Jornal Evangélico Luterano | Ano 50 | Abril 2019 | n o 826
Cristo venceu a morte! Em Deus confiamos e, a salvo, estamos! A Páscoa, festa da vida e da esperança, afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente. Cristo ressuscitou para que nós também possamos ressuscitar!
Habilitação ao Ministério
A Boa Notícia da Salvação
Educação para todas as pessoas
Chegou a hora do Colóquio... e agora?
Somos porta-vozes do Evangelho!
Rumo à construção de um mundo melhor
Palavra
Fé Luterana
Diversidade
Jorev Luterano - Abril 2019
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REDAÇÃO
Cristo venceu a morte! Em Deus confiamos e, a salvo, estamos! ‘As mulheres que testemunharam a ressurreição de Jesus Cristo tiveram medo. Felizmente, elas não ficaram paralisadas pelo medo. Com a força do Espírito Santo, elas se encheram de coragem para anunciar que Jesus vive. O anúncio da ressurreição era perigoso e poderia significar mais mortes, mas elas sabiam que calar seria igual a concordar com quem matou Jesus. A fé, a alegria e a esperança daquelas mulheres agora estavam acima dos medos e das ameaças’, destacou a Carta Pastoral da Presidência para o mês de abril, que traz a Mensagem da IECLB para a Páscoa. ‘A Páscoa é festa da vida e da esperança. A Páscoa afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente. Cristo ressuscitou para que nós também possamos ressuscitar’, enfatizou a Carta, em que a Presidência convida: vamos nos reunir em família e em Comunidade, vamos lembrar situações de alegria, de sofrimento e de morte, vamos orar para que Deus acompanhe e conforte as pessoas que sofrem, vamos orar para que Deus mantenha acesa a compaixão e nos dê disposição para estar ao lado de quem necessita, vamos orar para que Deus nos dê fé, força e coragem para trabalhar por um mundo melhor, vamos celebrar a esperança trazida pela vitória de Deus sobre a morte e vamos celebrar que a vida venceu a morte. Nesse sentido, a Mensagem da Editoria Presidência nos diz que Páscoa significa confiança. A ressurreição de Jesus oferece tal possibilidade, por isso canta-se Cristo venceu a morte (LCI 434): Cristo venceu a morte. Bendita a nossa sorte! Um novo dia nos alumia. Mesmo que angustiados, não somos dominados, pois Cristo fala, e o mal se cala. Crentes, pois prossigamos, as trevas não temamos! Não vacilemos – a luz veremos! Mesmo que em ódio e guerra estremecer a terra, em Deus confiamos – a salvo estamos! Abençoada Páscoa!
CAPA Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: — ‘Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito [...]. Agora vão depressa e digam aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos’ (Mt 28.5-7).
Jornal Evangélico Luterano | Ano 50 | Abril 2019 | n o 826
Cristo venceu a morte! Em Deus confiamos e, a salvo, estamos! A Páscoa, festa da vida e da esperança, afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente. Cristo ressuscitou para que nós também possamos ressuscitar!
SUMÁRIO 2
REDAÇÃO
CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE
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ENFOQUE
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PALAVRA
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PRESIDÊNCIA
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FORMAÇÃO
7
CRIANÇA
Habilitação ao Ministério
A Boa Notícia da Salvação
Chegou a hora do Colóquio... e agora?
Somos porta-vozes do Evangelho!
Rumo à construção de um mundo melhor
Palavra
Fé Luterana
Diversidade
Educação para todas as pessoas
CARTA PASTORAL CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS MINISTÉRIO COM ORDENAÇÃO HABILITAÇÃO AO MINISTÉRIO ESTUDANTES EM FORMAÇÃO PALAVRA DA PRESIDÊNCIA TEMA DO ANO AGENDA EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA JUVENTUDE O AMIGO DAS CRIANÇAS
8-9 UNIDADE
Amor para alcançar a paz
10 11 12 13 14 15 16
FÉ LUTERANA
PORTA-VOZES DO EVANGELHO!
PERSPECTIVA
ESTAMOS DOENTES! CRER EM CRISTO
MISSÃO
METAS MISSIONÁRIAS DA IECLB CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
SÍNODOS
MISSÃO DE DEUS
GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA GESTÃO ADMINISTRATIVA
DIVERSIDADE
RUMO À CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR
ESTUDOS BÍBLICOS
CRISTO ESTÁ PRESENTE
Toda a vida das pessoas crentes não é outra coisa senão louvor e gratidão a Deus. Martim Lutero EXPEDIENTE Pastora Presidente Pa. Sílvia Genz Secretário Geral P. Marcos Bechert Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 Administrativo Elizangela Basile ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
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ENFOQUE
Carta Pastoral Agora vão depressa e digam aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Mateus 28.5-7
Presidência da IECLB Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: — Não tenham medo! Sei que vocês procuram Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito [...]. Agora vão depressa e digam aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos (Mt 28.5-7). No domingo após a crucificação e a morte de Jesus, algumas mulheres foram até o sepulcro onde o corpo de Jesus havia sido guardado. Era um túmulo escavado na rocha e uma enorme pedra foi colocada na entrada. O lugar estava vigiado por soldados. Além da tristeza pela morte de Jesus, havia o medo do que poderia acontecer com as pessoas que o seguiam. Seriam também perseguidas? As mulheres foram lá para levar ao Jesus morto um pouquinho do amor e da aceitação que receberam dele. O que parecia ser a despedida final, o que parecia ser a última oportunidade de estar com Jesus, foi, na verdade, um recomeço. A pedra estava removida e o corpo de Jesus não estava lá. Ele havia ressuscitado. Naquele momento, as mu-
INDICADORES FINANCEIROS
lheres testemunharam a derrota do poder da morte. A vida venceu. Páscoa: festa da ressurreição! Festa da vida! Cultos, reuniões em família, sorrisos, ovos de chocolate, presentes, abraços... tudo de bom! Esta poderia ser a experiência de todas as pessoas. Infelizmente, a realidade não é esta. Para muitas pessoas, o sofrimento, a pobreza, a doença, as perdas, os conflitos, causam grande tristeza. Muitas pessoas não conseguem enxergar sinais da ressurreição em suas vidas. Não conseguem passar da Quaresma para a Páscoa. Há sentimento de medo e desesperança no ar... Não sabemos qual é a sua situação. Não sabemos se você está em um momento de alegria ou se está em dificuldades, mas sabemos que a Páscoa é o tempo de anunciar que a morte foi vencida. O sofrimento que Jesus experimentou e a angústia que as suas discípulas e os seus discípulos sentiram ficaram para trás. Em Cristo, Deus venceu a morte para nos salvar e nos colocar novamente no caminho da esperança.
UPM Abril/2019
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Índice Março/2019
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Acumulado 2019
1,51 %
A fé é um contínuo e persistente olhar para Cristo. Martim Lutero
OFERTAS NACIONAIS 18 DE ABRIL Quinta-feira da Paixão Auxílio para Formação Teológica Toda pessoa batizada é chamada a dar o seu testemunho cristão no mundo, exercendo, assim, o Sacerdócio Geral. No entanto, a Comunidade necessita de pessoas que sejam especialmente preparadas para anunciar o Evangelho, administrar os Sacramentos e despertar a fé, por isso a IECLB zela pela boa formação e preparação dos seus futuros Ministros e das suas futuras Ministras. Todas as instâncias da Igreja estão envolvidas e são responsáveis pelo processo de formação, mas a Comunidade tem uma tarefa especial e diferenciada neste processo, pois no convívio comunitário é que são despertadas vocações para a atuação ministerial. A Comunidade motiva, encaminha, acompanha e apoia estudantes durante o seu período de formação. 28 DE ABRIL 2o Domingo da Páscoa Apoio à Missão entre e com Povos Indígenas Em 2018, o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin) foi incorporado à Fundação Luterana de Diaconia (FLD), passando a ter nova razão social: FLD-Comin. A identidade missionária do Comin é fortalecida pela identidade diaconal, buscando transformar, junto com povos indígenas, uma realidade tão necessitada de apoios. Essa transformação é possível, pois Comunidades e Sínodos participam, com engajamento, para que ações de direitos humanos, sustentabilidade socioambiental e diálogo intercultural e inter-religioso sejam realizadas no Acre, Amazonas, Rondônia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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PALAVRA MINISTÉRIO COM ORDENAÇÃO
Meu tempo, minha vida
e Ministério - falar e ouvir Pa. Bianca Daiane Ücker Weber Pastorado Escolar no Colégio Martinus, em Curitiba/PR Você já pensou sobre a importância da pausa? Na música, por exemplo, ela é fundamental e intencional, um tempo que requer silêncio. É a parte da música que não tem som. Exato: parte da música que não tem som! Na vida pastoral, existem muitas demandas, muitos sentimentos, muito som! Queremos dar conta do cuidado das ovelhas que nos foram confiadas e, nesta correria, deixamos de lado o tempo da pausa, do estar consigo mesmo e com Deus. É por isso que a IECLB tem proposto o Seminário Meu tempo, minha vida e Ministério - falar e ouvir. O mais recente foi realizado entre os dias 1ºe 5 de abril de 2019, em Rodeio 12/SC, com assessoria da Psicóloga Roseli Künrich de Oliveira. Na companhia de colegas de 12 Sínodos, fizemos uma pausa de cinco dias, tempo de visitar o ser, ouvir a voz de Deus, falar com Ele. Foi uma pausa restauradora! Fomos cuidados, cuidadas e cuidamos uns dos outros e umas das outras, como mostram os relatos de duas pessoas participantes: Participar deste Seminário foi uma das melhores coisas que me aconteceu nestes 22 anos de Ministério. Foi um tempo de reflexão, introspecção, partilha e comunhão. Agradeço à IECLB por esta demonstração de cuidado em relação aos seus Ministros e às suas Ministras. P. Janio Martens Alves - Santa Helena/PR Participar do Seminário foi o melhor presente que recebi nos últimos tempos. Senti que estava sendo carregada. Experimentei o cuidado da IECLB para conosco. Pa. Roseli Romi Buchmayer - São Miguel do Guaporé /RO Foi uma pausa revigorante! Gratidão a Deus por todas as pessoas envolvidas e que se mobilizaram para que pudéssemos viver este momento único.
HABILITAÇÃO AO MINISTÉRIO
Colóquio a vista... e agora? P. Renan Schlemper | Ministro na Paróquia dos Migrantes, em Cacoal/RO A formação teológica costuma durar, em média, quatro anos. Na conclusão do curso, é comum os cumprimentos virem acompanhados da pergunta Agora, você já é Ministro, Pastor? Não, ainda não... Por mais qualificada que seja a formação oferecida pelos Centros conveniados com a IECLB, o foco é o aprendizado teórico. Esse conhecimento é indispensável, mas, para ser Ministro e Ministra na IECLB, é preciso passar pelo Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) e a porta de entrada deste período é o (temido?) Exame de Admissão. O Exame é composto por duas avaliações: escrita e oral, cujo objetivo é avaliar as Competências Requeridas para o Exercício do Ministério na IECLB, ou seja, o aprendizado adquirido ao longo da formação e o seu preparo para o PPHM. Nos tempos da Graduação, lembro-me de ouvir sobre como essas avaliações eram difíceis e que era necessário estudar bastante. De fato, a preparação é essencial e contribui para a apropriação de conteúdos fundamentais para a vida ministerial, entretanto é essencial demonstrar vocação e qualificação para o exercício do Ministério com Ordenação.
Na avaliação escrita, discorremos sobre um tema da área da Teologia e correlacionamos o conteúdo teórico à futura prática ministerial. Na avaliação oral, o assim chamado Colóquio, nos posicionamos frente a vários temas, situação em que podemos perceber lacunas que ainda precisam ser preenchidas. O Exame de Admissão permite que possamos nos conhecer e trabalhar áreas importantes para a vida ministerial. Ainda que a Graduação tenha criado espaço para conversarmos, as questões apresentadas no Colóquio nos conduzem à reflexão aprofundada e específica sobre a minha pessoa no exercício do Ministério. Os resultados dessas avaliações são explorados ao longo do PPHM. Neste aspecto, existe um cuidado por parte da Secretaria da Habilitação ao Ministério (SHM) com Candidatos e Candidatas, para que possam chegar às Comunidades com bom preparo tanto em sua vida ministerial quanto pessoal. Não há razão para temer o Exame de Admissão. É parte do processo de formação. É chance de olharmos para trás, o presente e o que está por vir. É tempo de nos deixar ser moldados e moldadas para melhor servir na Seara.
Nada nos une a Deus, senão a fé e nada dele nos pode separar, senão a falta de fé. Martim Lutero FORMAÇÃO DE ESTUDANTES
Trajetória no Programa de Acompanhamento Jéssica Lidia Gielow Melz | Estudante de Teologia na FATEV, em Curitiba/PR, e Estagiária na Paróquia de Cruz Alta/RS Percebi o início do chamado ao Ministério com Ordenação quando dedicava considerável tempo às atividades para a Igreja. Ali eu sentia prazer em estar, em servir e comunicar o Evangelho. Ainda que, por vezes, eu fosse extremamente tímida, pessoas incentivavam-me para ir além dos meus limites. O desejo de estudar Teologia foi despertado ao longo dos anos e de situações diversas. Posso dizer que Deus construiu uma caminhada que me levou a perceber a vocação para o Ministério. Optei pela ênfase missionária entendendo o desafio de anunciar o Evangelho no contexto atual e que a Igreja é
chamada a anunciar a Palavra de Deus a todas as pessoas, conforme Mateus 28.19-20. O estudo da Teologia foi uma consequência deste chamado e uma oportunidade para capacitação. Esta decisão nem sempre é fácil, mas foi um passo importante para o meu amadurecimento e a confirmação sobre o chamado ao Ministério. Neste processo, foi fundamental o acompanhamento fornecido pela IECLB por meio do Programa de Acompanhamento a Estudantes. Dentre tantas atividades oferecidas, duas foram essenciais e agregaram valor ao meu processo de formação: os Encontros e
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os Retiros proporcionaram conhecer os e as estudantes que, da mesma maneira que eu, atenderam ao chamado de Deus e colocaram-se à disposição de Deus para o serviço. Além disso, a disponibilização de um Ministro ou uma Ministra para acompanhamento na Mentoria Espiritual foi uma experiência enriquecedora, em função da troca de conhecimento e da mútua oração. Caminhar com alguém mais experiente nas questões da fé e que já pôde experimentar a vida e o serviço presentes no Ministério com Ordenação me fez estar motivada e incentivada a continuar a caminhada.
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PRESIDÊNCIA
Jesus Cristo supera barreiras O ressuscitado chama pelo nome! P. Odair Braun | Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB e Pastor Sinodal do Sínodo Paranapanema
Vivemos tempo de Páscoa e Ressureição. A passagem de João 20.11-18 relata a aparição de Jesus a Maria Madalena. Ela vai ao sepulcro e encontra a pedra removida. No versículo11, Maria está aos prantos e, no 18, depois de falar com Jesus, vemos Maria anunciando o que testemunhara. Como se dá tão grande transformação? O túmulo estava vazio. A dor e o medo eram grandes. O pranto expressa o estado de espirito. Ela viu dois anjos sentados no lugar em que o corpo de Jesus fora deixado. Depois de falar com os anjos, Maria se vira para ir embora daquele lugar que lhe
causava tristeza. Neste momento, Jesus fala sem ela o reconhecer. Maria pergunta se, porventura, não havia subtraído o corpo da sepultura. Como Jesus se relaciona com pessoas desconfiadas? Ele dá atenção! Ele sabe que a ressurreição é algo maior que a capacidade de compreensão. Sabe que a ressurreição questiona a lógica humana e o seu jeito de pensar. Jesus dá tempo, pois sabe que a fé precisa fixar raízes. Para chegar à fé, o caminho é longo e, às vezes, tortuoso. Para que alcance a fé firme, confiante a partir da ressurreição, Jesus lhe di-
Hoje, tenho muito a fazer. Portanto, hoje, vou precisar orar muito. Martim Lutero
rige a palavra. Ao falar com Maria, ajuda-a a sair das limitações dos seus pensamentos e expõe o amor de Deus. Maria Madalena dialoga com dois anjos sentados no sepulcro. Expõe a sua aflição. Volta-se para sair e se depara com uma terceira pessoa, que ela imagina ser o responsável pelo cemitério. Fixa em sua dor, fala: se o Senhor o tirou daqui, diga onde o colocou e eu irei buscá-lo (v.15). Maria Madalena estava desconfiada. Ela não reconhece o Mestre, assim como, muitas vezes, não reconhecemos a ação de Jesus. Então, Jesus diz: Mulher, por que você esta chorando? Quem você esta procurando? Depois, Jesus diz: Maria! Jesus chama Maria Madalena pelo nome. Na relação pessoal de Jesus com Maria Madalena, ocorre a transformação. A relação com Jesus pode transformar desesperança em esperança. Jesus acolhe Maria Madalena em seu sofrimento. Assim, ele também acolhe os que chegam à sua presença. A resposta de Maria foi: Raboni. Ela fala com Jesus como era antes da crucificação. Maria Madalena se entrega às mãos de Jesus. Páscoa significa confiança. A ressurreição de Jesus oferece tal possibilidade, por isso canta-se: Cristo venceu a morte. Bendita a nossa sorte! Um novo dia nos alumia. Mesmo que angustiados, não somos dominados, pois Cristo fala, e o mal se cala (LCI 434).
AGENDA | ABRIL 1/4
Encontro com representantes da FLT São Bento do Sul/SC Pa. Sílvia Genz P. Odair Braun
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Reunião com representante da OMEL Porto Alegre/RS Pa. Sílvia Genz P. Mauro Souza
TEMA DO ANO
Em Cristo, somos um só corpo Em 2018, apresentamos os motivos pelos quais escolhemos Igreja - Economia Política como Tema da IECLB, mantido em 2019, mas iluminado por um novo Lema: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a). Segundo Lutero, estas são as três Ordens da Criação de Deus. Cada pessoa está inserida nas três Ordens e é chamada a atuar nas três Ordens. A nossa atuação pode ser compreendida como colaboração com Deus para o melhoramento do mundo. No tempo em que vivemos, as relações estão contaminadas pela polarização. Está cada vez mais difícil a convivência na diversidade. Em meio a essa realidade, a Teologia evangélico-luterana afirma que somos pessoas simultaneamente justas e pecadoras.
Ter a clareza sobre essa condição nos ajuda a compreender as dificuldades e os desafios para conviver e promover a paz. Se nós temos a condição de pessoas pecadoras, carregamos também em comum a marca do Batismo, que nos une a Cristo. Em Cristo, somos um só corpo (1Co 10.17). Reafirmar este princípio evitará que nós nos percamos em meio a conflitos e em meio a contradições.
5-7/4
9/4
120 anos da OASE no Brasil Blumenau/SC Pa. Sílvia Genz P. Odair Braun Reunião da Comissão de Diálogo Bilateral IECLB-ICAR Porto Alegre/RS P. Mauro Souza
13/4
Assembleia Sinodal do Sínodo Paranapanema Curitiba/PR Pa. Sílvia Genz
27/4
Assembleia Sinodal do Sínodo Uruguai Palmitos/SC P. Odair Braun
28/4
Instalação da Diretoria da ADL Afonso Claudio/ES Pa. Sílvia Genz
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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Fidelidade ao Evangelho: Educação Cristã e Justiça de Gênero Teól. Ma. Rosane Philippsen | Representante do Sínodo Sudeste no CONECC
A partir do Evangelho de Cristo, recebemos como sua Igreja uma importante tarefa que é a Educação Cristã das pessoas que creem na sua obra. A Educação Cristã não se resume ao Ensino Confirmatório ou Discipulado, mas se estende por toda a nossa vida, como seguidores e seguidoras de Cristo. A Educação Cristã trabalha com o conteúdo da Proclamação do Evangelho, o mesmo em todos os tempos e lugares. Entretanto, este conteúdo precisa ser atualizado para o contexto das pessoas. Essa realidade traz várias dimensões: social, política, econômica, cultural e religiosa. Este conjunto de dimensões influencia a compreensão que cada pessoa tem do mundo em que vive e, neste sentido, homens e mulheres têm percepções diferentes da realidade na qual vivem. O Brasil é um país extremamente violento, em especial com as mulheres, que sofrem agressões por serem mulheres desde a mais tenra idade. Este contexto – que maltrata e fere – tem, em suas raízes, a injustiça de gênero. Quando as diferenças entre as pessoas se
tornam desigualdades naturalizadas, precisamos ter recursos que nos ajudem a perceber que as relações estão sendo injustas. Como Igreja, corremos o risco de reproduzir modelos presentes na sociedade, que hierarquizam homens sobre mulheres, em uma relação de poder que exclui e restringe a autonomia, quando não cala a sua voz e impede o exercício pleno da sua cidadania. Jesus nos ensina, na sua relação com Marta e Maria, que cada pessoa pode atuar das mais diferentes formas: seja servindo de forma prática, como Marta, ou aprendendo, como Maria. Em um tempo no qual eram os homens que sentavam aos pés do Mestre como discípulos, Jesus nos mostra que mulheres também podiam sentar aos seus pés e ouvir os seus ensinamentos. Jesus nos mostra que elas podiam falar, discutir, pedir, tocar, argumentar e, até mesmo, questionar. Jesus tratou as mulheres sempre com respeito e dignidade. O amor de Deus se manifesta ao declarar que somos a sua imagem e semelhança, homens e mulheres. Portanto, as nossas relações devem promover a dignidade e o respeito mútuo. É preciso que mulheres e homens se unam na busca de novas formas de se relacionar e exercer poder, de modo que as diferenças não sejam motivo para desigualdade, mas, sim, que sirvam para enriquecer e diversificar. Quando há relações justas entre as pessoas, aí acontece a justiça de gênero e isto é fidelidade ao Evangelho.
A verdadeira pessoa cristã não vive na terra para si própria, mas para o próximo e lhe serve. Martim Lutero
VESTIBULAR DE INVERNO Você sempreaçteãve essa inspir o. Agora é a hora de concretizar! Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
> MÚSICA > MUSICOTERAPIA > TEOLOGIA
JUVENTUDE Protagonista e presente! Martina Wrasse Scherer Coordenadora do Conaje Sínodo Centro-Campanha-Sul
A Juventude da IECLB vive um momento muito bonito em sua história. Protagonista por natureza, as pessoas jovens luteranas têm dado testemunho da sua fé por meio de palavras e ações dentro e fora das nossas Comunidades, demonstrando, assim, o seu comprometimento com o Evangelho e com a Missão de Deus. O Dia Nacional da Juventude Evangélica, em 21 de abril, está aí justamente para comemorarmos essa trajetória. Por tradição, essa data é importante para a caminhada da Juventude Evangélica, uma vez que os encontros que acontecem em torno desse dia reforçam o sentimento de unidade, promovem comunhão e crescimento na fé. Muita coisa já vem acontecendo neste ano! Entre janeiro e março, pelo menos 15 Sínodos se reuniram em torno de nove eventos sinodais e intersinodais por todos os cantos do país. Entre as mais variadas temáticas, como Identidade Luterana, Vocação, Amor e Perdão, Protagonismo, Diaconia e Tema do Ano, os encontros movimentaram mais de 2 mil pessoas, entre jovens, Ministras e Ministros, assessorias e demais pessoas responsáveis pela organização dos eventos. Em abril, por conta do Dia Nacional da JE, muitos Sínodos voltam a se reunir e outros terão o seu encontro mais importante dentro do calendário anual. São seminários de lideranças, retiros, encontros esportivos ou de formação e passa-dia, reunindo um número expressivo de jovens. São encontros que promovem reflexão, despertam lideranças e impulsionam para a Missão. Ficamos alegres quando as pessoas jovens aceitam o convite para se reunirem durante esses dias. Que o bondoso Deus esteja com tod@s, abençoando e tocando os seus corações!
A MELHOR FACULDADE DA REGIÃO SUL EM AVALIAÇÃO DO MEC NOTA MÁXIMA
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CRIANÇA
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UNIDADE
UNIDADE
Série Especial
Deixo com vocês a minha paz
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Tema 2019: Igreja - Economia - Política
O amor de Cristo é essencial para o estabelecimento da paz, pois ele é universal. Cristo o deu para todas as pessoas por entender que todas as criaturas, indistintamente de classe ou condição social, política e religiosa, eram filhas queridas do Pai.
No Evangelho de João, há, por fim, uma terceira coirmã da paz. Trata-se do amor: Permaneçam no meu amor... O que eu lhes ordeno é isto: que vocês amem uns aos outros (Jo 15.9-17). O amor de Cristo é essencial para o estabelecimento da paz por uma razão muito simples: ele é universal. Cristo o deu para todas as pessoas, independentemente de classe ou condição social, política e religiosa. Ele assim o fez por entender que todas as criaturas, indistintamente, eram filhas queridas do Pai do céu. Se permanecermos e defendermos este amor universal de Cristo, promovemos a paz: Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5.9). Nesse caso, defenderemos políticas públicas, governos e projetos voltados para o bem comum e não, como costuma ser, para minorias privilegiadas. Uma paz que procure pelo bem comum estará sintonizada com
Presidência da IECLB (Texto Motivador - parte 2/2)
a verdadeira paz de Deus que Jesus veio trazer. Deus não quer o bem de poucas pessoas, mas de todas. No tempo em que vivemos, as relações em todos os âmbitos (inclusive na família) estão determinadas pela polarização. A tendência é optar por um dos polos como sendo a única verdade. Exclui-se a possibilidade de convivência na diversidade. Desconhece-se ou ignora-se a complexidade dos fatos. É uma polarização odiosa que atrapalha e até impede o nosso desempenho na Missão de Deus. Quanta energia se gasta por causa do ódio nosso de cada dia! Em meio a essa realidade, a Teologia evangélico-luterana nos diz que, por causa do pecado, as Ordens da Criação e todas as pessoas estão sob a marca da imperfeição. Justificadas por graça por meio da fé, permanecemos sob o pecado. Somos pessoas, simultaneamente, justas e pecadoras (simul iustus et peccator). Vivemos em meio a essa ambiguidade. Daí que nunca uma suposta verdade estará plenamente deste lado ou do outro. Ter clareza dessa condição certamente nos ajuda a compreender as dificuldades e os desafios para promover a paz. Se as três Ordens existem para o louvor a Deus e para a promoção e organização da vida, então o caminho não está na polarização que divide, mas na busca conjunta para a convivência em favor da paz. Com essa busca, a IECLB está comprometida ao insistir, por exemplo, no tema da justiça de gênero. Abandonar o ódio para, conjuntamente, promover a paz no mundo ainda tem
outra motivação: se, em comum, temos a condição de pessoas pecadoras, carregamos também, em comum, a marca do Batismo. Congregamos na Igreja. Integramos o mesmo corpo. Em Cristo, somos um só corpo (1Co 10.17). Reafirmar este princípio evitará que nos percamos em meio a conflitos, confrontos e contradições. O Tema e o Lema do Ano nos motivam a agir em regime de colaboração na construção de pontes de aproximação para o melhoramento do mundo. Diante das forças, na sociedade e também na IECLB, que dificultam e até impedem que nos reconheçamos como irmãos e irmãs, somos porta-vozes do Evangelho, a alegre notícia. Dali provém o anúncio da paz como antítese à onda do ódio, por isso um dos objetivos do Tema é justamente apontar formas de baixar essa onda, sinalizando o que já se faz em favor da paz. A paz que Jesus deixou entre nós é motivo para que nos perguntemos de modo bem franco e direto, tanto Ministros e Ministras, quanto membros e a sociedade em geral: As minhas palavras e a Palavra que eu anuncio contribuem no quê? No que contribuem as nossas ações? Ajudam a sair do círculo dramático no qual se cultiva o ódio nosso de cada dia? A Palavra de Deus é a fonte inspiradora e orientadora para que nossas palavras fomentem a paz, sem mascarar a realidade. Ao promover a paz (que beija a justiça, a verdade e a não violência) e romper a escalada do ódio e da polarização, nos defrontamos com a via do diálogo, da mediação e da reconciliação. A persistên-
cia sincera nisso não pode, obviamente, acobertar injustiça, inverdade, violência. Diálogo em vista da reconciliação requer compromisso com a identificação e a superação de barreiras e fossos que impedem o florescimento da paz. De igual modo, diálogo, mediação e reconciliação, inspirados no Evangelho, contribuirão para identificar balizas e limites para a boa convivência. O diálogo não pressupõe concordância e aceitação de tudo. Não podemos concordar, por exemplo, com discursos racistas ou que pregam o extermínio de quem é diferente. A Igreja contribui (e pode contribuir ainda mais) na promoção da paz por meio do diálogo, da mediação e da reconciliação. As Comunidades da IECLB oferecem um sem-número de ocasiões para reunir os membros do corpo de Cristo para analisar e interpretar o que se passa no contexto em que vivem, iluminando esse contexto com a luz do Evangelho. Exatamente diante dos fossos que nos distanciam é que insistimos no diálogo com vistas à construção de pontes como exercício do amor e da cidadania. Importa reaprender a ouvir e evitar impor a ‘minha verdade’. Haja mais diálogo e menos ofensas! Não se trata de aproximar pessoas para que pensem da mesma forma, mas de identificar iniciativas, a partir das quais seja possível caminhar na mesma direção, vislumbrando a paz que Cristo deixou entre nós. Opiniões e posicionamentos divergentes precisam ser ouvidos. O foco deve estar nas causas e não nas pessoas com as suas posições. Esta prática é parte do DNA da IECLB! Não temos na IECLB uma instância que dita a verdade. Orientamo-nos e nos inspiramos no Cristo que é a Verdade. Somos Igreja a caminho. Construímos o entendimento a caminho. Somos Igreja sinodal! Nisso precisamos insistir e apostar mais e mais. Igreja, Economia e Política são corresponsáveis pelo cuidado ou pela depredação da Criação de Deus. Consideremos, por exemplo, o que representam em nosso país a poluição decorrente do gás carbônico, do uso indiscriminado do plástico e dos agrotóxicos. A IECLB não tem a força de um Governo, mas, como Igreja, contribuímos (e interferimos) com iniciativas de gestão ambiental responsável e de preservação da Boa Criação de Deus (Gn 2.1-3). O Programa Ambiental
Galo Verde é um exemplo. Ele promove gestão ambiental em Comunidades e instituições, ajudando a reduzir a pegada ecológica. As Comunidades e instituições que o adotam elaboram um programa para reduzir o consumo de água e energia elétrica, para destinação correta dos resíduos de suas atividades, como festas e encontros, e colocam o cuidado
A vontade de Deus se traduz na sua decisão de criar, preservar (vida digna) e salvar. Nessa decisão está expresso o amor de Deus e a própria força do amor que dele emana. Tudo passa. O amor fica. É esse amor que quer a paz. Paz é o alvo. Amor é o meio.
com a Criação como uma das suas prioridades. O objetivo é ir além do discurso e vivenciar a responsabilidade ambiental. O Galo Verde tem como lema: A Criação é de Deus. A responsabilidade é nossa! Ao implantar um programa de gestão ambiental, a Igreja demonstra que a fé é vivida com responsabilidade. Políticas e modelos econômicos são determinantes para que a paz vingue ou mingue. Também são necessárias ações de empreendedorismo que reconheçam a função social das empresas na geração de postos de trabalho dignos, na distribuição da renda e na preservação
ambiental. Há, a partir de Comunidades da IECLB e em parceria ecumênica, iniciativas de empreendedorismo que se perguntam pelo papel da empresa na sociedade e pelo desenvolvimento econômico como fator para a promoção da justiça. Tais iniciativas, que surgem a partir da escuta do Evangelho, merecem pleno apoio. Para regar a semente da paz semeada por Jesus, a IECLB apoia, há quatro décadas, iniciativas no âmbito da agroecologia por meio do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa). Nos últimos anos, o Capa desenvolveu o projeto Comida boa na mesa, que promove reflexão sobre o acesso à alimentação saudável, o papel da agricultura familiar, das feiras, das cooperativas e das organizações de apoio. Em 2018, na celebração dos 40 anos de história e testemunho do Capa, fez-se este registro: ‘Como sinal de esperança, anunciamos a Agroecologia como projeto de sociedade transformadora de vidas, que viabiliza relações sociais justas, harmonia com a natureza e oferta de alimentos saudáveis para todos os seres’. O cuidado com a vida humana (diante de doença, desemprego, criança em situação vulnerável, pessoa idosa abandonada) deixa muito a desejar por parte do Estado brasileiro. Diante desse quadro, a IECLB não se omite. Ao nos aproximarmos da celebração do jubileu de 200 anos de história da IECLB (1824-2024), podemos olhar com alegria e gratidão para as iniciativas das Comunidades da IECLB no âmbito da Diaconia. Há muitos projetos de cuidado de pessoas onde a vida dói, não importando se o abraço alcança membros ou pessoas que nem integram a IECLB. Temos consciência que as ações diaconais da Igreja não são suficientes para suprir a omissão do Estado, mas temos a alegre convicção que as nossas ações diaconais demonstram que, da solidariedade no sofrimento humano, brota a paz semeada por Jesus. A vontade de Deus se traduz na sua decisão de criar, preservar (vida digna) e salvar. Nessa decisão está expresso o amor de Deus e a própria força do amor que dele emana. Tudo passa. O amor fica. É esse amor que quer a paz. Paz é o alvo. Amor é o meio. Igreja - Economia - Política. Diante das ordens criadas pelo Pai, o Filho afiançou: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a).
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FÉ LUTERANA
Somos porta-vozes do Evangelho! Pa. Lilian Grosskopf Patzlaff | Ministra na Paróquia de Ituporanga/SC No Novo Testamento e na cultura da época, o Evangelho significava Boa Notícia. Hoje, talvez muitas pessoas não saibam mais o que é Evangelho e, por isso, o confundem com escândalos envolvendo os ‘evangélicos’. O contexto evangélico brasileiro pouco tem a ver com o Evangelho de fato. Há muitas pregações sobre prosperidade ou autoajuda. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, em Igrejas Cristãs sérias, entre 2007 e 2008, apontam que apenas 6% dos Pastores apresentaram uma exposição clara, completa, lógica e sequencial do Evangelho. Então, faz-se necessário proclamar o Evangelho de Jesus como os discípulos dele o fizeram, especialmente o apóstolo Paulo em muitas das suas cartas. Precisamos relembrar o que é o Evangelho. Na carta aos Romanos (1.16), Paulo afirma que o Evangelho é o poder de Deus e, na primeira carta aos Coríntios (15.1-4), ele diz que é a Boa Notícia de salvação para aquele que crê. O Evangelho é, então, a Boa Notícia da Salvação, mas muitas pessoas não sabem que precisam ser salvas, por isso, antes de dar a Boa Notícia, é necessário apresentar a verdadeira situação do ser
humano e a razão de tanta maldade no mundo, ou seja, a má notícia. Então, lembramo-nos do Deus Criador, que tinha perfeito relacionamento com o ser humano, mas que não quis ser amado por ser uma única opção. Deus deu liberdade para o ser humano, colocando no jardim uma árvore da qual ordenou que o ser humano não comesse. Deus deixara
Antes de dar a Boa Notícia, é necessário apresentar a verdadeira situação do ser humano e a razão de tanta maldade no mundo, ou seja, a má notícia. claro que, se optasse por comer daquele fruto, o ser humano morreria. O ser humano cobiçou o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e desobedeceu a Deus. Imediatamente, ele percebeu a sua nudez e se escondeu de Deus. Como Deus é reto e justo, a morte (física, espiritual e eterna) entrou no mundo e o ser
humano foi expulso do jardim, passando a viver em uma terra marcada pela sua desobediência. Longe de Deus, o ser humano tenta preencher o vazio da sua alma com coisas, boas obras, pessoas, mas nada consegue preencher o lugar que é de Deus. Assim, o ser humano vive uma vida sem sentido em um mundo marcado pelo ódio e pela violência, mas Deus continua amando a sua criatura e, por isso, enviou o seu único Filho, Jesus, que nasceu sem pecado, porque foi concebido pelo Espírito Santo, mas que é ser humano, porque foi gerado em uma mulher. Jesus foi tentado, à semelhança do primeiro ser humano, mas não sucumbiu à tentação. Cristo, sem pecado, morreu no lugar do ser humano pecador. Ele pagou pelo nosso pecado. Mais: Jesus venceu a morte, para que, pela fé, nele pudéssemos novamente ter vida – vida espiritual e vida eterna. Assim, somos salvos e salvas da ira de Deus e, pela fé em Jesus Cristo, temos paz com Deus. Deus faz de nós porta-vozes deste Evangelho para que mais pessoas se reconciliem com Ele e umas com as outras. Para refletir, leia 2Coríntios 5.11-6.2
A paz brota da solidariedade no sofrimento humano Pa. Lenira Kloss Germi | Ministra na Paróquia de Paverama/RS Paz! Palavra tão pequena, lembrada em tantos momentos. Quando recebemos felicitações, em geral, a palavra paz acompanha. Nos votos de um novo ano, desejamos paz. O que essa palavrinha tem de especial? Em Latim, paz é definida como ausência de perturbações e agitações, estado de calma ou tranquilidade. Em Hebraico, Shalom significa harmonia, integridade, bem-estar, tranquilidade e prosperidade. Afinal, qual é a paz que nós queremos? Vivemos em uma sociedade em que, a cada dia, aparecem situações que tiram a nossa paz. Violência nas ruas e dentro de casa, injustiças, guerras, jovens perdendo a vida por causa de drogas, falta de amor e respeito ao próximo, tragédias e tantas outras situações que tiram o nosso sossego. Não é de admirar que, muitas vezes, ouvimos alguém dizer: Eu só quero um pouco de paz! Falar em paz, depois de uma tragédia humana e ambiental, como aconteceu em Brumadinho/MG, em janeiro deste ano, não é fácil! Quem acompanhou, pessoalmente ou pelos noticiários, comoveu-se com o sofrimento de tantas pessoas que continuam chorando por seus entes queridos. Muitos não tiveram nem terão a oportunidades de sepultar dignamente muitas das vítimas que continuam desaparecidas.
Por outro lado, houve e ainda há muitas pessoas ‘arregaçando as mangas’, dispostas a ajudar. Em solidariedade, se doam, colocam-se ao lado de pessoas que estão sofrendo, fazendo a sua parte. Colaboram onde é necessário! A verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, permite-nos repousar, tranquilos e tranquilas, sabendo que estamos fazendo a nossa
Paz é estar envolvido e envolvida com o Reino de Deus, com a vida do próximo, com a justiça e o amor revelados em Jesus Cristo. parte em relação ao próximo que sofre. Também encontramos esses exemplos perto de nós, nas nossas Comunidades. Quando alguém passa por uma situação difícil, a Comunidade se comove, se une em oração e se coloca ao lado da pessoa ou família, ajudando no que for necessário. O Lema bíblico da IECLB para 2019, Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou
Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
(Jo 14.27), lembra-nos que Jesus refere-se não simplesmente à ausência de conflitos, mas ao sentimento de amor ao próximo, uma paz plena de justiça, amor e cuidado para com as outras pessoas, independente de quem são. A paz da qual Cristo nos fala não pode ser confundida com a ausência de guerras e conflitos, mas uma paz de confiança no cuidado de Deus com cada um e cada uma de nós, como ensina o Salmo 4.8: Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro. Paz significa estar completo, completa, estar bem em todos os sentidos: paz com Deus, com o próximo e conosco mesmo. A paz aqui vivenciada não nos isenta das dores e dos conflitos deste mundo, mas nos capacita a enfrentar e lidar com as dificuldades que aparecem no nosso dia a dia. Paz é estar envolvido e envolvida com o Reino de Deus, com a vida do próximo, com a justiça e o amor revelados em Jesus Cristo. Paz é sentir-se amado e amada por Deus e enxergar no rosto sofrido do próximo um irmão e uma irmã. Podemos concluir que, se a consciência está tranquila, conseguiremos manter a nossa paz e a nossa serenidade. Para refletir, leia João 14. 27-29
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PERSPECTIVA
O mundo, a sociedade e o ser humano estão doentes! Não sabeis vós que sois o templo de Deus? (1Co 3.16) Profa. Dra. Ema Marta Dunck Cintra | Docente no Instituto Federal de Mato Grosso e Presidente do Concílio da Igreja Se dermos uma rápida olhada no Brasil nesse início de ano, veremos quanto os seres humanos estão precisando de ajuda. A cidade de Brumadinho/MG não será mais a mesma após o rompimento da barragem. A escola estadual em Suzano/SP não esquecerá as cicatrizes das mortes que ali aconteceram. Sem contar, em nível mundial, as 49 pessoas mortas na Nova Zelândia. Em Brumadinho, temos uma clara concepção da doença que ataca o ser humano: o capitalismo que corrói a humanidade e faz com que as pessoas queiram ter dinheiro e poder nem que seja ceifando a vida de muitas outras pessoas. Relatórios apontavam, há muito tempo, que a barragem corria sério risco de rompimento. O que foi feito? Nada! Afinal, a vida das pessoas que ali estavam não tinha o mesmo valor que o lucro obtido pela mineradora. O ser humano vale menos que o dinheiro. O que falar sobre as mortes na Nova Zelândia? Os assassinos chamaram os imigrantes de invasores... Vamos lembrar também de como o Presidente e grupos dos Estados Unidos se referem e atuam em relação aos estrangeiros. No Brasil, como temos visto e tratado os venezuelanos? Os haitianos? Os estrangeiros? Não são raras as vezes em que se escutam barbaridades do tipo ‘Vieram aqui roubar os nossos empregos’, ‘Estão emporcalhando as nossas cidades’, ‘São bandidos e prostitutas que vieram mo-
rar aqui’. Enfim, o que se escuta tanto em nível de Brasil como atitudes que ocorrem no mundo mostram a nossa intolerância com o ser humano, o seu local de origem, a sua religião. Que triste o acontecimento em Suzano. Ficamos perplexos e perplexas. No texto de março, nesse mesmo espaço do Jorev, afirmei que a escola é uma pequena sociedade e que reflete os acontecimentos do seu contexto. Foi buyling? Foi ódio dos que ali estudavam e trabalhavam? Foi vingança pelo tratamento recebido onde moravam e trabalhavam? O que há são especulações. O que se deve realmente levar em consideração é que são pessoas que, de alguma maneira, não se sentiam incluídas. Não se reconheciam como pertencentes àquele espaço. O ódio permeou e invadiu as suas vidas. O resultado foi desastroso. Enfim, pessoas morrem porque se instalou o ódio contra o seu semelhante. Quer seja porque acredita que a sua ‘raça’ e o seu ‘povo sejam superiores, quer seja porque não vê e não sente a amorosidade no ser humano, quer seja pela ganância, que corrompe todos os princípios de humanidade. O ser humano precisa se tratar. Precisa voltar a ver no seu semelhante um ser igual a si, cheio do espírito de Deus. Afinal, [...] o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22-23).
Todas as nossas orações devem fundamentar-se e apoiar-se na obediência a Deus. Martim Lutero Ele não está aqui! Quem crê em Cristo já passou da morte para vida P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS Diante do testemunho de mulheres que foram levar ao túmulo de Jesus alguns aromas, nem a precaução dos principais sacerdotes, fariseus e Pilatos foi suficiente para conter a Boa Notícia que a vida venceu a morte. A elite religiosa e política que havia condenado Jesus à morte pediu uma escolta para o sepulcro. Temiam que corpo de Jesus, caracterizado como embusteiro e agitador do povo, pudesse ser roubado pelos discípulos mediante suborno da guarda, conforme Lucas 27 e 28, o que seria um embuste maior que os anteriores para as lideranças da época. No entanto, os guardas não foram subornados. Pelo contrário, ficaram aterrorizados pela intervenção do anjo. Diferente foram as reações das mulheres diante do túmulo vazio. Elas levaram perfumes para o morto, mas não o encontraram. Certamente, o testemunho de mulheres era profundamente desqualificado naquele tempo. Quem daria crédito para as conversas de mulheres? Acontece que as suas falas mobilizaram os discípulos atemorizados, fechados às escondidas, temendo para si a mesma condenação de Jesus. Alguns também foram ao sepulcro vazio. Guardas aterrorizados, mulheres chorando e discípulos correndo para ver um sepulcro vazio são reações humanas importantes, mas que não servem como provas para a ressurreição
de Jesus. Aliás, nada que é humano pode ser prova para a ressurreição. Quem deve provar é a ciência, o poder judiciário e a polícia, jamais a fé. Só compreende quem crê e, quem crê, ama. Quem crê, ama os familiares dos mortos e das pessoas insepultas vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho/MG. Quem crê, ama os familiares dos estudantes vítimas da tragédia na escola em Suzano/SP. Quem crê, também ama os familiares dos jovens que mataram os estudantes. Quem crê, ama os familiares dos muçulmanos mortos no atentado a uma mesquita na Nova Zelândia. Quem crê, ama as pessoas da minha família, que recentemente sepultou uma jovem mãe de 36 anos, depois de mais de um ano de tratamento contra um linfoma e de muitas orações, deixando uma filha de sete anos. Só compreenderemos a sua partida pelo amor. Ele não está aqui! Assim Lutero nomeia o Jesus que não ficou preso na morte. Não o encontramos na morte, mas naqueles e naquelas que são enviados e enviadas a dar a Boa Notícia, como as mulheres desacreditadas, os guardas aterrorizados e os discípulos cheios de medo. Quem crê em Cristo já passou da morte para vida, disse o evangelista João. Não há suborno que feche a boca da fé, pois ela se expande como aroma pelo mundo. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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MISSÃO
Metas Missionárias da IECLB 2019-2024 P. Dr. Pedro Puentes | Secretário de Missão da IECLB 1ª Meta Missionária: Igreja que valoriza o Sacerdócio Geral, capacita as pessoas e aprofunda a fé para o seu testemunho na Igreja e no mundo. A Pregação do Evangelho tem como resultado a Comunidade de discípulos e discípulas de Cristo. A pertença a essa Comunidade anunciamos pelo Batismo, apropriado pela Confirmação ou Profissão de Fé. Essa fé molda o viver, desde a Comunidade até os confins da terra, a partir de uma igualdade radical (Mt 23.8). Segundo o apóstolo Paulo, essa igualdade redefine as relações entre as pessoas, iniciando pela Comunidade de Jesus Cristo: Vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus (Gl 3.27-28). A história do cristianismo mostra que essa igualdade foi quebrada, criando uma hierarquia na Comunidade. Em parte, isto foi possível porque os ‘benefícios da salvação’ (Pregação da Palavra, Administração dos Sacramentos,
Perdão dos Pecados, Oração de Intercessão, Julgamento da Doutrina, entre outros) passaram a ser feitos somente pelo sacerdote. Entretanto, a Reforma recuperou essa igualdade radical na Comunidade, afirmando que toda pessoa batizada é sacerdote e sacerdotisa. Esta afirmação tem varias consequências: a) toda pessoa cristã tem livre acesso a Deus e aos seus benefícios. Assim, Cristo é o mais próximo que poderemos estar de Deus. Eis a fé que traz liberdade e gratidão; b) o Evangelho faz com que todas as pessoas sejam iguais em valor e dignidade; c) a dinâmica fundamental da Comunidade é uma rede de múltiplas relações de retroalimentação (Gl 5.13). Significa que toda pessoa batizada é sacerdote, sacerdotiza de alguém (Gl 6.2); d) para o exercício do Sacerdócio, cada pessoa membro da Comunidade foi agraciada com diferentes habilidades para administrar os bens da fé. (Co 12.6). Segundo Lutero, só a Pregação Pública e a Administração dos Sacramentos devem ser exercidas por Ministros ou Ministras. No mais, cada pessoa batizada têm o direito e o dever de
perdoar, ensinar, testemunhar e espalhar a Palavra de Deus, de exercer o Sacerdócio. Na prática, como e quando faremos isso? Lutero apontou duas formas. A primeira tem a ver com a consolação na tribulação (2Co 1.4, Gl 6.2 e Ef 4. 29). A vida da pessoa cristã não se esgota na satisfação dos próprios interesses. Ela é uma vida aberta para o encontro, a escuta, o cuidado e o consolo do irmão e da irmã. A segunda se refere ao anúncio do perdão dos pecados. (Jo 20. 22-23, Mt 18. 18 e Ef 4.29-32). Para Lutero, o maior bem que uma Comunidade possui é a confissão, o arrependimento, o perdão e a reconciliação, dádivas do Evangelho para sustentar a vida.
O Sacerdócio nos torna responsáveis pela saúde e pelo bem-estar da vida em Comunidade. Isto acontece em cada um dos sete Projetos Missionários de Capelanias da Saúde nos Sínodos Mato Grosso, Espírito Santo a Belém, Brasil Central, Sudeste, Rio Paraná, Uruguai e Rio dos Sinos (foto). Em meio à fragilidade e à tribulação, exercemos o Sacerdócio que suporta as cargas de quem não mais consegue. Em cada Culto, em cada encontro nos são colocadas condições para retomar a caminhada em direção ao dialogo e à reconciliação. Contudo, a consolação e o perdão não se restringem à vida comunitária. Elas devem estar presentes no dia a dia nas nossas diversas funções e responsabilidades assumidas na vida. Desta forma, pelo testemunho, o Sacerdócio vai além da Comunidade Cristã. A pergunta de Deus a Caim permanece: Onde está o seu irmão? Cristo nos torna irmãos e irmãs e constitui em sacerdotes e sacerdotisas que trabalham em prol da vida digna! A nossa fé luterana chama esse movimento de Sacerdócio Geral ou Sacerdócio de todas as pessoas que creem. A Meta Missionária 1 aponta a Educação Cristã Contínua como o caminho para um aprofundamento do seu valor, significado e ampliação do exercício deste Sacerdócio.
Campanha de Missão Vai e Vem Paz/RS | Sínodo Sul-Rio-Grandense
A Palavra de Deus é a relíquia das relíquias, a única, na verdade, que nós, pessoas cristãs, temos. Martim Lutero
Cerro Grande do Sul é um município do Estado do Rio Grande do Sul que conta com mais de 10 mil habitantes. A Paróquia da Paz de Cerro Grande do Sul foi desmembrada da Paróquia Trino Deus de Sertão Santana, em 2006, e é composta por três Comunidades: Cristo Rei, Reconciliação e Jesus Salvador. A Paróquia é constituída, em sua maioria, por pequenos Agricultores e pequenas Agricultoras que vivem da produção de verduras, arroz e fumo. O Projeto Missionário Paz foi criado em 2012 com o objetivo de fortalecer e consolidar a Paróquia. Para tanto, a Paróquia da Paz desenvolve a sua Ação Missionária a partir da motivação à participação dos membros na vida comunitária e no Culto, além de ações de evangelização. A finalidade é alcançar novas pessoas, que venham a somar com as 463 que já são membros, e desta forma, alcançar a autossustentabilidade.
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SÍNODOS
No Sínodo Uruguai, temos paixão pela Missão de Deus Fé, gratidão e um grande compromisso! P. Jair Luiz Holzschuh | Pastor Sinodal do Sínodo Uruguai, com Sede em Chapecó/SC
Mediante a fé em Jesus Cristo, somos chamados e chamadas a fazer parte da Missão da Igreja. Quando vivenciamos os sinais de paz, amor e justiça, anunciamos e testemunhamos a nossa convicção que somos parte da Igreja de Jesus Cristo. Propagar e vivenciar o Evangelho de Cristo nos coloca a caminho na Missão. A Missão é de Deus e a paixão por ela é nossa. A Bíblia nos relata o exemplo de Jesus ao ser enviado por Deus nesta tarefa tão nobre (Mt 28.19-20 e Lc 10.1-12). Trata-se de ir a outros povos e anunciar o Evangelho em palavra e ação. Missão é testemunhar às pessoas, de longe e de perto, a vontade de Deus e o seu projeto de Reino de justiça e amor. Entendemos que toda a ação da Igreja é missionária. Podemos desenvolver projetos que têm ênfases específicas, mas os programas e as decisões da Igreja testemunham a ação de Deus no mundo. Portanto, o anúncio e a vivência do Evangelho são parte de um todo que compreendemos como a Missão de Deus e acontecem por meio do nosso planejamento e da sua realização.
Para que uma Igreja seja missionária, é necessário ter mais que Metas e Ações Missionárias (importantes para a organização da sua ação). É fundamental que cada membro compreenda a sua tarefa a partir do Batismo e do ensino da Palavra. A pessoa comprometida com este princípio testemunhará em nome de Cristo (2Co 5.20) e, ao mesmo tempo, será um pequeno Cristo para as outras pessoas. Com e em tudo o que a Igreja faz e fala está fazendo Missão. A Missão é de Deus e a Ele servimos ou não com o nosso falar e o nosso agir. De que forma a Missão acontece no Sínodo Uruguai? O Sínodo Uruguai elegeu no seu Planejamento (PAMI) o tema Economia como prioridade temática da sua Ação Missionária para 2019. Este tema será abordado sob a perspectiva bíblico-teológica Fé, Gratidão e Compromisso. Esta decisão vem da compreensão ampla que dinheiro é um tema que precisa ser compreendido teologicamente como dádiva de Deus. Como Jesus ensina: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Lc 20.25).
Obs.: Pedimos que grupos maiores se anunciem.
Venha celebrar conosco!
Está no horizonte deste Planejamento a sustentabilidade das Comunidades. Para que esse tema chegue aos membros da IECLB no Sínodo, temos diversas ações com os diferentes públicos. Além do Planejamento, investimos na formação dos membros, com a oferta de seminários, palestras, cursos e materiais de estudo, para melhorar a compreensão sobre a oferta para a Igreja, visando à continuidade das Paróquias. Além de despertar o auxílio mútuo de Paróquias com poucos membros ou membros com poucas condições financeiras para carregar a sua Comunidade. Perseguimos o sonho de chegar à plena prática do que Paulo escreve em 1Co 16:2: Todos os domingos cada um de vocês separe e guarde algum dinheiro, de acordo com o que cada um ganhou. Assim não haverá necessidade de recolher ofertas quando eu chegar. Destacamos como uma importante contribuição da IECLB no Sínodo a Capelania Hospitalar, com atuação nos hospitais de Chapecó e região. A Diác. Cátia Berner é responsável por este testemunho junto às pessoas que buscam a cura das enfermidades, levando o amor de Deus aonde a Comunidade local não pode se fazer presente. Além das visitas aos membros da IECLB, ela é responsável por celebrações na capela do Hospital Regional do Oeste, formação da equipe de Pastoral que atua neste Hospital e assessoria das equipes de visitação nas Paróquias do Sínodo. O Sínodo Uruguai quer continuar sendo instrumento da Missão de Deus, agindo de forma comprometida na tarefa do testemunho da ação de Deus, atuando constantemente na formação da base comunitária e estimulando os seus membros a serem atuantes e multiplicadores da fé em Jesus Cristo. Sabemos que a Missão é de Deus, mas, no Sínodo Uruguai, nos apaixonamos por ela e a realizamos com fé, gratidão e um grande compromisso!
O amor só é verdadeiro quando também a fé é verdadeira. É o amor que não busca o seu bem, mas o bem do próximo. Martim Lutero Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA
Conselho da Igreja: funções e responsabilidades (parte 2/2) Anelize Marleni Berwig | Presidente do Conselho da Igreja O Conselho da Igreja se reúne três vezes ao ano e a Diretoria do Conselho da Igreja se reúne outras cinco vezes. As reuniões têm por objetivo: a) assegurar a unidade confessional de acordo com as Escrituras e a Constituição da IECLB, b) executar e implantar as decisões do Concílio e c) deliberar sobre a rotina administrativa da IECLB, atuando, dessa forma, em caráter complementar ao Concílio. Entre as diversas tarefas, detacam-se: - homologar os Estatutos dos Sínodos, das Paróquias e das Comunidades e os Regimentos Internos dos Sínodos; - incentivar e acompanhar o trabalho missionário da Igreja; - estabelecer diretrizes para o processo educacional na IECLB, em particular na formação, na atualização e na pesquisa teológicas; - aprovar a Prestação Anual de Contas do Secretário Geral (da Secretária Geral) e, nos anos em que não se realizar o Concílio Ordinário da Igreja, o Orçamento Geral da IECLB para o exercício seguinte; - regulamentar as diretrizes estabelecidas pelo Concílio da Igreja, visando a assegurar o bom e fiel exercício do Ministério na Igreja e para que nele ingressem pessoas vocacionadas e comprometidas com a confessionalidade da IECLB;
- autorizar e estabelecer critérios para a aplicação de recursos financeiros da IECLB em fundos específicos, compatíveis com as finalidades da Igreja. O Pastor Presidente (a Pastora Presidente), os Pastores VicePresidentes (as Pastoras Vice-Presidentes) e o Secretário Geral (a Secretária Geral) terão assento nas reuniões ordinárias do Conselho da Igreja e nas extraordinárias, quando convidados (convidadas), com direito a voz, porém, sem direito a voto. A fim de manter-se informado, informada a respeito dos assuntos e das decisões que afetam a vida da Igreja e para bem desempenhar a função para a qual foi eleito ou eleita, o, a Presidente do Concílio da Igreja participará das reuniões do Conselho da Igreja, com direito a voz, mas sem direito a voto. Nesse modelo, as grandes decisões em assuntos de fé e ordem são tomadas de maneira democrática e compartilhada por toda a IECLB, Ministros Ordenados, Ministras Ordenadas, Leigos e Leigas. As decisões do Conselho da Igreja valem para todos os Sínodos, todas as Paróquias e todas as Comunidades da IECLB.
Toda a vida das pessoas crentes não é outra coisa senão louvor e gratidão a Deus. Martim Lutero GESTÃO ADMINISTRATIVA
A importância do cadastro de membros para a Comunidade Secretaria Geral da IECLB A Carta Pastoral da Presidência intitulada Quem é membro da IECLB, de 2007, oferece as bases bíblicas e confessionais, bem como critérios comuns que se aplicam a todas as Comunidades quanto à compreensão de quem é membro da IECLB. A efetiva e correta aplicação destes critérios tem significativas implicações para a Gestão Comunitária e a Gestão das Estatísticas da Igreja em âmbito nacional. Assim, é importante retomar esse tema também do ponto de vista administrativo, com vistas à adoção de práticas comuns. De acordo com o Regimento Interno da Igreja, são membros da Comunidade as pessoas batizadas conforme a ordem de Jesus Cristo, reconhecidas as bases confessionais da IECLB. Essa compreensão considera dois critérios fundamentais e inter-relacionados para ser membro na IECLB: o Batismo
realizado em conformidade com a ordem de Jesus Cristo e o reconhecimento das bases confessionais da IECLB. Desta forma, o estabelecimento de condições adicionais para membresia contraria os Documentos Normativos da IECLB. Os membros da IECLB são a soma dos membros de cada uma das suas Comunidades. A IECLB não dispõe de um cadastro central de membros. São as suas Comunidades que registram as informações sobre os membros e que zelam pela relação com os mesmos. Para tanto, a Comunidade deverá manter e alimentar um cadastro com as informações sobre todos os seus membros, contribuintes e não contribuintes. O formulário das Estatísticas da IECLB indica quais são as informações ou os dados que todas as Comunidades deveriam obter para o registro individual de cada um dos seus membros. Entre esses dados, estão, por exem-
Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
plo, a informação sobre a idade e o gênero de todos os membros individualmente, a partir do Batismo, incluindo crianças (0 a 10 anos), adolescentes (11 a 14 anos), jovens (15 a 29 anos), pessoas adultas (30 a 59 anos), pessoas idosas (60 a 80 anos) e pessoas acima de 80 anos. Outras informações se referem à forma como a pessoa ingressou na IECLB (como Batismo ou Profissão de Fé) e na Comunidade (transferência de outra Comunidade, por exemplo). O nosso modelo comunitário de ser Igreja pressupõe um relacionamento próximo e efetivo com os membros. Para tanto, é fundamental que as Comunidades mantenham um cadastro com dados atualizados e confiáveis. Nos próximos artigos, veremos outros aspectos relacionados ao cadastro de membros, à coleta de dados sobre a vida comunitária e à sua importância para o Planejamento Missionário.
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DIVERSIDADE
Educação para todas as pessoas Rumo à construção de um mundo melhor Pedagoga Ma. Roselí Blanck | Porto Alegre/RS
Desde o Fórum Mundial de Educação de 2000, ocorrido em Dakar, no Senegal, o dia 28 de abril tornou-se o Dia Mundial da Educação. Nesse Fórum, foram assinadas metas com as quais 164 países se comprometeram, entre eles o Brasil. Trata-se de uma iniciativa que busca valorizar e fortalecer a educação. Para nós, pessoas herdeiras da Reforma Luterana, a educação é uma prioridade. Lutero defendia que a educação precisava estar presente em todos os setores da sociedade. Ela deveria ser um dever do órgão público, gratuita, obrigatória e de qualidade. Quanto ao método de ensino para crianças, este deveria acontecer com prazer e por meio de brincadeiras.
Segundo Lutero, a educação tinha como finalidade a formação de pessoas engajadas com o andamento da sua cidade e não só uma educação para o trabalho, por isso ela também deveria propiciar o pensamento crítico e a ação adequada para com os bens materiais, a fim de cuidar da família e da coletividade. Além disso, geraria melhor compreensão do texto bíblico. A partir deste conjunto, fornecido pela educação, Lutero entendia que a pessoa estaria em condições de colaborar para a construção de um mundo melhor. Para Martim Lutero, a educação era um patrimônio da cidade. Era a cidade investindo em si mesma, por isso ele escreveu às autoridades para
que, em lugar de armas, fossem construídas e mantidas escolas. As palavras anteriores são um ponto de partida para pensarmos a educação no Brasil. Como pessoas luteranas, constatamos que ainda permanecem desafios: a) o acesso de todas as pessoas a uma educação pública, gratuita e de excelência, b) profissionais com o devido reconhecimento e a devida qualificação, c) espaços educativos seguros, adequados e equipados e d) uma educação que prepare para o trabalho, a cidadania democrática, o convívio na pluralidade cultural e religiosa e a construção da paz. O Lema da Igreja para 2019 nos faz um chamado para trabalhar pela paz: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27). A nossa fé afirma que Cristo nos deixa a sua paz, tornando-nos parceiros e parcerias na construção da paz. Isso adquire especial relevância diante de tragédias acontecidas recentemente em escolas do nosso país. Como pessoas cristãs, somos chamadas a oportunizar espaços de reflexão e ação para a paz nos diferentes grupos de trabalho nas nossas Comunidades (crianças, adolescentes, jovens, mulheres, homens e pessoas idosas), bem como nos Sínodos (Conselhos, Comissões, etc.) e nas escolas. Essa construção da paz passa inevitavelmente pelo diálogo, pelo perdão e pela reconciliação. Como podemos ver, há muito trabalho a ser feito, muito mais se considerarmos que a educação, como patrimônio de transformação para um mundo melhor, requer constante cuidado, fortalecimento e desenvolvimento.
PRONUNCIAMENTO
Deus não se afasta de ninguém, pois está em toda a parte. Martim Lutero
Educação obrigatória e de qualidade A educação integra a Ação Missionária da IECLB. Escolas foram construídas ao lado de templos e, por vezes, foram precursoras, reunindo a Comunidade em Culto no ambiente escolar. Hoje, as escolas evangélicas estão reunidas na Rede Sinodal de Educação, mantendo o compromisso com a confessionalidade luterana e com a Educação Cristã. A Reforma chamou a atenção para o compromisso de cada pessoa cristã com relação
à educação dos filhos e das filhas, além da responsabilidade dos governos de oferecer e garantir uma educação de qualidade, obrigatória, sem distinção de gênero e com Docentes bem preparados. O objetivo era formar cidadãos aptos e cidadãs aptas a, com liberdade, contribuir na consolidação de uma sociedade guiada pelos valores cristãos. Estações do Jubileu - Educação (2017)
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Jorev Luterano - Abril 2019
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ESTUDOS BÍBLICOS
Como será agora? Jesus ficará entre nós?
Dinâmica
Cristo está presente!
Canto Deus está presente (LCI 14) todos o adoremos, com respeito nos prostremos! Deus está conosco, tudo em nós se cale, Deus a nossas almas fale! Quem o ouvir ou sentir, baixe os olhos, crente! Vinde ao Pai clemente! Deus está presente, querubins prostrados são lhe servos consagrados. Santo, santo, santo – vem cantando em hino todo exército divino. Ó Senhor, com fervor, nós também cantamos, gratos te exaltamos. Continua... Perguntas para reflexão - Como eu percebo a presença de Deus no dia a dia da minha vida? - Quais são os momentos que Deus está comigo ou não? Ler a reflexão Mais perguntas para reflexão - Confio que Jesus está realmente todos os dias comigo? - Há situações que me levam a suspeitar da presença de Jesus Cristo? - Como enxergamos os dramas e as tragédias dos nossos dias? - Nesses momentos, pensamos que Deus está presente ou ausente? - O que nos ajuda a sair dos dramas e das crises da vida para vivenciar a Missão que Deus nos confia? - Qual é a importância do Batismo na minha vida? Oração Bondoso Deus, obrigado por estares conosco todos os dias. Sem o teu amor revelado em Cristo Jesus, não conseguimos vencer os dramas e as crises existenciais da vida. Sem a presença do teu Santo Espírito, não temos força para assumir a tua missão. Amém. Canto Fui em teu nome batizado (LCI 314) ó Trino Deus, fiel Senhor, agora sou teu filho amado, pertenço a ti, meu Salvador. Imerso estou em meu Jesus, no Espírito de graça e luz. Teu filho e herdeiro me fizeste, eterno Pai, por teu amor; a bênção tu me concedeste de tua morte, ó Redentor; em minha angústia, meu temor, presente estás, Consolador! Continua... Avisos (se necessário) Benção e Envio
P. Ernani Röpke | Ministro na Paróquia Cantareira, em Tremembé/SP Você já sentiu sonhos e projetos ruírem? Você passou alguma vez pela sensação de abandono? Você já viveu um vazio existencial? Você já se sentiu sem rumo na vida? Há situações e circunstâncias na vida que nos deixam em um grande vazio existencial. Os discípulos de Jesus vivenciaram essa situação com a crucificação e morte de Jesus. A caminhada ao lado do Mestre havia sido tragada pela cruz. A sensação era de abandono. A pergunta que não queria calar: O que fazer da vida agora? Ainda existe um sentido para a vida? Em meio a tantas perguntas, os discípulos são surpreendidos com a Boa Nova. As mulheres, Maria Madalena e Maria, testemunhas da ressurreição, ouvem de Jesus: Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, e eles me verão ali (Mt 28.10). Informados da Boa Nova, os discípulos se põem a caminho da Galiléia. Lá encontram o Mestre. Há um misto de sentimentos. Apesar de estarem na presença de Jesus, do ressuscitado, dúvidas
Lema do Mês
os a falar sobre a graça e a misericórdia de Deus reveladas na cruz. Para esse desafio, recebem uma grande certeza: não estarão sozinhos. Lembrem-se disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Deus conhece as nossas crises existenciais. Sabe das nossas angústias, dos nossos medos e dos nossos sofrimentos. Ele é um Deus sensível à dor, aos flagelos e às tragédias humanas, por isso veio ao mundo em Jesus Cristo para estar ao nosso lado. Batizar e ensinar são dois dos seus chamados. Por quê? Como diz no Guia Nossa Fé-Nossa Vida: ‘Pelo Batismo, participamos da vida, morte e ressurreição de Cristo por nós. Somos marcados por sua cruz, que é a vitória sobre o nosso fracasso e o ponto de partida para um novo começo. Aceitos por graça, somos chamados e chamadas a andar em novidade de vida, oferecendo-nos a Deus como instrumentos de justiça’. Pelo Batismo, nos conscientizamos que somos seus filhos queridos e suas filhas queridas e que ele estará conosco na alegria e na dor. Pelo ensino da Palavra, testemunhamos que Jesus é o Emanuel, o Deus conosco (cf. Mt 1.23). Testemunhamos que a Palavra de Deus é que reconduziu os discípulos no caminho do testemunho após a morte e ressurreição de Jesus. Testemunhamos que a Palavra de Deus é que nos santifica, justifica e capacita para sermos discípulos de Jesus, pois é isso que nos ensina a explicação de Lutero da terceira parte do Credo Apostólico: ‘Creio que por minha própria inteligência ou capacidade, não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem chegar a ele, mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim também chama, reúne, ilumina e santifica toda a Igreja na terra e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé. Nesta Igreja ele perdoa, cada dia e plenamente, todos os pecados a mim e a todas as pessoas que creem. No último dia, ressuscitará a mim e a todos os mortos e dará a vida eterna a mim e a todas as pessoas que creem em Cristo’. Há muitas coisas que nos abatem diariamente. Há muitas forças que nos querem ver desistir. Entretanto, a Palavra animadora de Jesus é: Lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Essa é a sua promessa. Todos os dias são realmente todos, inclusive aqueles em que julgamos estar sozinhos, abandonados à nossa angústia, fraqueza e sofrimento.
Jesus Cristo diz: Lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Mateus 28.20 afloram: Como será agora? Será que Jesus vai nos recriminar pelo abandono? Haverá continuidade no trabalho com Jesus? Será que Jesus ficará entre nós? Jesus se aproxima deles. Com a proximidade, revela cuidado. Ao falar que o seu poder no céu e na terra emana de Deus, conforta-os. Lembra-os, na verdade, que é Filho de Deus. Que Deus não o abandonou. Que Deus o ressuscitou. Que ele não está aí para recriminá-los, mas que quer contar com eles para que a Missão de Deus se concretize no mundo, por isso diz: Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. Eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos (Mt 28.19-20). Com estas palavras de Jesus, a vida dos discípulos ganha novos contornos. A vida, que parecia sem rumo e sem sentido, ganha uma nova motivação. O medo, o isolamento, a frustração e o desamparo dão lugar à alegria pela vida. Jesus não só conforta os seus discípulos, mas os desafia a sair para o mundo. Desafia-os a falar do projeto do Reino. Envia-
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