Editado pelo Centro de Elaboração de Material da lECLB Rua Epifânio Fogaça, 467 Caixa Postal 11 93000
Tel. (0512) 92-2399
SÃO LEOPOLDO
RS
1980 EDITORA SINODAL Rua Epifânio Fogaça, 467 93000 SÃO LEOPOLDO - RS
Impressão: EDITORA SINODAL
A PALAVRA AO LEITOR Prezados, leitores l 0 numero ãa nossa revista enviada em dezem bro deve ter chegado na época de férias. Espera mos que tenham encontrado um tempinho para theã-to e ler esta ou aquela parte que
fo-
acharam
importante. Neste novo caderno estamos abordando um as sunto que, ao nosso ver, esta recebendo cada vez mais atençao em nossa Igreja, Lendo
o
Jornal
Evangélico, ficamos sabendo que em vários lugares são realizados Dias ãa Comunidade ou Dias de Igreja. Por ser uma atividade, em termos ge rais, relativamente nova em nossa Igreja, o pro prio nome ainda é indefinido. Isto se reflete em nossa revista ao falarmos
indistintamente
em
Dia de Igreja ou Dia da Comunidade. Por parte es tes dias jã se tornaram tradição.
Em
muitas
ãreas eles surgiram nos últimos anos. São
dias
que têm como objetivo principal reunir o povo da Igreja, para que sinta algo da
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grande
ccmu-
nhão" do povo de Deus. Festas de comunidade quase todos conhecem. Mas um dia em que os membros estão juntos
sem.
precisar pensar em lucro financeiro, para tos ainda é algo desconhecido e estranho,
mm tao
4 estranho que, em muitos casos, somente a experi_ ência tirará do membro a desconfiança: "Será que i^sso nao e uma maneara nova de tirar o dinheiro do bolso da gente?" 0 Dia de Igreja é diferente da festa da co^ munidade. Ele quer ser nada mais e
nada
menos
do que um sinal da vida da Igreja, quer ser testemunho e fortalecimento dos membros na sua fe, proporc%onar novos impulsos e dar nova para uma vivência mais autentica
do
alegria evangelho
no dia-a-dia a partir do confronto com a mensada comunhão com os gem biblica e da experiência irmãos na fê. Por outro lado. o Dia
de
Igreja
quer abrir a nossa visão, Ê um fato que
muitas
comunidades vivem num verdadeiro enclausuramento, nao enxerganão quase nada alêm da torre
da
sua igreja. Ê necessário sair, urge abrir e dei somos xar abrir os horizontes. Está certo que Igreja lá onde vivemos, mas somos também Igreja esta no Brasil e no mundo, Em alguns lugares abertura já existe, Por exemplo: há comunidades sensíveis á necessidade de uma outra. Estou pen sando nas Dovas Areas de Colonização, onde comu nidades fazem coletas para o Centro Comunitário em Alvorada, perto de Porto Alegre, Outros exerr^ pios poderiam ser citados, 0 Dia de Igreja pode contribuir em muito para uma visão em termos de
5 lECLB, Igreja no Brasi-t. E por que não sonhar um pouco? Sera Impossível programar um Dia de Igre ja em ãmbito lECLB, um grande encontro que reú~ ne cristãos de confissão luterana de todos cantos do pais? 0
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Encontrão
os
V
nos pode servir de
prova de que tão Ilusória essa Idêla não e. Mas y
por enquanto, estamos pensando no DIa
da Comunidade e/ou Via de Igreja em amhito paro quial e distrital, Como Incentivo transcrevemos duas entrevistas com pessoas que jã partlclparam ativamente em tais encontrosy
hem como
na
preparação deles. Cremos que elas trazem refle xões e sugestões valiosas para todos que gosta¬ riam de tomar Iniciativas neste sentido. Para este ano também jã. sugerz mos um tema: o Mediador"y Idéias
tema do ano na lEClB, com
concretas para a programaçãoy
tt
Cristo y
algumas
entre
ou-
tras uma peça teatral sobre a obra de Jesus, Incluímos y
nesta revIstOy
uma carta de
um
leitor que se refere a um tema "quente" nas nos sas comunidadesy a liturgia e
os
sacramentos.
Consideramos esta carta Importante para a
nos¬
sa reflexão em torno daquilo que cada pastor de comunidade semanalmente tem como sua tarefa: pre parar o culto. Ao mesmo tempOy
estamos com Isso
abrindo na nossa revista a seção "Cartas", con vidando também vocês a nos esc reverem. Cordialmente
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ENCONTRO COM A PALAVRA II
Há um s5 Deus e um s5 Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem." (1 Tm 2,5) Como tema para um ano de trabalho uma Igre ja escolhe: CRISTO, O MEDIADOR. Logo se ouve en tre os obreiros desta Igreja comentários que ex pressam uma certa insatisfação: "Que tema inde finido l Por que não formulam algo mais concre to, parecido, por exemplo, com os temas que a Igreja Católica fixou por ocasião de suas Cam panhas de Fraternidade? Ainda bem que pelo menos os sub-temas são mais palpáveis, mais próxi mos da realidade das nossas comunidades, Cristo, o Mediador - aí dá para incluir tanta coisa que. no fim, de novo não salmos do lugar." O que levou ã escolha deste tema? Um arti da go de G. Brakemeier, transcrito no Roteiro OASE, 1980, contém uma resposta, e também o Jor nal Evangélico trata do assunto no seu primeiro número do ano em curso. Lá encontramos inclusi ve algumas pistas para uma concretização do te ma. O termo "mediador" certamente entrou a par tir da^leitura de 1 Tm 2, onde ele consta na con tinuação direta do lema do ano: Deus nosso Salvador deseja que todos os homens sejam salvos e Secheguem ao pleno conhecimento da verdade, gue então: "Porquanto há um só Deus e um só Me diador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, ho mem," Aliás, no Novo Testamento este ê o único lugar em que o termo é usado neste sentido; em G1 3,19s o seu significado é quase contrário. Para nós trata-se de um termo muito influ enciado pelo contexto religioso. Mediadores, me II diatrizes, intermediários e médiuns" (Brakemeier) não faltam no Brasil, Como será óuvido o tema II Cristo, o Mediador II neste contexto? Se-
8 rã que a proclamação de Cristo como (único I) Me diador entre Deus e os homens auxiliara para o anúncio da vontade salvífica de Deus, expressa em 1 Tm 2,4, que abrange todos os homens? Ou es tamos, pelo menos, nos olhos daqueles que contam com os seus diversos mediadores, apenas con trapondo o "nosso" mediador, o santo mais for¬ te", como disse alguém? Considerando o ambiente em que vivemos, as pessoas que contam com outros mediadores ao la do de Cristo — porque desde pequenas| foram assim instruídas e doutrinadas - parece-me importante vermos este perigo. Será que o tema "Cristo, o Mediador" não sugere ou favorece uma alienação ou exclusão? - Surge, portanto, a pergunta pelo significado do termo "mediador" em 1 Tm 2. Lendo os versículos 3 a 6a, chegamos a con clusão: Temos diante de n5s todo o evangelho. E o mais importante estâ nas palavras: Deus dese ja que todos os homens sejam salvos. O desejo de Deus de tirar o homem da perdição!desumana abran universais. ge todos os homens, tem dimensões cada "Todos" sempre significa ao mesmo tempo um pessoalmente", cada um que vive neste globo chamado terra. Não hã exclusão, nem racial, nem moral, nem por motivos de religião. Deus quer salvos. que todos nós e todos os outros sejam E se ele tem esta vontade, este desejo íntimo, profundo e ardente, ele também oferece a possi bilidade, o caminho, todo o necessário para al cançarmos esta salvação. Isto não significa que todos tenham de antemão a garantia de serem sal vos. Pode haver perdição. Mas excluído da salva ção, por vontade de Deus, ninguém está. Deus e um Deus aberto para cada um. Exemplos como Zaqueu, o "Filho Pródigo" ou a "Grande "Pecadora" podem nos ajudar a descobrir quem poderiam ser hoje pessoas que Deus não rejeita. Se Deus quer que todos os homens sejam sal
9 vos, ele quer a união, a unidade e comunhão de todos os homens, quer o contrário daquilo que todos os dias- vemos e vivenciamos. A realidade do nosso mundo, apesar das possibilidades tecno lógicas e científicas colocadas ao nosso dispor para uma comunicação e um entendimento cada vez clara mais fácil e melhor, fala uma linguagem união sobre a nossa incapacidade de alcançar a por meio de nosso esforço, das nossas boas inxm tenções. Mas por Deus ser um sõ, por haver só Deus , a união e comunhão se torna possível. Aquele que não estã, como nõs, preso ã imanena cia, ao nosso mundo limitado, oferece o que humanidade tanto almeja. Em Cristo esta possibi lidade torna-se concreta. *“ — M Salvaçao é nova comunhão - entre o um so Deus e os homens em primeiro lugar, e conseqüen comutemente entre os homens que vivem nesta Cristo nhão com Deus. Ela ê possível desde que assumiu a desobediência da humanidade, aceitando o castigo de Deus em lugar dela na cruz. Nes te sentido Cristo é o Mediador, o unico. Asuniversim ele ganha significado exclusivo e sal.
Falar de Cristo como Mediador significa, portanto, anunciar â humanidade - envolvida nu ma luta ferrenha pela unidade (pode haver, ecer tamente há, dirigentes políticos, homens e mulheres mal intencionados, mas em princípio não fim das podemos negar a boa intençãol), pelo guerras, da fome, da injustiça - aquele que jã fez tudo para que pudesse haver unidade e comu nhão. Falar de Cristo como Mediador ê antes de tudo um "recurso â fonte" (Brakemeier), é antes dire¬ de tudo atividade neste sentido e nesta ção. Estou enganado se vejo em nossa Igreja mu^ ta atividade que procura a salvação na direção errada, nos meios, nas técnicas, na aplicaçao
10 correta de métodos "infalíveis" (em vez de pro curá-la no MEDIADOR)? Tudo isso é necessário, e tem a sua grande importância como auxílio, Mas se meios e métodos, empenho em favor de pobres e oprimidos e atividade evangelística nasceram da vontade humana, tudo não passará de um ,ativismo oco e sera sentido, uma O tema "Cristo, o Mediador" quer ser confissão de fé, o anúncio de uma descoberta im portante e decisiva para todos os homens, Como Igreja, como filhos do único Deus, do Deus uni versal, e como seguidores de Cristo que morreu para que todos (e não somente nósl) tivessem v^ da em Deus e comunhão com ele, não precisamos ter medo de que "de novo não saímos do lugar", Basta confessar diante dos homens que "há um s5 Deus e um sÕ Mediador", Anunciando este evange lho com a nossa vida toda e começando nos con flitos com os nossos mais próximos, não faltará atividade, e também não surgirá a alternativa conflitante e errada de uma fé introvertida por irni lado e ativista por outro. W. Bósemann
DEUS NOSSO SALVADOR deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. I Tim. 2.4
UM DIA DA COMUNIDADE; PLANEJAMENTO E REALIZAÇAO Para que um Dia da Comunidade? Como posso organizar um dia assim? Quanto custam os prepa rativos? 0 que devo considerar para escolher o tema? Que conseqüências pode ter tal realização muina vida das comunidades? Estas e muitas tas outras, sao perguntas e preocupações que sur gem quando a gente começa a planejar um Dia da Comunidade. Tudo fica mais fácil quando podemos trocar idéias com pessoas que têm experiência na realiza ção de um dia assim, Foi o que sentimos ao con versarmos com os pastores Dieterico Krause e 11^ experienson Kayser, que nos falaram de suas cias na organização de tais programas, fazendo uma avaliação dos Dias da Comunidade que organi^ zaram, dando ricas e variadas sugestões que, es peramos, possam auxiliar aqueles que querem or ganizar tal atividade em seus distritos ou comu nidades. 1. Um planejamento detalhado (Entrevista com P"i Krausel
o
CEM: Gostaríamos de conversar com voce so bre sua experiência na organização de uma Dia. da Comunidade. DK: Aqui nõs temos o programa do Dia da Co munidade realizado em outubro de 1976, em con junto, pelos Distritos Eclesiásticos (DEs) São Leopoldo e Porto Alegre, Ãs nove horas, no anfi teatro de Colégio Sinodal, o culto de abertura. Pelo horário, e considerando que ainda houve um atraso, o sol castigou bastante os participan tes, E algumas das manifestações foram no senti do de se providenciar, na próxima vez, um locaT com cobertura. Também as pregações foram muito longas. Num Dia da Comunidade elas devem ser cur tas, Poderiam ter sido mais longas se todo opes
12 muito soai estivesse bem acomodado. Uma coisa boa foi a participação dos corais. Quatorze gru pos formaram um grande coral. ~ CEM: Pelo que consta no Bolet-im da Comuni dade^ o tema foi "Aprendendo a viver". Como nas ceu esse tema? DK: Ê até bastante interessante. Ele sur giu na discussão entre as moças da Casa Matriz. Alguém disse: "Puxa, a gente não tem nem tempo para viver." Achou-se que uma tal preocupação po deria bem servir para um tema de Dia da Comuni dade. CEM: Os estudos em grupo foram a partir des se tema? DK: Sim. A predica havia sido mimeografa1500 da. Neste dia acho que participaram umas pessoas. Foi um bom numero e por isso a gente te ve que montar lama boa infra-estrutura. Isto ob viamente requereu muitas reuniões de preparo. In clusive com pessoas para coordenar os grupos. O que a gente sentiu foi uma dificuldade para en contrar e reunir pessoas. Quem e lider e, mui tas vezes, alguém com muitos afazeres, CEM: Como foi feita a preparação e o enga jamento desses l-vder es-coordenador es ? DK: Foi feita a nível distrital. Pastores Distritais participaram a necessidade aos seus Conselhos Distritais. Os dois conselhos se en volveram. Solicitamos ãs comunidades que nos in dicassem pessoas com capacidade para liderar gru pos, Estas foram indicadas e envolvidas, O que a gente sentiu ê que algumas pessoas assumiram o compromisso de coordenar grupos ena hora falharam. Hâ uma necessidade muito grande melhor de preparar os coordenadores. E quanto for este preparo, mais agradável será o trabameio por Iho nos grupos. Se o coordenador esta
13 fora do tema, então pode ser raaçante, apesar de hoje^em dia, muitas vezes, a gente partir da dis cussEo e das colocações do próprio grupo, Mas, as vezes, ê temerário ir sem uma visão clara e um objetivo definido, ainda mais trabalhando-se sobre um tema. 0 grupo ê, muitas vezes, formado por pessoas de níveis bem diferentes, pessoas da área rural, de pequenas cidades, de cidades expectativas maiores. Quer dizer, pessoas com diferentes, Apesar de isto ser autêntico, por que a igreja ê composta dos mais diferentes"seq mentos da sociedade. CEM; É um bom exevctcio,.. DK: Sim, é um bom exercício de conviver, mas não é fácil. Alguém, digamos, que mal sabe escrever seu _ nome e alguém com formação univer¬ sitária... Nao é muito fácil esta convivência. CEM: Como foram formados esses grupos? Por faixa etaria^ por interesse, por livre e espontãnea vontade? DK: Olha, esses grupos foram formados com base em fichas distribuídas conforme a ordem de chegada dos participantes. Havia inclusive gru pos em alemão. Ã medida em que iam chegando, re cebiam um numero de identificação. Cada um rece beu^um program.a com numeração corrida e a sepa ração para os grupos era feita pela centena. Pia nejamos quarenta grupos e em cada um participa vam no máximo trinta pessoas. Trinta já é um nu mero bastante grande, pois acho que se deve cui sejam dar da formação dos grupos para que não demasiadamente grandes, para que as pessoas te e trocar nham oportunidades de se manifestar idéias. Mas não ê fácil conseguir tantas salas se o numero de grupos for maior. Também é impor de tante orientar os participantes na procura suas salas. Tivemos jovens que conduziam òs par ticipantes. Havia, por exemplo, alguém com um
14 cartaz com grupo tal..." As pessoas que perten fila ciam a esse grupo, formavam, então, uma atrãs deste jovem, que as conduzia ao local do debate. Quer dizer, quanto melhor a organizaçao, tanto mais satisfeitas vio sair as pessoas. Se, depois do culto, do qual participam mais de mil pessoas, voce leva uma hora ou mais para for mar grupos, isto é frustrante para os partici pantes. Portanto, quanto mais rápido, tanto me lhor. CEM: Vooê enfatiza a necessidade de um bom planejamento. DK: Sim, porque a gente faz uma atividade com muitas pessoas. E mais difícil realizar uma Um atividade assim do que com um grupo menor, detagrande grupo requer um planejamento mais tudo. Desde lhado. Tínhamos responsáveis para uma barraca com primeiros socorros, a colabora ção do exercito, atê enfermeiras e médico. Ha via, inclusive, pessoas que buscavam os partici pantes na rodoviária, ônibus especial, alunos do que coordenavam o trânsito nos arredores Morro. Para o setor de crianças havia professoras de jardim de infância e responsáveis por aque les de idade escolar. Neste grupo a gente sen tiu que houve falhas. Com as crianças a gente tem que planejar muito bem. Não somente pensar em futebol e numa historinha bíblica a ser lida jogar em vinte minutos. Rapazes são capazes de ficaram futebol o dia inteiro, mas as meninas praticamente esquecidas. Também havia^moças pa ra cuidar das crianças de berço. Os já confirma dos participavam dos grupos de adultos. Quer di zer, possuíamos uma infra-estrutura muito gran
de. modalidades Logo apôs o almoço houve três tode recreação: jogar, pintar e cantar, Para dos 0 Como o Morro do Espelho oferece um ambien te muito agradável, muita gente veio sô para pa£
15 sar lam dia fora.
Os parzinhos se formavam, etc. Houve grupos que cantaram bastante. Os jogos eram mais de caráter esportivo, para aqueles que queriam se largar. Me^recordo muito bem daquele grupo que se dedicou as atividades criativas, Era uma turma muito grande. Conseguimos uma por çao de pincéis para aquarela. O pessoal mostrou funcionou bastante criatividade. Foi algo que muito bem. CEM: 0 tema para esta atividade era totalmente li.we? DK; Sim, totalmente livre. A tarde houve grupos para debate em torno de temas diferentes. Para esta parte o tempo foi um pouco escas so. Participei, por exemplo, de um grupo onde õ tema era de caráter social. Havia audiovisual sobre o trabalho feito com uma população de vila, onde também se abordou o problema da polui ção. Era um tema bastante quente. Mas, por fal ta de tempo, nem todas as perguntas foram respondidas. CEM: 0 almoçOy
como foi feito?
DK:
Cada um podia trazer algo de casa. Mas a OASE também providenciou lanches bebidas, so pas, isto ê, refeições leves e rápidas, Para is levando to foi necessária uma boa preparação, em conta o grande numero de pessoas. Os respon saveis deste setor trabalharam muito. CEM: Por que nao se fez um churrasco? DKs Bem, na época a carne já era cara. In clusive havia pessoas de diferentes níveis. Tam bem vieram muitos jovens, Acho que um churrasco nao teria sido uma coisa muito boao Além disso, teria sido um almoço muito pesado que não iria favorecer o trabalho â tarde. CEM: Dia Sao Leopoldo vai hospedar outro da Comunidade, Sera em âmbito distrital o u.,, ?
16 DK: Sim, uma realização do Distrito São Leo intef-distripoldo. Aquela vez era de âmbito tal, junto com Porto Alegre, Ê difícil a gente organizar uma realização inter-distrital em que de fato todos venham a participar. Naquela vez, por exemplo, algumas comunidades tinham progra mas especiais, apesar de este dia ter sido anun ciado com muita antecedência. Hã comunidades que planejam com um ano de antecedência. Certas comemoraçoes são tão tradicionais que as comunida des não querem desistir delas. Efetivamente tam _ bém não teria infra-estrutura para possibilitar a participação de 200 pessoas dè cada paróquia. Inclusive a gente fez uma boa divulgação deste dia, uma boa propaganda para motivar as pessoas a participar, Foram feitas palestras, com diapo pessitivos do Dia da Comunidade anterior. Hã soas que acreditam num empreendimento e outras não, Assim também é na comunidade. Têm Ipastores e membros que acreditam num Dia da Comunidade, mas hã também aqueles que não acreditam. CEMs Yooe falou em mot-ívaçào, 0 tema em s^i jã não motivai nao DKs Creio que num Dia da Comunidade vão participar pessoas totalmente desligadas. Ê claro, também tem aquele que vai porque sabe que a namorada estarã lã. Em si, um tal dia jâ envolve muitas pessoas na própria organização, A equipe que organiza deve ser grande,, Então, geralmente os pais, irmãos, filhos, vizinhos, parentes e amigos destas pessoas mais^diretamente envolvidas também vão. 0 marido estã engajado, os filhos e esposa também irão. A ^gente notou que, os que vêm para participar, são geralmente aquelas pessoas que estão ligadas ã vida da co munidade. CEH; Talvez o tema seja ate de 'Cmpoietãnoi.a seQundãvda, Ê mai-s o fator de estaT junto ^ ^ ,
17 DK: Em geral, as pessoas sempre de novo pro da curam algo diferente. O que leva as pessoas vi cidade a fazexem um programa no interior e ce-versa? Para sair da rotina. O pessoal da ciPorto dade gosta de sair. Aqueles de Alegre acharam que São Leopoldo jã é algo para sair da rotina. A gente sabe que nossa sociedade atual não favorece muito a comunhão. Então um Dia da Comunidade é uma oportunidade para a família to as da participar. Houve atividades para todas faixas etárias, Isso ê importante. Se você pre vê atividades para os adultos e esquece os jo vens ou as crianças, estes vão se chatear duran te o dia. A gente viu que para os adultos estava bem. Para os jovens e crianças deveria se ter planejado melhor em detalhes, apesar que para certa faixa etária você não pode planejar algo muito fixo e para o dia inteiro, pois isto pode cansar. CEM: 0 que vooe enfat-iza dessas cotocaçoes feitas? 0 que acha mais dmportante? Quais as su gestões que ainda teria para a vealizaçao de um Dia da Comunidade? DK: Um Dia da Comunidade ê, para mim, uma mini-evangelização. Aliás, eu considero toda a atividade da igreja como evangelização. São opor tunidades de confrontar alguém com a mensagem do Evangelho. O Dia da Comunidade tem este as pecto, Acho que a gente deve cuidar muito na es colha do pregador. Que de fato este dia seja al go que sirva de estímulo para a pessoa que vem ou participar. Importante são também os temas sub-temas. Que venham ao encontro das necessida des, que sejam atuais, interessantes e que pos sam ajudar as pessoas na sua vida, nas suas per guntas, Como já frisei, também o preparo dos co ordenadores de grupo é muito importante, desde sub-temas, estarem por dentro da prêdica, dos até saberem como trabalhar em grupos,
18 fator A distribuição das tarefas ê outro decisivo. No nosso Dia da Comunidade havia al guém que tinha a responsabilidade do culto. Ou tro tinha a tarefa de sonorização. Foi feita a sonorização de todo o Morro do Espelho com al to-falantes para chamar pessoas e transmitir avi sos. A parte de organização foi bem planejada. menos Achei até que poderia ter sido um pouco complicado. Não fuiIo ünico com essa opinião. A gente sabe que uma burocratização pode ser auxí lio, mas também empecilho quando é demasiada, Um tal dia também envolve uma série de des pesas. Tem que se pensar na publicidade, nas vL agens, nos programas do dia. Cada participante recebeu uma folha com todo o programa, hinos e orientações, Para enfrentar estas despesas, man damos confeccionar chaveiros e decalcos que fo ram vendidos pelas comunidades, o que jã serviu de publicidade. Tínhamos, inclusive, um logoti po para esta realização. Enfim, a gente teve uma boa experiência com muito esté dia. Sentimos que isto é uma coisa valida e que pode trazer estímulos muito bons. pois quem Apesar de ter dado muito trabalho, quer se dedicar a isto terâ que saber que vai dedicar muitas horas, foi algo bastante valido. Nota: Dia 25 de maio deste ano o Distrito Eclesiástico São Leopoldo realizara outro Dia da Comunidade. Terâ o seguinte programa: MISSÃO - UM IMPULSO PARA A VIDA 08,00 h
09,00 h 10,30 h
Recepção e Inscrição Encaminhamento das crianças â Casa Ma triz Culto de Abertura com participação de corais do Distrito, Estudos em grupo sobre o tema geral
19 12,00 h 13,30 h 15,00 h 16,30 h 17,00 h
Lanche ^poderá ser adquirido no local) Recreação com cantos, jogos, atividades criativas Plenário com debates sobre o resultado dos grupos Grande concentração Encerramento.
Dentro da preocupação de fazer um bom pla nejamento,^o grupo coordenador criou as seguin tes Comissoes Executivas, responsáveis diretas pela implementação do programa: - Finanças - Crianças - Lanches
- Pregaçao Grupo de estudos Plenário
- Lazer - Canto - Pintura - Jogos - Pronto Socorro
-
Recepção e Orientação Transporte e Segurança Instalações técnicas Secretaria
- Divulgação 2. Um dia de grande comunhão (Entrevista com P"I Ilson Kayser)
o
CEM: Como surgiu a idéia de um dia da Comu nidade? Que objetivos, necessidades e perspecti vas estavam por detrás disso? ~ IK: Fazer a comunidade ou a paróquia sair do enclausuramento, desta visão muito estreita de ver a si mesma, de fazê-la sentir que ela es nao tá dentro de um ambiente maior, Que igreja é somente aquele lugarzinho lá, que ela ê forma da de muita gente, de muitas comunidades. Essa foi a idéia básica: tirar o membro de sua visão estreita e abrir-lhe a visão para uma comunhão maior, para que realmente sentisse o que é a co munhão dos crentes, uma comunhão ampla, de mui tas comunidades, de muita gente diferente, aecu mene da igreja, E isto tanto sob o aspectò geo~ gráfico como numérico. Esse foi o ponto de par-
20 tida que tive em vista para motivar e um Dia de Igreja. CEM: Vooe tem expevieno^ia em de Igreja,..
realizar
vàv-ios
Di-as
rK: Sim, organizei diversos Dias de ígreSeis ou sete. Alguns na região de Taquara e um em Porto Alegre, CEM: Que conseqüenci-as tem tat d-ía na vida das comunidades? IK: Tem conseqüencias várias. Inclusive ma Um teriais. Em termos de coleta, por exemplo, Missaodesses Dias de Igreja tinha como tema Areas Missionárias". O povo viu concretamente o que ê uma área missionária. Então, quando a gen te depois pedia contribuições ou coletas entre estas comunidades para as áreas missionárias, se sentia-se que agora o pessoal sabia do que tratava. O problema das coletas, de modo geral, é este. O pastor anuncia do púlpito que a cole ta será destinada para as novas áreas, mas pou cos sabem o que é isto. CEM: Todos esses dias que organizou em âmbito distrital? IK: Sim, distrital, Nao tenho em âmbito de comunidade.
foram
experiência
CEM: Vm Dia da Comunidade, isto á, em ãmbi to somente de comunidade e^ ao seu ver^ realiza vely valido? IK: Sim, é realizável e muito válido. Ãs ve zes uma comunidade grande também tem muita necessidade de sentir como ela realmente e. Cada cantinho, cada bairro, cada grupinho, cada pon to de pregação vive em isolamento. Esses pontos de pregação que a gente normalmente cria - o que eu também fiz - tem aspectos favoráveis e posi tivos: encontram-se mais facilmente, todos se
21 conhecem melhor, tem mais intimidade, Mas tambem tim grandes desvantagens. Rasga-se as comu nidades em cihco , seis ou sete pedaços e prati camente nao hãmais comunidade, que não fique esti lhaçada. Por isso, em âmbito de comunidade tal dia seria muito bom. Mas tarabêm existem comuni dades que são muito coesas, CEM: A nao ser que fosse um dia diferente, oomo um enoontro, ^ , IK: AÍ a finalidade seria outra. CEM: Emjtermos . voces de finalidade, como encontro viam a velação' entre o tema em si e o das pessoas? Uma coisa era mais importante que a outra, uma levou à outra ou, IK: O mais importante era o grande encon tro. O tema ê um enriquecimento, não algo secun dário, tampouco uma categoria ou valor menor. O que se tentava fazer nesses Dias de Igreja era promover o grande encontro, a sensação de gran de comunhão. E o tema, naturalmente, teria que ser apropriado para isto. CEM: E oomo chegavam a definir este tema? IK: Normalmente a gente planejava essas ati vidades em conferências pastorais, com a presen ça e auxílio do Conselho Distrital, O tema que se escolhia sempre ia ao encontro daquilo que queríamos: o grande encontro, a grande comu nhão, Acho contraproducente realizar, em tal dia, o que a gente sempre faz; grupinhos, deba te, relatórios de grupos, etc, etc, Porque isto é o que você tem sempre. Pequenos pontos de pre gação, pequenos grupinhos de estudo bíblico, gru e pos de OASE, de Culto Infantil, de JE, Isso certo e bom como atividade normal da paróquia, mas num Dia de Igreja tem que se furar este es quema, Então não havia subdivisão
|em grupos ?
22 IK: Sim, fazíamos grupos, mas com grande numero de^participantes. Dividia-se o pessoal em apenas três ou quatro grandes grupos, o que implicava também em espaço físico. Quer dizer, de ve ser um tema que possa ser tratado em grandes grupos e ser desenvolvido em palestras, prédica, filme, teatro, audiovisual. CEM: Olhando para trãs, podevia nos falar sobre os programas destes dias? Como voce ve is to agora, talvez uma avaliação, oritioas, suge's toes...
.
”
IK; Se o tempo ajudava, começavamos com um culto campal. Esse culto tomava muito tempo. O maior tempo possível. Uma hora e quarenta, duas horas. Um grande culto de muita comunhão, de mu^ to canto, de muita participação. Normalmente h£ corais via mais de um pregador. Juntavamos os da região. Cada coral ensaiava antes em separa do. Esse era um dos fatores da grande comunhão; de viver num ambiente de muita gente, todos ir manados neste mesmo culto. Esse foi sempre o começo de nossos Dias de Igreja, O final era no mesmo estilo, mas levava menos tempo. Fazíamos uma pequena alocução, com canto em conjunto e deixavamos um espaço para a manifestação livre e espontânea dos participan o tes. Alguém podia dizer o que experimentou, que estava sentindo. E no meio(desses dois polos de grande co-munhão, fazíamos, antes do meio-dia, por exem plo, atividades de canto, todos em conjunto. Con vidãvamos alguém com habilidades para cantar com o grande grupo. Depois, um grande almoço, de mui to tempo. Nesses encontros, os parentes de dife rentes localidades se encontram e então formamse aqueles grupos de famílias debaixo das árvo res. Ê yma beleza! jUm almoço de muito tempoI E de preferência não organizado ao redor de mesas.
23 Muitos traziam sua refeição de casa, mas no pr5 prio lugar havia lanches e bebida â venda. O aT moço organizado em torno de mesas compridas nao fomenta a comunhão. Ap5s esse almoço, fazíamos uma grande pausa. De uma hora e quarenta e cin co no mínimo. A tarde, normalmente tínhamos três ou quatro programas ã escolha: um jogral, uma pe ça teatral, palestra, filme, isto ê, lama ativi dade dentro do tema, de uma hora e pouco, em es paço coberto. Paralelamente tínhamos um progra audiovisual, ma especial para as crianças: um cantos, teatrinho, fantoche, quer dizer, um pro grama evangelístico de conteúdo, mas também dê diversão. Mas no culto e no canto, todos participa vam, também as crianças. Isto era uma filosofia particular minha, ou seja, fomentar a presença das crianças na grande comunhão. CEH: Fot quê? 'IK; Por motivos vários. Mas o motivo essen ciai é que estou sentindo sempre de novo e ca da vez com mais pavor, susto e angústia que as crianças estão sendo tiradas, desde o batismo, da igreja, era vez de introduzidas. Durante doze ou treze anos dizemos a elas que culto não pres ta, que culto ninguém entende, que culto é cha to, que os hinos são monótonos, difíceis e ul trapassados e, depois, com catorze anos, espera raos que o jovem vá ao culto, Ê claro que ele nao vai. "O culto ê chato," Ele aprendeu isto de nós durante treze ou catorze anos. Quer dizer, isto é uma luta interna que eu tenho. Então, nesses grandes programas, nesta gran de comunhão, a gente fazia questão de que as cr^ anças estivessem juntas, E tínhamos, durante o dia todo, dois ou três pastores ã disposição, em uma sala separa da, para eventuais perguntas, conselhos pss-
24 soais, cura da alma. Isso foi algo muito bom. Eles foram sempre intensamente procurados. Cui davamos em ter pastores desconhecidos, de fora, pois os outros pastores estavam sempre à dispo e sição. E muitas pessoas ganham mais coragem se animam mais quando o pastor é estranho.. A in timidade âs vezes bloqueia. çwái Quantas pessoas, ma-is ou menos^ parti oipavam? IK; Entre 800 a 1200 o que. naturalmente, requeria um bom planejamento, Mas isso era rela tivamente fácil. CQC: Quem tomava a si a tarefa de orgamzar e planejar? 0 pastor, um grupo^ o preshiterio...? IK: Grupos, presbitérios, empenhando sem pre o Conselho Distrital. Importante é fazer par ticipar o maior numero de pessoas possível, claro que a paróquia ou a comunidade que hospe da o pia dei Igreja sempre se engaja mais pela proximidade física das pessoas. E também tem uma porção de coisas que devem ser resolvidas pelas péssoas do local. A primeira preocupação éachar um espaço físico suficientemente grande e ade quado que abrange tanta gente. Usavamos o cine ma, o clube, praças de esporte, mais as depen dências da igreja. CEM: Em termos de orçamento, o que um de Igreja custa para o Distrito?
Dia
IK: Custa algumas viagens. Em termos de des pesas não implica em muita coisa. Da mesma for ma, para a administração você nao precisa de mui to trabalho. Porque, em primeiro lugar, voce nao oferece cozinha, não faz comércio. o que quer dizer que também não se visa lucros. CEM: Voce organizou Dias de Igreja tanto no interior como num centro urbano maior. Ve algu-
25 ma diferença entre realizar tal dia no interior e na cidade? em JK: Crei/O que a idéia básica é válida qualquer situação ou realidade, A grande comu nhão falta no interior pelo distanciamento geo gráfico. Mas falta muito mais na cidade, Pelas relações secundárias, o homem da cidade grande tem muito mais necessidade de comunhão e da gran de comunhão, de sentir a igreja não s5 do pontõ" de vista individual e do pequeno grupinho. Quer dizer, o objetivo geral ê válido tanto no inte rior como na cidade. C^: A organização ê tão fãoil em um lugar como no outro? difícil JKt Na grande cidade é bem mais achar pessoas para o trabalho. Carregar bancos, a pendurar coisas, fazer armações , Para isto gente tem que pagar alguém. Enquanto que no in terior ou num centro menor, nao há estes pro¬ blemas. CEM: Você teria outras colocações sohre o Dia de Igreja? 0 que reforçaria do que jã foi to? Que sugestões e recomendações daria aqueles que gostariam de realizar um dia assim? IKs Um dos maiores problemas é a ampliação do som. Aliás, isso nunca funciona. É difícil conseguir equipamento e quando se consegue, dá problema. E ampliação de som tem que ter. Importante também é a divulgação, Nos fa zíamos folhetos impressos e os distribuíamos aos milhares nas comunidades, E tínhamos um dia fi xo. Em todos os anos, o Dia de Igreja era sem pre na mesma datas 21 de abril, feriado nacio nal. Estas datas fixas tim grande vantagem. Em toprimeiro lugar, você não precisa discutir dos os anos, sobre quem gosta ou não da data su gerida. Em segundo lugar, o povo já sabes em taX
26 de data festeja-se o Dia de Igreja. Os meses abril, maio e outubro oferecem as melhores épo cas para tal realização. Bom mesmo é nos meses de abril e maio, pois o índice pluviométrico, pe lo menos aqui no sul, ê menor. Dependendo da re e giio, também não se pode iniciar muito cedo nem terminar muito tarde. O que eu recomendaria muito é insistir na presença da família nesse dia. Fazer da partic^ pação do Dia de Igreja, uma participação da fa mília toda.
n
A ESCOLHA DO TEMA Igreja ê Escolher, um tema para o Dia de uma tarefa em que se deve considerar desde a re alidade comunitária - necessidades, desafios, ex pectativas, objetivos ate as condições físicas do local que vai abrigar tal realização. Dentro desta perspectiva estão nossas su~ gestões, Elas querem ser dicas gerais que neces sitam da visão local para serem melhor concreti zadas. ~ O tema Cristo, o Mediador” oferece muitas reflepossibilidades, compreendido â luz das xões indicadas no capítulo "Sugestão de Material e Análise de Literatura", página 43. Para citar algumas; 1. Cristo, o Mediador entre Deus e os mens:
ho¬
Através de religiões, do umbandismo, do es procura piritualismo, da superstição, o homem sempre de novo meios para achar resposta ás suas perguntas mais profundas, aos seus anseios bási COS e maneiras de aliviar seus sofrimentos. São caminhos que quase sempre resultam em frustra ção e alienação. Cristo veio como mediador en tre a humanidade e o verdadeiro Deus, que dá o primeiro passo em direção ao homem, oferecendo graça, perdão e salvaçao. e ho¬ 2, Cristo, o Mediador entre homens mens 2 a) 0 homem está em constante luta com seus semelhantes, pois está em luta com Deus. Provo ca desentendimentos, conflitos, assassinatos,in justiças, miséria, guerras... Cristo se ofere ce como ponte dos homens entre si, anunciando no va vida e uma nova ordem; b) Ê possível a convivência cristã
entre
28 ricos e pobres, patrões e empregados, superio res e subordinados? A fé cristã pode existir ape sar das diferenças sociais, culturais e econômi cas? O cristianismo prega a eliminação das cla£ ses sociais? Como entender Cristo como mediador nesta problemática? constatar c) Em muitas situações pode-se problemas raciais ou discriminação racial. Gru pos étnicos como negros e índios são menospreza na dos e marginalizados, tendo poucas chances nossa sociedade. Mas a Bíblia nos ensina que to dos são iguais. Cristo quer ser mediador também entre as raças; d) 0 desamor entre os homens também se re flete na vida familiar, Uma das grandes teses da psiquiatria atual é que a família tanto pode ser geradora de indivíduos que amam, como de indiví duos que odeiam. É, portanto, principalmente na família que o Cristo Mediador deve ser anuncia do e testemunhado. 3. Cristo, o Mediador entre homem e natur^ za; A Bíblia nos testemunha que Deus deu a mi£ sao ao homem de preservar, sujeitar, transformar a natureza e aproveitá-la para sua sobrevi vência. 0 que, porém, está acontecendo? A natureza está sendo depredada, os rios e o ar poluí dos, a fauna destruída, o solo envenenado, Também no relacionamento homem-natureza se revela a falta do Cristo Mediador. No que diz respeito â maneira de desdobrar o tema, lima possibilidade muito boa é oferecer três simultaneamente, numa parte do encontro. ou quatro atividades em torno dos aspectos aci ma mencionados. Os participantes teriam a liber a dade de escolher a atividade ou programação partir de seus interesses e de suas perguntas« Pode-se, por exemplo, oferecer,ao mesmo tempo,
29 uma palestra ou painel, teatro, audiovisual atividades criativas,
e
Simultaneamente podem ser realizadas ativi dades com as crianças, Cantar, brincar, jogar e pintar são possibilidades, dando preferencial mente ênfase aos aspectos que abrangem o rela cionamento humano e o relacionamento homem-natu reza.
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PASSOU JESUS Mercedes P. de Garcia Na representação dos quadros que entitula mos; "Passou Jesus", a música ê importante. Se tiver coro, a ação poderã começar com o mesmo entrando em cena e colocando-se ao lado do pal co. A iluminação poderá destacar alternadamente a atuação dos atores e a dos músicos ou coro. Ê importante a escolha de música adequada (Veja nota no fim do tejçto...). Também o vestuário e em a maquilagem poderão ser adequados ã época que se desenvolve a ação. A cenografia serã esquemática. S5 alguma pe dra ou plantas, ou em algum caso, um banco, va~ sos, cestas, etc. veremos Os protagonistas dos quadros que estiveram em contato com Jesus e relatam, maravilhados, sua experiência. Por sua vez, o títu lo sugere que Jesus passou por este mundo e dei xou a marca de sua presença transcendente. Esta é uma historia de redenção, uma histõ ria de sacrifício. Ê uma historia de infinito gozo e profundo amor. É uma historia de cegos que chegam a ver, maravilhados, a luz do sol e de mortos que ressuscitam. É, também, a historia de um Mestre que ensinava verdades eternas junto a um poço, no alto de uma colina, ou âs margens do mar; que aben çoava as crianças e consolava os aflitos". É tain bém a historia de quem via os coraçoes, e repro vava a mentira, o egoísmo, a avareza, o orguIho. Esta ê uma historia em que houve canções Belém de anjos ressoando na tranqüila noite de e lâgrimas^como de sangue, regando a amarga ter ra de Getsemani. E que Deus encarnado assumia assim o peca-
31 do do mundo para que nos pudéssemos ser redimi dos. E era o SALVADOR no presépio de Belém, era o SALVADOR andando e curando e consolando pelos caminhos e vilas de Galiléia, era o SALVADOR ca minhando sobre as ondas do mar, era o SALVADOR no supremo holocausto da cruz. Ê bom que recordemos juntos a resplandecen te noite do nascimento e a escura tarde de g51gota. Acaso entre estes dois pontos não se des creve, como lima maravilhosa parábola, a histo ria mais maravilhosa que o ouvido humano já che gou a perceber? “ PRIMEIRO QUADRO: ELE Ê A ESPERANÇA contemAparece o presépio, José e Maria ptam o Menino, Â certa distancia^ por diferentes caminhos^ se aproximam os Reis Magos os e pastores. PASTOR 1 - Ouvimos grandes novas. Estávamos guar dando as vigílias da noite sobre nosso gado quan do vimos uma grande luz. ~ PASTOR 2 - E o anjo do Senhor nos disse: Eis que trago novas de grande gozo, que vos nasceu ho je, na cidade de Davi, um Salvador que e Cris to, o Senhor. PASTOR 3 — E repentinamente foi com o anjo uma multidão das hostes celestes, que louvavam a Deus e diziam: "Glória a Deus nas alturas e paz na ter ra aos homens de boa vontade." Chegam os Reis Magos. BALTAZAR - Vimos no céu uma estrela que por mui to tempo esperãvamos. É o anuncio do nascimento de um rei, MELCHIOR - Não sabíamos onde se daria o nascimentOi, mas, ao aparecer a estrela, compreendemos que ela nos guiaria até o Rei. E assim chegamos, desde nossas terras distantes.
34 quem ê, mas creio que se trata de um filho esco Ihido de Deus - cuspiu na terra e fez lodo, untou com esse lodo os olhos de nosso filho e o mandou lavar-se na piscina de Siloê. Efraim obe deceu e quando se lavou comprovou que podia ver completamente. Aproxima-se Efraim rodeado por um grupo de pessoas. FARISEU 1
(Dirigindo-se aos pais) E esse vos so filho de quem dizeis que nasceu cego? Como, pois, ve agora?
e PAI - Por certo, este é nosso filho. Também certo que nasceu cego. Mas como recobrou a vis testemunho. ta não sabemos, a não ser por seu Pergunte a ele. Já tem idade suficiente para ex plicar o que lhe aconteceu. ~ FARISEU 2 - Reconheces que quem te olhos é um homem pecador?
abriu
os
FARISEU 1 - So um homem pecador realizaria esta obra em um dia de repouso, em dia do Senhor... FARISEU 2
Mas... como pode um homem pecador realizar tal milagre? Dize-nos o que ê que pen sas. Acreditas que quem te curou seja um profe ta?
EFRAIM S5 sei uma coisa: antes eu era cego e duviagora vejo. E, para mim, aquele de quem dais entre chamar de profeta, charlatão, mestre ou pecador, para mim, ELE É A LUZ. QUARTO QUADRO; ELE É A VIDA cercam MARIA - Sabes, Marta, que as pessoas me quando vou ã fonte, perguntando-me acerca da res surreição de Lázaro. Sem dúvida o fato produamiziu grande emoção entre nossos vizinhos e gos. AÍ se aproximam várias pessoas... Acho que são de Betsaida... Sem dúvida vêm para certifi car-se dos fatos perguntando a nos mesmas,
35 Aproxima-se um grupo de pessoas, HOMEM 1 - Desejamos perguntar acerca de algo que produziu grande emoção entre nossos vizinhos em Betsaida. Seguramente jâ imaginais de que se tra ta.,. Sim, é sobre Lázaro, sua enfermidade, sua morte, e sobre aquilo que quase não nos animarí amos a falar, de sua ressurreição. Poderiamafir mar que vosso irmáo foi realmente ressuscitado pelo mestre a quem chamam Jesus? MARTA
Certamente. Nõs o afirmamos. E estamos dispostas, tanto Maria como eu a relatar-vos os fatos tal como se sucederam, para que võs tambem conheçais o poder e o amor de Deus que nosso amigo e mestre Jesus manifestou naquela oca sião. Quando Lázaro ficou doente enviamos em se guida alguém para avisar o Senhor porque Ele es tá sempre presente em nossos problemas e afli¬ ~ ções. MARIA - Mas quando Lázaro morreu sem que o Mes tre tivesse chegado, sentimos grande desespero. falecera Tinham passado já três dias que ele quando nos avisaram que o Senhor se aproximava. relaMARTA - Então corri a seu encontro para interromtar-lhe o que aconteceu, mas eleime peu, dizendo: "Teu irmão viverá. Eu sou a res surreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá, e aquele que, vieternemente. vendo, crer em mim, nao morrera Eu Crês isso?" Eu lhe respondi; Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo." Depois, por indicação do Senhor, vim buscar Ma ria. que MARIA - Quando cheguei até Ele, nos pediu Senhor estava o guiássemos até o sepulcro. O triste... E chorou... Ao chegar, depois que foi removida a pedra que fechava o sepulcro, o Se nhor, levantando seus olhos para o céu, disse: "Pai, graças te dou porque sempre me ouves. Eu
36 sei que me ouves, mas desejo que também os que me rodeiam saibam, para que creiam que Tu me en viaste, E havendo dito isso, chamou: Lázaro, ft Todos o vimos sair da sepultu vem para fora. ra. Não podemos explicar como aconteceu este fa to extraordinário. Nem sequer tentamos explicálo. Nos o temos vivido. MULHER 1 - Mas como é possível que uma coisa as dotado sim tenha acontecido? Quem é este ser, de poderes táo extraordinários? Deus. HOMEM 2 - vós afirmais que é o Filho de Talvez seja, pois só o Filho de Deus pode estar capacitado para realizar obra semelhante. Acre esperaditais sinceramente que seja o Messias do? muitos MARIA Sim, cremos. E nao so nos, mas ao outros acreditaram ao presenciar os fatos e escutar seus ensinamentos maravilhosos. Ele é o Senhor também sobre a morte. ELE E A VIDA. QUINTO QUADRO: ELE É A JUSTIÇA Aparecem em cena vavios cambi-stas e mercadoreSj como se fugissem do Templo de onde foram os roexpulsos por Jesus, Pessoas do lugar levam deiam. Os mercadores demonstram sua ira^ com em suas maos bolsas com dinheiro^ cestos pombaSj etc. MERCADOR 1 - Isso ê um atropelo. Com que direi to este carpinteiro destrói nossas mesas e nos expulsa do templo como se fôssemos ladrÔes vul gares? Quem me pagará agora as pombas e os cordeirinhos que trouxe para os sacrifícios? cambista 1 - E quem me devolverá minhas moedas de prata espalhadas pelo chão? Quem ê esse ho mem para desfazer nossos negócios e ir contra os costumes estabelecidos? Eu exijo justiça'. Te nho direito a reclamá-laI MERCADOR 1 - Eu também exijo que se faça justi-
37 ça! Sou um comerciante honesto.,. MULHER 1
Honesto? Não te esqueças do preço a sacrifíque me vendeu as duas pombas para o cio... honesto I MERCADOR 1 - Tu também te consideras no direito de protestar? Isto é o que conseguem esses agi tadores... CAMBISTA 1 - Ouvi que este carpinteiro está pre gando ao povo uma nova doutrina. Fala dos direT tos dos pobres e dos fracos. Acho que se nao se freiam essas coisas a tempo, podem criar graves perturbações. Faz muito pouco tempo, um ou dois uma dias, não mais que isso, foi aclamado por multidão que o recebeu triunfalmente em Jerusa
lém. HOMEM 1 - Acaso não é justo que se levante uma voz em defesa dos direitos dos marginalizados? Mas não nos esqueçamos do mais importante, quan do expulsou do templo disse: "Minha casa, casa de oraçao ela vai ser chamada, mas vós fizestes dela uma gruta de ladrÕes." CAMBISTA 1 - Por que diz 'minha casa’ quando fa la do templo? de MULHER 2 - Porque o Templo é casa de Deus e todos os que vêm a ele para adorar, Võs só che gais para render culto ao dinheiro... MOMEM 1 - Jesus de Nazaré tem direito de ferirvos com a verdade porque ele'está limpo. Suas mãos só se estendem para abençoar e para dar saú de. MERCADOR 1 - Também se estenderam para virar no^ sas mesas e espalhar nossas mercadorias, Seria com melhor que vosso carpinteiro se ocupasse seus próprios negócios se não quiser sofrer as conseqüências que lhe podem trazer suas doutri nas imprudentes.
38 HOMEM 1 - Estou seguro de que nosso carpinteiro, como tu o chamas, não deixará jamais de de fender os direitos dos que não têm vez. Também estou seguro de que jamais permitirá que a ava reza de uns e a hipocrisia de outros desvirtuem o verdadeiro significado do culto. Sei que sua voz será sempre firme e severa o para fustigar o pecado. Que indicará sempre erro e a injustiça. Ninguém escapará a essa voz. fundo Dos templos, do alto das montanhas ou do ressoará dos abismos a voz de Jesus de Nazaré eternamente. Porque o Homem que hoje vos expul sou do Templo não s5 luta a favor da justiça. ELE Ê A JUSTIÇA! SEXTO QUADRO: ELE É A VERDADE de Filatos em seu lar. Sentado com gesto deInstantes e descontentamento. preocupaçao pois aparece Porcda^ sua esposa. observei PORCIA - Que é que te preocupa? Eu te desde que voltaste do julgamento e notei tua in quietação. Trata-se daquele profeta judeu? Sin to tanto que não pudeste evitar sua condenação. Tive a intuição de que era um verdadeiro profesota, e um homem justo, e padeci muito, em nhos, por causa dele. PIIiATOS - Tentei fazer algo... Mas sem resulta do. Por duas vezes propus soltá-lo, condenando exigiu-me Barrabás, mas a multidão, exaltada, que condenasse a Jesus de Nazaré, Depois de inmal terrogâ-lo insisti perguntando-lhes: Que fez este homem? E ouvi novamente o grito: Crucificai-ol Crucificai-o! Onde estariam seus seguidores naquele momento? E seus parentes e di£ cipulos? É curioso que s5 tu, uma estrangeira, intercedesses por ele. i Mas ninguém teria conven cido aquela multidão que me exigia que soltasse a Barrabás. Como puderam preferir que se solta£ se esse malfeitor? Ê inexplicável.
39 PORCIA - Ah: Pilatos, nao te esqueças que este de mestre tratava de despertar a consciência seus concidadãos, queos colocava frente a seus pecados e erros. Nenhum homem é tão perigoso co nos mo aquele que nos obriga a olhar dentro de mesmos. Se, como me disseste, Jesus foi tão va lente e seus princípios foram tão perturbado res, não me estranha que muitos preferissem vêlo desaparecer. PU^ATOS - E verdade, Por outra parte havia muitos sacerdotes, fariseus e personagens influentes que alguma vez foram molestados por suas pa lavras justiceiras, e para eles, com certeza7 não foi difícil conseguir a adesão de uma multi dão- enfurecida e disposta a gritar o que quer que lhe sugerissem. PORCIA - Como se defendeu o acusado? PILATOS - Nao sei se está bem dizer que ele se defendeu, Quando lhe perguntei se elejera o Rei dos judeus, me respondeu com outra pergunta: D_i zes isto^por ti mesmo ou porque outros te disse ram? - Nao Isou judeu, lhe respondi. Teus conci dadãos te trazem a mim. Que fizeste? Respondeu com essas palavras estranhas; Meu reino nao e deste mundo, Não pude fazer outra coisa senão perguntar-lhe novamente: "Es, pois, rei?" "Tu o da dizes", foi a resposta, "Todo aquele que é verdade ouve a minha voz." Havia tal serenidaporte de em seu olhar e tal dignidade em seu ele o que, por momentos, eu parecia o rêu e juiz. E talvez fosse assim,., Quando pronunciou aquelas palavras - TODO AQUELE QUE E DA VERDADE OUVE A MINHA VOZ - não pude deixar de lhe per guntar; "Que e a verdade? Que e a verdade?" PORCIA - Eu nao sei. Pilatos, mas se eu me gula£ se pelo testemunho dos que o seguiram, dos que receberam saude e vida de suas mãos, dos que fo ram amados e abençoados por ele. Se fosse ca-
40 paz de livrar-me dos preconceitos, responderia â tua pergunta dizendo-te o que clamarão as gera ções futuras acerca deste Jesus crucificado. Eu te diria: ELE É A VERDADE. SÉTIMO QOADRO: ELE Ê O AMOR vê-se um perfít de uma oruz suavemente i.tu em minada. Em cena aparece Pedro demonstrando nesta sua atitude remorso e aflição. Permanece atitude enquanto o coro canta. Ele me amava... Foi tão solícito e PEDRO paciente comigo. Mil vezes me ensinou com sua pa lavra e com seu exemplo a ser um verdadeiro Fi mas lho de Deus... E eu o neguei. Não uma vez, lábios outra e mais outra... Como puderam meus expressar as palavras que revelaram minha covar como pudia e minha traição? Como - Deus meu ~ de fazer isso? E, enquanto eu mentia covardemen te, ele agonizava na cruz por mim. Por mim, pe lo mais indigno da terra... Aproximam-se André, Joao e Tiago com Maria e algumas outras mulheres. Enquanto vão se apro ximandoj a cruz se ilumina mais e mais. ~~ ANDRÉ - Pedro, não te atormentes mais. O Mestre te compreende e te perdoará como espero que o fa ça com todos nõs. Todos o'negamos, todos o inegã mos. Todos fugimos da hora do perigo quando de víamos estar a seu lado. JOÃO - Eu que recebi cuidado tão terno e pater nal do Mestre, eu que nao me separava de seu la sua do s5 tive forças para assistir de longe crucificação. Não posso esquecer que em seu mo mento de maior angustia se lembrou de mim. MARIA - E de mim, para encomendar-me a João co mo filho amado. Eu não encontrei forças, nomeio seu de meu desespero e dor, para permanecer a lado. S6 pude derramar minha alma em silencioso pranto.
41 TIAGO
~ Talvez fosse necessário que elejbebesse momentos sò aquele cálice, até o fim. Naqueles o plano divino de salvação estava se cumprindo, como Jesus mesmo nos ensinou. E ele,l o Filho de Deus, o Cordeiro, era o unico digno, por sua pu reza, de consumar a obra. Isso nao impede que cada um de nós sinta, intimamente. que o traiu. PEDRO “ Nós também o crucificamos, Com nosso me do, com nossa covardia, até com nossa indiferen ça. Sinto aqui, bem dentro de :mim, que, cada vez vez que abandonarmos seus caminhos, que, cada o que formos infiéis a seus ensinamentos, nos estaremos crucificando. ANDRÉ - Mas ele não nos abandonará, Ele prometeu e sei que cada uma de suas palavras se cum prira. Ele virá a nós para mostrar-nos que o po der e o amor de Deus que não vacilou diante do maior dos sacrifícios, continuará sendo uma rea lidade viva e poderosa. MARIA - Eu também o creio. Ele, que comprou no£ sa salvação a preço de seu sacrifício, jã abriu seus braços na cruz. Esses braços abertos serão um convite permanente e amoroso para todos aque les que, compreendendo sua necessidade, chegam a ele em busca da verdadeira vida. JOAO - E viverá para sempre, para sempre benig a no e misericordioso. Ele, a luz, o caminho. vida, a justiça, a verdade, .a esperança, Ele, escarnecido,;coroado de espinhos, insultado, cra vado na cruz. será para sempre vencedor. Triun fará sobre a morte feito canto de louvor, feito bandeira de redenção. E renascerá cada dia, co mo a aurora, até que nos atraia a todos para junto de si. Porque ele,, nosso caro Jesus da Ga liléia, ELE É 0 AMOR. “■ CONSETraduzido: ENCJJENTRO JO UNIDO DE EDUCACION CRISTIA Buenos Alves NA^ 2 8 19 80 Por: Getúl-ío BertetZ-i
42 Nota: Caso não houver coro, sugerimos alguns hi nos conhecidos nas comunidades da lECLB para se rem cantados entre uma cena e outra. É bom mi¬ meografar os textos escolhidos, assim que todos possam participar. Eis algumas sugestões confor me os temas da peça teatral: *“ Esperança: Hinârio da lECLB, n9 11. Caminho: Um Cântico Novo, p. 12 O Sol Fulgente, p. 26 Hinârio da lECLB, n9 173 Luz: Hinârio da lECLB, n9 172 Vida: Hinârio da lECLB, n9 175 Justiça: Hinârio ;da lECLB, n9 155 Um Cântico Novo, p. 18 Verdade: Um Cântico Novo, p. 10 Amor: Hinârio da lECLB, n9 101 Outros: Hinârio da lECLB, n9 112 Canções SIM, p. 117
SUGESTÃO DE MATERIAL E ANÃLISE DE LITERATURA 1. Reflexões sobre o tema do ano "Cristo, Mediador":
o
a) Roteiro da OASE, Temas, p. 7-11; b) Boletim Informativo RE IV, n9 81, P11-16; c) Jornal Evangélico n9 1, 1980, P- 6-7. 2. Estudos: a) Pequenos estudos para aproveitamento individual ou grupai, gratuitos, ilustrados por parte: - Lutero e a causa do povo; - A Bondosa Justiça de Deus (Mt 20, 116); - Os Cristãos e o Estado (Rm 13, 1-7). b) Confessando Nossa Fé (Coletânea de es tudos que interpretam, para os nossos dias, a Confissão de Augsburgo) - Cr$ 30,00 3. Folhetos (gratuitos e ilustrados): a) Cristo, o Mediador (em elaboração e ã disposição em breve); b) A Missão Permanente da Igreja (Estatu to do índio). 4. Audiovisuais: a) O Migrante (Edições Paulinas); b) Cristo, o Mediador (em elaboração). 5. QUEM Ê JESUS CRISTO? Kent Knutson Editora Sinodal 1974 Sao Leopoldo - RS, Eis um pequeno livro de grande conteúdo.INu ma terminologia simples e fácil, aborda ques-
1
44 t5es difíceis e profundas, muitas vezes motivo de nossos conflitos, dúvidas e perguntas. Quan do.Jesus realmente nasceu? Com que idade ele iniciou suas atividades e foi crucificadol? Co mo devemos entender sua humanidade e divindade? Como compreender sua ressurreição? O que signi ficam seus milagres? Por que Jesus morreu? Como devemos compreender o Credo Apostólico? Estas, e muitas outras, são perguntas que o autor ten ta responder. Dada sua simplicidade, o livrinho ê reco mendável tanto para obreiros como aos leigos em geral. 6. QUEM É JESUS CRISTO NO BRASIL? Coleção "Teologia no Brasil" - 1 ASTE 1974 são Paulo - SP É uma coletânea de artigos escritos por te ólogos de diferentes igrejas (Leonardo Boff, JÕ ão Dias de Araújo, Jaci Maraschin, Beatriz Mu~ o niz de Souza, Klaus Van der Gripj...) sobre que Jesus Cristo representa nas diferentes face tas da realidade brasileira. Aborda as seguin tes temáticas: As imagens de Cristo no cristia nismo liberal no Brasil, Imagens de Jesus Cris to na cultura do povo brasileiro, Imagens de Cristo no catolicismo popular brasileiro, Jesus Cristo na música popular brasileira. Imagens de Jesus Cristo no protestantismo conservador, Apre sentação do Cristo na arte colonial brasileira, Imagens de Jesus Cristo no pentecostalismo e a Imagem de Jesus Cristo nos cultos afro-brasilei ros. É recomendável principalmente para res, professores e obreiros em geral. 7. JESUS CRISTO LIBERTADOR Leonardo Boff
pasto
45 Editora Vozes 1972 Petrõpolis - RJ. Ê, certamente, um best-seller da teologia da libertação e um livro revolucionário dentro da cristologia. A partir de estudos, exegeses e VIperquisas o autor tenta elaborar uma nova são sobre Jesus Cristo com base na experiência e realidade latino-americana. Onde encontramos Jesus? O que ele significa para nos hoje? Como vamos entender o mistério que envolve sua vida e obra? 0 que é histórico e autêntico sobre Je sus? Que significam sua morte e ressurreição? Jesus-homem ou Jesus-Deus? São algumas das mui tas questões que delineiam este interessante e envolvente trabalho. Recomenda-se este livro em especial para pastores.
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SEÇÃO DE INFORMAÇÕES * O CEM ainda dispõe de folhetos da serie alusiva ao Ano Internacional da Criança {A Cri ança na Família, A Criança na Comunidade, A Cri ança na Sociedade), que poderão ser adquiridos gratuitamente. Os cartazes da mesma série (Amar esSempre, Crer Sempre, Servir Sempre) ainda tão á venda por Cr$ 20,00 a unidade. * Em virtude da carência de boas historias de cunho humano, principalmente para crianças, departamentos da lECLB estão promovendo um con curso de histórias, coordenado pelo CEM. O tex to, com respectivo regulamento, está sendo di vulgado pelos diversos órgãos de comunicação da igreja {JOREV, SID, SIM, Boletim Informativo da lECLB). Também enviamos o texto para os coorde de nadores do ensino religioso das Delegacias Ensino do Rio Grande do Sul e aos grêmios estu dantis das escolas evangélicas de todo o país. Solicitamos aos pastores, catequistas e presbí teros que divulguem este concurso nas comunida des. Revista * Ainda dispomos de exemplares da 0 Orientador de Culto Infantil e Escodo CEM la Dominical. Interessados queiram dirigir-se ao nosso endereço.
CARTAS LITURGIA E SACRAMENTOS A Igreja Evangélica de Confissão Luterana e considerada como uma igreja "da palavra e dos sacramentos", o 59 artigo do Confessio Augustana reza', "Deus institui o ministério da pregação, o evangelho e os sacramentos, meios . deu-nos . pelos quais ele nos dá o Espírito Santo". Uma igreja que ignora os sacramentos na sua pregaçao e na liturgia torna-se facilmente uma existe igreja espiritualista. Por outro lado, também o perigo de super-valorizar os sacramentos e desligá-los da Palavra, Isto seria, neste caso. um sacramentalismo. Na elaboraçao_^do novo prontuário liturgico da lECLB, a comissão responsável deve se lembrar^disso. A antiga edição (Manual de culto, edição provisória) dá exemplos excelentes como a fé e ação cristã podem se basear os no que sacramentos anunciam. O contrário se dá
com o Manual "Orações pa ra o culto" (trad. do alemão, ed. 1977) que prã ticamente está isento de qualquer ligação ao con teudo sacramental. “ Na apresentaçao deste livro é afirmado que nao pretende substituir o "Manual do Culto", mas enriquece-lo^e atualizá-lo, e sem duvida alguma a linguagem é mais moderna e próxima da realida de em que vivemos, mas, ao , mesmo tempo, há certo esvaziamento teológico; sente-se especialmente a falta dos sacramentos , no orar e na medi tação da comunidade. Só duas vezes (p. 100 e 111) há uma menção direta ao ^ sacramento do batismo (onde o batismo ainda^e menciondo, mas numa maneira mais vaga, nas paginas 22 e 31), e nas orações de ascensão
48 e de pentecostes não há referência nenhuma batismo.
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nao Com o sacramento do altar a situação é muito melhor, somente na p. 62 há uma referên cia concreta ã mesa do Senhor onde recebemos a certeza do seu amor. A pergunta natural é a seguinte: Onde está receber a alegria de estar na Casa do Senhor e disto a graça em palavra e sacramento? Em vez no há um repetir sem fim dos nossos fracassos mundo e das pontes que deveriamos construir. Muitas vezes ficamos com a impressão de que são orações de cristãos cansados e para os quais nao a afirmação de que Deus se importa conosco passa de uma palavra abstrata. Falta o espírito que, por exemplo, Lutero dúvidas, representa quando ele, em angústia e escreveu na sua mesa: Sou batizadol! Kjell Nordstokke
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ÍNDICE
A PALAVRA AO LEITOR
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ENCONTRO COM A PALAVRA
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UM DIA DA COMUNIDADE: PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO
11
A ESCOLHA DO TEMA .
27
PASSOU JESUS
30
. .
SUGESTÃO DE MATERIAL E ANÁLISE DE LITEPJVTURA
43
SEÇÃO DE INFQRMAÇÕES
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CARTAS
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