JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 44 - JAN/FEV 2015 - Nº 780
Sim, com o auxílio de Deus
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Justiça e solidariedade
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Cruz e ressurreição
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Acompanhamento a estudantes
Jorev Luterano - Janeiro/Fevereiro - 2015
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Editorial
Novidades para 2015!
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e 2009 a 2013, o Jorev promoveu passagens completas pelos 18 Sínodos da IECLB, trazendo nas Editorias Ministério, Presbitério, Mulheres e Gente Luterana representantes do mesmo Sínodo, de forma a mostrar a grande diversidade presente na nossa IECLB, fonte de inspiração para todas as pessoas interessadas no cumprimento da missão da IECLB no Brasil e no mundo. Em 2013 e 2014, criamos as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente) e novamente promovemos um belo intercâmbio de ações e experiências. Em 2015 e parte de 2016, vamos continuar esta ‘visita’ aos Sínodos e completar esse ciclo. Iniciando por esta edição, a primeira do ano, pelas próximas 17 edições, vamos dedicar as cin-
co Editorias a um Sínodo de cada vez, começando pelo Sínodo da Amazônia, e perguntar, na Editoria Sustentabilidade: Em que estágio se encontra a implementação do Planejamento Estratégico nas Comunidades no âmbito do Sínodo? Em Comunicação: O que tem dado certo no âmbito da comunicação (com o objetivo de, como Igreja, cumprir a missão de Deus) na área de abrangência do Sínodo? Na Editoria Formação: Na região do Sínodo, quais são as ênfases para a qualificação de Ministros e a capacitação de leigos? Quanto ao Tema do Ano: Como o Tema do Ano, ou seja, a
A ‘visita’ que o Jorev Luterano faz aos Sínodos,
proposta de um único tema a ser refletido durante o ano por toda a Igreja, auxilia o Sínodo a promover a unidade dentro do seu âmbito de atuação? Em relação à Vai e Vem: O quanto a promoção de uma Campanha nacional de missão auxilia no sentido da conscientização para a solidariedade entre os membros desta Igreja? Em todos os casos, pedimos aos Sínodos exemplos de ações concretas! Na Editoria Atualidade, leia sobre a Investidura da nova Presidência da IECLB (Gestão 2015-2018), ocorrida no dia 21 de novembro de 2014, na Comunidade em Picada 48 Baixa, no município de Lindolfo Collor/RS. Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev vai continuar a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2015, todos os textos serão escritos à luz do Tema do Ano: Igreja da Palavra chamad@s para comunicar. Nesta edição, o P. em. Harald Malschitzky apresenta a reflexão Cruz e ressurreição. Feliz 2015 e, como sempre, boa leitura!
promove uma espécie de intercâmbio de ações e experiências
Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Capa Investidura da nova Presidência da IECLB (Gestão 2015-2018), ocorrida no dia 21 de novembro de 2014, na Comunidade em Picada 48 Baixa, no município de Lindolfo Collor/RS. Leia matéria especial sobre a Investidura da nova Presidência na Editoria Atualidade, na página 4.
Tradição musical da IECLB Sobre a edição de julho/2014 do Jorev, destaco o artigo da Mus. Dra. Soraya Heinrich Eberle. Simpatizo com o respeito que o artigo demonstra pela tradição musical da IECLB e pelo esforço em preservar a identidade litúrgico-doutrinária da nossa Igreja. De um modo geral, o Jornal Evangélico Luterano tem muito conteúdo e reflete o esforço pela elaboração teológica presente na nossa Igreja.
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
Revisão Margret Reus Administrativo Mariana Paim ISSN 2179-4898
Cordialmente, P. Martin Dietz Cachoeira do Sul/RS
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Mensagem luterana
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É muito bom o conteúdo do Jorev Luterano e os seus artigos são bastante abrangentes. Especialmente, quero dar os meus parabéns pelos artigos da série especial Lutero - Reforma: 500 anos. Registro que é importante divulgar ao máximo o Jornal Evangélico Luterano entre as Comunidades e as Paróquias da IECLB para propagar, entre tantas confissões presentes no nosso país, a mensagem luterana no Brasil.
Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
Atenciosamente, Rudolf Zander São Paulo/SP
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Jorev Luterano - Janeiro/Fevereiro - 2015
Curtas
Sustentabilidade institucional
potencializar e inovar
O P. Dr. Oneide Bobsin esteve durante oito anos à frente da Reitoria da Faculdades EST (2008-2014), em São Leopoldo/ RS. Graduado em Teologia pela, então, Escola Superior de Teologia, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nesta entrevista ele faz um balanço da sua gestão. O que resume a sua gestão à frente da Reitoria da EST? O reposicionamento da EST na IECLB e nas Igrejas Luteranas e Caribe vinculadas à Federação Luterana Mundial (FLM) com o tema sustentabilidade institucional. Fizemos a lição de casa avançando na autossustentação, mantiveP. Dr. Oneide Bobsin, Reitor da mos os compromissos e Faculdades EST no período 2008-2014 nos inserimos na prestação de serviços ao setor público, à sociedade civil e às Igrejas. O reconhecimento nacional e internacional ganhou espaço. Como avalia as parcerias com o setor público? Aprofundamos o que a EST vinha fazendo. Já tínhamos atuado muito em Ensino Religioso. Há, na EST, muita pesquisa voltada para organizações da sociedade civil. As Prefeituras nos procuram para desenvolver parcerias. Como instituição de ensino confessional, entendemos as políticas públicas como práticas do amor ao próximo. O que representa a parceria entre o Curso Técnico de Enfermagem e a Unimed? Com o convênio, nos tornamos competitivos na região, que tem muitos cursos. Ao mesmo tempo, os nossos egressos terão um espaço de atuação profissional. A Unimed nos procurou pela qualidade dos egressos, pois são mais que Técnicos. Quais são os desafios da futura gestão? Potencializar o que somos e inovar em curso e em gestão! A perspectiva que guiou a EST nas últimas décadas foi a de manter raízes e inovar nos meios que garantam a sua sustentabilidade financeira. Há pouca margem de manobra em um mercado educacional competitivo, com a nossa matriz de curso. Qual é a sua perspectiva para as IES Comunitárias? As Instituições Comunitárias viverão exprimidas entre o avanço da educação pública-estatal e das grandes empresas privadas. Se quisermos ser o que os outros são, não seremos nenhuma coisa nem outra. Perderemos os nossos valores e o futuro. Só a fé em Comunidade nos deixa vivos com esperança.
O que conversamos pelo caminho? Estava tudo acabado. Esperança destruída. Planos destroçados. O mestre, o profeta, aquele que Deus e o povo consideravam poderoso em atos e palavras, já não estava mais entre nós. Havia sofrido a pena de morte. O pior é que pouco ou nada fizemos para impedir. Pelo contrário, nós o traímos, nós o vendemos, nós o crucificamos. Fomos nós que o matamos. Agora, estamos aqui, na estrada, indo pra casa. Não há mais nada a fazer em Jerusalém. Quem era aquele estranho que passou a caminhar ao nosso lado? Será que não tinha desconfiômetro? Será que ele era o único que não sabia o que havia acontecido em Jerusalém? Insistia em perguntar sobre o que conversávamos. Falou sobre como era preciso que tudo aquilo acontecesse. Explicou que os profetas e as profetizas já diziam que o Messias iria perecer. Ele não foi embora, apesar da nossa indiferença. Quis caminhar conosco, quis ir conosco até a nossa casa. Quando ele partiu o pão, o reconhecemos. Era ele: o estranho nos era conhecido. Era o próprio Jesus. As mulheres haviam falado a verdade: ele havia ressuscitado! Nós, hoje, permitimos que pessoas estranhas se aproximem e nos acompanhem pelo caminho? Temos ouvido e conversado com elas? Sobre o que conversamos pelo caminho? São perguntas difíceis, especialmente se colocadas no horizonte do caos da segurança pública em nosso país. No entanto, as pessoas cristãs têm coragem, elas ousam deixar aproximar e se aproximam, ouvem e falam, mesmo em meio às dificuldades, mesmo com medo. Ao longo de 2015, queremos ouvir e refletir sobre o que se conversa na IECLB. Quais são as preocupações, as dificuldades, as tristezas que nos afligem, mas também onde estão os desafios, as conquistas e as alegrias! Sobre o que estamos conversando pelo caminho? P. Dr. Mauro de Souza Secretário da Ação Comunitária
OFERTAS NACIONAIS 4 de janeiro 2º Domingo após Natal Fortalecimento da atuação da ADL AAssociação Diacônica Luterana (ADL) é um importante centro de formação de lideranças comunitárias da IECLB que busca cativar adolescentes com o ensino de música, diaconia e catequese. A ADL promove formação complementar à educação regular com jovens albergados, reforçando as áreas da ética, da cidadania, do desenvolvimento comunitário, das artes e do protagonismo juvenil. A ADL acolhe em torno de 75 adolescentes, de diversas Paróquias da IECLB, contando com o apoio de todas as Comunidades. 25 de janeiro 3º Domingo após Epifania Albergue Martim Lutero A Associação Albergue Martim Lutero (AAML) é uma instituição sem fins econômicos, idealizada e mantida pela IECLB no Espírito Santo, que tem em sua essência o exercício do cuidado, da solidariedade, enfim da diaconia. Com mais de 30 anos de atuação, a AAML desenvolve ações de acolhimento a pessoas durante o tratamento médico fora de seu domicílio e também executa projetos que contribuem para a promoção da saúde. 15 de fevereiro Último Domingo após Epifania Auxílio para formação teológica Todas as instâncias da Igreja estão envolvidas com o processo de formação e são responsáveis por ele, mas a Comunidade tem uma tarefa especial e diferenciada neste processo, pois, no convívio comunitário, são despertadas vocações para a atuação ministerial. A Comunidade motiva, encaminha, acompanha e apoia estudantes durante o seu período de estudo. A IECLB necessita de Ministros que possam divulgar e ensinar o Evangelho com fidelidade nos diferentes contextos da Igreja.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Janeiro/2015
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Índice Dezembro/2014 1,14% Acumulado do ano
6,91%
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Atualidade
Gestão do Cuidado
Investidura da Presidência da IECLB (2015-2018) P. DR. ONEIDE BOBSIN
A Bíblia e o cachorro
Os melhores amigos dos sem-teto O cachorro é o melhor amigo do ser humano, diz o ditado. De fato, é um animal fiel ao seu dono. Mais destaque merece este ditado quando as pessoas se sentem traídas por outras. Tal frase, no entanto, torna-se ainda mais significativa quando a Bíblia é colocada ao lado do cachorro como uma grande amiga. Foi este o ponto alto de um programa de TV que entrevistou Robson Mendonça, líder das pessoas moradoras de rua em São Paulo. O gaúcho foi morar em São Paulo, pois ele e a sua esposa queriam dar uma educação mais aberta aos seus filhos e escolheram o centro industrial mais avançado do país. Foi assaltado, perdendo toda a sua propriedade que havia sido transformada em moeda. Tornou-se morador de rua. Dono de um discurso fluente, cheio da sabedoria que as instituições formais desconhecem, ele responde sem titubear à pergunta feita pelo entrevistador: Quem são os melhores amigos dos sem teto? A Bíblia e o Cachorro. O pior inimigo? Os órgãos do serviço público. Por este meio de comunicação, poderemos perguntar às lideranças da nossa Paróquia Centro de São Paulo, que fazem algum acompanhamento à população de rua, se Robson faz a interpretação correta do sentimento de insegurança desta população desprovida de teto. Colocar a Bíblia ao lado do cachorro como os melhores amigos de quem vive em vulnerabilidade quase total é uma sabedoria que podemos assumir na sociedade da insegurança. Do Salmo 127, bastante lido em Bênçãos Matrimoniais, vem a mensagem de que Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Acompanha-me, pois, a suspeita de que confiamos demais nas forças armadas de segurança pública e privada. É evidente que precisamos de segurança, mas a confiança deve ser colocada em Deus. Parece que é isto que Robson quer dizer para quem se sente vulnerável, permanentemente exposto aos perigos: a Bíblia e o cachorro são ótimas companhias. Precisaremos de boas amigas e bons amigos para atravessar 2015. A experiência do líder dos moradores de rua está cheia de sabedoria: o cachorro pode ser tomado como um exemplo da fidelidade de Deus anunciada na Bíblia. Sai muito barato ter uma Bíblia para ser lida diariamente e um cachorro como fiel amigo para enfrentar o novo ano.
A confiança deve ser colocada em Deus
As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.
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Comunidade em Picada 48 Baixa, em Lindolfo Collor/RS, foi o local escolhido para a Investidura da Presidência da IECLB Gestão 2015-2018, realizada na noite de 21 de novembro de 2014. Em ato solene, o P. Carlos Möller investiu o P. Dr. Nestor Friedrich no cargo de Pastor Presidente, a Pa. Sílvia Genz no cargo de Pastora 1ª Vice-Presidente e o P. Inácio Lemke no cargo de Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB. “Um componente da estrutura administrativa da IECLB é sua Presidência, eleita em Concílio e investida em um culto público, ato que hoje será presidido pelo atual Pastor 1º VicePresidente da IECLB, P. Carlos Möller. Para isso aqui se reúne a IECLB! Sejam bem-vindos! De longe, de perto, membros das Comunidades da IECLB, Ministros, outras lideranças, integrantes do Conselho da Igreja, Pastores Sinodais, representantes de instituições vinculadas à IECLB, representantes da ecumene e autoridades civis.”, foram as palavras de abertura, proferidas pelo P. Dr. Romeu Martini, Assessor Teológico da Presidência da IECLB. No ato de Investidura, após a Vice-Presidente do Conselho da Igreja, Ema Marta Cintra, representante do Sínodo Mato Grosso, informar as atribuições da nova Presidência, eleita no XXIX Concílio da Igreja, realizado em Rio Claro/SP, de 15 a 19 de outubro de 2014, para a gestão 2015-2018, segundo a Constituição da IECLB, o P. Carlos Möller deu seguimento ao ato: “Tendo ouvido o que reza o Regimento da IECLB, pergunto: Vocês se comprometem a exercer essa tarefa de maneira responsável, então respondam: ‘Sim, nos comprometemos!’”, ao que os eleitos responderam afirmativamente. Da mesma forma aconteceu quando o P. Carlos orientou: Vocês prometem exercer o seu mandato de acordo com a Palavra de Deus, obedientes ao nosso Senhor Jesus Cristo, em espírito de estudo e oração, e em observação ao estabelecido na Constituição, no Regimento Interno e demais Documentos Normativos da IECLB, então respondam: ‘Sim, com o auxílio de Deus!’. Na sequência, o P. Carlos entregou a respectiva cruz a cada componente da Presidência, afirmando que aquela cruz, que distingue o cargo na Presidência, é sinal de renúncia, serviço e entrega ao nosso Senhor Jesus Cristo, a quem devemos seguir, e pedindo que os Ministros eleitos de ajoelhassem para que, com a imposição de mãos, fossem investidos na Presidência da IECLB. Então, orou. Os Assistentes da Presidência investida fi-
A Presidência da IECLB é investida em ato solene
O XXIX Concílio elegeu a atual Presidência da IECLB
zeram os votos e foram entregues os diplomas aos recém-investidos. O Pastor Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos, P. Me. Edson Streck, foi Assistente do P. Nestor. A então Pastora Sinodal do Sínodo da Amazônia, Pa. Vera Lúcia Engelhardt Prediger, foi Assistente da Pa. Sílvia. O Pastor Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho em exercício, P. Altemir Labes, foi Assistente do P. Inácio. Na sua prédica, O P. Nestor, a partir do texto de Ezequiel 34.11-16 e 20-24, destacou “As palavras bíblicas nos remetem a um tema fascinante: o juízo e o senhorio de Deus, a justiça de Deus! A leitura bíblica leva a uma palavra em que Jesus fala no juízo final! Mateus 25.35-36: a diaconia é umas das marcas bonitas do rosto da Igreja de Cristo no mundo. Esta é a marca do rosto de Deus que se revela no Ministério de Jesus. É para esta dimensão da ação de Deus, o Pastor, que aponta o profeta Ezequiel. Deus é presença viva entre nós e em nossas vidas. O princípio da justiça será critério de salvação”. As ofertas do culto foram destinadas à Associação Beneficente Pella Bethânia, em Taquari/ RS, instituição de 122 anos de serviços prestados e que acumula enormes prejuízos em função dos danos causados por um forte temporal. Após as homenagens e a bênção final, a Comunidade confraternizou com um coquetel. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos.
Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.
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Jorev Luterano - Janeiro/Fevereiro - 2015
Presidência
Referência e compromisso de justiça e solidariedade
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stamos diante de um novo ano e muita gente está aproveitando o clima de férias para o convívio entre familiares e amigos. Entretanto, 2015 já está em pleno andamento, pois o relógio do tempo não para. O ano de 2014 foi repleto de eleições. Fomos às urnas eleger representantes do Executivo e Legislativo. Também na Igreja escolhemos os nossos representantes para os próximos anos. Na IECLB, este processo de escolha acontece nas Assembleias de Comunidades, Paróquias, Assembleias Sinodais e Concílio. No último trimestre do ano, tive a oportunidade de participar de vários processos de escolha de novos representantes, nas diversas instâncias da
IECLB. Pude constatar que, onde o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) está articulado, vêm surgindo novas lideranças, dispostas a servir com os seus dons e as suas experiências. Percebe-se uma Igreja disposta e dinâmica em consonância com a confessionalidade. Vejo esta renovação de representantes como uma oportunidade de inovação nos diferentes espaços da IECLB. São pessoas escolhidas e chamadas ao serviço para transformar não apenas a Comunidade da Igreja, mas para ser referência junto à sociedade. As últimas semanas do ano que findou foram marcadas por Investiduras de novas lideranças na IECLB. Na próxima reunião da Presidência com Pastores Sinodais, teremos 11
Reunião ampliada IECLB-MEUC
P. INÁCIO LEMKE Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB
Encontro da Presidência com a Pastora e os Pastores Sinodais Janeiro/Fevereiro 25/1 Ordenação conjunta ao Ministério Eclesiástico Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz P. Inácio Lemke
Romanos 12.9-21 foi a passagem bíblica escolhida pelo P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB, para dirigir a meditação na abertura da reunião conjunta entre a IECLB e a Missão Evangélica União Cristã (MEUC), realizada na Sede do Sínodo Vale do Itajaí, em Blumenau/SC, no dia 3 de setembro de 2014. Iniciando a pauta, Carlos Alberto Kunz, Diretor Executivo da MEUC, compartilhou aspectos na caminhada, destacando a necessidade de se fazer conhecer amplamente as Diretrizes (2005), mas principalmente a necessidade de diálogo entre Obreiros, Ministros. Ministras, Comissões e Presidência. O Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí, P. Breno Carlos Willrich, também colocou pontos importantes para que a caminhada possa ser fortalecida. Os representantes dos Sínodos puderam avaliar as alegrias e os entraves na trajetória. Ao final do encontro, ficaram definidos variados encaminhamentos, como avaliar qual é o modelo de missão e de atuação da MEUC e se estes estão funcionando. As próximas reuniões ficaram agendadas para 13 de maio de 2015 (Comissão de Diálogo) e 2 de setembro de 2015 (Pastores Sinodais e Supervisores de Área), ambas na MEUC, em Blumenau.
novos participantes. Também no Conselho da Igreja ocorreram mudanças de nomes. Olhando para este quadro de novos nomes, podemos dizer: que bom que a IECLB é uma Igreja com tradição e história! A partir desta, podemos nos identificar e confessar que o Caminho é Cristo e a agenda é dada pela justificação e graça que ele nos proporciona. Em todas as instâncias, vamos ter pessoas dispostas a servir – não por remuneração material, mas por amor e compromisso com a Comunidade que as escolheu. É no jeito de viverem o amor em comunhão que daremos testemunho de uma Igreja inserida na sociedade. Participe você também, como referência e compromisso de justiça e solidariedade!
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Novo ano - Novas oportunidades
2-3/2 Conferência da Comunhão de Igrejas Luteranas na América Central Comunión Iglesias Luteranas en Centro América (CILCA) Manágua/Nicarágua P. Nestor Friedrich 12/2 150 anos da Comunidade de Pirabeiraba Joinville/SC P. Nestor Friedrich 13-14/2 Culto de despedida e entrada na inatividade do P. Peter Weigand / Mission EineWelt Neuendettelsau/Alemanha P. Inácio Lemke 26-27/2 Reunião da Diretoria do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich
No primeiro dia do encontro da Presidência com a Pastora e os Pastores Sinodais, em que participa a Secretaria Geral da IECLB, realizado de 9 a 13 de setembro de 2014, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (Cecrei), em São Leopoldo/RS, os diálogos foram restritos entre a Presidência, a Pastora e os Pastores Sinodais. Do segundo dia, também fizeram parte a Secretaria Geral, além da Assessoria da Presidência. Na sexta-feira, 12 de setembro, Presidentes e Tesoureiros Sinodais se integraram ao grupo. À noite, o Contador Roberto Medeiros, Conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), ministrou uma palestra sobre Entidades do Terceiro Setor x Exigências Contábeis e Fiscais. No sábado, o grupo do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje) participou do culto com o grupo. Na pauta, junto a outros assuntos, estiveram: Acompanhamento a Ministros e Ministras, Política de Subsistência, Ecumene, relato sobre o XXI Congrenaje, as datas das Investiduras dos novos Pastores Sinodais, Seguridade Ministerial, 2º Encontro de Ministras Ordenadas da IECLB, que ocorrerá em Florianópolis/SC, de 17 a 19 de novembro de 2015, Orçamento 2015, Educação Cristã Comunitária, Concílio 2014, Tema do Ano 2015, Vai e Vem 2014 e 2015 e Projetos Missionários.
Seminário Nacional do PPHM Desafio, comunhão, troca de experiências, aproximação, orientação e aprendizado! Essas eram algumas das expectativas entre os Ministros candidatos em relação ao Seminário Nacional do Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM), que ocorreu de 6 a 12 de outubro de 2014, na Pousada Betânia, em Curitiba/PR. O Seminário iniciou com a meditação conduzida pelo então Pastor Sinodal do Sínodo Paranapanema, P. Jorge Schieferdecker, sobre a esperança e o consolo que encontramos em Cristo. À tarde, o grupo foi desafiado pelo Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, a pensar sobre a Igreja enquanto corpo de Cristo no Brasil e como podemos melhor servir na sua missão. O encerramento se deu com a leitura da Palavra de Deus, seguida de oração.
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Sustentabilidade
Comunidades cristãs firmadas em Cristo e flexíveis em relação à diversidade
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Os aproximadamente 200 membros da Comunidade em Boa Vista estão divididos entre a Sede e três Pontos de Pregação, que alcançam, além da capital, os municípios de Alto Alegre e Cantá
m tudo que fazemos, o planejamento é essencial, como explica Jesus quando estabelece as condições para quem deseja ser seu seguidor. É necessário planejar! Deus foi e é um exímio planejador. Deus tem o grande projeto de salvar o mundo – Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele (João 3.17), e a Igreja tem a grande incumbência de anunciar a salvação de Deus por meio de Cristo, sendo essa mensagem o principal objetivo do cumprimento da missão da Igreja. Nessa incumbência e na certeza de que é necessário planejar, a IECLB criou o Plano de Ação Missionária (IECLB), que estabeleceu que a vivência missionária da Igreja tem quatro dimensões principais: Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia – articuladas entre si por três eixos distintos: Formação, Sustentabi-
lidade e Comunicação. As dimensões e os seus eixos são vivenviados e praticados pelas Comunidades, que visam a criar e recriar Comunidades cristãs firmadas em Cristo e, ao mesmo tempo, flexíveis em relação à diversidade de costumes e culturas à sua volta. A tarefa de planejamento missionário, portanto, é, primeiramente, das Comunidades, porque a missão acontece efetivamente a partir e por meio das Comunidades. Todas as demais instâncias da IECLB são chamadas a planejar as suas ações missionárias em função da missão que acontece na base comunitária. Em outras palavras, o PAMI fala nos fundamentos que nos permitem entender a nossa tarefa missionária nesse país, tendo como ponto de partida da ação a nossa Comunidade e planejar a nossa ação como Igreja que se sente incumbida de anunciar o Evangelho em cada lugar, no cam-
Luterprev Responde
ajudando a planejar o seu futuro Você sabia que... ...em 2014, as despesas administrativas da Luterprev foram as mais baixas dos últimos anos? Em 2013, as despesas administrativas somaram R$ 3.273.622,18 e, em 2014, caíram drasticamente para R$ 1.961.575,34. “O resultado que obtivemos não causou prejuízo à qualidade dos nossos serviços. Uma readequação de custos, cuidadosamente posta em prática com a otimização do uso dos recursos disponíveis, possibilitou essa redução”, explicou o Diretor Geral da entidade de previdência privada, Evandro Augusto Raber. ...em 2014, a Luterprev agregou mais de mil novos clientes? Em toda a sua existência, até 2013, a entidade mantinha 5.032 CPFs ativos e, agora, só em 2014, somou outros 1.076,
um considerável aumento de 21,38%. ...a Lutertprev emprestou mais de R$ 1,5 milhão aos seus clientes em 2014? Com as condições e as facilidades oferecidas para os seus clientes de planos de aposentadoria, a Luterprev mudou o conceito de empréstimo. A concessão de recursos via assistência financeira subiu de pouco mais de R$ 270 mil em 2012 para R$ 1.510.574,47 em 2014. ...a diferença entre o montante arrecadado pela Luterprev e o resgatado pelos clientes foi de mais de três milhões? Chegou a R$ 3.032.590,53! Isso quer dizer que a Luterprev pode transmitir a todos os seus clientes a tranquilidade de saber que serão sempre efetivamente
po, na vila, no bairro, na cidade, em todos os Estados brasileiros. Ele representa um esforço de organizar a reflexão sobre a missão na IECLB com o objetivo de ajudar os membros a assumirem a paixão pela missão e planejarem a sua ação missionária a partir de alguns princípios gerais. Desde o ano 2000, as Comunidades são convocadas a estudar e criar o seu planejamento a partir do PAMI. Um exemplo: a Comunidade em Boa Vista/RR, única Comunidade da IECLB no Estado e a mais ao Norte do Brasil de toda a IECLB, iniciou o seu planejamento missionário em dezembro de 2012. Os aproximadamente 200 membros estão divididos entre a Sede e três Pontos de Pregação, que alcançam, além da capital, os municípios de Alto Alegre e Cantá. No planejamento, foram identificadas as nossas potencialidades, as nossas fraquezas e as nossas oportunidades. Depois, estabelecemos os objetivos específicos firmados nos fundamentos do PAMI e ancorados na avaliação das nossas potencialidades e fraquezas. Em dezembro de 2013, fizemos a nossa primeira avaliação, o que aconteceu também em novembro de 2014. As avaliações foram bem positivas e permitiram avaliar e alterar algumas ações. Ainda há ações a trabalhar, como a Sustentabilidade e a clareza dos objetivos do PAMI em todos os corações dos membros da Comunidade, mas o PAMI foi essencial para dar rumo ao planejamento e à missão da Comunidade.
assistidos quando necessitarem. “Não depender unicamente dos bons resultados do mercado financeiro para garantir resultados positivos é o ideal e nós conseguimos atingir esse estágio”, afirmou Evandro Raber. ...a venda de seguros está crescendo? A estimativa da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) é que o mercado de seguros cresça em torno de 12% em 2015, contra 11% de 2014. A explicação é haver muitas pessoas e empresas pequenas e médias que ainda não tinham conseguido ingressar nesse mercado e agora estão tendo a oportunidade. Nos últimos 15 anos, o fatura-
“A Igreja tem a incumbência de anunciar a salvação de Deus por meio de Cristo”, destacou o Missionário Dione Schlemper, Ministro na Comunidade em Boa Vista/RR, no Sínodo da Amazônia
mento do setor passou de 1% do PIB brasileiro para cerca de 6% hoje. ...o aumento da expectativa de vida dos brasileiros em 12,4 anos, verificada em pouco mais de três décadas, se reflete diretamente na previdência? Isso se dá porque o cálculo do tempo de contribuição necessária para usufruir determinado valor na aposentadoria depende diretamente da expectativa de vida. Agora, um segurado com 55 anos e 35 de contribuição para o INSS terá que contribuir por mais 79 dias para ter o mesmo benefício.
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Jorev Luterano - Janeiro/Fevereiro - 2015
Comunicação
“O Departamento de Comunicação do Sínodo da Amazônia busca aproveitar as oportunidades para chamar as pessoas à comunhão e ao testemunho”, compartilharam o P. Marcelo Peter da Silva e o Diác. Dério Milke, em nome do Departamento
Comunicar o Evangelho tendo como base a fé genuína e comunitária
O
século XXI está totalmente envolto na realidade da globalização e da informatização. É um momento único na história da humanidade, devido ao fato de tantas pessoas estarem conectadas ao mundo virtual. As informações, as notícias e os assuntos atravessam o mundo inteiro em um ‘clicar’ do mouse ou no toque da tela do celular. A realidade deste mundo totalmente ‘conectado’ deveria ser motivo de agregação e aproximação, também para nós do Sínodo da Amazônia, que vivemos em uma grande diáspora. No entanto, paradoxalmente, essas forças tão importantes para a comunicação (globalização e informatização) parecem que estão levando as pessoas a se isolar, marginalizar e excluir do convívio e da comunhão. Basta conversar com algumas pessoas para perceber que o smartphone, o tablet e o Ipod falam mais alto que o olhar, a voz e o tato. Infelizmente, estamos perdendo o contato real com as pessoas e nos ‘virtualizando’ ou seria melhor dizer ‘des-virtuando’? Diante desta realidade crítica, a Igreja precisa continuar se comunicando entre si (Evangelização) e comunicando para além de si (Missão). Temos que continuar nos inspirando no testemunho dos apóstolos e afirmar que nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4.10). É imprescindível que a Igreja promova a pregação do Evangelho. A Igreja tem que comunicar! Foi isto
O 22º Congrenaje foi uma rica oportunidade de comunicar o Evangelho aos jovens – antes, durante e depois deste importante e valioso encontro de fé e esperança que as primeiras Comunidades entenderam e cumpriram. Assim nos testemunha a primeira epístola de João quando o autor diz:
Contamos a vocês o que vimos e ouvimos para que vocês estejam unidos conosco, assim como nós estamos unidos com o Pai e com Jesus Cristo, o seu Filho (1Jo 1.3). O Sínodo da Amazônia encontra grandes desafios para o trabalho na área da Comunicação. No entanto, apesar das dificuldades, procuramos promover o que acontece pelas Comunidades e Paróquias do Sínodo, tendo como base e critérios a fé genuína e comunitária, alicerces que podem ser considerados bases do jeito luterano de ser Igreja. No Sínodo da Amazônia, o Departamento de Comunicação busca aproveitar as oportunidades que surgem para promover o trabalho da IECLB. Por meio do Portal Luteranos
(www.luteranos.com.br), das Redes Sociais, da Rádio e do Jornal Sinodal Luz da Amazônia, procuramos chamar todas as pessoas à comunhão e ao testemunho. Uma ação concreta na área da Comunicação e que nos motivou muito no Sínodo da Amazônia foram as várias iniciativas que empreendemos para divulgar o 22º Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), realizado entre 20 e 25 de julho de 2014, em Espigão do Oeste/RO, na Comunidade da Paz, reunindo 900 jovens de todos os cantos do Brasil, sob o tema GerAção JE no mundo, acompanhado pelo lema bíblico Pois Nele vivemos, nos movemos e existimos, porque Dele também somos geração (Atos 17.28). Foi uma rica oportunidade de comunicar o Evangelho aos jovens – antes, durante e depois deste importante e valioso encontro de fé e esperança.
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Jorev Luterano - Jan/Fev- 2015
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Lutero - Reforma: 500 anos Cruz e ressurreição - a Palavra de Deus A Igreja cristã se baseia em relatos, em palavras que contam acontecimentos objetivos, bem como experiências pessoais com Deus. A Bíblia é a fantástica coleção desses textos. A sua riqueza é inestimável, mas não deixa de ser palavra, com toda a sua fragilidade. Hoje, mais do que em qualquer tempo, vivemos uma inflação de palavras que vão perdendo o seu valor e a sua credibilidade. Com que facilidade se afirma uma coisa hoje e o contrário amanhã, sem, ao menos, enrubescer! A Igreja, no entanto, tem apenas a Palavra e o desafio é dizê-la de forma tão convincente, autêntica e comprometedora a ponto de ela não ser simplesmente atropelada pela enxurrada de palavras ocas e sem compromisso que se fazem ouvir por aí. Embora a Palavra bíblica tenha um poder inerente dado pelo próprio Deus, ela continua em sua fragilidade, em sua roupagem humana. Entretanto, nunca é tarde para lembrar que muitos dos artifícios que imaginamos e aplicamos para reforçar a Palavra e para impressionar pessoas podem levar a sérios descaminhos do espírito bíblico. Para falar a Palavra de Deus, é preciso ouvi-la assim como ela nos é testemunhada na Sagrada Escritura. Ocorre que tantas vezes pensamos que já sabemos de antemão o que está escrito ou o que deveria estar escrito. Boa parte das nossas divisões tem aí a sua origem!
Por que insistimos tanto na palavra, na mensagem? Não teríamos instrumentos mais eficazes? Aliás, a Igreja cristã, em sua história, muitas vezes se deixou fascinar pela força, quer em cruzadas, quer em alianças com os poderosos ou em guerras religiosas! Boa parte de uma herança maldita nos persegue até hoje. Por que palavra? Uma resposta está na menor história de Natal que conheço: O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (João 1.14). A Palavra assumiu forma de gente, encarnou e foi reconhecida, identificada como glória [...] do unigênito do Pai. Dito de outra forma: a Palavra é concreta, palpável, eficaz. A resposta à nossa pergunta, na verdade, já é dada bem antes na Bíblia. Na primeira página, lemos que a Criação acontece por meio do falar de Deus: Deus fala e acontece! Os profetas nada mais têm do que palavras. Jeremias, por exemplo, acha que nem sabe falar e Deus lhe coloca as palavras na boca; Ezequiel recebe o encargo: Tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir. Em seguida ele vê um texto e recebe a ordem: Come este rolo, vai e fala à casa de Israel. Palavras contra uma casa rebelde que não costumava aceitar certas palavras pacificamente. João Batista usa palavras, Jesus usa palavras, os apóstolos usam palavras... As nossas palavras, na verdade, nem nossas são. A mensagem que temos a divulgar é qualificada, determinada e avalizada pelo próprio Deus em Cristo. Mais precisamente, na morte e ressurreição de Cristo. O apóstolo Paulo o diz assim: ...nós pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios (1Coríntios 1.23). A cruz era e é escândalo. Antes de tudo, como instrumento de execução de criminosos e inimigos do regime. Ela era tão escandalosa e degradante que um criminoso romano – a cruz era dos romanos! – não devia ser crucificado. A Igreja é desafiada a pregar, divulgar e viver a partir da cruz! Não esqueçamos que também os discípulos se sentiram derrotados e desarrumados diante disso. A caminho de Emaús, eles tentaram voltar aos seus afazeres (Lucas 24.13s). Eles até tinham ouvido algumas mulheres do grupo relatarem fenômenos inusitados quando foram ao túmulo (o corpo não estava lá, havia anjos ‘os quais afirmam que ele vive’), mas havia um ponto fraco em tudo isso: o testemunho era de mulheres, que, na época, nem ao menos podiam depor em juízo. Nos demais relatos nos Evangelhos, em descrições diferentes, são as mulheres que – em primeira mão – anunciam a ressurreição. Os homens, até os mais chegados a Jesus, ficam céticos e desconfiados, sendo Tomé o exemplo mais bem acabado (João 20. 24s). Uma reviravolta vai acontecendo e modifica até o sentido da cruz. Uma frase lapidar em Atos dos Apóstolos o diz assim: Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo (2.36). Em uma linguagem muito simples: Deus inverteu o jogo. É o próprio
Deus, por meio do seu Espírito Santo, que abre olhos e corações para aquilo que realmente tinha acontecido: o crucificado, desprezado, banido, estava vivo. A ressurreição não anulou a cruz nem a tornou menos escandalosa, como, por vezes, se ouve por aí. Ela continua escândalo e a sua mensagem é e será escandalosa. No entanto, ela ganha uma interpretação contrária a que tinham Pilatos e o povo que aplaudiu a execução. Entre outros, se encontra no profeta Isaías a prefiguração do sofrimento assumido em favor dos outros no sofrimento e na morte: Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (53.4-6). Na cruz, o Filho de Deus é humilhado e aceita identificarse com as dores e os sofrimentos dos seres humanos. Não só isso: neste gesto, ele assume também toda a culpa que repousa sobre a humanidade que teima em se desencaminhar, para o seu próprio mal, o mal da humanidade, o mal de toda a Criação. Tamanha culpa é simplesmente impagável. O ser humano, ainda que criatura de Deus, não tem saldo a seu favor para quitar esta dívida. Na cruz, ela nos é tomada gratuitamente e depositada aos pés de Deus para que ele a desfaça. Desfazendo-a, Deus nos perdoa por graça, dando-nos nova chance para a vida, uma vida agora à luz da ressurreição que aponta para o Reino definitivo de Deus. Esta novidade de vida, este novo jeito de moldar e estruturar a vida no horizonte colocado por Deus no Cristo, é uma espécie de loucura, pois é viver contra a correnteza do mundo. Anunciar paz em um mundo sempre pronto para novas guerras é loucura. Falar em justiça em um mundo com tanta injustiça parece insensatez. Falar em honestidade e respeito de uns pelos
outros em meio a tanta mentira e corrupção em todo lugar nos enche de revolta e, pior, de desânimo. Falar em comunhão e solidariedade interpessoal quando há tanto ódio e tanta destruição do tecido de relacionamento parece estupidez... O que fazer com a cruz e a ressurreição, que modificaram tanto a vida dos primeiros cristãos? Sem querer dar espaço a qualquer ufanismo ou mérito por obras, é preciso lembrar que, no correr da história, milhares e milhares de pessoas foram alcançadas pela mensagem da cruz e ressurreição e se puseram a caminho em novidade de vida, se necessário contra a maré e pondo em risco a sua própria vida. Como afirma a carta aos Hebreus, temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas... (12.1). De todas elas, apenas como ilustração, destaco: Martim Lutero, que teve que nadar contra muitas correntezas, Friedrich von Bodelschwingh com seu empenho por pessoas com deficiência na Alemanha, exemplo que se multiplicou pelo mundo, Martin Luther King nos Estados Unidos, Desmond Tutu na África do Sul, Dietrich Bonhoeffer, e com ele tantos outros, que enfrentaram o regime nazista. Qual a arma que tinham? A Palavra – a mensagem da cruz e ressurreição testemunhada na Bíblia e colocada em prática em momentos e formas diferentes. Ainda que a Palavra seja de Deus e ainda que não esteja em nossas mãos transformar a sua fragilidade em poder, é imperativo que cristãos, Igrejas e as suas instituições sejam bons despenseiros da multiforme graça de Deus (1Pedro 4.10), não apenas no cuidado do ‘sagrado’, mas no cuidado com a vida e o mundo. Tomo emprestadas palavras da Escritora e Filósofa francesa Simone Weil (1909-1943) para resumi-lo: ‘Eu não reconheço se uma alma passou pelo fogo do amor de Deus por sua maneira de falar de Deus, mas por sua maneira de falar das coisas do mundo’. Somos Embaixadores de Deus no mundo e para o mundo. A nossa ferramenta, por excelência, é a Palavra da cruz e ressurreição.
O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (João 1.14). A Palavra assumiu forma de gente, encarnou e foi reconhecida, identificada como glória [...] do unigênito do Pai. Dito de outra forma: a Palavra é concreta, palpável, eficaz. P. em. Harald Malschitzky, formado pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, foi Pastor em Mercedes/PR e Marechal Cândido Rondon/PR, Pastor Regional da 5a. Região Eclesiástica e Pastor na Paróquia Matriz, em Porto Alegre/RS, Professor na EST, Professor e Pastor em Cuba, Secretário de Formação da IECLB, Assistente da Presidência da IECLB e Coordenador do Proeduc, na área de apoio à formação e pós-graduação
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Formação
Capacitar membros e lideranças para colaborar com a missão de Deus no mundo
“Jesus chama os seus, os capacita e os envia com a missão de pregar a respeito do Reino de Deus e anunciar o Evangelho”, lembrou a Pa. Vera Lucia Engelhardt Prediger, então Pastora Sinodal do Sínodo da Amazônia
A
primeira carta de Pedro recomenda pastorear o rebanho de Deus espontaneamente, como Deus quer e que isto seja feito de boa vontade. Para que consigamos exercer bem a tarefa para a qual fomos incumbidos pela Comunidade, são imprescindíveis Formação e qualificação, que precisam ser contínuas, de modo que possamos contribuir na missão de Deus e para que exerçamos o sacerdócio geral com paixão! Jesus nos dá a tarefa de ensinar o que ele havia ensinado aos seus discípulos. Compartilhar saberes e vivências de fé é ação imprescindível para que a missão de Deus possa ser realizada. A IECLB se propõe a propagar o Evangelho com todas as consequências decorrentes deste mandamento do Senhor. Em 2013, o Conselho Sinodal do Sínodo da Amazônia aprovou que as Conferências Ministeriais tenham um dia a mais de duração para que se possa realizar também a atualização teológica. Devido às grandes distâncias geográficas, são realizadas duas Conferências Ministeriais anuais: uma no mês de maio e outra em novembro.
Além das ações para o bom andamento das atividades planejadas e agendadas pelos diversos setores de trabalho, agora há espaços de diálogo, além de tempo para abordar temas teológicos e oportunizar a convivência entre Ministros e Ministras. As lideranças leigas, especialmente os Presbíteros, têm formação regionalizada. As Paróquias se agruparam em três regiões e realizaram o Seminário de Presbíteros, usando como base de formação o livro Guia para o Presbitério. As áreas de Formação e capacitação para Orientadores e Orientadoras de Culto Infantil e Ensino Confirmatório receberam atenção nas Paróquias e a Formação é orientada por Ministros e Ministras. As lideranças que celebram cultos nas Comunidades são orientadas pelo Departamento de Liturgia e Música e também pelos Ministros e Ministras locais. É realizado um mutirão entre os Ministros para escreverem cultos mensais, que são repassados às lideranças das Comunidades para usar nas celebrações. As celebrações também estão disponíveis no Portal Luteranos. Esta mesma situação acontece com o Departamento de Mulheres, que tem o seu caderno de encontros, e com o Departamento de Assuntos para a Juventude, que tem o seu caderno de roteiros de encontros para os grupos. A Formação de todos os departamentos do Sínodo da Amazônia (Diaconia, Comunicação, Música e Liturgia, Culto Infantil, Mulheres e Assuntos para a Juventude) aconteceu em nível sinodal e preocupou-se em como comunicamos o Evangelho, motivando e esclarecendo dúvidas. Jesus chama os seus, os capacita e os envia com a missão de pregar a respeito do Reino de Deus (Lc 9.2) e anunciar o Evangelho. A resposta a este chamado acontece na vida diária, nos relacionamentos, no exercício do sacerdócio geral de todos os crentes. Continuamente, precisamos capacitar membros das Comunidades e as suas lideranças para colaborar com a missão de Deus no mundo, aprimorando os seus dons e as suas capacidades, animando-as e fortalecendo-as para exercitarem estas habilidades com clareza confessional, alegria e vigor.
Secretaria da Ação Comunitária Este é um novo ano - Muita pessoas fazem resoluções de Ano-Novo. Algumas conseguem mantê-las. Outras desistem. Resoluções são tentativas interessantes. Apontam para um novo começo, demonstram uma tentativa de melhora. Vocês fizeram resoluções de Ano-Novo? Prometeram fazer algo diferente ou mudar alguma coisa no ano que inicia? Já pensaram se resolvêssemos viver cada dia de nossas vidas como se fosse o primeiro e como se fosse o último? Viveríamos como pessoas curiosas, que terminaram de chegar e que querem conhecer e experimentar tudo ao mesmo tempo. Viveríamos como pessoas prestes a partir e que querem fazer tudo aquilo que têm vontade de fazer e ainda não fizeram. Beberíamos cada gole de água como se fosse a mais limpa e fresca, trazida de uma fonte única e exclusiva do alto de uma montanha dis-
tante. Comeríamos cada fatia de pão como se tivesse sido assado com sementes escolhidas, plantadas, colhidas e trituradas especialmente para nós. Esticaríamos os nossos ouvidos para ouvir o canto dos pássaros, em meio ao ronco dos motores e das fábricas... mas também iríamos ouvir os espirros das borboletas. No caminho da escola, do trabalho ou de casa, não deixaríamos passar uma flor sequer sem aproximar o nariz para sentir o seu perfume. Perceberíamos como a brisa e o sol penetram em cada poro e de lá seguem viagem para dentro do nosso corpo e alma, unidade indissolúvel. Se houvesse pedras pelo caminho, tropeçaríamos talvez, mas, depois, olharíamos embaixo delas para encontrar verdadeiras galáxias vivas,
interagindo e se comunicando. Mais para perto do fim daquele dia, diríamos às pessoas que amamos o quanto as amamos. Pediríamos mil perdões às pessoas que magoamos. Faríamos doações vultosas aos projetos e trabalhos que confiamos e acreditamos. Iríamos ao cinema para rever todos os filmes que gostamos, nem que fossem cinco minutos de cada. Agradeceríamos a Deus pela dádiva da vida e pelo privilégio de andar pelo mundo. Dormiríamos como se tivéssemos descarregado cinco caminhões de tijolos e sonharíamos como sonham bebês depois de amamentados. Esse poderia ser o nosso propósito para 2015: viver cada dia de nossas vidas como se fosse o primeiro e também o último. Que tal?
P. Dr. Mauro de Souza Secretário da Ação Comunitária
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Fé Luterana 11
A cruz de Cristo A cruz no meu cotidiano Em uma Igreja, algumas lideranças implicaram com o crucifixo que ficava na parede atrás da mesa do altar. Com o argumento de que o significado teológico estava na cruz vazia (lembrava do Cristo ressuscitado), a imagem do crucificado foi retirada. O crucifixo apontava para o Cristo morto e não era nada agradável ver aquele semblante de dor e sofrimento a cada culto. Por algum tempo, o crucifixo não fez parte daquela Igreja como símbolo sagrado e litúrgico. Com o passar do tempo, o impasse teológico foi esquecido e o crucifixo foi recolocado no seu lugar de origem, ao lado da cruz vazia. De fato, em poucas das nossas Igrejas ainda encontramos o crucifixo. Os argumentos para isto são diversos. É interessante observar a nossa dificuldade com o Cristo crucificado. Rapidamente apontamos para o Cristo ressuscitado, fundamento da nossa fé, e temos razão em fazer isto! No entanto, o Cristo vivo não quer que nos esqueçamos do crucificado de forma tão automática. Tanto é verdade que, após a ressurreição, ele continua mostrando as marcas dos cravos nas mãos. Não existe ressurreição sem morte. Não existe Páscoa sem a passagem pela sexta-feira da Paixão, sem a crucificação. Cruz vazia qualquer pessoa carrega, alguns como amuleto, já o crucifixo... Paulo disse que a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura... é o poder de Deus (1Co 1.18). Em Fp 3.18, Paulo alerta para o perigo de se tornar inimigo da morte de Cristo na cruz, ou seja, não compreendê-la em toda a sua dimensão. Cada pessoa tem a sua cruz! Quantas vezes já
ouvimos esta frase ou talvez já a utilizamos? Em Lc 9.23, Jesus dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Falamos na nossa cruz e não da cruz de Cristo. Esta frase de Jesus muitas vezes tem sido interpretada no sentido de que ‘o meu sofrimento, a minha carga é a minha cruz e já é demais!’. No entanto, a cruz de Cristo aponta não apenas para o meu sofrimento, mas para o sofrimento de toda a humanidade, para o sofrimento de toda a Criação. O Crucificado continua mostrando o seu rosto no dia a dia em milhões de pessoas que sofrem as mazelas da nossa sociedade (Mt 25.42-43). A expressão de dor, de sofrimento do crucificado (Cristo fixo) é a expressão do pecado humano, que faz toda a Criação gemer. É ali que a cruz de Cristo se manifesta, mostrando toda a sua crueldade. Neste sentido, falar na ressurreição sem apontar para o Crucificado ameaça diminuir a obra de Cristo, dá margem para uma Teologia da glória que foge da cruz. É celebrar festivamente em plena Sexta-feira da Paixão. Só experimenta e compreende a ressurreição aquela pessoa que não foge da cruz, não da sua, mas da cruz de Jesus Cristo. Enquanto aguardamos a plenitude do Reino, o crucifixo e a cruz vazia estarão lado a lado. Que o Espírito Santo de Deus nos ajude a perceber as cruzes no cotidiano e, a partir da cruz de Cristo, proclamar a vitória da vida. Para refletir, leia Mateus 25.42-43
P. Alfredo Jorge Hagsma, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral na Paróquia em Estância Velha/RS e é co-autor de ‘Celebrar Natal em Família e Comunidade’, ‘Celebrar Páscoa em Família e Comunidade’, ‘Pequenas Histórias: sábias lições’. Atua na Paróquia Cristo Salvador, em Curitiba/PR
A ressurreição no meu cotidiano
P. Yedo Brandenburg, graduado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, com pós-graduação (Lato Sensu) em Aconselhamento e Psicologia, exerceu o Ministério Pastoral em Tenente Portela/RS, Campo Bom/RS, Teutônia/RS e Novo Hamburgo/RS. Atualmente, é Editor da Comissão Interluterana de Literatura (CIL), em São Leopoldo
Quem ri por último, ri melhor! Esse provérbio caracteriza a ressurreição de Cristo. Na Sexta-feira da Paixão, pessoas riram de Jesus. Com a sua morte na cruz, pensavam: ‘É o fim!’. A morte parecia rir por último, mas, com a ressurreição de Cristo, tudo mudou. Deus ri por último e não a morte. A ressurreição é a mensagem central da fé cristã. É notícia fantástica: traz esperança e anima a colocar sinais de vida neste mundo, em que a morte está tão presente. Quando jovem Pastor, fui confrontado com a morte repentina do meu pai, aos 54 anos de idade. Foi um choque! Quantas vezes eu levara o consolo da Palavra de Deus em situações de perda de pessoas significativas! Naquele momento, porém, eu estava fragilizado e necessitando de apoio. Foi marcante a presença de familiares, de pessoas amigas e da Comunidade no ofício litúrgico da despedida e do sepultamento do meu pai. Ser carregado por pessoas, pela Comunidade de fé e pela Palavra de Deus foi um sinal da ressurreição já aqui e agora e trouxe luz para dentro da fase de luto. A última palavra sobre nós pertence a Deus. O Reformador Martim Lutero disse: ‘Cristo Jesus, Filho de Deus, do céu foi enviado; venceu a morte e os males seus, venceu todo o pecado. Perdeu a morte o seu poder, Jesus a conseguiu vencer; seu aguilhão tirou-lhe. Aleluia’ (Hinos do Povo de Deus 57.3). A morte, contudo, é como um polvo que lança os seus tentáculos para dentro da própria vida. A morte marca presença quando nos afastamos de Deus, somos egoístas e nos assemelhamos a um lobo voraz. Então, esfriam o amor e a solidariedade.
Lutero afirmou, a partir do Batismo, que toda a nossa vida é um processo constante de morte e ressurreição. A ‘velha pessoa’ em nós deve morrer diariamente para ressurgir, em Cristo, a ‘nova pessoa’, que ama a Deus e ao próximo, zela pela integridade da Criação e alegra-se com o milagre da vida. Por um lado, a ressurreição de Cristo revela a paixão de Deus pela vida e é o seu protesto contra os sinais de morte que invadem o nosso cotidiano, prejudicando a nossa boa convivência. Então, caminhemos unidos visando à integridade de toda a Criação. Amemos pessoas e nos utilizemos de coisas. Respondamos ao mal com o bem. Deixemos de lado o amor ao poder e mostremos o poder do amor que emana da fé em Cristo. Por outro lado, a ressurreição de Cristo nos fortalece para entregar a Deus o que não nos pertence: a vida dos nossos familiares e a própria vida. Quando chegar a hora, entreguemo-la em confiança ao Deus que ri por último. As frágeis experiências de ressurreição aqui e agora são um aperitivo do que Deus tem reservado para nós no final dos tempos por meio do presente da fé naquele que disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá (João 11.25-26). Para refletir, leia Romanos 6.1-11
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Geral
Educação cristã
Cat. Maria Dirlane Witt, Coordenação de Educação Cristã, em Porto Alegre/RS
vivendo, aprendendo e ensinando
Temos um esplêndido passado pela frente – O Escritor e Jornalista uruguaio Eduardo Galeano escreveu no seu livro Palavras Andantes um sensível poema intitulado Janela sobre a memória (II), que diz: Um refúgio? Uma barriga? Um abrigo onde se esconder quando estiver se afogando na chuva ou sendo quebrado pelo frio, ou sendo revirado pelo vento? Temos um esplêndido passado pela frente? Para os navegantes com desejo de vento, a memória é um porto de partida. É interessante observar que Galeano recorre à memória para conectar o passado, o presente e o futuro. A memória, segundo o autor, é um porto de partida, uma referência. Ela valoriza a história, a trajetória, sem perder a perspectiva do futuro. Na IECLB, no campo da Educação Cristã, temos um esplêndido passado. Aqui, refirome mais aos últimos 40 anos de caminhada e reflexão que nasceram com o Catecumenato Permanente, nos anos 1970. Naquele contexto, em pleno tempo de Ditadura Militar, a Igreja fez a sua ousada opção por uma educação cristã libertadora e participativa, tendo como pano de fundo a pedagogia de Jesus.
Essa marca ficou fortemente evidenciada na formação de lideranças e na elaboração de material, que nos alcança até hoje. Um belo retrato desta trajetória é o Plano de Educação Cristã Contínua (PECC), que sistematizou em um documento esta rica caminhada, agregando a ela novos olhares. O PECC não é porto de chegada, mas porto de partida. Ele é um instrumento que orienta o planejamento e a execução das ações de educação cristã, tanto as que já existem, quanto as que serão implementadas na perspectiva de um processo contínuo e permanente de educação cristã. Sobre ele esta coluna se ocupou nos últimos anos. Agora, para 2015, este espaço quer
registrar como as suas orientações estão presentes nos materiais de educação cristã publicados e utilizados na IECLB. Explico melhor: diversos materiais são elaborados para fomentar a educação cristã junto aos diferentes públicos
Igreja da Palavra? Sabrina Alves de Jesus da Silva,
representante do Sínodo Centro-Sul Catarinense no Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje)
(crianças, adolescentes, jovens e pessoas adultas) e gostaríamos de saber como estes materiais são utilizados, como transcendem o papel e alcançam os espaços comunitários. Dessa forma, vamos ouvir pessoas que estão trabalhando com os diversos materiais elaborados pela Igreja com a finalidade de preparar pessoas para a bela missão de Deus no mundo. Temos um esplêndido passado pela frente. Somos navegantes com desejo de vento. A nossa memória, a nossa história, guiada pelas amorosas mãos de Deus, é o nosso porto de partida. Na esperança de nos reencontrarmos em 2015, despeçome desejando um alegre e abençoado ano.
Campanha Vai e Vem 2015 Na edição do Jorev de dezembro/2014, informamos sobre os valores arrecadados pela sétima edição da Vai e Vem. Agora, vamos listar os 15 Projetos Missionários que receberão apoio nacional em 2015. Além do valor destinado aos Projetos, uma parcela de recursos foi canalizada para o Fundo Solidário da Vai e Vem. Em 2015, o Tema do Ano da IECLB lembra que somos Igreja da Palavra e cada um e cada uma de nós é chamad@ a comunicar. Que a Palavra nos acompanhe e que possamos falar e agir em favor da Campanha pelo caminho. Que a nossa ação seja instrumento para a comunicação do amor de Deus em palavra e ação! Informações sobre os projetos podem ser encontradas no Portal Luteranos, na Vai e Vem.
Sínodo
Valor para 2015
Araucária
Projetos
Paranapanema
23.020,00
Biguaçu
Centro-Sul Catarinense
27.047,33
Boa Nova
Planalto Rio-grandense
5.873,06
Ceilândia
Brasil Central
50.266,66
Chapada
Planalto Rio-grandense
15.665,76
Matupá
Mato Grosso
10.500,00
Norte Fluminense Sudeste
73.950,00
Nova Vida
Rio dos Sinos
27.656,04
Paranaguá
Paranapanema
20.880,00
Paz
Sul-Rio-Grandense
6.128,28
Pedro Osório
Sul-Rio-Grandense
9.720,00
Petrolina
Brasil Central
19.941,00
Rurópolis
Mato Grosso
40.368,00
Sul do Pará
Mato Grosso
30.000,00
Vila Rica
Mato Grosso
10.000,00
Fundo Solidário
P. Mauro Schwalm Total Secretário de Missão
37.646,37 R$ 408.662,50
Igreja da Palavra? Que Palavra seria essa? Eu, como jovem, me pergunto: qual a Palavra que devo comunicar? Hoje, como pessoa cristã, a maior dificuldade encontrada é a proclamação! Porém não qualquer proclamação, mas o proclamar o Evangelho de Cristo Jesus. Certamente, comunicar qualquer palavra não será uma dificuldade no mundo em que vivemos, mas quando se trata de comunicar a Palavra de Cristo, as dificuldades aparecem, pois vivemos em um mundo onde a Palavra não tem mais crédito nem faz diferença estudá-la. Afinal, muita gente pensa, hoje ela nem é válida. O mundo em que vivemos é o mundo do relativo, em que o absoluto parece não ter mais lugar. Assim, não tendo o absoluto, não temos mais Deus. Não tendo mais Deus, não temos mais Palavra e, dessa forma, tudo é generalizado. Diante disso, a pergunta que não quer calar é: como ser Igreja da Palavra neste contexto, ainda mais sendo jovem, Palavra essa que fala no Cristo que é A verdade? Só conseguiremos comunicar a Palavra falando e vivendo esta mesma Palavra. Afinal, em Lucas 24, Jesus comunica a Palavra, fala a respeito do Antigo Testamento para os discípulos e concretiza a sua fala realizando a Ceia do Senhor. Mais uma vez, Jesus realiza a Ceia com pecadores – isso é graça! Isso é amor! Jesus Cristo os ama, mesmo quando estavam desacreditados da sua Palavra, da sua ressurreição. Este é o meio de sermos Igreja da Palavra: buscarmos ser como Jesus! O próprio Cristo agiu conforme a Palavra. Então, sigamos a Palavra, conforme Marcos 16.15 Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Criaturas essas que se encontram em um mundo desacreditado, sem amor e sem esperança. Que possamos comunicar a verdade contida nas Escrituras, assim como Cristo o fez. Comunicar essa Palavra que faz arder os corações, como aconteceu com os discípulos quando Cristo lhes falava nas Escrituras. Por fim, que nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, possamos refletir mais sobre esse Cristo que nos pergunta: sobre o que vocês estão conversando pelo caminho? Que, a partir disso, possamos fazer a diferença!
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Comportamento 13
Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia - I
Ema Marta Dunck Cintra, graduada em Letras pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Como Professora efetiva na Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso, tem experiência na área de Educação, com ênfase em temas como: gestão da educação, políticas públicas educacionais, Língua Indígena, Linguística e Literatura Infantojuvenil. No momento, está em licença para realização do Doutorado em Letras/ Linguística na UFG. Atualmente, representa o Sínodo Mato Grosso no Conselho da Igreja (CI) e é Vice-Presidente da Diretoria do CI
Avaliação está na todos cheguemos à uninossa memória coletiva dade da fé e do pleno como algo punitivo, que conhecimento do Filho ocorre ao final de uma de Deus, à perfeita vaetapa, que é excludente ronilidade, à medida da e tem a clara intenção de estatura da plenitude de mensurar e classificar. Cristo’ (Efésios 4.11-1), Por que trazer esta temáticabe à IECLB possibilica quando se trata de acomtar que esses dons sejam panhamento a estudantes potencializados em cada de Teologia? Ora, como estudante que ingressa em em qualquer outra sium dos três Centros de tuação, avaliação assim Formação. entendida aponta para Nesse sentido de quem pode seguir ou mediação e cuidado, o não em frente. Depois Programa traz uma mude acompanhamento do estudante da IECLB é de uma pedagogia construtiva, atenta de tanto tempo e esforço A proposta dança estruturante no ao ser humano, percebendo-o como um ser em movimento, em construção permanente envidados, o que resta acolhimento e acompaao estudante que ‘descobriu’ que não Pedro Demo, PhD em Sociologia e nhamento dos cursistas da IECLB. A tem vocação ou que deveria ter focado Pós-Doutor em Educação, afirma que partir do ingresso em um dos Centros em alguma temática é a sensação de o termo ‘cuidar’ é amplo, complexo e de Formação há Mentoria espiritual, não ter sido cuidado pelos que seriam traz a perspectiva humana da atenção que objetiva potencializar a espirituaresponsáveis pela qualificação da sua emancipatória. A avaliação é, portan- lidade dos estudantes, realizada por vocação e formação teológica. to, um processo pertencente à ação Ministros e Ministras da IECLB. Há, É por isso que precisamos com- pedagógica e, no contexto da IECLB, é também, Retiros entre estudantes e enpreender o real sentido de avaliação. importante que caminhe em direção a tre estudantes dos três Centros de ForPara o Educador brasileiro Paulo Frei- uma reflexão a respeito da sua nature- mação, com temáticas estruturantes re (1921-1997), a avaliação deve ser za acolhedora, interativa, diagnóstica para a formação dos futuros Ministros um ato amoroso. É essa a perspectiva e inclusiva. Desse modo, a avaliação da IECLB. Outra ação é proporcionar do Programa de Acompanhamento a Es- se apresenta como um ato amoroso de espaços de orientação para o desenvolvitudantes de Teologia: ser uma expressão mediação no processo ensino-apren- mento pessoal, em que o estudante rede cuidado com a formação teológica dizagem. Mediação traz no seu sen- flete sobre a sua trajetória. Além disna IECLB, cujo objetivo é acompanhar tido primeiro a noção de intervenção, so, se estabelecem momentos de diálogos cada estudante de Teologia durante o intercessão, intermediação. ‘Mediação com os três Centros de Formação, em que período de formação acadêmica, tendo refere-se ao que está ou acontece no demandas e percepções relacionadas em vista a qualificação para o ingresso meio ou entre duas ou mais coisas se- à formação teológica são discutidas. no Ministério com Ordenação. É um paradas no tempo e/ou no espaço. [...] Junto a tudo isso, há investimento fiato de amor e de cuidado que acolhe o movimento se realiza por mediações nanceiro para a formação teológica. a situação na sua plenitude, como ela que fazem a passagem de um nível a Dessa forma, com essa nova rourealmente se apresenta e subsidia a outro, de uma coisa a outra, de uma pagem, a avaliação passa a ter outra tomada de decisão para potencializar parte a outra, dentro daquela realida- imagem: uma dimensão de cuidado, de a qualidade formativa do estudante. É um de’ (Mello, 1985). É isso que o Progra- orientação, de correção da caminhada, de ato democrático e um estado psicológico ma de Acompanhamento se propõe busca pela superação de desafios. Nesse oposto ao estado de exclusão (Luckesi, fazer. contexto, a proposta de acompanha2005). Dessa forma, quem avalia não Então, se Deus ‘mesmo concedeu mento do estudante da IECLB é de teme a realidade, mas a analisa aten- uns para apóstolos, outros para profe- uma pedagogia construtiva, atenta ao tamente; não a julga (aprova/repro- tas, outros para evangelistas e outros ser humano, percebendo-o como um va), mas se abre para acolhê-la e, a para pastores e mestres, com vistas ser em movimento, em construção partir dela, cria possibilidades com ao aperfeiçoamento dos santos para permanente. Isso é um ato amoroso, é vistas a cuidar das aprendizagens do o desempenho do seu serviço, para a cuidado com a formação teológica da estudante. edificação do corpo de Cristo, até que IECLB.
Uma expressão de cuidado com a formação teológica na IECLB Quando buscamos em dicionários o significado para a palavra ‘cuidar’, observamos que todos trazem a dimensão de ‘interessar-se por; ação de tratar de algo ou alguém; zelar ou tomar conta de algo ou alguém; preocupar-se com ou assumir a responsabilidade de; dar atenção a; manifestar interesse por’, entre outras definições. Em Timóteo 5.8, lemos o seguinte: Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente. Assim é que compreendemos a importância de a IECLB preocupar-se com os seus estudantes. Cuidar é zelar, acompanhar, confrontar e encorajar. Deus nos chamou ao cuidado mútuo, em uma perspectiva de Comunidade solidária, que se preocupa com todos os seus membros. Diferentemente da sociedade, em que, muitas vezes, o que se vê é o individualismo, o ‘salve-se quem puder’, o que se observa é que há uma busca pela unidade e, na IECLB, ela ocorre na perspectiva de que todos, em todos
Cuidar é zelar, acompanhar, confrontar e encorajar
os espaços, fazem parte do corpo de Cristo (1Co 12). F a z e r isso é cuidar do corpo vivo de Cristo, é cuidar da saúde da Igreja, é cuidar dos seus membros, é cuidar dos seus futuros Ministros, das suas futuras Ministras, é ter esperança, é ter fé. Isso é ser Igreja, isso é ser IECLB que pratica o maior dos ensinamentos: o amor. Conforme 1Co 13.13: Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.
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Alles anders?! Das neue Jahr 2015 hat gerade begonnen und ist erst einige Tage alt. Ich weiß nicht, wie es Ihnen am Jahreswechsel geht. Ich denke dann immer über das alte Jahr nach, lasse Erlebnisse und Begegnungen, Schönes und Schwieriges noch einmal durch den Kopf gehen. Was hat geklappt im vergangenen Jahr, was möchte ich im kommenden Jahr ändern? Ich fasse voller Freude neue und gute Vorsätze. Und dann beginnt das neue Jahr. Doch schon jetzt nach nur wenigen Tagen im neuen Jahr merke ich: Da hat das neue Jahr doch wieder mit Sorgen gestartet und gerade jetzt zu Beginn stehen die zu bewältigenden Aufgaben wie ein Berg vor mir. Gedanken kreisen mir im Kopf herum: War nicht letztes Jahr alles besser, was wird die Zukunft bringen? Schaffe ich alles, was ich mir vorgenommen habe? Erwartungen und Ziele tauchen vor mir auf. Druck baut sich auf, den eigenen Erwartungen und den Erwartungen anderer zu genügen. Und ehe ich mich versehe, merke ich, wie meine Gedanken immer schneller zu kreisen beginnen. Gerade die ersten Tage eines neuen Jahres sind eine turbulente Zeit. Wir schauen zurück, nach vorne und sind doch gleichzeitig im Hier und Jetzt. Was hält, was trägt mich? Pfarrer Tim Winkel schreibt dazu: „Mir gibt ein Vers aus dem Hebräerbrief Kraft und Ausblick: ‘Jesus Christus, gestern, heute und derselbe auch in Ewigkeit’. Ein kurzer und doch allumfassender Vers. Dieser Vers sagt mir, dass ich bei all meinen Überlegungen eine feste Konstante habe, auf die ich mich verlassen darf. Jesus Christus geht mit durch alle Zeiten. Er geht mit uns auf unseren Wegen. Auf den Wegen, die wir schon gegangen sind und auch auf denen wir gerade gehen. Auf den Wegen mit den Fragen und Sorgen, auf den sonnigen und erfreulichen Wegen aber auch auf den Zielgraden die wir vor Augen haben. Und er wird uns nicht verlassen, er ändert nicht auf einmal seine Meinung, sondern bleibt auch derselbe in Ewigkeit. Das ist weiter als unsere persönlichen Wege uns führen werden. Das reicht bis über den Tod hinaus. Bei allem Trubel am Anfang eines neuen Jahres bekomme ich hier wieder Orientierung. Wenn ich darauf vertraue, dass Christus mich begleitet in meinem Leben, dann geht es sich doch gleich sicherer in die weitere Zukunft. Denn bei
Pfarrer Jaime Jung
Guter Gott: In deinem Namen beginnen wir ein neues Jahr. Von dir kommt unsere Zeit.
allen F r a g e n , Sorgen, Rückblicken und Ausblicken gibt er mir sicheren Halt. Denn bei ihm bin ich geborgen. Und das gilt uns jeden Tag des neuen Jahres: Ich kann immer wieder neu anfangen und Kraft für die anstehenden Aufgaben schöpfen. Wir sind nicht allein. Jesus hat uns versichert: Fürchtet Euch nicht. Ich bin bei Euch alle Zeit bis an das Ende der Welt!“ Ein jegliches hat seine Zeit, und alles Vorhaben unter dem Himmel hat seine Stunde, so steht es auch in der Bibel: geboren werden hat seine Zeit, sterben hat seine Zeit; pflanzen hat seine Zeit, ausreißen, was gepflanzt ist, hat seine Zeit; abbrechen hat seine Zeit, bauen hat seine Zeit; weinen hat seine Zeit, lachen hat seine Zeit; klagen hat seine Zeit, tanzen hat seine Zeit; Steine wegwerfen hat seine Zeit, Steine sammeln hat seine Zeit; suchen hat seine Zeit, verlieren hat seine Zeit; behalten hat seine Zeit, wegwerfen hat seine Zeit; schweigen hat seine Zeit, reden hat seine Zeit; Streit hat seine Zeit, Friede hat seine Zeit. (Prediger, Kap.3) Ja! Ein neues Jahr steht uns bevor. Was uns entgegenkommen wird, steht in Gottes Händen – und das ist gut so. In allen Jahreszeiten unseres Lebens, seien wir jung oder alt, ist Gott bei und mit uns, als treuer Wegweiser und Begleiter. Er kennt unsere Freuden, unsere Wünsche, unsere Nöte und Sorgen. Gott kennt unsere Herzen und weiß genau, ob da gerade Frühling oder Winter herrscht. Gott schenkt uns täglich die Möglichkeit, ein neues Leben anzufangen, mit Ihm und mit unseren Mitmenschen. Genau aus diesem Grund können wir voller Zuversicht ins neue Jahr schauen. Möge Gott uns in unserem Glauben festigen und uns Dankbarkeit lehren. Und so können wir, wenn dieses Jahr vorbei sein wird, sehen was Er an kleinen und großen Wundern, an herrlichen Pflanzen, Blüten und Früchten unter uns geschaffen hat. Ich wünsche Ihnen, dass Sie immer wieder neu Vertrauen fassen und auch in den turbulenten Zeiten des neuen Jahres wissen, dass Sie nicht allein auf Ihrem Weg sind! Herr des Lebens, lass uns jeden Abschnitt unseres Lebens als Geschenk von Dir betrachten und genießen. Lass deinen Willem mit Liebe an uns geschehen, indem du uns jeden Tag des neuen Jahres in deine Arme nimmst. Amen.
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Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
Entre em contato conosco!
Bodas de Ouro EDITH ALVINA FERTSCH e HELMUT FERTSCH
Bodas de Diamante Há 60 anos, nos conhecemos, amamos e casamos. Hoje, comemoramos essa data com vocês! Sob as bênçãos de Deus, celebraram Bodas de Diamante, no dia 24 de janeiro de 2015, na Comunidade de Chapecó/SC,
Louvado seja Deus! Durante 50 anos, Deus nos abençoou, amparou, protegeu, consolou, deu-nos muitas felicidades e os queridos filhos Rugart e Claudia, que idealizaram a linda festa das nossas Bodas, ocorrida em 27 de setembro de 2014, na nossa Igreja, em Niterói-Canoas/RS.
O culto de Ação de Graças teve participação de uma orquestra composta de parentes e amigos e do Coral da Comunidade. O P. Charles Höpner trouxe a mensagem e proferiu a bênção. Depois, seguimos para o salão paroquial, onde a festa continuou por belíssimas horas, com janta e muita animação. Foi um reencontro com amigos e parentes de longe e perto, que vamos lembrar pelo tempo que o nosso Senhor ainda nos conceder! Agradecemos a todos que prestigiaram a nossa festa! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome! Salmo 103.1
HULDA L. KONOPATZKI e SELFIN KONOPATZKI
A belíssima cerimônia foi realizada pelo estudante de Teologia Carlos Henrique Viana Echeverria. O casal estava muito feliz por compartilhar esse momento especial com familiares e amigos, por isso agradece o carinho de todos os convidados. Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará. Salmo 37.5
Cadastro Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano
Quatro Gerações Com alegria, compartilhamos as quatro gerações da família Altevogt:
Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev e o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-lo informado sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contanto com a Mariana Paim pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano
Bisavô: Alindo Altevogt, 83 anos, mora em Céu Azul/PR Avô: Nelson Altevogt, 60 anos, mora em Picada Café/RS Pai: Martin Alexandre Altevogt, 37 anos, mora em Teutônia/RS Filho: Heitor Alexandre Altevogt, 5 meses (nascido em 14.08.2014), mora em Teutônia/RS
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CELEBRAR a
comunhão
Comunhão é o relacionamento que envolve propósitos, ideias e ações comuns. Em nenhum momento, comunhão se refere ao relacionamento entre iguais, mas, sim, à busca de união entre pessoas diferentes, por meio daquilo que as une, como acontece nas torcidas de futebol, nos casamentos, nas atividades profissionais, nas religiões, etc. Trabalhar propósitos comuns com pessoas que são diferentes nem sempre é fácil. É um desafio a ser enfrentado por todos aqueles que querem unir-se em torno de algum ideal. Um espaço de comunhão saudável é um espaço em que as pessoas são valorizadas e podem se sentir valorizadas. Um dos locais em que esse desafio é colocado de forma mais profunda e inequívoca é a família, pois todos os que estão ao nosso lado conhecem profundamente os nossos desejos, problemas e pontos fracos, além das nossas qualidades, dificuldades, alegrias e angústias. A família é um dos únicos lugares em que não conseguimos esconder aquilo que realmente somos. Nesse lugar, somos chamados também a testemunhar, por meio de palavras e atitudes, o amor de Deus por nós. Pensando nisso, a Comunidade de Juína/MT, pertencente à Paróquia Vale do Juruena, no Sínodo da Amazônia, promove todos os anos o Dia Comu-
TESTEMUNHO DO AMOR DE DEUS POR NÓS
nitário da Família. Esse encontro surgiu com o intuito de festejar o Dia da Reforma, reforçando os laços familiares das pessoas e os laços de comunhão da Comunidade enquanto família de fé. A chamada do encontro de 2014 foi Celebrar a comunhão em família e estar em comunhão com Deus, em alusão ao Tema da IECLB para 2014: viDas em comunhão. O documento Missão de Deus - Nossa paixão, que aponta as diretrizes missionárias da IECLB, afirma que a comunhão é um dos pilares que sustentam o agir e pensar da Igreja e mostra que ‘a comunhão é vivência concreta do sacerdócio cristão onde mutuamente nos tornamos servos uns dos outros, especialmente dos mais necessitados’. No Dia da Família - 2014, lembramos que, muito mais do que quantidade, para estabelecermos boas relações de comunhão, é necessário que empreendamos também com qualidade. Para isso, devemos aprender a nos comunicar, respeitar, unir, cooperar, compreender, amar e buscar amizades. Sem isso, não existe comunhão como essência de vida. Buscar comunhão é vencer as dificuldades de aproximação para com o próximo. Não é negar os fatores que nos diferem uns dos outros, mas buscar comunhão por aquilo que nos é caro e nos faz próximos.
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“Comunhão é o relacionamento que envolve propósitos, ideias e ações comuns. Em nenhum momento, comunhão se refere ao relacionamento entre iguais, mas, sim, à busca de união entre pessoas diferentes, por meio daquilo que as une. Trabalhar propósitos comuns com pessoas que são diferentes nem sempre é fácil. Um espaço de comunhão saudável é um espaço em que as pessoas são valorizadas e podem se sentir valorizadas”, afirmou o P. Ricardo Brosowski, Ministro na Paróquia no Vale do Juruena/MT, no Sínodo da Amazônia
Roteiros PLAN VIAGENS | 2015 Caminhos Ibéricos (Portugal e Espanha) Caminhos do Leste Europeu Europa Central & Caminhos da Reforma Reforma Luterana & Movimento Pietista Caminhos Nórdicos Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos Caminhos das Festas: cultura e tradições
20/04 – 08/05 15/05 – 04/06 02/06 – 22/06 19/06 – 08/07 24/07 – 10/08 09/08 – 29/08 01/09 – 19/09 22/09 – 08/10
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“A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem é um bonito trabalho que vem sendo promovido pelas Comunidades da IECLB em todo o Brasil. Quando Ministros, Ministras e lideranças comunitárias vestem a camiseta e incentivam as pessoas a participarem da Campanha, o resultado é extraordinário!”, comemorou a Pa. Dimuht Marize Bauchspiess, então Pastora Vice-sinodal do Sínodo da Amazônia (atual Pastora Sinodal)
verdade
A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem é um bonito trabalho que vem sendo promovido pelas Comunidades da IECLB em todo o Brasil. Quando Ministros, Ministras e lideranças comunitárias vestem a camiseta e incentivam as pessoas a participarem da Campanha, o resultado é extraordinário! A Vai e Vem lembra-me um formigueiro. As formigas são um belo exemplo de trabalho, união e empenho. Somos várias formiguinhas luteranas espalhadas por este vasto Brasil, mas todas têm o mesmo objetivo: arrecadar fundos para o trabalho de missão. Com cada formiguinha fazendo a sua parte, alcançaremos o nosso objetivo como IECLB e como Igreja neste mundo. A Campanha tem sido abraçada pelas Comunidades do Sínodo da Amazônia com alegria, criatividade e disposição de colaborar com recursos financeiros para a missão de edificar Comunidades. Para tornar a Vai e Vem algo que faça pensar, foi lançado, na Paróquia Sul de Rondônia, um desafio às Comunidades: construir algo em conjunto com os cofrinhos da Campanha. Em primeiro lugar, o incentivo foi de planejarem em conjunto, cada qual dando a sua ideia. Primeiro, precisa haver planejamento para, depois, colocar a mão na massa.
A SERVIÇO DA MISSÃO DE DEUS Cada Comunidade tinha o seu projeto, o seu sonho e ninguém deixou de participar e colaborar com a Campanha. Muito interessante foi observar as reflexões que cada Comunidade teve. Umas viram que, depois de terem construído algo, poderiam ter feito diferente, melhor. Em outras, só palpites, mas nada para mudar a construção. Temos uma grande diversidade de pessoas em uma Comunidade e precisamos aprender a lidar com todas. O mais importante é compreender que todas fazem parte de um só corpo e são importantes para a construção do Reino de Deus. Cada qual tem o seu dom, que deve ser colocado a serviço da Comunidade e da missão de Deus. Usando dinâmicas no recolhimento dos cofrinhos, podemos fazer um trabalho de reflexão com as nossas Comunidades, auxiliando na conscientização da solidariedade entre os membros da IECLB. Jesus usava parábolas para ser melhor entendido pelas pessoas. Nós devemos fazer uso daquilo que facilita o entendimento das pessoas do nosso tempo. Em 1 Jo 3.18, temos uma carinhosa recomendação: Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. Esperancemos e amemos verdadeiramente também no momento de ofertar recursos para a missão de Deus.