OASE - Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB
Ano XVI - Número 062
Fevereiro de 2014
DESTAQUE
Um galo dentro da igreja
Participantes do primeiro seminário sobre o Galo Verde, em Blumenau, em 2013.
O
galo é um dos animais mais importantes para a igreja, você sabia disso? Essa relação já começou com Pedro, lembra? Jesus avisou que um galo ia fazer uma grande diferença na vida de Pedro. “Você não vai suportar a pressão e vai dizer que não me conhece; aí o galo vai cantar e você vai perceber que me traiu”, advertiu Jesus. Acho até que foi esta história que Walt Disney usou para criar o seu Grilo Falante. Desde aquela vez, o galo acompanha a igreja cristã como uma espécie de atalaia. Em muitos templos ele está lá, imponente, no alto da torre e bem acima dos sinos. Isso já é assim desde o século nono. Rabo empinado e bico para o alto em posição de canto, esses galos servem de alerta: “Vigiai e orai!”. Quem cresceu ou vive no interior, sabe muito bem que o galo é o primeiro a acordar. Pelas quatro da madrugada, ele começa a anunciar: “Vem aí um novo dia!”. Assim, o galo é uma das mais fascinantes criaturas de Deus, que nos ensina a acordar cedo e a manter as antenas levantadas. Pois agora já faz uns 20 anos que o galo da igreja ficou verde! A razão disso é a crescente destruição da Criação de Deus, marca mais dramática da civilização humana sobre este planeta. Agora o galo não pretende mais anunciar somente um novo dia, mas, como bom atalaia, abrir o bico para denunciar a destruição da Criação e alertar para a necessidade de mudança de comportamento. Agora o
galo diz aos pedros modernos que eles traíram o Criador e estão destruindo a sua criação. Isso aconteceu primeiro na Alemanha, onde surgiu o “Der Grüne Hahn” (O Galo Verde), instituição que, além de chamar à responsabilidade pela preservação da Criação, quer desafiar as comunidades e instituições da igreja a reduzirem a sua pegada ambiental. Ou seja, agora a igreja é chamada a economizar energia e recursos naturais; a preocupar-se com a pegada que deixa na criação de Deus pelo simples fato de ter templos, centros comunitários, casas de retiros, veículos de serviço etc. Também os encontros, retiros, festas comunitárias e eventos deixam um rastro bem forte por onde passam. Toda essa atividade consome energia, usa água e recursos naturais, produz lixo e afeta o meio ambiente. A ideia é reduzir essa pegada. Através do Programa Ambiental Galo Verde (www.galoverde.org.br), essas ideias chegaram também ao Brasil. O Galo Verde no Brasil foi fundado em outubro de 2012. Tocado por um grupo de voluntários e voluntárias, ministros/as, simpatizantes e ambientalistas de carteirinha, o Programa quer “apaixonar” as comunidades pela causa do cuidado da criação de Deus. O slogan do Galo Verde no Brasil é “A criação é de Deus, o compromisso é nosso”. E isso não só na IECLB, mas o Galo é ecumênico e quer apaixonar também comunidades de outras denominações cristãs. Comunidades ou instituições da igreja que pretendem participar dessa caminhada, são desafiadas a criar um grupo de trabalho. Este grupo vai fazer um levantamento do tamanho da pegada ambiental (consumo de água, energia e recursos naturais; destinação de lixo e resíduos; manejos no cuidado de jardins, cemitérios, áreas verdes e mananciais; hábitos e costumes em festas, encontros e eventos). Com base neste levantamento, fará um projeto ambiental, buscando reduzir esta pegada. Depois da implantação e divulgação do projeto, o Galo Verde faz uma auditoria e entrega à comunidade um selo num culto ou ato festivo. Desafie o seu grupo ou a sua comunidade a embarcar neste projeto. Ajude o Galo Verde a vigiar o cuidado com a Criação de Deus e desafie sua igreja a reduzir sua pegada ambiental. Mais informações você pode obter no site do Galo Verde ou por telefone, junto ao Sínodo Vale do Itajaí (47 3322-1364). CLOVIS HORST LINDNER é pastor e coordenador do Programa Ambiental Galo Verde, em Blumenau (SC).