Jornal Evangélico Luterano - Ano 45 - nº 793 - Abril 2016

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JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 45 - ABRIL 2016 - Nº 793

O culto na missão da Igreja

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Igreja de velhos... Que bênção!

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Disposição para amar e servir

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Mensagem Pastoral às Comunidades da IECLB


Jorev Luterano - Abril - 2016

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Editorial

O culto na missão da Igreja

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m 2016, vamos continuar a ‘visita’ que o Jorev faz aos Sínodos da IECLB, iniciada em 2009, e completar esse ciclo de intercâmbio de ações e experiências. Começando na primeira edição de 2015, dedicamos as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente) a um Sínodo de cada vez. Nesta edição, é o Sínodo Sudeste que responde: Em que estágio se encontra a implementação do Planejamento Estratégico nas Comunidades no Sínodo?, O que tem dado certo no âmbito da Comunicação (com o objetivo de, como Igreja, cumprir a missão de Deus) na área de abrangência do Sínodo?, Na região do Sínodo, quais são as ênfases para a qualificação de Ministr@s e a capacitação de leig@s? Como o Tema do Ano, ou seja, a proposta de um único tema a ser refletido durante o ano por toda a Igreja, auxilia o Sínodo a promover a uni-

dade no seu campo de atuação? e O quanto a promoção de uma Campanha Nacional de Missão, a Vai e Vem, auxilia no sentido da conscientização para a solidariedade entre os membros desta Igreja? Na Editoria Atualidade, leia sobre a Reunião da Presidência da IECLB com os Pastores e as Pastoras Sinodais, tendo a participação da Secretaria Geral, realizada no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo/RS, entre de 15 a 18 de março de 2016. Na Editoria Presidência, Pela graça de Deus, [somos] livres para cuidar - Busquemos o bem e não o mal é o título da Mensagem,

de autoria do P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2016, os textos são escritos à luz do Tema do Ano: Pela graça de Deus, livres para cuidar. Nesta edição, o P. Me. Marcos Jair Ebeling apresenta a reflexão A graça na contramão da cobrança. Na Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, dois Ministros, Pastores, discorrem sobre Alegria e disposição para amar e servir. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. O culto na missão da Igreja ganhou destaque na Editoria Comportamento. Gott behüte é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!

‘Busquemos o bem e não o mal’ é o título da Mensagem da Presidência

Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Ferreira Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419

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Capa

Imagem que remete ao culto, evento a partir do qual, como missão da Igreja, por incumbência de Deus, se edifica Comunidade, o corpo comunitário. Leia matéria especial sobre a importância do culto na missão da Igreja na Editoria Comportamento, na página 13.

Chamad@s para comunicar O Tema da IECLB para 2015, Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar, nos levou a refletir sobre a nossa responsabilidade de comunicar da melhor forma, onde quer que seja. Nunca tivemos tanta oportunidade de ouvir e comunicar de todas as maneiras, nos cultos e atividades nas Comunidades, por meio dos Devocionários da IECLB, do Jorev Luterano, da Revista NovOlhar, do Portal Luteranos, das Redes Sociais, do correio eletrônico (e-mail), além de diversos outros recursos. Cabe a nós a responsabilidade de anunciarmos as mensagens disponíveis da nossa Igreja. Em sua época, Martim Lutero utilizou todos os recursos possíveis para traduzir a Bíblia, levando a mensagem do Reino de Deus para todas as pessoas, criando uma revolução na Igreja e na educação na Alemanha e em toda a Europa. A mensagem da redescoberta do Evangelho, da salvação por graça e fé, chegou até nós, no Brasil. Assim, também nós, como evangélicos de confissão luterana, temos a responsabilidade de utilizar todos os recursos disponíveis de comunicação para levar a Palavra a todas as pessoas, transformando o mundo onde vivemos. Wainer Quitzau, Indaiatuba/SP

Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925

Revisão (Alemão) Margret Reus Administrativo Mariana Ferreira ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

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Jorev Luterano - Abril - 2016

Curtas

Faculdades EST: 1946 - 2016 70 anos de formação

No dia 26 de março deste ano, a Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, comemora sete décadas de atuação. Vinculada à Rede Sinodal de Educação e identificada com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), a Faculdades EST pauta-se pelo diálogo intereclesial, inter-religioso e intercultural. A sua história está intimamente relacionada com a imigração alemã no Sul do Brasil e com a tradição no ensino de Teologia no país. Ao longo dos anos, as transformações sociotecnológicas também exigiram da EST uma nova posição do mercado educacional. Além da Teologia, dois novos cursos de graduação passaram a integrar o portfólio da ‘nova’ Faculdades EST: a Licenciatura em Para celebrar os 70 anos, a EST convida todos e Música e o Bacharelado todas a compartilhar alegrias e conquistas, em Musicoterapia. Tamabraçando juntos e juntas os novos desafios bém surgiram os Cursos Técnicos em Enfermagem, em Música e em Instrumento Musical e Canto, que integram a Escola Sinodal de Educação Profissional (ESEP), a escola profissional da Faculdades EST. Compromisso histórico A Faculdades EST firma-se, de forma renovada, com base em três pilares: (a) tem compromisso com a Identidade, reafirmando as raízes histórico-teológicas em solo nacional, (b) com a Excelência, por meio da qualidade na pesquisa, no ensino e na extensão e (c) com a Sustentabilidade, a partir não somente do cuidado com o nosso espaço, mas do respeito por um modelo de gestão e a sua relação com a sociedade e as demais organizações que contribuem com a instituição. Isso pode ser comprovado nas qualificações recebidas pela EST. Recentemente, o curso de Licenciatura em Música, um dos mais recentes da instituição, recebeu o conceito 5 (em uma escala de 1 a 5), dos avaliadores do Ministério da Educação (MEC). Isso representa uma grande vitória para corpo docente, discente e para os gestores da instituição. Aqui se faz educação com responsabilidade, promovendo a humanização de processos e relações. Jubileu 70 anos A EST firma-se como uma instituição comunitária. É dentro desse espírito de compartilhamento que convida todas as pessoas que fazem parte dessa história a se unirem com o corpo técnico-administrativo, docentes e discentes, em gratidão, nas comemorações. “A Faculdades EST foi criada por muitas mãos. Sendo assim, a sua história inclui cada pessoa que aqui trabalhou e se formou. Somos uma grande comunidade e, para celebrar os 70 anos, convidamos todos e todas a compartilhar conosco as alegrias e as conquistas, abraçando juntos e juntas os novos desafios”, destacou o Prof. P. Dr. Wilhelm Wachholz, Reitor da Faculdades EST. Programação para 17 de abril de 2016 - domingo

Acolhida (Auditório do Colégio Sinodal) Culto Festivo, com pregação do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich (Auditório do Colégio Sinodal) 10h30 Reflexões sobre os 70 anos e acolhida dos presentes (Auditório do Colégio Sinodal) 11h30 Descerramento da placa memorial da primeira sede da Escola de Teologia Visitação às reformas do Prédio S e inauguração do sistema de produção de energia fotovoltaica 12h30 Almoço no Refeitório do Prédio S Para maiores informações, entre em contato pelo telefone: 51 2111.1400 9h 9h30

O bem viver dos povos indígenas Pela graça de Deus, livres para cuidar é um convite para refletir sobre a liberdade em relação aos cuidados em diversas dimensões. No Ministério Pastoral, pude perceber e vivenciar esta liberdade de cuidados entre os povos indígenas. Para eles, o cuidado tem que ser dirigido para toda e qualquer vida neste mundo. Em sua cosmovisão, toda a vida é sagrada, pois ela está impregnada com a presença de Deus (Nhanderú, na tradução Guarani). Este cuidar da vida se expressa no conceito do bem viver, que, nas diversas línguas, se traduz como vida plena ou vida abundante. Há dois aspectos centrais no conceito do bem viver: a pertença e os cuidados para com a natureza e para com a Comunidade. Isso se expressa em uma forma de vida que promove o equilíbrio, a reciprocidade, a convivência de forma colaborativa entre os membros da Comunidade e na relação com a natureza. Segundo Felix Guarani, o cuidado para com a natureza e a Comunidade é uma consequência da bondade e da graça de Deus (Nhanderú), que nos dá a vida. Podemos vivenciar continuamente junto a estes povos exemplos concretos deste cuidado. A solidariedade é um modo de viver em que as pessoas se cuidam e se amparam mutuamente. Em especial, crianças e pessoas idosas são valorizadas. A partilha e o compartilhar dos bens e dos saberes evita o acúmulo e o poder entre os membros da Comunidade. Tudo é realizado em conjunto: o trabalho, as celebrações, as festas, as curas. Em relação à natureza, o modo de produção respeita a mata, os animais e todos os seres. Nunca se tira mais do que o necessário para a subsistência da vida. A natureza também não é passiva. Ela participa da reciprocidade e da complementaridade da vida comunitária. Ela tem muito a oferecer, a ensinar e a cuidar em relação à vida humana. Por estes cuidados, o bem viver é incompatível com o modo de produção capitalista e com o individualismo que a sociedade vive atualmente. Neste sentido, o conceito do bem viver tem um grande potencial de diálogo com a fé e a ética cristã, especialmente com o Tema do Ano proposto pela IECLB. Pa. Cledes Makrus Assessora do Programa de Formação do Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin)

OFERTAS NACIONAIS 10 de abril 3º Domingo da Páscoa Missão entre os Povos Indígenas A IECLB tem uma missão e uma ação diaconal entre e junto com povos indígenas. Em 1982, criou o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin), para ir e fazer juntos e juntas. Na Amazônia e no Sul, o Comin apoia povos indígenas na garantia dos seus direitos à educação, à saúde, à moradia, à terra e à geração de renda. Neste acompanhamento solidário, recebe muitos impulsos e reflexões, que compartilha para dentro da própria Igreja, sobre como construir um mundo mais plural, justo e sustentável para todos os seres vivos. Nesse sentido, os recursos financeiros serão investidos em atividades que promovam a dignidade e a sustentabilidade humana e de toda a Criação de Deus. Deus quer que todos e todas tenham vida em abundância. Isso inclui viver com saúde e alimentação adequadas, sentir-se pessoa reconhecida em sua integridade como criatura de Deus, sentir-se valorizada a partir da sua vivência étnica e cultural. Em um mundo que padroniza as relações e descarta com tanta facilidade valores de comunhão e reconciliação, não se pode deixar de investir, e muito, em convivência, diversidade e diálogo intercultural e inter-religioso. Resolução 095/2009 - O Conselho da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), no uso das suas atribuições e para fazer frente às decisões conciliares, determina que: - em todos os cultos realizados nas Comunidades da IECLB ou durante eventos promovidos no âmbito da IECLB será efetuado o levantamento de uma oferta entre os presentes, em ação de graça; - a destinação da oferta observará, por questões de unidade eclesiástica, o Plano de Ofertas da IECLB, definido anualmente pelo Conselho da Igreja, ao qual são agregadas as destinações definidas pelo respectivo Sínodo e respectiva Paróquia; - o Plano de Ofertas se aplica a todas as Comunidades, Paróquias, Sínodos, instâncias centrais da IECLB e entidades que atuam no seu âmbito. - as Ofertas Nacionais do Plano de Ofertas destinam-se para a missão (tanto na IECLB como fora dela), capacitação de lideranças, formação teológica e serviços que visem a fortalecer a unidade da IECLB e a sua confessionalidade.

INDICADORES FINANCEIROS UPM Março/2016

4,0676

Índice Fevereiro/2016

0,98%

Acumulado 2016

2,84%

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Atualidade

Reunião da Presidência com Pastor@s Sinodais e participação da Secretaria Geral da IECLB - março/2016 P. DR. ONEIDE BOBSIN

Igreja de velhos... Que bênção! Em recente reunião aberta da Legião Evangélica Luterana (Lelut) de São Leopoldo/RS, ‘novos’ participantes se fizeram presentes. Exceto por três deles, os demais eram aposentados e poderiam ser enquadrados na condição social de ‘velhos’ ou terceira idade. Ali estavam para aprender, debater e confraternizar. Além do mais, decidiram visitar escolas municipais na periferia com a pergunta: Em que podemos ajudar com envolvimento pessoal? Quem faz pergunta tem pouca chance de errar. Quem sabe as respostas de antemão, se equivoca quase sempre. Pois é... Ali estava um grupo de ‘velhos’, gente experiente, calejada por erros e acertos, contradizendo aquelas lideranças da nossa Igreja que saem dos cultos desanimadas porque havia maioria de cabeças brancas. Desesperam-se pela ausência de jovens. Um líder paroquial, com mais de 40 anos de participação, junto com tantas outras pessoas, preparava um almoço para Confirmandos. Em sua fala, também havia uma dose de desânimo: eram os avós que traziam os netos para o culto e o almoço. Os pais e as mães estavam ausentes. Ao refletir sobre o seu cansaço, ‘de quem não desiste da sua Igreja’, pensei em outra direção. Ainda bem que temos uma geração de cabelos brancos nos cultos. Quanta experiência acumulada! Com uma pitada de ironia, disse, para animá-lo, que somos uma Igreja de sorte, porque as pessoas de hoje vivem mais do que os nossos antepassados. Sabemos que é uma vida, em muitos casos, pendurada nas farmácias, mas vivem mais, o que dá suporte para a nossa Igreja. Do contrário, ficaríamos em casa. O que seria um problema, pode ser um caminho alvissareiro. ‘Velhos’ e ‘velhas’ podem ser missionários e missionárias na família, construindo pontes entre gerações, a fim de superar lacunas deixadas por pais e mães, que logo, logo serão ‘velhos e velhas’. A tradição não é um bloco fechado, imutável. Ela é aberta para o novo, o que impede o lamento que mais espalha que junta: ‘no meu tempo, era melhor...’. Aposto que não era! Seria interessante recorrer aos inúmeros textos bíblicos que falam sobre a atuação dos anciãos. Os Ministros e as Ministras foram capacitados e capacitadas para ensinar sobre esta temática. Apelem a eles e para elas! Temos sérios problemas de crescimento que precisam ser encarados, sem negação do drama, como ainda acontece. No entanto, vamos começar repetindo: Uma Igreja de velhos... Que bênção!

Aposto que, no seu tempo não era melhor!

As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.

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om a leitura de Amós 5, fonte do Lema da IECLB para 2016, Buscai o bem e não o mal (5.14a), que apoia o Tema do Ano Pela graça de Deus, livres para cuidar, o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, destacou esta oportunidade de estreitar relações entre os Pastores e as Pastoras Sinodais e entre estes e estas e a Presidência, a Secretaria Geral da IECLB, dando início à primeira das duas reuniões anuais entre a Presidência A Reunião entre Presidência e Pastor@s Sinodais aconteceu em São Leopoldo/RS e os Pastores e as Pastoras Sinodais com a participação da Secretaria Ge- so de Formação, Habilitação e Ação Ministeral, realizada de 15 a 18 de março de 2016, no rial, destacou-se o investimento em Formação Centro de Espiritualidade Cristo Rei (Cecrei), teológica feito pela IECLB nos últimos anos. Entre os principais tópicos abordados na em São Leopoldo/RS. No primeiro dia, o P. Silvio Schneider, Ex- sexta-feira, última dia da Reunião, estiveram Diretor do Departamento de Missão e Desen- o Cuidado com a Comunicação na IECLB e a volvimento da Federação Luterana Mundial Mensagem Pastoral às Comunidades. No que se refere ao Cuidado com a Co(FLM), discorreu sobre o documento The SelfUnderstanding of the Lutheran Communion municação, o P. Nestor pediu que o grupo (Autocompreensão da Comunhão Luterana), tra- ponderasse sempre no sentido do ‘zelo pela duzido por ele para a Língua Portuguesa du- confessionalidade’ no momento de fazer posrante o período em que ocupou o cargo na tagens no mundo virtual, especificamente, no Federação. Ex-Pastor Presidente da IECLB e Portal Luteranos e no Facebook. O exercício é no sentido refletir se os texex-Moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o P. Dr. Walter Altmann, foi con- tos, as fotos e, principalmente, os comentários vidado para auxiliar nas reflexões sobre o postados vão somar para a instituição como entendimento da confessionalidade luterana um todo, reforçando o que nos une como luteranos e luteranas, ou apenas chamam atenna IECLB a partir desse documento da FLM. O principal assunto do segundo dia foi ção para as nossas diferenças. “O chamado o Cuidado da Ação Missionária. A explana- é para, também na Área da Comunicação, ção sobre reflexões, propostas e articulações cuidarmos bem do bem a IECLB, ou seja, cuidar incluiu a abordagem sobre Plano de Ação com o que falamos, com o que postamos, com Missionária da IECLB (PAMI), Planejamento o que curtimos, pois tudo tem implicações Estratégico, Projetos Missionários, Rede de para a Igreja”, frisou o Pastor Presidente. Na pauta do dia esteve, ainda, a leitura Diaconia, Missão Global e Estatísticas. O P. Ms. Leonídio Gaede, Assessor de Planejamento conjunta da Mensagem Pastoral às ComuniEstratégico, forneceu um panorama do pro- dades da IECLB, elaborada a partir do documento emitido pela Presidência Do confronto cesso de implementação do PE na IECLB. A nona edição da Campanha Nacional de ao diálogo - uma palavra da IECLB, emitido em Ofertas para a Missão Vai e Vem, cuja chama- 11 de março de 2016. A Mensagem Pastoral às Comunidades da da é A missão de Deus NÃO está à venda, foi apresentada ao grupo, lembrando que o lan- IECLB, construída pelo grupo de Pastores e çamento, neste ano, será em 15 de maio, Pente- Pastoras Sinodais, em conjunto com a Presidência da Igreja, foi enviada a todas as Cocostes, e o encerramento, em 25 de setembro. Informes a respeito de três dos cinco Pro- munidades da IECLB, além de divulgada no gramas de Gestão (2015-2018), Acompanha- Portal Luteranos (ler página 15 do Jorev). Agradecendo a rica participação e o emmento a Estudantes de Teologia, Acompanhamento a Candidatos e Candidatas ao Minis- penho de todo o grupo participante do entério e Acompanhamento a Ministros e Minis- contro, o P. Nestor encerrou a reunião, desetras, foram os principais temas do terceiro jando uma abençoada Páscoa. dia do encontro. Na visão integrada do proces- Para mais informações, acesse o Portal Luteranos.

Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.

Av. Wilhelm Rotermund, 395 - Morro do Espelho - São Leopoldo Fone: (51) 3037-0037 | retiros@diaconisas.com.br | www.diaconisas.com.br


Jorev Luterano - Abril - 2016

Presidência

Pela graça de Deus, [somos] livres para cuidar

Busquemos o bem e não o mal

justiça, da paz e do cuidado com a Casa Comum, o nosso planeta Terra. Todos são pequenos gestos que potencializam a vida, o bem! Gestos como o do Éderson, que mora em uma pequena Comunidade do interior. O que ele faz? Leva pessoas para a capital para as consultas médicas! Detalhe: ele acompanha estas pessoas nas consultas fazendo perguntas sobre o que precisa ser encaminhado. Em uma destas visitas, o Médico perguntou ao Éderson se tinha um cargo na Prefeitura, ao que ele respondeu: ‘Ah, Doutor, a gente mora em uma biboca onde todo mundo se conhece e esta minha gente fala tão mal a língua ‘de vocês’, que quase ninguém entende. Se não ajudo, eles não têm a quem recorrer’. Ao ser perguntado sobre o que ganhava com isto, respondeu: ‘Às vezes, eles fazem um churrasco pra mim no

(J.J. Camargo, Quando a solidariedade basta. Zero Hora, 5 e 6 de março de 2016, Caderno Vida).

No nosso cotidiano, marcado por violência, corrupção, incapacidade de dialogarmos, além da tendência de impor sempre e apenas as nossas vontades e verdades, ações assim fazem o contraponto ao mal que mostra o seu rosto. Ações assim facilitam a vida e promovem o bem! Firmados na fé e na esperança, vamos ouvir com atenção o que diz o Lema da IECLB em 2016, segundo palavras do profeta Amós 5.14a: Buscai o bem e não o mal.

P. NESTOR FRIEDRICH Pastor Presidente da IECLB

Do confronto ao diálogo

Conferência das

Uma palavra da IECLB

Igrejas da CILCA

Abril 1/4 Reunião do Conselho da Igreja São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich

A Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, Pa. Silvia Genz, representou a IECLB na Conferência da Comunhão das Igrejas Luteranas na América Central (CILCA), realizada em San Salvador, El Salvador, nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2016. O Conselheiro-Mor e Diretor do Setor Ecumene e Vida Eclesial da Igreja Evangélico-Luterana na Baviera (ELKB), P. Michael Martin, visitou, juntamente com o P. Hans Zeller, Secretário para a América Latina de Mission EineWelt, as Igrejas na Costa Rica, Nicarágua, Honduras e El Salvador. Na ocasião, em que foi renovado o acordo de parceria entre a CILCA, ELKB e a IECLB, o P. Michael Martin afirmou que, por meio das parcerias, a comunhão global dentro da Federação Mundial Luterana é suprida de vida. “Assim também acontece com as Igrejas na América Central. Os encontros com as Igrejas parceiras enriquecem a nossa fé, fortalecem a nossa capacidade de participarmos do envio de Deus a esta terra. Podemos aprender com os membros de Comunidades na América Central como a fé, em meio à pobreza, se transforma em uma âncora de esperança. Por outro lado, colaboradores bávaros prestam preciosa ajuda na formação e especialização de pessoas que trabalham para a Igreja”, explicou. Para o Bispo Medardo Gomez, da Igreja Luterana de El Salvador, Igrejas parceiras trocam os seus dons de tempo, hospitalidade e compreensão, vitais para o agir de Deus neste mundo.

salão da igrejinha, mas eu nunca peço nada pra mim, apenas que marquem as consultas para sexta-feira, que atrapalha menos o meu trabalho na roça!’. O bem que se traduz em solidariedade, no prazer de ajudar, que não se curva diante da indiferença que hoje grassa as nossas vidas!

......

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este ano, a IECLB participou da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE). O tema foi Casa comum, nossa responsabilidade, que alertou para a questão do saneamento básico, da saúde integral. A Campanha convidou para nos perguntarmos pela nossa qualidade de vida, como cuidamos do lixo e do esgoto que produzimos e de que forma nos envolvemos nas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus. A Campanha insistiu: Como cuidamos da nossa casa comum? A CFE mostrou que o diálogo e a ação conjunta entre Igrejas e religiões são necessários e possíveis, que podemos caminhar na contramão da competição e da intolerância religiosas e promover o bem comum, que podemos contribuir com as nossas capacidades para a promoção da boa convivência, da

3/4 60 anos de fundação da Associação Diacônica Luterana (ADL) Serra Pelada/ES P. Nestor Friedrich 10/4 150 anos da Comunidade de Santa Maria Santa Maria/RS P. Nestor Friedrich 12/4 Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Aparecida/SP P. Nestor Friedrich 16/4 Assembleia do Sínodo Sul-Rio-Grandense Cerro Grande do Sul/RS Pa. Sílvia Genz 26/4 Reunião da Comissão Bilateral IECLB-ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich 30/4 Assembleia Geral do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI/Brasil) São Paulo/SP P. Nestor Friedrich

No dia 11 de março de 2016, em documento emitido pela Presidência da IECLB, o Pastor Presidente, P. Dr. Nestor Friedrich, lembra que, as Comunidades da IECLB anunciam e vivenciam em 2016 que, Pela graça de Deus, [somos] livres para cuidar e que queremos exercitar esse cuidado tendo como critério a orientação do profeta Amós, Buscai o bem e não o mal (Amós 5.14a). Acreditamos que o convite feito às Comunidades da IECLB pode ser um convite também para o povo brasileiro em geral, diante do que se passa em nosso país, hoje, cujos desdobramentos são imprevisíveis e perigosos, afirma o documento. O Brasil conquistou a democracia a duras penas. Um dos componentes imprescindíveis para que a democracia cresça e floresça chama-se ‘diálogo’. [...] A democracia, a política, a cidadania, a palavra como meio – é o que dispomos para, como gente cidadã, ‘buscar o bem e não o mal’. Afinal, a democracia não está à venda! É nossa convicção de que somos livres, por graça divina, para cuidar bem desse bem! Do confronto ao diálogo – respeitoso, persistente, atento – para deixar que o bem cresça e floresça. O final do documento pede a Deus que sejamos capacitados para o diálogo, que tenhamos o ouvido aberto, além do compromisso de zelar pelo bem para toda a gente. Para ler o documento na íntegra, acesse o Portal Luteranos.

Jubileu de Ouro em Crissiumal Em 27 de novembro de 1960, foi dado início à construção da nova Igreja da Comunidade de Crissiumal/RS, onde foi lançada a pedra fundamental da Igreja. Em 20 de fevereiro de 1966, com muita alegria, foi inaugurada a nova Igreja. Em 13 de março de 2016, 50 anos depois, a Comunidade Trindade de Crissiumal celebrou o seu Jubileu de Ouro. O culto festivo contou com a presença de Ministras e Ministros, entre eles o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, o Pastor Sinodal do Sínodo Noroeste Riograndense, P. Vilson Thielke, o P. Jorge Dietrich, que atuou na Comunidade nos anos de 1976 a 1984, o P. João Strauss, natural do município, o P. Édison Hunsche e o P. Olávio Kopper, além do Presidente do Sínodo, Edio Elói Trentini, também natural de Crissiumal.

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Sustentabilidade

Na realização das ações do PAMI, vemos como podemos ser Igreja Luterana

Desenvolver e dar continuidade ao PAMI exige dedicação e comprometimento com a causa do Reino de Deus, mas, a cada passo dado, vislumbramos um sonho a ser realizado

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esde o seu início, na década de 70, com o atendimento pastoral itinerante a algumas famílias na região de Pindamonhangaba, Campos do Jordão, Taubaté e São José dos Campos, até a consolidação da mesma como Paróquia, em 2003, a missão luterana na região do Vale do Paraíba /SP tem sido caracterizada pelo caminhar solidário e missionário. A própria formação comunitária foi e tem sido uma ação missionária da União Paroquial de São Paulo por meio das suas Comunidades, dos seus Ministros e das suas Ministras, por isso podemos dizer que somos frutos da Missão de Deus no contexto do Sínodo Sudeste. Entretanto, a missão na e da Paróquia tem os seus desafios constantes: (1) a pulverização das poucas famílias/membros em uma grande área de atuação geográfica, que abrange todo o Vale do Paraíba, parte da Serra

da Mantiqueira e Litoral Norte de SP; (2) a dinâmica do contexto urbano; (3) a pouca identidade dos membros com a cidade em que moram; (4) a falta de recursos financeiros. Tais questões comprometem ações comunitárias e maior envolvimento dos membros. Por outro lado, elas geram a necessidade de um Planejamento Estratégico e Missionário que vise à Sustentabilidade. Foi por isso que, a partir de 2011, a Paróquia Luterana no Vale do Paraíba iniciou a implementação do Plano deAção Missionária da IECLB (PAMI), com o desejo de ser uma Comunidade com membros envolvidos e comprometidos com atitudes e comportamentos atrativos, inclusivos e ações sociais (diaconais) que vivam e propaguem o Evangelho em família, Comunidade e sociedade, respeitando toda a Criação e promovendo a paz, a justiça e o amor que dignificam as pessoas. Seguindo a proposta da IECLB,

Luterprev Responde

ajudando a planejar o seu futuro Você sabia que... ...aos 30 anos, é uma boa hora para aumentar as contribuições da previdência privada? Nessa idade, os rendimentos são maiores do que aos 20 anos e um ativo valioso deve ser aproveitado ao máximo: o tempo. Quanto mais dinheiro economizar agora, mais terá ao aposentar-se. É o momento para começar a aumentar as contribuições. Meros 0,5%, por exemplo, farão uma grande diferença no longo prazo. A recomendação é ajustar os valores da aplicação todo ano, principalmente quando houver reajuste de salário. ...esta é uma boa hora também para adquirir seguros? Seja o da casa, do carro ou de vida, nem sempre os seguros são considerados prioridade, mas deveriam, já que podem

evitar prejuízos e, principalmente, gastos imprevistos. Entre esses seguros, o que é menoslembradoé aquele contratadocontra invalidez. No entanto, não poder trabalhar na faixa dos 30 anos pode inviabilizar grande parte de todos os sonhos. ...também é uma boa hora para economizar e comprar uma casa? O ideal é juntar 20% do total do imóvel, no mínimo, para a entrada e lembrar que as prestações não devem ultrapassar os 30% da renda da família. Quanto mais dinheiro tiver economizado, maior será a entrada e menores serão as prestações e o tempo da dívida, ou seja, menos juros. ...o cartão de crédito pode ser uma armadilha? Mesmo para quem não utiliza o rotativo, fugindo dos altos juros, comprar

uma equipe de planejamento foi formada na Comunidade de São José dos Campos a fim de aplicar o Plano. Conceitos foram estudados, necessidades e valores foram levantados, uma consulta aos membros foi realizada e metas e ações foram definidas. Nesse processo de desenvolvimento do PAMI, logo percebemos que o trabalho de planejamento e de busca por Sustentabilidade necessitaria de constante avaliação, contínuo suporte, envolvimento comunitário e busca por metodologias aplicáveis a cada contexto em sua particularidade. Hoje, após quatro anos de aplicação do PAMI, vemos crescimento na participação dos membros na vida da Comunidade e dos seus Pontos de Pregação, bem como envolvimento dos mesmos em ações e grupos a partir dos seus dons. Verificamos, ainda, o surgimento e a capacitação de novas lideranças, a implementação de trabalhos na área com famílias, casais, adolescentes, crianças e mulheres, além da criação de novos grupos de estudo, comunhão e música. Desenvolver e dar continuidade ao PAMI não é fácil. Exige dedicação e comprometimento com a causa do Reino de Deus. No entanto, a cada passo dado, vislumbramos um sonho a ser realizado. Na realização das ações planejadas e aplicadas, vemos como podemos ser Igreja Luterana. Dessa forma, Sustentabilidade não depende somente de recursos financeiros, mas estes são reflexos de uma Comunidade viva e ativa na Missão de Deus.

com cartão de crédito pode ser má ideia. Especialistas em finanças garantem que o cartão deveria ser usado apenas para compras emergenciais ou de maior valor – e com cuidado. Também não recomendam pagar no crédito as compras de supermercado, que são recorrentes. ...avaliar se é melhor parcelar em poucas ou muitas vezes é fundamental? O primeiro impulso é sempre parcelar em poucas vezes para livrar-se logo da dívida, mas essa nem sempre é a melhor escolha. No caso de compras de valor elevado, é preferível optar por prazos mais longos e prestações menores que comprometer uma grande parte do orçamento men-

“Recursos financeiros são reflexos de uma Comunidade viva e ativa na Missão de Deus”, destacou o P. Marcus David Ziemann, Ministro na Paróquia no Vale do Paraíba, em São José dos Campos/SP, no Sínodo Sudeste* (*reflexões elaboradas em conjunto com Valdir Merkle, Presidente da Paróquia no Vale do Paraíba, em São José dos Campos/SP, no Sínodo Sudeste)

salcommenosprestações,porémmais altas e nem sempre fáceis de honrar. ...parcelar viagens no cartão pode apagar as boas lembranças do período? Dividir os gastos com viagens no cartão tem inconvenientes. Se o passeio for para o exterior, o pagamento das compras será convertido em reais pela cotação do dia em que a fatura for fechada. Com isso, fica impossível saber qual será o valor exato da dívida. Além disso, pode ser melancólico ficar meses pagando por uma viagem já feita. Melhor é guardar o dinheiro para fazer a próxima viagem à vista.

Visite o site luterprev.com.br e faça também uma simulação para sua aposentadoria complementar e/ou para assistência financeira. No site, você encontra um link para encaminhar perguntas à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para luterprev@ luterprev.com.br, com o assunto Jorev.


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Comunicação

“Será que não deveríamos conversar nas nossas Comunidades sobre critérios éticos para o uso dos meios de comunicação modernos?” questionou o P. Nilton Giese, Ministro na Comunidade em Belo Horizonte/ MG, no Sínodo Sudeste

Postagens de fé e esperança naquele que é o Senhor da Vida

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ivemos tempos difíceis para falar em Deus... Parece que a mensagem do ‘pensar nos outros’ perdeu o fôlego, nesse mundo dominado pelas Redes Sociais, pelo egoísmo e pelo narcisismo. Vemos, por exemplo, que, na Internet, algumas pessoas das nossas Comunidades são capazes de difundir ódio, ofensas, boatos, preconceitos, discriminação e incitação ao crime, sem nenhum pudor ou cuidado. A preocupação em magoar ou entristecer alguém, essa, infelizmente, nem é levada em conta. Foi o Jornalista e Escritor brasileiro Nelson Rodrigues que disse: ‘Se cada um soubesse o que o outro faz dentro de quatro paredes, ninguém mais se cumprimentaria’. O que aconteceu foi que descobrimos não apenas o que cada um faz entre quatro paredes, mas também o que passa na cabeça de cada um. Descobrimos o que cada um, de fato, pensa, sem nenhuma mediação ou freio. De repente, vemos que o ser humano tem um imenso potencial para o bem e para o mal, para o divino e para a barbárie. Muitos dizem que a solução está na educação e na cultura. No entanto, será que todas as barbaridades que escutamos, vemos e lemos na Internet são coisas de gente de baixo nível educacional e cultural? A cada dia, vemos que se confirma a nossa concepção antropológica luterana que diz que o ser humano é ruim por natureza.

Parece que a mensagem do ‘pensar nos outros’ perdeu o fôlego, nesse mundo dominado pelas Redes Sociais, pelo egoísmo e pelo narcisismo

Sem a graça de Deus, que nos salva pelo sacrifício de Jesus Cristo, realmente estamos perdidos. Não há nada dentro ou fora de nós que nos possa salvar. A salvação é obra exclusiva de Deus, porque o pecado original do ser humano é essa sua teimosia de ser prepotente, de comportar-se como seu próprio deus. Será que não deveríamos conversar nas nossas Comunidades sobre critérios éticos para o uso dos meios de comunicação modernos? Não se trata de censura, mas de critérios éticos que podem ajudar a todos nós. Para ilustrar, compartilho com vocês uma mensagem natalina de 2015 enviada pela Editora Sinodal, que diz: Cristo não tem Internet. Tem só a nossa rede de amizades para promover a comunhão na sociedade.

Uma visão integradora da amplitude e da diversidade da atuação da IECLB nos mais diferentes contextos. ACESSE, PARTICIPE, CURTA, COMENTE E COMPARTILHE!

IgrejaEvangelicadeConfissaoLuterananoBrasilOficial luteranos.com.br

Cristo não tem Facebook. Tem só as nossas postagens de fé e esperança naquele que é o Senhor da Vida. Cristo não tem Whatsapp. Tem só as nossas conversas com amigos e com familiares para nos ajudar mutuamente. Cristo não tem outdoors. Tem só as nossas atitudes de respeito e acolhimento para incentivar a tolerância e a fraternidade. Cristo não tem cartão de crédito. Tem só o nosso testemunho para dar credibilidade à paz, ao amor e à justiça. Cristo não tem Twitter. Tem só a nossa boca para espalhar boas novas que edificam Comunidade. Cristo não tem Instagram. Tem só a nós, mulheres e homens, feitos à sua imagem e semelhança.

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Lutero - Reforma: 500 anos A graça na contramão da cobrança Uma das tarefas da reflexão teológica é a busca por respostas para as perguntas existenciais que as pessoas têm. No tempo da Reforma, Lutero se perguntava: ‘Como posso conseguir a salvação diante de um Deus juiz?’. As respostas que a Igreja da época dava – venda de indulgências, rezar missas e fazer obras meritórias – não eram mais o suficiente para acalmar as consciências das pessoas. Mesmo fazendo todas estas coisas e gastando nisso muito dinheiro, as pessoas não conseguiam paz de consciência. Como poderiam saber que fizeram tudo o que podiam ter feito para a própria salvação? A Reforma apresentou outra resposta teológica para a pergunta: ‘Nós não podemos fazer nada pela nossa salvação. A salvação é uma ação de Deus na cruz e ressurreição de Cristo. Deus nos torna herdeiros e herdeiras dessa vitória e nós a recebemos pela fé’. Portanto, em Cristo, Deus faz o que nós não podemos fazer: nos reconcilia com Ele. Reconciliados com Deus, somos livres para agir como pessoas amorosas, misericordiosas, que perdoam... o próximo, a próxima. Pela graça de Deus, livres para cuidar. O que recebi de Deus, isto, passo adiante (Tratado de Martinho Lutero sobre a Liberdade Cristã [1520]). O que a Teologia define como conceito precisa ganhar a vida. A pergunta, então, é: Como viver por graça, livre, liberto, em amor para com o próximo, a próxima se, na sociedade, tenho que concorrer com o outro, ser mais forte do que ele, ocupar a vaga dele? Conto um exemplo da minha própria casa. O meu pai (já falecido) foi pequeno Agricultor no oeste de Santa Catarina, entre os anos 1970 e 2000. Era integrado de uma agroindústria de aves. A vida transcorreu bem até que, um dia, ele recebeu a visita do técnico da empresa, que disse: ‘A sua granja não acompanha mais as diretrizes da empresa. Está atrasada tecnologicamente e dá prejuízo. O senhor tem que se atualizar e fazer as reformas necessárias ou precisaremos tirar o senhor da lista de produtores’. O meu pai recebeu a cobrança, mas não a oferta de ajuda. Por não ter os recursos necessários para a reforma, os trabalhos na granja foram encerrados. Como entender o que aconteceu? Por que, de repente, não fazemos mais parte dos planos? Já na década de 1960, Erich Fromm afirmou que a sociedade é uma grande máquina e cada pessoa é uma pequena engrenagem nessa máquina. O meu pai, com certeza, não cumpria mais de forma adequada o seu papel nesta engrenagem. Foi, por isso, colocado à margem, como muitos outros ainda hoje. São os ‘excluídos’.

A sociedade precisa de um sistema para gerir-se. Hoje, temos o sistema capitalista. Para estar dentro dele, é preciso ter o que o sistema valoriza: - o sistema valoriza a pessoa pela sua capacidade de consumo: se tem dinheiro para comprar, é bem vista. Se não tem, está fora. Cria-se, assim, uma hierarquia entre as pessoas e uma divisão social entre os que têm e os que não têm dinheiro ou bens; - o sistema valoriza a pessoa pela sua aptidão: se o currículo é cheio de cursos e aptidões, as chances de emprego aumentam, pois o mercado de trabalho seleciona as pessoas mais aptas; - o sistema valoriza as pessoas pela sua produção: se o que você produz agora é útil para o mercado, as coisas vão bem. Quando não for mais útil, ouve-se um ‘sinto muito, mas você não faz mais parte dos nossos planos’; - o sistema valoriza a superioridade do ser humano: o ser humano não se entende como criatura de Deus, parte da Criação, mas como um ser soberano e tudo está ao seu dispor. Ao pensar assim, submete aos seus desejos a natureza e o próprio ser humano; - o sistema gosta dos valores da sociedade de mercado globalizado: competitividade, utilidade, mérito... são ‘música’ para os ouvidos. O sistema quer que as pessoas abram mão da liberdade, dos feriados, da vida. O trabalho tudo justifica e tudo é justificado pelo trabalho. O Prof. P. Dr. Gottfried Brakemeier (O ser humano em busca de identidade: contribuições para uma antropologia teológica) entende que este mecanismo, impulsionado e aliado à ciência moderna, cria uma camisa de força nas pessoas, o que afeta, inclusive, a identidade delas. É como se elas não tivessem alternativa e fossem obrigadas a deixar de ser elas mesmas para cumprir com um papel na grande máquina do sistema. Penso que este seja um grande desafio para as Comunidades e pessoas cristãs nos nossos dias: vivenciar os valores do Evangelho na sociedade que idolatra os valores de mercado, ser equipe quando o espírito é o do individualismo, partilhar quando o espírito é acumular, ser solidário quando é necessário competir, ser companheiro quando o espírito é ‘cada um por si e Deus por todos’, dar quando o espírito é receber. Em uma figura de linguagem: ser pessoa cristã é nadar contra a correnteza. É afirmar-se mais do que uma engrenagem de uma máquina.

Proponho que você e eu assumamos a graça de Deus como um modo de vida. Que vivamos como pessoa liberta por Deus em um sistema que valoriza os valores do mercado. Que a graça molde o nosso jeito de tomar decisões, de falar e de agir. Dou dois exemplos bíblicos que podem nos inspirar para a vida: - (Lucas 15.11-32) - Um pai tem dois filhos. O mais moço pede a parte da sua herança e sai de casa. Enquanto tem dinheiro, ‘é alguém’. Depois que o dinheiro termina, resta-lhe a indignidade da margem da sociedade. Decide voltar para a casa do pai. Coloquemo-nos no lugar do pai: se o pai adotar o critério da sociedade de mercado, dirá: ‘meu filho, dei-te tudo o que pediste. Nada mais posso fazer. Você não foi responsável. Agora, vá à luta’. No entanto, o pai não diz isso. Ele adota o critério do Evangelho (e o irmão mais velho não entende isso): apesar do erro cometido, o jovem não perde a condição de filho. Apesar do pecado nosso de cada dia, não perdemos a condição de filhos amados e filhas amadas de Deus. Veja como uma escolha diferente leva a resultados diferentes. - (Filemon) - Filemon é dono do escravo Onésimo. Onésimo conver-

te-se ao cristianismo e decide fugir. Paulo recomenda que ele volte à condição de escravo de Filemon, pois o fato de tornar-se cristão não tira dele a condição de escravo, conforme as leis da sociedade da época. Entretanto, se a diferença não está em Onésimo, ela precisa estar em Filemon, o patrão, que também é pessoa cristã. Paulo recomenda que Filemon receba Onésimo não como escravo, um escravo do trabalho, mas como um irmão na fé. Paulo anima Filemon a transformar em vivência a fé que ele tem. Esta é a postura da pessoa cristã: ver no outro um igual, não um serviçal. Perceba novamente: uma escolha diferente leva a resultados diferentes, mesmo na tensão. Termino parafraseando Lutero: o pé de laranja produz laranjas. Ele não pode produzir outra fruta. É sua natureza produzir laranjas. Assim a pessoa que é envolta pela graça de Deus produz gestos graciosos. Ela não pode produzir outra coisa. É sua natureza produzir gestos graciosos. Viver pela graça na contramão da cobrança é uma tensão diária. Precisamos ter clareza sobre qual é a motivação das nossas escolhas.

Como viver pela graça

A graça de Deus cria em nós um modo de vida, um princípio que nos move, uma força em nós capaz de moldar decisões, pensamentos e ações. Arrisco alguns indicativos de como vive a pessoa que é moldada pela graça de Deus: • viver pela graça de Deus é viver pela fé, ou seja, acolher o benefício que Cristo conquistou em nosso favor; • viver pela graça de Deus é multiplicar na vida o benefício recebido de Deus. Lutero diz isso assim: ‘ser como um Cristo para o outro’. Deus agiu na cruz de Cristo em nosso favor. Agora, agimos em favor da outra pessoa do mesmo modo; • a graça de Deus não é passiva. Ela sempre será anúncio de Boa Nova. Sempre dará o que as pessoas precisam: cuidado, misericórdia, amor, perdão... Viver pela graça é transformar a fé em sinais humanizadores; • a graça de Deus envolve a pessoa por inteiro. A oração e a ação amorosa são dois lados de uma mesma moeda; • viver pela graça de Deus é valorizar as pessoas pelo que elas são, não pelo que elas têm ou produzem. É ver

o outro como pessoa que tem sentimentos e emoções; • a ação graciosa não transforma em dinheiro a necessidade do outro. A graça não dá voz à ganância e à usura. A dúzia de ovos tem o mesmo preço no tempo da bonança e no tempo da tragédia; • viver pela graça é fazer algo pela outra pessoa e não esperar nada em troca. Deus nos ajudou e não exigiu nada em troca. Queremos agir por graça, não por mérito; • viver pela graça é ser grato por toda dádiva recebida; • viver pela graça é dar a todas as pessoas o direito à existência, sem nenhuma distinção. Este direito vem de Deus, não do mercado ou da sociedade; • viver pela graça de Deus é viver a esperança de superar sempre o que está dado: a dor, a ganância, o egoísmo, a morte.

O pé de laranja produz laranjas. Ele não pode produzir outra fruta. É sua natureza produzir laranjas. Assim a pessoa que é envolta pela graça de Deus produz gestos graciosos. Ela não pode produzir outra coisa. É sua natureza produzir gestos graciosos. Viver pela graça na contramão da cobrança é uma tensão diária. Precisamos ter clareza sobre qual é a motivação das nossas escolhas.

P. Me. Marcos Jair Ebeling, graduado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Bernardo do Campo/SP, exerce o Ministério Pastoral na Comunidade de Campinas/SP, no Sínodo Sudeste.

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Formação

A Igreja e a pessoa cristã têm a tarefa de ser discípul@ de Cristo no mundo, ser testemunha de Jesus Cristo

“Uma das tarefas da Formação é ensinar a fé que ganha forma na vida, a fé encarnada, é capacitar pessoas para o exercício da liderança comunitária, de maneira que a fé ganhe expressão concreta na forma do cuidado, do amor e da justiça, assim como Cristo o fez” compartilhou o P. Ms. Marcos Ebeling, Ministro na Comunidade de Campinas/SP, no Sínodo Sudeste

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Igreja e a pessoa cristã têm a tarefa de ser discípul@ de Cristo no mundo, ser testemunha de Jesus Cristo, que ‘segue o rastro’ do seu Mestre: esforça-se por fazer o que ele fez, dizer o que ele disse e viver como ele viveu. Não em plenitude, mas da forma como lhe é possível. Ser discípul@ de Cristo é, então, um modo de vida, um jeito de ser e de viver como pessoa cristã. Uma das tarefas da Formação é ensinar este modo de vida. Ensinar a fé que ganha forma na vida, a fé encarnada, e não repetir dogmas decorados tão somente. É capacitar pessoas para o exercício da liderança comunitária, de maneira que a fé ganhe expressão concreta na forma do cuidado, do amor e da justiça, assim como Cristo o fez. Isso é um desafio! O Sínodo Sudeste esforça-se para dar forma a este testemunho necessário. A atualização teológica de Ministr@s é feita nas Conferências Ministeriais Sinodais a partir de temas definidos para cada Conferência. Já a Formação de lideranças sofre prejuízos por conta das grandes distâncias entre as Comu-

nidades. Isto faz com que as principais iniciativas sejam das Uniões Paroquiais (UPs) conforme demanda, necessidade ou planejamento para cada faixa etária (as Comunidades se reúnem em núcleos: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Grande São Paulo e a região de Campinas). O Sínodo Sudeste assume a tarefa de propor iniciativas e temas, dar suporte e zelar pela unidade das UPs. Uma destas iniciativas é o curso de extensão comunitária A Reforma Protestante: do século XVI ao século XXI, desenvolvida em parceria entre UP Campinas, UP São Paulo, Sínodo Sudeste, Faculdades EST e Lar Luterano Belém. Trata-se de um curso com duração de três anos e está dentro da perspectiva dos 500 anos da Reforma Luterana. O objetivo é estudar o movimento da Reforma em três fases: a) Os fundamentos bíblicos e teológicos: contexto e chaves de leitura da Bíblia; Os Sacramentos e os quatro solas (fé, escritura, Cristo e graça). Em 2015, buscamos resposta para a pergunta: Por que a Reforma do século XVI teve que acontecer? b) O que a Reforma significou para a vida das Comunidades e para a pessoa de fé? Em 2016, queremos compreender melhor o surgimento dos diferentes grupos religiosos protestantes: o que a mensagem da Reforma significou para grupos comunitários e para a sociedade em temas como educação, economia, gestão pública, etc. c) Em 2017, queremos fomentar o diálogo em torno da pergunta: O que significa ser pessoa e Comunidade luterana/protestante no século XXI? Queremos pensar a fé protestante no século XXI, sobretudo no contexto urbano das nossas Comunidades. Os primeiros encontros foram significativos para os cerca de cem participantes. Entendemos melhor os motivos pelos quais a Reforma aconteceu e começamos a desenhar uma identidade cristã-luterana. A esperança está em que conquistemos mais consciência da fé que cremos e que sejamos pessoa e Comunidade sempre mais inseridas e ativas no contexto urbano e que sejamos sempre mais discípul@s de Cristo. Afinal, Formação é saber em que e em quem crer!

Secretaria da Ação Comunitária Livres para servir - diaconia: o Tema do Ano da IECLB lembra-nos que, como pessoas cristãs, nós devemos sempre viver pensando e praticando o bem. Porém, você já se perguntou qual é esse bem e como praticá-lo? Talvez a resposta primeira que possa vir à nossa mente tenha vários nomes como: paz, justiça, amor, igualdade, respeito... Estes são valores que aprendemos de casa, com a nossa família e na nossa Comunidade. Buscar o bem e não o mal é exercitar a paz, a justiça, o amor, a igualdade e o respeito. O Tema 2016 está aí também para nos lembrar que buscar o bem é vivenciar diaconia, a fé viva no amor. Em tempos de violência, crises de todos os lados, tempos em que ligar a televisão em noticiários nos causa medo e/ou revolta, nós, como parte integrante da Igreja de Cristo nesse país e no mundo, somos convidados e convidadas pelo próprio Jesus a

enxergarmos e agirmos com fé e esperança. Jesus nos ensinou a falar e viver pelo bem, a olhar para as pessoas desesperançosas com carinho, a dizermos com nossas mãos que a diaconia quer transformar realidades pela fé e que ela não desiste de quem possa ter desistido. Estamos falando em um bem inestimável que é a prática do bem, a prática da diaconia. Por onde começar? Essa pergunta que nos inquieta é a nossa fé querendo praticar o bem. Quando falamos em buscar o bem, lembramos de vá-

rias palavras (paz, justiça, amor, igualdade, etc.). Agora, é a hora de colocá-las em prática. O que, em sua cidade ou nas ruas ao redor da sua Comunidade carece de conhecer a fé que se faz ativa no amor, a paz que vem de Deus, a justiça que traz a paz, o amor que transforma realidades e a igualdade que traz esperança? Respondendo a isso, pode-se refletir em grupo sobre o que e como fazer para melhorar essa situação. Somos livres para cuidar e servir em amor – diaconar! Que este seja o motivo para celebrarmos o Dia Nacional da Diaconia, em 10 de abril.

Diác. Dionata Rodrigues de Oliveira, Ministro na Paróquia de Pedro Osório/RS


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Alegria e disposição para amar e servir Deus cobre as nossas faltas O que eu quero é ser feliz! Quem de nós já não ouviu esta frase? Quem de nós já não a pronunciou? Há quem afirme, ainda, que a busca pela felicidade é o que move a humanidade, forçando-nos a estudar, trabalhar, construir, associar, etc. Logo, no culto dominical, de alguma forma, as pessoas ali reunidas estão esperando receber do seu Ministro e da sua Ministra ‘a receita da felicidade’. Neste sentido, a afirmação ‘Deus cobre as nossas faltas e falhas, de modo que nada nos acusa’ deveria ser a expressão de fé de todo aquele que busca pela felicidade. Afinal, o que nos impede de ser feliz com outras pessoas, conosco mesmos e com o meio em que vivemos senão o pecado, a culpa e os sentimentos correlacionados a eles, como o remorso, a vergonha, a consciência pesada, a baixa autoestima? Portanto, o que precisamos é remover tudo isso, mas como fazer? Há dois caminhos possíveis. Um deles é falso. Este vem a ser o caminho das providências inúteis, trilhado por Adão e Eva. Nesse caminho, a pessoa busca sempre se esconder e se (des)culpar. Foi assim que Adão empurrou a culpa a Deus e à Eva, Eva empurrou à serpente e nós a empurramos ao diabo, à política, à cultura, à educação, à genética e coisas do tipo. O outro caminho, o verdadeiro, é o caminho do perdão, da providência de Deus em Jesus Cristo, a sua vida e cruz. A confissão oral e o reconhecimento da culpa são pressupostos, por isso Martim Lutero vai falar sobre receber o perdão mediado por uma pessoa em nome de Deus por ocasião de confissão particular, bem como em re-

ceber este perdão concretamente por meio dos Sacramentos. Esta experiência de perdão nada mais é do que uma ‘troca feliz’, na qual Jesus Cristo, como em um casamento com plena comunhão de bens, recebe tudo o que é da pessoa (pecados, angústias, medos, tribulações...) e dá tudo o que é seu (salvação, vida eterna, paz, amor...). Quando isso acontece, podemos afirmar que a iniquidade foi perdoada e o pecado coberto (Sl 32.1), de modo que ...nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). Assim, há liberdade, pois a vida da pessoa perdoada não é mais regida pela culpa, pelo passado, pelos erros que cometeu, nem mesmo pela sua prepotência, mas pela paz e pela possibilidade de construir um futuro, de seguir em frente com alegria e esperança de quem simplesmente tudo recebe de Deus. Neste sentido, as nossas depressões, as nossas ansiedades, as nossas compulsividades e os nossos vícios perdem a sua força escravizadora. É por isso que, em Lutero, o perdão é o centro e a essência da vida cristã. No perdão, somos libertados da nossa autofixação, podendo, assim, olhar em direção a Deus em sua misericórdia na cruz (por isso ainda temos crucifixos nas nossas Igrejas), e em direção ao próximo em suas necessidades, empenhando, para isso, a nossa própria vida. Eis o indicativo da felicidade!

P. Elisandro Rheinheimer, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, especializado no ensino de Sociologia e Filosofia. Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Mato Grosso, atua na Paróquia em Tangará da Serra/MT.

Para refletir, leia o Salmo 32

A graça por meio da fé

P. Lourival Ernesto Felhberg, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, Bacharel em Direito pela então Faculdade de Direito de Colatina/ES. Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém, atua em Palmeira de Santa Joana, em Itaguaçu/ES.

Ao nos aproximarmos da comemoração dos 500 anos da Reforma Luterana, somos surpreendidos por leituras e interpretações bíblicas que alimentam o materialismo, o egoísmo, a ganância e o sucesso individual. Neste tempo presente, líderes religiosos acumulam riquezas à custa da fé do povo. Negociam a fé das pessoas com a graça de Deus. Os ensinos visam apenas a satisfazer o ego e os desejos pessoais. Nas pregações, não há o chamado ao arrependimento e ao discipulado. A graça de Deus não pode ser comercializada. A salvação não está à venda. Pela graça, sois salvos (Efésios 2.8). A graça de Deus revelada em Jesus Cristo é o fundamento da nossa salvação. Somos declarados justos por causa deste gesto de amor de Deus. Esta graça de Deus custou a vida, não de um cordeiro qualquer, mas do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1.29). O Apóstolo Pedro diz que não foi por meio de coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e defeito (1Pedro 1.19). O Evangelho de Jesus Cristo nos impulsiona à fé que se apropria da graça de Deus. A fé que se deixa seduzir pela graça nunca transforma o servir e o ofertar em uma atividade de negócio com Deus. A fé que acolhe a graça de Deus vive livre para servir em amor. A fé que vive pela graça de Deus deixa de ser vazia e legalista. Esta fé sabe que a graça de Deus não existe a partir da cobrança. Por outro lado, a fé cativada pela graça é ativa no amor, na ética e na responsabilidade cristã. Tal fé sabe discernir entre o bem e o mal, entre o

que é correto ou não, ou seja, a fé que acolhe a graça de Deus impulsiona para que aquela pessoa que crê viva o cuidado e o zelo para com o seu semelhante e o mundo. A salvação é graça de Deus. É obra única e exclusivamente de Deus, por isso ela é graça. Nós nos apropriamos desta graça por meio da fé. A fé como um dom de Deus. A fé que vem do Espírito Santo, que a cria em nós ao ouvirmos o Evangelho (Romanos 10.17). A fé que não brota das nossas ações ou dos nossos esforços. A fé, portanto, que não procede de nós, mas de Deus. Entendendo assim, nós não somos salvos por causa da fé, mas, sim, recebemos a salvação por intermédio da fé. Neste sentido, falamos que a fé é a apropriação da graça de Deus, ou seja, esta fé se estende e se abre para receber a graça de Deus. É por isso que a graça não tem qualquer valor que possa ser negociado. Negociar e barganhar com Deus é andar na contramão da sua graça. A graça de Deus não é negociável. Ao mesmo tempo, a graça é tão cara e valiosa que ninguém pode comprála. Portanto, enganam-se aqueles que querem negociar a graça de Deus em nome da fé. A fé que vive e se nutre da graça de Deus encontra vida, alegria e disposição para amar e servir. Para refletir, leia Efésios 2.8-10


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Geral

Educação cristã

vivendo, aprendendo e ensinando

Ensino Confirmatório e Comunidade renovada – Alegramo-nos com o Ensino Confirmatório nas nossas Comunidades. Ao mesmo tempo, percebemos limitações diante desta singularidade na formação dos nossos membros, muitas vezes, o único espaço articulado de formação cristã. No entanto, há um enorme desafio em tornar esta atividade um processo ensinoaprendizagem contínuo na vida dos membros. O desafio da catequese provém do Batismo. O que acontece neste Sacramento tem implicações permanentes na nossa vida. O Batismo não se restringe ao rito, mas este é um processo de iniciação à vida cristã. Igreja que batiza se torna corresponsável na educação cristã das pessoas batizadas. Igreja que apenas batiza, sem tirar as consequências deste ato para o ensino da fé cristã, despreza a graça de Deus, o efeito que ela causa nas nossas vidas. Há muitas práticas comunitárias que buscam, de forma criativa, exercitar uma Educação Cristã Contínua. O Ensino Confirmatório pode ser uma atividade para toda a família do adolescente, toda a Comunidade. Que tal iniciar com uma comunhão de mesa com todos os participantes? Após a janta,

os adolescentes seguem para o Ensino Confirmatório, as crianças para encontros de música e histórias bíblicas e os adultos para encontros que abordam os temas da fé cristã e da nossa confessionalidade. A dinâmica consiste na formação de grupos, em que lideranças são preparadas para facilitar o diálogo sobre os temas abordados. Certa vez, uma família foi convidada a escrever sobre esta experiência de estar participando desta atividade decorrente do Ensino Confirmatório do seu filho. Ao longo dos nossos encontros das quintas-feiras, as minhas incertezas e inseguranças deram lugar a novas amizades [...]. Tudo isso regado a muitos ensinamentos e reflexões. Quando me dei conta,

eu já estava solicitando folgas no meu trabalho para estar presente e não perder a próxima palestra, o próximo debate, a próxima discussão sobre o tema proposto [...]. Discussões dentro do carro sobre os temas abordados, as trocas de

P. Werner Kiefer, Ministro na Paróquia Matriz, em Porto Alegre/RS

Vida, um presente de Deus Giã Rutz Otto e Giales Rutz Otto, Sínodo Sul-Rio-Grandense

ensinamentos entre mim e o meu marido, também com o nosso filho, no Ensino Confirmatório, começaram a virar rotina. De repente, o caminho de volta para casa ficou tão curto. Por que será? As conversas continuavam até a hora de dormirmos, gerando mais reflexões (Irmgard Neumann). O Ensino Confirmatório é uma bela tradição que precisa ser valorizada com novas ideias. As consequências podem ser o surgimento de uma compreensão nova de ser Igreja e a formação de lideranças integradas nos conceitos básicos da fé cristã, no nosso jeito luterano de viver o cristianismo. A Comunidade se renova tendo como impulso a compreensão do Batismo.

A missão de Deus NÃO está à venda A missão de Deus NÃO está à venda é a chamada da nona edição da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, com lançamento previsto para Pentecostes, que, em 2016, será em 15 de maio. Neste ano, em âmbito nacional, serão apoiados, com os recursos provenientes da Vai e Vem, os seguintes Projetos Missionários: Araucária/PR – Sínodo Paranapanema Biguaçu/SC – Sínodo Centro-Sul Catarinense Ceilândia/DF – Sínodo Brasil Central Chapada/RS – Sínodo Planalto Rio-grandense Nova Vida/RS – Sínodo Rio dos Sinos Nordeste MG e Sul BA – Sínodo Sudeste Paranaguá/PR - Sínodo Paranapanema Pastoral do Cuidado/RS – Sínodo Rio dos Sinos Paz/RS – Sínodo Sul-Rio-Grandense Ribeirão Preto/SP – Sínodo Sudeste Rurópolis/PA – Sínodo Mato Grosso São João Batista/SC – Sínodo Vale do Itajaí Sidrolândia/MS – Sínodo Rio Paraná Sul do Pará/PA – Sínodo Mato Grosso

Afirmar que A missão de Deus NÃO está à venda significa que a mensagem da reconciliação de Deus, que promove a bênção, a cura, o cuidado das pessoas e da Criação, não pode ser mediada por interesses menores ou negociação financeira. As propostas de ação para o cuidado da ação de Deus são: (a) criar espaços para refletir, estudar e conversar sobre a nossa essência missionária na Comunidade, (b) planejar e executar ações missionárias que busquem ‘propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo’ e (c) participar da Vai e Vem, ofertando e apoiando iniciativas missionárias realizadas por nossos irmãos e por nossas irmãs na fé. Enquanto pessoas e Comunidades missionárias da IECLB, não negociamos a missão. Então, vamos testemunhar que A missão de Deus NÃO está à venda! Em maio, conheça a arte do cartaz da Vai e Vem 2016, bem como os impulsos da Campanha! P. Dr. Pedro Puentes Secretário de Missão Secretaria Geral da IECLB

Você já parou para pensar sobre quantas vezes reclama durante o seu dia-adia, na sua vida? Se está calor, reclamamos... Se estiver frio, também. De repente, algo dá errado no trabalho, problemas na família... Pronto, lá vamos nós para mais uma reclamação! Por vezes, ainda colocamos a culpa em Deus, quando determinadas situações não acontecem como o esperado. Quando estamos obcecados pelo ‘vicio da reclamação’, esquecemos do presente da vida que nos é dado por Deus. Somos pessoas amparadas e protegidas por Ele em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Devemos reconhecer que, muitas vezes, o que acontece é consequência dos nossos próprios atos. Deus espera que valorizemos o seu sacrifício de entregar o seu único filho para o perdão dos nossos pecados. Espera também que cuidemos da sua maravilhosa Criação e que não pensemos apenas em tirar proveito dela para o nosso benefício próprio. Com este pensamento individualista, terminamos, muitas vezes, prejudicando o nosso semelhante e destruindo desenfreadamente a sua Criação. Em Efésios 4.32, a Palavra de Deus nos diz: Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo. Que a cada novo dia, possamos acordar dizendo: ‘Obrigad@, Senhor!’, pois Ele sempre sabe o que é melhor para os seus filhos e as suas filhas e tem algo especial planejado para cada um e cada uma de nós. Deus espera que, em meio ao corre-corre das nossas vidas, em que as 24 horas do dia parecem duas ou até menos, possamos encontrar um espacinho para louvarmos ao Senhor, abrindo o nosso coração para que, envolvidos e envolvidas pelo poder do Espirito Santo, demonstremos a fé nos seus ensinamentos e consigamos praticá-la na nossa vivência comunitária. Uma maneira de valorizarmos este presente é praticando boas obras, como sinal de gratidão a Deus, bem como Martim Lutero cita em uma importante frase: ‘As boas obras não tornam boa a pessoa, mas a pessoa boa pratica boas obras’.


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Comportamento 13

O culto na missão da Igreja

Cat. Dra. Erli Mansk, graduada em Teologia, com ênfase no Pastorado e em Educação Cristã, com Mestrado Profissionalizante em Liturgia e Doutorado em Teologia Prática (A ritualização das passagens da vida: desafios para a prática litúrgica da Igreja), todos pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, é Coordenadora de Liturgia da IECLB

Em obediência ao mantar os seus anseios, como, damento do Senhor, a por exemplo: IECLB assume como sua O badalar dos sinos, no missão: propagar o Evangeinício do culto, é um sinal lho de Jesus Cristo; estimular do chamado de Deus para a vivência evangélica pesque as pessoas se congresoal, familiar e comunitária; guem, saiam de si mesmas, promover a paz, a justiça e o superem a fragmentação, amor na sociedade; participar o isolamento e busquem a do testemunho do Evangelho comunhão. no País e no mundo (ConstiA acolhida inicial é um tuição da IECLB). abraço de Deus, que aceita De que maneira esta misas pessoas sem impor consão se relaciona com o culto dições. da Comunidade? A confissão de pecados Por intermédio do como parte do culto cristão Para manter os princípios do culto evangélico, a estrutura litúrgica se baseia na Evangelho de Jesus Cristo, tem grande valor no conpregação da Palavra e na administração dos Sacramentos, meios da graça divina no poder do Espírito Santo, texto de mundo fragmenDeus se aproxima e chama as pessoas vivência evangélica pessoal, familiar e co- tado a que já nos referimos. Ainda que à vida e à salvação, transformando-as, munitária, promovendo a paz, a justiça e o crentes, somos parte do mundo caído, por meio do Batismo, em Comunida- amor na sociedade e participando do teste- mas, como pessoas batizadas, damos de. Diante desse Deus, que chama e munho do Evangelho no País e no mundo. um testemunho de fé, quando recocongrega, a Comunidade se apresenta Sendo o culto um espaço de re- nhecemos que o afogar e o ressurgir para o culto, aceitando a sua vocação sistência ao que impera no mundo, do velho ser humano é um processo de ‘povo eleito’, ‘corpo de Cristo’ que onde cada qual vive, como indivíduo, diário, é vivência do nosso Batismo, é vive sob a Palavra e a orientação do em busca daquilo que lhe interessa, a busca por uma convivência solidária. Evangelho. Na sua Palavra, seja na forma da missão da Igreja, por incumbência de A reunião da Comunidade em Deus, é zelar pelo culto, evento a par- pregação, seja na comunhão de mesa culto é obra do Espírito Santo, como tir do qual se edifica Comunidade, o da Ceia do Senhor, Deus mostra-nos aprendemos de Lutero na explicação corpo comunitário. todo o seu amor, oferecendo, na graça, do 3º Artigo: O Espírito Santo cria, chaComo pessoas batizadas que for- vida e salvação para todas as pessoas, ma e congrega a Igreja cristã. Ao reunir mam a Igreja, somos vigias de Deus, contrariando, desta forma, as relações as pessoas, ao formar Comunidade, o seus sacerdotes e suas sacerdotisas, humanas baseadas na meritocracia. Espírito Santo coloca a Igreja no cami- que cuidam para que a visão de corpo, Nas orações de graças e intercessão, nho da contracultura, especialmente que é a marca registrada da Igreja de lembramos não só das nossas próprias porque vivemos em um contexto de Cristo (cf 1Co 12), seja fortalecida no necessidades, mas oramos pelo muncultura pós-moderna caracterizada culto. do, intercedemos pelas autoridades não pela reunião, não pela congregacivis e religiosas e incluímos as necesção, não pelo comunitário, mas pela A função da liturgia no culto sidades de quem sofre, de longe e de fragmentação e pela individualização. A liturgia do culto, herdada desde perto. Pela oração, unimos forças em Esse sistema de fragmentação, ao o nascimento da Igreja cristã, possui um mundo dividido e de exclusão. mesmo tempo em que leva as pes- uma admirável estrutura que ajuda a A Bênção, na despedida, é o grande soas a se acomodarem no seu próprio Igreja a preservar aquilo que é central sinal de que não vivemos no dia a dia, mundo, em busca da satisfação dos para a sua vida e missão. Para manter a sós, na fragmentaridade. Com ela, próprios desejos, gera inquietação, os princípios do culto evangélico, a Deus diz que nos acompanha e nos medo, angústia, fragilidade, insegu- estrutura litúrgica se baseia na prega- enche de poder e força para enfrentar rança, depressão, relações superficiais ção da Palavra e na administração dos a vida diária. O Envio, no final do cule sentimento de não pertencimento. Sacramentos, meios da graça divina. to, é dirigido à Comunidade. Saímos Nesta situação, a Igreja é chamada Além disso, ela preserva aqueles ele- do culto como Comunidade comproa assumir a sua missão de propagar o mentos que ajudam a Comunidade a metida com o testemunho da missão Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a responder à ação de Deus e a apresen- de Deus no mundo: vão e sirvam!

Livros litúrgicos: instrumentos de missão A Igreja cristã tem na liturgia não só as marcas da sua identidade, como também possui nela um rico instrumento de unidade. Nenhuma Igreja cristã forja a sua liturgia. Liturgia é herança e confessionalidade, mas as suas raízes são bíblicas, a sua centralidade vem do Evangelho e os seus sinais são promessa e mandatos do Senhor da Igreja: Ide,... batizai,... ensinai... (Mt 28.18s); ...Isto é o meu corpo ...; fazei isto em memória de mim ...(1Co11.24); ...porque onde dois ou três estiverem reunidos..., ali estou... (Mt 18.20). Pessoas unidas pela mesma fé sabem expressar, em conjunto, a adoração e o louvor a Deus, sabem orar em conjunto, cantar em conjunto, fazer gestos articulados em conjunto e fazem uso dos símbolos que representam essa mesma fé. Conhecer bem a liturgia da Igreja e saber usá-la com responsabilidade e conhecimento teológico são sinais do compromisso eclesial que visa à unidade e à paixão pela Missão de Deus. Como compromisso com esta tarefa missionária, a IECLB se empenha pela formação litúrgica. Esta é im-

Nenhuma Igreja cristã forja a sua liturgia

portante não só nos Centros de Formação Teológica como também em nível comunitário. Neste contexto, livros e manuais litúrgicos são instrumentos imprescindíveis para a edificação comunitária e eclesial. Em atendimento a este compromisso, a IECLB tem dedicado atenção ao suprimento de materiais litúrgicos. Desde a década de 1980, o assunto é trabalhado pela Comissão de Liturgia (COLI), criada em 1982, chegando às pautas dos Concílios. Como resultado, chegamos às seguintes publicações: Livro de Culto (2003), Lecionário comum Revisado (2007), Livro de Batismo (2008), Manual de Bênção Matrimonial (2009), Manual para o Funeral Cristão (2010), Manual de Ordenação e Instalação (2011) Manual de Dedicação (2011). Ao lado dos hinários e dos catecismos e tendo como centralidade a Bíblia como livro da fé, os livros litúrgicos são ferramentas da Igreja na vivência e no testemunho da sua missão.


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Deutsche Seite

Gott behüte

Pfarrer P. Hermann Wille

Und nun, unser Gott, höre das Gebet deines Knechtes und sein Flehen. Lass leuchten dein Antlitz über dein zerstörtes Heiligtum um deinetwillen, Herr! Neige dein Ohr, mein Gott, und höre, tu deine Augen auf und sieh an unsere Trümmer und die Stadt... Denn wir liegen vor dir mit unserm Gebet und vertrauen nicht auf unsre Gerechtigkeit, sondern auf deine groβe Barmherzigkeit. Ach, Herr, höre! Ach Herr, sei gnädig! Ach Herr, merk auf! Tu es und säume nicht – um deinetwillen, mein Gott! (Daniel 9, 17-19) Der Ruf des Ministers für Energie und Bergbau nach Regen sei für einen vernünftigen Staatsbürger undenkbar, behauptet der Psychologe und Schriftsteller Sergio Telles. Die Kunst, Menschen zu führen, bedarf einer gewissen Geschicklichkeit im Umgang mit Worten. Wenn in anderen Zusammenhängen nicht auf Gott zurückgegriffen wird, ist es doch in kritischen Momenten sinnvoll, ihn mit einzubeziehen. So gesehen hat Telles Recht. Wenn die Regierenden meinen, es sei an der Zeit, sich an den Schöpfer zu wenden und um Regen zu bitten, bleibt dem Volk nichts anderes übrig als seine Beschwerden gen Himmel zu richten. Die Liste ist lang: Fehlentscheidungen, Unterlassungen, Führungsschwäche, Missachtung der Natur, Verschwendung und Umleitung von öffentlichen Geldern… All das wird als Erklärung ausgeschlossen. Die Konsequenzen liegen allesamt in der Verantwortung Gottes. In der Bibel lesen wir im Buch Daniel von einem politischen Führer, der sich angesichts einer Krise an Gott wendet: „Mein Gott, wende dich mir zu und höre mich! Sieh doch, wie elend wir dran sind und wie es um die Stadt steht.“ Daniel 9,18a Wer verhält sich, wenn er einen Fehler begeht, so wie Daniel? Erbittet die Aufmerksamkeit der anderen? Die Bibel gibt uns hier die beispielhafte Haltung eines Menschen, der sich um das Gemeinwohl sorgt und der mit aller Kraft versucht, die Situation zu wenden. Verantwortungsvolle und ernsthafte Menschen sorgen für Transparenz und Überprüfbarkeit. Sie schauen voraus. Sie warten nicht. Sie streben nach Klarheit, suchen nach Fehlern, probieren Alternativen, gehen neue Wege… „Wir wissen, dass wir es nicht verdient haben. Wir vertrauen nicht auf unsere Leistungen, sondern allein auf dein großes Erbarmen.“ Daniel 9,18b

Und nun, unser Gott, höre das Gebet deines Knechtes und sein Flehen. Lass leuchten dein Antlitz über dein zerstörtes Heiligtum um deinetwillen, Herr!

Uns e r Land mit seinen enormen Vorräten an Süßwasser ist ein Beweis für Gottes uns versorgende Güte. Uns bleibt als Antwort nichts anderes zu tun, als unsere Mitarbeit und Verantwortung dafür wahrzunehmen. Solche menschliche Einstellungen sind eine unversiegbare Quelle. Wenn die Wasser zurückgehen, scheinen Unterlassungen, trockene Anschuldigungen, schleichende Betrachtungen und der politische Nutzen zu wuchern. Dann sind Wachsamkeit, Bewusstmachung und Aufklärung gefragt. Der Klimawechsel ist eine reale Bedrohung. Der Glaube an die angemessenen Mittel zur Bewahrung stützt sich auf die Sehnsucht und Entschlossenheit Gottes. Das Gemeinwohl bedarf eines tiefgehenden Respekts und verstärkter Fürsorge. Die Verantwortung nimmt in dem Maße zu, in dem wir ein Gefühl der Dankbarkeit entwickeln für die Gottesgaben, die das Leben nähren. Sie führt zu mutigem und nachhaltigem Handeln. Hierin liegt die Kraft des Glaubens, die gute Staatsbürger hervorbringt. Den Himmel anzurufen und Überprüfung zu fordern, das führt dazu, dass „trinkbares“ Reden und Handeln uns das Wasser zurückbringen! Der Klimawechsel ist eine reale Bedrohung. Der Glaube an die angemessenen Mittel zur Bewahrung stützt sich auf die Sehnsucht und Entschlossenheit Gottes. Das Gemeinwohl bedarf eines tief gehenden Respekts und verstärkter Fürsorge. Bewahre uns, Gott Text: Eugen Eckert (1985) 1. Bewahre uns, Gott, behüte uns, Gott, sei mit uns auf unsern Wegen. Sei Quelle und Brot in Wüstennot, sei um uns mit deinem Segen. 2. Bewahre uns, Gott, behüte uns, Gott, sei mit uns in allem Leiden. Voll Wärme und Licht im Angesicht, sei nahe in schweren Zeiten. 3. Bewahre uns, Gott, behüte uns, Gott, sei mit uns vor allem Bösen. Sei Hilfe, sei Kraft, die Frieden schafft, sei in uns, uns zu erlösen. 4. Bewahre uns, Gott, behüte uns, Gott, sei mit uns durch deinen Segen. Dein Heiliger Geist, der Leben verheiβt, sei um uns auf unsern Wegen.


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Compartilhar 15

Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.

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Mensagem Pastoral às Comunidades da IECLB Em 2016, a IECLB reflete sobre o tema Pela Graça de Deus, livres para cuidar. Tema desafiador e convidativo. Por outro lado, vemos nosso país em situação preocupante. O profeta Amós desafia: Buscai o bem e não o mal (Amós 5.14a). Para as pessoas que buscam o bem, fica o sentimento: onde está a graça de Deus? Como cuidar? Como buscar o bem, se tantos parecem desejar o mal da nossa pátria? Como Igreja, precisamos reafirmar a certeza de que Deus zela e acompanha este processo. Por mais complexo que tudo pareça, devemos colocar em oração, livre de partidarismo, a nossa nação. Também é tempo de reafirmar que a nação é de todos, que todos somos sujeitos à Constituição e às leis que dela emanam. Reafirmamos o que consta na carta do Pastor Presidente da IECLB [disponível no Portal Luteranos]: ‘O Brasil conquistou a democracia a duras penas. Um dos componentes imprescindíveis para que a democracia cresça e floresça chama-se diálogo. Diálogos: por meio da palavra, através da palavra. Diálogo é a interação entre pessoas por meio da palavra’. Esta verdade não deve ser perdida do nosso horizonte, independente da posição política que tenhamos. Os valores éticos que nos norteiam são: honestidade, integridade e liberdade de pensamentos. Estes valores devem priorizar a busca incansável pela democracia e pela igualdade de direitos entre as pessoas. Destes valores não podemos abdicar. São por demais preciosos. Parafraseando a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, isto é a nossa casa comum, a nossa responsabilidade. Em razão disto, neste momento de perplexidade e crise, devemos nos sentir pessoas desafiadas a agir e testemunhar, inspiradas pela Sagrada Escritura, agindo com respeito, calma e serenidade. Somos cidadãos e cidadãs e temos posicionamento político. Isto é cidadania, mas, ao mesmo tempo, devemos saber respeitar aquele que pensa de modo distinto, respeitar a igualdade de direitos entre as pessoas e os deveres vigentes em nosso país, de modo que a soberania da Constituição não seja desprezada. Da mesma forma, devemos ter o entendimento de que, por mais complexa que seja a situação politica, o diálogo e o respeito devem ser seguidos, para que a democracia seja preservada. Certo é que o caminho político é uma das formas de transformar a realidade na qual a nação se encontra. Urge que as forças políticas busquem o bem e se unam em prol da nação. Em razão disto, devemos entender que é papel do cristão se envolver, acompanhar e também postular cargos eletivos. A sua ética e integridade podem ser o elemento divisor de águas no contexto no qual nos encontramos. Entendemos que as nossas Comunidades devem olhar de modo crítico para as propostas que são apresentadas. Em meio à crise vivida, há oportunidades para trilhar por novos caminhos. Olhamos para a realidade que nos cerca, para o modelo político estabelecido, no qual não há fidelidade partidária. Ocorrem alianças de todas as matizes e ideologias. Olhamos para a realidade que nos cerca e que é permeada pela corrupção, clamando para que haja transformação, sem esquecer que o problema maior é a desigualdade social. Neste processo de transformação, precisamos ter e ocupar papel preponderante a partir do nosso testemunho cristão. Neste testemunho cristão, o combate à corrupção e a busca pela justiça e pela igualdade social precisa acontecer e permear todas as instâncias. Por mais severa que seja a situação que enfrentamos, devemos elevar os olhos para o horizonte, confiantes de que o Senhor da Vida nos guia e conduz. É Ele que nos dá o discernimento em meio ao conturbado quadro de informações e desinformações que acirram ânimos. A cruz nos chama para olhar com amor ao próximo, agir com discernimento e responsabilidade frente ao momento que enfrentamos. Que neste tempo em que celebramos a Paixão de Cristo, possamos rogar e confiar na misericórdia de Deus, para que a esperança prevaleça e a ressurreição possa ser celebrada. Pastores e Pastoras Sinodais da IECLB Presidência da IECLB São Leopoldo, 18 de março de 2016.

Cadastro Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev, o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-l@ informad@ sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contato com a Mariana Ferreira pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano

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experiências

Essa prática de ter um Tema comum para toda a Igreja é de suma importância, pois tem proporcionado um significativo enriquecimento na vida e na missão das Comunidades, além de promover a unidade da Igreja. Na IECLB, desde a criação dos 18 Sínodos, com o seu modelo de Igreja descentralizado, os Sínodos têm grande responsabilidade e poder de decisão. Para preservar a unidade da Igreja em nível sinodal e nacional é fundamental que os Sínodos, as Comunidades, @s Ministr@s, as lideranças e os membros reflitam sobre um assunto comum e, a partir do seu contexto, definam propostas concretas de ação. Para o Sínodo Sudeste, que, geograficamente, é bastante extenso (Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e as Comunidades estão espalhadas, a proposta de ter um Tema comum tem nos motivado a caminhar conjuntamente em um mesmo pensamento e propósito. Exemplo disso foi que, em 2015, o nosso Pastor Sinodal, P. Geraldo Graf, propôs como temática principal para a Conferência Sinodal de Ministr@s o estudo do Tema Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar e do Lema do ano Então, Jesus perguntou: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho (Lc 24.17). Para refletir e aprofundar a temática, fomos assessorados pelo P. Ms. Heitor Meurer. Tod@s @s Ministr@s saíram da Conferência cientes da impor-

tância e da atualidade do Tema comunicação e da necessidade de auxiliar na reflexão nas Comunidades. Na Paróquia de Rio Claro/SP, celebramos quatro cultos seguidos sobre o Tema e o Lema do Ano. Inspirado neles, abordamos os subtemas: (a) a importância de caminhar solidariamente ao lado do outro e de escutá-lo atentamente, (b) a importância de refletir com o outro sobre a vida e a Palavra de Deus, (c) a importância de celebrar a comunhão com o outro e (d) a importância de compartilhar com os outros as nossas experiências com Deus. O Tema também foi refletido ao longo do ano em outros cultos e nos grupos da Comunidade. O Presbitério e os grupos da Comunidade conversaram bastante sobre comunicação. Considerando que Igreja da Palavra é Igreja que comunica e que a mensagem do Evangelho de Cristo precisa ser adequada, convincente e clara para chegar mais perto da alma humana e do maior número possível de pessoas, avaliamos a comunicação na Comunidade e a sua relação com a missão. A conclusão foi no sentido de investir mais na área da comunicação. Para isso, além dos meios já existentes, decidimos aprimorar a página da Paróquia no Facebook, para compartilhar mensagens, notícias e imagens das Comunidades, mostrando o que nós somos, cremos e fazemos como luteran@s.

CAMINHOS DA REFORMA LUTERANA | 2016 GRUPO 1 05 DE JUNHO - 23 DE JUNHO GRUPO 2 24 DE JULHO - 11 DE AGOSTO

CONHEÇA OUTROS ROTEIROS Caminhos do Leste Europeu Caminhos Nórdicos (Grupo 1) Caminhos Nórdicos (Grupo 2) Caminhos das Rivieras Caminhos Romanos Caminhos Ibéricos

A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA E DA REFLEXÃO

18/05 – 05/06 25/06 – 11/07 10/07 – 25/07 14/08 – 31/08 01/09 – 17/09 18/09 – 06/10

CAMINHOS DA REFORMA LUTERANA | 2017

ESPECIAL 500 ANOS SERÃO 25 GRUPOS COM EMBARQUES DE ABRIL A OUTUBRO DE 2017

RESERVE JÁ A SUA VAGA 55 8403.6336 luizartur.rs@gmail.com

Viajar faz um grande bem!

SOLIDARIEDADE,

“Segundo palavras do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, o Tema e o Lema do Ano na IECLB têm como objetivo geral ‘ser um impulso para fortalecer a identidade e a unidade na caminhada da Igreja, uma fonte de inspiração e um eixo articulador dos trabalhos e da missão das Comunidades da IECLB espalhadas neste chão brasileiro”, lembrou o P. Eldo Krüger, Ministro na Paróquia de Rio Claro/SP, no Sínodo Sudeste.

abrir a mão...

Minhas amigas e meus amigos, o trabalho de criar vínculos em partilha e solidariedade desafia ainda mais @s luteran@s. Se fosse fácil abrir as nossas mãos, não precisaríamos de tantos cartazes propositivos, chamadas constantes, adesivos, sugestões de como cativar para a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, ainda mais que trata-se de um ato solidário às pessoas que conhecemos e a quem podemos acompanhar se farão ...vivendo em amor cristão, bom uso do dinheiro! partindo o pão junt@s e fazendo Todos esses sentimentos que vêm lá de dentro orações... Todos as pessoas que nos envergonham, por estarmos tão distantes do criam estavam juntas e unidas testemunho das primeiras Comunidades cristãs. e repartiam umas com as outras Quantos argumentos a mais precisamos para ‘abrir a o que tinham (Atos 2.42s). mão’, apoiar e, portanto, levar um pouco de condições “Nós luteran@s temos fama de àquelas pessoas que estão se firmando como Comunidasermos mãos fechadas. Pouco de que buscam viver o bem? Quanto gastamos semanaldeixamos o coração tomar atitudes, mente com quinquilharias, comidas e bebidas desnecesagir sem medir todos lados e sárias para uma vida saudável e valiosa e ainda temos traslados. Preocupamo-nos demais coragem de calcular se vale a pena ou não ajudar? com a segurança para o futuro. Temos que assumir: dentro de nós residem a Não queremos dar ponto sem nó! usura, a ganância e o desejo de ter mais. ConstanPode faltar para amanhã...” temente, a nossa mão é tocada. Eu fecho ou abro a miafirmou a Pa. Elisabet Lieven, nha mão com alegria? Por que é tão difícil assim sentir então Ministra na Comunidade de esse amor ensinado e vivido por Cristo que nos leva ao Teófilo Otoni/MG, no Sínodo Sudeste. encontro com a outra pessoa, principalmente com aquela

CUIDADO E COMPAIXÃO

que mais precisa de cuidado e compaixão? A Educação Cristã Contínua nos orienta que toda situação desafiante é uma oportunidade para ensinar e aprender! Assim, compartilho uma experiência realizada Comunidade de Teófilo Otoni/ MG. Desde a primeira Campanha Vai Vem, em 2008, estimulamos @s jovens e adolescentes a se envolverem no processo. Confeccionamos cofres em garrafas recicláveis, colando adesivos e soltando a criatividade em meio a colas e fitas coloridas. Em todos os cultos e nas programações, as famílias eram convidadas a assumir a empreitada com alegria e bom ânimo! A garrafinha fica em um lugar central da casa, para que as pessoas que ali vivem e convivem possam sentir o gosto de ofertar! Desde as crianças até amig@s e vizinh@s. Nos primeiros anos, não havia espaço para tantas garrafas/cofres e envelopes no altar... e bem pesados! Com o tempo, foi esfriando. Vimos que é necessário alimentar essa atitude de viver a solidariedade. O nosso coração precisa ser tocado outra vez e outra vez! No acomodar, ele endurece e esfria, minha gente! Viver como Jesus viveu, amar como Jesus amou, sorrir como Jesus sorriu não pode ser algo dificultoso! Precisa fluir em gestos, em redes de apoio, em horizontes além das nossas Comunidades.


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