Jornal Evangélico Luterano
| Ano 46 | Maio 2017
|
n o 805
Vocação: presente de Deus! O chamado para servir Pela construção de um mundo de paz, mais justo e mais cuidadoso com as pessoas e com a natureza
Trabalho em equipe
Responsabilidade pela vida
Diálogo ecumênico
Ações compartilhadas e resultados conjuntos
Dignidade no cuidado da Criação
Cooperação no Corpo de Cristo
Competências Ministeriais
Unidade
Ecumene
Jorev Luterano - Maio 2017
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REDAÇÃO
Vocação na Missão de Deus: fermento na massa! O ano do Jubileu da Reforma, em especial o mês de maio, nos abre a possibilidade de rememorar o primeiro chamado de Deus, feito no Batismo, ressalta o Documento Estações do Jubileu - Estação de Maio/2017: Vocação, emitido pela Presidência da IECLB. O Documento afirma que, pela graça de Deus, somos pessoas libertas para fazer parte da Missão de Deus no mundo e na sociedade em nossas atividades cotidianas, destacando que Lutero apontou para o valor das atividades relacionadas à subsistência, à organização social e à vida cultural e afirmou serem elas boas e desejadas por Deus. Como vivenciamos nestas atividades o nosso mandato de filhos e filhas de Deus, vocacionados e vocacionadas para a promoção da dignidade da vida, a vocação tem uma perspectiva mais ampla e não se restringe ao Ministério com Ordenação. ‘Não importa qual função exercemos, somos criaturas vocacionadas para cuidar. Este cuidado começa em casa, como pais e mães, filhos e filhas, segue na Comunidade cristã e se estende para a Comunidade civil. Somos pessoas vocacionadas por Deus para exercer as nossas funções, as nossas profissões, o Ministério com Ordenação como cooperadores e cooperadoras do próprio Deus, para a construção de um mundo mais justo, cuidadoso com as pessoas e a natureza’ alerta o Documento. Nesse sentido, a Presidência da IECLB convida Comunidades, organizações identificadas com a Igreja, Ministros, Ministras, lideranças e membros em geral a viver a vocação de Deus no próprio contexto, fazendo parte da grande rede mantenedora da vida. Com os dons e talentos a nós confiados, devemos viver a fé segundo os valores evangélicos da justiça, da paz e da solidariedade. O testemunho das Comunidades na esfera pública afirma os valores do Evangelho na sociedade e no mundo. A cada dia, nasce de novo o sol, assim renasce, a cada manhã, a misericórdia de Deus. Recebo, hoje, a dádiva da vida, novamente, de tuas mãos, Senhor, e, grato, disponho-me a servir. Vamos cantar! É bom viver e despertar pra conviver. Dar mais calor, fazer brilhar o sol do amor no amanhecer. Nós somos o sal da terra.. Nós somos fermento na massa. Nós somos a luz do mundo, refletindo o sol da graça. Vamos cantar! (Amanhecer - P. Rodolfo Gaede Neto).
CAPA O chamado é um convite honroso feito por Deus para que sempre de novo nos coloquemos no lugar das pessoas com as quais nos relacionamos, com a finalidade de sairmos de uma visão individualizada, que tem opinião para tudo.
Jornal Evangélico Luterano
| Ano 46 | Maio 2017
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n o 805
Vocação: presente de Deus! O chamado para servir Pela construção de um mundo de paz, mais justo e mais cuidadoso com as pessoas e com a natureza
SUMÁRIO 2
REDAÇÃO
CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE
3
ENFOQUE
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PALAVRA
5
PRESIDÊNCIA
6
FORMAÇÃO
7
DIVERSIDADE
Trabalho em equipe
Responsabilidade pela vida
Ações compartilhadas e resultados conjuntos
Dignidade no cuidado da Criação
Cooperação no Corpo de Cristo
Competências Ministeriais
Unidade
Ecumene
Diálogo ecumênico
JUBILEU DA REFORMA CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS GESTÃO MINISTERIAL COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS TEMA DO ANO PALAVRA DA PRESIDÊNCIA RETROSPECTIVA AGENDA EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA PROPOSTA METODOLÓGICA FACULDADES EST PESSOAS IDOSAS PRONUNCIAMENTO
8-9 UNIDADE
LUTERO - REFORMA: 500 ANOS
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13 14
15 16
FÉ LUTERANA
ACOLHENDO A VIDA
PERSPECTIVA
O excesso de razão não tem razão de ser PRECISAMOS NOS ACUSAR DO PECADO EM PÚBLICO!
MISSÃO
PLANO DE AÇÃO MISSIONÁRIA DA IECLB PROJETOS MISSIONÁRIOS PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
GRATIDÃO
FÉ, GRATIDÃO E COMPROMISSO PUBLICAÇÕES
GESTÃO
GESTÃO ADMINISTRATIVA DOCUMENTOS NORMATIVOS GUIA PARA O PRESBITÉRIO
SÍNODOS
ALEGRES, JUBILAI!
ECUMENE
Diálogo e cooperação no Corpo de Cristo
Quando Deus parece estar mais distante, mais perto de nós Ele se encontra. Martim Lutero EXPEDIENTE Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 Administrativo Elizangela Basile ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
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ENFOQUE
Jubileu da Reforma Na sequência do projeto Estações do Jubileu da Reforma, a Presidência da IECLB convida a, neste mês de maio, relembrar o chamado que Deus nos faz para exercermos a nossa vocação diariamente conforme a sua Palavra, pois Deus cuida de pessoas por meio de outras pessoas! “Vocação é referência importante em uma realidade que insiste em tentar convencer que a vida não tem sentido além do consumismo. Deus nos dá rumo, preenche a nossa vida com propósito. Ele nos vocaciona! A vocação é, portanto, presente de Deus! Em resposta, somos, sem exceção, convidados e convidadas por Ele a, em gratidão, cumprir o mandato da vocação. O chamado é um convite honroso feito por Deus para que nos coloquemos no lugar das pessoas com as quais nos relacionamos, com a finalidade de sairmos de uma visão individualizada, que tem opinião para tudo e que julga apenas a partir de uma única verdade: a própria. O chamado de Deus nos convida a superar o egoísmo, a vaidade, a discriminação. A Presidência da IECLB convida as Comunidades, os Ministros, as Ministras e as lideranças a ficarem atentas para as Estações do Jubileu, que ocorrerão até o final deste ano. A terceira Estação, referente ao mês de maio, traz eventos importantes na sua agenda, como o dia 1º, lembrado mundialmente como o Dia dos
Reforma
Trabalhadores e das Trabalhadoras. Esta data serve como um impulso para refletir sobre a vocação nas diversas ocupações exercidas pelas pessoas que formam a Comunidade. O Dia das Mães, comemorado no segundo domingo de maio, 14, nos dá a oportunidade de realçar a importante função exercida pelas mães na família e, consequentemente, na sociedade. O dia 20 nos lembra a Ascensão do nosso Senhor Jesus Cristo, que, ascendendo junto à glória do Pai, após a vitória sobre as forças da morte, nos chama a sermos pessoas esperançosas, que vivem e anunciam, desde agora, a realidade de um mundo novo. Vivamos a vocação de Deus no contexto em que estamos inseridos, fazendo parte da grande rede mantenedora da vida. Com os dons e talentos a nós confiados, vivamos a fé segundo os valores evangélicos da justiça, da paz e da solidariedade”. Trechos do documento emitido pela Presidência da IECLB
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INDICADORES FINANCEIROS
UPM Abril/2017
4,3180
Índice Março/2017
0,25 %
Acumulado 2017
0,96 %
Todas as nossas orações devem fundamentar-se e apoiar-se na obediência a Deus. Martim Lutero
OFERTAS NACIONAIS 14 DE MAIO 5º Domingo da Páscoa - Dia das Mães Casa Matriz de Diaconisas A diaconia é um dos quatro pontos estratégicos da missão da IECLB. A Irmandade da Casa Matriz de Diaconisas lançou muitas sementes de ação missionária na IECLB por meio do seu engajamento diaconal. Estas sementes se multiplicaram. Lançar sementes também é a proposta da Casa Matriz hoje, no sentido de: - oferecer espaço de reflexão e comunhão para o fortalecimento da espiritualidade missionária-diaconal; - capacitar mais pessoas para a prática diaconal; - fortalecer o Ministério Diaconal na IECLB com exemplos de cuidado e solidariedade. 21 DE MAIO 6º Domingo da Páscoa Projeto de Missão no Sínodo Brasil Central O Sínodo Brasil Central necessita de apoio devido às grandes distâncias geográficas e à característica da composição com pequenas Comunidades e um pequeno número de membros, mas com grande vontade de ser e continuar evangélico-luteranos. Por meio da Missão no Sínodo Brasil Central, a IECLB se faz presente no Distrito Federal, nos Estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Pará, Bahia, Piauí e Maranhão. O Fundo de Missão ajuda na manutenção das pequenas Comunidades e dos Pontos de Pregação. Todas as ações são realizadas com Planejamento, Monitoramento e Avaliação (Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI). O Sínodo ajuda na assessoria para o planejamento e a avaliação visando à sustentabilidade das Comunidades.
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PALAVRA GESTÃO MINISTERIAL
Evitar conflitos? Resolver conflitos! P. Dr. Victor Linn | Pastor, Psicanalista e Coach Conflitos são inevitáveis e fazem parte do cotidiano pessoal e profissional. Onde pessoas se encontram, encontram-se pontos de vista, expectativas, opiniões, posições de poder e interesses diferentes e contraditórios. A interdependência presente nas relações torna inevitável que as diferenças se manifestem e produzam mal-estar ou irritação. Conflitos são efeitos colaterais da coexistência. O problema, na maioria das vezes, não é causado pelos pontos de vista divergentes, mas, sim, pela forma como as pessoas lidam com eles. Situações conflitivas evocam emoções e afetos que influenciam o modo de agir e potencializam o temor e os supostos riscos inerentes a uma discussão aberta. O sentimento latente de hostilidade produz uma fantasia de retaliação intimidadora. Assim, tende-se a ocultá-los e resolvê-los de forma indireta, sem nomeá-los, produzindo, assim, aumento do potencial de agressão ou hostilidade, que se instala até que haja um rompimento, geralmente dramático. Um dos atributos frequentes de líderes competentes e com reconhecimento em seu contexto profissional é a capacidade de encarar conflitos de forma consciente e aberta, sabendo manejálos de forma que a sua solução acrescente a todas as pessoas envolvidas, particularmente e ao conjunto, uma melhor compreensão da situação e a construção de novos modelos de ação e interação. Conflitos resolvidos liberam energias criativas e causam bem-estar. Considerando os ganhos em qualidade, vale a pena investir no aperfeiçoamento desta competência.
COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
Trabalho em equipe Cat. Dra. Haidi Drebes | Secretária da Habilitação ao Ministério Psic. Leila Klin | Psicóloga Organizacional Cada um, cada uma de nós já foi chamado, chamada para um trabalho em equipe e olhou com ‘cara feia’ para isso. Seja pelas tarefas distribuídas de forma desigual, pelas pessoas que se esquivam da responsabilidade ou, ainda, pelas ideias divergentes, o fato é que muitas vezes evitamos o trabalho em equipe para fugir de estresse e conflitos. Parece mais fácil trabalhar sozinho, sozinha. Mesmo assim, é sabido que a atividade ministerial pressupõe o trabalho em equipe. Na IECLB, essa competência é descrita como: a capacidade para desenvolver ações compartilhadas em prol de resultados comuns. Capacita para respeitar e valorizar a diversidade de dons e buscar a complementaridade. Desenvolver essa competência implica integrar os diferentes grupos e se adequar às regras estabelecidas, valorizar aquilo que as outras pessoas são capazes de realizar, administrar conflitos, dar e receber feedback . Na teoria, é muito coerente e justo, mas, na prática, é mais difícil que parece. Para trabalhar em equipe, precisamos conhecer profundamente as nossas próprias
potencialidades e limitações, ter clareza dos pontos em que podemos contribuir para os resultados coletivos e onde estão as nossas dificuldades e os aspectos nos quais precisamos de complementaridade. O grupo, ao mesmo tempo em que aproveita o nosso potencial, também evidencia as nossas fraquezas. Trabalhar em equipe pressupõe desenvolver tolerância, capacidade de escuta, resiliência e efetivo compromisso com a causa da Igreja, relegando a um segundo plano as nossas vaidades, os interesses e propósitos pessoais. Em essência, significa compreender que o processo é tão importante quanto o resultado. É essencial exercitar a capacidade de comunicação e negociação, aprendendo a ouvir ativamente e a reconhecer as potencialidades das outras pessoas. Administrar conflitos e tensões faz parte da vida ministerial e não deve ser encarado como algo problemático ou eventual, mas, sim, como uma oportunidade de aprendizado, amadurecimento e fortalecimento das condições individuais para buscar os resultados coletivos.
TEMA DO ANO
Alegres, jubilai! Profa. Márcia Lorentz | Coordenadora do Projeto Missão Criança na Comunidade Martin Luther em Curitiba/PR Alegrar-se de forma verdadeira, intensa, completa... jubilar. O verbo escrito no imperativo nos desafia. Que desafio imenso ele nos traz! Temos motivos para jubilar? Nos dias em que me dediquei a escrever esse texto, fui assaltada a mão armada, vi notícias sobre guerra, fome, pessoas refugiadas, discriminação, fraude e corrupção. O verbo imperativo permanecia à minha frente... Max Lucado escreveu, em uma de suas obras, que ‘o carro havia sido roubado porque tinha um carro e, portanto, a bênção de possuí-lo...’. Confesso que, naqueles dias, isto soou como ironia, mas, com o passar do tempo, pude enxergar a mão de Deus agindo a cada segundo daquela tarde, protegendo a minha vida e a minha família. Os fatos me fizeram refletir sobre a alegria de ter os meus filhos presentes na Comunidade de fé, enquanto tantas pessoas andam pelas ruas em busca de algo que não sabem como obter. Vi de perto o vazio que invade a vida de adolescentes, que, para ter o prazer de consumir drogas e fazer manobras arriscadas com um carro, ameaçam e roubam. Contraste inegável com jovens da Comunidade, que se alegram por participar da juventude, por orar e estudar a Palavra, por ensaiar para cantar em um Culto, por pedir uma pizza gigante ou brincar de esconde-esconde como faziam quando eram crianças... Ao comemorar os 500 anos da Reforma, lembramos que Martim Lutero buscou incansavelmente a paz de espírito e motivos para se alegrar dentro do contexto em que se encontrava. A revelação se fez na Escritura e Lutero se libertou do medo. Hoje, temos acesso à Escritura, podemos participar de uma Comunidade de fé, cantar e louvar a Deus com grande alegria e na certeza que Ele nos ama. Podemos servir com liberdade e por gratidão, não mais por medo. Sim, eu tenho motivos para me alegrar! Alegres, jubilai, porque Deus nos acolhe, perdoa, consola, protege... porque Ele é Deus. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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PRESIDÊNCIA
O chamado de Deus nos desafia! Qual é a sua vocação? P. Dr. Nestor Friedrich | Pastor Presidente da IECLB
Em 2017, jubilamos os 500 anos da Reforma! Nesta nova estação do Jubileu, maio, convidamos a refletir sobre o tema ‘vocação’, referência importante em uma realidade que insiste em tentar convencer que a vida não tem sentido! Crer e fazer isso valer na nossa vida fará muita diferença, considerando o nosso papel na família, no ambiente de trabalho, na Comunidade de fé e na sociedade! A vocação cristã inquieta e desafia ao serviço, nos colocando em relação de responsabilidade com outras pessoas. A vocação tem olhos e sensibilidade para o
que se passa à nossa volta. O chamado de Deus nos desafia a resgatar a nossa humanidade enquanto filhas amadas e filhos amados por Deus em um contexto de sociedade desumana, indiferente, doente, individualista, insensível! O chamado de Deus faz a pessoa ‘cair em si’, como aconteceu com o filho mais novo, que abandonou a casa do Pai (Lucas 15), e Pedro, quando o galo cantou pela terceira vez (Marcos 14.72). Este ‘cair em si’, no atual momento brasileiro, é urgente! Vivemos uma crise sem precedentes e com muitas facetas, entre
Da fé, fluem o amor e a alegria no Senhor, e, do amor, um ânimo solícito, livre para servir espontaneamente ao próximo. Martim Lutero RETROSPECTIVA
as quais destaco duas. A primeira: no século XVI, ao estudar o Magnificat (Lucas 2.46-55), Lutero falou sobre a função da autoridade secular. Qual é a sua vocação? Ela está instituída para ‘proteger os súditos [...]. Uma autoridade tem que ter mais em vista aquilo que é para o bem de todo o povo do que aquilo que serve apenas para uma parte desse povo’. Qual é o desafio posto? Resgatar novamente a vocação ética da política com vistas à promoção da justiça! A segunda: a outra faceta tem a ver com o que vivemos em nossas casas! Como dar conta da nossa vocação enquanto mães, pais, avós quando filhas e filhos, jovens, se tornam reféns do ‘jogo da baleia azul’, por exemplo? O que fazer quando jovens entram em um jogo no qual se mutilam em função de emoções com as quais não conseguem lidar, como frustração, medo, raiva, tristeza? O que fazer para que as nossas e os nossos jovens não se sintam abandonadas, abandonados? Lembrando as palavras do P. em. Dr. Gottfried Brakemeier, o chamado de Deus se dirige à humanidade em seu todo. O ser humano está no mundo por vontade divina, incumbido de cumprir um mandato. Se a humanidade perdeu a noção da sua razão de ser, da sua destinação, do sentido das coisas, é porque esqueceu da sua vocação.
AGENDA | MAIO 6/5
10/5
12a Assembleia da Federação Luterana Mundial (FLM) Windhoek/Namíbia P. Nestor Friedrich
28/5
Dia da Igreja no Sínodo Nordeste Gaúcho Gramado/RS P. Nestor Friedrich
29/5
Reunião da Diretoria do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich
Somos parte do projeto de Deus Em Cristo, Deus chama cada um e cada uma de nós para uma relação de confiança e fidelidade com Ele. Essa confiança será decisiva diante de momentos de dúvida, crise, angústia, desafios inerentes ao Ministério. Essa confiança será fonte de força para seguir, não desistir, enfrentar, lutar, servir a Deus. Pastores e Pastoras, Catequistas, Diáconos e Diáconas, Missionários e Missionárias formam uma Comunidade de lideranças, são parte do projeto de Deus! São vocacionados e vocacionadas! São
Corpo! Nessa perspectiva, a missão que parte só de uma pessoa não tem tanta capacidade de impactar, influenciar, fazer a diferença e chamar outras pessoas para dentro da comunhão, como a que parte de uma Comunidade, uma Comunidade de lideranças comprometidas com o Evangelho de Jesus Cristo no contexto da IECLB.
Assembleia do Sínodo Vale do Itajaí Rodeio/SC Pa. Sílvia Genz
Mensagem para o Dia do Ministro e da Ministra (2013) Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Educação cristã na IECLB: tecnologia como ferramenta Jorn. Tobias Mathies | Assessor de Comunicação do Sínodo Vale do Itajaí e Coordenador de Comunicação na Comunidade de Blumenau/SC Atualmente, é impossível imaginar que a tecnologia esteja ausente na educação cristã. Embora o debate divida opiniões, temos que admitir que as novas gerações aprendem cada vez mais cedo a lidar com os dispositivos móveis e já interagem com aplicativos específicos educacionais. Frente a isso, a Igreja não pode agir diferente. Ela precisa ir ao encontro do contemporâneo, oportunizando, desde cedo, que as crianças aprendam de uma forma didática e divertida os primeiros passos na fé. Pesquisas mostram que a Internet, os tablets, os computadores, os aplicativos e outras plataformas podem ser usadas pelo Orientador, pela Orientadora para estimular a imaginação das crianças e amparar o seu trabalho. Jogos divertidos, histórias, mensagens, cantos e intercâmbios digitais são alguns dos exemplos. ‘Aprender brincando’ tem um efeito muito interessante,
porque, desde já, as crianças convivem com a mensagem de fé e amor que Cristo deixou. O que não pode é trabalhar contra esta realidade. Não devemos ter medo de aceitar as mudanças que estão ocorrendo. Também nos encontros de iniciativas, como Missão Criança, Culto Infantil e Juventude Evangélica são necessárias novas ferramentas para atrair a atenção destas novas gerações. A Internet está aí para aproximar! Por que não interagir com grupos de outras Comunidades da IECLB ou até de todo o mundo? Não estou propondo o fim dos intercâmbios presenciais, mas também podem ser usados aplicativos que possibilitem, por exemplo, uma palestra ou debate entre Confirmandos e Confirmandas de Blumenau/SC, Espigão do Oeste/RO e Munique, na Alemanha! Por que não?! Dificilmente este encontro aconteceria
pessoalmente, mas a Internet proporciona isso! Vamos, então, usá-la a nosso favor. É fato que nem toda a tecnologia é tão fácil de acessar e também que, às vezes, o custo termina se tornando alto. Muitos locais de encontros e celebrações não têm acesso à Internet... Entretanto, é preciso colocar este assunto em pauta! É urgente que se tenha ousadia para começar a investir nesta área. O mesmo vale para a formação de quem educa. Não é um trabalho fácil, mas de nada adianta ter os melhores dispositivos e aplicativos do mundo se os recursos tecnológicos não são explorados. Além de discutirmos a tecnologia que as diferentes gerações podem e vão absorver daqui para frente, é preciso discutir como capacitar as lideranças para tornar a Comunidade digitalmente missionária, atrativa e inclusiva.
CRIANÇAS | PROPOSTA METODOLÓGICA
Um papo delicioso! Materiais necessários Um exemplar da revista O Amigo das Crianças nº69 para cada criança, bloco de anotações, papéis coloridos, tesouras e cola. Momento 1 Leia com as crianças o texto da seção Falando Nisso, página 8, e converse sobre o que mais chamou a atenção delas. Compartilhe que a boa alimentação é um direito de todas as pessoas. Afinal, quem não gosta de comer bem? Fale também a respeito da importância de termos à disposição alimentos saudáveis para a nossa saúde. Além disso, mencione que os alimentos produzidos com cuidado e sem veneno não prejudicam a bela Criação de Deus.
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Encontro nostálgico Reencontro, música, integração e alegria foram algumas das palavras que marcaram o fim de semana dos dias 8 e 9 de abril de 2017, na Faculdades EST. O motivo foi o Encontro de Ex-Alunos do Instituto Pré-Teológico (IPT), o primeiro Centro de Estudos do Morro do Espelho, em São Leopoldo/RS. O IPT foi a primeira semente do que viria a se tornar, com o passar dos
Momento 2 Após o diálogo, convide para confeccionar um bloco para receitas saudáveis. A capa pode ser feita com a técnica do mosaico. Para isso, as crianças cortam o papel colorido em pedaços pequenos e dão forma a diferentes desenhos (frutas, pães, bolos, verduras, legumes, etc.). Momento 3 Outra ideia é motivar as crianças para plantar chás e temperos em vasos ou floreiras confeccionados com garrafas pet. Sugestão extraída da Proposta Metodológica para uso da Revista O Amigo das Crianças, nº 69. Leia a Proposta Metodológica completa e saiba como assinar a Revista O Amigo das Crianças no Portal Luteranos
anos, a atual instituição: Faculdades EST. Com ampla programação, o evento começou no sábado pela manhã, às 9h. Assim que as pessoas participantes chegavam, eram recepcionadas calorosamente pelos ex-colegas, que convidaram para um momento de confraternização no Auditório do Prédio H. O momento começou com música, teve dança e, em seguida, uma dinâmica divertida, com relatos de memórias durante a passagem pelo IPT. Na tarde de sábado, a programação ficou por conta do P. em. Dr. Martin Dreher, que dissertou sobre o tema Martim e Catarina Lutero: a alegria de ser uma família. Aproveitando a motivação dos 500 anos da Reforma, o Palestrante revelou fatos curiosos sobre a vida do casal. Mais tarde, já no pátio da EST, com o
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intuito de deixar uma marca simbólica da visita, foi plantado, em conjunto, um ipê roxo, que deverá florescer em meio à área verde da instituição. À noite, não faltou animação no Jantar Baile dos Ex-alunos, que ocorreu no Prédio S. O fim de semana de reencontros encerrou, de maneira especial, no domingo, com a celebração do Culto na Igreja de Cristo, no centro da cidade, com pregação feita pelo P. em. Harald Malschitzky. Ao fim do evento, por meio da plataforma Facebook Live, os ex-alunos compartilharam mensagens em tempo real com colegas espalhados pelo mundo, uma maneira de reviver tantos momentos especiais. O Encontro dos Ex-alunos do IPT do próximo ano está previsto para os dias 21 e 22 de abril.
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DIVERSIDADE
Envelhecimento: oportunidade para a missão da Igreja
Presença, cuidado e testemunho evangélico Diác. Ma. Carla Vilma Jandrey | Coordenadora de Diaconia e Programa Diaconia Inclusão
Estamos envelhecendo e vivendo mais. O envelhecimento é um processo e é algo que vai sendo construído no transcorrer da existência humana. Não ficaremos velhos aos 60, 70 ou 80 anos. Estamos envelhecendo a cada dia. Essa é a dinâmica da vida que nos é presenteada por Deus. Segundo pesquisas, o Brasil será, em 2025, a sexta nação com maior número de pessoas idosas em todo o mundo. Terá, aproximadamente, 32 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais. Vivemos a ‘revolução da longevidade’. A pirâmide demográfica está tomando forma de ‘barril’, pois há mais pessoas idosas que crianças no gráfico.
Os dados estatísticos de 2014 revelam que, no Brasil, a porcentagem de pessoas idosas é de 13,8%. Na IECLB, para o mesmo período, o número de pessoas acima de 60 anos é de 102.722, o que corresponde a 15,6% do total dos seus membros. Destes, 10% participam em grupos de Terceira Idade das nossas Comunidades. Ao olharmos para as pessoas idosas, percebemos que formam um grupo heterogêneo: trabalham, viajam, fazem cursos, ajudam filhos e filhas, cuidam de netos e netas, de pai e mãe, fazem uso de tecnologias, estão presentes na vida comunitária, mas também há pessoas fragilizadas, que necessitam de cuidados especiais, que sofrem violências,
que vivem em situação de abandono e que estão à margem da vida social e comunitária. A IECLB, ao longo dos anos, tem desenvolvido atividades com e para pessoas idosas e, em muitos lugares, foi protagonista na criação de grupos de convivência. Contudo, diante da ‘revolução da longevidade’, sentese desafiada a ampliar o seu olhar e a sua atuação junto às pessoas idosas, visando a ser uma Igreja cada vez mais acolhedora, inclusiva e missionária. Para isso, é necessário refletir sobre as metodologias de trabalho com pessoas idosas, tendo como base as necessidades do contexto. Além do grupo de convivência, o que mais podemos propor? Também pensar em ações para promover e garantir o cuidado, a proteção, a dignidade e os direitos das pessoas idosas. Esta reflexão possibilitará pensar em ações que irão ao encontro das pessoas idosas que estão à margem da vida comunitária e as que estão inseridas na Comunidade. Também apontará a necessidade de olhar para a família cuidadora, que, muitas vezes, carece de apoio, informação sobre como cuidar e pessoas que se disponham a auxiliar no cuidado. Acreditamos que as Comunidades têm muito o que contribuir para garantir qualidade de vida para todas as pessoas idosas, assim como tem feito ao longo dos anos. Que Deus possa nos dar sabedoria para planejar ações que visem à presença, ao cuidado e ao testemunho evangélico de uma Igreja que valoriza a autonomia e o protagonismo da pessoa idosa.
PRONUNCIAMENTO
Quando Deus não está no barco, não se navega bem. Martim Lutero
Respeitem as pessoas idosas A IECLB convida todas as Comunidades a: - refletir sobre o processo de envelhecimento populacional e sobre os desafios e as oportunidades para a sua ação missionária; - fomentar o protagonismo da pessoa idosa, considerando as suas preocupações, expectativas e necessidades; - participar nos Conselhos de direitos de pessoas idosas para a construção e implementação de políticas que assegurem autonomia,
cuidado e dignidade das pessoas idosas; - implementar as recomendações sobre acessibilidade arquitetônica e de comunicação em todos os espaços comunitários [...]; - incentivar e promover o protagonismo da pessoa idosa na Missão da Igreja, considerando a sua experiência, sabedoria e disposição. Manifesto Cuidado com a Pessoa Idosa Outubro/2016
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UNIDADE
UNIDADE
Série Especial
Lutero - Reforma: 500 anos
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Responsabilidade pela dignidade da vida
A dignidade está relacionada com a excelência, a gravidade e a honorabilidade das pessoas no seu comportamento. Uma pessoa que se comporta com dignidade é alguém de elevada moral, sentido ético e ações honrosas.
Muito se fala em direitos e dignidade humana. Afinal, o que é dignidade? O conceito de dignidade vem do Latim dignĭtas. Na Língua Portuguesa, dignidade é um adjetivo que faz referência, corresponde ou proporciona mérito a alguém ou algo. O que é merecedor de algo e cuja qualidade é aceitável. A dignidade está relacionada com a excelência, a gravidade e a honorabilidade das pessoas no seu comportamento. Uma pessoa que se comporta com dignidade é alguém de elevada moral, sentido ético e ações honrosas. Assim, a dignidade é uma qualidade humana que depende da racionalidade. Apenas os seres humanos têm capacidade para melhorar a sua vida a partir do livre-arbítrio e do exercício
queiram ser independentes, sempre surgem necessidades que os fazem interdependentes uns com os outros. Reconhecer esta realidade fundamenta uma ética de corresponsabilidade entre todas as pessoas, a ética que rompe com valores da ganância, do lucro e busca o respeito ao ser humano e resgata o seu compromisso com a sustentabilidade do planeta.
P. Wonibaldo Rutzen, Ministro na Paróquia em Criciúma, em Laranja da Terra/ES da sua liberdade individual. Os animais, por sua vez, agem por instinto. Neste sentido, a dignidade está vinculada à autonomia e à autarquia do homem que se governa a si mesmo com retidão e honra. A dignidade implica reconhecimento da condição humana e no respeito. Ela é a grandeza, a excelência, uma qualidade ou bondade superior pela qual algo ou alguém desfruta de especial valor e estima. A Teologia da vida como sinal do Reino de Deus Deus é o Criador de todas as vidas e também do ser humano. Criou o ser humano à sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27). Este ato de Deus traz consigo uma grande dignidade aos seres humanos. Deus quer vida para as suas criaturas, por isso fez as pessoas dotadas de inteligência – para serem colaboradoras na administração do mundo e da sociedade. Portanto, ninguém pode colocar-se acima dos outros. Pelo contrário, existe uma responsabilidade mútua. Ao longo da história, o ser humano perdeu a sua humanidade, distorcendo os relacionamentos e tornando uns superiores e outros inferiores. Então, Deus assume a condição humana, para recompor a convivência quebrada e distorcida. A Palavra de Deus, encarnada em Jesus
Cristo, assume a condição humana com sua fragilidade e aponta para o valor e a importância da humanidade. Este é o sinal mais forte e eloquente da valorização do ser humano. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10.10): esta é a missão de Jesus Cristo! Nós, pessoas evangélicas de confissão luterana, no amor de Deus, temos a base para estabelecer os referenciais de comportamento na sociedade. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro (1Jo 4.19). Assim Deus valoriza e dignifica o ser humano. Na prática, as atitudes de solidariedade e de sensibilidade com as pessoas expressam uma profunda gratidão a Deus e também trazem consigo uma postura de respeito e valorização a todas as criaturas igualmente amadas e dignificadas por Ele, ou seja: pessoas idosas, homens, mulheres, jovens e crianças vivem a sua existência a partir do amor de Deus. Este amor orienta o seu comportamento e as suas atitudes. Então ocorre a promoção da dignidade humana nas relações respeitosas consigo mesmo, com as pessoas semelhantes, com a natureza e com Deus. A solidariedade, o cuidado e a responsabilidade mútua estão no jeito de sermos Igreja neste mundo. Por mais que os seres humanos
A Teologia luterana e a defesa da vida Toda pessoa cristã, por essência, tem responsabilidade pela dignidade da vida humana e de todas as vidas criadas por Deus. Nós, pessoas de confissão luterana, nos espelhamos nos Evangelhos de Jesus Cristo, na sua prática e na sua Pedagogia cuidadora e inclusiva. A fé ativa no amor de Deus e ao próximo (Gálatas 5.6) é visível no serviço em prol da dignidade do ser humano e, por consequência, na sua relação com toda a Criação de Deus. Esta fé ativa é visível no acolhimento das diferentes pessoas no seio das Comunidades, no apoio às pessoas fragilizadas, às minorias, como indígenas, afrodescendentes e demais categorias marginalizadas pela sociedade economicista (Mt 8 e 9.1-8). A fé no Deus da vida se mostra quando incentivamos propostas de cultivos de alimentos sem agrotóxicos, quando cuidamos da terra, das águas e das demais vidas da natureza, a nossa casa comum, quando apoiamos projetos de reflorestamentos e preservação de mananciais de água, quando estimulamos a conscientização em torno da importância de preservar as riquezas naturais como dádivas vivas dadas e cuidadas por Deus (Gn 1.1-31 e Mt 6.26-30), quando auxiliamos no resgate dos conhecimentos da Medicina natural e na organização de espaços para a cura e quando acolhemos pessoas especiais, como o próprio Jesus Cristo fez (Mt 4. 23-25, 8.1-17 e 9.18-32). Na liberdade ética O apóstolo Paulo diz: Cristo nos li-
bertou para que nós sejamos realmente livres, por isso continuem como pessoas livres e não se tornem escravos novamente (Gálatas 5.13). Cristo liberta por meio do Batismo e acolhe o batizando em sua história de vida com amor. Nesta história de vida com amor, temos exemplos vividos por Jesus
A fé ativa recebe a graça e produz frutos de gratidão. A vivência da fé, na prática do amor, como gesto de gratidão a Deus, é o jeito evangélico luterano de ser. O ser livre se dá na fé em Deus e no serviço em amor a todas as vidas.
Cristo que servem de orientação livre e dinâmica para a vivencia cristã. Já no mundo do ‘deus mercado’, pessoas se tornam escravas do consumo para aparecerem mais e melhores que outras, sendo massificadas e despersonalizadas, ficando sem liberdade e sem rumo próprio na vida, uma vez que o mercado economicista dita as regras do comportamento e dos relacionamentos humanos. Cristo, em seu amor gratuito e espontâneo, liberta as pessoas da prisão de modas e da adesão acrítica a
ideias e tendências comportamentais massificadas. A liberdade cristã está na raiz da liberdade de consciência e da liberdade das pessoas nos seus relacionamentos: quem não seguir as tendências da moda, não tem nenhum sentimento de culpa nem se constrange por não ser igual e da mesma massa. Pelo contrário, o livre arbítrio cristão fortalece a pessoa em sua autonomia de escolher o que lhe convém e não o que é dito ser conveniente pelas outras pessoas, as do mercado economicista. Isto é um comportamento ético, livre e cristão! Martim Lutero, em seu livreto Da liberdade cristã, sintetizou a liberdade da seguinte maneira: ‘O cristão é um senhor livre de tudo, a ninguém sujeito. O cristão é um servo dedicado a tudo, a todos sujeito’. O cristão é livre para a prática da solidariedade e a prática da justiça. A fé ativa recebe a graça e produz frutos de gratidão. Assim a pessoa se torna livre e atuante em obras de amor. Portanto, a vivência da fé ativa, na prática do amor, como gesto de gratidão a Deus, é o jeito evangélico luterano de ser. O ser livre se dá na fé em Deus e no serviço em amor a todas as vidas. Em resumo, podemos expressar as palavras de Lutero quando fala sobre a liberdade cristã: ‘De tudo isso se conclui que um cristão não vive em si mesmo, mas em Cristo e em seu próximo. Em Cristo, por meio da fé e, no próximo, por meio do amor. Por meio da fé, ele ascende para Deus. De Deus, ele desce novamente por meio do amor, mas permanece sempre em Deus e no amor divino, conforme Cristo diz em João 1.51: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Ora, é essa a verdadeira liberdade espiritual cristã que liberta o coração de todos os pecados, leis e mandamentos e que supera qualquer outra liberdade, tal como o céu supera a terra. Que Deus nos permita compreendê-la e conservá-la. Amém’.
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FÉ LUTERANA
A nossa fé ultrapassa as nossas posses? P. Stefan Ruy Krambeck | Ministro na Paróquia Cristo Libertador, em Joinville/SC Em algum momento, nós mesmos ou os nossos antepassados imigraram. Intempéries climáticas, pobreza extrema, extração de alimentos ou a sua produção, tráfico humano, conflitos militares, relações violentas e/ou preconceituosas no ambiente familiar, bem como a simples busca de novas condições de trabalho são, sem dúvida alguma, as principais causas que levam ou levaram a humanidade a se mover em busca de uma vida plena. A Declaração Universal dos Direitos Humanos aceita pela Organização das Nações Unidas (ONU) após a Segunda Guerra Mundial defende, em seu artigo XIII: ‘Toda pessoa tem o direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar’. A Declaração Universal dos Direitos humanos foi o caminho encontrado para buscar a paz e a dignidade após um período sombrio de guerras, em que a humanidade conseguiu mostrar a sua profunda capacidade de gerar dor ao seu semelhante. As mesmas razões que levam as pessoas a imigrarem já são encontradas nas
Escrituras Sagradas. Em Gênesis, lemos sobre conflitos a respeito do uso da terra entre Pecuaristas errantes e Agricultores. No conhecido texto em que Caim mata Abel, esse conflito é caracterizado como sendo a degradação do gênero humano, do qual apenas Noé e a sua família simbolizam o recomeço após o caos. Em Gênesis, 12.10, lemos: Havia
Que possamos ter um discurso e uma prática de acolhimento nesses anos em que vidas são tragadas pelos oceanos que nos separam. fome naquela terra; desceu, pois, Abraão ao Egito, para aí ficar, porquanto era grande a fome na terra. Tráfico humano e posse sobre seres humanos também nos são frequentemente relatados em Gênesis. Abraão buscava a posse da terra prometida por Deus (Canaã), custasse o que custasse. A história de Sarai e Agar explicam
os conflitos culturais e religiosos entre semitas e árabes/muçulmanos. Temos ainda as constantes guerras ‘em nome e sob a ordem’ de Deus, nas quais houve assassinatos em massa. De fato, há semelhanças entre o período bíblico e os dias de hoje, ou seja, a necessidade de imigrar mostra a degradação da raça humana e nos desafia a ver a vida sob a ótica do Evangelho anunciado por Jesus. Nesse momento, temos a impressão que a nossa fé não consegue ultrapassar a barreira das nossas posses e propriedades. Imigrante com dinheiro é chamado de investidor, enquanto o pobre, de refugiado. Ao rejeitarmos pessoas, rejeitamos o próprio Deus! Acolher o imigrante é seguir a orientação do próprio Jesus, que nos diz: Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me (Mt 25.35-36). Que possamos ter um discurso e uma prática de acolhimento nesses anos em que vidas são tragadas pelos oceanos que nos separam. Para refletir, leia Mateus 25.31-43
Acolhimento de vítimas de violência P. Adélcio Kronbauer | Ministro na Paróquia em Passo Fundo/RS Segundo Norbert Elias, Sociólogo alemão, o processo civilizatório pode tanto avançar quanto retroceder. A humanidade não avança em um sentido crescente em direção a relacionamentos justos e pacíficos. Avanços tecnológicos ou científicos não significam necessariamente que vivemos em um mundo mais civilizado que gerações anteriores. Ser ou não ser civilizado está diretamente ligado às maneiras como lidamos uns com os outros no que diz respeito à resolução das nossas diferenças em vistas à construção de dignidade de vida para todas as pessoas, preferencialmente em um processo que envolve ações pacíficas. Pensando desta forma, podemos afirmar que sociedades tribais tiveram, em muitos aspectos, uma situação de civilidade qualitativamente maior do que nós vivenciamos nos últimos cem anos, período em que já tivemos duas guerras mundiais, além dos conflitos que se perpetuam diariamente ao redor do mundo. Soma-se a isso uma série de outros tipos de violência que caracterizam o nosso tempo como um tempo de retrocesso no processo civilizatório. As estatísticas apontam, por exemplo, que, entre cada três mulheres, uma sofreu algum tipo de
violência no Brasil no ano de 2016. As pessoas vítimas da violência produzida no mundo estão em algum lugar. Na verdade, elas estão presentes em nosso meio. Elas estão perto de nós. Elas estão em nossas Comunidades também. Elas são o ‘nosso próximo’. Elas são o próprio Jesus Cristo, que também sofreu a violência do mundo. Elas são aquelas que
Cuidar das pessoas feridas, das vítimas da violência no mundo deveria sempre estar no topo de qualquer planejamento missionário. devemos visitar para estarmos visitando o próprio Cristo. Cuidar das pessoas feridas, das pessoas violentadas, das vítimas da violência no mundo deveria sempre estar no topo de qualquer planejamento missionário. Isto é inerente ao sermos discípulos e discípulas de Cristo nas sociedades em que vivemos. A Comunidade Missionária se
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põe à disposição para acolher, para cuidar e para encontrar formas de sarar as feridas das pessoas que ficam machucadas à beira do caminho. A Comunidade Missionária é o ‘bom samaritano dos dias atuais’ – ou deveria ser. Acolher requer espontaneidade que brota da fé, mas também planejamento. Não é de qualquer jeito que se pode tratar da ferida de alguém. Ainda que se deva denunciar a violência e propor caminhos de superá-la, precisamos ter cuidado para não expor as vítimas a novos sofrimentos. Há um aspecto a ser observado: o poimênico ou pastoral. O acompanhamento, o diálogo com outras pessoas em situações semelhantes e um ambiente onde se sintam seguras para compartilharem as suas dores, os seus medos são fundamentais também. O silêncio não pode ser jamais o caminho. É preciso que as práticas da violência sejam reveladas e denunciadas e a sua autoria também, mas, para que isso seja possível, é necessário o cuidado com proteção e segurança. A pessoa vítima de violência não deve ser vencida pelo medo. Cuidar de vítimas é encorajá-las. Jesus diz: Não tenha medo! Sou eu. Para refletir, leia Lucas 10.30-37
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PERSPECTIVA
O excesso de razão não tem razão de ser Pela conexão com a origem e o sustento de tudo: Deus Profa. Dra. Ema Marta Dunck Cintra | Docente no Instituto Federal de Mato Grosso e Presidente do Conselho da Igreja Em 2009, estive no Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso, para lecionar Linguística básica a indígenas que faziam Magistério intercultural. O acesso ao local se dava pelo Rio Xingu ou por avião de pequeno porte. Não havia telefone e a Internet via satélite estava há dias sem funcionar. Em sala, estudavam sete povos distintos: Ikepeng, Kamauira, Karib, Suyá, Tapayura, Trumai e Waura. A interação ocorria na língua materna de cada etnia, pois a maioria falava com dificuldade a Língua Portuguesa. Passados 15 dias, voltei a Cuiabá/MT, mas uma colega que permaneceu no Parque presenciou algo difícil de entender. Ela estava em frente a uma cabana, em diálogo com uma liderança local, quando, de repente, ouviu um estalo, cuja origem não identificou. O índio colocou a mão no braço, fez uma expressão de dor e se dirigiu ao Posto de Enfermagem. A Enfermeira disse que havia uma queimadura no braço dele, que o índio havia dito que era o sinal da dor pela qual a sua comunidade iria passar, um aviso que um membro do povo que havia ido à cidade de Sinop/MT, com problemas de saúde, teria falecido. Conforme descreveu a minha colega, as mulheres ficaram abraçadas, andando pelo pátio da aldeia, entoando cânticos de sofrimento durante toda a noite. No dia seguinte, chegava a notícia do falecimento.
Essa longa introdução é para nos levar a refletir sobre o que o excesso de racionalidade fez conosco. Afinal, a busca por uma vida de conquistas, as mais diversas, fez com que nos tornássemos pessoas excessivamente racionais – para tudo deve haver uma explicação plausível –, a ponto de ser exigida essa característica até mesmo da nossa fé... a ‘explicação plausível’! A busca pela razão, pelo entendimento, pela explicação é fundamental para a nossa evolução, mas, antes disso, precisamos permitir que o Espírito de Deus nos toque, nos envolva e nos faça ser pessoas que conseguem ver e sentir a grandiosidade da obra do Criador, pessoas que conseguem perceber e sentir os avisos que chegam e tocam o nosso coração, tocam a nossa vida espiritual, tocam a nossa vida na interação plena com Deus e toda a sua Criação. Necessitamos encontrar um equilíbrio entre a razão e a espiritualidade, por isso precisamos abrir-nos mais para a dimensão espiritual, fortalecendo a conexão com a origem e o sustento de tudo: Deus. Então, coloquemos a racionalidade no seu devido e importante espaço, mas nos deixemos contagiar pela espiritualidade, guiados sempre pela Palavra de Deus, pela vida que deve ser vivida e sentida, religando-nos com o Criador (Gênesis 2.4-10).
Coração puro é aquele que observa e pondera o que Deus diz e substitui os seus pensamentos pela Palavra de Deus. Martim Lutero
Precisamos nos acusar do pecado em público! Tempos benditos de revelação P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS Talvez, muitas pessoas estejam perplexas com as revelações feitas pelo Jurista e Magistrado brasileiro Luiz Edson Fachin, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em contrapartida, Políticos e Magistrados são da opinião que a Operação Lava Jato tenha ido longe demais. As delações dos donos da empresa Odebrecht, bem como dos seus funcionários foram mais ‘democráticas’, mesmo que muitas precisem ser provadas. Enquanto a Operação deveria ser seletiva, permitindo que corruptos se escondessem na corrupção dos outros, as portas foram escancaradas e o lamaçal veio para fora... e falta muito ainda! Diante de tantas suspeitas e revelações de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, há muita decepção. Não falta quem se escandalize com o que foi relevado. Outros tantos caem em si ao ver que o Brasil que conheciam nunca foi tão bonito assim. Talvez tivessem uma avaliação equivocada de que somos melhores que, de fato, somos. É como aquele pai e ou aquela mãe que não conhece bem o seu filho ou sua filha. Quando descobre as suas falcatruas, cai em si ou faz de conta que nada viu, tornandose uma pessoa hipócrita. Diante de tal quadro, o mais fácil é responsabilizar os Políticos e a própria política e esquecer os vínculos
perversos entre estes e Empresários. Dia desses, o Taxista que me levou para o aeroporto afirmou a sua verdade: só sabemos quem é o ser humano quando este ocupa um cargo político. Discordando dele, disse que a política e a religião permitem revelar os tesouros ocultos dos seres humanos, bem como as suas maldades. Nem sempre sabemos quem somos. Precisamos nos revelar em dois sentidos: como pessoas que caem em tentação e que buscam o perdão. Contudo, as nossas confissões de pecados são muito intimistas e liberais. Como diz um personagem da literatura brasileira: precisamos nos acusar de pecadores em público. Estamos, pois, vivendo tempos de revelação do que estava oculto. Vivemos o apocalipse não como tragédia, mas com esperança. Enfim, é tempo de alegria e não de apreensão ou de desânimo. Disse Jesus aos hipócritas do seu tempo: Nada há encoberto que não venha a ser revelado e oculto que não venha a ser conhecido, porque tudo o que dissestes às escuras será ouvido em plena luz e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa será proclamado nos eirados (Lc 12.2-3). Logo, nestes tempos benditos de revelação, estamos, no mínimo, deixando de ser hipócritas. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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MISSÃO
As Comunidades e o seu propósito P. Dr. Pedro Puentes | Secretário de Missão A Constituição da IECLB define o seu objetivo como: propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo. A tarefa de propagar não se reduz a uma simples comunicação isolada e descompromissada. Ela tem como finalidade criar vínculo, pertença configuradora das diferentes dimensões do viver humano. Como essa propagação se realiza? Segundo a definição, acontece pelo estimular e o promover. O que precisa de estímulo? A vivência pessoal do Evangelho, mas não como um incentivo a uma fé isolada e voltada tão somente para a pessoa. Esta vivência pessoal envolve o núcleo familiar e a Co-
munidade de fé. Evita-se, assim, uma fé individualista e egoísta. Então, o estimulo da vivência pessoal do Evangelho está inevitavelmente vinculado ao desenvolvimento da família e da Comunidade de fé. Quanto ao que precisa ser promovido, o que podemos dizer? Esta tarefa não se resume à realização de programas e atividades, tampouco se articula em uma espera passiva, mesmo que ‘acessível’, de quem possa se interessar pelo Evangelho. Toda Comunidade cristã está marcada pelo chamado e envio e, por isso, aberta ao mundo no qual está inserida. Se ela não conseguir manter um diálogo entre o Evangelho e o meio no qual está inserida, as suas ações e os seus programas se tornam irrelevantes pela falta de libertação
e transformação da sociedade na qual foi colocada. O que há para ser ‘promovido’ a partir do Evangelho de Jesus Cristo é a construção e o fortalecimento da paz, da justiça e do amor ali onde não existem ou estão ameaçados. Isto demanda criatividade, coragem e ousadia. Isto exige comprometimento de vida e vocação. Eis o propósito das Comunidades da IECLB!
Evangelização e Planejamento Missionário vida comunitária P. Altemir Labes | Secretário Adjunto para Missão e Diaconia P. em. Raul Wagner Ao assumir como Pastor na IECLB, o meu objetivo principal foi levar as pessoas a terem um contato direto com o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. No trabalho regular da Comunidade, aconteciam muitas atividades. Descobri que, em cada uma delas, há oportunidade de apresentar o Evangelho. Aprendi que o Evangelho também se revela quando é vivenciado sem palavras. Vi que muitas pessoas testemunham ao seu modo o Evangelho e que elas assim exercitam o dom que receberam pela fé. Ter programas na Comunidade em que as pessoas possam desenvolver estes dons é ‘a grande sacada’ para que o Evangelho seja levado adiante e com atividades extramuros da Comunidade. Uma das formas é também abrir oportunidades para as pessoas contribuírem financeiramente neste grande projeto de Deus que é o desafio de ir, ensinar e batizar a todo o mundo. Participar da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem é uma destas oportunidades!
Estatísticas... Por quê? A estatística da IECLB é informação básica para os planejamentos local, sinodal e nacional! Nos processos de análise da nossa caminhada como Igreja, os ‘momentos de avalição/monitoramento’ precisam estar bem conectados. Quando planejamos as nossas ações, estabelecemos metas realistas, definimos planos, tomamos decisões equilibradas. Um dos desafios desta caminhada é qualificar o desenvolvimento da coleta dos dados estatísticos da Igreja, para que, assim, tenhamos um melhor instrumento a ser usado no Planejamento das ações missionárias.
Neste mês, a IECLB lançará, no Portal Luteranos, um aplicativo para a coleta de dados estatísticos. As Comunidades, as Paróquias e os Sínodos poderão acessar o aplicativo e preencher a planilha estatística on-line. Assim que uma Comunidade tem os seus dados salvos no sistema, a Paróquia e o Sínodo poderão ter acesso aos dados informados. Pelo fato de todas as coletas estarem centralizadas, o processo de exportação de dados para compor os resultados da coleta será mais ágil, resultando em mais precisão nas informações coletadas e qualificação dos processos de análise dos dados.
O que é a Campanha Vai e Vem? P. Jorge Klein | Representante do Sínodo da Amazônia no Conselho da Igreja Um dia, em um Culto, o Pastor começou explicar uma Campanha chamada Vai e Vem. Fiquei interessado! Tinha a ver com uma Campanha de Missão auspiciosa da Igreja! Surgiu a dúvida: como explicar a Campanha para a pessoa de ‘mão fechada’?! Afinal, a ‘fundura’ do bolso depende do comprimento do braço. Aí está um pequeno problema do ‘vai e vem’ da Igreja. A explicação do Pastor logo sanou a minha dúvida. Tratava-se de uma doação voluntária e espontânea, que não exigia cédulas com muitos zeros, mas até moedas serviam... Ah bom! Se é assim, vamos arriscar! Aceitei um cofrinho, que logo pesou demais, pois arrumei algumas pessoas amigas para colaborar e que aplaudiram a ideia. No cofrinho, está escrito para onde vão os recursos nacionais. Não conheço nenhum desses lugares, mas não importa! O Pastor disse que a Igreja vai cuidar do correto uso do recurso. Faz sentido! Fico alegre: tenho irmãos e irmãs de fé fora da minha localidade. Faço parte de uma Comunidade de fé! É preciso ir até elas! Chegou a época da entrega. O meu cofrinho somou um bom número em moedas. O Pastor disse: ‘Gente, o ‘vem’ de vocês chegou até aqui ao altar. Agora ele ‘vai’. Que Deus proteja o seu ir e que boas mãos o acolham’.
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GRATIDÃO
Fé, Gratidão e Compromisso A Deus, o nosso agradecimento! Pa. Anelise Knüppe | Ministra na Paróquia Princípio da Esperança, em Rolim de Moura/RO
Exercer o Ministério Pastoral no contexto do Sínodo da Amazônia proporciona a oportunidade de conhecer sabores diferentes, belas paisagens, muitos quilômetros percorridos e a história de um povo cheio de coragem e fé, que lutou e trabalhou imensamente para ter uma vida melhor e que reconhece o quanto Deus tem auxiliado e protegido a sua caminhada. Em uma das idas até a Comunidade mais distante da Paróquia, logo à frente, seguia um caminhão. No para-choque, uma frase que chamou a minha atenção: Obrigado, Deus! Quando li a frase, confesso que subestimei o dono daquele caminhão e até ri comigo mesma, me perguntando: ‘O que esse cara está agradecendo? Nem sei se ele chega com esse caminhão até a próxima cidade’. O caminhão era muito velho, todo enferrujado, parecia que, a qualquer momento, as rodas se desprenderiam. Quando o ultrapassei, vi um senhor franzino com um sorriso no rosto. Parecia alegre, feliz e grato.
Quando penso em gratidão, não consigo deixar de mencionar a história do livro de Êxodo, história de um povo que sofria como escravo e que, liderado por Moisés, foi liberto por Deus e levado para a terra prometida, onde poderia viver em paz para sempre. Antes de chegar a Canaã, era preciso cruzar o deserto: calor durante o dia, frio durante a noite, falta de água e poucas formas de sobreviver. Foram 40 anos peregrinando no deserto até poder entrar em Canaã! O povo reclamava, mas Deus nunca abandonou o seu povo. Ao dia, guiou o povo com uma coluna de nuvem e, à noite, com uma coluna de fogo. Abriu as águas do Mar Vermelho para que o povo pudesse atravessá-lo. Quando tiveram sede, Deus transformou água amarga em água potável. Quando tiveram fome, Deus fez chover pão do céu e codornizes para que se alimentassem. Por que ainda estavam reclamando se Deus não os havia abandonado em momento algum? Será que não estava na hora de demonstrar gratidão?
Nós somos muito parecidos com esse povo. Mantemos os nossos olhos fixos nas dificuldades ou naquilo que ainda não aconteceu e esquecemos de contemplar as bênçãos e tudo o que Deus fez e faz por nós. Nós temos o mau costume de reclamar de tudo, reclamar que nada está bom. Nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos. Isso demonstra a nossa ingratidão. Às vezes, tenho a impressão que as pessoas precisam de coisas grandiosas em suas vidas para serem gratas. Esquecemos, na maioria das vezes, de agradecer a Deus pelo simples fato de estarmos vivos, de termos o que comer, de termos saúde, um trabalho ou ainda um ‘caminhão velho’. Precisamos mudar a nossa maneira de enxergar as situações em nossas vidas. Disso depende o nosso bem-estar, a nossa alegria de viver e a nossa disposição de continuar servindo a Deus. Já dizia Lutero: Não existe nada de tão bom e nada de tão ruim que Deus não poderia usar para me fazer o bem, se eu nele confio. A partir da fé, que, por Deus, nos é dada e fortalecida, reconhecemos os dons e as habilidades, o trabalho, os bens, a saúde, os amigos e as amigas, a família, enfim, tudo que favorece a vida, como sendo dádiva dele em nossa caminhada. A nossa confiança plena no doador e mantenedor da vida gera em nós ações de gratidão na sociedade e na Igreja. Ser pessoa grata é uma resposta à graça de Deus e isso se faz de várias maneiras: colocando os nossos dons a serviço, dedicando o nosso tempo e ofertando! A graça e o amor de Deus nos motivam a agradecer – com alegria e com o coração leve. Servir, dedicar tempo e ofertar não deveriam ser resultado de uma lei imposta por alguém. Gratidão é a nossa resposta pelo que Deus fez por nós!
Publicações | Ordenação A Igreja de Cristo vive da Palavra de Deus. É fruto do Evangelho, dizia Lutero. Sem este, ela sucumbe e nem chega a nascer. É por isso que o Evangelho deve ser anunciado, divulgado, proclamado. A fim de garantir que isto aconteça, Deus mesmo implantou na Igreja o Ministério Eclesiástico. É o Espírito Santo que produz a fé nas pessoas, não o esforço humano, mas isso por meio do anúncio do Evangelho, do qual o Ministério da Igreja está encarregado. De acordo com o apóstolo Paulo, ‘a fé vem pela pregação e a pregação pela Palavra de Cristo’ (Rm 10.17). Trecho do Manual de Ordenação e Instalação
A fé exalta a pessoa e a transporta para junto de Deus, de tal modo que Deus e o coração humano tornam-se uma só realidade. Martim Lutero
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GESTÃO
Corpo IECLB | Gestão Administrativa Secretaria Geral da IECLB As atividades coordenadas e executadas pela Secretaria de Formação decorrem dos Planos e Programas Nacionais e estão alinhadas com os referenciais definidos pela Igreja. Para atender aos objetivos propostos pelos parâmetros da gestão, de igual forma à Missão, à Visão e aos Valores da IECLB, a Secretaria de Formação planeja e desenvolve as atividades a partir das seguintes ações: articulação, capacitação e formação, produção e gestão. As atividades desenvolvidas pela Secretaria de Formação consistem na: coordenação e gestão do Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia, gestão da Educação Cristã por meio da Coordenação de Educação Cristã (CEC), gestão de projetos da área da Formação Teológica e Educação Cristã, com suporte do Núcleo de Projetos, interlocução com instituições parceiras da IECLB. Para a realização destas atividades, a Secretaria de Formação conta com o suporte operacional e técnico de distintos setores da Secretaria Geral. A estrutura sinodal impulsiona a IECLB à caminhada conjunta. Mesmo que em compassos e ritmos diferentes, conforme o contexto local, esta caminhada estabelece o sentido de pertença a um corpo maior, que impulsiona para frente. Nesta perspectiva, a Secretaria de Formação promove a articulação em torno de temas e necessidades comuns. Articular as diferentes instâncias da IECLB em torno de objetivos comuns fortalece a unidade e favorece a otimização de recursos humanos e financeiros. A formação e a capacitação constituem um importante eixo para a ação missionária da Igreja. Na perspectiva do sacerdócio geral de todas as pessoas que creem, cada pessoa batizada tem a tarefa de ser testemunha do Evangelho. Uma forma de capacitar as pessoas batizadas para o testemunho é a partir da Educação Cristã comunitária, por isso a Secretaria de Formação, por meio da Coordenação de Educação Cristã, tem promovido e incentivado espaços de formação e capacitação para lideranças comunitárias visando a qualificar a sua atuação. Trecho do Relatório da Secretaria Geral ao XXX Concílio da Igreja/2016 Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
Guia para o Presbitério A Igreja sofre e é prejudicada quando as coisas acontecem no improviso. Planejar é necessário para que a Igreja desempenhe a sua missão, por isso pensar em liderança não significa ater-se a nomes. Antes de procurar pessoas, importa refletir sobre propostas concretas de atuação. É fundamental que esse processo seja participativo e conduzido em oração e sob a orientação da Palavra de Deus. Quando está claro o que se quer, a motivação para assumir uma função de liderança surge com mais facilidade. A liderança na Comunidade é algo extremamente importante, por isso convém procurar pessoas que se identifiquem com a proposta de trabalho estabelecida, que manifestem o dom da liderança, sejam engajadas na Comunidade e dispostas a servir à causa do Reino de Deus. Convém lembrar que, na Comunidade, não há algumas pessoas que são mais importantes e outras, menos importantes. A Comunidade cristã também não é uma massa dominada por um grupo especial de pessoas ‘entendidas’, que detêm o poder e que se revezam nos cargos.
Documentos Normativos Regulamentos são a expressão normativa dos compromissos firmados entre as representações nas diversas instâncias. A Constituição, o Regimento Interno, o documento Justiça e Ordem, o Estatuto do Ministério com Ordenação da IECLB e o Guia Nossa FéNossa Vida são normas nacionais, eclesiasticamente válidas para todos e todas. Acima desses documentos está o mandato de Deus, tendo como base a Bíblia e os Escritos Confessionais. Todos os demais documentos são elaborados a partir dos princípios constantes nesses documentos e a eles estão sujeitos eclesiasticamente. Também decisões conciliares são válidas para todas as instâncias da IECLB. Entre elas está a do XX Concílio, de 1996, realizado em Toledo/ PR, que decidiu adotar para toda a IECLB a contribuição proporcional sobre a receita de cada Comunidade, de forma a suprir o orçamento das tarefas atribuídas à Igreja como um todo (Resolução 096): Cada Comunidade repassará mensalmente 10% - o dízimo - da sua receita ao seu Sínodo, até o dia 15 (quinze) do mês subsequente ao da arrecadação. Caberá às Paróquias fazerem o repasse onde Comunidades não têm administração própria. Caberá ao Ministro e à Ministra em atuação na Comunidade e na Paróquia supervisionar o correto repasse do dízimo, em acordo com estas diretrizes. O Conselho da Igreja, sempre em sua primeira reunião anual, ocuparse-á com relatórios e estudos sobre o repasse dos recursos para o orçamento da IECLB, a serem apresentados pela Secretaria Geral, com base nos relatórios sinodais e nas conclusões da Reunião dos Tesoureiros e das Tesoureiras Sinodais.
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SÍNODOS
Igreja sempre em Reforma Daqueles 500 para outros 500 anos! P. Jacson Homero Eberhardt | Pastor Sinodal do Sínodo Centro-Sul Catarinense*
Em um documentário sobre a Reforma, a certa altura, o Repórter perguntou ao Historiador sobre erros cometidos por Reformadores como Lutero, Calvino e Zwinglio. A resposta foi que houve erros grandes, se olharmos para aquela época do ponto de vista da cultura ocidental moderna, mas, se atentarmos para a cultura e os desafios do século XVI sem os óculos da nossa época, veremos que eles fizeram o melhor com o que tinham. Isso não nos tira a responsabilidade de encarar os erros do passado, mas nos dá humildade para olharmos para eles sem arrogância. Na nossa Igreja, também foram cometidos erros, como, por exemplo, a resistência de assimilar a cultura brasileira. Dela resulta a sua dificuldade de anunciar a Boa Nova de Jesus ao povo à sua volta. Mesmo assim, nesses quase 200 anos de presença no Brasil, pessoas cristãs luteranas procuraram viver e testemunhar o Evangelho. O Deus que conduz a história também conduziu,
com avanços e limitações, esta sua Igreja até aqui. É por isso que jubilamos, com alegria, pela correção de rumo que Deus deu à Igreja há 500 anos. Agora, é tempo de olhar para a tarefa que está diante de nós em um mundo cada vez mais secularizado. Nesse sentido, o Sínodo Centro-Sul Catarinense tem refletido sobre a Revitalização de Comunidades constituídas e a Plantação de novas Comunidades, sem, no entanto, perder o retrovisor da história, como sugeriu o P. em. Lindolfo Weingärtner durante o XXX Concílio da IECLB, em 2016. Plantar novas Comunidades é um jeito de cumprir a grande Missão (Mt 28.18-20). Então, motivado pela frase do P. Dietrich Bonhoeffer: Igreja só é Igreja quando o é para os de fora, o Sínodo Centro-Sul Catarinense sente-se desafiado a plantar uma nova Comunidade luterana, em um esforço missional. Para revitalizar uma Comunidade ou ser Igreja sempre em Reforma, é necessário ter
A Comunidade Encontro é um Projeto de Plantação de Comunidade a partir da Comunidade de Florianópolis - Centro, apoiado por uma rede de parcerias. O projeto surgiu a partir da constatação de que há um número crescente de pessoas que se declaram ‘sem religião’ e que, apesar de estarem em busca de uma espiritualidade autêntica e significativa, não frequentam nenhuma Comunidade cristã. A caminhada começou com um grupo de 12 casais (41 pessoas) chamados e enviados a partir de Comunidades luteranas da Grande Florianópolis. Após um tempo de preparo, tiveram início os Cultos regulares. Além dos Cultos semanais, são oferecidos Pequenos Grupos de Estudo. Paralelamente aos Cultos, é proporcionado um espaço para trabalho com crianças e adolescentes. Hoje, o número de membros-batizados ultrapassou 120 e, a cada domingo, são reunidas, em média, 300 pessoas, entre elas, visitantes, fruto do trabalho dos membros e do seu comprometimento com a Obra de Deus.
clareza a respeito do que é o Evangelho. Necessariamente, ele é a jornada de Deus na história da humanidade, que culmina com o advento de Jesus Cristo e que tem o propósito de restaurar o ser humano rebelde. Uma Igreja sempre em Reforma não pode desviar-se desse testemunho nem para a esquerda nem para a direita, pois essa é a sua essência. Nos últimos anos, muitas Paróquias e Comunidades do Sínodo têm experimentado a revitalização dos seus trabalhos por meio de cursos realizados na Grande Florianópolis e no Alto Vale, região de Rio do Sul, com participação de Ministros e Ministras em Conferências e Atualizações Teológicas, além de Presbíteros, Presbíteras e lideranças em geral em Seminários. Paróquias e Comunidades têm percebido que o tempo passou e não somos mais uma Igreja do interior, mas, sim, uma Igreja inserida na cidade, algumas até de médio porte, e ali também temos que estar preparadas, como Igreja e como lideranças, para fazer a diferença! Estamos buscando nos adaptar a este cenário e ser uma Igreja relevante. Algumas iniciativas, como série de mensagens, acolhida às pessoas participantes nos Cultos, rede de relacionamentos, envolvimento dos novos membros, mudança de horário de Cultos, ambiente convidativo e louvor cativante, têm feito parte da Revitalização experimentada pelas Comunidades, em que a única parte não negociável é a Palavra de Deus. Esta é pregada com autoridade, preparo e conhecimento. A forma de apresentar este conteúdo deve levar em consideração as características, a realidade de cada Paróquia e cada Comunidade. Em especial, merece destaque a Comunidade de Campinas, Paróquia de São José/SC, onde é possível perceber, cada vez mais, pessoas de fora do contexto luterano, que têm frequentado os Cultos, têm compreendido a Palavra de Deus e têm se envolvido no trabalho da Comunidade. Hoje, uma realidade nestes Cultos é a presença de muitas pessoas que ingressaram a partir do curso de Profissão de Fé. Tudo isso tem sido motivo para jubilar e mostrar que temos buscado ser uma Igreja relevante para o nosso tempo, assim como foi, há 500 anos, com Martim Lutero. *Colaboraram com os conteúdos desta Editoria o P. Joel Schlemper, Ministro na Paróquia em Barreiros, em São José/SC, o P. Sigolf Greuel, Ministro no Ponto de Pregação Encontro, na Grande Florianópolis/SC, além de Renato Luís Ribeiro, Tesoureiro do Sínodo Centro-Sul Catarinense.
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Jorev Luterano - Maio 2017
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BÍBLIA
Espiritualidade ecumênica
Diálogo e cooperação no Corpo de Cristo P. Dr. Rolf Schünemann | Coordenador Eclesial do Portal Luteranos A vivência da fé nas Comunidades e no conjunto da Igreja mostra que ela passa seguidamente por tensões e conflitos. Esta vivência não consegue espelhar a vontade de Deus anunciada por Cristo. As pessoas, simultaneamente justas e pecadoras, reproduzem no nível institucional a realidade de um corpo partido. Pessoas e grupos promovem rupturas. Essa realidade está na raiz da existência de inúmeras denominações cristãs. O povo de Deus se encontra, se reúne e se organiza em diversos corpos institucionais. As Comunidades Evangélicas de Confissão Luterana não vivem isoladas das demais denominações cristãs. Nos seus documentos constitucionais, elas assumem o compromisso ecumênico, se entendendo como corpo eclesiástico que tem um vínculo de fé com outras Igrejas que confessam
Corpo de Cristo. A súplica por perdão e a busca por reconciliação mesclam a dádiva da unidade já dada no presente e a dádiva a ser conferida também no futuro. Elas tornam-se um imperativo inscrito no coração e na mente do povo de Deus. A motivação permanente do movimento ecumênico é o desejo de alcançar a unidade entre as Igrejas e fazer com que se tornem instrumentos mais fiéis e eficazes do amor de Deus ao mundo. Para as Igrejas, o ecumenismo está baseado no dom da unidade existente em Cristo, pela fé e pelo Batismo. O ecumenismo responde, antes de tudo, a um dom divino e um mandato bíblico (João 17.21). Se as Igrejas quiserem ser fiéis a Jesus, o ecumenismo não se torna algo opcional, mas, sim, essencial na sua vida. Ele conjuga a legítima diversidade com o empenho pela unidade e pela suNo amor de Deus, a ecumene estende-se peração das diverpara muito além das fronteiras das Igrejas, gências. Torna-se, assim, um vigoroabrangendo a humanidade inteira e toda so testemunho em a Criação, o que impulsiona ao diálogo e à um mundo globacooperação com outras religiões. lizado e com tantas formas de exJesus Cristo como Senhor e Salvador. clusão. Há multidões famintas, tanto no senA emergência do movimento ecumênitido material quanto espiritual. Para elas co no cenário das Igrejas Cristãs foi um dos se dirige o testemunho cristão que aponta fatos mais significativos do século XX. O dispara o fato de que a razão da esperança que tensionamento das relações intereclesiáshá em nós provém de Cristo (1Pedro 3.15). ticas e a adoção de uma nova postura por A ecumenicidade torna possível a busparte das denominações cristãs representaca e o fomento de relações fraternais entre ram um avanço extraordinário para o testediferentes corpos eclesiásticos. Orações e munho cristão no mundo. celebrações conjuntas, diálogos e serviços A ecumenicidade emerge quando o Esde cooperação entre denominações cristãs pírito Santo de Deus sopra nos corações e desconstroem animosidades históricas e nas mentes dos seus filhos e das suas filhas constroem caminhos para encontros fratera vontade de buscar a unidade no corpo de nos tendo em vista um testemunho afirmatiCristo. Ela traduz uma nova forma de pensar vo na sociedade e no mundo. e de agir em relação aos irmãos e às irmãs No amor de Deus, a ecumene estende-se de outros corpos eclesiásticos. para muito além das fronteiras das Igrejas, A ecumenicidade, enquanto busca da abrangendo a humanidade inteira e toda a unidade, expressa o desejo e a necessidade Criação. Neste sentido, ela impulsiona para de superar os limites humanos que ameao diálogo e para a cooperação com outras çam a comunhão. Ela se compromete com religiões. Este movimento, ainda incipiente, a superação de animosidades e divisões no representa um grande desafio para o futuro.
Dar as mãos, olhar nos olhos, abraçar, desejar a paz, cantar, confessar a fé, ouvir a Palavra de Deus e orar: estes gestos e estas atitudes caracterizam a base do movimento ecumênico. A IECLB é membro das seguintes entidades e conselhos de Igrejas: - Associação Pró-Capelania Militar Evangélica do Brasil (ACMEB) - Sede em em Brasília/DF - Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) - Sede em Quito/Equador - Conselho Mundial de Igrejas (CMI/WCC) - Sede em Genebra/Suíça - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) - Sede em Brasília/DF - Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) - Sede em Salvador/BA - Diaconia - Sede em Recife/PE - Federação Luterana Mundial (LWB/FLM) - Sede em Genebra/Suíça - Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) - Sede em Barueri/SP A IECLB tem acordos intereclesiásticos com: - Comunhão de Igrejas Luteranas da América Central (CILCA) - Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) - Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA) - Igreja Evangélica Luterana na Baviera (ELKB) - Igreja Evangélica Luterana do Japão (JELC) - Igreja Evangélica Luterana em Moçambique (IELM) - Igreja da Noruega A IECLB tem parcerias com: - Gustav-Adolf-Werk (GAW/OGA) - Igreja da Suécia (Svenska Kyrkan) - Martin-Luther-Verein (MLV) - Obra Missionária Evangélico-Luterana da Baixa Saxônia (ELM) A IECLB participa das seguintes Comissões ecumênicas: - Comissão Bilateral Católico-Luterana IECLB-ICAR - Comissão Editorial Obras de Lutero IECLB-IELB (CEOL) - Comissão Interluterana de Literatura IECLB-IELB (CIL)
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A COMEMORAÇÃO DOS ��� ANOS DA REFORMA SERÁ INESQUECÍVEL
Aproveite esta oportunidade única e faça parte do �ubileu� Além de visitar todas as cidades alemãs que foram cenário da Reforma protagonizada por Lutero �Worms, Eisenach, Erfurt, Eisleben e Wittenberg�, você também vai passear pela República Tcheca, Áustria, Liechtenstein, Suíça, França, com destaque para regiões do sul da Alemanha: Baviera e Alpes Alemães, Floresta Negra e Vale do Rio Reno.
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