Jornal Evangélico Luterano - Ano 49 - nº 822 - Novembro 2018

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Jornal Evangélico Luterano | Ano 49 | Novembro 2018 | n o 822

Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... A Paróquia Cristo Redentor de Curitiba/PR e o Sínodo Paranapanema sediaram, entre os dias 17 e 21 de outubro de 2018, o XXXI Concílio da Igreja, órgão deliberativo máximo da IECLB

Agora, são... outros 500!

Olhar nos olhos, escutar e sentir

Programas de Acompanhamento

A caminho da Missão que Deus nos confiou

Palavra não foi feita para dividir ninguém

Fortalecimento da Ação Comunitária

Presidência

Perspectiva

Prioridades


Jorev Luterano - Novembro 2018

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REDAÇÃO

XXXI Concílio da Igreja Mensagem às Comunidades Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... Esse tema guiou as reflexões das pessoas integrantes do XXXI Concílio da IECLB, realizado entre 17 e 21 de outubro de 2018, na Paróquia Cristo Redentor de Curitiba/PR, no Sínodo Paranapanema. Junto ao alegre e inspirador movimento das crianças do Colégio Martinus, a instância máxima de decisões da Igreja celebrou, refletiu, dialogou e decidiu sobre os rumos e o futuro da IECLB. Em meio às responsabilidades e às expectativas de um momento eclesiástico histórico, o colegiado bastante renovado de representantes sinodais fortaleceu-se pela presença de pessoas convidadas, representantes de entidades identificadas e da Comunidade ecumênica nacional e internacional que reconhecem na IECLB uma referência na caminhada. Nesta mesma cidade, por ocasião do Concílio de 1970, a IECLB, enquanto Igreja de Cristo, manifestou o seu compromisso com a garantia de vida digna para todas as pessoas, ao afirmar que nem situações excepcionais podem justificar práticas que violam os direitos humanos (Manifesto de Curitiba-IECLB/1970). No atual contexto brasileiro, o desafio permanece: em resposta ao amor de Deus, a IECLB afirma a sua Missão de promover a justiça, a paz e o amor, sem se conformar com as injustiças, exercendo voz profética. Afinal, é preciso que o mal do mundo não nos pareça normal. Enquanto pessoas luteranas, comprometidas com a Missão de Deus, o chamado é para viver o Evangelho com o olhar para além de nós, de maneira compassiva, em parceria no caminhar, lado a lado, com vidas em comunhão. Este é o imperativo evangélico e a resposta da IECLB em uma realidade sedenta de referências tais como ovelhas sem pastor (Mc 6.34). Ao abraçar essa Mensagem às Comunidades, não tenhamos dúvida: Jesus caminha ao nosso lado como fez em Emaús (Lc 24.15). Rogamos que a Presidência eleita neste Concílio (Pa. Sílvia Genz - Pastora Presidente, P. Odair Braun - Pastor 1º Vice-Presidente e P. Dr. Mauro Souza - Pastor 2º Vice-Presidente) conduza a IECLB com vistas à uma Igreja que viva o Evangelho com empatia, compaixão e comunhão. Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27).

CAPA O Concílio, órgão deliberativo máximo da IECLB, é realizado a cada dois anos, sempre em uma Comunidade da Igreja, envolvendo representantes, lideranças, Delegados, Delegadas, convidados ecumênicos, convidadas ecumênicas e equipe de apoio.

SUMÁRIO 2

REDAÇÃO

CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE

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ENFOQUE

VIDA EM COMUNIDADE CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS

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PALAVRA

GESTÃO MINISTERIAL COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS TEMA DO ANO

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PRESIDÊNCIA

PALAVRA DA PRESIDÊNCIA RETROSPECTIVA AGENDA

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FORMAÇÃO

EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA PROPOSTA METODOLÓGICA FACULDADES EST

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DIVERSIDADE

O RACISMO CONTINUA NO AR PRONUNCIAMENTO

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UNIDADE

DEUS, ÚNICO

FÉ LUTERANA

DEUS NÃO SE COMPRA NEM É QUALQUER UM

PERSPECTIVA

Palavra não foi feita para dividir ninguém... Quem vende graça cria desgraça!

MISSÃO

PLANO DE AÇÃO MISSIONÁRIA DA IECLB PROJETOS MISSIONÁRIOS PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM

PRIORIDADES

PROGRAMAS DE GESTÃO PUBLICAÇÕES

GESTÃO

GESTÃO ADMINISTRATIVA DOCUMENTOS NORMATIVOS GUIA PARA O PRESBITÉRIO

CONCÍLIO

XXXI CONCÍLIO DA IGREJA

COMUNICAÇÃO

RECURSOS

Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros. Filipenses 2.4 EXPEDIENTE Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Secretário Geral P. Marcos Bechert Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 Administrativo Elizangela Basile ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.

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ENFOQUE

Vida em Comunidade Há Cultos com Ceia do Senhor. No passado, as Comunidades da IECLB usavam hóstia (uma pequena e fina ‘bolacha’, feita de farinha e água) e vinho tinto nessa celebração. Hoje, há algumas perguntas em relação a esses dois elementos, mas há critérios para refletir e decidir! P. Dr. Romeu Martini | Assessor Teológico da Presidência da IECLB A Ceia do Senhor foi instituída por Jesus em uma refeição. Ali, Jesus utilizou dois alimentos que estavam sobre a mesa – pão e vinho – e deu-lhes um significado especial. Como se tratava de uma refeição pascal, que rememorava a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, o pão era sem fermento e o vinho, tinto, normalmente servido em refeições especiais. Em algum momento da história da Igreja se teve a ideia de substituir pão por hóstia, uma maneira de dizer: é um pão especial, que não esfarela. Destinase a uma ocasião especial. Faz sentido! No entanto, surgiram perguntas em relação à hóstia. Por que hóstia? Afinal, isso é pão? Ao mesmo tempo, passouse a refletir que o pão utilizado por Jesus para instituir a Ceia expressava a história passada da comunidade reunida: era pão que lembrava sofrimento e liberdade. A hóstia faz recordar o quê? Daí se avaliou: e se nós, hoje, tam-

INDICADORES FINANCEIROS

bém usássemos o nosso pão cotidiano na Ceia? Será que a Ceia não passaria a ter um significado mais profundo, aquilo que ela, de fato, é? Ela remete ao sacrifício de Jesus por nós e, igualmente, nos coloca na comunhão de filhos e filhas de Deus, redimidos e redimidas do pecado, aptos e aptas a promover justiça e paz – pão partilhado e não acumulado. O mesmo se dá com o vinho. Por amor às pessoas que lutam contra o álcool, faz mais sentido utilizar um suco puro e bom, feito da mesma uva que o vinho e que tem mesma cor, cor do sangue que Cristo derramou em nosso favor. Na Ceia do Senhor, o essencial não está na matéria (se hóstia ou pão e se vinho ou suco). Essencial é saber: os elementos utilizados contribuem para apontar o significado do sacrifício de Cristo por nós e das consequências dali decorrentes para a vida cristã? Boa conversa!

UPM Outubro/2018

4,5500

Índice Setembro/2018 0,48 % Acumulado 2018

Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Gálatas 5.1

OFERTAS NACIONAIS 11 DE NOVEMBRO 25o Domingo após Pentecostes Apoio para a Promoção do Ecumenismo A IECLB é uma Igreja ecumênica. Ser ecumênico, ecumênica é assumir que vivemos em uma casa comum, a casa de todas as pessoas. Conviver na casa comum e testemunhar o amor de Deus por sua Criação é algo que também se torna visível. Por parte da IECLB, isso ocorre quando as nossas Comunidades se encontram com Comunidades de outras Igrejas para celebrar em conjunto, para agir em conjunto diante de uma calamidade ou em apoio a um projeto diaconal. O nosso compromisso ecumênico também se concretiza pela participação em Comissões de Diálogo com outras Igrejas e na participação em Organizações Ecumênicas Nacionais, como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). Em nível internacional, a IECLB participa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e da Federação Luterana Mundial (FLM). Mantemos parcerias com Igrejas na Alemanha, Suécia, Noruega, Estados Unidos, Japão, Moçambique, Angola, Argentina, Chile e América Central. Os recursos se destinam a atender as contribuições regulares a algumas dessas parcerias, enviar representantes em eventos, encaminhar literatura e apoiar o desenvolvimento de diversas ações ecumênicas. No amor de Deus, a Ecumene estende-se para muito além das fronteiras das Igrejas, abrangendo a humanidade inteira e toda a Criação.

3,34 %

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PALAVRA GESTÃO MINISTERIAL

Empatia:

uma perspectiva diferente P. Dr. Victor Linn | Pastor, Psicanalista e Coach Eu acho que você pensa que… Assim se expressa o que, em Psicologia, se chama empatia: a capacidade de pensar a partir da situação que vive a outra pessoa e, de certa forma, elaborar hipóteses sobre o que ela pensa ou sente. Tipicamente humana, ela é um dos recursos mais importantes nas inter-relações e a sua falta, uma das principais causas de conflitos e fracassos em cooperações. Em situações que experimentamos como ameaçadoras, o funcionamento mental ‘desativa’ essa habilidade e regride à sua forma mais arcaica, na qual predominam os impulsos de ataque, fuga ou inércia. Esse modo de funcionamento geralmente suscita reciprocidade, ficando prejudicada ou inviável a capacidade de interagir. Quando confrontados com alguém nesse estado, o caminho mais eficaz para superá-lo é, primeiramente, criar uma ‘zona de conforto’ para si mesmo. Pela respiração, lembrança ou contato visual com uma pessoa a quem se quer bem, são emitidos sinais que tranquilizam o sistema nervoso e (re)estabelecem uma atmosfera de confiança, que permite ir ao encontro e perceber a outra pessoa também em suas necessidades e vulnerabilidades. Quando uma pessoa percebe interesse por suas razões e demandas, o seu sistema nervoso também recebe sinais que geram a sensação de segurança. Isso permite ‘desarmar’ e facilita a retomada do contato pacífico e construtivo, mesmo quando há interesses contrários e, portanto, incompatíveis. Acolher a perspectiva da outra pessoa não exige identificarse ou partilhar as suas razões, mas abre caminhos na busca por soluções.

COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS

CHA - Habilidade Cat. Dra. Haidi Drebes | Secretária da Habilitação ao Ministério da IECLB Psic. Leila Klin | Psicóloga Organizacional Reconhecemos que uma pessoa tem Habilidade quando percebemos que ela ‘leva jeito’ no desempenho das atividades. Não é difícil identificar no nosso círculo de convívio que algumas pessoas, com mais facilidade, fazem palestras com desenvoltura, enquanto outras cozinham como ninguém. É natural que seja assim: desenvolvemos habilidades diferentes porque nos dedicamos e exercitamos muito mais aquilo que nos dá prazer. É claro que ninguém reúne todas as habilidades. Somos melhores em algumas coisas que em outras e podemos buscar a complementaridade junto às pessoas do convívio. O trabalho em equipe é uma forma legítima de aproveitar os recursos individuais para alcançar os resultados que beneficiarão o todo. Muitas vezes, porém, precisamos desenvolver habilidades com as quais não nos percebemos tão alinhados para atender às demandas do ambiente. Algumas habilidades são condições para o exercício de uma atividade profissional ou para a vida em sociedade. A prática, com disciplina e foco, associada ao conhe-

cimento e à disposição para empreender é que vão garantir esse processo. Quando estamos aprendendo a tocar um instrumento musical ou a falar outro idioma, por exemplo, quanto mais praticamos, mais rapidamente vamos adquirir tais habilidades. Por outro lado, se apenas eventualmente temos oportunidade de conversar em Inglês ou chegar perto do piano, certamente será bem mais difícil. Desenvolver habilidades, além das oportunidades e condições favoráveis do contexto, exige esforço e determinação. Na IECLB, o termo Habilidade é tratado como a parte prática, aquilo que pode ser desenvolvido à medida que se ‘coloca a mão na massa’. O Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) tem o propósito de contribuir para que Candidatos e Candidatas desenvolvam habilidades requeridas para o exercício do Ministério com Ordenação. Naturalmente, as pessoas se mostram mais hábeis em determinadas áreas em relação a outras. Ainda assim, devem estar capacitadas para se comprometer com o Ministério integralmente.

TEMA DO ANO

Amor e fé nas Ordens da Criação P. Dr. Emilio Voigt | Coordenador do Núcleo de Produção e Assessoria da IECLB Para Martim Lutero, Igreja, Economia e Política são as três Ordens da Criação divina. Por meio dessas três Ordens, Deus manifesta a sua vontade no mundo. As três Ordens da Criação são âmbitos da vida e modos pelos quais Deus atua e por meio dos quais o ser humano coopera com Deus. Nesse sentido, um âmbito não é mais sagrado ou mais profano, mais espiritual ou menos espiritual que o outro: ‘Tudo isso é santidade e vida santificada diante de Deus, posto que essas três Instituições ou Ordens estão baseadas na Palavra de Deus. O que estiver fundamentado na Palavra de Deus é necessariamente coisa santa, pois a Palavra de Deus é santa e santifica a tudo quanto a ela estiver ligado ou nela contido’ (Lutero, Obras Selecionadas, vol. 4, p. 370s). O amor cristão é o princípio que determina a ação nas três Ordens: ‘Acima dessas três Instituições ou Ordens está somente a instituição universal do amor cristão, na qual não se serve apenas às três Ordens, mas também, de uma forma geral, a qualquer necessitado com todo tipo de benefícios, tais como: alimentar famintos, dar de beber aos sedentos, perdoar aos inimigos, rogar por todos os homens na terra, suportar todo tipo de mal na terra, etc.’ (Lutero, OS, p. 371). O amor que deve ser concretizado nas três Ordens é igualmente destacado na Confissão de Augsburgo: ‘cada qual, de acordo com a sua vocação, mostre, em tais ordenações, amor cristão e obras verdadeiramente boas’ (Confissão de Augsburgo, Artigo 16). Se o amor é o critério de ação, a fé é o caminho de salvação: ‘Vê, todas essas são obras santas e boas. Mesmo assim, nenhuma dessas instituições se constitui em caminho de salvação. Acima de todas elas permanece o caminho único, ou seja, a fé em Jesus Cristo’ (Lutero, OS, p. 371). Para mais informações, acesse o Portal Luteranos


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PRESIDÊNCIA

Agora, são outros 500! Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... P. Dr. Nestor Friedrich | Pastor Presidente da IECLB

Há um ano, vivíamos intensamente o Jubileu dos 500 anos da Reforma. Em 2018, primeiro ano dos ‘outros 500’, a IECLB esteve reunida no XXXI Concílio, realizado entre os dias 17 e 21 de outubro. O tema do Concílio dizia assim: Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... Inspirados por esse tema, Delegados e Delegadas cantaram, oraram, estudaram, refletiram, debateram e decidiram. Dentre as decisões tomadas pelo Concílio, destacamos: a) a aprovação do Plano Missionário da IECLB 2019-2024, priorizando a Educação Cristã Contínua, a Formação Ministerial,

o Culto e a Comunicação, b) a renovação e o fortalecimento da evangelização, a busca de novas áreas de missão, a valorização da diversidade e o protagonismo juvenil, c) a elaboração e o desenvolvimento de uma Política de Justiça de Gênero, d) a implementação do Ministério Compartilhado e e) a elaboração, via Conselho da Igreja, de um Manifesto acerca do momento vivido em nosso país, a exemplo do Concílio de 1970, que emitiu o chamado Manifesto de Curitiba. Nesse Concílio, também tivemos Eleições para o Mandato da Presidência da IECLB (2019-2022). Para Pastor 2º Vice-

Em todo o universo, não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. Romanos 8.39 RETROSPECTIVA

Presidente, o Concílio elegeu o P. Dr. Mauro Souza. Para Pastor 1º Vice-Presidente, foi eleito o P. Odair Braun e, para Pastora Presidente, foi eleita a Pa. Sílvia Genz. Como pessoas luteranas, portanto comprometidas com a Missão de Deus, o chamado é para viver o Evangelho com o olhar para além de nós, de maneira compassiva, em parceria no caminhar, lado a lado, com vidas em comunhão. Neste ano, o primeiro dos outros 500, reafirmamos a Boa Nova da redescoberta do Evangelho, a graça radical, a misericórdia de Deus revelada em Jesus Cristo. A sua atitude compassiva perdoa pecados, restaura a dignidade das pessoas desprezadas. Em Jesus, Deus se torna próximo do ser humano, se humaniza para nos humanizar, vem para ser o Deus conosco. Viver o Evangelho de Jesus Cristo nos coloca no caminho da empatia e da compaixão, que constroem comunhão em Comunidade. Ao afirmar que queremos viver o Evangelho de Jesus Cristo com empatia, compaixão, comunhão, nos colocamos no caminho da Missão que Deus confiou à IECLB! Que o Senhor da Igreja abra os nossos olhos para novos caminhos, nos dê coragem para irmos por aonde o Espírito Santo nos quer conduzir, nos ajude a refletir acerca dos desafios que o momento nos coloca, nos inspire e capacite para darmos conta da Missão que Ele confiou à IECLB.

AGENDA | NOVEMBRO 4/11

11/11

Investidura no Sínodo Norte Catarinense Joinville/SC P. Nestor Friedrich

12-13/11

Colóquio com Candidatos e Candidatas Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich Pa. Sílvia Genz

Novembro - Comunicação na IECLB O Evangelho foi proclamado ao longo dos séculos das mais diversas maneiras. A mensagem de Cristo carece de constante comunicação. Só assim as pessoas podem se deixar transformar e ser motivadas para testemunhar a misericórdia e o amor de Deus. A comunicação impressa representou e representa um papel importante na vida da IECLB. Eis que, no dia 15 de novembro de 1971, saiu a primeira edição do Jornal Evangélico, resultado da fusão de vários jornais sinodais ou regionais então existentes. Completando 47 anos como Jorev Lutera-

no (130 anos, considerando os periódicos regionais), o Jorev busca auxiliar a IECLB a cumprir a Missão que Deus confiou a essa Igreja, propagar o Evangelho no Brasil e no mundo, congregando luteranos e luteranas de todas as Comunidades da IECLB. O Centro de Literatura Evangelística foi inaugurado em 30 de novembro de 1991, em Blumenau/SC. Ao longo dos anos, foram produzidos milhões de folhetos, cartões de mensagens, brochuras e livros. Centenas de títulos e cartões foram distribuídos por pessoas, grupos, Comunidades e Igrejas.

Investidura no Sínodo da Amazônia Cacoal/RO P. Nestor Friedrich

17/11

Investidura no Sínodo Rio Paraná Marechal Cândido Rondon/PR P. Nestor Friedrich

23/11

Diretória do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS P. Nestor Friedrich

25/11

Investidura no Sínodo Centro-Campanha-Sul Vera Cruz/RS Pa. Sílvia Genz

26-30/11

Comitê do Serviço Mundial da Federação Luterana Mundial Jericó/Israel P. Nestor Friedrich

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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA

Batismo, vivência contínua e comunitária Pa. Débora Daiane Beyer dos Santos

No Batismo, Deus dá a cada pessoa um valioso presente: o seu amor incondicional. Esse presente vai sendo experimentado no decorrer da vida, na vivência da fé. Assim, o Batismo não se limita ao rito, ou seja, ao dia do Batismo, mas é uma realidade a ser vivenciada diariamente. Podemos entender o Batismo, em um sentido mais amplo, como iniciação na vida cristã. O Livro de Batismo da IECLB diz que o Batismo é um conjunto de ações e estágios por meio do qual uma pessoa é conduzida a ser cristã. Nesse processo, a Comunidade Cristã não fica indiferente, mas tem papel importantíssimo, seja pela proclamação do Evangelho, do ensino, da oração, do acompanhamento da pessoa batizada. Dessa forma, podemos dizer que o Batismo é oferecido por Deus por meio da Igreja. A Comunidade Cristã

tem a responsabilidade de auxiliar e dar condições para cada pessoa viver o seu Batismo. Ao assumir a tarefa de batizar, a Comunidade toma sobre si a responsabilidade de proporcionar uma Educação Cristã que possibilite a todas as pessoas viverem a partir de seu Batismo. Com isso, é responsabilidade da Comunidade oferecer um processo de aprendizagem adequado às características e dúvidas de cada fase da vida e que ajude as pessoas a vivenciarem diariamente o Batismo. Não se trata apenas de preparar para o Batismo, mas, e principalmente, de acompanhar posteriormente as pessoas batizadas e de modo muito especial. Essa Educação Cristã é constante e permanente, para toda a vida. A Comunidade é a comunhão de pessoas batizadas. Para fortalecer a comunhão e a vivência do Batismo, ela pode

realizar Cultos de Aniversário do Batismo no decorrer do ano, bem como promover a Celebração de Rememoração do Batismo na Vigília Pascal, entre outras práticas que ajudam e fortalecem a vivência da fé da pessoa batizada. O benefício recebido de Cristo no Batismo nos compromete com o serviço e com a dignificação recíproca dentro da Comunidade Cristã. Conforme o evangelista Mateus (Mt 28.18-20), a Comunidade Cristã recebeu a incumbência de batizar e ensinar. Portanto, essa Comunidade é responsável pela administração do Sacramento do Batismo, bem como pelo processo que conduz à formação das pessoas batizadas. Assim, o Batismo precisa ser assumido como fonte, princípio e norte de toda a ação da Comunidade. Que o bondoso Deus nos ajude a viver diariamente o nosso Batismo em Comunidade!

CRIANÇAS | PROPOSTA METODOLÓGICA

Tempo de alegria?

no serviço público de saúde, as unidades de saúde são precárias e faltam equipamentos para exames.

Material necessário Um exemplar da Revista O Amigo das Crianças no78.

Momento 3 Citar as dificuldades enfrentadas pelas crianças: faltam vagas em UTIs neonatais, há crianças em situação de trabalho infantil e vivendo na pobreza.

Momento 1 Contar a história do nascimento de Jesus. Mencionar as dificuldades passadas por Maria: grávida e enfrentando uma longa viagem. Depois, José e Maria batendo de porta em porta para conseguir hospedagem e não achando um lugar. Faltou amparo.

Canto Reafirmar que nenhuma grávida, nenhuma criança, nenhuma pessoa deveria passar por sofrimentos, por isso cantamos Pelas dores deste mundo (LCI 56).

Momento 2 Comentar sobre o momento atual, em que grávidas também enfrentam dificuldades: encontram portas fechadas para conseguir um trabalho, caminham de um hospital para outro, esperando muito por atendimento

www.est.edu.br

Vestibular na EST Está aberto o período de inscrições para o Vestibular de Verão nos Cursos de Bacharelado em Teologia, Bacharelado em Musicoterapia e Licenciatura em Música. O curso de Bacharelado em Teologia da Faculdades EST prepara para o exercício de Ministérios Eclesiásticos, como

Sugestão extraída da Proposta Metodológica para uso da Revista O Amigo das Crianças, nº 78. Leia a Proposta Metodológica completa e saiba como assinar a Revista O Amigo das Crianças no Portal Luteranos

educacional, diaconal e pastoral,e para atuação junto a organizações públicas, privadas ou do Terceiro Setor, como instituições sociais, educacionais, empresariais e da área da saúde. O Bacharelado em Musicoterapia destina-se a pessoas que tenham algum tipo de vivência musical e querem ser profissionais da área da saúde utilizando a música em terapia, auxiliando o próximo na promoção, prevenção e reabilitação da saúde mental, emocional, física e social. A Licenciatura em Música destinase à formação de Docentes de Música aptos a atuar em escolas de Educação Básica, escolas especializadas da área, atividades de ensino não formal e de-

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mais contextos de ensino e aprendizagem da Música. O período de inscrições para o Vestibular 2019/1 vai até o dia 14 de novembro de 2018 e acontece pelo site da EST. Quem optar pela nota obtida no ENEM deve encaminhar uma cópia do seu Boletim de Desempenho para o e-mail graduacao@est.edu.br, que elimina a prova do Vestibular. A taxa de inscrição é de R$ 40,00. A novidade é a prova totalmente online, pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem, que acontecerá na sexta-feira, dia 23 de novembro de 2018. Os resultados serão divulgados, no dia 28 de novembro de 2018, no site e nos murais da EST.


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DIVERSIDADE

O racismo continua no ar! Um desafio para a Igreja? P. José Alencar Lhulhier Júnior | Ministro na Paróquia de Taió/SC

O racismo ainda existe no Brasil, está presente em toda a sociedade e, também, na Igreja. Em uma sociedade multiétnica, cada indivíduo é tentado a se achar superior ao seu próximo para ter algum valor. O racismo nos afasta da proposta de Deus para conosco, suas criaturas. Somos pessoas criadas e chamadas por Ele a viver em comunhão. Portanto, a discriminação de uma pessoa por causa da cor da sua pele e do seu tipo de cabelo é pecado. Ciente disso, a Direção da IECLB se manifestou contra o racismo em um posicionamento oficial, em 1992, Manifesto Deus não é racista: ‘[...] Discriminação racial equivale a desprezo ao Deus Criador

[...]. Também em 1997 lançou o Tema Aqui você tem lugar, acompanhado pelo Lema Bíblico de Efésios 2.19: Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e sois da família de Deus. Também naquela década apoiou o projeto Abrindo as portas da Igreja, da, hoje, Faculdades EST. Então, fica a pergunta: O racismo ainda resiste entre nós? Na época em que esses três passos foram dados, vivíamos uma realidade que mudou com a popularização da Internet. As pessoas se olhavam mais e interagiam mais ‘em carne e osso’ e não virtualmente. Com o advento das Redes e Mídias Sociais, como Facebook, Twitter,

Instagram e WhatsApp, relacionamentos não presenciais cresceram. Cresceu também a anonimidade. Pessoas escondem a sua identidade e publicam o que bem entendem. De forma anônima ou não, praticam bullying ou racismo. Um exemplo disso é o que aconteceu com apresentadoras de TV e artistas negras hostilizadas via Internet, ou seja, os tempos mudaram com a Internet no ar... e o racismo também continua no ar. Por esse motivo, cada pessoa precisa perguntar a si mesma: Sou racista? Evito o convívio com pessoas de determinada etnia, raça ou cor? Incomoda ver essas pessoas prosperando ou fazendo sucesso? Aceitaria que uma pessoa de outra etnia casasse com o meu filho ou a minha filha? A resposta precisa ser sincera. Não aquela que é dada quase que automaticamente quando a pergunta é feita em público, mas aquela afirmação que fazemos em oração quando confessamos a Deus os nossos pecados. É preciso confessar a Deus o pecado do racismo, pois é um fardo que se adquire ao longo da vida e que atrapalha a caminhada da pessoa que quer dar um testemunho cristão. Quem reconhece que é racista dá um grande passo rumo a uma vida liberta deste mal que separa do seu próximo. Por este motivo, como Igreja, não podemos deixar de falar sobre o racismo, por mais dolorido que seja, para que mais pessoas se abram para amar o seu semelhante, assim como o Evangelho nos chama.

PRONUNCIAMENTO

O Senhor é pleno de bondade e de misericórdia. Tiago 5.11b

Deus não é racista Do ponto de vista cristão, não há como justificar racismo de qualquer tipo. Deus criou um mundo multiforme, em que cada peça tem a sua característica. Diversidade é a marca da Criação, mas é uma diversidade na mesma dignidade. Nenhum ser humano, por pertencer a outra raça, cultura ou sexo, é inferior ou menos valioso. O propósito de Deus não está na se-

gregação de grupos e categorias humanas, mas, sim, na complementação de uns pelos outros e no serviço mútuo, usando cada qual o dom que recebeu. Discriminação racial equivale a desprezo ao Deus Criador, que moldou a Criação assim como a fez e que por amar a ela deu o seu Filho Unigênito. Manifesto Deus não é racista (1992)

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UNIDADE

UNIDADE

Série Especial

Eu sou o SENHOR, teu Deus

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Deus, Único

A impaciência e a incapacidade de esperar Deus e crer que Ele caminha conosco nos fez e nos faz pecar. Desconfiamos de Deus e, em nossa desconfiança, nos afastamos de Deus e colocamos outras coisas em seu lugar.

Será? Será mesmo que o Deus de Jesus Cristo é o nosso único Deus? Será que podemos fazer essa confissão com sinceridade e verdade? Pensemos um pouco... Os Mandamentos foram entregues a um povo livre, livre da escravidão, livre de amarras injustas, livres para celebrar e viver. Deus os libertou, livrou da escravidão e desejava que assim permanecessem, livres, afirmou: Eu sou o Senhor, teu Deus. (Ex 20.1ss). Esse povo vivia em uma realidade na qual crer e servir a muitos deuses (politeísmo) era ‘normal’. Na época, os reis cultuavam os seus deuses e também ordenavam que as pessoas fizessem o mesmo. (Moloque, Lv 20.2-5, Baal, 1Rs 16.31-32 e 18.21-40, 2Rs 10.21-18 e 23.5, Jz 6.32, 8.33 e 9.4 e 9.46 e Jr 11.12). Diante dessa realidade conturbada, o Deus de Israel coloca-se como orientador: Eu sou o Senhor, o Deus de vocês. Deus

Pa. Vera Regina Waskow, Ministra na Paróquia Cristo Salvador, em Curitiba/PR

desejava organizar o caos. Ele deseja ser o guia, aquele que mostrou e que mostraria como dar cada passo, mas a impaciência diante do tempo de Deus despertou no coração do seu povo a vontade, o desejo de um novo deus, alguém que atendesse às necessidades conforme a sua vontade. A demora de Moisés no Monte, a falta de orientação, os medos e as incertezas fizeram o povo de Deus pecar, afastar-se da sua presença. Esse povo, carente, liberto, mas ainda escravo de ordens, escravo dos seus próprios interesses, construiu um bezerro de ouro e o colocou à frente, para que orientasse e conduzisse os próximos passos (Ex 32.1ss). A impaciência e a incapacidade de esperar Deus e crer que Ele caminha conosco nos fez e nos faz pecar. Desconfiamos de Deus, desconfiamos e não cremos firmemente que Ele seja única fonte eterna de amor. Em nossa desconfiança, nos afastamos de Deus e colocamos outras coisas em seu lugar. Construímos ‘bezerros’. Aqui, cabe perguntar: O que você tem colocado no lugar de Deus? Por que coisas você tem substituído o Deus de Jesus Cristo, o nosso único Senhor? Voltemos às perguntas do começo: Será mesmo que o Deus de Jesus Cristo é o nosso único Deus? Será que podemos fazer essa confissão com sinceridade e verdade? Será que também nós não somos impacientes? Será que não brigamos com Deus na busca por respostas às nossas inquietações, por cura para as nossas dores? Será que o silêncio de Deus também não nos faz buscar alternativas?

Crer que Deus é o nosso único Deus é jogar-se no escuro, é confiar e persistir, apesar do silêncio, da demora, do medo e das incertezas. É crer firmemente que, em meio à tempestade, por maior que ela seja, e ainda que não percebamos, Deus conosco está. Impossível não lembrar do testemunho de Jó. Ele era temente a Deus, um homem bom, honesto e caminhava em fidelidade à vontade de Deus. Jó perde os seus bens, perde a sua família, fica com a saúde debilidade e afirma: Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. O Senhor deu, o Senhor tirou. Louvado seja o seu nome! (Jó 1.21). Nem mesmo diante do caos que a sua vida se transforma, Jó pecou contra Deus, por nenhum só instante pronunciou qualquer palavra insensata contra Deus. Verdade que desejou morrer, que quis que o seu sofrimento tivesse fim, mas ainda assim não insultou Deus. Diante das provocações dos seus amigos, que Deus o havia abandonado e tudo o que estava passando era fruto do seu pecado, Jó responde: Pois eu sei que o meu defensor vive. No fim, ele virá me defender aqui na terra. Mesmo que a minha pele seja toda comida pela doença, ainda neste corpo eu verei a Deus. Eu o verei com os meus olhos. Os meus olhos o verão e ele não será um estranho para mim. Desejo tanto que isso aconteça! (Jó 19.25-27). Suplicar e pedir por uma fé como a de Jó talvez seja um bom começo. Apesar das dificuldades, apesar do sofrimento, Deus comigo está! Lutero reconheceu: crer que Deus é o nosso único Senhor exige uma fé madu-

ra, genuína e uma confiança de coração. Deus designa aquilo do qual se deve esperar todo o bem e em que devemos refugiar-nos em toda apertura. Portanto, ter um Deus outra coisa não é senão confiar e crer nele de todo o coração. Se são verdadeiras a fé e a confiança, verdadeiro também é o teu Deus. Inversamente, onde a confiança é falsa e errônea, aí também não está o Deus verdadeiro. Fé e Deus não se podem divorciar. Aquilo, pois, a que prendes o coração e te confias, isso, digo, é propriamente o teu Deus (Catecismo Maior). Lutero, em sua explicação sobre o Primeiro Mandamento, diz que toda a pessoa que confessa a Deus como o seu único Senhor confia exclusivamente nele e reconhece que todas as coisas das quais necessita para viver vêm das suas bondosas e amorosas mãos. Deus nos sustenta integral, inteira e incondicionalmente. Além de nos dar tudo o que precisamos, Ele nos preserva de infortúnios e, quando algo nos sobrevém, nos salva e liberta. Lutero relacionou a designação Gott (Deus), da Língua Alemã, com gut (bom), dizendo: por ser Ele (Deus) fonte eterna que transborda de pura bondade e do qual mana tudo o que é e se chama ‘bom’ (Catecismo Maior). Crer e confessar que Deus é o nosso único Senhor só é possível a partir da fé, uma fé genuína e madura, dom do próprio Deus, como Lutero mesmo afirmou. Por meio da fé, Deus se relaciona conosco e nos relacionamos com toda a Criação. Por muito tempo, Lutero viveu e foi conduzido por uma fé em um Deus severo, exigente e punitivo. O estudo das Sagradas Escrituras e o seu desejo de crescimento na fé permitiram o seu encontro com o Deus da Graça, o Deus de Jesus Cristo. Ao saberse amado por Deus tal qual era, pecador, Lutero reconhece a sua incapacidade de alcançar Deus, mas sabe-se alcançado e cuidado. Muitos ‘bezerros de ouro’ foram destruídos com esse profundo e grandiosos encontro. Vivemos em uma realidade consumista e hedonista. Estamos sempre em uma busca egoísta por saciar os nossos desejos. Esses mesmos sentimentos de insatisfação, incapacidade e infelicidade, impostos pela sociedade capitalista, é transferido para a nossa vida de fé. Desejamos pregações, louvores e encontros que saciem os nossos desejos, as nossas vontades e que curem a nossa solidão. Desejamos um Deus que nos sirva tal qual a nossa vonta-

de. Quando assim não for e não acontecer, quando Deus demorar, nós o julgamos: ‘Deus nos abandonou’ e construímos os nossos ‘bezerros de ouro’, algo concreto que dará ‘sentido’ à nossa vida. Onde buscamos respostas quando cremos ter sido abandonados e abandonadas por Deus? As respostas a essas perguntas são os ‘bezerros’ que construímos, são os

Crer que Deus é o nosso único Deus é jogar-se no escuro, é confiar e persistir, apesar do silêncio, da demora, do medo e das incertezas. É crer firmemente que, em meio à tempestade, ainda que não percebamos, Deus conosco está.

deuses aos quais nos apegamos. Algumas pessoas procuram outra religião. Algumas simplesmente não procuram nada. Outras se atiram no mundo dos jogos, vícios, curandeiros, superstições, simpatias e crendices. Outras vivem escravizadas pelo trabalho, pelo dinheiro e pela ganância do ‘ter mais e mais’. Às vezes, não precisamos sequer nos sentir desamparados e desamparadas por Deus para ir em busca de algo diferente. Não! Tudo isso se mistura à nossa fé. Quer dizer, eu creio em Deus, eu creio no Deus de Jesus Cristo, nosso Senhor, mas... mas também creio nisso, naquilo e naquele ou-

tro. Agarro os meus ‘bezerros de ouro’ com todas as minhas forças. Aí preciso confessar... Deus não é o único Deus em minha vida. Ele não é o Senhor da minha história. Temos dificuldades para reconhecer que Deus continua sendo Deus, o único, se a porta abrir ou se fechada ficar, se a cura vier ou se a doença prevalecer, se tudo der certo ou se não der. Deus continua sendo Deus apesar das nossas desconfianças. Reconhecer Deus como o nosso único Senhor diante de um comércio tão variado da fé é confiar apesar do silêncio, é ser paciente, é permanecer firme, é ter convicção, é crer apesar de não ter respostas, é reconhecer em cada traço da vida o cuidado e amor por nós. Reconhecer Deus como o nosso único Senhor nos faz lutar e denunciar todos os ‘bezerros’ que escravizam. Reconhecer Deus como o nosso Senhor nos liberta, dignifica e coloca em seu colo amoroso, pois reconhecer que Deus é o nosso único Senhor é reconhecer que Deus será sempre Deus ‘apesar de’. Não tenham medo! Não tenham medo de quebrar os ‘bezerros’ que construímos! Joguem-se! Joguem-se, ainda que nada vejam! Confiem, pois o Deus do nosso Senhor Jesus Cristo nos carrega e carregará em meio às nossas tempestades e roguemos também que Ele afaste de nós a impaciência, as dúvidas, o desespero e preencha o nosso ser com confiança, esperança e a sua sabedoria. Que as palavras da canção Fonte eterna de amor (LCI567), do P. Rodolfo Gaede Neto, sejam a nossa oração em tempos de aflição, em tempos de angústia e que elas nos lembrem que, apesar de tudo, repousamos nos bondosos braços de Deus, pois Ele é o nosso único Senhor: Canção do Cuidado Fonte eterna de amor que transbordas de bondade te derramas em favor de toda humanidade. Vem me dar a tua mão e conduze a minha vida. Nestes tempos de aflição concede-me guarida. Sob a luz do teu olhar sigo em paz a minha estrada, Pois eu sei que vais guiar cada passo da jornada. Vem, Senhor, me carregar nos momentos de cansaço. Caso eu venha tropeçar que eu caia em teu abraço.

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FÉ LUTERANA

Deus não é ‘qualquer um’ P. Renato Creutzberg | Ministro na Paróquia Blumenau Itoupava Seca/SC Eu sou o Senhor, teu Deus (Ex 20.2a). Você já não se perguntou quem é Deus ou como é Deus? Contemplando a natureza, ouvindo o canto de pássaros, sentindo o arrepiar dos pelos com uma bela música ou ainda meditando na cruz de Cristo... Será que temos condições humanas de compreender Deus? Muitos já se ocuparam com esta pergunta. Para o Filósofo Immanuel Kant (1724-1804), a realidade de Deus é infinitamente maior que a nossa realidade ou capacidade cognitiva. Sendo assim, nunca teríamos chance de ‘conhecer’ Deus, podendo apenas ‘experimentar’ Deus. Esse pensamento também foi lindamente expresso pela Escritora Marguerite Yourcenar (1903-1987) na poesia Trinta e três nomes de Deus. Não obstante, permanece a pergunta: Quem é Deus? Martim Lutero foi brilhante em sua explicação ao Primeiro Mandamento no Catecismo Maior: Aquilo, pois, a que prendes o coração e te confias, isso, digo, é propriamente o teu Deus. Com essa afirmação, a pergunta por Deus ganhou um teor bem pessoal: Onde prendo o meu coração? Em quem confio inteiramente a minha vida?

Ao explicar o Primeiro Mandamento, Lutero termina escancarando a natureza humana. Ele desmascara o egoísmo humano, mostrando que todas as formas de idolatria, mitologia e até mesmo imagens doentias de Deus são frutos dos mais profundos desejos e/ou inseguranças humanas! Lutero menciona diversas coisas nas

Aquilo, pois, a que prendes o coração e te confias, isso, digo, é propriamente o teu Deus, explicou Lutero sobre o Primeiro Mandamento no Catecismo Maior. quais as pessoas costumam ‘prender os seus corações’ em busca de consolo ou da realização de seus desejos: dinheiro e bens, erudição, inteligência e poder, santos, amuletos e ídolos mitológicos – não por último... a maior idolatria que até agora praticamos: as obras, o esforço próprio, o mérito. Não é muito diferente no século XXI.

Apesar de dominarmos tantas tecnologias e acumularmos conhecimento, ainda somos profundamente religiosos, mas egoístas antropocêntricos: confiamos por demais em nosso próprio querer e em nosso próprio fazer. Que o coração não conheça outro consolo e confiança senão a Deus, escreveu Lutero. O verdadeiro e único Deus, portanto, não pode ser mera projeção dos meus desejos nem mesmo das minhas capacidades! Deus é em quem eu posso me agarrar confiadamente também quando já não há mais desejos e quando as minhas capacidades terminaram. Tal qual fez o publicano na Parábola com o fariseu. Esse que bate no peito ao perceber-se indigno e completamente dependente da Graça e da Misericórdia de Deus, esse sai justificado. Deus não quer ‘super-heróis da fé’, que confundem fé com pensamento positivo. Ele apenas espera que nele confiemos inteiramente. Assim poderemos redescobrir e reconhecer, a cada dia, o Deus de misericórdia, de cuidado e de amor. Para refletir, leia Lucas 18.9-14

Deus não se compra P. Antonio Carlos Oliveira | Ministro na Pastoral da Faculdades EST, em São Leopoldo/RS Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus (Ef 2.8). Basta uma ida ao shopping center ou ao supermercado para ver uma infinidade de promoções e ofertas. Há quem faça uma lista de desejos e procure adquirilos a qualquer custo, mas, rapidamente, nos damos conta que não temos o poder de comprar tudo o que queremos. Desejar faz parte da vida. Aprender a lidar com o que se pode comprar e o que não se pode comprar faz parte do crescimento e do amadurecimento das pessoas. Entretanto, na sociedade atual, parece que tudo está à venda, que tudo tem um preço e que tudo pode ser comprado, inclusive as bênçãos de Deus. Desde as antigas cartas de indulgências às modernas campanhas de prosperidade, o ‘mercado religioso’ tenta fazer de Deus um produto de consumo. Negociar as benesses de Deus parece um negócio lucrativo. Muitas igrejas relacionam as bênçãos de Deus ao acúmulo de bens materiais e, com isso, tentam vender para os seus fiéis o sucesso financeiro. A teologia da prosperidade, presente em várias denominações religiosas,

transforma Deus e as suas bênçãos em produtos de consumo. As pessoas que seguem essa teologia fazem propaganda e dão ‘testemunho’ que eram pobres antes de conhecer Jesus e que, depois de doarem uma expressiva quantidade de dinheiro para a igreja, conseguiram o sucesso e bem material que tanto desejavam.

A fé, o perdão, o amor e os outros dons não são produtos na vitrine das igrejas, mas itens impagáveis recebidos unicamente pela graça e bondade de Deus. Contrariamente a essa ideia, a Bíblia nos ensina que Deus não está à venda. Não se pode vender as bênçãos de Deus nem comprar o Espírito Santo. Segundo o relato de Atos, um homem chamado Simão da região da Samaria queria pagar aos apóstolos para ter o Espírito Santo e para poder passar para outras pessoas. Pedro lhe diz: Que Deus mande você e o

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seu dinheiro para o inferno! Você pensa que pode conseguir com dinheiro o dom de Deus? (At 8.20). O vínculo que Deus estabelece com as pessoas não é um acordo de negócios tampouco uma relação de interesses econômicos. Deus é semelhante a um Pai e uma Mãe que amam os seus filhos e as suas filhas. Deus não se deixa comprar com dinheiro nem com sacrifícios nem com promessas nem com obras. A fé, o perdão, o amor e os outros dons não são produtos na vitrine das igrejas, mas itens impagáveis recebidos unicamente pela graça e bondade de Deus. Certamente, Deus vê as necessidades e os sofrimentos das pessoas, também os desejos. Ele não quer os seus filhos e as suas filhas fiquem em desamparo, mas, conforme ensina o quarto pedido do Pai Nosso, O pão nosso de cada dia nos dá hoje, Deus quer nos dar tudo que precisamos para a vida (Catecismo Menor). No entanto, não se podem relacionar as bênçãos de Deus ao sucesso financeiro. Deus não se compra e os seus dons não se vendem. Para refletir, leia Atos 8.4-25


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PERSPECTIVA

Palavra não foi feita para dividir ninguém... Palavra é uma ponte onde o amor vai e vem Profa. Dra. Ema Marta Dunck Cintra | Docente no Instituto Federal de Mato Grosso As Redes Sociais, os sites de busca, as mídias e as formas imediatas de acesso às notícias e informações têm transformado o ser humano em um ‘reizinho todo poderoso’. A todo momento, chegam novidades e as pessoas ficam na ânsia de saber, pois precisam estar conectadas com tudo e com todos que as envolvem. Muitas vezes, as pessoas compartilham essas ‘novidades-verdades’ e opinam sobre elas, porque precisam mostrar que estão ‘antenadas’ com o que acontece na sociedade. Sobre isso, há poucos dias, li um texto do Prof. Jorge Larrosa, Doutor em Pedagogia, que dizia que o ser humano é um homem com excesso de informação e que, além disso, opina. Aí reside o problema. O detalhe é que não se reflete sobre o que se está lendo e não se escuta mais a outra pessoa. Não se pensa nem se observa o detalhe tampouco se reconhece o que está por trás do dito. Enfim, o ser humano não vive, não experiencia, não sente, mas reproduz a loucura voraz de se estar em todos os lugares, de achar que sabe de tudo e que pode opinar para tudo. Que triste é isso! Escrevo esse texto bem em meio a um momento conturbado da política brasileira. Exemplos não faltariam para mostrar como as pessoas têm compartilhado mentiras, inventado histórias, opinado sem saber, sem conhecer os assuntos. Como somos ‘cra-

ques’ nisso! Somos os donos e as donas da verdade... ‘A minha opinião está certa. Eu li sobre isso em tal site. A do outro, ah! Essa é invenção, é mentira’. Vamos nos munindo daquilo que agrada aos nossos olhos, ao nosso pensamento, engolindo, muitas vezes, informações plantadas e que só fazem é separar pessoas. Aqui retomo Larrosa. Ele diz que o ser humano precisa ‘viver a experiência que, para ele, seria aquilo que nos passa, o que nos toca, o que nos acontece. Não seria aquilo que passa, o que acontece ou o que toca’. O que realmente me afeta, toca e sensibiliza? Quando não nos deixamos tocar, sentir e ser afetados e afetadas por aquilo que nos acontece, perdemos a oportunidade de ter uma conexão significativa entre acontecimentos, pessoas e vidas, que são diferentes, que têm histórias diferentes. Continuamos sozinhos, na ignorância da informação e da opinião que não se sustentam. Busquemos ser pessoas menos cheias de informações, menos ‘donas da verdade’. Vamos escutar mais devagar, olhar mais devagar, sentir mais devagar, freando essa velocidade informativa e opinativa que nos consome e nos afasta do nosso irmão, da nossa irmã. Palavra não foi feita para dividir ninguém, palavra é uma ponte onde o amor vai e vem, onde o amor vai e vem (LCI 609).

Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os interesses das outras pessoas. Filipenses 2.4

Agraciado por Deus, o General voltou para a caserna P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS A Bíblia tem histórias que mereceriam estar entre os contos da literatura universal e serem usadas nas nossas salas de aulas e nos Cultos. Infelizmente, elas não são contadas como obras-primas, mas poderiam ser transformadas em minissérie para a televisão, a fim de evitarmos algumas adaptações medíocres para novelas. Vamos, pois, a uma destas tantas histórias – a cura do General Naamã, narrada no em Reis 5. Homem de confiança do Rei, o General conquistou fama por suas incursões militares vitoriosas. No entanto, por baixo das roupas de gala cheias de medalhas, a sua pele estava tomada de lepra, em um tempo no qual não havia cura, como na época de Jesus. Pleno de glórias militares e condenado à morte. O seu poder nada valia, como não vale nada em qualquer tempo. Uma menina havia sido levada cativa pelo General em uma incursão militar. Escrava da mulher do militar, dizia à sua patroa: Basta ele se apresentar ao profeta Eliseu, em Samaria, e será curado. Resistindo, pede licença ao seu Rei, que faz as tratativas diplomáticas para não parecer uma declaração de guerra. Naamã obedeceu à menina escrava, certamente contra a sua vontade. A menina era de Samaria/ Israel, terra onde o Deus cura sem cobrar, como em todo lugar. A sua comitiva, repleta de galas e presentes, chega à Samaria. Nem o Rei o recebe nem o profeta Eliseu o toca. Este manda o seu criado dar um recado ao General. Ele fica indignado com esta recepção e se nega a mergulhar sete vezes no Jordão. Eliseu não

deu conversa. O General desconsidera a ordem de Eliseu porque, em sua terra, tem rios melhores, mas os comandados dizem ao comandante: ‘Mergulhe, General! Mergulhe... São setes vezes’. Muitos evangélicos brasileiros foram se rebatizar no Jordão e também políticos, mas nenhum deles recebeu a cura de Naamã, porque os seus pastores trouxeram águas em garrafinhas e estão vendendo aos borbotões em seus templos da prosperidade, ganhando dinheiro e milhões de votos. Voltando ao texto bíblico, o General foi agradecer com toda a pompa a Eliseu, que rejeitou horarias e presentes. Eliseu nada quis. É de graça a cura. Então, o General pede para levar em seus animais sacos de terras de Samaria para o seu país. Lembrança de que Deus foi generoso. A história é mais cativante do que o meu texto. Leiam e tirem as suas conclusões. Fico a imaginar quanto os pastores midiáticos do nosso tempo cobrariam por aquela cura. Ganhariam milhões ou bilhões, além de votos em seus candidatos. Eliseu nada cobrou. Quem vende graça cria desgraça. Como transformariam aqueles sacos de terra em toneladas e toneladas, que seriam vendidas em saquinhos em seus cultos, ganhando bilhões para injetar em suas contas bancárias e em campanhas eleitorais. Veja como continua a história bíblica! Agraciado por Deus, o General voltou para a caserna. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos

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MISSÃO

Qualificação da Ação Missionária (parte 4/5) P. Dr. Pedro Puentes | Secretário de Missão Estatísticas na IECLB As Estatísticas são um importante instrumento para a qualificação do planejamento das Ações Missionárias da Igreja, em todos os níveis, também em âmbito comunitário. As Estatísticas oferecem uma importante fotografia acerca de quem somos e quantos somos. Com base nesta fotografia, podemos visualizar aspectos fortes e fracos das Comunidades e da Igreja. Considerando a sua relevância administrativa, em 2017 a IECLB lançou um módulo de gestão eletrônico (aplicativo) para qualificar a coleta dos dados estatísticos. As Comunidades e as Paróquias acessaram o módulo de gestão e preencheram as Estatísticas com dados até dezembro de 2016. Com os dados das Comunidades salvos no sistema, as Paróquias e os Sínodos po-

Projetos Missionários Secretaria de Missão da IECLB Sidrolândia/MS Rio Paraná Sidrolândia é um município da região Centro-Oeste, localizado no Estado do Mato Grosso do Sul, e que conta com mais de 45 mil habitantes. A Comunidade de Sidrolândia foi fundada no dia 12 de março de 1988 e atendida pela Paróquia de Campo Grande. Hoje, a Comunidade vive as consequências de um longo período de divisões: a perda de grande parte das pessoas membros e dificuldades com a autossustentabilidade. O objetivo do Projeto visa à reconstrução e ao fortalecimento da Comunidade, que, hoje, conta com, aproximadamente, 80 pessoas. Os trabalhos que desenvolvem a ação missionária são a intensificação do Culto, da vida comunitária e da evangelização, bem como da Educação Cristã, que visa a aprofundar a confessionalidade luterana. Pensa-se, desta forma, oferecer um fiel testemunho do ‘jeito luterano’ de expressar a fé no contexto do Mato Grosso do Sul.

dem ter acesso às informações. Em 2017, as Estatísticas apontaram que a IECLB tem 643.693 membros, organizados em 1808 Comunidades, 483 Paróquias e 18 Sínodos, assim divididos: 8% crianças (0 a 10 anos), 4% adolescentes (11 a 14 anos), 14% jovens (15 a 29 anos), 37% adultos (30 a 59 anos), 16% idosos (60 a 80 anos), 4% acima de 80 anos e 17% não informaram a faixa etária. Em 2016, tivemos 5875 admissões de novos membros e 6045 desligamentos. Com base nas Estatísticas, constatamos que o maior número de Comunidades está localizado em cidades até 50 mil habitantes e temos, em média, entre 100 e 500 membros em cada Comunidade. As Estatísticas indicam, ainda, a presença acanhada da IECLB em contextos metropolitanos.

Com o auxílio das Estatísticas, temos mais clareza dos desafios à nossa frente para dar conta de sermos reconhecidos como uma Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias. Atualmente, o nosso perfil predominante como Igreja de Comunidades mostra a variedade do trabalho em grupos, que dinamizam a vida comunitária, com destaque para Música, Estudo Bíblico, Mulheres e Crianças.

Planejamento Missionário P. Altemir Labes | Secretário Adjunto para Missão e Diaconia da IECLB A Comunidade diminuiu em número de membros. Faleceram e saíram mais pessoas que foram batizadas ou que entraram por transferência, profissão de fé ou Batismo. Essa é a realidade de muitas Comunidades e de outras Igrejas chamadas históricas. Não estamos crescendo. Estamos encolhendo. Para algumas pessoas, esse é motivo suficiente para não olhar para os demais dados estatísticos. A diminuição de membros não é necessariamente resultado de um trabalho deficiente (até pode ser em alguns casos). Ela não deve desanimar. Outros passam por essa situação

também. A questão é: o que fazer? Um dos caminhos é conhecer melhor os membros por meio dos dados estatísticos. O número de pessoas com mais de 60 anos é expressivo? O que a Comunidade pode fazer para ir ao seu encontro, de modo que essas pessoas se sintam acolhidas? O envelhecimento traz para muitas pessoas a sensação de estarem sobrando. Com relação à Comunidade, elas podem ter essa mesma impressão. Antes pessoas ativas, agora não têm mais energia para a liderança. Que tal colocar esta questão para discussão no Presbitério?

Projeto Missionário Teresina Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem | Secretaria de Missão da IECLB Teresina/PI Sínodo Brasil Central Teresina é o município mais populoso do Piauí, com uma população aproximada de 850 mil habitantes. A Comunidade em Teresina faz parte da Área Missionária Luterana no Sertão Nordestino (AMLSN), que inclui os municípios de Teresina/PI, José de Freitas/PI, Araripina/PE, Ouricuri/PE, Juazeiro do Norte/CE, Crato/CE, Petrolina/PE e Juazeiro/BA. A Área Missionária se encontra no âmbito de abrangência do Sínodo Brasil Central e comporta algo próximo a 500 pessoas membros. O Projeto Missionário Teresina/PI propõe uma atuação em duas frentes: o fortalecimento da Comunidade de Teresina e a coordenação da AMLSN. O objetivo é consolidar a autonomia administrativa e a autossustentabilidade financeira. O planejamento do Presbitério da AMLSN coloca em destaque, além da evangelização, a formação de lideranças segundo a Confessionalidade Luterana. O processo de planejamento bem como o seu monitoramento são de responsabilidade do Presbitério junto com o Sínodo, em diálogo com a Administração da IECLB.

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PRIORIDADES

Prioridades de Gestão: Programas de Acompanhamento Fortalecimento da Ação Comunitária (parte 1/2) P. Dr. Mauro Souza | Secretário da Ação Comunitária da IECLB

A Secretaria da Ação Comunitária (SAC) coordena as iniciativas de articulação, formação, gestão e produção voltadas para fomentar os trabalhos dos diversos grupos comunitários e para fora deles, incluindo iniciativas de ação diaconal, defesa de direitos e cuidado com a Criação. A maioria das ações está organizada no Programa de Fortalecimento da Ação Comunitária, coordenado pelo Secretário da SAC, P. Dr. Mauro Souza, que conta com uma equipe formada pelas Catequistas Daniela Hack, Dra. Erli Mansk e Maria Dirlane Witt, pelas Diáconas Ma. Carla Jandrey e Simone Voigt, pela Pastora Carmen Siegle e pela Musicista Dra. Soraya Eberle. O Programa tem por objetivo: articular, qualificar e fortalecer a Ação Comunitária para o pleno exercício do Sacerdócio Geral, vivenciado a partir de Comunidades celebrativas, inclusivas, cuidadoras e proféticas – Comunidades fortes e atuantes na Missão. O Programa de Fortalecimento da Ação Comunitária trabalha com sete eixos: 1) Fomento a Comunidades celebrativas, 2) Edu-

cação Cristã Contínua para todas as fases da vida, 3) Valorização do protagonismo juvenil, 4) Testemunho diaconal, de inclusão e de acessibilidade, 5) Formação e ação em torno do tripé gênero-gerações-etnias, 6) Justiça ambiental e 7) Articulação e acompanhamento aos diversos Conselhos Nacionais Assessores da Direção da IECLB. O eixo Comunidades celebrativas objetiva atender ao compromisso da Missão da Igreja no testemunho do Evangelho de Cristo, por meio da Liturgia, da Homilética, da Música, da Comunicação, enfim, do Culto. Liturgia é um das quatro dimensões do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI) e a Música é parte fundamental na Liturgia. Com o objetivo de promover ações que visem a desenvolver o potencial missionário do Culto (PAMI), o Programa apoia e promove a articulação de iniciativas litúrgicas e musicais nacionais e sinodais, com vistas ao Culto Cristão participativo, significativo e transformador, em conformidade com as bases confessionais. O objetivo do Programa na área da Música é reafirmar princípios lu-

teranos centrais e evidenciar a importância da expressão musical na Missão da Igreja. O eixo Educação Cristã Contínua tem por objetivo fortalecer o exercício do Sacerdócio Geral. O Programa subsidia e fortalece a Educação Cristã Contínua de crianças, adolescentes, jovens, pessoas adultas e idosas, investindo na articulação de ações nacionais, na oferta de espaços de formação, na produção de subsídios e na qualificação da gestão dos processos ligados à Educação Cristã. Iniciativas como o Programa Missão Criança e Comunidades Criativas são administradas por meio desse eixo de trabalho. O eixo Diaconia e Inclusão promove e fortalece a ação diaconal, a inclusão de pessoas com deficiência e a acessibilidade nas Comunidades e Instituições, para que todas as pessoas possam viver com autonomia e dignidade. A Rede de Diaconia é um espaço de construção da identidade coletiva das instituições diaconais da IECLB, por meio da articulação, da parceria, da partilha de experiências e da maior proximidade com as Comunidades. A IECLB está presente em várias cidades e diversos centros hospitalares com trabalhos de Capelania Hospitalar. O Programa prevê a ampliação desta área missionária. Existe um Grupo de Trabalho que se reúne periodicamente para planejar ações. Em maio deste ano, iniciou-se a primeira turma do Curso de Especialização Lato Sensu em Aconselhamento Pastoral Hospitalar, que será realizado durante cinco semanas intensivas, espalhadas por dois anos. Uma pessoa de cada Sínodo está sendo subsidiada. Nos últimos anos, foi possível apoiar novas iniciativas de Capelanias na área da saúde. A partir da Secretaria Geral, temos proporcionado apoio em Cascavel/PR, Chapecó/ SC, Cuiabá/MT, Goiânia/GO, Porto Alegre/ RS, São Paulo/SP, Taquari/RS e Vitória/ES.

Publicações | Calendário de Advento O Natal está chegando! É tempo de enfeitar a casa e festejar o nascimento de Jesus. Para marcar esta época, a equipe da revista O Amigo das Crianças preparou uma surpresa: uma linda guirlanda que vira Calendário de Advento. Para cada dia do Advento, há dicas bacanas para fazer com a família e praticar algo muito especial: a gentileza. Aliás, algumas dicas podem ser praticadas o ano inteiro! Parte do valor arrecadado com a venda dos calendários será revertida para o trabalho da Obra Gustavo Adolfo (OGA). Trecho da Revista O Amigo das Crianças

As pessoas podem fazer os seus planos, porém é o Senhor Deus quem dá a última palavra! Provérbios 16.1

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GESTÃO

Corpo IECLB | Gestão Administrativa Presidência da IECLB Como organização de direito privado, sem fins lucrativos, a IECLB dispõe de quatro órgãos que são: I - Concílio da Igreja, II - Conselho da Igreja, III – Presidência e IV - Secretaria Geral. Nesta edição, trataremos sobre a Presidência. A Presidência é composta pelo(a) Pastor(a) Presidente e pelos(as) Pastores (as) 1º e 2º (1ª e 2ª) Vice-Presidentes, eleitos(as) pelo Concílio da Igreja, com mandato de quatro anos, desde que tenham, no mínimo, dez anos de comprovada experiência no exercício do Ministério na IECLB, sendo permitida uma reeleição para o mesmo cargo. O XXXI Concílio da Igreja, realizado em outubro passado, elegeu a nova Presidência (mandato 2019-2022). A Pa. Sílvia Genz foi eleita Pastora Presidente. O P. Odair Braun e o P. Dr. Mauro Souza foram eleitos, respectivamente, 1º e 2º Vice-Presidentes. A Pastora Presidente exercerá o mandato de forma compartilhada com os Pastores Vice-Presidentes e, entre as suas atribuições, deverá: I - Coordenar a atividade eclesiástica da IECLB, zelando por sua unidade e identidade confessional; II - Manifestar-se publicamente a respeito de questões teológicas e da atualidade; III - Exercer as relações da IECLB no campo da representação eclesiástica, política e social, com Igrejas no Brasil e no exterior, com organismos ecumênicos, com entidades civis e com os órgãos públicos, sendo facultada a designação de representantes; IV - Ordenar Ministros e Ministras da IECLB, podendo delegar esta atribuição aos Pastores e às Pastoras Sinodais; V - Assistir, pastoralmente, os Pastores e as Pastoras Sinodais nas dificuldades decorrentes do exercício da função e na vida pessoal; VI - Acompanhar os Projetos de Missão entre as Comunidades ou Paróquias, com outras Igrejas ou instituições; VII - Supervisionar os órgãos administrativos da IECLB; VIII - Apresentar ao Conselho da Igreja pareceres, manifestações e informações sobre documentos, declarações e convênios de e com organismos ecumênicos nacionais e estrangeiros; IX - Apresentar relatório anual das suas atividades ao Concílio da Igreja ou ao Conselho da Igreja. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos

Guia para o Presbitério A descrição feita em 2Pedro sobre o Presbitério levanta uma questão: de onde vêm a boa vontade, a alegria e a disposição para servir? Vêm de como percebemos a ação de Deus em nossas vidas. A Confessionalidade Luterana tem como um dos seus pilares a salvação por graça, recebida por meio da fé. No capítulo 2 da Carta aos Efésios, encontramos um resumo daquilo que Deus fez e faz diariamente em nosso favor. Pessoas pecadoras que somos, estamos, em princípio, sob o merecido castigo de Deus. Foi dessa condição que, por puro amor e misericórdia, Deus nos resgatou e deu a salvação por meio de Jesus Cristo: Pela graça de Deus vocês são salvos. Trata-se, de fato, de um presente e que nada tem a ver com os nossos esforços, justamente para que ninguém possa se orgulhar diante de Deus. Nesse caso, as desculpas e a defesa da justiça própria, tão características do ser humano, dão lugar a um profundo sentimento de gratidão, porque a pessoa se convence que recebeu algo precioso do que não é merecedora.

Documentos Normativos Acima de todos os Documentos Normativos da IECLB está o Mandato de Deus, tendo como base a Bíblia e os Escritos Confessionais. A Constituição, o Regimento Interno, o Guia Nossa Fé-Nossa Vida, o Documento Justiça e Ordem, o Estatuto do Ministério com Ordenação da IECLB são normas nacionais, eclesiasticamente válidas para todos os Sínodos, as Paróquias, as Comunidades, os Ministros, as Ministras, as lideranças leigas e demais membros. Todas as normas adicionais são elaboradas a partir dos princípios constantes nesses documentos e a eles estão sujeitas eclesiasticamente. Os Princípios de Cooperação Intereclesiástica, por exemplo, afirmam que a IECLB confessa a sua fé no Senhor da universal, una, santa e apostólica Igreja. Ela se sente chamada e enviada a participar, juntamente com outras Igrejas, da Missão de Deus no mundo. A partir da sua compreensão como membro do Corpo de Cristo, juntamente com outras Igrejas, especialmente as que integram a Federação Luterana Mundial (FLM), a IECLB sente-se chamada a compartilhar com elas experiências de vida e fé, recursos e necessidades. Esta compreensão de Igreja, que tem o testemunho e a Missão como Mandamento comum conferido por Jesus Cristo, pode, em princípio, dispensar a assinatura de convênios e acordos entre as Igrejas. Neste espírito, a IECLB deve ter a liberdade de oferecer espontaneamente os seus recursos a outras Igrejas. Da mesma forma, por outro lado, ela também deve ter a liberdade de aceitar as ofertas de outras Igrejas e também solicitar a sua colaboração missionária.


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SÍNODOS

Especial Concílio 2018 Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... (1/2) XXXI Concílio da Igreja | 17 a 21 de outubro - Paróquia Cristo Redentor de Curitiba - Sínodo Paranapanema

A Paróquia Cristo Redentor de Curitiba/PR e o Sínodo Paranapanema sediaram o XXXI Concílio, que aconteceu entre os dias 17 e 21 de outubro de 2018, sob o tema Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... O Concílio, órgão deliberativo máximo da Igreja, é realizado a cada dois anos, sempre em uma Comunidade da IECLB. Entre representantes, lideranças, Delegados, Delegadas, convidados ecumênicos, convidadas ecumênicas e equipe de apoio, participam do Concílio em torno de 200 pessoas. A Agenda do XXXI Concílio teve como principais momentos: (1) Culto de Abertura, com Prédica do Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, (2) Apresentação do Relatório do Conselho da Igreja (CI), pela Presidente do CI, Anelize Marleni Berwig, (3) Apresentação do Relatório da Presidência, pelo Pastor Presidente da IECLB, (4) Apresentação do Relatório da Secretaria Geral, pelo Secretário Geral da IECLB, P. Marcos Bechert, e equipe de Secretários e Secretárias,

Eleições (Gestão 2019-2022)

(5) Apresentação do Sínodo Paranapanema, (6) Trabalhos nas Câmaras, (7) Culto Ecumênico, com Pregação da representante da Federação Luterana Mundial (FLM), Pa. Dra. Patricia Cuyatti, (8) Palestra: Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão..., com o Coordenador do Núcleo de Produção e Assessoria da IECLB, P. Dr. Emilio Voigt, (9) Apresentação das Candidaturas às Eleições, (10) Culto com Ceia e Pregação da Pastora 1ª Vice Presidente da IECLB, Pa. Sílvia Genz, (11) Relatório das Câmaras (1 - Cuidar da Missão, 2 - Cuidado Ministerial e 3 - Cuidar das Finanças), (12) Moções e Mensagem Final, (13) Eleições e (14) Culto de Encerramento, com Pregação da Presidência eleita para a Gestão 2019-2022. Para a Presidência da Igreja, foi eleita a Pa. Sílvia Genz, que ocupou o cargo de Pastora 2ª Vice-Presidente na Gestão 2011-2014 e 1ª Vice-Presidente na Gestão 2015-2018. Para a Vice-Presidência da IECLB, foram eleitos o P. Odair Braun e o P. Dr. Mauro Souza, respectivamente, como 1º e 2º Vice Presidentes.

Comissão Doutrina e Ordem Nacional Graduados em Direito (Titulares): - Dra. Catarina Volkart Pinto Presidência da IECLB - Dr. Milton Laske Pastora Presidente: Graduados em Direito (Suplentes): Pa. Sílvia Beatrice Genz - Dr. Carlos Roberto Baumgarten Pastor 1º Vice-Presidente: - Dra. Gisela Dörr Bayer P. Odair Airton Braun Ministro (Titular): Pastor 2º Vice-Presidente: - P. Teobaldo Witter P. Dr. Mauro Batista de Souza - Pa. Vera Regina Wascow Concílio da Igreja Ministro (Suplente): Presidente: Ema Marta Dunk Cintra - Diác. Dionata Rodrigues de Oliveira 1º Vice-Presidente: Ricardo Dalla Barba - P. Milton Jandrey 2º Vice-Presidente: Nivaldo Kiister Vogal/leigo (Titular): - Fernanda Dettman O Culto de Investidura da Presidência será no dia 15 de dezembro de 2018, às 19 horas, Vogal/leigo (Suplente): na Igreja da Reconciliação, em Porto Alegre/RS - Dalys Marlene Musskopf Geiser

Natural de Linha Nova, interior de Santa Cruz do Sul/RS, a Pastora Sílvia nasceu em 19 de novembro de 1956, filha de Leonildo Genz e de Norma Maurer Genz (in memoriam). Mãe de Alvine (33 anos), casada com Felipe, Tamar (31), casada com Daniel, e Joana (27), casada com Thomas, e avó de Davi (2 anos, filho de Alvine e Felipe), a Pastora Sílvia mora em Lindolfo Collor, onde atua como Pastora da Comunidade Picada 48 Baixa. Pastora de Comunidade há 35 anos, a Pa. Sílvia iniciou os estudos no Instituto Pré-Teológico, em São Leopoldo/RS, em 1976. Três anos depois, ingressou na, hoje, Faculdades EST, onde também estudou línguas (Latim, Alemão e Inglês) e Música (canto, flauta e violão). O Estágio foi realizado em Colorado do Oeste/RO. O Envio, em 1983, foi para a Paróquia de Palmitos/SC, onde, em 1989, foi Ordenada. De 1992 a 2001, atuou na Paróquia Marques de Souza/RS. De 2001 a 2006, assumiu um dos Pastorados da Paróquia Martin Luther de Erval Seco/RS, além da coordenação do Conselho de Formação e Diaconia do Sínodo Uruguai. De 2006 a 2012, trabalhou na Paróquia de Chapecó/SC. Em 2014, ingressou na Irmandade como Diaconisa, na Casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo. Nas Paróquias, o trabalho da Pastora foi voltado para a edificação de Comunidades, por meio da formação de lideranças, da elaboração de materiais, da animação dos membros e da busca por reconciliação. A sua postura tem sido de assumir o papel de líder espiritual, sem, no entanto, deixar de ser simples e compreensiva. Na sua caminhada, zelou pela Teologia e pela confessionalidade evangélicoluterana, mas com postura ecumênica. Todas as vezes que iniciou em um novo campo, procurou conhecer a realidade e, em diálogo constante com o Presbitério e as lideranças dos grupos da Paróquia, planejar e desenvolver o trabalho de missão, respeitando as decisões e os documentos da IECLB. “Agradeço a Deus pela Igreja que somos e aproveito para convidar vocês, irmãos e irmãs em Cristo, a, em comunhão, sermos Igreja reconhecida pelas suas Comunidades, atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à Criação. A nossa tarefa é ser Igreja que carrega, que abarca e acompanha mais gente, desde o nascimento até a despedida, pois a Igreja, a Comunidade, é formada por pessoas que carecem do perdão e da Graça de Deus. Que Deus nos ajude nessa tarefa!”, pede a Pa. Sílvia Genz, Pastora Presidente eleita no XXXI Concílio (Gestão 2019-2022). *Continua na próxima edição.

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COMUNICAÇÃO

Qualificação da Comunicação Conceitos Núcleo de Comunicação da IECLB • Como Igreja da Palavra, somos desafiados e desafiadas a analisar o quanto e como comunicamos a mensagem do Cristo. Ser Igreja da Palavra requer análise das atitudes, dos conteúdos e dos valores comunicados para terceiros, além do nível da Comunicação que ocorre internamente. • A IECLB é uma Igreja de Comunidades. O conjunto das Comunidades é a Igreja. A Igreja são as pessoas, membros, crianças, jovens, mulheres, homens, pessoas idosas, filhos e filhas de Deus. Então, convém avaliar se conseguimos comunicar a mensagem que lhes seja oportuna. A mensagem deve estar ancorada na Palavra e fazer diferença nas suas vidas, nos seus diálogos e, sobretudo, contribuir para o fortalecimento da vida em Comunidade. • Como luteranos e luteranas, no que cremos? O nosso modelo de Igreja passa pelo diálogo, pelo debate, pela decisão construída por Comunicar é da própria natureza da Igreja! meio da representação. Quando anunciamos o Evangelho, em palavras Precisamos comunicar ou ações, tornamos público um conjunto com qualidade o nosso jeito luterano de de valores éticos, teológicos e comunitários, participar da Igreja de com vistas a trazer pessoas para a fé em Cristo. Jesus Cristo, procurando reforçar ações con• Temos necessidade de repartir essa injuntas em favor da paz, da justiça e do cuidaformação tão valiosa com o mundo inteiro: a do com a Criação. Igreja da Palavra tem o que Boa Nova! Esse é o compromisso perante o comunicar: a Palavra! É essa Comunicação Evangelho. Como Igreja, temos conteúdo de que fará diferença para uma vida digna. Sentirexcelente qualidade. Não podemos guardá-lo se parte dessa dinâmica é ser participante de somente para nós! uma Comunicação que fortalece a vida, em • São componentes essenciais para a IgreComunidade, em Comunhão! ja da Palavra: aproximar-se, escutar, perceber, • Para qualificar a sua atuação, a IECLB vem sintonizar, interessar-se, conhecer o assunto empreendendo esforços para levantar e analie transmiti-lo com qualidade e precisão, colosar dados da caminhada da Igreja no âmbito cando-se ao lado da pessoa ou da Comunidada Comunicação. O objetivo é traçar metas em de a quem a mensagem é dirigida. relação aos processos, aos meios e às pessoas • A boa Comunicação vai ao encontro das envolvidas com Comunicação. A partir dos papessoas, filtra informações e dados, confere râmetros existentes na IECLB, esta avaliação sentido a informações, antes, dispersas, mostem por base as necessidades e expectativas tra tendências, alerta para enganos e, acima de detectadas atualmente na Comunicação, o letudo, apresenta conteúdos qualificados. A boa vantamento das áreas de atuação da Igreja, os Comunicação é aquela que edifica, em que se públicos e os segmentos de interesse, além assume que se é responsável por aquilo que dos instrumentos e dos recursos disponíveis. se transmite e que se tem compromisso em Vamos usar a Comunicação para o bem! Vamos manter corretas as informações. promover a paz! Vamos falar da Boa Nova!

Nesta última edição da Editoria Comunicação, que ocupou a contracapa do Jorev Luterano durante 2018, após todos os fundamentos a respeito da Comunicação, as possibilidades de meios de Comunicação, as orientações sobre como lidar com os principais recursos e como a IECLB tem se ocupado com esta demanda em nível nacional, queremos compartilhar alguns conceitos para reflexão. • Na IECLB, Comunicação é recurso, ferramenta para alcançar um objetivo maior – fazer a mensagem da Boa Nova do Evangelho chegar ao maior número de pessoas. Não por acaso, Comunicação é um dos três eixos transversais do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), ao lado de Sustentabilidade e Formação. • Comunicação é parte essencial da ação missionária, pois a Igreja é feita de Comunicação – o anúncio da Palavra!

• A IECLB merece uma Comunicação de qualidade, pois tem uma riqueza imensa para mostrar! A Comunicação necessariamente tem um compromisso com a afirmação dos Valores da IECLB com a sua Missão e com as suas Prioridades. Os nossos veículos são espaços para destacar o que nos une. Jamais o que nos separa! Para resolvermos demandas, temos as devidas instâncias! • O que está sendo comunicado nas nossas Comunidades? A respeito do que nós estamos falando nas nossas Comunidades? Com base em que nós estabelecemos e conduzimos os nossos diálogos na Igreja? Como os diferentes setores estão dialogando? A nossa Comunicação cria relação de confiança entre interlocutores e interlocutoras? A quem pretendemos alcançar? Como queremos que a IECLB seja vista e recebida pelas pessoas alcançadas pela Comunicação da Missão e da Visão da nossa Igreja? A nossa Comunicação promove a comunhão entre nós, entre nós e Deus, promove a paz? • Somos comunicadores e comunicadoras, o que implica iniciativa e responsabilidade! Em tempos de variadas tecnologias para informação, todos e todas nós, de uma forma ou de outra, comunicamos! Portanto, devemos ter muito cuidado com as informações que transmitimos, avaliando a sua procedência, mas, principalmente, avaliando qual é o nosso objetivo ao passar informações adiante. Estamos agregando valor à IECLB? Estamos somando para a paz? Estamos contribuindo para a Missão de Deus? • São Balizas da IECLB, o seu Fundamento (O Evangelho de Jesus Cristo, pelo qual, na forma das Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, confessa a sua fé no Senhor da una, santa, universal e apostólica Igreja), a sua Missão (A Missão da IECLB é propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade, participando do testemunho do Evangelho no país e no mundo) e a sua Visão (A IECLB quer ser reconhecida como Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço em favor da dignidade humana e pelo respeito à Criação).

Para mais informações, acesse o Portal Luteranos

Caminhos Ibéricos (Portugal & Espanha) Caminhos Germânicos (Europa Central & Reforma Luterana) Caminhos Nórdicos (Países Escandinavos) Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos (Amsterdã a Roma) Caminhos das Festas (castelos, tradições e cervejarias)

Embratur nº 23.028609.10.0001-5

viajar.plan@gmail.com

51 3762.2758 / 51 98515.6668

www.planviagens.com.br


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