Jornal Evangélico Luterano - Ano 44 - nº 785 - Julho 2015

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JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 44 - JULHO 2015 - Nº 785

Culto e pregação

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Como explicar tanta violência?

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O nosso tempo é hoje!

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Jorev Luterano - Julho - 2015

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Editorial

Culto e pregação

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m 2015 e parte de 2016, vamos continuar a ‘visita’ que o Jorev faz aos Sínodos da IECLB, iniciada em 2009, e completar esse ciclo de intercâmbio de ações e experiências. Começando na primeira edição do ano, dedicamos as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente) a um Sínodo de cada vez. Nesta edição, é o Sínodo Mato Grosso que responde: Em que estágio se encontra a implementação do Planejamento Estratégico nas Comunidades no Sínodo?, O que tem dado certo no âmbito da Comunicação (com o objetivo de, como Igreja, cumprir a missão de Deus) na área de abrangência do Sínodo?, Na região do Sínodo, quais são as ênfases para a qualificação de Ministros e a capacitação de leigos? Como o Tema do Ano, ou seja, a proposta de um único tema a ser refletido durante o ano por toda a Igreja, auxilia o Sínodo a promover a uni-

dade no seu campo de atuação? e O quanto a promoção de uma Campanha nacional de missão, a Vai e Vem, auxilia no sentido da conscientização para a solidariedade entre os membros desta Igreja? Na Editoria Atualidade, leia sobre o Seminário e a Celebração de Jubileu de Prata de Ordenação, realizados de 23 a 25 de junho de 2015 na Casa de Retiros Salesianas, em Porto Alegre/RS. Na Editoria Presidência, Apoiemos jovens para o Ministério Eclesiástico - O nosso tempo é hoje! Participe! é o título da Mensagem, de autoria da Pa. Sílvia Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB.

Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2015, todos os textos são escritos à luz do Tema do Ano: Igreja da Palavra - chamad@s para comunicar. Nesta edição, a Pa. Ma. Scheila dos Santos Dreher apresenta a reflexão A Palavra pregada. Na Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, dois Ministros, uma Pastora e um Pastor, discorrem sobre A importância do culto e da pregação. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. Programa de Qualificação Funcional - II ganhou destaque na Editoria Comportamento. Projekt Zukunft é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!

Projekt Zukunft é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite

Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Ferreira Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419

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Capa Imagem que remete ao papel da pregação para orientar a Comunidade e ao culto como espaço para encontrar Deus, ilustração dos artigos publicados sob a chamada principal Culto e pregação. Leia matéria especial na Editoria Fé Luterana, página 11.

Planejamento Estratégico Leio mensalmente o Jorev Luterano, muitas vezes, comentando os assuntos com irmãos da Comunidade. Desta vez, a minha manifestação se refere ao artigo Como está o Planejamento Estratégico nas nossas Comunidades e Paróquias?, publicado na Editoria Sustentabilidade, em março/2015. Os assuntos debatidos e aprovados nas Assembleias Sinodais e nos Concílios da IECLB nem sempre chegam às Paróquias e às Comunidades, sendo que as mesmas estão mais interessadas em temas que envolvem os assuntos locais. Membros e mesmo Ministros, Ministras não se motivam a discutirem temas técnicos empresariais, como Planejamento Estratégico e Sustentabilidade, que não se enquadram no vocabulário bíblico teológico. As Comunidades e as Paróquias são a base da nossa amada Igreja, sendo que Deus tem um plano para cada Comunidade e para toda a IECLB. Temas bíblico-teológicos que envolvem a doutrina luterana, como Sacerdócio Geral e Discipulado Permanente, devem ser debatidos em linguagem simples e acessível aos membros, independente do grau de escolaridade, motivando todos a servirem a Deus com amor. Wainer Quitzau Indaiatuba/SP

Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925

Revisão Margret Reus Administrativo Mariana Ferreira ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

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Curtas

Mutirão ecológico

no pomar da Faculdades EST Durante o feriado de Corpus Christi de 2015, cerca de 15 pessoas ligadas à Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, participaram de um mutirão em um dos pomares do campus, ao lado do estacionamento. O grupo envolvido no mutirão almoçou com os jovens do Sínodo Vale do Itajaí, que visitavam a Faculdades EST, e, no final da tarde, realizou uma integração com atividades esportivas e a celebração de um culto.

Grupo realizou podas, limpou canteiros e distribuiu terra adubada em torno das árvores

Nas Redes Sociais, as manifestações foram positivas: ‘É muito bom ver e ouvir sobre estas atitudes. Que elas nos contagiem cada vez mais.’ ‘Que bela ação! Assim se fomenta o espírito comunitário e a qualidade de vida aumenta, além de um belo dia de convivência por meio do trabalho e do cuidado com a natureza. Espero que a gente também possa ver a diferença no início da Primavera, quando as árvores começarem a florescer. Quanto ao mutirão, a turma fez canteiros e colocou terra boa em torno das árvores, além de fazer pequenas limpezas e podas nas árvores. O quadro do pomar mudou bastante e para melhor! É só passar lá para conferir!’ ‘Parabéns pela iniciativa! Adoro esse pomar, além dos frutos na Primavera. Caminhando entre essas árvores, muitas vezes senti Deus bem de pertinho, com os aromas e o sabor das frutas, os pássaros, os gatos da vizinhança.’ ‘Da próxima vez, a minha ajuda não será virtual. Quero ajudar colocando a mão na terra, junto com o pessoal. Parabéns ao povo que ajudou.’ Em breve, novos mutirões serão organizados. “A iniciativa é parte de um projeto pedagógico de revitalização da mata e dos pomares da Faculdades EST, de coleta seletiva e reciclagem do lixo produzido na instituição, com vistas a um manejo responsável do meio ambiente”, ressaltou o Pró-Reitor de Gestão, Prof. P. Me. Verner Hoefelmann.

Sobre o que os casais estão conversando? Conversar pelo caminho faz diferença, pois temos a oportunidade de refletir, repensar e perceber o ponto de vista da outra pessoa. Amar requer carinho, olhos e ouvidos atentos e boas horas de conversa. É preciso relembrar bons momentos, planejar e sonhar juntos. Amar requer atitudes de afeto e cuidado. O caminho do amor é construído em parceria e com muito diálogo, como nos lembra o dito popular: ‘é conversando que a gente se entende’. Sábios são os casais que descobriram a arte de comunicar o amor com gestos e palavras. Bem-aventurados os casais que aprenderam que caminhar em silêncio ao lado de quem se ama nada resolve, só esfria a relação. Ao ser convidada para responder a pergunta: Sobre o que os casais estão conversando pelo caminho?, pensei que é necessário dizer o que segue. Infelizmente, com base no trabalho de casais que realizamos na Paróquia, relato que a maioria dos casais não está conversando. Está brigando, disputando ou em silêncio, convivendo na mesma casa. Muitos estão gritando pelo caminho, em uma tentativa frustrante de chamar a atenção do cônjuge. Saudável seria se os casais pudessem aprender com os discípulos de Emaús que precisamos conversar a respeito de todas as coisas, boas ou ruins. O casal precisa que o matrimônio seja um espaço que permita a conversa franca e sincera, onde um possa fazer perguntas ao outro para entender o que a outra pessoa precisa e como está se sentindo. Casais, que tal reservar uma hora do dia para caminhar e conversar? Não esqueçam que um casal não está a sós no caminho. O seu casamento é abençoado por Deus, que se coloca ao lado de vocês, especialmente quando o caminho se torna mais difícil. Unam-se em oração e conversem com o nosso Salvador, Jesus Cristo. Pa. Argéli Karsburg Santa Maria de Jetibá/ES

OFERTAS NACIONAIS 12 de julho 7º Domingo após Pentecostes Trabalho com Mulheres e Coordenação de Gênero Proporcionar encontros, retiros e seminários de formação para mulheres no âmbito da IECLB, visando a capacitá-las para o exercício da liderança e do testemunho da fé, é o trabalho que vem sendo acompanhado pela Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias da IECLB, cuja tarefa é articular e fomentar o trabalho com e junto a grupos de mulheres e de homens das Comunidades, Paróquias e Sínodos da IECLB. Um dos objetivos deste trabalho é proporcionar reflexão e ação visando à superação das desigualdades e de toda a forma de violência baseada em gênero. Buscar equilíbrio e justiça nas relações entre homens e mulheres é colocar cada vez mais sinais do Reino de Deus, no qual ‘não existe diferença entre judeus e não judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: onde todas as pessoas são uma só por estarem unidas com Cristo Jesus’ (Gálatas 3.28). Resolução 095/2009 – O Conselho da Igreja, no uso de suas atribuições e para fazer frente às decisões conciliares, determina que: - em todos os cultos realizados nas Comunidades da IECLB ou durante eventos promovidos no âmbito da IECLB será efetuado o levantamento de uma oferta entre os presentes, em ação de graça; - a destinação da oferta observará, por questões de unidade eclesiástica, o Plano de Ofertas da IECLB, definido anualmente pelo Conselho da Igreja, ao qual são agregadas as destinações definidas pelo respectivo Sínodo e respectiva Paróquia; - o Plano de Ofertas se aplica a todas as Comunidades, Paróquias, Sínodos, instâncias centrais da IECLB e entidades que atuam no seu âmbito.

INDICADORES FINANCEIROS UPM Junho/2015

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Acumulado do ano

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Atualidade

Seminário do Jubileu de Prata de Ordenação IECLB reúne Ministros e Ministras para celebrar P. DR. ONEIDE BOBSIN

Pedradas evangélicas Fé demais não cheira bem!

Embora tenha ocorrido no mês passado, 16 de junho de 2015, infelizmente o assunto vai continuar atual por muito tempo. Refiro-me à pedrada que a menina Kailane Campos levou na cabeça ao sair do seu lugar de culto. Na mesma semana, também no Rio de Janeiro, um templo religioso foi alvo de agressão. Um fato como tantos outros que não são noticiados. São pessoas convictas da sua fé que agridem fiéis das religiões de origem africana e os seus espaços de cultos. Lamentavelmente, aprenderam a odiar e a demonizar outras formas de crer em suas próprias igrejas, onde pastores incitam ao ódio e à agressão, com as suas pregações que enxergam os demônios nos outros, menos neles mesmos. Em seu artigo 5º, a Constituição Federal garante a liberdade de culto a todas as pessoas, bem como sustenta o direito de liturgia a cada religião. Portanto, todos os símbolos e espaços religiosos precisam ser respeitados. Como somos evangélicos, aconselho que nos identifiquemos logo como luteranos – evangélico-luteranos – para não sermos confundidos com pessoas que agridem os espaços sagrados das pessoas que creem de outra forma. Não é difícil saber de que denominações vêm o incitamento ao ódio e à demonização. É só ligar a TV! Agora, se você for a um culto de muitas igrejas, verá que a violência lá é maior ainda. Na TV, se ‘doura a pílula’. Estamos, pois, em um momento de intolerância religiosa que se agrava. Estamos cada vez mais perto das agressões aos negros nos Estados Unidos e à beira dos ataques de grupos extremistas que degolam e matam os infiéis. Tudo em nome da fé, mas não do Deus anunciado por Jesus. Quem sempre considerou o nosso país pacífico, precisa rever os seus conceitos. Somos uma nação violenta. Como disse um sábio, cada povo adora as suas formas de violência. Há violência nas casas, contra mulheres e crianças, contra as pessoas negras e as suas crenças, no trânsito, nos estádios de futebol e contra homossexuais. Só faltava a violência em nome da fé. Esta aí, exigindo interferência do Estado. Como explicar tanta violência em um país onde mais de 85% das pessoas se confessam cristãs e quase todas se dizem religiosas? Quando a fé descarta totalmente a dúvida, ela se torna violenta. Para rir desta fé violenta, vejam a comédia/romance Fé demais não cheira bem, com Steve Martin.

Como explicar tanta violência?

As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.

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o dia 23 de junho de 2015, às 14h, teve início o Seminário do Jubileu de Prata de Ordenação, reunindo 33 Ministros e Ministras na Casa de Retiros Salesianas, em Porto Alegre/RS. Em sua palavra de acolhida, o P. Marcos Bechert, Secretário do Ministério com Ordenação da IECLB, lembrou a importância do trabalho realizado pelos Ministros e pelas Ministras nestes mais de 25 anos de atuação, razão pela qual foram convidados pela Direção da Igreja para este encontro, que faz parte do Programa de Cuidado com os Ministros e as Ministras. Em sua meditação inicial, a Pa. Sílvia Genz, Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, lembrou que Ministros e Ministras são exigidos não só no âmbito da Igreja, mas também nas questões sociais em evidência no momento. Com uma poesia, a Pa. Sílvia lembrou que o trabalho no Ministério deve se assemelhar ao menino que rega a terra e confia que até da pedra podem nascer flores e finalizou a meditação lembrando uma palavra do P. Dr. Walter Altmann, ex-Pastor Presidente da IECLB, no Concílio de Foz de Iguaçu/PR, quando falou sobre o seu futuro na aposentadoria: ‘Em tudo dai graças’. Na sua saudação, o P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB, manifestou a sua alegria por este encontro, uma vez que a Igreja e o país precisam de um posicionamento para responder as perguntas que a sociedade coloca. Mencionando as notícias do dia, disse que devemos ser Igreja da Palavra em nosso tempo, justamente quando a palavra vale pouco: “Esta é uma oportunidade para conversarmos pelo caminho e construirmos caminhos para o nosso Ministério no tempo atual. Estamos cientes de que precisamos crescer juntos como Ministros e Ministras. Aprendei a viver contente em toda e qualquer situação, diz o apóstolo Paulo”. Convidado para dirigir a primeira reflexão do Seminário, o Prof. P. Dr. Oneide Bobsin, também jubilar, compartilhou algumas teses sobre a conjuntura religiosa, sob o titulo Questões religiosas contemporâneas. A meditação dirigida pelo Pastor Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos, P. Me. Edson Streck, a partir do lema do mês, de Gênesis 32.26: Eu não te largarei enquanto não me abençoares, abriu o segundo dia do Seminário. O P. Edson disse que Ministros e Ministras vivem as suas lutas e têm feridas e cicatrizes que precisam ser curadas: “Jacó saiu da luta mancando, o que, muitas vezes, também acontece conosco. Pela fé, podemos olhar para as nos-

A iniciativa faz parte do Programa de Cuidado com os Ministros e as Ministras da IECLB

sas lutas e vamos ver a presença de Deus”. O Pastor Sinodal encerrou a sua fala lembrando que este encontro possibilita que colegas que há muito tempo não se viam consigam estar juntos, o que faz muito bem não só para Ministros e Ministras, mas também para a Igreja como um todo. A Psicóloga Leila Klin conduziu a reflexão do dia, cujo tema era Ministério Pastoral como possibilidade de realização pessoal. A tarde foi dedicada para uma visita à Sede Nacional da IECLB. O grupo foi recebido na sala de reuniões, onde Secretários e Secretárias estavam realizando o seu encontro semanal. A Diác. Ingrit Vogt, Secretária Geral, apresentou as cinco grandes prioridades da Gestão 2015-2018. À noite, cada participante contou um pouco da sua história. A palavra gratidão por estes mais de 25 anos de Ministério Ordenado foi pronunciada com frequência. No último dia do Seminário do Jubileu de Prata de Ordenação, o Secretário do Ministério com Ordenação, P. Marcos Bechert, dirigiu a oração da manhã. O tema do dia foi conduzido pelo P. Ivo Lichtenfels, convidado a falar sobre A importância do Ministério Ordenado da Igreja em situações limítrofes. O último momento do encontro foi marcado pelo Culto com Santa Ceia, cuja liturgia foi dirigida pelo P. Marcos Bechert e teve como pregador o Pastor Presidente, P. Dr. Nestor Friedrich. O Lema da IECLB, Então, Jesus perguntou: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? (Lucas 24.17) foi a temática motivadora da pregação. O P. Nestor reconheceu a importância do trabalho que os Ministros e as Ministras estão desenvolvendo e dirigiu o momento de renovação dos votos de Ordenação de forma solene e significativa. Como sinal de gratidão da Igreja, o Pastor Presidente entregou a cada Ministro e a cada Ministra um exemplar da Bíblia com reflexões de Martim Lutero, juntamente com um exemplar do livro Salmos, de Erhard Gerstenberger (Editora Sinodal).

Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.

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Presidência

Apoiemos jovens para o Ministério Eclesiástico

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que estamos comunicando? Sobre o que conversamos? Estas são perguntas que, em 2015, nos inspiram ao diálogo. Um jovem, preocupado, me disse: ‘fico muito triste quando, nas reuniões e assembleias da Igreja, dizem: ‘Onde estão os jovens?’ e eu estou ali, participando...’. Respondi que também ouço esta pergunta há muitos anos. Ela me incomodava, mas, hoje, a interpreto positivamente. Não se entristeça, disse a ele, pois é nosso desejo ter os jovens, com as suas ideias e a sua coragem, participando ativamente na Comunidade. É a presença de vocês que vai ajudar na definição de novos sonhos e também do planejamento de ações concretas! ‘A mensagem da reunião ordinária

do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje), que aconteceu em Curitiba/PR, em 22 de março de 2015, afirma que precisamos ser ativos. Nós queremos fazer a nossa parte!’, disse o jovem. Esta conversa nos remeteu a textos bíblicos que falam para a vida da Comunidade e mostram que o jovem sempre esteve presente como povo de Deus: Joel 2.28 relatado em Atos 2.1617: O que, de fato, está acontecendo é o que o profeta Joel disse: é isto o que eu vou fazer nos últimos dias, diz Deus: derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e as filhas de vocês anunciarão a minha mensagem; os moços terão visões e os velhos sonharão. Jovens, com a sua alegria em meio às preocupações sobre o futuro, conseguem nos questionar como Igreja e

PA. SÍLVIA GENZ Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB

OASE da Comunidade de Picada Café comemora 50 anos de fundação

Comissão de Diálogo Católico-Luterana Julho 12/7 Aniversário da Paróquia Martin Luther - Litoral Norte Capão da Canoa/RS P. Nestor Friedrich

No dia 5 de maio de 2015, na Sede Nacional da IECLB, em Porto Alegre/RS, foi realizada a Reunião da Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterana. Da Igreja Católica, estiveram presentes: Dom Zeno Hastenteufel (Coordenador) e Pe. Érico Hammes (Assessor Teológico na Comissão). Representaram a IECLB o Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense e Pastor 2º Vice-Presidente, P. Inácio Lemke (Coordenador), o Pastor Sinodal do Sínodo Noroeste Riograndense, P. Vilson Thielke, a Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, Pa. Ma. Tânia Weimer, o P. Dr. Ingo Wulfhorst (Assessor Teológico na Comissão), o P. Dr. Romeu Martini (Assessor Teológico da Presidência), o P. Yedo Brandenburg e o P. Romeu Hoepfner. A partir da palavra bíblica de João 10.11-18, o grupo refletiu sobre a tarefa de ponderar a respeito dos assuntos complexos da atualidade, destacando a necessidade de misericórdia diante do sofrimento, de respeito ao diferente e de disposição para, em conjunto, defender a vida e promover a dignidade humana. Entre os assuntos abordados, estiveram: o Encontro de Bispos e Pastores Sinodais, que será realizado em São Leopoldo/RS, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, de 18 a 20 de agosto de 2015, contemplando o documento Do Conflito à Comunhão e os 50 anos do Concílio Vaticano II, e a publicação do Magnificat, segundo a interpretação de Martim Lutero.

fazem pensar. Jovens, com o desejo de se livrar das amarras da submissão e da escravidão que o mundo apresenta, fortalecem a Comunidade para o testemunho da mensagem cristã. A experiência da vida comunitária prova: Comunidade é bonita com a presença de todas as faixas etárias, juntas, convivendo na esperança para mudanças, orientadas e impulsionadas pelo Evangelho de Jesus Cristo. Que aquela frase ‘No meu tempo foi assim...’ seja mudada para ‘O nosso tempo é hoje’. Hoje, justamente, uma tarefa importante é animar jovens para o estudo da Teologia, por isso a IECLB necessita que, juntos, apoiemos jovens para o Ministério Eclesiástico. Participe! Que a IECLB possa ser o chão de realizações dos sonhos promissores de jovens.

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O nosso tempo é hoje! Participe!

13/7 Homenagem da Câmara de Vereadores pelos 90 anos da Paróquia Três Coroas Três Coroas/RS Pa. Sílvia Genz 16/7 Comissão de Designação e Envio Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich P. Inácio Lemke 21/7 Reunião ‘Diálogo sobre IECLB e Teologia’ Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich 31/7-1/8 Reunião do Conselho da Igreja São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz P. Inácio Lemke

O 50º aniversário de fundação do grupo da OASE da Comunidade de Picada Café/RS foi celebrado no dia 14 de junho de 2015, na Igreja São João. A liturgia foi conduzida pelo Pastor local, P. Nelson Altevogt, e pela Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, Pa. Ma. Tânia Weimer. A pregação esteve a cargo da Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, Pa. Sílvia Genz, que lembrou as palavras do Evangelho de Marcos: “O grupo da OASE teve esse mesmo cuidado com as sementes lançadas ao longo desses 50 anos, auxiliando em todos os momentos e sempre estando ao lado de todo o trabalho feito pela Comunidade”. Durante o culto, o Coral da OASE foi conduzido por Marlise Altevogt. A Presidente da Coordenação Sinodal da OASE, Rosani Elisabete Rothmann Blauth, e a Vice-Presidente, Mari Beatriz Foletto Koester, levaram uma saudação, parabenizando o grupo. Pastores que exerceram Ministério na Paróquia durante os últimos 50 anos também foram homenageados. A Presidente da OASE de Picada Café, Sidônia Heylmann, preparou a festa, juntamente com as demais integrantes da Diretoria e do grupo, com muita dedicação, recebendo a todos com alegria.

Reunião entre IECLB e Meuc Na manhã do dia 13 de maio de 2015, no Hotel Glória, em Blumenau/SC, encontraram-se para a Reunião de diálogo entre IECLB e Meuc (Missão Evangélica União Cristã), representando a Meuc: Miss. Clóvis Schenkel (Secretário Geral), Miss. Hans Jürgen Jung, Andreas Strobel (membro da Diretoria Comercial), Prof. Dr. Claus Schwambach (Diretor da Faculdade Luterana de Teologia - FLT), Miss. Lodemar Schlemper (Diretor de Relações), Miss. Carlos Kunz (Diretor); e, representando a IECLB: P. Dr. Nestor Friedrich (Pastor Presidente), P. Ricardo Cassen (Pastor Sinodal do Sínodo Planalto Rio-grandense), P. Sigfrid Baade (Pastor Sinodal em exercício do Sínodo Vale do Itajaí), P. Dr. Romeu Martini (Assessor Teológico da Presidência) e P. João Willig (Coordenador da Comissão). A pauta da reunião envolveu três assuntos principais: (a) andamento dos projetos em Comunidades da IECLB onde atua um Missionário da Meuc; (b) reflexões sobre Formação; e (c) a necessidade de revisar as Diretrizes para a atuação da Meuc na IECLB.

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Sustentabilidade

Caminhemos juntos neste chão e que o Senhor nos ajude nesta caminhada

É preciso reconhecer que nós somos frutos da missão que Deus tem em amar o mundo e mostrar ao mundo o seu amor (João 3.16)

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ustentabilidade é conceito do ambiente secular e diz respeito à capacidade que um sistema tem em criar condições favoráveis para a sua sobrevivência com equilíbrio. Como isso se dá na Igreja? É preciso reconhecer que nós somos frutos da missão que Deus tem em amar o mundo e mostrar ao mundo o seu amor (João 3.16). Este amor se tornou concreto na obra de salvação empreendida durante toda a vida de Jesus entre nós e, ainda hoje, continua quando o Espírito Santo nos orienta pela pregação da Palavra, distribui dons, nos reúne e sustenta em Comunidade a partir dos seus Sacramentos. Deste reconhecimento vem a convicção que impulsiona para uma resposta concreta na vida pessoal e também na vida comunitária. No que diz respeito a esta última, a nossa resposta tem excelente oportunidade de ser articulada por meio de um plano de ação. Nesse sentido, o Sínodo Mato

Grosso vem planejando a sua missão de maneira mais sistemática e organizada a partir da década de 1990. Os ensaios desta época culminaram no lançamento do Plano de Missão Comunidade Missionária, no ano 2000. Em 2012, obtivemos renovado fôlego com um Seminário Sinodal sobre Planejamento Estratégico (PE). O objetivo era a formação de Assessores, entre Ministros e Presbíteros, que pudessem auxiliar as Comunidades das Paróquias vizinhas às suas na formulação do PE, conforme orientação metodológica do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI). Na ocasião, compreendemos que o PE não é um trabalho solitário, mas o esforço conjunto de uma Comunidade que reflete sobre a sua história, percebe os seus desafios, enxerga as suas oportunidades e propõe ações que visam a dar um rumo e orientar na missão de anunciar a mensagem da salvação e que vão além das pro-

Luterprev Responde

ajudando a planejar o seu futuro Você sabia que ...nem tudo que você considera básico em suas despesas de fato é? A maioria das pessoas pensa que gasta o mínimo e que diminuir as suas despesas é praticamente impossível, mas isso quase nunca é verdade. O caminho é rever conceitos. Veja alguns exemplos: - tornar o uso do automóvel uma escolha consciente e não um hábito pode resultar em uma economia considerável de combustível. Se a distância for pequena, tente ir caminhando. Muitas vezes, a opção pelo carro é automática; - reveja o seu pacote de TV a cabo. Na maioria das vezes, contratam-se canais demais. De nada adiantam, por exemplo, muitas opções de filmes se você não tem tempo ou disposição para assisti-los. Na ponta do lápis, alugar o filme quando quiser e puder assistir, sairá mais em conta;

- operadoras de TV a cabo mudam a configuração dos seus pacotes de tempos em tempos. Verifique, via site ou call center, se não há planos mais recentes do que o seu, com valores menores e os mesmos benefícios. Isto é mais comum do que se imagina; - o mesmo vale para o telefone celular. Você pode estar pagando por benefícios que não precisa e nunca usa. Por outro lado, pode estar consumindo mais do que o contratado e pagando muito por isso. Em alguns casos, um plano mais completo pode significar uma boa economia; - você realmente lê todos os jornais e revistas que assina? Restrinja as assinaturas aos veículos que realmente interessam e àqueles direcionados, cujas notícias não estarão repetidas em outros veículos;

gramações de um ano de calendário. Como resultado do Seminário Sinodal, entre 2013 e 2014, um terço das Paróquias formulou o seu planejamento comunitário e está em fase de implementação. Como pontos positivos, cabe citar a descoberta da própria identidade como Comunidade, o potencial integrador e educativo de planejar em conjunto, a disposição de membros para dialogar e buscar acordos, bem como a responsabilidade partilhada para alcançar os objetivos. Entre os desafios, estão as distâncias Comunidades-Paróquias, além do zelo e da perseverança em acompanhar e monitorar para que o PE seja executado. Planejamento nos ajuda a caminhar na mesma direção, evitando o ativismo e a sobrecarga. Entre 2011 e 2014, o Sínodo Mato Grosso se dedicou ao desdobramento de metas, sendo dois os objetivos: a formação continuada e a comunicação interna e externa do Sínodo. Estamos na fase de sistematização do planejamento 2015-2018, que se ocupará com a organização de Conselhos e Departamentos, a oferta de Seminários de formação em áreas específicas, como Música e Liturgia, além de eventos que venham a promover a comemoração dos 500 anos da Reforma. Caminhemos juntos neste chão e que o Senhor nos ajude nesta caminhada, para que todos reconheçam o Sínodo Mato Grosso como um lugar de acolhimento à diversidade de sonhos, povos e culturas que tanto nos orgulham e que percebam, acima de tudo, atitudes que vêm da fé em Jesus Cristo (Caderno de Planejamento do Sínodo Mato Grosso).

- nem sempre as embalagens maiores, chamadas econômicas, o são de verdade. No supermercado, invista um pouco tempo usando a calculadora do celular para verificar qual é realmente a mais barata. - repense a necessidade de alguns produtos. Se você realmente nota diferença nas roupas lavadas com amaciantes, siga usando, mas, se usa apenas por hábito, deixe para lá. Água e sabão dão conta do serviço. O mesmo vale para o condicionador de cabelos, em alguns casos, indispensável, em outros, nem tanto. - sempre que puser frutas, verduras e outros tipos de alimentos fora, lembre-se que é o mesmo que estar jogando dinhei-

“Planejamento ajuda a evitar ativismo e sobrecarga”, alertou o P. Elisandro Rheinheimer, Ministro na Paróquia de Tangará da Serra/MT, no Sínodo Mato Grosso

ro no lixo. Prefira comprar mais seguidamente, mas quantidades menores. - habitue-se a ler os rótulos dos produtos. Quase sempre os da marca A têm exatamente a mesma composição daqueles da marca B. Apenas a embalagem, o volume de publicidade e o preço mudam. - diminuir as refeições feitas fora de casa e os pedidos de delivery pode fazer muita diferença no final do mês e isso não vai mexer na sua qualidade de vida. Pelo contrário! Trocar uma pizza por uma salada ou por uma deliciosa sopa feita em casa pode ser uma ótima ideia também para a saúde.

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Comunicação

“O amor de Deus por todos, demonstrado em Jesus, é o que nos move, dá esperança e alegria”, destacou o P. Valdir Hobus, Ministro na Paróquia de Sinop, em Claudia/MT, no Sínodo Mato Grosso

O caminho é longo e muitos ainda precisam ouvir a boa voz do Evangelho

C

omunicação é um dos temas latentes em toda a nossa IECLB em 2015! O nosso Tema do Ano aponta para uma característica fundamental: ser Igreja da Palavra. O desafio é sermos Igreja da Palavra não apenas no sentido literal e primário da expressão. Este título abre um leque de possibilidades muito interessante. Ser Igreja da Palavra é, em primeiro lugar, ser uma Igreja que tem o seu fundamento na obra salvadora de Cristo. Esta obra nos é anunciada, comunicada como Boa Nova, ou seja, a Boa Notícia do Evangelho. Fundamentados nesta Boa Noticia, somos desafiados pela pergunta de Jesus Cristo aos discípulos de Emaús: O que vocês estão conversando pelo caminho? Poderíamos parafrasear este versículo da seguinte forma: O que vocês estão comunicando pelo caminho? O Sínodo Mato Grosso tem se preocupado com esta pergunta há alguns anos. A comunicação é um dos eixos apontados como prioritários no Planejamento Estratégico do nosso Sínodo, bem como das Paróquias e Comunidades que o compõem. Com o intuito de tornar a comunicação mais eficiente, o Sínodo Mato Grosso criou um Conselho de Comunicação, formado por Ministros e lideranças com conhecimento no assunto. Este Conselho tem como objetivo pensar e planejar ações que visam a divulgar o ser Igreja Luterana para todas as Comunidades e os Pontos de Pregação do Sínodo, bem como promover formação e comunhão neste âmbito.

Ser Igreja da Palavra é, em primeiro lugar, ser uma Igreja que tem o seu fundamento na obra salvadora de Cristo, anunciada como a Boa Nova do Evangelho Alguns passos importantes já foram dados. Um deles foi a criação de um Informativo Sinodal com duas edições anuais. Este material quer levar reflexões e notícias de todo o Sínodo Mato Grosso para todos os membros. A implementação de uma página do Sínodo Mato Grosso no Portal Luteranos também tem sido uma das ênfases do grupo. Todas as Paróquias e as Comunidades foram incentivadas a atualizarem os seus dados nas suas respectivas páginas. Outra ação foi a designação de pessoas responsáveis por atualizarem as notícias do Sínodo. Estas pessoas estão divididas nos quatro Setores do Sínodo, fazendo com que tenhamos uma página sempre atualizada. Ainda em fase de planejamento está o projeto de elaboração de um vídeo institucional do Sínodo Mato Grosso. Este vídeo preten-

de servir de ferramenta na formação e na divulgação dentro e fora da Igreja. Contar a nossa história, apontar as alegrias e os desafios, motivar e criar identidade são alguns dos motivos para a realização deste trabalho. Nas Paróquias e nas Comunidades, também há conquistas, como a divulgação e a identificação dos templos, a participação em programas radiofônicos, a presença na Internet e as páginas em Redes Sociais são alguns dos diversos modos que o povo luterano no Sínodo Mato Grosso tem usado comunicar a Boa Nova pelo caminho. O caminho é longo e muitos ainda precisam ouvir a boa voz do Evangelho. Falamos sobre o que nos move, motiva, dá esperança e alegria em caminhar e fazer missão aqui em terras mato-grossenses: o amor de Deus por todos, demonstrado em Jesus Cristo.

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Unidade

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Lutero - Reforma: 500 anos A Palavra pregada: ‘dar de mamar à Comunidade’

Uma canção de Humberto Gessinger e de Duca Leindecker, cantada em parceria com Luiz Carlos Borges, tem como refrão: ‘Recarregar, reiniciar, reinventar, reabastecer’. Para início de conversa, compartilho que escrever sobre o tema proposto mostrou-se, também para mim, uma oportunidade de refletir sobre o Ministério da pregação dominical, especialmente à luz das conversas de mesa do Reformador Martim Lutero, a cujas palavras tive acesso graças a um texto de autoria do P. Dr. Nelson Kirst. Lutero, pregação e pregadores - pequena antologia de falas de mesa foi publicado em uma edição especial da Revista Estudos Teológicos, no ano de 1981, intitulada Reflexões em torno de Lutero, vol. 1, cuja apresentação e organização são do P. Dr. Martin Dreher. Assim como não somos mérito de nós mesmos, de nós mesmas, mas agregamos o conhecimento e a experiência de outras pessoas que nos antecederam ou que compartilham os seus saberes conosco, o que segue foi sendo tecido a partir de esforços anteriores. Sou muito grata por isso! A fé vem pela pregação e a pregação vem pela Palavra de Deus (Romanos 10.17). Esta palavra do apóstolo Paulo, dirigida à Comunidade cristã que se reunia em Roma, aponta a razão de ser da pregação. Ela está a serviço do despertar da fé, que é obra do Espírito Santo. Sobre isso, Martim Lutero dizia: ‘Pois Deus ordenou as coisas de tal forma que ninguém deva nem possa crer, a não ser pelo Ministério da pregação; é por meio dele que se ouve a sua Palavra, pois este é o instrumento e o canal pelo qual Deus, o Espírito Santo, atinge o coração, despertando e operando verdadeiro arrependimento e pesar para a conversão e a verdadeira fé’. Diante de algumas das assim chamadas conversas de mesa (Tischreden) do Reformador, que refletem o seu pensamento sem a densidade teológica característica dos seus tratados, ficamos frente a frente com um Lutero profundamente sensível à Comunidade que recebe a pregação, a ponto de orientar os pregadores, claramente, sobre como exercer a sua função. Ainda que não inclua a expressão ‘pregadoras’ nas suas falas, apesar da contribuição de mulheres eruditas ou não no Movimento da Reforma, Lutero toma da ação das mulheres mães a sua comparação, que deu origem ao título desta reflexão: ‘Quem está em cima do púlpito, deve tirar os peitos para fora e dar de mamar ao povo em geral, pois, a cada dia que passa, cresce uma nova Igreja; esta precisa ser ensinada, com toda simplicidade, com um ensinamento infantil, por isso use-se diligentemente o Catecismo e distribua-se o leite’. Em seu tempo, Lutero não tinha acesso às informações nutricionais que temos na atualidade, mas, certamente, da sua observação empírica, sabia da importância do leite materno como o primeiro alimento das crianças, mais do que isso: como alimento completo para os bebês. Daí provém a sua comparação! Vejam que o leite materno é sugado pelas crianças pequenas quase como por instinto e pode ser o único alimento por ela ingerido nos primeiros seis meses de vida, sem risco de lhe faltar qualquer substância necessária ao seu desenvolvimento. Há elementos deveras preciosos nesta comparação de Lutero e no conjunto das suas observações sobre como pregar. Neles está expresso o seu cuidado para com a Comunidade reunida em culto. - Em primeiro lugar, para Lutero, é imprescindível que o pregador esteja convicto do que se propõe a comunicar. Se isto está claro, ele encontrará os meios adequados para fazê-lo, inclusive, sendo criativo na metodologia. Nas palavras de Lutero: ‘Só depois de conhecermos bem determinado assunto é que devemos preocupar-nos com a arte de escrever e falar sobre ele’. - O centro da pregação é Cristo, que morreu e ressuscitou por nós. Essa centralidade de Jesus Cristo, quando se interpreta a Palavra de Deus, no culto, foi representada artisticamente pelo Pintor Lucas Cranach, em uma imagem na qual Lutero prega,

ao púlpito. No centro, está Cristo, no madeiro, e, no outro lado, a Comunidade a fitá-lo. Sendo assim, a Bíblia se torna a fonte para a pregação. Daí a conhecida palavra de Lutero: ‘A Bíblia é uma erva. Quanto mais se manuseia, mais perfume ela exala’. - O conteúdo da pregação precisa ser de tal modo construído e apresentado que, ao final, a pessoa ouvinte possa concluir: a prédica, hoje, era a respeito de tal questão. Para Lutero, ‘dizer muito com poucas palavras, de modo correto e breve, é uma arte e grande virtude’. Daí a necessidade de discernimento diante do assunto principal que está sendo abordado e da fidelidade ao que está em questão.

- Sobre a relação entre povo de Deus e Palavra de Deus, se pronuncia o Reformador: ‘A Palavra de Deus não pode existir sem o povo de Deus; por outro lado, o povo de Deus não pode existir sem a Palavra de Deus. Do contrário, quem pregaria a Palavra de Deus ou quem ouviria a pregação se não existisse o povo de Deus? O que o povo de Deus poderia ou quereria crer se não existisse a Palavra de Deus?’. - Lutero afirma, nas suas conversas de mesa, que o público prioritário das palavras do pregador devem ser as pessoas simples dentre os ouvintes e as ouvintes – o povo em geral. ‘Quando subo ao púlpito, vou com a intenção de pregar apenas para os empregados e as criadas’ - diz o Reformador. ‘[...] É que quando se procura pregar aos ouvintes mais eruditos, fazendo jorrar altas sabedorias, o pobre do povo fica lá parado como uma vaca’. Lutero chega mesmo a dizer: ‘Eu sou inimigo ferrenho daqueles que, nas suas prédicas, se orientam pelos ouvintes importantes e eruditos, e não pelo povo em geral; a este não dão atenção’. - A importância dada às pessoas simples, ao povo, fica visível, também, na tradução da Bíblia para a Língua Alemã, inicialmente, do Novo Testamento, quando Lutero esteve isolado, por segurança, diante da excomunhão ordenada pelo Papa, em um castelo bem próximo à cidade alemã de Eisenach. Lutero queria que o povo tivesse acesso ao Evangelho de Jesus Cristo, pudesse compreendê-lo e abraçá-lo com convicção. Três anos após a tradução do Novo Testamento ter sido publicada, já no ano de 1524, Lutero passou a compor hinos em Língua Alemã para o culto.

- Assim como Jesus, que tomava elementos do cotidiano das pessoas para falar a respeito do Reino de Deus, com profunda simplicidade, a pregação precisa considerar o universo de vida e de compreensão de quem ouve. ‘Ah! – diz o Reformador – não suporto gente que fala diversas línguas de cima do púlpito!’. É oportuno lembrar que toda a missa, até então, era rezada em Latim, sendo, assim, inacessível à compreensão dos fiéis e das fiéis. Quando a Língua Alemã já estava sendo utilizada nos cultos, Lutero critica alguns dos seus colegas pregadores pela utilização das línguas originais do texto bíblico durante a pregação, tendo diante de si pessoas iletradas. A utilização de tal conhecimento, ou a ‘bebida forte’, como diz o Reformador, deveria se restringir aos momentos em que os eruditos estivessem reunidos. Segundo esta observação de Lutero, a arrogância, os interesses ou o exibicionismo do pregador não podem ser empecilho para a Palavra de Deus ser compreendida por quem a escuta.

- Não se dá de mamar no peito à distância. É preciso tomar o bebê no colo e mantê-lo bem junto a si. Além disso, no momento da amamentação, a criança não bebe somente o leite, mas usufrui, também, do aconchego do colo da mãe, do seu calor físico, das palavras sussurradas com intimidade, pronunciadas carinhosamente. Ainda que, a partir da comparação de Lutero, se possa entender que o pregador ou a pregadora deveria conhecer e estar muito próximo à Comunidade para tornar a Palavra de Deus, por sua vez, próxima a ela, arrisco-me a dizer que, no ato de ouvir a pregação, sentimo-nos, um pouco, no colo de Deus. Pela pregação, Deus fala bem de pertinho conosco e oferta-nos o alimento de que temos necessidade: perdão e salvação, correção, orientação, consolo e esperança. A sua Palavra chega à nossa realidade. Assim, fortalecidas e fortalecidos, mais ainda se participamos da Ceia do nosso Senhor Jesus Cristo, somos capazes de engatinhar na fé, que é vivenciada, sempre, na comunhão com Deus, com a irmã e com o irmão.

A fé vem pela pregação e a pregação vem pela Palavra de Deus. (Romanos 10.17) O conteúdo da pregação precisa ser de tal modo construído e apresentado que, ao final, a pessoa ouvinte possa concluir: a prédica, hoje, era a respeito de tal questão. A arrogância, os interesses ou o exibicionismo do pregador não podem ser empecilho para a Palavra de Deus ser compreendida por quem a escuta.

Pa. Ma. Scheila dos Santos Dreher, Mestre em Teologia, exerce o Ministério Pastoral na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana São Lucas, em Porto Alegre/RS

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Formação

Oportunizar Formação para Ministros e Ministras é uma das ênfases do Sínodo Mato Grosso

“O Planejamento Missionário do Sínodo Mato Grosso tem como uma das suas ênfases a Formação, de maneira a fortalecer e encorajar as pessoas a servirem com os seus dons”, frisou o P. Nilo Christmann, Pastor Sinodal do Sínodo Mato Grosso

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Planejamento Missionário do Sínodo Mato Grosso tem como uma das suas ênfases a Formação. O objetivo é priorizar a Formação de pessoas, fortalecendo e encorajando a servirem com os seus dons. No Planejamento 2015-2018, a Formação continuará sendo destaque. No Sínodo Mato Grosso, a Formação acontece em vários âmbitos. A própria Assembleia Sinodal reserva um dia para Formação. Contudo, a motivação maior está na promoção de Encontros Setoriais (são três Setores no Sínodo), Interparoquiais e Locais. Uma das consequências da pós-modernidade é a dificuldade de as pessoas faltarem ao trabalho ou se disporem a ficar fora de casa por vários dias. Neste sentido, os encontros com menos distância alcançam um público maior. Nas Paróquias e nas Comunidades, o estudo do Guia para o Presbitério é fundamental no preparo de lideranças. Algumas Paróquias estudam o material de forma sistemática, colhendo ótimos frutos. Também é preciso reconhecer que, em alguns locais, ainda há acentuado déficit na capacitação de

pessoas: Presbíteros, Orientadores de Culto Infantil, etc. Por outro lado, no último período, estiveram e estão em destaque os Encontros Setoriais nas áreas de Liturgia, Culto e Música – todos muito bem avaliados. A adesão das Paróquias e das Comunidades ao Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) é fundamental também para a área da Formação, por isso, em abril, aconteceu o Segundo Encontro Sinodal para Formação de Assessores em Planejamento. À medida que a Paróquia, a Comunidade faz o seu Planejamento Estratégico, a Formação (capacitação) é incluída nas metas, projetando ações e prazos. Desta maneira, a Formação também entra na agenda de todas as Paróquias e Comunidades. Um grande desafio para o Sínodo Mato Grosso é oportunizar a Formação dos seus Ministros e das suas Ministras. As distâncias de algumas Paróquias, que chegam a superar dois mil quilômetros, impedem de sonhar com encontros regulares, mas não impedem de sonhar – e realizar – o que é possível, por isso o Sínodo investiu na realização de um curso chamado Capacitação Qualificada de Líderes (MQF), voltado especificamente para Ministros e Ministras. O curso está voltado para o desenvolvimento de lideranças e a resolução de conflitos, passando pelo autoconhecimento. Realizado em três etapas, duas em 2014 e a última em março de 2015, contou com a assessoria da Pa. Mariane Beyer Ehrat. Foram constituídos dois grupos de Ministros e Ministras, com, aproximadamente, 12 participantes em cada grupo. Um deles teve os seus encontros em Sinop e o outro em Barra do Garças e Cuiabá. Para diminuir custos e racionalizar deslocamentos, o Curso foi conjugado com a realização de Conferências Ministeriais. Muitas vezes, no exercício do Ministério, as maiores dificuldades estão menos relacionadas a questões de ordem teológica e mais em como lidar com os momentos de crise pessoal, familiar e em Comunidade. O retorno recebido dos Ministros e das Ministras é muito animador, atestando e destacando o caráter terapêutico e prático do curso. Pode-se dizer, então, que o objetivo foi plenamente alcançado.

Secretaria da Ação Comunitária Migração: chamad@s a comunicar - A migração está aumentando em volume e complexidade no mundo porque muitos países, dentre eles o Brasil, converteram-se em países de trânsito e de destino para imigrantes. Os novos fluxos da migração internacional são impulsionados por vários fatores que motivam o deslocamento da terra natal para uma terra estrangeira, como, por exemplo, crises econômicas, catástrofes ambientais, conflitos bélicos, perseguição religiosa, violação dos direitos humanos. Gostaria de pensar e fazer pensar sobre como a IECLB, por meio das suas Comunidades, poderia fazer parte das redes de solidariedade e apoio aos imigrantes que necessitam superar os desafios da adaptação ao novo contexto sociocultural, ou seja, vencer as suas dificuldades em relação ao mundo do trabalho, idioma,

educação, habitação, integração social e preservação da cultura. O cotidiano das Comunidades está permeado por ações diaconais e, consequentemente,dacomunicação do Evangelho. Imigrantes estão circulando entre nós, são encontrados nas ruas, nos supermercados e em outros lugares. O que está acontecendo pelo caminho onde encontramos pessoas imigrantes? Deixamos que andem sós e cabisbaixas ou buscamos ouvi-las e partir com elas o pão? Conseguimos vê-las como uma possibilidade missionária ou enxergamos nelas apenas uma ameaça? São para estas perguntas que precisamos construir

respostas. A presença de pessoas imigrantes em nosso país é um novo desafio que se apresenta para a Igreja que tem a sua origem nos fluxos migratórios do século XIX e deseja ser Igreja

da Palavra. Sendo assim, somos chamad@s, pelo Evangelho, a olhar os fluxos migratórios como uma possibilidade de falar e vivenciar o amor de Deus e não percebê-los como algo negativo para a nossa sociedade e para as nossas Comunidades. Que o Espirito Santo nos impulsione ao serviço diaconal e, assim, nos envolvamos nas redes de apoio às pessoas imigrantes. Amém!

P. Günter Bayerl Padilha Pastor na Paróquia em Itapema/SC


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O culto e a pregação A pregação que orienta a Comunidade O culto comunitário é um momento de encontro e de fortalecimento individual e coletivo da Comunidade de fé. Nele as pessoas se expressam de diversas maneiras, cantam, confessam os seus pecados e a sua fé, leem e ouvem a Palavra, oram em favor daqueles e daquelas que estão vivendo momentos de dificuldade e de sofrimento e solidarizam-se com causas e trabalhos sociais que visam à promoção da dignidade humana e de uma sociedade mais justa e fraterna por meio de doações espontâneas na coleta. Em nossa tradição, a pregação ocupa um lugar de destaque dentro do culto e é o momento em que a Palavra é comunicada e refletida. Ela é dirigida, normalmente, pela Ministra ou pelo Ministro que serve a Comunidade. Membros também podem assumir esta tarefa, compartilhando com as demais pessoas os seus dons e contribuindo para a existência de uma Comunidade viva e participativa. Existem diferentes tipos de pregação e isso é bom, porque revela a criatividade que nos é ofertada por Deus. Os símbolos, os gestos e a partilha que podem acompanhar as palavras da pregação ajudam a compreender o sentido mais profundo da Palavra de Deus. Fundamental, no entanto, é que ela seja compreensível, fazendo com que todos e todas se apropriem do conteúdo, e que esteja em sintonia com o contexto. Na pregação, a Comunidade recebe orientação e essa fundamenta-se no Evangelho que nos foi anunciado por Cristo. Dali é que buscamos os elementos para o anúncio que acontece na pregação, sendo ela, assim, expressão da Boa Nova que nos foi trazida pelo Filho de Deus. Essa Boa Nova nos conforta em momentos de di-

ficuldade, angústia e dor, revelando-nos o amor que Deus tem pelas pessoas e o seu cuidado, que ajuda a levantar quando estamos caídos ou abatidos. O conforto também nos chega por meio do testemunho de pessoas - personagens bíblicos - que viveram a sua fé em tempos de tribulação e conseguiram superar tudo ou então transformar a sua realidade a partir da experiência do sofrimento. A pregação que orienta também nos alerta para a nossa condição de pessoas pecadoras, que necessitam mudar de caminho, opinião ou atitude no cotidiano. Ela nos confronta com a vontade de Deus, que se opõe ao individualismo, ao egoísmo, ao desejo de poder, à ganância, à intolerância em suas múltiplas formas, à mentira, às injustiças e à opressão presente em nossa realidade. Ao sermos repreendidos, repreendidas, tomamos consciência da nossa condição, das consequências do pecado em nossa vida e somos estimulados a uma nova vivência. A pregação que orienta nos desafia para o serviço em favor das pessoas marginalizadas, angustiadas e discriminadas e nos impulsiona para a solidariedade com aquelas pessoas e grupos que sonham com um mundo com mais justiça e paz. Este servir, que é resposta à ação graciosa de Deus em nossas vidas, nos aproxima das demais pessoas, nos fortalece na caminhada e é a expressão mais forte do amor ensinado e vivenciado por Cristo. O serviço para o qual somos estimulados na pregação se estende também ao todo da Criação, a qual precisamos cuidar e preservar.

P. Armindo Klumb, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Atua como Diretor Executivo da Diaconia, em Recife/PE

Para refletir, leia 1Coríntios 1. 18-29

O culto como espaço para encontrar Deus

Pa. Marli Hoffmann Gaede, formada em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral nas Paróquias em Palmeira de Santa Joana/ES e Teófilo Otoni/ MG. Atua na Paróquia em Santa Maria de Jetibá/ES.

Por que você vai ao culto? Pode ser que tenhamos nos ocupado com esta pergunta poucas vezes. Também pode ser que já tenhamos nos debatido com ela sem conseguir avançar muito na busca por uma resposta, pois o assunto é amplo. Não é com poucas palavras que vamos conseguir definir a importância que o culto tem na nossa vida e na existência da Igreja Cristã, mas queremos, neste espaço, apontar para a necessidade que temos de nos encontrar com Deus. O nosso desejo de ir ao culto é a expressão da nossa carência de Deus. É a serviço do suprimento desta carência que deve estar não somente o ambiente litúrgico e a liturgia do culto, mas também a pregação da Palavra. Culto é espaço e oportunidade para o encontro com Deus. Talvez esta dimensão do culto cristão esteja um tanto esquecida e seja menosprezada nos tempos atuais! Na dura caminhada do povo de Deus pelo deserto rumo à terra prometida, o que durou 40 anos, houve intervalos para o encontro com Deus. Várias vezes, o próprio Jesus retirou-se do meio da agitação para, no silêncio e na meditação, estar em comunhão com Deus. O tempo de 40 dias que Jesus passou no deserto, além de ser um tempo de provação, foi também um espaço para o encontro com Deus. Na história da Igreja Cristã, sempre houve pessoas que buscaram comunhão com Deus, retirando-se da agitação do mundo. Em meio aos desertos desta vida, buscaram e vivenciaram comunhão com Deus. O suprimento desta necessidade, em intervalos mais curtos ou mais longos, não isolou estas pessoas do mundo, mas fortaleceu e capacitou para uma caminhada ‘com os pés firmes neste chão’ da realidade da vida e do mundo. Na minha caminhada pela estrada empoeirada

desta vida (dura realidade da vida) e rumo à terra prometida (vivência e prática da fé e da esperança cristãs) preciso de intervalos de comunhão com Deus. Preciso de um espaço propício para isso. Preciso de uma liturgia que favoreça e possibilite isso. Preciso que alguém me anuncie a Palavra da graça de Deus, que impulsiona para a ação. Preciso orar e cantar, assim como o próprio Jesus o fez. Preciso receber de Deus para, no cotidiano, ser instrumento de Deus na construção de um mundo melhor e de uma vida melhor. A Comunidade cristã, a Igreja, o templo é o ‘Monte das Oliveiras’, onde Jesus orou e cantou com os seus discípulos, é o ‘Sinai’, onde o povo de Deus acampou e celebrou no meio do deserto, é o mosteiro ou o retiro onde milhares de pessoas procuraram comunhão com Deus e foram capacitadas para o serviço de amor e de transformação da realidade em que viveram. Vou ao culto para estar com Deus, mas não para me isolar do mundo. Quero voltar à realidade do mundo e da vida e ali ser instrumento capacitado pela Palavra de Deus, pelos caminhos dos Sacramentos de Deus, pela meditação, pela introspecção, pela oração, pelo ouvir da Palavra de Deus, por que não dizer, pelos caminhos do ambiente litúrgico e da liturgia do culto. Para refletir, leia os Salmos 63.1-5


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Geral

Educação cristã

vivendo, aprendendo e ensinando

Identidade e convivência na adolescência - A formação da identidade, mesmo que esteja presente na vida do ser humano desde o nascimento, se define na adolescência. A identidade é “a consciência que o indivíduo tem de si mesmo como um ‘ser no mundo’” (Osório, p. 14). Essa conscientização de si mesmo se dá em etapas, em uma mistura de experiências com outras pessoas: quando bebê, com a mãe e o pai, mais adiante, com outras pessoas. Na medida em que a pessoa vai convivendo com outras pessoas, vai podendo dizer, cada vez mais, quem é ela. A adolescência é um período de insegurança e transformações: a pessoa adolescente tem o sentimento de não ser mais criança, mas ainda não ganhou o reconhecimento como pessoa adulta. A mudança da infância para a adolescência deixa a pessoa mais frágil, sensível a palavras ou olhares. Entre 11 e 13 anos, acontece o ponto máximo da sua fragilidade. Nesta fase, se ruborizam, escondem o rosto com os cabelos (ou com o boné), gesticulam para vencer o constrangimento e a vergonha. Mesmo quando reagem com indiferença, sarcasmo ou desinteresse, é preciso dar atenção, pois podem estar se sentindo desconfortáveis com o seu novo corpo ou sendo alvo de críticas

e observações. Na adolescência, as amizades desempenham um papel importante. Elas são necessárias para que a pessoa adolescente possa ter relações significativas fora da sua família. Muitas vezes, adolescentes passam mais tempo com o grupo do que em casa. Também ocorre de o diálogo com a família se tornar difícil, conflituoso. No grupo de amigos e amigas, a conversa é fácil, algumas vezes pode ser séria, outras vezes, alegre e prazerosa. A autoridade não se define em termos de obediência, mas em termos de respeitar as diferenças e a independência de cada integrante.

Na adolescência, idade de frequentar o Ensino Confirmatório, a pessoa começa a ter um sentimento mais forte de pertença a um grupo. Ela passa a se interessar por este grupo e adota para si as histórias, os símbo-

Profª Drª Gisela Streck, Coordenadora do Mestrado Profissional na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS

Independência da Bahia e luteran@s Taelyne Andressa Greef,

Coordenadora Sinodal da Juventude Evangélica do Sínodo Brasil Central e Vice-Coordenadora do Conselho Nacional da JE

los e as doutrinas dele. Nesta fase, é importante aprender a história da Comunidade e da Igreja e ter experiências significativas que despertem o sentimento de pertença à Comunidade. Adolescentes precisam sentir que são importantes para a Comunidade e que podem contribuir com os seus dons. A metáfora da amizade pode ser uma maneira de não bloquear o diálogo sobre Deus: falar como um Deus amigo é uma oportunidade de mostrar o quanto este Deus continua próximo e pode ser procurado e encontrado em uma fase da vida em que grandes mudanças estão acontecendo.

Vai e Vem atuando no Sínodo Mato Grosso A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem está consolidada no âmbito luterano como a principal iniciativa para arrecadação de recursos destinados à missão. Este ano, temos vários projetos apoiados pela Campanha, entre eles os Projetos Missionários do Sínodo Mato Grosso: Matupá, Rurópolis, Sul do Pará e Vila Rica. Convém analisarmos a situação geográfica destes lugares, pois estão situados em regiões distantes dos grandes centros e isso implica em uma série de dificuldades, como estradas mal conservadas, assistência médica precária, rede de ensino incompleta, entre outras situações que desafiam as pessoas a perseverar. Também podemos dizer que o clima é adverso. Durante a metade do ano, chove muito e, na outra metade, não chove nada. A densidade demográfica é pequena e as distâncias são grandes.

O trabalho missionário é árduo e cansativo. Em meio a tantas dificuldades, podemos encontrar pessoas animadas e com coragem suficiente para edificar Comunidade. Podemos encontrar Ministros e Ministras que não esmorecem na luta, pois estão comprometidos com a Palavra e amparados pelo amor de Deus. Esta coragem e esta força vêm do Espírito Santo, que exorta as pessoas a dizerem: Sim, queremos a Igreja Evangélica de Confissão Luterana presente neste lugar. Sim, queremos lançar os fundamentos evangélico-luteranos nesta terra. Então, minha amiga, meu amigo, diga Sim você também. Que Deus possa agir por meio de você, homem luterano, mulher luterana, contribuindo com a Campanha Vai e Vem 2015, pois, ... palavra não foi feita para dividir ninguém, palavra é uma ponte onde o amor vai e vem, onde o amor Vai e Vem. Carlos Armange Coordenador Sinodal da Campanha Vai e Vem no Sínodo Mato Grosso

O dia 2 de julho de 1823 é uma data histórica para a Bahia. Nesta data, o Estado baiano tornou-se independente, não como um Estado independente do Brasil, mas como parte integrante dele. A Bahia tornava-se independente do domínio português. A luta pela independência baiana iniciou antes da independência brasileira. O Governador baiano apoiava Portugal. Brasileiros e brasileiras residentes em Salvador e em cidades próximas à capital apoiavam a ideia de independência. Por mais de um ano, houve guerras entre portugueses e brasileiros e, em 2 de julho de 1823, os portugueses deixaram a capital baiana, Salvador. Nesse período, já viviam, na Bahia, pessoas alemãs e suíças, que, mesmo de confissões diferentes, uniram-se e formaram, em meados de 1925, a primeira Comunidade luterana em Salvador. A Comunidade foi formada por famílias luteranas, calvinistas e outras. No princípio, a ‘população luterana’ concentrava-se em Salvador. Com o passar dos anos, descendentes de alemães, residentes no sul do Brasil, começaram a migrar para as terras nordestinas e levaram consigo a sua confissão. Em meados de 1981, luteranos e luteranas fundaram a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Barreiras, no oeste da Bahia. No início, os membros eram atendidos pelo Pastor de Salvador e, posteriormente, por Ministro ou Ministra exclusivo daquela região. O trabalho com a Juventude Evangélica na Bahia desenvolve-se com mais eficácia em cidades do interior, já que, na capital, a gama de entretenimento é maior. Nessas cidades, jovens desenvolvem trabalhos e campanhas para auxiliar a sociedade, promovendo diaconia, afirmando o ser Juventude Evangélica, que gera ações para um mundo mais humano. Ao contrário do que ocorreu em 2 de julho de 1823, em que os portugueses deixaram a capital baiana, @s luteran@s permaneceram firmes e fortes no Estado e vêm sendo presença marcante da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, na Bahia.


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Comportamento 13

Programa de Qualificação Funcional - II

Claudinei Vicenzi, Contador, membro da Comunidade Martin Luther, em Agrolândia/SC, pertencente à Paróquia de Atalanta, e Presidente do Conselho Sinodal do Sínodo Centro-Sul Catarinense (Gestão 2015/2016)

Exigências Fiscais e entidades sem fins lucrativos Contábeis: conhecer para está sedimentada nos Princuidar bem - O assunto cípios de Contabilidade que abordado nos faz refletir são: O princípio da Entidade sobre o que Deus espera – Continuidade – Oportunide nós enquanto liderandade – Do Registro pelo Vaças à frente de um Preslor Original – Competência bitério, que tem por fina– Prudência. lidade cumprir a Lei de O reconhecimento da Deus, mas também as leis Receita e da Despesa deve dos homens. ser pelo regime de comEm se tratando de petência. Normalmente, Igreja, temos a orientação as principais receitas das do nosso Senhor de serentidades sem fins lucraessencial termos pessoas capacitadas para assumirem os cargos no Presbitério, bem mos justos e darmos bom Écomo tivos são advindas de subpessoas capazes de nos orientar no sentido de cumprirmos as obrigações legais testemunho, entregando a venções, assistência social, Deus o que é de Deus e, ao Governo, o prestar assessoria e, principalmente, mensalidades e doações. Em 1º de jaque lhe é devido. orientar e fazer cumprir a legislação neiro de 2012, entraram em vigor as Nos últimos anos, a legislação vem vigente. São muitos os órgãos regu- novas Normas Brasileiras de Contaexigindo dos líderes Presbíteros, dos lamentadores que influenciam a vida bilidade por meio da base legal ITG Ministros, das Ministras, dos Secre- de uma Comunidade e que exigem 2002 - Resolução CFC n° 1.409/2012. tários Executivos, maiores conheci- das entidades os devidos registros e, Qualquer entidade sem fins lucramentos para cumprir a lei. É essencial por consequência, o cumprimento das tivos está sujeita a manter uma contermos pessoas capacitadas para assu- obrigações assessórias. tabilidade regular e atualizada, obemirem os cargos no Presbitério, bem As Igrejas se enquadram na legis- decendo às normas que obrigam, ao como pessoas capazes de nos orientar lação federal e suas obrigações da se- final de cada exercício, apresentar as no sentido de cumprirmos as obriga- guinte forma: demonstrações contábeis, que serão ções legais, de forma a não deixar pasOs Art. 44 e 53 da Lei 10.406/2002, compostas de: a) Balanço Patrimonial; sivos (obrigações legais e financeiras) definem que as associações que não pos- b) Demonstração do Resultado - DR; c) às gerações futuras ou mesmo ter sur- suem fins econômicos, ou seja, não visam Demonstração das Mutações do Patripresas com futuras fiscalizações que lucros e sim o Bem-Estar Social, podem mônio Líquido (DMPL); d) Demonstravenham a penalizar a entidade. ser constituídas sob a natureza jurídica ção dos Fluxos de Caixa (DFC); e) Notas Conhecer para cuidar bem signifi- de: Associações, Organização Social ou Explicativas. Além disso, a entidade está ca termos Diretorias (Presbitérios) nas Religiosa, Partidos Políticos e Entidade obrigada a entregar obrigações assessórias nossas Comunidades e Paróquias for- Sindical. Estas entidades sem finalidade como: Declaração de Imposto de Renda madas pelas pessoas certas nos cargos de lucros podem exercer atividades diver- Pessoa Jurídica (DIPJ) (suspensa; será certos. No passado, não tínhamos tan- sas, entre elas: assistência social, saúde, substituída por outra forma de declaratas obrigações legais e a forma como educação, técnico-científica, esportiva, ção); Declaração de Contribuições e Trieram disponibilizados os relatórios, religiosa, política, cultural, beneficente, butos Federais (DCTF) quando for o caso; as prestações de contas, os orçamen- social e outras. As entidades usufruem Relação Anual de Informações Sociais tos e os demonstrativos cumpriam os do benefício da imunidade ou isenção que (RAIS). Declaração de Imposto de Renda seus fins específicos. Hoje, temos uma trata a alínea “a”; “b”; ”c” do inciso VI na Fonte (DIRF) quando for o caso; Guia legislação mais complexa e exigente, do art. 150 da Constituição Federal e ob- de Recolhimento ao FGTS e Previdência que não nos permite sermos amado- servados o requisito ou condição prevista Social (GFIP), quando houver funcionáres e acreditarmos que podemos con- nos art. 9°, §1° e art. 14° da Lei 5.172 de rios. Caso a entidade contrate serviços de tinuar fazendo ‘como antigamente’. 25/10/66 – Código Tributário Nacional. terceiro, pessoas físicas, dependendo da As entidades (Igrejas) represen- O Art. 14°, III, da Lei 5.172 de 25/10/66, atividade exercida, deverá efetuar a retentadas por suas Comunidades e Paró- bem como as Normas Brasileiras de Con- ção de 11% de INSS sobre o valor a ser quias têm a necessidade de contratar tabilidade, determinam que as entidades pago ao prestador do serviço e ainda recoprofissionais, seja na área contábil, devam realizar a escrituração contábil. A lher mais 20% de INSS referente à Conjurídica ou das demais áreas, para base para realizar esta escrituração para tribuição Patronal Previdenciária.

Se nos consideramos cristãos, temos que testemunhar como tais! Em 2014, as entidades imunes e isentas que se enquadram na legislação abaixo estão obrigadas a entregar o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), pela Escrituração Contábil Digital (ECD): Art. 3º Ficam obrigadas a adotar a ECD, nos termos do art. 2º do Decreto nº 6.022, de 2007, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014: III - as pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012. Destacamos que é de inteira responsabilidade do Presidente da entidade o cumprimento da legislação em vigor, sendo que o descumprimento poderá acarretar em multas e na perda da imunidade que a entidade possui (Art. 32° da Lei 9.430 de 27/12/96). Para que a entidade, neste caso, ‘Comunidades e Paróquias’, se ajuste às Normas Brasileiras de Contabili-

Cumpriremos a Lei de Deus

dade, necessitará contratar um profissional contábil, que possua registro junto ao Conselho Regional de Contabilidade, que, por meio de um contrato de prestação de serviço, realize o trabalho, de maneira a cumprir com a legislação vigente. Em meio a tantas denúncias de corrupção e descaso, a Igreja deve ser a primeira a cumprir a lei e fazer valer o que determinam as Escrituras, mostrando que, antes de cumprir a leis dos homens, cumpriremos a Lei de Deus. Que possamos refletir sobre isto e mudar o nosso conceito de que o ‘jeitinho brasileiro’ resolve as coisas. Lembre-se: Se nos consideramos cristãos, temos que testemunhar como tais! Vocês terão bênção, se obedecerem aos mandamentos do Senhor, seu Deus (Deuteronômio 11.27).


Jorev Luterano - Julho - 2015

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Deutsche Seite Pfarrer Heinz Ehlert

Projekt Zukunft Unter diesem Titel wird in TV Deutsche Welle immer irgendein Projekt vorgestellt, das in die Zukunft weist. Es handelt sich dabei um etwas, das Menschen erdacht haben und dessen Umsetzung für die Menschheit wichtig sein könnte. Das ist sicherlich interessant und sehenswert. Ich finde es nun interessant und nachdenkenswert, was man schon im Alten Testament nachlesen kann: „Meinen Bogen habe ich in die Wolken gesetzt; der soll das Zeichen sein des Bundes zwischen mir und der Erde“ (1Mose 9,13). Es stammt aus dem Zusammenhang der Sintflutgeschichte. Als die vorbei ist, kündet Gott einen Bund an und bestimmt als Zeichen des Bundes den Regenbogen. Also eine Naturerscheinung soll fortan ein Zeichen für ein Projekt Zukunft Gottes sein. Gott lässt seine Erde und Menschheit nicht aus den Augen. Gottes Geschichte mit den Menschen in der Vergangenheit weist in die Zukunft, ja gibt Weisung für die Zukunft. Darin liegt eine Verheiβung: „Solange die Erde steht...“ Die Erde soll also Zukunft haben. Das ist Gottes Wille und darf von uns Menschen auf dem ganzen Erdenrund als Auftrag und Herausforderung angesehen werden. Wir können und sollen auch an der Zukunft unserer Erde beteiligt sein. Das finde ich groβartig. Wir tragen da aber auch eine groβe Veranwortung für das Weiterbestehen der Erde - als Gottes Schöpfung. Gerade das aber wird heute oft nicht bedacht. Die Zukunft der Schöpfung Gottes bedeutet unsere eigene Zukunft. Darüber muss immer wieder nachgedacht werden. Und es ist gut, wenn Wissenschaftler und Angehörige der Religionen, also auch der Kirche, da zusammenarbeiten können. Nun gibt es für uns in der christlichen Kirche noch ein ganz besonderes Projekt Zukunft. Im Monat April hatten wir guten Anlass, uns das in Erinnerung zu rufen. Es ist ja doch eine ganz groβartige Sache: Die Auferstehung! Wir dürfen davon ausgehen, dass dies Projekt schon bestand, als Gott als Zeichen seines Bundes „mit der Erde“ den Regenbogen erwählte. Wir Menschen brauchen eben Zeichen, die uns immer wieder auf alles Ziel unseres Lebens ausrichten. Leben auf Erden ja, nach Gottes Willen. Aber noch mehr: Leben in Ewigkeit. Deswegen ist Ostern so ein groβer Feiertag. Die Auferstehung Jesu soll gebührend gefeiert werden. Denn sie weist in die Zukunft. Das ist Gottes Projekt

„Gott lässt seine Erde und Menschheit nicht aus den Augen. Gottes Geschichte mit den Menschen in der Vergangenheit weist in die Zukunft, ja gibt Weisung für die Zukunft. Darin liegt eine Verheiβung“

Zukunft, das mit Jesu Auferstehung von Toten eingeleitet wurde: Unsere Auferstehung! So steht es doch geschrieben: „Ich bin die Auferstehung und das Leben. Wer an mich glaubt, der wird leben, auch wenn er stirbt; und wer da lebt und glaubt an mich, der wird nimmermehr sterben“ (Joh. 11, 25u.26). Aber dieser feierlicher Ausspruch des Herrn endet mit einer Frage: “Glaubst du das?“ Eine beunruhigende Frage an uns. Was hat sie mit der ganzen Diskussion über Nachhaltigkeit zu tun? Ich meine, es geht darum, ob wir Gottes Wort und Verheiβung ernst nehmen. Unser aufrichtiges Glaubensbekenntnis wird sich darin zeigen, dass wir daraus die rechten Folgerungen ziehen. Wenn wir danach leben, dürfen, ja müssen wir sogar uns einbringen mit unseren Kenntnissen über Natur und Technik. Nicht etwa nur die Vorgänge in der Natur, die Ereignisse in der Geschichte zwingen uns dazu, nachzudenken, mitzumachen, sondern Gottes Wort. Sein Schöpfungswort hat der Welt wie unserm Leben den Anfang gesetzt. Sein Wort eröffnet die Möglichkeit des Lebens in Ewigkeit. Beim Nachdenken über unser Leben und die Zukunft, kann einerseits das eigene Versagen, unsere Schuld uns schrecken, etwa so wie der Dichter (Goethe) es ausgedrückt hat (Lied des Hartfners): „Wer nie sein Brot mit Tränen aβ, wer nie die kummervollen Nächte auf seinem Bette weinend saβ, der kennt euch nicht, ihr himmlischen Mächte! Ihr führt ins Leben uns hinein, ihr lasst den Armen schuldig werden, dann überlasst ihr ihn der Pein – denn alle Schuld rächt sich auf Erden.“ Andererseits aber kennt der Glaube an den auferstandenen Heiland, Gott sei Dank, eine andere Sicht. Da ist die Botschaft von Gottes Gnade und Barmherzigkeit. Schuld kann erkannt, bekannt und bereut werden. Dann gilt, dass um des Opfertodes Jesu willen uns die Schuld vergeben wird. Gottes Gericht ist nicht das Letzte: „...auf dass alle, die an ihn glauben, nicht verloren werden, sondern das ewige Leben haben.“ So dürfen wir auch in Zukunft froh singen: “Jesus lebt, mit ihm auch ich! Tod, wo sind nun deine Schrecken? Er, er lebt und wird auch mich von den Toten auferwecken. Er verklärt mich in sein Licht; dies ist meine Zuversicht.“


Jorev Luterano - Julho - 2015

Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.

Entre em contato conosco!

Bodas de Diamante No dia 17 de maio de 2015, o casal ACILLA E REINALDO FENNER

Falecimento Com pesar, a família enlutada compartilha o falecimento de ELARD BOHRZ Nascido no dia 21 de agosto de 1929, em Ibirubá/RS, Elard casou-se, no dia 5 de setembro de 1953, com Ilaria Diel, tendo sido o casal abençoado com três filhos: Lotário, Otávio e Paulo (in memoriam). O casal mudou-se para Água Boa/MT no ano de 1971, sendo um dos pioneiros do município. Elard faleceu no dia 14 de abril de 2015, com a idade de 85 anos.

da Comunidade Linha Humaitá, pertencente à Paróquia de Cunha Porã/SC, celebraram, em família, as suas Bodas de Diamante. Como herança matrimonial dos 60 anos de casamento, o casal tem seis filhos e filhas, treze netos e netas, além de oito bisnetos e bisnetas. Acilla, hoje com 82 anos de idade, nasceu no dia 9 de novembro de 1932. Reinaldo, atualmente com 91 anos de idade, nasceu no dia 28 de setembro de 1923. Naturais de Nova Petrópolis/RS, Acilla e Reinaldo casaram no dia 14 de maio de 1955, na cidade gaúcha, sob o lema: Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres. Salmos 126.3 Na comemoração das Bodas, Acilla tinha em mãos o mesmo buquê que usou 60 anos atrás, no seu casamento!

Descanse na paz de Deus! Família Bohrz O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Salmo 23.1

Falecimento Com o coração apertado e marcado pela saudade, participamos o trágico falecimento, ocorrido no dia 3 de janeiro de 2015, de VILMAR MUSKOPF Filho de Gerda Gisch Muskopf e Aldino Gustavo Muskopf, Vilmar nasceu no dia 26 de janeiro de 1985, em Jacutinga/RS, alcançando a idade de 29 anos, 11 meses e 8 dias. Vilmar Muskopf faleceu em Linha Cinco - Ponte Preta/RS, onde foi sepultado, no dia 4 de janeiro, deixando enlutados os pais, Gerda e Aldino, três irmãs, Marlise, Márcia e Ana Cristina, dois cunhados, dois sobrinhos, o avô, Ottomar Gisch, tios, tias e um grande círculo de parentes e amigos. A família agradece ao Pastor Günter Seemann, de Concórdia/SC, pelas palavras de conforto e consolo. Já sentimos muitas saudades! O que nos conforta é que Vilmar não sofreu ao partir! O nosso especial ‘muito obrigado’ aos amigos que estiveram ao nosso lado na hora difícil de separação. Um agradecimento muito especial à Comunidade de Linha Cinco pelas palavras de conforto. Tu és Senhor, o meu Pastor, por isso nada faltará em minha vida. Salmo 23.1

Cadastro Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev, o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-lo informado sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contato com a Mariana Ferreira pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano

Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorev@ieclb.org.br


UNIDADE E

ação

CONSTRUINDO A PAZ DA CIDADE

Com meditações em todas as turmas, adentramos no mundo de Jeremias, profeta que escreveu uma carta ao povo de Israel exilado na Babilônia chamando-os a trabalhar pela paz da cidade para onde haviam sido levados, porque, na sua paz, também eles e elas experimentariam paz. Cada criança levou para casa uma cartinha do Jeremias convidando a trabalhar pela paz na cidade. Em um segundo momento, as crianças participaram do Brinc’Paz, circuito de jogos cooperativos, da construção da maquete de uma cidade com a participação de cada turma, sob a orientação das Professoras, e de atividades diversas, como poesias, colagens, desenhos e redação a partir do Tema do Ano. Uma celebração marcou a conclusão do Projeto, reunindo pessoas de diferentes idades, etnias e várias confissões cristãs no templo da Comunidade em Campo Novo do Parecis/MT. Em comum, estavam a amizade pelo ILEP e o desejo de celebrar. Coletamos todo o material produzido pelas crianças e expusemos na Igreja, trouxemos as vivências durante as meditações e o Circuito de Brincadeiras Cooperativas, o Brinc’Paz, para a celebração, com fotos, canções e partilha da Carta do Profeta Jeremias. As crianças celebraram uma caminhada de 40 dias de reflexão sobre o tema paz na cidade e o

seu desejo de trabalhar em favor da paz! Compartilho algumas frases de crianças do 2º e do 3º ano do Ensino Fundamental: A cidade deve ser limpa, com muitas águas e árvores, sem lixo no chão. Ana Carolina, 2º ano Para que haja paz na cidade, devemos começar em casa, com a nossa família. Isa, 2º ano Estar em paz com a minha família e não desrespeitar o próximo, ter educação com as pessoas ao meu redor, ajudar a quem precisa. Pablo, 2º ano A cidade dos meus sonhos é um lugar onde eu possa viver bem, com as pessoas amigas, hospitais, escolas, lojas, Igrejas e praças, onde todas as pessoas possam ser atendidas com respeito, carinho e amor. Devemos cada um fazer o seu papel de cidadão e cuidar do lugar onde vivemos com mais amor. Quero um lugar em que eu possa sentir prazer de começar um dia feliz. Ângela, 3º ano Era uma vez uma menina chamada Sofia, que morava com o seu pai, a sua mãe e o seu irmão. Eles queriam uma cidade melhor. Ela queria mais sinalização de trânsito e que as pessoas tivessem mais respeito. Gostaria que plantassem mais árvores e derrubassem menos árvores e queria que adotassem mais cachorros. Gostaria que as pessoas andassem mais de bicicleta que de carro. Assim, todo mundo teria um mundo melhor. Essa é a cidade dos meus sonhos. Sofia, 3º ano

Viajar faz um grande bem!

“O Tema do Ano proposto pela IECLB é um sinal de unidade, mas, principalmente, é um convite para que pessoas evangélicas de confissão luterana reflitam sobre a mesma temática e se deixem desafiar por ações pertinentes, no seu contexto. Em 2014, o Tema, viDas em comunhão, e o Lema bíblico de Jeremias 29.7, fomentaram a reflexão e uma espiritualidade ativa em um dos braços missionários do nosso Sínodo: o Instituto Luterano de Educação do Parecis (ILEP)”, relatou a Pa. Ma. Scheila dos Santos Dreher, que coordenou o Projeto no Sínodo Mato Grosso

Roteiros PLAN VIAGENS | 2015

Conheça a Europa com a PLAN VIAGENS Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos Caminhos das Festas: cultura e tradições

Muitos caminhos e temáticas para curtir!

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AMOR RENOVADO E partilhado Exemplos de práticas de ofertas não faltam: contribuição individual, ações comunitárias de arrecadação, OASE sinodal, corpo a corpo com membros, explicando o que significa o programa, Paróquias e Comunidades, que, assim que termina uma Campanha, já iniciam outra. É o envolvimento comunitário de membros e de Ministros e Ministras. A Paróquia na Transamazônica compartilha a alegria de ter alcançado um bom resultado na Vai e “Falar sobre a Campanha Nacional Vem 2014. A média chegou a 10 reais por membro, de Ofertas para a Missão Vai e Vem uma marca histórica para a Paróquia. A reflexão no âmbito do Sínodo Mato Grosso é parte do texto de Marcos 12.42ss, sobre a oferta da falar a respeito de algo bonito e que viúva pobre, que deu tudo o que tinha para viver. tem se fortalecido a cada ano. O que Na Transamazônica, há muitos desafios: estramotiva as pessoas? A gratidão! No das em condições precárias, longas distâncias enSínodo, sempre nos sentimos tre os Pontos de Pregação, falta de estrutura para agraciados por termos sido cuidados o trabalho e poucos membros. Todavia, Deus não por membros de outros Sínodos. se distancia de nós. Pelo contrário, Ele não deixa Quando se compreende a real difaltar o pão de cada dia nem a sua Palavra. mensão da graça de Deus, as Entre nós, as Campanhas da Igreja são muito pessoas partilham sem peso no bem-vindas e aceitas, pois sempre tivemos o benecoração, mas por gratidão”, fício de sermos ajudados e continuamos recebendo afirmaram o P. Adriel Raach, Ministro essa ajuda tão preciosa para a continuação da nosna Paróquia de Rurópolis/PA, e sa Igreja aqui, no Mato Grosso. Quando temos a Ema Dunck Cintra, representante do chance de fazer a nossa parte, respondemos positiSínodo no Conselho da Igreja. vamente e com muita alegria, pois esse é o compro-

O QUE NOS MOTIVA É A GRATIDÃO

misso que assumimos a partir da nossa fé. A pergunta que nos fazemos é: Por que faz diferença para a Vai e Vem uma ajuda tão pequena como a nossa? A resposta está no texto bíblico que vimos: não é apenas o valor alcançado! Muito antes, são o gesto de doação, o empenho pela causa, a paixão pela missão de Deus, o prazer de ver os resultados, de ajudar a quem precisa e o Evangelho de Jesus Cristo sendo pregado! Cada parte do corpo tem a sua função. Se uma faltar, o corpo todo sofre. A Campanha Vai e Vem deu a oportunidade de nos sentirmos úteis no corpo maior da Igreja. Esperamos que as nossas Paróquias, pelo Brasil todo, sintam-se motivadas, assim nos sentimos na Paróquia na Transamazônica. É interessante observar como a Campanha tem nos levado a olhar a IECLB como um todo. Há uma percepção clara de que não nos é pedido muito, mas que o pouco com que cada um pode colaborar agrega a um todo maior, em um gesto concreto que faz com que, de alguma maneira, as pessoas se vejam solidárias com os mais necessitados financeiramente. Isso tudo nos leva a uma certeza: aqui no Sínodo Mato Grosso, a Vai e Vem já está bem fortalecida, com vistas a ser cada vez mais ser ampliada. É reconhecimento, é gratidão, é unidade na IECLB!


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