O Caminho - Ano 32 - Número 11 - Novembro de 2016

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Sínodos Vale do Itajaí, Norte Catarinense e Paranapanema

Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

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Ano XXXII • Número 11 • Novembro de 2016

Leia também REFORMA HOJE

FLT protagoniza o quinto Simpósio sobre Lutero A Faculdade Luterana de Teologia-FLT e a Faculdade de Teologia da Universidade Friedrich-Schiller de Jena-Alemanha, realizaram o 5o Simpósio Internacional de Lutero. Três encontros aconteceram em setembro.

Preço Avulso: R$ 2,50

Tiragem desta Edição: 20.000 Exemplares

FINADOS

Tempo de Solidariedade E DIVULGAÇÃO O CAMINHO

FORMAÇÃO / PÁG. 9

TERMINOLOGIA

Pastor Guilherme explica termos da igreja em entrevista Você sabe por que a igreja não usa mais o termo “obreiros” para designar pastores e pastoras? E como surgiu a designação “ministro e ministra”? E por que na IECLB o nome do reformador é Martim Lutero, sabe? Saiba isso e muito mais, na entrevista que o pastor Guilherme Lieven deu a O Caminho, nesta edição.

ntre as dores mais intensas que se pode experimentar está o luto. É a dor da certeza da ausência permanente. Por mais que se espere pelo reencontro, ele não se dará. O mês de novembro é tradicionalmente dedicado à nossa maior inimiga, a morte. Chorar pelos que partiram e sentir o peito doer de saudades. Ainda que confiantes na promessa cristã da vida plena conquistada em Cristo, a morte nos fere com seu aguilhão pontiagudo. É pior quando a morte invade a vida com violência: uma doença repentina, um acidente e catástrofe ou pela insensível máquina mortífera da violência ou da guerra. Dói! Dói muito! Oprime o nosso peito. Por isso, Finados é menos um tempo de homenagear os mortos, mas é de cuidado com os que ficaram. Acolher, consolar, abraçar, apoiar, segurar, ser solidário. São verbos urgentes num mundo em que a morte continua a reinar. Movidos pela esperança da vitória de Cristo sobre a morte, somos chamados à solidariedade. ESPECIAL / PÁG. 16

LIDERANÇA / PÁG. 11

Brusque é palco para a IECLB

OASE

BRASIL

Viva a República! E eu com isso? A Proclamação da República no Brasil mudou tudo para as igrejas protestantes, como a IECLB. Conheça esta história e as consequências da criação do estado laico a partir do dia 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República no Brasil. Hoje a IECLB é uma das igrejas mais importantes do Brasil. O texto é da pastora Bárbara Kugel. FÉ É VIDA / PÁG. 13

CONVITE

Literatura Evangelística completa Jubileu de Prata em 30 de novembro. PARTICIPE! HISTÓRIA/ PÁG. 10

OASIS completa 90 anos de ação na Itoupava Seca em Blumenau MULHER/ PÁG. 6

Entre outros, o grupo tem o Coral OASIS.

MEDITAÇÃO LEMA DO MÊS: “Assim temos mais confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas. Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem. Pois ela é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de vocês.” 2 Pedro 1.19 P. ELPÍDIO HELLWIG/Jaraguá do Sul

Hoje temos dificuldade em confiar. Vemos com desconfiança até mesmo os tribunais. Este lema convida à confiança. O mundo da época daquele tempo era mágico. Havia grande variedade de crenças em sinais, milagres e visões. Um mundo tenebroso e escuro. Os cristãos que lá vivem eram influenciadas por diversas doutrinas, como o gnosticismo. O lema deste mês quer estimular os desencorajados e denunciar com veemência as doutrinas estranhas à fé. Portanto, é necessário que a luz da Palavra de Cristo se faça presente, indicando caminhos. Enquanto a escuridão

Representantes dos 18 sínodos da IECLB estão em Brusque/SC. Nos dias 19 a 23 de outubro a cidade recebe o 30o Concílio da IECLB. O maior encontro deliberativo evangélico-luterano do Brasil reúne uma centena de pessoas na cidade. DESTAQUE / PÁG. 3

permanece, a luz, o Evangelho de Cristo, deve iluminar. Existe a esperança de que o dia já vem. A luz da estrela da manhã logo vai aparecer. Cristo vai voltar em glória, poder e majestade. Enquanto é escuro o pecado se manifesta, porque se beneficia das trevas. Mas, o amanhecer já se aproxima. É o tempo da vigilância e do retorno de Cristo. Também nós precisamos distinguir entre tudo o que ouvimos a respeito de Deus. Assim como estas primeiras comunidades cristãs, também nós às vezes ficamos confusos. Nem tudo o que vemos, ouvimos ou lemos a respeito do agir de Deus é

verdadeiro e corresponde ao evangelho. Discernir o que de fato é vontade de Deus ou não, Palavra de Deus ou não, é muito importante! Esta mensagem anunciada pelos profetas é confirmada e continuada no Novo Testamento. Assim como a luz resplandeceu do corpo de Cristo, a fé nessas palavras é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de vocês. Eu e você precisamos ouvir e assimilar essa palavra, pois ela traz a salvação àqueles que a compreendem e acolhem. Essa mensagem sim deve ser seguida. 5531


2 O Caminho

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Assim temos mais confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas. Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem. Pois ela é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de vocês.”

Opinião

2 PEDRO 1.19

EDITORIAL

Perspectiva a partir de Finados

T

radicionalmente o número do mês de novembro de nosso jornal O Caminho tem como um de seus temas o Dia de Finados, enfocando-o sempre de novo sob diversos ângulos. Também nesta edição que chega às suas mãos não é diferente! O tema está presente na chamada de capa (Tempo de Solidariedade – página 1), onde o editor nos chama especialmente à solidariedade com os enlutados. O tema está na coluna da diácona Mara (página 6), quando reflete sobre o vazio – que fica com quem fica – a ser superado pela valorização do que está ao nosso redor. Finados também está nas reflexões do pastor emérito Dr. Lothar Carlos Hoch (Kritisch beobachtet/Olhar crítico –página 7) que nos aponta para a necessidade da vivência do luto junto ao local em que estão sepultados os nossos mortos, para sarar as feridas que a morte nos causou – e por isso sublinha a importância de nossas comunidades preservarem seus cemitérios e ali celebrarem cultos neste dia. O artigo de fundo, na última página, da pastora Vera Maria Immich (da Pastoral da Consolação em Curitiba/PR) reflete sobre Finados com o título baseado no Salmo 121: “Olho para os montes e pergunto”. A pastora Vera compara a vida humana ao caminho de subida

a Jerusalém, para junto do Pai, onde há muitas moradas. Sublinha, no entanto, que este caminho não é um caminho contínuo, mas é composto também de interrupções, paradas, retrocessos a serem vencidos, perdas, dores e trechos de vales escuros de sombra da morte. Mas – com o salmista – convida a andar por este caminho cantando louvores a Deus, como o fazia o povo do Antigo Testamento em suas peregrinações a Jerusalém. Como vemos, um amplo leque de reflexões em torno deste tema que mexe – ou deveria mexer – com a vida, a fé e a vivência de cada um e cada uma de nós. Destaque especial merece a realização do 30o Concílio da IECLB em Brusque/SC, de 19 a 23 de outubro leia detalhes no Destaque, à página 3). Representantes dos 18 sínodos e hóspedes internbacionais das entidades parceiras da IECLB estarão em nosso meio nesses dias. Sua tarefa é avaliar que igreja temos sido até aqui e planejar que igreja imaginamos para nós no futuro. Daqui, da Redação do nosso jornal intersinodal, desejamos as boas vindas e um abençoado trabalho a vocês em Brusque. Que Deus abençoe ricamente as decisões a serem tomadas, neste que é o conclave maior da IECLB.

Finados remete à reflexão sobre nossa finitude e nos desafia à solidariedade com as pessoas enlutadas. Também é tarefa da Igreja preservar cemitérios e celebrar cultos que sarem as feridas da morte.

P. em. Dr. OSMAR ZIZEMER, Vice-Diretor Geral / Blumenau

CONCORDA COMIGO?

Inversão Criminosa JULIO CESAR WALZ

é psicanalista, professor e conferencista em Canoas.

Nós seres humanos temos uma genial habilidade. Várias, melhor dizendo. Mas há uma em especial que dificulta em muito um viver verdadeiro. Eu a chamo de Inversão Criminosa. Mas em geral não consideramos essa inversão um problema. Aliás, tendemos a achar essa habilidade muito importante. E mais. Necessária de ser acolhida e usada todos os dias. Um breve exemplo: Uma criança brincando na sala da casa, à noite. O pai chega do trabalho, de mau humor, e se irrita mais ainda com a cena. “Que estás fazendo aí”. Aos berros e dedos em riste sentencia: “já deverias estar dormindo”. Tua mãe não te dá limite?”, diz em tom colérico, vociferando contra a parceira de cuidado. Por fim,

FUNDADO EM MARÇO DE 1985

Periódico publicado pelos Sínodos Vale do Itajaí, Norte Catarinense e Paranapanema, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)

Fale conosco 5532

ainda agride a criança e a coloca, a força, para dormir. No quarto, sozinha, em choro contido, para não sofrer mais consequencias, passa a utilizar da habilidade que disse acima: “meu pai me bateu porque eu estava brincando. Fui eu que causei a raiva nele, eu apanhei por minha causa”. E assim, nessa cruel solidão e desamparo realiza a necessária inversão criminosa onde se recolhe ao desespero de sua insignificância diante da vida para salvar o pai. Sim, ao tornar-se o centro do ocorrido, a causadora da atitude agressiva do pai, a criança desenvolve a sensação de que tem o controle da vida, sai do desamparo e pode reverter o ocorrido. E assim mantém o pai vivo dentro dela. Salva o pai do crime e vai ela para o cárcere. Agora, se ela entender que o pai estava fora de si por coisas dele mesmo, ou de que ele é um lunático, confuso, um não pai, um ser que mistura os assuntos, ela ficará necessariamente “sem” pai. O desamparo seria maior e praticamente absoluto por

DIRETOR GERAL: P. em. Anildo Wilbert DIRETOR DE REDAÇÃO: P. Clovis Horst Lindner JORNALISTA RESPONSÁVEL: Anamaria Kovács DRT/RJ 12.783 proc. nº 40.187/75 REDAÇÃO FINAL: P. Clovis Horst Lindner e P. Dr. Osmar Zizemer (DER WEG) DIAGRAMAÇÃO: Mythos Comunicação IMPRESSÃO: Gráfica UMA – Soluções Integradas de Impressão

ser ainda uma criança. Assim a inversão criminosa a faz tornar-se a “causadora” e fascinantemente o centro do mundo. Tal “habilidade” conduz, na vida adulta, a um modo de viver contra ele mesmo, mas sem o perceber, digamos assim. Esse “contra” quer dizer: não pode pensar o que realmente aconteceu e nem o que lhe acontece agora. Ou seja: A simples verdade dos fatos. Seu pai a agrediu porque ele quis e ela não tinha nada a ver com isso. Saber isso, para a criança, é quase insuportável. Então ela assume: “fui eu”. E o adulto passa a seguir vivendo também não querendo a simples verdade dos fatos. Esses precisam ser interpretados e confirmarem que ele é o causador. E se eles não confirmarem essa hipótese, ele mesmo a confirmará em seus pensamentos. Essa inversão criminosa é o que chamamos de Onipotência ou Sentimento de Culpa . Uma sensação fascinante de que tudo depende ou acontece por causa da pessoa. Ela exige ser o centro do mundo e deseja a qualquer custo controlar a vida. Essa delirante premissa emocional dificulta o relacionamento

CAMINHO ON LINE: www.jornalocaminho.com.br CONSELHO DE REDAÇÃO: P. Ms. Alan S. Schulz, P. Anildo Wilbert, Pa. Bárbara Kugel, P. Sin. Breno Carlos Willrich, Elfriede Rakko Ehlert, P. Guilherme Lieven, P. Heinz Ehlert, P. Sin. Inácio Lemke, P. Dr. Leandro Hofstaetter, Loni Driemeyer Wilbert, Nivaldo Klein, P. Sin. Odair Braun, P. Dr. Osmar Zizemer, P. Renato Luiz Becker e P. Roni Roberto Balz.

com a vida como ela é. Vive-se rancorosamente. Assim, o amar é diminuído e debochado pelo Sentimento de Culpa. Como a pessoa já sabe, sente e precisa que tudo dependa dela, não há mais nada a

ser descoberto. Prefere o aprimoramento de ser deus e criminoso simultaneamente. E se alguém a tentar contrariar, inclusive a vida, só restará o total desprezo, ou ódio ou a indiferença.

CARTAS

Jornal de casa em casa Fiquei surpresa ao saber da distribuição do Jornal O Caminho de casa em casa (artigos da página 3 da última edição). Eu também estou convencida de que o jornal O Caminho ajuda os membros das comunidades a sentirem-se unidos e em comunhão com muitas outras comunidades, ao lerem as notícias e opiniões divulgadas pelo Jornal. Desejo que todas as mulheres e homens envolvidos na distribuição do jornal O Caminho se sintam respeitados e amados. Vocês fortalecem esse serviço e modelo de distribuição do jornal e, ao mesmo tempo, distribuem mensagens de fé. Parabéns! Norma Lieven, por e-mail Rodeio/SC

Pesar por Kathleen Gostaria de expressar minha profunda tristeza pela morte da jovem Kathleen Tayse Begalke, de Benedito Novo/SC, e a minha indignação pela causa da mesma (edição de julho p. 4). Também senti falta de nomes na legenda da foto da página 14 da mesma edição, sobre ancionatos. Lieselotte Laun, por e-mail Rio de Janeiro/RJ

FECHAMENTO DA PRÓXIMA EDIÇÃO: 04/11/2016 - Artigos encaminhados após esta data serão publicados no mês seguinte. PREÇOS DOS ANÚNCIOS: Anúncio Comercial: R$ 6,95/cm2 Anúncio Particular: R$ 2,20/cm2 ASSINATURA INDIVIDUAL: R$ 65,00

ASSINATURA COLETIVA (a partir de 15 assinaturas): R$ 16,50 cada, para pagamento mensal com boleto para dia 15 de cada mês. Abaixo dessa quantidade, preço de assinatura individual para cada exemplar. FORMAS DE PAGAMENTO: Remeter cópia de comprovante de depósito bancário na conta da Gráfica e Editora Otto Kuhr Ltda.: Caixa Econômica Federal, Agência 2374, Conta Corrente Nº 2221-1, cod. op 003.

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Destaques

30o CONCÍLIO DA IECLB está em Brusque de 19 a 23 de outubro

CONCÍLIO DA IGREJA

Brusque recebe o 30 Concílio o

Jorn. LETÍCIA MONTANET/Porto Alegre

A

Missão é palavra-chave Diversas propostas referentes à missão devem ser apresentadas em Brusque. Segundo o Relatório da Presidência da IECLB ao 30o Concílio, somos Igreja e estamos a caminho. Somos pessoas declaradas justas pela graça de Deus. Essa graça nos libertou para que o sirvamos em gratidão e com alegria. É possível resumir a graça divina com o conceito missão, palavra que nos é cara mais e mais, especialmente nas últimas duas décadas. Missão é a palavra-chave do 30o Concílio. Missão define a nossa origem. Missão indica o nosso lugar como Igreja. Missão aponta a nossa tarefa. Para a Igreja de Jesus Cristo, missão é estação de chegada e ponto para nova partida. Missão sinaliza a utopia que nos mantém em movimento no caminho. Nesse sentido, os caminhos percorridos pela IECLB permitem de-

ODAIR BRAUN, Pastor

Sinodal do Sínodo Paranapanema em Curitiba/PR

Alegria e Tristeza Alegria e tristeza são extremos da vida. Tristeza é a ausência de satisfação. Alegria é ter satisfação plena. Jesus resumiu isso: “Assim acontece também com vocês; agora estão tristes, mas eu os verei novamente. Ai vocês ficarão cheios de alegria, e ninguém poderá tirar essa alegria de vocês” (Jo 16.22).

Paróquia Bom Pastor e o Sínodo Vale do Itajaí sediam o 30o Concílio da Igreja, nos dias 19 e 23 de outubro em Brusque/SC. O tema do conclave deliberativo máximo dos luteranos brasileiros é “Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500”, em sintonia com a temática “Missão” e o Tema do Ano da IECLB para 2017, ano do Jubileu da Reforma. O Concílio da Igreja, órgão deliberativo máximo da IECLB, é realizado ordinariamente a cada dois anos, sempre em uma Comunidade diferente. Entre representantes, lideranças, delegados, delegadas, convidados ecumênicos e equipe de apoio participam em torno de 200 pessoas. A agenda - Na programação do30 o Concílio da Igreja estão previstos programados na agenda a apresentação dos relatórios do Conselho da Igreja (CI) por Ema Marta Dunck Cintra (Presidente do CI); da Presidência, pelo P. Dr. Nestor Friedrich; da Secretaria Geral, pela Diác. Ingrit Vogt, Secretária Geral. Haverá uma plenária sobre a temática “Por uma Comunidade Missional: agora são outros 500”, com palestra “A missão em Paulo: por uma Comunidade Missional”, pelo P. Dr. Renato Raasch. Muitos trabalhos serão em câmaras sobre “Comunidade Missional: cuidado com a missão, cuidado ministerial e cuidado com as finanças. Moções serão debatidas e decididas.

Fala Sinodal

Na Sagrada Escritura encontramos tais situações. Gn 1 e 2 relata a criação, motivo de alegria. Gn 3 e 4 relata a desobediência de Adão e Eva e um assassinato, motivos de tristeza. Gn 9 apresenta a aliança de Deus com o povo, motivo de alegria. Ex 32 mostra a adoração ao bezerro de ouro, causa de tristeza.

O Centro Evangélico Pastor Sandreczki vai receber representantes dos 18 sínodos da IECLB para o Concílio.

finir o que é ser Igreja Missionária: (a) somos Igreja Missionária porque a missão é inerente à Igreja de Cristo, (b) a missão que abraçamos nos está dada em Cristo, (c) crescemos no entendimento de Nenhuma Comunidade sem Missão - Nenhuma Missão sem Comunidade, (d) a Evangelização é componente imprescindível da missão e (e) não fazer proselitismo não pode significar ter receio de apresentar a nossa Igreja e convidar pessoas para dela participarem. Essa distinção deve ser parte do nosso compromisso com o Evangelho. Como Igreja, então, a IECLB tem compromisso com a declaração pública da Palavra de Deus em diversas frentes para, a partir dela, promover a abertura de novos espaços de acolhimento da diversidade, construir comunhão entre pessoas e incentivar o protagonismo das

instâncias eclesiais, em especial a Comunidade. Uma Igreja que tem no centro da sua pregação o Cristo crucificado, não exclui, mas acolhe incondicionalmente. É capaz de conviver e respeitar o diferente. Além do respeito pela diversidade, a ampla liberdade que há na IECLB para manifestações, críticas e discordância deve contribuir para fortalecer a Igreja enquanto corpo, instituição, instrumento de Deus a serviço da sua missão. Assim, se a missão é de Deus, se nós cremos que o abraço de Deus nos alcançou e que é esse abraço que nos sustenta na sua missão, então mergulhemos fundo no tema missão e no seu necessário planejamento, assim como vem proposto para este 30o Concílio, e assumamos – em unidade – o que for decidido.

Os Concílios já havidos na IECLB: I - São Leopoldo/RS - 1950 II - São Leopoldo/RS - 1954 III - Curitiba/PR - 1958 IV - São Leopoldo/RS - 1962 V - Porto Alegre/RS - 1966 VI - Extraordinário - Santo Amaro/SP - 1968 VII - Curitiba/PR - 1970 VIII - Panambi/RS - 1972 IX - Cachoeira do Sul/RS - 1974 X - Belo Horizonte/MG - 1976 XI - Joinville/SC – 1978 Extraordinário - 1980 XII - Carazinho/RS - 1980 XIII - Hamburgo Velho/RS - 1982 XIV - Marechal Cândido Rondon/PR - 1984 XV - Rio de Janeiro/RJ 1986

XVI - Brusque/SC - 1988 XVII - Três de Maio/RS - 1990 XVIII - Pelotas/RS - 1992 XIX - Cachoeira do Sul/RS- 1994 XX - Toledo/PR - 1996 Extraordinário - Toledo/PR - 1996 Extraordinário - Ivoti/RS - 1997 XXI - Rodeio 12/SC - 1998 XXII - Chapada dos Guimarães/MT - 2000 XXIII - Santa Maria de Jetibá/ES - 2002 XXIV - São Leopoldo/RS - 2004 XXV - Panambi/RS - 2006 XXVI - Estrela/RS - 2008 XXVII - Foz do Iguaçu/PR - 2010 XXVIII - Chapecó/SC - 2012 XXIX - Rio Claro/SP - 2014

Saiba qual é a importância de um Concílio Da Igreja Segundo a Constituição da IECLB, em seu Art. 49, fica claro que “o Concílio é o órgão deliberativo máximo da IECLB, cabendo-lhe definir a linha programática de atuação da Igreja em todo o seu território”. Além disso, o Concílio decide e legisla sobre toda e qualquer matéria de interesse da Igreja. “Compete-lhe, especialmente, fixar as diretrizes que assegurem a unidade doutrinária e a identidade confessional da IECLB, estabelecer os planos de ação para atuação da Igreja, promover a reflexão sobre os temas fundamentais de interesse da Igreja, propiciar condições para os membros exercerem os seus dons na missão da Igreja, zelar para que a disciplina evangélica seja observada”. A Constituição continua definindo que cabe ao Concílio “criar condições para que ministros, ministras, colaboradores e colaboradoras recebam formação adequada, alterar e aprovar documentos normativos da IECLB, aprovar a criação e extinção de sínodos, estabelecer critérios sobre a política de subsistência dos ministros e das ministras, aprovar os relatórios anuais, o balanço geral e a proposta orçamentária para o exercício e eleger o Pastor Presidente e os seus Vices, o Presidente do Concílio e os seus Vices além das demais eleições previstas nos documentos normativos da Igreja”.

O nascimento é causa de alegria. A morte, de tristeza. O emprego desejado proporciona alegria. Mas a tristeza se manifesta quando há dispensa inesperada. A alegria é grande quando os resultados dos exames são bons, mas a tristeza impõe força quando chega a enfermidade. Lidar com alegrias e tristezas é tarefa complexa. Somente a fé e a confiança em Deus tem a capacidade de “livrar” da tristeza, reconstituindo a alegria. Em Fl 4.4-8 Paulo dá dicas importantes para a vida: a alegria é saber-se amado por Deus. Paulo também ensina que é preciso viver sem preocupação e descansar no amor de Deus; que é importante orar, pois neste momento estamos com Deus e percebemos a sua presença.

Integram a vida Alegrias e tristezas integram a vida. Não há como viver um em detrimento do outro. Jó 42.2 afirma: “Eu reconheço que para ti nada é impossível e que nenhum dos teus planos pode ser impedido”. Na vida de Jó, depois de tristezas, prevaleceu a confiança e a alegria. Por ter prevalecido à confiança em Deus as bênçãos foram muitas. Jó viu a alegria ser restituída. Voltou a ter amigos. Sua riqueza tornou-se ainda maior do que antes. Teve 7 filhos e 3 filhas, e viveu ainda 140 anos (Jó 42.10-16). Confiar em Deus é caminho para a vida plena de alegria. Encontra a verdadeira alegria aquela pessoa que está em paz com Deus e conduz a sua vida conforme a vontade do Criador. 5533


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Gente e Eventos

PASTORES Luciano, Edimar, Roni e Túlio são instalados no Vale

MINISTÉRIOS

Flashes

Pastor Luciano é acolhido em Blumenau-Itoupava Seca FOTO NELSON REICH

Blumenau Fortaleza recebe o pastor Edimar Schwingel Na noite de domingo 11 de setembro a paróquia do bairro Fortaleza, em Blumenau/SC recebeu, em celebração na Igreja da Ressurreição, o pastor Edimar Schwingel (51 anos) e sua família. O ato foi oficiado pelo pastor sinodal Breno Carlos Willrich, tendo como assistentes os pastores eméritos Ivo Krueger e Jorge Teodoro Dieterich. O pastor Edimar é casado com Carla Köche. O casal tem dois filhos: Betânia (26 anos) e Igor (23) e uma neta: Flora Anabel (2). Estudou Teologia na Faculdades

EST. Entre 1987 e 1988 realizou um intercâmbio na Augustana Hochschule, em Neuendettelsau/ Alemanha. Em 1991 assumiu o pastorado da Paróquia Rincão da Porta Pinhal, em Paraíso do Sul/ RS. Entre 1999 e 2004 foi pastor intercambista na Igreja Evangélica da Baviera/Alemanha em Neudrossenfeld. Desde 2005 foi pastor em Nova Petrópolis/RS. Trabalho com crianças e jovens está no seu currículo, tendo sido coordenador regional da Juventude Evangélica na extinta Região VI. DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Pastor Sinodal Breno recebe o pastor Luciano e família em Blumenau.

Luciano Miranda Martins (41 anos) foi instalado no segundo pastorado da Paróquia Itoupava Seca, em Blumenau/SC, no Sínodo Vale do Itajaí. O ato foi oficiado no dia 25 de setembro pelo pastor sinodal Breno Carlos Willrich, e teve como assistentes o pastor Renato Creutzberg, ministro local, e a pastora Mirian Ratz (Timbó-Trindade). Natural de Criciúma/SC e casado com Débora, o casal tem um filho, Emanuel (4). Estudou

Teologia na Faculdades EST, com estágio no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre/RS, com ênfase em capelania hospitalar. Atuou em Esteio e Carazinho/RS, onde dividiu funções da pastoral escolar no Colégio Sinodal Rui Barbosa. Atuou no pastorado escolar do Colégio Evangélico Augusto Pestana em Ijuí/RS, de onde se transferiu para Blumenau. Uma de suas tarefas será junto ao Jardim de Infância Princesa Isabel, ligado à OASIS da Itoupava Seca.

Pastor Roni assume a gerência da Literatura Evangelística

O pastor Roni Roberto Balz e sua família foram instalados na nova função em culto na paróquia Bom Pastor do Bairro Fidélis, em Blumenau, onde Roni atuou como ministro nos últimos anos.

Roni Roberto Balz (XX anos) assumiu a função de diretor do Centro de Literatura Evangelística e da Livraria Martin Luther. O complexo abriga também a Editora Otto Kuhr e é mantido pela Comunhão Martim Lutero. O ato de instalação ocorreu no dia 2 de outubro na comunidade Itoupava Baixa, em Blumenau/SC. A comunidade faz parte da paróquia Bom Pastor, que foi atendida pelo pastor 5534

Roni durante os últimos anos. O ato de instalação foi oficiado pelo pastor vice-sinodal, Sigfrid Baade, tendo como assistentes os pastores Friedrich Gierus e Dr. Osmar Zizemer. Os dois foram antecessores de Balz na função. Durante o culto, o novo diretor apresentou sua equipe de trabalho à comunidade. O pastor Roni também integra o Conselho de Redação do jornal O Caminho, que lhe deseja bênçãos na função.

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

SAMUEL AUBOURG é haitiano e está há dois meses no Brasil. Vivendo em Brusque/SC, está integrado à comunidade local da IECLB. No domingo 9 de outubro a comunidade luterana do Centro foi agraciada com o prelúdio e o poslúdio ao som do órgão de tubos em ritmo haitiano. Abourg executou as peças musicais. Também participou do culto Pierre-Louis Charles, outro haitiano integrado à comunidade através da Pastoral dos Migrantes. DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Pastor Schwingel e esposa Carla sendo recebidos pelo pastor Breno.

Pastor Túlio deixa Campo Alegre e assume Pomerode Tulio Cesar Jansen assumiu um dos pastorados da paróquia da IECLB em Pomerode Centro no dia 29 de setembro. A instalação foi oficiada pelo pastor sinodal Breno Carlos Willrich no templo central de Pomerode, na igreja da Paz. Com a instalação, o pastor Tulio assume o ministério pastoral em Pomerode Centro, na Paróquia Apóstolo João, ao lado do pastor Dieter Thiel. Foram assistentes da instalação o pastor Thiel e o pastor em. Rolf Roeder. Sua primeira paróquia foi Rio Antinhas-Petrolândia/SC. O pastor Tulio atuou em Campo Alegre/SC na última década e sua despedida, oficiada pelo pastor sinodal Inácio Lemke, foi marcada por um culto e um cortejo de carroça pelas principais ruas da cidade.

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

JOÃO ARTUR MÜLLER DA SILVA é pastor da IECLB e atua há 24 anos na gerência editorial da Editora Sinodal, em São Leopoldo/RS. Em dezembro ingressa na aposentadoria e deixa a função que exerceu de janeiro de 1992 a dezembro de 2016. Por diversos anos, o “Pastor Joca” também foi colunista do jornal O Caminho. A partir de janeiro de 2017, o novo gerente editorial da Editora Sinodal será o pastor Robson Luis Neu, atualmente ministro da IECLB na paróquia de Dois Irmãos/RS. DIVULGAÇÃO O CAMINHO

O pastor Tulio Jansen.

O recém-instalado pastor é casado com Manuela Elisabeth Borchardt Jansen com quem tem três filhos: Martinus Caio (falecido), Tobias Augusto (9) e Tiago Ramon (7).

Um cortejo de carroça para o pastor Tulio pelas principais ruas de Campo Alegre marcou sua despedida.

OSMAR ZIZEMER é doutor em Teologia e ministro da IECLB. Ao deixar a função de diretor do Centro de Literatura Evangelística em Blumenau/SC, ingressa na aposentadoria. Ele exerceu a função por sete anos. Zizemer também é vice-diretor geral do jornal O Caminho e reside com a esposa Nair em Blumenau/SC.


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Em Foco

PASTORES APOSENTADOS celebram comunhão e debatem tema em Rodeio

MINISTROS EMÉRITOS

Encontro reúne ministros aposentados da IECLB

DISSERAM:

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

P. em. HUGO SOLANO WESTPHAL/Blumenau

Deus, onde estavas naquele momento? Por que não acalmaste o tufão Matthew?

O

18o Encontro de pastores eméritos, esposas e viúvas de pastores reuniu ministros aposentados dos sínodos Centro Sul Catarinense, Vale do Itajaí, Norte Catarinense, Paranapanema, Rio Paraná, e... bah, tchê, também Ingrid e Waldemar Lückemeier, que vieram de Carazinho, representando nossa família eclesial lá dos pagos gaúchos. O encontro foi no Centro de Eventos Rodeio 12, nos dias 27 e 28 de setembro. No revezamento dos pastores sinodais participou o pastor Sérgio Gessner (sinodal em exercício do Centro Sul Catarinense), que atua em Rancho Queimado/SC. O pastor Raul Wagner apresentou o tema “Criação e fé – um mergulho na intimidade”. Brunken muito bem registrou sobre a fala de Wagner: “Baseando-se nos relatos da criação no Livro de Gênesis, descreveu que todos fomos criados pela vontade de Deus. Como todos os animais tinham o seu parceiro, Deus criou a mulher para que o homem também tivesse alguém ao lado. Mesmo sendo homem e mulher criados para uma vida em comum, há diferenças no seu íntimo”. Sobre tais diferenças, grupinhos de mulheres e de homens conversaram entre si. O conteúdo destes “cochichos” não foram alardeados, mas as fisionomias dos participantes bem denotavam o quão importante para nossa convivência é nos aprofundarmos na sabedoria de Deus, que nos criou do jeito que somos. A Deus e ao seu servo Raul, obrigado! O pastor Marcos Bechert, secretário do Ministério com Ordenação, falou do cuidado que a IECLB tem com os ministros e ministras, tanto ativos como aposentados (sua presença no encontro disto deu testemunho!). Durante suas ponderações, veio à tona a questão da identidade da

Notícias Breves

LEONARDO BOFF, Teólogo e escritor, após a passagem do Furacão pelo Haiti em outubro.

COMUNICAÇÃO Pastores eméritos e suas esposas e as viúvas de pastores estiveram no encontro realizado em Rodeio 12.

IECLB em nossas atividades e vivências, nos acertos e erros que nos acompanham na atualidade. Apesar de opiniões divergentes, prevaleceu o tom de conversa franca, madura e edificante. De uma gostosa confraternização, é vital o espaço para rir, sorrir, divertir-se... Ah, Deus, obrigado por teres inserido em tua criação tais coisinhas vivificantes, gotinhas hilariantes, como o Lutero cheio de humor representado pelo pastor Werner Dietz, as encenações e piadas trazidas por diversos participantes, sob a batuta magistral de Elfriede Ehlert e Irineu Wolf. O culto de encerramento foi

oficiado pelos pastores Gustavo Krieger (liturgia) e Arno Paganelli, que pregou sobre Amós 6.1a, 4-7. Paganelli recebeu de Deus o dom de desafiar e indicar caminhos para nossa vivência cristã em suas pregações. Tal dom, unido ao profeta Amós que começou a profetizar pelo ano 750 a.C., continua totalmente atual mesmo para os aposentados. Nos cultos fomos honrados com a participação de Sílvia Zischler ao piano e Simone Reichow Westphal tocando trompete. Presentearam-nos com prelúdio e poslúdio, acompanhamento dos hinos e música de fundo para a celebração da Santa Ceia. Que bom que elas ainda não

se aposentaram! Conosco estava um poeta e músico muito importante em nossa IECLB, de nome Oziel Campos de Oliveira Jr. Ensinou-nos um hino belíssimo de bênção, de sua autoria, que constará do novo hinário. Lembrando desta bênção de Deus, que a concede também e especialmente a quem incumbe de uma tarefa, entendo que Ingeborg e Werner Brunken, por tal bênção carregados, bem demais cumpriram sua missão, como também já a cumpriram Roseli e Irineu Wolf, e continuarão cumprindo, agora com o apoio de Marlene e Ivo Krüger.

P. Rolf Roeder é enviado para a aposentadoria Um culto especial marcou a despedida do pastor Rolf Roeder, dia 31 de julho da Paróquia Apóstolo João em Pomerode/SC, tornando-se ministro emérito. Ao longo dos 23 anos de atuação Roeder teve grandes experiências no ministério pastoral “como um instrumento nas mãos do Senhor da Igreja”. Nestes anos ele se envolveu em variadas atividades da Igreja fora da paróquia, com o Curso Básico da Fé, material para o Ensino Confirmatório, apostilas sobre Discipulado, Bíblico Básico, Liderança Cristã e de Aprofun-

damento. Formação foi uma das características do ministério de Roeder. “Os dois sentimentos predominantes são gratidão e felicidade. Gratidão, especialmente, a Deus pela vocação, capacitação e entusiasmo na seara do Senhor”, destacou o agora pastor emérito. Apesar de encerrar a atividade como pastor de paróquia, Roeder deve continuar em sua atividade de formação através do instituto que criou para isso, realizando cursos de Ensino A Distância. O Instituto Sofea pode ser acessado pela internet, no site www.sofea.com.br.

Portal Luteranos completa uma década

No dia 13 de outubro de 2006 o Portal Luteranos (www. luteranos.com.br) torna-se o portal da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) no mundo da internet. O lançamento aconteceu durante o 25o Concílio da Igreja, realizado em Panambi/RS.

ECUMENISMO

Luteranos e católicos peregrinam juntos O Papa Francisco recebeu em audiência na quinta-feira 13 de outubro, na Sala Paulo VI no Vaticano, cerca de mil participantes da Peregrinação de Luteranos e Católicos. O Pontífice manifestou sua alegria por este encontro, realizado no âmbito da peregrinação ecumênica iniciada na região de Lutero, na Alemanha, e concluída na sede do Bispo de Roma. O Papa saudou e agradeceu aos bispos que acompanharam e apoiaram os fiéis nessa peregrinação.

Cuide da sua saúde. A sua vida merece essa atitude. CONSULTE A COBERTURA DO SEU PLANO

DE SAÚDE

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Dr. Bráulio Barbosa Diretor Técnico

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6 O Caminho

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

ASSOCIAÇÃO reúne presidentes sinodais em Três de Maio/RS

Mulher OASE

Nove décadas de OASIS em Blumenau

A

OASIS tem uma história de 90 anos. OASE virou OASIS em 1961, para designar a “Ordem Auxiliadora de Senhoras da Itoupava Seca”, por indicação do pastor Dieter Prinz. Numa alusão a espaços de vida em meio ao deserto, o grupo celebra nove décadas de oásis. A celebração aconteceu nas dependências da comunidade luterana do bairro Itoupava Seca, em Blumenau/SC, no dia 15 de setembro. Em 1926, o grupo de senhoras liderado pelo pastor Ewald Schroeder fundou a Sociedade Evangélica de Senhoras da Altona, nome que tinha então o bairro da Itoupava Seca em Blumenau. Entre os anos de 1935 e 1937 foi mantido pelo grupo um jardim de infância no galpão de tiro da Sociedade Teotônia, atual Clube Ipiranga. Durante os anos de guerra (1939-1945) as atividades do grupo foram interrompidas. Em janeiro de 1949 um novo grupo passou a reunir-se sob a orientação do pastor Wilhem Sche-

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

A OASIS é responsável pela manutenção de dois jardins de infância.

rer na Kreutzkirche (Igreja da Cruz), no local onde hoje está instalada a Eletro Aço Altona, na rua Eng° Paul Werner. Neste mesmo ano foi adquirido um imóvel dos herdeiros de Cristiano Feddersen, no atual endereço da paróquia Itoupava Seca, que serviu de residência para o pastor e para reativar o jardim de infância. Em 1953, com a atuação do pastor Richard Laun, o jardim de infância recebeu o nome de “Princesa Isabel”. Com a saída do pastor Laun as atividades do jardim foram

Paróquia Bom Samaritano promove encontro de grupos

interrompidas novamente. Alguns anos mais tarde, graças ao empenho de Alice Hering, as senhoras evangélicas e católicas reabriram o jardim de infância numa casa adquirida e reformada por Alice Hering e a ajuda voluntária de Emma Fey. Em agosto de 1961 a Sociedade Evangélica foi reorganizada de forma jurídica, sendo eleita a primeira diretoria composta por Emma Fey (presidente), Tusnelda Probst (vice-presidente), Orla Kadletz (secretaria), Ruth Haertel (vice), Ingeborg Lautenjung (tesoureira)

e Ursula Werner (vice). Em marco de 1962, por indicação do pastor Dieter Prinz, o grupo passou a denominar-se Ordem Auxiliadora de Senhoras da Itoupava Seca (OASIS). Também foi com a intermediação do pastor Prinz junto ao prefeito Hercilio Deeke que o grupo obteve um terreno no bairro Escola Agrícola para a construção de um segundo jardim de infância, que recebeu o nome de Teresa Cristina. Atualmente a OASIS mantém dois educandários, concretizando o desejo do reformador que dá o nome à igreja da Itoupava Seca, Martin Luther: “ao lado de cada igreja deve ter uma escola”. Além do empenho educacional, a OASIS conta com os grupos de costura e e trabalhos manuais, de dança, de teatro e o Coral OASIS. O evento celebrativo dos 90 anos, no dia 15 de setembro, contou com a presença dos grupos de OASE de Rio do Sul e de Rio dos Cedros. Uma deliciosa tarde com café marcou os festejos.

Associação Nacional promove encontro anual de presidentes

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Muita celebração e comunhão marcaram o encontro nacional.

Pastores João Bartsch e Rolf Baade no encontro dos grupos. Pa. BÁRBARA KUGEL/Jaraguá do Sul

No dia 13 de setembro foram celebrados os 117 anos da OASE no Brasil e, para essa festa, os grupos da Paróquia Bom Samaritano de Jaraguá do Sul/SC reuniram-se na Comunidade Martim Lutero e receberam a visita do grupo do Sínodo do Vale do Itajaí-SVI. Os grupos presentes foram: Brinco de Princesa (Comunidade Pastor Albert Schneider), Margarida (Comunidade São Lucas), Antúrio (Comunidade Martim Lutero) e Girassol (Paróquia de Rio dos Cedros-SVI). Foi uma tarde gostosa e alegre, com música. As participantes saíram enriquecidas pela palestra sobre Envelhecimento e o cuidado 5536

a partir do tema do ano “Pela graça de Deus livres para cuidar”, do pastor João Bartsch, que exerce seu ministério no Lar de Idosos Recanto do Sossego em Braço do Trombudo/SC. A alegria e empolgação foi contagiante em meio às irmãs que compartilharam sua fé, o café e mudas de orquídeas olho de boneca. Um jardim com diferentes experiências foi plantado pelas OASEs que, quando se juntam, transformam os ambientes por onde passam com o cheiro bom do amor de Deus. Saímos com o desejo do reencontro e com mais momentos de comunhão e venham os próximos aniversários da OASE.

“Mulheres, livres para amar e cuidar” foi o tema do encontro anual de presidentes sinodais da OASE com a Associação Nacional da entidade. O encontro aconteceu em Três de Maio/RS, nos dias 26 a 28 de setembro. “A partir do PAMI, fomos convidadas a plane-

jar e, como OASE, temos a tarefa de propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal na família e na comunidade e promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo”, diz a mensagem do encontro.

Reflexão NÁDIA MARA DAL CASTEL DE OLIVEIRA Joinville/SC

Vazio é sempre vazio Quando perdemos algo, um sonho, uma pessoa, um bem ou até a saúde, a sensação de vazio nos perturba. Causa desconforto... e dói. E choramos. Nem sempre em função daquilo que se foi, mas também porque nos sentimos vazias. O vazio é um espaço desocupado, sem nada, silencioso. Mas não é em vão. Ele é um sinal de vida e amor. É um sinal de que algo já viveu por ali e marcou a vida. E merece o tempo e o respeito de ‘ser vazio’. A pergunta é - o que fazemos com a dor que sentimos frente ao vazio? O vazio vai continuar lá, silencioso, mas a dor vai depender do sentido que você lhe der.

Conto para ajudar Tem um conto que nos ajuda a entender um pouco isso. Uma velha mestra pediu a uma jovem que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse. Qual é o gosto? - perguntou a Mestra. Ruim - disse a aprendiz. A Mestra sorriu e pediu à jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. As duas caminharam em silêncio e a jovem jogou o sal no lago. Então, a velha disse: - Beba um pouco dessa água. Enquanto a água escorria do queixo da jovem a Mestra perguntou: - Qual é o gosto? - Bom! disse a ela. - Você sente o gosto do sal? perguntou a Mestra. Não disse a jovem. A Mestra então, sentou ao lado da jovem, pegou em suas mãos e disse: - A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar sentido ao que está presente. O vazio, vai ser sempre vazio, mas não precisa doer para sempre. Depositar nossas dores em lagos, em lugares grandes é depositálos no colo de Deus. Deus é fonte abundante de água! E tudo terá mais sentido, até mesmo, os vazios da vida!


O Caminho 7

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

DER WEG

Editor: P. Dr. OSMAR ZIZEMER (47/3337-1110). Diagramação: CARLOS MENEGHETTI

MONATSSPRUCH November 2016 – Umso fester haben wir das prophetische Wort, und ihr tut gut daran, dass ihr darauf achtet als auf ein Licht, das da scheint an einem dunklen Ort, bis der Tag anbreche und der Morgenstern aufgehe in euren Herzen. (2. Petrus 1,19)

KRITISCH BEOBACHTET

Zum Totengedenktag am 02. November GEMEINDEBRIEF

LOTHAR CARLOS HOCH

Vor einiger Zeit druckte eine brasilianische Tageszeitung folgende Schlagzeile: “Tausende von Menschen nutzten das gute Wetter aus, um auf dem Friedhof mit Kerzen, Blumen und Gebeten ihrer Verstorbenen zu gedenken”. Was wollen wir damit zum Ausdruck bringen? Ich denke wir tun es, weil der Friedhof der geeignete Platz ist, um unserer Toten zu gedenken und um sie zu trauern. Die Angehörigen von Luciano, der vor kurzem bei einem Auto-Unfall, ums Leben gekommen ist, haben es so ausgedrückt: “Für uns war der Totengedenktag stets ein Feiertag wie jeder andere. Aber nun bedeutet er uns sehr viel”. Das heißt, für jemand der einen lieben Menschen verloren hat, erhält dieser Tag eine ganz besondere Bedeutung. Trauernde Menschen und Familien pflegen am häufigsten ihre Verstorbenen an deren Geburtsoder Todestag auf dem Friedhof zu

besuchen. Diese besonderen Tage können dazu beitragen, den gro­ ssen Verlust, den sie erlebt haben, besser zu verarbeiten. Ich kann mich noch erinnern, als ein junger Soldat, der für die Vereinigten Nationen Dienst leistete, einem terroristischen Anschlag zum Opfer gefallen ist. Seine El-

tern haben nicht nur den schweren Verlust ihres Sohnes hinnehmen müssen, sondern hatten noch zusätz­lich darunter zu leiden, dass sie ihn nicht beerdigen konnten. Als endlich der Sarg ankam, hat der Vater erleichtert geseufzt: “Jetzt ist er bei uns, und wir können endlich um ihn trauern!”.

Am Totengedenktag besuchen sehr viele Menschen den Friedhof, weil sie einen Ort brauchen, an dem sie ihrer Trauer und ihren Tränen freien Lauf lassen können. Dort bietet sich auch eine Gelegenheit, über Schuldgefühle oder eventuelle Fehler in der Erziehung nachzudenken. Der Friedhof bietet auch einen Raum, Beileid und Solidarität von Verwandten, Freunden und von Schwestern und Brüdern im Glauben zu erfahren. Dies ist sehr heilsam, um unsere Wunden allmählich zu lindern. Daher ist es wichtig, dass unsere Lutherischen Gemeinden ihre Friedhöfe pflegen und dort Gottesdienste aus Anlass des Totengedenktages feiern. Es geht nicht darum, die Toten zu verehren, sondern sie im Gedächtnis zu bewahren. Schließlich haben wir unser Leben von Gott als Geschenk bekommen, und so wollen wir uns Ihm auch im Tode gänzlich anvertrauen.

MENSCHEN DER REFORMATION

ZUM MONATSSPRUCH

Katharina von Bora

Getrost

MICHAEL ACHHAMMER

DIVULGAÇÃO

Unter dem Titel “Menschen der Reformation” veröffentlichen wir seit der Oktoberausgabe des CAMINHO kurze Biographieen von Menschen, die an der Reformation mitgewirkt haben. So im vergangenen Monat einen kurzen Lebenslauf von Martin Luther. In diesem Monat folgt der Lebenslauf von Katharina von Bora. Katharina von Bora wurde am 29. Januar 1499 als Tochter eines verarmten sächsischen Adligen in Lippendorf geboren. Bereits mit sechs Jahren kam sie an die Klosterschule der Benediktinerinnen in Brehna. Seit 1509 lebte sie im Zisterzienserinnenkloster Marienthron in Nimbschen. Angespornt von den Schriften Martin Luthers, verließ sie 1523 mit weiteren Nonnen das Kloster und lebte in Wittenberg im Hause des Malers Lucas Cranach. Nachdem sie den Antrag des Wittenberger Professors Caspar Glatz

selbstbewusst abgelehnt hatte, heiratete Katharina am 13. Juni 1525 Martin Luther. Das Ehepaar bezog nach der Hochzeit das ehemalige Schwarze Kloster in Wittenberg. Sie lebten dort mit ihren sechs Kindern,

Verwandten, Studenten, Gästen und Angestellten. Katharina war eine geschäftstüchtige Frau und trug wesentlich zum Wohlstand der Familie bei. Sie verwaltete neben dem großen Haushalt ein Bauerngut, betrieb ein Brauhaus und pachtete einen Arm des Flusses Elbe für die Fischzucht. Als starke Persönlichkeit war Katharina für Luther nicht nur Ehefrau, sondern auch einer seiner wichtigsten Partner. Luther setzte Katharina in seinem Testament als Alleinerbin und Vormund für die Kinder ein. Dieser letzte Wille widersprach damaligem Recht, nach welchem ein Vormund für die überlebende Ehefrau bestellt werden musste. Das Testament wurde angefochten und wichtige Einnahmequellen gingen der Familie verloren. Katharina von Bora starb am 20. Dezember 1552 an den Folgen eines Unfalles und wurde in der Marienkirche in Torgau begraben.

REINHARD ELLSEL

Wir sind getrost auf allen unseren Wegen, denn Jesus Christ ist unser Licht. Er lebt und kommt uns jeden Tag entgegen. Kommt, hört, wie unser Tröster spricht: „Und siehe, ich bin bei euch alle Tage! Ich halte über euch die Wacht. Dass ich die Angst und Sorgen mit euch trage, ist mir gegeben alle Macht. Ich bin erhöht an meines Vaters Seite. Begleite euch tagaus, tagein. Die Wohnung ich für euch bei mir bereite. Da, wo ich bin, sollt ihr auch sein!“ ANDERS GESAGT

Tröster TINA WILLMS

Ein Tröster ist einer, der die Härte des Todes nicht beschönigt. Er hält die Tränen, hält Wut und Verzweiflung des Gegenübers aus. Er hört darin die Liebe zum nun Verlorenen und die Angst vor dem, was die Zukunft bringt. Ein Tröster weiß: Erst auf dem Grund der Trauer ereignet sich eine Wende und der weite Weg zurück ins Leben beginnt.

Olhar crítico LOTHAR C. HOCH Ministro emérito da IECLB Palhoça / SC

Dia de Finados

Algum tempo atrás, um jornal de circulação nacional estampava em manchete: “Milhares de pessoas aproveitaram o tempo bom e encheram os cemitérios para celebrar o Dia de Finados com velas, flores e orações”. Por que as pessoas costumam visitar os cemitérios? Penso que o fazem porque o cemitério é um lugar para prantear os mortos, para trabalhar o luto. Quem expressa isso muito bem é a família de Luciano, recentemente falecido em um acidente de automóvel. Sua mãe se expressou assim: “Para nós, o Dia de Finados era um feriado como qualquer outro. Mas agora tudo é diferente”. Quem está enlutado passa a ter uma relação diferente com esta data. Pessoas enlutadas costumam ir ao cemitério com maior frequência no dia de aniversário da pessoa falecida e no dia em que se recorda a data de seu falecimento. Datas especiais ajudam o processo de superação de perdas. Recordo-me de alguns anos atrás, quando um atentado terrorista ceifou a vida de um jovem soldado que servia na Força de Paz das Nações Unida. Os pais, além de sofrerem a trágica perda do filho, lamentavam o fato de não poderem sepultá-lo. Quando finalmente o corpo chegou, o pai desabafou: “Agora, pelo menos o corpo vai estar aqui em São Leopoldo, próximo de nós. Sem o corpo, fica a angústia do sumiço”. No Dia de Finados as pessoas enlutadas em grande número buscam o cemitério porque precisam de um lugar onde seu luto e seu pranto possam se expressar. Às vezes a sepultura torna-se um lugar onde a pessoa enlutada expressa sua culpa por eventuais erros cometidos. O cemitério também é um espaço para receber o abraço de amigos e de irmãos e irmãs na fé. Isso nos ajuda a ir curando aos poucos as nossas feridas. A Igreja Cristã, desde a antiguidade, reserva lugares especiais para sepultar e para prantear os mortos. As comunidades da IECLB fazem bem em cultivar e preservar seus cemitérios e celebrar cultos especiais no Dia de Finados. A intenção não é reverenciar os mortos, mas preservar sua memória e entregá-los em confiança e fé nas mãos de Deus. Afinal é Dele que viemos e é para Ele que retornaremos. 5537


8 O Caminho

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Geral

O LUTO E A VIDA em encontro da OASE em São Bento do Sul

Família

ADMINISTRAÇÃO

CANTO CORAL

Boqueirão recebe encontro de corais do Paranapanema

DARCY E HELGA BRANDT

Vale do Itajaí promove encontro para secretárias

Ministros eméritos em Navegantes / SC

Laboratório social DIVULGAÇÃO O CAMINHO

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Uma família pode morar numa mesma casa e, apesar disso, não ser família. A sociedade está cheia de famílias que vivem juntas mas não como família, têm casa mas não tem lar. Família envolve coração e sentimento. A casa da família deve ser mais que albergue ou dormitório comum. Deve apontar para um ambiente onde se gosta de estar e para onde se gosta de voltar.

MYLENE BOOTZ / Curitiba

O 19º Encontro de Corais do Sínodo Paranapanema ocorreu dia 24 de setembro na Comunidade Melanchton, no Boqueirão em Curitiba/|PR, promovido pelo desprendimento de colaboradores da comunidade anfitriã e do Conselho de Música do Sínodo. Não é simples nem fácil preparar um evento desse porte e os organizadores estão de parabéns. Os coralistas tiveram oportunidade de aprender com a preparadora vocal e maestrina Priscilla Battini Prueter, que usou exercícios práticos para explicar a razão e a importância do aquecimento vocal.

O canto coral, além de elevar o espírito, exercita a respiração e é um agente transformador da sociedade ao promover convivência e mostrar o valor de cada coralista para o grupo. Deus utiliza o testemunho do canto para iluminar os corações e curar a alma quebrantada. Também fomenta o partilhar do amor pela música cristã, como se observou com a valorosa e espontânea apresentação de dois coralistas da igreja católica da paróquia Santo Antônio Maria Claret, que cedeu seu templo para a apresentação dos corais, cantando Halleluia. Eram dois, mas pareciam muitos. Inesquecível!

SEMINÁRIO

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

O seminário é coordenado pelo pastor Bernt Emmel

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periências, além de refletir sobre a importância deste trabalho na Missão de Deus. Dentro da perspectiva do Corpo de Cristo, auxiliares administrativos também se sentem parte importante na vivência e anúncio do projeto do Reino de Deus e reafirmaram positivamente a necessidade da participação na vida comunitária, pois são referência e elos de familiaridade na comunidade. O encontro teve 34 participantes e foi permeado de muita música, alegria, gratidão e a reafirmação de que ser auxiliar administrativo é um dom de Deus.

In Memoriam ARQUIVO DA FAMÍLIA

OASE debate luto e vida em seminário no Vila Elsa

A OASE do Sínodo Norte Catarinense ofereceu, nos dias 30 e 31 de agosto, um seminário sobre “O Luto e a Vida”, coordenado pelo pastor Bernt Emmel. Em 2015 aconteceram no Lar Vila Elsa e em Itajuba, as séries “Caminhos” e “Árvores”. A terceira série falou sobre “Casas”. A casa simboliza a vida em seu dia-a-dia. Os diversos cômodos representam os momentos de convivência com a pessoa falecida e refletem estações da vida passada. O seminário foi muito bem avaliado. O grupo deve encontrar-se em Itajuba para as etapas Despensa

O Sínodo Vale do Itajaí reuniu secretárias e auxiliares administrativos em encontro anual de reflexão, integração e partilha de experiências. O encontro foi no dia 26 de setembro no Lar Wally Heidrich, na Praia de Palmas, em Governador Celso Ramos/SC. O encontro está ligado às comemorações pelo Dia da Secretária em 30 de setembro. A temática “Se melhorar, estraga” foi dirigida pelo pastor Roni Balz, diretor do Centro de Literatura Evangelística em Blumenau/ SC. Por meio de dinâmicas foram compartilhados sentimentos e ex-

e Sótão e a série “Contos e Cores” em 2017. Além da capacitação de leigos, Emmel também capacitou os ministros do Núcleo Jaraguá.

Com saudades lembramo-nos da nossa querida esposa, mãe, sogra, irmã, avó e bisavó AGNES MATIAS (74 anos) que Deus chamou para a eternidade no dia 11/09/2016, deixando enlutado o esposo Aurino, quatro filhos: Renê, Ruth, Dirce e Renato, 1 genro, 2 noras, 9 netos, 6 bisnetos e duas irmãs. Agnes, nascida Kissmann, no dia 02/04/1942, era natural de Pomerode. Agradecemos a todos que prestaram seu carinho e orações. Em especial, ao P. Renato Becker pela reflexão e palavras de consolo. Em 1 Coríntios 15.20 lemos: “Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados”.

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O ambiente gostoso da família vai criar condições que estimulam para uma vivência prazerosa também fora dela, além de seus muros. Funciona como laboratório social, onde se vivencia o que nela se aprendeu. A família está para a sociedade como a sala de aula para a vida. É na família que se tecem as teias para o relacionamento interpessoal; é o lugar onde se toma consciência da diversidade e se aprende a viver e conviver de forma harmoniosa, responsável, amistosa e solidária em relação a si mesmo e aos ouros. Conhecer melhor a si mesmo para melhor saber lidar consigo mesmo, por exemplo, aprender controlar sua natural agressividade. Aprender a controlar a força, a energia motivadora, ou seja, a agressividade, para que não se transforme em atitudes de agressão. Frequentes são os noticiários dando conta que, por força de uma ultrapassagem “forçada” no trânsito, a natural agressividade se transformou em atitudes agressivas, mediante xingamentos e palavrões e, às vezes até em “palavras” cuspidas por um cano de revólver. A agressividade não devidamente controlada é causa de muitas atitudes vingativas, cujo resultado às vezes compromete o sadio cultivo de amizades, como também pode provocar sequelas para o resto da vida. No íntimo de todos nós ruge o leão da agressividade, que só uma força consegue controlar, a saber, o processo educativo ensinado pelo Mestre de todos os mestres, ao dizer: não te vingues, não devolvas o mal com o mal porque, além de não modificar o relacionamento, prejudica a ambos, mas, ao contrário, “ se alguém te dá um tapa num lado do rosto, volta-lhe também o outro lado, ou seja, paga o mal com o bem; essa atitude, sim, pode produzir mudanças para melhor.


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Formação

JOGOS DA JE anima jovens no Sínodo Vale do Itajaí

REFORMA HOJE

FLT realiza quinto simpósio de Lutero

A

Faculdade Luterana de Teologia-FLT de São Bento do Sul/SC, juntamente com a Faculdade de Teologia da Universidade Friedrich-Schiller de Jena-Alemanha, promovem pela quinta vez o Simpósio Internacional de Lutero. Estudantes da FLT e ministros e ministras de três sínodos da IECLB foram desafiados a refletir sobre Reforma e Confessionalidade e suas implicações para a vida de fé e para a missão da igreja. Temas como a relação entre justificação e predestinação nos escritos confessionais luteranos, a cristologia de Lutero e o diálogo crítico com as cristologias da atualidade, o auxílio de Lutero no testemunho cristológico do cristão e da igreja, a declaração teológica de Barmen e sua relevância para os luteranos, a possibilidade de uma

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Prof. Claus Schwambach em palestra durante o simpósio.

leitura missiológica da Confissão de Augsburgo, bem como os 500 anos de confissão luterana em perspectiva católica romana foram debatidos. O Simpósio contou com a presença dos professores Dr. Notger Slenczka, da Universidade Humbol-

dt de Berlim, Alemanha, Dr. Mult. Nikolaus Knoepfler (Universidade Friedrich-Schiller), P. em. Albrecht Baeske (São Leopoldo/RS), Dr. Clóvis Prunzel (ULBRA, Canoas/ RS), Dr. Euler Westphal e Dr. Claus Schwambach (FLT)

Também houve palestras abertas ao público das comunidades. Na primeira noite, Schwambach apresentou o tema “Da ordem política e do governo civil” (O artigo 16 da Confissão de Augsburgo e o cenário político brasileiro da atualidade). Na segunda noite Slenczka falou sobre “A relevância das confissões do séc. 16 para a atualidade”, sobre as implicações práticas da justificação. As três edições do simpósio deste ano ocorreram no contexto de atualizações teológicas para ministros/as da IECLB. A primeira de 5 a 6 de setembro em Cascavel/PR, de 8 a 9 de setembro em Campinas/ SP e de 12 a 13 de setembro para os ministros/as do Norte Catarinense, estudantes de Teologia da FLT e visitantes de outros sínodos da região e de outras igrejas na sede da FLT, em São Bento do Sul/SC.

JUVENTUDE

INTERCÂMBIO

Brusque sedia jogos olímpicos da JE do Vale

Pomerode acolhe jovem intercambista da Suécia DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Nos dias 17 e 18 de setembro, a Juventude Evangélica do Sínodo Vale do Itajaí realizou a segunda etapa da quarta edição dos Jogos Olímpicos de Jovens, no Colégio Cônsul Carlos Renaux e na Paróquia Bom Pastor em Brusque/SC. A JE de Brusque foi a campeã-geral do torneio pela segunda vez consecutiva, seguida dos grupos da Itoupava Central e Itoupava Seca, ambas de Blumenau/ SC. “Esta é a primeira vez que duas olimpíadas acontecem em dois anos seguidos. Nossa ideia é poder ofere-

cer esta oportunidade todos os anos”, afirma o coordenador da JE Sinodal, Guilherme Ripp. Nesta edição foram disputadas diversas modalidades. Volei, Revezamento 4x100, Handebol e Futsal entre as opções coletivas. As modalidades individuais ou em duplas foram Tênis de Mesa, Xadrez, Canastra, Truco, Dominó, Fifa (Play), Salto em Distância, 2 quilômetros, 1 quilômetro e 70 metros. A primeira etapa aconteceu no dia 22 de maio, na Escola Barão do Rio Branco, em Blumenau/SC.

Fios e Cabos com preço de fábrica

Mania Bengtsson (20 anos) está no Brasil desde o dia 8 de setembro juntamente com outras três jovens suecas para o programa de intercâmbio da igreja luterana da Suécia com a IECLB. Permanecem por aqui até o dia 30 de novembro. Durante este tempo acontecem seminários, viagens e inserções em comunidades. Mania é da pequena cidade sueca de Lidköping. “Ano passado me formei no ensino médio, estudei ciências naturais e agora estou trabalhando com pessoas idosas, ajudando em suas necessidades básicas”, diz Mania. “É legal cuidar de pessoas idosas, mas no futuro quero trabalhar com algo mais. Eu pensei em estudar para ser médica ou policial, ou em começar a trabalhar na igreja”, completa. Mania passou pela Paróquia Cristo Salvador de Curitiba, desde o dia 11 de setembro e visitou o Rio de Janeiro. Desde o dia 20 de outubro está na Paróquia São Lucas de Pomerode/SC, onde permanece até o dia 26 de novembro. Nesse perío-

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Reforma 500 P. Dr. MAURO BATISTA DE SOUZA é Secretário de Ação Comunitária da IECLB

Nos vemos em Brusque A Paróquia de Brusque receberá, novamente, o Concílio da IECLB. O encontro será nos dias 19 a 23 de outubro e deve reunir as principais lideranças da nossa igreja. Órgão decisório mais elevado da igreja, o Concílio acontece regularmente a cada dois anos. São cerca de cem pessoas delegadas cujas decisões apontam as grandes linhas eclesiológicas, missiológicas e administrativas da igreja. Este será o Concílio “da virada”. Fechará um ciclo e dará início a outro. O Concílio acontece em um momento delicado na história. Ondas gigantescas de violência, repressão, opressão e recessão assolam o povo brasileiro. A cultura é de ódio. O futuro é incerto. Os direitos conquistados estão em jogo. Ao povo, pão e circo. Volta-se a modelos de dependência internacional. Amplia-se a distância entre ricos e pobres. Os alimentos são envenenados, o leite das crianças é adulterado, pessoas sem-teto que dormem nas ruas são chutadas, propina é cobrada para tudo. Como seres humanos nunca havíamos alcançado lugar tão baixo na evolução.

Para o XXX Concílio Diante dessa realidade, o XXX Concílio da IECLB terá por tema “Por uma Comunidade Missional: Agora são Outros 500”. Uma comunidade missional é aquela que vive a missão de Deus diariamente. É uma comunhão de pessoas vocacionadas por Deus para “viver de forma encarnada o Evangelho de Jesus Cristo”. Mania estará em Pomerode.

do conhece a cidade e acompanha os trabalhos das comunidades da paróquia. “Sempre fui ativa nas diferentes atividades da igreja. Agora sou líder do grupo de confirmandos na minha comunidade”, relata. Desejamos que Deus abençoe esta oportunidade de troca de experiências culturais, de testemunho de fé e serviço. “Välkommen Mania!”

A comunidade missional não se conforma com o sofrimento. Por isso, se coloca a serviço para que as pessoas tenham vida plena, digna, abundante. Ser comunidade missional, participar da missão de Deus implica tomar um lado, o lado de Jesus. Em uma época tão difícil, em que assistimos ao fortalecimento de tantas faces do mal, a IECLB tem em suas mãos a chance de, assim como o fez em épocas passadas, fincar a cruz no chão e dizer “Jesus Cristo é Rei e Senhor”, com tudo o que isso implica. DIVULGAÇÃO O CAMINHO

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10 O Caminho

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

PARÓQUIA DE JOINVILLE celebra 75 anos do templo

História CONVITE PARA O JUBILEU DE PRATA

Centro de Literatura Evangelística completa 25 anos de sede própria

E

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

P. RONI ROBERTO BALZ / Blumenau

m 30 de novembro de 1991 o pastor regional Meinrad Piske, da antiga 2a Região Eclesiástica, inaugurou a sede do Centro de Literatura Evangelística da IECLB em Blumenau/SC. O projeto de missão com literatura evangelística foi criado pelo Conselho Diretor da IECLB em 1987. Em 1989 foi aprovada a construção da sede em Blumenau, com apoio financeiro da Igreja Evangélica Luterana na Baviera (Alemanha). Em 31 de outubro 1991 a Livraria Martin Luther abriu para atendimento ao público e a inauguração do complexo foi em 30 de novembro. Em 2007 a Secretaria Geral da IECLB transferiu a responsabilida-

A sede do Centro de Literatura Evangelística foi inaugurado em 1991.

de de elaboração e distribuição de folhetos para a Comunhão Martim Lutero, como parceira da igreja na obra missionária. Anualmente a Secretaria Geral, alguns sínodos, paróquias, comunidades e pessoas físicas destinam ofertas para a

promoção da missão de Deus por meio da palavra escrita distribuída em folhetos no país e no exterior. O complexo está hoje sob a direção do pastor Roni Roberto Balz. Diante desta bonita história de testemunho e compromisso cris-

tão, a Comunhão Martim Lutero convida para o Culto Jubilar de 25 anos deste precioso ministério, a ser realizado no dia 30 de novembro de 2016, às 19h30min na Igreja Martin Luther da Paróquia Itoupava Seca, à Rua Coronel Feddersen 106, em Blumenau/ SC, com confraternização após o culto. Jesus Cristo nos fala: “Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês.” Mateus 28.19-20a. Contato com a Literatura Evangelística pelo telefone 47/3337.1110 e por e-mail: folhetos@ centrodeliteratura-ieclb.com.br.

JUBILEU EM JOINVILLE

BÍBLIA

Paróquia Cristo Bom Pastor celebra 75 anos de seu templo

SBB trabalha na revisão da Bíblia Almeida

FOTO MAX SCHWOELK

Um almoço de confraternização marcou as celebrações dos 75 anos. CRISTINA KÜHL/Joinville

A Paróquia Cristo Bom Pastor realizou culto de ação de graças pelos 75 anos de inauguração do seu templo, no domingo 18 de setembro. Além de expressivo número de membros, estiveram presentes ao culto autoridades eclesiásticas e civis. A liturgia foi conduzida pelo ministro local, pastor Jerry Fischer, sendo auxiliado pelo pastor Leandro Hofstätter, pela diácona Ângela Lenke e pelo padre Sildo César da Costa, pároco do Santuário Sagrado Coração de Jesus (ICAR). Vários pastores que já atuaram na comunidade e ex-presidentes que lideraram diretorias passadas, também estiveram presentes e receberam homenagem para expressar gratidão pelos dons dedicados no serviço ao Senhor da Igreja na Paróquia Cristo Bom Pastor. Na pregação, o pastor Jerry Fischer falou sobre 2 Crônicas 7.1-3, passagem que está no contexto de inauguração do Templo de Salo5540

mão. Fischer apontou para o fato de que a glória de Deus em nossos templos cristãos não precisa mais ser buscada em acontecimentos extraordinários, pois a mesma glória divina que era testemunhada no Templo de Jerusalém está revelada na cruz de Jesus Cristo. Em sua mensagem o ministro apontou para o fato de que os nossos templos, independente da denominação à qual pertencem, precisam ser um lugar de chegada e de partida; de “chegada” para todos os que buscam a comunhão com Deus e com seus semelhantes, que buscam o perdão, a cura de suas dores e feridas. Mas também de “partida”, para que a partir da mensagem do evangelho anunciada nos templos cristãos as pessoas sejam transformadas e se tornem anunciadores do amor de Deus no seu dia a dia. Após o culto, todos puderam ainda confraternizar em um maravilhoso almoço preparado com muito carinho pela competente equipe D’Marcos Buffet.

A tradução mais usada da Bíblia no Brasil é a Almeida Revista e Atualizada (RA). Publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), a versão atravessou 60 anos sem passar por uma revisão mais profunda. As Sociedades Bíblicas Unidas (SBU) recomendam que isso seja feito a cada 25 anos. Agora, com a colaboração das igrejas, esta revisão está em andamento como Nova Almeida Atualizada. O primeiro fruto desse trabalho é a edição do Novo Testamento, Salmos e Provérbios. A expectativa é que a revisão de toda a Bíblia termine em 2018, nos70 anos da SBB. Os parâmetros da revisão foram definidos em conjunto entre especialistas da SBB e representantes de diferentes denominações. “As principais melhorias estão sendo feitas com o objetivo de tornar o texto mais compreensível, sem perder a essência desta tradu-

ção”, explica Vilson Scholz, consultor de Tradução da SBB. A RA diferencia-se pela fidelidade aos textos originais, linguagem atualizada sem abrir mão do vocabulário e sintaxe eruditos, riqueza de estilos literários, além de legibilidade e sonoridade. Todos esses predicados continuam presentes na Nova Almeida Atualizada. Entre as melhorias, estão a redução da extensão das frases (mais pontos e menos pontos e vírgula). Os termos da frase foram colocados na ordem natural do Português (sujeito antes do verbo). Construções complicadas e de pouco uso, como as mesóclises (dir-lhes-ei), foram refeitas. Palavras difíceis, como “irrisão” e “prevaricar”, foram simplificadas. A mudança que mais deverá chamar a atenção, inicialmente, é a passagem do “tu” e “vós” para “você” e “vocês”, com exceção das orações ou palavras dirigidas a Deus, em que se preserva o “tu”.

Galo Verde RODRIGO BORTOLI, Técnico do SENAI em Blumenau/SC

Tratamento de esgoto Toda vez que aperta a descarga ou lava algo, você produz esgoto. Há pelo menos três razões para não jogar o esgoto no ambiente: 1. Tem mau cheiro; 2. Contém bactérias nocivas e se torna um risco à saúde; 3. Contém sólidos suspensos e produtos químicos que afetam o ambiente. O esgoto contém nitrogênio e fósforo que favorecem o crescimento de algas, que pode impedir a penetração da luz do sol e sujar a água. Também contém material orgânico que as bactérias decompõem, consumindo o oxigênio da água, matando os peixes. O material suspenso deixa as águas escuras. O crescimento das algas, a redução do oxigênio e a escuridão destroem a capacidade de um rio ou lago de manter a subsistência de animais. Peixes, rãs e outras formas de vida morrem rapidamente.

A saúde humana Em 2011 foram internadas por diarreia 396.048 pessoas no Brasil. Destas, 138.447 eram crianças menores de 5 anos (35% do total). Nas 100 maiores cidades do país, 54.339 pessoas foram internadas por diarreia; 28.594 delas eram crianças (53% do total). Em 2011 os gastos do SUS com internações por diarreia no país foram de R$ 140 milhões. Nas 100 maiores cidades, este gasto foi de R$ 23 milhões (16,4% do total).

Impactos à sociedade Por ano, 217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados à falta de saneamento. A cada afastamento perdem-se 17 horas de trabalho. A R$ 5,70 por hora, os custos chegam a R$ 238 milhões por ano. Com o acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e de 65% na mortalidade. Cada 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além dos permanentes quando o sistema entra em operação. Com um investimento de R$ 11 bilhões, calcula-se que sejam gerados 550 mil novos empregos. Se os investimentos em saneamento continuarem no mesmo ritmo, somente em 2122 toda a população brasileira terá acesso a esse serviço básico.


O Caminho 11

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

MIGRAÇÃO é tema de debate da Diaconia em Joinville

Liderança NOSSO CORPO

REFUGIADOS

Retiro promove celebração, encontro e desintoxicação

Sínodo Norte Catarinense realiza oficina sobre migração em parceria com a Diaconia

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Diác. NÃDIA DAL CASTEL DE OLIVEIRA Diác. ANGELA LENKE / Joinville

Grupo que participou do retiro coordenado por Marlene Zizemer Gaede. Pa. CRISTINA SCHERER/São Francisco do Sul

Há experiências que nos marcam e motivam para um novo rumo na vida. Uma destas experiências 17 pessoas tiveram reunidas em Rodeio 12 para o retiro de jejum, desintoxicação, encontro e celebração que aconteceu entre os dias 13 a 17 de setembro, com a assessoria da terapeuta Marlene Zizemer Gaede sob a organização do Departamento de Diaconia do Sínodo Norte Catarinense. As experiências com o cuidado da saúde, a desintoxicação do organismo e aprendizado de técnicas de limpeza do corpo como um todo nos marcaram profundamente e motivaram para o descanso, busca por alimentação de qualidade, encontro conosco, com Deus e com pessoas vindas de diversos lugares e igrejas.

Sempre é importante parar e avaliar nossa vida, nossos hábitos alimentares e o ritmo da rotina de vida e trabalho, nossa relação com Deus e com o próximo. O Retiro de Jejum e Desintoxicação é um desses momentos únicos onde paramos, refletimos, reavalimos e tomamos decisões que promovem a saúde, a valorização da vida e da comunhão. Agradecemos a Marlene por partilhar seus saberes sobre o cuidado com nossa saúde e a todas as pessoas que se dispuseram a participar. Motivamos quem deseja cuidar de sua saúde física, espiritual e emocional para participar no próximo Retiro em 2017, no mesmo local, entre os dias 28/08 a 01/09. Agradecemos a Deus por esta bela oportunidade de jejum, desintoxicação, encontro e celebração.

Você já parou para pensar qual sua origem? Quais são seus descendentes? De onde eles vieram? Ao pensar um pouco sobre isso, logo nos (re)descobriremos migrantes. A história de nossos pais, avós ou bisavós revela momentos de migração. Momentos de saída de um lugar e chegada noutro. Quantas pessoas saíram da Alemanha e vieram para cá, no Brasil? Quantos de nós já ouvimos de familiares as dificuldades e desafios de chegar num país sem lenço, sem documento? Vários textos bíblicos falam da questão da migração. A história do Antigo Testamento nos lembra que somos povo migrante. Povo sofrido pela escravidão, pela opressão e pela total falta de direitos nas terras do Egito. E Deus vê tudo isso. Ouve seu povo. Inclina-se e age, libertando-nos (Ex 3.7-9). E a cada momento, durante todo Antigo Testamento, Deus lembra seu povo do que Ele fez. E que o agir do povo não pode se tornar insensível à dor, à opressão. Em diversas passagens, Deus orienta o povo a manter os olhares e cuidados para a pessoa imigrante, para o estrangeiro – “Respeitem os direitos dos órfãos e dos estrangeiros que moram nas cidades de vocês. Lembrem que vocês foram escravos no Egito, e que o Senhor, nosso Deus, os tirou dali” (Dt 24.17s). No Novo Testamento, um texto forte de Jesus diz “pois eu estava com fome e me deste de comer, es-

Nahum Saint Julie analisou a conjuntura política do Haiti e do Brasil.

tava com sede e me deste de beber, era estrangeiro e me recebeste em sua casa” (Mt 25.35-36). Não há justificação para a indiferença ou a exclusão. Para o Evangelho, a mão que estendemos à outra pessoa é a mão que estendemos a Cristo. Nos dias 19 e 20 de setembro, na Paróquia dos Apóstolos em Joinville/ SC ocorreu a oficina “Pessoas Imigrantes e Refugiadas”, com o apoio do Sínodo Norte Catarinense e sob a coordenação da Fundação Luterana de Diaconia. Estavam presentes o Conselho dos Direitos Humanos, pastorais católicas e departamentos da Igreja Luterana, pessoas de diferentes grupos paroquiais, de igrejas e também imigrantes. A diácona Angela Lenke conduziu a abertura com devocional, refletindo sobre Marcos 7.24ss, que trata do encontro de Jesus com uma mulher estrangeira. Ao longo da his-

TERMINOLOGIA NA IGREJA

Pastor Guilherme explica termos usados na igreja O atual diretor da Associação Cultural Centro de Eventos Rodeio 12, pastor Guilherme Lieven, já atuou como pastor sinodal do Sínodo Sudeste entre os anos de 2007 e 2014. Em entrevista ao jornal O Caminho, Lieven explica o uso de alguns termos e títulos, como o de “ministro/a” para denominar quem exerce o Ministério com Ordenação na IECLB. “Até o Concílio de 2010 em Foz do Iguaçu/PR usava-se “obreiro/a” para designar pastores/as diáconos/ as e catequistas. Com a adaptação do Estatuto dos Ministérios com Ordenação, naquele Concílio foi aprovada a terminologia “ministro” e “ministra” para referir-se a quem exerce ministérios específicos com ordenação na IECLB: catequético,

diaconal, missionário e pastoral”, explica o pastor Guilherme. Na entrevista a seguir, outras informações sobre o tema. Quais foram as influências para aprovar a nova terminologia? GL: No contexto do sudeste, norte e nordeste do Brasil, a palavra “obreiro”, usada para dirigir-se a pastores/as, catequistas, diáconos e missionários, não era reconhecida. Na região, a palavra está associada a obras da construção civil. Também havia consenso naquelas regiões de que obreiro é ajudante em eventos da “Igreja Universal”. Pesou para esta mudança o fato de a Receita Federal e o INSS usarem a terminologia “ministro religioso” para designar os que exercem ati-

vidade religiosa formalmente ou em tempo integral. Tal troca não fere a teologia luterana, porque o conceito “ministro” designa aquele que serve. O título conflita com a Bíblia? GL: Na Bíblia, a palavra comum para ministro é mesharet (Hebraico), que designa as tarefas dos sacerdotes do Templo. E do grego hupêretas, que significa literalmente “remador”, um subordinado sob a direção de um superior. Por isso na IECLB os ministros e as ministras são aqueles servem a Cristo e à sua igreja. Creio que a decisão do Concílio foi acertada. Eu me sinto bem quando me chamam de pastor, ministro com ordenação para servir a Jesus Cristo e à igreja.

Qual a sua opinião sobre o uso de Martim Lutero e não Martin Luther ou Martinho Lutero, quando nos referimos ao reformador? GL: É legítimo na Língua Portuguesa adaptar os nomes próprios, também os nomes dos países do mundo. Na IECLB foi convencionado escrever o nome do reformador como “Martim Lutero”. Essa decisão foi tomada, após um caloroso debate no Concílio de 1968, realizado em Santo Amaro/SP, que aprovou a Constituição da IECLB. Foi uma decisão necessária, para unificar a linguagem. A partir de então, aplicada em publicações, documentos da igreja, hinários, livros e na comunicação oral.

tória pessoas foram excluídas, apesar da lei social de amparar o estrangeiro, ajudar as pessoas em necessidade, fazer justiça pelo que sofre. Percebemos a coragem dessa mulher e sua inteligência ao conversar com Jesus. Quantas vezes ser imigrante é sinônimo de incapacidade? Quantas são as pessoas que vivem das migalhas que caem da mesa? O texto nos desafia ao diálogo de igual para igual. Imaginemos a cena: pessoas ao redor da mesa, comendo, bebendo e decidindo sobre as que estão debaixo da mesa e comendo as sobras. O texto revela que não é certo que alguns vivam de migalhas e que não tenham o direito de também sentar à mesa e participar da conversa. O diálogo é importantíssimo quando falamos em transformação e é algo que aparece na metodologia de Jesus. Que o assunto migração não nos seja indiferente!

Povos da Terra Direitos indígenas Dos dias 27 a 30 de setembro em Ji-Paraná/RO, aconteceu um seminário para mais de 50 lideranças indígenas de 28 povos de Rondônia, Sul do Amazonas e Noroeste de Mato Grosso. Os participantes analisaram a correlação existente entre as propostas legislativas que tramitam no Congresso Nacional, que lesam seus direitos com a invasão das Terras Indígenas nessa região por madeireiros, loteamentos e venda de lotes dentro dessas áreas. Para os indígenas foi um orgulho e um motivo de elevação de autoestima ter um indígena advogado assessorando-os nesses temas. 5541


12 O Caminho

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Diaconia

VISITAÇÃO cria pauta para encontro de capelães

MISSÃO

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Diaconia Transformadora PDs e famílias têm em encontro nacional encontro no Vale O I Encontro Nacional da Rede de Diaconia, que aconteceu nos dias 26 a 28 de setembro em Curitiba (PR), reunindo 58 pessoas, representantes de 48 instituições diaconais de toda a IECLB debateu o tema Diaconia Transformadora. O encontro foi promovido pela Fundação Luterana de Diaconia-FLD. Os três dias do encontro foram acompanhados de um olhar e reflexão sobre a cultura de ódio e intolerância que permeia nosso contexto atual, e sobre os desafios pessoais, institucionais e eclesiais que se apresentam nos processos de resistência e fortalecimento da democracia e da conquista de direitos. Essa é a primeira vez que as quatro articulações regionais que compõem a Rede encontraram-se para

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

O encontro em Rodeio 12 reuniu 43 pessoas e teve palestra do pastor sinodal Breno Willrich.

Rede de Diaconia reunida em Curitiba para compartilhar. P. FERNANDO WÖHL/Blumenau

trabalhar juntas e compartilhar experiências. Os temas discutidos no encontro incluiram Identidade Diaconal, Liberdade de Crença e Instituições Diaconais. A Rede de Diaconia é uma proposta para articulação de instituições diaconais da IECLB, com foco no fortalecimento da atuação, formação, incidência pública e sustentabilidade. É coordenada pela FLD, em parceria com a IECLB, e

conta com apoio da Federação Luterana Mundial e de Pão para o Mundo. Reafirmando a importância da articulação da Rede de Daconia como estratégia de fortalecimento, democratização, reordenamento e transformação da atuação das organizações diaconais, foi aprovada uma proposta de capacitação continuada para a rede e a ampliação da representatividade do Grupo Gestor Nacional

Capelania hospitalar reflete sobre o ministério da visitação Diác. ANGELA LENKE/Joinville

No dia 13 de setembro aconteceu o II Encontro Luterano do Ministério da Visitação no Centro de Eventos Rodeio 12. O evento foi organizado pela equipe da capelania hospitalar dos sínodos Norte Catarinense e Vale do Itajaí: Pa Mayke Kegel, Diác. Valmi Becker, P. Ivanildo Laube, Pa Mirian Ratz, Pa Cristiane Plautz, P. Valmor Weingartner e a Diác. Angela Lenke. A pastora Mayke Kegel falou sobre “Onde está Deus?”. “Deus está onde sempre esteve: perto de nós”, concluiu. E ele está presente e compreende nossa

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DIVULGAÇÃO O CAMINHO

dor. Ele está perto e nunca se afasta totalmente de nós. Ele nos ama apesar de, muitas vezes, não percebermos seu amor e sua presença. Mayke recebeu uma alba

e duas estolas do grupo. Ela sempre queria uma vestimenta litúrgica mais adequada para o exercício do ministério no Hospital Dona Helena. DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Participantes do segundo encontro sobre visitação.

O Seminário Sinodal das Pessoas com Deficiência-PD e seus familiares aconteceu em Rodeio 12 no dia 18 de setembro com 43 pessoas. Assessor do dia foi o pastor sinodal Breno Carlos Willrich, que falou sobre “Você é a imagem de Deus”. Por todos sermos imagem e semelhança de Deus, ninguém deve permitir que seja humilhado ou sentir-se inferior ao outro. Somos a princípio todos iguais e todos diferentes, únicos. Breno motivou para que as PD ocupem seu espaço e destacou que as demais pessoas

também precisam se comunicar, ouvir as PD, saber das suas necessidades e possibilidades. “Por vezes pessoas tem limitações em alguns aspectos, mas podem agir e interagir em outras situações”, disse o pastor Breno, ilustrando com vários exemplos. O pastor Breno afirmou que nesses dois anos em que enfrenta a realidade da defi­ ciência aprendeu tanto ou mais do que nos seus cinquenta anos de vida. E motivou a sermos felizes e buscarmos a felicidade em todas as situações mesmo que haja limitações. “Sou amado por ser filho de Deus. Sou livre para cuidar”.

Na parte da tarde houve integração, dinâmicas e brincadeiras coordenadas pelas personagens “Patati e Patata” que, com trajes de palhaços, animaram a turma e envolveram a todos. Todos saíram muito satisfeitos e animados. Nossos agradecimentos a toda a equipe que coordenou os trabalhos. Ao P. Breno pela maneira como falou “de coração ao coração”. Também um agradecimento especial a estudante de Teologia Larissa Giebien, que mesmo com deficiência da visão aninou a todos com as belas músicas tocadas no piano.

Encontro em Joinville reúne familiares e PDs do Sínodo Norte Catarinense DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Diác. Em. VALMI BECKER/Blumenau

O Encontro Sinodal com Mães, Pais, Filhas e Filhos com Deficiência do Sínodo Norte Catarinense aconteceu no dia 18 de setembro, na Paróquia Cristo Redentor, em Joinville (SC), promovido pelo Departamento de Diaconia do Sínodo Norte Catarinense - SNC. O tema foi “Conviver e Partilhar a Vida”. Houve celebração, canto, oração, troca de experiências, jogos e partilhar alegrias e dificuldades. Além disso,

foram plantadas mudinhas de alface em garrafas pet, motivando para cultivar verduras e temperos sem agrotóxico, num cantinho da sacada ou no pátio de casa. Cada participante levou sua mudinha de alface. A catequista Mariane contou a história dos vasos de barro. Depois, muitos pedaços de argila foram colocados sobre a mesa e as pessoas foram convidadas a criar um vaso ou outro utensílio qualquer. Foi bonito de ver a ajuda solidária

que acontecia entre as pessoas. Nem todas tinham a habilidade de confeccionar um vaso. Enquanto eu observava as atitudes daquelas famílias, lembrei-me de João 15.12 onde Jesus diz: “O meu mandamento é este: amem uns aos outros como eu amo vocês.” A Diácona Ângela conduziu a celebração de encerramento do dia em que vivenciamos aquela partilha e aquele bom convívio. Despedimo-nos com um gostoso café.


O Caminho 13

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Fé e Vida

CULTO DA INCLUSÃO realizado há 21 anos na Itoupava Baixa

BRASIL

Viva a República! E eu com isso? Pa. BÁRBARA KUGEL/Jaraguá do Sul

V

ivemos os respingos de uma história que aconteceu com nossos antepassados ao chegarem ao Brasil com a proibição de ser igreja. Mas, com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, essa história mudou. A Proclamação foi o ato de anunciar publicamente que a monarquia, com o Imperador Dom Pedro II, tinha sido substituída pela república presidencial. Essa ação mudou a vida de evangélicos que viviam num período em que a Igreja Católica era a religião oficial no Brasil. Com a abolição da escravidão em 1888, a substituição da mão de obra escrava pela europeia aumentou a migração e gerou ao império problemas com os grandes produtores rurais, como também

surgiram diferentes conflitos com a Igreja Católica. Dessa forma, com a Proclamação da República, ocorreu a separação entre Igreja e Estado. A Igreja Católica deixou de ser a religião oficial e os protestantes brasileiros alcançaram a tão esperada liberdade religiosa, como a valorização das pequenas propriedades familiares. Antes de 1889 era proibido ter igreja, prédios com cruz, torre e sino. Por isso, da criação de escolas e prédios comunitários em que os evangélicos luteranos criaram sua forma e jeito de se reunir em culto para viver a fé. As reuniões públicas precisavam ser feitas em português. Os casamentos entre católicos e luteranos só podiam ser celebrados na Igreja Católica e os filhos deveriam ser católicos. Os cemitérios públicos eram da Igreja Católica onde os luteranos não podiam ser enterrados. A implica-

ção é que hoje existem espalhados inúmeros cemitérios evangélicos e municipais. Depois de 1889 a vida dos luteranos começou a melhorar, mas ainda existiu perseguição por muitos anos. As reuniões começaram a ganhar cara de igrejas, as famílias começaram a viver sua fé e houve um grande incentivo do governo alemão em criar no Brasil uma preservação do caráter germânico dos alemães em terras brasileiras com a igreja incluída nesses planos. Com a liberação dos cultos, os grupos familiares foram se reconhecendo e fortaleceu o processo de unificação da igreja luterana nos diferentes lugares do Brasil. Hoje, 127 anos após a Proclamação da República, o Brasil ainda vive com problemas governamentais e a IECLB experimenta nas comunidades as implicações de uma fé simples e pura que teve

que ser escondida e não vivida publicamente por tantos anos. Ainda sentimos na pele a separação dos amores proibidos, como dos túmulos separados e do viver igreja – corpo de Cristo onde Deus nos colocou, continuamos sendo tímidos e nos “escondendo”. Por outro lado, superamos a perseguição, estamos a anos mostrando quem nós somos e hoje constituímos uma das igrejas mais importantes no e para o Brasil. Ser luterano é viver a dificuldade e criar novos caminhos se os que estavam sendo trilhados deixaram de existir, isso podemos ver com as lindas e diferentes histórias de nossas comunidades. Sabemos que as dificuldades continuarão e que sempre precisaremos criar, descobrir novos caminhos para viver o ser igreja luterana onde Deus nos colocou. Que venham os novos passos dessa caminhada.

PESSOA COM DEFICIÊNCIA

DIACONIA E ECOLOGIA

Culto em Blumenau-Itoupava Baixa celebra a inclusão

Comunidade de Joinville realiza capacitação ambiental

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

As pessoas com deficiência receberam um presente no culto.

O Grupo de Pessoas com Deficiência-PD existe há 21 anos na Comunidade Itoupava Baixa, Paróquia Bom Pastor Fidelis em Blumenau/SC. No dia 28 de agosto, foi celebrado mais um culto de assistência e inclusão das pessoas com deficiência na comunidade. O culto foi celebrado pelo pastor Norival Mueller, novo pároco da comunidade. No decorrer do culto foram lidos os textos bíblicos do Salmo 112 e Lucas 14.1-14. O Coral Vozes em Louvor, da Comunidade Itoupava Baixa, bem como o grupo e metais Acordes da Fé também participaram, brindando os presentes com seus belos hinos e acordes. O culto foi especialmente marcado pela presença de 24 pessoas com deficiência e seus familiares, a coordenadora do Sínodo Vale do Itajaí Rúbia Laffin e sua vice,

Zuleica Porto. Um total de 230 pessoas participaram do culto especial, durante o qual as pessoas com deficiência receberam um presente. Após o culto todos se dirigiram para a casa da comunidade, onde foi servido um delicioso almoço. A coordenação Elfrieda Adam, Ruth Stein, Sani Cristina Medeiros Stein e Clovis Stein, agradecem aos voluntários de uma forma especial as Senhoras da OASE e da diretoria e ao pastor Norival pelo apoio e dons colocados em prol deste ministério.

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Motivados pelo Tema do Ano “Pela Graça de Deus, Livres para Cuidar” e o sub-tema “A Natureza não está à Venda”, nos dias 27 de agosto e 10 de setembro o Departamento de Diaconia da Comunidade Evangélica de Joinville-CEJ ofereceu a todas Jovens traçando metas ambientais no encontro. as paróquias uma capacitação na área da ecologia. A sobrevivência humana e animal capacitação teve assessoria da ONG sobre a Terra. “A Rocha”, que trabalha ecologia A Igreja Cristã confessa um Deus a partir da bíblia e tem o apoio de que criou tudo o que existe e colovárias igrejas cristãs e instituições cou as pessoas para cuidarem e não como a Missão Aliança. dominarem. Como temos cuidado A formação foi trabalhada por da criação de Deus? Pensemos sobre faixa etária e grupos comunitários isso nos grupos e com nossa família. para desenvolver projetos. Cons- Lembremo-nos “Do Senhor é a terra cientizar sobre ecologia significa e a sua plenitude, o mundo e aqueles mudar hábitos alimentares, re- que nele habitam. Porque ele a funpensar o uso da água, a separação dou sobre os mares, e a firmou sobre e destino do lixo e pensar na os rios” (Salmo 24.1s).

R$ 35,00 (51) 3037-2366

Terra Brasilis CLOVIS HORST LINDNER, Diretor de

Redação em Blumenau/SC

Um país católico A Proclamação da República mudou tudo para as igrejas protestantes brasileiras, que viviam numa espécie de gueto religioso durante o período imperial (Cf. Pa. Bárbara Kugel no texto ao lado). No império o Brasil era uma teocracia. Misturava catolicismo e maçonaria. Os dois imperadores aprenderam desde cedo a obedecer à igreja. Leis rígidas contra os hereges (judeus, seitas protestantes e religiões afro) criaram a maior nação católica do mundo. Com um imperador leniente, a nação às moscas e aos bispos tomou o rumo republicano. A hegemonia religiosa caiu ante a novidade do estado laico, um bem-vindo entendimento de que religião não cabe em decisão legal. Alívio para os protestantes, que chegaram em 1824 e passaram poucas e boas no império católico. Toda a primeira geração de imigrantes e várias outras sofreram ao longo de intermináveis 65 anos. Mesmo depois de 1889 era melhor ficar calado no seu canto. Afinal, por aqui a lei nunca valeu muito e sua interpretação pode ser bem criativa e ousada. Mesmo assim, os protestantes experimentaram um século de calma, podendo viver relativa liberdade civil e religiosa.

Refém dos evangélicos Na década de 1980, um novo fenômeno religioso foi mudando as coisas no Brasil. Uma corrente evangélica de origem americana e neopentecostal, sem compromisso com a tradição protestante, foi dando uma mexida inacreditável na história religiosa da república. Em menos de quatro décadas o proselitismo arrebanhou gordas fatias de fiéis católicos e protestantes. Em resumo, o espeto virou. Saíram os cardeais e entraram os bispos evangélicos. Foram-se os maçons e vieram os deputados pastores. A ameaça ao estado laico transformou o Brasil em refém dos neo-evangélicos. Uma bancada evangélica beligerante, fundamentalista, ditatorial e endinheirada pôs católicos e protestantes outra vez no gueto. Agora pode ter torre. Mas não santos nos altares. Quem continua apanhando desde a colônia são as religiões afro, para sempre perseguidas, outrora por católicos e ora por evangélicos. O ecumenismo é nossa única saída. O CONIC e a CNBB agora são trincheiras de uma guerra santa, cujos desdobramentos podem tornar o Brasil numa teocracia de novo, e muito pior do que a primeira. Valei-nos Deus e o ecumenismo nos una! 5543


14 O Caminho

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Em Foco

MALIKOSKI visita país com lideranças da igreja parceira

PARCERIAS

Pastor brasileiro que atua na Alemanha traz grupo ao Brasil

Lutero e Zuínglio

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Jesus, O Amigo das Crianças no Caminho

Em setembro, o pastor da IECLB Alfredo Malikoski, que está atuando no programa de intercâmbio de ministros com a Igreja Evangélica na Baviera, visitou o Brasil. Malikoski veio acompanhado por uma comitiva do Decanato Luterano Sulzbach-Rosenberg e fez várias visitas a projetos na IECLB. A comitiva de Malikoski esteve integrada pela pastora Birgit Schwalbe, além das lideranças Brigitte Lang e Gerda Stollner. Em Porto Alegre conversou com o pastor presidente Nestor Friedrich e um grupo de secretários da Secretaria Geral. O tema que orienta o grupo na visita foi também o tema abordado no diálogo: Reforma e um mundo integrado. Durante sua estadia no Brasil, o grupo visitou o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin), com a participação em um seminário realizado em Santa Rosa/RS, e visita à Reserva Indígena Guarita, em Tenente Portela/RS, à sede do Comin em São Leopoldo/RS, à Trilha da Sapopema na Terra Indígena Xokleng e ao Programa Ambiental Galo Verde, ambos no Sínodo Vale do Itajaí.

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JENS SCHMITZ / 2016

Crianças vivenciando sua fé

DIVULGAÇÃO O CAMINHO

P. Malikoski, Brigitte Lang, Gerda Stollner e a Pa. Birgit Schwalbe.

Malikoski assumiu a paróquia de Schwandorf, na Igreja Evangélica Luterana na Baviera, com a qual a IECLB tem longa parceria de cooperação e intercâmbio. Malikoski está na Baviera há um ano e meio. No domingo 25 de setembro, numa celebração na Comunidade Gustavo Adolfo-Vila Itoupava em Blumenau/SC, aconteceu a entrega das bandeiras evangélico-luteranas para as 32 paróquias do Sínodo Vale do Itajaí. As bandeiras brancas com a cruz roxa são marca

do evangélico-luterano em todo o mundo. Elas lembram a centralidade da palavra da cruz, são símbolo da igreja no mundo e são utilizadas em momentos festivos. Todas as comunidades colocarão as bandeiras durante o Concílio da Igreja, de 19 a 23 de outubro em Brusque/SC. As bandeiras são estendidas do lado de fora da Igreja, em torres e partes altas, visando proclamar ao mundo a identidade de fé. As paróquias foram convidadas a doar o valor das bandeiras para o Comin.

As crianças do Culto Infantil da Comunidade de Castro, impulsionadas pela Parábola do Bom Samaritano, visitaram Sra. Gertrudes Lesnau, orientadora do CI por muitos anos, que ao ser assaltada, sofreu uma queda e teve uma das pernas fraturadas.


O Caminho 15

ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Ecumene

LELUT do Vale do Itaqjaí elege nova coordenação sinodal

MUNDO DIGITAL

Luteranos promovem dia da igreja digital No mundo tecnológico e conectado em que vivemos, a igreja também é convidada a se integrar. Por meio de computadores, smart­phones e conexão com a internet, podemos gerar outras conexões: humanas, profundas e com pessoas de todos os lugares do mundo, representando a diversidade de culturas.

Com isso em mente, no dia 8 de outubro, igrejas luteranas de diversos países reuniram-se com o mesmo propósito de discutir temas relevantes para nosso contexto mundial atual, como: justiça ecológica, migrações, justiça de gênero, trabalho com crianças, ministério jovem.

Essas temáticas foram abordadas de forma bastante dinâmica e diversificada através da música, de estudos bíblicos, painéis de discussão, workshops, cultos e debates por meio de uma conexão com a internet. Pessoas individuais ou em pequenos grupos interagiram on-line, por meio do site churchfestival.

org fazendo perguntas, interagindo e celebrando durante todo o evento virtual. As atividades foram traduzidas para o português, inglês e alemão, simultaneamente. A Comissão Organizadora do Virtual Global Church Festival no Brasil esteve integrada por Martha Regina Maas e Tobias Mathies.

JUBILEU

LELUT

P. em. Heinz Ehlert faz 60 anos de Ordenação

Homens do Vale do Itajaí elegem nova coordenação

No dia 21 de outubro o P. em. Heinz Ehlert completa 60 anos de ordenação ao Ministério Pastoral. Natural de Pomerode/SC, Ehlert completa 87 anos neste mês de novembro e foi ordenado pastor, no dia 21 de outubro de 1956 na mesma igreja onde foi batizado e confirmado. A ordenação foi celebrada pelo então presidente do Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná, Praeses Hermann Stoer. Em 1954 foi incumbido, junto com o pastor Lindolfo Weingärt­ner e Evaldo Metzger, a organizar o primeiro congresso jovem em julho de l955 em Brusque. No congresso em Curitiba (1959) Ehlert foi eleito presidente do trabalho com jovens até 1968. Sua experiência com aulas de ensino religioso o levaram a compor o primeiro Conselho Estadual de Educação em Santa Catarina. Nos anos 1960 foi pastor em Curitiba e integrou a diretoria do Sínodo Evangélico Luterano Unido (SELU). Em Londrina/PR, no Concílio Regional de 1971, Ehlert tornou-se pastor regional da segunda Região Eclesiástica,

No sábado, 24 de setembro, 70 legionários da Legião Evangélica Luterana-Lelut do Sínodo Vale do Itajaí participaram de uma seminário para lideranças dos núcleos. O encontro aconteceu no Colégio Sinodal Dr. Blumenau, em Pomerode/ SC. A palestra ficou a cargo do pastor Carlos Romeu Dege, orientador espiritual da Lelut Nacional, sobre “Qual é a nossa Missão?”. “O trabalho com homens na igreja é muito importante. Devemos sempre buscar novas formas e novas ferramentas para atrair as pessoas para a missão de Deus. A Lelut pode ser considerada como galhos ou folhas de uma árvore, mas o tronco sempre é a Igreja de Jesus Cristo. Os legionários não trabalham para si, mas são um braço para a concretização da missão da Igreja nas comunidades e paróquias”, enfatizou Dege. Durante o seminário, o coordenador sinodal, Hardi Ari Mertz, e o orientador teológico sinodal, pastor Günter Bayerl Padilha, apresentaram o Plano Missionário da Lelut do Vale do Itajaí, elaborado em

exercendo o cargo por oito anos. Findo o mandato, voltou ao serviço pastoral em Curitiba. Participou, da primeira junta diretiva do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), onde foi tesoureiro por dez anos. Além do seu campo de trabalho na IECLB, empenhou-se em atividades locais e regionais da sociedade civil. Foi cofundador e dirigente de órgãos como o CIER e a ASSINTEC (entidades ecumênicas que trabalharam o ensino religioso escolar em Santa Catarina e no Paraná). Também participa das atividades de assistência espiritual hospitalar na Associação Cristã de Assistentes Espirituais Hospitalares do Brasil. Foi responsável pela organização local da 8ª Assembleia Geral da Federação Luterana Mundial, em Curitiba (1990). Ao ser criado o Anuário Evangélico, foi seu diretor por mais de dez anos. Juntamente com sua esposa Elfriede ainda integra o conselho de redação d’O Caminho. Apesar de aposentado desde 1996, ainda dedica muito de seu tempo a tarefas na igreja.

Nossos Hinos Oração da Igreja (HPD 459) O porto mais seguro para nossas vidas é Deus. E a Comunidade de fé. Lá somos fortalecidos para viver esperança. O hino 459 coloca isso em oração. O Autor, pastor Cláudio Kupka (São Leopoldo, 1963), aos 14 anos começou a estudar violão. Enquanto jovem, atuava no culto infantil, na juventude evangélica e em grupos de canto. Durante seu estudo para pastor na Faculdade de Teologia da IECLB foi um dos idealizadores do Instituto de Música, chegando a cursar parcialmente o Curso de Música Sacra. Claudio trabalhou inicialmente como pastor de estudantes em Porto Alegre, durante um período prestou assistência pastoral na Paróquia da Paz em Santo Amaro/ SP e integrou a comissão que selecionou os hinos do “Hinos do Povo de Deus II”. Nesta coleção contribuiu com cinco hinos de sua autoria.

abril e que norteará as atividades dos próximos anos. Prestação de contas e eleições para a nova coordenação sinodal também aconteceram neste momento. A nova coordenação foi eleita e terá com coordenador reeleito, Hardi Ari Mertz, e como vice, Sirio Tribess. Como secretário assume Tarciano Behling e como vice Gilmar Erds. Na tesouraria foi eleito Carlos Roslindo e como vice José Carlos Bracht. O orientador teológico será o pastor Rolf Roeder.

Hoje é pastor da IECLB na Paróquia Matriz em Porto Alegre/ RS; coordena o Departamento do Jornal da Reconciliação da Paróquia Matriz; dirige o Coral Jovem e a Banda Jovem; faz parte do Conselho Sinodal de Música do Sínodo Rio dos Sinos, que organiza o Festival Luterano de Música; faz parte da comissão coordenadora dos festejos dos 500 anos da Reforma Luterana. Kupka coordena o grupo de trabalho do “Novo Hinário da IECLB”. Uma enorme tarefa que em breve trará muitos bons resultados para o canto e música na nossa Igreja. P. NORIVAL MUELLER (com base na pesquisa de Pastor Leonhard Creutzberg, no portal luteranos.com.br)

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ANO XXXII / Nº 11 / NOVEMBRO DE 2016

Especial

A DOR DO LUTO e como lidar com ela a partir da Bíblia

FINADOS

Olho para os montes e pergunto DIVULGAÇÃO O CAMINHO

M

Pa. VERA MARIA IMMICH/Curitiba

uitas vezes os salmos expressam dor, clamam por auxílio e proteção. E eles mesmos já têm a resposta de onde buscar esse auxílio. O Salmo 121.1ss que fala de dor, de dificuldade, de alguém que vê somente em Deus a saída: Olho para os montes e pergunto: “De onde virá o meu socorro?” O meu socorro vem do SENHOR Deus, que fez o céu e a terra. Ele, o seu protetor, está sempre alerta e não deixará que você caia. O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila. O SENHOR guardará você; ele está sempre ao seu lado para protegê-lo. O sol não lhe fará mal de dia, nem a lua, de noite. O SENHOR guardará você de todo perigo; ele protegerá a sua vida. Ele o guardará quando você for e quando voltar, agora e sempre. Salmo dos degraus – Este salmo é conhecido como o salmo dos degraus. Quando o povo ia para Jerusalém o fazia cantando. Jerusalém fica acima do nível do mar e para chegar lá é preciso subir. E todos nós sabemos que subir não é uma tarefa fácil. Agora, subir cantando louvores a Deus? É de tamanha fé, de tamanha esperança que nos deixa perplexos. No entanto, há subidas que gostamos de fazer, quando se referem à ascendência social, profissional ou familiar. Quando somos reconhecidos e bajulados. Quando nos sentimos valorizados.

Os muitos degraus do caminho que os peregrinos fazem para chegar até Jerusalém lembra o salmo dos degraus que o povo fazia cantando.

Porém, a qualquer momento a subida pode ser interrompida bruscamente e nos deparamos com a descida, caracterizada por perdas, tanto materiais quanto de alguém que amamos. As uniões matrimoniais muitas vezes conseguem simbolizar essa subida, ao alcançar objetivos como a estabilidade financeira, a vinda dos filhos, a superação de problemas cotidianos. É uma escalada ascendente na montanha da vida. E quando chega a hora de entregar pessoas caras, de abrir mão do trabalho ou de enfrentar uma grave enfermidade é que muda tudo. É nesta hora que percebemos que subir é apenas uma circunstância momen-

tânea que pode mudar a qualquer momento e não um direito adquirido. Socorro do alto – Mais, a qualquer momento talvez tenhamos que nos deparar com os degraus descendo e não subindo. Para onde olhamos então? Para onde clamamos por socorro? O Salmo nos orienta a buscar aquele que não dorme e nem cochila, por que ele prometeu que protegerá a tua vida e morte não mais terão poder sobre ela, ainda que tenhamos que enfrentar o vale escuro da sombra da morte, ainda assim, ela não tem mais poder sobre a vida. Ele protegerá sempre. Que promessa mais linda! Não acaba na DIVULGAÇÃO O CAMINHO

Nossa subida é interrompida quando temos que nos despedir de alguém que amamos. Deus nos segura. 5546

primeira decepção e frustração. Não acaba nem com a morte. É um Deus alerta, um Deus que vela e acompanha os seus, que lhes segue com olhar atento, enquanto muitas vezes caímos em tentações e armadilhas ou simplesmente somos vítimas das fatalidades da vida. Podemos dizer que a nossa escada também prevê algumas paradas: umas para saborear as vitórias, encher o pulmão de oxigênio e cantar louvores a Deus. Outras para clamar: “Deus! Socorro! Assim não dá para continuar”. Momentos em que a subida é interrompida para uma das tarefas mais difíceis que o ser humano tem: entregar pessoas amadas a Deus. Deixá-las partir. Entregar-se a Deus e buscar seu auxílio. O socorro vem. Deus nos segura na subida da vida. Como bem diz o salmista: “Ele está alerta! O sol não faz mal de dia nem a lua de noite”. Muitas moradas – A caminhada não para. E assim como o povo de Israel subia para Jerusalém, nós também subimos, e a Jerusalém para a qual nos dirigimos é a casa do Pai, que tem muitas moradas preparadas por Cristo por meio de sua morte e ressurreição. Essa casa do Pai é um lugar bom de estar. O salmista nos deixa o desafio. Subir os degraus, a montanha, cantando louvores a Deus. Tarefa difícil para quem tem que enfrentar uma parada onde se perdeu alguém.

Tarefa possível, pois o socorro está perto. Deus está aqui. Finados – Dia de parar e de agradecer pela vida. A nossa vida e daquelas pessoas que já partiram e que foram tão importantes que choramos de saudade e emoção. Que lembramos com carinho e gratidão. Dia de agradecer por Deus estar conosco nesta subida, muitas vezes inglória e dura, mas sempre na presença daquele que não dorme nunca. Que possamos confessar como Dietrich Bonhoeffer confessou: “Creio que Deus pode fazer tudo, até o que é negativo, resultar em algo bom. Para isso necessita de homens e mulheres que permitam e creiam que tudo lhes servirá para o bem. Creio que Deus nos pode dar, em cada situação difícil, a capacidade de resistir. Mas Ele não a dá antecipadamente, para que não confiemos em nossas próprias forças, mas no poder de Deus. Esta confiança nos livra do medo com relação ao futuro. Creio que nossos erros e fracassos não são em vão e que para Deus não é difícil utilizá-los assim como faz com nossas alegrias e vitórias. Creio que Deus não é um destino cego e indiferente, mas ele espera nossas orações e nossos atos responsáveis”.


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