submetidas ao XXX Concílio da Igreja referentes à missão, a Presidência reforça as balizas existentes na IECLB: a sua missão (Propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo) e a sua visão (ser reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à Criação). Segundo o Relatório da Presidência ao XXX Concílio, somos Igreja e estamos a caminho. Somos pessoas declaradas justas pela graça de Deus. Essa graça nos libertou para que o sirvamos em gratidão e com alegria. É possível resumir a graça divina com o conceito missão, palavra que nos é cara mais e mais, especialmente nas últimas duas décadas. Missão é a palavra-chave do XXX Concílio. Missão define a nossa origem. Missão indica o nosso lugar como Igreja. Missão aponta a nossa tarefa. Para a Igreja de Jesus Cristo, missão é estação de chegada e ponto para nova partida. Missão sinaliza a utopia que nos mantém em movimento no caminho. Nesse sentido, os caminhos percorridos pela IECLB permitem definir o que é ser Igreja Missionária: (a) somos Igreja Missionária porque a missão é inerente à Igreja de Cristo, (b) a missão que abraçamos nos está dada em Cristo, (c) crescemos no entendimento de Nenhuma Comunidade sem Missão - Nenhuma Missão sem Comunidade, (d) a Evangelização é componente
imprescindível da missão e (e) não fazer proselitismo não pode significar ter receio de apresentar a nossa Igreja e convidar pessoas para dela participarem. Essa distinção deve ser parte do nosso compromisso com o Evangelho. Como Igreja, então, a IECLB tem compromisso com a declaração pública da Palavra de Deus em diversas frentes para, a partir dela, promover a abertura de novos espaços de acolhimento da diversidade, construir comunhão entre pessoas e incentivar o protagonismo das instâncias eclesiais, em especial a Comunidade. Uma Igreja que tem no centro da sua pregação o Cristo crucificado, não exclui, mas acolhe incondicionalmente. É capaz de conviver e respeitar o diferente. Além do respeito pela diversidade, a ampla liberdade que há na IECLB para manifestações, críticas e discordância deve contribuir para fortalecer a Igreja enquanto corpo, instituição, instrumento de Deus a serviço da sua missão. Assim, se a missão é de Deus, se nós cremos que o abraço de Deus nos alcançou e que é esse abraço que nos sustenta na sua missão, então mergulhemos fundo no tema missão e no seu necessário planejamento, assim como vem proposto para este XXX Concílio, e assumamos – em unidade – o que for decidido. Agenda Na programação do XXX Concílio da Igreja, estão previstos os seguintes momentos: - a apresentação do Relatório do Conselho da Igreja (CI), por Ema Marta Dunck Cintra, Presidente do CI; - a apresentação do Relatório da Presidência, pelo P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB; - a apresentação do Relatório da Secretaria Geral, pela Diác. Ingrit Vogt, Secretária Geral da IECLB; - plenária sobre a temática Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500; - palestra A missão em Paulo: por uma Comunidade Missional, pelo P. Dr. Renato Raasch; - Câmaras Comunidade Missional: cuidado com a missão, Comunidade Missional: cuidado ministerial e Comunidade Missional: cuidado com as finanças; - Moções. A cada dia, as atividades são iniciadas e encerradas com devocionais especialmente preparadas para o XXX Concílio. Para maiores informações, acesse o Portal Luteranos.
Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.
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Presidência
Por uma Comunidade Missional:
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XXX Concílio da Igreja, a ser realizado em Brusque/ SC, no Sínodo Vale do Itajaí, terá como tema a pergunta pela Missão! O tema é novo? Não! Já no IX Concílio da Igreja, ocorrido em Cachoeira do Sul/RS, a Missão foi pauta de discussão. Naquela vez, o tema foi: IECLB - Igreja Missionária no Brasil! Os caminhos percorridos pela IECLB permitem que definamos com mais clareza o que significa dizer que queremos ser Igreja Missionária. (1) Somos Igreja Missionária porque a Missão é inerente à Igreja de Jesus Cristo. (2) A Missão que abraçamos nos está dada em Jesus Cristo. (3) Crescemos no entendimento do dito nenhuma Comunidade sem Missão, nenhuma Missão sem Comunidade, ou seja, (3.1) se, por décadas, as Comunidades puderam existir sem necessidade de abrir-se para o contexto, esse
tempo passou. (3.2) Igualmente, a nossa história está demonstrando que toda iniciativa missionária em lugares em que a IECLB é minoria ou desconhecida precisa do suporte de uma Comunidade histórica. (4) Ficou evidenciado que a evangelização é componente imprescindível e constante da Missão. Se, no passado, bastava conhecer minimamente o Catecismo Menor, o mercado religioso, hoje, exige conhecimento e discernimento teológico. (5) Crescemos no entendimento de que não fazer proselitismo não pode, de modo algum, significar ter receio de apresentar a nossa Igreja e convidar pessoas para dela fazer parte. Essa distinção está na nossa coerência ecumênica histórica, mas precisa ser parte do nosso compromisso com o Evangelho. Do Sínodo Mato Grosso vem um testemunho que quero destacar: ‘uma
P. NESTOR FRIEDRICH Pastor Presidente da IECLB
Reunião do Conselho da Igreja CI tem nova Diretoria
31º Congresso Rede Sinodal
Outubro A Rede Sinodal de Educação, formada por 51 instituições de ensino em cinco Estados brasileiros, realizou, nos dias 19 a 21 de julho de 2016, na cidade de Jaraguá do Sul/SC, o seu 31º Congresso. Centenas de Professores e Professoras lotaram o auditório na abertura do evento. Ainda pela manhã, aconteceu a palestra do Prof. Dr. Leandro Karnal, da Unicamp/ SP, sobre o tema Escola luterana, compromisso com a educação: desafios e questões. Nos blocos temáticos: O pensamento de Lutero (Prof. Dr. Arnaldo Huff - UFJF, Prof. P. Dr. Martin Dreher - Unisinos e Prof. Me. Silvio Iung - Bom Jesus/Ielusc), O cenário atual e luteranismo (Jornalista Marcos Losekann - Rede Globo, Martin Mundstock Fundação Capacitar e Prof. Everton Augustin - IEI/ISEI), Escola luterana e os desafios pedagógicos (Profa. Dra. Rosa Maria Marioto, Prof. Waldir Werner Scheuermann e Prof. P. Dr. Martin Dreher). No último dia do Congresso, o Prof. Me. Ivan Renner, a Profa. Dra. Marguit Goldmeyer e o Prof. Dr. João Francisco Lopes de Lima fizeram as suas exposições sobre o tema Escola luterana, compromisso com a educação: desafios e questões. O 31º Congresso foi encerrado com a celebração de um Culto, que contou com a participação do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, e a reafirmação das pessoas participantes do seu compromisso com a causa da educação.
Igreja que acolhe não encolhe: sabemos que Deus, por meio da sua Igreja, tem algo muito precioso a oferecer ao mundo, por isso lembramos com paixão da nossa identidade confessional, da nossa seriedade como Igreja, do cuidado com as pessoas e com a pregação do Evangelho e a administração dos Sacramentos’. Em 2017, o Tema da IECLB será Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500. Queremos celebrar, com alegria e gratidão, a nossa história, destacando aspectos centrais da Reforma. Ao mesmo tempo, queremos avaliar a pertinência dessa herança no tempo presente e a sua importância com vistas ao futuro da Igreja, na perspectiva da missão. O Lema Bíblico que acompanha o Tema é a palavra do apóstolo Paulo: Nele vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28a).
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agora são outros 500!
7-8/10 Reunião da Diretoria do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich 11/10 Seminário Nacional do PPHM Curitiba/PR P. Nestor Friedrich 19-23/10 XXX Concílio da Igreja Brusque/SC P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz P. Inácio Lemke 30/10-2/11 Consulta EKD, VELKD, UEK Berlin/Alemanha P. Nestor Friedrich
Representante pelo Sínodo MatoGrosso,EmaMartaDunck Cintra, é a nova Presidente da Diretoria do Conselho da Igreja (CI), também composta por Rolf Leitzke, representante pelo Sínodo Rio Paraná, como Vice-Presidente, P. Claudir Burmann, representante pelo Sínodo Norte Catarinense, como 1º Secretário, e Ijoni Michaelsen, representante pelo Sínodo Nordeste Gaúcho, como 2ª Secretária. A eleição, conduzida pelo Presidente do Concílio da Igreja, Ricardo Dalla Barba, e o ato de instalação, realizado pela Presidência da IECLB, ocorreram durante a segunda das três Reuniões anuais do CI, nos dias 29 e 30 de julho de 2016, em São Leopoldo/RS. O CI (Gestão 2014-2018) é formado, ainda, por: Sínodo da Amazônia (P. Jorge Klein), Brasil Central (P. Jonas Zenkner Beier), Centro-Campanha-Sul (Cláudio Kistenmacher), Centro-Sul Catarinense (P. Joel Schlemper), Espiríto Santo a Belém (Alcione Potratz), Noroeste Riograndense (Ledy Zimmermann), Paranapanema (Hans Henning Günther), Planalto Rio-grandense (P. Gilmar do Nascimento), Rio dos Sinos (Ingo Ronald Brust), Sudeste (Willy Quandt), Sul-Rio-Grandense (P. Jorge Antônio Signorini), Uruguai (Irton Brandt), Vale do Itajaí (Cristian Fuchs) e Vale do Taquari (Sérgio Hagemann) São participantes do CI, porém sem direito a voto: Pastor Presidente da IECLB (P. Dr. Nestor Paulo Friedrich), Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB (Pa. Silvia Beatrice Genz), Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB (P. Inácio Lemke), Secretária Geral da IECLB (Diác. Ingrit Vogt) e Presidente do Concílio da IECLB (Ricardo Dalla Barba).
Grande comemoração em Porto Alegre Em 7 de agosto de 2016, 12º Domingo após Pentecostes, foi celebrado Culto de Ação de Graças, na Igreja Martin Luther, pelos 85 anos do Colégio Pastor Dohms e 80 anos da Comunidade Martin Luther em Porto Alegre/RS. Na Acolhida, o Presidente da Comunidade, Harry Fürstenau, saudou as autoridades civis e eclesiásticas, entre elas o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, e o Pastor Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos, P. Me. Edson Streck. A fé é a certeza que vamos receber as coisas que esperamos e a prova que existem coisas que não podemos ver (Hebreus 11.1) foi o versículo referido pela Pa. Ruth Musskopf, sendo o Culto celebrado também pelos Pastores Bertilo Schneider, Valdemar Schultz e P. Claus Dreher.
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Sustentabilidade
Especial Concílio 2016 - Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI)
O PAMI têm quatro grandes eixos: Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia, além de três temas transversais - Formação, Sustentabilidade e Comunicação
O
contexto no qual a Igreja realiza a sua missão mudou e essa mudança cobra novas posturas, novos modos de presença no mundo, uma maneira de agir que articule a espontaneidade das nossas iniciativas missionárias com o planejamento estratégico. Com o lançamento do texto-base do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), o planejamento da missão da Igreja ganhou um novo impulso em todos os seus níveis. O texto-base do PAMI apresenta a missão como o gesto apaixonado de Deus pela humanidade, desde a criação do mundo, passando por todas as iniciativas divinas de mostrar o seu amor às pessoas, culminando com a morte e a ressurreição de Jesus, seu Filho, e a manifestação do Espírito Santo, que, ainda hoje, chama, capacita e envia para testemunhar o amor de Deus como Comunidades Missionárias. Esse documento parte da descrição dos contextos mais amplos da
ação, passando pela fundamentação bíblico-teológica e os seus desdobramentos em quatro grandes eixos: - Evangelização - essa dimensão tem no anúncio do Evangelho, que se dá por meio do testemunho missionário da fé, a evangelização como o seu foco. A evangelização, embora não exclua outras dimensões da missão, concentra-se na exposição explícita e intencional do Evangelho, visando a uma resposta pessoal de fé e ao ingresso no discipulado cristão vivido em Comunidade. - Comunhão - a comunhão cristã alude ao fato que Deus é, antes de tudo, comunhão viva e relação dinâmica movida pelo infinito amor divino. A Igreja que brota da ação missionária e redentora de Deus tem a comunhão na sua essência. A edificação de Comunidades missionárias em nosso meio passa pela conscientização de que a clareza do testemunho verbal do Evangelho deve encontrar correspon-
Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI
Sustentabilidade (parte 4) Mordomia cristã Planejamento sempre é também um processo de transformação pessoal e comunitária, processo que nos devolve a capacidade para inspirar e cativar pessoas. Resultado deste processo é o desenvolvimento da sustentabilidade da Igreja. Uma Igreja que deseja desenvolver a sua sustentabilidade, necessariamente terá que implantar um programa de mordomia cristã. Determinante para um programa de mordomia é a convicção de que os dons individuais, os bens materiais e o tempo nada mais são do que propriedade de Deus confiada aos seres humanos. A estes cabe a tarefa de administrar esta propriedade divina de acordo com a vontade de Deus, colaborando com a sua missão neste mundo.
Trata-se da realização do desafio lançado por 1Pedro 4.10: Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros (administradores, mordomos) da multiforme graça de Deus. Promovida pela Federação Luterana Mundial (FLM) a partir de 1950 e exercitada na IECLB com muito êxito na década seguinte, a concepção de mordomia necessita ser reavaliada como instrumento útil para o fomento da fé que, em gratidão, também se expressa por meio do compromisso financeiro. O êxito do trabalho de mordomia na IECLB no passado deveuse a que se tratou de um programa de desenvolvimento de Comunidade com uma clara estrutura, com passos e cronograma definidos pre-
dência na qualidade da comunhão comunitária, diz o texto-base. - Diaconia - a dimensão comunitária corresponde à dimensão diaconal da missão. É Deus que, em sua missão, vêm ao mundo, em Jesus Cristo, e nos serve. A missão de Jesus é a vivência do amor na forma do serviço humilde, amoroso, acolhedor e inclusivo, destaca o texto-base. O fundamento da diaconia está em que Deus nos serve, por isso servimos. O nosso servir e todas as nossas ações são fruto do amor de Deus em nós. - Liturgia - a missão também tem uma dimensão litúrgica. Refere-se ao culto comunitário, mas também a todas as formas de celebrar o amor de Deus no mundo, sendo a liturgia o serviço a Deus. O documento também oferece reflexões sobre temas transversais à missão, procurando dar indicativos do lugar, dos fundamentos e das implicações gerais da nossa ação missionária, visando ao planejamento de ações nas áreas da Formação (Educação cristã), da Sustentabilidade e da Comunicação. Em última instância, visa a cumprir o artigo terceiro da Constituição da IECLB: Em obediência ao manda-
A missão de Jesus é a vivência do amor na forma do serviço humilde, amoroso, acolhedor e inclusivo, destaca o texto-base
mento do Senhor, a IECLB, por meio das suas Comunidades, tem por fim e missão: I - propagar o Evangelho de Jesus Cristo; II - estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária; III - promover a paz, a justiça e o amor na sociedade; IV - participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo. Os documentos referentes ao PAMI podem ser acessados no Portal Luteranos.
viamente, treinamento adequado para as pessoas envolvidas, materiais e literatura, Coordenadores com experiência, além de clara identificação com a confessionalidade luterana. Outro fato positivo a ser destacado é a realização do trabalho de mordomia como evangelização. O reconhecimento das dádivas e da fidelidade de Deus permitiu aos membros
darem a sua resposta de fé na vida pessoal e no envolvimento com a Comunidade. Além disso, tratou-se de evangelização realizada pela própria Comunidade cristã, por meio de pessoas visitadoras leigas que restabeleciam a comunicação da Comunidade com os seus membros.
Plano de Ação Missionária da IECLB
Determinante para um programa de mordomia é a convicção de que os dons individuais, os bens materiais e o tempo nada mais são do que propriedade de Deus confiada aos seres humanos.
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Comunicação
Sustentabilidade é a capacidade de criar as condições favoráveis para a sobrevivência e para o desenvolvimento da Igreja no presente e no futuro
Especial Concílio 2016 - Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI)
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O Plano de Ação Missionária da IECLB estabelece que o Plano Missionário seja construído por meio de esforço comum de pensamento e de ação de toda a Igreja, por isso a criação de um texto-base que estabelece objetivos principais comuns a todas as instâncias para a elaboração do planejamento e identifica quatro grandes eixos da ação: Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia. Com o PAMI, a Igreja objetiva que as Comunidades, as Paróquias e os Sínodos da IECLB se unam em torno de uma ação missionária focada na missao, que é de todos nós (art. 3º da Constituição), observadas as características e necessidades locais. A Educação cristã, a Sustentabilidade e a Comunicação são temas que perpassam toda e qualquer ação missionária e levam não só a criar novas Comunidades, como a recriálas na perspectiva de que sejam missionárias e atrativas. A ação educativa faz parte da história de Deus com o seu povo. A experiência vivida pelo povo de Deus tem como característica aprender e ensinar. Deus educa o povo, de forma contínua. O povo aprende por meio da vivência e da reflexão, dos acertos e dos erros. O povo também ensina. Os pais ensinam aos filhos que se mantenham firmes e confiantes no Deus libertador. A Educação Cristã inicia no Batismo e segue por toda a vida. A educação faz parte de todas as dimensões da missão. Assim, também a Sustentabilidade da Igreja integra as dimensões da missão. O tema Fé, Gratidão e
Com o PAMI, a Igreja objetiva que as Comunidades, as Paróquias e os Sínodos se unam em torno de uma ação missionária focada na missão Compromisso aponta para a urgente necessidade de discutir e refletir sobre novos modelos de captação de recursos, que correspondam, ao mesmo tempo, às exigências da fé e às necessidades da Igreja. Não se trata apenas de estabilizar orçamentos ordinários e garantir a sobrevivência institucional. Trata-se, antes de tudo, de dotar toda a IECLB com os recursos necessários para a realização efetiva da sua missão. Trata-se da Sustentabilidade, ou seja, da capacidade de criar as condições favoráveis para a sobrevivência e para o desenvolvimento da Igreja no presente e no futuro, evitando o esgotamento ou a sobrecarga dos recursos que a mantêm. Toda a ação missionária da Igreja tem uma dimensão comunicacional. Comunicar é da própria natureza da Igreja. Não se cria Comunidade sem Comunicação nem se mantém Comunidades sem comunicação. A
Uma visão integradora da amplitude e da diversidade da atuação da IECLB nos mais diferentes contextos. ACESSE, PARTICIPE, CURTA, COMENTE E COMPARTILHE!
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Igreja nasce de processos de Comunicação: um processo de Comunicação divina, de Deus conosco, e um processo de Comunicação entre nós, de uns para com os outros. A questão maior se dá quando a nossa Comunicação tem que passar pelos meios de Comunicação. Eles mudam o modo de interagirmos com as outras pessoas, no tempo e no espaço. Eles mudam o nosso modo de fazer missão, por isso toda a ação missionária deve levar em conta os processos de Comunicação que fazem a sociedade atual. Por fim, o PAMI quer reforçar o compromisso com a missão de Deus, que prevê, além da renovação das Comunidades existentes, também a criação de novas Comunidades. Isso implica que o planejamento das ações pelas várias instâncias da Igreja deve incluir estratégias de implantar Comunidades nos mais variados contextos.
IECLB
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Jorev Luterano - Outubro - 2016
Jorev Luterano - Outubro - 2016
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Lutero Reforma: 500 anos As pessoas não estão à venda! Vivemos em um tempo no qual parece que o dinheiro compra tudo, inclusive pessoas. O capital tornou-se um falso deus e quer mercantilizar até mesmo vidas humanas. Para nós, pessoas cristãs, que entendemos que a nossa vida e a nossa fé são presentes divinos e que entendemos que Deus é amor e cuidado, é inadmissível negociar a vida e a dignidade humana. O tráfico de pessoas é um crime complexo e pode ser considerado uma forma moderna de escravidão. As vítimas podem ser pessoas de todas as idades e gêneros. Mulheres e crianças em geral são as vítimas mais vulneráveis. Tráfico de pessoas e contrabando de migrantes são dois crimes distintos, mas há forte relação entre eles. No contrabando de migrantes, as pessoas, em geral, estão em uma situação de conflito e miséria no seu país de origem e pagam para os
sentimento para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração) a questão passou a ter mais atenção dos Governos. A partir disso, estão sendo sancionadas leis que ajudam a combater o comércio ilegal de pessoas. Em 2013, o Ministério da Justiça do Brasil estabeleceu o II Plano de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Em 2015, foi criado o Fórum Nacional do Poder Judiciário para o Combate ao Trabalho em Condições Análogas à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas (Fontet). O objetivo do Fontet é mapear a situação processual desses casos e realizar intercâmbios com Juízes de todos os ramos do Poder Judiciário para aperfeiçoar o enfrentamento a esses dois crimes. Em fevereiro de 2016, foi criado o Comitê Nacional Judicial que vai conduzir as atividades do Fontet.
Para nós, pessoas cristãs, que entendemos que a nossa vida e a nossa fé são presentes divinos e que Deus é amor e cuidado, é inadmissível negociar a vida e a dignidade humana. contrabandistas levá-las, de forma ilegal, para outro país. As vítimas, portanto, concordam com o contrabando. Elas são exploradas financeiramente, são expostas a situações perigosas e degradantes, mas, em vários casos, a exploração dos que sobrevivem termina com a chegada ao país de destino. Já o crime de tráfico de pessoas acontece sem o conhecimento e o consentimento das vítimas. Elas são iludidas, raptadas e levadas para outros países ou regiões, onde são exploradas com objetivo de lucro pelos traficantes. Desde 2000, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) finalmente definiu no Protocolo de Palermo o que se entende por tráfico humano (recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o con-
No entanto, ainda faltam leis para a proteção das vítimas, referente à indenização por danos morais, sociais e a reintegração das vítimas à sociedade. É muito difícil obter dados estatísticos confiáveis sobre o tráfico de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo dados do Ministério da Justiça referente aos anos de 2005 a 2011, pode-se ter um perfil das vítimas mulheres: jovens entre 20 e 29 anos de idade e possuem baixa escolaridade. Entre os países para os quais as brasileiras foram levadas estão o Suriname, a Suíça, a Espanha e a Holanda. O relatório Comitê Nacional Judicial de Combate ao Trabalho Escravo (CNJ) revela que, nos últimos 20 anos, cerca de 50 mil pessoas foram libertadas de condições análogas à de escravo. O Brasil, um país formado por imigrantes, com uma riqueza multicultural construída por imigrantes e reconhecida mundialmente, nos últimos anos vem novamente recebendo ondas de imigrantes. Em 2014, conforme o Registro Nacional de Estrangeiros, mais de 1,7 milhão
de imigrantes viviam no país sob o Estatuto do Estrangeiro. A guerra na Síria, o terremoto de 2010 no Haiti, entre outras, são razões que motivam a vinda de imigrantes. Esses imigrantes sofrem com o contrabando de pessoas para chegar até aqui e, aqui, sofrem com o racismo e a falta de leis e estrutura para a sua integração, tornando-se facilmente vítimas do tráfico de pessoas. A ideia de que os brasileiros são hospitaleiros e que os estrangeiros são bem-vindos rapidamente se desmistifica. Vários casos de racismo e hostilidade de imigrantes, principalmente haitianos, foram noticiados nos últimos anos. Os motivos que levam pessoas a se tornarem vítimas desse comércio são diversos. O principal é a situação econômica do país de origem. Fugitivos de zonas de conflitos e de guerras, principalmente mulheres e menores desacompanhados são vítimas fáceis. A dificuldade de comunicação no idioma estrangeiro, a ausência de formação profissional, a falta de esclarecimentos e de consciência dos seus direitos tornam os migrantes presas fáceis dos traficantes. O tráfico de pessoas também voltou a ser um problema grave e recorrente nos países da União Europeia. O compromisso de erradicar o tráfico de pessoas até 2013 na Europa caiu por terra com a atual onda migratória. A Europol denunciou recentemente o desaparecimento de 10 mil crianças e adolescentes após entrarem na Europa em 2014 e 2015. Temese que estejam sendo exploradas por organizações criminosas que promovem exploração sexual e escravidão. Segundo a organização Save the Children, só em 2015, entraram 26 mil crianças desacompanhadas, refugiadas de guerras na Europa. A Europol indica que, dos cerca de 1 milhão de imigrantes e refugiados que chegaram em 2015, 27%, ou seja 270 mil, eram crianças e adolescentes. Nem todas, mas grande parte delas, estavam desacompanhadas. Na Alemanha e na Hungria, já foram desmanteladas algumas gangues que fazem parte de sofisticadas redes europeias de tráfico humano. A última notícia sobre as crianças refugiadas na Alemanha é que a Polícia Federal Alemã está ignorando a competência dos órgãos de proteção das crianças e adolescentes e barrando a entrada delas com o argumento de que não preencheram os requerimentos. Já no Antigo Testamento, em Isaías 10.1-2, podemos ler Ai dos que decretam leis injustas, dos que descrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos..., a fim de despojarem as viúvas e roubarem os órfãos, que as crianças órfãs e as viúvas devem ter atendimento e proteção preferencial e especial. A denúncia é que a Polícia, ao invés de encaminhar as crianças e adolescentes aos órgãos
competentes, termina por jogá-los nas mãos das gangues de tráfico humano. Como combater o tráfico de pessoas, a exploração e o trabalho forçado dos imigrantes? Como garantir que os direitos humanos, em especial os direitos das crianças, sejam respeitados? A imigração é um direito de cidadãos e cidadãs da maioria dos países e está regulamentado. A emigração, contudo, ainda carece de regulamentação. A imigração pode ser positiva para as famílias e para a economia que as recebe. Quando, porém, as pessoas não têm outra escolha, a situação fica complicada, os direitos humanos passam a ser facilmente violados e as pessoas são exploradas e forçadas a executar trabalhos degradantes análogos à escravidão. Para combater esse crime, é preciso combater, além das causas, a raiz do problema. Precisamos de uma ordem econômica mundial mais justa. A globalização da economia tem que respeitar as diferenças culturais dos povos e contemplar os direitos sociais e trabalhistas da população dos diferentes países. Os países mais ricos têm uma obrigação histórica nesse sentido, pois enriqueceram à custa da exploração dos mais pobres. Precisamos, pois, ficar atentos e atentas e denunciar qualquer tipo de trabalho sub-humano, análogo ao escravo no campo e na cidade. Já existe uma lista de empresas que exploram o trabalho dos imigrantes sem oferecer direitos trabalhistas. Acolher e tratar imigrantes com respeito e dignidade não é uma questão de caridade ou de generosidade. É um direito humano! A tutela e a proteção do direito das crianças refugiadas tem que ser mais importante que a proteção das fronteiras. Integrar imigrantes ao mercado de trabalho possibilita que essas pessoas sejam facilmente integradas à sociedade. É importante fortalecer e apoiar organizações que combatem esse tipo de exploração e propõem alternativas de vida para essas pessoas, como, por exemplo, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Centro de Apoio ao Migrante (CAMI). Portanto, uma forma eficiente de combater a exploração é respeitar os direitos humanos, propiciar trabalho e formação às pessoas imigrantes, além de coibir e punir qualquer tipo de discriminação racial ou social. Como pessoas cristãs, temos o dever de chamar a atenção das autoridades para que os direitos humanos de qualquer cidadão sejam sempre respeitados. A dignidade do ser humano é uma graça divina e não depende de pré-requisitos para ser reconhecida. É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5.1), portanto não nos deixemos escravizar por humanos nem permitamos que outras pessoas o sejam.
A dignidade do ser humano é uma graça divina e não depende de pré-requisitos para ser reconhecida. É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5.1), portanto não nos deixemos escravizar por humanos nem permitamos que outras pessoas o sejam.
Cat. Vera Lucia Gewehr, formada pelo Instituto Superior de Catequese e Estudos Teológicos (ISCET), hoje, integrado à Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, é Ministra voluntária, responsável pelo trabalho com crianças, na Comunidade Evangélica Missionária de Confissão Luterana do Vale do Atibaia, em Valinhos/SP.
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Formação
Especial Concílio 2016 - Responsabilidades e obrigações dos Delegados e das Delegadas no Concílio (parte 2)
As leis que regulamentam a vida da Igreja são dinâmicas e precisam ser aperfeiçoadas continuamente
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onheça as obrigações dos Delegados e das Delegadas e as razões das suas responsabilidades no Concílio, órgão deliberativo máximo da IECLB: - Alterar disposições da Constituição e do Regimento Interno e demais normas complementares da IECLB - As leis que regulamentam a vida da Igreja são dinâmicas e precisam ser aperfeiçoadas continuamente. A necessidade de mudança pode começar a ser discutida em qualquer instância da Igreja, mas não pode ser a bandeira de uma única pessoa ou de um movimento. É preciso entrar em consenso com os demais para levar a ideia adiante, como, por exemplo, em uma Assembleia Sinodal. Um único Sínodo não pode impor uma ideia para os outros 17 Sínodos. Precisa discutir, argumentar e encontrar uma solução que seja boa para toda a IECLB. É por isso que todos os Sínodos se encontram no Concílio. - Aprovar a criação, a extinção e a subdivisão de Sínodos - Desde a reestruturação da Igreja, aprovada em 1997, a IECLB conta com 18 Sínodos. Considerando que a alteração geográfica de um Sínodo implica na alteração geográfica de
outro Sínodo, este assunto é de competência do Concílio. - Estabelecer diretrizes para o exercício do Ministério Eclesiástico e a subsistência digna de Ministros habilitados e Ministras habilitadas - Não é uma Diretoria paroquial, sinodal ou nacional que define o valor da subsistência dos Ministros. É todo o Concílio. A IECLB tem uma política de subsistência dos Ministros, na qual estão definidos os parâmetros de subsistência ministerial. Esta política vale para toda a Igreja. - Receber e avaliar os relatórios anuais do Presidente do Conselho da Igreja, do Pastor Presidente e do Secretário Geral, além do Balanço Geral e a proposta orçamentária para o exercício seguinte - Os relatórios são as prestações de contas sobre os dois últimos anos. Eles informam o que foi feito, o que deixou de ser feito e o que pode ser feito melhor. Além disso, o Concílio aprova o Balanço Geral e a proposta orçamentária da IECLB, elaborada pela Secretaria Geral. As contas da IECLB são auditadas por uma auditoria externa e a prestação de contas acontece no Concílio ou, quando este não reúne, no Conselho da Igreja. - Eleger o Pastor Presidente e os seus Vices, o Presidente do Concílio e os seus Vices e realizar as demais eleições previstas nos documentos normativos da Igreja - São 95 pessoas que elegem o Presidente do Concílio e os seus Vices, a quem cabe convocar e coordenar o Concílio. Essas 95 pessoas também elegem o Pastor Presidente e os seus Vices, que têm como missão coordenar a atividade eclesiástica da IECLB, zelar pela sua unidade e identidade confessional, manifestar-se a respeito de questões teológicas e da atualidade, ordenar Ministros, Ministras supervisionar os órgãos administrativos da IECLB, exercer a representação da IECLB junto a Igrejas no Brasil e no exterior, com organismos ecumênicos, entidades civis e órgãos públicos, além de outras atribuições. Os assuntos votados no Concílio são publicados no Boletim Informativo. Os trâmites dos assuntos podem ser acompanhados pelos Boletins Informativos posteriores. Interessados podem se dirigir aos representantes no Conselho da Igreja para verificar o andamento dos assuntos e, ainda, solicitar informações à Presidência ou à Secretaria Geral da IECLB, de acordo com o que lhes compete.
Secretaria da Ação Comunitária Acessibilidade e inclusão de pessoas idosas - Cada vez mais pessoas com idade superior a 80 anos participam da vida comunitária e social, o que é extremamente positivo, pois temos uma expectativa de vida anunciada de 105 anos! A acessibilidade arquitetônica, de engenharia, mobilidade urbana e predial é garantida por lei e está relacionada a estruturas e organização de espaços físicos e materiais. Nesse contexto, encontramos a tecnologia assistiva, cujo termo é utilizado para identificar todos os recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais das pessoas. Estamos nos referindo a qualquer peça, equipamento, sistema adquirido comercialmente ou feito sob medida, artesanalmente, como, por exemplo, bengalas, andadores, cadeiras de rodas, pegadores e calçadores.
Modificações ambientais que visam a facilitar a locomoção e mobilidade, propiciando maior segurança, como rampas, barras, corrimãos, assentos elevados no vaso sanitário e móveis são os meios facilitadores para que a pessoa continue mantendo a sua autonomia e independência
no decorrer dos anos. Vale a pena lembrar que todos estes materiais precisam ter um acompanhamento técnico e um aprendizado constante no seu uso, desde a mais simples bengala até a cadeira de rodas motorizada. É necessário ter perseverança, boa vontade, bom senso e, sobretudo, consciência dos próprios limites. Inclusão tem a ver com o nosso modo de ser e não com programas específicos. Fazer com e não para é um desafio comunitário e social para todas as pessoas. Se, pela graça de Deus, somos livres para cuidar também somos livres, pela sua graça, para este aprendizado – que é incluir. Assim estaremos cumprindo a nossa missão: vivenciar a diaconia, a fé em ação. Propagar a acessibilidade e a inclusão ameniza o impacto que o envelhecimento causa nas pessoas!
Diaconisa Vilma Linda Reinar Terapeuta Ocupacional Casa Matriz de Diaconisas - Lar Moriá São Leopoldo/RS
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As pessoas não estão à venda! Você com a imagem de Deus Um dos três subtemas que acompanham o Tema da IECLB em 2016 traz a afirmativa As pessoas não estão à venda. O ser humano não é objeto de comércio. Conforme o primeiro relato da Criação (Gn 1.1-2.4a), o ser humano foi criado por Deus com a imagem Divina (Gn 1.27). Sendo assim, comercializar o ser humano seria o mesmo que fazer de Deus um produto, como se fosse objeto de lucro. O desrespeito à dignidade do ser humano mostra uma realidade desfigurada e denuncia a criatura distante do seu Criador, como se o ser humano fosse criação e imagem própria. Na medida em que o ser humano não se sente mais imagem Divina, de criatura se transforma em objeto. Neste sentido, vêm crescendo o tráfico humano, a venda de órgãos, o trabalho escravo, as guerras, a prostituição, a discriminação, a intolerância, a corrupção, entre tantas formas de violência e violação à dignidade e à integridade da vida. O que significa ser criado por Deus com a sua imagem? Abordo esta reflexão sob dois aspectos. O primeiro tem a ver com a igualdade. Enquanto filhas e filhos de Deus, somos criados com o mesmo valor. Isto pressupõe o tratamento de igualdade de direitos e responsabilidades. A igualdade diz respeito a gênero, etnias, credo religioso, condição social e econômica. O apóstolo Paulo sintetiza esse pensamento em Gl 3.28: Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus. Como entender, então,
tanta discriminação, exclusão social e desrespeito na relação entre seres humanos criados por Deus com a sua imagem? O ar de superioridade, o desrespeito à vida, a falta de humildade, a vontade de ser criador em vez de criatura denunciam o pecado humano. Por outro lado, a Criação de Deus mostra o projeto da vida: o ser humano unido ao seu Criador e entre si. O segundo aspecto tem a ver com o valor do ser humano. Enquanto criatura de Deus, o ser humano tem valor único e impagável, por isso a vida é dádiva, presente e graça Divina. Igualmente, a dignidade humana não está à venda. Propina e corrupção não têm espaço na vida de pessoas que se sabem criadas com a imagem de Deus, pois corromper-se significa vender a sua própria dignidade humana, negar a imagem de Deus em si mesmo. Na mesma linha de negação do valor da dignidade estão o tráfico humano, a venda de órgãos, o trabalho escravo, a prostituição, a corrupção e a violência. Assim como o ser humano precisa dignificar a sua própria vida, tem a mesma responsabilidade com a integridade da vida do seu semelhante. Saber-se criado por Deus com a sua imagem é saber-se grato pela dádiva divina da vida, o nosso bem mais precioso. Acreditar em um mundo melhor, mais justo, fraterno e solidário é acreditar no ser humano enquanto imagem do seu Criador. Você foi criado com a imagem de Deus!
Para refletir, leia Gênesis 1.26-27
P. Robson Luís Neu, formado pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, com Pós-graduação na Área bíblica (EST e Centro de Estudos Bíblicos - CEBI), com ênfase na leitura popular da Bíblia, exerceu o Ministério Pastoral na Paróquia Alta Floresta d’Oeste/RO. Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, exerce o Ministério Pastoral em Dois Irmãos/RS
Igreja e o seu papel de voz profética
P. Fábio Steinert, Bacharel em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral na Paróquia de Boa Vista, em São Lourenço do Sul/RS. Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Sul-Rio-Grandense, atua na Paróquia Emanuel de Cerrito Alegre, em Pelotas/RS
O papel de ser voz profética no período do Antigo Testamento era dos profetas e das profetisas que foram chamados e chamadas por Deus para anunciar a sua vontade e o seu projeto de salvação para o povo, além de denunciar a falta de fé do povo e as injustiças cometidas. No entanto, no Novo Testamento, somos enviados e enviadas a sermos profetas e profetisas quando Jesus envia a Igreja a fazer discípulos e discípulas de todas as nações (Mt 28.19-20). Somos pessoas diferentes, de lugares diferentes, mas uma só Igreja – corpo de Cristo. Somos pessoas com ideias diferentes, com jeitos diferentes, mas, em Cristo, um. Está é a Igreja, corpo de Cristo chamada a ser voz profética, chamada a cumprir a sua missão. A voz profética da Igreja é de anúncio e de denúncia: anunciamos, a cada dia, o novo, o ser liberto das amarras da maldade, anunciamos o Evangelho que traz vida a todas as pessoas. Somos também pessoas chamadas a denunciar as injustiças que ocorrem contra o nosso irmão e a nossa irmã, as pessoas mais fragilizadas. Somos desafiados pelo Tema da IECLB para 2016, Pela graça de Deus livres para cuidar, e o Lema bíblico de Amós 5.14a, Buscai o bem e não o mal, que nos levam a olhar com cuidado a situação do ser humano que está sofrendo nas mãos do próprio ser humano. A tarefa da Igreja é ser voz profética contra as situações de abandono, exploração, escravidão, prostituição, comércio ilegal de venda de órgãos, sequestro e venda de crianças para adoção dentro e fora do nosso país. São situações que trazem dor, miséria e afastamento de Deus. A exploração do ser humano pelo próprio ser humano é indigna e vergonhosa.
Somos pessoas chamadas para cuidar. O cuidado se faz na forma de denúncia das opressões e injustiças contra o nosso próximo. O cuidado se faz na busca por mais ações de amor aos pequeninos irmãos (Mt 25), como ensinou o Mestre Jesus. O papel de voz profética perpassa o membro do Corpo de Cristo e desafia ao anúncio, à denúncia e ao cuidado. Diante da situação econômica e política do nosso país, somos chamados a testemunhar e a denunciar – ser voz profética – o que mostra a indignação diante dos rumos que governantes e representantes do povo estão dando ao nosso país. Não podemos nos calar ou fazer de conta que nada enxergamos, que nada ouvimos. Não podemos ser indiferentes ao que se passa com as pessoas. É preciso estar atento ao que ocorre a nossa volta. O cuidado com as pessoas é uma preocupação que Jesus expressa em muitas parábolas, curas e milagres, nas ações de Jesus pelo ser humano. A preocupação da Igreja com o papel de ser voz profética é olhar com cuidado para o ser humano em sua necessidade e ali fazer a diferença. A voz profética da Igreja deve vir acompanhada de ações em favor dos fragilizados e assim cumprimos com o Ide de Jesus, que vai em direção a todas as pessoas.
Para refletir, leia Mateus 25.31-46
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Geral
Educação cristã
vivendo, aprendendo e ensinando
CTP: espaço de e para a formação contínua na fé - CTP, o que é isso? É o Curso de Teologia Popular no Sínodo Uruguai. É um curso bem legal apoiado pelas Comunidades e que possui uma linda história de amor por esta Igreja no oeste de Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul. Funciona em uma parceria entre Setor de Formação e Diaconia do Sínodo Uruguai, Faculdades EST e Grupo de Convivência Partnerschaft, este entre o Sínodo Uruguai e o Kirchenkreis Neustadt e Wunstorf (KKNW), na Alemanha (Kirchenkreis é similiar ao Sínodo na IECLB). Historicamente, o CTP surgiu da necessidade por formação de lideranças leigas para suprir a realidade de empobrecimento e opressão que existia em Comunidades do antigo Distrito Eclesiástico Uruguai, especialmente nas Paróquias que experimentaram megaprojetos de exploração e expropriação da sua realidade colonial. Na época, havíamos realizado o Plano de Ação Interparoquial (PIAI), em uma ação aprovada por Concílios Distritais, permitindo que cinco Paróquias (Mondaí, Laju, Palmitos, Cunha Porã e Maravilha) trabalhassem estrategicamente com formação articulada e partissem de grupos de base
para a transformação da realidade. Assim, no final dos anos 90, se gestou e experimentou o CTP. Em 2016, o CTP está em sua 11ª edição. São 21 anos ininterruptos de formação nessa modalidade. Em dezembro último, na celebração de encerramento e bênção com as famílias, Comunidades, formandos e formandas, 29 pessoas receberam a certificação. Isso significa que elas participaram de 16 encontros em finais de semana, além de trabalhos de leitura dirigida e tarefas em mutirão para entrega em etapas posteriores (temas de casa), totalizando 320 horas.
O que estudamos? Além dos aspectos de crescimento pessoal e de grupo, são abordados temas da Bíblia, da Confessionalidade Luterana e outros importantes para a vida cristã e para a Igreja. A partir desses temas e do trabalho desenvolvido em cada etapa, com a participação de Ministros e Ministras
Cat. Me. Nilo Bidone Kolling, atua nas Faculdades do Grupo Santa Rita e na rede pública de Santa Catarina como Professor de História, Sociologia e Antropologia
Igreja da Reforma, livres por Cristo! Sabrina Krüger, Ex-representante do Sínodo Centro-Sul Catarinense no Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje)
do Sínodo e das Coordenações de Setores de Trabalho organizados no Sínodo Uruguai, as pessoas que participam têm o desafio de se engajar nesses Setores, dando respostas às Comunidades e Paróquias que as enviaram e motivaram ao CTP. Ao longo dessas mais de duas décadas de CTP, participaram cerca de 250 pessoas. São lideranças que promovem e auxiliam Comunidades no testemunho do Reino de Deus no mundo. Essas lideranças auxiliam grupos e motivam outras pessoas a transformarem a sua realidade pela oração e ação de uma Teologia que em Jesus Cristo se faz gente e vem habitar entre gentes nas várias culturas e etnias.
Comunidades Missionárias IV - A Liturgia / O Culto Segundo o Plano de Ação Missionaria da IECLB (PAMI), o Culto é a última dimensão da missão integral. Celebramos Culto porque entendemos que há um Deus amoroso querendo nos encontrar. Isso significa que a essência do Culto é um encontro motivado pelo
amor. Assim sendo, no Culto, por amor, Deus nos acolhe e nos aceita em nossa culpa e fragilidade. Este acolhimento nos fortalece e nos anima na caminhada. Ao celebrarmos o Batismo, compreendemos o seu amor incondicional nos alcançando. Por amor, Deus nos orienta pela sua Palavra pregada, fazendo-nos compreender a sua vontade para a nossa vida. Por amor, Deus se dá a nós na celebração da Ceia do Senhor. Assim, nos sentimos ligados e alimentados por Ele. Por amor, Ele ouve a nossa oração e a intercessão pelos que sofrem, unindo-nos em uma Comunidade so-
lidária. Por amor, Deus nos envia a servirmos à causa do Reino em nosso dia a dia. Ele mesmo vai conosco nesta caminhada nos fortalecendo e guiando. No fundo, o Culto é o centro da vida comunitária e da fé das pessoas luteranas, do qual recebe conforto e novos impulsos para a vida. O Culto também é uma experiência de comunhão. O Culto feito em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo nos une a toda cristandade de todos os tempos e nos coloca sob um mesmo espírito. Em resumo, o Culto de uma Comunidade missionária fará de tudo para oportunizar o encontro com Deus e a comunhão que acolhe, consola, restaura, nutre e envia ao mundo. P. Dr. Pedro Puentes Secretário de Missão Secretaria Geral da IECLB
Somos jovens da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), inseridos e inseridas em uma Igreja maior, na qual incluemse pessoas de várias idades, com diversos pensamentos e experiências. Somos a Igreja da Reforma, que sempre está em reforma e unida, apesar das diversas diferenças, em um só espírito de liberdade e amor, unidos e unidas pela Palavra de Jesus Cristo. A Palavra de Jesus Cristo tornouse ponto crucial na vida de Martim Lutero ao descobrir, em Romanos 1.17, que nada se pode fazer para obter a salvação, mas é somente a graça de Deus dada para cada um e cada uma de nós. É isso que nos impulsiona, como jovens luteranos e luteranas, a falar sobre o amor de Deus. Ter consciência que nada precisamos fazer, mas o que fazemos é por gratidão, faz-nos livres para amar as pessoas como Cristo nos amou e assim fazer diferença onde quer que estejamos. Mesmo sendo uma Igreja plural, somos unidos e unidas pela Palavra, irmãos e irmãs na fé, em que jovens, crianças, pessoas idosas, homens e mulheres podem ter comunhão conjunta sob Jesus Cristo, que nos libertou para a liberdade (Gálatas 5.1). Isso queremos lembrar na véspera dos 500 anos da Reforma, em 2017: lembrar que somos Igreja de Cristo, provinda historicamente da Reforma, que teve como centro Jesus Cristo crucificado e ressuscitado para nos dar a vida. Este saber nos motiva, tanto pessoas jovens como idosas, crianças e adultas a olhar para o nosso próximo, ter compaixão e estender a mão, de forma que sejam libertas também, assim como nós fomos libertos e libertas por Cristo Jesus.
Jorev Luterano - Outubro - 2016
Comportamento 13
Planejamento Missionário na IECLB
P. Altemir Labes, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Atua como Secretário Adjunto para Missão e Diaconia na Secretaria Geral da IECLB, em Porto Alegre/RS
Em 2016, ceperguntar constanlebramos 16 anos temente: Por que do lançamento do existe a Comunidade? Plano de Ação MisPara que existe a Cosionária da IECLB munidade? Quais são (PAMI). Hoje, já os nossos valores? Do podemos falar soque nós não podemos bre duas fases do abrir mão? Ter isso PAMI. A primeira claro consiste no versão tendo como primeiro passo para período 2000-2007 planejar as nossas e a segunda versão ações missionárias. lançada no XXVI A IECLB tem Concílio da Igreja, um importante paem 2008, que conpel neste mundo tinua em vigor até tão carente de certehoje. Na apresentazas e verdades. Poção do documento demos, sim, contrido ano 2000, sob a buir e já estamos afirmação contuncontribuindo muito É necessário planejar as ações missionárias da Igreja! Para isso, precisamos nos perguntar dente Nenhuma Cocom inúmeras ações constantemente: ‘Por que existe a Comunidade?’, ‘Para que existe a Comunidade?’, munidade sem Missão que realizamos no ‘Quais são os nossos valores?’ e ‘Do que nós não podemos abrir mão?’ - Nenhuma Missão meio em que vivesem Comunidade, o Pastor Presiden- zar, promover comunhão, servir e cele- mos. Somos uma Igreja que tem ‘algo a te da IECLB, na época, P. Huberto brar. Estes objetivos são alcançados dizer’, uma Igreja solidária com quem Kirchheim, reafirma o objetivo do com um conjunto de ações nas áreas sofre, que ouve e atende... O PAMI PAMI: Recriar e reavivar as Comunida- de Formação, Sustentabilidade e Comu- fundamenta o nosso compromisso des da IECLB, por meio do Evangelho em nicação. Tudo isso acontece para que com o Evangelho e nos anima no fortaPalavra, Sacramento, oração e comunhão, a IECLB possa ser reconhecida como lecimento, na organização e na qualicom vistas à missão pela vivência de parti- Igreja de Comunidades atrativas, in- ficação das nossas ações missionárias. lha solidária bem como com vistas à mis- clusivas e missionárias, que atuam As palavras do ex-Pastor Presidente são pelo ultrapassar de fronteiras sociais, em fidelidade ao Evangelho de Jesus da IECLB P. Dr. Gottfried Brakemeier econômicas, culturais, raciais, religiosas, Cristo, destacando-se pelo testemu- nos comprometem e desafiam: nacionais, etárias e de gênero. Este ‘desa- nho do amor de Deus, pelo serviço A Missão de Deus se transforma na fio’ continua muito atual! O contexto em favor da dignidade humana e pelo Missão da Comunidade. Ela quer trano qual a Igreja realiza a sua missão respeito à Criação (missão e visão da duzir-se em iniciativas múltiplas, todas nos dias de hoje mudou de maneira Igreja Evangélica de confissão Luterana destinadas a servir ao projeto da salvaconsiderável. Somos pessoas desafia- no Brasil). ção. Cristãos e cristãs são chamadas a As Comunidades da IECLB ocu- participar desse projeto, trazendo luz às das constantemente a assumir novas posturas, ‘novos jeitos’. Por tudo isso, pam uma posição estratégica na im- trevas que castigam a humanidade. Jetemos que assumir cada vez mais o plementação dos objetivos da IECLB e sus quer contagiar seus seguidores com compromisso com o Planejamento demandam uma atenção especial para a paixão pela Missão de Deus através da Missionário em nossas Comunida- a elaboração dos seus Planos Missio- força do Evangelho. Para tanto, enviou o des, Paróquias, em nossos Sínodos e nários, por isso o planejamento das Espírito Santo, que motiva, assessora e demais instâncias da Igreja. O PAMI ações de missão no âmbito local tem orienta a Comunidade. É ele que faz com reafirma a missão da Igreja: a missão é grande importância. que a ‘Missão de Deus’ prossiga. Nós soÉ necessário planejar as ações mis- mos ‘inspirados’ por ele. Portanto, nossa o que identifica a Igreja, mostra onde ela se encontra e lhe dá rumo e a motivação para sionárias da Igreja. O Planejamento missão nasce da missão evangélica de Missionário não pode ser utópico e Deus (Missão que nasce do Evangelho. a sua atuação. A partir do PAMI, a ação missio- deve refletir o nosso jeito de ser e vi- O mandato da IECLB em seu contexto sonária da IECLB implica em: evangeli- ver Igreja, por isso precisamos nos ciorreligioso).
A importância do Planejamento Missionário nas Comunidades Planejar é realizar mentalmente uma série de ações como se elas já estivessem sendo realizadas, para que, quando tiverem que ser feitas, tudo (ou a maioria das ações) já esteja previsto. Em outras palavras, planejamento é o processo de estabelecer objetivos e indicar o que deve ser feito para alcançá-los. O Plano de Ação Missionária da IECLB foi concebido em uma bela interação entre reflexões sobre Missão - promovidas por instâncias diretivas por meio de encontros, consultas, seminários e decisões conciliares, que contribuíram agregando base teórica à formatação do Plano. No Planejamento Missionário, acontece o exercício de planejar a missão com grupos comunitários instâncias diretivas e grupos de trabalho, apoio e reflexão. O XXVIII Concílio da Igreja, em 2012, apontou a necessidade de revisão metodológica do Roteiro de Planejamento. O resultado desse processo culminou na produção de uma nova proposta de Roteiro para Planejamento Missionário, uma adaptação das tentativas
Aprimorando a nossa atuação missionária
anteriores, acolhendo a resposta que veio das Comunidades colocadas diante do desafio de planejar a missão. O material representa a possibilidade de a própria Comunidade, com os seus quadros locais, realizar o Planejamento Missionário. O processo de produção, por ter levado em consideração a experiência nos grupos comunitários, aponta para essa possibilidade. É possível imaginar Comunidades da IECLB realizando, a partir da sua própria organização e liderança, um Planejamento Missionário? Sim, quando se apropriam devidamente desse subsídio que, em certo sentido, elas mesmas ajudaram a conceber. Este material será disponibilizado para 485 Paróquias, alcançando as 1.806 Comunidades da IECLB. Não planejamos para deixar as coisas como estão, mas para aprimorar a nossa atuação missionária. A mudança que o Planejamento quer oportunizar é a transformação que vem do Espírito de Deus quando sopra em sua Comunidade. O PAMI promove unidade, orienta, motiva, articula o planejamento da ação missionária e nos ajuda a qualificar a ação missionária.
Jorev Luterano - Outubro - 2016
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Deutsche Seite
Achtenswert ist die Tradition in der Kirche Vierzig Jahre sind es her. In einer Gemeinde war Kirchenfest. Der Gottesdienst, wie üblich im allgemeinen Dienst im dortigen Pfarrbezirk, war auf Deutsch vorgesehen. Vor Beginn des Gottesdienstes kam der Vorstand zu mir. Frage: ob ich die Predigt auf Portugiesisch halten könnte? Denn Gäste des benachbarten Ortes waren da und sie verstanden kein Deutsch. Später kamen diese Gäste zu mir und haben sich bedankt. Sie hätten nie gedacht, die Botschaft der Bibel bei uns in der Landessprache hören zu dürfen. Gleich danach stand Herr Budag vor mir. Ein alter Mann schon, der wohl am meisten zum Bau und zur Erhaltung jener Kirche beigetragen hatte. Herr Budag war sehr ernst und sagte zu mir: „Herr Pfarrer, nie wieder werden sie in dieser Kirche auf Portugiesich predigen, denn Gottessprache ist deutsche Sprache!“ Ich war erschrocken, wie gelähmt. Die Gäste, und auch der Vorstand, hatten sich doch gefreut! Irgendwie habe ich gestottert: „Der Gott, an den ich glaube, kennt bestimmt alle Sprachen.“ „Kommt Zeit, kommt Rat“, lautet das Sprichwort. Nach und nach wurde mir klar, dass seine Äuβerung „Gottessprache ist deutsche Sprache“ einen viel tieferen Sinn in sich barg. Er hatte damit die Allwissenheit Gottes bezüglich Sprachen gar nicht in Zweifel gestellt, noch beabsichtigt, eine Überlegenheit der deutschen Sprache über andere zu verteidigen. Es ging ihm nur um die Sprache seiner Religion, seiner Kirche, seines Glaubens...! Klar, die Landessprache war ihm nicht fremd. Als Unternehmer muβte er seine Geschäfte ja schlieβlich auf Portugiesisch verrichten können. Die Sprache in der Glaubensgemeinde war für ihn aber die deutsche Sprache. Wie damals üblich, brachten ihn Vater oder Mutter wohl mit dem kleinen Gebet auf Deutsch „Lieber Gott, mach mich fromm, dass ich in den Himmel komm!“ abends in die Wiege. Auf Deutsch wurden Oma und Opa, Vater und Mutter bestattet. Sein Konfirmandenunterricht und seine Konfirmation, seine Trauung und die Taufen seiner Kinder – in welcher Sprache fand das Alles damals in seiner kirchlichen Gemeinde statt, wenn nicht auf Deutsch? Vierzig Jahre sind es her. Seitdem hat sich allerlei geändert. Gottesdienste und sonstige kirchliche Veranstaltungen in deutscher Sprache werden immer seltener. Viele neue Lieder sind erschienen. Die Liturgie ist anders. Und Mitglieder, die die deutsche Sprache unbedingt noch benötigen, sind rarer geworden. So ist es nun heute. Schlimm und verkehrt ist das nicht. Die
Wenn man das bekannte Sprichwort so umändert: „Wer das Alte in der Kirche nicht ehrt, ist des Neuen nicht wert“ – stimmt es dann auch noch?
P. em. Hugo Westphal
Zeiten ändern sich. Aber trotzdem vergesse ich die Reaktion des Herrn Budag nicht. Denn ich selbst bin heutzutage ziemlich unsicher und durcheinander. Wenn ich, zum Beispiel, einen Amtskollegen vertreten muss, tauchen Fragen auf: „Wie läuft da die Liturgie? Welches Liederbuch wird gebraucht? Steigt man da noch auf die Kanzel? Soll ich das Talar anziehen?...“ Natürlich, Mittelpunkt und Grund des kirchlichen Lebens ist und bleibt das Wort Gottes. In welcher Sprache und wie es verkündigt wird ist nicht die Hauptsache. Aber unsere Sinne und Gefühle kommen durcheinander, wenn man von Ort zu Ort, von Gemeinde zu Gemeinde ständig auf Verschiedenheiten gerät. Und das ist nicht einfach eine Nebensache! Bald fragt man sich: „Ist das meine Kirche?“, „Bin ich unversehens in eine fremde Kirche gelandet?“, „Was für einen Gottesdienst werde ich hier erleben?“, „Gibt es keine Liturgie mehr?“ Jahrzehntelang war unsere Kirche ziemlich homogen. Überall fast dieselbe Liturgie, die inhaltsvollen Texte der alten Lieder und ihre Melodien. Man fühlte sich heimisch auch in der Fremde. Und diese gute und gesunde Tradition hat bestimmt keinem geschadet, und hat die Zahl der Mitglieder unserer Kirche und die Teilnehmerzahl der Gottesdienste ganz gewiβ nicht verringert. Wenn man „Tradition“ nicht mag, so kann man es mit „Eigenschaften“, „Merkmale“... umtauschen. Sie sind Werte unseres Seins, auch unseres kirchlichen Seins. Sind da wichtige Bausteine, aber auch Basis, denn wir existieren nicht in der Luft, sondern in konkreter Situation. So sage ich auch hierzu : Der Gott, an den ich glaube, kennt, neben allen Sprachen, bestimmt auch alle Liturgien, alle Lieder, alle Gottesdienstformen... und freut sich über den guten Willen und Fleiβ seiner Kinder, ihn durch verschiedene und neue Weisen zu loben und zu ehren. Aber nicht, wenn Typen wie Herr Budag in seiner Kirche zu kurz kommen! Bestimmt gilt auch hier, was Jesus (Lukas 6,36) sagt: „Seid barmherzig, wie auch euer Vater barmherzig ist.“ Barmherzig zu sein bedeutet nicht einfach Mitleid mit ihnen zu haben, sondern vielmehr Respekt denen gegenüber, die schon vor uns, zusammen mit oder nach ihrer Vorfahren, unsere Kirche weiter erbaut und erhalten haben. Viele von ihnen sind noch unter uns, und möchten ganz bestimmt auch heute noch sich mit uns in unserer Kirche heimisch fühlen.
Jorev Luterano - Outubro - 2016
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Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
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Falecimento Falecimento
A família enlutada de Com pesar e saudades, comunicamos o falecimento, ocorrido em no dia 29 de dezembro de 2015, de WERA GOTZ SCHWAMBACH
Wera, uma mulher com personalidade forte, independente, sempre alegre e ativa na vida cristã da Comunidade IECLB de Corbélia/ PR, foi atropelada por uma moto, em frente à sua casa, deixando enlutados dois filhos, uma filha, duas noras, um genro, dez netos, onze bisnetos, quatro irmãs e demais familiares. Nascida em 10 de agosto de 1927, em Estrela/RS, filha de Helmuth Gotz e Irma Klein Gotz, casou-se com Oswaldo Schwambach (em memória) em 1948. Wera, cuja profissão era Costureira, chegou à cidade de Corbélia em 1955, sendo pioneira, ajudando na fundação da Comunidade da IECLB e no Grupo de OASE, no ano de 1966. Também foi Coordenadora do Culto Infantil, participou do Coral e sempre alegrou os Cultos com a sua linda voz. Wera contribuiu, ainda, na divulgação do Jornal Evangélico como Agente Comunitária durante 51 anos da sua vida. O seu hino preferido era Dá-nos olhos claros, que veem o irmão, talvez porque compreendia que esta música oferece alguns detalhes sobre como pôr em prática o Mandamento Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Este hino é uma oração pela qual rogamos que nossos olhos e ouvidos, mãos e pés, coração e lábios sejam usados para o bem-estar do próximo. Condiz com a personalidade e jeito de ser desta mulher, que foi dinâmica, que acolhia e que recebia as pessoas com sorriso ao chegarem à Igreja. Wera foi uma mulher de muita fé, amiga, corajosa, bondosa e que vivia a vida intensamente, com muito amor e paz no coração. O versículo bíblico lembrado no sepultamento foi: Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir. Hebreus 13.14
A família
Lembrança de Falecimento WALMY WALLY DRESCHER HONRICH nasceu em 12 de setembro de 1936, em Lomba Alta, município de Restinga Seca/RS, casando-se, no dia 19 de dezembro de 1953, com Danilo Honrich. Deus abençoou o casal com uma filha (em memória) e dois filhos (Ingo Leonel Honrich e Hugo Arno Honrich). Walmy faleceu aos 78 anos de idade, no dia 29 de outubro de 2014. Já se passaram dois anos e nós, esposo, filhos, noras, netos e netas, ainda sentimos muita dor e saudade pela perda de uma preciosa, honesta e honrada esposa, mãe, sogra e vó como tu eras. É por tudo isso que temos certeza: foste acolhida junto a Deus, pois foi esta é a vontade dele e crendo nisto está o nosso consolo. Walmy gostava muito deste versículo bíblico: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Salmo 23.1
WILMA LINDEMANN com pesar, comunica o seu falecimento, ocorrido no dia 26 de abril de 2016, após uma internação hospitalar que durou 64 dias, em Não-Me-Toque/RS. A ‘vó Wilma’ nasceu no dia 2 de abril de 1921, em Tapera/RS, como filha de Frederico Krössin e Ema Rahmaier, casando-se, no dia 3 de setembro de 1946, com Edtwin Lindemann, em Tapera. No dia posterior ao casamento, o casal mudou-se para Linha São Paulo-Não Me Toque/RS, onde residiu até o final da vida terrena (vó Wilma era viúva desde dezembro de 2003), deixando enlutados os filhos: Edio e Nelsi Lindemann, Ingo e Vanda Lidemann, Nair e Ingo Cassel, Ari Miguel e Geni Rosane Lindemann e Cênio e Leonida Teresa Lindemann; os netos: Flávio Luciano, Ivana Loraine, Gimar Nestor, Regina, Vivian Solange, Cristina, Cristian, Maide Veridiana e Caroline; os bisnetos: Erik, Bianca, Mariana, Lucas, Ágatha e Helena; uma irmã, uma cunhada, além de um vasto círculo de parentes e amigos. A família agradece ao Pastor Claudio Luiz De Marchi pelas visitas e palavras de consolo proferidas na Igreja e no Cemitério, bem ao Pastor Fábio Staggemeier pelo apoio prestado. Agradecemos, ainda, aos Corais de Lagoa dos Três Cantos e Kronenthal, ao Coral Sempre Alegre de Linha São Paulo, ao Grupo da Terceira Idade Sempre viva na fé e ao Grupo da OASE de Linha São Paulo pela coroa ofertada. Visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito: ‘O justo viverá por fé’. Romanos 1-17
Cadastro Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev, o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-l@ informad@ sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contato com a Elizangela Basile pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano
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CONCÍLIO 2016 - PAMI A Matriz de Planejamento do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) apresenta alguns elementos comuns a serem assumidos por toda a Igreja: missão, visão, objetivo geral e objetivos específicos. - Missão - a missão da IECLB é propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo. - Visão - ser reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à criação. - Objetivo geral - ampliar e consolidar a ação missionária da IECLB. - Objetivos específicos - Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia. Cada objetivo implica três conjuntos de ações estratégicas (eixos transversais): Formação, Sustentabilidade e Comunicação. A Matriz de Planejamento não pretende definir antecipadamente o que as Comunidades, os Sínodos ou outras instâncias, setores ou organismos
Viajar faz um grande bem!
A MISSÃO DE DEUS É A NOSSA PAIXÃO identificados devem fazer, mas oferece um caminho cujo destino é comum em toda a Igreja. A Matriz de Planejamento oferece orientações para que cada instância elabore o seu Plano de Ação a partir de objetivos comuns e de uma análise do contexto própria. Cada pessoa é chamada a fazer uma análise de sensibilidade para alcançar esses objetivos no seu contexto. Isso significa dizer que, para elaborarmos um Plano Missionário, precisamos conhecer os nossos pontos fortes, as nossas fraquezas, aquilo que ameaça a nossa ação missionária e as oportunidades que se oferecem para fazermos missão. Essa análise envolve, portanto, um olhar para dentro da nossa instituição (Comunidade) e um olhar para fora. Olhar para dentro é verificar os pontos fortes (o que temos como qualidades) e assinalar os pontos fracos (o que depõe contra nós, os nossos limites). Olhar para fora implica em reconhecer as ameaças que estão à nossa volta (o que pode atrapalhar a nossa atividade fim, quais são as forças externas que podem pôr a perder a nossa instituição/Comunidade) e visualizar as oportunidades (observar o contexto no qual estamos e pensar como podemos modificá-lo, avaliar as ‘brechas’ e ocupar os espaços que se abrem na realidade que nos cerca).
CAMINHOS DA REFORMA LUTERANA | 2017
ESPECIAL 500 ANOS SERÃO 25 GRUPOS COM EMBARQUES DE ABRIL A OUTUBRO DE 2017
RESERVE JÁ A SUA VAGA
Conheça a Europa com a Plan Viagens Consulte nossos roteiros
O XXVIII Concílio da Igreja (Foz do Iguaçu/PR, 2012) decidiu pela continuação do PAMI, considerando que a missão é a razão de ser da Igreja, e estabeleceu que o Concílio de 2016 avalie novamente o PAMI e a metodologia do planejamento estratégico, reafirmando o objetivo de alcançar, pelo menos, 50% das Comunidades até 2016 com o Planejamento Estratégico
Cada pessoa é chamada a fazer uma análise de sensibilidade para alcançar os objetivos do PAMI no seu contexto. Isso significa dizer que, para elaborarmos um Plano Missionário, precisamos conhecer os nossos pontos fortes, as nossas fraquezas, aquilo que ameaça a nossa ação missionária e as oportunidades que se oferecem para fazermos missão
O XXVI Concílio da Igreja (Estrela/RS, 2008) aprovou o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) pelo período de 2008 a 2012, com as seguintes determinações: - que os Sínodos implantem o PAMI, considerando os seus contextos específicos e segundo as suas próprias estratégias; - que o Conselho da Igreja estabeleça as diretrizes para implementação do PAMI, incluindo a previsão de recursos para o financiamento; - que a Presidência coordene e acompanhe os processos de implantação do PAMI em conjunto com os Pastores e as Pastoras Sinodais; - que haja a continuidade da Campanha Nacional de Ofertas pela Missão Vai e Vem, anualmente, com avaliação no próximo Concílio da Igreja, deixando a definição do período, duração, modalidade e coordenação a cargo do Conselho da Igreja; - que sejam elaborados cadernos auxiliares sobre como fazer planejamento; - que, na implementação do PAMI, os Sínodos considerem como meta que, pelo menos, um terço das suas Comunidades tenha elaborado o seu Planejamento Missionário até 2012; - que a Direção da Igreja mantenha tratativas com os Centros de Formação Teológica para que considerem a oportunidade de oferecer capacitação na área de planejamento e que, fundamentalmente, trabalhem o conceito de missão e de Ministério junto aos seus e às suas estudantes; - que a Direção da Igreja e os Sínodos se ocu-
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pem com a capacitação de pessoas na área de planejamento, acompanhamento e avaliação, formando multiplicadores e multiplicadoras para auxiliar as instâncias na elaboração dos seus Planejamentos Missionários e disponibilizem assessoria na área de planejamento para as Comunidades; - que cada instância implicada no PAMI formule indicadores de avaliação para os seus planejamentos, os principais desafios e estabeleça processos de avaliação participativa do PAMI. O XXVIII Concílio da Igreja (Foz do Iguaçu/PR, 2012) decidiu pela continuação do PAMI, considerando que a missão é a razão de ser da Igreja, e estabeleceu que o Concílio de 2016 avalie novamente o PAMI e a metodologia do Planejamento Estratégico, reafirmando o objetivo de alcançar, pelo menos, 50% das Comunidades até 2016 com o Planejamento Estratégico. O PAMI deve estar conectado com o Tema do Ano da Igreja e com a metodologia de avaliação de Campos de Atividade Ministerial, Ministros e Ministras. Os Seminários do Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) devem contemplar com intensidade o PAMI e o Planejamento Estratégico. Além disso, faz-se necessário empreender esforços para a adequação do roteiro do Planejamento Estratégico de modo a torná-lo mais acessível. O Concílio destacou, ainda, que a Comunidade é a base da Ação Missionária da Igreja, que leva a recriar e criar Comunidades, buscando levar a paixão de Deus ao coração das pessoas.