AGOSTO 2014 - Nº 775
O espaço do culto Além do futebol 12
Deus diz 'sim' ao ser humano A fé como presente e abraço de Deus
Jorev Luterano - Agosto - 2014
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Editorial
O espaço do culto
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ontinuando a sua ‘visita’ aos Sínodos da IECLB, promovendo uma espécie de intercâmbio de ações e experiências, nesta edição o Jorev Luterano destaca o Sínodo Vale do Taquari, o último da lista, que vai ilustrar as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente). A intenção do Jorev é mostrar um pouco do que o Sínodo fez, faz e pretende fazer nas áreas relacionadas ao PAMI, bem como a forma de trabalhar as Campanhas Tema do Ano e Vai e Vem, com o objetivo de compartilhar informações e testemunhos que serão fonte de inspiração para todas as pessoas interessadas no cumprimento da missão da IECLB no Brasil e no mundo. Na Editoria Atualidade, saiba mais sobre o Instituto Sustentabilidade, se-
diado na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, e criado conjuntamente pela IECLB e pelas Igrejas luteranas da América Latina e Caribe que fazem parte da Federação Luterana Mundial (FLM). Na Editoria Presidência, Agosto che-
gou, a Copa do Mundo passou... e agora? - viDas em comunhão: civilidade! é o título da Mensagem, de autoria do P. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada em 2012. Em 2014, os textos são escritos com enfoque na Litur-
Nesta edição, o Jorev destaca o Sínodo
gia e na Música, sob responsabilidade da Cat. Dra. Erli Mansk, Coordenadora de Liturgia da IECLB, e da Mus. Dra. Soraya Eberle, Coordenadora de Música da Igreja. Nesta edição, apresentamos o tema A configuração do espa-
Vale do Taquari, que vai ilustrar as Editorias Sustentabilidade, Comunicação,
ço do culto. Na Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, dois Ministros Pastores discorrem sobre Cuidados com os espaços celebrativos. Na Editoria Geral, leia a respeito da caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. O compromisso que nasce da fé ganhou destaque na Editoria Comportamento. Der Traum, den ich singe é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana partilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!
Formação, Tema do Ano e Vai e Vem
Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Sou assinante do Jorev Luterano já há um bom tempo! Gosto muito da leitura do jornal, pois mostra como é a nossa IECLB nos seus diversos Sínodos. Apenas gostaria de ver mais notícias da região Sudeste para cima.
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925
Revisão Margret Reus Administrativo Mariana Paim
União da ‘luteranada’ Desde que me conheço como gente, leio o Jorev, que é um tipo de laço de união da ‘luteranada’ do nosso Brasil. É claro que, durante esse tempo, o nome e o formato do jornal mudaram, mas a sua missão continua a mesma. Muito obrigada! Diác. Alda Sprandel Tio Hugo/RS Capa
Imagem de um altar (Paróquia Matriz - CEPA, em Porto Alegre/RS), ilustrando o texto ‘A configuração do espaço do culto’, da Série especial Lutero - Reforma: 500 anos. Leia a matéria na Editoria Unidade, páginas 8 e 9.
Deutsche Seite Eu gosto muito do Jorev, principalmente da página em Alemão. É maravilhoso! Não posso ficar sem ler o meu jornal! Abraço, Herbert Kanevieskir Presidente Venceslau/SP
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Jorev Luterano - Agosto - 2014
Curtas
Ecumenismo EST acolhe caravana
do Sínodo do Vale do Itajaí Uma caravana do Sínodo do Vale do Itajaí/SC, levou 14 jovens para conhecer, nos dias 19 e 20 de junho, as instalações da Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, e estabelecer um primeiro contato junto a Professores e estudantes. ‘Saudamos, pois, esta caravana da vocação’, destacou o Reitor da EST, P. Dr. Oneide Bobsin, ao enfatizar que a participação e a capacitação de jovens nos grupos comunitários representa um espaço valioso para despertar vocações. ‘Com a vinda desse grupo de jovens para conhecer a EST e a sede da IECLB, inovamos na comunicação com as pessoas vocacionadas para o estudo da Teologia em função do Ministério Ordenado’, frisou o Reitor. Estudante do segundo semestre de Teologia e VicePresidente do CADES, Heide Lendler acompanhou a caravana ao longo dos dois dias. Capacitação de jovens em grupos comunitários Segundo a esturepresenta espaço para despertar vocações dante, os jovens catarinenses ‘adoraram a experiência’, pois puderam dialogar e conviver com estudantes, compreendendo, assim, o funcionamento da instituição onde muitos deles pretendem estudar em um futuro próximo. Durante a estada em São Leopoldo, os jovens puderam acompanhar aulas de Hebraico, ministradas pela Professora Ma. Marie Krahn, e de Antigo Testamento, ministradas pelo Professor P. Dr. Carlos Dreher. Para o Coordenador do curso de Teologia, Prof. P. Dr. Rodolfo Gaede Neto, a EST precisa cada vez mais abrir as suas portas para que jovens possam se aproximar de Professores e estudantes. ‘A partir do próximo semestre, os jovens vinculados à caravana e que vierem a estudar na EST não estarão adentrando numa instituição desconhecida, pois um primeiro e importante vínculo já foi estabelecido ao longo destes dois dias de intercâmbio de saberes e experiências’, pontuou. Rodolfo fez um agradecimento especial ao Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí, P. Breno Carlos Willrich, que, na sua visita à EST, pôde estar novamente no terceiro andar do prédio S, onde morou por um ano durante o seu período de formação. Acompanharam a caravana, ao lado do P. Breno e da sua esposa, Elisabete Bruns Willrich, a Coordenadora da Pastoral da Criança e Juventude, Katilene Willms Labes.
Quando se fala em ecumenismo, normalmente o associamos à questão religiosa. De fato, é uma caminhada em busca de unidade entre denominações e/ou religiões, apesar das diferenças doutrinais e das diferentes crenças que existem. O movimento ecumênico tem portas abertas por meio de várias entidades, como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que reúnem denominações cristãs e iniciativas, tais como o diálogo inter-religioso, com representantes de várias religiões. No dia a dia, não há resistências à convivência harmoniosa entre as pessoas. Existe muito preconceito doutrinal, mas a convivência flui sem grandes impedimentos de fé. Ao menos, no Brasil. As dificuldades acontecem quando ‘sentamos para orarmos/rezarmos juntos’. Por que algo fundamental para o ser humano, a fé, torna-se uma barreira quando colocada em prática? Deveria ser um momento de intensa comunhão. Somos uma Igreja ecumênica, pois temos a liberdade de celebrar com inúmeras denominações e crenças, no que somos criticados. A minha experiência (na Paróquia de Rio Claro, onde atuo, também) tem sido de caminhada ecumênica facilitada com poucas Igrejas parceiras: Igreja Católica e Igreja Presbiteriana. Com elas, celebramos o Dia Mundial de Oração, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e o Dia da Reforma. Outras iniciativas foram feitas, mas não tiveram boa repercussão. A intolerância e o exclusivismo têm sido um entrave para a vivência ecumênica. A frase de Martin Luther King: Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a simples arte de vivermos como irmãos, é muito atual. P. Luiz Carlos de Oliveira Rio Claro/SP Sínodo Sudeste
OFERTAS NACIONAIS 17 de agosto 10º Domingo após Pentecostes Promoção do Ecumenismo A IECLB é uma Igreja ecumênica. Isto está expresso no artigo 5º da sua Constituição. Está unida, pelo vínculo da fé, a todas as Igrejas no mundo que confessam Cristo como único Senhor e Salvador. Este compromisso se concretiza pela participação em comissões bilaterais de diálogo com outras Igrejas (Anglicana, Católica, IELB) e em organizações ecumênicas nacionais, como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e entidades como Diaconia, Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Em nível internacional, a IECLB participa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e da Federação Luterana Mundial (FLM). Tem convênios e parcerias com a Igreja Evangélica na Alemanha, a Igreja Evangélica Luterana na Baviera (ELKB), as Igrejas Evangélicas na Noruega, Japão (JELC), Moçambique (IELM), Angola, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Igrejas na América Central. 24 de agosto 11º Domingo após Pentecostes Trabalho junto às Pessoas com Deficiência O trabalho junto às pessoas com deficiência na IECLB visa a proporcionar aos Sínodos a oportunidade de realizar Seminários, Cursos e Oficinas sobre o tema ‘Inclusão e Deficiência’. Além da Formação, as ofertas auxiliam na elaboração de materiais, como o subsídio para a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, que têm sido publicado e divulgado em diversos formatos acessíveis. Um mundo mais justo e inclusivo, onde as diferenças são respeitadas, é um mundo melhor para as pessoas com e sem deficiência, pois ali será possível viver em comunhão e solidariedade.
INDICADORES FINANCEIROS UPM Julho/2014
3,4235
Índice Junho/2014
0,30%
Acumulado do ano
4,19%
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Atualidade
Instituto Sustentabilidade
Capacitação a serviço de Igrejas e Comunidades
P. DR. ONEIDE BOBSIN Reitor da Faculdades EST
Além do futebol
Copa no Brasil e Sustentabilidade A Copa do Mundo 2014, realizada no Brasil, foi além do futebol. Muitos devem lembrar dos lampejos de imagens na TV mostrando a torcida japonesa recolhendo lixo nas arquibancadas, após a partida de futebol da sua Seleção! Tal exemplo foi seguido pela torcida alemã e tantos outros torcedores. Ao ver aquelas cenas que relacionam futebol e sustentabilidade ecológica, lembrei de uma reportagem que mostrava pequenos alunos varrendo as salas de aula no Japão. Fazíamos isso na escola rural, onde cursei os primeiros anos de estudo. Ao final da aula, uma dupla de crianças limpava a sala e organizava as classes. Antes de ser um castigo ou um trabalho infantil ilegal, era mais uma lição de vida. Na antiga Escola Normal Evangélica, em Ivoti/RS, onde cursei o segundo grau, uma vez por semana cuidávamos dos jardins da escola, sob a orientação de um Professor. Infelizmente, não ocupou espaços nos grandes meios de comunicação o cuidado com a sustentabilidade na reforma e na construção dos estádios para a Copa. Alguns foram construídos de tal forma que possam captar águas das chuvas para regar os gramados e restos de materiais de construção serviram de fundamento, dispensando a compra de novos materiais, como brita. Além disso, milhares de famílias deAgricultores forneceram produtos orgânicos para os 18 mil trabalhadores voluntários que atuaram na Copa. Também fomos pouco informados sobre pesquisas a respeito de valores que estrangeiros levarão para o mundo no que diz respeito à nossa forma cordial de receber estranhos. Ressalto alguns de uma lista de dez: as festas prolongadas em bares das cidades-sede depois dos jogos, as confraternizações, que duraram longas horas em clima afetivo, além dos abraços e dos beijinhos no rosto, uma demonstração de afeto entre pessoas amigas, alcançaram os corações dos europeus e de outros povos. Os estrangeiros ficaram surpresos com o gesto local de comprar uma cerveja e repartir com amigos e estranhos. Acima de tudo, a admiração pela boa acolhida foi um destaque geral. Por fim, mas não menos importante, fica o exemplo da Seleção de um pequeno país como a Costa Rica, que preserva a sua biodiversidade e não mantém Exército. De fato, a Copa foi além do futebol regido pela despótica e intrometida FIFA.
Admiração geral pela boa acolhida
As salas do Centro de Retiros, junto com a capela da Casa Matriz, oferecem um espaço ideal para retiros, encontros e eventos. As instalações da hospedagem contam com quartos com banheiro, refeitório e local para estacionamento.
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m organismo acadêmico com enfoque nas dimensões local, regional e global, sediado na Faculdades EST, em São Leopoldo/ RS, e criado conjuntamente pela IECLB e pelas Igrejas luteranas da América Latina e Caribe que fazem parte da Federação Luterana Mundial (FLM), o Instituto Sustentabilidade teve o seu lançamento em 24 de outubro de 2013, na Paróquia Matriz, em Porto Alegre/RS. O Instituto Sustentabilidade foi lançado em outubro de 2013 Ser reconhecida como uma organização de desenvolvimento de capacidades (ensino e extensão) a serviço das Igrejas e Comunidades de fé comprometidas com uma aplicação plena dos seus dons e recursos para a transformação e a reconciliação do mundo é a visão do Instituto Sustentabilidade, que tem como missão contribuir com a formação de pessoas (leigas e ordenadas), Comunidades e Igrejas mediante a reflexão, a prática e a inovação nos tópicos de gestão comunitária, planificação e mobilização de dons e recursos. P. Dr. Nestor Friedrich (IECLB), Entre os objetivos do Instituto, estão: Rev. Dra. Patricia Cuyatti (FLM) e P. Dr. Oneide Bobsin (EST) Pesquisa - (a) investigar e sistematizar as aprendizagens dos processos de sustentabilidade das Igrejas, (b) publicar artigos acadêmicos, investigações, teses e materiais em geral sobre o tema sustentabilidade da Igreja e (c) aprofundar o estudo das inter-relações entre as ciências e tecnologias sociais e as suas contribuições e a sustentabilidade das Igrejas; Ensino - (a) contribuir na geração de espaços que oportunizem estudos de Especialização e Mestrado no tema sustentabilidade, Transformação e reconciliação do mundo gestão comunitária-espiritualidade e (b) buscar articulação com os centros de formação Formação, Cat. Dra. Haidi Drebes, Secretária da Habilitação ao Ministério, P. Erni Drehmer, Secretário teológica na região e na comunhão mundial; Extensão - (a) prestar serviços de capaci- do Ministério com Ordenação, Almiro Wilbert, Presitação, assessoria, consultoria e outras ativi- dente do Conselho da Igreja, Miltom de Oliveira, Redades de extensão às Igrejas e a outras ins- ferente da Igreja no Programa Sustentabilidade, P. Me. tituições de educação teológica na região e Edson Streck, Pastor Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos em nível ecumênico, (b) favorecer os debates (representantes da IECLB), Gustavo Driau, Coordenasobre sustentabilidade da Igreja e participar dor Regional do Programa Sustentabilidade América de fóruns criados para este fim, (c) contribuir Latina e Caribe da FLM, Pa. Márcia Blasi, Representeologicamente nos encontros regionais das tante da Rede de Mulheres e Justiça de Gênero das IgreIgrejas membro sobre o tema sustentabilida- jas da América Latina e Caribe, Hilmar Kannenberg, de e (d) dialogar com a sociedade civil orga- Presidente do Conselho deAdministração da EST, Prof. nizada e com o mundo corporativo a respeito P. Dr. Valério Schaper, Pró-Reitor de Gestão da EST, da sustentabilidade das organizações, apre- Rev. Gustavo Gómez Páscua, Presidente da Igreja Evangélica Luterana Unida da Argentina e do Uruguai sentando a experiência das Igrejas.
Entre outras lideranças, estiveram presentes: P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB, Rev. Dra. Patricia Cuyatti, Secretária de área da FLM para a América Latina e Caribe (Departamento de Missão e Desenvolvimento), P. Dr. Oneide Bobsin, Reitor da EST (compuseram a mesa), Diác. Ingrit Vogt, Secretária Geral, Cat. Débora Conrad, Secretária de
(IELU), P. Justin Eller, Representante Regional da Igreja Evangélica Luterana na América do Sul, Rev. Adriana Camp, representante regional da Igreja da Suécia.
A parte musical foi conduzida pelo grupo Anima, coordenado pelo Prof. Dr. Rodolfo Gaede Neto, também Coordenador do Bacharelado em Teologia da Faculdades EST.
Em meio a abundante natureza, o ambiente tranquilo e acolhedor favorece a reflexão, a integração e o lazer. Dispomos de serviço de hospedagem, individual ou em grupos, ideal para realização de retiros, eventos ou para aqueles que desejam apenas hospedar-se aqui.
Av. Wilhelm Rotermund, 395 - Morro do Espelho - São Leopoldo Fone: (51) 3037-0037 | retiros@diaconisas.com.br | www.diaconisas.com.br
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Presidência
Agosto chegou, a Copa do Mundo passou... e agora?
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Copa do Mundo despertou sentimentos ambíguos na população brasileira. Por um lado, revelou paixões. Por outro, trouxe à tona animosidades, além de frustrações sociais e políticas. A Copa tornou-se um momento oportuno e legítimo para refletir sobre estes sentimentos contraditórios. Em 2014, a IECLB tem como Tema do Ano a chamada viDas em comunhão, sob o Lema bíblico Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz vós tereis paz (Jeremias 29.7). No seu tempo, no seu contexto e em meio às ambiguidades daquela época, Jeremias, o profeta de Deus, aponta para a paz, a busca da paz e a oração pela paz como caminho para uma vida em sociedade – com dignidade, direitos , alegria de viver e
perspectiva real para viDas em comunhão. A primeira palavra das 18 que temos no cartaz do Tema do Ano expressa um valor fundamental que brota da fé no Deus que se revela no Cristo crucificado: civilidade! O Escritor paranaense Laurentino Gomes, em entrevista publicada no Jornal Zero Hora (29 de junho), sob o título ‘Nosso Brasil dos sonhos ainda vai demorar’, faz uma análise do modo de ser do brasileiro sob uma perspectiva histórica. Sobre a Copa, Laurentino afirma: ‘O Brasil está em uma espécie de estado de choque cívico. Por que está demorando tanto para resolvermos os nossos problemas? Por que a corrupção continua? Por que a violência é cada vez maior? Por que as fórmulas nas quais apostamos não deram tão certo? O Brasil está se olhando no espelho e perguntando
em Victor Graeff/RS Agosto 2/8 Assembleia do Sínodo Centro-Campanha-Sul Agudo/RS P. Nestor Friedrich 11-12/8 Seminário sobre Homoafetividade São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich P. Carlos Möller Pa. Silvia Genz
No contexto de memória dos 50 anos do Golpe Militar, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), em parceria com a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), o Conselho LatinoAmericano de Igrejas (Clai) e o Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), lançou a declaração pública Compromisso coletivo pela democracia - Brasil: ditadura nunca mais. O evento aconteceu no dia 27 de abril de 2014, em Brasília/DF, com a presença do P. Altemir Labes, Tesoureiro do Conic e Pastor Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, P. Dr. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB, entre outras autoridades e lideranças. O Presidente do Conic, Dom Manoel João Francisco, Bispo na Diocese de Cornélio Procópio/PR, apresentou o manifesto, falando sobre as desigualdades existentes no país. Segundo Dom Manoel, pode-se afirmar que estas são iguais ou maiores que na época da Constituinte: “O documento traz uma memória triste, mas também um chamado à ação”. Nesse momento histórico, o documento do Conic busca ser uma voz profética para a sociedade brasileira, uma vez que chama Igrejas cristãs e organizações da sociedade civil a prosseguirem na luta pela plena democracia e pela garantia dos direitos humanos.
P. NESTOR FRIEDRICH Pastor Presidente da IECLB
100 anos de presença luterana
Conic na luta
pela democracia
‘quem sou eu?’, ‘quem vai resolver os meus problemas? Esperamos que alguém resolva tudo por nós!’. Um dos princípios da Constituição da IECLB frisa que, em obediência ao mandamento do Senhor, a IECLB tem por fim e missão propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária, promover a paz, a justiça e o amor na sociedade, participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo (Art. 3º). Esse testemunho, a civilidade, é a grande oportunidade que Deus concede a cada membro que assume a sua responsabilidade cidadã. Essa é uma parte importante da nossa contribuição para um país onde a justiça e a paz florescerão, mais e mais, à medida que a verdade que brota da fé em Cristo prevalecer. O que você pensa sobre isto?
......
viDas em comunhão: civilidade!
13-14/8 Encontro de Representantes da IECLB na Ecumene São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich P. Carlos Möller Pa. Silvia Genz 16/8 Assembleia do Sínodo Rio dos Sinos Itati/RS Pa. Silvia Genz 16-17/8 Assembleia do Sínodo Paranapanema Curitiba/PR P. Nestor Friedrich Assembleia do Sínodo Rio Paraná Matelândia/PR P. Carlos Möller 19/8 Abertura do Encontro de Referentes São Leopoldo/RS P. Nestor Friedrich 21-22/8 Reunião da Diretoria do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich 30/8 Assembleia do Sínodo Noroeste Riograndense Santo Ângelo/RS P. Nestor Friedrich
No dia 29 de março de 2014, foram celebrados os 100 anos de presença luterana em Victor Graeff/RS. O evento iniciou às 19 horas, com a presença do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, do P. João Willig, Pastor Sinodal do Sínodo Planalto Rio-Grandense, do P. Ricardo Cassen, Pastor Vice Sinodal, e da sua esposa, Pa. Adriane Cassen, do Pastor local, P. Claudio Luiz De Marchi, além do P. Adilson Koch e do P. Erno Wallauer, Pastores que atuaram em Victor Graeff. O P. Nestor Friedrich, a partir do Tema, viDas em comunhão, e do Lema da IECLB para 2014, Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao senhor, porque na sua paz vós tereis paz (Jeremias 29.7), levou a mensagem da Presidência. Ao concluir a celebração, o Pastor Presidente da Igreja conduziu a bênção e o envio. Dirceu Olair Hoffstaedter, Presidente do Sínodo, coordenou a celebração. A Presidente da OASE de Victor Graeff, Walburga Tiggemann, apresentou o histórico da Comunidade. O Prefeito, Cláudio Alfonso Alflen, parabenizou pela marca histórica. O Presidente da Comunidade, Rui Winck, agradeceu a todas as pessoas presentes e, em nome do Presbitério, convidou para o jantar alusivo aos 100 anos de presença luterana em Victor Graeff.
60 anos da Paróquia Martin Luther
No dia 6 de abril de 2014, a Paróquia Martin Luther de Joinville/ SC viveu uma grande festa. Com culto oficiado pelo P. Germanio Bender, Ministro local, e pelos Pastores Rubens Horst e Manfredo Siegle, que atuaram na Paróquia, foram festejados 60 anos de história. A pregação ficou sob responsabilidade do P. Carlos Möller, Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB. No dia 14 de fevereiro de 1954, com um jardim de infância, que reunia, diariamente, em torno de 75 crianças, tiveram início as atividades da Paróquia, cujo trabalho pastoral era conduzido pelo P. Friedrich Wüstner. Atualmente, a Paróquia tem 1400 membros e oferece atividades que vão desde o berçário até a terceira idade.
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Sustentabilidade
Sustentabilidade: contribuição é gesto de amor e de partilha, é ato de gratidão
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Contribuição financeira é compromisso com a Igreja para que ela possa realizar a missão que Deus lhe confiou
Sínodo Vale do Taquari, com sede em Estrela/RS, iniciou as suas atividades em 1998. No ano 2000, a Liga de Cantores do Vale do Taquari e a Prefeitura de Teutônia/RS doaram ao Sínodo um prédio e o terreno na área do Centro Administrativo. A condição era que déssemos continuidade à parceria na área da música, que a Liga pudesse contar com um local para guardar o seu material e as suas partituras, além de dispor de um espaço para reuniões. O prédio necessitou de adequações, o que resultou em um significativo investimento financeiro. Desde a constituição do Sínodo, a Assembleia Sinodal havia convencionado que as Comunidades repassassem ao Sínodo o valor de R$ 5,00 por família contribuinte, além do dízimo. A partir de 2003, contando com um projeto específico apoiado pela IECLB, além do recurso da contri-
buição sinodal, foi possível a criação de um Campo de Atividade Ministerial para a Coordenação de Formação Sinodal. Em 2007, foi encerrado o aporte, o recurso proveniente das Comunidades já não era suficiente e os balanços sucessivamente foram deficitários, o que significou uma série de ações na área financeira, principalmente: - cortes de investimentos na gestão sinodal - foram suprimidas subvenções e publicações pagas em jornais, o Jornal Sinodal foi temporariamente substituído pelo boletim eletrônico, buscou-se patrocínio para os programas de rádio, assim como para o Caderno de Relatórios e para a Agenda Sinodal, foi elaborada uma tabela própria para ressarcimento de combustível, decidiu-se pelo fim do subsídio para alimentação nos encontros sinodais, entre outros. Essas medidas significaram também a decisão
pelo encerramento das atividades do Campo de Atividade Ministerial da Coordenação de Formação; - acompanhamento da gestão financeira das Comunidades - foi criada a Comissão de Finanças, que tem como tarefa acompanhar a questão financeira do Sínodo e das Comunidades. Com reuniões mensais, o grupo revisa o balancete, faz contatos e visitas a Comunidades com problemas financeiros e nas quais há incongruências no repasse do dízimo. Em 2012, a Comissão reuniu as cinco maiores Comunidades do Sínodo para que pudessem compartilhar experiências sobre gestão financeira, contribuição e busca de membros (novos e afastados). Desde a primeira Ação Sinodal, cujo tema foi Fé, Gratidão e Compromisso, temos visto que pregações e estudos em grupos devem lembrar que somos membros da IECLB a partir do Batismo e não a partir da contribuição, o que não está muito claro para muitas pessoas, inclusive Presbíteros. A Igreja, como corpo de Cristo, reúne-se ao redor da Palavra e do Sacramento. Assim, a contribuição financeira não pode ser considerada um pagamento, uma taxa de manutenção de sociedade ou um imposto para que, em troca, pertençamos à Igreja. A contribuição é gesto de amor e de partilha. É ato de gratidão por tudo o que Deus nos tem presenteado. É também compromisso com a Igreja para que ela possa realizar a missão que Deus lhe confiou.
Luterprev Responde
mento mostrou também que uma renda maior diminui a ansiedade, o que não acontece com o consumo. A conclusão é que, embora comprar alegre a vida, a renda proporciona a sensação de segurança.
Você sabia que... ...nem sempre os gastos diminuem na aposentadoria? Uma pesquisa que ouviu 1,5 mil brasileiros aposentados derrubou alguns mitos. O primeiro mito é que, na aposentadoria, se gasta menos do que na vida ativa. Dos entrevistados, 30% disseram estar gastando o mesmo valor, enquanto 33% aumentaram os seus gastos. O segundo mito é que aposentadoria é sinônimo de lazer e de aproveitar a vida. O estudo mostrou que só 4% da renda dos aposentados vão para lazer e educação, enquanto habitação consome 63% e saúde, 15% da renda.
...ir e voltar ao trabalho pode custar caro para o bolso e para a saúde? A estatística revela que 10,8 milhões de americanos passam mais de uma hora no trânsito a caminho do trabalho e um tempo igual no retorno para casa, enquanto outros 600 mil gastam 90 minutos no percurso. Segundo o Gallup-Healthways Well-Being Index, dos Estados Unidos, quanto maior o tempo a caminho do trabalho e vice-
ajudando a planejar o seu futuro
...a maioria dos brasileiros quer continuar a trabalhar depois de se aposentar? Mais da metade dos brasileiros preten-
de continuar trabalhando, embora diminuindo o ritmo e a carga horária. Desses, 30% têm a expectativa de trabalhar apenas temporariamente, enquanto 21% deverão fazê-lo indeterminadamente. Outros 16% dizem que continuarão a trabalhar da mesma forma que fazem hoje e apenas 24% planejam parar completamente. Os dados são de um estudo com 16 mil pessoas de 15 países. ...consumir traz felicidade, mas ter renda diminui a ansiedade? O Escritório Nacional de Estatísticas da Inglaterra garante que dinheiro traz felicidade, mas que gastar dinheiro traz ainda mais. No dimensionamento da satisfação com a vida, em uma escala de zero a dez, se a renda familiar dobrar, há um aumento de 0,17 ponto, mas se o consumo dobrar, o índice sobe 0,25. O levanta-
“Somos membros da IECLB a partir do Batismo e não a partir da contribuição”, afirmou o P. Marcos Bechert, Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Taquari
-versa, maiores os níveis de obesidade, colesterol, dores, fadiga e ansiedade nas pessoas. Assim, fica comprovado que morar perto do trabalho faz bem ao bolso, mas principalmente à saúde. ...entre 2010 e 2013, caiu o número de pessoas com cartão de crédito no Brasil? Segundo pesquisa de 2010 do Banco Central, 43% da população tinham cartão de crédito e, em 2013, 39%. Na modalidade débito, diminuiu de 43% para 35%. Mesmo assim, as operações com ambos aumentaram, respectivamente, 9% e 14%.
Visite o site luterprev.com.br e faça também uma simulação para sua aposentadoria complementar e/ou para assistência financeira. No site, você encontra um link para encaminhar perguntas à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para luterprev@luterprev.com.br, com o assunto Jorev.
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Comunicação
“A Boa Nova deve atrair pela força do seu conteúdo”, destacou o P. Marcos Bechert, Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Taquari
Jesus fala à multidão, aos pequenos grupos e faz da sua pregação a sua oração
O
apóstolo Paulo nos ensina que a fé vem pela pregação e a pregação vem da Palavra de Deus (Rm 10.16s). A fé é dádiva de Deus, é semente, é mudinha plantada por Deus. É o próprio Espírito Santo que concede o dom da fé. Cabe ao pregador a tarefa de regar a semente, fortalecê-la, adubá-la. O instrumento é a Palavra pregada, escrita e testemunhada. Não é por menos, portanto, que a Comunicação foi escolhida para ser um dos eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI). O ponto forte da Comunicação do Sínodo Vale do Taquari, para além do âmbito do púlpito, é a programação radiofônica. Uma vez que a área geográfica do Sínodo é pequena, os programas alcançam todas as 59 Comunidades. Estão sob o gerenciamento sinodal um programa diário na Rádio Germânia de Teutônia, programas dominicais na Rádio Independente de Lajeado, na Rádio do Vale de Estrela e na Rádio Popular de Teutônia. As Paróquias Boa Nova, Marques de Souza e Roca Sales mantêm programas próprios. A maioria das Paróquias tem espaço diário no noticiário das emissoras de rádio locais. Além disso, uma Comunidade mantém um programa de televisão semanal transmitido por um canal da NET. Para o público da Igreja, o Jornal Sinodal deu espaço, primeiro, ao Boletim Sinodal, e, depois, ao boletim eletrônico, que, em 2013, se transformou na Partilha Sinodal eletrônica. Ainda em 2013, o Sínodo Vale
Em 2013, o Sínodo Vale do Taquari promoveu um Seminário para Ministros, com o objetivo de capacitar para o gerenciamento de conteúdos no Portal da IECLB do Taquari promoveu um Seminário para Ministros, orientado pelo P. Dr. Rolf Schünemann, Coordenador do Portal Luteranos, com o objetivo de capacitá-los a gerenciar conteúdos no Portal da IECLB, ou seja, postar e compartilhar notícias, textos, eventos, prédicas, meditações, fotos, vídeos, músicas e até os programas radiofônicos em nome das Comunidades e das Paróquias do Sínodo. Como parâmetros na Comunicação, temos buscado inspiração em Jesus, visto que os textos bíblicos renovadamente relatam que as pessoas se admiravam com o fato de que ele falava ‘como quem tem autoridade’. Jesus procura estar próximo das pessoas, conhece as pessoas, anda com elas, ouve e interage. Ele valoriza o que é positivo nas pessoas, não as humilha e, assim, motiva para a fé. Ele respeita a liberdade do interlocutor, convida, mas não impõe ou intimida, pois a Boa Nova deve
atrair pela força do seu conteúdo. Jesus denuncia o que atenta contra a vida, mas preservando a pessoa. Ele usa a linguagem dialogal e não o discurso pronto, ouve, responde com perguntas, aprofunda a questão e, aos poucos, vai envolvendo as pessoas na introdução ao Reino. Jesus é audacioso na exposição da verdade. Vai do particular ao universal, dirige-se a pessoas em específico, mas consegue buscar a universalidade dos seus destinatários, atravessando não só o seu povo, mas, inclusive, o tempo. Ele transmite a sua mensagem tanto por palavras como também por atos (faz o que diz). Na sua fala, provoca a comunhão entre as pessoas. Usa linguagem popular, citando exemplos da vida para comunicar a sua mensagem. Jesus recorre a personagens bíblicos e da história, fala à multidão, aos pequenos grupos e faz da sua pregação a sua oração.
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Lutero - Reforma: 500 anos A configuração do espaço do culto
Na nossa conversa sobre culto, vamos falar a respeito do lugar onde a Comunidade se reúne para realizar o seu culto. Como é este lugar? De que forma o espaço do culto é organizado? Há algo específico deste espaço a ser observado? A necessidade de um espaço para o culto O ser humano precisa de espaços para morar, trabalhar, divertir-se e também para cultivar a espiritualidade de forma coletiva. Cada espaço desses é moldado em um formato, de acordo com a necessidade de quem vai utilizá-lo e o objetivo que visa a atender. Pensemos nas nossas casas, por exemplo. Como é o espaço onde moramos? De que forma o organizamos? Quanto aos objetos e móveis, como estão dispostos? A nossa casa tem a ver com a nossa identidade, o nosso jeito de ser, não é? Cuidamos bem do lugar que habitamos. De acordo com as nossas condições, nós o organizamos e o decoramos conforme o nosso gosto pessoal. Afinal, a nossa casa é o nosso refúgio, o lugar do nosso descanso, de lazer, das nossas relações mais próximas. Queremos nos sentir bem neste lugar. Mesmo que a nossas moradias sejam reflexo do nosso jeito de ser, as casas, em geral, seguem um padrão de utilidade: cozinhas, salas, quartos, banheiros, entre outros, e cada compartimento desses possui móveis e utensílios de acordo com a função que ocupam dentro da casa e para as pessoas que ali habitam. Podemos dizer que a organização de cada lugar está relacionada à função que ele ocupa na vida das pessoas e dos grupos. Quanto ao lugar do culto, como organizamos este espaço e o que o define como ‘espaço do culto’? Antes de entrarmos nestes detalhes, é preciso levar em conta algumas premissas: - Deus não depende dos nossos templos ou Igrejas para se encontrar conosco - Deus não está preso a um lugar específico. Já no Antigo Testamento, conhecemos um Deus que acompanha o seu povo nas suas peregrinações pela terra de Israel, a exemplo dos patriarcas e das matriarcas, um povo nômade, que se deslocava de acordo com a necessidade. Lembremos da revelação de Deus na sarça ardente (Ex 3), na peregrinação de Israel pelo deserto (Ex 15ss). Lembremos, inclusive, que Deus acompanhou Israel para fora da sua terra, no exílio (2Rs 24.10ss e Ez 1-2). Deus está lá onde o seu povo está. Em Jesus de Nazaré, Deus faz morada entre nós (Jo 1.14) e vai se revelando no encontro com as pessoas, seja a caminho (Lc 24), nas casas (Mc 5.35ss), à mesa (Lc 14.15 ss), nas festas (Jo 2), também nas sinagogas (Lc 4.16ss) e em muitos outros lugares. - A necessidade de um lugar para o culto é da Comunidade - Como para qualquer ajuntamento de pessoas, precisamos de um lugar para nos reunir. Em princípio, qualquer lugar serve para Deus encontrar-se conosco. Importa, porém, que algum lugar seja designado para o culto, de modo que a Comunidade saiba onde vai se encontrar e se reunir como corpo de Cristo, em culto.
A partir da definição de um local como lugar de culto, este recebe as características que lhe são próprias. Os sinais da presença de Jesus na Comunidade em culto Jesus, após a sua morte e ressurreição, enviou o Espírito Santo ao seu grupo seguidor, o chamado evento de Pentecostes (Atos 2). Dessa forma, se concretizou a promessa dada por Jesus, que diz: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século. O evento de Pentecostes é o marco do nascimento da Igreja cristã. Desde então, a Comunidade cristã não parou de se reunir, como corpo de Cristo, em assembleia, para realizar o culto. O culto da Comunidade cristã sempre se caracterizou pelos sinais que o próprio Jesus deixou como indicadores da sua presença entre nós. São os chamados meios da graça, os quais são eficazes não por si só, mas pelo poder do Espírito, que age por meio deles, assim como das pessoas. Desta forma, podemos dizer que lá onde a Comunidade se reúne em nome do trino Deus (Mateus 18.20), onde a Palavra é pregada e os Sacramentos são administrados, lá acontece culto cristão, lá há sinais da presença de Jesus no meio do seu povo.
A Igreja ou o templo como lugar de culto
Os nossos templos, em geral, possuem dois espaços internos principais, que são: - Altar – compreende o espaço da frente e abriga o púlpito ou estante de leitura (ou os dois), a mesa da Ceia do Senhor e a pia batismal; - Assembleia – compreende o espaço dos bancos ou cadeiras onde a Comunidade se assenta. Este espaço, em geral, também é ocupado pelo grupo de Músicos. O altar possui três importantes centros litúrgicos: mesa da Ceia, a estante de leitura ou púlpito e a pia batismal. Estes são chamados de centros litúrgicos, pois, em torno deles, acontece algo muito específico da liturgia. Na mesa, a Ceia. Na pia batismal, o Batismo. Na estante de leitura ou no púlpito, a leitura da Bíblia e a pregação da Palavra. Cada um desses centros litúrgicos atende a um objetivo específico do culto, por isso a sua ornamentação é feita de acordo com a sua função. Na mesa da Ceia, além dos paramentos, colocam-se os elementos e os objetos da Ceia (pão, vinho, pratos/patenas, cálices, jarra e guardanapos). Além disso, alguns poucos símbolos
que ajudam a ressaltar a importância da mesa (velas, cruz e um singelo jarro de flores naturais). Na pia batismal (com ou sem toalha, depende da sua forma), coloca-se água e assim deveria ser a cada culto e não apenas quando há cultos de Batismo, pois este centro litúrgico quer nos lembrar sempre, a cada vez em que nos reunimos em culto, que somos pessoas batizadas e temos um compromisso de fé a partir do Batismo. A estante de leitura, por sua vez, como lugar da leitura bíblica e, em algumas Comunidades, também como lugar da pregação, poderia ter um formato de modo que pudesse sustentar a Bíblia de frente para a Comunidade, pois é este o centro litúrgico que representa a Palavra, lida e proclamada no culto. No preparo do altar para o culto, é importante lembrar a importância e a função destes três centros litúrgicos, para que não ofusquemos estes lugares com aquilo que, em princípio, não lhes pertencem. Por exemplo, não encobrir a mesa com objetos que não são da Ceia. O mesmo vale para a pia batismal e para o púlpito. Em geral, este cuidado e esta atenção valem para todo o complexo do altar. Às vezes, o altar está tomado de outros objetos, tais como
caixas de som, instrumentos musicais, fios e até enormes vasos de flores e samambaias decorativas. Devemos sempre lembrar que o altar está voltado para a função da pregação da Palavra e da administração dos Sacramentos. Neste sentido, os objetos e os móveis que estão lá visam a atender este objetivo. O grupo musical e os instrumentos também têm um objetivo específico. Eles ajudam a Comunidade a expressar o seu louvor a Deus no culto, por isso eles deveriam estar o mais próximo possível da Comunidade. Qual seria a melhor forma de assegurar a participação da Comunidade no culto? No culto, a Comunidade se movimenta, canta, senta, levanta, gesticula, dirige-se para o altar, no momento da Ceia, do Batismo, entre outros. A Comunidade precisa de um bom espaço para se locomover. Ao organizar o espaço do culto, cuidemos deste detalhe não menos importante, de participação no culto. O espaço da congregação precisa ser generoso, aconchegante, acolhedor, permitir-lhe a movimentação. Neste sentido, é sumamente importante facilitar o acesso às pessoas com necessidades especiais e idosas. Este é um aspecto que não se pode descuidar. Especialmente, nesta área, a Comunidade cristã deve dar testemunho à sociedade. Caso contrário, como ela poderá pregar sobre o amor cristão se pessoas no seu meio ficam impedidas de chegar às Igrejas, ao altar da comunhão, ao espaço batismal, aos banheiros e demais áreas? Existem regras e determinações seguras para adequar espaços litúrgicos às necessidades das pessoas. A conversa continua Este assunto não termina aqui. Há muitos outros aspectos do espaço litúrgico que podem ser aprofundados, inclusive em reuniões de grupos da Comunidade. Entretanto, a título de conclusão, acrescento o seguinte: o lugar do culto é especial. Por ser um local dedicado ao encontro do Deus-conosco, o Emanuel, ele é sagrado. Como tal, nós cuidamos e zelamos por ele, com amor e carinho, assim como fazemos com a nossa casa, mas o espaço do culto tem características próprias. É um espaço comunitário e atende às necessidades do culto, visa a dar destaque aos sinais da presença de Cristo no nosso meio. Neste intuito, sempre que formos preparar o lugar de culto, perguntemos: qual é a melhor forma de destacar os sinais da presença de Cristo? Também na questão do espaço do culto, vale o que está escrito em João 3.30: importa que Cristo cresça e eu diminua.
No início da vida da Comunidade cristã, os cristãos e as cristãs se reuniam nas casas. O importante era ter um local que oferecesse condições de abrigar as pessoas que queriam se reunir para a celebração da Ceia do Senhor, para participar das leituras bíblicas e das orações. Algumas Comunidades usavam espaços diferentes, um para a leitura e a interpretação da Palavra e outro para a Ceia do Senhor. Para o Batismo, elas usavam os lugares onde as pessoas tomavam banho ou, então, um simples riacho. O número crescente de fiéis fez com que as Comunidades cristãs construíssem ou adaptassem salas maiores para os cultos. Esses locais passaram a ser chamados de Igrejas ou casas de oração. Nessa época, o que importava para a Comunidade cristã era ter um local para a sua reunião e não um prédio com características de templo. Mais tarde, com o crescimento da Igreja cristã, sobretudo quando ela adquiriu liberdade religiosa, surgiu a necessidade de um espaço maior para o culto e os templos recebem características de basílicas e catedrais. Hoje, os templos têm formas externas variadas, mas, em termos de espaços internos, há certo padrão.
O lugar do culto é especial: por ser um local dedicado ao encontro do Deus-conosco, o Emanuel, ele é sagrado. Também na questão do espaço do culto, vale o que está escrito em João 3.30: importa que Cristo cresça e eu diminua.
Os espaços internos do templo e as suas funções no culto Passemos, agora, a observar mais de perto a configuração interna do templo, a divisão dos espaços do culto e as suas funções litúrgicas. Como vimos, o culto cristão se define pelos sinais da presença de Cristo no meio da Comunidade reunida. Esses sinais são visíveis também na forma de organizar o espaço do culto.
Cat. Dra. Erli Mansk, graduada em Teologia, com ênfase no Pastorado e em Educação Cristã, com Mestrado Profissionalizante em Liturgia e Doutorado em Teologia Prática (A ritualização das passagens da vida: desafios para a prática litúrgica da Igreja), todos pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, é Coordenadora de Liturgia da IECLB
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Formação
A Educação Cristã Contínua em todas as fases da vida é necessidade e tarefa missionária
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“A Comunidade é alvo e instrumento de missão, em que objetivamos, conforme ensinamento da Reforma, o Ministério de todas as pessoas batizadas”, ressaltou o P. Marcos Bechert, Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Taquari
á em 1999 a Assembleia Sinodal aprovou como meta prioritária a Formação em todos os níveis, visando à instrumentalização de pessoas colaboradoras nos Setores, nas Paróquias e nas Comunidades do Sínodo Vale do Taquari, já que a missão de Deus objetiva a vida em abundância (Jo 10.10). A Comunidade é alvo e instrumento de missão, em que buscamos, conforme ensinamento da Reforma, o Ministério de todas as pessoas batizadas. Há que se cuidar do broto para que a vida dê flor e fruto. Esta é uma verdade que perpassa o tempo e permeia todos os setores que se envolvem com a educação de pessoas, sendo que a Formação Continuada está incluída neste contexto. Para concretizar esta meta, viabilizamos um lugar adequado (prédio) e o estruturamos para ter um Coordenador em tempo integral a partir de 2003. A manutenção financeira deste Campo de Atividade Ministerial não foi mais possível desde agosto de 2013. Mesmo assim, alguns programas gestados durante este período estão sendo mantidos. Entre os principais, estão: - Seminários para Diretorias e lideranças - Seminário de Diretorias de
Paróquia (fevereiro), Seminário de Diretorias recém-eleitas (março) e Seminário de Missão para todos os Presbíteros (julho). - Ação específica com os Ministérios com Ordenação - Conferências mensais, dois Seminários anuais de dois dias (junho e setembro) e Seminários diversos, dentre os quais dois Seminários ecumênicos anuais. - Ação com os Setores de Trabalho - Reuniões mensais, Seminários e Encontros sob a responsabilidade e a coordenação de cada setor, além de Encontro Intersetorial de Planejamento. - Seminários diversos - por exemplo, o Curso ProCas para Secretárias Executivas e Presbíteros e o curso ‘Vida no limiar da morte’. - Cursos em Paróquias e Comunidades - visitação, capacitação no Planejamento do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), Formação de Presbíteros e Seminários de estudo do ‘Guia do Presbitério’. Com a publicação do livro do Plano de Educação Cristã Contínua (PECC), um dos eixos transversais do PAMI, também a equipe sinodal se adequou à linguagem proposta e passou a se chamar de Coordenação Sinodal de Educação Cristã (COSEC). Este grupo tem sob a sua responsabilidade o reestudo da proposta do Curso Básico de Teologia, que formou a sua terceira turma em julho de 2013. Uma dimensão a ser observada na questão da Educação Cristã é que não podemos partir do pressuposto de que a Comunidade abraçará esta tarefa espontaneamente. Temos oferecido muitos Seminários e espaços de Formação, mas nem sempre a adesão é a esperada. A própria Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE), por exemplo, que vemos tão bem enraizada nas Comunidades, foi criada porque alguém assim sugeriu. Outro exemplo é o Ensino Confirmatório. Hoje, ele é praticamente uma lei na Comunidade, mas surgiu quando alguém disse que precisava ser feito. A Educação Cristã Contínua está sendo sugerida nos dias atuais e ainda não foi assimilada a contento pelas Comunidades. Alguém precisa continuar insistindo na sua implantação e esta é uma das tarefas missionárias do Sínodo Vale do Taquari.
Secretaria da Ação Comunitária O Tema do Ano da IECLB em 2014 é viDas em comunhão. Entendemos que, no caso das pessoas com deficiência, o primeiro passo para a comunhão seja a ‘visibilização’. Para poder participar da comunhão, as pessoas precisam ser vistas. Para muitas pessoas com deficiência, comunhão tem a ver com garantia de direitos, com respeito, com aceitação e com acessibilidades. Muitas pessoas com deficiência não têm essa comunhão. Muitas estão invisíveis aos olhos da sociedade. Não são vistas, não são contadas. Na linguagem
teológica, são excomungadas. No entanto, elas clamam para tornarem-se visíveis, para viverem comunhão e para terem os seus direitos respeitados. Promover viDas em comunhão, promover o bemestar para todas as pessoas, implica perceber que há pessoas clamando por visibilidade e por comunhão. Promover viDas em comunhão requer atitudes corajosas para fazer frente ao preconceito, à indiferença, à discriminação, à falta de acessibilidade. Requer escutar, olhar e sentir a dor, para compreender e, então, propor
transformação. Podemos afirmar que as pessoas com deficiência tomaram a iniciativa e continuam insistindo para se tornarem visíveis na sociedade e terem um espaço nas Igrejas – um espaço para se expressar, para participar e viver a esperança de mudança, de se tornarem visíveis e de viverem comunhão. ‘Visibilização’, do verbo visibilizar, significa tornar visível, mostrar algo, tornar algo claro aos olhos. Essa tem sido a atitude, a ação de muitas pessoas com deficiência para com a sociedade, para com a Igreja. Com as suas potencialidades e os seus limites, elas querem ser protagonistas da sua história e também nos convidar para, em comunhão, construirmos um lugar acessível e inclusivo para todas as pessoas, na esperança que esta ‘visibilização’ gere mais e mais viDas em comunhão.
Diác. Carla Vilma Jandrey Coordenadora do Programa Diaconia Inclusão
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Fé Luterana 11
Cuidados com o espaço celebrativo Espaço celebrativo: templo O Salmo 122.1 diz: alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor. Na casa do Senhor, no templo, nos reunimos como Comunidade cristã para celebrar, ouvir a Palavra e ter comunhão. É um lugar no qual partilhamos momentos de alegria, por meio do louvor, da música, da gratidão por tudo que recebemos de Deus e também nas celebrações de vida, como Batismo, Ceia, Bênção Matrimonial e Confirmação. O templo também é o lugar para o qual levamos o nosso clamor, o nosso pranto, a nossa dor, seja porque estamos passando por momentos de dificuldade e aflição, seja pela perda de alguém querido. Enfim, o templo, chamado de ‘casa do Senhor’, é o lugar onde podemos nos sentir ‘em casa’. Como gostamos de nos sentir bem em casa, é bom sentir-se acolhido na casa do Senhor. Sabemos que as pessoas raramente retornam a lugares nos quais não se sentiram bem. Nesse sentido, o ambiente pode ser um fator que propicia ou não acolhimento e bem-estar. Sempre admirei o cuidado e o amor com que muitas pessoas, voluntariamente, arrumam o templo em algumas Comunidades. Flores são escolhidas cuidadosamente, às vezes até de acordo com a cor litúrgica do ano. Altares são adornados com toalhas bem arrumadas e bordadas. Tudo é limpo com muito esmero e dedicação. Há uma música suave, que convida a meditar sobre a Palavra. Os bancos são confortáveis e possibilitam que sentemos com comodidade. A acústica permite que o som e a música ressoem e a Palavra seja bem compreendida. Quando entramos em um templo arrumado desta forma, é impossível não se sentir bem e acolhido!
Diferente é a sensação de entrarmos em um templo descuidado, onde não há flores ou quando as mesmas são substituídas por arranjos artificiais, que pouco dão testemunho da vida presente na Criação de Deus. Da mesma forma, quando nos deparamos com um espaço sujo, empoeirado e descuidado. Ainda, quando há desorganização, móveis jogados em um canto, dando a sensação de bagunça. Por fim, mas não menos importante, quando a acústica não permite que as pessoas entendam o que está sendo falado. De certa forma, o cuidado com o templo também é um testemunho de fé, como percebemos nos imigrantes europeus que vieram ao Brasil. Quão grande foi o empenho em construir o tão sonhado templo. Quão grande era a alegria de ouvir o soar dos sinos pela primeira vez. Quanto cuidado percebemos na aquisição de cada utensílio (pia batismal, altar, cálices, patenas, etc.). Reunir-se em um espaço de culto e cuidar dele é fundamental, o que demonstra a importância dessa medida para a fé. Se o templo é casa do Senhor e o lugar onde nós podemos nos sentir em casa, vale a pena refletir sobre o cuidado que temos tido com esse espaço tão importante. Não que isso poderá nos salvar, mas, se é no templo de Deus que nos reunimos para celebrar e para partilhar tantos momentos alegres e tristes, por que não cuidar desse lugar e permitir que pessoas que ali entram se sintam bem, acolhidas e cuidadas, assim como Deus nos acolhe e cuida?
Pa. Scheila Roberta Janke, Bacharel em Teologia com ênfase no Pastorado pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, atuou como Ministra na Paróquia em Parobé/RS. É doutoranda na Georg-August-Universität em Göttingen, na Alemanha
Para refletir, leia o Salmo 84
Espaço celebrativo: Ponto de Pregação
P. Me. Márcio Arthur Trentini, Bacharel em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, com Mestrado em Liturgia Prática – ênfase em Liturgia (IEPG/EST). Atua como Ministro na Comunidade de Santa Cruz – centro, em Santa Cruz do Sul/RS
Deus, na sua infinita bondade, se digna a encontrar-se com a sua Comunidade reunida em culto. Este encontro da Comunidade com Deus precisa de um lugar para acontecer. Normalmente, este lugar é um templo, uma Igreja, ou seja, um prédio construído especialmente e somente com o objetivo de abrigar este encontro. No entanto, nem todas as Comunidades têm as condições e o privilégio de poder ter um prédio com este formato. Mesmo assim, estas pessoas querem e precisam se encontrar com Deus, estar em comunhão com Ele, celebrar os ritos de passagem nas suas vidas e fortalecer a sua fé. A solução encontrada é reunir estas pessoas em um ‘Ponto de Pregação’. Estes Pontos de Pregação podem ser em uma sala de aula de alguma escola, na sala ou na garagem de alguma casa, em um salão comunitário ou até mesmo debaixo de uma árvore. O fato do encontro desta Comunidade com Deus não acontecer em uma Igreja propriamente dita não o torna menor. O encontro de Deus com o seu povo tem o mesmo valor em uma Igreja ou em um Ponto de Pregação. Também um Ponto de Pregação pode ser um espaço digno para que a Comunidade celebre ali os Sacramentos ou Ofícios, como a Bênção Matrimonial, por exemplo. No entanto, alguns itens precisam ser observados. O principal deles é que o Ponto de Pregação não é o tempo todo o espaço de encontro da Comunidade com Deus. A maior parte do tempo, o Ponto de Pregação é utilizado para outras atividades que não têm relação nenhuma com Deus ou com a Igreja, por isso é preciso preparar antecipadamente o
espaço, para que, no momento do culto, possa ser lugar de culto. Assim sendo, alguns móveis litúrgicos são importantes: um altar/mesa para a celebração da Ceia, com flores, uma vela e paramentos. Na medida do possível, providenciar também um ambão para o anúncio da Palavra e uma pia batismal para lembrar a Comunidade que ela nasce do Batismo. Não menos importante é a cruz, para deixar bem claro quem é o nosso Senhor, que nos reúne: ‘o lugar litúrgico precisa estar marcado com algum símbolo da presença de Deus para que a Comunidade saiba onde é’ (KIRST, Nelson. In: Revista Tear, no.14 e 15, Outubro de 2004, p. 4). Celebrar em um Ponto de Pregação pode ser uma oportunidade de experimentar. Habitualmente, as Igrejas têm bancos e móveis fixos (altar, pia batismal), não nos permitindo moldar o espaço para torná-lo mais aconchegante e participativo. Neste sentido, os Pontos de Pregação costumam ser mais flexíveis, podendo ser preparados de forma diferente para cada celebração. Bem preparado, o Ponto de Pregação pode ser um espaço de encontro e de revelação do divino, um espaço que possibilita estar na presença de Deus, em comunhão com os irmãos e as irmãs. Para refletir, leia Mateus 21.12-17
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Geral P. Werner Kiefer, Pastor na Comunidade Evangélica Porto Alegre/RS – Paróquia Matriz, no Sínodo Rio dos Sinos
Educação cristã
vivendo, aprendendo e ensinando
Deus diz ‘sim’ ao ser humano A busca por uma identidade faz parte da nossa existência. Este processo pode ser tenso, porque queremos ser diferentes, não queremos seguir a multidão, com padrões já formatados. Lutamos pela nossa própria identidade, mas, ao mesmo tempo, o ‘outro’ tem voz ativa na nossa formação. A identidade nasce destas tensões, do desejo de ser diferente e da observação do jeito do outro para que não venha a ser excluído do convívio, inclusive. Além desta busca, há outro fator que se relaciona com a nossa autoestima. Sentirse aceito é muito importante e necessário na formação da nossa identidade. Aceitação causa bem-estar, sentimento de ser amado. Enfim, somos seres humanos e necessitamos de afeto - que nos amemos uns aos outros. O acolhimento, a marca de um gesto afetivo, favorece atitudes que vêm para dignificar as relações humanas. Lembramos um acontecimento marcante, por exemplo, na relação de Deus com o seu filho, Jesus Cristo, por ocasião do seu Batismo. O Evangelho de Mateus 3.17 nos testemunha que o céu se abriu por ocasião de Jesus ser batizado e o próprio Deus
confirmou a sua presença junto ao seu filho: Este é o meu filho querido, que me dá muita alegria. Jesus é o enviado de Deus, nele se realiza, revela-se a face de Deus. A presença de Deus ratifica-se na presença de Jesus em meio ao mundo. O Batismo também é uma marca que acompanha a nossa vida. Batizado sou, a frase entalhada por Martim Lutero na sua escrivaninha, lembra que somos aceitos, amados por Deus. Este fato vem revelar uma marca na nossa identidade. No Batismo, o céu se abriu também para nós, filhos e filhas de Deus. Fazemos parte da família de Deus, somos irmãos e irmãs de Jesus. Deus
nos tem selado com o seu amor, expressando pessoalmente a cada um e a cada uma: Estarei contigo todos os dias. Jesus foi à frente, nos mos-
Reforma política Rodolfo Fuchs dos Santos Coordenador do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje)
trou o caminho, entregou a sua vida em amor à nossa salvação, por isso, diante da pergunta pela nossa identidade, podemos considerar este grande feito de Deus, que nos aceita, deu o seu ‘sim’ para a nossa vida. Deus nos quer bem, assim como expressou o seu amor ao seu filho, Jesus Cristo: este é o meu filho querido, a minha filha querida. Faz bem saber que Deus disse um ‘sim’ tão marcante à nossa existência. Que o amor de Deus, presente na nossa identidade, seja sempre lembrado. Batizado sou! Esta lembrança é eterna. Faz bem ao coração e à nossa identidade recordar o sim de Deus sobre a nossa vida!
Projeto em Chapada A Paróquia em Chapada/RS iniciou, em 1924, em Ati-Açu, primeira sede de Sarandi na época. No início da década de 1960, a Paróquia foi transferida para Chapada, onde a Sede Administrativa da Paróquia está localizada até hoje. São 12 Comunidades e dois Pontos de Pregação. A última ficha do nosso registro contém o número 1005. Por ocasião das Assembleias Paroquiais, contamos com 800 membros. Para ficarmos em contato com os nossos membros e mantê-los informados sobre as atividades, confeccionamos 800 planos de cultos por semestre Além disso, dispomos de dois programas radiofônicos, um na Rádio Simpatia, de Chapada, e um na Rádio Landel, de Palmeira das Missões/RS. Projeto Missionário: em fevereiro de 2012, iniciamos o segundo pastorado com sede em Palmeira das Missões. O empenho dos membros foi e continua sendo muito grande para a viabilização desse Campo de Atividade Minis-
terial. Destacase também o apoio da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem, que tem dado importante sustentação ao trabalho. As Comunidades Bela Vista e Três Passinhos, até então pertencentes à Paróquia de Xingu, passaram a integrar a Paróquia em Chapada neste ano, sendo que, já em 2013, essas Comunidades eram acompanhadas por Ministros da Paróquia de Chapada. Um dos pontos fortes da Paróquia é a alegria de celebrar e o comprometimento com a IECLB e com as suas ações missionárias. Chamamos atenção para o engajamento na Campanha Vai e Vem, que, ano após ano, coloca a nossa Paróquia em primeiro ou segundo lugar em arrecadação de ofertas no Sínodo Planalto Rio-Grandense. P. Fabio Staggemeier Coordenador da Campanha Vai e Vem no Sínodo Planalto Rio-Grandense
Chegamos a mais um período eleitoral. Por mais que vivamos em uma democracia, o nosso sistema político não é lá dos mais democráticos e representativos. No Brasil, cada voto tem o mesmo valor, mas o poder de campanha de cada candidato é muito variável. Predominantemente, as campanhas mais caras são as que resultam em vitórias. Quase todo o financiamento das campanhas vem de empresas privadas, principalmente empreiteiras, pessoas jurídicas, que sequer têm direito a voto. As empresas não votam, mas podem financiar candidatos. Financiar campanhas nada mais é do que um investimento muito rentável. Aquela ‘velha história’: uma mão lava a outra. Se pensarmos em representatividade, mulheres e pessoas negras formam a maioria da população brasileira e os jovens, em torno de 40%. Ao olharmos para o Congresso Nacional e para o Senado Federal, vemos um quadro que não é representativo do povo brasileiro. As mulheres são 10%, as pessoas negras, 8,5% e a juventude (até 35 anos), 3%. Vivemos, constitucionalmente, em um instituído Estado Democrático de Direito. O nosso Estado Democrático tem como finalidade assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Para isso, precisamos de um Estado laico e que, ao mesmo tempo, assegure a liberdade religiosa. As crenças religiosas não devem intervir no Estado. O Estado não deve interferir nas religiões. Precisamos de uma profunda reforma política, para que possamos pensar em avanços significativos! Pensemos no bem-estar, na igualdade e na justiça em todos os seus âmbitos quando formos às urnas. Exerçamos os nossos direitos democráticos todos os dias e não só a cada dois anos. Saibamos cobrar dos nossos representantes durante os seus mandatos. Possamos contribuir, diariamente, por meio de ações, com a democracia. Elejamos ‘representantes representativos’. Avancemos em direção à democracia!
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Comportamento 13
A fé como presente e abraço de Deus
Pa. Dione Carla Baldus, graduada em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, é pós-graduada em Aconselhamento Pastoral e Psicologia. Atua como Pastora na Paróquia em Maripá/PR e como Assessora de Formação em Planejamento Estratégico, ambos no Sínodo Rio Paraná
A maioria das pessoas da pregação a respeito de gosta de receber presenCristo (Rm 10.17). Nesse tes. Quase sempre, os sentido, podemos afirmar presentes estão relacioque a fé em Jesus nasce, nados a datas especiais, cresce e se fortalece no encomo aniversários, bodas, contro com a Palavra de casamentos, despedidas, Deus e com os Sacramenentre outras ocasiões. tos no seio da ComunidaEles podem ser grandes, de. Essa ‘Palavra’ fala na pequenos, úteis, únicos, missão de Jesus, que, de surpreendentes, sensaciouma forma prática e visínais... Enfim, a sensação vel, revela a graça, o amor de receber algo infla o coe a vontade de Deus para ração de emoção, alegria e com toda a Criação. gratidão. O convite vamos para Compartilho uma experto de Jesus (Hb 13.13) periência ocorrida há muinos remete a viver a ditos anos e que me marcou. nâmica da fé, do abraço A fé em Jesus é o abraço de Deus correspondido pelo nosso abraço O meu marido, sem que de Deus, reconhecendo, houvesse uma data especial, no meio que nos lembra quem nos deu e qual crendo e se comprometendo com os da semana, chegou em casa com um a sua motivação ao oferecer o presen- valores e ensinamentos evangélicos buquê de flores. Fiquei surpresa, te, emergindo, assim, o sentimento de que Jesus nos deixou. É sair do codesconfiada e fui logo perguntando: gratidão, da alegria e da valorização. modismo, da fé proclamada para a ‘Aconteceu alguma coisa?’. A resposta Como um abraço compartilhado por fé compromissada, abraçada à cruz. foi: ‘Simplesmente, eu te amo’. Acolhi duas pessoas, a fé em Jesus é o abra- Talvez você concorde comigo que é com alegria as flores, mas, principal- ço de Deus correspondido pelo nosso fácil dizer ‘tenho fé’, ‘creio em Deus’, mente, a demonstração e o gesto de abraço - um gesto encontrando ou- ‘me identifico com os valores cristãos’ afeto, amor e cuidado. tro gesto, braços entrelaçados que se porém, é difícil assumir, na prática, a Comparo esta experiência com o comprometem mutuamente. Assim, a cruz que vem do compromisso evanpresente da fé em Jesus, que recebe- fé em Jesus se torna, simultaneamen- gélico com as pessoas exploradas, mos de Deus em uma ocasião toda te, presente, ação, dádiva de Deus e marginalizadas, com necessidades especial, o Batismo. Esse presente gra- a nossa resposta, ação mediante este específicas e carentes de afeto, amor, tuito vem acompanhado da promessa presente. paz e perdão. da nova vida, do Espírito Santo, da O testemunho bíblico afirma: assim Nessa dinâmica do abraço, a fé acolhida e da integração na Comu- em Jesus precisa ser alimentada e for- as Igrejas eram fortalecidas na fé e cresnidade cristã e da declaração de que talecida, no dia a dia, com o calor da ciam em número a cada dia (At 16.5). O somos filhos e filhas de Deus. É um vida. É da vida comunitária que a fé crescimento da Igreja tem sido um presente que nos reveste de uma nova em Jesus brota, se abastece e se for- assunto muito discutido no nosso vida, de um novo jeito de viver e nos talece. Celebrações, cultos, estudos meio, bem como a responsabilidade empodera da esperança da salvação bíblicos, os mais diferentes grupos co- missionária da Igreja (Plano de Ação mediante a fé em Jesus. Você sabe por munitários, são espaços para o exer- Missionária da IECLB - PAMI). Nesse que recebemos este presente de Deus? cício do abraço, da espiritualidade, sentido, a pergunta é pelo testemunho Simplesmente, porque Deus nos ama do aprendizado e da vivência cristã. prático e pela nossa coragem de dar e quer nos ver felizes, alegres, em paz Esses espaços são vitais para manter esse testemunho evangélico por todos e em comunhão. As Sagradas Escritu- um coração apaixonado pela missão os cantos do mundo (Mt 28), levanras afirmam: Pois, pela graça de Deus, de Deus, mas também para promover do outras pessoas a crerem em Jesus vocês são salvos por meio da fé. Isso não uma caminhada para fora dos muros como o nosso único Senhor e Salvavem de vocês, mas é um presente dado por dos templos, onde a vida clama por dor, do qual, pela fé, temos a esperanDeus (Ef 2.8). ça da salvação e semeamos os sinais socorro, cuidado e amor. É como se recebêssemos de presenO apóstolo Paulo afirma: a fé vem do Reino. Eis aí o desafio que brota da te algo para ser usado todos os dias e por ouvir a mensagem que vem por meio fé cristã.
O compromisso que nasce da fé: do abraço ao braço Não é novidade que a incoerência entre a fé e a prática cristã colabora para a promoção da miséria social, cultural, econômica e espiritual. Com tantas pessoas cristãs no Brasil, era de se esperar um país mais justo socialmente. Como explicamos um país considerado cristão com tanta violência, exploração, desrespeito ao direito da saúde básica e da educação com qualidade? Como explicar a miséria, a política que se faz com a politicagem, a falta de diálogo e de respeito com o diferente? Não há verdadeira fé em Jesus se não vem acompanhada pelo compromisso que dela emerge: Não é toda pessoa que me chama de ‘Senhor, Senhor’ que entrará no Reino dos Céus, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu (Mt 7.21). A fé em Jesus anda de braços dados com o testemunho prático dos ensinamentos de Cristo. É nessa dinâmica que as sementes do Reino vão sendo semeadas e fazem florescer a vontade de Deus. Estas sementes, por sua vez, espalham novas sementes de vida abundante. Se a vida abundante não está brotando
É tempo de repensar o manejo das sementes
com força em nosso meio, então é tempo de repensar o manejo das sementes. A mensagem pregada ensina o processo de cultivar as sementes do Reino que valorizam a vida, a solidariedade e o compromisso de cuidado mútuo com toda a Criação de Deus. É no encontro com o mundo que encontramos Jesus. É lá que podemos estender os braços, favorecer o diálogo e a paz, encontrar sentido de vida e oferecer flores gratuitamente, tais quais as que já recebemos. É lá que diariamente compartilhamos presentes que falam no amor, na misericórdia e na graça de Deus. É no encontro do abraço e do braço que surgem viDas em comunhão e vida em abundância (Jo 10.10).
Jorev Luterano - Agosto - 2014
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Deutsche Seite
Der Traum, den ich singe Singet dem Herrn ein neues Lied! Das ist der Anruf, dem ich am meisten Gehör verschaffte, die Einladung, die ich mein Leben lang für die schönste hielt in all den Jahren meiner Tätigkeit als Pfarrer. Ein neues Lied singen… Gemeint ist: wir sollen immer wieder ein Motiv finden unter den so vielen Motiven die wir haben, um Gott unser Lob zu bringen. Jeder neue Morgen, jeder neue Augenblick des Lebens gibt uns tausend neue Gründe, um Gott ein Lied zu singen, sodass wir es überhaupt nicht nötig haben, dem Herrn – wie eine alte abgeleierte Schallplatte – immer dieselben Dinge zu loben und Ihm zu singen. Und wenn du mich bitten würdest: “Dorival, singe mir mal deinen Traum, dein Verlangen, deine Hoffnung!”, so würde ich mit der gröβten Leidenschaft, mit der ich es könnte, ein Lied von mir in deutscher Fassung (Teilen wir unser Brot), und eins von D. Zills (Brasilianisches Magnificat) singen: Teilen wir uns unser Brot (1. Str.) Teilen wir uns unser Brot, teilen wir uns auch die Arbeit, Trinken zusammen vom Wein, wohnen gemeinsam im Garten. Teilen wir uns unseren Hunger, lindern wir so unser Elend, Säen wir blühendes Leben und ernten mit allen die Früchte von Gott. Sieh, wie dein Glauben die Berge in Täler verrückt, Sieh, dass dein Handeln dann Arme wie Reiche beglückt: Teilt euch den einen Laib Brot, teilt euch den einen Krug Wein! Brasilianisches Magnificat (1. + 3. Str.) Ich lasse Gott groβ sein, ihn will ich loben, der mich aus dem Staub und Elend gehoben, mein Schicksal mit dem der Menschen verwoben: sie singen sein Lob, weil er mich erhob. Trotz Zeichen des Fluchs an Tischen und Wänden, ich fühl mich geborgen in seinen Händen, die stark sind, die Nacht des Tods zu beenden: Sein Atem in mir, sein Leben in dir.
Singet dem HERRN ein neues Lied, denn er tut Wunder. Jauchzet dem HERRN, alle Welt, singet, rühmet und lobet! Lobet den HERRN mit Harfen, mit Harfen und mit Saitenspiel!! (Psalm 98).
Pfarrer Dorival Ristoff Ich meine, s a g e n zu können: mein Traum ist dein Traum, dein Verlangen unser Verlangen, unsere Hoffnung die Hoffnung aller Menschen, denen Gott und die Zukunft nicht gleichgültig sind. Deshalb gilt uns immer noch der Aufruf: singt dem Herrn ein neues Lied. Denn Gott ist trotz allem, was uns mehr oder weniger belastet, immer noch der König; noch regiert er, noch hat er die Welt unter seiner Kontrolle. Wer auf diesen Herrn hofft und sich einlässt auf Würde für alle Menschen, kann gar nicht anders als mit aller Leidenschaft dem Herrn zu singen ein neues Lied. Singt… Musik und Gesang sollten unter uns Menschen nie fehlen! Sie sind uns als Gottes Gabe geschenkt worden, was uns der deutsche Dichter Jean Paul in einem Traum sehr eindrucksvoll zu erzählen weiβ: Es trat der Schutzengel vor Gott und sprach: “Du, unser Herr und Vater, gib deinen armen Menschen doch eine bessere Sprache.” Gott antwortete: “Warum denn? Sie können doch alle gut sprechen! Ich gab ihnen damit sogar mehr als den Tieren, die können so nicht sprechen. Was die Menschen haben, das mag für sie genügen.” “Nein”, erwiderte der Schutzengel, “die Menschen können es aber doch nicht zum Ausdruck bringen, wenn sie sich freuen oder wenn sie sehr traurig sind.” “Doch”, entgegnete Gott, “wozu gab ich ihnen denn die Tränen zum Weinen und das Lachen zum Freuen – ist das etwa nicht deutlich und gut genug?” “Nein”, es ist nicht genug”, bat der Schutzengel weiter. “Die Menschen brauchen noch eine andere höhere Sprache – eine Sprache, die aus dem Herzen kommt, und die zum Herzen führt.” Daraufhin sprach Gott: “Also gut, gehe zu den Menschen hin und lehre sie das Singen.” Gebet Du machst uns singen, Gott. Du befreist unsere Sehnsucht. Du befreist unsere Lust. Gib uns den Atem dazu. Gib uns die Gemeinschaft. Gib uns deinen Geist. Amen
Jorev Luterano - Agosto - 2014
Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.
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Falecimento Os familiares de
Bodas de Ouro Em 17 de agosto de 2013, o casal INGALIL VON BARANOW NEITZKE e EPHRAIN GUILHERME NEITZKE recebeu parentes e amigos para comemorar as suas Bodas de Ouro. A celebração foi oficiada pelo Pastor Dari Jair Appelt, tendo como base o Salmo 100. Em especial, o Pastor destacou os versículos da cerimônia de casamento: 1Coríntios 13.4-7. O Madrigal Felicidade, da Comunidade Evangélica Luterana de Santa Felicidade, dirigida por Cora de Bruns, prestou homenagem especial, com o hino 237 Graças dou por esta vida. Coordenada pelas filhas Tatiana e Tamara (residentes na Alemanha), o evento teve muitas apresentações musicais, que alegraram e emocionaram o casal, nessa ocasião tão especial, pela qual todos são muito gratos a Deus. Celebrai com jubilo ao Senhor, todos os moradores da terra! Salmo 100.1
Nascimento Com grande alegria, o casal de Pastores atuantes no Sínodo Centro-Sul Catarinense, Adilson Koch (Paróquia da Paz, Dalbérgia, Ibirama) e Deisi Luiza Cassel Koch (Paróquia de Ibirama), recebeu como dádiva do Trino Deus o nascimento do seu filho, que veio ao mundo no dia 16 de junho de 2014
NÍCOLAS LUIZ KOCH
OTTO GERMANO SCHWANKE informam, com pesar, o seu falecimento, ocorrido no dia 11 de junho de 2014, no Hospital São Roque, em Getúlio Vargas/RS. Otto nasceu no dia 13 de outubro de 1926, em Linha Frederico (atual município de Floriano Peixoto), filho de Adelina Maria Süss e Reinaldo Eduardo Schwanke, e casou-se com Oldina Garzlaff, em 26 de outubro de 1946. O casal teve seis filhos, sendo três já falecidos. A esposa, Oldina, veio a falecer em 25 de abril de 2009. O vovô Otto era um homem de muita fé em Deus e muito querido pelos seus familiares. Sempre foi membro atuante da IECLB. Dedicou muito do seu tempo para as atividades da sua Comunidade, sendo Professor do Ensino Confirmatório e do Culto Infantil. Na Comunidade de Linha Frederico, preparava as apresentações de Natal com as crianças e os jovens em Alemão. Otto foi Secretário e Tesoureiro de Comunidade e Paróquia durante muitos anos. Gostava de cantar e também tocava gaita e violino. Na sua vida profissional, foi Professor estadual. Mesmo aposentado, nunca deixou de ler e escrever, estudar a Bíblia, participar dos cultos e Estudos Bíblicos. Ficava feliz ao cantar hinos em Alemão e contar histórias. Tinha muita vontade de viver! Apesar dos seus 87 anos e dos problemas de saúde, ele dizia que a vida era muito boa, só que muito curta e passava rápido demais. Otto deixa enlutados dois irmãos e duas irmãs, duas filhas e um filho, dois genros e duas noras, quatro netos e três netas, três bisnetos, cunhadas, sobrinhos e demais parentes e amigos. Otto Schwanke alcançou a idade de 87 anos, 7 meses e 28 dias. O seu sepultamento foi realizado pela Pastora Jaqueline Michel Piazza, que sempre o visitava e orava com ele durante a sua enfermidade. A família também agradece à Pastora Jaqueline pelo apoio recebido, aos amigos e vizinhos e a todas as pessoas que se colocaram ao lado da família nesse momento de luto. O vovô Otto sempre será lembrado com carinho e saudades pelos bons exemplos e demonstrações de fé em Jesus Cristo. A família busca consolo na Palavra de Deus, com os seus versículos preferidos: O Senhor é meu Pastor e nada me faltará. Salmo 23.1 Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Josué 24.15
Para expressar o seu sentimento de felicidade, o casal faz uso das palavras do salmista: Ó Senhor Deus eu te louvarei com todo o coração e contarei todas as coisas maravilhosas que tens feito. Salmo 9.1
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BUSCANDO A paz
A IECLB PRIORIZA O TRABALHO NAS COMUNIDADES
Desterro é o lugar onde as pessoas têm que viver contra a sua vontade. No caso de Jeremias, são as pessoas que foram levadas como escravas para a Babilônia (atual Iraque) pelo rei Nabucodonosor. Isto aconteceu há quase 600 anos antes de Cristo e alguns estudiosos dizem que foram levadas mais de 10 mil pessoas. Algumas conseguiram se conformar com a nova realidade, outras ficaram completamente desesperançadas, pensando que nada restava a não ser esperar pela morte, enquanto um terceiro grupo passou a orar, aguardando que Deus os tirasse de lá de forma milagrosa, confiantes de que o desterro não durasse mais do que alguns dias. No início do capítulo 29, é para estas pessoas que o profeta diz: ‘plantem árvores frutíferas e comam dos seus frutos, casem e tenham filhos e que os filhos também se casem’. Para Jeremias, está claro que o ‘desterro’ vai ser demorado, por isso afirma que as pessoas precisam se engajar para trabalhar e orar pela paz – com um argumento muito lógico: se o lugar não estiver em paz, ninguém vai ter paz. Entendemos que a escolha do Tema do Ano direciona a reflexão e o planejamento das prioridades de trabalho do Sínodo, dos seus setores e também das Comunidades. Os últimos Temas têm como foco a Comunidade, o que indica que a IECLB prio-
riza o trabalho nas Comunidades, fomentando a vida comunitária, a forma relacional da fé cristã. Os numerosos grupos que se reúnem nas Comunidades são testemunhas de que a receita que Cristo nos dá, a de viver com os seus discípulos, não só é uma proposta correta, mas também viável, como acentuou a Pastora 2ª Vice-Presidente, Pa. Silvia Genz, na sua pregação de lançamento do Tema do Ano 2014, em Estrela/RS, em dezembro de 2013. No Sínodo Vale do Taquari, os espaços das 59 Comunidades são decorados com o cartaz ou com banner do Tema do Ano. Em setembro, sempre realizamos uma reunião de planejamento com os setores de trabalho, na qual firmamos que todos os encontros sinodais tenham como motivação o Tema do Ano. Em Pentecostes, o planejamento sinodal prevê a mobilização das Comunidades a partir do eixo da evangelização do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI). Nos anos ímpares, acontece o Dia Sinodal da Igreja e, nos anos pares, a Ação Sinodal, com cultos de missão em cada Comunidade, sempre com temática derivada do Tema do Ano. Neste ano, sob o tema ‘Buscando a paz em comunhão no lugar onde vivemos’, contamos com a pregação do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, no 3º Encontro Interparoquial das Paróquias de Teutônia.
OLHANDO PARA A missão O Sínodo Vale do Taquari é constituído por 59 Comunidades, que, na sua maioria, já são centenárias, sendo que as mais antigas já celebraram 150 anos. As Comunidades foram construídas junto com as escolas comunitárias. Normalmente, o mesmo prédio abrigava tanto a escola como a Igreja. Muitas vezes, o Pastor também era o Professor. Para manter a sociedade escolar, as famílias precisavam pagar uma mensalidade. O parâmetro serviu para a Igreja. Assim, a “A Campanha Nacional de Ofertas contribuição foi construída como um pagamento, tal para a Missão Vai e Vem é um projeto como um ‘imposto’. Em muitas Comunidades, contide missão da IECLB. O seu fundanua sendo assim, mas este sistema tem problemas. mento está no mandato de Jesus, A contribuição financeira é resposta de gratidão quando envia os discípulos para ao grande amor de Deus por nós. Por sermos gratos, anunciar ao mundo o que viram e queremos contribuir para que a Palavra de Deus seviveram (At 1.8 e Mt 28.18-20). Jesus ja levada a outras pessoas, para que dê sentido à viconcretizou o projeto de amor que da delas. Contribuir financeiramente com a Igreja é, Deus tem para este mundo. Este é para nós, uma oportunidade de podermos particio mandato que a Igreja recebe par da missão, que é pregar a Palavra de Deus, anune que deve ser anunciado onde a ciar a sua vontade e o seu amor, construir ComuniIECLB está presente, mas que não dades que permitam comunhão e encontro. É por isso deve ficar restrito a estes lugares. que enfatizamos: a Vai e Vem é um meio para fazermos Coisas boas devem ser anunciadas esta reflexão nas Comunidades do Vale do Taquari. A a todas as pessoas”, frisou o Vai e Vem nos dá a chance de falar que contribuíP. Marcos Bechert, Pastor Sinodal mos para que a IECLB possa fazer a sua tarefa, a do Sínodo Vale do Taquari sua missão dentro do país.
“Logo após o lançamento do Tema do Ano 2014, no período do Advento, enviei um e-mail a um amigo. Ao pé da página, estava a motivação do Tema do Ano, junto com o versículo bíblico de Jr 29.7: ‘Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz vós tereis paz’. Ele respondeu, imediatamente, com a pergunta: ‘Que palavrão é este: ‘desterrei’? O que tu queres dizer com isto?’ A reação de meu amigo foi estranha, mas concordei com o fato de que se trata de uma palavra difícil”, relatou o P. Marcos Bechert, Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Taquari
COISAS BOAS DEVEM SER ANUNCIADAS
A Campanha nos dá, portanto, a possibilidade de alargar a vista para além das nossas necessidades. Isso não é tarefa fácil, visto que necessitamos de muitos recursos para atender toda a demanda local. Assim que o material está disponível, marcamos um Encontro Sinodal de lançamento, no qual são indicadas pessoas referenciais em cada Paróquia. Notamos avanços na compreensão da proposta e na contribuição financeira, mas temos constatado dois limites: dificuldade de alcançar todas as pessoas nas Comunidades maiores e de adesão nas Comunidades da área rural. O Sínodo tem investido os recursos da Vai e Vem no Projeto Missionário de Formação. O financiamento deste projeto já oportunizou a formação de três turmas no Curso Básico de Teologia. Praticamente todas as pessoas formadas nestes cursos tornaram-se lideranças ativas nas suas Comunidades. Em 2014, os recursos locais serão investidos em projetos das Comunidades. Por enquanto, há três projetos aprovados: Presbíteros olhando para a Missão (Paróquia Martin Luther de Cruzeiro do Sul), II Seminário de Presbíteros (Testemunhos de Comunidades que já receberam recursos da Vai e Vem nacional) e Idosos como protagonistas na sua Igreja (Projeto de inclusão da pessoa idosa).