pobres a necessidade material seja a mais jmportante e a primeira que deve merecer a nossa atenção. Não somos só intelecto e, por isso, mesmo que seja mos pessoas cultas e entendidas sobre uma enormidade de assuntos, pode ser que temos a sensação de que nos faltá algo importante na vida. Na verdade, as nossas ações e as nossas reações são muito mais impulsionadas por nossas emoções e por nossas necessidades afe tivas do que nós nos imaginamos. Quantos de nós não se sentem sós, sem um bom amigo ou uma boa amiga com a qual possa repartir seus problemas ínti ,mos. Quantos de nós sofrem porque têm perguntas na área do namoro e do sexo, mas que têm medo de falar a res peito dessas coisas. Quantos de nós têm dúvidas sobre o seu futuro pessoal e profissional e têm receio de enfrentar a vida. Quantos de nós passam noites de insônia e são assaltados por idéias e pensamento_s estranhos e que causam medo. Eu tenho certeza que Jesus Cristo, ao ver as multidões, teve pre sente todos os tipos de necessidades dessas multidões - tanto as materiais e as espirituais, como também as emo cionais e afetivas. O texto lido no início diz que ele, vendo as multidões, compa deceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. Jesus teve a sensibi I idade de ver também as necessidades íntimas, as aflições pessoais sobre as quais nós temos tanta dificuldade de falar. E a Igreja para ser Igreja de Jesus Cristo precisa ter muito mais sensibilidade pa ra esse tipo de problemas. Também nos grupos de JE deve haver espaço para que os jovens consigam refletir em con junto sobre esses problemas de ordem pessoal. Nós somos um rebanho exaus to que corre atrás de tantas coisas, bus camos desesperadamente subir na vida e enriquecer ou adquirir conhecimentos intelectuais, ao passo que na área afeti va, emocional, somos como menores ca rentes, como ovelhas que não têm pas tor. REPARTIR JUNTOS - Pág. 24
Eu estou plenamente convencido de que a corrida atrás dos bens mate riais, pelo menos por parte de nós que estamos economicamente mais ou me nos bem situados, em muitos casos é e?(pressão duma pobreza e duma frus tração na esfera afetiva e emocional. A gente quer compensar a pobreza afeti va, a solidão e a falta de carinho e afeto com riqueza. E igualmente estou con vencido do que também na Igreja se in veste demais em construções de pré dios e em projetos materias para mos trar produção concreta e palpável. Mas o que as pessoas na Igreja de fato preci sam é de mais amor, mais carinho, mais afeto, mais sensibilidade para os seus sofrimentos interiores. A medida em que em nossos cultos e em nossas reu niões de JE virmos mais de encontro a essa dimensão da pessoa humana, sem esquecer as demais, tenho certeza de que nossos cultos deixarão de ser tão frios e anônimos, e tenho certeza tam bém de que muitos de nossos membros deixarão de procurar ajuda em outras seitas e denominações obscuras, em cartomantes e astrólogos que estão fi cando ricos por causa da nossa omissão. Jesus Cristo, vendo as multidões, com padeceu-se delas, porque estavam afli tas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. Uma nova gente e uma no va Igreja que buscam por um novo ca minhar, precisam, ao meu ver ter, pelo menos um pouco mais, dessa sensibili dade que teve o Cristo, para ver atrás das aparências, atrás da máscara que costumamos usar. Precisamos aprender a ter um ouvido e um coração abertos para aqueles problemas que carrega mos conosco em silêncio porque temos medo de nos expor ou de ser mal-enten didos. Essas dificuldades fazem parte do nosso ser pessoa e, portanto, devem fa zer parte da preocupação duma comuni dade que confessa Jesus Cristo como Senhor. Amém. (Lothar Hoch)