JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 44 - MARÇO 2015 - Nº 781
Ordenação conjunta
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Falar direto aos corações
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Jesus Cristo, a Palavra
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Was ist Liebe?
Jorev Luterano - Março - 2015
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Editorial Na Editoria
Intercâmbio de ações e experiências
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m 2015 e parte de 2016, vamos continuar a ‘visita’ que o Jorev faz aos Sínodos da IECLB, iniciada em 2009, e completar esse ciclo de intercâmbio de ações e experiências. Iniciando na primeira edição do ano, estamos dedicando as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente) a um Sínodo de cada vez. Nesta edição, é o Sínodo CentroCampanha-Sul que responde: Em que estágio se encontra a implementação do Planejamento Estratégico nas Comunidades?, O que tem dado certo no âmbito da comunicação (com o objetivo de, como Igreja, cumprir a missão de Deus)?, Quais são as ênfases para a qualificação de Ministros e a capacitação de leigos?, Como o Tema do Ano, ou seja, a proposta de um único tema a ser refletido durante o ano por toda a Igreja, auxilia o Sínodo a promover a unidade? e O quanto a promoção de uma Campanha nacional de missão auxi-
lia no sentido da conscientização para a solidariedade entre os membros desta Igreja? Na Editoria Atualidade, leia sobre o Culto de Ordenação conjunta ao Ministério Eclesiástico, celebrado na manhã de 25 de janeiro de 2015, na Comunidade Evangélica de Porto Alegre/RS (Cepa), Paróquia Matriz, pela Presidência da IECLB. Na Editoria Presidência, Igreja da Palavra: caminhar, perguntar, confiar! é o título da Mensagem, de autoria do P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2015, todos os textos são escritos à luz do Tema do Ano: Igreja da Palavra – chamad@s para comunicar. Nesta edição, o P. Dr. Walter Altmann apresenta a reflexão Jesus Cristo, a Palavra. Na Editoria Fé Luterana, de maneira
Presidência, Igreja da Palavra: caminhar, perguntar, confiar! é o título da Mensagem, de autoria
a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, dois Ministros Pastores discorrem sobre ... e o Verbo se fez carne e A Palavra que desinstala. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia - II: Mentoria Espiritual - Espaço para nutrir a fé ganhou destaque na Editoria Comportamento. Was ist Liebe? é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!
do P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB
Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Capa Culto de Ordenação conjunta ao Ministério Eclesiástico, celebrado pela Presidência na manhã de 25 de janeiro de 2015, na Comunidade Evangélica de Porto Alegre/RS, Paróquia Matriz. Leia matéria especial sobre a Ordenação conjunta na IECLB na Editoria Atualidade, na página 4.
Divulgando o Evangelho O Jornal Evangélico Luterano, como abrange todo o território pátrio, creio que está cumprindo bem a sua missão de divulgar o Evangelho e noticiar o que de mais importante se passa nos Sínodos. Sei que não é fácil contentar a todos, mas sou da opinião que o Jorev deve continuar trilhando o mesmo caminho. Sei bem como é, pois sou Editor do Informativo da nossa Comunidade há 21 anos... Apenas tenho uma sugestão: que os textos da página em Alemão tragam, ao lado, a sua tradução livre. Pensem no assunto! No mais, agradeço pela distinção de me ouvirem.
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
Revisão Margret Reus Administrativo Mariana Paim ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios
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Abraços e saudações em Cristo, Fridolino Probst Balneário Camboriú/SC
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Jorev Luterano - Março - 2015
Curtas
Formatura em Teologia
um aprendizado para a vida A turma de formandos do curso de Bacharelado em Teologia do segundo semestre de 2014 celebrou de forma descontraída e alegre, mas manteve as raízes que fundamentam as suas histórias de vida e a relação com a Faculdades EST. O Culto de Ação de Graças e o Ato de Formatura aconteceram no dia 6 de dezembro, no auditório do Prédio H, na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. A turma era formada por seis jovens de diferentes localidades: Érica Môdes Mendes, de São Borja/RS, Glauber Vaz, de Estância Velha/RS, João Henrique Stumpf, de Capanema/ PR, Pablo Fernando Dumes, de Cacoal/RO, Paulo Eduardo Siebra Andrade, de Itapipoca/CE, e Raquel Weidlich, de Marechal Cândido Rondon/PR. O curso de Teologia acolhe alunos de cidades pequenas, que deixam a segurança das suas famílias para ter, na Faculdades EST, não só um aprendizado específico, mas um aprendizado para a vida. Para João Henrique Stumpf, que veio do sudoeste do Paraná, estudar na EST foi uma experiência inusitada. “A gente chega muito ingênuo. Aqui, aprendemos a viver. A gente não estuda só Teologia, mas nos inserimos em outro modo de vida”, comemorou João. A decisão de estudar Teologia, segundo a formanda Érica Mendes, transformou a perspectiva de mundo que ela Formandos do curso de Bacharelado tinha. “Aprendi a conem Teologia - 2014/2 viver, amar e respeitar o diferente e a vivenciar, de forma mais intensa, um relacionamento maior, tanto com a Palavra de Deus, como com a sua fidelidade”, destacou Érica, que foi Oradora da turma ao lado do colega Pablo Dumer. Para a formanda Raquel Weidlich, que foi Juramentista ao lado do colega Glauber Vaz, a motivação para estudar Teologia está em tocar o coração das pessoas por meio de palavras e ações. O curso de Teologia abre o olhar sobre o mundo. “Eu não consigo me ver sem a EST ter passado pela minha vida. Cheguei aqui com 18 anos e estou saindo com 24 e muito mais maduro”, frisou João. O Professor homenageado foi o P. Dr. Lothar Carlos Hoch, que recebeu com carinho a indicação. “Eles me deram uma grande alegria, justamente quando estou encerrando a minha atividade docente”, disse o Prof. Lothar. A funcionária homenageada foi Quételem Braga, da Secretaria Acadêmica. “Desejo que cada formando possa curtir este momento e usufruir dos conhecimentos adquiridos na EST, sendo referência para outras pessoas”, finalizou.
Conversando pelo caminho... Conversar é um hábito que desenvolvemos a partir de quando aprendemos a pronunciar as nossas primeiras palavras. Uma boa conversa inicia pelo respeito. É buscar, por meio do diálogo, o caminho para compartilhar sonhos, alegrias, tristezas... mas também propor, participar e debater sobre qualquer assunto. Para conversar com Deus, é preciso aprender a ser humilde e a ouvir o que Deus tem a dizer. Conosco não é diferente, pois saber ouvir e saber respeitar a pessoa com quem conversamos, mesmo que a sua opinião seja contrária à nossa, é o ponto de partida de um bom diálogo. Vivemos em uma época na qual conversar, muitas vezes, se torna difícil, quase impossível, em determinadas situações. Qual é a causa para estarmos desaprendendo a nos comunicar, a conversar? Este assunto nos remete a uma ampla reflexão. No ano de 2015, teremos oportunidade de conversar muito a respeito desse assunto, pois o Tema do Ano vai nos propiciar isso a partir da chamada Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar e do Lema bíblico Então, Jesus perguntou: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? (Lucas 24.17). Sobre o que a OASE, as mulheres luteranas, estão conversando pelo caminho? O assunto que os discípulos de Emaús conversavam enquanto caminhavam era Jesus Cristo. Qual tem sido o nosso assunto à medida que caminhamos como mulheres cristãs? O que se passa no nosso coração enquanto caminhamos? A atitude de Jesus é a de estar próximo, caminhar junto conosco. Que 2015 seja um ano abençoado para nós e que possamos saber responder quando perguntarem sobre o que conversamos enquanto caminhamos como mulheres luteranas. Rejane Beatriz Johann Hagemann Presidente da Associação Nacional dos Grupos de OASE
OFERTAS NACIONAIS 8 de março 3º Domingo na Quaresma Projeto de Missão no Sínodo da Amazônia O projeto de missão no Sínodo auxilia, no momento, os seguintes Campos de Atividade Ministerial: Ariquemes/RO, Boa Vista/RR, Centro de Rondônia/RO, Escola Para a Vida/RO, Manaus/AM, Porto Velho/ RO e Vale do Juruena/MT, que pregam o Evangelho nestes lugares onde o povo luterano vive e se reúne em Comunidade. Que possamos ter um coração cheio de amor e alegria, transbordante de generosidade. Que deixemos Deus nos abraçar com seu amor, que nos anima a levantar a cabeça, tirar tempo para Deus e fazer o bem, colocar os nossos dons e talentos para a Comunidade, ofertar com alegria e exercitar o amor que perdoa. 29 de março Domingo de Ramos Plano de Educação Cristã Contínua A Educação Cristã Contínua (ECC) é uma tarefa muito importante para a IECLB. A partir dela, a Igreja forma e capacita os seus membros para o exercício pleno do sacerdócio geral. Esta atividade está ligada à Teologia do Batismo e significa um compromisso com a ordem de Jesus Cristo Ide, fazei discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado (Mateus 28.18-20). Esta tarefa é abraçada em parceria com os Sínodos, os Centros de Formação, o Conselho Nacional de ECC e a Secretaria Geral. Atualmente, por meio da Secretaria de Formação e da Coordenação da Educação Cristã, a IECLB busca articular o planejamento e a execução das ações de ECC em âmbito nacional. Conforme o Plano de Educação Cristã Contínua (PECC), esse trabalho se desenvolve, principalmente, a partir de três formas de atuação: articulação, formação e publicação de materiais.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Fevereiro/2015
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Acumulado do ano
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Jorev Luterano - Março - 2015
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Atualidade
Ordenação conjunta ao Ministério Eclesiástico Como ouvirão, se não há quem pregue? P. DR. ONEIDE BOBSIN
O segredo de Francisco
Como falar de forma simples? Há muito tempo, quando participávamos dos grupos de jovens, gostávamos de brincar de ‘telefone sem fio’, algo que não tem sentido para os grupos de Juventude Evangélica de hoje. A brincadeira consistia em reproduzir uma frase no ouvido da pessoa que estava sentada ao lado na roda e, assim, sucessivamente. A última pessoa do círculo podia falar em voz alta o que lhe fora passado. Geralmente, saía uma frase bem diferente da que fora dita no início, pelo líder, ao ouvido da primeira pessoa. Mesmo com todos os avanços nos meios de comunicação, a dificuldade de se comunicar permanece grande. Quem conta um conto, aumenta um ponto. Sempre há espaço para a criatividade e para a confusão de línguas. Dentre os personagens públicos do nosso mundo globalizado, nos chama a atenção a capacidade de comunicação do Papa Francisco. Qual é o segredo de um homem com 78 anos, muitos deles vividos no âmbito de uma instituição com quase dois milênios? Além disso, herdeiro de encíclicas e dogmas cujas linguagens facilmente não são entendidas pelo povo simples. Então, qual é o segredo de Francisco, que lhe permite falar de forma simples sobre temas tão importantes para gente de Igreja e fora dela? Embora eu não seja especialista em comunicação, arrisco uma opinião. Ao falar para fora da Igreja, da qual é o líder máximo, omite todos os conflitos e dilemas do interior da sua instituição. Ele não fala da sua Igreja, mas a partir dela. Com isto, fala direto aos corações das pessoas. Afinal, a Igreja-instituição é um meio. Segundo: ele se arrisca em terreno movediço. Por exemplo, ao voltar de uma visita, disse que os católicos não devem fazer filhos como os coelhos. Com isto, a notícia correu o mundo e todas as pessoas ficaram de ouvidos abertos. Horas depois, o Papa vem a público e diz que todas as crianças são uma bênção de Deus. Ele não se desculpou a respeito da primeira frase. Apenas a reforçou com uma suposta correção de si mesmo. Francisco se comunica porque se arrisca, surfando na heresia sem negar a tradição! Podemos olhar para o papa Francisco como um exemplo quando refletirmos durante o ano em curso a respeito do Tema da nossa Igreja, Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar: a comunicação na Igreja da Palavra.
O Papa se arrisca, mas não nega a tradição
As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.
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apóstolo Paulo perguntou: Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? (Rm 10.14). Para que a Palavra de Deus seja pregada e ensinada publicamente, a Igreja chama, prepara e envia pessoas para assumir esta tarefa. O chamado oficial da Igreja, com a bênção e o envio de pessoas para proclamar o Evangelho da salvação, é conhecido como Ordenação. Na IECLB, há Ordenação para quatro Ministérios: o Pastoral, o Catequético, o Diaconal e o Grupo de Ordinandos junto aos celebrantes e à Presidência da IECLB Missionário. Sejam bem-vindos e bem-vindas a este Culto de Ordenação”, mãs na fé”, falou a Pa. 1ª Vice-Presidente da exclamou o Pastor Presidente da IECLB, P. IECLB, a Pa. Silvia Genz. Sim. Que Deus me ajude com a sua graça!, Dr. Nestor Friedrich, na abertura do Culto de Ordenação, celebrado na manhã de 25 de responderam os Ordinandos à pergunta feijaneiro de 2015, na Comunidade Evangélica ta pelo P. Nestor Friedrich: Tendo ouvido a palavra de Deus, bem como as atribuições de Porto Alegre/RS (Cepa), Paróquia Matriz. Na ocasião, a Presidência da IECLB or- inerentes ao Ministério Pastoral na IECLB, eu denou Dionata Rodrigues de Oliveira e lhes pergunto: ‘incumbido pela nossa Igreja, Vanderlei André Hüther ao Ministério Dia- perante o Deus onisciente e a sua Comuniconal; Ricardo Neumann e Silena Schultz dade aqui reunida em culto, vocês assumem ao Ministério Missionário; Daniel Annuseck o Ministério com Ordenação e prometem Hoepfner, Danilo Kammers, Elmo Josimar exercê-lo com fidelidade, amor, oração, estuKempf, Hiltrud Buse, Istifani Caroline Blauth, do e responsabilidade diante de Jesus Cristo, Germano Sell, Maicon Weber, Mariana Mayer o Senhor? Estão prontos a pregar o EvangeKempf, Renato Carlos Raasch, Rosângela lho, visitar e aconselhar, admoestar e orienBeatriz Hünemeier e Valmiré Martin Littig ao tar, edificar Comunidade na fé, incentivar a prática do amor ao próximo, promover paz Ministério Pastoral. Para que vivamos o sacerdócio geral de e reconciliação entre as pessoas? Vocês estão todas as pessoas crentes, a Igreja assume a igualmente dispostos a viverem uma vida responsabilidade de acolher pessoas voca- exemplar na sua casa, entre irmãos e irmãs e cionadas por Deus, prepará-las e enviá-las ao aos olhos do mundo?’. Nós cremos, confessamos e ensinamos povo de Deus para que ensinem e preguem o Evangelho. Com a Ordenação, a Igreja le- que o Evangelho de Jesus Cristo, contido nas gitima o chamado para o ensino público do Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, é o fundamento da Igreja una, Evangelho, explicou o Pastor Presidente. “Caros irmãos, caras irmãs! O Ministério santa, universal e apostólica e reconhecemos da Palavra de Deus não nos pertence. Ele está as Confissões dos Credos Ecumênicos e da acima de nós. É confiado por Deus à Igreja. Reforma Luterana como testemunho e expoCabe à Igreja zelar pela pregação responsável sição fiel da fé cristã. Em vista disto, pergunda Palavra de Deus, convocando e enviando tou o Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB e pessoas devidamente preparadas para este Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense, serviço. Vocês, portanto, por meio da Orde- P. Inácio Lemke, aos Ordinandos e às Ordinação ao Ministério Eclesiástico, assumem, nandas: ‘vocês prometem exercer o Ministéem nome da Igreja, pregar a Palavra de Deus rio com Ordenação de acordo com as Sagrae administrar os santos Sacramentos, fazen- das Escrituras e essas confissões, sabendo do com que o Evangelho alcance as pessoas que têm de prestar contas ao Senhor?’ Então lá onde estão, com suas tristezas e alegrias. respondam: Sim, com o auxílio de Deus. Com a resposta afirmativa do grupo, o Pela Ordenação, vocês são enviados e enviadas a pastorear o povo aflito e desorientado, Pastor Presidente pediu “O Deus de toda dirigir orações e súplicas, ouvir a sua confis- bondade, que vos vocacionou, também vos são e proclamar o perdão dos seus pecados, dê, por seu Espírito Santo, a graça de cumprimantendo o sigilo do que lhes for confiado, rem esses votos”. visitar, aconselhar e consolar os irmãos e ir- Para mais informações, acesse o Portal Luteranos.
Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.
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Jorev Luterano - Março - 2015
Presidência
Igreja da Palavra:
O
ano de 2015 chegou! Já estamos em março! A enxurrada de notícias com a qual terminamos 2014 e iniciamos 2015 não tem sido animadora! Notícias sobre corrupção viraram ‘o pão nosso de cada dia’! O que dizer da violência e da crise hídrica? Ética na política... Isto ainda existe? Ainda vale a pena apostar no trabalho, em valores como justiça, confiança, respeito ou mesmo em uma Comunidade de fé? A minha palavra e a sua palavra ainda valem alguma coisa? Carregado com todos estes sentimentos de dúvida, a sensação de fragilidade e com muitas perguntas, iniciei a minha caminhada de 2015! O Tema da IECLB para 2015 é Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar! A palavra bíblica que o acompanha é uma pergunta de Jesus a dois caminhantes
desolados por causa da crucificação do Nazareno: Sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? (Lucas 24.17). O diálogo que a pergunta proporcionou aproximou pessoas aparentemente estranhas e afastadas entre si, criou condições para que elas, apesar de fragilizadas pela morte e pelo sofrimento, pudessem falar sobre a sua dor e a sua falta de perspectivas. A chama da fé foi reacendida e reafirmada. Tamanha experiência precisou ser noticiada. Foi o que moveu os dois discípulos a se colocarem a caminho e procurarem outras pessoas para comunicar a ressurreição de Jesus. Com isso, destaco esta dimensão bonita da Igreja de Cristo, fruto da graça de Deus! Nunca caminhamos sozinhos! É esta dimensão da fé, a comunhão com irmãos e irmãs em Cristo e o cuidado que brota
Reunião do Conselho da Igreja
Entre os principais assuntos da última Reunião do Conselho da Igreja (CI) de 2014, realizada nos dias 21 e 22 de novembro, na Sede Nacional da IECLB, em Porto Alegre/RS, destacaram-se: aprovação da ata do XXIX Concílio, indicações de representantes junto a organizações e comissões diversas, Normas e regulamentos, Finanças e Patrimônio, Habilitação ao Ministério com Ordenação, Concessão de Certificado de Habilitação, Programas de intercâmbio para 2015, prestação de contas da Vai e Vem 2014 e aprovação dos Projetos Missionários a serem apoiados em 2015. O atual Conselho da Igreja é formado por: Sínodo da Amazônia (Diác. Dério Milke),
Brasil Central (P. Jonas Zenkner Beier), Centro-Campanha-Sul (Cláudio Kistenmacher), Centro-Sul Catarinense (P. Joel Schlemper), Espírito Santo a Belém (Alcione Potratz), Mato Grosso (Ema Marta Dunck Cintra, Vice-Presidente), Nordeste Gaúcho (Ijoni Michaelsen, Secretária), Noroeste Riograndense (Ledy Zimmermann), Norte Catarinense (P. Me. Claudir Burmann, Vice-Secretário), Paranapanema (Hans Henning Günther), Planalto Rio-Grandense (P. Gilmar do Nascimento), Rio dos Sinos (Ingo Ronald Brust), Rio Paraná (Rolf Leitzke), Sudeste (Almiro Wilbert, Presidente), Sul-Rio-Grandense (P. Jorge Signorini), Uruguai (Irton Brandt), Vale do Itajaí (Cristian Fuchs) e Vale do Taquari (Sérgio Hagemann).
desta convicção, que vem sustentado a nossa caminhada como IECLB. À luz deste Tema e com base na pergunta de Jesus àqueles discípulos, convido vocês, membros da IECLB, a abraçarmos a missão de Deus, a olharmos com muito carinho para aquelas pessoas com quem cruzamos na estrada da vida, a nos inspirarmos, enquanto Comunidades, no exemplo de Jesus, a nos aproximarmos e perguntarmos mais, rompermos com o silêncio, com o individualismo, que tanto fragiliza e adoece! O diálogo com Jesus reconstruiu esperança, inspirou confiança, que gera comunhão, acolhida e solidariedade. Que, em meio às tantas crises que vivemos, a Palavra de Deus sustente a nossa caminhada. Afinal de contas, o Verbo se fez carne. Ele veio para ficar. Nós não caminhamos sozinhos!
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caminhar, perguntar, confiar!
P. NESTOR FRIEDRICH Pastor Presidente da IECLB
Reunião de Preparação das Comissões Sinodais de Avaliação Março 9-14/3 Encontro da Presidência com Pastores e Pastoras Sinodais com a participação da Secretaria Geral São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz P. Inácio Lemke 24/3 Conferência Ministerial Sínodo Sul-Rio-Grandense Rio Grande/RS P. Nestor Friedrich 25/3 Conferência Ministerial Sínodo Vale do Taquari Taquari/RS P. Nestor Friedrich 27-28/3 Conselho da Igreja São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz P. Inácio Lemke 29/3 Investidura do P. Carlos Möller na Comunidade Igreja de Cristo Curitiba/PR P. Nestor Friedrich
Com a participação de 28 pessoas, entre Ministros e lideranças dos Sínodos Amazônia, CentroCampanha-Sul, Espírito Santo a Belém, Mato Grosso, Norte Catarinense, Paranapanema, Rio Paraná, Sul Rio-Grandense, Uruguai e Vale do Taquari, foi realizado o 1° Seminário de Preparação das Equipes Sinodais de Avaliação, nos dias 29 e 30 de novembro de 2014, em Porto Alegre/RS. O Seminário é uma das etapas da nova modalidade de Avaliação de Campos de Atividade Ministerial (CAMs), suas lideranças, Ministros e Ministras, atendida pelo Programa de Acompanhamento a Ministros e Ministras da IECLB, e tem como objetivo a preparação dos participantes para que sejam multiplicadores nos Sínodos. O Assessor Teológico da Presidência, P. Dr. Romeu Martini, afirmou que a Direção da IECLB, ao colocar a avaliação sob o tema do ‘Acompanhamento a Ministros e Ministras’, também quer ajudar a construir a paz, não só na Igreja, mas em toda a sociedade”. Com a assessoria do P. Me. Leonídio Gaede e da Psicóloga Leila Klin, o Seminário oportunizou o estudo sobre o Planejamento do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI). O Secretário do Ministério com Ordenação, P. Marcos Bechert, apresentou a nova metodologia de avaliação, aprovada no XXIX Concílio da Igreja.
Instalação de Pastores Sinodais Durante novembro e dezembro de 2014, a Presidência da IECLB realizou o ato de instalação dos novos Pastores Sinodais e os seus respectivos Vices nos 18 Sínodos da Igreja: Amazônia - Pa. Dimuht Bauchspiess, Brasil Central - P. Dalcido Gaulke, Centro-Campanha-Sul - P. Bruno Bublitz, Centro-Sul Catarinense - P. Jacson Eberhardt, Espírito Santo a Belém - P. Joaninho Borchardt, Mato Grosso - P. Nilo Christmann, Nordeste Gaúcho - Pa. Ma. Tânia Weimer, Noroeste Riograndense - P. Vilson Thielke, Norte Catarinense - P. Inácio Lemke, Paranapanema - P. Odair Braun, Planalto Rio-grandense - P. Ricardo Cassen, Rio dos Sinos - P. Me. Edson Streck, Rio Paraná - P. Lauri Becker, Sudeste - P. Geraldo Graf, Sul-Rio-Grandense - Pa. Roili Borchardt, Uruguai - P. Jair Holzschuh, Vale do Itajaí - P. Breno Willrich, Vale do Taquari - P. Gilciney Tetzner.
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Sustentabilidade
Como está o Planejamento Estratégico nas nossas Comunidades e Paróquias?
S
Parece que, quando é para a Igreja, não temos tempo. As coisas estão aí para serem feitas, mas sempre há uma desculpa. Aí, tudo fica difícil
ustentabilidade é dar suporte a alguma condição. Em algo ou alguém, é a condição para um processo ou tarefa existir. A palavra ‘Sustentável’ tem origem no Latim sustentare, que significa sustentar, apoiar, conservar. O conceito de Sustentabilidade está normalmente relacionado a uma mentalidade, atitude ou estratégia que é correta, viável no âmbito econômico, socialmente justa e com uma diversificação cultural. Nessa incumbência e na certeza de que é necessário planejar, a IECLB criou o Plano de Ação Missionária (PAMI), estabelecendo que a vivência missionária da Igreja tem quatro dimensões principais: Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia – articuladas entre si por três eixos distintos: Formação, Sustentabilidade e Comunicação. Sustentabilidade se tornou um tema essencial. A Sustentabilidade nas empresas também está ligada à Sus-
tentabilidade econômica, alcançada por meio de um modelo de gestão que incentiva processos que permitem a recuperação do capital financeiro, humano e natural da empresa. No caso da IECLB, este processo é o Planejamento Estratégico. A propósito, como está o Planejamento Estratégico nas nossas Comunidades e Paróquias? Em nível sinodal, este processo já foi divulgado e debatido em Seminários específicos. Pelo que se pode ver, ele tem sido ensaiado em algumas Comunidades, mas a sua real ativação ainda não aconteceu. Por que será? Podemos notar que existe uma grande resistência por parte das Comunidades bem como dos Ministros, pois este processo implica em disponibilidade de tempo e também de pessoas que realmente estejam dispostas a encarar o assunto. É um desafio à prática do sacerdócio geral de todos os crentes: servir com os dons que Deus lhe confiou.
Luterprev Responde
ajudando a planejar o seu futuro Você sabia quem... ...é, e o que faz o Atuário da Luterprev? Graduado em Ciências Atuárias e Mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), neste ano, Lúcio Sartori completa dez anos de trabalho na Luterprev, onde ingressou como Estagiário. Hoje Gerente de Riscos da empresa, ele explica que a origem da sua profissão remonta ao século XXIII a.C., mas que o termo Atuário só passou a ser empregado com a atual conotação a partir do século XVI. No Brasil, o curso superior de Ciências Atuariais existe formalmente desde 1945 e, há 18 anos, está em funcionamento. O Atuário é especialista em avaliar e administrar riscos. Para isso, além da formação acadêmica específica, precisa ter conhecimentos em Matemática, Estatística, Direito, Economia e Finanças.
Com isso, tem condições de atuar na promoção de pesquisas e estabelecimento de planos, principalmente na área de seguros, previdência complementar, caso da Luterprev, ao mesmo tempo em que analisa e aplica as adequações necessárias para acompanhar as mudanças financeiras e sociais no mundo. O profissional também cria modelos matemáticos para planos de investimentos e amortização para seguros, efetua cálculos de probabilidades de eventos, avalia riscos e fixa valores de prêmios de seguro ou indenizações. Na Luterprev, esclarece Lúcio Sartori, “cabe ao Atuário criar os planos comercializados e acompanhar os riscos, seja pela constituição das reservas matemáticas e dos capitais adicionais, seja precificando os planos de pecúlio e pensão”.
Parece que, quando é para a Igreja, não temos tempo. As coisas estão aí para serem feitas, mas sempre há uma desculpa. Aí, tudo fica difícil. Temos que regrar o comprometimento de todos os envolvidos e, como se diz na gíria: aí a porca torce o rabo. O Planejamento Estratégico não é tarefa de uma pessoa, mas de um mutirão de pessoas e dons. Sabemos que a dinâmica é muito complexa e morosa, mas é a forma de conhecer a realidade da Comunidade em todos os seus setores, o que indicará o rumo a seguir. Os anseios e as demandas das Comunidades vão sendo carregados ‘na carroça’. No andar, ela está sobrecarregada e rangendo, mas não pode parar. Para isto, temos que definir prioridades e quem faz o quê. Queira ou não, vivemos uma Igreja ‘pastorcentrista’. Esperamos que tudo venha do Pastor, mas não deveria ser assim. A participação dos leigos é fundamental na vida da Comunidade. A dificuldade em compor Diretorias de Sínodos, Paróquias e Comunidades é muito grande. Parece que este trabalho em prol da sua Comunidade não é encarado como um chamado de Deus para trabalhar na Seara. Teremos Sustentabilidade quando soubermos quem somos e como estamos. Tudo isto passa pelo Planejamento Estratégico. Então saberemos quantos membros somos, o que pensamos, qual é a visão sobre o Presbitério a respeito da atuação do Ministro e também da contribuição financeira, entre outros. O Planejamento Estratégico é uma ferramenta indispensável nos dias atuais.
O Atuário diz que a sua profissão é importante para o desenvolvimento de uma nação, “economicamente falando, se insere no sentido de mitigar os riscos do empreendedor, criando um ambiente mais estável, no qual há maior possibilidade de investir”. No âmbito social, Lúcio aponta a área da previdência como aquela em que o trabalho do Atuário é mais representativo, “temos o grupo de pessoas ativas gerando amparo financeiro suficiente para o período de inatividade, mantendo a roda do consumo girando inclusive na terceira idade”. Hoje, no Brasil, há cerca de 850 Atuários em atividade.
“Teremos Sustentabilidade quando soubermos quem somos e como estamos. Tudo passa pelo Planejamento Estratégico”, destacou Oscar Stumm, então Tesoureiro Sinodal do Sínodo CentroCampanha-Sul
Notícia Convênio com CEAT O Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), de Lajeado/RS, assinou convênio com a Luterprev para dar acesso a planos de previdência aos seus Professores e demais colaboradores. Realizado na escola, o ato foi antecedido por palestra ministrada pelo Diretor Geral da Luterprev, Evandro Raber, que falou sobre a importância da previdência privada na construção de um futuro tranquilo. Pelo colégio, firmou a parceria o seu Diretor, Rodrigo Ulrich.
Visite o site luterprev.com.br e faça também uma simulação para sua aposentadoria complementar e/ou para assistência financeira. No site, você encontra um link para encaminhar perguntas à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para luterprev@ luterprev.com.br, com o assunto Jorev.
Jorev Luterano - Março - 2015
Comunicação
O ser humano conseguiu se isolar em meio à multidão!
“Do jeito que está, somente um plano de visitação com pessoas bem preparadas pode mudar esta situação!”, compartilhou Nestor Fischborn, então Presidente Sinodal do Sínodo CentroCampanha-Sul
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iz um pequeno exercício de juntar informações sobre o assunto Comunicação e constato que há muita coisa boa acontecendo nas nossas Paróquias e Comunidades. Há programas de rádio locais que os Ministros e as Ministras utilizam principalmente para levar uma mensagem aos membros e ao povo em geral. Também neles são anunciados os eventos que acontecem na sua área de atuação. Já a televisão quase não é utilizada na divulgação dos assuntos das nossas Comunidades. Enquanto isso, os jornais locais dão algum espaço, mas é muito restrito para a divulgação religiosa. Tenho observado que o espaço para a coluna do horóscopo é diária, enquanto, para as Igrejas, o espaço é semanal. Algumas Paróquias fazem o esforço de manter um jornal interno com periodicidade que pode variar de mensal a semestral. Além disso, praticamente todas as Paróquias fazem um calendário anual ou por semestres para divulgar os seus cultos e eventos festivos. Ao longo da sua história, a IECLB tem produzido farto material bibliográfico para subsidiar o esclarecimento dos seus membros. Constata-se, porém que mais de 70% dos membros não sabem o que significa ‘ser membro da IECLB’. Nas reuniões de Diretorias, quando o assunto em pauta é a ‘Comunicação’, observa-se que o problema é geral. Encontrar uma fórmula, uma prática que alcance os
É preciso conscientizar os membros que todos são corresponsáveis pela ordem e pela manutenção da sua Comunidade membros ausentes é o clamor de todas as lideranças. Não adianta ter um bom programa de rádio, com ótimas mensagens, se as pessoas não procuram sintonizá-lo. Do que vale ter uma página no jornal se não há interesse em fazer a sua leitura? Na Comunidade em que participo, percebi que muitos membros não tinham o mínimo conhecimento sobre as regras para a existência de uma Comunidade. Aí, em uma reunião de Diretoria, sugeri a aquisição de alguns exemplares do Guia para o Presbitério para deixá-los à disposição dos membros junto à entrada do templo. Os exemplares foram adquiridos, mas poucos foram levados para leitura. Nem os instrumentos de Comunicação mais modernos, como a Internet, funcionam quando o tema é tratado com os membros. Muitos assuntos de conotação até
irresponsável são compartilhados com mais interesse do que assuntos da Igreja. Chego à conclusão que a liberdade atual conduz as pessoas a uma postura omissa no que diz respeito aos direitos e aos deveres de participação na sociedade. É preciso conscientizar os membros que todos são corresponsáveis pela ordem e pela manutenção da sua Comunidade. Como fazê-lo? Do jeito que está, somente um plano de visitação com pessoas bem preparadas pode efetivamente mudar esta situação! Olhando nos olhos, apertando a mão e abraçando de verdade os nossos membros poderemos encontrar o espírito fraterno que Jesus Cristo ensinou na sua peregrinação. As pessoas não observam mais quem está à sua volta. O ser humano conseguiu se isolar em meio à multidão!
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Lutero - Reforma: 500 anos Jesus Cristo, a Palavra
Pois aquilo que parece ser a loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana. (1Coríntios 1.25) Deus age pelo contrário, pelo avesso das coisas Com esta frase (1Coríntios 1.25), o apóstolo Paulo descreve um dos mistérios mais profundos da fé. Martim Lutero não cansava de dizer que Deus age ‘pelo contrário’. O ‘normal’ e o que nos dá mais resultado, assim parece, é apostar no poder, na força. Assim pensa a maioria das pessoas e por isso também age em busca do poder. No entanto, Deus, ao contrário, se revela na fraqueza. Que surpreendente! O seu Filho nasceu em uma estrebaria e morreu pregado a uma cruz. O Império Romano deu-lhe, assim pensava, um fim, um fim vergonhoso, mas foi a esse quem Deus ressuscitou e vive ainda hoje no coração de milhões de pessoas. Que maravilha! Ele é aquele a quem confessamos como quem ‘era, é e há de vir’, o nosso Senhor Jesus Cristo. Hoje, quando a corrupção se escancara a nossos olhos, parece-nos que o dinheiro tudo pode. A ganância não tem limites. Ela é insaciável. Em um sistema econômico globalizado, a riqueza do mundo se concentra em cada vez menos mãos. Uma estatística recente revelou que logo, logo 1% da população do mundo deterá tantos recursos quanto todos os outros 99%. Uma centena de bilionários têm tanto dinheiro e bens quanto metade da população do mundo. Sejamos sinceros, quantos de nós, lá no fundo, não gostariam de ser uma dessas pessoas ‘afortunadas’? Assim, muitas, muitas pessoas estendem as suas mãos, na tentativa de alcançar igual riqueza. A Mega-Sena que o diga: uma pessoa leva o prêmio, milhões de outras pessoas o pagam, mas todas queriam ser aquela pessoa ‘sortuda’. Aquele Jesus Cristo, porém, proclamou que não podemos seguir a dois senhores: a Deus e as riquezas. Em seu lugar, pregou o Reino de Deus e a sua justiça, que deve ser colocado em primeiro lugar. Confira-se Mateus 6.24 e 33. Para dar outro exemplo: quantas pessoas neste mundo apostam no poder das armas, seja para impor a sua vontade a outros países, em guerras, ou a outras pessoas, em assaltos, mas também na própria tentativa de se proteger contra quem nos ameace de verdade ou na nossa imaginação? Entretanto, o apóstolo nos conclama a tomarmos o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Efésios 6.17), por isso também Lutero afirmou: ‘Toda a vida e substância da Igreja se encontra na Palavra de Deus’. Portanto, a arma da Igreja é tão somente a Palavra, ou melhor, nunca deve ser nem nunca deveria ter sido outra do que a simples Palavra. Nunca deveria ter sido o poder da espada de aço, como infelizmente foi em largos espaços da história.
Isso porque essa espada de aço pode ferir de morte um coração humano, mas a Palavra pode alcançar o coração humano e transformá-lo. A fé vem pela pregação, e a pregação, pela Palavra de Cristo (Romanos 10.17). Claro, também podem ser pronunciadas palavras más, e muitas palavras más são pronunciadas a cada dia nas ruas, nos lares, no trabalho e na política, por isso devemos orientar-nos por aquele que é a Palavra, ou seja, o próprio Jesus Cristo. Aliás, foi pela Palavra que Deus criou o mundo e tudo que nele há (Gênesis 1). Assim, na Palavra, a fé encontra o próprio Deus e, quando se encontra com Jesus Cristo, reconhece: o Verbo (isto é, a Palavra) se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade (João 1.14). Quem é esse Jesus Cristo? Vejamos isso em dois hinos do Reformador Martim Lutero. Ele não foi apenas um Teólogo profundo e um exímio Pregador, mas, entre outras coisas, também um talentoso Músico, que soube colocar em seus hinos a mensagem evangélica que tão intrepidamente propagou. Vejamos primeiramente o hino 155 do hinário da IECLB, Hinos do Povo de Deus I. A melodia é uma alegre música popular da época, adotada por Lutero, mesmo se hoje temos alguma dificuldade em cantá-la no mesmo tom alegre. A primeira estrofe reflete toda a alegria de quem se sabe abrigado em Deus: Cristãos, alegres jubilai, felizes exultando; com fé e com fervor cantai, a Deus glorificando. O que por nós fez o Senhor, por seu divino excelso amor, custou-lhe a própria vida. As duas estrofes seguintes olham para o passado, antes da fé, indicando o cativeiro e o desespero de quem se sabe condenado por causa do pecado: Fui prisioneiro de Satã, a noite me envolvia. A minha vida, triste e vã, nas trevas se esvaía. Abismo horrível me tragou, o mal de mim se apoderou; perdi-me no pecado. As obras nunca poderão livrar-me do pecado. O livre arbítrio tenta em vão guiar o condenado. Horrível medo me assaltou, ao desespero me levou, lançando-me ao inferno.
As estrofes quatro a dez apresentam a grande reviravolta na vida de quem chega à fé, em forma de uma história da salvação. Lutero não considera importante relatar a sua experiência pessoal, mas, sim, narrar a história da salvação por Cristo: O eterno Deus se apiedou de mim, o infortunado. De sua graça se lembrou, voltou-se ao condenado. O seu paterno coração deu, para minha salvação, o que há de mais precioso. Nas estrofes seguintes podemos observar caracteristicamente como o Filho ‘desce’ do Pai para vir a nós e mais: na condição de alguém pobre e desprezado, com poder oculto, traz a salvação e a nova vida em Cristo: Ao Filho disse o Pai no céu: o tempo está chegado; à terra desce, ó Filho meu e salva o condenado! Liberta-o de pecado e dor, morrendo, sê-lhe o Redentor: que tenha nova vida! Obedeceu de coração o Filho ao Pai amado. Tornou-se em tudo meu irmão, e, pobre e desprezado, ele ocultou o seu poder e um simples homem veio a ser: lutou por minha causa. E disse em sua compaixão: a minha mão segura. Alcançarás a salvação, eu venço a luta dura. Pois eu sou teu e tu és meu; onde eu estou, terás o céu. Nada há de separar-nos. A oitava estrofe indica o preço pago para libertar as pessoas condenadas: Derramarei o sangue meu, serei à cruz pregado, somente em benefício teu; aceita-o confiado! Em inocência hei de sofrer, que possas vida eterna obter e bem-aventurança. A nona aponta para o amparo que provém do Jesus ressurreto e exaltado para o crente que vive a cruz: Ao Pai no céu eu voltarei, porém, não te abandono: O Espírito te enviarei do meu celeste trono. Em todo o sofrimento e dor ampara-te o Consolador, guiando-te à verdade.
Finalmente, a décima estrofe conclama à fé e ao seguimento: Tudo o que fiz e que ensinei também o faze e ensina! Farei crescer a minha grei por minha luz divina. A luz dos homens é falaz, enganadora é sua paz. Confia em mim somente! Esse hino, com as suas dez estrofes, de certo modo, é um resumo de toda a Teologia de Lutero. O mesmo ocorre também com o mais famoso hino do Reformador, Castelo Forte, hino 97 do hinário da IECLB. Cito aqui a terceira estrofe: Se inúmeros demônios vêm, querendo exterminar-nos: Sem medo estamos, pois não têm poder de superar-nos. Pois o rei do mal, de força infernal, não dominará; já condenado está por uma só palavra. A supremacia de Deus não pode ser expressa de maneira mais contundente. Todos os poderes do mundo, ao fim das contas, nada são e nada podem, mas, para Deus, uma só Palavra (no original Alemão, uma ‘palavrinha’) basta. Se uma única palavrinha lhe é suficiente, por que haveríamos nós de temer em dor e aflição, quando dele recebemos tão abundantes promessas de salvação? Essa conclusão é tirada na quarta estrofe: O Verbo eterno vencerá as hostes da maldade. Recordemos, por fim, a explicação de Lutero, no Catecismo Menor, ao Segundo Artigo do Credo Apostólico, aquele que se refere a Jesus Cristo. Em vez do texto corrido, coloco o mesmo de forma estruturada, que nos mostra a lógica do pensamento de Lutero: ‘Jesus Cristo... é meu Senhor,... para que eu lhe pertença’. Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus nascido do Pai desde a eternidade, também verdadeiro homem, nascido da Virgem Maria, é meu Senhor, que me remiu a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo, não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte, para que eu lhe pertença e viva submisso a ele, em seu Reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança, assim como ele ressuscitou da morte, vive e reina eternamente. Isto é certissimamente verdade.
Foi pela Palavra que Deus criou o mundo e tudo que nele há (Gênesis 1). Assim, na Palavra, a fé encontra o próprio Deus e, quando se encontra com Jesus Cristo, reconhece: o Verbo (isto é, a Palavra) se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade (João 1.14).
P. Dr. Walter Altmann, Teólogo, Professor Pesquisador na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, ex-Pastor Presidente da IECLB e ex-Moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI)
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Formação
O que somos como Igreja e quais as nossas tarefas como lideranças e membros de forma geral
“Nos últimos dois anos, foram oferecidas oportunidades diversas de Formação a partir da doutrina luterana, tendo em vista as comemorações dos 500 anos da Reforma”, lembrou o P. Reinoldo Glück Neumann, Ministro na Comunidade de Santa Maria/RS, no Sínodo Centro-Campanha-Sul
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Assembleia Sinodal de 2011, realizada em Linha Boêmia - Paróquia Cerro da Igreja, em Agudo/RS, elegeu Formação como uma das prioridades do Sínodo Centro-Campanha-Sul para os anos seguintes. A partir desta definição, coube ao Conselho Sinodal e à sua Diretoria viabilizar a concretização desta prioridade. Para tanto, partimos da seguinte premissa: somos eternos aprendizes. Assim, podemos constatar que todas as atividades desenvolvidas pelos departamentos sinodais (Oase, JE, Casais, Lelut, etc.) são, em sua essência, atividades de Formação, pois contribuem para o crescimento de cada pessoa que delas participa. Uma das medidas adotadas foi apoiar a Formação na base, pois estamos convictos que é ali que esta Formação se dá com maior intensidade, uma vez que trabalha-se com elementos mais concretos. Assim surgiram iniciativas, como Seminários de Presbíteros, nos quais não ocorre apenas a formação ‘acadêmica’, mas também o estreitamento de relações en-
tre os participantes. Para auxiliar neste processo, foi disponibilizado pelo Sínodo o Guia para o Presbitério, como material de apoio para o planejamento dos Seminários Comunitários e Paroquiais. Além disso, via projeto, abriu-se a possibilidade de apoio financeiro a partir do Fundo Sinodal de Projetos. A partir da estrutura sinodal, buscou-se incessantemente viabilizar projetos de Formação, bem como a participação em eventos oferecidos por outras instâncias e instituições, o que possibilitou a participação de muitas pessoas das Comunidades nos cursos EaD oferecidos pela Secretaria Geral da IECLB em parceria com a Faculdades EST. Também foi oferecida Formação presencial para estas áreas. A partir destes cursos, pessoas foram motivadas a se envolverem de forma mais efetiva nas atividades comunitárias. Nos últimos dois anos, foram oferecidas oportunidades diversas de Formação a partir da doutrina luterana, tendo em vista as comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, a serem completados em 2017, pois, como Sínodo, entendemos que só podemos comemorar algo sobre o que temos conhecimento. Nesse sentido, o ‘Conselhão’, grupo de apoio na reflexão acerca da missão no Sínodo, tem feito Retiros e Encontros para refletir acerca da temática. Com relação à caminhada ministerial, tem-se buscado investir no auxilio à Formação continuada dos Ministros com atualizações que acontecem anualmente e buscam trabalhar assuntos salutares para a edificação pessoal, como temáticas confessionais e do cuidado. Para os próximos anos, além de continuarmos investindo na Formação confessional, foi aprovada a realização do Curso de Qualificação de Líderes em âmbito sinodal. Compreendemos que Formação é uma questão permanente na caminhada, pois toda a gestão comunitária passa pela compreensão do que somos como Igreja e quais as nossas tarefas como lideranças e membros de forma geral.
Secretaria da Ação Comunitária XXV Seminário de Música em Rodeio 12: um quarto de século de dedicação à educação musical - Foram dias maravilhosos, em que a música reinou nas dependências do Centro de Eventos Lar Rodeio 12/SC! No dia 28 de janeiro de 2015, às 14 horas, iniciou o XXV Seminário de Música em Rodeio 12, com a presença do Pastor Sinodal em exercício, P. Sigfrid Baade, e da Musicista Dra. Soraya Eberle, Coordenadora de Música da IECLB. Nestes dias de muita música nas vidas das 73 pessoas inscritas e 14 colaboradoras, pudemos verificar a importância dela para a IECLB e a necessidade de se buscar formação para fazer música na Igreja. Um fato que nos alegra é que há um ótimo convívio e a diversidade não atrapalha, mas, sim, complementa a arte de ensinar e aprender. Neste ano festivo, levamos as
apresentações para a Comunidade Cristo Bom Pastor de Timbó no sábado à noite, onde fomos recebidos com muito carinho. A Comunidade Itoupava Baixa - Blumenau nos re-
cebeu para realizarmos o Culto de Encerramento do Seminário de Música em Rodeio 12 no domingo, oferecendo um gostoso almoço. Neste momento especial, no qual muitos sentimentos passavam nos corações dos que conviveram durante quatro
dias no Lar, o P. Guilherme Lieven levou uma bela mensagem sobre a importância de servir e a música a serviço da Igreja. Leia abaixo dois depoimentos coletados no Facebook: Sobre os últimos quatros dias: uma experiência maravilhosa, que nunca em minha vida vou esquecer... Sinto falta dos dias que passei lá, momentos únicos de aprendizagem e convívio. Respirar música é para poucos! Venha logo 2016, porque quero me fazer presente novamente no Seminário de Música em Rodeio 12. Mariluce Bianca Koepsel Foi a minha primeira vez no Seminário! Adorei! Pessoas muito queridas, lugar agradável, estrutura impecável e uma overdose de música! Parabéns à organização, aos Professores e aos Maestros. Já estou com saudades! Mara Francine da Silva
Rubia de Oliveira pela organização do evento
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Fé Luterana 11
Cristo, a Palavra ... e o Verbo se fez carne Atualmente, muitas pessoas têm dificuldade em compreender a verdadeira humanidade de Jesus Cristo. Nos dias de João, não era muito diferente, pois havia uma doutrina que se espalhava na Igreja – o docetismo – que negava que Jesus tinha vindo em carne. A afirmação contida no Evangelho de João 1.14 e o Verbo se fez carne combate esta doutrina. O Reformador Martim Lutero reforça: ‘Cristo se fez carne. Portanto é criatura’. Importa frisar que o Verbo (logos) se fez carne, não tomou meramente um corpo para si, mas tornou-se carne (sarx egeneto), carne que denota toda a fraqueza da humanidade em relação a Deus. Em Jesus Cristo, Deus chegou mais perto de nós. O Escritor e Pastor americano Max Lucado relata esta chegada de forma poética: ‘Deus tornouse homem. Enquanto as criaturas da terra andavam descuidadas, a Divindade chegou. Os céus se abriram e colocaram seu bem mais precioso num útero humano. O onipotente, em um instante, se tornou frágil. O que fora espírito se tornou palpável. Ele, que era maior que o universo, veio a ser um embrião. E aquele que sustém o mundo com uma palavra decidiu depender de uma jovenzinha para a sua nutrição. Deus veio como um feto. O criador da vida, sendo criado. Deus ganhou sobrancelhas, cotovelos, dois rins e um fígado. Ele se esticou contra as paredes, e flutuou no líquido amniótico da mãe. Deus se aproximou. Não fomos nós quem nos aproximamos dele. Ele se aproximou de cada um de nós. Ele se fez um de nós. As mãos que o sustentaram
pela primeira vez eram calosas e sujas, mal cuidadas. Nenhuma seda ou marfim. Nenhuma festa ou pompa, apenas uma estrebaria. Se não fosse pelos pastores, não teria havido recepção. Os anjos olhavam Maria trocando as fraldas do Deus bebê’. Emanuel – de fato, Deus conosco e, agora, ser humano. O Deus a quem servimos se tornou carne e se aproximou de cada um e cada uma de nós. Essa relação de comunhão e identificação do Criador com a criatura é fantástica. Vocês e eu podemos nos relacionar com um Deus pessoal e amigo, que chega junto, que anda conosco, que vive o nosso dia a dia. Nenhuma outra divindade proclamada nas mais diversas religiões tem uma relação tão próxima como a relação que Deus efetivamente estabeleceu conosco em Jesus Cristo. Deus interessa-se por nossas dores, canseiras e mortes. Preocupa-se conosco. Cuida de nós. Perdoa-nos. Acolhe-nos. Ele é presença constante em nossa vida. Em Jesus Cristo, a luz começa a brilhar na escuridão. Deus vem ao encontro da sua criatura. Procura-nos em nossas dúvidas. Em Jesus de Nazaré, o amor de Deus torna-se gente. Esse amor traz ânimo aos cansados, esperança aos desanimados, solidariedade aos aflitos e injustiçados e nos motiva como Igreja – o Corpo de Cristo – a refletir esta luz na vida cotidiana das pessoas na nossa sociedade nos mais variados contextos.
P. Dirceu Gretschmann Strelow, Bacharel em Teologia pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), com adaptação na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Atua na Paróquia em Cariacica/ES
Para refletir, leia João 1.14
A Palavra que desinstala
P. Nivaldo Geik Völz, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, e cursando Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), exerceu o Ministério Pastoral na Paróquia de Jequitibá, em Santa Maria de Jetibá/ES. Atua na Paróquia em Santa Teresa/ES
Ao ser convidado para escrever sobre este tema, veio à mente o computador no qual este texto foi digitado. No computador, temos a opção de desinstalar programas que não são mais necessários. De imediato, isso permitiu fazer uma analogia com o evento da Reforma Protestante. Lutero, em seu tempo, viu a necessidade de desinstalar uma prática que não correspondia com o Evangelho de Jesus Cristo. Foi um sistema que corrompeu a essência cristã, por isso a Reforma buscou a reformatação da estrutura da Igreja da época, desinstalando pessoas descomprometidas com o seu papel profético e a própria instituição enquanto Igreja como proclamadora do agir amoroso de Deus em Jesus Cristo. A intenção de Lutero era apontar para o acolhimento que nos é dado pela graça de Deus. A presença de Jesus no caminho de Emaús apresenta a presença solidária de Jesus no nosso caminhar. Nem sempre o reconhecemos de imediato. A Igreja também não o reconheceu em muitos momentos da sua história. A Reforma Protestante testifica isso. Na pergunta de Jesus sobre o que dois dos seus seguidores conversavam a caminho de Emaús está o questionamento que hoje também recebemos sobre o nosso falar e agir. À luz da Palavra de Deus, somos confrontados com o nosso testemunho e ação. Quando nos acomodamos diante da dificuldade, facilmente caímos em uma zona de conforto que paralisa, adormece e entorpece. A Palavra de Deus nos desinstala dos nossos medos, das nossas angústias e, claro, do nosso comodismo. No partir do pão, Jesus foi reconhecido pelos dois caminhantes, que, de imediato, se põem a ca-
minho de volta para dar o testemunho da presença do Cristo ressuscitado. Foi a Palavra seguida de gestos concretos que fez com que Jesus fosse reconhecido. Na história das primeiras Comunidades cristãs foi esse reconhecimento diário que manteve acesa a chama da fé nas pessoas. Quando desvios aconteceram, homens e mulheres foram tocados por Deus pelo seu agir profético de denúncia e anúncio. Lutero fez isso no seu tempo e é o que hoje também fazemos quando seguimos os passos do Reformador. Somos uma Igreja em constante reforma no que diz respeito àquilo que não edifica as relações humanas. Valores éticos não podem ser relativizados. Eles são únicos e estão a serviço do bem comum. As palavras de Jesus demonstraram esse valor por meio do amor, critério para todas as suas atitudes e palavras. Em tempos nos quais, muitas vezes, os fins justificam os meios, a palavra de Jesus em Marcos 8.36: Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? deixa claro que o egoísmo desinstala a integridade e dignidade humanas. Perder a alma, nesse caso, é perder uma identidade que não é só cristã, mas é universal. É uma verdade absoluta que carece de instalação em todos os corações humanos. Para refletir, leia Hebreus 4.12-13
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Geral
Educação cristã
vivendo, aprendendo e ensinando
Crianças parceiras - O nascimento de uma criança é motivo de alegria. É comum, depois do seu nascimento, o pai, a mãe ou a pessoa responsável pelo bebê procurarem a Igreja para batizá-lo. Ao levar a criança até a pia batismal, a família e a Comunidade assumem o compromisso de dar condições para que ela cresça em um ambiente cristão, cercada de amor e afeto. Educar as crianças na fé é uma tarefa desafiante, que pede coerência. No seu livro Criança é presente: hermenêutica bíblica na perspectiva das crianças, a Pastora Regene Lamb afirma que temos dificuldades de entender que a criança não é um ‘adulto em miniatura’ ou alguém que ‘treina para a vida adulta’. Não raras vezes, nós falamos sobre as crianças sem, contudo, ouvilas ou mesmo enxergá-las. As crianças são pessoas com direitos próprios e necessitam ser vistas como parceiras no anúncio do Evangelho. Para isso, precisamos nos perguntar pelo espaço que estamos dando a elas e o quanto as conhecemos de fato. Um exemplo bastante comum acontece nas nossas Comunidades. As nossas celebrações são voltadas para o público adulto e os nossos prédios não possuem instalações adequadas para as crianças. O traba-
lho com as crianças, em muitos lugares, precisa ser adaptado dentro de uma estrutura voltada para as pessoas adultas. Isto revela a visão que ainda temos das crianças, ou seja, uma visão ‘adultocêntrica’. O Educador Paulo Freire, com sabedoria, afirmava: ‘Ninguém educa ninguém, as pessoas se educam em comunhão’. Esta afirmação não nos exime do compromisso de educar as nossas crianças na fé, mas também indica que nós podemos aprender com elas. Elas também têm algo a nos ensinar. Elas também são protagonistas do Reino de Deus. A participação ativa das crianças é algo importante na Bíblia. Nos Evangelhos, encontramos um belo exemplo. Em
resposta a uma pergunta dos discípulos sobre quem é mais importante no Reino do Céu, Jesus inverte uma lógica do mundo adulto. Quando ele põe uma criança no centro como modelo do Reino, ele questiona
Cat. Maria Dirlane Witt, Secretaria de Formação Coordenação de Educação Cristã, em Porto Alegre/RS
Simplesmente mulher Paula de Moura Kleinkauf,
representante do Sínodo Nordeste Gaúcho no Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje) e
Pedro Damasio Hameister,
participante do grupo de jovens de Taquara/RS
o conceito de poder dos seus discípulos e aponta para a inclusão e a participação de todas as pessoas. As crianças, como parte da Comunidade, são chamadas para também serem anunciadoras do Evangelho. Não renovaremos o mundo sem elas. Esta constatação exige de nós relações diferentes e abertura para adentrarmos no universo delas. Esta viagem neste universo, com certeza, trará mais leveza para o nosso mundo adulto, tão endurecido e carente de relações despojadas e alegres. Adélia Prado, Poetiza mineira, em um dos seus poemas, traduz, em poucas palavras, o que foi delineado acima: Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande.
Está no rosto! Está no coração! Um coração vermelho vai sendo colorido no rosto da criança... A cor do coração é secundária, pois o mais importante é o que a imagem simboliza: que, no vai e vem do sangue, pulsa a vida. Onde há afeto, carinho, respeito, doação... há vida! Pode-se levar o coração no rosto, mas convém refletir sobre o que se leva no coração, afinal isso determina muitas coisas... No contexto da Vai e Vem, não é diferente. Sendo levada no coração, transparece em cores no rosto o que somos como Igreja, como Corpo de Cristo, como Povo de Deus, por isso levea no coração e dê testemunho sobre ela em suas palavras, no seu dia a dia! A imagem é fruto de uma atividade com crianças em um dos Projetos que serão apoiados pela Campanha, no Sínodo Paranapanema. O Projeto Celar busca a consolidação da Comunidade de Araucária. Como em muitas outras localidades,
a presença de pessoas de confissão luterana em Araucária se deu em função da mobilidade urbana. O Projeto prevê organizar a Comunidade e proporcionar vivência comunitária a partir de um dos focos originários de acompanhamento por parte da IECLB, que é a Comunidade Cristo Bom Pastor de Curitiba. O projeto visa a modelar a Comunidade de forma sustentável e autônoma, mas ainda ancorada na caminhada já existente. Gradativamente, a Comunidade deve assumir o seu perfil no exercício da sua vocação naquele contexto. A missão a serviço da qual estamos é comunitária e se baseia na interdependência entre as Comunidades da IECLB. É nisso que se orienta e do que depende a Campanha Vai e Vem: que cada pessoa e cada Comunidade carregue no seu coração o amor pelo que somos em conjunto. Deixe isso transparecer no seu rosto! P. Mauro Schwalm Secretário de Missão
Nos dias de hoje, é comum escutarmos que a mulher está ficando acima do homem e que consegue fazer tudo o que um homem faz, só que ainda melhor, inclusive, usando salto alto! Tudo bem, às vezes isso soa meio machista, no entanto, por mais que as mulheres tenham conseguido conquistar muitas coisas no decorrer da história, ainda sofrem com o preconceito e a desvalorização. Mesmo com todos os avanços que tivemos, em pleno século XXI, muitas mulheres, em muitos países sofrem com salários baixos, com a violência masculina, com a jornada excessiva de trabalho e com as desvantagens na carreira profissional. É possível acreditar que, em diversos países, a violência doméstica contra a mulher não é considerada crime? Ainda assim, em países como o Brasil, onde existe a Lei Maria da Penha, muitas mulheres são agredidas, abusadas e mortas por seus companheiros! Diz-se que as mulheres são o sexo frágil, pois são vulneráveis a tais atos. Não podemos generalizar, mas isso ainda continua. Mesmo em meio a muitas mudanças, mulheres ainda sofrem com a desigualdade... e elas estão mais perto de nós do que imaginamos. Infelizmente, a violência contra a mulher não é nenhuma novidade na nossa sociedade. A Igreja também faz parte da construção de paradigmas que reforçam a submissão da mulher. Embora se trate de uma interpretação literal e que, teologicamente, não corresponde à verdadeira mensagem cristã, no primeiro livro da Bíblia, Gênesis, há um relato de que o primeiro pecado do mundo é provocado pelo desejo feminino do conhecimento e pela desobediência de Eva ao oferecer o fruto proibido a Adão. A descrição da Sagrada Escritura impõe uma condição secundária à mulher e ainda atribui-lhe a culpa pela quebra do encanto no paraíso. Na verdade, Cristo veio para libertar as pessoas oprimidas, e, nele, não há judeus nem gregos, nem escravos nem livres, nem homens e mulheres. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Jorev Luterano - Março - 2015
Comportamento 13
Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia - II
Pa. Cristiane Érica Petry, formada em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral nas Paróquias de Mondaí/SC, Alvorada/RS, Linha Nova/RS e União em Montenegro/RS. Atua na Paróquia em São Sebastião do Caí/RS
A Mentoria espirivação e, neste sentido, tual é um desejo, é a qualquer palavra ou continuação do olhar atitude fora do lugar de Deus para com pode desencaminhar aquele que se sentiu pessoas e a nós meschamado para, por mos. meio da sua vivência, A minha experiêncompartilhar a camicia como Mentora é nhada de outras pesmuito gratificante. O soas, que igualmente que mais faço é reparsentem-se de alguma tir a minha história no forma chamadas para pastorado. São 28 anos o Ministério na IECLB. de caminhada, em A Mentoria espicontexto rural, depois ritual é partilha! É na periferia, novamenuma troca de saberes, te rural e, agora, urbaem que a experiência no e rural. Foram lugade alguém é compleres diferentes, mas, em A existência do Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia da IECLB mentada com o jeito quatro deles, os memconcede a oportunidade de fortalecer a vocação de fazer Teologia nos bros eram, na grande dias atuais. Ser Mentora é dispor-se nho. Lembro de um deles que disse: maioria, descendentes de Alemães a sentar, a ouvir, a orar com. Alguns ‘Quando abrirem um pouco a porta provindos da região do Hunsrück. conselhos, algumas perguntas, alguns para você, coloque o pé, para que não A Mentoria tem girado em torindicativos. Como antigamente a gen- possam mais fechá-la’. Foi um Men- no da compreensão de Igreja que os te afofava o colchão feito com palha tor Professor de Teologia. Aliás, os membros, os Presbitérios, os Sínodos de milho desfiada, também o encontro Professores de Teologia têm um pa- e também a Direção da IECLB têm em entre Mentora e Mentoranda tem este pel muito importante. Além de Pro- cada época. São subsídios interessanresultado. fessores, muitos deles são Pastores tes para uma análise e ajudam a entenO estudante planeja, estando mui- e o seu rebanho de estudantes é muito der a missão a ser desenvolvida hoje, tas vezes absolutamente sozinho neste precioso. onde pode ser que a realidade tenha planejamento, sem condições de saber No meu processo de formação, mudado e uma parcela das pessoas se este é o melhor caminho. A existên- também tive expectativas que não consiga acompanhar, mas grande parcia do Programa de Acompanhamen- se concretizaram a partir de pessoas te está apenas se arrastando, pedindo to a Estudantes de Teologia da IECLB das quais esperei auxílio ou mesmo socorro. concede a oportunidade de fortalecer apenas um ouvido atento. Ainda tive São sobre estes assuntos que vêm a vocação e também, se este for o caso, que ouvir: ‘pastorado não é coisa pa- as perguntas: Conte como foi?’, ‘Como de perceber que não é este o caminho, ra mulheres’. Este tipo de relato re- é isso?’, ‘Por que isso é assim?’. e que há outras formas de servir a força a importância deste programa A minha atividade de Mentora é Deus. Se isto for percebido, há a pos- na IECLB. ajudar a compreender. Ajudar a ousibilidade de encaminhamentos para O estudante de Teologia precisa de vir. Sou muito grata ao perceber a caoutros campos. um cuidado a mais. O Ministério Or- minhada e o aprontar-se. Primeiro a Os Ministros e as Ministras preci- denado não é simplesmente um meio dúvida quanto à prática ou se contensam realmente se sentir chamados e de se formar para daí tirar o susten- tar com os frutos do estudo teológico. chamadas, para que tenham condições to (uma profissão). É resposta a um Depois, o pedido de socorro, pois esde encarar as exigências do Ministério chamado de Deus. É aprender a ter tava mexendo demais, também fisicae ter consciência delas o quanto antes. sensibilidade para perceber o jeito de mente. Aos poucos, a clareza: é por aí! Isto é um processo. Não está dado. Deus agir no mundo e nas pessoas e Em cada um destes momentos, o olhar Em minha experiência ministerial, saber sempre que tem que se ter muita nos olhos, o sentar ao lado, o lembrar tive alguns Mentores que eu mes- responsabilidade com o que se faz e o que somos uma confissão, parte da ma fui escolhendo. Eles nem sabem que se diz, pois é lidar com o sagrado, Igreja de Jesus Cristo, na certeza de disso, mas iam abrindo o meu cami- com Deus. Estamos tratando de sal- que Deus está presente na caminhada.
Mentoria espiritual: espaço para nutrir a fé A Mentoria da Pa. Cristiane Érica Petry, que já está ocorrendo há mais de um ano, revelou-se um alento nestes dois últimos anos da graduação. Não posso dizer como teria sido se ela já acontecesse há mais tempo, mas foi muito oportuna para mim agora. As disciplinas cursadas neste período e o trabalho semestral (agora só o TCC pela frente) exigiram muito esforço e causaram muito cansaço, o que facilmente nos leva ao questionamento: ‘Tudo isso vai dar conta do que experimentarei no Ministério?’. É tudo tão teórico, sem muita prática, e o curso está terminando! É por isso que a Mentoria foi um alento! Pude ouvir o testemunho de uma vida ministerial ativa, com as demandas de agora e de alguém que se mostrou próxima a mim. Pude fazer isso em particular, não em uma sala de aula, mas a partir de um diálogo informal, não avaliativo. Optei por expor os meus medos, as minhas dúvidas e ansiedades, mas também as minhas alegrias, na expectativa de constatar que tudo é pertinente a este período.
A Mentoria foi um alento!
Isso se confirmou a partir do que a própria Mentora experimentou no início do seu Ministério e me relatou. Isto realmente me acalmou, mesmo que pouco a pouco, em cada encontro. Durante a graduação, é muito fácil vermos em vários colegas a vocação ministerial e isto gera a dúvida sobre a nossa própria vocação. O fim da graduação é um período muito crítico. Está cheio de ansiedade. A formatura, a especialização na sequência... Chegar até aqui não foi fácil e o Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) ainda pode esbarrar no Colóquio! Neste quesito, a Mentoria traz o alento, nos fazendo perceber que mesmo um candidato ao Ministério que sofre destes medos, que o próprio Mentor já experimentou, pode ser, sim, um candidato apto, vocacionado pela graça de Deus, mesmo que ainda não o perceba. Elisabeth Kayser Kirsch Novo Hamburgo/RS
Jorev Luterano - Março - 2015
14
Deutsche Seite
Was ist Liebe? Eine Frau hatte eine groβe Dosis Schlaftabletten geschluckt. Ihre Nachbarin hatte sie bei einem zufälligen Besuch gefunden und sofort einen Krankenwagen gerufen. Mit Müh und Not gelang es den Ärzten, sie zu retten. Wieder bei Bewuβtsein, war diese Frau eine lange Zeit durcheinander und brachte kein Wort über ihre Lippen. Dann endlich brach sie das lange Schweigen und sagte: “Ich habe es einfach nicht mehr ertragen können. Seit Wochen hat mein Mann nicht mehr mit mir gesprochen. Kein einziges Wort hat er mit mir geredet. Darüber bin ich einfach nicht hinweggekommen. Mein Leben hatte so keinen Sinn mehr”. Wie oft wiederholen sich solche tragischen Situationen täglich in der Welt? Ja, wir brauchen mehr als nur Luft und Speise zum Leben. Damit unser Leben sinnvoll sein kann, brauchen wir die Gewissheit, dass wir geliebt werden. “Gott ist Liebe”, so lesen wir im 1. Johannesbrief 4.8. Hat diese Botschaft uns schon irgend wann einmal so getroffen, dass sie uns fast umgeworfen hätte? Sehr oft schon haben wir unseren Kindern oder Enkelkindern vom lieben Gott erzählt. Es leuchtet uns auch immer wieder ein und wir spüren wie gut es ist zu glauben, dass Gott Liebe ist. Doch wie oft haben wir schon von unseren Mitmenschen die Frage gehört: “Wie kann man denn von einem lieben Gott reden, wo doch so viel Böses in der Welt geschieht“? Noch vor Kurzem sagte eine Mutter: “Ich habe doch immer zu Gott gebetet er solle meinen Sohn schützen bei seiner Arbeit und nun ist er doch verunglückt“. Ja, wie konnte der Verfasser des 1. Johannesbriefes behaupten, dass Gott Liebe sei? Wie kommt er zu dieser Auffassung und welche Garantie hat er, dass das stimmt, was er da schreibt? Ja, er hat eine Garantie, es stimmt, was er schreibt. Er weist in seiner Botschaft auf Jesus Christus. An dem, was Jesus Christus getan und verkündet hat, können wir verstehen, was Liebe Gottes für uns bedeutet. Nur, wenn wir auf Jesus Christus schauen, können wir verstehen, wie Gott uns geliebt hat und für immer lieben wird. Das muss uns immer wieder gesagt werden, das muss uns immer wieder verkündet werden. Wir müssen immer wieder von der Liebe Gottes zu uns überzeugt werden, denn aus eigener Kraft kommen wir nicht zu dieser Überzeugung. Der Verfasser des 1. Johannesbriefes schreibt nicht einfach so von der Liebe Gottes, sondern er zeigt uns auch, wie die Liebe Gottes aussieht und wie wir sie in unserem täglichen Leben erfahren und spüren können. Wahrhaftig, an dem, was Jesus Christus getan und verkün-
Pfarrer Rudi Kich
Wir brauchen mehr als nur Luft und Essen um leben zu können. Damit unser Leben sinnvoll sein kann, brauchen wir die Gewissheit, dass wir geliebt werden. „Gott ist Liebe“, so lesen wir im 1. Johannesbrief 4.8.
d e t h a t , können wir verstehen und erkennen, was Liebe Gottes zu uns bedeutet. Das wollen wir nun an einem Beispiel aus dem Neuen Testament erkennen: Ein Vater hatte zwei Söhne. Der jüngste Sohn richtete sich eines Tages an seinen Vater und bat um seinen Erbteil. Er meinte, dass sein Leben ausserhalb des Vaterhauses viel schöner und viel besser sein würde. Wahrscheinlich fühlte er sich im Hause des Vaters irgendwie in seiner Freiheit beengt und wollte einmal sein Leben selber gestalten. Doch dieser Sohn musste sehr schnell erfahren, dass er auf dem Irrweg war und dass er sich getäuscht hatte. Er musste ganz schnell lernen, dass man wahre Liebe und Anerkennung nicht kaufen kann, auch nicht wenn man die Taschen voller Geld hat. Ganz schnell hat dieser Sohn sein Erbteil und all sein Geld verplempert. In seiner Not versuchte er noch selber, einen Ausweg zu finden. Aber auch da spürte er, wie ausweglos sein Leben geworden war. Und nun fiel es ihm wie Schuppen von den Augen, er erinnerte sich nun wehmütig, wie gut er es doch bei seinem Vater hatte. Aber, wie sollte er sich aufmachen und wieder zu seinem Vater gehen? Wie könnte er es wagen, unter die Augen seines Vaters zu treten? Wie würde der Vater ihn empfangen? Würde er ihn wieder aufnehmen? Dieser Sohn beschloss nun, heimzukehren, dem Vater all seine Dummheit und Schuld zu bekennen und um seine Wiederaufnahme zu bitten. Nicht als Sohn, sondern als einfacher Arbeiter auf dem Lande des Vaters. Das würde, so dachte er, noch immer viel besser sein als in der Fremde Hunger und Not zu leiden. Und noch einmal musste dieser Sohn erfahren, dass er auf dem Irrweg war und dass er seinen Vater sehr schlecht kannte. Zu Hause angekommen, wurde er von seinem Vater aufgenommen als wäre vorher überhaupt nichts geschehen. Sein Vater lieβ ihn spüren, wie sehr er sich über seine Heimkehr freute und wie er ihn trotz allem lieb hatte. Keine Anklage, keine Ausfragen über die nahe Vergangenheit des Sohnes, keine Bedingungen für die Wiederaufnahme (Lukas 15.11-24). So ist die Liebe Gottes. So liebt uns Gott. Bedingungslos, ohne zu fragen, ob wir es verdient haben. Und gerade dieses Handeln Gottes macht uns und unsere Mitmenschen fähig genauso zu lieben. Wir können Gott und unsere Mitmenschen so bedinglos lieben, weil Gott uns zuerst geliebt hat. Diese bedingunslose Liebe ist ganze Liebe, Liebe die Leben erhält und Leben schafft.
Jorev Luterano - Março - 2015
Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
Entre em contato conosco!
A Cidade
Encontro de Família
A cidade gaúcha de Três Coroas situa-se no Vale do Paranhana. Os alemães chegaram no século XIX, sendo os primeiros colonizadores. Três Coroas já foi reconhecida por vários nomes, mas um imponente pinheiro de três copas, ou coroas, deu origem ao título do município, instituído oficialmente em 12 de maio de 1959. Por preservar recursos naturais, Três Coroas também é conhecida como Cidade Verde.
Programação
Domingo 8 horas – Recepção e inscrição 8h30 – Café da manhã 10 horas – Abertura com culto ecumênico 11 horas – Assembleia 12 horas – Almoço típico alemão 13 horas – História da família 14 horas – Dança polonaise e baile com banda típica alemã 17 horas – Encerramento oficial
12 de abril de 2015 Três Coroas/RS
Mapa de Localização
É com muita alegria que viemos convidá-lo para o 2º Encontro dos Land no Brasil, a realizar-se no dia 12 de abril de 2015. Há 190 anos, desembarcou o primeiro Land no Brasil. A seguir, confira um pouco dessa história: 29.12.1825 - chega Johann Ernst Land, com destino a São Leopoldo/RS. 18.10.1846 - desembarcam Georg Land e a sua esposa, Susana, oriundos da Prússia, com destino a São Leopoldo. 28.10.1846 - Johan Nicolaus Land e a sua esposa, Maria Margaretha Wagner, com os seus quatro filhos, Heinrich Peter Land, Johann Nicolau Land, Johanes Adam Land e Anna Catharina Land, vindos de Würrich, chegam a São Leopoldo e se estabelecem em Wallachei/RS. 03.1847 - Jakob Land vem de Klundenbach, na Prússia, para Santa Isabel/SC. 09.07.1856 - João Land, viúvo e acompanhado dos seus três filhos, Jacob Land, Dorothea Land e Elisabeth Land, vindo da Alemanha, desembarca em Porto Alegre/RS, com destino a Santa Cruz/RS. 11.01.1887 - chega Gustav Land, vindo da Alemanha, com destino a Pelotas/RS. 16.06.1891 - desembarca Carlo Land, com destino a M. Secco/SP.
Localizada a 92 quilômetros de Porto Alegre/RS, via BR 116, RS 239, RS 115, e a 20 quilômetros de Gramado/RS.
Informações
Rudi Schneider - Esteio/RS - 51 3473.6358 Até o momento, conseguimos estruturar duas árvores genealógicas: a da família de Johann Nicolaus Land e a de Jakob Land.
Você faz parte dessa história e está convidado a enriquecê-la com a sua presença neste encontro! O II Encontro da Família Land será realizado na Comunidade Evangélica Linha Café Alta, em Três Coroas/RS - Brasil, localizada a 6,5 quilômetros do centro da cidade.
Confirmações
Confirmar presença até o dia 27 de março de 2015 com Sabrina Land - Três Coroas/RS sabrina.land@hotmail.com - 51 8051.6532
Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios
Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorev@ieclb.org.br
UNINDO os
diferentes
A cada ano, a Presidência da IECLB, ouvindo os anseios e as necessidades que afloram entre as Comunidades, escolhe um Tema para orientar a reflexão durante um ano eclesiástico. Esta temática comum, dentro de um país com dimensões continentais e com realidades e linhas teológicas tão distintas, é de suma importância para ajudar a criar e assegurar a unidade na IECLB. Na realidade em que vivemos, em que o individualismo é idolatrado, o Tema do Ano tem sido construtor de pontes entre diferentes realidades e linhas de atuação. Na lida da Comunidade, as demandas são tantas que, com facilidade, podemos ‘perder’ o nosso tempo e as nossas forças, cada um correndo atrás das suas demandas específicas. É por isso que a escolha de uma temática comum para toda a IECLB ajuda a unir forças. No Sínodo Centro-Campanha-Sul, o Tema e Lema do Ano são o ‘fio vermelho’ que perpassa todas as atividades sinodais. Durante o ano, o Tema da Igreja é ‘o’ assunto tratado por todos os setores de trabalho do Sínodo, com os devidos enfoques às ações com Crianças, Casais, Terceira Idade, Oase, Lelut, JE, etc. Importante destacar que não é somente na esfera sinodal que o Tema do Ano é pauta, mas tam-
A SERVIÇO DE UM OBJETIVO MAIOR
bém na vida de Comunidade, pois é lá que este Tema também nos acompanha, seja na área rural ou na área urbana, seja nas Comunidades históricas e tradicionais ou na região da campanha e na diáspora. O fato de a IECLB escolher um Tema comum para todos gera unidade, não somente na medida em que este assunto é refletido nos mais diferentes lugares, mas também pelo fato de direcionar esta reflexão, fazendo com que a Igreja como um todo olhe para a mesma direção, mas de ângulos diversos. Este olhar para uma mesma direção faz com que se unam forças para enfrentar diferentes desafios que, isoladamente, não teríamos condições de enfrentar. A reflexão sobre o Tema do Ano e o olhar em uma mesma direção quer nos fazer pensar e repensar o nosso jeito de ser Igreja, o nosso jeito de testemunhar a nossa fé. A reflexão promove mudanças e nos chama à ação, por isso cada Tema do Ano que passa deixa as suas marcas na vida da Comunidade, promovendo renovação. Assim como a colcha de retalhos produzida em um encontro da Oase Sinodal, um Tema comum para toda a IECLB une os diferentes e os põe a serviço de um objetivo maior.
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“A cada ano, a Presidência da IECLB, ouvindo os anseios e as necessidades que afloram entre as Comunidades, escolhe um Tema para orientar a reflexão durante um ano eclesiástico. Esta temática comum, dentro de um país com dimensões continentais e com realidades e linhas teológicas tão distintas, é de suma importância para ajudar a criar e assegurar a unidade na IECLB”, afirmou o P. Bruno Ari Bublitz, Pastor Sinodal do Sínodo Centro-Campanha-Sul
Roteiros PLAN VIAGENS | 2015 Caminhos Ibéricos (Portugal e Espanha) Caminhos do Leste Europeu Europa Central & Caminhos da Reforma Reforma Luterana & Movimento Pietista Caminhos Nórdicos Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos Caminhos das Festas: cultura e tradições
20/04 – 08/05 15/05 – 04/06 02/06 – 22/06 19/06 – 08/07 24/07 – 10/08 09/08 – 29/08 01/09 – 19/09 22/09 – 08/10
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A PRÁTICA DA diaconia
“Para realizar as suas atividades, a Igreja precisa de recursos financeiros! No entanto, criou-se na IECLB certo tabu quando o assunto envolve dinheiro, pois muitos pensam que, na Igreja, não se deve falar em dinheiro, como se a nossa fé terminasse na cintura e não abrangesse também os nossos bolsos, com os bens que Deus nos confiou”, alertou o P. Bruno Ari Bublitz, Pastor Sinodal do Sínodo Centro-Campanha-Sul
Para realizar as suas atividades, a Igreja precisa de recursos financeiros! No entanto, criou-se na IECLB certo tabu quando o assunto envolve dinheiro, pois muitos pensam que, na Igreja, não se deve falar em dinheiro, como se a nossa fé terminasse na cintura e não abrangesse também os nossos bolsos, com os bens que Deus nos confiou. No Sínodo Centro-Campanha-Sul, a maioria das Comunidades foi ajudada e amparada até que conseguisse aprender a caminhar sozinha. Com isso, ficou estabalecida a mentalidade de ‘acomodação’ e não foi cultivada a prática da diaconia, da fé que se põe a serviço para ajudar os menos favorecidos. Olhando os valores que arrecadamos com a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, constato que podemos fazer muito mais do que temos feito, mas, embora devagar, estamos conseguindo melhorar a nossa contribuição. Os números mostram que as Comunidades e Paróquias que mais sofrem com a falta de recursos são as que mais contribuem para a Vai e Vem, pois sentem o quão importante é saber que tem gente que caminha ao seu lado, que se importa com a sua fragilidade e os ajuda a carregar os seus fardos. Há diferentes iniciativas e motivações para encaminhar a Campanha entre as nossas Comunidades:
TEM GENTE QUE CAMINHA AO SEU LADO
- há aquelas que simplesmente se preocupam em repassar algum valor para a Vai e Vem, indiferente da quantia, faltando a motivação principal, ou seja, que a Campanha é um gesto de gratidão por tudo o que Deus nos deu e dá e com o qual queremos ajudar irmãos que ainda não caminham sozinhos; - há aquelas que não conseguem olhar além do seu umbigo e se ocupar com os problemas dos outros. - mas também há Comunidades fazendo eventos especiais e destinando o valor arrecadado a projetos específicos da Vai e Vem; - há homens indo para a cozinha para organizar um jantar de confraternização com a finalidade de angariar fundos para a Campanha; - há crianças e grupos saindo com os seus ‘cofrezinhos’ para juntar moedas para a Vai e Vem. Como Sínodo, investimos a parte que nos cabe dos recursos da Campanha para formação qualificada de líderes, além de socorrer projetos que, sozinhos, não conseguiriam ser realizados, tais como ajudar Paróquias em situação de insustentabilidade financeira e auxiliar na construção de Centros Comunitários. Apostamos na Vai e Vem, mas conscientes que há muito a ser feito. Não é somente juntar dinheiro, mas motivar os membros à prática do amor ao próximo, que passa também pelos bens materiais.