Jorev Luterano - Junho - 2015
2
Editorial
A Palavra e o mútuo consolo
E
m 2015 e parte de 2016, vamos continuar a ‘visita’ que o Jorev faz aos Sínodos da IECLB, iniciada em 2009, e completar esse ciclo de intercâmbio de ações e experiências. Começando na primeira edição do ano, dedicamos as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente) a um Sínodo de cada vez. Nesta edição, é o Sínodo Espírito Santo a Belém que responde: Em que estágio se encontra a implementação do Planejamento Estratégico nas Comunidades no Sínodo?, O que tem dado certo no âmbito da Comunicação (com o objetivo de, como Igreja, cumprir a missão de Deus) na área de abrangência do Sínodo?, Na região do Sínodo, quais são as ênfases para a qualificação de Ministros e a capacitação de leigos? Como o Tema do Ano, ou seja, a proposta de uma única temática a ser refletida durante o ano por toda a Igreja, auxilia o Sínodo a promover
a unidade dentro do seu campo de atuação? e O quanto a promoção de uma Campanha nacional de missão, a Vai e Vem, auxilia no sentido da conscientização para a solidariedade entre os membros desta Igreja? Na Editoria Atualidade, leia sobre a comemoração de 25 anos do Fórum de Reflexão da Mulher Luterana, em evento realizado na Casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo/RS, no Domingo de Pentecostes. Na Editoria Presidência, Dia do Past@r, Dia do Ministr@! - Sobre o que @s Ministr@s estão conversando pelo caminho? é o título da Mensagem, de autoria do P. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500
Sobre o que @s Ministr@s
anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2015, todos os textos são escritos à luz do Tema do Ano: Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar. Nesta edição, o P. Dr. Lothar Hoch apresenta a reflexão A Palavra e o mútuo consolo dos irmãos. Na Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, dois Ministros, uma Pastora e um Pastor, discorrem sobre Palavras e atos que consolam. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. Programa de Qualificação Funcional - I ganhou destaque na Editoria Comportamento. Die Glocken rufen zur Kirche é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!
estão conversando pelo caminho? é o título da Mensagem da Presidência
Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Ferreira Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
jorev@ieclb.org.br
Este espaço é seu! A sua opinião é fundamental no nosso trabalho. Conhecer as suas preferências, ouvir as suas dicas de pauta, as suas sugestões para o jornal e os seus comentários sobre as matérias e as meditações é muito importante para que possamos oferecer um Jorev sempre melhor para você.
Bom jornal
Faça o seu Jorev Luterano. Escreva para nós e participe! Estamos esperando o seu contato!
Com carinho, Luiz Artur Eichholz Panambi/RS
A vocês todos do Jorev Luterano, que fazem um jornal tão bom para a nossa Igreja, que perseverem no vosso trabalho, para que o bom jornal continue sempre a chegar ao lar de milhares de pessoas!
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
Revisão Margret Reus Administrativo Mariana Ferreira
Muito rico em comunicação
Capa
Imagem que busca remeter ao apoio e ao consolo mútuo entre os irmãos e as irmãs, como ilustração do artigo publicado na série especial Lutero - Reforma: 500 anos deste mês. Leia matéria especial na Editoria Unidade, páginas centrais.
Sou assinante do Jornal Evangélico Luterano há muitos anos! Em Curitiba/PR, faço parte de um grupo da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase) e, na minha casa no litoral, também participo de um grupo de mulheres luteranas que se reúne uma vez por mês. Nestes encontros, sempre comentamos sobre as notícias publicadas no Jorev, especialmente as mensagens de Pastores e Pastoras e a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, que dá um bom resultado. Então, o jornal da nossa Igreja é muito rico em comunicação! Parabenizo toda a equipe do Jorev! Abraços, Nadir Neiverth Curitiba/PR
ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios
Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorev@ieclb.org.br
Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
w w w . l u t e r a n o s . c o m . b r Assinatura anual - 11 edições - R$ 33,00
• Doc bancário • Cheque cruzado e nominal à IECLB - Jorev Luterano Enviar o cheque via carta registrada para o nosso endereço • Depósito Identificado em nome da IECLB - Jornal Evangélico
Banco Bradesco - Ag. 0491-0 C/C 576.176-0 Banco do Brasil - Ag. 010-8 C/C 153.000-3 Banco Sicredi - Ag. 0116 C/C 8376-3 Escolha o banco da sua preferência e, após efetuar o depósito, envie o comprovante via fax.
Solicite a sua assinatura via Portal Luteranos
Jorev Luterano - Junho - 2015
Curtas
Comitiva da EKD
visita a Faculdades EST Aconteceu na quarta-feira, 13 de maio, a visita da Delegação do Conselho Diretor da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD, na sigla em Alemão) a Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. O objetivo da visita foi acompanhar o trabalho das Igrejas parceiras da EKD. A Comissão foi recebida pelo Reitor, Prof. P. Dr. Wilhelm Wachholz, pelo Pró-Reitor de Gestão, Prof. Me. Verner Hoefelmann, e pelo PróReitor de Pós-Graduação, Prof. P. Dr. Rudolf von Sinner, no Instituto de Ética, onde conversaram sobre a situação atual da Faculdades EST. A Comitiva visitou o Conselho Diretor da Igreja Evangélica na Prédio F, onde está o Pro- Alemanha acompanha o trabalho das Igrejas parceiras na América Latina grama de Pós-Graduação (PPG-EST), que passou por reformas e adequações, principalmente com relação ao ambiente sustentável, e também acompanhou as obras de restauro do Prédio H. A EKD está dividida em 20 Igrejas territoriais (luteranas, reformadas ou unidas) que são autônomas, mas coordenadas mediante o Conselho (Diretor) da EKD. Atualmente, o Presidente do Conselho é o Bispo da Igreja Evangélica Luterana na Baviera (ELKB, na sigla em Alemão), Prof. P. Dr. Heinrich Bedford-Strohm, que visitou a Faculdades EST com uma Delegação da Baviera e palestrou sobre Teologia Pública, em outubro de 2013. O Conselho pleno é formado por 15 membros e responde ao Sínodo da EKD. A Igreja Evangélica na Alemanha conta com uma administração localizada em Hannover, no norte da Alemanha. As Igrejas-membro somam mais de 23 milhões de membros em quase 15 mil Comunidades, além de fortes e importantes obras missionárias e diaconais, entre outras. A comitiva que visitou a EST foi composta pelos seguintes integrantes: Bispo Jochen Bohl, Vice-Presidente do Conselho, Bispo da Igreja Evangélica Luterana da Saxônia; Profª Drª Elisabeth Gräb-Schmidt, membro do Conselho, Professora de Teologia Sistemática/Ética na Universidade de Tübingen; Pastor Uwe Michelsen, membro do Conselho, Teólogo, Jornalista e Redator de TV aposentado; Pastor Dr. Fidon Mwombeki, membro do Conselho, Secretário Geral da Missão Evangélica Unida de Wuppertal; Profª Gesine Weinmiller, membro do Conselho, Arquiteta e Professora de Arquitetura na Universidade HafenCity de Hamburgo; Bispa Petra Bosse-Huber, Diretora do Departamento Ecumenismo e Trabalho no Exterior; VicePresidente Dr. Thies Gundlach, Diretor do Departamento Campos de Ação Eclesiástica e Formação, em especial é responsável pela área Fé e Diálogo; e Conselheira-mor Pastora Friederike Deeg, Assessora Teológica para América Central e do Sul.
Sobre o que o Conselho Nacional de Música está conversando? O Conselho Nacional de Música da IECLB reuniu-se entre os dias 1º e 3 de maio de 2015 na Paróquia Centro de São Paulo/SP. Motivadas e motivados pelo Lema do Ano da IECLB: Então, Jesus perguntou: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? (Lucas 24.17), fomos desafiadas e desafiados a responder à pergunta: o que vocês têm falado sobre Música nos Sínodos? Por meio dos relatos de pessoas conselheiras, construímos um mosaico a respeito do que acontece na área da música Brasil afora. Constatamos a intensa movimentação dos coros nos Sínodos, o reconhecimento de novas formações de grupos musicais, o cuidado com a formação de líderes musicais e o aumento de pessoas interessadas em Música na Igreja. Foi o que se percebeu nos eventos realizados em 2014, Fórum e Simpósio de Musicistas, os quais reuniram bom número de lideranças jovens interessadas em música na Igreja. Nesse sentido, percebemos a demanda de continuidade da promoção de eventos similares. Quanto mais nos comunicamos, mais nos fortalecemos mutuamente e percebemos a pluralidade do nosso fazer musical. Alinhadas e alinhados com o todo da IECLB, motivamos Comunidades e Musicistas ao cuidado especial com a Música como instrumento da ação missionária da Igreja. Para tanto, é necessário que se incentive a qualificação de lideranças musicais e se abra espaços para a promoção da Música nas mais diversas áreas da Igreja. Isso inclui necessariamente a reflexão sobre qual é a compreensão luterana da função da Música. Mus. Dra. Soraya Heinrich Eberle Coordenadora de Música da IECLB
OFERTAS NACIONAIS 21 de junho 4º Domingo após Pentecostes Missão com Literatura Evangelística A Comunhão Martim Lutero tem a tarefa de anunciar o Evangelho para dentro e para fora das Comunidades da IECLB por meio de folhetos evangelísticos, cartões, mensagens, pequenos escritos e outros materiais. A Missão da Literatura Evangelística é sustentada em seu trabalho por uma oferta nacional anual das Comunidades da IECLB e por ofertas espontâneas sugeridas a quem solicita e faz uso dos materiais. As ofertas realizadas pelas Comunidades e Paróquias auxiliam a publicar e distribuir cerca de 420 mil folhetos, cartões e mensagens. A Comunhão Martim Lutero - Literatura Evangelística agradece pelas bênçãos derramadas sobre o seu trabalho na Igreja e pede que todos ofertem de maneira alegre e generosa em apoio à Missão com Folhetos e outros materiais da IECLB em Comunidades, hospitais, escolas, asilos, presídios e outras instituições. Resolução 095/2009 – O Conselho da Igreja, no uso de suas atribuições e para fazer frente às decisões conciliares, determina que: - em todos os cultos realizados nas Comunidades da IECLB ou durante eventos promovidos no âmbito da IECLB será efetuado o levantamento de uma oferta entre os presentes, em ação de graça; - a destinação da oferta observará, por questões de unidade eclesiástica, o Plano de Ofertas da IECLB, definido anualmente pelo Conselho da Igreja, ao qual são agregadas as destinações definidas pelo respectivo Sínodo e respectiva Paróquia; - o Plano de Ofertas se aplica a todas as Comunidades, Paróquias, Sínodos, instâncias centrais da IECLB e entidades que atuam no seu âmbito.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Maio/2015
3,7218
Índice Abril/2015
1,01%
Acumulado do ano
5,96%
3
Jorev Luterano - Junho - 2015
4
Atualidade
Fórum de Reflexão da Mulher Luterana celebra 25 anos de acolhida, diálogo e comunhão P. DR. ONEIDE BOBSIN
Espelhos e janelas Nada privado!
Por ocasião da última Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada no mês de abril, em Aparecida/SP, quis observar como a Igreja Católica iria se posicionar sobre os problemas brasileiros. De fato, os Bispos católicos se manifestaram sobre as questões tensas pelas quais passa o Brasil. Não correram das perguntas dos Jornalistas. Como sempre, a Igreja Católica continuou uma Igreja presente na vida pública da sociedade brasileira. Em uma das entrevistas na Rede Vida (TV Católica), um Bispo deu uma resposta apimentada e sem medo, olhando para dentro. O assunto era a perda de fiéis para as outras Igrejas. O Bispo não se fez de vítima, atribuindo o crescimento das outras às competências das que crescem ou incompetências de quem perde. Não, foi no ‘fígado’ da sua própria Igreja e disse ‘precisamos transformar os espelhos em janelas’. Deduzo que ele tenha ido ao coração dos problemas de muitas Igrejas e outras instituições e também de cada ser humano, ao propor a substituição dos espelhos por janelas. A proposta do Bispo nos remete aos antigos pomeranos. Quando alguém morria, cobria-se o espelho da casa, tido como símbolo da vaidade e que nos remete à frase bem conhecida de todos: ‘Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?’, perguntava a madrasta da Branca de Neve. ‘Deixe de olhar para dentro de si e olhe para fora, para os outros’, foi o conselho do monsenhor no filme dirigido por Paulo Betti, Cafundó. Enquanto todos morriam de peste, o jovem negro afogava na cachaça as suas dores: falta de emprego e traição da mulher amada. Caído no barro da rua, ouve do religioso a frase que mudou a sua vida. Evidentemente, a frase veio de um líder religioso cheio de autoridade por não ter abandonado os que estavam morrendo de peste, sem atendimento médico. ‘Deixem de olhar para o umbigo e para o espelho em atitude de autoadmiração e autopiedade’, é um ótimo conselho. Como disse o Bispo, onde há espelhos, vamos colocar janelas, as quais nos permitem olhar para fora. Afinal, as Comunidades primitivas nasceram de debates públicos, nas praças, conforme Atos dos Apóstolos, 19.23-41. Nada privado!
Existe alguém mais bonita do que eu?
As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.
E
m 24 de maio de 2015, Domingo de Pentecostes, foi realizado o culto festivo pelos 25 anos de existência do Fórum de Reflexão da Mulher Luterana. O local escolhido para agradecer a Deus pelos 25 anos de caminhada foi a capela da Casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo/RS. O culto foi precedido pela apresentação do trabalho de pesquisa feito pela Ir. Ma. Ruthild Brakemeier sobre as Mulheres da As comemorações aconteceram na Casa Matriz de Diaconisas Reforma, que forneceu uma visão de como era a vida das mulheres e como elas tivos. Assim surgiu o Fórum de Reflexão da Mulher Luterana, que tem âmbito nacional e eram vistas no tempo de Lutero. Ministrado pela Pa. Rosângela Stange, representantes dos 18 Sínodos da IECLB, mupela Cat. Dra. Erli Mansk, pela Ir. Ma. Gisela lheres enriquecidas com uma nova visão do Beulke, o culto teve a pregação feita pela mundo”, relata Vera. O Fórum promove encontros, seminários Pa. Sílvia Beatrice Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, com base na palavra bíbli- e palestras, com apoio da Faculdades EST e ca de Lucas 15.8-10, que fala sobre a parábola outros importantes segmentos da IECLB, que estendem-se às Comunidades. A cada novo da moeda perdida. A Pa. Ma. Ruth Leonora Winckler Musskopf encontro, novas propostas de assuntos são também participou da preparação e realiza- acrescentadas para reflexão. “O envolvimento das mulheres no Fórum ção do culto, que teve, ainda, a apresentação de um breve histórico da trajetória do Fórum, trouxe experiências significativas para, junfeita por Vera Leane Roth, uma das funda- tas, crescermos e escrevermos a história das doras e, por muito tempo, Coordenadora do mulheres na Igreja, colocando sinais de vida e esperança que irradiam a nossa fé em Cristo. Fórum de Reflexão. “Em 1990, quando aconteceu, em Curitiba/ Que possamos seguir firmes nessa missão que PR, a Assembleia da Federação Luterana Deus nos confiou, de sermos, fiéis aos seus Mundial (FLM), nós, mulheres da IECLB, ensinamentos, testemunhas vivas do seu não poderíamos imaginar a importância que amor, abraçando a causa da mulher na IECLB este acontecimento teria nas nossas vidas! e tornando mais visível os trabalhos de todas A FLM desafiou as mulheres ali presentes a as mulheres na Igreja”, deseja Vera Roth. Miriam Buss, membro da Coordenação se colocarem junto aos homens nas decisões do luteranismo em cargos decisivos nos seus do Fórum, conta que o movimento do Fórum respectivos países. Então, foi no ‘Recanto’, surgiu com o objetivo de motivar mulheres espaço destinado às mulheres da IECLB, que para a reflexão e o engajamento em temas despertamos para um novo olhar de ativida- atuais e de aproximar um pouco mais os dides junto aos nossos grupos”, lembrou Vera ferentes grupos de mulheres existentes em âmbito da IECLB. O Fórum também desejava Roth, ex-Coordenadora do Fórum. Naquele mesmo ano, as mulheres tiveram oferecer espaço para mulheres que não estaum encontro, na Casa Matriz, para uma ação vam ligadas a algum grupo na IECLB. “A semente lançada germinou, cresceu e que envolvesse representantes dos diversos segmentos da IECLB, como Ordem Auxilia- conseguiu alcançar diversos objetivos. Por dora de Senhoras Evangélicas (Oase), pro- meio de encontros e reflexões sobre temas fissionais liberais, Ministras e Agricultoras, atuais, o Fórum de Reflexão da Mulher Luterana proporciona acolhida, comunhão e para criar uma Secretaria da Mulher. “Nos encontros, falamos sobre o papel novos desafios para mulheres, por isso deseda mulher na Igreja e na sociedade, tendo jamos que Deus continue a derramar o seu como principal objetivo congregar a mulher, santo Espírito na vida das mulheres e que oferecendo-lhe espaço para diálogo, troca Ele dê muita sabedoria, ânimo e criatividade de experiências, informações e capacitação para todas as participantes do movimento do para liderança na IECLB. Não conseguimos Fórum de Reflexão da Mulher Luterana”, pechegar a um consenso para a formação da diu Miriam Buss, em nome do Fórum. Após o culto, aconteceu o almoço festivo, Secretaria da Mulher, por isso optamos por realizar ‘fóruns’, mas com os mesmos obje- no refeitório da Irmandade.
Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.
Av. Wilhelm Rotermund, 395 - Morro do Espelho - São Leopoldo Fone: (51) 3037-0037 | retiros@diaconisas.com.br | www.diaconisas.com.br
Jorev Luterano - Junho - 2015
Presidência
Dia d@ Past@r, Dia d@ Ministr@!
10
de junho, Dia d@ Past@r, Dia d@ Ministr@ - Ser Ministr@ é tarefa fácil? Não! Este é o sentimento compartilhado por muitos colegas com quem tenho tido oportunidade de dialogar. Ministr@s exercem funções de liderança! É fundamental que a gente se dê conta disto! James Hunter escreveu algo fundamental e que todos nós que exercemos funções de liderança deveríamos considerar: Todos vocês têm cargos de liderança e pessoas confiadas aos seus cuidados. Eu gostaria de desafiá-los [...] a começarem a refletir sobre a terrível responsabilidade que assumiram quando optaram por ser líderes. Isso mesmo, cada um de vocês se comprometeu voluntariamente a ser pai, mãe, esposo ou esposa, chefe, treinador ou treinadora, professor ou professora ou o que
quer que seja. Ninguém forçou vocês [...] e vocês estão livres para deixá-los quando quiserem. No local de trabalho, por exemplo, os empregados passam a metade do dia trabalhando e vivendo no ambiente que vocês criam como líderes. Eu me admirava, [...] ao constatar a forma displicente e até petulante com que os líderes desempenhavam essa responsabilidade. Há muita coisa em jogo e as pessoas contam com vocês. O papel do líder é extremamente exigente (O Monge e o Executivo, p.23-24). O que esta citação tem a ver com o exercício do nosso Ministério? Muito! Na Presidência, recebemos seguidamente boletins informativos de Comunidades. Após ler estes boletins, é possível perceber que Ministr@s, apesar da crise de autoridade que caracteriza a pós-modernidade, exercem uma função que tem autoridade no contexto da IECLB. A ques-
P. NESTOR FRIEDRICH Pastor Presidente da IECLB
Pa. 1ª Vice-Presidente da IECLB participa do dia da OASE Taquara
Jubileu reúne IECLB e IELB Junho 4-7/6 Assembleia do Sínodo Brasil Central Luziânia/GO P. Inácio Lemke
Na manhã do dia 28 de abril de 2015, reuniram-se, na Sede da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), em Porto Alegre/RS, os Pastores Presidentes da IECLB, P. Dr. Nestor Paulo Friedrich, e da IELB, P. Egon Kopereck, acompanhados das suas assessorias, além do Coordenador da Comissão do Jubileu dos 500 anos da Reforma, Zenar Eckert. O encontro teve como objetivo compartilhar e analisar os planos da Comissão do Jubileu com vistas às comemorações que acontecerão até 2017. Os Pastores Presidentes acolheram positivamente o que foi proposto pela Comissão, agregando as suas ideias e sugestões. Neste momento, cabe destacar que as Comunidades da IECLB e da IELB serão convidadas para realizar ações e propor debates públicos que divulguem a Teologia luterana e o testemunho das duas Igrejas em nosso país. Em 2017, ano do 500º aniversário da Reforma, milhões de pessoas cristãs, espalhadas pelos cinco continentes, estarão celebrando cultos e cantando louvores a Deus pelas dádivas advindas com o Movimento da Reforma Luterana, iniciado na Europa, no século XVI.
tão-chave, contudo, é: como, para que e no que canalizam esse ‘poder’, essa autoridade? Lendo um determinado boletim, ficou claro que a Pastora dessa Comunidade exerce o seu Ministério, a sua vocação, com autoridade, que se mostra na sua capacidade de influenciar, dar rumo, animar e corrigir – tudo para edificar, congregar, chamar, convidar, dar vasão à criatividade e aos dons dos membros, envolvendo os diferentes grupos da Comunidade. Ficamos curiosos com a lista de membros novos neste boletim e nos perguntamos: esse povo todo vem de onde? Esse boletim mostra que cuidado não é apenas um conceito, mas um valor e um gesto concreto que experimentamos na nossa caminhada. Que o Senhor da Igreja continue a iluminar, inspirar e guiar tod@s @s Ministr@s da IECLB!
......
Sobre o que @s Ministr@s estão conversando?
9/6 Conferência Ministerial do Sínodo Noroeste Riograndense Tenente Portela/RS P. Nestor Friedrich 14/6 50 anos da Oase de Picada Café Picada Café/RS Pa. Sílvia Genz 17-18/6 Encontro da Rede de Diaconia Florianópolis/SC P. Inácio Lemke 23-25/6 Seminário e Celebração de Jubileu de Prata de Ordenação Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich 30/6 Conferência Ministerial do Sínodo Nordeste Gaúcho Boa Vista do Herval/RS P. Nestor Friedrich
A OASE Núcleo Taquara/RS, no Sínodo Nordeste Gaúcho, realizou o seu Dia da OASE em 1º de maio de 2015, na Paróquia Evangélica de Três Coroas/RS. Reunindo cerca de 200 mulheres, a temática do encontro foi o Tema da IECLB para 2015, Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar, acompanhado do Lema, Então, Jesus perguntou: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? (Lucas 24.17), a partir de reflexões propostas pela Pa. Sílvia Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB. Prestigiaram o encontro a Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer, e a Presidente da Associação dos Grupos de OASE do Sínodo Nordeste Gaúcho, Rosani Elisabete Rothmann Blauth, que saudou a todas as pessoas presentes com o versículo de 2Coríntios 2.15: Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo. Durante todo dia, houve a participação dos Pequenos Cantores de Cristo, de Pelotas/RS. O encontro terminou com culto, Santa Ceia, bênção e envio, ministrados pela Diác. Sônia Hining, Ministra na Paróquia anfitriã.
Venâncio Aires celebra 131 anos A Comunidade de Venâncio Aires está presente na história do município gaúcho desde 1884, com a chegada do P. Wilhelm Ehemann, vindo da Alemanha. Eram poucas as casas do núcleo urbano e grande a presença de imigrantes alemães, principalmente nas áreas de colônia, fatores decisivos para a consolidação da IECLB na cidade. Em 1893, foi construída a primeira casa, que serviu de residência do Pastor, Igreja e escola. Em 1912, foi inaugurada a primeira Igreja e, em 1915, a casa paroquial. No dia da celebração dos 131 anos da Comunidade, a convidada especial foi a Pa. Sílvia Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, que saudou a Comunidade em nome da Presidência da Igreja e fez a pregação no culto comemorativo.
5
Jorev Luterano - Junho - 2015
6
Sustentabilidade
Sustentabilidade: um desafio à tarefa missionária que cabe à Igreja
Não é possível viver das glórias do passado enquanto os membros vão se dispersando e assumindo outras Comunidades de fé
O
texto que compartilho tem como premissa a ideia de que a Igreja, as suas Comunidades, as suas instituições e os seus serviços devem ser organizados na perspectiva da Sustentabilidade, exigência que está posta para toda a sociedade. Sustentabilidade é um termo utilizado nos estudos sobre o meio ambiente e na economia para se referir ao desenvolvimento sustentável, isto é, um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer o direito das gerações futuras de satisfazerem as suas necessidades. Trazendo para o contexto da Igreja, significa perguntar sobre as capacidades da Igreja em criar condições favoráveis para a sua missão, no presente e no futuro. Implica refletir sobre como a Igreja deve gerar os seus próprios recursos humanos, teológicos, litúrgicos e econômicos.
Trata-se de Sustentabilidade para a missão. É certo que se deve compreender que Sustentabilidade não se refere apenas à questão econômica, a fundos financeiros, mas a um processo mais amplo e que permite à Igreja, na atualidade e no futuro, exercer a tarefa missionária que lhe cabe. A IECLB, como Igreja de imigração, precisa constantemente perguntar sobre a sua missão no contexto atual: Que capacidades temos de elaborar estratégias, metodologias e concepções atualizadas de fazer missão? Qual é a nossa capacidade de aprender com Igrejas irmãs, com o movimento ecumênico? Qual é o valor e o conhecimento que se tem das novas iniciativas de ser Igreja? Como tudo isso é estudado, compartilhado e avaliado? Também devemos nos perguntar pelo peso que a cultura e a etnia exercem, o que aponta para a necessidade de superar um modelo de Igreja étnica e desenvolver formas inten-
Luterprev Responde
ajudando a planejar o seu futuro Você sabia que... ...há maneiras de economizar energia elétrica além daquelas óbvias, como apagar a luz quando não há ninguém no ambiente? Uma delas é priorizar a questão quando construir ou reformar a casa. Projetar os ambientes utilizando o máximo de luz natural, garantir ventilação adequada, pintar paredes e teto com cores claras, investir em isolamento térmico e certificarse de que os circuitos elétricos estejam bem dimensionados são ações que podem fazer a diferença. Sensores de presença, dimmers e fotocélulas também são bons aliados para evitar o desperdício. ...a partir de julho de 2016, não será possível comprar lâmpadas incandescentes no Brasil? A produção e a importação desse tipo
de lâmpada estão proibidas desde o ano passado, com o objetivo de cumprir os índices de eficiência energética estabelecidos e, a partir de julho do ano que vem, a venda será totalmente suspensa. Como a iluminação responde por 15 a 25% do valor da conta de luz dos brasileiras, a substituição dessas lâmpadas pelas de led ou fluoresentes faz muita diferença. ...a duração e a eficiência das lâmpadas de led e das fluorescentes compensam o seu preço? As lâmpadas incandescentes são baratas, mas muito pouco eficientes: duram em média mil horas e gastam mais energia, gerando mais calor do que luz. A vida útil média das fluorescentes, quatro vezes mais econômicas do que as incandescentes no consumo, sobe para 8 mil horas, mas a campeã é a lâmpada de led,
cionais de contextualização na realidade social e teológica brasileira, valorizar e incluir a musicalidade, os coloridos culturais que caracterizam cada região do nosso país. Também as experiências, as inteligências e os sonhos que fecundam o nosso imaginário cultural. Uma Igreja sustentável e missionária também precisa romper o modelo de manutenção. Significa não mais viver das recordações e dos saudosismos do passado na perspectiva de recuperá-las ou mantê-las. Não é possível viver das glórias do passado enquanto os membros vão se dispersando e assumindo outras Comunidades de fé. Os recursos financeiros também entram no diálogo quando o assunto é a Sustentabilidade. Trata-se do tema ‘fé e gratidão’ ou ‘oferta de gratidão’. Via de regra, as Comunidades organizam o Setor Financeiro a partir das atividades realizadas no ano anterior, que, se formos analisar, é uma repetição de muitos anos atrás, uma prática nada missionária, de pura manutenção e que não incluiu um olhar para frente. No Sínodo Espírito Santo a Belém, somos desafiados pela realidade urbana, que não exclui a complexidade de ser Igreja no interior. É importante criar novas dinâmicas eclesiais, atender os chamados que vêm da sociedade e jamais esquecer que Igreja é missionária ou, então, não é Igreja, é gueto ou clube. Igreja é Comunidade de fiéis cuja vocação é proclamar a Palavra e levar a cabo a missão de Deus no mundo. Eis o desafio e a bela tarefa da Igreja.
que dura 50 mil horas e é sete vezes mais eficiente do que as incandescentes. ...25 a 30% do consumo de luz de uma casa vêm do chuveiro elétrico? Então, além de diminuir o tempo do banho, é importante manter as saídas de água sempre desobstruídos e, principalmente, nunca reaproveitar resistências queimadas. Além de ser perigoso, isso aumenta o consumo de energia. Outra vilã, tão gastadora quanto o chuveiro, é a torneira elétrica. Use o mínimo indispensável.
...a geladeira consome outros 25 a 30%? Além de ficar longe do sol e de fontes de
“Igreja é missionária ou, então, não é Igreja, é gueto ou clube”, alertou a Pa. Dra. Rosane Pletsch, Ministra na Paróquia em Vila Velha/ES, no Sínodo Espírito Santo a Belém
calor e ser limpa com frequência, a geladeira deve ter as borrachas de vedação das portas sempre em bom estado. Prateleiras de vidro ou de plástico, inteiras, impedem a circulação interna de ar frio e exigem mais esforço do aparelho, por isso prefira as grades.
...juntos, pequenos desperdícios podem sair caro?
Equipamentos em modo de espera, filtros de ar-condicionado sujos, uso de benjamins, além de celular, tablet ou notebook carregando a noite inteira são pequenos maus hábitos que, somados, são capazes de aumentar o consumo e, consequentemente, a conta de luz.
Visite o site luterprev.com.br e faça também uma simulação para sua aposentadoria complementar e/ou para assistência financeira. No site, você encontra um link para encaminhar perguntas à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para luterprev@ luterprev.com.br, com o assunto Jorev.
Jorev Luterano - Junho - 2015
Comunicação
“A divulgação se dá para a preservação da história da Igreja por meio de textos e imagens”, destacou o P. Nivaldo Geik Völz, Ministro na Paróquia em Santa Teresa/ES, no Sínodo Espírito Santo a Belém
Comunicação no SESB: um mutirão pela vivência e pelo testemunho da fé
N
o Sínodo Espírito Santo a Belém (SESB), a área de Comunicação tem uma equipe que acompanha ativamente os fatos que acontecem nas Comunidades, nas Paróquias, nas instituições e nos órgãos ligados à IECLB. O mais bonito desta atividade é que ela acontece em forma de mutirão. Membros das Comunidades, lideranças e Ministros registram o que acontece no dia a dia dos seus trabalhos e compartilham os fatos nos meios de comunicação do Sínodo. O meio de comunicação que tem o maior alcance nas Comunidades é o jornal O Semeador. Com uma tiragem trimestral de 9500 exemplares, ele é composto de notícias que estão ligadas ao trabalho da IECLB no âmbito de atuação do SESB. O trabalho de mutirão descrito acima é movido por um espírito de divulgação e, acima de tudo, de preservação da história da Igreja por meio de textos e imagens. Além das notícias, O Semeador também traz reflexões e meditações que orientam a vivência e o testemunho da fé cristã. Na última reunião do Conselho de Comunicação Sinodal, constatou-se que, hoje, o jornal é praticamente um livro de atas do Sínodo Espírito Santo a Belém. É o registro permanente da memória e da história de pessoas que, pelos fatos relatados, servem à obra de Deus e contam a história da Igreja. É um testemunho de fé! Membros, principalmente das
Os relatos demonstram que, cada vez mais, as pessoas buscam testemunhar a sua espiritualidade para edificar a vida de tantos outros irmãos na fé Comunidades do interior, esperam com ansiedade a chegada do jornal do SESB para ler as notícias, como eventos das Comunidades ou transferências de Ministros e Ministras. O Sínodo também está se consolidando no meio online. Notícias, eventos, textos e o jornal O Semeador estão presentes na área do SESB no Portal Luteranos. Anteriormente, o Sínodo Espírito Santo a Belém utilizava um site próprio, mas, em 2014, migrou para o Portal nacional da IECLB, tendo tomado essa decisão levando em conta o fortalecimento da unidade da Igreja. Para ampliar a divulgação das atividades do SESB e da Palavra de Deus, também é utilizada a Rede Social Facebook, que tem, atualmente, 1635 curtidas, alcançando cerca de 45 municípios em dez Estados brasileiros e pessoas de idades diversas, de adolescentes
a idosos. Em 2014, foram feitas 253 postagens, o que fez a página institucional superar 170 mil visualizações e 36 mil envolvimentos, o que inspira a continuidade do trabalho desenvolvido. Os programas de rádio, por sua vez, têm alcançado um grande número de pessoas membros e não membros da IECLB. Os relatos que chegam a nós demonstram que, cada vez mais, as pessoas buscam testemunhar a sua espiritualidade para edificar a vida de tantos outros irmãos e irmãs na fé. De outra parte, temos aqueles que se permitem acolher as palavras escritas e faladas, que, fundamentadas no Evangelho, edificam o seu viver diário como um culto agradável a Deus. * Colaborou na elaboração deste texto Pietra Borchardt, administradora da página do Sínodo Espírito Santo a Belém no Facebook.
7
Jorev Luterano - Junho - 2015
Jorev Luterano - Junho - 2015
Unidade
8 Unidade
Lutero - Reforma: 500 anos A Palavra e o mútuo consolo dos irmãos O testemunho bíblico A prática religiosa judaica estava bastante centralizada na Lei, no templo e na pessoa do sacerdote. O Novo Testamento nos confronta com uma proposta diferente. Jesus Cristo não centralizou o seu Ministério no templo, ainda que também tenha ensinado na sinagoga (Lc 4.16s). Ele preferia inserir-se no meio do povo e compartilhar do seu dia a dia. Desta forma, Jesus toma conhecimento das necessidades e das dores do povo. Jesus visitou a sogra enferma de Pedro (Mateus 8.14s), procurou um homem desprezado como Zaqueu (Lucas 19.5), visitou mulheres como Marta e Maria (Lucas 10.38-42) e se dispôs a tomar uma refeição e pernoitar com pessoas (Lucas 24.29s). Outra característica do Ministério de Jesus era chamar e preparar pessoas para, juntamente com ele, pastorear o seu rebanho (João 21.15-18). Também o apóstolo Paulo, por onde passou, preparava colaboradores e colaboradoras - alguns permanentes (Timóteo, Silas, Barnabé) e outros temporários. Ele os chama de ‘irmãos’ e ‘colaboradores’. Em 1Coríntios, lê-se que esses colaboradores podiam ser eleitos pela própria Comunidade. Como se vê, a Bíblia dá muita ênfase ao fato de que Deus concedeu dons a cada um de nós para o serviço da Igreja (Romanos 12.4-8 e 1Coríntios 12.12-31). Em síntese, o Deus no qual cremos é um Deus próximo, que visita o seu povo, um Deus misericordioso que sofre com os que sofrem. O seu Filho Jesus o testemunhou em palavra e ação. Ora, o seu mandamento é este: que, em sinal de gratidão, também nós nos amemos uns aos outros. A Sagrada Escritura testemunha que palavra sem ação se torna estéril, à semelhança de uma árvore que não produz frutos (João 15.2). A tradição reformatória Baseado neste fundamento bíblico, o Reformador desenvolveu a doutrina do Sacerdócio Real de Todos os Crentes. Nela, Lutero criticou com veemência a Teologia da sua época, que concentrava demasiadamente o poder na hierarquia eclesiástica e no clero. Os fiéis se submetiam à autoridade superior, sem condições e sem direito de questionarem a Teologia e a prática pastoral vigente.
Como os membros da Igreja na época não sabiam ler e escrever em Latim, Lutero decidiu traduzir a Bíblia para o Alemão, escrever o Catecismo Menor para alfabetizar os fiéis na fé e compor hinos que transportavam a mensagem do Evangelho. Desse modo, ele, os seus colaboradores e as suas colaboradoras quebraram a tutela que a hierarquia eclesiástica daquela época exercia sobre os fiéis. Lutero chegou a defender a ideia de que ‘os ouvintes têm o direito e o dever de julgar tudo o que é pregado’ (Pelo Evangelho de Cristo, p.196). Baseado no testemunho bíblico, Lutero afirma que, pelo Batismo, toda pessoa cristã é ungida por Deus para ser sacerdote (1Pedro 2.9). Na interpretação desta palavra, Lutero escreve: ‘Por isso somos todos sacerdotes, todos quantos somos cristãos’ (Obras Selecionadas, v.2, p. 414). Uma das formas de servir a Deus e ao próximo que Lutero destaca é o ‘diálogo mútuo e a consolação dos irmãos’ (Artigos de Esmalcalde, ponto IV). Ele se refere à doutrina da Comunhão dos Santos, segundo a qual Cristo está ali, onde dois ou três se reúnem em seu nome para dialogar e se consolar mutuamente na tristeza e no sofrimento (Mateus 18.20) e para carregar as cargas uns dos outros (Gálatas 6.2). Segundo Lutero, o Ministro, a Ministra em uma Comunidade cristã não deve centralizar o Ministério da pregação, do ensino e do consolo exclusivamente em suas mãos. Na vivência da ‘comunhão dos santos’, não existe hierarquia. Existem funções, vocações e tarefas diferentes. Cada pessoa cristã batizada, se assim o desejar, encontrará uma forma de colocar os seus dons a serviço de Cristo e do próximo, desde que seja animada a fazê-lo e devidamente preparada para tanto. Desafios para o exercício do Ministério A vivência do diálogo e do consolo mútuos é uma questão delicada. Ela mexe com a relação entre o Ministério ordenado e o Ministério dos leigos. O Ministro que atua em um campo de trabalho, o faz por ter sido chamado e incumbido por uma Comunidade (Paróquia ou Campo de Atividade Ministerial) para fazê-lo. Assim sendo, ele não pode e não deve se colocar acima dela.
O ‘bom pastor’ e a ‘boa pastora’ são aqueles que animam a Comunidade a pegar junto, que estão atentos para os dons que os membros da Comunidade possuem e que preparam os mesmos para o serviço. Por outro lado, como foi ordenado para pregar a Palavra de Deus, o seu compromisso maior é com o Evangelho, ou seja, ele precisa pregar corretamente a vontade de Deus e admoestar os fiéis, mesmo que isso doa. A Palavra de Deus está acima dos interesses da Comunidade e dos fiéis e acima do próprio Ministro. Ambos, a Comunidade e o Ministro, devem se sujeitar a ela! O Ministro que só prega aquilo que a Comunidade – ou uma parte dela – gosta de ouvir adultera a mensagem. O ‘bom pastor’ e a ‘boa pastora’ são aqueles que animam a Comunidade a ‘pegar junto’, que estão atentos para os dons que os membros da Comunidade possuem e que preparam os mesmos para o serviço. Os membros precisam sentir que a sua colaboração é realmente desejada e apreciada. Porém, quando um Ministro concentra demais o trabalho em suas mãos, deixa de ser um bom pastor, pois está desprezando os dons que o Espírito Santo concedeu a todo o seu povo. No caso de em uma Comunidade existirem muitas pessoas adultas batizadas e confirmadas na fé evangélica, pode acontecer que um maior número de fiéis deseje subir ao púlpito para pregar. Segundo Lutero, isso pode gerar confusão, por isso ele recomenda que ninguém se projete a si mesmo, mas espere até ser convidado para exercer esta missão. Há Ministros, Ministras e Comunidades que se empenham para formar lideranças leigas dispostas a fazer visitas, coordenar grupos de pessoas idosas, mulheres, casais, enlutados. Outros são mais cautelosos, pois há situações em que lideranças leigas concentram demais as funções diretivas e se perpetuam na função. Isso pode impedir que novas lideranças surjam.
são visitados e consolados. Esse fato pode e deve nos animar para ensejarmos esforços conjuntos em todos os níveis de atuação da IECLB (paroquial, sinodal e da Secretaria Geral) e nos nossos Centros de Formação Teológica, para bem preparar Ministros e Ministras para a arte do cuidado dos enfermos, dos enlutados, das pessoas com deficiência, dos casais, dos idosos, dos jovens e dos pobres, pessoas que vão se afastando da nossa Igreja por diferentes motivos. Uma das formas de promover o mútuo consolo das irmãs e dos irmãos é a visitação. É verdade que alguns membros ficam ‘com o pé atrás’ quando são visitados, pois temem que a ‘visita’ tem a finalidade de fazer cobrança. O fato é que há muitas pessoas solitárias e que não têm com quem compartilhar as suas alegrias e os seus pesares. A participação nos cultos dominicais é muito importante. Todavia, o culto nem sempre satisfaz a necessidade de comunhão e de diálogo. Há pessoas que buscam comunhão na Igreja, mas saem sem que ninguém as tenha cumprimentado ou falado com elas. A formação de grupos é outra forma muito eficaz de vivência de comunhão e de solidariedade cristã. Ao contrário do que acontece normalmente nos cultos e nos ofícios, em que a mensagem é proclamada de modo frontal e centrada na pessoa do oficiante, o círculo grupal propicia uma maior participação das pessoas reunidas. Os encontros em grupo podem ter diferentes finalidades e ser dirigidos a interesses distintos, tais como: grupos de oração ou de estudo bíblico; grupos de corais, instrumentais ou grupos para ensaiar os hinos para o culto dominical; grupos de jovens, mulheres, homens, desempregados, casais e pessoas separadas ou divorciadas; grupos de idosos, enlutados, pessoas com deficiência, dentre outros.
Considerações de natureza prática Na IECLB e no âmbito das Igrejas históricas em geral, se percebe, especialmente em contextos urbanos, que é baixa a porcentagem dos membros que participam ativamente da vida da Igreja. Com isso, cresce a falta de uma relação fraterna entre os seus membros. No entanto, quando enfrentam problemas de saúde, de luto ou de envelhecimento, muitos membros – também os mais afastados – lembram da sua Igreja e se alegram quando
Conclusão A experiência tem demonstrado que a vivência prática do mútuo consolo das irmãs e dos irmãos em uma Comunidade cristã cresce com a participação dos fiéis nos cultos e nos encontros em grupos, mas o que mais anima o povo de Deus são as visitas e as orações feitas pelas pessoas e pelos seus familiares nos momentos cruciais da sua vida. Jesus Cristo diz: Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
P. Dr. Lothar Carlos Hoch, formado em Teologia pelas Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, com Doutorado pela Philipps Universität Marburg, na Alemanha, foi Professor e Reitor da Faculdades EST
9
Jorev Luterano - Junho - 2015
10
Formação
Presbitérios que trabalham com encantamento, alegria e convicção encantam as Comunidades
“O alvo dos encontros é animar as lideranças a se empenharem por uma Igreja acolhedora, atuante, alegre, viva, participativa e ciente da sua confessionalidade”, frisou o P. em. Helmar Roelke, responsável pelo ciclo de palestras para Presbíteros no Sínodo Espírito Santo a Belém
E
m 1525, falecia o grande incentivador e protetor de Lutero, Frederico da Saxônia, o Sábio. Lutero, então, iniciou uma viva troca de correspondências com o seu sucessor, João Frederico, Príncipe Eleitor e Duque da Saxônia, Landgrave da Turíngia e Landgrave de Meissen. Em carta de 20 de maio de 1525, Lutero se dirigiu a ele, preocupado com desdobramentos condenáveis e lamentáveis em algumas Comunidades, como falta de ética e moral. Também eram percebidos desvios na pregação do Evangelho. De forma clara, Lutero procurou ajuda junto a João Frederico, solicitando que ele interviesse, mas com sabedoria: ‘O sereníssimo, ilustríssimo Príncipe e Senhor percebe que não se consegue agora reger o mundo com violência, [...] mas que são necessárias pessoas instruídas que ajudam o povo com a Palavra de Deus através de ensinamentos e pregação […]’. A partir daquele pedido, a Igreja Luterana se desenvolveu e se organizou. As Comunidades e as Paróquias, agora, são regidas por Estatutos e regimentos que regulamentam a vida comunitária. A missão de Cristo necessita,
nesses tempos de tantas ofertas religiosas, cada vez mais de pessoas para participarem no discernimento do que é central no Evangelho, na instrução cristã, na orientação de grupos, na visitação, na preocupação com pessoas portadoras de deficiência, na música, e, sobretudo, em uma boa e transparente direção das Comunidades e das Paróquias. São os Presbíteros e as Presbíteras, escolhidos e instalados em culto, com oração e imposição de mãos. Ainda fica a pergunta: Como exercer essa atividade de Presbíteros para que ajudem ‘… o povo com a Palavra de Deus através de ensinamentos e pregação…’? O Sínodo Espírito Santo a Belém (SESB), em parceria com o Centro de Formação Martim Lutero, quer ser uma ajuda que orienta, anima, capacita e proporciona argumentos para discernir o joio do trigo. Para tal, realizam encontros cuja pergunta central é: Sou Presbítero, Presbítera: qual o alvo? O alvo dos encontros é animar as lideranças a se empenharem por uma Igreja acolhedora, atuante, alegre, viva, participativa e ciente da sua confessionalidade. Trabalha-se com apresentações, estudando textos, exemplos e, principalmente as perguntas que mais angustiam os Presbíteros: De onde vem a força para exercer a função?, Quem é a Comunidade que nos elegeu?, Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos?, Por que justamente eu?, Qual é a minha função específica? e Como abastecer a nossa espiritualidade? Para tanto, estamos usando os materiais que existem na IECLB e adaptando para a realidade do Sínodo. Também a experiência de longos anos no pastorado tem ajudado. Interessa a Educação Cristã Contínua para que os Presbitérios realizem as suas tarefas com encantamento, alegria e convicção. Só assim poderão também encantar as Comunidades. A parceria SESB e Centro de Formação já conseguiu alcançar mais de mil Presbíteros e líderes de setores de trabalho nas Paróquias e Comunidades, em 13 encontros. Dentro do Projeto de Formação de Presbíteros, deu-se atenção ao trabalho das Auxiliares de Secretárias nas Paróquias, enfatizando o Código de Ética Profissional do Secretariado. Entrementes, algumas Paróquias solicitaram encontros que visam à elaboração de Planejamento Estratégico para a sua caminhada como ‘Igreja de missão’.
Secretaria da Ação Comunitária Agroecologia em defesa da vida é o lema que move todo o trabalho realizado pelo Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa). Defender a vida por meio da agroecologia, para além de pensar a produção de alimentos limpos de agrotóxicos, é pensar na sustentabilidade do meio, na qualidade de vida e na inclusão de todas as pessoas. Não há agroecologia sem valorização do saber e da diversidade. Trabalhar a agroecologia, a sustentabilidade do meio ambiente e a qualidade de vida no meio rural trouxe o desafio de ouvir e caminhar ao lado das comunidades de descendentes do povo negro escravizado. O Capa assume, assim, o compromisso de trabalhar lado a lado com as comunidades quilombolas, esse grupo da agricultura familiar que,
até então, era invisível aos olhos da sociedade. A história quilombola é sinônimo de resistência. As comunidades são espaços de conservação da cultura, dos costumes, da culinária, das histórias e diversidades do povo negro. Na diversidade, destacam-se o cuidado e a preservação das sementes crioulas. As comunidades quilombolas nos ensinam que cuidar da semente é cuidar da vida e que é fundamental para a autonomia e a soberania alimentar de um povo que seja conservada a diversidade da semente. A preservação da história quilombola, das suas lutas e da sua cultura perpassam a preservação da semente crioula. O Tema da IECLB para este ano chama à reflexão sobre como nos co-
municamos e o que comunicamos frente aos questionamentos da atualidade. A agroecologia nas comunidades quilombolas quer comunicar a importância de preservar a vida e a diversidade, a nossa riqueza maior, por isso ela precisa ser defendida e guardada, assim como fazem as guardiãs e os guardiões de sementes crioulas. A agroecologia e o trabalho com as sementes crioulas trazem autonomia e criam nas comunidades espaço de conservação da biodiversidade, sendo uma ponte para relações justas e inclusivas, garantia de uma vida diversa. Assim como Jesus, após caminhar ao lado dos discípulos, se fez conhecer pela partilha do pão, é no trabalho pela inclusão das pessoas e pela valorização da vida que nos fazemos comunicar e que somos reconhecidos e reconhecidas como comunidade luterana.
Daniele Schmidt Peter Assessora Social de Projetos Capa Pelotas/RS
Jorev Luterano - Junho - 2015
Fé Luterana 11
Palavras e atos que consolam Perguntou-lhe Jesus: o que queres que eu te faça? Acompanhar e se colocar ao lado das pessoas que vivem situações de sofrimento é uma dimensão da vida em Comunidade e sociedade. É também um testemunho evangélico que revela o amor que vivemos na relação de irmãs e irmãos em Cristo, quando desenvolvemos sensibilidades para atuar em contextos e com pessoas em diferentes circunstâncias de dor e sofrimento. A pergunta sobre quem sofre é ampla e produz respostas de diversidade. Também a pergunta sobre o que e como fazer é importante. No encontro de Jesus com Bartimeu, narrado no Evangelho de Marcos, que estava provavelmente em situação de rua e tinha uma deficiência visual, a pergunta é feita: O que queres que eu te faça? Esta pergunta de Jesus é uma das chaves metodológicas para fazer companhia a quem sofre. As pessoas precisam e têm condições de participar de forma ativa nas suas dificuldades. Há alguns aprendizados que todas as pessoas necessitam realizar e um deles é que o sofrimento é uma experiência que nos acompanha a vida inteira. Caso contrário, viveríamos diariamente com intervenções médicas, em uma perspectiva psíquica higienista, patológica e fora do nosso controle. Quando conseguimos desconstruir a ideia de que a felicidade é mais importante que a vida em si, a vida com todas as experiências plurais que acontecem conosco, entre elas as mudanças que causam tristezas, alegrias, novos comportamentos e pensamentos, conseguimos também desconstruir a noção que o sofrimento nos incapacita. Existem situações sem muita governabilidade, mas, mesmo nelas, as pessoas têm possibilidade de manifestar os seus de-
sejos, as suas opiniões e receber orientação e ajuda qualificada. Jesus faz perguntas a quem sofre, a pessoas, individualmente, e também a grupos inseridos em contextos mais complexos, porque acredita e tem consciência que cada pessoa é sujeito de direitos e, na mais difícil condição, ainda assim, necessita participar ativamente nos processos de superação de dificuldades. Jesus acompanhou o sofrimento de Bartimeu em diálogo e ação conjunta na relação com o contexto que a situação vivida por ele apresentava: exclusão, invisibilidade e criminalização. Muitos grupos e pessoas em situação de sofrimento são estereotipadas e tratadas como incapazes de encaminhar soluções ou propostas de saída destas condições. Os sofrimentos nunca estão descontextualizados, assim como o acompanhamento não pode ser isento de um olhar ampliado sobre o acontecimento. Bartimeu gritou a sua condição e Jesus a acolheu e a devolveu em forma de pergunta acompanhada do reconhecimento das capacidades encontradas nele para fazer a sua mudança em direção a uma vida com dignidade e respeito. Fazemos companhia a quem sofre na família, na rua, em grupos ou projetos diaconais, com amor e democracia. A pergunta estratégica e participativa de Jesus pode ser aplicada e refletida para dentro dos processos e contextos em que atuamos. É realmente incrível e surpreendente o que podemos fazer coletivamente em situações de sofrimento. As pessoas aprendem que o sofrimento não tem a última palavra.
Pa. Cibele Kuss, Secretária Executiva da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), em Porto Alegre/RS
Para refletir, leia Marcos 10.46-52
Bíblia: Palavra que consola
P. Elio Scheffler, formado em Teologia pelas Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral em Erval Seco/RS, Cachoeira do Sul/RS, Palmitos/SC, Rolim de Moura/RO, Ökumenische Werstadt - Kassel, na Alemanha, além de ter sido Pastor Sinodal no Sínodo da Amazônia. Atua na Paróquia de Monte Alverne, em Santa Cruz do Sul/RS
Na minha vivência em diversas regiões do Brasil e em diferentes instâncias da IECLB, o que mais encontrei foi a necessidade por palavras que consolam e amparam. Confrontados com limitações decorrentes da idade e de condições sociais, injustiças, doenças, dores cruéis, acidentes fatais, mortes violentas e em função da idade avançada, o consolo é fonte de vida. É inerente à nossa natureza humana que fiquemos revoltados, tristes, desesperados, sintamos saudades e o vazio deixado por pessoas queridas... A Bíblia é fonte inesgotável da Palavra que consola, de palavras que mobilizam a Comunidade para a solidariedade e a oração em favor de quem está sofrendo. Na Comunidade cristã, há espaço institucionalizado para pronunciar estas palavras, seja nas visitas em hospitais, casas geriátricas, visita domiciliar, sepultamentos, cultos de oração memorial e no aconselhamento pastoral, além de diferentes gestos solidários. Experimento sempre de novo que Palavras que consolam verdadeiramente são aquelas que vêm acompanhadas de um gesto concreto de solidariedade. Um aperto de mão, um cartão, um abraço, uma bênção, um dar-se as mãos para oração comunitária e ecumênica, estar junto para denunciar, um acender de vela, uma flor, um hino cantado ou simplesmente uma música tocada. Recentemente, diante do brutal assassinato de Miriam Roselene Gabe, morta pelo seu ex-companheiro, procuramos consolo em um ato público de indignação e uma caminhada pela paz, com parada para oração e clamor no local do crime: a emergência do hospital, onde ela foi para fazer corpo de delito. Nas palavras do Salmo 121.1-2, buscamos socor-
ro para denunciar e clamar por justiça: Elevo os meus olhos para os montes. De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. Expressamos assim que não podemos apenas chorar juntos, mas imploramos por misericórdia ao nosso Deus, da vida e do amor, que nos ajude a encontrar caminhos e atitudes para que esta realidade seja transformada. Esta iniciativa da Oase foi um dizer ‘não’ à violência. Ficamos comprometidos a nos ajudarmos no cultivo da amizade e do cuidado. Chamamos a atenção das autoridades para que cumpram com mais eficiência as leis de proteção à vida, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio. Em caminhada silenciosa, com camisetas, balões e bandeirinhas brancas, além de cartazes expressando ‘Não à violência’, orando, de mãos dadas, na praça e na rua, ouvindo leituras bíblicas e reflexões, procuramos vencer o medo e a indiferença que a cultura patriarcal de morte quer nos impor. As palavras consoladoras da Bíblia nos desafiam ao testemunho. Não são palavras de conformação diante da realidade de pecado e morte que insiste em nos sufocar. Não são palavras que transferem ou minimizam a dor. São palavras que consolam, trazendo paz diante da realidade e coragem para agir diante do que deve ser mudado. Para refletir, leia Romanos 8.31-32
Jorev Luterano - Junho - 2015
12
Geral
Educação cristã
vivendo, aprendendo e ensinando
Acolher e ensinar - Disse Jesus: Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que façam isso, pois o Reino do Céu é das pessoas que são como estas crianças (Mateus 19.14). Disse mais... Será que vocês nunca leram a passagem das Escrituras Sagradas que diz: Deus ensinou as crianças e as criancinhas a oferecerem o louvor perfeito (Mateus 21.16)? As crianças são convidadas a participar do Culto Infantil, são acolhidas e querem ouvir os ensinamentos de Jesus, o que deve ser feito respeitando a sua faixa etária. Diante disso, foi elaborado pela Secretaria de Formação da IECLB e editada pela Editora Sinodal a série didática Encontros Bíblicos com Crianças, também conhecido como EBC, um material destinado a auxiliar quem orienta nessa maravilhosa missão de levar a Palavra de Deus às crianças. O EBC aborda os mais variados temas, incluindo em cada volume encontros que contemplam o calendário litúrgico e o calendário civil, trazendo, inclusive, ideias de celebrações para determinadas datas. Além de ser elaborado com
linguagem simples e inclusiva, todos os encontros seguem um roteiro com sugestões, desde a saudação até o canto de bênção, podendo, é claro, ser adaptados de acordo com as necessidades e as características de cada grupo. Todos os volumes oferecem algumas sugestões de materiais que podem ser confeccionados antecipadamente ou até mesmo pelas crianças, na intenção de despertar o interesse e ilustrar as histórias. Além disso, cada encontro tem atividades interativas relacionadas ao tema, com a finalidade de atender a todas as idades. O volume 4 traz duas atividades interativas, uma para as crianças ainda não alfabetizadas e outra para as já alfabetizadas.
O grupo de Orientadoras da nossa Comunidade usa o Encontros Bíblicos com Crianças desde o seu primeiro volume e, por isso, podemos afirmar que todos os temas trabalhados des-
Rose Michelson Reichert, Professora Orientadora do Culto Infantil na Comunidade do Bairro Amizade, pertencente à Paróquia Apóstolo Tiago, em Jaraguá do Sul/SC
Vai e Vem P. Gerson Echelmeier,
Orientador Teológico do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje) e Ministro na Comunidade Matriz de Porto Alegre/RS
pertaram o interesse das crianças e a maioria das atividades foi exitosa. Algumas vezes, é claro, foram necessárias adaptações, em virtude do número de crianças, das idades, do tempo disponível e outros fatores alheios à nossa vontade, mas em nenhum momento isso foi motivo para que o encontro fosse prejudicado. O EBC é um material cuidadosamente preparado e que, para ser usado com êxito, precisa ser estudado até que se torne familiar e seja trabalhado com desenvoltura e segurança.
Compromisso com o mandato de Jesus Quanto tempo é necessário para construir uma Comunidade... e para reconstruí-la? Construir e reconstruir são tarefas constantes na vida da Igreja. São processos que precisam de planejamento, perseverança, união e dedicação. Como a Igreja é a comunhão de pessoas, qualquer construção ou reconstrução demanda muita oração e muito labor. Em Ceilândia, a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem é resultado de oração e labor de uma Igreja comprometida com o mandato de Jesus. A Vai e Vem promove construção e reconstrução de Comunidades porque nós mesmos vivemos e testemunhamos esse processo. O grupo de membros evangélicos de confissão luterana em Ceilândia contava com 49 pessoas em 2009, mas, confiantes no Senhor e amparados pelo Sínodo Brasil Central e pela Secretaria Geral da IECLB, os membros perseveraram na reconstrução e, hoje, são 102 membros, muito envolvidos e motivados na vivência da fé, da esperança e do amor.
Ainda assim, como é um grupo pequeno para cumprir sozinho as demandas financeiras inerentes a uma Paróquia, fez-se necessária a renovação desse aporte. Agraciados com o compromisso dos membros luteranos de todo o Brasil com a missão e acreditados pela Administração Central da IECLB, os membros em Ceilândia seguem firmes! Com a renovação do Projeto Missionário por mais três anos, é renovada a possibilidade de sedimentar as bases confessionais da Igreja, qualificar os vínculos fraternos entre os membros e fortalecer a presença e a visibilidade da IECLB no Distrito Federal. A Paróquia de Ceilândia agradece pelo amor, pela misericórdia e pela compaixão de todas as pessoas que abraçam a Campanha Vai e Vem. P. Everton Luiz Knaul Paróquia de Ceilândia Samambaia/DF
Portanto vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer tudo que tenho ordenado a vocês. Lembrem disto: eu estou com vocês até o fim dos tempos (Mateus 28.19-20). Como Igreja, recebemos de Jesus a tarefa de ir e anunciar o seu Evangelho, batizar, ensinar e ir ao encontro das pessoas lá onde elas estão. Como Igreja, não podemos e não devemos ficar parados, precisamos estar em constante movimento. O Espírito Santo é o motivador e nos impulsiona à missão. A missão é tarefa de cada um e cada uma de nós. Para fazer missão, além de espírito missionário, são necessários recursos financeiros. Boa parte dos recursos investidos no trabalho missionário provém da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, realizada todos os anos, desde 2008. Graças ao apoio das Comunidades, ano após ano, a Vai e Vem tem crescido e apoiado mais Projetos Missionários nos mais distantes recantos do Brasil. O jovem é parte importante da missão na Igreja! A IECLB leva a missão muito a sério, por isso quer convidar você a fazer parte dela. Jovens têm como características a inquietude, o movimento, a criatividade e a mobilização. Esse ‘jeito jovem de ser’ pode impulsionar a missão da Igreja. Fazemos missão a partir do momento em que o nosso jeito de ser e de viver divulga o Evangelho de Jesus Cristo. Há muitas Comunidades ou grupos que necessitam de apoio. Sendo assim, cada um e cada uma, na sua Comunidade, pode contribuir, sensibilizando outras pessoas sobre a importância da sua contribuição para a Vai e Vem, lembrando que a Campanha é de todos e de todas nós. Cada um e cada uma de nós, individualmente ou no grupo de Juventude Evangélica, é desafiado e desafiada a contribuir. A missão é tarefa de toda Igreja e você, jovem, não vai querer ficar de fora dessa, vai? Abrace essa causa você também! Vamos nos mobilizar e fazer dessa Vai e Vem uma grande Campanha de Missão! Para conhecer os projetos beneficiados e saber mais detalhes sobre a Campanha 2015, consulte o Portal Luteranos.
Jorev Luterano - Junho - 2015
Comportamento 13
Programa de Qualificação Funcional - I
Miltom de Oliveira, formado em Ciências Contábeis, com especialização nas áreas de Auditoria, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, foi Coordenador do Planejamento Estratégico do Plano de Ação Missionária da IECLB (PE-PAMI). Atualmente, é integrante do Grupo de Assessores em Planejamento Estratégico da IECLB e do Sínodo Sudeste e um dos Referentes da IECLB no Programa Sustentabilidade da Federação Luterana Mundial (FLM), bem como integra a Equipe de Coordenação do Instituto Sustentabilidade (InS) para a América Latina e Caribe.
Planejamento Estratégico Susguir adiante. Assim, a sustentatentável para a Igreja - Quando bilidade depende de recursos recebi o convite para escrever financeiros, sim, mas depende, este texto, lembrei de outro que sobretudo, da qualidade da orescrevi sobre o mesmo tema, ganização e do compromisso publicado no Jorev Luterano de com a sua missão. A sustentaagosto/2009, na Editoria Unidade, bilidade é, portanto, tarefa sob o título Planejamento Estratépermanente de uma organizagico - uma experiência comunitária. ção como a Igreja e as suas CoRecordei também dos excemunidades. lentes textos que a Socióloga Uma das prioridades da GesCerise Pahl escreveu a respeito tão do Cuidado da IECLB é indo mesmo tema, publicados nas vestir na Qualificação Funcional. edições de abril a julho de 2009, A Presidência da IECLB decidiu, também na Editoria Unidade do em parceria com o Instituto SusJorev. Animo leitores e leitoras tentabilidade (InS) e o Núcleo de A gestão não pode deixar de considerar a continuidade das ações a lerem ou relerem estes textos. Educação a Distância da Faculda instituição Igreja e o aprimoramento do seu serviço Basta acessar as edições do Jorev dades EST (Nead), implementar e da sua relevância no local em que atua no Portal Luteranos. o curso Qualificação Funcional em A seguir, então, me questionei: respeito para com a outra pessoa, tan- Liderança Comunitária Sustentável. A o que mudou para mim de lá para cá? to na vida pessoal quanto na profis- primeira edição do curso pela Internet Aprendi muito neste período, espe- sional e também na vida comunitária. (online) teve inicio em 30 de março de cialmente nos momentos de assessoA metodologia do planejamento 2015, com a inscrição de 120 lideranria para elaboração do planejamen- é um instrumento para nos ajudar e, ças, Ministros e Ministras. to, percebendo como faz diferença a para ser verdadeiramente estratégico, O curso tem como objetivo capaciparticipação das lideranças junto com precisa ser participativo, isto é, necessi- tar as pessoas participantes a oferecer Ministros e Ministras. Estar envolvi- ta envolver as lideranças, os Ministros o melhor dos seus dons com vistas à do em um trabalho no qual é possível e as Ministras da Comunidade de fé condução das atividades com o foco emitir opinião traz um significado es- na busca de novos caminhos para a na gestão administrativa sustentável pecial para si mesmo, para a Comuni- sustentabilidade da Igreja. da Comunidade, da Paróquia e do dade e para a Igreja. Nas entidades do Terceiro Setor, Sínodo na perspectiva da missão de Tenho tido também a oportunida- especialmente nas Igrejas, existe o que Deus. de de constatar a fundamental impor- eu chamo de ‘dificultômetros’, que A noção de sustentabilidade nos tância da espiritualidade e a sua contri- precisamos reconhecer, por isso cito propicia uma forma nova de olhar buição para o clima de convivência e alguns: para a organização e para a sua gesde fé dos participantes em torno dos - inexistência de cultura para Pla- tão. Poderíamos dizer, então, que gesdesafios na elaboração de um planeja- nejamento Estratégico. Algumas pes- tão deve ser sempre gestão sustentável, mento sustentável. soas confundem com agendamentos isto é, não pode deixar de considerar a Já abordei o tema espiritualidade que, claro, fazem parte do Planeja- continuidade das ações da instituição (Novolhar de julho-agosto/2011), espe- mento e são necessários no dia a dia Igreja e o aprimoramento do seu sercialmente a partir da experiência vivi- das instituições; viço e da sua relevância no local em da no Programa Sustentabilidade da - quase todas as pessoas envolvi- que atua. Federação Luterana Mundial (FLM) das são voluntárias, com compromisPlanejamento Estratégico Participara as Igrejas Luteranas da América sos pessoais e profissionais, tornando pativo é, portanto, um instrumento Latina e Caribe. Pesquiso e estudo há mais complicada a sua participação; que ajuda uma Comunidade de fé a bastante tempo a influência da espiri- algumas pessoas envolvidas re- decidir, de modo coletivo, na própria tualidade para além dos espaços tra- clamam que é demorado, burocrático Comunidade, quais as atividades, os dicionais da Igreja, como cultos e es- e há muitas reuniões para se chegar a programas e os projetos que necessitudos bíblicos. Percebo cada vez mais algum resultado. tam colocar em ação para concretizar como as nossas ações diárias podem Uma Igreja sustentável é aquela que a sua contribuição para com a missão ser tocadas por atitudes éticas e de se dá conta do que necessita para se- de Deus.
Ciclo da Gestão Comunitária Sustentável O Arquiteto Gustavo Driau, Coordenador do Programa Sustentabilidade da Federação Luterana Mundial e integrante da Equipe de Coordenação do Instituto Sustentabilidade, defende que ‘o ciclo de Gestão Comunitária se inicia com a etapa de análise, discernimento e elaboração da visão, seguida por uma etapa de planejamento, logo uma etapa de implementação e, finalmente, uma de avaliação e prestação de contas que permita verificar se foram atingidas as metas estabelecidas’. Gustavo ainda afirma que o ciclo de gestão comunitária busca que a Comunidade de fé melhore permanentemente a sua capacidade de ser sustentável, isto é, que seja capaz de desenvolver as suas ações, atender os seus objetivos e mobilizar recursos para cumprir com a sua missão de modo sustentável. Em uma Comunidade de fé, quando planejamos de forma estratégica e participativa, aprendemos a: pensar a longo prazo, distinguir o importante do secundário, dialogar, confrontar ideias, chegar a acordos, lidar com
Desenvolver ações, atender objetivos e mobilizar recursos
as percepções divergentes, assumir com responsabilidade o futuro da Comunidade e as consequências, positivas ou negativas, das nossas decisões, reconhecer e valorizar como uma riqueza os dons das pessoas, respeitar as irmãs e os irmãos, bem como considerar que estas pessoas têm os seus próprios sonhos e desejos sobre a Comunidade e assegurar igualdade de participação de mulheres e jovens nas tomadas de decisões e na representatividade da Comunidade. Partindo desta perspectiva, planejar precisa ser visto como um processo contínuo e em permanente construção. A metodologia pode e deve ser aperfeiçoada, no entanto o Planejamento Estratégico Participativo é parte intrínseca do processo de gestão sustentável.
Jorev Luterano - Junho - 2015
14
Deutsche Seite
Die Glocken rufen zur Kirche Von meiner Mutter habe ich als Kind etwas gelernt: Wenn die Kirchenglocken läuten, dann rufen sie die Menschen zur Kirche. Das hat mir immer gefallen: Am Anfang und am Ende des Gottesdienstes haben sie geläutet. Auch dann als das Vaterunser von der Gemeinde gesprochen wurde. In meiner Heimatgemeinde Santa Cruz do Timbó, in Santa Catarina, sind die Kirchenglocken auch dann zu hören, wenn ein Gemeindemitglied gestorben ist. Sie haben auch Leben gerettet: als 1983 das Hochwasser mitten in der Nacht in die Häuser einzudringen drohte, wurden die Menschen von ihrem Geläut geweckt und konnten sich rechtzeitig in Sicherheit bringen. Glocken künden weit hinaus in unsere Städte. Nicht immer zur Freude einiger Menschen, die sich von ihnen gestört fühlen. Glocken werden gehört. Und das ist gut so! Was sagt uns heute das Geläut unserer Glocken? Die Glocken der Kirchengemeinde sind Boten. Sie haben eine dienende Aufgabe wie die Musik in unseren Gottesdiensten. Denn auch die Glocken verkünden die Ehre Gottes. Sie künden Zeit und Stunde und erinnern uns daran, dass unsere Zeit in Gottes Händen steht. Glocken sind Bestandteil der meisten Kirchengebäude. Sie dienen auch zur Erbauung unseres christlichen Glaubens. In der Bibel steht geschrieben: „Denn wir sind Gottes Mitarbeiter; ihr seid Gottes Ackerfeld und Gottes Bau. (…) Einen andern Grund kann niemand legen als den, der gelegt ist, welcher ist Jesus Christus. Wisst ihr nicht, dass ihr Gottes Tempel seid und der Geist Gottes in euch wohnt? Denn der Tempel Gottes ist heilig; der seid ihr.“ (1. Kor. 3, 9-11; 16-17) Das ist ein großer Schatz, den wir da haben: Kapellen und Kirchen, landauf und landab, teilweise aus ganz verschiedenen Zeiten. Kirchen und ihre Glocken sind immer auch Zeugen ihrer Zeit – und doch stehen und wirken sie durch alle Zeiten hindurch. Durch das Morgen-, Mittags- und Abendläuten rufen die Glocken zum Einhalten und zum Gebet. Sie strukturieren unseren Tag. Sie rufen dazu auf, sich zu erinnern, dass Gott bei uns ist und unser auch so alltägliches Leben begleitet und für uns da ist. Kirchen sind Felsen in der Brandung: Sie geben Schutz und Halt, wenn um mich herum alles unterzugehen droht. Hier beten Menschen inständig um Hilfe, hier finden sie Trost in Gottes Wort und in der Gemeinschaft mit anderen Menschen. Hier freuen Sie
Dafür rufen die Glocken und zeigt uns das Kreuz auf den Kirchen: Dass wir nicht vergessen, zu wem wir gehören und wen wir bekennen
Pfarrer Jaime Jung s i c h ü b e r glückliche Momente des Lebens, wie die Geburt eines Kindes oder feiern die Liebe zwischen zwei Menschen. Auch wenn für uns evangelische Christen die Kirche kein besonders geweihter Raum ist, spüren wir doch sofort beim Betreten einer Kirche, dass wir in einem besonderen Raum sind, ja, dass wir es hier mit dem Heiligen zu tun haben. Kirchen sind ein Ruhepol in unserer hektischen Zeit. Kirchen sind durchgebetete Räume. Freud und Leid ganzer Familien und Generationen haben hier stattgefunden. Viele Menschen sprechen von „Ihrer“ Kirche. Es gibt eine Verbundenheit. Oftmals haben viele Gemeindeglieder selber mit angepackt, als ihre Kirche renoviert wurde. Deshalb ist es richtig, dass unsere Kirchen für Taufen und Hochzeiten und auch für Beerdigungen offen sind. Kirchen sind auch für kirchenfernere Menschen immer noch die Vergewisserung: Ich weiß woran ich glaube. Ich gehöre dazu. Ich bin getauft. Auch damals haben die Glocken zum Gottesdienst gerufen, als ich getauft wurde und später in derselben Kirche konfirmiert worden bin. Diese Kirche ist auf dem Bild zu sehen. Und Menschen finden den Weg in unsere Kirchen – wenn auch nicht jeden Sonntag. Hier trifft sich die Gemeinde Sonntag für Sonntag – oder auch in Andachten – um Gottes Wort zu hören. Und das sagt uns auch der Text aus dem 1. Korintherbrief, dass auch wir Kirche sind und an der Kirche mitbauen. Wir als Christen bilden Kirche. Wichtig und die Ausrichtung dabei ist aber, dass Christus der Grund ist, auf dem wir bauen und leben. Er ist der Grund auf dem wir hier Gottesdienste feiern. Denn die gute Nachricht soll nicht in den alten Gemäuern bleiben, sondern ausstrahlen in das Leben und Wirken der Menschen. So bauen auch wir an der Kirche. An einer Kirche, die in Steinen sichtbar in unseren Orten stehen, aber auch an der Kirche die weiter geht, die weltumspannend ist. Mit Christus als Grund und Fundament. Daran erinnern wir uns immer wieder. Dafür rufen die Glocken und zeigt uns das Kreuz auf den Kirchen. Dass wir nicht vergessen, zu wem wir gehören und wen wir bekennen. Die Glocken rufen zum Gebet. Gott ist nur ein Gebet weit entfernt: „Guter Gott! Ich höre die Glocken. Sie laden mich ein, zu dir zu kommen. Ich suche Geborgenheit und Gemeinschaft. Lass mich etwas davon erfahren, wenn ich mit anderen singe, bete und auf dein Wort höre. Amen.“
Jorev Luterano - Junho - 2015
Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
Entre em contato conosco!
Bodas de Diamante No dia 28 de dezembro de 2014, festejaram 60 anos de vida matrimonial SELMA LAMB E EMILIO SCHMIDT
Falecimento A esposa, Anneliese, os filhos, Dieter e família, Curt e família, e a filha, Marlise e família, participam, com profundo pesar, o falecimento do esposo, pai, avô e bisavô MARTIN JOHANNES KIRSCH (Pastor Emérito) ocorrido no dia 21 de março de 2015, no Hospital da Unimed de Ijuí/RS, com a idade de 92 anos e 2 meses. Agradecemos e louvamos a Deus pela vida, o exemplo e o legado que Martin deixou para a família! Agradecemos, de modo especial, ao Dr. Auro Heuser e toda a equipe médica, aos Enfermeiros que o acompanharam nos últimos anos, aos familiares e a todos que expressaram, de uma e outra maneira, as suas condolências e nos assistiram nesses momentos difíceis.
O culto de gratidão foi celebrado na Comunidade de Polígono do Erval, pertencente à Paróquia de Ernestina, pelo então Pastor Sinodal do Sínodo Planalto Rio-grandense, P. João Willig. Durante o culto, o Pastor fez uma síntese dos momentos mais importantes da vida do casal, que foi abençoado com três filhas, um filho, quatro netos e duas netas. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos. Salmo 119.105
Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo segundo a tua Palavra, porque os meus olhos já viram a tua salvação. Lucas 2.29-30
Cadastro
Falecimento
Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano Com profundo pesar, o esposo, Amauri Rahmeier, e os filhos, Vivian, Paulo, Sandro, Marcos e Marquit, comunicam o falecimento da mãe, sogra e avó MARLISA RAHMEIER
ocorrido no dia 27 de março de 2015, em Roca Sales/RS. O sepultamento ocorreu no Cemitério Evangélico de Fazenda Lohmann, em Roca Sales. Marlisa era filha de Alberto Guilherme e Olinda Neumann e alcançou a idade de 74 anos. A família agradece à Pa. Margane Beatriz de Vargas pelas mensagens, pelo apoio e pelo carinho recebido e também ao Coral Alegria e à Oase. A todos, o nosso muito obrigado!
Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev, o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-lo informado sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contato com a Mariana Ferreira pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano
Buscamos consolo na promessa de Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que morra, viverá e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá João 11.25-26
Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios
Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorev@ieclb.org.br
REFLEXÃO
comum
Velhinhos e velhinhas sentarão nas praças - Motivadas pelo Lema bíblico de 2008, três Comunidades da Paróquia de Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá/ES, começaram a criar pequenos espaços de convivência e diálogo. Para isso, foi feita uma campanha de patrocínios entre os membros e nos comércios da região para fixar bancos nos pátios das Igrejas. Estes se tornaram espaço para roda de conversa antes e depois dos cultos, realização de atividades com crianças e jovens, bem como descanso e descontração para a Comunidade em geral. No total, foram fixados 108 bancos de forma individual ou em conjuntos. Comunidade jovem - Igreja viva - A partir do Tema 2012, o grupo de jovens da Comunidade de Vitória/ ES produziu um vídeo em uma tentativa de mostrar como seriam, hoje, as 95 teses de Martim Lutero. O filme narra a história de um Lutero inquieto, que busca a cura nas promessas de um pregador pentecostal na televisão. A promessa era de que, se a pessoa comprasse um travesseiro abençoado, os problemas seriam magicamente resolvidos. Lutero entrou nessa, mas não adiantou. Depois, ele mergulha nas leituras e descobre que a justificação vem pela fé e não pelas obras. Com essa descoberta, Lutero publica nas Redes Sociais os 95 comentários, que, rapidamente, se espalham mundo afora (https://www.you-
NÓS VIVEMOS COMUNIDADE tube.com/watch?v=gUWVel3Uzf8). Ser, participar, testemunhar - eu vivo comunidade Na condição de Pastor Sinodal, participei do lançamento do Tema 2013 em Comunidades e Paróquias do Sínodo Espírito Santo a Belém. Na pregação, fiz a relação entre a Comunidade de Tessalônica que, segundo o apóstolo Paulo, era uma Comunidade vibrante e contagiante, com a proposta do Tema 2013, destacando que a Comunidade está sob a proteção de Deus assim como o guarda-chuva protege da chuva ou do sol, mas que muitos ainda se encontram afastados, desorientados e fora desta proteção, portanto é preciso buscá-los e incluí-los. Durante a pregação, pedi que os membros trouxessem os cartões, distribuídos antes do culto, com o nome de cada um, para pendurar nas fitas do guarda-chuva. Em determinada Comunidade, foram incluídos os nomes de pessoas queridas, enfermas e, em especial, as atingidas pelas fortes chuvas da semana anterior, um gesto de solidariedade com aqueles que sofrem. Todas essas ações e tantas outras que acontecem na nossa Igreja mostram o nosso viver comunidade, por isso é importante refletir sobre como nós vivemos em comunidade: de forma alegre, acolhedora e participativa? Que testemunhos de vida cristã nós estamos dando?
Viajar faz um grande bem!
“O Tema do Ano da IECLB tem ajudado na reflexão comum nas Comunidades do nosso Sínodo sobre assuntos relacionados à Comunidade e à sociedade. Temos bons exemplos para contar sobre os desdobramentos que uma temática comum traz! Que, como IECLB, como Sínodo Espírito Santo a Belém, nos coloquemos sob a misericórdia de Deus, que acolhe, ampara e protege”, convidou o P. Joaninho Borchardt, Pastor Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém
Roteiros PLAN VIAGENS | 2015
Conheça a Europa com a PLAN VIAGENS Europa Central & Caminhos da Reforma Reforma Luterana & Movimento Pietista Caminhos Nórdicos Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos Caminhos das Festas: cultura e tradições
Muitos caminhos e temáticas para curtir!
02/06 – 22/06 19/06 – 08/07 24/07 – 10/08 09/08 – 29/08 01/09 – 19/09 22/09 – 08/10
w w w. p l a nv i a g e n s . co m . b r
55 3375.1099 luizartur.rs@brturbo.com.br
INSTRUMENTOS DA missão
“A Campanha Nacional e Ofertas para a Missão Vai e Vem é um importante instrumento para a missão de Deus! A IECLB não tem a missão como uma opção, mas como a sua razão de ser, pois a Igreja é missionária ou não é Igreja. Assim, Vai e Vem é um desafio missionário para a IECLB e para as suas Comunidades. Então, que Deus continue nos chamando para sermos instrumento da sua missão!”, pediu o P. Antônio Ottobelli da Luz, Ministro na Paróquia em Vila Velha/ ES, no Sínodo Espírito Santo a Belém
Uma Comunidade cristã não pode entender-se na perspectiva do ‘Vem Vem’. Não é possível pensar que os recursos financeiros para sustentar o trabalho da Comunidade sempre virão da Alemanha ou de outras Igrejas irmãs. Não vivemos mais na época em que vinham generosas ajudas externas para sanar as dificuldades financeiras. A Comunidade também não pode ser ‘Vai Vai’. Não se pode pensar que as Comunidades não necessitam de ajuda para fazer missão. Não se faz missão sem dinheiro. No entanto, recolher, repassar e nunca ser beneficiado não ajuda a compreeder a missão e não anima as Comunidades. É preciso planejamento, justa distribuição e investimento dos recursos. Assim, a Vai e Vem é um instrumento fundamental para fortalecer a compreensão de Igreja como instrumento da missão de Deus. A missão é um caminho de mão dupla, é Vai e Vem. Comunidade cristã não é clube, que somente se preocupa com os seus ‘sócios’. O Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI 2008) tem como lema: Recriar e criar Comunidade juntos. Nenhuma Comunidade sem missão - Nenhuma missão sem Comunidade! A Campanha Vai e Vem é um chamado para as Comunidades assumirem a missão. Somos desafiados a superar uma visão ‘paroquialista’. Com a Vai e Vem,
COMPROMISSO COM A MISSÃO DE DEUS
estamos viabilizando importantes projetos missionários em todo o Brasil, o que deve ser motivo de orgulho e gratidão. Ao mesmo tempo, somos desafiados a pensar projetos missionários nas nossas Comunidades. Talvez o maior obstáculo nem seja o financeiro, mas o planejamento, o encantamento e o comprometimento da Comunidade com a missão. O Conselho de Missão do Sínodo Espírito Santo a Belém, do qual sou o atual Coordenador, tem desafiado as Comunidades a realizarem o seu planejamento estratégico, colocando a missão como eixo central. Incentivamos que as nossas Comunidades, com criatividade e entusiasmo, participem, apresentem projetos e superem as metas a cada ano. Em 2012, a Paróquia em Vila Velha/ES apresentou o projeto Espaço Jovem à Vai e Vem Sinodal, que consistia em construir uma quadra esportiva como um espaço de renovação da Comunidade, almejando ser Comunidade jovem - Igreja viva. Recebemos em torno de um sexto do valor necessário da Vai e Vem Sinodal, o que animou a Comunidade a, em 2013, construir a sua quadra esportiva. O restante dos recursos foi doado pelos membros, em forma de material de construção e mão de obra. O encantamento das lideranças e da Comunidade fez com que continuássemos a arrecadação e realizássemos a cobertura da quadra.