Jornal Evangélico Luterano | Ano 50 | Maio 2019 | n o 827
A trajetória da espiritualidade é caminhar com Cristo nas incertezas da vida Precisamos valorizar a comunhão, pois, no encontro com as outras pessoas, na partilha do Evangelho, do pão e da vida, Cristo se faz presente para aquecer a fé e nos dar esperança no caminho!
Educação: amor e solidariedade!
Igreja, Economia e Política
Seguindo o Evangelho...
A fé nos liga nessa tarefa como pessoas cristãs
Viver a fé nas três Ordens da Criação
Como olhar as pessoas desfavorecidas?
Formação
Unidade
Perspectiva
Jorev Luterano - Maio 2019
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REDAÇÃO
A trajetória da espiritualidade é caminhar com Cristo! Existe apenas um Deus! Esta afirmação traz consequências e desafios. O que Deus espera de nós?, questiona a Carta Pastoral da Presidência que traz a Mensagem da IECLB para o Lema de Maio: Não há ninguém igual a ti; somente tu és Deus; não existe outro (2Sm 7.22). ‘A IECLB foi formada por pessoas que tinham origem étnica, confissão religiosa e classe social diferentes. Ao longo da nossa história, procuramos conciliar a unidade confessional com o respeito às diversas maneiras de pensar e de viver a espiritualidade’, relatou a Carta. Existem, sim, formas diversas de compreender Deus, mas o que, então, nos previne de ‘moldar’ Deus a partir dos nossos desejos, das nossas necessidades, dos nossos interesses?, pergunta a Carta pastoral, indicando o caminho: ‘A resposta precisa ser buscada no Evangelho de Jesus Cristo’. ‘Deus nos liberta do poder do pecado e da necessidade de julgar o pecado das outras pessoas. Sim, o Deus que nos criou e salvou nos chama para viver em comunhão!’, destaca o Documento, propondo a reflexão sobre quantas vezes a comunhão é rompida porque julgamos mais que acolhemos. Na Carta, a Presidência sugere que irmãs e irmãos convidem pessoas para viver em Comunidade e que falem sobre esse Deus que nos aceita, assim como nós somos. Nesse sentido, o Estudo Bíblico deste mês destaca que ‘Deus sempre de novo vem ao nosso encontro com amor e misericórdia. Ele não pergunta por realizações. Mesmo que nada tenhamos para lhe mostrar, Ele nos dá dignidade, valor próprio e alegria por aquilo que podemos fazer na vida. Neste mundo conturbado, onde não sabemos mais em quem confiar, Deus é eterno. O seu amor e a sua misericórdia permanecem. Ele está ao nosso lado. Nele há forças para não quebrar nestes tempos de mudanças. Nele há uma orientação clara para que amemos o nosso próximo, cuidemos da vida e busquemos a justiça e a paz’. A Presidência deseja que testemunhemos esse Deus que caminha conosco e nos carrega quando mais necessitamos. ‘Que a bênção do Deus único esteja com vocês, hoje e sempre’, finaliza a Carta Pastoral. Ótima leitura!
CAPA Precisamos, como pessoas cristãs, aprender a vivenciar a espiritualidade na diversidade da vida, reconhecendo Jesus Cristo como fundamento para a nossa caminhada de fé comunitária.
SUMÁRIO 2
REDAÇÃO
CARTA À COMUNIDADE EXPLICAÇÃO DA CAPA EXPEDIENTE
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ENFOQUE
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PALAVRA
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PRESIDÊNCIA
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FORMAÇÃO
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CRIANÇA
CARTA PASTORAL CHARGE OFERTAS NACIONAIS INDICADORES ECONÔMICOS MINISTÉRIO COM ORDENAÇÃO HABILITAÇÃO AO MINISTÉRIO ESTUDANTES EM FORMAÇÃO PALAVRA DA PRESIDÊNCIA TEMA DO ANO AGENDA EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA JUVENTUDE O AMIGO DAS CRIANÇAS
8-9 UNIDADE
Viver a fé nas três Ordens da CriaçãO
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FÉ LUTERANA
ORDENS PARA O MELHORAMENTO DO MUNDO
PERSPECTIVA
COMO SEGUIR O EVANGELHO HOJE? UM GRANDE MEDO!
MISSÃO
METAS MISSIONÁRIAS DA IECLB CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
SÍNODOS
MISSÃO DE DEUS
GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA GESTÃO ADMINISTRATIVA
DIVERSIDADE
A VIVÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE
ESTUDOS BÍBLICOS
COMO ÉS GRANDE, Ó SENHOR!
Tu és o meu Deus, eu te louvarei. Tu és o meu Deus, eu anunciarei a tua grandeza. Salmo 118.28 EXPEDIENTE Pastora Presidente Pa. Sílvia Genz Secretário Geral P. Marcos Bechert Jornalista Letícia Montanet - Reg. Prof. 10925 Administrativo Elizangela Basile ISSN 2179-4898 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/5º 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone (51) 3284.5400 E-mail jorev@ieclb.org.br Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano.
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ENFOQUE
Carta Pastoral Não há ninguém igual a ti; somente tu és Deus; não existe outro. 2Samuel 7.22
Presidência da IECLB O Lema Bíblico para o mês de maio é uma confissão de fé do juiz e profeta Samuel: existe apenas um Deus! Considerando a diversidade de compreensões e de propostas religiosas, muitas vezes nos confrontamos com as questões: existe apenas um Deus? Quem é Deus para nós? Quem é Deus para pessoas evangélicas de confissão luterana? Desde a sua origem, a IECLB tem a diversidade como uma das suas características. A IECLB é uma Igreja formada por pessoas que pensam diferente sobre vários assuntos, sejam eles Missão, Diaconia, Política ou Ciência. Como pensamos a respeito de Deus? Sabemos que há formas de compreender Deus. Nesta diversidade, podemos aprender e fortalecer a fé, mas seriam válidas todas as formas de compreender Deus? O Evangelho é a base para compreender e confessar o trino Deus! Nós, pessoas evangélicas de confissão luterana, confessamos que Deus se tornou humano em Jesus Cristo. Por meio de Jesus Cristo, Deus nos salva e
INDICADORES FINANCEIROS
liberta. Somos pessoas libertas para viver a vida sob a graça de Deus, em solidariedade e comunhão. Quantas vezes a comunhão é prejudicada porque procuramos impor determinado ponto de vista sem considerar o todo? Quantas vezes a comunhão é impossibilitada porque não conseguimos conviver com diferenças? Temos quase duas mil Comunidades espalhadas pelo Brasil afora. Temos Comunidades grandes, antigas e tradicionais que crescem e se rejuvenescem. Temos Comunidades jovens que crescem. Temos Comunidades jovens que não crescem e temos Comunidades grandes, antigas que também não crescem. Tudo isso é IECLB. O Espírito de Deus age em Comunidades grandes, médias e pequenas, consideradas ‘tradicionais’ ou não. Diante disso, irmãs e irmãos: que tal convidar pessoas para viver em Comunidade? Que tal testemunhar esse Deus que caminha conosco e nos carrega quando mais necessitamos? Ficam o convite e o desejo que a bênção do Deus único esteja com vocês, hoje e sempre. Amém!
UPM Maio/2019
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Índice Abril/2019
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Acumulado 2019
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Desde o nascer até o pôr do sol, que o nome do Senhor seja louvado! Salmo 113.3
OFERTAS NACIONAIS 12 DE MAIO 4° Domingo da Páscoa Dia das Mães Casa Matriz de Diaconisas: Vocação - Acolhimento - Cuidado A Irmandade Evangélica Luterana da Casa Matriz de Diaconisas tem como missão manter-se fiel ao chamado e ao legado histórico de testemunhar o amor incondicional de Deus às pessoas. A Casa Matriz acolhe as comunhões diaconais da IECLB, sendo também espaço de encontro para vivenciar espiritualidade, despertar vocações para o Ministério Diaconal, capacitar lideranças e fortalecer a inserção pública da diaconia. Somos Comunidade Missionária que atua além dos seus muros institucionais e eclesiais. 26 DE MAIO 6° Domingo da Páscoa Projeto de Missão no Sínodo da Amazônia Geograficamente, o Sínodo da Amazônia tem a maior distância entre a sua Sede e a Sede da IECLB, mas a compreensão e a fé que há entre os membros desta Igreja reduz a distância e nos aproxima de cada uma das Comunidades da IECLB. O Sínodo da Amazônia abrange os Estados do Acre, Roraima, Amazonas, Rondônia e parte do Noroeste do Mato Grosso, sendo que 18 Ministros e Ministras e muitas lideranças conduzem este rebanho presente em 70 Comunidades e 38 Pontos de Pregação. Para desenvolver ainda melhor a sua Missão, o Sínodo da Amazônia passa por um momento de estudo, tendo em vista a sua reestruturação e o planejamento da Ação Missionária, de modo a anunciar e vivenciar o Evangelho nesta grande extensão geográfica deste imenso Brasil
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PALAVRA MINISTÉRIO COM ORDENAÇÃO
Mentoria Ministerial
Cooperação e harmonia P. Rolf Rieck | Ministro na Paróquia Martin Luther/RJ P. Stefan Krambeck | Ministro na Comunidade Joinville/SC Três semanas de convívio e aprendizado. Duas em 2018 e uma há alguns dias. Tempo intenso para ver-se e rever-se. Tempo curto para receber tantas ferramentas que possibilitem ver a outra pessoa na sua condição de fragilidade e ajudá-la a sair dela. Tempo longo para as Comunidades que abriram mão da nossa presença e do nosso trabalho. Tempo especial para criar novos vínculos e fazer amizades! Esse foi o tempo para o Curso Básico de Mentoria Espiritual. O seu propósito é capacitar e instrumentalizar Ministros e Ministras para, de forma ética e sigilosa, em parceria com os respectivos Sínodos, atuar no processo de Mentoria. Trata-se de um cuidado da Igreja para com os seus Ministros, as suas Ministras e familiares e é parte do Programa de Acompanhamento a Ministros e Ministras da IECLB. O Curso contou com a participação de 13 Ministros e Ministras e teve o seu encerramento no dia 26 de abril, com Culto celebrado pelo Secretário Geral da IECLB, P. Marcos Bechert, e pela Secretária do Ministério com Ordenação, Pa. Ruth Musskopf. Além da proposta de auxiliar na resolução e prevenção de situações difíceis e conflitantes na esfera ministerial, bem como pessoal, o Curso estimula um olhar sensível e compreensivo sobre todas as pessoas. A realidade mostra que conflitos existem, mas aprendemos que eles podem ser resolvidos pacificamente. Cientes que não há quem saiba tudo e que todas as pessoas possuem potencialidades complementares, encaramos o desafio de nos colocar à disposição, especialmente com esta formação, para ajudar ainda mais as pessoas a edificarem Comunidades.
HABILITAÇÃO AO MINISTÉRIO
PPHM... onde será? Cat. Dra. Haidi Drebes | Secretária da Habilitação ao Ministério da IECLB Candidatos e Candidatas ao Ministério com Ordenação são designados e designadas para realizar o Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) em uma das Comunidades da IECLB após a sua aprovação no Exame de Admissão. Quem designa as pessoas ao Campo de PPHM é a Comissão de Designação e Envio, composta pela Pastora Presidente, quatro Pastores ou Pastoras Sinodais e duas pessoas representantes de Comunidades indicadas pelo Conselho da Igreja. A designação é realizada uma vez ao ano, no mês de julho, e leva em consideração as necessidades de desenvolvimento dos Candidatos e das Candidatas. Estas necessidades são identificadas por meio da avaliação das Competências requeridas para o exercício do Ministério com Ordenação na IECLB, dos pareceres de avaliação psicológica e do atestado de avaliação clínica. Considera-se, ainda, o perfil motivacional aplicado em Candidatos e Candidatas, Mentores e Mentoras. Além destas, observam-se as vagas existentes, a viabilidade financeira e as oportunidades que
o contexto no qual será realizado o PPHM pode oferecer, como: caraterísticas regionais e culturais, atividades em ambientes diversificados, ênfases teológicas e vivências diferenciadas, tendo em vista o preparo de futuros Ministros e futuras Ministras para a Ação Missionária da Igreja. Mesmo que, inicialmente, o Candidato ou a Candidata se sinta surpreso com o Campo de PPHM para o qual foi designado, demostrando dificuldades de adaptação ou aceitação do local, a Mentoria, o Pastor ou a Pastora Sinodal e a Secretaria da Habilitação auxiliam no sentido de identificar quais são as suas dificuldades com o contexto. À medida em que o Candidato ou a Candidata vai conhecendo o local e se dispõe ao aprendizado, os desafios vão sendo encarados com naturalidade. Comunidade e Mentoria preparadas para receber e acompanhar alguém no PPHM, bem como Candidato e Candidata comprometidos com o seu próprio aprendizado são aspectos fundamentais para que o desenvolvimento das Competências Requeridas para o Ministério, de fato, ocorram.
O Deus da paz opere em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Hebreus 13.20-21 FORMAÇÃO DE ESTUDANTES
Desafios para o processo de formação em Teologia Prof. Dr. Claus Schwambach | Diretor Geral da Faculdade Luterana de Teologia (FLT), em São Bento do Sul/SC Vivemos dias nos quais as tradições são questionadas, transformadas ou abandonadas. É preciso aprimorar a formação teológica em sintonia com as Metas Missionárias da Igreja: - Formação precisa capacitar para lidar com o perfil cultural e religioso da sociedade e das Comunidades. Nem tudo é pós-moderno na pós-modernidade! Estudos dos contextos sociovitais (Lebenswelten) indicam que as sociedades contemporâneas se constituem na concomitância de três mentalidades basais (pré-moderna, moderna e pós-moderna). É preciso trabalhar com Comunidades plurais e simultaneamente tradicionais, modernas e pós-modernas.
- A formação precisa habilitar não só para a manutenção das Comunidades, mas, prioritariamente, para desenvolver nelas visão e práticas missionais, das lideranças aos membros, no espírito de 1Co 9.19-27. Igreja é ‘Comunhão e Sacerdócio Geral em Missão’, na qual Ministros, Ministras, lideranças e membros nunca cansam de aprimorar a intencionalidade missionária de tudo o que se faz e se oferece. - A formação deve capacitar para uma mentalidade pluricultural e para evitar a absolutização de uma ‘monocultura’ ministerial, que engessa: missão urbana e rural, Igreja na sede e Igreja em casas, praças, projetos sociais.
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- A formação deve capacitar para a Diaconia, a Liturgia e a Koinonia (comunhão) em perspectiva simultaneamente confessional e missional, primando para que o trabalho se desenvolva em fidelidade à Palavra de Deus e com liberdade cristã, marcas do luteranismo. Ministros e Ministras precisam ser preparados para administrar Comunidades no espírito do Evangelho, sendo que o planejamento e a forma de realização da ‘semeadura’ do Evangelho podem e devem ser sempre humanamente melhorados, mas a ‘colheita’ nunca deixará de ser milagre de Deus e obra do Espírito Santo: só ele pode dar o crescimento (1Co 3.6)!
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PRESIDÊNCIA
Trabalho e dignidade são desejos de Deus Sentido à existência humana! P. Dr. Mauro Souza | Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB e Assessor para Missão Global e Ecumenismo
Você comerá do fruto do seu trabalho, será feliz, e tudo irá bem com você (Sl 128.2). A Páscoa é a festa mais importante no calendário da Igreja, por isso ela nos carrega e nos conduz pelo mês de maio afora. Este ano, os quatro domingos de maio são liturgicamente chamados domingos da Páscoa ou domingos após a Páscoa. O fato que Cristo vive (Lc 24.5b) renova a nossa esperança e nos dá novo ânimo para enfrentar o que vem pela frente. Queremos caminhar por este mês testemunhando o amor de Deus e colocando sinais concretos deste amor por onde passamos.
Maio também é um mês repleto de datas importantes: o Dia do Trabalho ou, como propôs Paulo Freire, o Dia das Pessoas Trabalhadoras (1º), o Dia Nacional da Diaconia (5), o Dia das Mães (12), o Dia da Assinatura da Lei Áurea, que, no papel, abolia a escravidão no Brasil (13), o Dia da Fundação da Casa Matriz de Diaconisas (17), entre outras. Temos muito para lembrar, pensar e mesmo comemorar. Embora estejamos na época da Páscoa, nem tudo é doce, nem tudo é chocolate, nem tudo é ressurreição. Ainda há muitos sinais de sofrimento e morte, por isso as atividades na vida da Comunidade seguem o seu rumo:
Antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Mateus 6.8 TEMA DO ANO
AGENDA | MAIO 4/5
7/5
Construindo pontes de amor Em 2018, o Tema da IECLB estimulou a reflexão sobre a presença de cada pessoa nas três Ordens da Criação (Igreja, Economia e Política). Em 2019, o Tema é mantido, mas iluminado por um novo Lema: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27). Como no ano passado, a Palavra Bíblica aparece acima de todos os elementos do cartaz, indicando que Deus está acima de todas as coisas. Paz recebeu destaque, pois é imperativa a necessidade de paz e harmonia entre as pessoas e entre os povos. Como filhas e filhos de Deus, como pessoas batizadas e convidadas a fazer parte do Reino, precisamos buscar o diálogo e a reconciliação. O que nos motiva a dar este passo? O que nos une? O amor de Deus desperta a fé e é a motivação para estabelecermos pontes. A
Cultos, Estudos Bíblicos, Grupos, Visitação, Diaconia, Missão. O trabalho nas Comunidades, em grande medida, voluntário, precisa continuar. A IECLB é uma Igreja que conta muito com o trabalho voluntário das pessoas. No entanto, apenas de voluntariado não é possível sobreviver. Precisamos de trabalho que gere a renda para manutenção, nossa e de nossas famílias. Quando há trabalho e emprego, há renda, a economia se movimenta e mais trabalho e empregos surgem. Hoje, há mais de 13 milhões de pessoas desempregados no país (IBGE, março/18), sem contar outras dezenas de milhões que sobrevivem em subempregos. Falta de trabalho e desemprego são preocupações constantes. As pessoas, sendo criadas à imagem e semelhança de Deus (cfe. Gn 1.27), têm dignidade intrínseca. Isto significa que elas são dignas simplesmente porque existem, mas o trabalho, a profissão e o emprego ajudam a dar sentido à existência humana. O trabalho dignifica, por isso a maioria das pessoas almeja comer do fruto do próprio trabalho. A falta de trabalho e o desemprego, portanto, não são apenas ruins para a economia, mas também para a autoestima das pessoas. Rogamos a Deus que oriente pessoas, grupos, instituições e governos a trabalhar intensamente para que haja trabalho digno para todas as pessoas. Assim, elas podem viver as suas vidas com a dignidade com a qual foram criadas por Deus.
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pedra que falta para completar a ponte e permitir que as pessoas circulem tem formato de coração, porque a nossa ponte passa pelo amor. Essa ponte, feita de amor, respeito, compreensão, cuidado, paciência, reconciliação, também tem na sua construção a esperança de justiça, pois não há paz sem justiça. Mesmo diferentes, podemos conviver e crescer com essas diferenças, porque já recebemos de Deus a fé, o amor, a verdade, a justiça e a paz.
18/5
18-19/5
Assembleia Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí Rodeio 12/SC P. Odair Braun Celebração Ecumênica 57a Assembleia da CNBB Aparecida/SP Pa. Sílvia Genz Conferencia de Liderazgo Lima/Peru Pa. Sílvia Genz Assembleia Sinodal do Sínodo Planalto Rio-grandense Tapejara/RS P. Mauro Souza Assembleia Sinodal do Sínodo Sudeste Campinas/SP P. Odair Braun
19/5
Jubileu de 80 anos Casa Matriz de Diaconisas São Leopoldo/RS Pa. Sílvia Genz
25/5
Assembleia Sinodal do Sínodo Nordeste Três Coroas/RS P. Mauro Souza
25-26/5
Assembleia Sinodal do Sínodo Norte Catarinense Joinville/SC Pa. Sílvia Genz P. Odair Braun
28-30/5
Assembleia do CONIC São Paulo/SP P. Odair Braun
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FORMAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Educação solidária A fé nos liga nessa tarefa!
JUVENTUDE
Diác. Cátia Patrícia Berner | Coordenação de Formação e Diaconia no Sínodo Uruguai
Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. Quem tiver comida, faça a mesma coisa (Lc 3.11). A palavra do evangelista ensina uma atitude bem prática, sobretudo de amar o próximo, em solidariezar-se concretamente com ele e partilhar os nossos bens quando lhe falta o necessário. A atitude de ser uma pessoa solidária nunca saiu de moda e é capaz de restaurar vidas. A prática da solidariedade ajuda a refletir as formas que uma sociedade vive, mostrando em seu princípio a consideração pela outra pessoa, especialmente diante da ameaça à vida. Além dessa sensibilização pela outra pessoa, o que mais faz emergir solidariedade? Como ensinamos as nossas crianças a terem atitudes solidárias? A importância da outra pessoa conforme a recomendação do apóstolo Paulo em Gálatas 5.13 diz: Fazei-vos servos uns dos outros, pelo amor. Aquela pessoa que serve apura a própria visão da realidade e consegue ouvir os clamores de quem necessita. A todo momento, somos desafiados e desafiadas a melhorar as nossas ações diante do contexto social com o qual nos defrontamos. O processo
de aprendizagem acontece na prática, em atitudes diárias de valorização da Criação de Deus. O que faz Jesus no Sermão do Monte é desviar o nosso olhar de nós mesmos para os que demandam a sua presença, compaixão e justiça misericordiosa. Deus não derrama sobre nós o Espírito Santo para que nos sintamos pessoas privilegiadas com isso, mas para fazermos parte da sua Missão de amar e anunciar ao mundo o seu amor. Jesus confirma essa vocação em nós e afirma que nós somos o sal da terra, que traz verdadeiro sabor ao mundo, porque se insere na realidade e se dissolve no serviço ao próximo, mostrando às pessoas quem é o verdadeiro Deus da humanidade. É possível perceber os raios desta luz que brota da cristandade para dentro da sociedade: onde há preocupação com pessoas necessitadas, cuidado com o meio ambiente, igualdade das pessoas diante de Deus, reconciliação, perdão e a esperança em meio às dificuldades. Ali sentimos o sabor e a luz da presença de Deus. Permanecemos firmes na Educação Cristã, ensinando as nossas crianças, pessoas jovens e adultas a terem atitudes de solidariedade e amor ao próximo. A fé nos liga nesta tarefa como pessoas cristãs. Deus fez de nós mensageiros, mensageiras e testemunhas do seu amor no mundo.
Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças. Marcos 12.30
VESTIBULAR DE INVERNO Você sempreaçteãve essa inspir o. Agora é a hora de concretizar! Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
> MÚSICA > MUSICOTERAPIA > TEOLOGIA
Vocação e trabalho Josiel Amaral Representante no Conaje Sínodo Centro-Sul Catarinense
A ação amorosa de Deus com a sua Criação envolve a nossa vocação, o nosso trabalho e a nossa profissão. Em Gênesis, Deus confia a tarefa para os seres humanos cuidarem da terra e dominá-la, cuidado esse fundamentado no amor e na justiça que Deus tem por nós. Entrementes, o pecado e a corrupção humana colocaram em colapso a concepção de trabalho, tornando-o árduo e exaustivo, por isso é muito importante pensarmos como Cristo resgata o sentido da vocação e do servir. Cristo reconcilia o ser humano com Deus e instaura a forma de viver e ver o mundo, mediante o seu Espírito Santo, como construtores e testemunhas do seu Reino. A presença de Deus em nós por meio do Espírito Santo nos inspira e orienta a viver em graça e justiça. É neste sentido que a Reforma Protestante provocou uma mudança na concepção de vocação e trabalho, enfatizando que todo o trabalho é digno, porque é feito diante de Deus. Tudo o que você faz é para a glória de Deus e serviço da pessoa próxima. Sendo assim, a ideia que se tinha na época de Lutero sobre a separação entre o sagrado e o profano, o religioso e o cotidiano são ressignificados: todo trabalho é sagrado, pois é feito para a glória e diante de Deus! Com esse conceito, há quebra de paradigmas, principalmente nos dias de hoje, nos quais muitas pessoas acreditam que vocação seja somente para clérigos. Verdadeiro engano! Deus dá capacidades e dons diferentes para as pessoas servirem com amor, seja como Pastoras, Diáconas, Médicas, Carpinteiras, etc. Você pode honrar e testemunhar a Deus por meio do seu trabalho.
A MELHOR FACULDADE DA REGIÃO SUL EM AVALIAÇÃO DO MEC NOTA MÁXIMA
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www.est.edu.br
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CRIANÇA
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UNIDADE
UNIDADE
Série Especial
Deixo com vocês a minha paz
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Viver a fé nas três Ordens da Criação
Mesmo pecadores e pecadoras, dependentes de perdão e transformações diárias, podemos romper o silêncio e falar sobre o amor, a salvação e a vontade de Deus por meio de ações e envolvimento nas Ordens do mundo.
Herdamos da Reforma a concepção de Lutero sobre as Ordens da organização humana e social. Ele defendeu que Deus está presente e interfere na sua Criação e na organização da vida humana no âmbito da Economia, da Política e da Igreja. Lutero compreendeu que filhas e filhos de Deus são chamados para participar da sua Missão de transformar, proteger e salvar a vida a partir destas três Ordens. Lutero baseou-se em um antigo conceito grego das ordens essenciais da sociedade. A economia era definida como a base do sustento da vida humana. Essa era a ordem da casa, da oikos, a base e o espaço da produção de alimentos e bens, desenvolvida por parentes e empregados por meio do cultivo, da criação de animais e propriedades. A compreensão de política da época referiase às organizações humanas públicas desenvolvidas nas pequenas cidades. Era a ordem da polis, de onde veio o conceito de Política, por isso Política tem a ver com a organização
Pastor Guilherme Lieven Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí
pública e individual, realizada para proteger, organizar e garantir convívio humano justo. Com a formação das Comunidades Cristãs, surgiram a ordem, o espaço e meio de Proclamar o Evangelho, interpretar a Palavra de Deus, Administrar os Sacramentos, ensinar, sustentar e articular valores essenciais e absolutos da vida humana e da comunhão das pessoas umas com as outras e com Deus, a Igreja. O Tema do Ano resgatou essa visão de Lutero sobre a atuação de Deus na história, na sua Criação e na organização humana. A proposta veio para um tempo de crise política, econômica e social, causou surpresas e interpretações contraditórias. O Tema do Ano tornou-se polêmico. Muitas pessoas não compreenderam a sua dimensão teológica, profética e sacerdotal, certamente devido à descontinuação na história dos conceitos Economia, Política e Igreja. Para outras, veio a ser uma oportunidade para manifestar posicionamentos contrários aos conteúdos de fé da Reforma, de Lutero e a visão que Igreja deve passar ao largo da Economia e da Política. A novidade permitiu concluir que está vivo o posicionamento que defende o afastamento de Deus e da sua Igreja da ordem pública, da Economia e da organização humana. Tornou público o constrangimento de quem se reúne em Comunidades Cristãs para viver a fé em Jesus e falar, Proclamar o Evangelho e a vontade amorosa de Deus. A situação revelou uma forma incipiente de defender o silêncio da Igreja de Cristo na Criação e no mundo. Apesar das polêmicas, incompreensões e contradições, o Tema do Ano cumpre o objetivo de trazer para hoje, para os novos 500 anos, a concepção de Lutero sobre a ação
e a presença de Deus na realidade humana. Chama as Comunidades da IECLB para falar sobre a presença de Deus no mundo, a Missão de Deus em relações humanas de produção do sustento e a distribuição justa dos meios de vida, nas relações políticas humanas que devem promover proteção social e convivência justa. Por meio da Igreja, devem revelar e proclamar a ação salvadora de Deus, a sua vontade, que torna real, pelo serviço de amor, oração, louvor e compromissos, verdadeiros sinais de graça e da paz, de comunhão e da plenitude da vida, a vida gostosa de viver. Está colocado o desafio às Comunidades, às lideranças, aos Ministros e às Ministras do labor teológico Catequético, Diaconal, Missionário e Pastoral na IECLB, de apontar para a presença e a Missão de Deus no mundo. A partir da fé, escolher o caminho que direciona para a criação de dignidade, segurança, convívio justo, espaços para a vivência da paz, doada pelo Senhor da Igreja Jesus Cristo. Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27a). Testemunhamos que Cristo está conosco (Mt 28.20). A sua paz está presente na nossa vida e na nossa realidade, na Economia, na Política e na Igreja, dádivas de Deus, não ainda completa, mas em pedacinhos, tal como um pão nosso de cada dia, que Cristo dá. O Pastor Dietrich Bonhoeffer, preso durante a Segunda Guerra Mundial e assassinado ao final dela, escreveu: ‘Vocês não têm a sua fé de uma vez por todas. A sua fé quer ser conquistada amanhã e depois de amanhã, todo dia de novo’. Também assim com a paz. Precisamos dar passos em caminhos que nos direcionem todos os dias para a paz e nos coloquem em comunhão com Deus e com a sua Missão no mundo.
Os discípulos, as seguidoras e os seguidores de Jesus tinham muitas dúvidas sobre a ação salvadora de Deus, sobre a comunhão com Ele e a sua presença no mundo. Também eles e elas não conheciam a dimensão completa da paz. Naquele tempo, conforme estudos especializados, como a pesquisa do P. Dr. Emílio Voigt, em seu livro Contexto e Surgimento do Movimento de Jesus, a população vivia em estado de angústia e insegurança. As pessoas não conheciam a paz de Deus. A situação dos agricultores, pescadores, diaristas, escravos, meeiros estava sob o comando do Império, que regia uma sociedade violenta, hierárquica e tumultuada, na qual pessoas, famílias e tribos viviam ameaçadas, sem garantia de sustento, em meio a doenças e adaptadas à organização humana injusta. Viviam com medo, sem sentido nem esperança. Naquele contexto, Jesus veio trazer a salvação e a paz, aquela que conhecemos em pedacinhos e maior que o nosso entendimento. Jesus veio revelar a presença do Deus Pai e do Espírito Santo na realidade humana, a Palavra se traduziu em presença real e humana de Deus na Economia, na Política e na Igreja. Em nosso tempo, a Igreja é chamada a buscar e semear a paz, para participar em comunhão com Deus da sua Missão no mundo. Cremos que podemos viver e semear a paz de Deus e falar sobre a sua vontade, a sua justiça e salvação em todas as dimensões humanas e nas três Ordens fundamentais do mundo. Precisamos reconhecer que, na ausência de Deus, da sua salvação, sem o alimento diário da fé, sem a paz de Cristo, não promovemos nem criamos os meios essenciais de vida. Envoltos pela paz, mesmo sem estar completamente com ela, vivemos em meio às forças da morte, das guerras, dos atos da violência alheia e própria. Graças a Deus, isso é possível, porque Ele está conosco. Nada nos afasta do seu amor (Rm 8.38). Mesmo pecadores e pecadoras, dependentes de perdão e transformações diárias, podemos romper o silêncio e falar sobre o amor, a salvação e a vontade de Deus por meio de ações e envolvimento nas Ordens do mundo. Sempre foi mais fácil apontar ou descrever o que é negativo ou denunciar os erros, mas o momento exige mais reflexões sobre o buraco que estamos cavando para enterrar os outros e a nós mesmos. Estamos ensaiando um velório, sem esperança, sem vida. Em nossas casas, não há paz. A família está desestruturada e tornou-se espaço para a violência. As escolas e a educação para todas as pessoas estão comprometidas e não respondem aos seus
desafios. A Política não serve, não protege, não organiza. A Economia promove a acumulação e não a distribuição e o sustento. Entre outras forças do mal, vale lembrar a destruição do meio ambiente, da Criação, que aumenta o velório e o buraco dos mortos. Há muita confusão entre nós. As Igrejas e as Comunidades Cristãs estão se esvaziando, umas de participantes e outras de legitimidade,
O nosso comportamento, somado a gestos e ações, escolhas e posicionamentos oriundos do Evangelho, nos colocam em oposição aos que querem silenciar as pessoas cristãs e a Igreja de Jesus Cristo.
porque cada um quer seguir a sua doutrina e ouvir discursos que abonem os seus pecados. Dizem ‘não’ para o Evangelho. O apóstolo Paulo, em seu tempo, já alertava Timóteo: Vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. Arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer o que elas querem ouvir (2Tm 4.3). Nós podemos nos unir a muitos outros e participar dos sinais da paz de Cristo e da presença de Deus no mundo. Grandes projetos facilitariam o nosso envolvimento regido pela fé. Sem eles e enfraquecidos, necessitamos de ajuda e coragem para fazer novas escolhas.
O povo de Deus no deserto vivia em uma grande crise. Uns queriam voltar para o Egito, outros questionavam o caminho para a nova terra. Entre eles, estavam aqueles e aquelas que optaram em substituir Deus. Construíram o bezerro de ouro. Naquele contexto, Moisés foi ao encontro de Deus e trouxe para o povo em conflito e dividido uma proposta simples e eficaz, que interferiu de forma transformadora no contexto do êxodo do povo e no caminho rumo à nova terra. Os Mandamentos de Deus foram proclamados. Sem grandes projetos humanos que garantam o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6), o Tema do Ano nos remete aos Dez Mandamentos: participar da Missão de Deus nas três Ordens da vida humana, orientados pelos Mandamentos, em comunhão e sob a graça renovadora de Deus. Honrar e temer a Deus. Dar a Deus o que é de Deus. Não usar Deus para justificar nossos erros e nossos sonhos que atravessam a vida dos outros. Santificar a vida com o descanso e, neste dia, Proclamar o Evangelho, fortalecer a comunhão uns com os outros e com Deus. Respeitar as pessoas que sempre nos cuidaram. Honrar o nosso pai e a nossa mãe e ser uma mãe ou um pai que cuida da vida. Não furtar. Ser honesto, cultivar a própria dignidade e a do outro. Amar a vida e não matar. Não adulterar as coisas que Deus criou e fez para o bem e a liberdade. Parar de perseguir e odiar as outras pessoas, de elegê-las como inimigas. Cuidar bem de tudo que veio para você das mãos de Deus e não cobiçar. Os Mandamentos de Deus sinalizam o caminho e promovem parcerias com as ações de paz. O nosso comportamento, somado a pequenos gestos e ações, escolhas e posicionamentos oriundos do Evangelho, nos colocam em oposição aos que querem silenciar as pessoas cristãs e a Igreja de Jesus Cristo. Novamente estamos em um momento histórico em que as pessoas procuram salvar a si mesmas, legitimando propostas econômicas, políticas e de organização social perigosas. O Tema do Ano nos depara com a presença de Deus nas três Ordens da Criação, na Economia, na Política e na Igreja. Desde o Batismo, somos sacerdotes e sacerdotisas de Deus no mundo, pedras vivas. Nascemos na Criação de Deus e nela somos resgatados, salvos e transformados em pessoas humanas, preparadas para participar na sagrada Missão transformadora de Deus em constante movimento, que escapa do nosso controle e nos alimenta com pequenos pratos do grande banquete que virá (Is 25.6-9).
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FÉ LUTERANA
As Ordens na vida das pessoas Pa. Bianca Bartsch | Ministra na Paróquia em Castro/PR A nossa época foi caracterizada sabiamente como ‘modernidade líquida’, definição dada pelo já falecido Sociólogo polonês Zygmunt Bauman acerca da atualidade, que é fluída, veloz e inconstante. Se vivemos em tempos rapidamente mutáveis, Lutero, como filho da sua época, contemplou a realidade concreta das três Ordens da sociedade feudal e as interpretou, a partir da Palavra de Deus, como os três Estamentos ou as três Ordens da Criação: Igreja, Economia e Estado. Compreender-se dentro dos três Estamentos dá-se como um desafio. Estamento é o oposto de mobilidade. A compreensão de Lutero, a partir da Palavra de Deus, é que o ser humano foi capacitado para a comunicação, realização e construção de relações. A intenção de Deus com isso seria de que a pessoa utilizasse tais capacidades para perceber, organizar e dar forma ao mundo ao seu redor. A expectativa seria da resposta humana em Culto e adoração, entendida enquanto Ordem da Criação, no caso a primeira dessas Ordens ou Estamentos: a Igreja. Entretanto, devido ao pecado, esta Ordem foi corrompida. O ser humano demonstra ingratidão e distanciamento de Deus. Derivando da primeira Ordem da Criação, surge a segunda, o Estamento do-
méstico, ou a Economia. Estão inseridos nesta Ordem o relacionamento familiar e da pessoa para com os meios pelos quais obtém a sobrevivência. A terceira Ordem da Criação é tratada por Lutero como emergencial, necessária em razão da queda do ser humano, derivada do Estamento da Economia: a Política.
Realizar algo dentro da Ordem da Criação é estar consciente que, na Ordem estabelecida por Deus, somente por Deus temos a possibilidade de realizar o que é necessário. Todas as pessoas estão inseridas nessas três Ordens, querendo ou não. Posso não participar de Igreja alguma, porém, enquanto pessoa, sou dotada de vida e capacidades. A primeira Ordem da Criação faz parte da minha vida, mesmo não sendo escolha minha. Posso pensar que consigo viver fora de um sistema econômico, mas isso é praticamente impossível. Também
posso escolher não me envolver em politicamente, porém as decisões políticas afetam a minha vida, sendo eu engajada ou não. As três Ordens da Criação são de Deus e conservadas por Ele e exibem a realidade da sociedade, mesmo em tempos volúveis, a todas as pessoas, cristãs ou não, independentemente da sua escolha ou do seu envolvimento. Sabemos que cada ser humano está inserido nas três Ordens da Criação, tendo ou não fé em Deus. No entanto, é somente pela fé na obra redentora de Jesus Cristo que a pessoa deixa de estar encurvada sobre si e está liberta para ir em direção ao próximo, pela graça do Senhor. Ela exerce o amor sem esperar algo em troca. Pelo que recebeu de Deus, a pessoa está livre para agir em prol do outro. Realizar algo dentro da Ordem da Criação, pelo amor, motivado pela fé, não permite cair no perigo de um vazio ativismo ou na ilusão de um melhoramento do mundo pelas próprias forças. Também não permite apatia ou resignação. É estar consciente que, na Ordem estabelecida por Deus, somente por Deus temos a possibilidade de realizar o que é necessário. Para refletir, leia Romanos 8.19-23
Colaboração para o melhoramento do mundo P. Rolf Rieck | Ministro na Paróquia Martin Luther, no Rio de Janeiro/RJ Muitas pessoas têm perguntado sobre a atuação de pessoas cristãs na organização da sociedade. Somos um povo colaborador, mas não somos associativos. Como os conceitos bíblicos não falam em colaboração e como a Igreja não é uma instituição associativa, devemos ser o que somos: o Corpo de Cristo. Assim, mais uma vez, lembramos de Lutero quando enumera as três Ordens da Criação: Economia = a necessidade alimentar, Política = proteção social e Igreja = lugar de ensino. No grande anseio de fazer algo com urgência, terminamos admitindo: queremos colaborar com Deus para o melhoramento do mundo. Colaborar com Deus? Podemos ter este atrevimento? A fé – encarnada nas pessoas que creem – deve ocupar o seu espaço para a atuação responsável no contexto políticoeconômico-eclesiástico. Isso não nos coloca no patamar de colaboradores e colaboradoras de Deus, mas, sim, no lugar de servos e servas de Deus no Corpo de Cristo. Reaprender a conversar com a realidade que nos cerca à luz das Escrituras é uma iniciativa necessária para este Corpo, além de julgar a realidade tanto no seu aspecto atual como no aspecto futuro, por ser a realidade uma força atemporal.
Na realidade da nossa cidade, moradores e moradoras de rua e uma multidão sem emprego observam o que acontece ao seu redor. Precisamos ter o trabalho de ver, escutar e prever. Isso feito, não podemos seguir padrões repetitivos – assim é e assim vai ficar – sem fazer uma análise profunda. Ver a realidade com os olhos bem abertos (olhos da fé), escutar a
No anseio de fazer algo, admitimos o nosso desejo de colaborar com Deus para melhorar o mundo. Colaborar com Deus? Podemos ter este atrevimento? si mesmo e ao outro em sua experiência de vida (comunhão, mais que apenas colaboração), além de ter a capacidade de prever as consequências do que é visto e ouvido (um olhar para a eternidade). Isso é construir pontes de paz e entendimento em obediência ao Mandato de Jesus: Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27).
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Fazer o caminho da promoção da paz e da justiça não é colaborar com Deus. É colocar-se à disposição de Deus para ser instrumento de transformação, entendendo a dimensão do ser Corpo. Em textos bíblicos, encontramos indicações claras a respeito da justiça requerida por Deus para o seu povo. Opressão, roubo, mentira, corrupção sistematizada, exploração, influência de quem só sabe trabalhar com intrigas e manobras e a imposição de restrições aos mais fracos na sociedade são princípios claramente abominados por Deus e por quem o teme: Não cometam injustiça num julgamento; não favoreçam os pobres nem procurem agradar os grandes, mas julguem o seu próximo com justiça (Lv 19.15). Portanto, a obediência cristã constrói pontes de entendimento e justiça a partir do amor de Cristo. Acredito que a nossa ênfase no ensino mereça iniciativas corajosas, não privilegiando ricas escolas, mas sendo esperança para pessoas que não conseguem ter uma escolaridade digna. Assim, nos percebemos colaboradores e colaboradoras de Deus seguindo a sua vontade nos três âmbitos da Criação. Para refletir, leia Levítico 19.15
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PERSPECTIVA
Na sociedade atual, seguir o Evangelho seria uma afronta! Como olhar as pessoas desfavorecidas economicamente? Profa. Dra. Ema Marta Dunck Cintra | Docente no Instituto Federal de Mato Grosso e Presidente do Concílio da Igreja Se observarmos o que correu com a humanidade a partir das últimas três décadas do século passado, percebe-se que houve uma mudança da subjetividade-identidade humana, pois o verdadeiro eu passou a ser o corpo. As casas e os espaços públicos ficaram e estão repletos de espelhos (antigamente, não era assim). Isso faz com que a pessoa se autoqualifique como alguém que tenha valor à proporção que satisfaça às carências ligadas ao corpo. Ora, se o nosso corpo é a satisfação pessoal, a academia e os espaços em que posso ‘aprimorá-lo’ serão cultuados. Não é por acaso que temos tantas pessoas com sérios problemas de aceitação, porque não têm o corpo que a mídia propagou como sendo o ideal, o correto, o aceitável. Não é raro ouvir diálogos em que a pauta é sobre academia, suplementos alimentares, enfim... e isso tudo tem um custo financeiro. Se se é corpo, na educação o que se preconiza é o treinamento, o adestramento. Assim, o, a Docente seria aquele, aquela que desenvolveria técnicas e habilidades (que melhor se adaptam à ideia do sujeito como corpo) em seus estudantes. Isso é bastante perceptível também no discurso empresarial e comercial, porque já não se fala mais em formação para o pessoal, mas, sim, que se fará um treinamento para o seu ‘corpo de colaboradores e colaboradoras’. As palavras não surgem no
vazio. Elas estão carregadas dos sentidos que o contexto e a situação lhe condicionam. A criança também será vista como um corpo que consome e a construção da sua identidade está dependente do ato de consumir. Não é de se admirar a quantia de propagandas em que elas são personagens. A sua formação integral como alguém que tem sentimentos, que tem vida além do consumo, que vive em um contexto social, que precisa se perceber como alguém a partir do que ela é não são importantes. Nessa perspectiva, imagine o que significa quando não tem como possuir aquilo que daria satisfação para seu corpo e pela qual a sua identidade seria construída perante a sociedade. Diante de tudo isso, seguir o Evangelho seria uma afronta! Se sou o que consumo, se sou o corpo perfeito, como posso amar e ver aqueles e aquelas que não estão nesse conjunto estabelecido? Como olhar as pessoas desfavorecidas economicamente? Ora, se elas não consomem, não fazem parte das que merecem o nosso apreço. Não raro, reproduzimos discursos, inclusive, de quais políticas públicas seriam para essa ou aquela determinada classe social, como se ‘as pessoas escolhidas’ tivessem mais direitos, e continuamos assim, enganando-nos sobre o que seria essencial nas nossas vidas, afrontando o Evangelho.
A mensagem que Cristo nos deu e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz e não há nele nenhuma escuridão. 1João 1.5
É difícil melhorar, mas é muito fácil piorar... Um grande medo! P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS Há um grande medo em nosso tempo apressado, mas ele não se parece com o medo de uma doença incurável, da insegurança a respeito de filhos e filhas que saem à noite para se divertir, do trânsito que não nos respeita, da velhice sem os recursos necessários para viver com dignidade, entre tantos outros que cada qual imagina ou deles padece. Os discípulos de Jesus atravessam o mar em um barco. De repente, vem um temporal. Todos se encheram de medo. Jesus dormia. Com medo de naufragar, acordaram o Mestre, que, com uma ordem, fez tudo voltar à calmaria e depois os chamou de homens de pequena fé. Também não é deste medo que aqui estamos falando, embora bastante exemplar para nós, pois o contrário do medo não é a coragem, mas a fé. Como o grande medo se manifesta? Há poucos dias, estava à procura de uma explicação para o grande número de programas religiosos em alta madrugada. Considerava estranhos aqueles programas que prometiam resolver todos os problemas de todas as pessoas instantaneamente. Também percebi que há grande audiência na madrugada. Hoje, os programas religiosos ocupam mais espaços que os filmes e o futebol. Foram as propagandas de remédios sem indicação médica que mostraram um dado alarmante, que julgo verdadeiro pelo número de pessoas que conheço e que têm dificuldades com
o sono. Como pai de uma Farmacêutica, tive a confirmação da quantidade de pessoas que compram remédio para dormir. Eis o sucesso dos programas religiosos em altas horas! A insônia é consequência de tantas outras preocupações! Certa vez, um estudioso disse que o problema não é ter preocupações, que todos têm. O mais grave é quando as preocupações nos têm. Certamente, foi por isso que Jesus disse no Sermão do Monte: olhai os pássaros do céu e os lírios do campo. Não plantam e não tecem, mesmo assim são sustentados e se vestem melhor que Salomão. Não era um estimulo de Jesus à irresponsabilidade, mas à confiança total em Deus. Assim, vamos chegando às razões do grande medo, expresso por um Economista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Sei que você está ansioso, ansiosa pela resposta dele, mas pode se frustrar ou vai voltar a dormir melhor, pois medo sem objeto definido aumenta a insônia e os temores. O medo que faz perder o sono ou viver de forma ansiosa quando desperto, desperta vem do fato que milhões de pessoas estão a cinco milhões de reais dos ricos e, muitas vezes, a cinco mil reais dos pobres. Aos brasileiros e às brasileiras que, a cada dia, estão mais próximos ‘dos debaixo’, o caminho da solidariedade e do amor cura o ódio que nasce da inveja dos de cima. Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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MISSÃO
Metas Missionárias da IECLB 2019-2024 Cat. Daniela Hack | Coordenadora de Educação Cristã da IECLB 1ª Meta Missionária: Igreja que valoriza o Sacerdócio Geral, capacita as pessoas e aprofunda a fé para o seu testemunho na Igreja e no mundo. A partir da ação salvífica de Jesus Cristo, evidenciada no Batismo, tornamo-nos filhos e filhas de Deus. Temos acesso livre a Deus e podemos lhe chamar de Pai Nosso. Somos parte do Corpo de Cristo, povo de Deus. Somos geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus. Para quê? Para proclamar as virtudes daquele que chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9), por isso toda a nossa vida é de serviço a Deus. Essa participação plena de todas as pessoas nas ‘coisas de Deus’ é o que chamamos Sacerdócio Geral de todas as pessoas crentes, premissa na IECLB. A sua importância é revelada em seu modo de organização. Em todas as instâncias de decisão, há ampla participação de pessoas sem Ordenação específica. Analisando o contexto religioso do nosso país, a valorização do
Sacerdócio Geral é um diferencial da IECLB. Ter o Sacerdócio Geral como fundamento implica em reflexão e ação por parte da Igreja, por isso está presente entre as Metas Missionárias da IECLB até 2024: Meta 1 - Igreja que valoriza o Sacerdócio Geral, capacita as pessoas e aprofunda a fé para o seu testemunho na Igreja e no mundo. Para alcançar essa Meta, o Concílio da Igreja de 2018 entendeu que toda a Igreja precisa atuar em três Áreas Prioritárias: Educação Cristã Contínua, Formação Ministerial e Sacerdócio Geral de todas as pessoas crentes. Isso significa: a) fortalecer a Educação Cristã Contínua para todas as fases da vida, empoderando pessoas para dar razão da sua fé, b) qualificar a educação teológica para o bom desempenho do Ministério Eclesiástico e para o crescimento missionário da Igreja e c) intensificar os investimentos e as ações de formação do Sacerdócio Geral. Por meio dessa Meta, a Igreja reafirma como seu o desejo expresso em 1Pedro 3.15: que as pessoas santifiquem a Cristo no
seu coração e estejam preparadas para explicar sobre a esperança que têm. Exercer o Sacerdócio implica formação contínua na fé. Do mesmo modo, as pessoas que ensinam e motivam outras pessoas a exercerem o seu Sacerdócio também precisam de formação. Para dar cumprimento a estas orientações, 14 dos 15 Seminários de Educação Cristã Contínua, desenvolvem, em 2019, o tema Sacerdócio Geral: dons a serviço da vida. Assim esperamos preparar o povo de Deus para que cada pessoa faça a obra de Cristo, com base no chamado e na singularidade dos seus dons.
Uma das ações já existentes na Igreja e que está relacionada à Meta 1 é o Seminário Comunidades Criativas, que busca capacitar lideranças para o trabalho com crianças, adolescentes, jovens e pessoas adultas nas Comunidades da IECLB com vistas ao exercício do Sacerdócio Geral. É oferecido pelos Sínodos, em parceria com a Secretaria da Ação Comunitária. Para 2019, os Sínodos preveem a realização do Seminário nas seguintes datas: Sínodo Noroeste Rio-Grandense: 13 e 14 de abril, Sínodo Norte Catarinense: 27 de abril, Sínodo Sudeste: 4 e 5 de maio, Sínodo Rio Paraná: 18 e 19 de maio, Sínodo Uruguai: 25 e 26 de maio, Sínodo Vale do Taquari: 29 e 30 de junho, Sínodo Paranapanema: 3 e 4 de agosto, Sínodo Vale do Itajaí: 17 de agosto, Sínodo Planalto Rio-grandense: 24 e 25 de agosto, Sínodo SulRio-Grandense: 31 de agosto e 1º de setembro, Sínodo Nordeste Gaúcho: 14 de setembro, Sínodo Brasil Central: 21 e 22 de setembro, Sínodo CentroCampanha-Sul: 28 e 29 de setembro, Sínodo Espírito Santo a Belém: 5 e 6 de outubro e Sínodo da Amazônia: 25 a 27 de outubro. Mais informações podem ser obtidas junto aos respectivos Sínodos.
Campanha de Missão Vai e Vem Santa Fé do Sul/SP | Sínodo Paranapanema
O que o Senhor planeja dura para sempre. As suas decisões permanecem eternamente. Salmo 33.11
Santa Fé do Sul é uma cidade localizada no Noroeste Paulista. Atualmente, o município tem 31.578 habitantes, dos quais 92% residem em perímetro urbano. A base econômica de Santa Fé do Sul, que faz divisa com Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, é formada pela criação de peixes, pelo turismo de pesca e pela agricultura. A presença da Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul faz circular uma população de 4 mil estudantes. Nesse contexto, surgiu uma Comunidade Luterana há 16 anos, por meio de ação da Missão Zero. Após um período conturbado, a Comunidade está em um processo de revitalização. Hoje, no templo construído com a ajuda da Obra Gustavo Adolfo (OGA), ela promove ações pontuais de formação de lideranças, discipulado, desenvolvimento comunitário, evangelização, visitação, entre outras. Espera-se que essa maior presença na cidade traga resultados para o fortalecimento da Comunidade com vistas à sua autonomia.
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SÍNODOS
Corpo de Cristo que transforma a realidade Consciência Missionária no Sínodo Planalto Rio-grandense P. Ricardo Cassen | Pastor Sinodal do Sínodo Planalto Rio-grandense
A Ação Missionária precisa estar ancorada. Não é possível falarmos sobre Missão sem perceber como isso irá ocorrer organicamente. Se nos entendemos como parte do Corpo de Cristo, é a partir do Corpo de Cristo que a Missão poderá e deverá ocorrer. O Corpo de Cristo se torna visível e palpável por meio da Comunidade. Na vida comunitária, enxergamos a comunhão, o convívio e o apoio mútuo. Igualmente, na Comunidade, alimentamos a nossa fé e a nossa espiritualidade, integramos a família de Deus, somos reconhecidos e reconhecidas como filhos e filhas, partilhamos corpo e sangue de Cristo. A Missão se articula a partir da Comunidade. Enquanto Sínodo e demais instâncias da IECLB, precisamos construir a partir daquilo que nos foi confiado, por isso vale dizer que, na vida em Comunidade, temos o começo, o percurso e o término das nossas Ações Missionárias. Se a Comunidade, por meio dos seus membros, não souber atrair e incluir, não te-
remos Ação Missionária nem Missional. O potencial está nas Comunidades, onde pessoas são chamadas a colocar os seus dons, os seus recursos e a sua energia a serviço da Missão abraçada por nós como IECLB. Tudo que realizamos no Sínodo Planalto tem como objetivo melhorar, inovar ou ampliar o que ocorre ou deveria ocorrer nas Comunidades. Os Setores organizados não vivem em função de si mesmos. De igual modo, as Comunidades e os seus grupos não vivem em função de si, ou seja, Setores e Comunidades existem para transformar a vida das pessoas, para transformar famílias e para transformar a realidade em que estamos inseridos e inseridas. Tudo que ocorre para além das Comunidades, seja nas Paróquias ou no Sínodo, precisa considerar este propósito. Para o Sínodo Planalto Rio-grandense, a Consciência Missionária é o maior desafio neste momento. Se membros não se reconhecem como indispensáveis no processo missionário, jamais teremos êxito na tarefa essencial da Igreja de Jesus Cristo.
Obs.: Pedimos que grupos maiores se anunciem.
Venha celebrar conosco!
Alguns desafios são permanentes e constitutivos da nossa tradição luterana. Logo, a pregação fiel da Palavra é e continuará sendo decisiva. Devemos nos perguntar se a mensagem está chegando ao coração das pessoas. Neste sentido, não podemos nos acomodar e nos contentar somente com quem está presente e tem sido alcançado nos espaços formais das nossas Comunidades. Temos percebido o quanto o Batismo não tem sido acolhido como início de um relacionamento íntimo e pessoal com Deus. Cabe superar a constatação e definir estratégias claras para modificar esta realidade. Entre as possibilidades existentes, acreditamos que o Missão Criança oferece boas condições tanto para quem recebe o Batismo, quanto para familiares. Além disso, contribui para a reflexão que envolve as demais pessoas da Comunidade. A integração de jovens e casais jovens não pode ser vista como algo importante para o futuro. É algo necessário para agora. O perfil de grupos e Comunidades é influenciado pelas pessoas que participam. Portanto, contar com essas pessoas permitirá que sejamos Igreja de Comunidades relevantes de acordo com anseios atuais, de pessoas que vivem e sentem dilemas a serem encarados sob a perspectiva da fé cristã. Situações de vulnerabilidade afetam as pessoas drasticamente, por isso é justamente nestes momentos que precisamos estar presentes como IECLB. Pouco adianta questionarmos a postura de outras denominações que se aproximam dos nossos membros. É fundamental encontrarmos meios e viabilizarmos maneiras de estar ao lado. Avaliamos que a constituição da nossa Pastoral do Cuidado é um passo significativo nesta direção.
Vocês vão me procurar e me achar, pois vão me procurar com todo o coração. Sim! Eu, afirmo que vocês me encontrarão. Jeremias 29.13-14 Para mais informações, acesse o Portal Luteranos
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GESTÃO
CONSELHO DA IGREJA
Nosso compromisso é o Evangelho (parte 1/6) Presidência do Conselho da Igreja O XXXI Concílio da Igreja, realizado entre os dias 17 e 21 de outubro de 2018, em Curitiba/PR, acolheu uma Moção pedindo que o Concílio aprove um Manifesto da Igreja face ao grave momento nacional. A tarefa foi delegada ao Conselho da Igreja (CI), que entendeu a incumbência como uma oportunidade para a IECLB dizer quem é, que palavra tem a divulgar e quais questões a preocupam. De forma prévia, o CI submeteu uma proposta de texto a Pastoras e Pastores Sinodais e, na sua reunião de 29 de março de 2019, finalizou a redação do documento, que recebeu também a subscrição da Presidência da IECLB, o qual reproduzimos na sequência. 1. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) é Igreja de Jesus Cristo no país. O alicerce que sustenta essa Igreja é o Evangelho de Jesus Cristo, manifestado nas Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos (Constituição da IECLB, Art. 1º e 5º). Como Igreja fundamentada no Evangelho, a IECLB deve seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e prestar contas, em primeiro lugar e acima de tudo, ao Senhor da Igreja. 2. A Igreja de Jesus Cristo tem a tarefa de ser sal e luz do mun-
do (Mt 5.13-16). Este é um chamado para fazer a diferença. O que significa tudo isto: ser sal, luz e fazer a diferença? A IECLB entende esta tarefa nos seguintes termos: propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária, promover a paz, a justiça e o amor na sociedade e participar do testemunho do Evangelho no país e no mundo (Constituição da IECLB, Art. 3º). 3. Propagar o Evangelho é anunciar aquilo que Jesus Cristo proclamou: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no Evangelho (Mc 1.15). Propagar o Evangelho é também anunciar o que Jesus Cristo fez por nós: Jesus morreu pelos nossos pecados e ressuscitou (1Co 15.1-4). Aquilo que Jesus proclamou e aquilo que ele fez por nós constituem o Evangelho que anunciamos. O anúncio de Jesus teve consequências em sua época e tem implicações em nosso contexto. Qual é o efeito do Evangelho nos dias de hoje? Continua...
Jesus Cristo diz: No mundo vocês vão sofrer, mas tenham coragem. Eu venci o mundo. João 16.33 GESTÃO ADMINISTRATIVA
Igreja de membros a serviço da Palavra de Deus Secretaria Geral da IECLB A IECLB é Igreja de Jesus Cristo no País, formada por Comunidades e pelos membros a elas filiados. O primeiro artigo da Constituição da IECLB contém as bases fundamentais para a nossa forma de ser Igreja. Por mais clara que seja, é importante fazer alguns comentários sobre o que entendemos desta declaração e as implicações deste nosso modelo eclesial: - O que nos define como Igreja é a nossa fé em Jesus Cristo, com base nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. - A nossa razão de existir, ou seja, a nossa Missão como Igreja é propagar o Evangelho de Jesus Cristo em nosso país. - A fé que compartilhamos suscita a adesão pessoal, mas a sua vivência é comunitária. A Comunidade é o espaço no qual a Palavra de Deus é proclamada e onde a fé é nutrida e celebrada. Comunidade que se alimenta da Palavra de Deus é espaço de vivência da comunhão.
- As Comunidades são constituídas por membros (pessoas batizadas e que reconhecem as bases confessionais da IECLB). Segundo a nossa compreensão teológica, a Igreja existe por ação de Deus, que vem ao nosso encontro, nos congrega em torno da sua Palavra e nos desperta a fé. O maior tesouro da Igreja, portanto, é externo a ela, a saber: o anúncio da ação amorosa de Deus em nosso favor, que nos salva e nos liberta para servir. Assim, a IECLB, como parte da Igreja de Cristo e herdeira da Reforma Luterana, tem a sua existência ancorada a serviço da Palavra de Deus. Sem esse fundamento, a Igreja, também a IECLB, não subsiste. De outra parte, a IECLB é uma organização cuja existência é assegurada e sustentada por seus membros, a partir da sua resposta de fé, gratidão e compromisso com a Palavra de Deus. De um lado, cabe-lhe a tarefa de pregar a Palavra de Deus com retidão e fidelida-
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de e, de outro, fomentar a fé, a gratidão e o compromisso dos seus membros. A pregação e o ensino da Palavra de Deus visam a suscitar a vivência da fé cristã, ou seja, a orientação da vida como discípulos e discípulas de Cristo. As respostas de cada pessoa ao anúncio do Evangelho decorrem da ação do Espírito de Deus e da sua própria escolha. Há, no entanto, uma série de variáveis na vida comunitária que podem ser identificadas, registradas, medidas e, com planejamento, qualificadas. O relacionamento membro - Comunidade é uma via de mão dupla. Cabe à Comunidade a iniciativa de ser efetiva e intencional na busca por qualificar esse relacionamento. O nosso esforço e compromisso como Igreja é que mais pessoas tenham acesso à pregação da Palavra de Deus e que, por meio da vida comunitária, encontrem espaços de verdadeira acolhida, inclusão e comunhão em Cristo.
Jorev Luterano - Maio 2019
DIVERSIDADE
Espiritualidade é vivência cotidiana da fé, a Páscoa que não passa P. Olmiro Ribeiro Júnior | Secretário da Ação Comunitária da IECLB
Espiritualidade é vivência cotidiana da fé, a Páscoa que não passa, um jeito próprio de ser, conviver, crer e existir, fundamentado na ação de Deus, mediante a sua Palavra e os seus Sacramentos, na comunhão das pessoas que se reúnem, confessam e celebram que Jesus Cristo é ânimo e força para a caminhada, esperança e coragem para o discipulado e o ecumenismo, paz e justiça para viver e transformar tantos sistemas de injustiça, violência e morte. A narrativa dos discípulos de Emaús (Lc 24.13-35) descreve a espiritualidade como vivência cotidiana. Os discípulos vivenciam a frustração de ter a sua esperança enfraquecida com a crucificação de Jesus, caminham en-
tristecidos, acolhem outro caminhante, conversam sobre o Evangelho e convidam o caminhante a partilhar do pão. Neste caminhar conjunto, a fé vai aquecendo e, no partilhar do pão e da vida, reconhecem Jesus entre eles. Assim, voltam a Jerusalém com esperança para testemunhar que Jesus ressuscitou. Caminhar com Cristo nas incertezas e nos desencontros da vida, muitas vezes não o reconhecendo e amargando momentos de frustração, constitui a trajetória da espiritualidade, que se faz no caminho da cruz. O relato de Emaús nos revela que necessitamos manter a caminhada, valorizar a comunhão, pois, no encontro com as outras pessoas, na partilha do Evangelho, do pão e da
vida, Cristo se faz presente para aquecer a fé e nos dar esperança que estará conosco no caminho da Páscoa que não passa. Desta maneira, espiritualidade é um aprendizado continuo e constante de viver com Cristo na realidade que estamos inseridos e inseridas, afirmando e defendendo o valor da vida. Ela nos inspira: a ser misericordioso e misericordiosa ao viver o amor ao próximo, ter autoconhecimento e enfrentar as tentações, superar a dor e aprender com o sofrimento mediante a resiliência, optar em não causar danos as outras pessoas com a não violência, ver conexões entre realidades distintas por meio da alteridade ao diferente, questionar-se sobre ações e desejos que não promovem o Evangelho e a vida digna, seguir os valores do Evangelho e ir contra as convenções que não promovem paz, justiça e dignidade. Senhor, sou como um vaso vazio. Enche-o. Sou fraco na fé. Fortalece-a. Sou frio no amor. Permite que meu coração queime. Deixa que meu amor jorre sobre o meu próximo... Senhor, ajuda-me. Aumenta a minha fé, permite que eu confie em ti. Sou pobre, tu és rico. No entanto, tu vieste para ter compaixão dos pobres. Eu sou um pecador, tu és justo. Em ti está toda a justiça. Fico contigo, pois de ti posso receber. Lutero Que possamos aprender a vivenciar a espiritualidade na diversidade da vida, reconhecendo Cristo como fundamento para a nossa caminhada de fé comunitária na Páscoa que não passa.
PRONUNCIAMENTO
Igreja como Corpo de Cristo
O Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo.
A diversidade de espiritualidade existente na IECLB é, em princípio, bela e enriquecedora para a Igreja. Não são poucas pessoas que têm se sentido atraídas para a IECLB ou a apreciam particularmente, porque há nela espaço amplo para desenvolver a experiência de fé, a edificação comunitária e o projeto missionário. A diversidade tem, porém, os seus limites, que são ultrapassados precisamente
Gottfried Brakemeier
184 páginas - 16x23cm
104 páginas - 16x23cm
Uma introdução à ética
A Casa Matriz de Diaconisas
Ruthild Brakemeier
Posicionamento sobre o Movimento Carismático (2005)
Cura e fé
Um ramo na videira
Merecimento ou dádiva de Deus? 144 páginas - 16x23cm
en to am nç
Fazer o bem faz bem
La
La
nç
am
en to
2Tessalonicenses 3.5
quando, de algum modo, são atingidos os pilares da confessionalidade luterana e/ou se instala na vida da Comunidade um espírito divisionista, que é incompatível com a compreensão de Igreja como Corpo de Cristo, em que os diferentes membros cooperam para a sua edificação.
Ingo Wulfhorst
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ESTUDOS BÍBLICOS
Como és grande, ó Senhor, nosso Deus!
Dinâmica
O amor e a misericórdia permanecem
Saudação A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós! Amém!
P. Dieter Juergen Thiel | Ministro na Paróquia Apóstolo João, em Pomerode/SC O Lema do Mês foi tirado de uma oração de agradecimento do rei Davi (2Sm 7.18-29). Esta oração faz parte de um bloco que engloba os capítulos 5 a 8 do livro de 2Samuel e narra a consolidação do reinado de Davi sobre Judá e Israel: a conquista de Jerusalém, vitórias militares, expansão do reino e a transferência da Arca da Aliança, que simbolizava a presença de Deus, para Jerusalém. O capítulo 7.1-17 traz uma promessa de Deus a Davi. O profeta Natã, que estava ligado à corte real e era conselheiro do rei Davi, anunciou a promessa: Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre (2Sm 7.16). A tua casa e o teu reino... teu trono... para sempre... Deus promete construir para Davi uma casa, isto é, uma dinastia. A sua descendência reinaria para sempre. Esta promessa é um dos textos mais significativos do Antigo Testamento, porque sobre ela se fundamenta uma esperança: a esperança
Lema do Mês
O profeta Natã é da mesma opinião e dá o seu aval ao projeto de construir um templo para a arca de Deus. Ele presume que haja uma sintonia grande entre o rei e Deus, que tem aprovado tudo o que Davi faz. Prova disso é o sucesso do rei em todos os seus empreendimentos: o Senhor é contigo (v. 3). Os planos do rei (tudo quanto está no teu coração, v. 3) são também os planos de Deus, deduz o profeta. Não é bem assim... A palavra do Senhor veio a Natã (v. 4) e corrigiu a opinião do rei e do profeta. Não será Davi a construir uma ‘casa’ para a arca de Deus, mas o herdeiro de Davi, Salomão (1Rs 6). Não deve ter sido fácil para Davi aceitar esta mudança, mas ele reconhece que as coisas não acontecem como ele queria e, ao ouvir a promessa que Deus construiria uma ‘casa’ para ele, que a sua descendência reinaria para sempre, ficou maravilhado, agradeceu e engrandeceu o Senhor. Na sua oração de agradecimento, Davi lembrou do amor de Deus ao libertar o povo de Israel das mãos de muitos inimigos e da prosperidade do seu reinado. Louvou ao Senhor especialmente pela promessa revelada por meio do profeta Natã, de que a sua descendência reinaria para sempre: Como és grande, ó Senhor, nosso Deus! Não há ninguém igual a ti; como temos ouvido dizer, somente tu és Deus, não existe outro (2Sm 7.22). O versículo fala sobre o respeito e a consideração diante da grandeza de Deus. Davi mostra profunda sabedoria de vida. É preciso ter em mente que as coisas nem sempre são como a gente quer. Às vezes, a vida segue por caminhos diferentes. Também Deus têm planos para nós. Todos já sabem disso... Faço planos, estou animado com certo projeto, então surge algo, há obstáculos no caminho e já não consigo mais avançar nem tenho forças para isso. Em algum momento, preciso reconhecer: o que planejei é demais para mim, não vou conseguir fazer. Talvez seja uma das coisas mais difíceis da vida: reconhecer os próprios limites, abrir mão de planos, descer até o chão da realidade. No início, fico triste, mas, em algum momento, também humilde e grato, pois é libertador não precisar mais correr atrás de algo que está além dos próprios limites. É libertador deixar-me dizer que outro vai fazer. Que Deus nos ilumine e guarde! Amém!
Não há ninguém igual a ti; somente tu és Deus; não existe outro. 2Samuel 7.22 do Messias (Messias significa Cristo em Grego e Ungido em Português). Em Cristo, Deus cumpriu a sua promessa. As primeiras palavras do Novo Testamento (Mt 1.1-17) lembram que José era da casa de Davi, por isso ele e Maria foram alistar-se em Belém, a cidade de Davi, conforme determinava o decreto do imperador Augusto, onde nasceria Jesus. O capítulo 7 de 2Samuel inicia contando dos planos de Davi, que queria construir uma ‘casa’ para Deus. Tendo chegado ao topo do poder, ele sente que algo não está certo e sabe que deve o seu sucesso ao Senhor dos Exércitos. Deus está muito acima dele. Como pode ser que o rei habite a sua própria ‘casa’ e todos podem ver o seu poder enquanto a arca de Deus continua sendo abrigada em uma tenda? Se o Deus de Israel está acima de Davi, então isso precisa ficar visível por meio de uma ‘casa de cedros’, um templo que representa toda a grandeza desse Deus. A tenda, segundo a lógica do rei, não reflete condignamente a glória e a majestade de Deus, por isso Davi quer construir um templo digno da glória do Senhor.
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Cantar As pessoas participantes podem sugerir os hinos Orar Leitura, reflexão e diálogo 1 - Davi, diante da promessa que a sua descendência reinaria para sempre, ficou muito feliz. Orou a Deus, agradecendo. Em Jesus, Deus cumpriu a sua promessa. Ele é da casa de Davi, mas, em Jesus, Deus vai muito além, pois Jesus é promessa de vida e salvação para todos nós e nossos descendentes. - Onde está a nossa alegria? - Já agradecemos por isto? 2 - Um dia, alguém perguntou: Sabes como fazer Deus rir? Como ninguém soubesse a resposta, ele disse: Conta para Deus teus planos. O rei Davi poderia ter se rebelado e seguido o seu plano de construir uma ‘casa’ para a arca de Deus, mas ele obedeceu as ordens do Senhor e orou, agradecendo e engrandecendo a Deus. - Quando as coisas não acontecem conforme a nossa vontade, voltamonos a Deus com ações de graças, como fez Davi? Comentário Não há ninguém igual ao nosso Deus; somente tu és Deus; não existe outro! (2Samuel 7.22). Somente Deus quer vir e sempre de novo vem ao nosso encontro com amor e misericórdia. Ele não pergunta por realizações. Mesmo que nada tenhamos para lhe mostrar, Ele nos dá dignidade, valor próprio e alegria pelo que podemos fazer na vida. Neste mundo conturbado, onde não sabemos mais em quem confiar, onde tudo ao nosso redor parece quebrar, Deus é eterno. O seu amor e a sua misericórdia permanecem. Ele está ao nosso lado. Nele podemos confiar. Nele há forças para não quebrar nestes tempos de tantas mudanças. Nele há uma orientação clara para que amemos o nosso próximo, cuidemos da vida e busquemos a justiça e a paz. Cantar Obrigado, Pai Celeste (LCI 477) Orar Nessa oração, incluir agradecimentos e pedidos das pessoas participantes e concluir com o Pai Nosso Benção e Envio