Jornal Evangélico Luterano | Ano 50 | Dezembro 2018 | n o 823
Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou . Igreja - Economia - Política Se as três Ordens da Criação existem para o louvor a Deus e para a promoção e organização da vida, o caminho está na convivência em favor da paz. Tudo passa, mas o amor fica. Esse amor quer a paz. A paz é o alvo e o amor é o meio para alcançá-lo!
Glória a Deus nas alturas do céu.
Confirmação não é destino final.
O Natal já vai chegar
Paz na terra para quem Ele quer bem!
Confirmação é conexão na viagem!
Natal: o presente do Deus misericordioso!
Presidência
Formação
Fé Luterana
Jorev Luterano - Dezembro 2018
2
REDAÇÃO
Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (João 14.27a) ‘O Tema do Ano já é uma tradição na IECLB. A primeira edição foi em 1976. Normalmente, o Tema é tratado pelo período de um ano. Alguns Temas conduziram a reflexão e a ação da Igreja por dois anos. Em 2019, a IECLB mantém o Tema de 2018, mas sob a luz de um novo Lema. Em 2018, a IECLB apresentou os motivos pelos quais escolheu Igreja - Economia - Política como Tema: Igreja (que ensina a Palavra de Deus), Economia (que organiza a produção e a distribuição justa dos meios de sustento) e Política (que zela pela boa convivência) são os instrumentos que Deus usa para evidenciar quem Ele é e o que Ele quer. Para o Reformador, Deus age mediante as três Ordens e as pessoas se colocam a serviço de Deus nas três Ordens’, esclarece o Texto-base do Tema 2019, emitido pela Presidência da IECLB. Em 2018, tivemos a oportunidade de compreender a concepção luterana das Ordens da Criação. Em 2019, a IECLB quer avançar, indicando ações para o melhoramento do mundo por meio das três Ordens. O texto lembra a reflexão de Lutero no sentido que a tarefa de governantes e de pessoas cidadãs é promover a paz e o bem-estar das pessoas. Para isso, é preciso compreender o que é paz. É disto que trata o Lema: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a). Paz é, em conceito amplo, felicidade, saúde, bom entendimento e bem-estar em todos os sentidos. ‘O efeito da justiça será paz e o fruto da justiça será repouso e segurança para sempre (Is 32.17). No Salmo 85.10-13, a paz tem mais uma coirmã: além da justiça, a verdade: A graça e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar. No Evangelho de João há, por fim, uma terceira coirmã da paz. Trata-se do amor, essencial para a paz: Permaneçam no meu amor... O que eu lhes ordeno é isto: que vocês amem uns aos outros (15.9-17)’, destaca o Texto-base. ‘Tudo passa. O amor fica! É esse amor que quer a paz. A paz é o alvo. O amor é o meio. Diante das Ordens criadas pelo Pai, o Filho afiançou: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou’, encerra o Documento. Inspirado pelo lançamento do Tema 2019, o Jorev deseja aos seus leitores e às suas leitoras um Natal abençoado e que o novo ano seja de paz! Feliz Natal e Próspero 2019!
CAPA Parte do cartaz do Tema (Igreja - Economia - Política) e do Lema (Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou - João 14.27a) da IECLB para 2019, com lançamento previsto para o Primeiro Domingo de Advento, 2 de dezembro de 2018.
SUMÁRIO 2
REDAÇÃO
CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE
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ENFOQUE
VIDA EM COMUNIDADE CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS
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PALAVRA
GESTÃO MINISTERIAL COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS TEMA DO ANO
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PRESIDÊNCIA
PALAVRA DA PRESIDÊNCIA RETROSPECTIVA AGENDA
6
FORMAÇÃO
EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA PROPOSTA METODOLÓGICA FACULDADES EST
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DIVERSIDADE
NA DIFERENÇA, CRESCEMOS COMO PESSOAS PRONUNCIAMENTO
8-9 10 11 12
13 14
15 16
UNIDADE
DEUS Misericordioso
FÉ LUTERANA
ADVENTO E NATAL
PERSPECTIVA
A construção diária dos saberes: NÃO SABEMOS O QUE ESTAMOS COMENDO
MISSÃO
PLANO DE AÇÃO MISSIONÁRIA DA IECLB PROJETOS MISSIONÁRIOS PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
PRIORIDADES
PROGRAMAS DE GESTÃO PUBLICAÇÕES
GESTÃO
GESTÃO ADMINISTRATIVA DOCUMENTOS NORMATIVOS GUIA PARA O PRESBITÉRIO
CONCÍLIO
VIVER O EVANGELHO
TEMA DO ANO
igreja - economia - política
Nós não anunciamos a nós mesmos. Nós anunciamos Jesus Cristo como o Senhor. 2Coríntios 4.5 EXPEDIENTE Pastora Presidente Pa. Sílvia Genz Secretário Geral P. Marcos Bechert Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 Administrativo Elizangela Basile ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
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ENFOQUE
Vida em Comunidade Durante uma refeição, Jesus instituiu o que veio a ser a Ceia do Senhor. Na ocasião, estavam à mesa Jesus e os discípulos. Quando, hoje, celebramos a Ceia do Senhor, normalmente participam bem mais que 13 pessoas! Daí que, recorrentemente, surgem perguntas... P. Dr. Romeu Martini | Assessor Teológico da Presidência da IECLB Entre as perguntas, estão: De que forma dá para comungar? Reunir ao redor do altar (ou mesa da comunhão) tantas pessoas quantas cabem em círculo? O que fazer se ficar muito demorado? Devese pedir que as pessoas formem círculos onde estão sentadas? Como fazer isso em meio aos bancos? É correto pedir que as pessoas venham em fila indiana para comungar? De novo na fila, como na emergência do hospital?! Não existe uma resposta para essas perguntas, mas há soluções distintas e significativas. Um critério fundamental é que a forma de comungar ajude a expressar comunhão. Afinal, o cálice da bênção é a comunhão do sangue de Cristo. O pão que partimos é a comunhão do Corpo de Cristo. Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo (1Co 10.16-17). Vamos à Ceia do Senhor para receber novamente o que o sacrifício de Cristo nos deu, para sentir o gosto do perdão
dos pecados diários, para ouvir e degustar que, em Cristo, podemos recomeçar. Isso é dito para mim! É dito para você! É dito para ele e para ela. É dito para nós. É celebrado. Nós o vivenciamos na Ceia. Por isso e a partir disso, caminhamos em busca da unidade: na fé, no testemunho e no empenho pela paz. Dependendo do número de pessoas que participam no Culto, dá para expressar a comunhão em Cristo reunindo as pessoas em círculo ao redor da mesa da comunhão. Dependendo da mobilidade que o local do Culto possibilita, é possível fazer vários círculos simultâneos ou até um único grande círculo. Também faz sentido a comunhão andante (em filas), pois somos povo peregrino, caminhante. Na jornada diária, nos alimentamos na mesa do Senhor. Para lá nos dirigimos e de lá saímos para o dia a dia. A Ceia do Senhor tem muito a ver com uma refeição. Sobre isso é importante dialogar. Boa conversa!
O seu poder é eterno e o seu Reino não terá fim. Daniel 7.14
OFERTAS NACIONAIS 2 DE DEZEMBRO 1o Domingo de Advento Apoio a Comunidades Necessitadas e Novas - OGA A Obra Gustavo Adolfo (OGA) ajuda Comunidades que precisam de apoio para a construção da sua Igreja, do seu Centro Comunitário ou para o trabalho educacional, diaconal e missionário, em um mutirão de solidariedade. 9 DE DEZEMBRO 2o Domingo de Advento Apoio para Divulgação da Bíblia e Publicações A Bíblia é fonte e norma de fé para as pessoas e para a Igreja. Junto com a Bíblia, necessitamos de outras publicações que nos capacitem para o testemunho evangélico-luterano em nossos dias. 16 DE DEZEMBRO 3o Domingo de Advento Programa de Acompanhamento Estudantes de Teologia A IECLB instituiu o Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia para acompanhar, de maneira especial, estudantes que tenham o firme propósito de ingressar no Ministério com Ordenação.
INDICADORES FINANCEIROS
UPM Dezembro/2018
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Índice Novembro/2018 -0,21 % Acumulado 2018
25 DE DEZEMBRO Natal Trabalho com Música e Liturgia na IECLB Todo Culto possui uma Liturgia e toda a Liturgia tem a Música como um dos elementos mais importantes de participação e de envolvimento da Comunidade no Culto. Na IECLB, temos o Conselho Nacional de Liturgia e Culto (Conalic) e o Conselho Nacional de Música (CNM), atentos às necessidades das Comunidades.
3,59 %
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PALAVRA GESTÃO MINISTERIAL
Empatia:
abrindo caminhos P. Dr. Victor Linn | Pastor, Psicanalista e Coach Ser tratado e tratada com estima e respeito é uma das necessidades universais que humanos partilham. É algo que precisa ser experimentado concreta e renovadamente. Em muitas situações de conflitos, as emoções afetam de tal forma a comunicação que, no, lugar de uma argumentação serena e racional, a recusa da demonstração de estima é usada como forma de manifestar discordância. Além de sinalizar fraqueza, isso só serve para inviabilizar o diálogo e a busca por caminhos construtivos. Por mais contraditórias que sejam as posições, a manifestação de respeito e reconhecimento favorece a abertura para mudanças. A melhor forma para expressá-la é a empatia que sempre se traduz em uma postura de: - curiosidade e demonstração de interesse pelas razões da outra pessoa; - disponibilidade e presença, ’estar aí‘ para o que é da outra pessoa, declinando (por algum momento), do interesse de impor as próprias razões e perspectivas; - distinção entre o que é de uma e o que é da outra pessoa, tanto opiniões quanto emoções. Não é você, mas a outra que pensa ou é assim…; - reconhecimento que, por trás de manifestações de hostilidade, podem estar carências e dificuldades; - abertura para suportar emoções fortes, pois, quando pessoas sentem que são ouvidas de verdade, pode ser que falem sobre experiências com as quais seja difícil lidar, mas que, quando expressadas, produzem grande alívio e reduzem a agressividade. Assimilar essa postura enriquece a vida, desfaz nós e abre caminhos…
COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
CHA - Atitude Cat. Dra. Haidi Drebes | Secretária da Habilitação ao Ministério da IECLB Psic. Leila Klin | Psicóloga Organizacional É comum ouvirmos a frase: Quem tem atitude, tem tudo! Quando falamos em Competência, isso tem boa dose de razão. Atitude representa o ‘A’ do CHA, que define a aquisição das Competências. Embora seja a última das letras, é a primeira em relevância, pois é dela que se originam as demais. A Atitude define as nossas orientações e os nossos investimentos. É traduzida pelo querer fazer. Passa, portanto, pela motivação e pela determinação. Pode ser compreendida como o impulso necessário para alavancar as nossas decisões e as nossas ações. Quando uma pessoa tem Atitude, podemos acreditar que ela vai em busca do conhecimento e das experiências necessárias para desenvolver as suas habilidades. Pode ser que ela não saiba exatamente como fazer isso e até tome decisões equivocadas nesse processo, mas é de se imaginar que ela tenha ânimo e vitalidade para redirecionar a rota quando necessário. Atitude pressupõe resiliência para lidar com as frustrações e as situações difíceis que pode-
mos encontrar. A falta de Atitude implica passividade, dificuldade para superar obstáculos e tomar decisões. Dessa forma, inibe a busca pelo conhecimento e pelo desenvolvimento das habilidades. Nessas circunstâncias, tanto o saber como o fazer têm um caráter que poderíamos chamar de mecânico: as pessoas sabem e fazem, mas como se estivessem no ‘piloto automático’, sem dedicação, sem ‘brilho do olhar’, o que, certamente, impacta na qualidade das suas entregas. Na IECLB, Atitude é reconhecida como uma condição essencial para o exercício do Ministério. É pressuposto que, nas avaliações preparatórias ao Período Prático, as pessoas deem evidências de terem Atitude, visto que já deve ter sido determinante desde a decisão para cursar Teologia. A Atitude deve permanecer ativa durante toda a vida ministerial, garantindo, assim, o comprometimento das pessoas com o seu crescimento contínuo e, como consequência, da Igreja como um todo.
TEMA DO ANO
Tema e Lema da IECLB em 2019 Presidência da IECLB
paz, Deixo com vocês a
a minha paz
lhes dou Em 2018, apresentamos os motivos pelos quais escolhemos Igreja - Economia - Política como Tema do Ano. Segundo Lutero, estas são as três Ordens da Criação de Deus. Cada pessoa está inserida nas três Ordens e é chamada a atuar nas três Ordens. A nossa atuação pode ser compreendida como colaboração com Deus para o melhoramento do mundo. Em 2019, mantemos o Tema do Ano de 2018, mas sob a luz de um novo Lema bíblico: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a). No tempo em que vivemos, as relações estão contaminadas pela polarização. Está cada vez mais difícil a convivência na diversidade. Em meio a essa realidade, a Teologia evangélico-luterana afirma que somos pessoas simultaneamente justas e pecadoras. Ter clareza dessa condição nos ajuda a compreender as dificuldades e os desafios para conviver e promover a paz. Se temos a condição de IGREJA pessoas pecadoras, carregamos também em comum a marca do Batismo, que nos une a Cristo. Em ECONOMIA POLÍTICA Cristo, somos um só corpo (1Co 10.17). Reafirmar este princípio evitará que nos percamos em meio 2 0 1 9 a conflitos e contradições. O Tema e o Lema do Ano nos motivam a agir em colaboração na construção de pontes de aproximação. A partir da fé, entendemos que o caminho não está na polarização, mas na busca para a convivência em favor da paz. Somos porta-vozes do Evangelho, que tem a paz como antítese à onda do ódio. Um dos objetivos do Lema é procurar formas de baixar essa onda, apontando para a paz que recebemos de Deus e sinalizando o que se faz em favor da paz. A vontade de Deus se traduz no seu desígnio de criar, preservar vida digna e salvar. Nisso se manifesta o amor de Deus. É esse amor que quer a paz. Paz é o alvo. Amor é o meio. Igreja - Economia - Política: diante das Ordens criadas pelo Pai, o Filho afiançou: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a). João 14.27
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PRESIDÊNCIA
Glória a Deus nas maiores alturas do céu. Paz na terra para as pessoas a quem Ele quer bem! Pa. Sílvia Genz | Pastora Presidente da IECLB - P. Odair Braun | Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB - P. Dr. Mauro Souza | Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB
Na noite do nascimento de Jesus, os anjos cantaram Glória a Deus nas maiores alturas do céu! Paz na terra para as pessoas a quem Ele quer bem! Os ecos desse hino continuam a vibrar em nossos corações, impulsionando a louvar a Deus e a vivenciar a paz. Paz é um desejo constante nas nossas vidas. Queremos que o mundo todo experimente a paz! Muitas vezes, simplesmente desejamos encontrar a paz interior e viver em paz com o nosso próprio ser. Quando desejamos algo, alimentamos uma esperança, por isso é bom desejar a paz para alimentar a esperança de paz.
No sentido bíblico, a paz não se limita à ausência de discórdia, conflito e guerra. Paz acontece quando as relações com Deus estão bem. Paz acontece quando as relações entre as pessoas estão bem. Paz acontece quando a nossa relação com a Criação divina está bem. Paz é o bem-estar espiritual, físico, social, econômico e político. Para realizar o desejo de paz, precisamos pedir pela paz. A paz é uma bênção de Deus: O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. Toda vez que invo-
Em todo o universo, não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. Romanos 8.39
camos e recebemos esta bênção ao final de uma celebração litúrgica, outra coisa não desejamos que a paz. Esta bênção de paz se manifesta de forma especial no Natal. Deus se fez humano no ventre de Maria. Na humildade de um cocho de animais, Jesus foi acolhido e adorado como ‘Príncipe da Paz’. O nascimento de Jesus foi uma ação de Deus para estabelecer paz. Jesus veio trazer perdão e salvação! Em Jesus Cristo, a nossa relação com Deus é restabelecida. Jesus também nos ensinou a restabelecer a relação com as pessoas por meio da prática do perdão, da justiça e do amor. Para realizar o desejo de paz, precisamos trabalhar pela paz. A paz é um compromisso. Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou. Estas palavras, que constituem o Lema da IECLB em 2019, reafirmam que o primeiro passo foi dado. Seguindo os passos de Jesus, é nosso compromisso promover a paz e o bemestar das pessoas. Como podemos promover a paz? Natal é tempo de refletir sobre o compromisso de paz anunciado pelos anjos em Belém. É também tempo de tomar e firmar compromissos para a promoção da paz. Deus é a nossa fonte de paz. Vamos beber desta fonte e trabalhar para que a paz se torne realidade em nossas vidas, em nossas Comunidades, em nosso mundo. Abençoado Natal e um novo ano repleto de paz, da paz que vem de Deus!
AGENDA | DEZEMBRO 2/12
3/12
Investidura do Pastor Sinodal e da Pastora Vice-Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí Timbó/SC Pa. Sílvia Genz
8/12
Investidura do Pastor Sinodal e da Pastora Vice-Sinodal do Sínodo Uruguai Chapecó/SC Pa. Sílvia Genz
9/12
Investidura do Pastor Sinodal e da Pastora Vice-Sinodal do Sínodo Planalto Rio-Grandense Santo Antônio do Planalto/RS Pa. Sílvia Genz
RETROSPECTIVA
Dezembro - Música A música integra a vida celebrativa das Comunidades. O seu registro em gravações, no entanto, tem uma duração relativamente curta na história humana. Em dezembro de 1963, um grupo de estudantes do Morro do Espelho, integrantes do Coral da Faculdade de Teologia, empreendeu uma viagem de ônibus de São Leopoldo/RS a São Paulo/SP com a finalidade de gravar um Long-Play (LP). O grupo, também conhecido como Os Nove do Sul, ficou hospedado na Comunidade Ferraz de Vasconcelos e realizou
as gravações na gravadora Chantecler (Gravações Elétricas S.A.). O objetivo era gravar apenas um LP com hinos sacros, mas a gravadora, ao ouvir o grupo, propôs gravar um segundo LP, este com músicas folclóricas gaúchas, alemãs e negro spirituals. Dessa forma, surgiram os primeiros registros fonográficos no âmbito da IECLB. A Discografia Evangélica Luterana começa com os LPs Nós cremos todos num só Deus e Cantigas de Sempre, frutos desta empreitada de 55 anos atrás.
Investidura da Pastora Sinodal e do Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho Estância Velha/RS Pa. Sílvia Genz
12/12
Investidura do Pastor Sinodal e do Pastor Vice-Sinodal do Sínodo Espírito Santo a Belém Santa Teresa/ES P. Nestor Friedrich
15/12
Investidura da Presidência da IECLB Porto Alegre/RS Presidência
15-16/12
Reunião do Conselho da Igreja Porto Alegre/RS Presidência
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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Confirmação, uma conexão na viagem cristã P. Günter Bayerl Padilha | Ministro na Paróquia em Itapema/SC e representante do Sínodo Vale do Itajaí no CONECC
Quando uma pessoa está no aeroporto ou na rodoviária esperando para embarcar rumo ao seu destino fica ansiosa para ouvir no sistema de som esta mensagem: Passageiros com destino..., o seu embarque terá início em poucos instantes. Então, é chegada a hora do embarque e a viagem tem início! A vida cristã tem algumas semelhanças com uma viagem, que tem início, percurso, pontos de paradas, conexões e destino, como Lutero afirma no Catecismo Maior: ‘Vida cristã outra coisa não é que diário Batismo, começado uma vez e sempre continuado, porque é preciso que o pratiquemos sem cessar, a fim de varrer constantemente o que é do velho homem e surgir o que pertence ao novo. [...] por isso considere cada qual o Batismo como a sua vestimenta cotidiana, em que sempre deve andar, para que todo o tempo se encontre na fé em seus frutos, a fim
de subjugar o velho ser humano e crescer o novo (Obras Selecionadas, vol.7, p.428-30). A Confirmação é um momento especial que ocorre durante a ‘viagem cristã’. A pessoa adolescente, após ter vivenciado o tempo do Ensino Confirmatório, está pronta para dar continuidade à viagem. Por essa razão, a Confirmação não é o destino final, mas parte do percurso, em que a pessoa, agraciada pelo amor de Deus e incluída na família dele, se reconhece como filha de Deus. Em gratidão e fé, ela se coloca à disposição de Deus para servi-lo e, também, para o serviço ao próximo. Assim, a Confirmação é uma confissão pública da fé em Deus e um compromisso com o povo de Deus que vive em comunhão na comunidade dos filhos e das filhas de Deus. Conforme o que estabelece o Guia da Vida Comunitária da IECLB Nossa Fé-Nossa Vida, a Confirmação é um
viver consciente da fé, ao qual somos chamados pelo Batismo, e ser eficientes cooperadores de Deus. O Culto de Confirmação nos irmana com a Comunidade, pais, mães, padrinhos e madrinhas. Deus, por meio da sua Palavra e do Sacramento da Ceia do Senhor, confirma-nos a sua aliança, fortalece e envia para a Missão. Desse modo, a Confirmação não é outra coisa que perceber que o amor de Deus alcança a todas as pessoas, capacitando-as e as enviando para seguir viagem, comprometidas a viver diariamente o Batismo. Na Confirmação, assim como foi no Batismo, Deus dá a sua bênção para que as pessoas, ao longo dos trechos da vida, coloquem os dons do Espírito a serviço da vida, de modo que os sinais do seu Reino sejam visíveis e experimentados por toda a humanidade. Então, desejamos a você uma bela e abençoada viagem!
CRIANÇAS | PROPOSTA METODOLÓGICA
Vivendo Advento e Natal Material necessário Um exemplar da Revista O Amigo das Crianças no78. Momento 1 A Proposta Metodológica da edição de Natal traz uma sugestão de Celebração para ser feita com as crianças e as suas famílias ou com toda a Comunidade. Ela pode ser adaptada para contar a história do Natal no Culto Comunitário.
Momento 3 Este mês também é oportunidade para decorar a casa, confeccionar lanternas de Advento e presentear amigos e amigas com bolachas de Natal. Há receitas e sugestões na revista. Dedique tempo para fazer essas atividades com as crianças e envolva mais pessoas, pois, além de se divertir, a família experimenta momentos bonitos de comunhão. Canto Num berço de palhas (LCI 555). Outras sugestões estão no Livro de Canto da IECLB.
Momento 2 No âmbito familiar, aproveite para se preparar para o Natal junto com as crianças. Com o Calendário de Advento que consta na revista, a família pode acompanhar em conjunto quantos dias faltam até o Natal.
www.est.edu.br
Potencial da juventude Ao longo de muitos anos, a Faculdades EST tem se destacado como um renomado Centro de Formação que acredita no espírito criativo, no olhar humano e na capacidade de protagonismo da juventude evangélica luterana. Jovens de todo o Brasil encontram um ambiente acolhedor, que prioriza o estu-
Sugestão extraída da Proposta Metodológica para uso da Revista O Amigo das Crianças, nº 78. Leia a Proposta Metodológica completa e saiba como assinar a Revista O Amigo das Crianças no Portal Luteranos
do e a aquisição de conhecimento, sem deixar de lado a energia e a alegria da juventude. A responsabilidade de morar só, o desafio de conviver com as diferenças, a aceitação e o enfrentamento de dificuldades ficam muito mais fáceis em uma instituição que sabe relacionar a tradição com as demandas do mundo contemporâneo. Reflexo disso foi a presença da Faculdades EST no XXIV Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), que aconteceu em Teutônia/RS, de 22 a 27 de julho deste ano. Considerado o maior evento voltado a jovens da IECLB, o Congrenaje reuniu mais de 1.700 pessoas de todo o Brasil e também de outros países. Estudantes da EST estiveram lá para participar do evento e contribuir com o co-
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nhecimento adquirido a partir da Oficinas Espiritualidade, Bíblia e Reforma e Liturgia. Um dos momentos importantes dessa relação da Faculdades EST com a juventude é marcado pela acolhida às caravanas. Em função do Congrenaje, mais de 500 jovens visitaram a instituição, provenientes de diferentes regiões do país, desde o Sínodo Amazônia, passando pelos Sínodos Espírito Santo, Rio Paraná, Norte Catarinense, Noroeste Riograndense e chegando ao Sul-Rio-Grandense. Comunidades locais também costumam trazer grupos de Confirmandos e Confirmandas, além de grupos de Coros. Em alguns casos, conseguem acompanhar o tradicional Culto Eucarístico, que ocorre às quartas-feiras, na capela da EST.
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DIVERSIDADE
Discriminação: por que falar sobre esse tema? Na diferença, crescemos como pessoas humanas Cat. Dra. Erli Mansk | Coordenadora Liturgia da IECLB
Primeiro, porque a discriminação, aliada ao preconceito, é um fato e continua marcando a história do ser humano. Segundo, porque a discriminação é pecado, uma afronta ao testemunho da fé em Jesus Cristo, ao Evangelho da paz, do amor e da reconciliação. A discriminação, conforme definem os dicionários, é o ato, a ação ou o efeito de separar, distinguir ou excluir. É um tratamento injusto dado a alguém por causa de características pessoais, étnicas, de gênero, condição social, idade, trabalho, credo ou convicções políticas. Antes mesmo de falarmos sobre princípios da fé, lembremos que a discriminação é quebra do princípio da igualdade, uma violação dos direitos humanos. Lemos no Artigo 1º da
Declaração Universal dos Direitos Humanos: ‘Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade’. A discriminação, como ato que viola os direitos humanos, fruto da soberba e da prepotência, resulta em graves consequências, tais como desigualdade e violência. Este ato se dá em diversas áreas e atinge diferentes grupos e pessoas. Contudo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população negra é a mais afetada. No contexto brasileiro, alguns dados denunciam esta realidade: pessoas negras e pardas são as mais prejudicadas no mercado de traba-
lho, enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial, são as mais vulneráveis ao assédio moral, são as maiores vítimas dos homicídios, são as mais expostas ao feminicídio (assassinato de mulheres por sua condição de gênero). As mulheres negras também são mais vitimadas pela violência doméstica,. A discriminação diz respeito à vida de fé. Ela é espinho que incomoda a toda pessoa que verdadeiramente crê e dá testemunho do Evangelho de Cristo. Ações discriminatórias, sejam elas raciais ou de qualquer outra natureza – como política e religiosa, tão flagrantes nas redes sociais, não podem ser toleradas por pessoas que professam a fé cristã. Tais atitudes não passam pelo crivo da fé. Há algo errado quando, nas Igrejas, entre pessoas que professam a fé cristã, acontecem atos discriminatórios, de preconceitos, julgamento e condenação de pessoas ou grupos por sua condição social, étnica, gênero ou concepções políticas e religiosas. Deus trata todas as pessoas com igualdade! Essa é uma afirmação bíblica, conforme Efésios 6.9, Atos 10.34, Deuteronômio 10.17 e Romanos 2.11. Este princípio de fé já está presente em Gênesis, no testemunho da Criação, quando se afirma que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. A ninguém, a nenhum grupo ou a nenhuma etnia foi dado qualquer poder que a distingue como superior a outrem. As diferenças que nos caracterizam são sinais da bela e colorida imagem de Deus Criador. Elas são instrumentos de aprendizado, pois é na convivência com o diferente que conhecemos melhor a nós mesmos, a nós mesmas, e crescemos como pessoas humanas.
PRONUNCIAMENTO
Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 1João 3.20
Discriminação Cristo restabelece a fraternidade entre os seres humanos. Não apaga a individualidade nem obriga ninguém a ser diferente do que Deus o criou. Somos negros, brancos, índios, homens e mulheres. Isso é bom. O que não se justifica é sentirmo-nos ameaçados por aquele ou aquela que é diferente. Não é correto reagir à diversidade da Criação de Deus com agressão; menosprezo e marginalização.
Resultam daí a escravidão, a dominação, a perseguição, portanto diferenças que Deus não quer. A sua vontade é que na variedade das criaturas seja respeitada a igualdade e que haja fraternidade e cooperação. A Comunidade de Fé tem o privilégio de ser exemplo de integração social e assinalar a possibilidade de nova convivência humana. Manifesto sobre Discriminação (1988)
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UNIDADE
UNIDADE
Série Especial
Eu sou o SENHOR, teu Deus
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Deus Misericordioso
Mesmo com Deus presente neste mundo, em Jesus, muita gente não compreende a sua misericórdia, fruto do amor e que nos dá a possibilidade de nova vida. Em Jesus Cristo, pela fé, o perdão é ofertado por Deus como graça nascida na sua misericórdia.
Ele tinha dois meses quando chegou ao abrigo. Veio porque a mulher que o gerou não tinha condições de cuidá-lo. Tinha algo pior que separar-se da mãe? Sim! Foi diagnosticado com Aids. Era um menino lindo! A pele rosada não aparentava a doença grave que ameaçava a sua saúde. Ficou doente e foi hospitalizado em Porto Alegre/RS. Ficou 15 dias no hospital até melhorar a sua imunidade. Ele nasceu com uma carga viral muito alta. A mulher que o gerou não quis tomar os remédios que poderiam trazê-lo ao mundo sem nenhum resquício da doença dela. Nós, funcionários da Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (ABEFI)*, oramos por ele e pedimos a misericórdia de Deus. O que você sentiu quando leu a história real de um menino acolhido em um abrigo da ABEFI em Novo Hamburgo/RS? Pena? Tristeza? Uma sensação estranha no peito? Colocou-se no lugar dele? *Na época em que escreveu o texto, o autor ocupava o cargo de Diretor Geral da ABEFI.
P. Carlos Eduardo Müller Bock, Pastor Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos, com sede em São Leopoldo/RS
O nosso Deus é um Deus misericordioso. Separada de Deus, a humanidade não tinha condições de restabelecer a aliança com Ele pelo seu esforço. Deus viu o sofrimento das pessoas e as suas vãs tentativas de se sentirem amadas por Ele e teve misericórdia! A palavra misericórdia tem origem latina e é formada pela junção de miserere ‘ter compaixão’ e cordis ‘coração’. Misericórdia é sentir no coração a miséria do outro. A misericórdia de Deus é o ato de não nos castigar pelos nossos pecados como merecemos. A graça é Deus nos abençoando, apesar de não merecermos. A misericórdia é a libertação do julgamento, enquanto a graça é estender bondade aos pecadores. Misericórdia é aproximar os seus sentimentos dos sentimentos de alguém. Deus, vendo que o caminho era difícil, abriu o seu coração misericordioso para a humanidade. É que, no coração de Deus, habita a misericórdia divina. É no seu coração que Deus sente a miséria das pessoas pecadoras, fracas, arrependidas, doentes, excluídas e todas aquelas que querem se encontrar com Deus e serem acolhidas por ele. O coração de Deus sentiu as dores da humanidade. Para sentir na pele a nossa miséria, habitou neste mundo, pisou na poeira da Galiléia na pessoa de Jesus Cristo. Nele, Deus escancara o seu coração ao mundo e demonstra todo o seu amor. Acolhe aos que tinham nada a oferecer, nem a Ele e nem a ninguém. Em Cristo, Deus vem para dentro deste mundo e se compadece da situação humana, envolta em pecado, sofrimento, opressão, vaidade, desejos de poder, medo da morte... Um momento de Jesus neste mundo, narrado em Lucas 19.41-42, revela o coração misericordioso de Deus: Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou
com pena dela e disse: Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz, mas agora você não pode ver isso. As lágrimas de tristeza de Jesus revelaram o que se passava no coração de Deus. Só quem sente no seu coração a dor do outro derrama lágrimas de tristeza, como Jesus derramou, vendo a insensibilidade do povo de Jerusalém. É a miséria do outro doendo no coração de Deus! Mesmo com Deus presente neste mundo, em Jesus Cristo, muita gente não compreende a misericórdia de Deus. A misericórdia é fruto do amor. A misericórdia de Deus nos dá a possibilidade de nova vida. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deunos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos (Ef 2.3-5). Em Cristo, pela fé, o perdão é ofertado por Deus como graça nascida na sua misericórdia. Se Jesus vivesse no mundo de hoje seria o mestre do Twitter. As principais afirmações de Jesus cabem em 140 caracteres. Foi em menos de 140 caracteres que ele disse: Em seguida, tomou o cálice, deu graças, ofereceu -o aos discípulos e todos beberam. Então, lhes disse: ‘Isto é o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos’ (Mc 14.24). Jesus deu a sua vida para que a misericórdia de Deus atingisse todas as pessoas e abrisse a possibilidade de sermos salvos pela fé. Quem crer será salvo, afirma Jesus. Encantadas com a possibilidade de salvação pela graça de Deus, as pessoas reconhecem a sua misericórdia.
No cenário de hoje, onde vivemos? Qual é o lugar desta afirmação de Jesus? Uma leitura de cenário atual... Chegamos, no mundo ocidental, ao momento da supremacia do individualismo. Se, no passado, o grupo familiar, o clã, a tribo e, depois, o estado eram importantes, hoje o indivíduo é supremo. Ele decide o que fazer da sua vida. Quem dita a vida são o consumo e a produção da moda. O indivíduo não precisa mais da Comunidade, da Igreja ou qualquer instituição para se sentir pleno. Pode-se questionar se realmente o indivíduo está satisfeito, pois a plenitude de vida anunciada por Jesus passa longe da satisfação material e simbólica. Os bens, necessários para viver, são desejos criados pelo marketing, para, simbolicamente, causar a sensação de plenitude. Esse modo de viver a vida causa uma multidão de excluídos. As pessoas que têm acesso a um iPhone, ou seja, um celular da famosa Apple, querem ser identificadas por possuir o melhor dos aparelhos celulares. A Apple não vende celular. Ela vende status! Pessoas permanecem horas na fila para serem as primeiras a comprar uma novidade. Fazer parte deste grupo gera uma identidade mediada pelo bem material e o simbólico. A marca famosa lhes concede status e identidade inclusiva, sem compromisso, mas com identificação. Os indivíduos têm dificuldades de participar de tudo o que gera compromisso com o outro. Clubes que têm sócios estão falindo em quase todas as cidades. Por que as pessoas não querem mais se associar para manter um clube para festas, bailes e piscinas? Porque querem a liberdade de escolher lugares diferentes. O baile do clube se transformou na ‘balada’ na casa de shows. A pessoa paga ingresso, se diverte e sai sem se comprometer com ninguém. Abandona-se o clube por causa do compromisso da mensalidade e da mesmice que gera se encontrar com as mesmas pessoas, nos mesmos lugares. O indivíduo prefere a liberdade de escolher o lugar para se divertir e a possibilidade de ser surpreendido pela convivência com pessoas desconhecidas. As nossas Comunidades são diferentes dos clubes? Não é diferente o comportamento dos indivíduos nas Comunidades tradicionais. É difícil se comprometer com o próximo no cenário atual. Está no individualismo uma das principais razões para o sucesso da teologia da prosperidade. O indivíduo não se compromete com a Comunidade e recebe o que busca: satisfação para o seu jeito de viver dentro deste mundo. Por que participar de uma Comunidade em que a Pregação do Evangelho da Misericórdia de Deus questiona o seu comporta-
mento e propõe um compromisso com um estilo de vida contrário ao que propõe o mundo individualista da moda e do consumo? Tem lugar neste mundo um convite como foi feito em Isaías 55.1-3a? O Senhor Deus diz: Escutem os que têm sede: venham beber água! Venham os que não têm dinheiro: comprem comida e comam! Venham e comprem leite e vinho, que tudo é de graça. Por que vocês gastam dinhei-
Nada melhor que este tempo de Advento e Natal para aceitarmos o convite do alimento da misericórdia e da graça de Deus e estendê-lo a quem quiser. Da manjedoura que acolhe Cristo à mesa da comunhão, Deus é misericórdia perdão e graça!
ro com o que não é comida? Por que gastam o seu salário com coisas que não matam a fome? Se ouvirem e fizerem o que eu ordeno, vocês comerão do melhor alimento, terão comidas gostosas. Escutem-me e venham a mim, prestem atenção e terão vida nova. Neste convite de Deus, tudo contraria o individualismo e os valores do cenário que ora vivemos. O convite é para as pessoas que têm sede e fome e não têm dinheiro. Ao contrário, na sociedade da supremacia do indivíduo, as pessoas que não têm dinheiro não têm acesso aos bens necessários e muito menos terão acesso aos bens que concedem inclusão e status. No texto de Isaías, tudo no convite de Deus é de graça!
A palavra graça soa estranha no mundo atual, mediado pelo dinheiro. Quem ouvir e aceitar o convite terá o melhor alimento e comidas gostosas. O fundamental para as pessoas convidadas e que aceitam o convite é que terão nova vida. A sede passou! A fome se foi! A graça se instalou! É para uma nova vida que Deus nos convida neste tempo de Advento e Natal. Diferente do convite do texto de Isaías, Deus não ordena, mas convida, movido pela sua misericórdia, a aceitarmos nova vida em Cristo. Na manjedoura, Jesus é protegido no lugar onde os animais comem. Na mesa em que os seres humanos se alimentam, Jesus oferece o seu corpo e o seu sangue para nos alimentar de misericórdia, graça e perdão. Na mesa da ceia, ele nos chama para uma nova vida. Somos chamados e chamadas a deixar de lado os símbolos da moda, do consumo e da exclusão social por falta dos bens materiais. Jesus nos chama para nos unirmos em Comunidade e nos comprometermos com o nosso próximo. Esse compromisso se estende ao compromisso com a Criação. Este cenário construído pelo individualismo precisa transformação não só porque exclui, mas porque nega a necessidade de Deus. A tarefa da Igreja de Cristo é apresentar o Cristo como o coração aberto de Deus para que todos sintam no seu coração a misericórdia acolhedora do Pai. Nada melhor que este tempo de Advento e Natal para aceitarmos o convite e estendêlo a quem quiser ouvir. Vamos convidar os ‘fora de moda’ e os ‘sem bens’ que querem se alimentar da misericórdia e da graça de Deus. Da manjedoura que acolhe Cristo à mesa da comunhão, Deus é misericórdia perdão e graça! A resposta à nossa oração! Em quatro meses, o nosso menino acolhido foi mais algumas vezes ao hospital, mas a nossa oração foi ouvida e a misericórdia de Deus se fez presente. Um casal adotante, há anos na fila de espera, chegou ao lar para uma visita. Estavam informados pelo Juizado que o menino tinha Aids. Eles olharam embevecidos para o menino e o abraçaram. É nosso filho! Vamos amá-lo como nunca foi amado! Vamos cuidar dele para sempre! A nossa oração foi atendida e hoje temos notícias de uma família feliz e de um menino que encontrou amor, encontrou misericórdia! Se recebemos a misericórdia de Deus, devemos olhar com misericórdia para as pessoas que vivem em miséria humana. Não tenha pena! Pena imobiliza! Misericórdia ganha a força do coração e mobiliza para uma ação em direção a outra pessoa! Que Deus nos abençoe com a sua misericórdia e nos faça pessoas misericordiosas!
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FÉ LUTERANA
Advento: início de um novo Ano Eclesiástico P. Me. Márcio Arthur Trentini | Ministro na Comunidade Centro, em Santa Cruz do Sul/RS Gosto muito das canções do tempo de Natal e Advento. Uma das canções que conheço e que parece refletir cada vez mais esse tempo tão especial é de autoria de José Acácio Santana, É preciso parar, e começa assim: O tempo vai passando sutilmente, de repente a gente lembra que o Natal já vai chegar. É preciso parar, é preciso lembrar que Cristo veio para nos salvar. O texto da canção acima diz muito sobre como se está sentindo e vivenciando o tempo de Advento. Não é de hoje que ouço as pessoas falando sobre como o tempo passa depressa... O tempo voa! Parece até que o relógio está andando mais rápido, pois, conforme dizem por aí, ‘antigamente’, demorava muito para chegar o tempo de Advento e o Natal. Parece que, nesse ‘antigamente’, as pessoas aguardavam com mais expectativa viver o tempo de Advento e o Natal, usufruir e curtir esse tempo com as suas canções e tradições. Decorar a casa, preparar as delícias típicas da comemoração do Natal, cantar os hinos tão belos e assistir apresentações ensaiadas para marcar o nascimento do nosso Salvador Jesus Cristo.
Atualmente, o Advento quase não é mais percebido pelas pessoas. Na verdade, a grande maioria nem sabe mais quando começa o Advento ou para que ele serve. O fato de ser, hoje em dia, uma época cheia de festas de encerramento de ano, compras, presentes, Amigos Secretos e tantas outras atividades intro-
Advento, tempo de renovação e de alegria com o maior e melhor presente que Deus nos deu: Jesus Cristo, e marcar o início de um novo ano da Igreja. duzidas no Advento, ajuda sobremaneira para que este tempo seja muito mais de correria, agitação e esquecimento do real motivo do que estamos comemorando. Não há dúvidas: é preciso parar! Precisamos lembrar o que estamos deixando de lado, o que estamos perdendo, o que estamos esquecendo com toda
essa agitação e correria. É preciso refletir a razão deste tempo não ter mais a magia que tinha na nossa infância. O tempo de Advento não quer ser só mais um tempo pelo qual passamos e que nos deixa cansaço e estresse. Originalmente, o tempo de Advento era de penitência e arrependimento. Hoje, a ênfase deveria estar mais na alegre preparação para a chegada, o nascimento do nosso Salvador Jesus Cristo. Advento é tempo para receber o presente gracioso que Deus nos enviou e marcar o início de um novo ano da Igreja. O Advento, tempo de quatro domingos que antecedem o Natal, é muito belo e importante na nossa vivência de fé, pois é tempo de parar e perceber que só de Deus vem a paz, é só ele quem traz felicidade para todos nós (José Acácio Santana). Que todos e todas nós possamos celebrar o Advento. Não o tempo da correria e da agitação sem sentido, mas o Advento, tempo de renovação e de alegria com o maior e melhor presente que Deus nos deu: Jesus Cristo. Para refletir, leia Jeremias 33.14-16
Natal: o presente do Deus misericordioso Pa. Patrícia Bauer | Ministra na Comunidade de Goiânia/GO O tempo vai passando sutilmente. De repente, a gente lembra que o Natal já vai chegar [...] A praça apareceu iluminada. Na calçada, o povo pensa que em pacotes compra a paz. Só de Deus vem a paz! Assim diz a canção natalina É preciso parar, de José Acácio Santana, que eu gosto de cantar. Não é assim que corremos e, de repente, as lojas nos lembram que, sem demora, vem o Natal? Não é assim que a maioria das pessoas se preocupa mais com a decoração, com a ceia e com os presentes que em preparar o seu interior para mais uma vez acolher o presente gracioso de Deus, na simplicidade e grandeza da manjedoura? Não foram só as pessoas que seguiam Jesus que estranharam o anúncio da cruz. Aquele povo esperava um rei poderoso, que resgatasse a ordem e estabelecesse a justiça. No entanto, esse Rei era diferente: quando os discípulos disputavam os principais lugares, Jesus os chamou para perto e ensinou-lhes que entre eles não seria assim. Quem quisesse ser importante, teria que servir e quem quisesse ser o primeiro, que fosse servo das pessoas! (Mc 10. 42-45). Nós aguardamos, como prometido, a nova vinda de Jesus. Como nós o espera-
mos? Certamente, não muito diferente do povo que recebeu Jesus. Gostaríamos que ele impusesse a ordem e fosse ao encontro das pessoas boas. Não é justo que vá ao encontro de pessoas que não merecem essa presença! Continua sendo difícil entender que Jesus veio para servir e para dar a sua vida a fim de nos reconciliar com Deus.
Como podemos acolher essa doação misericordiosa? Que Deus seja acolhido graciosamente neste Natal e em todos os dias de mais um ano que se aproxima! Cristo serviu, deu a sua vida por nós e ressuscitou, por isso é que somos Comunidade Cristã. Qual é o mérito nisso? O amor e a graça de Deus, que nós não merecemos! O mérito da nossa fé não temos condições de comprar nem vender. Deus nos dá e nós, pela fé e em humildade, recebemos. Incomoda vivermos em débito com Deus? Espero que não! É essa rela-
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ção de dependência que nos aproxima de Deus, que nos permite experimentar o Deus Emanuel. Mesmo que não tenhamos nenhum poder aquisitivo e mesmo se tivermos, essa presença não está à venda! Como é libertador saber que muitas coisas nós só poderemos ter se soubermos receber gratuitamente! Assim é o amor, seja de Deus, seja das pessoas. É servindo que somos tornados importantes! Essas palavras ilustram a graça: Deus se doa a nós e consequentemente nos doamos a Ele e às pessoas. Como podemos acolher essa doação misericordiosa? Aprendendo a receber, demonstrando gratidão (não só por grandes conquistas, pois elas serão em quantidade infinitamente menor às bênçãos do dia a dia), testemunhar a fé com ações que façam as pessoas sentirem-se bem com a nossa presença (muito mais que com as nossas palavras), em nossa humanidade, compartilhar o gracioso presente que Deus nos concede com as pessoas dos caminhos. Que Deus seja acolhido graciosamente neste Natal e em todos os dias de mais um ano que se aproxima! Para refletir, leia Hebreus 13
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PERSPECTIVA
De onde venho e o que expresso? A construção diária dos saberes Profa. Dra. Ema Marta Dunck Cintra | Docente no Instituto Federal de Mato Grosso e Presidente do Concílio da Igreja Há poucos dias, quando entrava em sala de aula, logo após o primeiro turno das Eleições no Brasil, encontrei estudantes falando alto, tentando argumentar a favor ou contra determinado candidato. Tive de lembrar o grupo de estudantes que estávamos em uma aula de Língua Portuguesa e que sabíamos que não convenceríamos as outras pessoas por falar mais alto, mas, sim, com bons argumentos. Acalmados os ânimos, abri um espaço para que expusessem os pensamentos e mostrassem, então, a razão do seu ponto de vista. Cada estudante procurou mostrar o que pensava e por qual razão votaria neste ou naquele candidato. De alguma maneira, o que foi discutido agregou conhecimentos às pessoas presentes. Ao término da discussão, procurei amarrar o assunto, falando sobre um texto do Teólogo Leonardo Boff, que fora lido nas primeiras aulas deste ano ‘Todo ponto de vista é a vista de um ponto’. Pedi que eles lembrassem sobre o que havíamos discutido naquela época. Em seguida, expus sobre a importância de saber ouvir e tentar entender a história de cada um e cada uma para compreender as razões pelas quais alguém se posiciona de tal modo. Aí reside um aspecto primordial da e na convivência humana: reconhecer que cada pessoa vai se posicionar de acordo com aquilo que os seus olhos viram, os seus ouvidos ouviram e onde
os seus pés pisaram. Portanto, com quem essa pessoa conviveu, que histórias foram partilhadas, que leitura de mundo essas pessoas passaram para ela. Enfim, como se deu a convivência familiar e social. Quando conseguirmos chegar nesse nível de entendimento, procurando perceber que o posicionamento da pessoa é decorrente da sua história de vida, talvez fôssemos menos orgulhosos e orgulhosas e conseguíssemos, por meio do amor, nos aproximar mais que nos afastar. Assim, permitiríamos que as pessoas pudessem interagir de modo mais fraterno, tendo contato com outros pensamentos e, quem sabe, ver o mundo com outros olhos e enxergar a vida de uma perspectiva que ainda não haviam percebido. O que ocorreria com as pessoas participantes dessa interação, independente de qual seja a ‘sua verdade’? Ter abertura para ouvir diferentes pontos de vista possibilita que haja enriquecimento daqueles que participam da interação. Isso pode resultar em novas leituras e novos posicionamentos, afinal o modo de ver e pronunciar o mundo não nos é dado de uma só vez, mas construído diariamente no agregar das diferenças. Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, [...]. Não sejam sábios aos seus próprios olhos (Rm 12.16).
Senhor, tu és bom e compassivo, abundante em benignidade para com todos os que te invocam. Salmo 86.5
Não sabemos o que estamos comendo, mas sabemos do que estamos morrendo... P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS Alguém muito atento observava o Zelador do cemitério evangélico a pulverizar os matinhos entre os túmulos, já que se aproximava o Dia de Finados, e sugeriu ao Zelador não usar agrotóxico, ao que ele respondeu: ‘Não tem problema! Estão todos mortos’. Se eu estivesse naquele lugar, também diria para evitar agrotóxico, mas por outra razão. O apóstolo Paulo, em 1Coríntios 15, compara a morte a um sono. Os mortos estão dormindo e aguardam o dia da ressurreição. Esta é a base de nossa fé. Logo, os que dormem no cemitério estão sendo pulverizados com venenos. Não só os mortos que dormem estão sendo envenenados pelo comodismo de termos aposentado as enxadas e foices. Também a nossa mesa, onde comemos o pão de cada dia, está temperada por venenos que dão grandes lucros para empresas internacionais. A saúde pública está ameaçada. Não sabemos o que estamos comendo, mas sabemos do que estamos morrendo... quando já é tarde. Os grandes interesses das empresas de bioquímica escondem a morte a prestações lentas. No Congresso Nacional, onde estão os interesses mais diversos, existe o pleito, para a próxima legislatura, de flexibilização das leis para que agrotóxicos mais poderosos sejam liberados para a agricultura, grande e pequena. Como filho de pequeno produtor de banana, lembro que nunca usamos agrotóxicos. Em nossa casa na cidade, colhemos verduras e bananas sem veneno.
Fé envenenada pelo dinheiro de Congressistas se espraia contra a saúde do povo. Aqui destaco a Frente Parlamentar Evangélica, mais conhecida como Bancada Evangélica, que reduziu o seu quadro na última eleição. Ela se se associa aos que querem liberar agrotóxicos e ao uso de armas. Cada vez mais, a subordinação de Igrejas Evangélicas à política deixa de lado o Deus Criador, que fez tudo bom, e renega a conversão de pessoas marginais. Se a pregação não tem força por causa da fé envenenada, o recurso é a bala. Quando reinam o poder, o dinheiro e o sexo, a fé se torna envenenada e insossa, não prestando para nada, para usar uma frase de Jesus sobre o sal. Então, nada podemos esperar de tais pregações, a não ser a morte lenta e o envenenamento das almas. Contra isso se colocam os povos tradicionais africanos. Em suas tradições, a entidade espiritual é afetada pelo agrotóxico na comida destinada ao santo. O fiel envenena a alma e o seu santo que também come. Cremos de forma diferente, pois não precisamos alimentar o nosso Santo, que é o Espírito. Cremos que não existe alma sem corpo e corpo sem alma. Logo, ao comermos, poderemos envenenar as nossas almas. Como desintoxicaremos as nossas almas envenenadas? Pelo perdão em público, que nos leva à conversão dos caminhos envenenados e pelo boicote aos alimentos impuros. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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MISSÃO
Qualificação da Ação Missionária (parte 5/5) P. Dr. Pedro Puentes | Secretário de Missão Planejamento Missionário O XXX Concílio da Igreja, realizado em Brusque/SC, em 2016, acolheu o novo Roteiro para o Planejamento Missionário. Em resposta ao pedido das Comunidades, a nova proposta simplificou a metodologia do Planejamento. O Roteiro tem como principal função ajudar Presbíteros e Presbíteras, Ministros e Ministras, lideranças da IECLB em geral a planejar as Ações Missionárias em suas Comunidades, pois o Planejamento é fundamental para a qualificação da Ação Missionária das Comunidades, em sintonia com a Missão de Deus. Considerando a sua relevância estratégica, o Programa investiu na entrega do Roteiro aos 18 Sínodos, com a realização de 26 encontros, com a capacitação
Projetos apoiados: Vai e Vem 2019 Secretaria de Missão da IECLB O Conselho da Igreja, na sua reunião dos dias 15 e 16 de dezembro de 2018, acolheu o resultado financeiro da Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem 2018 (R$ 983.861,14) e os Projetos Missionários a serem apoiados em 2019 com a metade das ofertas arrecadadas: Ariquemes - Sínodo da Amazônia, Nordeste MG e Sul BA - Espírito Santo a Belém, Norte Fluminense/RJ - Sudeste, Paz/RS - Sul-RioGrandense, Santa Fé do Sul/SP - Paranapanema, Sidrolândia/MS - Rio Paraná e Teresina/PI - Brasil Central. Lembramos, que os outros 50% do montante arrecadado, descontados os investimentos na Campanha, retornam aos Fundos Sinodais para Missão (R$ 410.553,11) para o desenvolvimento de Ações Missionárias, segundo indicativos das Metas, Áreas e Objetivos do Plano Missionário da IECLB 2019-2024, aprovado pelo XXXI Concílio (2018). Rogamos que Deus abençoe as pessoas que, com fé, esperança e amor, buscam o fortalecimento de uma Igreja de Comunidades atrativas, inclusivas e missionárias.
de 1510 lideranças. No final desta etapa de implantação do Roteiro junto aos Sínodos, cada Sínodo realizou, pelo menos, um encontro de capacitação de lideranças para uso do novo Roteiro e definiu duas a quatro pessoas para acompanhar e monitorar o Planejamento Missionário em âmbito sinodal. Desafios Talvez, um dos maiores avanços nestes últimos anos seja a crescente consciência da necessidade de olharmos com mais atenção para a Ação Missionária a ser desenvolvida pelas diversas instâncias da IECLB. Também há desafios, entre os quais podemos mencionar: a) o aprofundamento da compreensão e articulação da Ação Missionária propos-
ta pelo PAMI, b) Estratégias para novas áreas de missão (geográficas, sociais, institucionais, etc.), c) Modelos ou experiências para a revitalização das Comunidades e criação de novas Comunidades, d) Formação na fé e ministerial, com vistas à atuação missionária e e) Crescer nos vínculos de parcerias para a Ação Missionária entre Sínodos, Paróquias e Comunidades.
Planejamento Missionário P. Altemir Labes | Secretário Adjunto para Missão e Diaconia da IECLB Chegou o Advento! Tempo de espera! Época de preparo! Nesta época, surge a oportunidade de, em meio aos tantos preparativos de fim de ano na Comunidade, fazer contato mais de perto com as pessoas membros que só nesta época participam da Comunidade, pagam a contribuição, vão ao Culto de Natal. Que tal usar esse momento tão especial com criatividade, envolvendo os grupos já existentes e atuantes, como os jovens, e criar, por exemplo, um espaço de boas-vindas antes do Culto? Dependendo, pode até ser uma ótima
oportunidade para pedir a atualização do endereço e/ou entregar um folder sobre a Comunidade, informando sobre todos os recursos que ela oferece ou, ainda, uma ficha para atualização de dados. É ocasião para distribuir abraços e sorrisos de boasvindas, para deixar claro como essas pessoas são esperadas e importantes para a Comunidade. Final de ano também é época de balanço: avaliar a caminhada feita durante o ano (o que animou a Comunidade, o que precisa ser realizado de novo porque deu certo, o que precisa de mais investimento de tempo). Advento, tempo de oportunidades!
Resultado da Campanha Vai e Vem Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem | Secretaria de Missão da IECLB Na sua 11ª edição, a Campanha Nacional de Ofertas para a Missão Vai e Vem alcançou o montante de R$ 983.861,14. O anúncio foi feito durante a Reunião do Conselho da Igreja, realizada nos dias 15 e 16 de dezembro de 2018, em Porto Alegre/RS. Compartilhamos a arrecadação de cada Sínodo (entre 20.11.2017 e 05.11.2018), o percentual alcançado em relação à meta, bem como os valores que retornam ao Sínodo: Amazônia (R$ 23.787,00 234% - R$ 10.158,57), Brasil Central (R$ 18.000,00 - 382% - R$ 4.713,43), Centro-Campanha-Sul (R$ 43.309,06 - 57% - R$ 76.615,72), Centro-Sul Catarinense (R$ 31.886,37 - 50% - R$ 63.289,49), Espírito Santo a Belém (R$ 106.288,67 - 107% - R$ 98.924,49), Mato Grosso (R$ 45.071,55 - 341% - R$ 13.220,59), Nordeste Gaúcho (R$ 73.626,62 - 88% - R$ 83.780,62), Noroeste Rio-Grandense (R$ 42.939,36 - 76% - R$ 56.612,39), Norte Catarinense (R$ 83.284,48 - 84% - R$ 99.440,26), Paranapanema (R$ 44.427,71 - 202% - R$ 22.005,83), Planalto Rio-grandense (R$ 79.006,81 - 124% - R$ 63.489,89), Rio dos Sinos (R$ 43.365,00 - 69% R$ 63.166,76), Rio Paraná (R$ 75.572,33 - 178% - R$ 42.560,66), Sudeste (R$ 39.333,46 - 134% - R$ 29.340,07), Sul-Rio-Grandense (R$ 28.702,86 - 67% - R$ 42.939,72), Uruguai (R$ 44.452,87 - 86% - R$ 51.807,31), Vale do Itajaí (R$ 97.225,05 - 78% - R$ 125.334,59), Vale do Taquari (R$ 45.119,47 - 86% R$ 52.599,61) e Doações Individuais (R$ 18.462,47), totalizando R$ 983.861,14. Gratidão a Deus e a todas as pessoas que trabalharam com Fé, Gratidão e Compromisso!
Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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PRIORIDADES
Prioridades de Gestão: Programas de Acompanhamento Fortalecimento da Ação Comunitária (parte 2/2) P. Dr. Mauro Souza | Secretário da Ação Comunitária da IECLB (atualmente, Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB)
O eixo protagonismo juvenil articula e mobiliza o trabalho com jovens e coordena Programas de Intercâmbio de jovens com Igrejas e instituições parceiras. Nos últimos dez anos, enviamos cerca de cem jovens para intercâmbios no exterior. Neste momento, existe o programa Jovens na Igreja Global, com a Igreja da Suécia. Os Acampamentos de Verão da Igreja Evangélica Luterana nos Estados Unidos e o Programa de trabalho voluntário Sul-Norte, antes chamado Programa Reverso, com parceiras da Alemanha. Depois de longa paralisação, em outubro de 2017, retomamos o Programa Norte-Sul (da Alemanha para o Brasil). O acompanhamento ao Conselho Nacional da Juventude Evangélica (Conaje) acontece por meio da organização e participação nas reuniões do Conselho e de muita reflexão, planejamento e comunicação. O Congresso Nacional da Juventude Evangélica (Congrenaje), evento maior da JE, acontece a cada dois anos e tem recebido crescente número de participantes.
O Congrenaje é um grande mutirão e é possível porque existe apoio, envolvimento, construção conjunta de pessoas das Comunidades, Sínodos, Conaje, Secretaria da Ação Comunitária e Secretaria Geral, fundações, escolas, órgãos públicos, meios de comunicação, transporte e tantos outros, dentro e fora de nossa IECLB. O eixo gênero, gerações e etnias acompanha e articula o trabalho com diferentes grupos de mulheres e homens, levando em conta questões geracionais e étnicas. O tema justiça de gênero, que tem na superação da violência contra a mulher um dos seus aspectos mais importantes, tem sido motivo de reflexão em diferentes espaços na Igreja e sociedade. Está presente também no planejamento da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (OASE Nacional), do Conaje, em diferentes setores e grupos da IECLB, evidenciando maior abertura para esse diálogo tão importante. Justiça ambiental é um tema de grandes e profundas ramificações. Tem a ver
com a própria possibilidade da vida no planeta. Certamente, se trata de uma área que estará nas agendas de preocupação e de trabalho cada vez com mais frequência. Cuidar da Criação de Deus é tarefa evangélica das mais importantes. O eixo justiça ambiental busca tornar o cuidado com a Criação um compromisso de todas as pessoas batizadas. Uma das mais importantes atribuições neste aspecto tem sido o olhar atento às necessidades das Comunidades e Instituições nos casos de catástrofes naturais (estiagens, temporais, enchentes, vendavais, granizos, etc.) e artificiais (caso do Rio Doce, templo do centro de São Paulo atingido por queda de prédio vizinho, etc.). O Programa de Fortalecimento da Ação Comunitária também acompanha e presta assessoria aos diversos Conselhos Nacionais (Educação Cristã Contínua, Juventude Evangélica, Música, Liturgia e Culto, Diaconia) e grupos da IECLB organizados nacionalmente. Este é o sétimo eixo do Programa. Dentre as ações mais importantes, destacamos a articulação para que as demandas e propostas venham dos Sínodos e cheguem aos Sínodos. O Programa disponibiliza pessoas e recursos para a organização de eventos como as reuniões anuais dos Conselhos, os Encontros de Mulheres e os Congressos da Juventude. A Comunidade é a célula básica da IECLB. É de lá que vêm as necessidades e é para lá que se dirigem todas as iniciativas. O Programa de Fortalecimento da Ação Comunitária quer ajudar as Comunidades e se colocarem cada vez com mais propriedade, intencionalidade e sabedoria nas mãos de Deus, para que a Missão de Deus aconteça – um mundo de paz e justiça, onde reconciliação seja uma realidade e o amor reine.
Publicações | Misericórdia: nossa Missão O caderno Misericórdia: nossa Missão oferece cinco estudos bíblicos sobre as ações de misericórdia: alimentar, saciar, vestir, acolher, visitar, cuidar e consolar. Os textos bíblicos que servem de base são: Gênesis 18.1-8, Mateus 6.25-34, 11.2-5, 25.31-46, Tiago 5.14, Lucas 14.15-24 e João 11.19,31. Os estudos podem ser realizados com diferentes grupos comunitários e cada grupo pode adaptar os subsídios de acordo com as condições e dinâmicas locais. O material pode ser solicitado à Secretaria Geral da IECLB e também está disponível no Portal Luteranos. Trecho de Misericórdia: nossa Missão
Nós te damos graças, ó Deus. Anunciamos a tua grandeza e contamos as coisas maravilhosas que tens feito. Salmo 75.1
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GESTÃO
Corpo IECLB | Gestão Administrativa Secretaria Geral da IECLB Como organização de direito privado, sem fins lucrativos, a IECLB dispõe de quatro órgãos que são: I - Concílio da Igreja, II - Conselho da Igreja, III – Presidência e IV - Secretaria Geral. Nesta edição, trataremos sobre a Secretaria Geral. A Secretaria Geral é o órgão executivo da Administração Nacional da IECLB, cabendo-lhe resolver as questões administrativas e a execução do Orçamento Geral da Igreja, observando as decisões e as diretrizes emanadas do Concílio e do Conselho da Igreja. Competem à Secretaria Geral distintas funções, entre as quais se destacam: I - Executar a administração da IECLB; II - Orientar e instruir os Sínodos e, em conjunto com estes, as Comunidades e as Paróquias da sua área de abrangência, sobre assuntos de economia, finanças, patrimônio e recursos humanos; III - Elaborar a proposta orçamentária anual e o balanço patrimonial da IECLB, que serão apresentados ao Concílio da Igreja ou ao Conselho da Igreja; IV - Executar o orçamento aprovado e propor as modificações ao Conselho da Igreja, com justificativas; V - Prestar assessoramento e auxílio na coordenação, execução e dinamização das atividades da Igreja; VI - Apresentar relatório anual das suas atividades ao Concílio da Igreja ou ao Conselho da Igreja; VII - Manter o registro da vida ministerial dos Ministros e das Ministras em atividade, além dos eméritos e das eméritas; VIII - Conceder empréstimos e auxílios dos fundos existentes na IECLB, obedecidas as normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho da Igreja; IX - Liberar recursos do Fundo de Solidariedade dos Sínodos, observados os critérios e as condições estabelecidas pelo Conselho da Igreja. A Secretaria Geral é integrada por um Secretário ou uma Secretária Geral e por Secretários e Secretárias de áreas específicas. Para a boa gestão da Secretaria Geral, o Secretário ou a Secretária Geral realizará reuniões periódicas com os Secretários e as Secretárias, denominada Conferência dos Secretários e das Secretárias, que apresentarão relatórios das suas atividades relacionadas aos assuntos de interesse geral da Igreja, bem como das demandas a serem atendidas internamente em cada Secretaria. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
Guia para o Presbitério Em gratidão pelo presente que recebemos de Deus, queremos servir a Deus, por meio das nossas vidas, do falar e do agir, trabalhando em favor do seu Reino. É da ação de Deus em nossas vidas que brotam a vontade e a alegria em colocar a lâmpada de tal forma que ‘ilumine todos que estão na casa’, assim como Jesus disse aos seus discípulos e à multidão no sermão do monte (Mt 5.15). É por isso que, já no início da Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo exclama, com alegria: Como é maravilhosa a graça de Deus, que ele nos deu com tanta fartura! (Ef 1.1-8). A partir dessa perspectiva, a vida cristã pode ser comparada com uma caixa d’água. A caixa d’água recebe em abundância da graça, do amor e da misericórdia e do perdão de Deus. É por isso e somente por isso que pode passar adiante aquilo que recebe. O mesmo vale para o Presbitério, pois os seus integrantes cuidarão do rebanho a eles confiado da mesma forma que se sabem cuidados por Deus. Essa é a fonte da qual somos chamados a beber.
Documentos Normativos Acima de todos os Documentos Normativos da IECLB está o Mandato de Deus, tendo como base a Bíblia e os Escritos Confessionais. A Constituição, o Regimento Interno, o Guia Nossa Fé-Nossa Vida, o Documento Justiça e Ordem, o Estatuto do Ministério com Ordenação da IECLB são normas nacionais, eclesiasticamente válidas para todos os Sínodos, as Paróquias, as Comunidades, os Ministros, as Ministras, as lideranças leigas e demais membros. Todas as normas adicionais são elaboradas a partir dos princípios constantes nesses documentos e a eles estão sujeitas eclesiasticamente. Os critérios para a parceria da IECLB com outras Igrejas ou organizações ecumênicas afirmam, por exemplo, que, no Corpo de Cristo, os membros são chamados a servirem uns aos outros. Vivem em comunhão, baseada na fé no mesmo Senhor, compartilhando dons e experiências. Juntos receberam a incumbência de testemunhar o Evangelho e de socorrer as pessoas em suas necessidades. A IECLB é membro deste corpo. Faz parte da Igreja Universal de Cristo. A partir das suas tradições confessionais, desempenha a sua missão prioritariamente no Brasil, mas não deixa de saber-se comprometida com os irmãos e as irmãs de outras Igrejas, seja do próprio país, seja do exterior. Comunhão eclesial consiste em um simultâneo dar e receber. Jamais é via de mão única. Todos os membros do Corpo, a um só tempo, possuem capacidades e fraquezas, ainda que em proporções diferentes. Assim também a IECLB procura contribuir sem negar a necessidade que tem de ajuda fraternal.
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SÍNODOS
Especial Concílio 2018 Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... (2/2) XXXI Concílio da Igreja | 17 a 21 de outubro - Paróquia Cristo Redentor de Curitiba - Sínodo Paranapanema
A Paróquia Cristo Redentor de Curitiba/PR e o Sínodo Paranapanema sediaram o XXXI Concílio, que aconteceu entre os dias 17 e 21 de outubro de 2018, sob o tema Viver o Evangelho: empatia, compaixão, comunhão... Para a Presidência da IECLB, foram eleitos o P. Odair Braun e o P. Dr. Mauro Souza, respectivamente, como 1º e 2º Vice Presidentes. Para a Presidência da Igreja, foi eleita a Pa. Sílvia Genz. Na edição de novembro, publicamos algumas informações pessoais sobre a nova Pastora Presidente da IECLB, bem como a caminhada ministerial da Pa. Sílvia. Para a edição de janeiro/fevereiro de 2019, os nossos leitores e as nossas leitoras vão ter acessos a matérias especiais sobre o XXXI Concílio, bem como entrevistas com a nova Presidência eleita para a Gestão 2019-2022. Nesta edição, a oportunidade é de conhecer as ideias e os projetos da nova Pastora Presidente da IECLB para a nossa Igreja. Chamada para servir: fui chamada por Deus para servir. Dediquei 35 anos da minha vida ao Ministério Pastoral na IECLB. Atuei sempre em Comunidades. Como mulher, Pastora e integrante da Irmandade Evangélica Luterana, tenho o privilégio de estar muito próxima da vida, dos anseios e das necessidades das pessoas que integram as Comunidades e da sua contínua busca por sustentabilidade. Nos últimos oito anos, além de atuar como Ministra responsável pelo trabalho em Paróquia, fui eleita para integrar a Presidência da IECLB. De 2011 a 2014, atuei como Pastora 2ª Vice-Presidente e, desde janeiro de 2015, como Pastora 1ª VicePresidente. Nesse tempo, acompanhei as reflexões dos Concílios, do Conselho da Igreja, das reuniões com Pastores e Pastoras Sinodais e de Igrejas parceiras, tanto no Brasil como no exterior. Comunidade a serviço da vida: na espiritualidade luterana, a fé é sustento e inspiração da
vida. Concretiza-se pelo viver, por isso, fé e vida são inseparáveis. No testemunho e no movimentar missionário, alcançamos as pessoas em suas aflições e alegrias, porque assim vivemos da graça e da esperança no Cristo que oferece vida em abundância (Jo 10.10). Assim, em uma Comunidade que caminha a serviço da vida, confessar pecados e assumir a responsabilidade pelas consequências do pecado são parte do processo de reconciliação do ser humano com Deus, com a pessoa próxima e com toda a Criação. Outra preocupação é o acompanhamento das pessoas membro que vivem distantes de uma Comunidade. O nosso desafio é ‘ser Igreja próxima a essas pessoas’. Permanente avaliação: avaliar a caminhada é uma necessidade constante na vida da Igreja para seguir os passos de Jesus como o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). O modelo de organização deve favorecer a fluência das Ações Missionárias e a Proclamação do Evangelho. Após 21 anos de experiência no atual modelo, é chegada a hora de analisar o que o Fórum de 2005 sinalizou: O que funciona? O que é preciso fortalecer? O que é necessário revisar? A avaliação deve envolver as Comunidades, as Paróquias e os Sínodos da IECLB. Tendo por referência a Missão, ressalto a importância da avaliação permanente, em especial no tocante às condições de exercício do Ministério com Ordenação e do Sacerdócio Geral, bem como da sustentabilidade das Comunidades na Missão da Igreja. Comunicação: a comunicação tem passado por grandes transformações em todo o mundo. Essa realidade é um convite à Igreja para que adapte as suas formas de comunicar aquilo que acontece em seu meio. A Igreja não pode, porém, descuidar do seu papel educador, de promover desenvolvimento cultural, contribuindo com a formação de pessoas cidadãs, por isso, ao mesmo tempo em que a Igreja é desafiada
em todas as suas instâncias a diversificar os seus meios de comunicação, ela também é chamada a manter e desenvolver as formas já tradicionais de comunicação. Agilidade no ouvir será uma meta constante, sempre respeitando o tempo que envolve a dinâmica das Comunidades. Acompanhamento a Pastores e Pastoras Sinodais e Sínodos: pastorear é uma tarefa constante. Se usarmos a figura do Pastor com as suas ovelhas para nos referirmos à relação entre Ministros, Ministras e pessoas membros das Comunidades, precisamos considerar que é necessário cuidar e acompanhar as ovelhas em suas alegrias e suas tristezas. Entre Ministros e Ministras, porém, é assim que também quem pastoreia precisa de acompanhamento. Ministros e Ministras precisam de um olhar atencioso e cuidadoso e de espaços seguros de escuta atenta, espaços para nutrir a espiritualidade pessoal e familiar, para ouvir a Palavra de Deus e orar. Formação: todo o trabalho da Igreja e a sua ação no mundo precisam ser realizados de acordo com o Evangelho, que, pela graça de Deus, fundamenta a espiritualidade evangélica luterana. É necessário avaliar, atualizar e articular de forma amplamente participativa os processos de formação e programas vinculados à formação de lideranças comunitárias, Ministros, Ministras, Candidatos, Candidatas ao Ministério e estudantes de Teologia, a fim de que sejam fiéis à Palavra de Deus e no cuidado com as pessoas. Todos os processos e programas devem levar à edificação de Comunidades e à transformação de vidas nos mais diversos contextos. Sustentabilidade: o que sustenta a Igreja é a Palavra de Deus. Em resposta a ela e em gratidão a Deus, ofertamos os nossos dons e recursos ao serviço do Reino. Nas Comunidades, é importante fortalecer a reflexão sobre Fé, Gratidão e Compromisso. O nosso compromisso referese especialmente à participação na Missão de Deus. À Comunidade, cabe sempre incentivar a participação do maior número possível de pessoas no planejamento das ações existentes e nas novas frentes missionárias. Testemunho Público: é fundamental o testemunho da Igreja de Cristo como espaço seguro, de vivência da fé em Comunidade, de ambiente democrático que reconhece mulheres e homens como pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus, de reafirmação do diálogo como modo de assegurar o respeito às diferenças, de manutenção do propósito de ser semente de paz e de esperança em meio às situações de conflito e guerra. O testemunho público da IECLB quer ser apoio, consolo e presença da Palavra de Deus revelada em Cristo para todas as pessoas. Testemunho público da Igreja envolve a forma como ela lê, compreende e interage com a realidade e se posiciona frente aos desafios que essa realidade apresenta.
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COMUNICAÇÃO
Tema da Igreja para 2019 Igreja - Economia - Política Presidência da IECLB Segundo Lutero, Igreja, Economia e Política são as três Ordens da Criação de Deus. Recordamos do Texto-base de 2018: Igreja (que ensina a Palavra de Deus), Economia (que organiza a produção e a distribuição justa dos meios de sustento da vida) e Política (que zela pela boa convivência humana) são os instrumentos que Deus usa para evidenciar quem Ele é e o que Ele quer. O ensino de Lutero sobre as três Ordens da Criação se refere a um estado ideal que não existe mais. A natureza humana foi corrompida pelo pecado e, com isso, também as Ordens da Criação estão corrompidas. Ainda assim, todas permanecem sob a promessa de Deus e continuam sendo os âmbitos nos quais Deus atua. O ser humano está inserido nas três Ordens da Criação. Pela fé, apesar da nossa con-
pessoas cidadãs, particularmente do povo de Deus, é promover a paz e o bem-estar de todas as pessoas. Para isso, é preciso compreender o que é paz. É disto que trata o Lema de 2019: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a). Jesus não define a paz nessa sua frase. Também em outras ocasiões em que fala sobre a paz, o Mestre nunca define o termo. A razão é que paz era um termo conhecido e, seguidamente, usado em saudações pessoais. Para o povo judeu, shalom – palavra judaica para a paz – é um termo abrangente e que pode ser resumido assim: felicidade, mútuo entendimento e bem-estar espiritual, físico, social, econômico e político das pessoas, das famílias ou grupos com quem elas se relacionam, das cidades em que moram, dos povos aos quais pertencem. Paz é, portanto, feTudo passa. O amor fica. É esse amor que licidade, saúde, bom quer a paz. Paz é o alvo. Amor é o meio. entendimento e bemIgreja, Economia e Política... Diante das estar em todos os sentidos. Para a Bíblia, paz Ordens criadas pelo Pai, o Filho afiançou: é uma dádiva de Deus, Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou. assim como a bênção: O Senhor te abençoe e dição de pessoas pecadoras, atuamos nas te guarde [...] e te dê a paz (Nm 6.24-26). três Ordens e por meio delas. A nossa ação A ausência de guerra é insuficiente para pode ser compreendida como colaboração caracterizar a nossa vida como estando ‘em com Deus para o melhoramento do mundo. paz’, por isso, no Antigo Testamento, a paz A pessoa cristã é, simultaneamente, cidadã. tem uma coirmã, denominada justiça (cf. Is Em 2018, tivemos a oportunidade de 48.18). Sem paz, dificilmente haverá justiça. compreender a concepção luterana das OrSem justiça, certamente não haverá paz: O dens da Criação. Em 2019, queremos avanefeito da justiça será paz e o fruto da justiça será çar, identificando e indicando ações para o repouso e segurança para sempre (Is 32.17). melhoramento do mundo a partir das três Daí resulta a importância da justiça social Ordens. para a paz. Na concepção luterana, o alvo da EcoNo Salmo 85.10-13, a paz tem mais uma nomia e da Política é a promoção do bemcoirmã: além da justiça, a verdade. A graça e estar das pessoas. Em seu comentário ao a verdade se encontraram, a justiça e a paz se Magnificat, Lutero diz ser necessário que beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus ‘governantes se deixem governar pela graa justiça baixa o seu olhar. A verdade como ça e ajuda de Deus, para o bem do povo. A segundo fundamento da paz tem uma imqualidade de vida do povo evidenciará se o portância decisiva para Jesus no Evangelho governante é governado ou não pela graça de João. O conhecimento da verdade tem de Deus’. Diante dessa visão e, considerando função libertadora: conhecereis a verdade e a o novo Lema, a tarefa de governantes e de verdade vos libertará (Jo 8.32).
No Evangelho de João, há, por fim, uma terceira coirmã da paz. Trata-se do amor: Permaneçam no meu amor... O que eu lhes ordeno é isto: que vocês amem uns aos outros (Jo 15.9-17). O amor de Cristo é essencial para o estabelecimento da paz por uma razão muito simples: ele é universal. Cristo o deu para todas as pessoas, independentemente de classe ou condição social, política e religiosa. Ele assim o fez por entender que todas as criaturas, indistintamente, eram filhas queridas do Pai do céu. Se permanecermos e defendermos este amor universal de Cristo, promovemos a paz: Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5.9). Em meio a essa realidade, a Teologia evangélico-luterana nos diz que, por causa do pecado, as Ordens da Criação e todas as pessoas estão sob a marca da imperfeição. Justificadas por graça por meio da fé, permanecemos sob o pecado. Somos pessoas simultaneamente justas e pecadoras. Ter clareza dessa condição certamente nos ajuda a compreender as dificuldades e os desafios para promover a paz. Se as três Ordens existem para o louvor a Deus e para a promoção e a organização da vida, então o caminho não está na polarização que divide, mas na busca conjunta para a convivência em favor da paz. Abandonar o ódio para promover a paz no mundo ainda tem outra motivação: se em comum temos a condição de pessoas pecadoras, carregamos também em comum a marca do Batismo. Congregamos na Igreja. Integramos o mesmo Corpo. Em Cristo, somos um só corpo (1Co 10.17). Reafirmar este princípio evitará que nos percamos em meio a conflitos, confrontos e contradições. O Tema e o Lema do Ano nos motivam a agir em regime de colaboração na construção de pontes de aproximação para o melhoramento do mundo. A Igreja contribui na promoção da paz por meio de diálogo, mediação e reconciliação. Diante dos fossos que nos distanciam é que insistimos no diálogo com vistas à construção de pontes como exercício de amor e cidadania. A vontade de Deus se traduz na sua decisão de criar, preservar (vida digna) e salvar. Nessa decisão está expresso o amor de Deus e a própria força do amor que dele emana.
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Caminhos Ibéricos (Portugal & Espanha) Caminhos Germânicos (Europa Central & Reforma Luterana) Caminhos Nórdicos (Países Escandinavos) Caminhos do Leste Europeu Caminhos Romanos (Amsterdã a Roma) Caminhos das Festas (castelos, tradições e cervejarias)
Embratur nº 23.028609.10.0001-5
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