JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 46 – DEZEMBRO 2016 - Nº 801
Alegres, jubilai!
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Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500
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Qual é o lugar da JE na sua Comunidade?
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Gott in natürlicher Größe
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Editorial
Alegres, jubilai!
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m outubro, a Paróquia Bom Pastor e o Sínodo Vale do Itajaí sediaram o XXX Concílio da IECLB, realizado entre os dias 19 e 23, em Brusque/SC, sob o tema Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500!, em sintonia com a temática ‘Missão’ e o Tema do Ano da IECLB para 2017, ano do Jubileu da Reforma. Para que os nossos leitores e as nossas leitoras, mesmo que a distância, ‘participassem’ do Concílio, instância decisória máxima da IECLB, nas edições de setembro e outubro, apresentamos os seguintes temas: As lideranças que compõem o Concílio, Obrigações e responsabilidades dos Delegados e das Delegadas no Concílio, Contribuição e Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI). Na edição de novembro, também dedicada ao XXX Concílio, apresentamos a Paróquia Bom Pastor, Sede do Concílio, oferecemos trechos dos Relatórios do Conselho da Igreja, da Presidência e da Secretaria Geral, resgatamos a Plenária sobre a temática Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500, bem como a palestra A missão
em Paulo: por uma Comunidade Missional, além de compartilharmos qual é o papel da Missão na IECLB. Nesta edição, dezembro, a última dedicada ao XXX Concílio, trazemos os Cultos celebrados durante o evento, bem como os Relatórios das Câmaras
anos da Reforma Luterana, que serão completados em outubro de 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2016, todos os textos são escritos à luz do Tema do Ano: Pela graça de Deus, livres para cuidar. Nesta edição,
Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500
IECLB
e a Mensagem d@s Conciliares às Comunidades. Na Editoria Atualidade, conheça o Tema de 2017 da IECLB, Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500, e o Lema que o acompanha, Nele vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28a), com lançamento no Primeiro Domingo de Advento, 27 de novembro de 2016. Rumo às comemorações dos 500
a Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer apresenta a reflexão feita a partir do Lema bíblico de Amós 5.14a: Buscai o bem e não o mal. Na Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, um Pastor e uma Pastora discorrem sobre A gratidão que molda a vida. Feliz Natal e abençoado 2017!
Atendimento ao leitor Elizangela Basile Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Parte do cartaz do Tema (Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500) e do Lema (Nele vivemos, nos movemos e existimos - Atos 17.28a) do Ano 2017 da IECLB. Leia matéria especial sobre o Tema e o Lema do Ano e conheça o cartaz completo na Editoria Atualidade, página 4.
Na maior expectativa! Mensalmente, fico na expectativa da chegada do Jorev, para conhecer as notícias e atividades da nossa IECLB. Tenho acompanhado, por vários anos, melhor dizendo, várias décadas, e com muito interesse, os assuntos nele veiculados, notadamente as mensagens e os estudos sobre o mundo evangélico, que, certamente, devem nortear a vida das nossas Comunidades e a sua membresia. Aspectos importantes sobre a vida comunitária, sempre trazidos com o devido cuidado e fundamento, enriquecem a nossa fé e proporcionam melhor convivência entre as pessoas cristãs. Este importante veículo de comunicação da nossa Igreja tem se tornado elo e instrumento de muita valia para o conhecimento e a prática da Palavra, capacitando os leitores e as leitoras para o verdadeiro testemunho do Evangelho. Aprecio os Editoriais, passando pela Opinião, a parte teológica e educacional, a vida nas Comunidades e nos Sínodos e as decisões dos órgãos superiores, permitindo que possamos sempre estar atualizados. Parabéns, portanto, ao Jorev! Fraternalmente, Fábio Vogel Brasília/DF
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
Administrativo Elizangela Basile ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios
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Curtas
OFERTAS NACIONAIS Uma sinfonia diferente
Workshop sobre Musicoterapia e Autismo Durante o mês de novembro de 2016, a Faculdades EST acolheu um evento especial organizado pelo Centro Acadêmico da Musicoterapia da instituição. A intenção dos estudantes foi oferecer um espaço de diálogo sobre a relação da música, da musicoterapia e do autismo. Para colocar em prática a iniciativa, durante três A Musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf dias, a Musifala durante a Semana da Música da Faculdades EST coterapeuta Ana Carolina Steinkopf esteve na EST para falar sobre a sua experiência no mercado de trabalho e apresentar o percurso, com as dificuldades e as recompensas, do projeto Uma Sinfonia Diferente. Ana Carolina é Musicoterapeuta graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), idealizadora e realizadora do projeto Uma Sinfonia Diferente, que faz atendimentos clínicos na área de autismo e reabilitação neurológica. Durante a graduação, Ana fundou e presidiu o CAMT-UFG, foi monitora e aluna especial do Mestrado. Atualmente, a Musicoterapeuta é Presidente do Instituto Steinkopf - Centro de Referência em Autismo, em Brasília/DF, e dirige o projeto Uma Sinfonia Diferente. A dica de Ana Carolina para quem pretende cursar Musicoterapia é avaliar a própria sensibilidade: “No curso, você aprende muito sobre pessoas e também sobre sensibilidade. A gente aprende a aprimorar as nossas habilidades e isso é fundamental para a clínica”. Um dos pontos abordados por Ana Carolina durante o curso e também no Workshop sobre Musicoterapia e Autismo, que integrou a Semana da Música da Faculdades EST, foi a importância do profissional de Musicoterapia em uma equipe multidisciplinar para atendimento nos casos de autismo. Os cursos de Licenciatura em Música e Bacharelado em Musicoterapia da Faculdades EST têm se preoAna é Presidente do Instituto Steinkopf cupado muito e dirige o projeto ‘Uma Sinfonia Diferente’ com o autismo. Estudos recentes têm comprovado a eficácia do processo clínico musicoterapêutico e do uso da música com pessoas com autismo, principalmente em relação aos aspectos de comunicação e interação social. Vestibular Adicional A Faculdades EST não é só Musicoterapia! Você também pode cursar Licenciatura em Música ou Bacharelado em Teologia, tudo isso na instituição com notas máximas do MEC. Para quem perdeu o prazo de inscrição no Vestibular de Verão, fica a dica: o Vestibular Adicional acontece no dia 21 de janeiro de 2017, no Campus da Faculdades EST. As inscrições vão até 18 de janeiro de 2017 pelo site est.edu.br/vestibular.
Igreja sempre em Reforma Temos muitos motivos para louvar a Deus com alegria e júbilo, pois o Seu amor é tão grande que deu o seu Filho para que tenhamos vida. Como não cantar e louvar a Deus agradecendo por sermos salvos e salvas por graça e fé? A Música fez parte da vida da humanidade desde os primórdios. Primeiramente, serviu como motivação para o trabalho e, após, entrou para o cunho religioso. A música e o canto na e da Igreja estão a serviço de Deus – para nos motivar, animar, afirmar a nossa fé, orar, confessar e celebrar o amor e a vida. Deus, na sua infinita graça, nos salvou e a Ele devemos todo louvor e toda a glória. Coros, bandas, solistas e as diferentes formações musicais têm feito essa afirmação: Cristo é o nosso único Senhor, pela graça e fé somos salvos e salvas. Cantam palavras das Escrituras Sagradas, fonte de alimento e direção para as nossas ações. Cantam o amor, amor a Deus e ao próximo. Quando os grupos se reúnem, ali têm aprendizado e comunhão. Nos ensaios, participações e apresentações, celebramos a presença do Ressuscitado, razão da nossa fé, fonte que nos alimenta no caminho e motiva a servir à vida. Sim, somos felizes louvando ao Senhor com a música e o canto. Temos motivos para celebrar com alegria e gratidão! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500. Martim Lutero desafiou pessoas a serem participantes e não meras expectadoras. Para que pudessem melhor compreender a Liturgia e conhecer a Palavra de Deus, fez uso da língua vernácula, das melodias acessíveis ao povo com base nas Escrituras Sagradas. Assim, em um constante movimento de ‘reforma’, seguimos com o desafio de anunciar as boas novas por meio da música e do canto. Elas podem ser executadas com alegria e criatividade, contribuindo para que o Evangelho de Cristo seja proclamado a todas as pessoas. Musicista Lislie Moraes de Carvalho Presidente do Conselho Nacional de Música da IECLB Sínodo Paranapanema
4 de dezembro 2º Domingo de Advento Divulgação da Bíblia e Publicações Ler a Bíblia e conhecer as suas histórias e os seus personagens enriquece a nossa vida de fé e nos incentiva a viver a Boa Nova do Evangelho em nosso cotidiano. Reconhecemos a Bíblia como a fonte e a norma de fé para as pessoas e para a Igreja. Incentivamos a leitura pessoal da Bíblia, também em família, nos lares, nos grupos de estudos bíblicos e em outras atividades comunitárias. Junto com a Bíblia, necessitamos de outras publicações que nos capacitem para o testemunho evangélico-luterano em nossos dias. Nesse sentido, o Fundo de Bíblias da IECLB, mediante critérios e parecer dos Sínodos, distribui Bíblias gratuitamente. Da mesma forma, a publicação de cadernos, livros e outros materiais da nossa Igreja ajudam grupos e Presbitérios nos seus trabalhos e, aos membros, a firmarem-se na fé, na esperança e no testemunho do amor de Deus. 24 de dezembro Véspera de Natal Presença Cristã no Berço do Cristianismo: apoio ao Hospital Augusta Victoria de Jerusalém A IECLB é membro ativo da Federação Luterana Mundial (FLM). Como todo membro, a IECLB sente-se corresponsável pelo trabalho desenvolvido pelos diversos setores e departamentos da FLM. Uma dessas frentes de trabalho é desenvolvida na cidade de Jerusalém. Trata-se do Hospital Augusta Victoria (HAV), mantido pelo Serviço Mundial da FLM, em parceria com a Igreja Luterana na Jordânia e Terra Santa, presidida pelo Bispo Munib Younan, que foi o Pregador no Concílio de Rio Claro/SP, em 2014. Ao apoiarmos o Hospital, estaremos também dando o nosso apoio à presença cristã na Terra Santa. A maioria das pessoas que chega ao HAV é enviada pela Autoridade Palestina. Para garantir o seu acesso aos tratamentos, a FLM levanta recursos para possibilitar cuidados adicionais, tão importantes quanto o próprio tratamento médico, como transporte, acomodação, refeições, cuidados psicossociais e atividades lúdicas com pacientes infantis. Ao ajudar no trabalho do Hospital, estaremos contribuindo para fortalecer a presença cristã no berço do cristianismo.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Novembro/2016 4,2805 Índice Outubro/2016
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Atualidade
Alegres, jubilai!
Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500 P. DR. ONEIDE BOBSIN
Natal sem medo Quem deve ter medo de quem? Uma mulher branca e bem-arrumada faz a limpeza da cozinha. Um homem branco cuida do jardim da casa. Um homem com terno e gravata caminha na rua. Perguntados por uma equipe de entrevistadores sobre quem são estas pessoas. As respostas foram claras: ‘A mulher é a dona da casa’, ‘O homem é o dono da casa’ e ‘A pessoa com terno e gravata é um empresário’. Com as mesmas roupas e nas mesmas situações, pessoas negras são colocadas no lugar daquelas brancas. Vejam o resultado: ‘A mulher negra é uma doméstica’, ‘O homem negro que cuida do jardim é um empregado’ e ‘O homem negro com terno é uma vigilante de um shopping’. Esta pesquisa, feita por um órgão do Governo do Paraná, não deixa dúvida que o racismo está encravado nas nossas vidas. Em outra oportunidade, um canal de televisão simulou um homem pobre e negro desmaiado na rua. As pessoas passavam ao largo, assim como o fizeram o levita e o sacerdote diante do homem assaltado. O mesmo ator, mas barbeado e com terno e gravata, simula um desmaio na rua. Logo é atendido. Somente estes dados já A vinda justificam o Dia da Consciêndo Messias cia Negra, data celebrada no coloca por terra Brasil no dia 20 de novembro e incluída na Semana da Conso preconceito ciência Negra, quando escrevo este artigo já em ‘clima’ antecipado de Natal em lojas das nossas cidades. Esses casos revelam uma sociedade de maioria que se diz cristã e faz Ceia de Natal, mas marcada pelo medo de quem é diferente, pelo preconceito racial. Cabe sempre se perguntar: Como é possível festejar o Natal com medo do outro, especialmente do pobre, do migrante, do estranho? Quem deve ter medo de quem? Será que o outro que não cabe em nosso mundo também não está com medo da gente? Entre os antepassados de Jesus, estão pessoas que, hoje, seriam criticadas e não fariam parte da nossa Ceia. Mateus abre o Evangelho falando sobre os antecedentes de Jesus. Tem gente importante, como Abraão, Davi e Salomão, mas há mulheres suspeitas por suas condutas e por serem estrangeiras, como Tamar, Raabe e Batseba. Por fim, José, um carpinteiro, e Maria, uma jovem sem referência social. Excluindo Abraão e os reis, as demais pessoas da genealogia de Jesus poderiam tomar o lugar daquelas pessoas negras do início da história. A genealogia de Jesus (Mateus 1.1-17) prenuncia a vinda do Messias, que torna o convívio sem medo entre as pessoas diferentes e coloca por terra o preconceito.
As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.
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m 2017, ano do Jubileu dos 500 anos da Reforma, o Tema da IECLB convida para celebrar a nossa história, destacando aspectos centrais da Reforma. Ao mesmo tempo, queremos avaliar essa herança e a sua importância para o futuro da Igreja. A Igreja de Jesus Cristo é dinâmica. Segundo Lutero, a Igreja carece de constante reforma. Essa dinamicidade se fundamenta justamente na Palavra do Senhor da Igreja. É isso que desejamos expressar, refletir e celebrar no Jubileu dos 500 anos da Reforma ao escolhermos como Lema a palavra do apóstolo Paulo: Nele vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28a). Esta passagem bíblica ilumina o Tema do Ano: Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500. O Lema, Nele vivemos, nos movemos e existimos, faz parte do discurso de Paulo em Atenas (Atos 17.22-31) durante a sua segunda viagem missionária. Ao ali pregar, Paulo foi questionado: Qual é a tua, Paulo? Soa-nos muito estranho esse teu discurso! Paulo apresenta Deus, que é muito distinto das demais divindades adoradas em Atenas. Ele conclama ouvintes ao arrependimento. Anuncia-lhes o Evangelho! Para ele, passou o tempo de viver na idolatria. Deus não cabe em imagens e definições humanas. Deus está próximo de cada pessoa. É o Deus Criador. É o Deus que serve ao invés de querer ser servido. É o Deus que dá e mantém a vida. Ele se fez próximo em Jesus Cristo. Ali estava e está Deus. Assim é Deus. É nesse Deus que vivemos, nos movemos e existimos. A exemplo de Paulo, Lutero se opôs a essa imagem de Deus, que exigia sacrifícios humanos, que teriam como resposta o atendimento dos favores desejados. Lutero redescobriu o Deus que já está entre nós e que revelou gratuitamente (por graça) a sua compaixão por nós, seus filhos e suas filhas. A resposta que Deus espera é a aceitação desse presente em atitude de fé que atua no amor. Lutero novamente desvelou o Deus que Paulo anunciou em Atenas. Afirmou que a imagem de Deus está em Jesus Cristo, crucificado e ressurreto. Trata-se de um Deus que, na cruz, por amor, se solidariza plenamente com a fragilidade e a miséria humanas. Essa aproximação, que nos sustenta em meio à vida e nos salva da morte, é
graça de Deus. Dela nos apropriamos mediante a fé, confiando no anúncio do que Deus faz em Cristo. Essa perspectiva é descrita em um dos hinos de Lutero: Alegres jubilai, felizes exultando; com fé e com fervor cantai, a Deus glorificando. O que por nós fez o Senhor, por seu divino excelso amor, custou-lhe a própria vida (HPD 155). É com essa convicção de fé que, no Jubileu dos 500 anos da Reforma, com esperança renovada, anunciamos: Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500. Alegres, jubilamos! O nosso viver como Igreja de confessionalidade luterana é possível porque Deus, que se fez presente em Jesus Cristo, nos carrega, salva, consola e anima. Deus nos conduz pelo seu Santo Espírito. Um exemplo disso é que, sob a sua orientação, o Plano de Ação Missionária da IECLB, o PAMI, fruto de decisão construída conjuntamente, é o instrumento que, nas últimas décadas, nos ajuda a perseguir metas e a assumir compromissos decorrentes do Evangelho. À semelhança do apóstolo Paulo e de Lutero, vivemos em um contexto determinado. Queremos continuar sendo Igreja que pensa e vive a fé luterana no Brasil. Agora são outros 500! Que Igreja desejamos ser nesses próximos 500 anos? Como Igreja que carrega marcas da Reforma, a nossa herança e o nosso jeito de ser Igreja nos encorajam a olhar para o futuro com esperança e confiança. A força que nos moverá é a Palavra, compreendida como a comunicação do amor de Deus, que se dá no testemunho missionário da fé, na vivência concreta do corpo de Cristo, no agir restaurador e curador e na celebração do amor divino. Vislumbramos que a IECLB, cada vez mais, seja reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, acolhedoras, inclusivas e missionárias. Nas celebrações do Jubileu dos 500 anos da Reforma, podemos dizer, com alegria redobrada: Sou luterano! Sou luterana! Sou parte dessa Igreja sempre em Reforma e, agora, são outros 500! P. Dr. Nestor Friedrich Pastor Presidente da IECLB Para maiores informações sobre o Tema 2017, acesse o Portal Luteranos
Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.
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Presidência
Alegres, jubilai!
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Tema e o Lema da IECLB para 2017 foram lançados em todas as nossas Comunidades, em celebrações caracterizadas pelo espírito de alegria e júbilo. Sim, temos razão para jubilar! Com a Reforma, a Palavra, antes oculta para a grande maioria, passa a ser acessível para muita gente. Para nós, herdeiros diretos deste movimento da Reforma, é inimaginável a Bíblia ter sido um livro restrito a poucos. Hoje, ela está presente entre nós e em todos os lares de tradição cristã. No entanto, para chegar até aqui, foram muitas mãos e cabeças que atuaram juntas. Mutirões traduziram os diferentes livros do original para as diferentes línguas e versões. Era grande a preocupação dos primeiros tradutores: como trazer da língua original, Hebraico, do Antigo Testamento,
Grego, do Novo Testamento ou Latim, da Vulgata, e encontrar a palavra mais próxima para a língua que queriam traduzir? Conta-se que Lutero viajava de uma cidade a outra para encontrar a palavra comum para o mesmo objeto ou sentido falado entre os diferentes idiomas germânicos. Podemos dizer que estes tradutores trabalhavam com muito afinco e temor para que a obra que haviam iniciado com o movimento da Reforma fosse levada adiante e a Palavra revelada chegasse a muitos lares. Graças à persistência destas pessoas, podemos ler em muitas línguas a Palavra revelada em muitas línguas. Isso, por si, já é motivo de dizer: Alegres, jubilai! É tempo de Advento... Novo tempo chegando! Na IECLB, é importante rever e viver este tempo da história que essa Igreja, na qual nos sentimos incluí-
P. INÁCIO LEMKE Pastor 2ª Vice-Presidente da IECLB
Paróquia Cristo Bom Pastor celebra 75 de história
Reunião com Pastores e Pastoras Sinodais
De 13 a 17 de setembro de 2016, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (Cecrei), em São Leopoldo/RS, aconteceu a segunda das duas reuniões anuais entre a Presidência e os Pastores e as Pastoras Sinodais com a participação da Secretaria Geral (nos dois últimos dias, juntam-se ao grupo Presidentes, Tesoureiros e Tesoureiras Sinodais). Entre os tópicos tratados durante a primeira parte do encontro, estiveram (a) temas teológico-pastorais, como o Culto na IECLB, encaminhamentos sobre a Comissão de Diálogo Bilateral a respeito do estudo do Magnificat, de Martim Lutero, Posicionamentos da Igreja sobre diversos assuntos, (b) Ecumene, (c) Acompanhamento Ministerial, (d) Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia e (e) Educação Cristã Contínua. Como atividade extra, na noite de terça-feira, houve oportunidade de Pastores e Pastoras Sinodais conversarem com estudantes de Teologia da Faculdades EST. À noite, o grupo foi convidado a assistir à palestra Desafios e perspectivas para a ação missionária na IECLB, proferida pelo P. Dr. Oneide Bobsin, que reúne reflexões a partir de estudos de casos em Comunidades da Igreja. Para encerrar os trabalhos, foi apresentado o Tema (Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500) e o Lema (Nele vivemos, nos movemos e existimos - Atos 17.28a) da IECLB para 2017.
dos e que quer ser inclusiva, nos traz como desafios. Como Igreja luterana, fruto de tradição da Reforma Protestante, afirmamos que somos uma Igreja sempre em Reforma. Isto significa que estamos em constante movimento de avaliação, planejamento e desafio com o contexto em que confessamos comunitariamente o compromisso com o único e trino Deus. Igreja sempre em Reforma é desafiada a superar barreiras e abrir novos espaços de convivência entre diferentes. Igreja sempre em Reforma significa posicionar-se sempre de novo contra injustiça praticada contra a vida mais frágil. Deus se torna humano no menino que nasce na manjedoura. Essa criança, então, torna-se o centro a partir daquela noite, torna-se o Cristo para toda Criação e nele somos um.
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Igreja sempre em Reforma
Dezembro 04/12 150 anos da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana do Redentor Curitiba/PR P. Nestor Friedrich 15/12 Reunião do Conselho Curador do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) Brasília/DF P. Inácio Lemke
Graças, Senhor! Graças, Senhor! Por tua bondade, teu poder, teu amor. Graças, Senhor! A Comunidade da Paróquia Cristo Bom Pastor, em Joinville/SC, está habituada a cantar esta antífona durante a oração final nos Cultos realizados em seu templo. No entanto, no Culto de Ação de Graças pelos 75 anos de inauguração do templo, realizado na manhã do domingo de 18 de setembro de 2016, o entoar deste hino foi mais significativo. Além de um expressivo número de membros, estiveram presentes ao Culto várias autoridades eclesiásticas e civis. A liturgia foi conduzida pelo Ministro local, P. Jerry Fischer, auxiliado pelo P. Leandro Hofstaetter, pela Diác. Ângela Lenke, Ministros representantes do Sínodo Norte Catarinense e da CEJ-UP, respectivamente, e pelo Padre Sildo César da Costa, Pároco do Santuário Sagrado Coração de Jesus (ICAR). Na Pregação, o P. Jerry destacou que os nossos templos, independente da denominação ao qual pertençam, precisam ser um lugar de ‘chegada’ para todos que buscam comunhão com Deus e com seus semelhantes, que buscam perdão e cura, e ‘partida’ para que as pessoas sejam transformadas e se tornem anunciadores do amor de Deus. A Presidência foi representada pelo P. Inácio Lemke, Pastor 2ª VicePresidente da IECLB e Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense.
Cem anos da Comunidade de Portão No dia 23 de setembro de 2016, a Comunidade da Paz, em Portão/RS completou cem anos de trabalho e fé! As atividades alusivas ao centenário da Comunidade iniciaram em abril, com palestras e apresentações culturais, mas a comemoração teve o seu ápice no domingo, 25 de setembro, com Culto Festivo e a tradicional Festa da Comunidade. O Culto contou com a presença da Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, Pa. Silvia Genz, e da Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer. A placa comemorativa do centenário dizia: Neste ano muito especial, relembramos a nossa história, a nossa Teologia, as nossas características, que fazem da Comunidade da Paz um referencial nessa cidade. Fazemos questão de trazer à nossa memória aquilo que nos dá esperança, para sermos motivados para os próximos cem anos. É dia de agradecer, celebrar e se alegrar. Somos a Comunidade que se dobra diante do Senhor, diante do Deus encarnado em Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, lançou as bases eternas da sua Igreja.
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Sustentabilidade
Culto de Abertura do XXX Concílio: a missão de Deus é a nossa paixão
Vamos olhar, com carinho e paixão, para a IECLB e a missão que Deus lhe confiou! ‘Agora são outros 500’ nos convida a sermos ousados!
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aúdo e acolho todos e todas vocês, irmãs e irmãos em Cristo. Na condição de Presidente do Concílio, declaro aberto o XXX Concílio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Que Deus, o Senhor da Igreja, nos guarde e inspire para que as discussões e as decisões deste Concílio contribuam com o nosso propósito de ‘cuidarmos das pessoas e de toda a Criação por sermos livres pela graça de Deus’!”, deu as boas vindas Ricardo Dalla Barba. “Em nome da Paróquia Bom Pastor, em Brusque/SC, saudamos vocês que vieram para este Culto de Abertura do XXX Concílio da Igreja. Saudamos Delegados e Delegadas do Concílio, representantes dos 18 Sínodos da IECLB, bem como representantes de setores e instituições vinculados à IECLB. Estamos muito contentes e gratos a Deus por sediar este evento!”, comemorou o
Presidente da Paróquia Bom Pastor, Sérgio Kuchenbecker. O Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí, Sede do XXX Concílio, P. Breno Willrich, também falou ao grupo de Conciliares: “Felizes estamos por esta Palavra de Deus! Felizes estamos, porque aqui nos reunimos como Igreja, Corpo de Cristo. Somos pessoas de contextos e realidades muito diferentes. Trazemos conosco o rosto desta Igreja, que se fez e se faz Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Estamos na boa companhia de irmãos e irmãs da Ecumene! Tudo isto é graça de Deus e é em seu nome, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que celebramos este Culto de Abertura do XXX Concílio da Igreja. Amém! Na pregação, o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, afirmou “O tema deste XXX Concílio da Igreja é: Por uma Comunidade
Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI
Sustentabilidade (parte 6 ) PAMI - Linhas Mestras A sustentabilidade é a capacidade de um sistema, como a Igreja, de criar as condições favoráveis para a sua sobrevivência e para o seu desenvolvimento no presente e no futuro, evitando o esgotamento ou a sobrecarga dos recursos que o mantêm. A sustentabilidade da Igreja vincula-se à ação do Espírito Santo, que cria fé e Comunidade ali onde a Palavra é pregada e os Sacramentos são administrados de acordo com o Evangelho. A essa dimensão espiritual da sustentabilidade da Igreja corresponde também uma dimensão racional, que implica tomar o Planejamento Estratégico como ferramenta útil e necessária na construção de um novo futuro, pois
a missão, para ser sustentável, não somente necessita de recursos, mas também da sua correta administração. Trata-se de articular Fé, Gratidão e Compromisso. Planejamento Missionário A vivência missionária da igreja tem quatro dimensões principais: Evangelização, Comunhão, Diaconia e Liturgia. Essas quatro dimensões são articuladas entre si por três eixos distintos: Formação, Sustentabilidade e Comunicação. As dimensões e os seus eixos visam a criar e recriar Comunidades cristãs firmadas em Cristo, e, ao mesmo tempo, flexíveis em relação à diversidade de costumes e culturas à sua volta.
Missional: agora são outros 500. Afinal, a Missão de Deus é a nossa Paixão... Neste Concílio, também vamos olhar para a nossa história e tradição construída sob a graça de Deus. Também lançaremos olhar para os próximos 500 anos. Vamos olhar, com carinho e paixão, para a IECLB e a missão que Deus lhe confiou! Agora são outros 500 nos convida a sermos ousados! Também foram saudados no Culto de Abertura: os Ministros locais, P. Claudio Schefer e P. Edélcio Tetzner; a Presidente do Conselho da Igreja, Ema Marta Dunck Cintra; a Presidência da IECLB, o Pastor Presidente, P. Dr. Nestor Friedrich, a Pastora 1ª Vice-Presidente, Pa. Sílvia Beatrice Genz, e o P. 2º Vice-Presidente, P. Inácio Lemke; a Secretária Geral da IECLB, Diác. Ingrit Vogt; a equipe da Secretaria Geral, as autoridades civis da localidade, o ViceReitor do Centro Universitário Unifebe, Prof. Alessandro Fazzino, o Diretor do Colégio Cônsul Carlos Renaux, Otto Hermann Grimm, e, representando a Câmara de Vereadores, o Ver. Guilherme Marchewsky; os Pastores e as Pastoras Sinodais da IECLB; o ex-Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann; além dos convidados ecumênicos e das convidadas ecumênicas. A coordenação dos Cultos e das Meditações do XXX Concílio da Igreja ficou a cargo da Cat. Dra. Erli Mansk, Coordenadora de Liturgia da IECLB, e a parte musical foi conduzida pela Mus. Dra. Soraya Eberle, Coordenadora de Música da IECLB.
“Agora são outros 500 nos convida a sermos ousados!”, frisou o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich
A tarefa de Planejamento Missionário, portanto, é, primeiramente, das Comunidades, porque a missão acontece efetivamente a partir e por meio das Comunidades. Todas as demais instâncias da IECLB são chamadas a planejar as suas ações missionárias em função da missão que acontece na base comunitária. Então, o Planejamento Missio-
nário dos Sínodos, dos Departamentos, dos Setores de trabalho, das Instituições, da Secretaria Geral, da Presidência e do Conselho da igreja deve estar a serviço das Comunidades, facilitando e colaborando para que elas possam cumprir bem e cada vez melhor os seus Planos de Ação Missionária.
Plano de Ação Missionária da IECLB
A sustentabilidade da Igreja vincula-se à ação do Espírito Santo, que cria fé e Comunidade ali onde a Palavra é pregada e os Sacramentos são administrados de acordo com o Evangelho.
Jorev Luterano - Dezembro - 2016
Comunicação
Culto de Encerramento do XXX Concílio: Alegres, jubilai! “Igreja sempre em Reforma é um sentimento que nos anima a não parar de avaliar o nosso jeito de ser Igreja”, afirmou a Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, Pa. Sílvia Genz
A
legres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500, Tema da IECLB para 2017, acompanhado do Lema bíblico Nele vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28a), foi a inspiração para o Culto de Encerramento do XXX Concílio. Após ouvir “Nele vivemos, nos movemos, e existimos, proclamou o apóstolo Paulo (Atos 17.28a). Porque nele vivemos, aqui nos reunimos, em Brusque, como Igreja em Concílio, refletindo sobre a Missão de Deus neste mundo. Porque nele nos movemos, aqui estamos como Comunidade congregada, que se movimenta porque é carregada pelo Espírito de Deus criador e vivificador. Porque nele existimos, aqui estamos, pessoas batizadas, que vivem sustentadas pela fé no Cristo ressuscitado e na esperança na vida eterna”, a Comunidade afirmou “Porque Deus fez grandes coisas, alegres, jubilai!” e cantou a primeira estrofe do hino Cristãos, alegres jubilai (HPD 155): Cristãos, alegres jubilai, felizes exultando; com fé e com fervor cantai, a Deus glorificando. O que por nós fez o Senhor, por seu divino excelso amor, custou-lhe a própria vida. Na Pregação, conduzida com base na palavra bíblica de Lucas 10.21-24, a Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB, Pa. Sílvia Genz, afirmou “Ao final do XXX Concílio, estamos alegres: Sim! Jesus se alegra conosco! Sim, buscamos, tentamos fazer o bem e não o mal. Encontros. Solidariedade. Acolhimento. Convivência. Reflexão. Questionamento. Desejo de fazer o melhor. Lide-
A Comunidade afirmou ‘Porque Deus fez grandes coisas, alegres, jubilai!’ e cantou a primeira estrofe do hino ‘Cristãos, alegres jubilai’ (HPD 155) ranças reunidas durante cinco dias, ocupando-se com a Igreja, como melhor anunciar a Palavra de Deus. Quero convidar para que a gente se alegre e se prepare para viver isso no ano da comemoração dos 500 anos da Reforma!”. Nesse momento, a Pastora apontou para o cartaz do Tema 2017 e leu o Tema e o Lema. “Com o Tema, queremos lembrar a nossa herança e a nossa história, como IECLB, hoje, inserida na história do Brasil, onde afirmamos a nossa presença e registramos o nosso testemunho como Igreja de Comunidades. Queremos afirmar: Igreja sempre em Reforma, um sentimento que nos anima a não parar de avaliar o nosso jeito de ser Igreja e as suas relações com membros e também fora dela, como Igreja comprometida com o Reino de Deus”, frisou a Pastora 1ª VicePresidente da IECLB. A Pa. Sílvia continuou “Cristãos,
Uma visão integradora da amplitude e da diversidade da atuação da IECLB nos mais diferentes contextos. ACESSE, PARTICIPE, CURTA, COMENTE E COMPARTILHE!
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alegres jubilai! diz o hino composto por Lutero. Quero convidar homens e mulheres a jubilarmos, com alegria, pela bela caminhada realizada como IECLB, tempos de renovação e cada vez mais participação na Missão de Deus, a nossa Paixão. 2017 é ano do Jubileu da Reforma e o nosso Tema convida para festejar, celebrar, destacando a alegria de podermos continuar lendo a Bíblia e afirmar O justo viverá por fé (Rm 1.17). Após os Avisos, o Envio foi feito pelo Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, que agradeceu a dedicação e o empenho de todas as pessoas envolvidas na realização do XXX Concílio da Igreja. Essas também foram as palavras da Presidente do Conselho da Igreja, Ema Marta Dunck Cintra, que agradeceu especialmente a acolhida da Comunidade local. Foi, então, oficialmente encerrado o XXX Concílio da IECLB.
IECLB
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Lutero Reforma: 500 anos Buscai o bem e não o mal O que queres para a sua vida e para a vida dos seus filhos e das suas filhas? Muitas vezes, nos perguntam isso e sempre respondemos que queremos ‘o melhor’. Na busca pelo que é melhor, procuramos caminhos que nos ajudem a progredir, alcançar felicidade e bem-estar. Isso inclui emprego bom, renda boa, moradia digna, saúde, fé, lazer e diversão. Até aqui, não há problema nenhum, mas e quando o ‘melhor’ que buscamos nos faz optar por caminhos do mal e não do bem? Vemos isso com frequência, quando não se medem atitudes nem palavras, que ferem outras pessoas, para satisfazer interesses pessoais. Em busca da autopromoção, da fama e do sucesso, pessoas terminam derrubando os seus concorrentes com fraudes e tramas diabólicas.
as pessoas. Por esse motivo, a voz profética, que denuncia os acordos fraudulentos, que enriquecem e beneficiam poucas pessoas à custa do sofrimento de outras, não pode calar. A liberdade que Deus dá consiste em ações coerentes com os princípios éticos da fé cristã. Estes são resumidos no duplo Mandamento do amor: amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.37-39). Esse amor, segundo o apóstolo Paulo, não maltrata, não procura os seus interesses, não se alegra com a injustiça, mas com a verdade (1Co 13.5-6). A liberdade dada por Deus amplia o nosso olhar de cuidado para além de interesses pessoais, em vista do cuidado e do benquerer de todas as pessoas e da Criação. Lógico, não podemos ser negligentes na providência de bens materiais, necessários para a nossa vida e subsistência. É preciso trabalhar,
Viver bem é o mais importante. Uma vida plena e abundante faz parte da promessa de Deus para todo o tempo e toda a gente. Neste contexto: Como é possível estar bem quando, à nossa volta, enxergamos miséria, destruição e injustiças provocadas pelo egoísmo de algumas pessoas? Como ser feliz diante da dor e do sofrimento de tantas pessoas que não conseguem alcançar condições mínimas para uma vida digna? Viver bem é o mais importante. Uma vida plena e abundante faz parte da promessa de Deus para todo o tempo e toda a gente. Neste contexto: Como é possível estar bem quando, à nossa volta, enxergamos miséria, destruição e injustiças provocadas pelo egoísmo de algumas pessoas? Como ser feliz diante da dor e do sofrimento de tantas pessoas que não conseguem alcançar condições mínimas para uma vida digna? Em meio à busca pela vida tranquila e feliz, torna-se necessário distinguir com clareza o que é prioritário para a vida. Cabe-nos avaliar, à luz do Evangelho, do que realmente necessitamos para viver bem e com dignidade. Pensando nisto, a IECLB propôs para 2016 o Tema Pela graça de Deus, livres para cuidar e o Lema bíblico Buscai o bem e não o mal (Am 5.14a). Somos, assim, chamadas e chamados a refletir sobre a ética e a vivência da fé. O Tema traz à tona a reflexão sobre o uso da liberdade, palavra de grande impacto em nossos dias. Somos livres, mas para quê? Pela graça de Deus, somos livres para cuidar. A graça, que manifesta o amor de Deus, nos impulsiona ao exercício da liberdade comprometida com a vida, recheada de compromisso ético e moral. Desde a época do profeta Amós (760 AC) até os dias de hoje, as pessoas anseiam e buscam por uma vida melhor. Atrelado a essa busca tem caminhado o desenvolvimento econômico e tecnológico, o qual, lamentavelmente, ainda não foi capaz de produzir uma sociedade mais justa, segura e digna para todas
economizar, planejar. O Evangelho não nos proíbe nada. No entanto, ele nos motiva a cuidar para que essa liberdade não nos torne escravos e escravas de nada nem de ninguém, tampouco nos leve a fazer coisas que não edificam. Deus, pela sua graça, nos dá a oportunidade de escolher amar, obedecer e ficar perto dele. Quando erramos, reflexão, arrependimento e perdão são, por vezes, necessários para iniciar uma mudança. O Evangelho vem ao nosso encontro para orientar as nossas decisões e nos ajudar a fazer escolhas que promovam a vida, a justiça e a paz. Nessa busca por uma vida mais digna e justa, o nosso compromisso é com aquele que nos chamou para exercer a liberdade na preservação de toda e qualquer forma de vida ao nosso redor. Essa vida que foi posta ao nosso redor, foi criada e pensada com muito
cuidado. Lemos em Gênesis sobre a boa obra da Criação de Deus: E viu Deus que isso era bom! Deus olha a obra das suas mãos, em vários pontos do processo da Criação, e declara que o que Ele criou é bom. Ao fim dos seis dias da Criação do mundo, o livro de Gênesis constata: Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom (Gn 1.31a). Quem constata isso é Deus. Não somos nós! Quando Deus separou a porção seca das águas, Deus viu que era bom (Gn 1.10). Quando a terra produziu ervas e arvores frutíferas, Deus viu que era bom (Gn 1.12). Quando foi feita a separação entre luz e trevas, viu Deus que era bom (1.18). Quando os animais marinhos e os que voam foram criados, viu Deus que era bom (Gn 1.21). Quando os animais terrestres foram criados, viu Deus que era bom (Gn 1.25). Quando finalmente criou homem e mulher e contemplou toda a Criação, viu Deus que era muito bom (Gn 1.31). A Escritura Sagrada nos ensina que a Criação de Deus é boa, pois ela foi feita e esculpida pelo perfeito Criador. A Criação é um grande reflexo da magnitude e sabedoria de Deus. A razão para lermos sobre a constante afirmação que Deus viu ser bom o que fazia demonstra que Ele se preocupou e se ocupou em toda a sua Criação, vendo nela as características do seu perfeito querer. Veio, todavia, o pecado e este manchou a Criação de Deus - homens e mulheres, agora, carregam a semente da corrupção e a natureza geme em dores de parto, aguardando a redenção (Rm 8.22), mas isso não significa que as coisas deixaram de ter a sua beleza, mas, sim, que, por causa do desvio da humanidade diante de Deus, ela tem dificuldade para enxergar a verdadeira beleza; seu senso de ‘belo’ e ‘feio’ foi terrivelmente pervertido, pois, ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3.6), o ser humano percebeu que, conquanto fosse perfeito, a sua perfeição não era tal como a de Deus, a ponto de que ele pudesse lidar com o mal sem com ele se enredar. Quis ser como Deus e incorreu na condenação. Martim Lutero, no estudo de Gênesis 1, observa: ‘Muitas coisas que, quando vistas por Deus, são muito boas, quando vistas por nós, são péssimas. Assim, as aflições, os males, os erros, o inferno e até todas as melhores obras de Deus são péssimas e condenáveis perante o mundo. Que é melhor que Cristo e o Evangelho? E que é mais execrado pelo mundo? Por conseguinte, só Deus e aqueles que veem com os olhos de Deus – isto é, os que possuem o Espírito – sabem de que maneira é bom diante de Deus aquilo que para nós é mau’. Quando Deus criou o mundo e tudo o que nele existe, Ele o
fez ‘com as melhores das intenções’. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Em termos bem simples, ter a ‘imagem’ e a ‘semelhança’ de Deus significa que fomos feitos para parecermos com Deus. O bem que eu quero fazer esse não faço... O Apostolo Paulo faz uma constatação que nos incomoda. Ele diz: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim (Rom 7.19-21). Você já faltou ao trabalho e se desculpou com seu chefe e colegas dizendo que estava chovendo? Se pudéssemos, gostaríamos de ficar dormindo e não ir trabalhar, ficar uma semana por mês viajando pelo mundo sem nos preocuparmos com o trabalho. Quem nunca deu ouvidos à razão quando queria ter dado créditos ao coração ou vice-versa? Uma canção bem popular é Conflito, gravada por Raimundo Fagner: Ah, meu coração que não entende o compasso do meu pensamento e o pensamento se protege e o coração se entrega inteiro sem razão. Se o pensamento foge dela; o coração a busca aflito… Fazer o bem - De que maneira cada pessoa, filho e filha de Deus, irá direcionar o bem em prol da vida, dependerá das circunstâncias e do ambiente no qual vive. Cada qual irá perceber os desafios aos quais poderá responder. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mt 7.21). Jesus deseja que orientemos a nossa vida pela Palavra de Deus e que a realizemos na prática – nem mais nem menos do que isso. Uma fé viva tem a capacidade de moldar o nosso estilo de vida e transformar o nosso cotidiano. Madre Teresa disse: ‘Não importa o quanto você faz, mas o quanto de amor você coloca no que faz’. Deus transforma o mal em bem quando faz com que milhares de pessoas se arrependam e reflitam sobre a sua vida. Quando faz perceber que a guerra produz mais guerra. O ódio produz mais ódio. A intolerância produz mais intolerância. É verdade que nem todos percebem isso. Talvez, poucos. Isso nos mostra que a obra de Deus não terminou. As pessoas vão fazer muito mal ainda. Muito ódio vai ser mostrado ainda. Deus continuará mudando o mal em bem. Quando, então, o maior mal nos atingir, a própria morte, Deus mudará o nosso corpo mortal em corpo imortal. Esta será uma mudança que permanecerá para sempre e ninguém mais vai mudar isso. Enquanto isso, Amós convida: Buscai-me e vivei, buscai o bem, e não o mal, para viver em meu amor: assim diz o Senhor (HPD 199).
Deus, pela sua graça, nos dá a oportunidade de escolher amar, obedecer e ficar perto dele. Quando erramos, reflexão, arrependimento e perdão são, por vezes, necessários para iniciar uma mudança. O Evangelho vem ao nosso encontro para orientar as nossas decisões e nos ajudar a fazer escolhas que promovam a vida, a justiça e a paz. Pa. Ma.Tânia Cristina Weimer, Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho
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Formação
O mesmo Espírito move e capacita as diferentes Igrejas na Missão de Deus!
“Sai e vai... Sê uma bênção!” afirmou o Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense e Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB, P. Inácio Lemke
O
mesmo Espírito move e capacita as diferentes Igrejas na missão de Deus! foi o tema do Culto Ecumênico, no terceiro dia do XXX Concílio da IECLB. Com as palavras ‘Deus de compaixão, por causa dos nossos pecados, o sofrimento no mundo aumenta, por isso, com o coração condoído e o reconhecimento de que somos parte dessa sociedade que cria e mantém estruturas que causam o sofrimento, trazemos a ti os clamores do mundo’, foi pedido que representantes das diferentes Igrejas falassem sobre as dores nos seus contextos. Então, a Comunidade cantou o hino Pelas dores deste mundo, ó Senhor. Dom Flávio Augusto Borges Irala, Bispo da Igreja Episcopal Anglicana (IEAB) e Presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), foi responsável pela Pregação, com base na palavra bíblica de João 14.16-21 e 25-26. A Bênção foi encaminhada pela Rev. Izani Bruch, Bispa da Igreja Evangélica Luterana no Chile, representando também a Igreja Luterana no Chile: ‘A bênção do Espírito Santo, ave da paz, fogo da luz, água da vida, pouse e repouse sobre nós, ilumine a nossa travessia e sacie a nossa sede para a vida eterna. Amém’.
Também foram convidados ecumênicos do XXX Concílio: Pe. Carlos Marcos Nicolodelli, da Paróquia São Luiz Gonzaga, e Pe. Alvino Introvini Milani, da Paróquia Nossa Senhora de Azambuja, em Brusque; Pa. Dra. Friederike Deeg, representante da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD); P. Karl Hans Zeller, representante da Igreja Evangélica Luterana na Baviera, Alemanha (ELKB) e Mission EineWelt; Rev. Emilio Aslla Flores, Presidente da Igreja Evangélica Luterana Boliviana; Bispo Adonias Pereira do Lago, Presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista; Rev. Áureo Rodrigues de Oliveira, Presidente da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB); Presb. Wertson Brasil de Souza, Moderador do Conselho Coordenador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU); Conselheiro-Mor P. Wolfgang Vogelmann, Secretário para Ecumene, Missão e Diaconia (Nordkirche); Christine Böhm, representante da sua Comunidade no Conselho Administrativo e na Assembleia Geral do Centro para Missão e Ecumene (Nordkirche); Pa. Karen Bergesch, Secretária do Setor América Latina e América do Norte (Nordkirche); Dom Francisco Biasin, Bispo Diocesano de Barra do Piraí-Volta Redonda, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); P. Martinho Sonntag, Vice-Presidente de Educação Cristã da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB); P. Clovis Kurtz, representante do Pastor Presidente da Igreja Evangélica Luterana Unida (IELU), na Argentina; Teól. Dr. Marcelo Schneider, representante do Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Rev. Dr. Olav Fykse Tveit. Sob o tema Sê uma bênção! O Espírito Santo capacita a Igreja no testemunho do Reino, foi celebrado o Culto com Ceia do quarto dia do XXX Concílio. A pregação foi feita pelo Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense e Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB, P. Inácio Lemke, a partir da passagem bíblica de Gênesis 12.1-4a e Mateus 5.1-12: Sai e vai... Sê uma bênção! Somos uma bênção? [...] Você será uma bênção para os outros? Nós nos enxergamos como uma bênção no meio do povo para onde fomos enviados? Cabe fazer esta pergunta a cada membro da IECLB, mas cabe ser refletida, sobretudo, por Ministros e Ministras que são enviados e enviadas para Campos de Atividade Ministerial da IECLB, Igreja que prepara, ordena e envia com a ordem do Espírito Santo, que guia, capacita e sustenta a Igreja viva do Deus Trino”.
Secretaria da Ação Comunitária A tradição do Coral Luterano - Junto com o movimento da Reforma, surge um jeito de fazer música que costumamos chamar de Coral Luterano. Costumamos dizer que ‘o Coral é uma tradição luterana’, mas sobre o que, exatamente, estamos falando? Na Língua Portuguesa, os termos Coro e Coral se confundem, o que leva a pensar que Coral Luterano seja o agrupamento de pessoas para cantar em conjunto. No entanto, Coral Luterano é uma forma musical (ou seja, o tipo de música que se canta e não o grupo que executa). Foi uma nova forma que surgiu, frente à complicada polifonia ou ao canto gregoriano, que exigiam grande preparo dos Cantores. Até ali, a Comunidade não cantava na Igreja. Quem cantava era o clero, treinado para o canto. O Coral Luterano é que inau-
gura o canto comunitário. Como podemos definir o Coral Luterano? É a música composta para ser cantada pela Comunidade nos cultos. Possui melodias curtas, vigoro-
sas, com extensão e saltos melódicos adequados ao canto em grupo e com ritmos fortes e fáceis de assimilar. O texto é rimado e organizado em estrofes. Agora, o texto aparece em Alemão e não em Latim. O canto comunitário foi um dos
mais centrais ideais musicais da Reforma. A Comunidade é seu próprio coro, cantando em uníssono, ou seja, todas as pessoas cantando a mesma melodia. Somente mais tarde é que se pensou em criar harmonias para que um grupo de Cantores (que chamamos de Coro) pudesse executar juntamente com a Comunidade. Foi o que Bach fez ao final das suas cantatas. Comunidade e sopranos cantando a melodia, Contralto, tenor e baixo completando a harmonia. O Coral Luterano assegura, em primeiro lugar, a participação efetiva das pessoas no canto da Comunidade – antes da performance de um grupo de especialistas. Como nós temos compreendido o Coral Luterano e o quanto isso tem colaborado para a manutenção de conceitos centrais da Reforma?
Dra. Soraya Heinrich Eberle Coordenação de Música da IECLB Secretaria da Ação Comunitária Secretaria Geral IECLB
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Fé Luterana 11
A gratidão que molda a vida O bem é a vida e o mal é a morte Diariamente, somos confrontados com o bem e o mal. Decidir pelo bem ou pelo mal não é tão fácil assim. Nem sempre é fácil distinguir um do outro. Há resoluções que tomamos como do bem, mas que, lá na frente, se revelam do mal. São raros os momentos e as circunstâncias em que bem e mal são claramente distintos. Como, portanto, distinguir o bem e o mal? Em Deuteronômio 30.15, Moisés diz ao povo: Hoje estou deixando que vocês escolham entre o bem e o mal, entre a vida e a morte. Deus nos dá liberdade de escolha. Porém, Ele também nos dá as ferramentas para diferenciar entre o bem e o mal, entre a vida e a morte. Moisés diz para o povo que o segredo para distinguir entre o bem e o mal está em obedecer aos Mandamentos do Senhor, em amar a Deus, em cumprir a sua lei (Dt 30.16). São os Mandamentos de Deus que procuram nos orientar para a prática do bem, para atitudes justas, amorosas e conciliadoras. É no observar dos mandamentos, no voltar-se com todo o coração e com toda a alma ao Senhor (Dt 30.10) que, diariamente, somos convidados a dizer não ao que violenta a vida, a natureza e o nosso meio ambiente. No entanto, nós sabemos que somos falhos nesta tarefa. Não raras vezes, nos distanciamos dos Mandamentos do Senhor. Somos frágeis na fé. Deus viu que, sozinhos, não conseguimos cumprir os seus Mandamentos, que nos guiam pelo caminho do bem. É por isso que, em Jesus Cristo, Ele se revela Deus conos-
co nesta caminhada. Em Jesus Cristo, Ele vem caminhar conosco na opção pelo bem. Em Jesus Cristo, na cruz, Ele também nos abraça com o seu perdão quando as nossas ‘bem-intencionadas’ decisões nem sempre se revelam como ‘do bem’. Em Jesus Cristo, Ele nos abençoa com a sua sábia Palavra a buscar o bem, como nos conta a história que segue:
Em uma pequena cidade da Grécia, vivia um sábio famoso que conhecia as respostas a todas as perguntas que lhe eram feitas. Certo dia, um jovem estudante, conversando com os seus amigos, disse que pretendia desafiar o sábio e iria enganá-lo. Contou que faria o seguinte: ‘Apanharei um passarinho e o levarei escondido em minha mão até o sábio. Então, vou perguntar a ele se o passarinho está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, esmago o passarinho e o mato, deixando-o cair no chão. Se ele disser que está morto, abro a mão e o deixarei voar na frente de todas as pessoas’. Assim fez. O jovem aproximou-se do sábio com o passarinho na sua mão e perguntou: ‘Sábio, o passarinho em minha mão está vivo ou morto?’ O sábio olhou para o rapaz e disse: ‘Meu jovem, a resposta está em suas mãos. Você me perguntou se o passarinho está vivo ou morto, mas isso é algo que depende unicamente de você’ (Fonte: 100 estórias de vida e sabedoria, de Osvino Toillier). Pela graça de Deus, em Cristo Jesus, somos livres para cuidar. Somos livres para buscar o bem e não o mal.
P. Ernani Röpke, formado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Sudeste, exerce o Ministério Pastoral na Paróquia Cantareira, em São Paulo/SP.
Para refletir, leia Deuteronômio 30.15-19
Batismo diário: luta entre morrer e ressurgir
Pa. Ma. Ana Isa dos Reis, com formação e Mestrado pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Pastora Vice-Sinodal do Sínodo Planalto Rio-Grandense e Coordenadora do Conselho de Desenvolvimento do Município de Ijuí/RS, exerce o Ministério Pastoral na Comunidade Evangélica Ijuí.
Desde criança, recordo que, a cada 10 de fevereiro, festejava com minhas Madrinhas, meu Padrinho, meus pais e irmãos o meu Aniversário de Batismo. Eu não sabia bem tudo sobre Batismo, mas tinham me ensinado que, naquele dia, Deus tinha me chamado pelo nome e que eu era dele. Contavam que, quando o P. Nelso Weingärtner derramou água sobre minha cabeça, eu sorri, alegre. Cresci escutando histórias sobre o meu Batismo e o do meu irmão, cantando, ouvindo histórias bíblicas, participando do Culto Infantil e dos Cultos. Sempre que fazia algo errado, lá estava a frase: Tu és batizada, sabia? Tens que fazer o que é bom e do bem. Lutero escreveu em sua escrivaninha: Sou batizado. Ser uma pessoa batizada significa assumir um compromisso com a causa do Reino de Deus, ser sal da terra e luz do mundo. No entanto, reconhecemos que somos pessoas pecadoras e que esquecemos facilmente que temos uma responsabilidade como pessoas batizadas. O Apóstolo Paulo reconhecia que o bem que queria não fazia e o mal que não queria este ele fazia. Lutero afirmava ser necessário travar uma luta diária, a fim de afogar a velha natureza – de pessoas pecadoras – para ressurgir como novas criaturas – pessoas justificadas por Deus. O Batismo, escreve Lutero, é ‘um morrer bem aventurado do pecado e uma ressurreição na graça de Deus, de modo que o velho ser humano, concebido e nascido em pecado, é afogado, e um novo ser humano, nascido na graça, surge e se levanta’. A vida cristã é um diário Batismo, ‘começado uma vez e sempre continuado’, pois todos os dias somos pessoas tentadas a fazer o mal, a agir contra os Mandamentos do Senhor, a vender o Evangelho
e perder-se do caminho da cruz e da ressurreição de Jesus. Esta é uma luta constante e diária até a morte. Somos, simultaneamente, pessoas justas e pecadoras, chamadas a afogar o ‘velho Adão’ e ressurgir como ‘novo Adão’. Este Batismo diário se dá por meio da confissão dos pecados e do arrependimento, chamados de penitência. Precisamos reconhecer os nossos pecados e nos arrependermos. A Lei mostra o quão pessoas pecadoras somos. A graça de Deus nos anima ao arrependimento e a uma nova vida. Como pessoas batizadas, somos chamadas a viver este morrer e ressurgir sempre de novo, comprometendo-nos com o Evangelho. Ser uma pessoa batizada significa vencer os preconceitos, enxergar na outra pessoa a face de Cristo, romper com o círculo vicioso da violência, ser pessoa honesta e opor-se a toda forma de corrupção, envolver-se com a justiça e denunciar toda maldade, engajar-se na luta por dignidade, pão e paz para todas as pessoas, esforçar-se por fazer o bem - que tem Jesus como força orientadora. Esta tensão da existência cristã e da natureza humana deve nos animar a viver o Batismo, a morrer ou afogar-se do pecado e a ressurgir como nova criatura, buscando o bem e não o mal.
Para refletir, leia Romanos 6.1-14
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Geral
Educação cristã
vivendo, aprendendo e ensinando
Vinho velho em odres novos – Certo dia, me perguntaram o que acontece de ‘novo’ no Encontro de Casais. Em outro momento, uma pessoa convidada a participar de um programa de fim de semana entendeu que, depois de 35 anos de existência, essa proposta devia estar obsoleta e nada tinha para acrescentar em sua vida conjugal e familiar. Em parte, ela tem razão. A proposta não trabalha conceitos novos. O que se faz é uma releitura de verdades consolidadas, que serviram de sustentação para casamentos e famílias no passado e que continuam sólidas até hoje. Parafraseando o meu Professor de Homilética, P. Dr. Lindolfo Weingärtner: o que dizer, vocês sabem. A Verdade é uma só. O problema é como dizêla. Talvez seja esse o grande segredo do Encontro de Casais como também da missão da Igreja: ressignificar ‘velhas’ verdades para o contexto atual. Em termos bíblicos: servir vinho velho, de qualidade comprovada, em odres novos. A proposta do Encontro leva em conta as transformações ocorridas no decorrer dos tempos. A estrutura familiar de hoje não é mais a mesma de
meio século atrás. Nem mesmo os casamentos são iguais. Assim como as famílias, também as uniões não têm o mesmo perfil. Há casais legalmente casados, que receberam a Bênção na Igreja, e, no entanto, moram em casas separadas. Por alguma razão, decidiram que deveria ser assim. Muitos casamentos também não começam mais no Cartório de Registro Civil ou na Igreja. Antes de oficializar a união – se a oficializam – muitos casais decidem viver juntos. Usando a linguagem das revendas de automóveis, fazem um test drive antes de formalizar a união. A ideia de oferecer vinho velho em odres novos, sem legalismos, tem dado bons resultados. Mesmo que fique
claro desde o início que o objetivo do Encontro não é aumentar o número de membros da IECLB, comprovou-se como excelente caminho missionário. Diversas famílias provenientes
P. em. Darci Drehmer residente em São Leopoldo/RS
Futuro da Igreja Pa. Franciele Sander Orientadora teológica do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje) e Coordenadora da Pastoral do Cuidado em Porto Alegre
do Encontro de fim de semana sentiram-se motivadas a se tornar membros da Comunidade, assumindo, inclusive, cargos de liderança. O Reencontro tem basicamente dois objetivos: fortalecer os laços conjugais e familiares, com ênfase no cuidado próprio e com a outra pessoa, e olhar para fora do contexto familiar, para a Comunidade mais ampla, religiosa e política. Permanece, entretanto, o desafio de se encontrar meios de acolhida aos novos membros e criar um ambiente propício para que se sintam plenamente integrados na Comunidade e, por conseguinte, na IECLB.
Campanha Nacional de Ofertas Vai e Vem - 2016 A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, iniciada em 2008, encerrou o seu nono ano consecutivo. Desde o seu início, o resultado financeiro da Campanha se divide em 50% para os Projetos Missionários apoiados em âmbito nacional e 50%, descontados os custos, retornam para os Sínodos da IECLB. No período de 2009 a 2016, a Campanha apoiou 26 Projetos Missionários definidos em âmbito nacional (Apuí, Araucária, Biguaçu, Boa Nova, Ceilândia, Chapada, Colniza, Marinheiros, Mathias Velho, Matupá, Nordeste de MG e Sul da BA, Norte Fluminense, Nova Vida, Paranaguá, Pastoral do Cuidado, Paz, Pedro Osório, Petrolina, Ribeirão Preto, Rio Brilhante, Rurópolis, São JoãoBatista,Sidrolândia,SuldoPará,Teresina,Veranópolis e Vila Rica), além dos Projetos Missionários conduzidos em âmbito sinodal, que são diversos! Na Vai e Vem 2016 (valores recebidos de 11 de novembro de 2015 a 11 de novembro de 2016), o total arrecadado foi de R$ 956.998,34. Deste total, R$ 942.682,16 foram recebidos de Sínodos, Paróquias e Comunidades. As doações individuais somaram
R$ 14.316,18 e as despesas com a Campanha foram de R$ 129.241,33. O Retorno aos Sínodos é de R$ 406.720,42, enquanto R$ 421.036,60 são destinados ao Fundo Nacional de Missão. O resultado financeiro chama a atenção! Entretanto, outros resultados têm surgido no decorrer dos anos e são difíceis de contabilizar, como, por exemplo, o fortalecimento da fé e da gratidão, além do sentimento de fazer parte de algo maior e da convicção de que a missão não se limita às ações realizadas na minha Comunidade, Paróquia ou no meu Sínodo. Com o tempo, a Campanha tem sido uma oportunidade para refletir, estudar e conversar sobre a nossa essência missionaria e também ocasião para promover ações missionarias lá onde a gente se encontra. Em resumo, esta Campanha tornou-se peça fundamental para o fortalecimento da paixão pela Missão de Deus, mediante a nossa tarefa de: Propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo. P. Dr. Pedro Puentes Secretário de Missão Secretaria Geral da IECLB
Você já ouviu, pensou ou disse que ‘a Juventude é o futuro da Igreja’? Vamos pensar um pouco sobre o assunto. Avalie: Qual é o lugar que a juventude ocupa na sua Comunidade? Onde acontecem os encontros da Juventude Evangélica (JE)? Como é o espaço no qual a JE se encontra? É agradável e adequado ou será aquele cantinho que não se pode usar para qualquer outra coisa? Do orçamento da Comunidade, quanto é destinado para o trabalho com jovens? Quantas pessoas jovens há no Presbitério? Ao responder essas questões, é possível ter uma ideia do verdadeiro espaço que a juventude ocupa na vida da Comunidade. Para que a juventude seja presente e não apenas futuro na Comunidade, é necessário que ela se sinta acolhida e que tenha abertura para ser e participar do jeito que é: livre, alegre, cheia de energia e desafios. A presença jovem gera movimento e diversão, questionamento e argumentação, provoca mudanças! A juventude é energia vital que move a Comunidade, que a mantém viva, não só no futuro, mas também agora, no presente. Para isso, é necessário garantir que o trabalho com jovens faça parte do orçamento comunitário. É necessário investir em infraestrutura e oferecer espaço acolhedor e amigável. É fundamental dar voz à juventude, ouvi-la com seriedade, respeito e atenção. As juventudes têm dons incríveis que, por vezes, são desperdiçados pela falta de valorização e espaço para colocá-los a serviço na Comunidade. É importante pensar a juventude para além dos espaços ‘comuns’, nos quais se procura colocá-la na Comunidade: música nos Cultos, auxílio nas festas e nos teatros no tempo de Natal. A Juventude quer e pode servir de outras formas, como membros do Presbitério e representações da Comunidade em outras instâncias eclesiais ou municipais. O trabalho com a JE precisa ser constantemente animado, fortalecido e a juventude precisa ser ouvida e atendida em suas reais necessidades. Comunidade jovem é Igreja viva! Vamos abrir as portas das nossas Igrejas como um todo para que a juventude possa ocupar o espaço que lhe é devido no presente!
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Comportamento 13
A IECLB na Missão Global
P. Silvio Schneider, atuou na Comunidade Evangélica Luterana de Curitiba/PR (1972-1980), foi Secretário de Comunicação da IECLB (1980-1992), trabalhou na Sede da Federação Luterana Mundial - FLM, em Genebra, na Suíça (1992-2000 e 2015), foi Secretário Executivo da Fundação Luterana de Diaconia - FLD (2000-2008) e Diretor de Programas do Serviço Mundial da FLM na Colômbia e em Moçambique (2008-2014). Atua como Assessor para assuntos de Missão Global na Sede Nacional da IECLB e de Planejamento para as Unidades Sociais da Comunidade Evangélica de Porto Alegre/RS
A Missão Global quer leAs relações globais da var a sério e realizar o envio IECLB têm a ver com a sua de Jesus Cristo: Vão a todos própria história, pois a orios povos do mundo e façam que gem dos seus membros está sejam meus seguidores, batizanna imigração alemã desde o do-os em nome do Pai, e do Filho século XIX e, por isso, mane do Espírito Santo e ensinandotém relações fortes de cooos a obedecer tudo o que tenho peração com a Igreja Evanordenado a vocês! Lembrem gélica na Alemanha e várias disto: Eu estou com vocês todos das suas Igrejas membro e os dias, até o fim dos tempos! instituições diaconais. Essas (Evangelho de Mateus 28.19relações foram crescendo na 20). medida em que, gradativaO desafio da Missão Glomente, se substituiu o esquebal é importante e é encarado ma de doador e receptor pela conjuntamente pela comuprática de parceria e mutuanhão de Igrejas Luteranas. lidade nos dois sentidos. O que as Igrejas africanas têm para compartilhar e que pode ser interessante e necessário para as Comunidades da IECLB? Juntas, Igrejas do hemisfério Há bons exemplos de Norte e do hemisfério Sul, acordos de cooperação bisomos participantes na Missão de Deus o Sul tem momentos vergonhosos e lateral da IECLB com outras Igrejas no mundo e chamados a testemunhar, questionáveis. Muitas vezes, as socie- e sociedades missionárias do Norte em palavra e ação, o Evangelho de dades missionárias nada mais eram (Estados Unidos, Noruega e Suécia) e Jesus Cristo no mundo. Assim, quan- do que testas de ferro dos colonizado- do Oriente (Japão). Em nível de região do construímos e fortalecemos rela- res e impunham as culturas dos seus latino-americana e caribenha, nos reções de mutualidade, estamos cons- países de origem sobre os povos, le- lacionamos com as Igrejas da região, cientes de que uma Igreja sozinha não gitimavam a exploração das riquezas especialmente da Argentina (IERP e é capaz de fazer o que Deus convoca a naturais e minerais e a submissão ao IELU), Chile (IELCH) e com a CILCA fazermos juntos. conquistador. Felizmente, a época do – Comunhão de Igrejas Luteranas Nos seus 70 anos de caminhada colonialismo terminou e, hoje, os paí- Centro-americanas, sempre visando conjunta, a comunhão luterana tem ses são politicamente independentes, à mutualidade e ao fortalecimento exemplos de boas práticas de solida- apesar de as consequências do domí- de capacidades locais por meio do riedade e ajuda entre as suas Igrejas- nio estrangeiro ainda serem sentidas intercâmbio de Ministros e Ministras membro para realizar a tarefa mis- em forma de pobreza extrema e falta e acesso à formação teológica. Neste sionária e diaconal. Há muitas lições de capacidade de resposta às deman- modelo, também participam as Igrejas aprendidas e uma delas é a necessida- das básicas de alimentação, saúde, de Angola e Moçambique, países afride de neutralizar relações que expres- educação e moradia. As Igrejas do canos de Língua Portuguesa. Como sem qualquer tipo de superioridade Norte mudaram a sua atitude em re- membros do mesmo corpo, nos inteide Igrejas que tenham poder econô- lação ao Sul e buscam construir, jun- ramos das necessidades e desafios e mico e financeiro sobre aquelas que tas, relações de mutualidade, apoio e desejamos nos apoiar e fortalecer munecessitam de apoio e solidariedade. tuamente para melhor participar da fortalecimento de capacidades. Não é o tamanho nem o poder Diferentemente do Sul, que, por sé- Missão de Deus. econômico que define quem precisa culos, era tido como área de missão e Se olharmos mais de perto, é um de ajuda. O ex-Presidente da Fede- onde hoje as Igrejas mais crescem nu- caminho de uma só via: de nós para ração Luterana Mundial (FLM), Bis- mericamente, no Norte as Igrejas di- eles. É uma relação ainda distante um po Joshua Kibira, da Tanzânia, já nos minuem o seu número de membros a do outro. Para vivenciar e incorporar anos 1970, costumava dizer: ‘Nenhu- olhos vistos. Toma-se gradativamente comunhão, somos desafiados a idenma Igreja é tão rica que não necessite consciência da importância da missão tificar possibilidades de exercitar mude nenhuma ajuda, e nenhuma Igreja e da necessidade de evangelização tualidade, perguntando-nos: O que as é tão pobre que não tenha nada para para elas mesmas em seus respectivos Igrejas africanas têm para compartilhar e compartilhar’. contextos. Para isso, estão pedindo a que pode ser interessante e necessário para A história da missão do Norte para ajuda das Igrejas do Sul. as Comunidades da IECLB?
Por graça de Deus, perdão e reconciliação: um novo sentido à vida A IECLB é parte da comunhão de Igrejas Luteranas em todo o mundo reunidas desde 1947 na Federação Luterana Mundial (FLM). A FLM é uma comunhão global de 145 Igrejas de tradição luterana, representando mais de 74 milhões de cristãos e cristãs em 98 países e que, em maio de 2017, celebrará a sua XX Assembleia Geral, em Windhoek, na Namíbia, sob o tema Libertados pela Graça de Deus. Esta comunhão luterana de Igrejas encontra a sua expressão visível na comunhão de púlpito e altar, no testemunho e serviço comuns, no cumprimento conjunto da tarefa missionária e na abertura à cooperação, ao diálogo e à comunhão ecumênicos. Como expressão da incondicionalidade do amor de Deus manifesto em Jesus Cristo, a mesa da comunhão é redonda e não tem cabeceira, em cima ou embaixo, pequeno ou grande, rico ou pobre que definam poder e importância. Todas e todos são convidados a experimentar perdão e reconciliação por graça de Deus e dar
Experimentamos unidade na diversidade
um novo sentido às suas vidas, amando a Deus e ao seu próximo. Deus chama à comunhão e a sustenta. Significa que somos chamados a construir e nutrir relações e tornando-nos o que somos, comunhão de pessoas batizadas em nível local e nacional, ou seja, Igreja, e, além disso, sendo parte da Igreja, corpo de Jesus Cristo, em todo o mundo. Como membros de um mesmo corpo, experimentamos unidade na diversidade. Quando um membro sofre, a dor é sentida em todo o corpo. Se uma parte do corpo é elogiada, todas as outras se alegram com ela (1Coríntios 12.12-27).
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Deutsche Seite
Gott in natürlicher Größe Als wir eines Tages die historischen Städte von Minas Gerais besuchten, da fanden wir an einer Kirche den Hinweis, dass dort Gott in natürlicher Größe zu sehen sei. Aber kann man sich Gott vorstellen? Kann man wissen wie Gott aussieht? Diese Frage wurde einmal in der Schule Kindern der ersten Klassen gestellt und die Kinder haben dazu eine ganze Menge gesagt. Ich erzähle jetzt einmal ein paar Antworten: Ein Kind meinte: “Ich kann mir Gott vorstellen. Gott ist groß und mächtig, größer und mächtiger als wir”. Ein anderes Kind war schon etwas vorsichtiger, es sagte: “Ich kann mir Gott ein ganz klein bisschen vorstellen”. Ein anderes: “Ich kann mir Gott nicht vorstellen, weil ich ihn ja nicht sehen kann.” Die Maler haben ja den lieben Gott immer wieder gemalt. Aber jeder Maler hat ihn anders gemalt, weil die Maler nämlich auch nicht wussten wie Gott aussieht. Also wie er im Gesicht aussieht, das weiß man nicht genau. Und ein Junge sagte: “Nur der Herr Jesus hat gewusst, wie Gott aussieht. Aber der hat ihn nicht gemalt”. In diesen Kinderantworten wurde ja eigentlich schon viel Richtiges gesagt. Diese Frage wie Gott aussieht , oder wo er wohnt, die haben sich die Menschen schon immer gestellt und immer wollten sie es ganz genau wissen. Aber trotzdem müssen wir sagen: Wir können uns Gott nicht vorstellen. Wir wissen nicht wie er aussieht, wie können ihn nicht fotografieren. Der Einzige, der sehr viel über Gott wusste, war Jesus. Aber auch Jesus hat den Menschen nie erzählt wie Gott aussieht. Sondern er hat ihnen immer gesagt, wie Gott zu den Menschen ist. Und er hat es den Menschen oft mit Geschichten erklärt. Er hat ihnen Geschichten erzählt, in denen vorkam wie Gott ist. Das waren Geschichten von Menschen. Und so eine Geschichte ist die Erzählung von dem Vater mit den zwei Söhnen. Am meisten bekannt als das ‘Gleichnis vom verlorenen Sohn’. Was will uns Jesus mit dieser Geschichte erklären? Gott ist zu uns Menschen, so wie dieser gute Vater. Der Vater des Gleichnisses ist großzügig. Er lässt seinen Sohn ziehen. So ist Gott zu uns. Gott ist zu uns auch großzügig. Er lässt uns unser Leben, so leben, wie wir meinen. Das Erbteil, das wir von Gott haben ist unser Leben mit allem Drum und Dran. Er gibt uns unsere Eltern, er gibt uns unsere Kinder. Er gibt uns Menschen, die sich um uns sorgen. Oder meinen wir, wir
Als der Vater seinen Sohn von weitem kommen sah, lief er ihm entgegen, voller Mitleid , fiel ihn um den Hals und küsste ihn.... Dieser mein Sohn hier war tot, jetzt lebt er wieder. Er war verloren, jetzt ist er wieder gefunden. Und sie begannen zu feiern.... Lukas 15, 11-24
Pfarrer Martin Hiltel hätten das aus uns selbst? Meinen wir vielleicht Gesundheit und Lebenskraft könnten wir selbst garantieren? Wie schmerzhaft mussten das manche von uns erfahren, was es heißt Krankheit zu ertragen. Und doch gibt uns Gott auch die Kraft dazu, auch dann wenn wir meinen an die Grenze unserer Kraft gekommen zu sein. Meinen wir die Zukunft unserer Kinder allein garantieren zu können? Durch unsere Erziehung oder Vorsorge für die Zukunft. Wie oft müssen wir auch hier unsere Grenzen erkennen. Und wie oft sind wir ratlos. Das Leben, das Gott uns schenkt, bedeutet viel mehr, als das, was wir tun und leisten können. Das wird uns vor allem dann bewusst, wenn wir einen lieben Menschen plötzlich nicht mehr bei uns haben. Der Vater in dieser Geschichte wartet auf seinen Sohn. Auch Gott wartet auf uns Menschen. Und wir wissen, dass wir jederzeit zu ihm kommen können, dass er immer für uns da ist. Er nimmt uns immer wieder auf, ohne Bedingungen zu stellen. Er schenkt uns jeden neuen Tag, bedingungslos. Und es bleibt uns die Frage: Wie gehen wir mit unserem Erbteil um? Wie gehen wir mit unserem Leben um? Merkt man uns etwas an von dieser Liebe, die Gott, unser Vater uns jeden Tag neu schenkt? Wie oft ist uns manches zu viel: Den Kindern die Schule, den Eltern die Fahrerei, vielleicht sogar die Kinder; die Arbeit, unsere Stadt mit ihren Problemen. Sollten wir nicht dankbarer sein schon für kleine Dinge, die wir erleben, in der Familie, im Zusammenleben mit anderen, in der Gemeinde. Dankbar für die Menschen, die für uns da sind, die uns vielleicht manchmal ertragen müssen mit unseren Launen. Sicher haben wir auch Grund genug, Gott um Verzeihung zu bitten. Und Gott vergibt uns, denn er hat uns lieb. Diese Vergebung wird uns im Gottesdienst konkret im Abendmahl angeboten. Wir brauchen davon nur Gebrauch zu machen. Es will uns stärken für unseren weiteren Lebensweg. Es will uns frei und froh machen. Vielleicht merken wir jetzt, wie die Fragen nach dem Aussehen Gottes, die wir nicht beantworten konnten, eigentlich gar nicht mehr so wichtig sind, denn wir wissen: Gott ist zu uns Menschen großzügig, geduldig und Gott ist gut zu uns.
Jorev Luterano - Dezembro - 2016
Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
Entre em contato conosco!
Encontro de Família Queremos convidar a todos os GÜNTZEL, descendentes dos imigrantes de Ernest Ferdinand, Richard, Hermann e Maria Luize para o I Encontro da Família Güntzel Data: 8 de janeiro de 2017 Local: Salão 25 de Julho Endereço: Rua Gonçalves Dias, 961 - Centro Quinze de Novembro/RS Recepção: a partir das 9h Culto Ecumênico: às 10h30 Almoço: a partir das 12h Pronunciamentos: às 13h30 Confirmações As presenças devem ser confirmadas até o dia 5 de janeiro de 2017 pelos seguintes contatos: Noemia: 54 3322.1106 Ilga: 54 3199.3293 Olário: 51 3773 1496 ou 51 9769 6961 Myrela: 54 9647.6070 ou 54 9208.9993 Hotéis da região Pousada Pôr do Sol: 54 3324.1214 Hotel Presidente: 54 3324.1636 Hotel Suíço: 54 3324.1276 Euro Hotel: 54 3324.1404 Hotel Pitangueira: 54 3324.1876 Hotel Águas da Fonte: 54 3322.1114
Falecimento O filho, Pastor Silfredo Dalferth, a nora, Pastora Heloisa Dalferth, a filha, Pastora Adriane Dalferth Sossmeier, o genro, Pastor Jandir Sossmeier, os netos, Christiana, Gabriela, Elisabeth, Augusto e Betina, a esposa, Ilone Lindemann Dalferth, lembram, com saudade, o falecimento, ocorrido no dia 19 de setembro de 2016, aos 74 anos de idade, na cidade de Imigrante/RS, do pai, avô e esposo ORUDI DALFERTH A saudade é imensa! Nada poderá apagar a tua lembrança, o teu sorriso e a tua alegria. O som da tua gaita ficará para sempre em nossos ouvidos. Jamais te esqueceremos, mas nos confortamos em saber que Deus o acolheu em sua moradia, pois Ele, com certeza, estava presente em ti. O Senhor é meu Pastor, nada me faltará. Salmo 23.1 Obrigado por tudo! Agradecemos a Deus pelos anos de convivência.
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Celebração
Nascido em Formigueiro/RS, no dia 7 de junho de 1956, comemorou 60 anos de vida, celebrados em Palmitos/SC, no CEFAPP NILO BIDONE KOLLING Isso é afirmação de vida mesmo e apesar de dois casos de Leptospirose, ocorridos na Região de Pelotas/RS, e duas internações por Dengue, ocorridas no Sertão do Mato Grosso. É por isso que celebramos este momento rodeado por familiares, pessoas amigas e representantes de Comunidades e Campos de Trabalho por onde passamos nestes mais de 40 anos dedicados à causa da Educação Cristã na sociedade brasileira. Muita gente querida se manifestou e demonstrou o seu carinho em telefonemas e nas Redes Sociais. Amigos e Grupos na Alemanha e em Luxemburgo não nos esqueceram. O ato celebrativo foi conduzido pelos Professores Ari e Cleci Koch, de Erval Seco/RS, e contou com mais de 80 presentes. A vida se reafirma e reinventa... Agradecemos ao Deus Eterno e da vida por termos até aqui chegado em suas mãos acolhedoras. A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. Ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. Paulo Freire (1921-1997) Edela (esposa), Korina, Daniel e Matheus (filhos), com Fábio, Michele e Camila, e Willian Gabriel e Mariana (netos)
Cadastro Prezados e prezadas assinantes do Jorev Luterano Pedimos que mantenham atualizados os seus dados cadastrais: endereço, telefone fixo e/ou celular, endereço eletrônico (e-mail) e, se possível, informem também a sua Comunidade, a sua Paróquia e o seu Sínodo. É muito importante manter o seu cadastro atualizado, para que possamos enviar o seu exemplar mensal do Jorev, o seu doc para pagamento anual da assinatura, além de mantê-l@ informad@ sobre o lançamento de cada edição e promoções especiais. Enfim, manter os seus dados cadastrais regularizados é essencial para que o Jorev Luterano possa se comunicar com você! Então, pedimos que você mantenha contato com a Elizangela Basile pelo e-mail jorev@ieclb.org.br ou pelo telefone 51 3284.5400 e atualize as suas informações. Desde já, agradecemos! Equipe do Jorev Luterano
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RELATÓRIOS DAS Câmaras No sábado, penúltimo dia do XXX Concílio da Igreja, o enfoque dos trabalhos foi a apresentação dos Relatórios das Câmaras e a discussão sobre Moções: - Comunidade Missional: cuidado com a missão Coordenação Débora Pedrotti Mansilla (Sínodo Mato Grosso) Relatoria P. Gilciney Teztner (Sínodo Vale do Taquari) Assessoria P. Altemir Labes (Secretário Adjunto para Missão e Diaconia) P. Dr. Mauro Batista de Souza (Secretário da Ação Comunitária) P. Dr. Pedro Puentes (Secretário de Missão) - Comunidade Missional: cuidado ministerial Coordenação Ledy Zimmermann (Sínodo Noroeste Riograndense) Relatoria
COMUNIDADE MISSIONAL
P. Nilo Christmann (Sínodo Mato Grosso) Assessoria Cat. Ma. Débora Conrad (Secretária de Formação) Cat. Dra. Haidi Drebes (Secretária da Habilitação ao Ministério) P. Marcos Bechert (Secretário do Ministério com Ordenação) - Comunidade Missional: cuidado com as finanças Coordenação Rubens Olbrisch (Sínodo Vale do Itajaí) Relatoria Diác. Débora Krauser Santos (Sínodo Brasil Central) Assessoria Diác. Ingrit Vogt (Secretária Geral) Fábio Machado Silva (Secretário Executivo do Departamento de Finanças) Amauri Jair Ludwig (Assessor Contábil)
Viajar faz um grande bem!
CAMINHOS DA REFORMA LUTERANA | 2017
ESPECIAL 500 ANOS SERÃO 25 GRUPOS COM EMBARQUES DE ABRIL A OUTUBRO DE 2017
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MENSAGEM às
‘O que motiva para a missão?’ Esta pergunta mobilizou as pessoas integrantes do XXX Concílio da Igreja, realizado na Paróquia Bom Pastor, em Brusque/SC, no Sínodo Vale do Itajaí, de 19 a 23 de outubro de 2016. A pergunta inquieta, conduz a reavaliações e renova ações. Enquanto Comunidades, somos frutos da Missão de Deus. Somos chamados e chamadas a testemunhar o Evangelho.
No sábado, penúltimo dia do XXX Concílio da Igreja, o enfoque dos trabalhos foi a apresentação dos Relatórios das Câmaras e a discussão sobre Moções: Comunidade Missional: cuidado com a missão, Comunidade Missional: cuidado ministerial e Comunidade Missional: cuidado com as finanças
Comunidades
O que motiva para a missão? Esta pergunta mobilizou as pessoas integrantes do XXX Concílio da Igreja, realizado na Paróquia Bom Pastor, em Brusque/SC, no Sínodo Vale do Itajaí, de 19 a 23 de outubro de 2016. A pergunta inquieta, conduz a reavaliações e renova ações. Enquanto Comunidades, somos frutos da Missão de Deus. Somos chamados e chamadas a testemunhar o Evangelho. Somos instrumentos de Deus para alcançar pessoas na Missão do próprio Deus. Temos referenciais bíblicos, teológicos e históricos que nos motivam. Não há modelos prontos a copiar e implantar. Cada contexto precisa construir o seu jeito próprio e a sua forma própria. Cada Comunidade, em seu lugar e realidade, precisa se sentir desafiada a se envolver, engajar e comprometer no agir missionário. Questionamentos sempre voltam: o que auxilia o desempenho missionário? Muitos podem ser esses fatores: estruturas locais atrativas e inclusivas, pessoas acolhedoras, conteúdos que tocam, além da razão, também o coração, bem como a coerência da vivência do Evangelho no
UMA CAMINHADA RENOVADA
dia a dia. Ser Comunidade atrativa é mais que apresentar atrações. Ser Comunidade acolhedora é mais que abrir as portas. É integrar, é incluir! Um incluir solidário em comunhão de irmãos e irmãs, conforme Gálatas 3.28, ...porque vós sois um em Cristo Jesus. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil tem uma longa caminhada e significativa história. A nossa tradição de Igreja continua abrindo portas – também para mudanças que transformam vidas e realidades. Corrigir o que precisa ser corrigido. Criar e recriar a partir do agir de Deus. É a graça contagiante de Deus que, por meio do Espírito Santo, motiva, mobiliza e impulsiona. Agora são outros 500: uma caminhada renovada. Deus disse a Sara e Abraão e fala a nós: Sai... Vai... Sê uma bênção...! (Gênesis 12.1) Brusque/SC, 23 de outubro de 2016. Conciliares do XXX Concílio da Igreja