Jornal Evangélico Luterano - Ano 42 - nº 759 - Março 2013

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JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - ANO 42 - MARÇO 2013 - No 759

Caminhada Caminhada

feminina feminina

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Comunidade missionária

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Encontro com Deus

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Espaço de partilha


Jorev Luterano - Março - 2013

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Editorial

A Igreja como corpo

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ontinuando a sua ‘visita’ aos Sínodos da IECLB, promovendo uma espécie de intercâmbio de ações e experiências, nesta edição o Jorev Luterano destaca o Sínodo Brasil Central, o segundo da lista, que vai ilustrar as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação (eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI), Tema do Ano e Vai e Vem (Campanhas nacionais para a unidade e de ofertas para a missão, respectivamente). A intenção do Jorev é mostrar um pouco do que o Sínodo fez, faz e pretende fazer nas áreas relacionadas ao PAMI, bem como a forma de trabalhar as Campanhas Tema do Ano e Vai e Vem, com o objetivo de compartilhar informações e testemunhos que serão fonte de inspiração para todas as pessoas interessadas no cumprimento da missão da IECLB no Brasil e no mundo. Na Editoria Atualidade, saiba mais sobre o Encontro Nacional de Ministras da IECLB, realizado em Curitiba/PR, de 13 a 15 de novembro de 2012, sob o

tema Mulheres no Ministério - Celebrando os 30 anos de Ordenação na IECLB e o lema bíblico Onde for pregado o Evangelho, será contado o que ela fez, para a sua memória (Mc 14.9). Na Editoria Presidência, Eu vivo comunidade?! - Lugar para ser, viver e amar, doação e graça é o título da Mensagem da

O Sínodo Brasil Central vai ilustrar

Presidência, de autoria da Pa. Silvia Genz, Pastora 2ª Vice-Presidente da IECLB. Rumo às comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana, que serão completados em 2017, o Jorev continua a série especial Lutero - Reforma: 500 anos, iniciada no ano passado. Em 2013, os textos são escritos à luz do sacerdócio geral de todos os crentes. Nesta edição, o Miss. Ms. Rodomar Ricardo Ramlow apresenta o artigo A comunidade missionária. A Editoria Fé Luterana, de maneira a estimular a reflexão sobre a confessionalidade luterana e os ensinamentos da Bíblia, traz os textos de dois Ministros Diáconos sobre a temática Diaconia. Na Editoria Geral, leia sobre a caminhada permanente da Educação Cristã Contínua na IECLB. A Igreja como corpo ganhou destaque da Editoria Comportamento. Was verstehst du unter Vergebung é o título da meditação da Editoria Deutsche Seite. Na Editoria Compartilhar, a Comunidade luterana compartilha momentos significativos da vida cristã. Boa leitura!

as Editorias Sustentabilidade, Comunicação, Formação, Tema do Ano e Vai e Vem

Atendimento ao leitor Mariana Mattos Paim Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419

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Capa Homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, que, unidas, estão em caminhada na busca pelo seu espaço. Leia matérias especiais sobre a atuação das mulheres nas Editorias Atualidade e Formação, páginas 4 e 10, respectivamente.

Missão de Deus Agradeço pela edição do mês de novembro/2012 do Jornal Evangélico Luterano, que deu destaque ao XXVIII Concílio da Igreja, ocorrido no mês de outubro, na cidade catarinense de Chapecó, no Sínodo Uruguai, sob o tema Conectados com Deus - protagonistas no mundo, lançado pelo Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje) de 2012, em sintonia com o Tema do Ano da IECLB para 2012, Comunidade jovem - Igreja viva. A edição foi feliz ao enfocar diversos aspectos da atuação da Igreja: local e nacional, administrativo e teológico, entre outros. Foi bom perceber a consciência de que, em meio a todo o necessário planejamento e cuidado administrativo, a Igreja não se tem nas próprias mãos, mas vive e cumpre a sua missão na dependência do livre sopro do Espírito Santo que opera através do Evangelho de Jesus Cristo. Assim, serve ao mundo, para a glória de Deus Pai. P. Martin Dietz Paróquia em Cachoeira do Sul/RS

Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretária Geral Diác. Ingrit Vogt Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925

Administrativo Mariana Mattos Paim ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

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Jorev Luterano - Março - 2013

Curtas

Pesquisa para

aproximar os jovens da Igreja Desde fevereiro, o Prof. P. Dr. Júlio Cézar Adam coordena uma pesquisa que vai articular propostas para despertar no público jovem maior engajamento confessional no âmbito da IECLB. A investigação, financiada pela Faculdades EST e pela Obra Missionária Evangélica Luterana da Baixa Saxônia (OMEL), com o apoio da Secretaria Geral e do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (CONAJE), foi inspirada no Tema 2012 da IECLB (Comunidade jovem - Igreja viva) e envolverá cerca de 15 estudantes do Bacharelado em Teologia. “A Igreja lida com um modelo de trabalho com jovens que funcionou há 30 anos, mas que não conseguiu se atualizar frente às mudanças culturais e societárias vivenciadas, por exemplo, pela emergência de grupos organizados em redes virtuais”, destacou o Prof. Adam. Na avaliação do Professor, o jovem de hoje é multifacetado e a Igreja está desafiada a identificar e a desenvolver trabalhos específicos que contemplem essa variedade de culturas juvenis. “O nosso trabalho será desenvolvido a partir da influência da mídia, da cultura pop, da música e do cinema na constituição identitária destes jovens, permitindo que os rumos da pesquisa sejam norteados pelas perspectivas e pelos pontos de vista dos próprios integrantes”, esclareceu. Dividida em três estágios de trabalho, a primeira etapa da pesquisa consistirá na identificação de referências bibliográficas e no mapeamento da Prof. P. Dr. Júlio Cézar Adam realidade dessa juventude multifacetada que compõe o atual cenário religioso brasileiro. Na segunda etapa do projeto, os estudantes de Teologia que atuarão como pesquisadores-participantes terão a oportunidade de conhecer e vivenciar a realidade de grupos de jovens da IECLB organizados na região metropolitana de Porto Alegre/RS. Esse contato direto com os jovens, somado às referências bibliográficas e às estatísticas, dará o embasamento necessário para que sejam traçados indicativos norteadores do trabalho com jovens em âmbito confessional. Na terceira etapa, os resultados e as propostas serão desenvolvidas em atividades de formação e capacitação para as Comunidades e lideranças. Em todo o processo, a parceria entre a Faculdades EST e as Comunidades será imprescindível. Para o Reitor da Faculdades EST, Prof. P. Dr. Oneide Bobsin, o desenvolvimento desta pesquisa, que se estenderá até o final de 2014, possibilitará à instituição ouvir o clamor das Comunidades, jovens da IECLB e da própria sociedade, entusiasmando a criação de cursos capazes de formar lideranças engajadas à realidade juvenil brasileira.

Eu vivo comunidade! A Paróquia de Cosmópolis/ SP celebrou o primeiro domingo de Advento, no dia 2 de dezembro de 2012, com o lançamento do Tema (Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade) e do Lema (Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão - Isaías 41.10) do Ano da IECLB para 2013. A preparação incluiu um grande guarda-chuva com os nomes dos membros das Comunidades de Cosmópolis e Artur Nogueira presentes no culto, escritos em cartões e pendurados nas varetas do guarda-chuva, criando um lindo exemplo de unidade. Muita alegria e o sentimento de ‘ser membro participante’ se fizeram presentes nesta dinâmica. Além disso, a mensagem do dia focava o profeta João Batista, que fez da sua vida um testemunho na expectativa da vinda do Messias. João se sentia parte da missão de Deus! A Comunidade entendeu que, para testemunhar a mensagem de Jesus, ela precisa estar consciente da sua identidade. A identidade define quem somos! A nossa identidade vem do fato de pertencermos, fazermos parte de um grupo de pessoas que confia e vive a partir da fé. Somos Igreja viva que vive em comunidade! Os membros entenderam e se alegraram com a nova proposta da Igreja com este Tema do Ano, que se torna desafiador para a vida em comunidade. Acreditamos que o Tema do Ano ajudará as Comunidades a solidificarem a sua identidade em ‘ser’ membro, em ser membro que ‘participa’ da vida comunitária e que se sente motivada para ‘testemunhar’ e assim ‘viver em comunidade’, participando na missão de Deus! P. Leandro Luiz da Silva Cosmópolis/SP

OFERTAS NACIONAIS 17 de março 5º Domingo na Quaresma Projeto de missão no Sínodo Brasil Central O projeto da Pastoral da Evangelização, criado em 2008 pelo Conselho Sinodal, está se concretizando. Uma presença mais continuada de Ministros ordenados motiva membros da IECLB a se engajarem mais no ‘servir e testemunhar’ a causa do Evangelho nesta região. A primeira etapa foi motivar membros a participar na Comunidade com fé, gratidão e compromisso também nas ofertas e contribuições. A seguinte foi a criação de uma Comunidade no sul do Pará e os preparativos da construção do templo da Paróquia de Bom Jesus/PI. O próximo passo será edificar e fortalecer as Comunidades e os seus Pontos de Pregação, inclusive com ampliações físicas e o aumento do número de membros inscritos e contribuintes, um verdadeiro desafio missionário! 29 de março Sexta-feira da Paixão Trabalho com jovens na IECLB Neste ano, a IECLB tem como Tema Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade. Nosso Senhor observa a nossa maneira de ser e agir, o nosso gesto de gratidão! Conforme o Lema do Ano da IECLB para 2013 Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão (Isaías 41.10), é o próprio Deus que ampara e ajuda o trabalho com jovens nas Comunidades da IECLB, dando alegria e compromisso para esse trabalho. Pela graça do Nosso Senhor podemos planejar, conversar e pensar sobre o trabalho com jovens na Igreja. Nesse sentido, o Conselho Nacional da Juventude Evangélica (CONAJE) e a juventude evangélica necessitam do apoio e da colaboração de todas as Comunidades da IECLB com amor e sinceridade.

INDICADORES FINANCEIROS UPM Fevereiro/2013

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Índice Janeiro/2013

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Acumulado do ano

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Atualidade

Encontro Nacional de Ministras da IECLB P. DR. ONEIDE BOBSIN Reitor da Faculdades EST

Garantia de direitos

Dia Internacional da Mulher Foi estarrecedora a resposta dada a uma Conselheira Tutelar por uma menina que oferecia o seu corpo em troca de dinheiro nas ruas da cidade: Pelo menos, aqui recebo algum dinheiro. Lá em casa, o pai se serve de mim sem pagar nada. Esta é uma das tantas facetas da violência masculina contra as mulheres no nosso país, que se diz tão religioso. O Mapa da Violência no Brasil nos mostra que o maior inimigo das mulheres violentadas e agredidas está dentro de casa. Pais, padrastos e irmãos abusam das filhas, namoradas e esposas. Nos últimos dez anos, 43,7 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. Comparando com a tragédia ocorrida em Santa Maria/RS, onde mais de 230 estudantes morreram em uma boate, poderíamos afirmar que, a cada 20 dias, acontece uma tragédia semelhante àquela no Brasil. Comenta-se que uma cidade da Índia com raízes hinduístas tem os maiores índices de estupro do mundo. A mídia fez grande cobertura da moça que foi estuprada dentro de um ônibus por um grupo de rapazes que estão sendo julgados após parte da população exigir que se faça justiça. A jovem morreu. Quem não se lembra daquela filha que ficou décadas escondida no porão da casa sendo violentada pelo pai e ‘marido’ Fritzl, na Áustria? Deste estrupo constante, nasceram crianças. Uma novela da TV Globo tematiza o tráfico de mulheres que servirão de escravas sexuais para homens europeus, também da Alemanha luterana e católica. Não menos violento é o caso narrado pelo livro de Juízes 19. Os homens da cidade queriam conhecer os visitantes estrangeiros na casa de um conterrâneo. Para evitar a invasão da casa, o visitante entrega a sua concubina para satisfazer os homens, que abusam dela a noite toda, deixando-a quase sem vida à porta da casa do hospedeiro. O marido daquela concubina mata-a em sua casa, cortando-a em doze pedaços. Os filhos de Israel a vingam com uma violência maior. A resposta à violência não é uma nova violência, mas a garantia de direitos para as mulheres. A legislação no Brasil tem avançado em razão da luta das mulheres e dos movimentos feministas. As nossas Comunidades e os seus grupos precisam engrossar tais movimentos. Afinal, temos suporte bíblico para isso! Paulo diz que não há judeu nem grego nem livre nem escravo nem homem nem mulher, porque sois um em Cristo (Gálatas 2.28).

Sois um em Cristo

Celebrando os 30 anos de Ordenação na IECLB

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om a participação de 106 Ministras da IECLB, entre Catequistas, Diáconas, Missionárias e Pastoras, provenientes de diversas localidades do Brasil, o Encontro Nacional de Ministras, realizado em Curitiba/PR, de 13 a 15 de novembro de 2012, sob o tema Mulheres no Ministério - Celebrando os 30 anos de Ordenação na IECLB e o lema bíblico Onde for pregado o Evangelho, será contado o que ela fez, para a sua memória (Mc 14.9), foi marcado por alegrias e (re)encontros. A meditação contou com As Ministras celebram os 30 anos de Ordenação de Mulheres na IECLB músicas, canto comunitário, orações, poesias e também um texto, que, lido em parceria, relembrou a Parábola da Dracma Perdida (Lucas 15.8-10). O objetivo do encontro foi congregar Ministras da IECLB e fazer um resgate da história, celebrar os 30 anos de Ordenação na IECLB e refletir sobre a contribuição que as Ministras da IECLB podem oferecer nas comemorações dos 500 anos de Reforma Luterana. A Pa. Regene Lamb, uma das organizadoras do evento, revelou que os registros dos fatos que levaram até a primeira Ordenação iniciam com o ingresso de mulheres no estudo de Culto de Gratidão ao Ministério com Ordenação Teologia, em 1952, passam pelas primeiras mulheres que concluíram os estudos e procuraram uma Comunidade que as aceitasse e chegam ao Ministério Ordenado como resultado da determinação e da vontade das mulheres de exercer o Ministério, um processo com muitas discussões, orações e quebra de paradigmas. O evento contou com a prédica da Pa. Edna Moga, ordenada no dia 13 de novembro de 1982, passando a ser a primeira mulher ordenada ao Ministério na IECLB. “Não fui a primeira mulher a estudar Teologia. Antes de mim, outras já haviam feito o curso de Teologia na P. Nestor Friedrich, Pastor Presidente da IECLB então Faculdade de Teologia, mas sem assumir um pastorado na Igreja. Também não fui a priNa sua fala, o Pastor Presidente da IECLB, meira mulher a exercer o Ministério Pastoral na P. Dr. Nestor Friedrich, destacou “Celebrar os IECLB. A Pa. Rita Marta Panke foi a primeira. 30 anos da presença de mulheres no Ministério Ela assumiu o seu primeiro pastorado em 1977 Ordenado é muito oportuno, pois aponta para e eu, em 1978, mas, como fui a primeira a ser a compreensão de Igreja inclusiva e que proordenada, a data da minha Ordenação passou move a Cristo, ao Evangelho que anunciamos! a ser o início da Ordenação de mulheres na Sou grato a Deus pela presença das mulheres IECLB. Ela aconteceu em um culto em uma nos quatro Ministérios Ordenados na IECLB e pequena Comunidade escondida no meio da pelo seu protagonismo, pelos seus dons, que Floresta Amazônica, em Rondônia, que não ti- enriquecem a caminhada da Igreja. Fundamennha ideia de que estava participando desse fato tal é que, nesta caminhada, possamos crescer histórico... nem eu tinha noção disso”, foram na valorização das diferentes formas de exercer algumas palavras da Pa. Edna no culto de gra- o Ministério na perspectiva do fortalecimento tidão a Deus pela Ordenação de mulheres ao da missão da IECLB, da causa maior, que é o Ministério na Igreja como Ministras capazes de Reino de Cristo! Daí a minha insistência por participar, lado a lado com homens, na missão uma gestão do cuidado, tarefa de todos e todas de Deus neste mundo. para o fortalecimento mútuo”.


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Presidência

Lugar para ser, viver e amar, doação e graça

Eu vivo comunidade?!

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omunidade cristã é lugar para ser, viver e amar, entender e conviver com pessoas diferentes. A comunidade é espaço para ensaiar e praticar liderança, doação e graça. Alegro-me em ver pessoas que dedicam tempo e dinheiro para o bem de toda a comunidade, isso em um mundo no qual o valor do ser humano está apoiado na produção que gera renda, dinheiro, esquecendo que, para que isso seja possível, é preciso o cuidado pela vida. Vejo crianças que sentem imensa felicidade na comunidade, acompanham Orientadoras do Culto Infantil com desejo de aprender e vivenciar um momento especial, jovens que expressam a sua alegria, mulheres que

se dedicam, homens que se preocupam e, juntos, formam a diversidade e vivem sob a força que vem do Deus trino. Sim, também temos muitas dificuldades, também conflitos... É justamente por esse motivo que buscamos força em Deus, que conhece as nossas adversidades e nos fortalece para enfrentá-las. A comunidade cristã é um exemplo de testemunho na sociedade. Quando pais e mães mais jovens vêm em busca de uma Igreja, comunidade cristã, que ainda não estava nos seus planos como casal, dizem: ‘a gente quer ter filhos e queremos que experimentem, como nós na infância, a vida na comunidade. Tarde demais?’ Não! Que bom que tiveram boas experiên-

cias na comunidade e, assim, ficou o desejo de voltar! Todos nós temos espaço na comunidade, não importando gênero ou jeito de ser. A Palavra de Deus, graças a Martim Lutero, pode ser lida por mulheres e homens. Nesta, aprendemos que somos todos chamados a anunciar a Boa Nova do Evangelho. Jesus, ao curar homens e mulheres, ensina que a responsabilidade pela vida não é só para um gênero, mas diz a tua fé te salvou. A comunidade é dinâmica, sofre mudanças e é formada por pessoas qual você e eu. Neste ano, vamos nos ocupar com este Tema e convidar mais pessoas para também usá-lo como um lema de vida ‘Eu vivo comunidade’.

P.ª SILVIA GENZ Pastora 2ª Vice-Presidente da IECLB

CONIC celebra Culto ecumênico: 85 anos do HMV

30 anos de atuação e caminhada Março 28/2-1º/3 Reunião da Diretoria do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich

Como parte das celebrações dos 85 anos do Hospital Moinhos de Vento (HMV), em Porto Alegre/RS, e da programação de Natal da sua Pastoral, em 20 de dezembro de 2012 foi realizado um Culto Ecumênico, na Paróquia Matriz da IECLB, com a presença do Arcebispo Metropolitano, Dom Dadeus Grings, do representante da União Israelita de Porto Alegre, Rabino Ari Oliszewski, e do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, que comemorou “Parte da história da Associação Hospitalar Moinhos de Vento se mistura com a história da IECLB. Quando abriu as suas portas, no dia 2 de outubro de 1927, sob a direção das Irmãs Diaconisas, o Hospital Alemão assistia pastoralmente os seus pacientes em uma perspectiva ecumênica, zelando pelos valores espirituais e pastorais e cultivando a tradição da Irmandade Luterana - as ‘Schwestern’, da Alemanha - de cuidar do ser humano de maneira global. Uma instituição celebrar com um Culto os seus 85 anos tem a ver com uma atitude de fé, com as convicções das pessoas que fazem a Associação ser o que é hoje, com a clareza da missão, da visão e do conjunto de valores que orientam a sua construção histórica! Tem a ver com vocação! Parabéns a todos e todas que trabalham no Hospital Moinhos de Vento”.

2/3 Investidura da Pastora Sinodal e da Pastora Vice Sinodal do Sínodo da Amazônia Espigão do Oeste/RO P. Nestor Friedrich 8-10/3 Assembleia do CONIC São Paulo/SP P. Carlos Möller 12-15/3 Encontro da Presidência com Pastores e Pastora Sinodais São Bento do Sul/SC P. Nestor Friedrich P. Carlos Möller Pa. Silvia Genz 19/3 Encontro das Presidentes Sinodais da OASE Barra Velha/SC P. Nestor Friedrich 23/3 Ordenações de Luane Kertzendorff e Ricardo Brosowski Indaial/SC P. Nestor Friedrich

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) comemorou, em 30 de novembro de 2012, 30 anos de atuação e caminhada ecumênica. A primeira atividade do dia foi uma roda de diálogo, realizada no Centro Cultural de Brasília/DF, aberta pelo Presidente do CONIC, Dom Manoel João Francisco, que reuniu representantes da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), ex-Presidentes do CONIC, Diretores e membros do Conselho Curador, composto por Presidentes das Igrejas que integram o Conselho, entre elas a IECLB, representada pelo seu Pastor Presidente, P. Dr. Nestor Friedrich. Uma reunião na sede recém-reformada, na capital federal, marcou o segundo momento do evento, encerrado com uma celebração ecumênica na Paróquia São José Operário, em Brasília, que reuniu 150 pessoas. “A celebração dos 30 anos do CONIC é um momento muito bonito. A IECLB é uma Igreja que investe na caminhada ecumênica. Cabe dizer que o papel do CONIC é fundamental no sentido de unir as Igrejas na busca de alternativas, para pautar agendas que, como Igrejas isoladas, não seria possível. Exemplos disso são a questão dos conflitos que envolvem a terra e o Marco Regulatório, dois temas de enorme importância”, destacou o Pastor Presidente da IECLB.

CONIC: presenças ecumênicas Também estiveram presentes na comemoração dos 30 anos do CONIC o 1° e a 2ª Vice-Presidentes do Conselho, Dom Francisco de Assis e a Presbítera Elinete Miller, respectivamente, o seu Tesoureiro, Pastor Altemir Labes (IECLB) e a sua Secretária Geral, Pastora Romi Bencke (IECLB), além do Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, da Moderadora da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Anita Sue, do Bispo primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Dom Maurício Andrade, da Presidente da CESE, Eleni Rodrigues, acompanhada da 2ª Secretária da entidade, Girlaine Gomes, do Bispo auxiliar da arquidiocese de Salvador/BA, Dom Gilson Andrade, dos ex-Presidentes do CONIC, Dom Sinésio Bohn, Adriel Maia, Pastor Dr. Rolf Schünemann (IECLB) e Pastor Carlos Möller (IECLB), juntamente com o ex-Secretário Geral, Pastor Ms. Ervino Schmidt (IECLB), o Pastor Guilherme Lieven (IECLB), entre outros.

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Sustentabilidade

Comprometimento tanto com o nosso próximo quanto com a Criação

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tecnologia evoluiu rapidamente nos últimos séculos, trazendo consequências que se agravam com igual rapidez. À medida que aumentou a capacidade do homem de intervir na natureza, buscando satisfazer às suas necessidades, surgiram os primeiros conflitos de ideias quanto ao uso dos recursos em função da tecnologia disponível. A partir do momento que esse desenvolvimento provocou efeitos negativos e cada vez mais graves, surgiram manifestações, refletindo a preocupação de uma parcela da população sobre o perigo ao qual a humanidade estaria incorrendo ao afetar de forma tão violenta o meio ambiente. Atingir o status de socialmente responsável não é uma tarefa simples nem fácil. Mais do que respeitar e cumprir todas as obrigações legais,

é preciso desenvolver ações efetivas em prol da sociedade. Ser verdadeiramente responsável vai além do zelo pelo capital humano, pelo meio ambiente e pela Comunidade. Requer atitude, comprometimento verdadeiro com as questões sociais, visando a alcançar resultados visíveis. Hoje, Sustentabilidade é moda. No contexto socioeconômico, em que as instituições vêm demonstrando crescente valorização, isso está bem nítido. As empresas mostram mudanças estratégicas visando a uma atuação positiva na sociedade, que, na maior parte do tempo, vê o lado bom, esquecendo que essas práticas mercantilistas podem produzir ações não tão boas, descaracterizando a verdadeira essência da sustentabilidade. É necessário ter em mente que as ações que promovemos a fim de cons-

Luterprev Responde

ajudando a planejar o seu futuro Na última coluna, li a respeito do Comboflex, que a Luterprev está lançando, mas fiquei em dúvida sobre qual a combinação mais adequada para o meu caso. Tenho 40 anos, sou casado e tenho um filho de 2 anos. A minha esposa e eu trabalhamos com carteira assinada e temos casa própria. O que é melhor para nós? Neste momento, é importante garantir aposentadorias complementares para você e para sua esposa, que ajudarão a manter o atual padrão de vida quando pararem de trabalhar, junto com pecúlio e pensão por prazo certo. O primeiro vai fazer frente a despesas imediatas, no caso de você vir a faltar. A pensão vai garantir um benefício ao seu filho pelo menos até a sua independência. O importante é montar combos que possam atender aos anseios do casal, exatamente de acordo

com o seu modo de vida. Também seria muito interessante contratar um plano voltado à criação de reservas para pagar a faculdade do seu filho quando chegar a hora. Sou solteira, tenho 42 anos de idade, sem filhos, e ocupo um cargo de direção na área de marketing de um empreendimento comercial. Sou bemsucedida profissionalmente e ajudo os meus pais, que têm idade avançada, mas tenho medo de ter que parar de trabalhar por algum motivo de força maior e não ter como manter o meu padrão de vida. Como posso me precaver? O ideal é um plano de aposentadoria privada para o seu próprio usufruto, já que você não tem filhos. Independente de parar ou não de trabalhar, uma reser-

truirmos um mundo mais justo e sustentável advêm do nosso compromisso com a Criação de Deus. Na condição de luteranos, temos como laço comum a confiança na graça de Deus e a fé em Cristo. Então, é importante sermos comprometidos tanto com o nosso próximo quanto com a Criação, por compreendermos os ensinamentos de Jesus Cristo, de cuidado e amor. A importância de incorporar práticas sustentáveis ao cotidiano é visível, porém, além de adotá-las, é preciso disseminá-las e estimulá-las como forma de conseguir maior participação das pessoas que compõem os nossos grupos de convivência. Desenvolver ações de Sustentabilidade nos nossos espaços de convívio pode ser o exemplo que outras pessoas precisam para seguir o mesmo caminho. Faça a sua parte e envolva a sua Comunidade, Paróquia e Sínodo! Com abnegação, renúncia e abertura dos nossos membros para a realidade que permeia o nosso Sínodo, são projetos permanentes: Fé, gratidão e compromisso, Formação de lideranças e Crescimento das Comunidades. Para fazer jus aos desafios desse contexto e em fidelidade ao seu mandato evangélico, o Conselho Sinodal aprovou, em novembro de 2012, o Planejamento Estratégico Que Sínodo queremos ser em 2020: atuar institucional e pastoralmente em nível sinodal, pautando-se pela confessionalidade luterana, a sustentabilidade organizacional e um testemunho relevante e eficaz.

va desse tipo pode lhe garantir ganhos vitalícios condizentes com o nível com o qual se habituou a viver. Se, por alguma eventualidade, perder o seu emprego, também poderá contar com o valor acumulado para manter-se até obter uma nova colocação. Estou com 52 anos de idade, tenho um filho de 27 anos, solteiro e recémformado em Engenharia, trabalho como representante comercial autônomo e a minha esposa não trabalha fora. Como posso estruturar um bom planejamento para ter um futuro garantido no Comboflex da Luterprev? Como autônomo, você deve investir

“Na condição de luteranos, temos como laço comum a confiança na graça de Deus e a fé em Cristo”, frisou Tatiane Neumann, Tesoureira do Sínodo Brasil Central

em uma aposentadoria complementar, mas também em um plano de pensão em caso de morte, de valor adequado, para deixar a sua esposa amparada, caso isso aconteça. O seu filho também precisa preparar o próprio futuro, investindo em um plano de aposentadoria e uma cobertura de pecúlio, mesmo que de menor valor, levando em conta o fato de que ele terá mais tempo pela frente para acumular capital. É importante enfatizar que os nossos especialistas têm muitas outras opções para apresentar-lhe, já que a vantagem do Comboflex é justamente adaptar-se às necessidades de cada família.

Visite o site da Luterprev (www.luterprev.com.br) e faça uma simulação para a sua aposentadoria complementar. No site da Luterprev, você também encontra um link para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie diretamente para luterprev@luterprev.com.br, com o assunto Jorev Luterano.


Jorev Luterano - Março - 2013

Comunicação

“Como Igreja que se orienta pela Palavra de Deus, é justamente a nossa palavra que fará a diferença no nosso lugar vivencial”, afirmou o P. Carlos Möller, Pastor Sinodal do Sínodo Brasil Central

Missão precisa de comunicação: comunicar a Palavra de Deus

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eguidamente, recebemos no Sínodo Brasil Central o pedido ‘para inserir no Boletim Sinodal’ uma matéria do interesse de Comunidades e instituições, até mesmo da própria IECLB. Acontece que ainda não temos no Sínodo Brasil Central tal Boletim. Algumas Comunidades do nosso Sínodo já editam os seus boletins nos formatos impresso e eletrônico. O Conselho Sinodal, ciente que informar também coopera para formar e edificar Comunidade cristã a serviço da vida, decidiu, no seu Planejamento Estratégico aprovado em novembro de 2012, editar um Boletim Sinodal Mensal. A exemplo dos demais Sínodos da IECLB, o Boletim do Sínodo Brasil Central estará inserido no contexto maior da política de comunicação da Igreja, que, a partir do Portal Luteranos, nos anima e capacita, por meio da informação, a sermos Igreja de batizados que vivem o sacerdócio geral na vivência diaconal e na dinâmica da vida moderna: uma IECLB que aprende a ser, saber, fazer e conviver com o propósito de ‘educar o povo cristão e conduzi-lo à maioridade na fé’ (1Coríntios 3.10-11). Sabemos o quão importante é a informação nos dias atuais. No seu famoso livro ‘O Choque do Futuro’ Alvin Toffler sugere que, frustrados, temos que admitir que não conseguimos acompanhar as mutações que se processam ao nosso redor. Precisa-

mos, é verdade, preparar os nossos filhos e as nossas Comunidades. Comunidade adulta é capaz de desafiar a sociedade estando bem informada, sendo sentinela, discernindo tudo que é escrito, falado e exibido nos meios de comunicação, não assistindo a tudo e a todos sem pensar e, principalmente, se posicionando e perguntando pela vontade de Deus diante de planos e artimanhas humanas. O mundo globalizado, dominado por ciência e tecnologia, já não sabe mais em que crer. A fé foi substituída por uma devoção mística, altamente sentimental, que já não mais busca a transformação social nem a conversão individual, mas, sim, a satisfação de desejos pessoais e de necessidades psíquicas. Diante disso, poderíamos reagir:

‘Coitados de nós, luteranos, Igreja da Palavra!’ Muito pelo contrário! Como Igreja que se orienta pela Palavra de Deus, é justamente a nossa palavra que fará a diferença no nosso lugar vivencial. Gratos pelo amor e pela graça de Deus, que edificou Comunidade e Igreja no solo do Brasil Central, que anos a fio nos abençoou com a sua Palavra e nos alimentou com os seus Sacramentos até os dias de hoje, temos uma vocação para a missão e a missão precisa de Comunicação: comunicar a Palavra de Deus (João 3.16). Para tanto, precisamos da Palavra, pois sem ela as pessoas se transformam em ‘massa de manobra’, ‘analfabetas religiosas’, ‘ignorantes’, inaptas para o exercício da cidadania em uma sociedade que passa a ser, por sua vez, um grande mercado religioso.

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Jorev Luterano - Março 2013

Jorev Luterano - Março 2013

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Unidade

Unidade

Lutero - Reforma: 500 anos Comunidade missionária Este tema pode ser abordado por diversas perspectivas e envolve palavras como ‘serviço’, ‘comunidade’ e ‘missão’. Seguindo por este caminho, certamente estaremos na contramão do espírito do mundo contemporâneo. Não é exatamente este o desafio profético da Igreja de Jesus Cristo? Vamos nos arriscar e seguir por aí. A essência missionária da Igreja cristã é que permitiu o seu crescimento por meio da evangelização e do serviço no mundo. Os erros e os equívocos de empreendimentos passados não deveriam nos imobilizar no presente. Devemos, sim, aprender com os erros, procurando evitar que se repitam.

Missão

De quem é a responsabilidade da missão? Da Igreja! Quem é a Igreja? Antes de nos referirmos à Igreja como um templo, uma denominação ou mesmo uma comunidade, Igreja é gente. Igreja somos nós, você e eu. A Igreja é feita de pessoas que creem em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Portanto, a responsabilidade pela missão da Igreja é de todos nós, cristãos batizados que vivemos em comunidade. Isso porque, acima de tudo, a missão é ação de Deus que age por meio da sua Igreja na força do Espírito Santo. A Teologia da cruz deve nos inspirar no caminho da missão, missão de Deus, porque é Ele quem primeiramente se revela como aquele que ama o mundo, um amor capaz de se esvaziar, de se compadecer pela condição humana. A missão da Igreja é a missão de um Deus que se encarnou, identificando-se com o pecador. O significativo documento Missão em Contexto, da Federação Luterana Mundial (FLM), nos auxilia na reflexão a respeito do ‘Deus em missão’ (‘Missão em Contexto: transformação, reconciliação e empoderamento’. FLM e Departamento de Missão e Desenvolvimento. Curitiba: Encontro, 2006. p. 26 e 29).

Permaneçamos firmes, testemunhando o Evangelho de Jesus Cristo com demonstrações de amor a partir das nossas comunidades. Serviço

Aprendemos sobre um Deus que age em misericórdia e graça contra alienação, morte e depravação. A partir da Trindade, nos é revelado um ‘Deus em missão como sendo um Deus para os outros; a saber, toda a humanidade, o mundo todo e a criação inteira. A Trindade é uma comunhão em missão, empoderando e acompanhando Aquele que foi enviado, o amado, para impactar o mundo com a transformação, a reconciliação e o empoderamento. Para a missão contínua de Deus, o Pai e o Espírito enviam o Filho, o Pai e o Filho espiram o Espírito, e o Filho e o Espírito

Participar da missão de Deus é a razão de ser da Igreja, uma Igreja que não vive para si mesma, mas para Deus e para o mundo. revelam a glória do Pai até aos confins do universo’. Este Deus criador, redentor e santificador cria espaço para a Igreja na sua missão. Participar da missão de Deus é a razão de ser da Igreja, uma Igreja que ‘não vive para si mesma, mas para Deus e para o mundo’. Um dos equívocos que podemos cometer como Igreja é pensar que a responsabilidade pela missão é apenas do Ministro ordenado. Nós temos a tendência de facilmente nos compreendermos dentro de uma instituição hierarquizada. De certa maneira, isso é cômodo, pois assim nos entendemos no direito de responsabilizar alguns poucos que ocupam determinadas posições que chamamos de ‘cargos’ na Igreja. No entanto, será que a missão é ‘coisa para especialistas’? O sul-africano David J. Bosch (1929-1992), Professor de Missiologia, nos lembra que o sacerdócio foi dado ao povo de Deus, não a indivíduos selecionados (David J. Bosch. ‘Missão Transformadora: mudanças de paradigma na teologia da missão’. 3 ed. São Leopoldo, RS: EST, Sinodal, 2009).

Devemos a Martim Lutero a redescoberta do sacerdócio de todos os cristãos. No período medieval, tornou-se popular a ideia de que aqueles que possuíam funções clericais eram mais nobres ou espirituais do que as pessoas que trabalhavam na lavoura, como artesãos ou no serviço doméstico. O fato de as pessoas desempenharem tarefas diferentes no dia a dia não significa que isso faz de alguém um ser superior a outro. Lutero entendia que, mediante o Batismo, todo cristão é um sacerdote. Foi no texto de 1Pedro 2.9 que Lutero encontrou uma base bíblica que o deixou ainda mais convicto sobre isso: Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Não há, portanto, uma hierarquia entre os cristãos. Ninguém precisa de um pastor, um padre ou mesmo um papa para intermediar a sua relação com Deus. Se há alguma distinção entre os cristãos, esta se dá tão somente no âmbito das diferentes funções que somos chamados a desempenhar em serviço no reino de Deus. No mais, pastores e ‘leigos’ estão em pé de igualdade, pois

‘o sacerdócio não é outra coisa que Ministério’ (Martinho Lutero. ‘Do cativeiro Babilônico da Igreja’. Obras Selecionadas, vol. 2. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1989. p. 414), defendia Lutero, e, na Igreja, ‘todos os cristãos são sacerdotes’ (Martinho Lutero. Do cativeiro Babilônico da Igreja. Obras Selecionadas, vol. 2. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1989. p. 93). O reformador chega a mencionar quais seriam os ofícios sacerdotais: ‘ensinar, pregar, anunciar a Palavra de Deus, batizar e consagrar ou ministrar a Eucaristia, ligar e absolver, orar por outros, sacrificar e julgar todas as doutrinas e espíritos’ (Martinho

Lutero. Do cativeiro Babilônico da Igreja. Como Instituir Ministros na Igreja. Obras Selecionadas. Vol. 7. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 2000. p. 94). Lutero continua dizendo ainda que ‘o primeiro e mais

sublime de todos, do qual dependem todos os demais ofícios, é ensinar a Palavra de Deus’, pois é da Palavra que depende a existência da Igreja com os seus ofícios, sacramentos e ministério. ‘O Ministério da Palavra é comum a todos os cristãos’ (Martinho Lutero. Do cativeiro Babilônico da Igreja. Como Instituir Ministros na Igreja. Obras Selecionadas. Vol. 7. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 2000. p. 95). Assim, conclui o reformador, baseado em 1Pedro 2.9,

quando necessário, mesmo que não seja o seu ofício cotidiano, o cristão pode e até mesmo deve assumir tarefas consideradas eclesiásticas, pois todo serviço é uma atividade em favor do próximo. É pertinente lembrar, no entanto, a advertência de Lutero de que ‘ninguém pode arrogar-se o que é comum sem a vontade e a ordem da comunidade’ (Martinho Lutero. À Nobreza Cristã da nação

Alemã, Acerca da Melhoria do Estamento Cristão. Obras Selecionadas, vol. 2. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1989. p. 283). Vemos que,

para Lutero, o Ministério, a pregação da Palavra e o sacerdócio geral dos cristãos deveriam ser exercidos na comunidade, uma comunidade sensibilizada com as necessidades do outro, uma comunidade de pessoas para pessoas.

Comunidade Desta forma, a comunidade é valorizada e chamada a desempenhar os seus dons a serviço no mundo, um testemunho concreto a partir do sacerdócio geral. Ali onde houver um cristão, seja na lavoura ou na fábrica, seja na universidade ou na associação de moradores, ali somos sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-14). A vida em comunidade também servirá de sinal de comunhão, amor e solidariedade. A comunidade favorece o ambiente para o exercício dos dons para edificação mútua. São diversas as oportunidades de envolvimento por meio da diaconia, da evangelização, da liturgia e da comunhão. Podemos servir com o nosso tempo, o nosso talento e o nosso tesouro.

A IECLB, por meio do seu Plano de Ação Missionária (PAMI), procura fomentar e incentivar a missão. Reconhecemos que a comunidade é fundamental no serviço de Deus por meio da Igreja no mundo. Cabe a nós, membros e lideranças comunitárias, empreender esforços para envolver a todos em um planejamento consciente. Conhecer o nosso potencial bem como as nossas limitações ajuda a sermos realistas. Assim, notaremos que há passos concretos que podem ser dados a partir da realidade local. Um olhar sobre o contexto em que estamos inseridos revelará qual é o clamor a que podemos responder. Que o Espírito Santo nos conceda a sensibilidade e o discernimento necessários para ouvir! A comunidade é portadora e agente da missão de Deus no mundo. A comunidade tanto vai ao encontro, como também acolhe, servindo de candeia, luz, farol em meio a uma sociedade marcada pelo individualismo e pela superficialidade. Portanto, a comunidade é mais do que um simples CNPJ ou um clube social. A comunidade é um sinal profético que revela o reinado de Deus no mundo. É porque a comunidade reconhece-se pecadora, carente da graça e do amor de Deus, que ela pode permitir-se humildemente instrumentalizar como meio de graça ao outro. Deus se faz presente na comunidade (Mateus 18.20) e, por isso, ela se torna espaço de acolhimento e restauração. Permaneçamos firmes, testemunhando o Evangelho de Cristo com demonstrações de amor a partir das nossas comunidades, pois é Jesus quem nos capacita a todos e todas, enviando ao serviço de anunciar o Evangelho ao mundo.

Miss. Ms. Rodomar Ricardo Ramlow, formado em Teologia pela Faculdade de Teologia Evangélica em Curitiba/PR (Fatev) e Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina/PR (FTSA), é Mestre e, atualmente, doutorando em Teologia pelo Programa de Pós-Graduação em Teologia da Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Também graduado em Tecnologia de Gestão Pública na Universidade Federal de Pelotas/RS (UFPel) e com especialização em Gestão de Pessoas pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), integra o grupo de Assessores de Planejamento Estratégico do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) e, desde 2012, é o Coordenador deste trabalho junto à Secretaria de Missão, da Secretaria Geral da IECLB. Desde 2003, atua na Paróquia São João em Pelotas

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10 Formação

Formação: momentos de edificação mútua e de renovação de forças

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onhecer a Palavra de Deus e a sua atuação junto ao seu povo faz com que reconheçamos que esta é uma história profundamente pessoal e atual. Na IECLB, a Formação deve promover o conhecimento da presença animadora, consoladora e mantenedora de Deus junto à sua gente amada e o reconhecimento do discipulado de cada pessoa nesta realidade. Como Sínodo imbuído da sua natureza missionária, em um contexto adverso, conhecemos bem a necessidade de um discipulado contínuo e reconhecemos o quanto essa convicção vivifica a nossa existência como Igreja. O investimento na Formação

dos membros é crucial para o cultivo de uma espiritualidade sadia, que renova todas as coisas e as faz novas na relação com Deus. O foco de atuação na área da Formação está nos Presbíteros. O Sínodo Brasil Central promove anualmente os Seminários de Presbíteros em nível de região geográfica (Norte e Sul do Sínodo) com a finalidade de facilitar o acesso e a participação de todas as Comunidades por meio de representantes. São momentos de edificação mútua e de renovação de forças para seguir o caminho. A cada nova edição destes encontros de Formação, percebe-se que há muito para conhecer e reconhecer.

As Comunidades são motivadas a explorar os materiais didáticos da IECLB, como o ‘Guia para o Presbitério’ e ‘Confessionalidade Luterana’, com os seus membros. O próprio contexto no qual a grande maioria das nossas Comunidades está traz a exigência de enfatizar a Formação, visto que muitos membros ingressam na IECLB via Profissão de Fé e necessitam de uma prática comunitária que os instrua e integre neste Corpo. Neste ano, além dos Seminários de Presbíteros, o Sinodo Brasil Central realizará um Seminário Sinodal para Capacitação de Orientadores de Culto Infantil. A partir do Planejamento Estratégico do Sínodo, que teve como pergunta norteadora Que Sínodo queremos ser em 2020?, ficou evidente a preocupação das nossas Comunidades com a Formação dos seus membros, especialmente das suas lideranças. Fica claro também que só chegaremos a 2020 como uma Igreja viva nesta região do Brasil se promovermos sinais do Reino de Deus, se conhecermos e reconhecermos constantemente o que é o Reino de Deus para as nossas vidas, exercício que se faz com humildade diante da Palavra de Deus, sedentos e esfomeados da graça de Deus.

”Só chegaremos a 2020 como uma Igreja viva nesta região do Brasil se promovermos sinais do Reino de Deus”, destacou o P. Everton Luiz Knaul, Ministro na Paróquia de Ceilândia/DF

Reforma com apoio Martim Lutero não teria conseguido reformar a Igreja sem o apoio de muitas pessoas que compartilhavam das suas convicções. Entre elas, mulheres! Se, até agora, as mulheres reformadoras não foram mencionadas nos livros de História eclesiástica – com exceção, talvez, de Catarina von Bora, esposa de Lutero, é porque elas ainda são consideradas inferiores, ‘de índole e inteligência mais fracas’. O próprio Lutero argumentava assim, concluindo que ‘a mulher está excluída da direção na política e na Igreja, cabendo-lhe apenas o governo da sua casa’. No entanto, Lutero não repreendeu mulheres que se manifestaram

publicamente em favor da fé evangélica, como Árgula de Grumbach (imagem). Pelo contrário, ele chamou esta mulher de ‘discípula de Cristo’ e ‘um instrumento especial de Cristo’. Árgula de Grumbach teve a coragem de escrever uma carta aos Professores da Universidade de Ingolstadt, em defesa de um jovem mestre que fora condenado por ter divulgado

ideias da Reforma. Nesta carta, ela pedia que os Professores discutissem com ela publicamente, trazendo argumentos bíblicos para justificar a condenação. A sua carta termina assim: ‘Não vos escrevi nenhuma conversa de mulher, mas a palavra de Deus, como um membro da Igreja cristã’. Os Professores não lhe responderam, mas a sua carta foi impressa e amplamente divulgada, sendo reeditada 13 vezes em dois meses. Outros sete panfletos de Árgula foram publicados, somando 30 mil exemplares. É muito interessante ler mais sobre esta e outras mulheres da Reforma! (Texto com base em - Sonja Domröse

‘Frauen der Reformationszeit’. Göttingen: Vandenhoek & Ruprecht, 2011, p. 17-30).

Diaconisa Ruthild Brakemeier São Leopoldo/RS


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Fé Luterana 11

Diaconia Estava doente e cuidaram de mim... Diaconia, para início de reflexão, significa ‘serviço’. É a prática solidária motivada pelo amor cristão, fundamentado no ensinamento e na prática de Jesus Cristo. Cristo ensinou que só é possível o amor a Deus se este amor se estende ao próximo (1Jo 4.20). Trata-se, portanto, da ‘fé em ação’. Cristo ensinou também, pela sua prática, que amar ao próximo consiste em uma ação que propicia dignidade humana e reintegração na sociedade (Mt 9.35 ss). O reconhecimento por tudo o que Deus fez e faz pelos seus filhos e pelas suas filhas leva o cristão a retribuir as bênçãos recebidas mediante o serviço desinteressado em favor do seu próximo. Toda pessoa cristã é desafiada a testemunhar o amor de Deus não apenas no discurso, mas, sobretudo, na prática solidária em favor dos mais necessitados, colocando, cada qual, o seu dom a serviço. Isto é diaconia! Então, muitas são as possibilidades. Sem dúvidas, uma das mais desafiadoras e importantes, e que é um imperativo bíblico (Mt 25.36), é o cuidado para com as pessoas enfermas, porque se um membro sofre, todos sofrem com ele (1Co 12.26). Segundo Hermann Schauer, ‘Diaconia é, desde a sua origem, sempre a inclinação da Igreja para os lugares mais profundos de miséria’. Certamente, a doença é um desses lugares! Quando adoece, a pessoa fica profundamente fragilizada. Na vida, este é um dos momentos em que mais precisamos de apoio, de um ombro ami-

go, de alguém que seja solidário para com a nossa situação. O serviço diaconal começa pela intercessão em favor da pessoa enferma, no culto cristão. Como segundo passo, vem a visitação, por meio da qual é possível colocar-se ao lado da pessoa enferma, ouvir as suas angústias, transmitir-lhe palavras de ânimo e buscar conforto por meio da oração com ela. Entretanto, a simples presença de alguém que se importa com a pessoa enferma já é um importante passo na superação da doença, seja ela física ou espiritual. Um terceiro passo importante no apoio à pessoa enferma é observar se ela está recebendo a devida atenção por parte da família, pois, em muitos casos, pessoas enfermas são abandonadas à própria sorte. Nesses casos, é imprescindível intervir para buscar ajudar a pessoa fragilizada. Não se pode esperar a cura cair do céu, ficando de braços cruzados. Deus cuida dos seus filhos e das suas filhas, especialmente quando estão fragilizados e fragilizadas, mas isto não nos isenta de fazermos o que nos cabe. É como se diz ‘não adianta orar pedindo por cura e deixar de buscar um tratamento para a doença’. A diaconia, portanto, não pode ser ingênua. É preciso estarmos sempre atentos a situações de injustiça, sempre auxiliando na sua superação. Para refletir, leia Mateus 25.31-46

Diác. Jianfranco Berger, formado em Diaconia pela Associação Diacônica Luterana (ADL), em Afonso Cláudio/ES, em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, e pós-graduado em Ética pelo Instituto Ecumênico de Pós-Graduação (IEPG) da Faculdades EST. Atua na Paróquia em Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá/ES

A relação entre diaconia e o culto da comunidade

Diác. Nádia Mara Dal Castel de Oliveira, formada em Psicologia pela PUC, em Curitiba/PR, e em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Atua na Paróquia dos Apóstolos - Comunidade Evangélica de Joinville/SC

No sentido amplo e primeiro, entendemos diaconia como o serviço de Deus ao mundo. A missão de Deus foi servir (diakonen) em amor à humanidade. Deus nos serve, por isso servimos. Deus nos ama, por isso amamos. É a partir da obra e do amor de Deus por nós que somos pessoas enviadas para servir em amor, testemunho, paz e justiça. A diaconia da comunidade tem fundamento e só acontece a partir da diaconia de Deus. Lembro com carinho das aulas de liturgia e culto cristão em que fixei o conceito de culto. O culto é o encontro da comunidade com Deus. É espaço sagrado de encontro, pois Deus é presente em nosso meio. No culto, testemunhamos isso. Hoje, na prática do Ministério, procuro levar as pessoas a entenderem que o culto é central na vida de uma comunidade. É espaço de encontro e comunhão, partilha e fortalecimento. Este encontro é organizado e preparado com carinho de uma forma que chamamos liturgia. Entendendo a diaconia como serviço de Deus ao mundo, no culto da comunidade é Deus quem nos serve! Deus nos serve nos acolhendo. É em nome dele que nos reunimos em culto e o saudamos, cantamos hinos de gratidão. Deus nos serve ouvindo a nossa confissão de culpa, o nosso coração aflito, anunciando o perdão dos nossos pecados, nos reconciliando com Ele e nos oportunizando recomeços. Deus nos serve ouvindo o clamor do mundo, de tanta gente que sente dor. Assim servidos, como comunidade, cantamos glória a Deus e oramos em gratidão. No culto, Deus continua nos servindo com a sua Palavra - orientação e luz para o nosso caminhar. Nós, como comunidade, lembramos que podemos servir em oração, intercedendo por pessoas e situa-

ções. Deus nos serve ouvindo a nossa oração. Deus nos serve com a vida e tudo o que dela provém. Nós servimos ofertando em gratidão às bênçãos dadas por Deus. O nosso encontro, o culto da comunidade, tem um momento máximo de diaconia, de serviço em amor de Deus por nós, a Ceia do Senhor. Na Ceia, é Deus quem nos serve. É Deus quem nos convida e nos leva a comunhão. Ele é o alimento que nos é servido. Toda a comunidade é convidada a participar. Depois desta comunhão nos é lembrado que a paz de Deus é conosco e que esta paz que Cristo dá é para ser compartilhada. Ao fim do culto, Deus nos abençoa e nos envia. As últimas palavras proferidas em culto são um seguimento deste encontro. Somos pessoas abençoadas para servir, abençoadas e enviadas a dar continuidade ao serviço de Deus, do qual terminamos de testemunhar e relembrar em culto. O ponto máximo da relação entre diaconia e o culto da comunidade está no envio. Está na última parte da liturgia do culto comunitário. Ele nos acolhe, perdoa, alimenta com a sua Palavra e o seu corpo e sangue, abençoa e envia para servir no mundo, lá onde nós estamos, moramos, trabalhamos e vivemos, testemunhando o amor de Deus. Para refletir, leia João 13.1-20


Jorev Luterano - Março - 2013

12 Geral

Educação cristã vivendo, aprendendo e ensinando

Comunidade: espaço de partilha - A fé é dádiva de Deus! Ela é dinâmica, comunica, interage com o mundo, promove aceitação. Para tanto, é necessária a (in)formação cristã contínua. O Plano de Educação Cristã Contínua (PECC) é uma ferramenta importante da IECLB que auxilia as Comunidades diante da fé que Deus desperta nelas. Educação pressupõe método, clareza de como pregamos e testemunhamos a fé cristã. Por exemplo, diante de tantas compreensões e experiências de Igreja, muitas pessoas começam a associá-la como espaço de sentido de vida. Muitas vezes, a Igreja passa a ser a extensão da família, inclusive daquela que gostaríamos de ter por meio dos vínculos biológicos e não temos, mas encontramos na Comunidade. A graça de Deus é uma experiência que se traduz no convívio com as outras pessoas. A necessidade de relacionar-se se constrói com um jeito de ser. Vejamos: a prática do partilhar o pão (refeições comunitárias) está muito presente nas nossas Comunidades. Este é

um jeito de ser Comunidade e sempre fez parte da Igreja. O desafio é transformar estes momentos de partilha do pão em espaços em que todo o corpo, diante das suas necessidades, possa ser alimentado. Nesse sentido, o Ensino Confirmatório é um momento especial na vida da família. Existem experiências na nossa Igreja em que toda a família é convidada a participar e a interagir em uma proposta de Educação Cristã Contínua (ECC). Em algumas Comunidades, há encontros que iniciam

com uma janta ou um lanche. Segue-se com um programa no qual pais e mães se encontram diante de um tema e interagem em grupos. As crianças também têm encontros de música e contação de histórias, além dos encontros dos confirmandos e

P. Werner Kiefer, formado pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, exerceu o Ministério Pastoral nas Paróquias em Ji-Paraná/RO, Chapecó/SC e Joinville/SC. Atua na Paróquia Matriz da Comunidade Evangélica de Porto Alegre/RS (CEPA)

Conte até dez! Dyeimes Braun Representante do Sínodo Espírito Santo a Belém no Conselho Nacional da Juventude (CONAJE) das confirmandas. Esta metodologia oportuniza uma nova compreensão de Igreja, em que experiências são valorizadas e vínculos são construídos e fortalecidos. Quem sabe seja este o momento de refletir sobre os nossos jeitos de ser comunidade cristã e redescobrir este espaço da nossa Igreja como um lugar no qual nos sintamos participantes na articulação das nossas questões existenciais? A fé é uma descoberta conjunta. Integrar-se em uma proposta de Educação Cristã Continua é ser a gente mesmo, é prezar pela continuidade de espaços de comunhão, nos quais o Pão Nosso, de múltiplas formas, é partilhado e vem fazer a diferença na nossa jornada.

Projetos Missionários 2013 O repasse das ofertas para a missão da Campanha Nacional Vai e Vem 2012 gerou um sorriso no rosto das pessoas envolvidas, um sorriso de gratidão e de bem-estar. Sorriem as pessoas que ofertam, as pessoas nos projetos beneficiados e as pessoas envolvidas na sua organização em todas as instâncias! É bom saber que conseguimos evoluir positivamente nesta caminhada, participando no processo de edificação da nossa Igreja. Em 2012, a Campanha Vai e Vem arrecadou R$ 845.167,87, superando os valores dos anos anteriores. O sorriso que se abre nos impulsiona à alegria e à gratidão pelo que foi realizado e, ao mesmo tempo, inspira e encoraja a manter o passo e o ritmo em busca da continuidade! Com estes recursos, a Vai e Vem vai apoiar os seguintes projetos missionários em 2013:

Biguaçu/SC

Sínodo Centro-Sul Catarinense

Boa Nova/RS

Sínodo Planalto Rio-grandense

Ceilândia/DF

Sínodo Brasil Central

Chapada/RS

Sínodo Planalto Rio-grandense

Matupá/MT

Sínodo Mato Grosso

Norte Fluminense/RJ

Sínodo Sudeste

Paz/RS

Sínodo Sul-Rio-Grandense

Pedro Osório/RS Sínodo Sul-Rio-Grandense Petrolina/PE

Sínodo Brasil Central

Rurópolis/PA

Sínodo Mato Grosso

Sul do Pará/PA

Sínodo Mato Grosso

Veranópolis/RS

Sínodo Nordeste Gaúcho

Vila Rica/MT

Sínodo Mato Grosso

Fundo Solidário a Paróquias e Comunidades P. Mauro Schwalm Secretário de Missão Secretaria Geral da IECLB

Jovem, como está a sua paz? Neste novo ano, cada um e cada uma de nós têm vários novos objetivos para alcançar, mas não podemos nos esquecer de dedicar tempo para agradecer a Deus pela vida. Com certeza, somos especiais no plano de Deus, por isso é importante cuidar bem da nossa vida. Cuidar bem da vida significa cuidar bem também das pessoas com as quais convivemos: pai, mãe, irmãos, irmãs, colegas de trabalho, Comunidade. Como está a sua convivência com as pessoas? Precisamos estar conscientes de que qualquer ato ou o que falamos sem pensar pode machucar e deixar marcas amargas na vida das pessoas. Por esse motivo, convido você a parar e a contar até dez. Pode parecer pouca coisa, mas o simples fato de parar e contar até dez pode se tornar um grande gesto de paz. Um bom exercício é começar pela sua casa, com as pessoas que você ama. Essas nunca devem ser maltratadas. Quando houver alguma dificuldade na sua vida, são essas pessoas que vão estar ao seu lado, dando carinho, proteção e amor. Nós, jovens, somos parte desse mundo bom, criado e preservado por Deus. Cabe a nós sermos protagonistas de uma nova mentalidade e nos convertermos diariamente para vivermos de forma responsável e com respeito na bela e fragilizada Criação de Deus. Que assim possamos, como pessoas jovens cristãs, ser, participar e testemunhar, para que haja mais paz no mundo. Vamos fazer a nossa parte? Conte até dez!


Jorev Luterano - Março - 2013

Comportamento 13

A Igreja como corpo

P. Dietmar Teske, graduado em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, com Especialização em Aconselhamento e Psicologia Pastoral pelo IEPG (Faculdades EST), exerceu o Ministério Pastoral na Paróquia São Lourenço do Sul, quando também foi Pastor Distrital do então DE Rio Camaquã. Atualmente, é Pastor Sinodal no Sínodo Sul-Rio-Grandense, com sede em Pelotas/RS

É no apóstolo Paulo que encontramos a alusão de Igreja como corpo. Com o objetivo de ilustrar a delicada relação entre diversidade e unidade na comunidade de Corinto, Paulo usa a imagem do corpo e de seus membros (1Co 12.12-31a). Em Roma, no tempo do Império, para acalmar os ânimos dos plebeus que se rebelaram contra a aristocracia e entraram em greve, a imagem Este corpo, que é a sua Igreja, nasce do corpo de Cristo, do corpo foi usada na que foi entregue para remissão dos pecados (1Co 15.3s) fábula de Menenius Agrippa para legitimar a sociedade foi mais do que acertada ao designar de classes, em que uns podem mais de Sínodo o conjunto de Comunidades e Paróquias. Um corpo saudável, neque outros. Ao usar a imagem do corpo, o a- cessariamente, é um corpo em movipóstolo Paulo pretende o efeito mento. O Sínodo é isso, Comunidades contrário, porque Igreja é corpo e o e Paróquias, juntas no caminho - a zelar fundamental é que haja equivalên- pela unidade a partir da confessionacia dos dons do Espírito. Na Igreja, lidade luterana. Quem, por exemplo, frequenta não pode haver hierarquia. O apóstolo acolhe a imagem para dar-lhe uma academia, sabe que os memum novo sentido e colocá-la a serviço bros não podem ser exercitados dedo Evangelho. Paulo usa a compa- sordenadamente, porque haverá preração para dizer que o corpo é um, juízo para os membros individualembora tenha muitos membros. Na mente bem como para o desempeunidade, há diversidade. Esta di- nho do corpo como um todo. Uma versidade será rica quando couber Comunidade ou Paróquia, apesar em um só corpo, não qualquer cor- dos seus múltiplos dons, da capacipo, mas corpo de Cristo (1Co 12.12b). dade material e financeira, deve esO apóstolo, pela primeira vez, con- tar a serviço de Cristo. São parte de cebeu a Igreja como corpo de Cristo. um todo, no qual cada parte é de Este corpo, que é a sua Igreja, nas- inestimável valor e responsável pece do corpo de Cristo, que foi entre- la outra parte, mesmo que esta parte gue para remissão dos pecados (1Co seja mais frágil e nem sempre tão 15.3s). Não se trata, portanto, de dinâmica. Ao aprovar a edição da Revista dos um corpo qualquer. A cabeça deste 15 anos, o Sínodo Sul-Rio-Grandencorpo é Cristo (Ef 4.15 e Cl 1.18). Quando, em 1997, a IECLB decidiu se fez questão de mostrar aos mais pela reestruturação, ela optou pelo de 30 mil membros as suas mais de uso da palavra sínodo para designar 100 Comunidades. Mesmo que houaquela instância logo após a Admi- vesse Comunidades com álbuns renistração Central. Juntos no caminho é cheados de fotos e também inúmeo significado desta palavra. A escolha ros fatos da vida comunitária publi-

cados em livros e artigos de jornais, ninguém se sobressaiu nem lhes foi concedido um espaço privilegiado. Todas as Comunidades estão na revista, na diversidade, porém, juntas no caminho. O Concílio Extraordinário da IECLB que aprovou a reestruturação, realizado em Ivoti/RS, não o fez com o objetivo de criar instâncias isoladas, em que cada Sínodo estivesse à vontade para cuidar dos seus interesses locais e regionais, o que até se justificaria por sermos um País com dimensões continentais. Este e os demais Concílios comprometeram-se a dar maior atenção à identidade confessional, fator decisivo na afirmação da unidade, sem desmerecer a diversidade de dons. Os Sínodos, por sua vez, nas Assembleias Sinodais, aprovam o plano de objetivos e metas de missão na Igreja na área do Sínodo. Tudo isso para dar testemunho de uma Igreja em movimento, na qual há espaço para a diversidade, porém, comprometida com a unidade de toda a IECLB. Se o Concílio da Igreja é o espaço privilegiado que reúne representantes de 18 Sínodos para definir a linha de atuação e estabelecer planos de ação, cabe aos Sínodos motivar os seus Ministros, as suas lideranças e os seus membros a participarem da missão de Deus, que é comum a toda a IECLB. Assim, é motivo de alegria e gratidão a Deus, apesar da indiferença ou até da resistência de alguns, a caminhada comum nos 33 anos de Tema e Lema da IECLB bem como os cinco anos de Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem.

Assembleia na carpintaria A assembleia na carpintaria tornou-se, ao longo dos anos, em muitos meios, eclesiásticos e seculares, uma parábola riquíssima para ilustrar os dons e a vocação da Igreja, corpo de Cristo. Conta-se que, na carpintaria, certa vez, houve uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferramentas para acertar as suas diferenças. O martelo exercia a presidência, mas os participantes o notificaram de que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além disso, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou a sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atrito. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito. Naquele momento, entrou o carpinteiro, juntou o ma-

Vamos nos concentrar nos nossos pontos fortes

terial e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a madeira rústica converteu-se em um móvel fino. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse ‘Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com as nossas qualidades, com os nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos nos nossos pontos fracos e nos concentremos nos nossos pontos fortes’. A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas e o metro era preciso e exato. Sentiram-se, então, como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.


Jorev Luterano - Março - 2013

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Was verstehst du unter Vergebung Am Anfang des Konfirmandenunterrichtes wurde u.a. die Frage gestellt ‘Was verstehst du unter Vergebung?’. So war die Reaktion der Konfirmanden: 40 haben nichts geantwortet 10 Wenn Gott die Sünden vergibt 5 Verzeihung der Sünden 3 Verzeihung 2 Sündenbekenntnis 3 Die Sünde wird vergeben 2 Man vergibt was - Eine Sünde bereuen, dann vergibt uns Gott - Das ist wenn Gott vergibt beim Abendmahl - Wenn man jemandem verzeiht - Wenn Gott jemandem vergibt - Eine Entschuldigung - Entschuldigung Gottes - Man bittet Gott um Verzeihung für alle Sünden - Was Gutes - Ist von Jesus - Sich bei Gott entschuldigen - Wenn man sich vornimmt, nicht zu sündigen - Vergessen der bösen Taten - Ist wenn Jesus unsere Sünden wieder gut macht Es gibt Leute, die machen einen Unterschied zwischen Verzeihen und Vergeben. Sie meinen verzeihen das tut man oft in dem Sinne, dass man sagt: “Reden wir nicht mehr davon, Schwamm drüber. Man schlieβt also die Augen vor etwas, das weh getan hat. Sie meinen vergeben tut man mit offenen Augen, man sieht die ganze Schwere der Schuld, sieht sie ein und vergibt sie, d.h. sie wird nicht mehr angerechnet. Sie meinen bei dem schnellen Verzeihen kommt doch der Moment, wo man es dem Andern doch wieder vorhält. In dem Abschnitt aus dem Matthäusevangelium wird berichtet, dass einer der Jünger Jesu ihn fragte: Wie oft muss ich meinem Bruder vergeben? Die Antwort Jesu ist etwas eigenartig: 70 mal 7 mal. Als ob das Problem mathematisch gelöst werden könnte. Soll das heiβen: Ein Christ muss immer nachgeben? In der Familie hören wir manchmal solche Töne, besonders unter Geschwistern: Ich muss immer nachgeben! Das könnte nämlich konkret heiβen: Wie oft muss ich mich auslachen lassen? Wie oft muss ich mir als Mutter vorwerfen lassen, die Hausarbeit sei nicht ordentlich gemacht? Oder: Hausarbeit sei überhaupt keine Arbeit. ( Ich weiβ gar nicht, was du blos den ganzen Tag machst. Immer ist das, was ich anziehen möchte, in der Wäsche.) Wie oft soll ich im Betrieb den Sündenbock spielen? Was es mit der Vergebung auf sich hat, versucht Jesus uns durch ein Gleichnis klar zu machen. Es geht um eine Unterschlagung. 10.000 Pfund gegenüber 100 Silbergroschen, die der Kollege schuldig ist. Was soll man dazu sagen? Unmöglich dieser Kerl. Unmöglich

Am Anfang des Konfirmandenunterrichtes wurde u.a. die Frage gestellt ‘Was verstehst du unter Vergebung’

Pfarrer Martin Hiltel

dieser König – er verzeiht die groβe Schuld. Und doch, das gibt es. So ist das zwischen Gott und uns. So viel schulden wir Gott – und so wenig im Vergleich der andere Mensch uns. Und so handelt Gott mit uns. Wo andere sagen würden: Jetzt reichts mir, sagt Gott: Ich vergebe, ja ich erdulde. Wo uns der Geduldsfaden reiβt, fängt Gott noch einmal mit uns an. Er probierts mit uns jeden Tag neu. Die Verhandlung des Königs mit seinem Knecht macht uns deutlich, wie Gott vergibt. Aus freier Initiative und zwar bedingungslos. So ist diese Geschichte eine Illustration zur Bitte des Vater Unsers: “Und vergib uns unsere Schuld, wie auch wir vergeben unseren Schuldigern”. Es wäre falsch zu sagen: Gott vergibt erst, wenn wir vergeben. Aber was sind wir denn Gott schuldig? – Unser ganzes Leben. Er hat uns dieses Leben gegeben, damit wir es gebrauchen in rechter Verantwortung. Er hat uns die Gebote als Schutz und Aufgabe gegeben. Und wir missbrauchen immer wieder diese Freiheit Gottes und handeln gegen die Gebote. Damit zerstören wir unseren eigenen Frieden, unsern Frieden mit dem Mitmenschen und so auch unsern Frieden mit Gott. Was sollen wir nun tun? Die Antwort kann nicht einfach lauten: Du musst dir eben alles gefallen lassen. Sondern du musst wissen, wenn du etwas Schlechtes tust, führt das zu Enttäuschung und Angst und das wiederum führt zu Hass und Verbitterung. So wird dann oft eine winzig kleine Schuld riesengroβ gemacht. (Aus der Laus ein Elefant). Wir steigern uns hinein, keiner will nachgeben und so werden die Wertverhältnisse verdreht. Gott will uns helfen, die rechten Wertverhältnisse wieder herzustellen. Dass wir wieder mit nüchternen Augen sehen worin der eigentliche Wert unseres Lebens steht. Die Dinge unter uns werden leichter geregelt, wenn das Kleine klein wird. Bereit sein zu vergeben – heiβt nicht einfach immer nachgeben. Heiβt aber Mut haben. Vergeben oder um Vergebung bitten heiβt nicht ein Schwächling sein, sondern dazu gehört Stärke und Selbsterkenntnis. Beim Vergeben vergeben wir uns gar nichts, ganz im Gegenteil: Vergeben bringt Verständnis und Frieden. Und wenn wir im Vater Unser beten werden: Und vergib uns unsere Schuld wie auch wir vergeben unseren Schuldigern, so lasst uns daran denken, wie Gott uns die Voraussetzung zum Vergeb anbietet. Aber dass das auch heiβt: Wenn wir nicht bereit sind zu vergeben, dann haben wir auch Gottes Vergebung nicht angenommen. Dann fehlt uns die Fähigkeit in Frieden miteinander zu leben.


Jorev Luterano - Março - 2013

Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento.

Entre em contato conosco!

Homenagem Para viver bem e melhor, deve-se estar empenhado em fazer mudanças de hábitos, como promover a socialização, modificar condutas, restabelecer vínculos, assumir papéis, empregar toda a criatividade, valorizar as atividades que melhoram as relações humanas, além de desenvolver o conhecimento e a cultura (Walmy Krause, 2000).

Bodas de Diamante Com imensa satisfação, no dia 2 de junho de 2012, em Porto Alegre/RS, os cinco filhos, os oito netos, os cinco bisnetos e os demais familiares e amigos reuniram-se para comemorar uma data muito especial e prestar homenagem pelos 60 anos de matrimônio de ILGA ERNA (12 de março de 1932) e EGON HEINSCH (24 de maio de 1929) Nessa comemoração, em ato celebrado pelo Pastor Werner Kiefer, da Paróquia Matriz, da Comunidade Evangélica de Porto Alegre/RS (CEPA), o casal recebeu as bênçãos e recepcionou mais de 160 convidados.

Queridos pais WALMY E ROMEO KRAUSE Viver bem e melhor! Foi isso o que vocês exalaram nas nossas vidas, um aprendizado constante! Este poema é um retrato do que durante 61 anos foi um lema para vocês, casados desde 22 de setembro 1951, um exercício constante na construção do relacionamento a dois. Foi na mudança de atitudes que vocês nos mostraram as melhores relações entre as pessoas. Foi na persistência que nos ensinaram a resiliência e, acima de tudo, o amor.

O enlace matrimonial de Ilga e Egon Heinsch realizou-se em 24 de maio de 1952, em Três de Maio/RS

Recebam esta homenagem dos seus filhos, filhas, noras, genros, netos, netas e bisneto

Falecimento Com profundo pesar, comunicamos o falecimento, ocorrido em 15 de maio de 2012, em Paverama/RS, de

Falecimento Com profundo pesar, comunicamos o falecimento, ocorrido em 27 de fevereiro de 2012, em Paverama/RS, de

HELMUTH KÖRNER Nascido em 24 de outubro de 1927, em Paverama, filho de Sofia (nascida Werkhausen) e Alberto Körner, casado com Olinda Frida Ninov, Helmuth, Agricultor, alcançou a idade de 84 anos, 4 meses e 3 dias, deixando enlutados a esposa, o filho, Hugo Körner, a nora, Voni Kunz Körner, duas netas, um neto, quatro bisnetas, um irmão, duas cunhadas, um cunhado e um vasto circulo de parentes e amigos. A família agradece às Enfermeiras do Hospital Paverama, ao Dr. Raul Rego Lau, aos Médicos e Enfermeiros do Hospital Bruno Born, de Lajeado/RS, aos Motoristas das ambulâncias do Posto de Saúde, ao Pastor Marcos Augusto Armange, ao Coral da OASE e ao Coral Misto, ao Grupo da 3º Idade ‘Alegria de Viver’, ao Professor Altair Reihner, à Funerária Folmer e aos amigos e amigas.

O Senhor é meu pastor e nada me faltará. Salmo 23.1

ALMIRA KUSSLER KUNZ Nascida em 13 de maio de 1928, em Morro Azul, Paverama, filha de Luiza (nascida Diemer) e Jacó Kussler, casada com Jacob Eduardo Kunz (in memoriam), Almira, Agricultora, alcançou a idade de 84 anos e 2 dias, deixando enlutados a filha, Voni Kunz Körner, o genro, Hugo Körner, duas netas, um neto, quatro bisnetas, um irmão, uma irmã, duas cunhadas e um vasto círculo de parentes e amigos. A família agradece às Enfermeiras do Hospital Paverama, ao Dr. Ademar Tigemann, a José Verno Link, à Funerária Folmer, ao Pastor Marcos Augusto Armange, ao Coral da OASE e ao Coral Misto e aos amigos e amigas.

Entrega o teu caminho ao Senhor. Confia nele e o mais Ele fará. Salmo 37.5

Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios

Rua Senhor dos Passos, 202/5º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: jorevluterano@jorevluterano.com.br


VIVER comunidade O Sínodo Brasil Central tem características inconfundíveis e diferentes da maioria das Comunidades da nossa IECLB. Uma delas é a grande área geográfica de atuação das nossas Comunidades e a distância entre elas, abrangendo diversos Estados: Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Tocantins e o Distrito Federal, além da Área Missionária Luterana do Sertão Nordestino. Outra característica que nos marca é a pequena quantidade de membros distribuída nessa imensa área geográfica: somos cerca de 3 mil membros. Essas características, que, para muitos, soam como empecilhos para o anúncio do Evangelho, não nos desanimam. Pelo contrário, somos gratos a Deus por permitir que sejamos, de fato, Comunidades jovens e Igrejas vivas com a importante tarefa de viver e testemunhar o amor de Deus e o seu cuidado, como Cristo nos ordenou (Mt 28.18-22), apesar das distâncias e das dificuldades enfrentadas. Pensando nisso, o Sínodo Brasil Central procura ir ao encontro das Comunidades e das suas necessidades, realizando anualmente o lançamento do Tema e do Lema da IECLB em diferentes localidades. A Assembleia Sinodal também é uma excelente ocasião para refletirmos acerca desses assuntos e compartilharmos, vivermos, participarmos e

PROCURAMOS SER, PARTICIPAR, TESTEMUNHAR A NOSSA FÉ

experimentarmos sinais do que foi testemunhado e está sendo vivido por nós. Durante a Assembleia Sinodal, os nossos membros têm a possibilidade de se munirem de materiais do Tema e do Lema do Ano para levar para as Comunidades e, assim, compartilhá-los com os irmãos e as irmãs de fé. Outras iniciativas que contribuíram para a vivência do Tema e do Lema do Ano aconteceram em 2012, quando, por ocasião do Tema Comunidade jovem - Igreja viva, o Sínodo arcou com a despesa do transporte de 35 jovens de Comunidades locais para o XXI Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), realizado em Pelotas/RS. Também foram elaboradas camisetas com a estampa do Tema e do Lema do Ano. Deste modo, nós, do Sínodo Brasil Central, procuramos Ser, Participar, Testemunhar a nossa fé, vivendo comunidade. Realidade desafiadora, sem dúvida, mas de esperanças renovadas ao ouvir a Palavra animadora de Isaías 41.10: Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão. Que Deus, no seu infinito amor, continue abençoando e nos dando ânimo para sermos, participarmos, testemunharmos e vivermos em comunidade essa alegria de sermos chamados e chamadas filhos e filhas de Deus.

FRUTOS DE gratidão

“A missão da Igreja chama a comunidade discipular de Jesus a dar sinais concretos de ‘fé, gratidão e compromisso’. A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem é ação educativa para a fé cristã. A partir da Vai e Vem, constrói-se a prática de que missão ‘começa em casa’, comprometida com a fé em Deus e com o amor ao próximo”, alertou o P. Everton Luiz Knaul, Ministro na Paróquia de Ceilândia/DF

A Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem é uma oportunidade de agradecer a Deus pelas suas bênçãos. É também uma oportunidade de mostrar-se comprometido com o mandamento de Jesus de anunciar a misericórdia, a bondade e o amor de Deus até os ‘confins da terra’. É oportunidade de perceber como o Espírito Santo tem abençoado os trabalhos amparados pelos resultados da Campanha Vai e Vem! O Sínodo Brasil Central vive, nesta extensa região do Brasil, a partir dos frutos da missão. As suas Comunidades vivem da graça de Deus e da solidariedade das Comunidades irmãs, que, juntas, têm se empenhado a cada edição nesta Campanha. Muitos projetos nasceram com o auxílio destes recursos e hoje são autônomos. A edificação de Comunidades tem alcançado áreas geográficas no extremo Norte do nosso país apoiadas pela Campanha Vai e Vem. A força recebida de Deus tem impulsionado as Comunidades da IECLB a expandir o Evangelho por todo o território brasileiro. O Sínodo Brasil Central tem mostrado, em todas as edições da Vai e Vem, que quem é diretamente beneficiado valoriza o que recebe. Temos respondido com gratidão para além da meta, vista como um incentivo e não como ponto de acomodação.

No Sínodo Brasil Central, procuramos ir ao encontro das Comunidades e das suas necessidades, realizando anualmente o lançamento do Tema e do Lema da IECLB em diferentes localidades. As Assembleias anuais das Comunidades contam com a participação do Pastor Sinodal ou do Pastor Vice Sinodal, oportunizando mais um espaço para esta reflexão, compartilhou o P. Jonas Zenkner Beier, Pastor na Comunidade em Uberlândia/MG

VAI E VEM: AÇÃO EDUCATIVA PARA A FÉ CRISTÃ

Em 2012, lançamos a Campanha na Assembleia do Sínodo. Os materiais da Vai e Vem foram apresentados aos representantes de cada Comunidade e os Ministros e as Ministras receberam textos motivadores durante o período da Vai e Vem. Foi em um movimento constante que os, aproximadamente, 3 mil membros do Sínodo ofertaram mais de R$ 13.000,00 para a Vai e Vem, superando todas as expectativas. Foi motivo de grande alegria todas as Comunidades do Sínodo terem apresentado crescimento nos resultados das ofertas. Chegamos a todos os cantos do Sínodo com a motivação para produzir sinais de gratidão da fé em Jesus. Para a Campanha 2013, já demos a largada na arrecadação na última reunião do Conselho Sinodal, em 2012, na Comunidade de Cristalina/GO. Desafiamos cada Comunidade a encontrar a melhor alternativa para fazer a Campanha Vai e Vem conhecida e motivar os membros à participação. Como acreditamos muito na Campanha, porque vivemos dos frutos gerados pela união das forças em todo o território nacional, somos gratos e motivados à ação de arrecadar ofertas para as Comunidades missionárias. Quando se trabalha com gratidão para uma Igreja viva, o Espírito Santo abençoa as ações e as usa no anúncio do amor de Deus para com a sua gente.


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