Jorev Luterano - Outubro - 2012
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Editorial
XXVIII Concílio da IECLB
O
utubro de 2012: data do XXVIII Concílio Geral da IECLB, que será realizado entre os dias 17 e 21 deste mês, tendo como sede a Paróquia de Chapecó/SC, no Sínodo Uruguai. Para que os nossos leitores e as nossas leitoras, mesmo que a distância, ´participem´ do Concílio, instância decisória máxima da IECLB, preparamos um resumo explicativo sobre o papel do Concílio, que pode ser lido na Editoria Atualidade. Além disso, nesta edição, dedicada ao XXVIII Concílio da IECLB, nas Editorias Ministério, Presbitério, Mulheres e Gente Luterana, trouxemos representantes do Sínodo Uruguai diretamente envolvidos na organização deste evento. Na Editoria Ministério, apresentamos o P. Felipe Pinto Pereira, Pastor na Paróquia de Chapecó. Na Editoria Pres-
bitério, Sigmundo Hass, Presidente da Paróquia de Chapecó. Na Editoria Mulheres, Romilda Laux, Presidente da OASE na Comunidade de Chapecó. Na
O Concílio
Editoria Gente Luterana, Werner Hari Eberle, Presidente da Comunidade de Chapecó, e Rosana Schillei Scheidt, Coordenadora do XXVIII Concílio. Todos compartilham a expectativa e o entusiasmo dos preparativos para o Concílio. O Jorev de outubro também apresenta, nas páginas centrais, Editoria Unidade, o nono artigo da Série Lutero Reforma: 500 anos, nesta edição tendo como enfoque a Música, um texto assinado pelo Professor Dr. Werner Ewald. A Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, traz dois textos de Ministros Pastores sobre a temática Morte. Missão urbana ganhou destaque na Editoria Comporta-
da Igreja é a instância decisória máxima da IECLB
O templo em Chapecó/SC, onde serão realizadas as meditações diárias durante o XXVIII Concílio
mento. Wie können wir sicher leben? é o título da Meditação da Editoria Deutsche Seite. Boa leitura!
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Capa Capa alusiva ao XXVIII Concílio da Igreja, que acontecerá em Chapecó/SC, de 17 A 21 de outubro de 2012. Leia matéria especial sobre o Concílio nas Editorias Atualidade, Ministério, Presbitério, Mulheres e Gente Luterana.
Comunidade Missionária Deixo o meu comentário partindo da leitura do Jorev de maio/2012, cujo tema principal é a Comunidade Missionária, em que vários aspectos remetem à variedade de formas de expressar a missão, como a visitação, o uso de dons em favor das outras pessoas e a Campanha de Missão Vai e Vem, o que é muito positivo, para não estabelecer um único conceito missionário dentro da IECLB. Trabalho no Conselho de Missão entre Indígenas (Comin), como Coordenadora Pastoral e Programática, uma ação que a IECLB vem realizando há 50 anos, sendo que, neste ano, o Comin celebra 30 anos de existência. Então, uma sugestão seria incluir nas matérias informações acerca deste trabalho, para comunicar as Comunidades e seguir ampliando o conceito de missão, no sentido de transpor fronteiras, também as fronteiras culturais. Um abraço, Pa. Dra. Renate Gierus Coordenadora Pastoral e Programática do Comin
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet
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Jorev Luterano - Outubro - 2012
Curtas
Faltam cronistas,
alerta teólogo luterano A sociedade contemporânea alijou-se do seu próprio tempo e lugar, pois negou-se à solidariedade com o espaço social em que habita, disse o Teólogo luterano, P. Dr. Vitor Westhelle, na palestra que abriu o I Congresso Internacional da Faculdades EST, realizado entre 10 e 14 de setembro, em São Leopoldo/ RS, sobre Religião e sociedade: desafios contemporâneos. Em uma de três teses apresentadas na abertura, P. Vitor caracterizou a contemporaneidade como uma atitude, que implica a ousadia de encarar o lado obscuro do real. Fazem falta, nessa sociedade marcada pela irresponsabilidade, cronistas que saibam ver no escuro, o lado oculto do que vem à superfície, defendeu. O Teólogo reportou-se à escritora indiana Arundhati Roy, uma das incentivadoras do Fórum Social Mundial, que reivindicava: “Temos de encontrar uma maneira de forçar que os fatos reais voltem ao noticiário”. “Essa é uma característica que define o nosso tempo e é controlado por um sistema global em que a responsabilidade, por sistêmica necessidade, não faz parte das coisas que contam. Eis porque precisamos de cronistas que nos contem essas histórias e que sejam acessíveis”, afirmou o palestrante. A ambiguidade, destacou o Reitor da Faculdades EST, Prof. P. Dr. Oneide Bobsin, está presente tanto na religião como na ciência e na política. A ciência, afir- Da esq. p/ dir., Secretário Luis Antonio de mou, empalhou a religião e Assis Brasil, P. Dr. Oneide Bobsin, Prefeito tirou dela verdades que ela Ary Vanazzi e P. Dr. Rudolf von Sinner nunca disse. “O nosso esforço, nesse Congresso, será de não insistir no que a religião nunca quis dizer”, admoestou. A religião, frisou o Reitor da EST, tem uma função terapêutica na sociedade, pois, se não fosse por ela, os hospitais e as prisões estariam ainda mais lotados. Na presença do Prefeito Ary Vanazzi e do Secretário de Estado da Cultura, Luis Antonio de Assis Brasil, representando, na abertura, o Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Mais de 330 Teólogos, Pesquisadores e estudantes de quatro continentes foram a São Leopoldo para o I Congresso Internacional com o intuito de analisar, nas palavras do Coordenador do evento, o Teólogo suíço P. Dr. Rudolf von Sinner, o rico e perigoso potencial que as religiões dispõem de poder contribuir para a convivência pacífica entre os povos. Ao falar em nome dos nove Teólogos sul-africanos presentes no Congresso, o Professor de Teologia Sistemática da Universidade da África do Sul, Rothney Tshaka, lembrou que o seu país tem um fosso entre ricos e pobres e destacou a importância do evento como um espaço para perguntar que papel a religião desempenha em um país com tantos problemas.
Minha vida na Igreja viva No dia de Pentecostes de 2012, 27 de maio, o 8º Dia Sinodal da Família do Sínodo Noroeste Riograndense foi a perfeita demonstração de uma Igreja viva, vibrante, participativa, atuante e que celebra a sua fé, quando se reuniram mais de 2500 pessoas, de todas as gerações (entre crianças, jovens, adultos e idosos), para um encontro que demonstrou toda a vida que pulsa nas Comunidades. A Paróquia Evangélica em Giruá/RS foi a anfitriã do evento e preparou o espaço que acolheu as demais Comunidades. Na abertura, aconteceu a celebração de um culto eucarístico, envolvendo Ministros, leigos, crianças e jovens, que teve como tema Minha vida na Igreja viva. Ao meio-dia, se configurou uma cena realmente linda, quando os participantes se abrigaram à sombra das árvores para fazer o seu lanche e até mesmo partilhá-lo, encontrar pessoas amigas, saborear um bom chimarrão e ouvir as músicas entoadas pelos grupos musicais no Espaço da Juventude. Também as crianças tiveram um espaço preparado para elas, com brincadeiras, histórias bíblicas e música. A fé que se faz concreta por meio da ação recebeu destaque com a exposição de trabalhos diaconais. Para encerrar, o grupo McCoys apresentou as suas músicas e fez vibrar os corações. O 8º Dia Sinodal da Família foi a expressão de uma Igreja viva pela comunhão de crianças, jovens, adultos e idosos, com os seus dons e a sua diversidade de interesses. Um dia para motivar os que creem em Jesus Cristo a trabalhar por uma Igreja sempre mais viva! P. Fábio Rucks Giruá/RS
OFERTAS NACIONAIS 14 de outubro 20º Domingo após Pentecostes Bolsas de incentivo para estudantes de Teologia A vida e as condições para viver são presentes de Deus, que nos ensinou a viver em comunhão. Por meio de Jesus, a humanidade aprendeu que é possível estender as mãos e apoiar o outro. Assim é a nossa resposta ao presente de Deus! Entre as muitas formas de fazê-lo, está a solidariedade com estudantes carentes financeiramente, que, na IECLB, pretendem servir em um dos quatro Ministérios com ordenação: Diaconia, Educação Cristã, Missão e Pastorado. Para dar esse apoio, a IECLB auxilia os Centros de Formação Teológica a conceder bolsas de estudo, com recursos que provêm, em boa medida, das ofertas dos membros das Comunidades das IECLB. 31 de outubro Dia da Reforma Bolsas de estudo para estudantes da ADL Desde 1956, a Associação Diacônica Luterana (ADL) tem formado líderes para as Comunidades da IECLB. Os jovens têm a oportunidade de vivenciar a Educação Cristã, a Diaconia e a Música por meio de aulas de Música, dinâmica de grupo, catequese, diaconia e Bíblia, entre outras. Além disso, desenvolvem atividades voluntárias em instituições parceiras, como a APAE, o Hospital, a Casa do Menino, o Lar de Idosos, o Presídio e diversas Paróquias da IECLB. O objetivo é uma formação diferenciada, visando não apenas à capacitação de profissionais, mas também de cidadãos conscientes que se sentem motivados à prática do bem, à luz da fé. A maioria dos jovens é de filhos de pequenos Agricultores ou provém de bairros carentes, dependendo de bolsa integral ou parcial para poder realizar a sua formação.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Agosto/2012
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Índice Julho/2012
0,94%
Acumulado do ano
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Atualidade
XXVIII Concílio da IECLB P. DR. ONEIDE BOBSIN Reitor da Faculdades EST
Comunidade
e Campanha Eleitoral Como nos dias de hoje, era tempo de campanha eleitoral naquele mês de outubro. Um candidato queria contato com a Comunidade no dia da promoção comunitária. Pedi que fosse no sábado à tarde. O candidato foi e se surpreendeu. Qual foi o motivo da sua surpresa? Ele viu os setores da Comunidade envolvidos na preparação da festa: jovens, mulheres e homens. Mais surpreso ele ficou quando soube que todo o trabalho, muito bem organizado, era voluntário. Também lhe disse que os resultados da promoção eram para a própria Comunidade – e não havia desvio. Retorno a esse assunto, porque considero muito importante que o mundo da política aprenda com as nossas Comunidades como se pode ser organizado e fazer muito com pouco. Sabemos que o nosso jeito de ser e de governar a Comunidade e os seus grupos já virou rotina para nós. Parece que nada é novo. Com isso, estamos colocando uma vela acesa debaixo de um balaio, para usar palavras do próprio Jesus. Estou convencido de que podemos ser um exemplo na organização e na aplicação justa dos recursos. Os candidatos e as candidatas a cargos públicos podem aprender gestão com as nossas Comunidades. Não devemos ter vergonha disto. Antes, devemos lamentar que pessoas que exerceram lideranças em OASE, Presbitérios e outros tantos não se lancem na vida pública para ser luz e sal. Temos muito a ensinar à sociedade e ao mundo da política. Em vez de cairmos no modismo de falar mal de políticos ou de nos escondermos na sacristia para não nos envolvermos na administração das nossas cidades, sejamos uma luz no mundo por meio da gestão metódica e justa dos recursos comunitários. Na última Assembleia Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos, um jovem de 20 anos contou-me sobre o seu envolvimento na juventude da Igreja, a sua participação no movimento estudantil universitário e no seu partido político. Perguntei sobre a sua Comunidade. Ele brincou ‘Quer que eu mostre a certidão de Batismo com a sua assinatura?’. Fiquei pasmo e comentei ‘Os seus pais acompanhavam pouco a vida comunitária’. ‘É, mas os meus avós, sim! Aprendi a participar da Comunidade com os meus avós e lembro de você do tempo do Culto Infantil’. Então, lembrei daquela família, belas raposas que trouxeram ao rebanho uma ovelha que virou cidadã.
Uma ovelha que virou cidadã
Conectados com Deus - protagonistas no mundo
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ob o tema Conectados com Deus - protagonistas no mundo, lançado pelo Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje) de 2012, em sintonia com o Tema do Ano da IECLB para 2012, Comunidade jovem - Igreja viva, será realizado o XXVIII Concílio da IECLB. A Paróquia de Chapecó e o Sínodo Uruguai sediam o XXVIII Concílio, que acontece nos dias 17 a 21 de outubro, na cidade de Chapecó/SC. O município de Chapecó/SC, sede do XXVIII Concílio da IECLB Quando uma questão na IECLB interessa a todos ou tem repercussão para todos os promovendo a paz, a justiça e o amor na socieSínodos, aí ela é tratada em Concílio. O Concí- dade brasileira e no mundo. O Concílio é o órgão máximo de decisão na lio reúne-se de dois em dois anos. O primeiro aconteceu em maio de 1950, na Comunidade IECLB, por isso mesmo é formado exclusivade São Leopoldo/RS, e reuniu os Sínodos inte- mente por representação. Nele estão presentes grantes da então Federação Sinodal. Desde lá, representantes leigos (maioria) e do Ministério Ordenado de todos os 18 Sínodos, na ordem de já foram realizados 27 Concílios. Desde o Concílio de 2010, várias questões quatro representantes por Sínodo mais fração vêm sendo formuladas por Conselhos e Comis- referente aos Sínodos com maior número de sões. Também as Assembleias sinodais encami- membros e Sínodos que, por rodízio, nomeiam nham assuntos, por meio de moções. Todos os representante do Ministério Compartilhado. encaminhamentos passam pela Presidência e Também integram o Concílio com direito a voto nove representantes de setores e organipelo Conselho da Igreja, onde são subsidiados. O Concílio recebe a prestação de contas da zações confessionalmente identificados, a PrePresidência e da Secretaria Geral sobre os dois sidência da IECLB e a Presidência do Concílio. A Presidência do Concílio é leiga e a ela cabe últimos anos. Esses relatórios contêm a relação de atividades realizadas por essas duas instân- dirigir os trabalhos do Concílio, promovendo a cias em favor da missão na IECLB, a sua aná- análise e a boa deliberação. A execução das decisões do Concílio cabe a lise, bem como as perspectivas para o atenditodos nós, que, direta ou indiretamente, elegemento de novos desafios. Além dos referidos Relatórios, o Concílio mos os 95 representantes que formam o Condelibera e aprova a projeção financeira de 2013 cílio. A coordenação da execução cabe à Presipara as ações missionárias realizadas a partir dência da IECLB, dada a sua responsabilidade das instâncias nacionais, assim distribuídas: pela sintonia confessional e organizacional da Direção da IECLB nacional - Concílio, Presi- Igreja, e ao Conselho da Igreja, composto por dência, Conselho da Igreja e a sua Diretoria; 18 representantes sinodais. O Concílio é uma oportunidade de exercício órgão executivo nacional - Secretaria Geral. A IECLB, como corpo eclesiástico, reúne de comunhão dos 18 Sínodos entre si e também mais de 700 mil membros, organizados em da IECLB com as organizações da esfera ecu1812 Comunidades, que se agregam em 467 mênica, que se fazem presentes por meio de Paróquias e se reúnem em 18 Sínodos. As ins- representantes que expressam no Concílio os tâncias nacionais são parte desse corpo e res- laços que unem as Igrejas ou organizações. As decisões do Concílio são publicadas no pondem pela coordenação e execução em nível nacional da missão da IECLB de proclamar o Boletim Informativo, enviado a todas as ParóEvangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua quias e Ministros, além de divulgadas no Portal vivência pessoal na família e na Comunidade e Luteranos e no Jornal Evangélico Luterano. Atribuições do Concílio Segundo consta na Constituição da IECLB, o Concílio da Igreja é o órgão soberano da Igreja e lhe compete dispor sobre toda e qualquer matéria de interesse desta, estre as quais: - fixar diretrizes que assegurem a unidade da IECLB e a sua confessionalidade, nos termos desta Constituição e nos documentos em que se funda; - estabelecer o plano de ação da IECLB; - promover o debate e a reflexão sobre temas fundamentais e de interesse das Comunidades, das Paróquias e dos Sínodos; - eleger o Presidente, o 1º e o 2º Vice-Presidentes do Concílio da Igreja, além do Pastor Presidente e dos Pastores 1º e 2º Vice-Presidentes da IECLB; - estabelecer diretrizes para o exercício do Ministério eclesiástico e a subsistência digna dos Ministros.
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Presidência
Todos nós fomos num só espírito batizados nesse corpo
IECLB - Igreja de Comunidades
N
esse mês de outubro, ao lado das comemorações alusivas à Reforma da Igreja Cristã, ocorre o XXVIII Concílio da IECLB, em Chapecó/SC, no Sínodo Uruguai. O Concílio, o órgão soberano da IECLB, o nosso parlamento, reúne pessoas oriundas das nossas Comunidades, dos nossos Sínodos e das nossas Instituições, todas incumbidas de expressar, mas também decidir o que queremos ser: uma Igreja bem estruturada, orientada para o futuro, atuante conforme a realidade, abrindo espaços e realizando ações concretas, sendo acolhedora, criativa e motivadora a uma participação com alegria e convicção. Enfim, uma Igreja que presta contas da sua espe-
rança e vive a fé em Cristo em nível comunitário, sinodal e nacional. A Constituição da IECLB, no seu Art. 9º, afirma Na Comunidade concretiza-se a missão da Igreja no anúncio da Palavra, na exortação ao arrependimento, na mensagem do perdão e no chamado à prática do amor, da justiça, da solidariedade e do serviço ao próximo e à sociedade. Ora, Comunidade é bem mais do que ‘base de trabalho da IECLB’. Sem Comunidade em nível local, não há Igreja em nível nacional. Em termos bíblicos, Cristo continua a viver na sua Comunidade, quando dois ou três estiverem reunidos em seu nome e ouvem a voz do seu Pastor. O apóstolo Paulo concretiza o que é Comunidade identificando nela o Corpo de Cristo (Rom
P. CARLOS MÖLLER Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB
Reunião do Conselho da Igreja tem eleição da nova Diretoria
Reunião da Presidência
e Pastores Sinodais Outubro
A sintonia político eclesiástica foi o foco da Reunião da Presidência e da Secretaria Geral com os Pastores Sinodais, realizada de 11 a 15 de setembro, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo/RS. Nos dias 14 e 15, juntaram-se ao grupo os Presidentes e os Tesoureiros Sinodais, quando o foco foi sintonia administrativa. Na pauta geral do encontro estavam desdobramentos a partir dos seguintes assuntos: (a) Acompanhamento e avaliação ministerial, (b) Formação pessoal e teológica com vistas ao Ministério (estudantes), (c) Formação teológica continuada e funcional, (d) Ecumene e (e) Missão. Entre os desdobramentos, estiveram: acompanhamento e cuidado da Presidência com os Pastores Sinodais, apontamento de prioridades nas áreas de acompanhamento e formação, Subsistência Ministerial (SM), Associação de Mútuo Auxílio (AMA), Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM), suprimento de Campos de Atividade Ministerial (CAMs), vocações, Educação Cristã Contínua (ECC), material do Ensino Confirmatório, Tema do Ano 2014, parcerias ecumênicas e intercâmbios, Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), Campanha Vai e Vem 2013, Plano de Ofertas, Agenda 2013, além das ações envolvidas no Jubileu da Reforma Luterana (500 anos, em 2017).
12 e 1Cor 12): todos nós fomos num só espírito batizados nesse corpo (1Cor 12.13). O Corpo de Cristo é tanto a Comunidade local como a Igreja em nível nacional, instado a sempre de novo responder aquela pergunta que Jesus fizera aos seus discípulos E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? (Mt 16.15). Insistimos nesse ano que de uma Comunidade jovem brotará uma Igreja viva. Isolar-se ou mesmo ignorar as decisões e a caminhada da Igreja é ser congregacionalista. Quanto mais juntos andarmos na fé, na esperança e no amor, nos auxiliarmos na intercessão e na solidariedade, melhores condições teremos de responder, como IECLB: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo.
24/9-3/10 Consulta com Parceiros da OMEL Hermannsburg/Alemanha Pa. Silvia Genz 4/10 Reunião das Igrejas Históricas São Paulo/SP P. Nestor Friedrich 5/10 Seminário Nacional do PPHM Curitiba/PR P. Nestor Friedrich 17-21/10 XXVIII Concílio da IECLB Chapecó/SC P. Nestor Friedrich P. Carlos Möller Pa. Silvia Genz
A agenda da última reunião do Conselho da Igreja, com a participação da Presidência e da Secretaria Geral da IECLB, realizada nos dias 6 e 7 de julho, na Casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo/RS, incluía eleições para a composição da sua nova Diretoria. Além da eleição, na sexta-feira também foram tratados, entre outros, os assuntos: Estatutos, Plano de Seguridade Ministerial para Ministros; Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia, Grupo Coordenador de Educação Cristã Contínua, Grupo de Acompanhamento a Ministros, Grupo de Subsistência Ministerial, Grupo de Trabalho Sustentabilidade e Candidatos admitidos ao quadro de Ministros. No sábado, os trabalhos iniciaram com a apresentação feita pelo Pastor Presidente: Conselho da Igreja - Papel estratégico para a sintonia da IECLB. No âmbito da Ação Comunitária, os assuntos foram: Plano de Ofertas para 2013, Conselho do Direito à Terra e projeto Mulheres no Ministério, que busca valorizar os 30 anos de ordenação feminina na IECLB, completados neste ano. Na área da Missão: Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem 2012 e Planejamento Estratégico.
A Diretoria (2012-2014) No sábado, 7 de julho, o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, o Pastor 1º Vice-Presidente, P. Carlos Möller, e a Pastora 2ª Vice-Presidente, Pa. Silvia Genz, conduziram o momento de Investidura dos eleitos para a Diretoria do Conselho da Igreja: - Presidente: Almiro Wilbert - Sínodo Sudeste Presidente do Conselho Sinodal, integrante do Grupo Assessor para Planejamento do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) e integrante do Grupo de Estudo da Sustentabilidade da IECLB - Vice-Presidente: Léa Stange de Oliveira - Sínodo Vale do Itajaí Presidente do Conselho Sinodal e Representante do Sínodo no Concílio - 1ª Secretária: Pa. Iraci Wutke - Sínodo Espírito Santo a Belém Exerce o Ministério Pastoral em Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá/ES - 2º Secretário: Otávio Schüler - Sínodo Vale do Taquari Integra a Diretoria da Fundação Isaec, o Conselho da Associação Pella Bethania e a Coordenação Sinodal de Educação Cristã
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Ministério
Percebi a importância do exercício da fé, de viver o Batismo Evangélica em Chapecó, por meio dos diferentes grupos de trabalho (OASE, Casais Reencontristas, Musicistas, Juventude Evangélica, Presbitério, etc.), estão trabalhando muito para propiciar um ótimo convívio durante o XXVIII Concílio da IECLB, que acontece nos dias 17 a 21 de outubro. Algumas reformas foram feitas no templo da Comunidade e as reuniões têm sido constantes para não esquecermos de nenhum detalhe.
Em que momento descobriu a sua vocação para o Ministério Pastoral? De família católica, conheci a IECLB aos 13 anos de idade, quando fui convidado por um amigo, hoje, Pastor em Aurora/SC, para participar das reuniões do grupo de jovens na Comunidade Evangélica em Rio Negro/PR. Muito bem acolhido pelo grupo, passei também a frequentar os cultos e outras programações. No dia a dia com a Comunidade, percebi a importância do exercício da fé, de viver o Batismo, o que me motivou ainda mais a participar e a representar a juventude daquela Comunidade, que havia me acolhido, em Encontros Sinodais e Nacionais de Jovens. Nesta época, eu já olhava com muita estima para o Ministério Pastoral, mas a certeza da vocação surgiu quando fui incentivado, pelo Pastor local, a cursar a Faculdade de Teologia.
Como foi a sua época de estudos? Em 2003, iniciei os estudos na Faculdade Luterana de Teologia (FLT), em São Bento do Sul/SC, onde permaneci durante quatro anos, tempo precioso, estudando Teologia, fazendo amigos e crescendo como pessoa. Neste ínterim, fui enviado para um período de seis meses de estágio em Pomerode/SC, onde conheci aquela que mais tarde se tornaria a minha esposa. Enquanto aguardava a designação para o PPHM, tive a oportunidade de auxiliar nas atividades da Paróquia dos Campos Gerais/PR. Em 2008, realizei o meu Período Prático na Paróquia Evangélica em Palhoça e, desde 2010, atuo como Ministro na Paróquia Evangélica de Chapecó. Por parte da Paróquia de Chapecó, como estão os preparativos para receber o XXVIII Concílio da IECLB? Os membros da Comunidade
Luterprev Responde
ajudando a planejar o seu futuro A Luterprev encerrou o primeiro semestre de 2012 somando ativos totais de R$ 87,204 milhões, o que representa crescimento de 27,73% sobre o mesmo período do ano passado. O resultado supera o do mercado nacional, que cresceu 24,02% em relação a 2011. Everson Oppermann, Diretor Geral da Luterprev, explica a importância desses números. Para quem tem plano de previdência Luterprev, o que significa esse desempenho? Significa, sobretudo, robustez e vitalidade, e que a Luterprev cumpre com os direitos garantidos aos seus associados. Esses resultados são uma certeza a mais para todos aqueles que depositam a sua confiança na Luterprev para ajudar a garantir o seu futuro, de que fizeram a escolha certa. Por outro lado,
o nosso crescimento, em um mercado tão competitivo, é a melhor resposta que poderíamos receber ao esforço do trabalho sério e ético desenvolvido ao longo dos anos. Mesmo atendendo outros públicos, a Luterprev permanece muito próxima dos luteranos. Qual é o seu papel nesse crescimento? Muito grande. Significativa parte desse sucesso se deve ao apoio e à preferência dos luteranos, que têm sido parceiros fiéis da organização, como titulares de planos individuais e corporativos. Igualmente, têm nos ajudado como divulgadores dos nossos produtos, seja de forma espontânea ou engajando-se em campanhas, como o Desafio BateuLevou, desenvolvido em parceria com Paróquias da IECLB.
Qual é a expectativa dos membros, dos Ministros, enfim dos grupos envolvidos? Tratando-se de um acontecimento inédito no Sínodo Uruguai, a expectativa e o entusiasmo de todos são muito grandes. Isso porque todo Concílio proporciona certa reflexão por parte dos membros a respeito dos assuntos ligados ao futuro da Igreja. Este entusiasmo reflete o anseio de sermos sempre Comunidades acolhedoras, prontas para servir e zelosas na tarefa de anunciar o Evangelho, enfim Comunidades jovens nesta Igreja viva!
Conheci a IECLB ao participar das reuniões do grupo de jovens na Comunidade em Rio Negro
Quanto às celebrações e às liturgias, o que está sendo feito de especial? As celebrações estão a cargo da equipe de liturgia da IECLB, mas adianto que, para cada dia, haverá um Pregador diferente. Também teremos um culto ecumênico e um culto celebrado pelos jovens do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje). Todas as celebrações acontecerão no templo da Comunidade de Chapecó, que está situado ao lado do Hotel Lang Palace, onde ocorrerão as reuniões do XXVIII Concílio.
Qual é o número de benefícios pagos atualmente pela Luterprev? Somente no primeiro semestre deste ano, foram pagos R$ 596.909,86 em aposentadorias. Atualmente, fazem uso deste benefício vitalício, 122 associados, um aumento de 41,86% em relação ao mesmo período de 2011. São pessoas que confiaram na Luterprev e que, hoje, desfrutam de uma renda complementar. Sempre faço questão de ressaltar que, na aposentadoria, mais importante do que patrimônio acumulado é renda garantida, a única realmente capaz de proporcionar liberdade e segurança nessa importante etapa da vida.
Quais são as perspectivas, a partir de agora? Projetamos encerrar 2012 fechando os nossos primeiros R$100 milhões. É importante dizer que os ativos acumulados representam uma soma de elementos que vai além do aumento do número de planos vendidos. Às receitas com as contribuições dos planos, somam-se uma política austera em relação a despesas administrativas e uma madura aplicação dos recursos arrecadados, com o objetivo de que garantam rendimentos adequados à manutenção dos compromissos com os assistidos e com a solidez da organização.
Visite o site da Luterprev (www.luterprev.com.br) e faça uma simulação para a sua aposentadoria complementar. No site da Luterprev, você também encontra um link para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie diretamente para luterprev@luterprev.com.br, com o assunto Jorev Luterano.
Jorev Luterano - Outubro - 2012
Presbitério
A fé é um presente de Deus e deve ser vivida no dia a dia A fé, um presente de Deus, é o que nos impulsiona e dá a força necessária à vida
Como a fé se processa na sua vida? A fé é um presente de Deus e deve ser vivida no dia a dia. A fé é o que nos impulsiona e dá a força necessária à vida. Na IECLB, qual é a sua caminhada? Esta caminhada já vem de berço, dos pais e de toda a família cultivando a fé. Sou formado em Técnico em Administração e já ocupei os seguintes cargos na Igreja: Presidente da Comunidade de Chapecó durante duas gestões e Presidente da Paróquia durante quatro gestões. Atualmente, com muita satisfação, sou Presidente da Paróquia de Chapecó. Qual foi a trajetória até o Sínodo ser escolhido como sede do XXVIII Concílio da IECLB? O Concílio da IECLB, instância máxima decisória da nossa Igreja, ocorre a cada dois anos e acontece em Sínodos diferentes a cada edição. Neste ano, o Sínodo Uruguai, com sede em Chapecó/SC, formado por 19 Paróquias, candidatou-se a realizar este importante encontro, que acontece nos dias 17 a 21 de outubro. Lideranças do Sínodo Uruguai e Ministros das Paróquias, sob o comando do Pastor Sinodal, P. Ervin Barg, se empenharam no encaminhamento da proposta de sediar o encontro na Paróquia e Comunidade em Chapecó. Após verificação da estrutura e das demais condições por parte da Comissão Organizadora, a Comunidade Evangélica em Chapecó, em parceria com o Hotel Lang Palace, foi escolhida para a realização do XXVIII Concílio da IECLB.
Por parte da Paróquia de Chapecó, como estão os preparativos para receber o XXVIII Concílio da IECLB? Estão muito bem. Tudo em andamento conforme as orientações do Sínodo Uruguai. O fato de um evento de tamanha importância ser sediado em Chapecó representa uma grande conquista para o nosso Sínodo e para a nossa Paróquia. Com muita alegria, vamos recepcionar os representantes de todos os Sínodos da nossa Igreja e também os representantes e os visitantes provenientes de vários países, sempre nos empenhando no sentido de que sejam fornecidas as melhores condições possíveis para que o encontro possa ser proveitoso. Chapecó é conhecida por ser uma cidade dinâmica e acolhedora e é com este espírito que também vamos acolher a todos os Conciliares. Sejam bem-vindos!
O que os grupos envolvidos nos preparativos esperam do XXVIII Concílio da IECLB? A expectativa dos membros e do Presbitério é de que este Concílio venha a fortalecer a nossa Igreja com as decisões tomadas para melhorar a Igreja como um todo. Também gostaríamos que este Concílio fosse uma oportunidade para divulgar a nossa forma de ser IECLB aqui, em Chapecó, no Sínodo Uruguai. Que seja um abençoado Concílio. Uma vez que o XXVIII Concílio da IECLB será realizado em um hotel, de que forma a Comunidade vai participar? A dinâmica no Hotel Lang Palace é coordenada por uma liderança da Comunidade e as interações dos Conciliares com a Comunidade são uma surpresa que vamos guardar para o decorrer do Concílio!
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Jorev Luterano - Outubro - 2012
10 Mulheres
É motivo de gratidão a Deus poder servir na Comunidade A partir do trabalho sinodal, vem a proposta para trabalhar nos grupos. Por exemplo, temos o trabalho de sermos auxiliadoras na fé, no qual acompanhamos as crianças que são batizadas. Por meio da OASE Sinodal, ainda ajudamos em campanhas de doação para diversas entidades.
Qual é a sua história na IECLB? Eu sou membro da IECLB desde o meu Batismo, que foi em Sarandi/ RS. Desde pequena, sempre fui levada à Igreja e, juntamente com os meus pais, frequentei os cultos. Com 12 anos, fui morar em Cunha Porã/ SC, onde foi a minha Confirmação. Aos 19 anos, casei na Igreja Congregacional, pelo fato do meu noivo ser dessa Igreja. Em 1966, viemos morar em Chapecó e nos tornamos membros da IECLB. Aqui, regularmente participamos dos cultos e dos programas oferecidos pela IECLB. Quais os cargos que já ocupou na Igreja? Fui eleita Presidente da OASE na Comunidade de Chapecó por volta
do ano de 1977 e exerci esta função durante vários anos. Os encontros eram realizados nas casas das senhoras. Neste ano, fui eleita novamente como Presidente da OASE na Comunidade de Chapecó. É uma alegria e um motivo de gratidão a Deus poder servir na Comunidade. Como funciona o trabalho com mulheres no Sínodo Uruguai? Acontecem encontros em nível sinodal. No mês de abril, sempre temos o Seminário Sinodal, em que participa uma senhora de cada grupo de OASE e a Coordenadora Paroquial. A cada dois anos, é realizado o Dia Sinodal da OASE, que reúne em torno de mil senhoras das diversas Paróquias do Sínodo.
Por parte da OASE de Chapecó, como estão os preparativos para receber o XXVIII Concílio da IECLB? A OASE está responsável pela preparação do almoço e da janta que serão servidos no salão da Comunidade de Chapecó. Nesse propósito, já foram realizadas várias reuniões para planejar o cardápio das refeições que serão oferecidas aos Conciliares do XXVIII Concílio da IECLB, que acontece nos dias 17 a 21 de outubro. Estamos nos preocupando em servir refeições saudáveis e balanceadas, com opção por alimentos naturais e integrais. Quanto às mulheres da OASE, qual é a expectativa em relação ao XXVIII Concílio da IECLB? É uma grande alegria poder receber pessoas tão importantes e que vêm de muitos lugares desse Brasil e do exterior. Esperamos que sejam bem recebidos e se sintam bem na nossa Comunidade. Mais uma vez, a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas vai reafirmar a sua vocação: Comunhão, Testemunho e Serviço.
1) Projeto Padaria 2) Encontro da OASE 3) Café das Aniversariantes
Crianças e superação da violência A reflexão que proponho segue a direção de problematizar os nossos discursos sobre crianças, adolescentes e jovens. Enquanto Igreja e pessoas cristãs, ainda pensamos sobre ou para crianças, adolescentes e jovens. O desafio é pensar com as crianças, com os adolescentes, com os jovens sobre as situações de violência e de vida que fazem parte da nossa forma demasiada humana de viver! Ao longo da Modernidade, nós, os adultos, alimentamos um dis-
curso que enclausurou crianças e jovens, indicando, para eles, aquilo que julgamos o melhor, afinal, crianças e jovens são o futuro da nação e nada entendem do presente. Proponho superar tal visão. Crianças e jovens vivem em espaços violentos e, para além da nossa doce ilusão, reinventam formas de conviver com a violência e fazem isso com destreza, muitas vezes escapando à nossa lógica e razão ‘adultocêntrica’. Somos, sim, responsáveis por cuidar das gerações mais jovens,
mas, para isso, precisamos aprender a estar junto com elas. Em 1993, a IECLB realizou a Consulta Nacional da IECLB sobre Crianças e Adolescentes Empobrecidos. Em 2012, a Consulta Nacional de Experiências de Superação da Violência contra Crianças, Adolescentes e Jovens. Da criança pobre à criança vítima, duas imagens que parecem guiar a nossa forma de pensar sobre as crianças e os jovens. Quando pensaremos com as crianças e jovens sobre as situações de pobreza, de violência, de abandono, de negligência? Pensar com crianças e jovens significa reconhecê-los enquanto pessoas potentes, competentes, criativas, protagonistas.
Cat. Dra. Marta Nörnberg Professora da Universidade Federal de Pelotas/RS
Jorev Luterano - Outubro - 2012
Fé Luterana 11
Morte O que vem depois da morte? Quando o assunto é eternidade, cada qual imagina um lugar, de acordo com as ideias que foram construídas ao longo da sua vida. Muitas pessoas imaginam um céu particular, exclusivo, e se arrogam o direito de indicar quem merece ou não entrar no mesmo. Comportam-se como se já estivessem lá ou como se o seu ‘arrebatamento’ fosse uma questão de tempo. Nós não podemos especular sobre aquilo que vem depois da morte. Tão somente podemos confiar nas promessas bíblicas e ter a certeza de que Deus é o Pai amoroso descrito em Lucas 15, que nos acolhe nos seus braços apesar das nossas fraquezas. Ele é fiel e cumpre o que promete. Muitos creem que Deus irá restaurar o ´paraíso perdido´, o Éden (Gênesis 2). Há quem imagine que esse paraíso será terrestre. Baseiam-se na descrição de Isaías 65.16b-25. Também há quem defenda que apenas 144 mil (Apocalipse 7.4) serão levados ao Céu, enquanto que os demais salvos permanecerão na ‘nova terra’, sem pecado, morte e mal. Outra questão é o tempo. Muitos perguntam sobre quando o Reino de Deus virá. Alguns acham que o tempo de espera na sepultura é longo demais. Precisamos lembrar que nós somente enquanto vivos necessitamos de relógio e outros marcadores da passagem de tempo. O que para nós parece uma eternidade, para Deus é como um piscar de olhos (2Pedro 3.8). Im-
portante é confiar que nenhum de nós ficará esquecido. Todos nós estamos sob a promessa de Deus. É fundamental ficarmos atentos aos ensinamentos de Jesus Cristo. Ele nos alerta contra a arrogância e o comodismo. Ser cristão não é considerar-se dono da salvação e omitir-se da prática do amor de Deus. Em Mateus 25.31-46, Jesus descreve o que acontecerá no Juízo Final: seremos julgados pela obediência e pelo serviço que prestamos ao Senhor por meio do amor ao próximo. Nisto consiste a nossa fé. Martim Lutero descreve esse processo como uma dinâmica: Ser cristão não é um já estar salvo, mas um vir a ser salvo. Não é acomodação, mas é movimento. Ainda não é a chegada, mas é o caminho. Um texto bíblico que fortalece a nossa esperança é João 14.1-6. Quem faz a promessa é aquele que entregou a sua vida na cruz para nos salvar, que ressuscitou, que está à direita de Deus e que virá para julgar vivos e mortos: Jesus Cristo, nosso Senhor! Nele cremos e esperamos. Na salvação, não importa se estaremos em uma ‘nova terra’ ou no Além. O importante é confiar que Céu é ali onde Deus está e Ele está em todos os lugares e acolhe nos seus braços todos que confiam e esperam Nele.
P. Geraldo Graf, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, com licenciatura em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Colatina/ES. Atua como Pastor em Belo Horizonte/MG e também como Pastor Vice Sinodal do Sínodo Sudeste
Para refletir, leia 1Coríntios 15.35-58
Morte: estou a caminho!
P. Dr. Nilton Eliseu Herbes, Doutor em Teologia e Especialista em Clínica Pastoral. Atua como Assistente Espiritual no Hospital Santa Catarina, em Blumenau/SC
Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e se morremos, também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor (Romanos 14.8). A morte... o fim dessa vida, me dirigindo em direção à próxima. Durante toda a história da humanidade, a morte foi tema de discussões. Filósofos e Teólogos divagavam sobre o grande mistério. No fim das contas, tudo o que nos resta é a certeza de que ela irá chegar: ´Um dia, a ‘dona morte’ nos visita, nos busca e nos leva com ela´. Nos dias de hoje, começamos novamente a falar sobre a morte. Por muito tempo, ela se transformou em um tema tabu, nos fez calar. Com toda a política de humanização hospitalar e o fortalecimento dos cuidados paliativos, o tema da morte volta à tona. Ele vem coberto de inseguranças e medos. Aos poucos, temos deixado de participar do cuidado do outro no final da vida. Esquecemos das palavras de Jesus: estava doente e cuidaram de mim (Mt. 25.36). Com a institucionalização hospitalar, a responsabilidade familiar de cuidar dos seus queridos foi transferida para Médicos e Enfermeiros. Assim, a morte saiu das nossas casas e também da frente dos nossos olhos. O confronto com a morte leva-nos a amadurecer e obriga-nos a pensar na nossa própria finitude. Ao não querer pensar na morte, ao tentar fugir desse tema, fugimos também da nossa preparação à nossa partida. Martim Lutero (1519), no ´Sermão sobre a preparação para a morte’ (http://pt.scribd.com/doc/2233020/
Consolo-no-Sofrimento-Martinho-Lutero) define passos bem concretos que deveriam ser seguidos pelos cristãos que se dirigem à passagem dessa vida. Ele fala sobre atitudes bem práticas, como deixar os negócios em ordem, perdoar e pedir perdão, confessar os pecados, participar do Sacramento da Santa Ceia e assim ele escreve um guia com 20 passos. Na Idade Média, a preocupação com a morte e a salvação era um grande tema. O preparar-se para a morte, também nos dias de hoje, deveria ser um exercício diário. A morte é o fim dessa vida, nada de material levamos daqui, deixamos tudo e todos para trás, por isso morrer é difícil, é triste, não queremos deixar esse mundo e dar um passo para o desconhecido, para onde tudo o que nos resta é a nossa esperança. Confiemos no que o salmista nos diz: ´Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam´. Essa fé nos dá a certeza de que nunca estaremos sozinhos. Que Deus vai conosco também e, principalmente, nos tempos de sofrimento. Ele nos estende a mão para darmos o passo na sua direção. Para refletir, leia o Salmo 23
Jorev Luterano - Outubro - 2012
12 Geral
Educação cristã vivendo, aprendendo e ensinando
Refletir sobre o contexto atual em que vivemos no Brasil e no mundo e fazer esta reflexão à luz da Educação Cristã Contínua é uma perspectiva necessária. Unir contexto e educação compromete o próprio ato de pensar, agir e inserir-se no mundo. Negar a realidade, o contexto social, representa, na perspectiva da educação, pura transferência de conteúdo, que leva à simples adaptação resignada ao mundo. No caso da Educação Cristã Contínua, não é diferente. Seria um equívoco elaborar programas e processos de educação cristã descolados da atual realidade social, política e econômica. Palavra e mundo, teoria e prática, texto e contexto devem estar sempre associados. Assim sendo, o processo de educar na fé não pode ser pura transferência de conteúdo, mas diálogo que leva à compreensão e à mudança do mundo, superando o conservadorismo e avançando em direção a um ensino comprometido com a transformação da realidade. Falar sobre o contexto em que vivemos, para, a partir dele, refletir e agir, significa ler e analisar o mundo em que estamos vivendo. É preciso afir-
mar e reafirmar, sempre, que a educação requer criticidade. No contexto do diálogo sobre Educação Cristã Contínua, esta não pode cair no erro de ser compreendida como ´qualquer coisa, qualquer conteúdo´. Cada pessoa e cada instituição devem assumir o seu papel de educadoras, o que implica uma postura política consciente de saber-se um educador, de autocompreender-se como sendo um espaço educativo. Assim é preciso perguntar a nós, cidadãos e também membros e instituições da IECLB: O que estamos ensinando? Como estamos ensinando? Para que es-
tamos ensinando? A que projeto de Igreja e de sociedade os nossos processos educativos se destinam? Como Igreja, também devemos nos perguntar como experimentamos e comungamos os valores cristãos. A comunidade cristã é um espaço, uma comunidade educativa. É um espaço no qual se ensina e se aprende de
Pa. Dra. Rosane Pletsch, graduada e doutora em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/ RS, é Professora Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Teologia e Gênero na Faculdade Evangélica de Nicarágua e atua como Pastora em Vila Velha/ES
Intercâmbio de jovens com a Igreja da Suécia Tatiani Müller Kohls maneira contínua, por meio de conteúdos, mas, principalmente, a partir da convivência e das atitudes. Com base no Evangelho de Jesus Cristo, se pode afirmar que este aspecto é central na Educação Cristã. Este conviver educativo é um processo constante de mútua transformação. Para isso, é preciso que tenhamos cuidados para que a educação nos diferentes grupos da Comunidade não seja estanque e puramente racional. A Educação Cristã Contínua é processual, reflexiva e vivencial. Todas as iniciativas educativas específicas das Comunidades deveriam ser percebidas dentro deste paradigma de ser a Igreja uma grande comunidade de aprendizagem, em que todos ensinam e onde todos sempre têm algo a aprender.
Você já participou? Querida leitora, querido leitor do Jorev Luterano, você já colaborou com a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem? Sim? Que bom! Muito obrigada! Sínodos, Paróquias, Comunidades e grupos organizados da nossa IECLB motivaram e convidaram os seus membros a participar. Quem sabe ainda dá tempo de colaborar, se você ainda não o fez. A oferta online é uma opção – ou entre em contato conosco! É a sua participação que permite a concretização de dez projetos missionários que estão em andamento em nível nacional, além dos projetos coordenados pelos Sínodos com os 50% do valor total arrecadado que retorna aos mesmos. Voltemos aos dez projetos e façamos um exercício matemático: se multiplicarmos o número de projetos pelo número de pessoas que por eles são beneficiadas, chegaremos a um número maior, certo? Se multiplicarmos o número de pessoas envolvidas pelo número de pessoas com as quais estas pessoas se relacionam, na família, na escola,
na faculdade, no trabalho, etc., este número fica maior ainda. Concorda comigo? Portanto, fica realmente difícil quantificar o número de pessoas que são beneficiadas ou de alguma forma estão envolvidas com a ação missionária realizada por meio dos referidos projetos. A Campanha de Missão Vai e Vem desencadeia reações de solidariedade que vão além de números! Que as ofertas colocadas a serviço da Campanha Vai e Vem sigam colaborando no espírito da palavra do Apóstolo Paulo: Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas (Coríntios 2.14b). Gisele Mello Coordenadora Técnica de Projetos Secretaria de Missão Secretaria Geral da IECLB
No período de março a maio de 2012, quatro jovens do Brasil, representando a IECLB, participaram do intercâmbio de jovens com a Igreja da Suécia. Agora, de setembro a novembro, quatro jovens da Suécia estão no Brasil realizando a segunda fase do intercâmbio. Foi com imensa satisfação que a minha família e a Paróquia de Santa Maria do Sul acolheram duas jovens suecas. É com alegria que compartilho com vocês os depoimentos de Elin e Amina sobre o intercâmbio: Elin - Para participar do intercâmbio, primeiro tivemos que mandar cartas pessoais para as nossas Paróquias. Na minha carta, disse que gostaria de vir para o Brasil. Após o processo de seleção, tivemos que participar de dois Seminários na Suécia. No Brasil, quero conhecer o trabalho da IECLB, especialmente o do Conselho de Missão entre Índios (Comin) e a cultura brasileira. Não tenho muitas expectativas em relação a este período de intercâmbio, pois, assim, não me frustrarei se as coisas não acontecerem como imagino. Até agora, tem sido tudo muito bom. Estou em uma Paróquia do interior de Pelotas/ RS e, na próxima fase, irei para a cidade de Joinville/SC. Amina - Eu tentei não criar expectativas a respeito das pessoas nem da casa onde iria viver. Aqui, eu quero conhecer o ‘verdadeiro’ Brasil e não só o Brasil turístico. Antes de vir para cá, pensei que seria fácil ficar longe de casa, mas é mais difícil do que eu imaginava. O meu projeto na área dos direitos humanos é focado nos direitos das mulheres. No momento, estou morando na casa da família da jovem Tatiani, em Pelotas, e depois irei para a casa do Eduardo Borchardt, em Vitória/ES. Avalio como positivo conviver com jovens que participaram desse intercâmbio, pois eles sabem como nos sentimos e podem nos ajudar.
Jorev Luterano - Outubro - 2012
Comportamento 13
Igreja nas cidades
P. Guilherme Lieven, graduado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, foi Pastor nas seguintes Comunidades da IECLB: Santa Elena/PR, Boa Vista/RR, Norte do Rio de Janeiro, Guarapari/ES, Vila Velha/ES e ABCD/SP, Pastor dos jovens em tempo integral na, então, Região Eclesiástica V e também representou a IECLB em organismos ecumênicos como Comissão Pastoral da Terra (CPT), Centro de Estudos Bíblicos (Cebi), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic-regionais), Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai) e Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese). Atua como Pastor Sinodal do Sínodo Sudeste, com sede em São Paulo/SP
Somos parte da Igreja de Jesus Cristo nas cidades do Brasil. Por meio das comunidades da IECLB, estamos presentes em dezenas de médias e grandes cidades. Ali somos testemunhas de Jesus Cristo, proclamamos o amor de Deus e a sua presença entre nós, praticamos os Sacramentos e somos Evangelizadores, Missionários e Diáconos. Deus nos confiou a graça de participar da sua misSomos parte da Igreja de Jesus Cristo nas cidades do Brasil são nesses contextos. Essa vocação não é uma novidade. Muitos nos antecede- dades cristãs, formadas por pessoas ram nessa tarefa e nessa esperança. da realidade urbana, que se movimenA Igreja na cidade torna-se visí- tam e interagem com poderes e forças vel, imagem humana da presença de rompidas com Deus, recebem de Jesus Deus, serviço da graça, por meio da o chamado e, do Espírito Santo, o cacomunidade de fé. Ela reúne pessoas e risma, para servir, acolher, despertar famílias que, ao viverem a fé em Jesus a paz com justiça, construir esperanCristo, testemunham a presença de ça, revelar a fonte da vida e tornaremDeus no quotidiano urbano. Pela gra- se espaço livre e digno de sinais do ça e justificação de Deus, são Comuni- Reino. Nesse contexto, a comunhão dades vivas que integram e interagem com Deus também se transforma em com o movimento de vida e morte movimento, em que os desafios da presente na cidade. Essas pessoas e existência humana, as contradições e famílias, que formam as comunida- a simultaneidade da presença da vida des de fé, carregam consigo os limites plena (de Deus) em meio à morte são da sua condição humana, impactadas imponentes e conduzem o ritmo. pelo cotidiano na cidade. Nessa conAs pessoas que formam as comudição e situação de fragilidade, optam niades nas cidades carregam consigo em ser Igreja de Jesus Cristo, em es- as marcas e influências da vida urbapecial porque procuram algo novo, na, onde tudo está em constante moalternativo às exigências do cotidiano, vimento. Mesmo que a maioria obserpor terem sede de sentido e da comu- ve códigos da urbanidade e aprenda nhão com Deus. a existir na multidão, quase nada é As comunidades cristãs nas ci- amistoso. As disputas por espaço e dades são formadas por pessoas de pela sobrevivência são constantes. O Deus e do mundo (de Deus). Recebem enorme fluxo de pessoas, o trânsito, a santificação e a vocação de Deus na a troca de mercadorias e serviços, o sua condição humana, marcada pelos vai e vem em busca das necessidades limites, pelos desafios e pelas sedu- básicas, a dinâmica de trabalho com ções do contexto urbano. As comuni- as suas privações e sacrifícios, a bri-
ga por espaços para a convivência pacífica, as interações com a cultura, a política, a religião e as estruturas de poder formam a urbanidade humana. Ela hospeda o belo e o feio, o certo e o errado, o grande e o pequeno, o forte e o fraco, o justo e o pecado, a harmonia e a desigualdade, a comunhão e a brutalidade, o indivíduo e a multidão, que se misturam e tornam-se simultâneos ao ponto de se fundirem. Aí está a Igreja de Jesus Cristo invisível, em forma de comunidade humana visível, chamada para servir na missão de Deus. No território da cidade, a comunidade cristã se torna viva. Ao invés de contribuir somente para a cidade ideal, humanamente sustentável, ela é também chamada para anunciar e, simultaneamente, viver a plenitude da vida que transcende, no limite da condição humana. Tal como o indivíduo na multidão, a comunidade cristã interage com a urbanidade e nela sinaliza a novidade, o que há de vir. Destacamos, em tempo, que a comunidade cristã na cidade não pode ter as características de um espaço para abrigar fugitivos da realidade, da urbanidade. Lembremos da cena bíblica que retrata os discípulos, amedrontados, escondidos em uma casa após o sepultamento de Jesus. A cena é interrompida por Jesus ao entrar naquela casa e anunciar a sua paz – e a paz do ressurreto colocou todos em movimento. A comunidade cristã na cidade tem a vocação de Jesus, a sua paz, para movimentar-se e interagir, sem medo na realidade da simultaneidade, e ali anunciar a presença do Deus Cruz e Ressurreição.
Comunidades urbanas O que ainda podemos fazer? Criar espaços, lugar, para as pessoas e famílias verbalizarem e celebrarem fatos e situações da sua vida e do cotidiano. A comunidade precisa aprimorar os seus espaços, também embelezá-los da melhor forma possível. Nem sempre o belo, a beleza e o bom gosto custam dinheiro. Muitas vezes, os recursos da criatividade, da arte, da alegria e do amor são suficientes. O espaço para o culto é fundamental, mas, também outros, conjugados com o principal, contribuem para as ações da comunidade. Os espaços geográficos da comunidade na cidade não podem isolar-se do todo, do cotidiano, do movimento urbano. As pessoas, ao participarem da comunidade, precisam estar, ainda, na cidade. O Deus que elas buscam para a comunhão e a salvação na comunidade cristã é o mesmo que está no meio urbano. Não podemos alimentar, indiretamente, um distanciamento da presença de Deus no cotidiano. Quando
O que ainda podemos fazer?
essas pessoas querem refúgio geográfico, geralmente viajam para as montanhas ou para a orla marítima ou permanecem nas suas casas. As comunidades cristãs nas cidades, essencialmente, são uma Igreja serviço. As ofertas das comunidades cristãs no meio urbano não podem destoar das necessidades ali anunciadas. Não precisamos transplantar de outras realidades e contextos propostas comunitárias, ministeriais e diaconais. As características e formas da presença de Deus no contexto urbano, pelo poder do Espírito Santo, têm o poder de tocar e despertar para o testemunho e o serviço de amor. As comunidades cristãs da IECLB nas cidades podem desenvolver, por exemplo, o mês ou a semana da cidade e criar atividades para aproximar a vida comunitária de fé com o movimento humano urbano. A comunidade pode oferecer estudos de temas multidisciplinares, concertos, atividades culturais que ajudem na apropriação da ação salvadora do Deus da Cruz e da Ressurreição no cotidiano, em meio às contradições e à simultaneidade da morte e da vida em movimento.
Jorev Luterano - Outubro - 2012
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Wie können wir sicher leben? Ich habe einen Freund, der reist überaus gerne. Aber er hat vor Flugzeugen panische Angst. Sie seien nicht sicher. Sie seien zu gefährlich. Im Auto, auf der Straβe, zu Hause, da sei man viel sicherer. Ist das wirklich so? Wir haben immer die Ahnung, unser Leben sei ständig gefährdet. Und wir wollen es immer sichern. Ja sogar alle Regierungen sind mit der Frage der Sicherheit des Lebens ständig beschäftigt. “Wie kann ich in Sicherheit Leben leben?” ist heute doch eine ganz aktuelle Frage. Viele meinen, Geld und Güter besitzen sei entscheidend. Die Heilige Schrift verdammt nicht das Geld. Auch nicht Hab und Gut. Sie sind sehr wichtig für unsere menschliche Existenz. Aber sie sagt: “der Geiz ist der Ursprung allen Übels” (1.Thim. 6,10). Er wird zu einem anderen Gott für uns, wenn wir damit unser Leben sichern wollen. Was Räuber und Inflation wegnehmen, kann das uns Sicherheit geben? Kann die beste und teuerste Lebenversicherung uns das Leben erhalten? Was nützen mir alle Güter, wenn ich mit meiner Familie nicht zurecht komme? Wenn ich schwer krank werde? Und wenn der Tod uns überrascht? Andere meinen, ein gesundes Leben sei entscheidend. Davon hänge doch alles ab. Gesundes Leben ist heute ein ganz wichtiges und aktuelles Thema. Wer spricht nicht darüber? Wer folgt nicht irgendeiner Diät? Das soll gesund sein. Das soll noch besser sein. Es ist sehr wichtig und wir sollen uns ständig damit beschäftigen. Aber sichert das allein unsere Existenz? Das Leben gehört ja gar nicht uns selbst. Es ist doch viel wertvoller als gesunde Ernährung. Sollen wir dann von der Luft leben? Gott sorgt für die Vögel und Tiere, sollte er sich nicht auch um uns sorgen? Sollten wir für ihn nicht gerade soviel wert sein wie Tiere und die Pflanzen? Oder sogar noch viel mehr? Obwohl man sich heute sogar sehr oft fragen sollte, ob die Tiere nicht mehr wert sind als wir selbst. Es ist ein Zeichen der Verantwortung, für ein gesundes Leben zu sorgen. Aber davon allein hängt unser Leben nicht ab. Wir Leben immer aus Gottes Hand. Unser Leben ist immer Geschenk und Gnade. Wir wurden nicht gefragt, ob wir leben wollten. Und wir werden auch nicht gefragt werden, ob wir nicht mehr leben wollen. Können wir die Dauer und Länge unseres Lebens verlängern, nur weil wir es wünschen?
Wie sicher ist unser Leben wirklich? Wie können wir sicher leben?
Pfarrer Armindo Laudário Müller
U n d noch andere behaupten, mann solle immer positiv denken. So würde alles Schlechte von uns ferngehalten. Das ist wichtig. So sollten wir immer leben. Aber ist das wirklich entscheidend? Im Text lesen wir: welcher Mensch kann sein Leben verlängern, nur weil er darum Sorge trägt? Ich habe ein Ehepaar gekannt. Die Frau war vorsichtig mit Essen und Trinken. War immer aktiv. Hat alles mäβig gemacht. Sie ist schon mit 66 Jahren verstorben. Ihr Mann hat alles getan, was er nicht tun sollte. Er lebte 20 Jahre länger als sie. Eine andere Frau sagte mir: ich habe das Problem schon lange überwunden. Ich nehme alles Positive, alles was mir gut ercheint und was mir Glück und Zufriedenheit verspricht. Daran glaube ich, daran halte ich fest. Aber das ist Egoismus. Zum Leben gehören auch die Tränen. Auch das Leid gehört dazu. Man kann ohne Leid nicht leben. Im Fersehen hört man immer wieder, wie bestimmte sogenannte Männer Gottes mit lauter Stimme predigen: du brauchst nicht mehr zu leiden. Das ist aber ein verführerisches Versprechen. Leiden, leben und lieben gehören eng zusammen. Eins existiert nicht ohne das andere. Ganz besonders für uns Christen. Warum ist das so? Wenn ich jemand wirklich liebe, dann bin auch zum leiden bereit. Einfach weil ich ihn liebe. Und wenn ich wirklich liebe, dann ist das Leiden meines Nächsten doch auch mein Problem und ich trage es mit ihm. Das Gegenteil von Sorge ist nicht Optimismus oder positives Denken. Aber die Zuversicht und der Glaube. Und Glauben heisst, trotz allen Sorgen bleibt Gott bei uns und steht uns bei (Psalm 73). Auch, wenn wir fallen oder schwach sind, verlässt er uns nicht. „Fürchte dich nicht, glaube nur“, das verspricht er uns immer wieder (Markus 5,36). Eine Lehrerin fragte einen Schüler: wer ist Gott? Der antwortete: meine Groβmutter sagt immer, Gott ist wie der Zucker in meinem Kaffee. Man sieht ihn nicht, aber man merkt doch, dass er da ist. Zum Schluss: es ist interessant über die Worte des Schriftstellers Andreas Gryphius nachzudenken: „Mein sind die Jahre nicht, die mir die Zeit genommen; mein sind die Jahre nicht, die etwa möchten kommen; der Augenblick ist mein, und nehm ich den in Acht, so ist der mein, der Jahr und Ewigkeit gemacht“.
Jorev Luterano - Outubro - 2012
Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
Entre em contato conosco!
Ordenação
Nascimento
O dia 20 de maio de 2012 foi um dia de muita alegria para o PASTOR DIRCEU STRELOW para a sua esposa, Juciane, para os seus familiares e para a Paróquia de Cariacica, pois foram realizadas a Ordenação e a Instalação do Pastor na Paróquia. O evento contou com a presença do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, do Pastor Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém, P. Joaninho Borchardt, dos Pastores Assistentes, P. Antonio da Luz e Pa. Rosane Pletsch, e da Pa. Argéli Katiusa Karsburg, que auxiliou no culto, bem como do P. Leomar Lauvers, representando os Ministros da UPGV, e o Diác. Arilson Grünewald, representando a Comunhão Diaconal (COD). Também estiveram presentes membros das Paróquias vizinhas, da Comunidade católica e da Paróquia de Indaial/SC. Após o culto, foi servido um almoço organizado pela Paróquia. P. Dirceu Strelow é natural do Rio Grande do Sul e, após ter exercido o PPHM na Paróquia de Indaial, foi enviado para a Paróquia de Cariacica/ES. Agradecemos a Deus pelo envio do Pastor Dirceu, que tem desempenhado o seu Ministério com alegria, humildade e amor. Diretoria da Paróquia de Cariacica
HOMERO PINTO LEMMERTZ (Homerinho) neto do P. Homero Severo Pinto* e de Denize Inez Volkart Pinto, nasceu no dia 17 de maio, às 13h24, no Hospital Regina, em Novo Hamburgo/RS, filho de Leandro e Catarina. *O Pastor Homero, falecido no dia 23 de abril de 2010, em Porto Alegre/RS, foi Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB.
Bodas de Diamante No dia 21 de abril de 2012, a Comunidade de Confissão Luterana de Aurora do Iguaçu, pertencente à Paróquia Martin Luther de Medianeira/PR, reuniu-se em celebração festiva pelos 60 anos de matrimônio do casal LÚCIA e DANILLO RUPPENTHAL
Aniversário No dia 21 de fevereiro de 2012, a Comunidade de São Luís, em Santa Maria de Jetibá/ ES, esteve reunida em culto para comemorar os 80 anos de HENRIQUE BERGER A celebração foi conduzida pelo P. Handolfo Timm. Estavam presentes também o P. em. Ido Port, os estudantes de Teologia Evandro Elias e Éder Beling, além dos Ministros P. Valdir Weber, P. Edivaldo Binow e P. Ari Käfer, que, junto com Marcos Petry, representaram a Obra Missionária Acordai, reunida em Vitória/ES. Foi momento de reconhecer a dedicação do senhor Henrique Berger como Músico trombonista, que exerceu também a tarefa de Presbítero em Santa Maria de Jetibá e em São Luís. Porque Deus amou o mundo tanto que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. João 3.16
Danillo Ruppenthal nasceu no dia 28 de julho de 1930, na Vila de 15 de Novembro/RS, e Lúcia Lammers nasceu no dia 1º de outubro de 1933, também na Vila de 15 de Novembro/RS. No dia 26 de abril de 1952, casaram-se na mesma cidade em que nasceram, tendo sido o casal abençoado com 6 filhos, 15 netos e 6 bisnetos. Se o Senhor não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la. Salmo 127.1
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CAMINHADA gratificante Com carinho, Rosana, que atualmente administra uma pousada com a mãe, lembra que houve tempos em que ela e o seu então marido faziam parte da Diretoria das Comunidades às quais pertenciam, que foram várias por conta da profissão dele, que acarretava muitas mudanças de endereço “Era sempre uma nova Paróquia, uma nova Comunidade!”. Rosana atuou como Orientadora do Culto Infantil durante muitos anos. Na OASE, procurou participar com assiduidade, tendo sido eleita várias vezes Presidente de grupo, Coordenadora Paroquial, Vice-Presidente e Presidente da OASE Sinodal “Sempre foi uma caminhada gratificante, pois me fortaleço na fé e no propósito de servir a Deus, dar testemunho da minha fé e viver em comunhão”. Por sempre ter sido muito ativa na Comunidade de Chapecó/SC, Rosana assumiu a responsabilidade pela coordenação do XXVIII Concílio da IECLB, que acontece nos dias 17 a 21 de outubro “A realização do Concílio em Chapecó está causando grande expectativa em toda a Comunidade, pois todos os departamentos se mobilizaram para receber a todos com muito carinho, atenção e conforto. Dentro das nossas possibilidades, fizemos reformas e melhoramentos no templo, no salão de festas (onde serão servidas as refeições) no pátio e
também no jardim. A OASE será responsável pelas refeições que serão oferecidas no almoço e no jantar. Estamos nos preocupando em servir refeições saudáveis e balanceadas, com opção por alimentos naturais e integrais”. Rosana conta que os Casais Reencontristas estão encarregados da decoração dos ambientes, para torná-los aconchegantes para os Conciliares, e são responsáveis, ainda, pelas sobremesas. As crianças do Culto Infantil, os jovens do Ensino Confirmatório, as senhoras de todos os grupos de OASE do Sínodo, o pessoal do Departamento de Música de algumas Comunidades, etc., enfim, todos estão envolvidos e preparando muitas surpresas! Uma ação importante é a busca de parceria junto às grandes indústrias locais “Espero que tenhamos uma resposta positiva, pois a nossa intenção é divulgar o potencial da nossa região e oferecer aos Conciliares e visitantes uma amostra do que é produzido aqui. Enfim, a expectativa é grande e o empenho de todos os membros da nossa Comunidade também. A Comunidade de Chapecó, a Paróquia de Chapecó e todo o Sínodo Uruguai aguardam com alegria este grande evento da nossa IECLB”, destaca Rosana Scheidt, Coordenadora do XXVIII Concílio da IECLB.
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Werner Hari Eberle, 63 anos, nascido em Ijuí/RS, Professor aposentado, atualmente Empresário da construção de quadras esportivas, casado com Nadja e pai de Lucas e Raíssa, é membro na Comunidade de Chapecó, no Sínodo Uruguai, que sediará o XXVIII Concílio da IECLB “Procuro preservar a minha fé e engrandecê-la diariamente com orações, leitura bíblica, músicas de louvor e os cultos semanais. Devemos sempre colocar tudo nas mãos de Deus. Temos ainda muito por fazer, mas, pela fé, alcançaremos o que Deus quer de nós”.
COMUNHÃO, TESTEMUNHO E SERVIÇO
Boa Nova
“Sempre frequentei as reuniões da Juventude Evangélica em Ijuí/RS e o grupos de Estudos Bíblicos levado pelo meu avô, Artur Eberle. Após o falecimento desse avô, um cristão exemplar e temente a Deus, a minha vida ficou um pouco afastada da IECLB”, reflete Werner. Já em Chapecó, formado em Educação Física, aos poucos Werner voltou a frequentar os cultos e, após muitos anos, finalmente atendeu os apelos dos Pastores locais e cursou Teologia Paroquial. Depois, Werner ingressou em funções de Diretoria, foi Vice-Presidente e, atualmente, é Presidente da Comunidade. Sobre a Comunidade de Chapecó receber o XXVIII Concílio da IECLB, que acontece nos dias 17 a 21 de outubro, o Presidente da Comunidade enfatiza “Acredito firmemente que Deus tem nos abençoado ricamente e que não é por acaso que temos a missão de preparar bem esse grande evento”. A respeito da organização do evento por parte da Comunidade, Werner compartilha “Realizamos periódicas reuniões de planejamento e composição de Comissões para execução dos preparativos para o Concílio, cumprindo também as tarefas demandadas pela Secretaria Geral da IECLB”. Werner guarda segredo no que se refere ao que está sendo preparado de especial para os Concilia-
Rosana Schillei Scheidt, 58 anos, natural de Cerro Branco/RS, Empresária do ramo hoteleiro, mãe de Luiziana e Rodrigo e avó de quatro netos, atualmente morando em Cerro Branco, não se desligou da Comunidade de Chapecó, no Sínodo Uruguai, que sediará o XXVIII Concílio da IECLB “Tenho uma caminhada linda pela IECLB. Os meus filhos foram batizados, confirmados e cresceram caminhando junto conosco nesta Igreja até hoje”.
DEUS TEM NOS ABENÇOADO RICAMENTE
res, mas adianta que o XXVIII Concílio da IECLB será realizado no Hotel Lang Palace e que as celebrações terão lugar no templo da Comunidade, que fica ao lado do hotel, facilitando o deslocamento dos Conciliares. “Executamos diversas benfeitorias nos nossos espaços físicos, como pintura, reforma, melhoria de equipamentos, ajardinamento e sinalização. O nosso Presbitério também está preocupado em oferecer suporte e segurança para todos, por isso buscou apoio da Brigada Militar. Para alguma eventual emergência, teremos plantão de uma unidade de saúde à disposição. Alguns membros da Comunidade estarão disponíveis para assessorar os Conciliares e os visitantes” explica o Presbítero. “O Concílio vem proporcionar a integração da nossa Comunidade com lideranças da nossa Igreja no âmbito nacional e internacional. Será também uma oportunidade para conhecer como atuam as Comissões de trabalho no Concílio, que estabelece as diretrizes e os regulamentos que norteiam os departamentos e setores da IECLB, lembrando que, como Igreja cristã, a nossa missão continua sendo anunciar a Boa Nova do Evangelho a todos. Não vamos medir esforços para bem receber e com muita alegria a todos os visitantes”, salienta Werner Eberle, Presidente da Comunidade de Chapecó.