Jornal Evangélico Luterano - Ano 42 - nº 761 - Maio 2013

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Jorev Luterano - Maio - 2013

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Editorial Nesta edição,

A serviço de Deus

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ontinuando a sua ‘visita’ aos Sínodos da IECLB, promovendo uma espécie de intercâmbio de ações e experiências, nesta edição o Jorev Luterano destaca o Sínodo Centro-Sul Catarinense, o quarto da lista, que vai ilustrar as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente). A intenção do Jorev é mostrar um pouco do que o Sínodo fez, faz e pretende fazer nas áreas relacionadas ao PAMI, bem como a forma de trabalhar as Campanhas Tema do Ano e Vai e Vem, com o objetivo de compartilhar informações e testemunhos que serão fonte de inspiração para todas as pessoas interessadas no cumprimento da missão da IECLB no Brasil e no mundo. Na Editoria Atualidade, saiba mais sobre a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem – 2013, com lançamento previsto para Pentecostes,

19 de maio. Neste ano, a chamada da Campanha é Eu testemunho! Eu oferto! Na Editoria Presidência, A missão entra novamente em campo é o título da Mensagem da Presidência, de autoria do P. Carlos Möller, Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500

o Jorev destaca o Sínodo

anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada no ano passado. Em 2013, os textos da Editoria Unidade são escritos à luz do sacerdócio geral de todos os crentes. Nesta edição, o P. Dr. Marlon Ronald Fluck apresenta o artigo Comunidade e Igreja a serviço de Deus, pela ação do Espírito Santo. A Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, traz os textos de dois Ministros Pastores sobre a temática Sacerdócio geral de todos os crentes. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. Missão em Comunidades rurais ganhou destaque na Editoria Comportamento. Monatsspruch Mai é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!

Centro-Sul Catarinense, que vai ilustrar as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação, Tema do Ano e Vai e Vem

Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419

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Este espaço é seu! A sua opinião é fundamental no nosso trabalho. Conhecer as suas preferências, ouvir as suas dicas de pauta, as suas sugestões para o jornal e os seus comentários sobre as matérias é muito importante para que possamos sempre oferecer um Jorev melhor para você. Faça o seu Jorev Luterano. Escreva para nós e participe! Estamos esperando o seu contato!

Diversidade

Ingrid Mariane Driemeyer Sínodo Vale do Taquari

Abrangência Eu gosto de ler o Jorev, pelo formato e pelos textos curtos, mas que abrangem todas as Comunidades no Brasil. O jornal é bonito e colorido, mas sinto certa dificuldade em ler texto quando está sobre fundo colorido. Deutsche Seite é a minha Editoria preferida. Também gosto dos textos sobre a história da nossa Igreja e da Reforma. Capa Parte do cartaz da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, cuja chamada para 2013 é Eu testemunho! Eu oferto! Leia matéria especial sobre a Campanha Vai e Vem e conheça o cartaz na Editoria Atualidade, página 4.

Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich

Parabenizo o Jornal Evangélico Luterano pelas matérias diversificadas e pelas muitas notícias sobre o que acontece na nossa Igreja. Aprecio as matérias sobre a Presidência e também considero importante a diversidade de matérias sobre os Sínodos, que nos possibilitam um conhecimento a respeito do que acontece nos demais Sínodos da IECLB.

Saudações, Leonora Hornschu do Prado

Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet

Reg. Prof. 10925

Administrativo Mariana Mattos Paim ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS

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Curtas

HIV/AIDS e

Teologia no Brasil Na África do Sul, assim como no Brasil, existe uma associação entre HIV/AIDS e grupos sociais marginalizados, o que reafirma a ideia de que o enfrentamento à epidemia passa pela discussão de questões sistêmicas, inclusive nos campos da religião e da Teologia, que muitas vezes reforçam determinadas compreensões e práticas estigmatizadoras. A consideração é do Professor da Faculdades EST, Dr. André Musskopf, que, ao lado do Dr. Rudolf von Sinner, do doutorando Ezequiel de Souza e da doutoranda Elisa Fenner Schröder participou, ao longo da última semana de março, do quarto encontro do edital Pró-África, realizado na Escola de Religião, Filosofia e Clássicos da Universidade de KwazuluNatal, em Pietermaritzburg, na África do Sul, e que conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ao apresentar o artigo intitulado Para sair dos armários: HIV/AIDS e Teologia no Brasil, Musskopf relatou que a AIDS chePesquisadores brasileiros e sul-africanos discutem gou ao país como alternativas para a epidemia de HIV/AIDS uma doença associada a homossexuais e que o seu enfrentamento exige o confronto da sociedade frente a preconceitos e a estigmas originários de sistemas que promovem a desigualdade e a violação de direitos. “A visita à Comunidade de Mount Elias e a conversa com mulheres que integram um grupo de apoio a pessoas infectadas e afetadas pelo HIV/AIDS foram momentos importantes para perceber os desafios que a epidemia coloca e como atinge a vida de mulheres, particularmente mulheres negras em um contexto de alta vulnerabilidade como é o entorno dessa Comunidade”, relatou. Na avaliação de von Sinner, o silêncio, inclusive por parte das Igrejas, impede a realização de ações incisivas de combate à proliferação do vírus e de diminuição da discriminação. Para o doutorando Ezequiel de Souza, o debate sobre cidadania, interculturalidade e HIV/AIDS junto aos Pesquisadores sul-africanos propiciou momentos de enriquecimento mútuo, com partilha de conhecimentos e experiências. “O modo como os desafios contemporâneos têm sido enfrentados no Brasil e na África do Sul traz lições para a continuidade da cooperação, pois, ao se caminhar conjuntamente, os frutos possuem outros sabores e os saberes se complementam”, afirmou.

O Tema do Ano na vida comunitária Quando o cartaz com o Tema do Ano 2013 chegou às Comunidades, os olhares curiosos logo perceberam o que está contido nele e começaram a interpretá-lo. Entender a arte do cartaz a partir da vivência comunitária ajuda a perceber o lugar da Comunidade e a sua missão, faz refletir e agir. Neste ano, somos desafiados e desafiadas pelo Tema da Igreja a refletir sobre a vivência comunitária na IECLB. Quem é este povo que vive comunidade? O povo de Deus são os seus filhos e as suas filhas, que, desde o Batismo, são chamados a ser sal da terra e luz do mundo. Este povo participa de uma Comunidade e quer estar ‘por dentro’ do que está acontecendo, quer estar junto para se ajudar e viver o amor fraterno e solidário. Como é bom viver comunidade! Esta gente fala e testemunha a Boa Nova do Evangelho, vivencia o que crê, por isso precisa agir e demonstrar amor. Os primeiros cristãos ‘viveram comunidade’ na partilha, no cuidado, no estar junto, no se importar uns com os outros. Qual é o jeito de viver comunidade hoje? Se não está bom, em que você pode contribuir para que fique bom viver comunidade? O Tema 2013 propõe afirmar com convicção Eu vivo comunidade! Viver comunidade é caminhar em conjunto, nos dias bem alegres e também nos dias mais difíceis. Ao afirmar Eu vivo comunidade, temos que refletir sobre a Comunidade: Como ela é? Eu gosto de estar ali? Onde posso ajudar? Assim a Comunidade se movimenta, sabendo-se abrigada e fortalecida por Deus. Que a vivência de comunidade nos alegre e, no compartilhar vida, nunca esqueçamos o que Deus nos promete Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão (Isaías 41.10). Pastora Sinodal Vera Lúcia Engelhardt Prediger Cacoal/RO

OFERTAS NACIONAIS 5 de maio 6º Domingo da Páscoa Missão com literatura evangelística A Comunhão Martim Lutero (CML) vem realizando a missão de Deus com Literatura Evangelística, publicando e colocando à disposição para uso nas nossas Comunidades e Paróquias e para fora delas (hospitais, presídios, asilos, escolas e outras instituições) folhetos, cartões e outras publicações, em uma média de 400 mil a 500 mil unidades/ano. 12 de maio 7º Domingo da Páscoa - Dia das Mães Casa Matriz de Diaconisas A Irmandade Evangélica Luterana objetiva fomentar a vivência da espiritualidade, motivar e capacitar pessoas para a diaconia. Junto à sede da Irmandade, estão o Lar Moriá e o setor de hospedagem. Capacitamos pessoas na área do cuidado, oferecemos cursos e retiros, convidamos pessoas para passarem festas, como Natal e Páscoa, conosco, contribuindo na proposta amorosa de Cristo. Jesus viveu a maior parte do tempo junto a pessoas excluídas: ensinando, pregando e curando. 19 de maio Pentecostes Fundo de Missão no País P. Homero Severo Pinto Somos Igreja, somos Comunidade, sob a graça do amor misericordioso de Deus. Uma das formas de integração e participação solidária no trabalho da Igreja é a oferta de apoio missionário. As ofertas destinadas ao Fundo de Missão no País P. Homero Severo Pinto permitirão o auxílio a projetos e iniciativas de Comunidades pequenas e que ainda não são capazes de subsistir sozinhas. O Tema do Ano convida: Eu vivo comunidade! A Comunidade é chamada a Ser, Participar, Testemunhar.

INDICADORES FINANCEIROS UPM Abril/2013

3,1085

Índice Março/2013

0,57%

Acumulado do ano

2,71%

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Atualidade

Campanha de Missão Vai e Vem P. DR. ONEIDE BOBSIN Reitor da Faculdades EST

Terceirização

das responsabilidades Nos últimos tempos, as organizações repassaram para empresas especializadas serviços para os quais elas tinham um corpo de funcionários. Este processo é chamado de terceirização. Também na nossa Instituição de Ensino fazemos isto. O bar, o restaurante e parte da jardinagem são conduzidos por empresas contratadas. A terceirização se limita a serviços que servem como meios. Jamais uma Instituição de Ensino pode terceirizar a educação. Como nem tudo o que é funcional para uma organização pode ser estendido para outras áreas da vida, uma Comunidade de fé nunca contrataria uma empresa para ministrar o culto, por exemplo. A Comunidade e os celebrantes são insubstituíveis. Por diversas razões, vemos famílias repassarem para a escola responsabilidades sobre as crianças que são inerentes à família, sobrecarregando a escola. Também conhecemos aquelas situações familiares em que mães e pais, por razões alheias à sua vontade, fazem da televisão uma babá eletrônica, terceirizando, assim, os seus compromissos com as crianças. Muitas práticas religiosas no nosso contexto caem no mesmo círculo vicioso. Não faltam pregadores que anunciam às pessoas que passam por sofrimentos a terceirização das suas responsabilidades pessoais. Se o seu casamento não anda bem, pode ser que um espírito de uma entidade má esteja dormindo com o casal. Neste caso, um rito de expulsão do ‘mau espírito’ (colado a uma oferta gorda) mandará embora quem está dificultando o bom relacionamento. De certa forma, há uma terceirização das responsabilidades dos cônjuges. Se a sua empresa está em dificuldade, basta lançar sal grosso, ungido em uma igreja com uma boa oferta, que o espírito maléfico será expulso. Não se pergunta pela causa pessoal ou pela concorrência natural de mercado no momento do fracasso. Há uma ‘terceirização do mal’. Para além da terceirização das responsabilidades, há outra perspectiva de vida com Jesus. Diante de alguém cego de nascença, Jesus foi perguntado: Quem pecou? Ele ou os seus pais? Nem ele nem seus pais, disse Jesus. Isto aconteceu para que a glória de Deus se manifestasse (João 9). Ao abrir os olhos do cego, Jesus quis modificar a visão das pessoas que viam a cegueira como fruto dos pecados dos seus pais ou da própria pessoa cega. A cegueira não foi terceirizada. Os adversários de Jesus não podem mais fazer de conta que não viram a cura da visão... nem nós.

Quem pecou? Ele ou os seus pais?

Eu testemunho! Eu oferto! Campanha de Missão A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, que integra o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), busca mobilizar recursos para a ação missionária, fortalecer a unidade e elevar a consciência missionária dos membros da Igreja. Ao realizar esta Campanha de Missão, a IECLB tem como objetivo, por meio das suas Comunidades e dos seus membros, anunciar o Evangelho em palavra e ação, sendo reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas, missionárias e que atuam em fidelidade ao Evangelho de Cristo. Tema do Ano 2013 No cartaz conceitual da Vai e Vem 2013, em alinhamento com o Tema do Ano 2013 (Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade), os Projetos apoiados em 2013 com os recursos da Campanha Vai e Vem (coletados em 2012) estão sob o abrigo da cruz (Deus/ Cristo), sob o cuidado da Igreja e, por fim, sob o amparo das Comunidades. Viver comunidade significa nos sabermos pessoas carregadas e amparadas por Deus, não solitariamente, mas na comunhão fraterna e sob o cuidado de Deus. Viver comunidade implica um jeito de ser, na disposição para participar e no chamado para testemunhar! Vai e Vem 2013 Eu testemunho! Eu oferto! é chamada motivacional da Campanha Vai e Vem 2013. A semente única aponta para a importância da ação individual, ou seja, a oferta de cada pessoa - ainda que pequena - contribui para a sustentabilidade dos projetos missionários, participa do cuidado da missão, do cuidado da Igreja. Quem está sendo chamado a cultivar estas sementes, ou seja, cuidar dos projetos missionários são os membros das Comunidades, que formam o corpo desta Igreja. A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem tem dado testemunho de solidariedade, de parceria e da possibilidade de viver comunidade para além dos limites geográficos da Comunidade de cada um, de cada uma. A Vai e Vem nos ajuda a preservar na mente, no coração e em atitudes que somos uma só comunidade espalhada pelo Brasil.

Pentecostes A Campanha Vai e Vem é lançada nacionalmente no Domingo de Pentecostes (19 de maio) em função do seu significado: a celebração do nascimento da Igreja Cristã, com o desafio missionário de anunciar o Evangelho de Cristo. O encontro dos Coordenadores e das Coordenadoras Sinodais da Campanha Vai e Vem ocorrerá no dia 4 de maio e o encerramento da Campanha, no dia 29 de setembro, sendo que a data limite para o Repasse das Ofertas por parte dos Sínodos para a Coordenação Nacional da Campanha é 30 de outubro. Entre as datas de lançamento e encerramento da Vai e Vem 2013, cada Sínodo pode estipular o melhor período para a realização da Campanha. Os quatro meses de duração garantem a participação de todos os membros da Igreja, até mesmo naquelas Comunidades que se encontram mais distantes. Projetos Missionários apoiados em 2013 Biguaçu/SC (Sínodo Centro-Sul Catarinense), Boa Nova/RS (Sínodo Planalto Rio-grandense), Ceilândia/DF (Sínodo Brasil Central), Chapada/ RS (Sínodo Planalto Rio-grandense), Matupá/ MT (Sínodo Mato Grosso), Norte Fluminense/ RJ (Sínodo Sudeste), Paz/RS (Sínodo Sul-RioGrandense), Pedro Osório/RS (Sínodo Sul-RioGrandense), Petrolina/PE (Sínodo Brasil Central), Rurópolis/PA (Sínodo Mato Grosso), Sul do Pará/PA (Sínodo Mato Grosso), Veranópolis/ RS (Sínodo Nordeste Gaúcho) e Vila Rica/MT (Sínodo Mato Grosso), além do Fundo Solidário a Paróquias e Comunidades, recurso que permite auxiliar em casos emergenciais de custo menor. Distribuição dos recursos A Vai e Vem acontece no âmbito das Comunidades e Paróquias sob orientação e acompanhamento dos Sínodos, que estabelecem metas de arrecadação e definem estratégias para alcançá-la. Descontados os investimentos feitos na realização da Campanha, 50% dos recursos arrecadados serão aplicados em projetos missionários no Sínodo de origem da oferta e os outros 50% apoiarão projetos missionários definidos pelo Conselho da Igreja e acompanhados, além do Sínodo, pela Direção da IECLB. Visite o Portal Luteranos e saiba mais sobre os projetos missionários da IECLB.


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Presidência

Põe a semente na terra, não será em vão!

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missão deve permear o nosso ser Igreja o ano todo, mas a missão da Igreja cristã recebe em maio um significado especial: a festa de Pentecostes! Comemorada por nós como o aniversário da Igreja, ocasião em que os discípulos de Jesus, ainda sentindo-se sozinhos e desorientados, após a ressurreição e a ascensão de Jesus, recebem o Espírito Santo. O livro de Atos dos Apóstolos faz alusão ao mandato missionário dado aos discípulos e à Igreja Cristã, ao registrar E recebereis o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judéia e até os confins da terra. Como prometera, enviar o Consolador, Jesus cumpre o prometido, capacita a sua Igreja através do Espírito Santo e a envia para a missão.

IECLB na Assembleia do CONIC

Atualmente, ‘pregar’ é entendido de maneira bem ampla: não apenas na prédica – como se terminasse ali a tarefa da missão! – mas também na ação, na diaconia, por exemplo, no serviço e no cuidado e até mesmo na comunhão. A missão necessita da participação e da colaboração de todos, bem como precisa tanto de recursos humanos quanto de recursos financeiros, pois quem recebeu o Espírito Santo precisa se mexer, ir e vir, reunir-se e sair de si para o encontro com os destinatários da missão de Deus. Consolados e animados pelo Espírito Santo, queremos dar início à sexta edição da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, lançada, com muita propriedade, no domingo de Pentecostes. A arte da Campanha, motivação teológica estampada nos

P. CARLOS MÖLLER Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB

Ser, Participar, Testemunhar no Sínodo Vale do Itajaí Maio 5/5 Ordenação Dione Schlemper Cacoal/RO P. Nestor Friedrich 18/5 Assembleia do Sínodo Sul-Rio-Grandense Canguçu/RS P. Nestor Friedrich

Mais de 60 pessoas, entre lideranças das Igrejas-membro, Delegados, representantes de regionais, convidados, além da Diretoria do Conselho - Dom Manoel João Francisco (Presidente), Dom Francisco de Assis (1º Vice-Presidente), Presbítera Elinete Paes Miller (2ª Vice-Presidente), Pastora Romi Bencke (Secretária Geral), Pastor Sinodal Altemir Labes (Tesoureiro) e Zulmira Inês (Secretária) participaram da XV Assembleia Geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), de 8 a 10 de março, em São Paulo/SP. A Assembleia foi oportunidade para uma palestra sobre a relação entre Estado e sociedade civil, a apresentação do Relatório Institucional do CONIC no período 2011-2012, destacando a complexidade do contexto brasileiro e as suas implicações para a atuação do Conselho, a explanação sobre a proposta de colaboração entre o CONIC e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no sentido de ampliar a proteção a crianças e adolescentes no Brasil, a abordagem, do ponto de vista teológico, sobre a relação Igreja e Estado, chamando atenção para as diferentes formas de expressão religiosa no espaço público brasileiro e o debate sobre a intolerância religiosa na nossa cultura. A IECLB foi representada pelo seu Pastor 1º Vice-Presidente, P. Carlos Möller.

materiais, expressa o imperativo da Vai e Vem e da nossa missão: Põe a semente na terra, não será em vão! Quando do lançamento da primeira Campanha, falamos em ‘um milhão para a missão’. O desafio é que também você planeje a sua participação e motive outras pessoas para que se unam a você e a nós, pois também você recebeu o Espírito Santo e ‘entra em campo’ com a missão. Na Comunidade, pergunte se já chegou o material da Vai e Vem 2013. Depois, em grupo, organize a distribuição no culto, na vizinhança, e motive ao engajamento. Quando for divulgado o resultado da Campanha, você também poderá dizer Eu testemunho! Eu oferto! Que Deus abençoe o seu trabalho e a missão da IECLB no Brasil!

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A missão entra novamente em campo

19/5 Dia Sinodal do Sínodo Planalto Rio-Grandense e lançamento da Campanha Vai e Vem 2013 Coronel Barros/RS P. Nestor Friedrich 20-26/5 VI Assembleia Geral do CLAI Havana/Cuba P. Carlos Möller 23-24/5 Diretoria do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich 25-26/5 Assembleia do Sínodo Norte Catarinense Porto União/SC P. Nestor Friedrich 30/5-2/6 Assembleia do Sínodo Mato Grosso Chapada dos Guimarães/MT Pa. Silvia Genz 31/5-2/6 Assembleia do Sínodo Brasil Central Brasília/DF P. Nestor Friedrich

Luteranos de todas as Comunidades do Sínodo Vale do Itajaí reuniram-se no dia 6 de abril, na Paróquia em Itoupava Rega, em Blumenau/SC, para a 17ª Assembleia Sinodal. No culto de abertura, o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, fez a pregação sobre o Tema da Igreja para 2013 Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade. “Viver comunidade é, hoje, graça de Deus e Igreja viva é aquela que faz história. É necessário resgatar e reconstruir essa identidade tão especial dentro da IECLB”, afirmou o Pastor Presidente, desafiando a exercitar comunidade como um espaço que promove acolhimento, segurança e aceitação, lidando com as diferenças e sabendo perdoar. A Assembleia aprovou a moção de reconhecimento do Projeto Ambiental Galo Verde, inspirado na ação do Der Grüne Hahn, há 15 anos na Alemanha, que tem como objetivo implantar, monitorar e certificar iniciativas ambientais em âmbito eclesial. Os Delegados também refletiram sobre os relatórios apresentados pelo Pastor Sinodal, P. Breno Willrich, das Assessorias de Comunicação e Marketing Digital e de Formação e Edificação de Comunidades, além dos documentos da Tesouraria, dos setores de trabalho e das estatísticas dos últimos anos.

Encontro das Presidentes de OASE Sob o tema Ser pessoa - a arte de tecer afetos, com o desejo de aprender, compartilhar e fortalecer a sua fé, a Diretoria da Associação Nacional dos grupos de OASE, as Presidentes Sinodais e a Equipe do Roteiro da OASE estiveram reunidas de 18 a 20 de março, em Barra Velha/SC, para o seu Encontro Nacional. O P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB, esteve presente ao encontro e trabalhou o Tema do Ano da Igreja para 2013 Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade com o grupo. Também esteve presente a Pa. Rosangela Stange, Coordenadora de Gênero, Gerações e Etnias, da Secretaria da Ação Comunitária, da Secretaria Geral da IECLB.

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Sustentabilidade

Sustentabilidade: em busca de um novo modelo de contribuição!

Na Igreja, a temática Finanças também é espiritual. A clareza do Evangelho abre caminho para que se perceba que tudo é de Deus e que, também sobre as nossas finanças, Deus quer ser Senhor

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ma maneira bíblica e mais justa de contribuição tem sido desejada há tempos pelas lideranças da Paróquia de Bela Vista-Ituporanga/SC nas Comunidades que dela fazem parte, no Sínodo Centro-Sul Catarinense. O modelo vigente (em substituição), de contribuição anual, passa a ideia de clube e de dívida. Além de transmitir uma visão não adequada da oferta, ainda dificulta a missão. A grande preocupação foi: vai dar certo?, o que é compreensível, haja vista o modelo vigente ter várias gerações. Outro ponto que amedronta é o contexto rural da Paróquia, no qual os Agricultores não têm renda fixa mensal. Ao lado dos medos, também temos sinais e certezas! Uma das palavras bíblicas que tem nos encorajado nesta caminhada é a do Salmo 24.1 Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela contém, o mundo e os que nele ha-

bitam. Assim, começamos a trabalhar a ideia de que somos guardiões daquilo que não é nosso, mas nos é por Deus confiado. O Senhor Deus é dono de toda prata e todo ouro, isto é, tudo o temos e somos é do Senhor! A partir desta visão, temos estimulado nos membros das Comunidades a ideia de oferta por gratidão, não por obrigação nem com valor fixado e reajustado pelo Presbitério. A oferta que é dada com alegria vem com leveza e sorriso no rosto. No primeiro momento, a dúvida foi: quanto eu devo ofertar? O valor não está fixado em 10%, mas é um bom referencial. Pelo Evangelho, somos livres para ofertar segundo tivermos proposto no nosso coração: a oferta é proporcional à gratidão para com as muitas bênçãos de Deus (1Coríntios 16.1-2). Assim, a pessoa tem a liberdade de ofertar a partir das suas possibilidades e do seu engajamento.

Luterprev Responde

ajudando a planejar o seu futuro Hora de passar o bastão - Egípcios e gregos usavam folhas de papiro ou tiras de couro, depois amarrados em bastões, para registrar os seus eventos, que viriam a se tornar históricos. Neles, quantos segredos, mapas, fatos foram conservados para a posteridade? Quantas informações e quantos acertos passados adiante? Quantos erros deixaram de ser cometidos por causa dessa forma de transferência de conhecimento? O desenvolvimento e o progresso, por certo, só foram possíveis graças a essas transmissões, que atravessaram gerações e séculos. Já no esporte, existe uma clássica prova olímpica, 4 x 100 m, disputada por equipes de quatro atletas e constituída por quatro percursos. O primeiro integrante inicia o seu trecho já com o bastão e o passa ao atleta seguinte, que o recebe, faz o seu percurso e o repassa ao

quarto componente da equipe, que apenas toma o bastão, concluindo a prova. O cumprimento do desafio exige perfeito entrosamento, principalmente no momento da troca do bastão, quando a tarefa é delegada ao próximo atleta. O tempo e o espaço são exíguos e há a pressão dos concorrentes. Naturalmente, é possível identificar os mesmos elementos presentes no mercado de previdência privada. Não é imprescindível chegar primeiro, mas não se pode deixar o bastão cair. Se isso acontecer, a equipe será desclassificada e todo o esforço terá sido em vão. São alusões que me agrada fazer para falar sobre a minha voluntária retirada da Direção Geral da Luterprev, no final deste ano, acordada em sintonia com o Conselho Deliberativo. Há muito conhecimento acumulado ao longo de

O que nos encorajou a iniciar a transição para um novo modelo de contribuição foi o projeto missionário da Paróquia Bela Vista-Ituporanga, em Vidal Ramos. Sempre desejamos ter um estagiário morando na cidade para trabalhar intensivamente com os 25 luteranos residentes e também dar um apoio mais expressivo à Comunidade no contexto da sociedade. Com a chegada do Bacharel em Teologia (estágio pós-curricular), começamos a ensaiar o modelo de contribuição espontânea, mensal e por meio de envelopes. No modelo de contribuição anual, a Comunidade não atingia o orçamento proposto pela Paróquia. Após um ano de contribuição por valor livre, a Comunidade somou muito mais do que o proposto pelo orçamento paroquial. Depois de um ano monitorando o projeto em Vidal Ramos e constatando que um novo modelo de contribuição é possível, o Presbitério entendeu que este é o sinal para estender também às demais Comunidades a metodologia da oferta com valor livre. Assim, 2013 tem sido o ano da transição. A possibilidade de poder ofertar mensalmente a partir da gratidão que é gerada pela fé é mais adequada. Nesse sentido, queremos ser Igreja missionária também nas finanças. Temos ensaiado e dado passos de coragem. Cremos na bênção e no cuidado do Senhor, pois, se toda a Terra é dele, também a Paróquia de Bela Vista-Ituporanga é dele e Ele há de cuidar desta parte pequena do seu corpo. Assim cremos e assim vamos experimentar!

cinco mandatos cumpridos, os dois últimos como principal executivo da casa. Esse conhecimento sempre foi trabalhado, não apenas por mim, mas por meus colegas de Diretoria e dos dois Conselhos. Acadêmica e experimentalmente, viemos formando os gestores e a gestão em si. É por isso que também estou realizando um Mestrado em Teologia, pesquisando a história da previdência na Igreja, em busca dos registros contidos nesses ‘bastões’, conhecimento acumulado desde tempos remotos, para interpretá-los, trazendo-os para o presente e legandoos ao futuro. Trata-se de conhecimento que nos pertence desde 1922, quando o percurso se iniciou com a Caixa de Pen-

“Como vamos acolher novos membros se, ao serem recebidos, lhes é comunicado que precisam contribuir com valor x?”, questionou o P. Éverson Block, Pastor na Paróquia de Bela VistaItuporanga/SC

sões do Sínodo Riograndense, seguiu com a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Pastores (CAPP) e com o Fundo Especial de Ressarcimentos e Amparo Previdenciário (FERAP), até chegar à nossa Luterprev, em 1993. À semelhança da prova olímpica, é chegada a hora de passar o bastão para outros qualificados atletas seguirem cumprindo o percurso, bem mais longo do que 100 metros para cada atleta. Mesmo assim, temos certeza de que o bastão não cairá. Everson Oppermann Diretor Geral da Luterprev Previdência Privada

Visite o site da Luterprev (www.luterprev.com.br) e faça uma simulação para a sua aposentadoria complementar. No site da Luterprev, você também encontra um link para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie diretamente para luterprev@luterprev.com.br, com o assunto ‘Jorev Luterano’.


Jorev Luterano - Maio - 2013

Comunicação

“Não há dúvidas de que devemos investir e incentivar a comunicação em todas as instâncias do nosso Sínodo e de toda a IECLB”, afirmou o P. André Strey, Pastor na Paróquia de Rio Antinhas, em Petrolândia/SC

Palavra e imagem: Cristo revelado, expressão plena da comunicação!

O

s primeiros capítulos do livro do Gênesis narram, de forma poética, a história da Criação, como primeiro gesto comunicativo de Deus, cenário de todas as outras comunicações que vão acontecendo. No começo dos tempos, está a Palavra criadora de Deus, expressão da sua vontade livre. Deus comunica a sua Palavra e o que Ele diz é criado. A Criação inteira é uma admirável lição de comunicação e o universo é um hino ao Criador, um cântico de glória, um louvor perene. Pronunciar uma palavra é voltarse para alguém, é estabelecer com ele uma relação, por isso Deus cria o ser humano à sua imagem e semelhança. É a comunicação mais profunda, fruto do amor que os torna semelhantes, que comunica a própria vida. A criação do ser humano é o momento em que a Palavra adquire maior intensidade, se personaliza e se converte em diálogo. Deus cria um interlocutor. A capacidade de falar é a nota característica da comunicação do ser humano, interlocutor de Deus e protagonista da sua história. A história da salvação será uma história de comunicação. Jesus, como Palavra encarnada, comunica ao ser humano a vida que ele recebe do Pai. A comunicação de Jesus não foi simples manifestação dos pensamentos da mente ou expressão dos sentimentos do coração, mas verdadeira e profunda doação de si mesmo. O gesto supremo da comunicação de Jesus foi a sua morte na cruz e a sua ressurreição, comunicação total que se perpetua

A comunicação é algo tão importante que é um dos três eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) na Santa Ceia, o Sacramento da perene comunhão com ele. Por amor, Jesus assume a tragédia da dor e da morte, consequência do pecado da falta de comunicação e do desamor, transformando-os em sinal supremo de amor e em caminho eficaz de salvação. O martírio de Jesus na cruz é a mais contundente comunicação do sentido e da dignidade da vida. A cultura da comunicação privilegia a imagem, atribuindo-lhe uma força comunicativa especial. A linguagem bíblica é rica pelo uso de imagens, para exprimir com maior intensidade a relação de Deus com o ser humano. O apóstolo Paulo apresenta Jesus como imagem do Deus invisível (Colossenses 1.15), o que amplia o leque das mediações comunicativas: não só a comunicação auditiva, mas também a comunicação visual. Esta é a missão do nosso Sínodo: ‘irradiar’ a Cristo!

Nesse sentido, o Sínodo tem abraçado a comunicação em forma de mutirão, dependendo substancialmente do trabalho voluntário e do apoio direto de várias pessoas. O Jornal Sinodal está chegando à sua 66ª edição. Com cinco edições anuais, oito páginas e tiragem de oito mil exemplares, o jornal é temático (formação, crianças, jovens, família, etc.), tem a participação de colunistas e colaboradores voluntários e abrange públicos diversos. Há, ainda. iniciativas na TV aberta, como o programa Palavra da Fé, de Rio do Sul, bem como a transmissão ao vivo, via Internet, dos cultos em Florianópolis, que ficam à disposição via Internet. O Sínodo CentroSul Catarinense também está presente no Portal Luteranos e usa essa ferramenta de comunicação e missão para divulgar as notícias das ações sinodais.

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Maio--2013 2013 Maio

Lutero - Reforma: 500 anos

Maio - 2013


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Formação

Formação cristã do berço à terceira idade privilégios e desafios da educação continuada

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Necessitamos de pessoas com paixão e comprometimento com Cristo e a sua Palavra, para que o ensino dos conteúdos da fé chegue a todos os batizados, destacou o P. Joel Schlemper, Pastor na Paróquia em Barreiros, em São José/SC

as muitas e boas lembranças que tenho da infância, posso afirmar que a maioria remete aos meus pais. Lembro especialmente da minha mãe contando histórias bíblicas. Ela era Professora de Escola Dominical (Culto Infantil) e, mesmo assim, em dias especiais, sentava na sala da grande casa e nos contava as histórias da Bíblia. O meu pai havia adquirido Bíblias infantis e todos os filhos tiveram a oportunidade de lê-las ainda na infância. Além disto, íamos à Igreja todos os domingos, para a Escola Dominical ou o Culto, e ainda participávamos do Estudo Bíblico mensal. Era a Educação Cristã acontecendo de forma continuada no seio da família e junto à Comunidade. Considero, por isso, um privilégio e uma responsabilidade assumida no Batismo dar continuidade a este ensino aos nossos filhos e às nossas filhas. Sentimos grande alegria quando os nossos filhos e as nossas filhas expressam os conteúdos da fé que receberam. Quando eles e elas se encantam com as mesmas histórias bíblicas que uma vez nós e até os nossos antepassados se encantaram. Quando se deixam orientar e conduzir pela mesma Palavra que os seus antepassados conheceram. Olhando para a minha história pessoal e de tantos que vim a conhecer em dez anos de pastorado, percebo que a Educação Cristã no âmbito da

IECLB não é uma proposta nova. Lutero escreveu os Catecismos com o propósito de dar formação cristã ao povo há 500 anos. Jesus, antes da ascensão, ordenou que os seus discípulos fizessem novos discípulos e, depois de batizados, que os ensinasse a guardar todas as coisas que os havia ordenado (Mateus 28.20a). Também o Senhor falou já no Antigo Testamento Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos (Deuteronômio 6.6-7). Com o objetivo de seguir este propósito, o Sínodo Centro-Sul Catarinense tem se proposto a pensar a Formação Cristã no âmbito sinodal. Assim, orientado pelo Plano de Educação Cristã Contínua (PECC), o Conselho Sinodal indicou membros para a Coordenação Sinodal de Educação Cristã Contínua (ECC), que atua em duas frentes para alcançar os seus objetivos. A primeira frente é a Formação e o treinamento de lideranças. Para este objetivo, as lideranças dos setores de trabalho, junto com o Pastor Sinodal, P. Sigolf Greuel, preparam e oferecem cursos para: Orientadores do Culto Infantil, líderes de jovens, lideranças da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (OASE), curso para Pregadores, seminário para Presbíteros e Secretários de Comunidades, seminários de diaconia, seminário para líderes de Ministério de Louvor e Teatro, entre outros. Em 2012, estes cursos atingiram mais de mil pessoas diferentes no Sínodo Centro-Sul Catarinense. A segunda frente é a produção de materiais com estudos bíblicos e temáticos para a Formação pessoal ou para serem usados em grupos. Estes materiais contemplam as quatro áreas temáticas do Plano de Educação Cristã Contínua: Bíblia, Confessionalidade, Missão e Contextos. Já foram publicados os temas: As Bases da Fé Cristã com os ‘quatro somentes’ da confessionalidade luterana, Pelo Caminho do Evangelho, um curso de profissão de fé, Fruto do Espírito, a partir do texto de Gálatas 5.22 e Fundamentos, com 15 estudos a partir do Credo Apostólico. Em 2013, a meta é desenvolver temas com princípios éticos para a sociedade contemporânea em momentos de crise. A Formação deve começar dentro das nossas casas, conectadas com a Igreja. Assim, construiremos uma rede de formação que fará com que as gerações futuras experimentem a mesma graça que nós temos experimentado. O Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade (Gálatas 5.22).

Cantar os Salmos? A Igreja, ao elevar a sua voz em louvor ou súplica, o faz de diversas maneiras. Entre as formas mais conhecidas, estão os hinos, os cânticos e os corinhos, que são expressões de momentos, lugares e épocas diferentes e representam um legado que nós podemos utilizar, adotando-o como nosso. Quanta riqueza há em tal repertório! Bem o sabe a Comissão do Hinário da IECLB, que se debruça sobre a tarefa de escolher e pensar em um repertório comum para o povo evangélico-luterano brasileiro! Existe uma forma a recuperar, no entanto: os salmos cantados. Para cada domingo, no Lecionário Co-

mum Revisado da IECLB, encontramos a antífona de um Salmo. Muitas vezes, é realizada a leitura responsiva dos Salmos, o que é uma excelente oportunidade para a proclamação conjunta da Palavra de Deus no culto (voz do povo na liturgia). No entanto, a forma cantada, mais antiga e original, dificilmente é usada.

O que são antífonas? São textos bíblicos para serem cantados de forma responsiva no culto. Uma forma simples de utilizálos: começa-se com a antífona, cantada pela Comunidade. A seguir, a pessoa oficiante lê as estrofes (os versos do Salmo) e toda a Comunidade canta a resposta – a antífona. Assim, a antífona é o versículo que se entoa antes de um Salmo e que depois se repete, alternadamente entre as estrofes, como um refrão ou estribilho. Vai aqui um estímulo para a utilização das antífonas nos cultos. Sugestões, compostas no meio evangélico-luterano, encontram-se no Portal Luteranos.

Dra. Soraya Heinrich Eberle Coordenadora de Música da IECLB Secretaria da Ação Comunitária Secretaria Geral da IECLB


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Fé Luterana 11

Sacerdócio geral de todos os crentes O que é o sacerdócio geral de todos os crentes? Para nós luteranos, o sacerdócio é o poder concedido por Deus a todos os cristãos para viver o amor por meio da fé em Cristo. Portanto, uma consequência natural da descoberta de Lutero da justificação pela fé. O dom mais importante concedido gratuitamente a todos os cristãos é ser partícipe na morte e ressurreição de Cristo. A fé na promessa divina – no Deus encarnado que andou entre nós e pregou o Reino de Deus e, justamente por isso, foi morto pelo pecado – nos concede indiretamente uma liberdade até difícil de ser compreendida. A lógica teológica da época da Reforma não compreendia a conexão de fenômenos opostos: o cristão é livre – pela fé – de qualquer dever a qualquer pessoa deste ou do outro mundo. O cristão é servo – pelo amor – a toda e qualquer criatura! Lutero coloca esta liberdade em termos opostos, mas que se complementam. Daí decorre também a expressão justo e pecador simultaneamente. O próprio Cristo colocou um sinal desta participação daquele que crê nos mistérios divinos: o Batismo. É o morrer para si e o viver para Cristo que me concede a liberdade de viver o amor entre as pessoas, pois a fé na promessa está implícita naquele que foi batizado. No Batismo, os tornados Santos pela ação de Deus são instruídos, são ungidos para serem sacerdotes (1Pedro 2.9) no sentido mais profundo deste termo: cada qual possui um Ministério, ou seja, o poder de testemunhar, proclamar a Boa Nova da salvação. Quem crê, como diz Paulo, vai falar naquilo que acredita. A partir desta transformação da pessoa, ela irá julgar todas as coisas à luz desta liberda-

de e é isso que Lutero faz. Dou aqui o exemplo de quatro textos importantíssimos: Do cativeiro babilônico da Igreja, Dos votos monásticos, Da Liberdade Cristã e um texto sobre direito e dever da comunidade cristã chamar Pregadores e Professores. Dessa forma, quem chama os Pregadores e Professores para o Ministério da Palavra e dos Sacramentos? A comunidade dos santos. Ela tem o dever de proclamar a Palavra de Deus a toda a criatura. Quem está acima nesta comunidade dos santos? Ninguém! Todos são iguais e servem conforme os seus dons. Esses, pois, é que irão definir as funções dentro da comunidade. O poder de servir não está no cargo, mas no serviço! A crítica de Lutero à hierarquia da Igreja Romana, que fazia distinção entre clero e leigos, é destruída pela liberdade evangélica. Não há cargos que o levem mais próximo de Deus. Ele já desceu em Jesus e ficou perto dos pecadores. A justificação pela fé nos concede um sacerdócio, que se traduz, na verdade, em um Ministério. Todo o cristão recebe da parte de Deus o poder de ser livre para viver a sua fé por meio do amor. Para assim viver, ele está munido da Palavra de Deus. Portanto, é sacerdote aquele que cuida das coisas de Deus. Está sozinho? Não, pois tem como companheiros de Ministério todos da comunhão dos santos, ou seja, aqueles que foram batizados por Deus. Sacerdócio de todos os crentes é que a vivência da fé por meio do amor junto às pessoas onde nos encontramos, com todas as suas consequências.

Prof. P. Dr. Leandro Hofstätter, Mestre pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, e Doutor em Filosofia pela Universidade de Bremen, na Alemanha, é Docente do Ensino Superior no Bom Jesus/IELUSC. Atua voluntariamente na Paróquia dos Apóstolos, em Joinville/SC

Para refletir, leia 1 Pedro 2.5-9

Quem faz parte do sacerdócio geral de todos os crentes?

P. Ms. Martin Volkmann, formado pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Atua como Secretário Executivo da Obra Gustavo Adolfo (OGA), em São Leopoldo

O próprio termo ‘Sacerdócio geral de todos os crentes’ já responde à pergunta ‘Quem faz parte do sacerdócio geral de todos os crentes?’. Todos os crentes! Entretanto, outra questão relevante seria ‘Em que se baseia essa afirmação de que todos os crentes têm participação no sacerdócio? Antes de respondermos essa questão, importa vermos rapidamente o que é um sacerdócio, o que caracteriza um sacerdote. Sacerdócio é a marca característica de uma religião. Cada religião tem os seus sacerdotes ou as suas sacerdotisas, aquelas pessoas que organizam as celebrações, dirigem os cultos, oferecem os sacrifícios, orientam os adeptos sobre os preceitos da respectiva crença. Em suma: sacerdote/sacerdotisa é aquela pessoa que faz a intermediação entre o ser humano e a divindade. A partir dessa perspectiva, é evidente que são poucas as pessoas, dentro de cada religião, que assumem essa função. Não são todas as pessoas que podem ser sacerdote ou sacerdotisa. Isso é mérito de algumas poucas pessoas privilegiadas. Como cristãos de tradição luterana, nós temos a coragem de afirmar: todos os crentes são sacerdotes. Não apenas Pastores, Pastoras, Catequistas, Missionários, Missionárias, Diáconos e Diaconisas. Não! Todas as pessoas que creem em Jesus Cristo fazem parte do sacerdócio, são sacerdotes e sacerdotisas. Por quê? Porque, a partir da ação salvífica de Jesus Cristo e da nossa fé nessa ação libertadora, nós nos tornamos filhos e filhas de Deus, com acesso livre a ele. Nós não precisamos mais de outros mediadores, de outras pessoas para abrir caminho até Deus e pôr a nossa relação com Deus em ordem. Não! Jesus

Cristo é o único mediador entre Deus e nós, o seu povo (1Tm 2.5, Hb 8.6 e Hb 9.15). Sacerdotes e sacerdotisas, nas religiões em geral, são pessoas especiais a serviço de Deus. A função específica de um sacerdote ou de uma sacerdotisa é justamente a de prestar culto a Deus, auxiliando as outras pessoas a se aproximarem de Deus. A partir de Jesus Cristo e da nossa incorporação no corpo de Cristo por meio do Batismo, nós somos ‘raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus’, Para quê? Para proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). Portanto, por sermos todos e todas nós sacerdotes e sacerdotisas, toda a nossa vida é serviço a Deus. O nosso sacerdócio não acontece apenas quando vamos ao culto, mas no nosso trabalho, no convívio familiar, na forma como lidamos com toda a Criação de Deus, enfim em todo o nosso ser e viver nós estaremos vivendo o nosso sacerdócio. Se todos são sacerdotes, ainda há necessidade de alguém especial para conduzir o povo de Deus? Sim! Justamente para relembrar sempre de novo dessa realidade de que todos e todas fazem parte do sacerdócio geral e para orientar esse povo no exercício do seu sacerdócio. Para refletir, leia 1Pe 2.9-10


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Geral

Educação cristã

vivendo, aprendendo e ensinando

Despertar a capacidade criativa de cada pessoa - No Tema do Ano proposto pela IECLB para 2013: Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade, o desafio de viver a Comunidade traz a cada um e a cada uma de nós o compromisso em sermos criativos para vivenciarmos a nossa fé. Quando separamos a palavra criatividade, o significado da mesma se torna claro: cria (algo criado) e atividade (transformar algo). Assim a criatividade pode ser definida como a transformação de coisas que já existem, mas que podemos dar um novo significado, sem, no fundo, perdemos a essência das mesmas. Despertar a capacidade criativa de cada pessoa é um dos importantes indicativos metodológicos do Plano de Educação Cristã Contínua da IECLB (PECC). Refletindo sobre este tema em como despertar a capacidade criativa das pessoas, penso que temos que estabelecer o que nos diz Gênesis 1.1: No princípio criou Deus os céus e a terra. Assim, é importante que lembremos que o que foi criado nos foi dado por graça de Deus e é neste mundo, esfera da atuação cristã, que somos desafiados a despertar a nossa criatividade. Quando observo o trabalho

das pessoas leigas com Culto Infantil na minha Comunidade, admiro a criatividade das mesmas. Todos e todas temos capacidade criativa, mas por que, então, algumas pessoas parecem ser mais criativas do que as outras? Como despertar a criatividade? Criar é um exercício constante e que exige de todos nós estudo e vivência, assim uma coisa não está dissociada da outra. Quando observamos pessoas criativas na Igreja, certamente as mesmas se prepararam para tal. Assim somos desafiados a sermos criativos no trabalho, em casa e na Comunidade, cada um e cada uma deve atuar com os seus dons, mas qual é o nosso dom? Eu tenho

investido sobre este dom que me foi dado por Deus e é vivificado pelo Espírito Santo? Uma das formas de ajudar-

Profa. Dra. Débora Pedrotti Mansilla, Doutora em Ciências pela UFSCAR, Superintendente das Diversidades Educacionais (SEDUC/MT) e Ensino confirmatório na Comunidade Cuiabá, além de membro do Grupo Coordenador de Educação Cristã Contínua

Katilene Willms Labes Vice-Coordenadora da PJ CLAI Brasil

mos a estimular os dons presenteados por Deus, é inserir no contexto da Educação Cristã atividades criativas, como teatro, música e artes plásticas. Essas inserções possibilitam que as pessoas descubram as suas potencialidades. Que o exercício da criatividade (dedicação, estudo e vivência) nos ajude a incluir todos e todas na vida comunitária, pois a fé cristã exige definição e compromisso. Deus nos dá os dons distintos para nos desacomodar frente aos trabalhos para a construção do seu Reino, mas Ele também nos promete força e proteção assim como nos traz Isaías 41.10: Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão.

De tijolinho em tijolinho, de semente em semente... Quem lida com crianças sabe que um brinquedo do tipo ‘tijolinhos de montar’ sempre cai bem em certas fases da vida infantil. Seja de madeira, de material sintético, com encaixes ou sem, brinquedos desse tipo dão espaço à criatividade e motivam o pensamento construtivo. Brincando, juntando peças avulsas, algo novo, diferente, vai sendo modelado pela imaginação infantil. Pode-se fazer uma analogia com o ato de semear, de lançar a semente à terra. Muitas sementes concentradas em uma determinada área se transformam em plantação, trazendo os seus frutos em abundância. Uma semente em um canteiro do quintal ou em um vaso pode transformar-se em uma árvore que rende frutas, sombra ou numa folhagem florida que embeleza o ambiente. A Campanha Vai e Vem é uma construção que vai sendo feita com a colocação de muitos ‘tijolinhos’ vindos de todas as partes. É como um bosque, que, surgindo a partir de sementes

Pastoral de Juventude do CLAI – Brasil

avulsas, oferece múltiplos frutos e uma sombra agradável. Em outras palavras, a Campanha Nacional de Ofertas para Missão Vai e Vem 2013 somente poderá cumprir o seu propósito a partir da soma dos esforços, das ofertas e da dedicação de muitas pessoas. A sua oferta é como um ‘tijolinho’. A sua oferta é como uma semente. O resultado é como uma ‘plantação’, da qual muitos podem colher. Trata-se de uma construção em favor da Igreja toda. Eu testemunho! Eu oferto! Essa é a motivação, o convite da Campanha Vai e Vem 2013: que se mantenham unidas estas duas dimensões! Que a nossa oferta seja uma forma de testemunhar o amor de Deus e o cuidado mútuo. Que o nosso testemunho seja marcado pela gratidão e pela disposição em ofertar! P. Mauro Schwalm Secretário de Missão Secretaria Geral da IECLB

O Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) é uma organização de Igrejas e movimentos cristãos, fundado em novembro de 1982, criado para promover a unidade entre pessoas cristãs no continente. O CLAI se divide em cinco Regiões: Região Andina, Região Brasil, Região Caribe e Gran Colômbia, Região Mesoamérica e Região Río de la Plata. Além da divisão em Regiões, o CLAI também se organiza em Programas. Um dos Programas é a Pastoral de Juventude (PJ), que possui uma Coordenação Continental e também Coordenadorias Regionais. No Brasil, as Igrejas membros do CLAI são: Igreja Evangélica Congregacional do Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Cristã Reformada, Igreja Evangélica Árabe, Igreja Metodista do Brasil, Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e a Aliança dos Batistas. Em novembro de 2012, a PJ CLAI Brasil esteve reunida em um encontro de formação na cidade de Curitiba/PR, sob o tema Políticas Públicas para Juventude. As cinco pessoas jovens que representaram a IECLB nesse encontro assumiram a incumbência de auxiliar no processo de planejamento da PJ CLAI Brasil para 2013. O planejamento para 2013 será definido em reuniões realizadas nos grupos de trabalho que foram organizados durante o encontro. Todos os grupos deverão abranger o tema Promoção e Garantia de Direitos para a Juventude. As pessoas que representam a IECLB se sentiram particularmente felizes ao perceber que o protagonismo juvenil é estimulado em outras instâncias, nas quais a Igreja possui representatividade. Para 2013, as expectativas das pessoas jovens do CLAI Brasil vão além do seu planejamento interno. Foi eleito um número expressivo de jovens para representar as suas Igrejas como Delegados e Delegadas para a VI Assembleia Geral do CLAI, que acontecerá em Havana, Cuba, de 20 a 26 de maio de 2013, sob o tema Afirmando um ecumenismo de gestos concretos. Esperamos, como jovens da PJ CLAI Brasil, participar ativamente deste momento decisivo para o movimento ecumênico na região da América Latina e Caribe.


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Comportamento 13

O desafio de ser Igreja nas Comunidades rurais

P. Ervin Barg, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral nas Paróquias de Nova Petrópolis/RS, Alto Bela Vista/SC e Palmitos/SC. Atualmente, é Pastor Sinodal do Sínodo Uruguai, com sede em Chapecó/SC

As Comunição do planeta. dades da IECLB, A IECLB, uma Igredurante muitos ja que tem Jesus Cristo anos, na sua grancomo Senhor e Salvador, de maioria, estaque comprovadamente vam situadas em tem fortalecido a vida contextos rurais, em Comunidade, tendevido à formado como missão a proção e à vocação pagação do Evangelho, agrícola dos seus promovendo a paz, a membros, quanjustiça e o amor, a serdo da sua imigraviço da vida de toda a ção. Pela história, Criação, tem como prosabemos que os pósito dar continuidade imigrantes, quana esta missão, que é de do vieram para Deus. Quando falamos o Brasil, entre em missão de Deus, enroupas e utensítendemos que Deus tem lios, trouxeram um projeto, um propóna mala a Bíblia sito que consiste na sale o Hinário para vação da Criação. Deus o fortalecimento quer resgatar o mundo da sua vida de da perdição. Ele quer A Igreja precisa acolher e acompanhar as pessoas que migram para as cidades e, fé. Esse jeito de um mundo sem violênao mesmo tempo, acompanhar e colocar-se ao lado dos que permanecem no campo viver comunidade cia, sem dor, sem males. foi perpassando as gerações. Com o para frequentar escolas na cidade. Os Ele quer que todos e todas tenham passar dos anos, as pessoas começa- campos de futebol, motivo de encon- vida em abundância, conforme as param a migrar para outros Estados em tro aos domingos à tarde, estão aban- lavras de Jesus registradas no Evangebusca de mais vida, uma vez que a ter- donados ou foram transformados em lho de João 10.10. ra onde se encontravam não era mais lavouras e pastagens, por falta de pesPara esse mundo ser possível, Deus suficiente para todos os descendentes soas para formar times. Por ausência sempre contou com as pessoas e ende mão de obra e pela motivação de viou Jesus Cristo, que amou este munda família e as novas gerações. Ainda que um grande número de que é mais fácil e mais rápido, as en- do de tal maneira que deu a sua vida pessoas, membros da IECLB, viva em xadas e os arados foram substituídos e que ensinou a orar ‘venha o teu Reicontexto rural, esta realidade está mu- por máquinas que aplicam venenos no’. Lembramos que Martim Lutero dando rapidamente. Mais e mais pes- para controlar o inço. Gradativamen- ensinou que o Reino de Deus vem soas estão se mudando para as cida- te, o coletivo, a solidariedade, sempre sem o nosso pedido, ainda assim dedes. Este número é ainda maior entre tão fortes e tão presentes nas Comuni- vemos pedir para que ele venha. Ceros jovens que buscam a cidade por ra- dades do interior, vão cedendo lugar tamente, não só pedir que ele venha, zões de formação e trabalho. A frase ‘o para o individualismo. A tecnologia, mas participar com palavras e ações. campo está envelhecendo’ é cada vez que, sem dúvida, traz benefícios tanto O Reino de Deus é possível à medida mais atual. Esta realidade traz gran- no interior na cidade, é também gera- que as pessoas juntam forças visando des desafios para a IECLB: acolher e dora de menos vida, porque ela tem ao bem comum. O Tema do Ano da acompanhar estas pessoas nas cidades um alto preço - uma vez para adquiri- Igreja para 2013 quer ser uma oportue, ao mesmo tempo, acompanhar e co- la, outra vez para mantê-la - e isso só nidade a mais para alcançar este oblocar-se ao lado dos que permanecem se consegue assumindo muitas horas jetivo. Ser, Participar, Testemunhar - Eu de trabalho. Muito trabalho significa vivo comunidade, convida a viver comuno campo. Atualmente, a grande maioria das menos tempo para a família, para os nidade, tanto em contexto rural quanto escolas no interior está fechada por amigos e para a Comunidade. Além urbano. O desafio é grande, mas, ao falta de alunos. As poucas crianças disso, a tecnologia também é respon- mesmo tempo, a vontade de viver coque vivem no interior são deslocadas sável, em boa medida, pela degrada- munidade é ainda maior!

Fortalecendo a missão no contexto rural Como a nossa reflexão tem em vista especialmente as Comunidades em área rural, gostaria de propor algumas ações que podem fortalecer a missão neste contexto: - colocar-se ao lado e cuidar das pessoas que sofrem perdas devido ao êxodo rural (familiares e vizinhos que se mudam para outras localidades); - promover cursos e seminários tendo em vista o sacerdócio de todos os crentes; - promover encontros ecumênicos para refletir sobre análise de conjuntura nacional e internacional, dando condições para as pessoas serem sujeitos da história; - não deixar de ter encontros de crianças, jovens e mulheres com a alegação de que ‘não vale a pena, porque são poucos os que vêm’; - realizar Estudos Bíblicos regularmente nas casas; - motivar e apoiar a organização de grupos (associações) para adquirir ferramentas e implementos agrícolas, otimizando recursos, bem como reunir a produção de várias famílias para obter melhores preços; - apoiar iniciativas de produção agrícola sem uso de

Entre os pertences, a Bíblia e o Hinário e, no coração, a fé

agrotóxicos, tendo em vista a sustentabilidade do planeta; - realizar Planejamento Estratégico Participativo, que dará oportunidade para visualizar as potencialidades e os limites da Comunidade, que serão subsídios importantes para a missão; - orientar a Comunidade para que comunique à Paróquia o nome e o endereço de destino do membro que se mudou, para que possa ser acolhido pela Comunidade na qual passa a residir; - auxiliar, por meio de Projetos Missionários, Paróquias com número reduzido de membros, devido ao êxodo rural, para que possam manter-se como Paróquia e viver Comunidade, porque, entre os pertences dos membros, ainda estão a Bíblia e o Hinário e, no coração, ainda pulsa a fé que sempre os orientou e fortaleceu.


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Deutsche Seite Pfarrer Hans Hermann Ziel

Monatsspruch Mai Wer anfängt in diesem interessanten Büchlein „Die Sprüche Salomos“ zu lesen, wird entdecken, wie aktuell dies ist, wie sich der Mensch, seit den Tagen des Ersten Bundes des Gottes Abrahams, Isaaks und Jakobs mit seinem auserwählten Volk Israel, nicht geändert hat. Man erschrickt, wenn man liest und im ersten Kapitel darauf stöβt, wie schon damals die Jugendlichen zu Straftaten verführt wurden, die ihr ganzes Leben ruinierten. Man scheint heutige Berichte über Rauben und Morden zu lesen! Der Vergleich mit dem Strafverhalten jugendlicher Verbrecherbanden liegt auf der Hand. Dabei steht dies alles nicht im luftleeren Raum: Vater und Mutter haben versucht, das Beste aus ihren Kindern zu machen. Die Sprüche sind voll von guten Ratschlägen, so praktisch und lebensnah wie eben möglich. Es wird die rechte Bahn gezeigt, der Weg der Weisheit, des Verstandes, der Gottesfurcht, die lieblichen Wege, die Steige des Friedens. So soll es von Generation zu Generation weitergegeben werden, die gute Lehre, das Gesetz zum Leben, zum Segen! Das heiβt, im Bund und Gebot Gottes bleiben. „Der Weisheit Anfang ist des Herrn Furcht“ (9, 10). Vater und Mutter freuen sich an den Kindern und Enkeln, die in der Geborgenheit dieses Bundes mit Gott leben. „Gib mir, mein Sohn, dein Herz, und lass deinen Augen meine Wege wohlgefallen“. So schrieb meine Oma 1954 zur Konfirmation in mein Gesangbuch. Bei all diesen Ratschlägen und Orientierungen an der Weisheit ist der einzelne Mensch nicht isoliert, er lebt in seinem Volk: „Gerechtigkeit erhöhet ein Volk; aber die Sünde ist der Leute Verderben“. In diesem Volk gibt es Geldgierige und Arme, Spötter, Narren, Gottlose und Gerechte, harte und gütige Herzen. Sind wir so weit von der Wirklichkeit des Salomos und des Hiskia entfernt, oder ist das ein Spiegelbild unserer Zeit? Der Mensch hat sich kaum geändert, trotz des Wissens, des sogenannten Fortschritts und der gewaltigen Kommunikation. Es gibt sie noch, die Stummen, die Schwachen, die Verlassenen! Sie werden uns anbefohlen, ans Herz gelegt: „Öffne deinen Mund für den Stummen, für das Recht aller Schwachen!“ Die Stummen: die sich nicht selbst manifestieren können, sich schämen, den Mund aufzutun, weil sie nicht richtig sprechen können, es nie gelernt haben, die keine Kraft, keinen Mut zum Sprechen haben. Die Geschichte von der Berufung des Moses ist da höchst aufschlussreich: Mose bleibt nicht allein, sein Bruder Aaron soll mitgehen und sprechen: Gottes Botschaft durch Mose im Munde des sprachkundigen

Öffne deinen Mund für den Stummen, für das Recht aller Schwachen. Sprüche 31,8

Aarons! Das in e i n e r einmaligen, historischen Situation, ein Beispiel, wie Gott durch Menschen redet und wirkt (2. Mose 3). Ich erhalte von meiner ersten Ausbildungsstätte in Deutschland, der Vereinigten Evangelischen Mission, Informationen, z.B. vom Landraub – auf der ganzen Welt – und ganz konkret in Afrika. Da sind die Stummen, Schwachen, derenLand,ihreLebensgrundlage, für billiges Geld weggekauft wird, die aber keinen Schutz der Regierung haben. Deshalb steht die Mission für sie und ihr Recht ein. Aber wir brauchen nicht in die Ferne zu schauen, um die Stimme derer zu hören, die für das Recht der Stummen ihren Mund geöffnet haben – und deshalb umgebracht worden sind. Es hat Zeiten gegeben, auch in Gemeinden, wo es eine heimliche Einteilung gab oder noch gibt: Die „Wichtigen“, die Vermögenden, und die „Anfänger“, Unbemittelten, Armen. Während die „wichtigen Familien“ entscheiden, bestimmen, dürfen die Armen nur den Mund halten. Da fehlt es nicht nur an christlichem, sondern auch an demokratischem Verhalten. Da muss jemand der Mund der Stummen sein. Es muss die Chance gegeben werden, dass alle zu Wort kommen, sich zugehörig fühlen und reden. Vielleicht haben sie gerade die guten Gedanken zum Wohlergehen der Menschen in Gemeinde, Kirche und Schule. Es ist eine dauernde Aufgabe darüber zu wachen, aufmerksam zu sein, zu sehen und zu fühlen, wo es Stumme gibt, die unsere Stimme brauchen. Wie gut, wenn die Kirche als Institution diese Aufgabe erkennt und sich manifestiert, wenn sie ihren Mund den Stummen leiht, sich mit-verantwortlich fühlt für die Schwachen, die im allgemeinen Gewühle und Getümmel untergehen, überhört werden, weil ihre Stimme zu schwach ist, weil sie eine Minderheit sind, nicht wichtig scheinen für Konsum und Politik - oder weil sie verachtet werden. Der Monatsspruch für Mai ist eine Aufforderung ein Befehl! Wir können ihn ignorieren, aber wir werden schuldig dabei! Wir dürfen nicht alles laufen lassen, ohne für die Stummen zu sprechen. Der Glaube aktiviert! Wir sind in die Nachfolge gerufen, nicht um das eigene Ich zu pflegen, sondern um verantwortungsbewusst „Salz der Erde“ und „Licht der Welt“ zu sein. Eine grosse Aufgabe, aber mit der Verheiβung: „Siehe, ich bin bei euch alle Tage, bis an der Welt Ende.“


Jorev Luterano - Maio - 2013

Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.

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Bodas de Prata No dia 2 de maio de 1987, na Comunidade Evangélica de São Carlos, pertencente à Paróquia de Palmitos/SC, recebeu a Benção Matrimonial o casal

Saudades Quando o café conillon branqueou morros e vales com as suas perfumadas flores brancas, Tante Tea se despediu. Assim era conhecida a idosa de Barra do Jatibocas DOROTEA EMILIA BERTA STUHR Tante Tea, que nasceu e viveu toda a sua vida sempre perto e sob a economia deste pródigo arbusto, não pensou em escolher época mais significativa do que esta: lavoura em flor se preparando para uma nova safra. Já dentro dos seus 90 anos, sempre calma, Dorotea parecia uma sombra, uma sombra boa para com os que conviviam com ela, ao ponto de um destes ‘netos emprestados’ dizer: Tante Tea foi a minha terceira avó. Nascida em 22 de dezembro de 1922, em Limoeiro do Jatibocas, filha de Germano Stuhr e de Ulda Wagner Stuhr, Dorotea, após poucos dias de fraqueza física, no Hospital São Braz, em Itarana/ES, na madrugada do dia 9 de agosto de 2012, expirou com uma surpreendente exclamação Oh, meu Deus! como, se assustada, visse o abrir do Paraíso, onde não existe mais morte nem tristeza (Ap 21). Dorotea trabalhou boa parte do seu tempo em casas pastorais como auxiliar nos serviços domésticos e principalmente como babá, sendo assim amada por crianças e pelos pais destas, ao ponto de Peter Sauter, adulto e homem formado para a vida, chegar de longe e procurá-la na sua velhice para conhecê-la e lhe agradecer pelo carinho recebido em tempo de criança. Os últimos 35 anos da sua vida ela viveu na casa junto aos familiares do seu sobrinho Leandro Stuhr. Em um tempo em que se cultuam o egoísmo e o individualismo e a Igreja fala muito em acolhida e cuidado, convém citar que, na casa do casal Irma e Leandro, três pessoas idosas, Leopold, Tine e Tea, tiveram fraterna acolhida em uma solidária convivência cristã. Quando alguém da Comunidade parte, nós sentimos a falta da sua presença e alimentamos saudades, sentimentos que nos facilitam construir pontes com a vivência de pessoas de fé das comunidades primitivas cujas histórias nós encontramos nas Sagradas Escrituras. Dona Dorotea, com o seu trabalho silencioso e honesto, conquistava a merecida confiança junto a todas as famílias nas casas pastorais, ao ponto de certamente muitas portas se abrirem, assim como aquela empregada, que cuidava dos serviços da casa, foi abrir para quem à porta batia, enquanto a Comunidade estava reunida em oração (At.12.12-14). Agora, o misericordioso Deus já abriu a sua porta para a histórica empregada e sempre lembrada Tante Tea. Pastor Ido Port Então, Pedro compreendeu o que estava acontecendo e disse: Agora sei que, de fato, o Senhor mandou o seu anjo e me livrou do poder de Herodes e de tudo o que os judeus tinham a intenção de me fazer. Quando Pedro entendeu o que havia acontecido, foi para a casa de Maria, a mãe de João Marcos. Muitas pessoas estavam reunidas ali, orando. Ele bateu na porta da frente, e a empregada, que se chamava Rode, foi ver quem era. Quando reconheceu a voz de Pedro, ficou tão contente, que, em vez de abrir a porta, voltou correndo para contar que Pedro estava lá fora. Atos 12.11-14

ELIO E MARIA SALETTE CENTENARO KNAAK Com muita alegria, no dia 5 de maio de 2012, o casal Knaak, pais de Charles e Luan, batizados e confirmados na Comunidade de São Carlos, festejaram 25 anos de união conjugal. A família Knaak faz parte do Presbitério da Comunidade. Elio é Presidente, Maria Salete é Vice-Presidente e Charles é Vice-Tesoureiro. A familia agradeçe à Pa. Silvia Genz, Pastora 2ª Vice-Presidente da IECLB, pelo culto da Bênção Matrimonial, à Pa. Clarise Holzschuh, pelo culto de Bodas de Prata, e, em especial à família pela linda surpresa.

Aniversário Com um alegre almoço em família, realizado no dia 20 de setembro de 2012, celebramos os 100 anos da nossa amada avó, MARIA OLINDA VARGAS Agradecemos a Deus pelo privilégio da grande influência que a nossa avó sempre teve na vida de a toda família com o seu testemunho de fé em Deus, pela mulher guerreira que és, pela sua sabedoria e, especialmente, por Deus lhe conceder alcançar a longevidade com lucidez. Uma frase que, desde criança, ouvimos dela ‘Estou pedindo para Jesus te iluminar’. Que bênção ouvir que a nossa avó sempre intercede em orações por toda a família! No centro da foto, a vó Olinda, e, da esquerda para a direita, a sua tataraneta, Isabella da Silva Piazza (filha do bisneto Matheus Michel Piazza), no colo da sua bisneta Maitê Michel Piazza, ao lado da sua neta Jaqueline Michel Piazza (mãe de Maitê) e da sua filha Anna Maria Michel (mãe de Jaqueline). Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará. Salmo 37.5

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Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorevluterano@jorevluterano.com.br


EU VIVO comunidade! O Tema do Ano da Igreja para 2013 nos convida a refletir sobre o nosso jeito de vivenciar a comunidade cristã. Conforme Apocalipse 3.20, Jesus deseja ter comunhão conosco. Ele está diante da porta da nossa vida e tem saudades de ter a nossa atenção e ser reconhecido por nós. Assim como as pessoas que nos amam sentem vontade de estar conosco, saber como estamos, assim Deus quer se relacionar conosco, mas sempre depende da nossa contrapartida. Quem sente o imenso amor de Deus por nós, que foi capaz de dar o seu único filho para morrer por nós, e que, conforme o Lema do Ano, nos dá forças e nos protege, naturalmente terá vontade de adorá-lo. Esta adoração se dá tanto na vida pessoal como na vida comunitária. Quem se sente amado, fortalecido e protegido, naturalmente terá vontade de participar mais da Igreja e testemunhar Cristo, simplesmente por se sentir parte do seu corpo. Que possamos lembrar-nos da vivência comunitária da Igreja primitiva (Atos 2.42s) e querer participar de todos os aspectos, dando importância à doutrina, à comunhão, à oração e ao partir do pão. Precisamos estar dispostos a abrir mão dos nossos planos e decisões, entregando as nossas vidas completamente a Deus, sem querer ter o domínio. Geralmente, uma situação é entregue a Deus somen-

QUE O SENHOR NOS CONDUZA COM O SEU SANTO ESPÍRITO

te quando não tem outra solução, mas em tantas passagens bíblicas temos promessas de que Deus cuida de nós. Uma delas está na parábola descrita em Mateus 10.29-31, na qual Jesus quer nos dar a garantia de que o nosso Pai se importa conosco, pois Ele sabe até mesmo quantos fios de cabelo há na nossa cabeça. Deus nos ama imensamente. Deus também se importa com o que se perde. Este tema é muito bem exposto em Lucas 15, quando Jesus diz que Deus quer recuperar os pecadores, mesmo que isso soe estranho para os fariseus. Muitas vezes, agimos como os fariseus, não aceitando o perdão gracioso de Deus, que é estendido a cada pessoa arrependida, mas não cabe a nós julgar, somente nos alegrar por isso. Aprendemos na parábola do administrador infiel, que não devemos nos beneficiar da graça de forma egoísta. O patrão elogia o administrador quando este para de agir em benefício próprio, ajudando os endividados à sua volta. Somente Deus se encaixa nesta imagem, pois Ele foi capaz de dar o seu próprio filho em benefício de cada um de nós, endividados pelos nossos pecados. Somos convidados a usar a graça e o amor de Deus em benefício de todas as pessoas com as quais convivemos. Este será o maior reflexo do amor que recebemos de graça do Pai.

ENGAJADOS NA Vai

No Sínodo, a Campanha Vai e Vem teve várias fórmulas. Nos dois primeiros anos, apoiamos um só projeto. No terceiro ano, cada Paróquia desenvolvia o seu próprio projeto e, nos últimos dois anos, as Paróquias foram desafiadas a apresentarem projetos para serem beneficiados pelos recursos da Vai e Vem Sinodal, relatou Renato Luís Ribeiro, Presidente do Conselho Sinodal do Sínodo Centro-Sul Catarinense

e Vem

No Sínodo Centro-Sul Catarinense, a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, ao longo dos anos, teve várias fórmulas, em se tratando dos 50% do valor que retorna ao Sínodo. Nos dois primeiros, anos apoiamos um só projeto. No terceiro ano, cada Paróquia desenvolvia o seu próprio projeto e, nos últimos dois anos, 2011 e 2012, após avaliação do Conselho Sinodal, as Paróquias foram desafiadas a apresentarem projetos para serem beneficiados pelos recursos da Vai e Vem Sinodal. O Conselho definiu os critérios e determinou que seriam beneficiados, no máximo, quatro projetos a cada ano. Em 2011, foram contemplados projetos das Paróquias de Aririú e Santo Amaro da Imperatriz, Florianópolis, Atalanta e Rio São João. Em 2012, foram contemplados projetos de Ituporanga, Taquaras, Rio do Sul e Ibirama. A cada ano, as Paróquias têm buscado o desenvolvimento de projetos com o auxílio na Vai e Vem Sinodal e isso tem dado impulso para algumas iniciativas que estavam aguardando recursos. Para 2013, o Conselho Sinodal, na sua reunião do dia 23 de março, em Braço do Trombudo, teve uma agradável surpresa: sete projetos foram apresentados pelas Paróquias, em busca de recursos da Vai e Vem. A Diretoria Sinodal, juntamente com

O Tema do Ano da Igreja para 2013 nos convida a refletir sobre o nosso jeito de vivenciar a comunidade cristã. Na Paróquia Presidente Getúlio/SC, no Sínodo Centro-Sul Catarinense, buscamos aprofundar o Tema e o Lema de várias maneiras tanto nos grupos das Comunidades quanto nos cultos, compartilhou a Pa. Dra. Marceli Winckel, Pastora na Paróquia Presidente Getúlio/SC

DEUS AMA A QUEM DÁ COM ALEGRIA

o Pastor Sinodal e o Coordenador da Vai e Vem no Sínodo, Wolnei Sell, se reuniram, e, visando a atender todos os projetos, encaminharam três deles para outras fontes de recursos. No Sínodo, os quatro projetos que serão apoiados pela Vai e Vem 2013 são: Projeto da Paróquia de Aurora (Crianças buscando a Cristo), Projeto da Paróquia de Pouso Redondo (Resgatando Vidas trabalho com crianças, adolescentes e jovens), Projeto da Paróquia de Santa Isabel (compra de terreno e construção de Centro Multiuso na sede do município de Águas Mornas) e Projeto da Paróquia Sul de Santa Catarina (Levando vida a espaços mortos - realização de Dia de Ação Social no Bairro São Luiz, em Criciúma). Como Sínodo, temos desafiado as Paróquias e as Comunidades tanto na elaboração de projetos, como no engajamento na Campanha Vai e Vem por meio das ofertas em todos os Ministérios e Departamentos das Comunidades. É importante salientar que a grande maioria dos projetos não necessita de recursos somente uma vez, mas, sim, durante certo período até que atinja a autossustentabilidade, por isso enfatizamos a palavra do Apóstolo Paulo em 2Co 9.7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.


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