Jornal Evangélico Luterano - Ano 44 - nº 786 - Agosto 2015

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JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 44 - AGOSTO 2015 - Nº 786

Eu curti!

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A Palavra cantada

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O verbo eterno

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Der Besuch Gottes


Jorev Luterano - Agosto - 2015

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Editorial

Eu curti!

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m 2015 e parte de 2016, vamos continuar a ‘visita’ que o Jorev faz aos Sínodos da IECLB, iniciada em 2009, e completar esse ciclo de intercâmbio de ações e experiências. Começando na primeira edição do ano, dedicamos as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente) a um Sínodo de cada vez. Nesta edição, é o Sínodo Nordeste Gaúcho que responde: Em que estágio se encontra a implementação do Planejamento Estratégico nas Comunidades no Sínodo?, O que tem dado certo no âmbito da Comunicação (com o objetivo de, como Igreja, cumprir a missão de Deus) na área de abrangência do Sínodo?, Na região do Sínodo, quais são as ênfases para a qualificação de Ministros e a capacitação de leigos? Como o Tema do Ano, ou seja, a proposta de um único tema a ser refletido durante o ano por toda a Igreja, auxilia o Sínodo a promover a unidade no seu campo de atuação? e O quanto a promoção de uma Campanha nacional de

missão, a Vai e Vem, auxilia no sentido da conscientização para a solidariedade entre os membros desta Igreja? Na Editoria Atualidade, leia sobre a Reunião do Conselho da Igreja com a participação da Presidência e da Secretaria Geral da IECLB, realizada nos dias 31 de julho e 1º de agosto de 2015, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo/RS. Na Editoria Presidência, O mal do nosso século ainda é a indiferença! Tempo difícil, tempo propício é o título da Mensagem, de autoria do P. Inácio Lemke, Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2015, todos os textos são escritos à luz do Tema do Ano: Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar. Nesta edição, a Mus. Dra. Soraya Eberle apresenta a reflexão A Palavra cantada. Na Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamen-

O mal do nosso século é a indiferença! é o título da Mensagem da Presidência

tos da Bíblia, dois Ministros Pastores discorrem sobre A música, mais do que apenas letra e melodia, uma expressão de fé. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. Programa de Qualificação Funcional - III ganhou destaque na Editoria Comportamento. Der Besuch Gottes é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!

Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Ferreira Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419

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Este espaço é seu! A sua opinião é fundamental no nosso trabalho. Conhecer as suas preferências, ouvir as suas dicas de pauta, as suas sugestões para o jornal e os seus comentários sobre as matérias e as meditações é muito importante para que possamos oferecer um Jorev sempre melhor para você. Faça o seu Jorev Luterano. Escreva para nós e participe! Estamos esperando o seu contato!

Ação Missionária Sou grato pelo informe a respeito do conteúdo da próxima edição do Jorev. Acompanho com gosto e interesse as matérias. O Jorev faz parte da história da IECLB e dela é testemunho. É por isso mesmo que tomo a liberdade de corrigir, para o bem da verdade, uma afirmação equivocada da última edição (nº 784, junho/2015), sob o título Instrumentos da missão. É dito que ‘o Plano de Ação Missionária da IECLB (Pami 2008) tem como lema: Recriar e criar Comunidade juntos. Nenhuma Comunidade sem missão - Nenhuma missão sem Comunidade! Na verdade, o lema é do Pami 2000, lançado e aprovado no Concílio de Chapada dos Guimarães/ MT, no ano 2000. Disso, tenho certeza! Fraternalmente, P. em. Huberto Kirchheim Lajeado/RS

Capa

Imagem que remete à fanpage oficial da IECLB no Facebook, lançada na Reunião do Conselho da Igreja com a participação da Presidência e da Secretaria Geral da IECLB, realizada em julho/agosto de 2015, no Cecrei, em São Leopoldo/ RS. Leia matéria especial na Editoria Atualidade, página 4.

Conteúdo interessante

Quero compartilhar com vocês o quanto aprecio a linguagem utilizada pelo nosso Jorev. Todo o conteúdo é interessante de ser lido, o que é demonstrado pelo espaço ‘Opinião’ (página 2). Com votos de abençoado trabalho, Vilmar Becker Santa Rosa/RS

Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925

Revisão (Alemão) Margret Reus Administrativo Mariana Ferreira ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

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Curtas

OFERTAS NACIONAIS A voz que vem do coração

Emoção nos Recitais de Formatura Há quem diga que cantar é falar com o coração. Essa frase resume os Recitais de Formatura da primeira turma de Licenciatura em Música, que aconteceram durante o final deste primeiro semestre de 2015, na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. O Recital de Formatura é o momento em que os estudantes mostram as habilidades possíveis nos instrumentos que estudaram. “Cantar, tocar instrumentos, trabalhar na regência de corais, trazer Músicos e parceiros! Isso demonstra uma capacidade que eles terão que colocar em prática também nas escolas. Desde a organização, a escolha de repertório, ensaio, tempo e divulgação”, ressalta a Profa. Dra. Laura Franch Schmidt da Silva, Coordenadora da Licenciatura em Música da EST. Segundo a Profa. Laura, o espaço e o ensino da música ainda são equivocados. Pela legislação, apenas quem é formado em Música está habilitado para trabalhar na rede pública ou particular, mas muitas escolas não seguem essa determinação. “É preciso saber desenvolver nas crianças a habilidade musical, a linguagem musical, e isso é feito com um Professor, uma Professora que ensina música e não apenas ensina a cantar”, destaca Laura, ao frisar que estudantes necesPrimeira turma de Licenciatura sitam aprender sobre Graem Música da Faculdades EST mática e Alfabetização Musical. “Esse é o diferencial do nosso curso”, salienta a Coordenadora. Além disso, os estudantes que se formam já estão no mercado de trabalho, o que é muito importante frente às dificuldades da atualidade, lembra Laura Franch. O primeiro Recital de Formatura foi o de Rafael Krüger, que impressionou com a sua desenvoltura e talento ao violão. Maria Carolina Brites, da banda Velocets, mostrou habilidade no vocal, além de guitarra, piano e bateria. Maria também é formada em Musicoterapia pela EST. É o que me interessa foi o Recital de Formatura de Elise Brandenburg, com a participação do Coro Infantil do Colégio Sinodal da Paz, de Novo Hamburgo/RS. O Recital de Formatura Voltar no tempo, de Ana Witt, teve duo de piano e voz. Ana Clara Engel encantou em seu Recital de Formatura Redescobrir. SetList foi o nome escolhido por Dion Calebe Diniz para seu Recital de Formatura. Dion se formou em teclado, mas também toca violão e canta. Alguns estudantes fizeram parte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), que contribui para a formação de futuros Professores. Segundo a Coordenadora Pedagógica da Faculdades EST, Profa. Dra. Laude Brandenburg, esse programa é um grande incentivo. A Formatura da primeira turma de Licenciatura em Música aconteceu no sábado, 18 de julho, no auditório do Colégio Sinodal, em São Leopoldo.

Sobre o que Fórum está conversando? Nestes 25 anos de caminhada, a conversa do Fórum de Reflexão da Mulher Luterana foi marcada pela reflexão sobre questões pertinentes à inserção da mulher na família, na comunidade e na sociedade. A conversa pelo caminho tem sido na perspectiva da partilha de experiências, da divulgação dos trabalhos com e para mulheres, do avanço do exercício da liderança de mulheres nas Comunidades e na sociedade e da solidariedade entre mulheres e homens. No X Encontro do Fórum, realizado entre os dias 23 e 25 de maio de 2014, fomos chamadas a meditar, discutir sobre histórias de vida de mulheres e assinalamos a contribuição destas histórias de fé e engajamento para o desenvolvimento pessoal e comunitário de outras mulheres. Reunidas na Casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo/RS, sob o tema Mulheres, quem conta nossa história?, 58 mulheres dos Sínodos da IECLB, a partir da Campanha Em comunhão com as viDas das mulheres, trouxeram histórias de mulheres que marcaram as suas vidas. As participantes foram incentivadas a registrar a vida de mulheres que fizeram a diferença nas suas famílias e nas suas Comunidades. O Encontro foi assessorado pela Pa. Ma. Marcia Blasi, Professora na Faculdades EST, em São Leopoldo. Inspiradas pela vida de Katharina von Bora e pelas histórias de vida trazidas, refletimos sobre a importância da nossa caminhada de vida, ressaltando o nosso protagonismo. Celebramos as conquistas alcançadas por nós, mulheres luteranas, inseridas na sociedade, nas nossas famílias, nas Comunidades, nos Grupos de OASE, nos Grupos de Mulheres, fruto das conversas, ações e engajamento de tantas outras mulheres ao longo da nossa história. Tânia Rachel Pessoa Coordenação Nacional do Fórum de Reflexão da Mulher Luterana

2 de agosto 10º Domingo após Pentecostes Apoio para realização do PPHM A Secretaria da Habilitação ao Ministério cuida do ingresso no Ministério com Ordenação na IECLB. Após a conclusão da faculdade, Bacharéis em Teologia inscrevem-se para realizar o Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) e participam de uma avaliação realizada pela Comissão de Exame da IECLB. Uma vez aprovadas, estas pessoas são designadas para a realização do PPHM em Comunidades e Paróquias da IECLB durante o período de 17 meses, durante os quais são acompanhadas por um Mentor, Ministro Ordenado. 23 de agosto 13º Domingo após Pentecostes Trabalho junto às Pessoas com Deficiência O trabalho voltado à inclusão e à acessibilidade das pessoas com deficiência nas Comunidades da IECLB tem por objetivo proporcionar aos Sínodos e às Paróquias a realização de Seminários, Cursos e Oficinas sobre temas relacionados à inclusão, à deficiência e à acessibilidade. As ações também envolvem a elaboração de materiais, como textos, cartilhas, vídeos, etc. 30 de agosto 14º Domingo após Pentecostes Promoção do Ecumenismo A IECLB está unida, pelo vínculo da fé, a todas as Igrejas no mundo que confessam Jesus como único Senhor e Salvador. Este compromisso ecumênico se concretiza pela participação em Comissões bilaterais de diálogo com outras Igrejas e em organizações ecumênicas. Em nível internacional, a IECLB participa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai), além de manter convênios e parcerias com Igrejas Luteranas em vários países.

INDICADORES FINANCEIROS UPM Julho/2015

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Índice Junho/2015

0,56%

Acumulado do ano

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Atualidade

Comunicação a serviço da missão de Deus! IECLB lança a sua fanpage oficial no Facebook P. DR. ONEIDE BOBSIN

Sepulcros caiados

quando perdemos a esperança... Nos encontros de jovens, realizados à noite ele ficava de plantão, cuidando para que a moçada não cometesse deslizes. Com uma lanterna na mão, fazia o papel de um ‘policial da moral’. Parece que nunca pegou alguém em flagrante, a não ser a si mesmo, tempos depois, quando descobriram que tinha um caso fora do casamento. Se os que o conheciam há muito tempo não fossem moralistas como ele, teriam visto naquela obsessão um caminho perigoso a ser evitado. Faltoulhe a ética como viabilidade da moral. Sem a ética, a moral nos faz sucumbir. Parece que vivemos em um país com uma multidão de moralistas à espreita de alguém que se perca para, então, dizer de si o quanto é bom. No cotidiano dos mortais, isto é muito comum, mas preferese a visibilidade de atos maldosos de um colega da política. Quando alguém é acusado por corrupção, os corruptos invisíveis vêm a público esconder a sua pilantragem acusando os outros. Com este jeito moralista de tratar a corrupção, os corruptos e os corruptores, as nossas esperanças de espaços públicos éticos não se tornarão realidade tão cedo. Aliás, a força da corrupção se torna gigantesca quando perdemos a esperança. Logo, o início da corrupção está na falta de sonhos de uma sociedade justa e fraterna. Antes de colocar a mão no dinheiro público, o corrupto, o corruptor e o que silencia diante dos dois, já abriram mão do compromisso com um mundo ético. O outro lado da corrupção é a hipocrisia. Ninguém melhor do que Jesus para falar sobre o assunto. Jesus não conhecia outras religiões, a não ser a falsa religiosidade do seu tempo. Dizia ele às pessoas extremamente religiosas do seu tempo: Ai de vós, hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia (Mateus 23). No tempo de Jesus, os fariseus se orgulhavam de si e da sua religiosidade. O publicano, por sua vez, nem ousava olhar para o céu. Confessava-se pecador e pedia piedade de Deus. Este desceu justificado (Lucas 18.9-14). Os fariseus eram moralistas. Os publicanos, éticos. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se engrandece será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será engrandecido (Lucas 18.14).

O outro lado da corrupção é a hipocrisia

As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.

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a última sexta-feira de julho, os Representantes dos 18 Sínodos da IECLB no Conselho da Igreja (CI) iniciaram a segunda das três reuniões anuais do pleno do CI com a participação da Presidência e da Secretaria Geral da IECLB, realizada nos dias 31 de julho e 1º de agosto de 2015, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (Cecrei), em São Leopoldo/RS. No âmbito da Comunicação, o destaque ficou por conta do lançamento da fanpage oficial da IECLB no Facebook. Na www.facebook.com/IgrejaEvangelicadeConfissaoLuterananoBrasilOficial apresentação, foi explicado que o CuidaNa sua fala, o Pastor Presidente da IECLB, do com a Comunicação integra os Programas de Gestão da IECLB, juntamente com o P. Dr. Nestor Friedrich, comemorou a lançaAcompanhamento a Estudantes de Teologia, mento da fanpage oficial da IECLB justamente a Habilitação ao Ministério com Ordenação, neste ano, chamado ‘ano da comunicação’, e o Acompanhamento a Ministros e Ministras, frisou que o uso de mais esta ferramenta de a Qualificação Funcional e o Cuidado com a comunicação que a IECLB disponibiliza deve Missão. Os Conselheiros também puderam ser para o fortalecimento da ação missionária conhecer principais frentes de comunicação, na Igreja, ou seja, um uso consciente, responque são o Jorev Luterano, o Portal Lutera- sável e que busque, acima de tudo, o cumprinos, a Revista Novolhar, os vídeos e áudios mento da missão que Deus confiou à IECLB. Além da comunicação, os principais assunda Presidência para datas como Advento/ lançamento do Tema do Ano, Páscoa, Pen- tos que fizeram parte deste encontro foram: a tecostes/lançamento da Campanha Nacional escolha da Sede para o XXX Concílio, que ade Ofertas para a Missão Vai e Vem, Reforma contecerá de 19 a 23 de outubro de 2016, na e Natal, além do Vídeo Institucional da Igre- Paróquia Bom Pastor de Brusque/SC, no Sínoja, lançado em 2014. Foram citadas, ainda, as do Vale do Itajaí; Encaminhamentos da Gestão ações trabalhadas neste ano: a página da Pre- 2015-2018; Acompanhamento a Estudantes de sidência no Portal Luteranos, o Informativo Teologia da IECLB; Acompanhamento a Mieletrônico da Presidência, a Pesquisa sobre a nistros e Ministras da IECLB; Qualificação comunicação na IECLB e a fanpage oficial da Funcional; Ação Missionária; Formação; Habilitação ao Ministério; Ministério com OrdenaIECLB no Facebook. A partir da motivação do Tema 2015, Igre- ção; Ação Comunitária; Ecumene; Finanças. Os trabalhos foram dirigidos, mediados, ja da Palavra - chamad@s para comunicar, e da necessidade de obter subsídios para analisar comentados e encaminhados pela Vice-Prea caminhada da comunicação na Igreja, unir sidente do Conselho da Igreja, Ema Marta esforços e propor melhorias nas mais varia- Duck Cintra, representante pelo Sínodo Mato das frentes, foi realizada uma pesquisa junto Grosso, que contou, quando necessário, com a diferentes grupos da IECLB, nomeada Sobre o suporte da Secretária Geral, Diác. Ingrit o que vocês estão conversando pelo caminho?, em Vogt, em virtude da ausência do Presidente do CI, Almiro Wilbert, Conselheiro pelo Sífunção do Lema do Ano (Lucas 24.17). No que diz respeito ao uso das Redes So- nodo Sudeste, que não pôde estar presente ciais como ferramenta de missão na IECLB, é em função do cancelamento dos seus voos. A Conselheira Ijoni Michaelsen, repreamplo o apoio de todos os grupos pesquisados, indicando, principalmente, o Facebook, sentante pelo Sínodo Nordeste Gaúcho e 1ª plataforma que já atingiu a marca de 1 bilhão Secretária do Conselho, e o Pastor Claudir de usuários ativos, sendo, por isso, a maior Burmann, representante pelo Sínodo Norte Catarinense e 2º Secretário, participaram norRede Social em todo o mundo. Entre os assuntos que serão abordados malmente dos encaminhamentos. A próxima reunião do CI será nos dias 20 na fanpage oficial da IECLB estão o Tema do Ano, a Vai e Vem, o Pami, datas especiais do e 21 de novembro de 2015. Então, fica o convite: venha curtir a fanpacalendário eclesiástico e civil, frases de Lutero, versículos bíblicos, edições do Jorev Luterano, ge oficial da IECLB no Facebook! Acesse: da Revista Novolhar e da Revista O Amigo https://www.facebook.com/IgrejaEvangelicadedas Crianças, ecumenismo e o Jubileu de 500 ConfissaoLuterananoBrasilOficial! Estamos aguardando a sua visita! Curta! anos da Reforma (2017). Todas as postagens Comente! Compartilhe! convidam a acessar o Portal Luteranos.

Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.

Av. Wilhelm Rotermund, 395 - Morro do Espelho - São Leopoldo Fone: (51) 3037-0037 | retiros@diaconisas.com.br | www.diaconisas.com.br


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Presidência

O mal do nosso século ainda é a indiferença!

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ivemos um problema religioso no Brasil e, quiçá, no mundo. Não me refiro à busca por um sentido de vida na relação com o transcendente, mas justamente como essa busca se dá em nossos tempos. A conexão com Deus, que a própria palavra religião-religare tão bem expressa é interpretada em nossos dias por um link apenas pessoal. O sentido da vida na relação eu-Outro (Deus) expressa unicamente se os meus desejos estão sendo satisfeitos. As pessoas estão preocupadas somente com a sua satisfação pessoal. Veja o exemplo da oração. Esse meio essencial de conectar-se com Deus e com os outros foi transformado em um recital de pedidos egoístas, principalmente para aqueles que não frequentam as Igrejas ou templos de qualquer culto. Na ordem litúrgica, pelo menos da

Igreja Luterana, temos um remédio eficaz para isso: a oração de intercessão. Não basta ficar em casa orando e lendo a Bíblia egoisticamente. No culto, somos desafiados a ouvir a Palavra de boca alheia e oramos a oração da Igreja, intercedendo por outros e pela Criação, que pulsa no coração da Comunidade, que não fica apática em relação aos problemas do mundo! Hoje, parece que temos problemas em sofrer verdadeiramente, ou seja, de ter compaixão pelo sofrimento dos outros. Apreciamos o sofrer virtual, onde até nos chocamos com as coisas que observamos na TV e na Internet, mas apenas até o próximo intervalo ou vídeo. O mal do nosso século ainda é a indiferença, a insensibilidade. Diante disso, agarrados à Palavra de Deus, somos chamados a dar uma resposta como Igreja Luterana. Pela Pala-

Celebração em Capão da Canoa

P. INÁCIO LEMKE Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB

Encontro da Rede de Diaconia Orientações sobre a Lei 13.019/2014 Agosto 31/7-1/8 Reunião do Conselho da Igreja São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz

O culto do dia 12 de julho de 2015, domingo, marcou o aniversário de 59 anos da Paróquia Martim Luther - Litoral Norte, em Capão da Canoa/RS. Nesta data, o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, desafiou a Comunidade a se dedicar e a se comprometer com a vida comunitária, de maneira que, em meio a uma sociedade cada vez mais individualista, violenta e sem amor, todas as pessoas possam dialogar e fazer aquilo que Jesus Cristo propôs. Motivados pela pergunta de Jesus: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? (Lucas 24.17), Lema do Ano da Igreja para 2015, a Comunidade foi animada a dar continuidade à sua história, conversando pelo caminho sobre a comunhão e a solidariedade entre irmãos e irmãs, além de compartilhar o amor que Jesus Cristo revelou a nós por meio da cruz. O culto festivo teve apresentações especiais do Grupo de Louvor Acordai, do Coro Municipal Vovô e Vovó Legal e do Grupo Instrumental da Escola Dohms, de Porto Alegre/RS. Após a celebração pelo aniversário da Paróquia, a Comunidade compartilhou um abençoado almoço.

vra, Deus criou o mundo e tudo o que nele existe. Essa Palavra opera milagres na nossa vida. Muitas vezes, não aqueles que o nosso egoísmo tanto deseja, mas outros, que os nossos ouvidos e olhos, a partir da fé, podem ver e escutar. A nossa razão para rejeitar o pessimismo dos sem esperança está fundamentada na Páscoa. A Comunidade cristã vive na fé e na atitude que brota dessa fé, na atitude que sempre está entre a cruz e a ressurreição, entre darse vencida frente aos poderes do mundo ou acreditar que Deus é maior que tudo e nos abrirá caminhos no deserto. Diante da Palavra de Deus, a nossa palavra também conta, pois podemos tanto operar milagres como maldades. Tempo de crise é difícil, mas, em Deus, é tempo propício para se plantar Paz e Bem, com as nossas palavras e atitudes. Importa o que estamos conversando pelo caminho.

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Tempo difícil, tempo propício

15-16/8 Assembleia do Sínodo Rio Paraná Sidrolândia/MS P. Nestor Friedrich 18-20/8 Seminário Ecumênico IECLB-ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich Pa. Silvia Genz 21-23/8 Encontro de Coros de Metais da IECLB Santa Maria de Jetibá/ES P. Nestor Friedrich 28/8 Reunião de Diretores da Rede Sinodal Pomerode/SC P. Nestor Friedrich 29/8 Assembleia do Sínodo Noroeste Riograndense Tenente Portela/RS Pa. Sílvia Genz

A caminhada de diferentes instituições de ação diaconal da IECLB realizou um encontro em Florianópolis/SC, nos dias 17 e 18 de junho de 2015. O encontro da Rede de Diaconia, articulado pelas instituições do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul com o apoio da Secretaria de Ação Comunitária e da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), teve como principal pauta orientações sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, a Lei 13.019/2014. Essa lei possibilita que a ação diaconal possa se fortalecer nos objetivos comuns com o poder público executando políticas públicas nas áreas de educação, assistência, justiça e saúde, entre outras. As instituições também discutiram temas como justiça de gênero, redução da maioridade penal e relações com as Comunidades, trazendo questionamentos sobre a influência da mídia na formação de opinião da população brasileira. As 47 pessoas presentes, representando 24 instituições, saíram motivadas e fortalecidas para continuar desenvolvendo ações sociodiaconais na certeza que não caminham sozinhas nesta missão de serem sal da terra e luz no mundo. A Presidência da IECLB foi representada pelo P. Inácio Lemke, Pastor 2º Vice-Presidente.

Homenagem em Três Coroas Entre os dias 13 e 19 de julho de 2015, ocorreram diversas atividades em comemoração aos 90 anos da Paróquia de Três Coroas/RS. No primeiro dia, com a presença da Pa. Sílvia Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, representando a Presidência da Igreja, a Câmara de Vereadores prestou homenagem à Paróquia de Três Coroas, entregando uma placa celebrativa pelo aniversário da Paróquia, em função da sua importância na história do município.

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Sustentabilidade

Desde Pentecostes, somos animados ao testemunho e à ação

Como a missão pertence à essência do ser Igreja, deve tornar-se perceptível na vida de cada Comunidade e na vida de cada pessoa cristã

O

Plano de Ação Missionária da IECLB (Pami), lançado em outubro de 2000, por ocasião do XXII Concílio da Igreja, em Chapada dos Guimarães/ MT, desafiou as Comunidades com a chamada Nenhuma Comunidade sem missão - Nenhuma missão sem Comunidade”. Com fundamentação teológica, propostas de ação estratégica e a projeção de consequências práticas, o Pami iniciou o seu processo de execução colocando em movimento as instâncias e Comunidades da IECLB. Como a missão pertence à essência do ser Igreja, deve tornar-se perceptível na vida de cada Comunidade e na vida de cada pessoa cristã. No Sínodo Nordeste Gaúcho, a preocupação com os quatro eixos do Pami, a saber: Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia, tem sido parte das motivações e orientações nos últimos anos. Programações e en-

contros, como o Dia da Igreja, sempre foram canalizados nessa direção. Propomos um esforço comum, uma tarefa coletiva para todos os membros, para evangelizar, servir, celebrar e viver em comunhão. Em 2015, retomou-se com maior força o assunto, tendo em vista que a IECLB vem intensificando a sua proposta missionária. Com o auxílio do Secretário Adjunto para Missão e Diaconia, P. Altemir Labes, encaminhou-se um projeto para buscar assessoria para um Seminário Sinodal de Ministros e Ministras. O Assessor, P. Me. Leonidio Gaede, trabalhou as estratégias do Pami durante dois dias com o objetivo de que Ministros e Ministras pudessem voltar para as suas Paróquias e Comunidades capacitados para aplicar o Planejamento Missionário. Constatamos que a relação entre planejamento, missão e Igreja não é algo novo. De uma forma ou outra,

Luterprev Responde

ajudando a planejar o seu futuro Você sabia que ...a frase ‘Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana’ foi dita pelo Prêmio Nobel de Física Albert Einstein? Na época, primeira metade do século passado, a hipótese de o mundo ficar sem abelhas era remota, mas, agora, tornouse uma assustadora possibilidade. A população de abelhas vem caindo a cada ano no mundo inteiro, inclusive no Brasil, o que poderá causar danos graves, confirmando o acerto da advertência feita pelo Físico. O cálculo é que anualmente uma de cada três abelhas deixe de existir. ...em várias partes do mundo, princi-

palmente nas duas últimas décadas, tem havido morte de colônias inteiras de abelhas e que as razões que causam o fenômeno não são claras? Uma das explicações para o chamado colony colapse disorder (transtorno de colapso das colônias) é o uso dos pesticidas nas lavouras do tipo neonicotinoides, que têm alta toxicidade para as abelhas. Os especialistas acreditam que, além desse, há outros fatores envolvidos no processo, incluindo parasitas, doenças e problemas na nutrição das colmeias, no qual pesa o crescente desmatamento. Para as abelhas nativas, ele é fatal, porque, além do alimento, perdem os locais para nidificação, sem falar nas colônias abrigadas em árvores derrubadas. O melhoramento genético desordenado, no intuito de aumentar a produção de mel e derivados, também

planejar faz parte da rotina de todas as Comunidades. O que muda é a forma de perceber esse planejamento, registrar e avaliar o que se planeja e se executa. O que o Seminário nos propôs é fazermos um Plano Missionário a partir de um modelo comum de planejamento que nos ajudará na percepção dos nossos problemas e das nossas dificuldades, do que nos atrapalha, das ameaças internas e externas, para aquilo que nos ajuda, que nos é favorável e está à nosso favor para desenvolver a missão a curto, médio e longo prazo. Na continuidade, por sugestão dos Ministros e das Ministras, iremos buscar mais uma assessoria, para que duas lideranças de cada Paróquia também participem de um curso. Assim, eles podem tomar conhecimento do Planejamento Estratégico e auxiliar Ministros e Ministras na implantação do Pami, o que trará mais forças e ajudará a quebrar eventuais resistências. Sabemos que estas ações serão bastante trabalhosas, mas também sabemos que nos ajudarão muito em nosso trabalho. Mais ainda, ajudarão muito a nossa Igreja na missão divina, pois nos colocamos à disposição para sermos instrumentos do agir salvífico de Deus. Desde Pentecostes, somos animados pelo poder do Espírito Santo ao testemunho e à ação. Somos incentivados a pôr em prática o convite de Jesus: Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28.19).

pode estar contribuindo para as mortes, ao diminuir a sua imunidade. ...o trabalho de polinização feito pelas abelhas tem valor econômico calculado em bilhões, tanto em dólares quanto em euros? A União Europeia estima em 22 bilhões de euros o valor econômico da polinização no continente, já que em torno de 84% das espécies de plantas e 76% da produção de alimentos da região dependem dela. Nos Estados Unidos, o cálculo é de 15 bilhões de dólares e, segundo o seu Departamento de Agricultura, no país, o número de colônias de abelhas caiu de 5,5 milhões em 1950 para preo-

“No Sínodo Nordeste Gaúcho, os quatro eixos do Pami Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia) têm sido parte das motivações e orientações”, compartilhou a Pa. Ma. Tânia Weimer, Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho

cupantes 2,5 milhões em 2007. ...ainda não há método que substitua polinização feita pelas abelhas? A polinização também é feita, mas em escala bem menor, por borboletas, mariposas, morcegos e alguns pássaros, como o beija-flor, todos igualmente suscetíveis. Sem polinização, frutas e legumes crescem com tamanho, formato e sabor alterados. Está provado que, quanto mais abelhas, maior a produção, tanto que, no Brasil e nos Estados Unidos, principalmente, é costume alugar colmeias para polinizar culturas.

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Jorev Luterano - Agosto - 2015

Comunicação

Momentos que proporcionam esperança e paz, com a bênção de Deus

“Apesar de tantas mudanças e modernidades, o rádio continua tendo o seu espaço”, destacou o P. Valmor Haag, Ministro na Paróquia de Taquara/RS e membro da Coordenação de Comunicação do Sínodo Nordeste Gaúcho

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stá no ar mais um programa a Hora Evangélica, o programa radiofônico mais antigo da IECLB’. Assim, semanalmente (aos domingos, ao meio dia), com duração de 30 minutos, inicia o programa Hora Evangélica, na Rádio Taquara, no município gaúcho. Este programa era gravado e patrocinado pelas sete Paróquias do antigo Distrito Eclesiástico Taquara, atualmente Núcleo Taquara. No momento, são três Paróquias que mantém o programa (Padilha, Parobé e Taquara), patrocinado por empresas e famílias. Nos últimos anos, ocorreram algumas mudanças no formato do programa, mas a essência permaneceu: música, mensagem e notícias! Não se sabe exatamente desde quando este programa existe. Sabe-se, no entanto, que iniciou na época em que o P. Augusto Kunert era Ministro em Taquara (19561960). No depoimento de uma assídua ouvinte, ela conta que, desde 1957, ouve este programa, que é ‘como a chuva que cai para regar a terra. O domingo não é o mesmo sem a Hora Evangélica. O programa nos traz luz, paz, acalma corações e mata a sede da Palavra de Deus’. Nos últimos dias, recolhi diferentes depoimentos de pessoas que sabidamente escutam a Rádio Taquara aos domingos, principalmente neste horário. Nos seus depoimentos, as pessoas afirmam que as rádios perderam espaço para a televisão e outras programa-

‘Está no ar mais um programa a ‘Hora Evangélica’, o programa radiofônico mais antigo da IECLB’. Assim inicia a ‘Hora Evangélica’, na Rádio Taquara/RS ções também neste horário. O que se percebe, no entanto, que a Hora Evangélica é um programa diferenciado em um mundo religioso de competição em que vale quase tudo. Trago outro depoimento de uma ouvinte: ‘São apenas 30 minutos das 24 horas do dia e somente uma vez por semana, ou seja quatro vezes por mês... No entanto, nestes 30 minutos do dia, me contento, porque posso ouvir hinos sacros e o que mais me atrai: a mensagem, ou seja, a explicação de um texto bíblico. Como faz bem poder se acomodar, ligar o rádio, ficar em silêncio, fechar os olhos e ouvir, ouvir, ouvir... a Hora Evangélica. Fico alegre, pois sei que existem pessoas de outras Igrejas que também escutam o programa. Que bom que as Paróquias de Padilha, Parobé e Taquara continuam fiéis

na apresentação e também ajudam financeiramente a manter o programa a Hora Evangélica. A tecnologia está avançando freneticamente, mas espero que, dentro deste crescimento, que a Rádio Taquara e o Programa a Hora Evangélica continuem transmitindo momentos que proporcionam esperança e paz, com a bênção de Deus’. Na IECLB, como podemos constatar, existem iniciativas que marcam presença constante na vida de famílias evangélicas, mas também de pessoas de outras confissões religiosas. Apesar de tantas mudanças e modernidades, felizmente o rádio continua tendo o seu espaço. Queira Deus que possamos aproveitar, cada vez mais e melhor, o espaço que a IECLB, pelas ondas do rádio, tem aqui e em outros lugares de presença luterana no Brasil para divulgar a Palavra!

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Unidade

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Lutero - Reforma: 500 anos A Palavra cantada

Igreja da Palavra é audível. É Igreja que proclama o verbo de forma sonora – falada ou cantada – porque Palavra cantada não é acessório para a Reforma! Para seguir a tradição da Reforma, ainda hoje, em nosso culto e na vida comunitária, a Palavra cantada não pode ser adorno ou preenchimento de tempo. Martim Lutero, no texto original do conhecido hino natalino Eu venho a vós dos altos céus, demonstra a indistinção entre Palavra cantada e falada. Perdemos, na versão em Língua Portuguesa, a força da expressão original na primeira estrofe. Referindo-se à Boa Nova do Evangelho, diz o Reformador:

Davon ich singen und sagen will (Disso eu quero cantar e falar). A equivalência da Palavra cantada com a Palavra falada, contida nessa expressão, é um dos pilares para a compreensão da fé evangélico-luterana. No louvor a Deus cantado, todas as pessoas que creem podem e devem tomar parte. Nesse sentido, dá para dizer que há um sacerdócio geral (cantado) de todas as pessoas batizadas. Para Lutero, o canto representava uma das mais centrais formas de expressão e comunicação do Evangelho: no cantar e no falar se revela que a fé vem pelo ouvir. A pertença estabelecida entre Palavra e Música determina em grande medida a piedade e o culto evangélico-luteranos.

A música constrói uma elementar habilidade para a escuta e a expressividade e estas nunca deixam de ser também capacidades de escuta mútua! São pontos cardeais dessa compreensão: ouvir, ouvir-se, ouvir mutuamente, ouvir comunitariamente. Para quem aprendeu a fazer música, a palavra comunitário não soa estranha. O Mestre Cantor de Nürnberg, Hans Sachs, denominou Lutero de Rouxinol de Wittenberg, mas Lutero estava convencido de que também o povo é reconhecido e identificado pelas suas canções, como grupo, como Comunidade. O canto comunitário foi, desde o princípio, uma marca para o reconhecimento das Comunidades evangélicas. Foi por isso que ele chamou o seu primeiro livro de canto de Livro de Canto Comunitário (Gemeindegesangbuch, Wittemberg, 1529). Isso é linha-mestra e estratégia da Reforma: a Comunidade canta! Lutero, na verdade, escreveu poucas músicas. Não chega a 40 o número de hinos que tradicionalmente são a ele atribuídos, mas encontrou apoio e cooperação de muitas pessoas engajadas e convencidas da importância da Palavra cantada. Nesse sentido, Paul Gerhardt, cem anos depois, trouxe ao papel maior quantidade de contribuições. Em Lutero, também não é tudo sempre elegantemente formulado. Algumas rimas podem soar forçadas e duras, assim como os títulos dos hinos. Infelizmente, em Português, não se pode apreender os seus significados. Somente com Paul Gerhardt se encontra a medida arrebatadora da elegância e do poder imaginativo da poesia, do eu piedoso protestante em seu diálogo com Deus e com a Criação. Lutero não escreve sobre tulipas ou narcisos, antes a sua linguagem se refere a castelos, fogo, sofrimento e o Cristo. Ele fala sobre nós e sobre o nós da Comunidade, sustentada por Deus em tempos difíceis. Assim, Lutero musicou Salmos, trouxe hinos da Igreja antiga para a Língua Alemã, escreveu hinos com descrições bíblicas, além de canções espirituais para crianças. Hinos e canções criam vínculos, não somente com a Comunidade ali presente. Para Lutero, a música cria vínculos além do tempo, com personalidades como Salomão, Moisés, Débora, Zacarias, Simeão. Lutero insistia em formação musical desde a infância. Para cada criança deveria ser ensinado o canto – antes dos instrumentos. Hinos pregam de forma mais duradoura que qualquer

Há concepções para a música na Igreja que vão para muito além do gosto pessoal e disso Lutero sabia. Para ele, importava ressaltar, reavivar, reanimar, dar preferência ao instrumento musical mais sublime: a voz humana, porque, na forma ideal, música e texto não só se complementam, como são o mesmo lado da mesma moeda.

Isso seria o cerne da Reforma da Música se perguntássemos a Lutero: na Música Sacra, Cristo precisa se tornar nosso Salmo, canção e canto. Isso, então, transforma o cântico que nós entoamos. texto falado, pois podem trazer para diante dos olhos os elementos centrais da fé, antes mesmo que as crianças aprendam a ler, de forma leve, agradável. Esse é um aspecto. O outro é: cantar é algo íntimo! A alma precisa ter segurança para fazê-lo bem. Isso deve ser aprendido logo cedo. Com canções, a pessoa cantante vive Comunidade – se expõe, mostra as suas emoções e as suas convicções. Em uma canção, texto e melodia se unem, se fortalecem, tomam o coração de quem canta e de quem ouve. Lutero, em certa ocasião, formulou assim: Cristo mergulha com vigor incomparável na profundidade do coração cantante, e da profundidade do coração cantante ele emerge outra vez. Lutero e seus contemporâneos certamente não inventaram os cantos espirituais em Língua Alemã – estes já existiam, sendo cantados por peregrinos ou em funerais, mas o canto comunitário reduzia-se a três expressões: o Kyrieleis, o Aleluia e o Hosana – ainda que nenhuma das pessoas presentes soubesse ou entendesse nenhuma delas. Lutero recuperou essa ideia da música que emerge do povo. Entretanto, diferente do que eventualmente se ouve e quer acreditar, a Reforma não somente incorporou o repertório cantado pelo povo. Antes, ensaiou a crítica inteligente sobre a Teologia do repertório. As verdades bíblicas, mergulhando na alma, também formam a mente religiosa e aguçam a inteligência, o que tornou fundamental que as pessoas cantassem em seu idioma: o Alemão. Isso porque uma pessoa não canta (e ouve) somente com as palavras, mas com o coração e a mente. A fé vem pelo ouvir – mas daí também do ouvir o som. Como no canto, a palavra e o som estão juntos, a Comunidade que canta tem papel fundamental, logo após a pregação. Para Lutero, era óbvio: a música da Igreja é uma forma de pregação, um abrir de ouvidos e corações para a mensagem do Evangelho, por isso a Música Sacra é também sempre Teologia. Dizer e cantar: proclamação em frases e sentenças cantadas e faladas. Ambas em equilíbrio, lado a lado e juntas, para honra e glória de Deus e alegria dos seres humanos. Aí reside a força de ambas também, mas a sonoridade somente não é o elemento definitivo para a Palavra cantada: o texto correto e fiel faz uma música sacra que mereça tal nome. É uma alegria para nós que existam os queridos Salmos! Lutero, na docência em Teologia, sempre de novo tinha oportunidade de discorrer sobre eles. Como Monge, aprendeu a trazê-los para a devoção diária. Isso deu a ele a ideia de criar o Salmo cantado Alemão. Cinco Salmos cantados foram formulados por ele. Castelo Forte é nosso Deus é cantado vigorosamente, como sinal de identidade, inclusive por nós, evangélico-luteranos em solo brasileiro. Outro Salmo que foi musicado por Lutero, Das profundezas clamo a Ti, era compreendido por ele como hino de consolo. Assim como o Salmo 130, no qual ele é baseado, o hino precisa ser cantado completo, todas as estrofes, do início ao fim. Canções que se reduzem ao lamento não eram exatamente uma preferência de Lutero, lamentos melancólicos significando o fim

da canção: Tal arte nós, cristãos, deveríamos saber, de cantarmos Te Deum laudamus, quando estivermos mais abatidos. Trata-se de cantar hinos de consolo e amparo, quando na maior angústia. Os anjos do céu têm Mozart no seu repertório? O Teólogo alemão Karl Barth pensava que sim. Já Albrecht Goes, Literato e Pastor de Württemberg, na Alemanha, dizia que o repertório de Bach daria o tom nos céus. Ele imagina que os Corais de Bach pudessem ser cantados, acompanhados de trompetes e tímpanos. Martin Luther certamente se desgostaria de uma ou outra forma! Ele não era apreciador de trompetes e tímpanos, dizia que eram como gritaria no campo. Também o órgão não era seu instrumento preferido, dizia que os tubos gemem e gritam. Até mesmo a respeito dos instrumentos de corda, ele disse, certa vez, que era terrível ouvir uma canção ser tocada insistentemente sobre uma única corda de cada vez. Ele preferia o alaúde, instrumento de cordas suave, no qual conseguia tocar as quatro vozes, e ainda em consonância com os anjos, que entoam novo cântico, acompanhados da harpa (Apocalipse 5.8ss). Certamente, não precisamos compartilhar do gosto musical de Lutero. Antes, podemos encarar da seguinte forma: há concepções para a música na Igreja que vão para muito além do gosto pessoal e disso Lutero sabia. Para ele, importava ressaltar, reavivar, reanimar, dar preferência ao instrumento musical mais sublime: a voz humana, porque, na forma ideal, música e texto não só se complementam, como são o mesmo lado da mesma moeda. Isso seria o cerne da Reforma da Música se perguntássemos a Lutero: na Música Sacra, Cristo precisa se tornar nosso Salmo, canção e canto. Isso, então, transforma o cântico que nós entoamos.

Mus. Dra. Soraya Heinrich Eberle, Bacharel em Regência Coral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Mestre e Doutora em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, é Professora na Faculdades EST e Coordenadora de Música da IECLB

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Formação

Formação continuada de lideranças e Ministr@s no Sínodo Nordeste Gaúcho

“A Comissão Sinodal de Administração e Finanças prevê visitar Paróquias para auxiliar lideranças das Comunidades em dúvidas pontuais”, informou o P. Robson Luís Neu, Ministro na Paróquia Dois Irmãos/RS e Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho

O

Sínodo Nordeste Gaúcho tem como uma das suas metas permanentes a Formação continuada das suas lideranças, dos seus Ministros e das suas Ministras, visando à qualificação do trabalho em âmbito sinodal e comunitário. Em 2013 e 2014, em uma parceria com a Faculdades EST, o Sínodo proporcionou seis Seminários de Formação para Ministros e Ministras nas seguintes áreas: Ética e aconselhamento, Lutero e aconselhamento, Espiritualidade luterana e aconselhamento, Ensino Confirmatório, Aconselhamento e visitação hospitalar, além de Resolução de conflitos familiares e comunitários. No primeiro semestre de 2015, a Formação teve como objetivo o Planejamento missionário, dentro da linha de trabalho do Plano de Ação Missionária da IECLB (Pami). O desafio é ajudar Paróquias e Comunidades a elaborarem os seus planejamentos, com objetivos e metas a alcançar. Muitos trabalhos estão sendo realizados, mas muitos deles são ações em consequência de necessidades da Comunidade. Quando Paróquias e Comunidades conseguem elaborar Pla-

nos de Ação Missionária, tudo torna-se mais compreensível, pois Ministros, Ministras e lideranças executam ações sabendo aonde querem chegar. Para o segundo semestre, está previsto um Seminário de Comunicação, dando continuidade ao Tema da IECLB para este ano, Igreja da Palavra – chamad@s para comunicar. A Formação de lideranças tem sido uma preocupação constante. Em um primeiro momento, em nível de Paróquia e Comunidade, com pequenos grupos de Presbíteros e Presbíteras. Neste sentido, a Formação acontece na base, visando à capacitação e à formação de novas lideranças. Procurando colaborar com Paróquias e Comunidades, o Sínodo Nordeste Gaúcho formou uma Comissão Sinodal de Administração e Finanças com o objetivo de ajudar as lideranças na administração de bens, documentos e obrigações fiscais. Em 2015, a Comissão reuniu Presbíteros e Presbíteras em quatro Seminários, divididos por núcleo. Cada Seminário tratou do resgate histórico da temática sobre administração e finanças, da base teológica e bíblica e, ainda, da elaboração de um check list das obrigações fiscais e documenta ções regulares da Igreja. Os Seminários reuniram, aproximadamente, 300 Presbíteros e Presbíteras. A Comissão conta com a valiosa ajuda de quatro profissionais na área da Contabilidade, quatro lideranças da Diretoria do Conselho Sinodal, quatro lideranças comunitárias e quatro Ministros. O próximo passo desta Comissão é a visitação das Paróquias, visando a auxiliar lideranças das Comunidades em dúvidas pontuais. Um dos objetivos da gestão sinodal 2015-2018 tem sido o fortalecimento das Coordenações Sinodais (Comunicação, Culto Infantil, Juventude Evangélica, Legião Evangélica, Liturgia, Música, OASE, Terceira Idade, Trabalho com Casais e Diaconia e Trabalho com Pessoas com Deficiência - PPD), pois cada Coordenação tem potencial para Formação continuada de lideranças comunitárias. Os encontros promovidos pelas Coordenações, além de oferecerem momentos celebrativos, são espaço de Formação.

Secretaria da Ação Comunitária A caminhada de diferentes instituições de ação diaconal da IECLB conduziu a um encontro muito especial, em Florianópolis/SC, nos dias 17 e 18 de junho de 2015. Com apoio da Secretaria de Ação Comunitária da IECLB e da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), a Rede de Diaconia congregou 24 instituições do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O principal ponto da pauta foram esclarecimentos e orientações sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, a Lei 13.019/2014. Essa lei possibilita que a ação diaconal possa se fortalecer nos objetivos comuns com o poder público, executando políticas públicas nas áreas de assistência, educação, justiça, saúde e outras. A Lei regula e fortalece as instituições que colocam os seus serviços de cuidado e compaixão à disposição de milhões

de pessoas, da infância à velhice, que vivem em situação de fragilidade, perda de direitos e em contextos de violência. As representações das instituições presentes também discutiram temas como justiça de gênero, redução da maioridade penal e relações entre instituições e comunidades, trazendo questionamentos comple-

xos sobre a influência da mídia na formação de opinião da maioria da população brasileira. Destacou-se a necessidade das pessoas cristãs luteranas conhecerem e enxergarem os riscos à vida que muitas pessoas correm. As 47 pessoas presentes saíram motivadas e fortalecidas a continuar desenvolvendo ações sociodiaconais na certeza de que não caminham sozinhas nesta missão de serem sal e luz no mundo. Além das instituições diaconais, estiveram presentes no encontro a Fundação Luterana de Diaconia, a Coordenação de Diaconia e a Presidência da IECLB, representada pelo Pastor 2º Vice-Presidente, P. Inácio Lemke.

Diác. Ms. Carla Jandrey Coordenadora de Diaconia e Diaconia Inclusão da IECLB Secretaria Geral da IECLB


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Fé Luterana 11

O verbo eterno O canto como expressão de fé De forma geral, a música faz parte da nossa vida. Cantamos e ouvimos música nas diferentes situações da nossa vida: quando estamos alegres, tristes, de luto, quando vencemos obstáculos ou até mesmo quando nos sentimos derrotados. A música está sempre presente. É pela música que, muitas vezes, revelamos o que se passa em nosso ‘interior’. Assim expressamos sentimentos: amor, carinho, gratidão, saudade, dor, mágoa, solidão... Também na Igreja: em cultos, celebrações, reuniões e encontros, o canto e a música são parte muito importante. Naturalmente, não podemos pensar em uma ‘canção qualquer’, ou seja, simplesmente cantar. Claro que até é possível, mas, assim como mensagens e prédicas precisam ser bem preparadas para poder transmitir o que realmente pretendemos expressar, as músicas, os cantos também merecem receber uma atenção muito especial. No culto, por exemplo, nos diferentes momentos litúrgicos, é preciso pensar bem para escolher um canto que nos ajude a sentir e a expressar aquele momento. Também necessitamos estar atentos ao tempo litúrgico: Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, Tempo Comum e ainda às festa específicas, como Reforma, Ação de Graças, entre outras. Assim, o canto e a música são uma clara expressão de fé. Nós cantamos a nossa espiritualidade, o nosso sentimento, a nossa fé! A música e o canto são uma forma para se entrar mais profundamente em comunicação com o mistério da salvação que se realiza na

celebração litúrgica. Devem ser a expressão da fé e da vida de cada pessoa e de cada Comunidade, por isso o canto e a música não devem ser tratados como simples enfeite ou apenas para preencher espaços ou tornar a celebração mais alegre e animada. O canto e a música tornam possível uma participação, ao mesmo tempo, pessoal e comunitária, não devendo ser considerados privilégio ou tarefa de algumas pessoas, de um grupo, de um cantor ou do coral. A ação de cantar é de toda a Comunidade. É maravilhoso quando um grupo ou um coral se apresenta, mas não podemos deixar de lado o canto da Comunidade, pois é um meio de expressar, de forma mais profunda, a sua fé. Como Igreja Luterana, a música faz parte da nossa história e isso desde os tempos da Reforma. Como luteranos e luteranas, cantamos e apreciamos muito a música em nossos momentos de culto e espiritualidade. A música nos ajuda a proclamar o Evangelho de forma mais alegre, cativante, com maior profundidade. A música e o canto nos auxiliam na preparação para ouvir a Palavra, bem como nos desafiam para uma resposta ao que foi anunciado. Até mesmo a pregação pode ser por meio da música, não só auxiliada ou complementada. O ritmo, a melodia, o estilo, o conteúdo e até mesmo o silêncio (uma pausa) nos ajudam a expressar a nossa fé com maior facilidade e intensidade. Para refletir, leia o Salmo 98

P. Guido Broenstrup, formado em Teologia pela Faculdade EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral nas Paróquias Esperança de Salvador do Sul/RS, Trindade de Crissiumal/RS, Nova Petrópolis/RS e São Sebastião do Caí/RS, além de ter sido Pastor Distrital nos Distritos Eclesiásticos Yucumã, Santa Rosa e Imigrantes, no Rio Grande do Sul. Atua na Paróquia de Linha Nova/RS

Canto é mais do que somente letra e melodia

P. Bertilo Schneider, Atua no Pastorado Escolar do Colégio Pastor Dohms, em Porto Alegre/RS

Quem canta seus males espanta, é uma expressão conhecida e muitos a expressam como forma de animar um ao outro. Ela aparece no livro de Dom Quixote de La Mancha, escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes há mais de 400 anos. Entretanto, a forma mais antiga dessa expressão já é encontrada em escritos entre 37 e 30 a.C. No original, ela diz: quem chora ou canta fadas más espanta. Não se sabe ao certo como a frase encurtou, mas acredita-se que tenha sido por causa de Dom Quixote, que dizia: quien canta sus males espanta. A frase é tão conhecida, porque aborda, como nenhuma outra, a eterna luta entre o sonho e a realidade, um fenômeno essencialmente humano do qual nenhum de nós está afastado. É claro que as primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios sonoros, por isso não podemos saber exatamente quando nasceu a música ou mesmo quando o ser humano começou a usar a sua voz para produzir melodias. No entanto, há registros de que o homem das cavernas já produzia alguma música, que, quando associada à dança, servia para reverenciar os deuses, ganhando, assim, um sentido religioso. Cada um de nós tem os seus segredos interiores, assim como o seu jeito de observar as coisas e a natureza. Jesus mandava observar os pássaros e, certamente, não só para ver como agiam, mas também para ouvir como eram felizes. Escutei uma resposta interessante à seguinte pergunta: ‘Você gosta de olhar os passarinhos cantando felizes?’ Resposta: ‘Não, eu gosto de observar os passarinhos felizes por estarem cantando’. Essa inversão na frase resume uma questão filosófica complexa: Afinal, o passarinho canta porque é feliz ou é feliz porque canta? É claro

que se trata de uma metáfora, cujo objetivo é alertar para a relação entre a atitude e o estado de espírito. Em todos os casos, o ‘cantar’ é um exemplo de atitude impulsionada por forças positivas, capazes de promover mudanças internas e externas. Então, podemos dizer - o canto é mais do que transmitir mensagens um ao outro, ele expressa os sentimentos, as angústias e as alegrias mais íntimas, por meio da voz. Cantar é algo que cada pessoa traz dentro de si, inspiração provida de partes desconhecidas da alma. O som que a voz traz com o canto é algo que somente o subconsciente consegue decifrar. Talvez seja a expressão dos sentimentos humanos que, ao mesmo tempo, traz consigo uma mensagem a todos que escutam. Se olharmos para os nossos hinos no HPD, talvez tenhamos uma resposta, porque constantemente temos necessidade de compor novos cantos e confeccionar novos hinários. A letra e a música, por mais significativas sejam, não alimentam a alma para sempre. Cantar é falar a poesia da alma. A Igreja de Cristo sempre buscou esse objetivo. Se a Igreja é da Palavra, o nosso desafio é ainda maior na atualidade: como se comunicar para saciar a alma humana sedenta? Venham todos e louvemos ao Deus eterno! Cantemos com alegria... ao nosso Salvador! Para refletir, leia o Salmo 95.1


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Geral

Educação cristã

vivendo, aprendendo e ensinando

Sabores e movimentos no Ensino Confirmatório - Comer rúcula para estudar a história do povo de Israel? Criar gestos para um hino que compara o Espírito Santo ao vento? Jogar dominó para avaliar o aprendizado sobre o espaço celebrativo na Comunidade? O que isso tem a ver com o Ensino Confirmatório? Tudo! O Ensino Confirmatório é uma etapa privilegiada na caminhada de fé. Infelizmente, muitos adolescentes tem apenas nesse período o seu primeiro contato com a fé cristã e outros tantos interrompem a sua participação na vida comunitária após a Confirmação. Além disso, estamos diante de uma geração que, na sua maioria, não se contenta em apenas ouvir sobre a Palavra de Deus, mas tem a necessidade de falar e agir enquanto aprende. No início do ano, ao perguntar a um grupo sobre as suas expectativas em relação ao Ensino Confirmatório, ouvi a vontade unânime: ‘Que seja legal!’. Somou-se a isso a vontade de adquirir sabedoria, ter amigos e aprender bastante. Será possível alcançar tudo isso em menos de dois anos e ainda de uma maneira ‘legal’? Sem dúvida, é um desafio e tanto! Nesse sentido, o material Compartilha tem contribuído bastante. Propostas que estimu-

lam a pesquisa, a lógica e o paladar dinamizam os encontros e favorecem o diálogo e a comunhão. Confirmandos e Confirmandas vão se envolvendo com todo o corpo e adquirem coragem para partilhar experiências e dúvidas. Um dia desses, uma Confirmanda perguntou: ‘Por que a Bíblia geralmente tem capa preta e sem graça, enquanto outros livros tem capa colorida e bem chamativa?’ Pensei por alguns instantes. De certa forma, ela não deixava de ter razão na sua reflexão. Entretanto, cheguei também à conclusão que utili-

zei na minha resposta: ‘As capas são pretas e ‘sem graça’, porque o mais importante está dentro’. Lembrando de uma frase de

Daniela Hack, Ministra Religiosa Candidata à Catequista, com atuação em Gramado/RS

Sobre o que ‘nós’ estamos conversando pelo caminho? Joice Andreize Guntzel dos Santos, representante do Sínodo Mato Grosso no Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje)

Martim Lutero, complementei: ‘é preciso abri-la, lê-la e relê-la com atenção, pois ela é como uma erva: quanto mais manuseada, mais perfume exala’. A responsabilidade de dar testemunho da fé cristã ao público adolescente é grande. Ao mesmo tempo, desafia-nos a refletir sobre os fundamentos da nossa própria fé. O que lembramos sobre a história do povo de Israel? Temos refletido sobre a ação do Espírito Santo em nossa vida? Quais são os objetos e elementos presentes no lugar onde celebramos culto? Converse com um Confirmando ou uma Confirmanda a respeito de rúculas, dominó e gestos para um hino sobre vento e Espírito Santo e, provavelmente, encontrará essas respostas.

Pastorado Missionário em Palmeira das Missões O Pastorado de Palmeira das Missões/RS está integrado nos trabalhos da Paróquia de Chapada/RS, no Sínodo Planalto Rio-grandense. Foi um sonho de muitos anos, planejado e organizado, aos poucos, pelo conjunto da Paróquia

de Chapada. Com o Fundo de Missão Vai e Vem, ganhou-se em força e, principalmente, agilidade. Conquistas pensadas para um futuro distante se anteciparam. Assim, compramos e reformamos totalmente uma moradia pastoral, adquirimos um segundo veículo para a Paróquia e finalmente contratamos a primeira Pastora para atuar nesse campo. Em fevereiro de 2012, a Pa. Mariele Daiana Lamb iniciou o seu Pastorado residindo em Palmeira das Missões. De lá para cá, esse trabalho se solidificou. Aos poucos, a Paróquia de Chapada percebeu que pode ‘andar com as pró-

prias pernas’ e sustentar o segundo pastorado. Herdamos as Comunidades de Bela Vista e de Três Passinhos, oriundas da Paróquia de Xingu. Vivemos o nosso jeito de ser Igreja: alegre, participativa, integrada na sociedade maior e com as portas abertas a quem deseja conviver e celebrar conosco. Neste ano, a Comunidade realizou o Encontro Paroquial da OASE com o tradicional Café Colonial. Na mesma semana do Café, tivemos a chegada da Pa. Betina Schlittler Cavallin (a Pa. Mariele solicitou transferência para a Paróquia de Tenente Portela/RS), instalada no dia 11 de julho, em culto que contou com a participação do Pastor Sinodal, P. Ricardo Cassen, do Pastor local, P. Carlos Frühauf, e de Pastores e Pastoras do Sínodo Planalto Rio-grandense. P. Jonas Ronei Gunsch Coordenador Sinodal da Campanha Vai e Vem no Sínodo Planalto Rio-grandense

A tecnologia está presente em todos os lugares, inclusive nas nossas Comunidades, dificultando o bom diálogo ‘olho no olho’. Apesar de, algumas vezes, interromper a convivência, sabemos que esta mesma tecnologia é um meio de comunicação fortíssimo. Como nós, jovens, estamos usando este precioso meio de comunicação? Sendo Igreja da Palavra, temos o dever de comunicar, mas não pense que é simplesmente pelo fato de ‘sermos’ Igreja da Palavra, mas por ‘sermos’ filhos e filhas de Deus. Precisamos ser instrumentos de Deus, permitir que Deus adentre os nossos corações e nos use, como parte da sua Boa Nova: Que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração, sejam agradáveis na tua presença, ó Senhor! É necessário lembrar que não somos somente a geração cercada de tecnologia. Somos a GerAção JE. Geramos ação comunicando a Palavra, transmitindo a Boa Nova pelo caminho. Vamos fortificar esta afirmação: Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar, vamos repensar as nossas atitudes e usar este excelente meio de comunicação para espalhar a maravilhosa mensagem de Deus. Atualizar-se não significa afastarse dos ensinamentos de Deus. Muito pelo contrário, significa usar todos os nossos meios atuais para estarmos conectad@s com Deus, para estarmos conectad@s com os nossos irmãos e as nossas irmãs na fé. Vamos refletir sobre os nossos diálogos, as nossas atitudes pelo caminho que trilhamos, que, cada vez mais, parecem tentar nos impedir de anunciar a Palavra de Deus. Afinal, somos jovens! Somos GerAção JE! Somos Comunidade jovem - Igreja viva e vivemos comunidade, sendo Igreja da Palavra, sendo chamados e chamadas para comunicar. Importante é que, antes mesmo de comunicarmos a Palavra, devemos absorvê-la e compreendê-la, para que, assim, possamos vivê-la em toda a sua plenitude e transmiti-la às pessoas. A pergunta que Cristo faz para nós é simples: Durante a sua caminhada, sobre o que você, jovem, está conversando pelo caminho?


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Comportamento 13

Programa de Qualificação Funcional - III

P. Dr. Valério Guilherme Schaper, é Professor de Ética na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, e Coordenador Pedagógico do Instituto Sustentabilidade América Latina e Caribe, da mesma instituição, que conta com o apoio da Federação Luterana Mundial (FLM) e da comunhão de Igrejas luteranas da América Latina e do Caribe

Conta o livro bído necessários. Igreblico dos grandes ja sustentável precisa líderes, o livro de de pessoas dispostas Juízes, a história de a passar pelos procesuma escolha infeliz sos de transformação de liderança. A hisque as tornem lidetória é narrada no ranças sustentáveis. capítulo 9 do livro Tendo atingido a de Juízes. Conta-se sua maturidade, as ali que Abimeleque árvores oferecem convenceu o povo generosamente as de Siquém a aceitásuas flores, os seus lo como seu líder frutos, a sua sompara ocupar o lugar bra. Árvores são do seu pai, Gideão, fontes de serviço que morrera. A sempre ao dispor Igreja sustentável necessita de lideranças que, como árvores, ao encontrarem as condições propícias, primeira ação de de quem as busca: podem transformar lugares arrasados ou desertos em jardins Abimeleque, eleito para descansar, alilíder, foi matar os seus 70 irmãos para lutado por eles contra os midianitas. mentar-se, refrescar, relaxar. Em dias não ter concorrentes. Tendo sobrevi- Eles haviam desonrado a memória da de chuva, árvores também oferecem vido ao massacre, Jotão, correu para antiga liderança de Gideão, que fora proteção, abrigo. Igreja sustentável nealertar os moradores de Siquém. Ele chamado pelo próprio Deus para ser cessita de lideranças capazes de criar as lhes contou a fábula que segue abaixo. juiz de seu povo (Jz 6). Por que te- melhores condições para o engajamento de miam ficar sob a disputa de lideran- todos que desejam e que buscam colaborar. ça dos 70 filhos de Gideão, a cidade A fábula do espinheiro líder O tempo também deixas as suas Uma vez, as árvores resolveram pro- de Siquém submetera-se à tirania de marcas nas árvores. As secas, as chucurar um rei para elas. Então, disseram Abimeleque. Bem, a relação entre os vas excessivas, os ventos tempestuoà oliveira: ‘Seja o nosso rei’ e a oliveira moradores de Siquém e o novo líder sos, insetos, animais, fogo, violência respondeu: ‘Para governar vocês, eu teria não durou. Houve discórdia, luta e a ao redor. Tudo deixa registros nas que parar de dar o meu azeite, usado para morte de Abimeleque. árvores. Galhos se perdem, parte da Nesta fábula bíblica, temos um inte- casca é ferida, buracos surgem, mas as honrar os deuses e os seres humanos’. Aí, as árvores pediram à figueira: ‘Venha ser ressante ponto de partida para falar so- árvores são capazes de se regenerar, o nosso rei’. A figueira respondeu: ‘Para bre liderança sustentável: a imagem da ainda que demore. Igreja sustentável governar vocês, eu teria que parar de dar árvore. Comparar liderança com árvo- acolhe lideranças que têm condições de suos meus figos tão doces’. Então, as árvo- re não é usual (Josué Campanhã, Metá- portar o duro desgaste de acolher as dores res disseram à parreira: ‘Venha ser o nosso foras de liderança). No entanto, pode aju- e os tropeços das pessoas que circulam pelo rei’, mas a parreira respondeu: ‘Para go- dar muito, principalmente se pensamos dia a dia da Comunidade. vernar vocês, eu teria que parar de dar o em liderança sustentável. Avancemos Ainda que sirvam de decoração e meu vinho, que alegra os deuses e os seres um pouco explorando esta imagem. alimento, flores e frutos são os meios Uma árvore, por maior que seja, de perpetuação das árvores. Elas são humanos’. Aí, todas as árvores pediram ao espinheiro: ‘Venha ser o nosso rei’ e o nasce de uma semente. Ainda que to- sustentáveis porque são capazes de espinheiro respondeu: ‘Se vocês querem da a informação da futura árvore esteja fazer trocas generosas com o meio em mesmo me fazer o seu rei, venham e fi- na semente, ela precisa das condições que se encontram e respondem mequem debaixo da minha sombra. Se vocês ideais e de cuidado para frutificar. lhorando continuamente o seu meio. não fizerem isso, sairá fogo do espinheiro e Mais determinante ainda é que, no Igreja sustentável necessita lideranças queimará os cedros do Líbano’ (Jz 9.8-15). interior da terra, a semente necessita que, como árvores, ao encontrarem as morrer para germinar. Isso é bem difí- condições propícias, podem transformar Ao interpretar esta fábula, Jotão cil. É preciso abandonar a sua forma lugares arrasados ou desertos em jardins. lembrou aos moradores de Siquém prévia para adquirir o novo formato de Como árvores, lideranças sustentáveis que eles agiram de maneira vergonho- árvore, que começará pequena e cresce- também geram frutos, cujas sementes gesa, pois esqueceram que Gideão havia rá, se encontrar as condições e o cuida- ram novas árvores.

A mais decisiva nutrição das lideranças vem da Palavra de Deus É preciso considerar que as árvores vivem em biossistemas. Elas não vivem sozinhas. Elas estabelecem conexões, relações. Elas influenciam e sofrem influência. Elas também dependem do seu meio. Árvores vivem em regime interdependência. Igreja sustentável necessita de florestas de lideranças que convivam de forma interdependente, apoiando-se mutuamente. É fundamental não esquecermos que, por maior e mais forte que sejam, as árvores precisam de nutrição. Elas fincam as suas raízes no solo. Do seu meio, do seu contexto, retiram água e sais minerais. As suas folhas são voltadas para o alto, para o céu, onde buscam o ingrediente decisivo para a fotossíntese. Ao juntar, na fotossíntese, os elementos da terra com a luz solar, elas possibilitam a vida (troca de gás carbônico por oxigênio), mantendo o equilíbrio. Igreja sustentável baseia-se em lideranças que não temem admitir que a sua mais decisiva

Igreja sustentável Liderança sustentável

nutrição vem da Palavra de Deus, que buscam ativamente esta vivência espiritual e daí retiram as forças para se deixarem desafiar pelo chamado. A fábula nos ensina, porém, que as árvores escolhidas e que tinham plenas condições de, como árvores, exercer uma liderança sustentável conforme descrito acima, rejeitaram este convite. Cada uma tinha as suas razões. Negaram-se a colocar a serviço tudo o que tinham a oferecer. Bem, a história mostrou que, quando isso ocorre, a necessidade de liderança leva as pessoas a aceitarem espinheiros como líderes. Igreja sustentável deve estar em condições de discernir as lideranças, promovendo a liderança sustentável, pois somente ela serve ao futuro da igreja.


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Deutsche Seite

Der Besuch Gottes Es war einmal eine Frau. Der liebe Gott hatte ihr versprochen, sie heute zu besuchen. Darauf war sie sehr stolz und glücklich. Sie putzte das Haus, kochte was Gutes zu Essen und deckte sogar den Tisch für den Besuch. Und dann fing sie an, auf den lieben Gott zu warten. Auf einmal klopfte es an die Tür. Schnell öffnete die Frau, aber als sie sah, dass draußen nur ein armer Bettler stand, sagte sie: „Nein, geh heute deinen Weg! Ich warte eben gerade auf den lieben Gott, ich kann dich nicht aufnehmen und dir helfen!“ Und damit ließ sie den Bettler gehen und machte die Tür hinter ihm zu und wartete auf den Besuch. Nach einer Weile klopfte es wieder. Die Frau öffnete diesmal noch schneller als beim ersten Mal. Aber wen sah sie draußen stehen? Nur eine arme alte Frau. Die Hausfrau sagte ihr: „Ich warte heute auf den lieben Gott. Daher kann ich mich nicht um dich kümmern! Geh weiter!“ Und so machte sie der Alten die Tür vor der Nase zu und wartete auf den Besuch Gottes. Etwas später klopfte es nochmals an die Tür. Doch als die Frau öffnete - wer stand da? Ein zerrissenes und hungriges Kind, das sich ein wenig Brot und ein Dach über dem Kopf für die Nacht wünschte. Auch ihm sagte die Frau: „Ach, lass mich in Ruhe, Kind! Ich warte auf den lieben Gott! Ich kann dich nicht bei mir aufnehmen!“ Und das arme Kind musste weitergehen. Die Zeit ging hin, Stunde um Stunde. Es ging schon auf den Abend zu, und immer noch war der liebe Gott nicht zu sehen. Die Frau wurde immer unruhiger: „Wo bleibt denn der liebe Gott? Warum ist er nicht zu mir gekommen?“ Zum Schluss musste sie traurig zu Bett gehen. Bald schlief sie ein. Im Traum aber erschien ihr der liebe Gott. Er sprach zu ihr: „Liebe Frau! Warum bist du traurig? Dreimal habe ich dich heute besucht und dreimal hast du mich vertrieben! Du hast mich nicht erkannt und hast mich nicht eingeladen, rein zu kommen.“ Wir können diese Frau gut verstehen. Wer würde Gott nicht gerne einmal begegnen? Auch ich, der an Gott glaubt, würde ihn gerne einmal treffen – schreibt der Theologe Werner Forneberg. Und er fügt hinzu: Die Gefahr aber ist, wenn wir Gott begegnen wollen, dass wir übersehen, dass er uns bereits täglich begegnet. Er begegnet uns in unseren Mitmenschen, in dem Kind, das etwas von unserer Zeit haben möchte. Gott begegnet uns in dem alten Menschen, der sich über einen Besuch freuen würde. Auch in dem Freund, der sich über eine Einladung zum Abendessen freuen würde. Gott begegnet uns in dem unbekannten Menschen, der uns im Alltag trifft und sich über ein schönes Lächeln freut. Gott begegnet uns auch in jedem Menschen, der auf dieser Welt hungert oder traurig ist. Wenn die Frau ihre Tür den armen Bettlern geöffnet

Pfarrer Jaime Jung

Gott ist mit dir auf allen Wegen und begegnet dir in jedem Mitmenschen

hätte und ihnen zu Essen und Trinken gegeben hätte, wäre sie glücklich und zufrieden ins Bett gegangen, weil sie anderen Menschen geholfen hätte und diese damit glücklich gemacht hätte. Forneberg sagt auch: Es ist nicht der Wille Gottes, nur deshalb an ihn zu glauben, damit wir einen Vorteil haben können. Gott wünscht sich, dass wir im Glauben an ihn uns um unsere Mitmenschen kümmern und sie glücklich machen. Dabei geht es nicht immer darum, dass wir, um zu helfen, Geld dafür aufwenden müssen. Oft genügen bereits ein freundliches Wort, eine liebevolle Hilfe, ein strahlendes Lächeln, um dem Anderen den Alltag zu erleichtern und zu erhellen. Lasst uns unseren Mitmenschen Liebe schenken, Freundlichkeit, Freude, Fröhlichkeit, Zuversicht, Hoffnung. Und wenn wir das tun, wird uns ein Glücksgefühl erfüllen und wir werden ein wenig spüren können, wie es sein könnte, bei Gott zu sein. Christus hat keine Hände, nur unsere Hände, um seine Arbeit heute zu tun. Er hat keine Füße, nur unsere Füße, um Menschen auf seinen Weg zu führen. Christus hat keine Lippen, nur unser Lippen, um Menschen von ihm zu erzählen. Er hat keine Hilfe, nur unser Hilfe, um Menschen an seine Seite zu bringen. Gebet aus dem 14. Jahrhundert Gott sei vor dir, heute und morgen, um dir den neuen Tag zu öffnen. Gott sei neben dir, immer und ewig, um wie ein guter Freund dich zu lieben. Gott sei hinter dir, um dich zu stützen, und du brauchst keine Angst zu haben. Gott sei unter dir, um dich zu tragen, wie eine gute starke Erde. Gott sei in dir, in deinem Herzen, um dich zu trösten, wenn du allein bist. Gott sei um dich herum, um dich zu beschützen, dass dir nichts geschehe. Gott sei mit dir auf allen Wegen, dass du nicht stolperst und dir nicht wehtust. Gott sei über dir, um dich zu segnen, weil er dich lieb hat und immer da ist. So segne uns der allmächtige Gott - der Vater, der Sohn und der Heilige Geist. Amen. Segen aus Irland


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Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.

Entre em contato conosco!

Bodas de Diamante A família Jauer, com grande alegria, compartilha com a IECLB a graça concedida por Deus de comemorar, em família, no dia 25 de julho de 2015, na Comunidade da Linha Encruzilhada, pertencente à Paróquia de Novo Xingu/RS, as Bodas de Diamante do casal

Aniversário É com alegria que as famílias Hahn e Borchardt expressam a sua gratidão ao querido Deus por tê-las em seu convívio. Anita Hahn (nascida Törnquist) completou 90 anos de vida no dia 17 de março de 2015. Lusina Borchardt (nascida Törnquist), sua irmã, completou 88 anos de vida no dia 21 de junho de 2015. As irmãs residem em Sarandi/ RS e Nova Boa Vista/RS, respectivamente. Estas datas são repletas de alegrias, histórias, lutas e conquistas. Parabéns por essas datas e que Cristo Jesus continue iluminando-as com muita saúde e força. Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará. Salmo 37.5 Com carinho, dos seus filhos, genros, noras, netos e bisnetos

SANTINA E ALFREDO JAUER Na comemoração das Bodas, foi realizado um culto de Ação de Graças e renovação dos votos matrimoniais, juntamente com o Batizado da neta mais nova, Gaby, que nasceu no dia 29 de junho de 2015. Santina, hoje com 77 anos de idade, nasceu no dia 14 de agosto de 1937, na antiga Linha Rondinha - Sarandi/RS. Alfredo, atualmente com 80 anos de idade, nasceu no dia 22 de setembro de 1934, no então Distrito de Erechim - Getúlio Vargas/ RS. Da união, abençoada por Deus, o casal tem hoje cinco filhos, quatro filhas, cinco noras, três genros, vinte e um netos e netas e sete bisnetos e bisnetas. Santina e Alfredo casaram no dia 30 de julho de 1955 e receberam a Bênção Matrimonial no dia 7 de agosto de 1955, na mesma Comunidade da Linha Encruzilhada, sob o lema: Eu e minha casa serviremos ao Senhor. Josué 24.15

Falecimento

Cadastro No dia 18 de junho de 2015, às 5h30, faleceu, no Hospital Unimed de Ijuí/RS HELMUTH ADOLFO MARKUS

Deus chamou para a morada eterna, o nosso querido esposo, pai, avô e bisavô, que era membro da Paróquia Boa Nova, da Comunidade Martim Lutero de Panambi/ RS, na qual era atuante e fazia parte do Coral Mensageiros da Comunidade. Helmuth também já havia participado de Diretorias da Igreja e também de corais da Igreja desde seus 14 anos de idade, sempre atuante, perseverante e jamais faltando nos ensaios, exemplo aos demais pela sua alegria e satisfação em poder louvar ao Senhor Jesus. Helmuth Adolfo Markus, filho de Lydia e Reinholdo, nasceu em Panambi, no dia 11 de maio de 1934, e faleceu aos 81 anos de idade, deixando enlutados a sua esposa, Gerda, os seus filhos, Hedi, Hugo e Isolde, a sua irmã, Nelsa, netos, bisnetos e demais familiares e amigos. Agradecimentos aos Pastores Danilo Staroski e Elton Klein e a Ildo Beuter pelas palavras de consolo, ânimo e orações. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos. Salmo 119.105

Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev, o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-lo informado sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contato com a Mariana Ferreira pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano

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UNIÃO

dos cristãos

Falando sobre o Tema da IECLB para 2015, Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar, sentimos o quanto está sendo desafiadora a comunicação! Temos trabalhado o Tema do Ano de forma que todas as Coordenações Sinodais desenvolvam os seus trabalhos na direção proposta pelo Tema. Consequentemente, também nas Paróquias e Comunidades têm sido desenvolvidas reflexões que direcionam o trabalho pelo mesmo caminho. Como Igreja da Palavra, temos muito a dizer às pessoas que, diante de perguntas existenciais, têm andado por caminhos de medo, angústia, individualismo e solidão. Constantemente, pessoas perguntam: Como é possivel comunicar a verdade em meio a tantas mentiras enraizadas na nossa sociedade? Nunca esqueçamos da verdadeira comunicação, que leva em consideração as necessidades humanas e valoriza a pessoa pelo que ela é e não pelo que ela tem. Nesse sentido, são muito marcantes as experiências feitas com grupos no Sínodo, que têm a oportunidade de experimentar novos sentimentos a partir do desenvolvimento do Tema do Ano. Nos dias 23 e 24 de maio deste ano, foi realizada, na Paróquia União de Montenegro/RS, a 1ª Noite do Pijama com @s Confirmand@s do 1º e 2º anos. A Comunidade de Santos Reis sediou o evento, que

GRATOS POR TUDO O QUE SOMOS

contou com a participação de 18 Confirmand@s, uma ex-Confirmanda, que participou do teatro, a Orientadora Rosa Kauer, a Teóloga Lorraine Araújo e mais dois casais do Presbitério da Comunidade, que prepararam a alimentação, bem como ajudaram a cuidar d@s Confirmand@s. A programação foi baseada no versículo bíblico do Lema da IECLB 2015, conforme o Evangelho de Lucas 24.17: Então, Jesus perguntou: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? Após o jantar, os Confirmandos foram convidados a percorrerem o caminho de olhos vendados e pés descalços. Com auxílio de guias, eles andaram sobre materiais que fazem parte dos nossos caminhos, como areia, brita, grama, tapete, etc., além de obstáculos, como um viaduto e uma ponte. Os Confirmandos experimentaram o amargo e o doce e foram ungidos no final. Dentre os vários comentários, um Confirmando disse que a parte ruim do caminho foi igual àquela que Jesus percorreu, carregando a sua cruz. Muitas emoções, meditação, amizades, brincadeiras e cantos novos ficarão na lembrança deles. Ao finalizar, todos oraram com as suas mãos nas mãos dos outros, formando a união dos cristãos, que, por meio da Palavra de Deus, pedem e agradecem por tudo o que temos e somos.

Viajar faz um grande bem!

“A proposta da IECLB de termos um Tema do Ano acompanhado de um Lema Bíblico a cada ano (ou a cada dois anos, como já aconteceu) tem provocado reflexões e ações concretas no Sínodo Nordeste Gaúcho. O material produzido pela IECLB a cada ano, como o Caderno de Estudos, tem sugestões riquíssimas e muito práticas”, relataram Rosa Maria Kauer, Orientadora de Culto Infantil e Ensino Confirmatório, além de Tesoureira da Paróquia União em Montenegro/RS, e a Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer, Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho

Roteiros PLAN VIAGENS | 2015

Conheça a Europa com a PLAN VIAGENS Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos Caminhos das Festas: cultura e tradições

Muitos caminhos e temáticas para curtir!

09/08 – 29/08 01/09 – 19/09 22/09 – 08/10

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BRECHÓ DA solidariedade

“Em 2008, quando foi lançada a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, os membros e os Departamentos da Paróquia de Nova Hartz/RS foram motivados pela Pa. Tânia Cristina Weimer a colaborar com a Campanha. O Culto de Lançamento, sob o tema Missão de Deus - Nossa Paixão, ajudou a Comunidade a entender e ter consciência do significado de ser solidário com o próximo e que divulgar a Palavra também faz parte da missão de Deus.”, relataram os participantes do Grupo Amigos do Canto, da Comunidade de Nova Hartz, no Sínodo Nordeste Gaúcho

No lançamento da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, em 2008, cada Departamento do Sínodo Nordeste Gaúcho recebeu uma Bíblia para, de diferentes maneiras, semear a Palavra. Além disso, os Departamentos foram desafiados a ‘pensar’ em formas de arrecadação para contribuir com a Vai e Vem. Os Departamentos se esforçaram! Pessoas foram visitadas, roupas e alimentos foram arrecadados, a Comunidade se mobilizou e foram realizados almoços, pedágios, vendas de canetas e adesivos... tudo em prol da missão de Deus, que virou a nossa paixão e não parou mais! A partir deste desafio, o Grupo de Canto Amigos do Canto teve a ideia de fazer um brechó, o Brechó da Solidariedade. O resultado foi tão maravilhoso e gratificante que nos sentimos animados, diante de tudo o que ‘vimos e ouvimos’, a continuar com a ação dos brechós. Hoje, sete anos depois, com a 14ª edição do Brechó da Solidariedade, realizada no último dia 25 de abril, continuamos a nos sentir cada vez mais gratificados pela decisão, lá em 2008, de aceitar o desafio lançado pela nossa então Ministra, Pa. Tania Cristina Weimer. Ao longo desses anos, a cada Brechó, contribuímos com a Campanha

REALIZANDO A MISSÃO DE DEUS

de Missão da IECLB. De para cá, foram muitos os gestos de missão em favor de grupos e entidades que acolhem e trabalham por pessoas e causas nobres, ligados ou não à IECLB, como o Lar Padilha, em Taquara/RS, o Asilo Pella Bethânia, em Taquari/RS, além da Apae, da Liga de Combate ao Câncer e do Projeto Crescer, os três em Nova Hartz. Assim como a Campanha Vai e Vem, também o Brechó da Solidariedade é uma estrada com várias vias de missão: doação (peças do vestuário e tempo dos envolvidos), organização e divulgação (da ação) e serviço (as pessoas carentes adquirem produtos a um custo baixo). Mais: a renda arrecadada ainda vai beneficiar entidades que abrigam pessoas carentes. Na verdade o Brechó da Solidariedade é um constante Vai e Vem, pois vem: doação, público e renda, o que vai beneficiar muitas pessoas necessitadas. Esta é a realização da grande missão de Deus! Na Campanha de Missão Vai e Vem, as contribuições irão favorecer Comunidades carentes da Palavra de Deus, ajudando a estabelecer um Ponto de Pregação ou de encontro para as famílias.


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