Roteiro da OASE 2011 - Em busca da sabedoria

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© Editora Sinodal, 2010 Rua Amadeo Rossi, 467 Caixa Postal 11 93001-970 São Leopoldo/RS Tel./fax: (51) 3037 2366 editora@editorasinodal.com.br www.editorasinodal.com.br Elaborado pela Associação Nacional dos Grupos de OASE da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil Conselho redatorial: Anna Lange, Alba O. Seewald, Olga Kappel Roque, Edeltraud Fleischmann Nering, Isabela Miriam Buboltz e Helena Beatriz C. Fey Diretoria Nacional: Elsa Eneli Müller Janssen (Presidente), Wilhelmina Kieckbusch (Secretária), Teresinha Metzker (Tesoureira) Coordenação editorial: Helga Schünemann Produção editorial: Editora Sinodal Produção gráfica: Gráfica Sinodal ISSN 21755515


ÍNDICE Apresentação – Elsa E. M. Janssen ................................................................ 5 JANEIRO ........................................................................................................ 7 À imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.27) ........................................... 8 Aprender com os antigos (Provérbios 4.10-11) .............................................. 9 Capelania hospitalar e o acompanhamento pastoral de mães que perdem seu bebê ..................................................................................... 14 FEVEREIRO................................................................................................. 18 Do cativeiro à liberdade (Romanos 8.21) ..................................................... 19 Novos saberes (Provérbios 2.8-10) ............................................................... 21 Dinâmica: Passe e repasse ............................................................................ 24 MARÇO ........................................................................................................ 27 Existe alguém sem esperança? (Salmo 62.2) ................................................ 28 A sabedoria protege (Eclesiastes 7.10-12) .................................................... 29 A coragem das mulheres ............................................................................... 33 ABRIL........................................................................................................... 35 Oração, fé e sabedoria para vencer as tentações (Mateus 26.41).................. 36 Sabedoria vale mais que ouro (Provérbios 8.10-14) ..................................... 38 O que mudou da Páscoa do ano 33 d.C. para a Páscoa de hoje? .................. 41 MAIO ............................................................................................................ 42 Impressões e reflexões sobre as fases da vida (Romanos 15.13) .................. 43 Utopia da sabedoria (1 Coríntios 1.18-31) .................................................... 46 Poesia: Mulheres de poder – Graça de Deus ................................................ 49 JUNHO ......................................................................................................... 50 Amor e gratidão (Provérbios 11.24) ............................................................. 51 A vaidade da sabedoria (Romanos 12.15-20) ............................................... 53 Centenário da OASE-Centro de Santa Cruz do Sul/RS ................................ 55 Dinâmica: A árvore dos presentes ................................................................. 57


JULHO .......................................................................................................... 58 Nosso maior tesouro (Mateus 6.21) .............................................................. 59 Sabedoria popular (Provérbios 15.16) .......................................................... 61 O controle de peso depende de você ............................................................. 65 AGOSTO ...................................................................................................... 66 Perseverar e alcançar (Mateus 7.7) ............................................................... 67 Sabedoria de mulheres promove mudanças (Números 27.1-11) .................. 69 IECLB: Secretaria da Ação Comunitária ...................................................... 73 O pássaro e a oração ..................................................................................... 76 Oração da noite ............................................................................................. 77 SETEMBRO ................................................................................................. 78 Parábola do casamento (Mateus 18.20) ........................................................ 79 Sabedoria bíblica (Jó 28.12-13) .................................................................... 81 Câncer na mulher .......................................................................................... 85 Alcançando as pessoas surdas ....................................................................... 87 OUTUBRO ................................................................................................... 88 Indignidade humana diante de Deus (Jó 4.17) .............................................. 89 Princípio do saber (Provérbios 1.7) .............................................................. 91 Você ronca? ................................................................................................... 93 Dinâmica: Aceitar e perdoar: A parábola do filho perdido .......................... 95 NOVEMBRO................................................................................................ 96 A misericórdia de Deus (Naum 1.7) ............................................................ 97 É de pequenino que se torce o pepino (Provérbios 22.6) .............................. 98 Advento é tempo de preparação .................................................................. 101 DEZEMBRO............................................................................................... 102 Futuro glorioso (Isaías 54.7) ....................................................................... 103 Sabedoria: que a comida que existe seja bem feita (Mateus 10.16) ........... 105 Jogral: Natal na veloz cidade ...................................................................... 108 Poesia: Natal ............................................................................................... 109 Trabalho manual: A dança dos anjos (móbile) ............................................ 110


Apresentação

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Arquivo

odos percebemos as profundas mudanças que caracterizam os novos tempos. Continuamente, sobrevém-nos uma avalanche de valores invertidos, e nos perguntamos: Como lidar com tudo isso? O Roteiro da OASE deste ano enfoca o tema: Em busca da sabedoria. Pretende ser um auxílio para momentos em que mulheres, homens, famílias se reúnem e, de forma dedicada e compromissada, estudam, discutem e buscam fundamentar suas iniciativas em princípios irrefutáveis da fé cristã. A atitude de buscar, ou não, a sabedoria determina a maneira de ser de Elsa E. M. Janssen cada pessoa. A verdade é que ninguém vive sem fazer escolhas, sem tomar decisões. Muitas são as fontes que proclamam sabedoria. O Roteiro da OASE aponta para a Palavra Sagrada, que é uma fonte inesgotável da sabedoria que vem do alto. É de lá que veio, vem e virá a luz do mundo. Sim. Para lidar com as coisas deste mundo é preciso muita sabedoria e faz-se necessária muita luz. A Era do Conhecimento, como tem sido chamada a época atual, valoriza os saberes da ciência, da tecnologia. O desafio é ir além do conhecimento. É vencer as barreiras da injustiça, da maldade, do egoísmo, da exploração. É reconstruir altares que dignificam a paz, a harmonia, a vida plena no meio pessoal, familiar e social. O Roteiro da OASE tem uma longa história de bênçãos. O primeiro lançamento tinha doze páginas, escrito, editado e distribuído em 1954. Tratava-se


Roteiro da OASE 2011 de um caderno de estudos intitulado “Die Arbeitshilfe”. Dorothea Seydel foi a primeira orientadora da OASE de tempo integral, contratada pelo então Sínodo Riograndense. Morava na casa Matriz de Diaconisas, em São Leopoldo/RS. Estendeu sua ação para outros Estados além do Rio Grande do Sul. Foi para o interior de Minas Gerais, Espírito Santo e também para o oeste do Paraná. Ela se responsabilizou pela edição do Caderno de Estudos; e o lema enfocado no mês de dezembro daquele primeiro ano foi: “O que DEUS tem preparado para nós?” Um tema oportuno para uma época em que também aconteciam grandes transformações. Hoje, na função de presidente da Associação Nacional dos Grupos da OASE, estreando na tarefa de fazer a apresentação do Roteiro, sinto-me feliz e gratificada. O relato histórico que marca esse trabalho se constitui em uma prova importante do que as mulheres podem fazer. Na edição do ano 2011, o Conselho Redatorial, composto inteiramente por mulheres, e todos os demais colaboradores se empenharam para colocar ao alcance das pessoas interessadas um conteúdo que possa estimular e incentivar a alegria de viver. Ou seja, é um esforço que traz visibilidade e acessibilidade às pessoas, com o desejo de que nelas desperte e fortaleça a paixão pela vida, no tempo e lugar onde foram colocadas. Na busca da sabedoria, temos muitos bons exemplos. Lembremos de Salomão, que em vez de riquezas, fama, honras ou glórias pediu a Deus compreensão, entendimento, para discernir entre o bem e o mal. Como resposta, ele recebeu um coração sábio, inteligente (1Rs 3.1-14). Que seu exemplo nos sirva de incentivo e orientação enquanto trilhamos pelas veredas da vida agitada do pós-modernismo, movimentada por fortes transformações. Deus abençoe todo firme propósito de leitura e estudo a partir deste Roteiro. Elsa E. M. Janssen Presidente da Associação Nacional dos Grupos da OASE

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Datas importantes 01 – Ano Novo 1899 – Aprovada a proposta da organização de mulheres “Frauenhilfe”, em Berlim/Alemanha, sob a liderança da Imperatriz Auguste Vitória 03 – 1521 – Lutero é excomungado pelo papa 06 – Epifania 07 – 1890 – Decretada a liberdade religiosa no Brasil 13 – 1635 – *Philipp Jacob Spener, fundador do Pietismo (+5/2/1705) 14 – 1875 – *Albert Schweitzer – teólogo, médico, filósofo, missionário, Prêmio Nobel da Paz (+4/9/1965) 16 – 1910 – Fundação da Obra Gustavo Adolfo (OGA), em Hamburgo Velho/RS 28 – *Katharina von Bora, esposa de Lutero (+20/12/1552)

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Roteiro da OASE 2011

JANEIRO Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gênesis 1.27

Meditação À imagem e semelhança de Deus Arquivo pessoal ocê já parou para pensar que somos criados à imagem e semelhança de Deus? Após Deus ter criado o mundo e tudo o que nele existe, achou tudo muito bom. Então pensou: agora preciso de um ser para administrar e usufruir com respeito e dignidade esta maravilhosa criação. Foi assim que Deus criou o ser humano (homem e mulher). A criação do ser humano, diferente da de outras criaturas, carrega em si o propósito divino, pois quando Deus criou o ser humano, criou-o pensando em si como modelo. Ele queria um ser perfeito, amoroso, cuidadoso, justo e com o qual pudesse se comunicar. Por isso Deus nos criou à sua imagem e seme- Ivane Droog lhança. Devemos enfatizar que ter sido criado à imagem e semelhança de Deus não significa igualdade pura. Deus quer estar em nossa companhia, por isso nós devemos cultivar nossa comunhão com ele, como cultivamos nossa amizade com pessoas queridas. Ele quer que o ser humano viva em harmonia com sua criação. É uma pena que isso não esteja acontecendo devido ao pecado da desobediência e mentira, que já vem desde Adão e Eva. O problema é que a humanidade de hoje está se sentindo autossuficiente e não procura mais a comunhão com Deus, e com isso está cada vez mais atolada nos pecados.

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JANEIRO Ao invés de procurar a sabedoria de Deus na Bíblia para orientá-las, as pessoas procuram outras fontes que não são seguras e que não levam ao caminho certo. Colocam falsos deuses em suas vidas, como cartomantes e benzedeiras, e muitas vezes colocam sua fé em imagens feitas de barro, ignorando as orientações e a comunhão divina, tendo que depois assumir as consequências das suas escolhas erradas. Mesmo cometendo todos esses erros, porém, Deus nunca nos abandona. Quando nos arrependemos de tudo, ele está de braços abertos para nos receber de volta e de ouvidos atentos para nos escutar. Então devemos nos colocar em seus braços como netos nos braços das avós, sentindo-se seguros e protegidos. Portanto, para sermos a imagem de Deus, devemos ser como ele: justos, solidários, amorosos, e tratar a todos com igualdade e liberdade, para que todos tenham vida plena. Para reflexão: Reflitam sobre o tema e cada uma escreva em uma folha de papel: * O que você espera de Deus? * O que Deus espera de você? Depois, as respostas podem ser compartilhadas no grupo. Ivane Droog Formosa/GO

Em busca da sabedoria Aprender com os antigos Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida. No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar. Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos; se correres, não tropeçarás. Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida. Provérbios 4.10-11 Hoje, não conseguimos mais acompanhar o ritmo alucinante de mudanças. E parece não haver lugar para os antigos valores. Há confusão, ansiedade, perplexidade. Uma senhora da OASE procurava ser bem “antenada” ao mundo 9


Roteiro da OASE 2011 Stock.xchng de hoje, mas um netinho disse para ela: “Vovó, tu és de ontem! Tu não entendes!” Lembro-me, contudo, que outro netinho procurou o colo da vovó para chorar e pedir um conselho. Podemos aprender com os antigos? É de fundamental importância valorizar a sabedoria de nossos antepassados e, ao mesmo tempo, encontrar novos jeitos de compartilhar a sabedoria. Nem tudo mudou. Deus é o mesmo. O mesmo sangue de nossos filhos e netos corre em nossas veias. As mesmas questões cruciais de justiça e ânsia pela verdade dos jovens nos comovem. Ouvimos os mesmos gritos angustiados: “Até quando, Senhor?”. Deus calcou em nossos corações a saudade do Eterno, que nos faz buscar esse Deus, o nosso Salvador. Reconhecemos com humildade o quão pouco podemos acrescentar à sabedoria dos antigos, mesmo com toda tecnologia e ciência. É imprescindível compartilharmos a sabedoria de geração em geração, através de “redes de convivência”.

“Redes de convivência” para compartilhar a sabedoria Ainda há pessoas que acham que a sabedoria é adquirida somente no estudo acadêmico e, por isso, costumam chamar alguém de terno e gravata de “Doutor!” Delega-se “saber” para aquele que exerce “poder” – e tantas vezes com injustiça. Facilmente isso também acontece entre pais e filhos e em outras situações em que a autoridade mal-entendida dificulta o diálogo. Por isso muitas conversas são abortadas e redundam em fracasso. A verdadeira sabedoria cresce no embate da vida, que deve ser refletida em todos os lugares, também nas escolas e universidades. Encontramos os “doutores” da sabedoria de vida, muitas vezes, na simplicidade e na experiência de vida dos antigos. Antigamente, a sabedoria da vida era compartilhada pelos saberes do clã e de toda a tribo. Era transmitida de “boca em boca”, através de provérbios e histórias, vivenciadas e atualizadas nos mais diversos rituais. Uma grande rede social e espiritual amparava e protegia as pessoas. Onde podemos reconstruir redes acolhedoras para compartilhar e construir sabedoria? Sugerimos abrir espaço na reunião da OASE para responder a 10


JANEIRO essa pergunta. Lembremo-nos das conversas com avós junto ao fogão a lenha, com pinhão, chimarrão ou pipoca, no inverno gélido. Ah, como era acolhedor! Quanta sabedoria de vida “rolava” naqueles momentos. A OASE é uma das redes preciosas de acolhimento e de compartilhar sabedoria de vida e a palavra de Deus. Convidamos a nos envolver, por exemplo, com a sabedoria no livro de Provérbios. O livro de Provérbios e provérbios hoje Os livros de Provérbios, Jó e Eclesiastes são “os livros poéticos” ou “os livros filosóficos” da Bíblia. A palavra grega “filosofia” é composta de duas palavras: filos (quem ama) e sofia (sabedoria), portanto, “quem ama a sabedoria”. O livro de Provérbios tem o propósito de compartilhar a sabedoria, viver uma vida prudente, fazer o que é justo e digno. Estudiosos afirmam que o rei Salomão escreveu a maior parte do livro de Provérbios. Salomão teve o privilégio de poder pedir qualquer coisa a Deus, e ele pediu por sabedoria (1 Reis 3.1-15). Orava, ouvia muito atentamente e refletia profundamente. Ele compilou as experiências de vida, os acertos e desacertos, em conceitos sábios simples e bem concretos. Foram registrados e incluídos na Bíblia para ajudar as próximas gerações a adquirir e construir a sabedoria que vem de Deus. São poemas, parábolas, lições de vida e provérbios. A nossa vida é norteada por provérbios. Lembram-se dos provérbios em panos de parede na cozinha das nossas avós? Hoje desbotados pela idade e talvez guardados como quase-relíquias. Lembram-se de textos ou símbolos em panos de parede ou quadros hoje amarelados? Que tal compartilhar e refletir agora sobre provérbios hoje? Nós temos viva lembrança de um pano de uma avó da Dorothea do tempo da Segunda Guerra Mundial. O pano era bordado em ponto cruz, verduras no meio de um boi gordo e algumas pessoas amorosas e outras raivosas. E abaixo o provérbio: “É melhor comer verduras na companhia de quem a gente ama do que comer a melhor carne onde existe ódio” (Provérbios 15.17). Bom, havia mesmo mais hortaliça que carne na época da guerra. Mas não era consolo de pobre... A vovó contava que no tempo de carência durante e após a guerra brotou muita solidariedade e sabedoria do sofrimento que passaram. A sabedoria dos antigos era transmitida por homens e mulheres (a mãe é citada explicitamente em Provérbios 4.3). Em oposição à época do livro de Provérbios, na fé cristã o homem e a mulher, o pai e a mãe, o filho e a filha são iguais, “pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3.28). Por isso, ao 11


Roteiro da OASE 2011 lermos agora o capítulo 4 de Provérbios, não vamos ler somente “pai e filho”, mas incluir a mãe e a filha e dialogar sobre o que o conteúdo de Provérbios 4 significa para nós hoje. Provérbios 4 1. Escute as palavras de sabedoria! Em Provérbios 4, o pai convida o filho para ouvir e aceitar suas palavras, assim como ele as ouviu e aceitou do seu próprio pai (ler v. 3-4): • Filhos e filhas, escutem o que seu pai e sua mãe ensinam. Prestem atenção e compreenderão as coisas. O que eu ensino é bom (v. 1). • Escutem, meu filho e minha filha. Aceitem o que eu estou dizendo e vocês terão uma longa vida (v. 10). • Filho e filha, prestem atenção no que eu digo. Escutem as minhas palavras. Nunca deixem que elas se afastem de vocês. Lembrem delas e amem-nas (v. 20). 2. Obtenha a sabedoria O escutar, porém, é sem sentido se não procuramos obter essa sabedoria e torná-la parte de nossa vida. • Procurem conseguir sabedoria e compreensão (v. 5). • Para ter sabedoria é preciso pagar o seu preço. Usem tudo o que vocês têm para conseguir a compreensão (v. 7). 3. Guarde a sabedoria Quando recebo um presente, preciso guardá-lo muito bem e evitar perder esse grande tesouro. Maria, a mãe de Jesus, “guardou” as palavras que o anjo disse em seu coração, refletiu sobre elas (Lucas 2.19). Maria foi uma mulher sábia, um exemplo para todas as outras “Marias”. • Lembrem-se dos meus conselhos (v. 2). • Não abandonem a sabedoria (v. 6). • Lembrem-se sempre daquilo que aprenderam. A sua educação é a sua vida (v. 13). • Guardem os meus mandamentos e vivam (v. 4). Guardar os mandamentos para viver. Mesmo que seja muito antiga a fonte de vida e da sabedoria, ela pode ser sempre reencontrada, p.ex. nos Dez Mandamentos e na confiança em Deus. 12


JANEIRO Todo o capítulo 4 insiste em seguirmos a sabedoria e não o exemplo dos maus (ler v. 6,14-19, 24-27). No tempo do livro de Provérbios e hoje, há muitos coeducadores, de “boca para ouvido”, espalhando saberes bons e maus. Os maus conselhos atingem milhares de ouvidos, caindo nos corações e cultivando ervas daninhas. Despejam saberes nocivos e infiltram-se nos poros de seres humanos confusos em relação aos reais valores. Para evitar isso, apeguemo-nos à sabedoria como o tesouro mais precioso. Tesouro que enriquece e preenche nosso coração de tal forma que outras vozes gritantes e maléficas perdem seu poder. 4. E vivereis protegidos, multiplicando-se os dias e tereis saúde para todo o corpo Se ouvirem, adquirirem e guardarem a sabedoria transmitida pelos seus pais e mestres, a sabedoria • protegerá vocês (v. 6), pois • dela procedem as fontes da vida (v. 23) e • se multiplicarão os anos da tua vida (v. 10, citação da promessa do quarto mandamento em Êxodo 20.12) e • a sabedoria traz vida para os que a encontram e saúde para todo o seu corpo” (v. 22, tradução correta por Almeida). A sabedoria é a fonte de vida, ou seja, “saúde para todo o corpo”, para o físico, psíquico e espiritual. Estamos redescobrindo a interdependência da dimensão espiritual, psíquica e física. Um bom exemplo são as doenças de origem psicossomática, que assolam nosso corpo, mas nascem na nossa alma. É importante resgatar a sabedoria do inter-relacionamento de doença e pecado, cura e salvação, ensinada e vivida por Jesus Cristo. Para nós cristãos, a verdadeira sabedoria é firmada em nossa caminhada na presença de Deus, que se tornou bem humano e visível em Jesus Cristo. Os jovens e adultos que procuram exemplos além do “Superman” ou Michael Jackson podem encontrar a autoridade mais confiável de todas em Jesus Cristo. Ele mesmo é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6), a fonte de toda sabedoria. Somente ele pode garantir vida abundante e sabedoria real para a humanidade (João 10.10). Nós somos chamadas para ser portadoras da sabedoria divina, revelada através de Jesus Cristo. Pedimos pelos dons do Espírito Santo para compartilhar histórias, poesias e provérbios com pessoas que querem ouvir, obter e guardar a sabedoria que vem dos antigos. Assim é possível tornar-se uma “velha sábia”, arquétipo forte desde muitas gerações e das quais a Bíblia e a história nos dão 13


Roteiro da OASE 2011 testemunho. Essas são pessoas que foram e são agentes de transformação neste mundo, de geração em geração. Cora Coralina (1889-1985), doceira de profissão, produziu uma obra poética rica em sabedoria do cotidiano, no interior de Goiás. Ela disse: “Venho do século passado e trago dentro de mim todas as idades”. E nós acrescentamos: “e os saberes de cada estágio, a graça de termos tido bons exemplos a seguir e o convite de crescermos e trazermos frutos, agora e para a eternidade”. Ancoradas no “saber dos antigos”, busquemos o novo em Jesus Cristo, que ontem e hoje é o mesmo, não mudou, e será o mesmo amanhã e sempre (Hebreus 13.8). Dorothea e Ingo Wulfhorst São Leopoldo/RS

Comunidade terapêutica Capelania hospitalar e o acompanhamento pastoral de mães que perdem seu bebê A capelania é o cuidado pastoral no contexto hospitalar. Proporciona acompanhamento espiritual baseado no acolhimento, no amor ao próximo, às pessoas enfermas, familiares e colaboradores. O próprio conceito de saúde preconiza que: “a saúde é muito mais do que a ausência de doenças; é a presença de bem-estar de alto nível que envolve as dimensões física, psicológica, interpessoal, ambiental, institucional e espiritual”. A comunidade cristã é desafiada a ser comunidade terapêutica também no contexto hospitalar. Através da visitação hospitalar podemos anunciar a palavra de Deus, que proporciona consolo e esperança em meio à enfermidade. Da mesma forma que é uma oportunidade de quebrar a monotonia e a solidão, cria laços de comunhão com a igreja e com o mundo. O fato de saber que há pessoas orando quando se está enfermo concede muita paz e tranquilidade, pois “onde dois ou três” estiverem reunidos, em nome de Jesus, para orar, há esperança. A capelania hospitalar proporciona o cuidado pastoral através do acolhimento e do escutar a história de vida de cada família, respeitando a pluralidade religiosa; traz palavras de consolo, conforto e esperança naquele momento. A capelania também oferece literatura evangelística para os pacientes e seus familiares, de acordo com a idade. 14


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Na capelania hospitalar, somos instrumentos da missão de Deus, que vai além dos muros da igreja, uma missão que acontece através de testemunho, de comunhão, do agir restaurador, curador e cuidador. É uma celebração do amor de Deus. A palavra de Deus diz: “Estive enfermo e me visitaste” (Mateus 25.36). Através da visitação, respondemos ao chamado que Deus faz a seu povo: “Consolai, consolai o meu povo” (Jeremias 40.1). As situações de dor e de conflito demandam esse auxílio. Para cumprir sua missão, a igreja precisa cuidar das pessoas mais feridas e enfermas. Como diz o apóstolo Paulo em sua Carta aos Gálatas 6.2: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”. E o próprio Jesus Cristo confirma em João 13.35: “Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”. O trabalho de capelania proporciona às pessoas internadas um espaço de acolhimento e humanização. As pessoas precisam se sentir à vontade para compartilhar, ou não, as suas dores, sofrimentos, angústias, histórias de vida e esperanças. É importante estar presente no setor diariamente, possibilitando a companhia para a pessoa internada (silêncio, toque, leitura bíblica, oração). Atualmente sou responsável pelo acompanhamento pastoral no setor materno-infantil do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba/PR. Em seguida apresentarei a importância e o cuidado a mães e famílias que perdem seu bebê. “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Lucas 15.34). Meu Deus, meu Deus, por que meu filhinho querido morreu? Geralmente a gravidez é algo planejado e previsível, com momentos cheios de expectativa! No entanto, às vezes o ciclo da vida se inverte: morre-se antes de nascer. De repente, o bebê tão desejado, cujas feições a mãe e o pai anseiam por conhecer, 15


Roteiro da OASE 2011 simplesmente desaparece. A barriga, antes motivo de orgulho e expectativa, torna-se oca de seu mais precioso fruto. A morte de um bebê é sempre um choque, mesmo que seja um bebê que não se chegou a conhecer. Não faz parte da lei natural da vida, não é algo que seja esperado, pois os bebês representam o início da vida e não o final. Por causa dessa enorme contradição, a morte de um bebê é ainda mais difícil de ser aceita. Uma nova gravidez, mesmo que levada a termo e resultando no nascimento de uma criança saudável, não tem a finalidade nem o poder de substituir a criança que não nasceu com vida. O luto é um processo doloroso. A pessoa passa por fases nas quais surgem sensações fortes, que parecem permanecer para sempre. É importante que a dor seja vivida, que os sentimentos não sejam ignorados, pois a dor faz parte do processo de recuperação e de ressignificação da vida. A dor da perda de um filho ou de uma filha vai acompanhar a pessoa durante a sua vida, com lembranças e saudade. Com o tempo, porém, ela vai aprender a encarar essa dor de forma diferente, aprendendo a acreditar que pode tentar novamente, se essa for a sua vontade. Com um bebê natimorto, a mãe lida com um vazio tanto interno quanto externo. Quando uma criança nasce em óbito, não existe nada muitas vezes. Fica marcado na memória da mãe um nascimento e uma morte. Estão gravados os dois, ao mesmo tempo. O bebê vivo não está lá, fala-se do funeral e não do batizado. O bebê dos seus sonhos torna-se uma imagem, o bebê não está vivo em carne e osso, mas vivo em pensamento, emoção e saudade. Tarefas no acompanhamento • No acompanhamento pastoral é importante possibilitar à mãe um espaço para falar sobre o que a assusta. O falar é terapêutico, evidencia que ela não está sozinha. Muitas vezes, ela fala as mesmas coisas, pergunta repetidamente sobre tudo; outras vezes, fica calada e nada quer saber. Devemos respeitá-la, procurando entender que o sofrimento é dela, nós apenas estamos presentes nesse momento tão doloroso – de uma maneira amorosa e silenciosa. • Ouvir sem tentar minimizar o sofrimento. Fazê-la perceber que alguém a entende e acolhe sua dor, pois sair do hospital sem carregar seu bebê é perder muito mais do que se pode imaginar. E a perda continua! Voltar para casa e encontrar o berço vazio! Não ter um bebê para embalar; fraldas para trocar! Serão necessários dias, meses, para que se consiga entender ou aceitar o que o coração nunca esquece. 16


JANEIRO • Perguntar para a mãe se ela gostaria de ver seu bebê; quando é natimorto, respeitar seu desejo de vê-lo ou não; possibilitar que a família esteja junto nesse momento. • Estar com a família no momento de receber a notícia do óbito; possibilitar um espaço para a despedida do seu pequenino bebê; poder pegar a criança no colo, em alguns casos, pela primeira vez, e poder embalá-la com amor e carinho, no embalo da entrega. • Acompanhar a mãe juntamente com a equipe multidisciplinar. • Elaborar a dor da perda. É necessário elaborar essa dor ou ela se manifestará mais tarde. Nem todas as pessoas sentem a mesma intensidade de sofrimento, mas é impossível perder alguém que se goste sem passar por algum grau de dor. • Ajustar-se a um ambiente onde está faltando o bebê. Muitas vezes, a família leva tempo para perceber o que é viver sem seu bebê. • Apontar caminhos para a esperança, para o amor de Deus, para a promessa que temos através da ressurreição de Jesus Cristo. O acompanhamento pastoral, através do serviço da capelania hospitalar, às mães e famílias que perdem seus bebês é de suma importância, pois proporciona esperança e consolo para uma perda que causa grande vazio no coração e rompe, inesperadamente, com a expectativa que o nascimento de uma criança traz à família. Meu pequeno bebê... Queria ouvir seu chorinho O que ouço é o meu lamento e minhas lágrimas! O seu nascimento era tão esperado Dia de muita alegria Mas veio a dor, o sofrimento e as lágrimas. Meu pequeno bebê... Queria te levar para casa e apresentar o teu lindo quarto Suas pequenas roupinhas passadas e perfumadas. Meu pequeno bebê... agora te embalo em meus braços, O embalo da entrega Terei que te entregar e te deixar partir... Deixar partir para além do azul do céu. Pª Ana Paula Genehr Curitiba/PR

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Arquivo

F E V E R E I R O

Datas importantes 04 – 1906 – *Dietrich Bonhoeffer, teólogo, mártir do nazismo (+9/4/1945) 11 – 1868 – Fundação do Sínodo Evangélico Alemão da Província do Rio Grande do Sul 14 – 1546 – Última pregação de Lutero, sobre Mateus 11.28 16 – 1487 – *Philipp Melanchthon, colaborador de Lutero (+19/4/1560) 17 – Quarta-Feira de Cinzas 22 – 1956 – Fundação da Associação Diacônica Luterana, Serra Pelada/ES 28 – 1997 – Reestruturação da IECLB, extinção dos Distritos e das Regiões, criação dos Sínodos

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FEVEREIRO

FEVEREIRO Na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Romanos 8.21

Meditação Do cativeiro à liberdade Arquivo pessoal

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que nos leva ao cativeiro? Como podemos estar numa prisão ou ser escravos de uma situação não criada por nós? Lembro-me de uma passagem bíblica no Antigo Testamento, no livro de Gênesis 37, que conta a história dos filhos de Jacó. Um deles era José. Seus irmãos tinham ciúmes dele e eram grosseiros quando falavam com ele. Por ser um filho que nasceu na sua velhice, Jacó o amava muito, e os irmãos o odiavam por causa desse amor. José tinha sonhos e se destacava nesses sonhos. Com muita raiva, um dia, Ione Faller Korte, coordenadora da OASE de seus irmãos o venderam para o Egito. Cascavel/PR Lá, ele passou de servo a governador. Após anos de prosperidade, vieram anos de miséria, mas José havia se precavido e não faltou comida no Egito. Por causa da fome, os outros filhos de Jacó foram ao Egito procurar por alimentos. Lá, encontraram e se reconciliaram com José. Essa família se estabeleceu no Egito, em terras recebidas pelo faraó. E o povo hebreu cresceu. Por causa da prosperidade do povo hebreu, o faraó determinou que cada hebreu teria que ser escravo de um egípcio. E assim começou a escravidão do povo de Deus no Egito, até que Deus enviou Moisés para libertá-lo. Deus o acompanhou pelo deserto por quarenta anos. Os mais 19


Roteiro da OASE 2011 velhos morreram no deserto; só os filhos e netos, a geração mais nova entrou e tomou posse da Terra Prometida. Deus nunca os abandonou. E hoje, como somos prisioneiros ou escravos? Existem muitas maneiras de se estar em cativeiro. O pecado, que às vezes não percebemos, ciúmes, inveja, exclusão, são coisas que nos aprisionam. O que acontece muito em algumas famílias, principalmente entre os mais jovens, é o uso de drogas. Não é recente, mas ultimamente tem se espalhado e vem causando grande destruição; famílias inteiras sofrem devido à dependência de um familiar. A dependência química, que chamamos de adicção, é uma doença comprovada pela Organização Mundial da Saúde, mas por trás da dependência existe corrupção, roubo, assassinato, manipulação, mentira, tráfico, suborno e tantos outros. Temos livre escolha; podemos ser prisioneiros, escravos e viver amedrontados e codependentes; ou podemos escolher uma vida digna, plena e em abundância (João 10.10), confiando e entregando tudo o que somos, temos e fazemos a Deus. Porque Deus amou tanto o mundo, que deu seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna (João 3.16). Por causa desse amor, podemos ter esperança, pois Deus sempre foi, é e será fiel às suas promessas. Enquanto há vida, há esperança. Onde tem esperança, tem fé. Para reflexão: Que tipo de ajuda para pessoas dependentes de drogas ou de álcool há em sua região? Os grupos de OASE participam de alguma ação nesse sentido? Oração Senhor, nosso Deus e Pai, nós te agradecemos os cuidados que tu sempre tiveste conosco. Pedimos-te que ilumines nosso caminho, que nos mostres a direção a ser tomada. Abençoa, Senhor, as famílias que têm dependentes químicos, alcoólicos e doentes. Usa-nos, Senhor, como teus instrumentos; queremos ser teus mensageiros para levar a tua palavra aos irmãos e às irmãs que sofrem. Também pedimos perdão pelos nossos erros. Tu nos conheces e sabes de nossas necessidades; concede-nos a paz. Em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Amém. Ione Faller Korte Cascavel/PR

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FEVEREIRO

Em busca da sabedoria Novos saberes Ele vigia as sendas do direito, e guarda o caminho dos seus amigos fiéis. Então compreenderás a justiça e o direito, a retidão e todos os caminhos da felicidade; porque virá a sabedoria ao teu coração e terás gosto no saber. Provérbios 2.8-10 plrang – Stockxchng Conta-se que, certa vez, a rainha de Sabá enviou dois buquês de rosas ao sábio rei Salomão. Os dois maços de flores eram idênticos, mas um era autêntico e o outro falso. Salomão deveria selecionar as flores naturais. Sua tarefa não foi fácil, visto que os buquês eram encantadores e apresentavam aspecto, fragrância, consistência, colorido, maciez e fragilidade iguais. Salomão pensou e, num segundo, abriu a janela que dava para o seu famoso jardim. Em poucos instantes, o seu dormitório foi invadido por um pequeno enxame de abelhas que, sem hesitação, pousou nas flores verdadeiras. É da natureza das abelhas distinguirem a flor verdadeira da falsa. Também é da natureza de Deus reconhecer as diferenças entre a adoração sincera e a adoração Aprendamos com as abelhas, que sabem simulada. Penso que queremos ser pessoas discernir a flor verdadeira da falsa próximas de Deus; que sonhamos adorálo de forma autêntica. O texto de Provérbios 2.8-10 nos ajuda nesse projeto: “Ele vigia as sendas do direito, e guarda o caminho dos seus amigos fiéis. Então compreenderás a justiça e o direito, a retidão e todos os caminhos da felicidade; porque virá a sabedoria ao teu coração e terás gosto no saber”.

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Roteiro da OASE 2011 E quanto ao nosso caráter? Olá, senhoras da OASE. Que alegria poder me dirigir a vocês. Faço-o com minha memória voltada ao ano de 1982. Sim, faz 29 anos que exerci meu primeiro pastorado, em cidade gaúcha. A nossa paróquia era composta por apenas 40 famílias, mas o grupo da OASE era forte. Eu era jovem e sem experiência, mas aquelas senhoras souberam me acolher, minimizando meus defeitos; convidando-me para visitar seus lares; inserindo-me no contexto da comunidade. Quantas boas lembranças! Hoje, três décadas depois, ouso escrever uma reflexão para os grupos de OASE do nosso querido Brasil. Será que aquele grupo do noroeste do Paraná, que continua se reunindo há mil quilômetros de distância de onde escrevo, também vai refletir comigo? Imagino que sim! O livro de Provérbios desafia-nos a desenvolver o caráter amoroso de Deus nas nossas vidas. Jesus Cristo espelhou-se no seu Pai quando demonstrou seu caráter misericordioso entre nós. Esse amor, essa misericórdia, essa doação em prol do próximo, sem a espera de qualquer recompensa, deveriam nos incitar a viver com mais alegria nos espaços que ocupamos na família, na comunidade, na sociedade. Lembram de como Deus foi amoroso com o povo hebreu durante a travessia do deserto? Recordam como Jesus Cristo foi misericordioso quando assumiu a cruz em favor de nós? Outro dia, lendo o terceiro capítulo da carta do apóstolo Paulo a Timóteo, percebi que uma pessoa cristã nunca é avaliada pela sua crença, pelo grupo de OASE que participa, mas pelo caráter que tem. Pessoas afinadas com o caráter de Deus professam verdades e, depois, praticam as mesmas. Eu senti esse testemunho nos grupos de OASE pelos quais passei. Que saudades dos grupos de senhoras evangélicas de Cruz Alta/RS, de Florianópolis/SC... As pessoas que de fato se relacionam com Deus nunca são vistas descansando nas “redes da teoria”. Ando por aí e percebo alguns grupos cristãos investindo num cristianismo abstrato, teórico, intocável e, por isso mesmo, sem gosto, sem perfume. Coisa boa: também existem os grupos que investem na prática da diaconia, do serviço cristão. Hoje atuo como pastor em Joinville/SC. Sim, eu sempre constatei reflexão e trabalho nos grupos pelos quais passei. Salomão, o autor do livro de Provérbios, sempre bate na tecla de que se busque a sabedoria com “unhas e dentes” e que, logo depois, se ponha em prática aquilo que se aprendeu; que se viva o culto na comunidade e, ao mesmo tempo, na calçada. 22


FEVEREIRO Hoje, quase todas as pessoas lêem jornais, ouvem rádios, assistem a programas de televisão e navegam na internet. As informações geradoras de conhecimento alcançam-nos em qualquer canto e recanto do mundo. Quer dizer, somos pessoas bem informadas. Agora, será que todo esse conjunto de informações tem contribuído para que alcancemos mais sabedoria? Os trinta e um capítulos do livro de Provérbios nos passam a informação de que Salomão está mais interessado em fazer as pessoas “sábias” do que fazê-las “espertas”, inteligentes. É incrível! Nós sempre optamos pela segunda opção: “inteligência”. Por exemplo: Quando os nossos cientistas dividiram o átomo, começou-se a fabricar bombas atômicas. A divisão do átomo bem que poderia ser usada para produzir apenas energia mais limpa o que, por si só, já seria uma atitude “sábia”, mas não; investimos na guerra com essa descoberta. Gente querida! O que é bom, o que é certo é o que vale a pena. Não sejamos pessoas ingênuas. A pura “simplicidade” não é querida por Deus? Outro dia li de um teólogo muito famoso que “crer é também pensar”; que crer é também desenvolver o nosso senso crítico; que crer é ser “ágil como as serpentes e, ao mesmo tempo, prudente como as pombas” (Mateus 10.16). Em outras palavras: Saber o que é certo não é suficiente. Uma pessoa “sábia” é aquela que se relaciona com Deus, não a pessoa que só conhece certas verdades. Conclusão O v. 8 nos informa que Deus zela pela caminhada das suas filhas e dos seus filhos. Sim, Deus tem cuidado de mim e de ti, mas atenção: as pessoas guardadas por Deus também podem vir a sofrer fome e sede; experimentar tempos difíceis. Deus segura na mão das pessoas que o procuram porque o seu desejo é que elas não deslizem na escorregadia noite da desesperança, quando faltar fé. Foi Jesus Cristo mesmo quem nos deixou claro: “guardei-os e nenhum deles se perdeu” (João 17.12b). Sim, fazemos parte do “time” daqueles que foram e que ainda são cuidados por Jesus Cristo. O que é a sabedoria de Deus? O v. 9 diz que a sabedoria é um presente que Deus nos alcança. Quem conhece Deus sabe como viver uma vida de qualidade. As palavras justiça, direito e retidão têm a ver com “conduta reta” e geram felicidade. Quer dizer: as filhas e os filhos de Deus estão num processo de santificação, que os torna cada vez mais leais a Deus. O texto nos diz que Deus contempla com proteção as mulheres e os homens que buscam a sabedoria. Lendo o v. 10, fica evidente que o caráter de uma pessoa deve ser mais relevante do que a atividade que essa mesma pessoa possa desenvolver na famí23


Roteiro da OASE 2011 lia, na sociedade ou na igreja. Sim, aquilo que “somos interiormente” tem muito mais valor para Deus do que aquilo que “fazemos exteriormente”. Sinceramente, penso que deveríamos investir mais na nossa saúde interior, na nossa paz física e espiritual. Se nos equilibrarmos nessa área, exerceremos o bom serviço, o auxílio querido, a partir da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas. Abelhas sabem discernir a flor verdadeira da flor sintética. Deus é sábio e sabe reconhecer a diferença entre a adoração sincera e a adoração simulada. Aprendamos a adorar a Deus de fato e de verdade, enquanto em contato com nossas irmãs na OASE. Aproximemo-nos de Deus; adoremo-lo de forma autêntica. Que possamos ter sempre um coração aquecido pelo calor de Deus. Que esse calor que aquece os nossos corações possa resfriar sempre de novo a nossa cabeça, para que, com sabedoria, possamos discernir entre o que é bom e o que é ruim. P. Renato Luiz Becker Joinville/SC

Dinâmica Passe-repasse Objetivo: Integração, descontração e alegria no grupo. Material: Caixa de bombons de chocolate. Método: Passe e repasse para grupos de no mínimo 20 pessoas. Também é possível com menos participantes, mas se deverá diminuir o número de “qualidades”, com o cuidado de manter a continuidade. 1 – PARABÉNS! Você tem muita sorte, foi premiado com esta caixa de bombons. Ela simboliza a compreensão, a confraternização e a amizade durante esse tempo. Mas ela não será sua, observe as amigas e aquela que considerar mais organizada será a ganhadora dela. 2 – A ORGANIZAÇÃO é algo de grande valor, e você como possuidor dessa virtude irá levantar-se para entregar esta caixa à amiga que você achar mais feliz. 3 – Aqui está uma caixa de bombons que lhe entrego por ver em você muita ALEGRIA, alegria que anima nossos encontros, tornando-os sempre agradáveis.

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FEVEREIRO Mas infelizmente ela não é sua. Com muita alegria, entregue-a para a pessoa mais séria do grupo. 4 – SERIEDADE é sua marca pessoal; ser séria faz de você uma pessoa respeitada. Porém, ao contrário das pessoas sérias, você é agradável e suportável. Continue sendo assim. Portanto, a caixa de bombons não é sua. Com toda seriedade, passe-a para a pessoa mais elegante. 5 – ELEGÂNCIA – como você deve se esforçar para manter esse visual elegante! E o bom é que você consegue alcançar seu objetivo, o de ser elegante, e através dela consegue muitos amigos, menos essa caixa de chocolate, por isso passe-a para a pessoa mais meiga do grupo. 6 – MEIGUICE é algo muito raro, e você a possui, parabéns. Mas a caixa ainda não será sua, e você, com seu jeito tão especial de ser, vai fazer questão de entregá-la a quem considera a pessoa mais extrovertida. 7 – VOCÊ É EXTROVERTIDA – chega e já vai fazendo a festa. Não importam o momento e o lugar, você chega, fala e brinca com todo mundo. Com uma facilidade espetacular, vai se instalando no meio de todos. Parabéns, você deve ser muito feliz, daí cabe a você encontrar no meio de nós alguém que lhe transmite felicidade. 8 – Dizem que a FELICIDADE é como uma borboleta: quanto mais você a persegue, mais ela foge. No entanto, se você voltar sua atenção para outras coisas, ela vem e suavemente pousa no seu ombro. Não chego a ver a borboleta no seu ombro, mas vejo a felicidade estampada em seu rosto, e isso nos torna felizes. Com toda felicidade que existe em você, passe a caixa de bombons para a pessoa mais corajosa. 9 – Você foi contemplada com esta caixa de bombons, e agora, demonstrando a virtude da CORAGEM, pela qual você foi escolhida, passe-a para a pessoa mais inteligente. 10 – A INTELIGÊNCIA nos foi dada por Deus. Parabéns por ter encontrado espaço para demonstrar esse talento, pois muitos de nossos irmãos e irmãs são inteligentes, mas a sociedade impede que eles desenvolvam tal virtude. Demonstre mais um ato de sua inteligência passando este presente para quem você achar mais simpática. 11 – Para comemorar a escolha do presente, distribua um largo sorriso entre as amigas. O mundo está tão amargo, e para melhorar um pouco, necessitamos de pessoas SIMPÁTICAS como você. Parabéns pela simpatia. Não fique triste, o presente não será seu, passe-o para quem você acha mais amiga. 12 – A AMIZADE é uma das coisas mais importantes na vida. Ter uma verdadeira amiga é como possuir um tesouro de valor exorbitante, por isso 25


Roteiro da OASE 2011 conquiste outra amiga dando-lhe essa caixa de bombons. Para isso, ela tem que ser pontual nos compromissos. 13 – PONTUALIDADE é a qualidade marcante dos britânicos, mas você é brasileira e sabe respeitar seus compromissos honrando o horário. Você com certeza não gosta de deixar ninguém esperando. Mas aguarde a hora certa de ganhar uma caixa de bombons, pois esta ainda não é sua, passe-a para a pessoa mais solidária. 14 – A SOLIDARIEDADE é coisa rara no mundo em que vivemos, onde encontramos muitas pessoas egocêntricas. Você está de parabéns por ser solidária com as companheiras, mas o presente ainda não será seu, passe-o para a pessoa mais bonita. 15 – Que bom! Você foi escolhida como a pessoa mais BONITA do grupo, por isso, desfile para todos poderem observar o quanto é bonita. Obrigado pelo desfile, mas o presente não será seu, passe-o para quem lhe transmite paz. 16 – O mundo inteiro clama por PAZ, e você, gratuitamente, transmite esta tão grande riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta às grandes potências do mundo responsáveis por tantos conflitos na humanidade. Com muita paz, passe esta caixa para a pessoa mais dinâmica. 17 – Você sabe mesmo como fazer as coisas; nada é difícil, sempre procura dar um jeito de tornar tudo muito simples e eficiente. Não é a toa que você é DINÂMICA, portanto eficientemente escolha, entre todas, a pessoa que é mais trabalhadora, que merece a caixa de bombons. 18 – Dizem que o TRABALHO dignifica a pessoa e você leva a sério o trabalho, não perde tempo nem tem moleza com você. Fazendo do trabalho até motivo de farra e folia, é isso aí. Acredito que, gostando de trabalhar desse jeito, você é capaz de encontrar, entre as demais, alguém responsável para quem dar esta caixa de bombons. 19 – RESPONSABILIDADE é com você mesmo! Nunca desaponta ninguém nos compromissos, sempre cumpre com o que se compromete de forma espetacular. Sendo você a mais responsável, receberá o encargo de maior responsabilidade: cabe a você encerrar este passe-repasse dando a caixa de bombons à pessoa mais caridosa da turma. 20 – Bem... a pessoa CARIDOSA não é egoísta, não tem inveja, gosta de todo mundo e tem como satisfação ajudar o próximo, servir e dividir o que tem, principalmente, quando se trata de uma caixa de bombons. Por isso divida os chocolates com todas aqui presentes. Enviado por Evanir Borchardt Pancas/ES 26


Arquivo

Datas importantes 04 – Dia Mundial de Oração 08 – Dia Internacional da Mulher 09 – 1851 – Desembarque dos primeiros imigrantes evangélicos em São Francisco/ SC 10 – 1557 – Primeiro culto evangélico no Brasil, no Rio de Janeiro/RJ 12 – 1607 – *Paul Gerhardt, maior compositor sacro evangélico 17 – Dia da Pessoa Deficiente Visual 19 – Dia da Escola 26 – 1946 – Abertura da Faculdade de Teologia, em São Leopoldo/RS

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Roteiro da OASE 2011

MARÇO Só Deus é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado. Salmo 62.2

Meditação Existe alguém sem esperança?

E

sperança faz parte da vida de todo ser humano. Ou será que, em algum lugar deste paraíso que nos foi dado por Deus, existe alguém que não tenha esperança? Como vamos aguardar o amanhecer sem a esperança de que um novo dia nos será dado de presente? Como vamos nos despedir sem a esperança do reencontro? Como vamos labutar sem a esperança de que nosso labor diário nos trará dias de tranquilidade quando estivermos já desfrutando da aposentadoria? Como vamos educar nossos filhos sem que lhes ensinemos a ter esperança? Enfim, se pararmos para pensar, toda a nossa vida é movida pela esperança no que há de vir, esperança de que Deus é e sempre será nosso protetor, pois ele é nossa rocha poderosa e nosso refúgio, como podemos ler no Salmo 62.2. Hoje, na era do computador, do virtual, recebemos inúmeras mensagens por correio eletrônico, e muitas delas falam de esperança, de bondade e de amor ao próximo. Elas entram em lares, empresas, escritórios, escolas, igrejas... Numa dessas mensagens dizia: Leia os dez recados! Mas somente os que apreciam a palavra do Senhor! 1. Deus não escolhe pessoas capacitadas; ele capacita escolhidos. 2. Um com Deus é maioria. 3. Devemos orar sempre, não até Deus nos ouvir, mas até que possamos ouvir Deus. 4. Nada está fora do alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de Deus. 5. O mais importante não é encontrar a pessoa certa, e sim ser a pessoa certa. 28


MARÇO 6. Moisés passou 40 anos pensando que era alguém; 40 anos aprendendo que não era ninguém e 40 anos descobrindo o que Deus pode fazer com um Ninguém. 7. A fé ri das impossibilidades. 8. Não confunda a vontade de Deus com a permissão de Deus. 9. Não diga a Deus que você tem um grande problema, mas diga ao problema que você tem um grande Deus. 10. Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança (Salmo 62.5). São recados que trazem, em suas entrelinhas, a esperança. A busca e o encontro de palavras sábias que nos movem no caminho que percorremos com a esperança de que Deus nos ama incondicionalmente. Rosana da Cruz Maske Blumenau/SC

Em busca da sabedoria A sabedoria protege Jamais digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Pois não é sábio perguntar assim. Boa é a sabedoria, havendo herança, e de proveito, para os que veem o sol. A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor. Eclesiastes 7.10-12 Sabedoria, segundo o dicionário, é: “Grande conhecimento, ciência; saber; prudência; erudição”. Essa é uma boa definição, mas muito ampla e geral. A sabedoria da qual a Bíblia trata é muito maior do que um conhecimento que podemos ter. Segundo a Bíblia, sabedoria é algo que não vem de nós, mas nos é dada pelo nosso Deus (Provérbios 2.6). E se a desejarmos, somos convidadas a pedir essa sabedoria ao Senhor (Tiago 1.5). E quanto mais amarmos e temermos a Deus, somos cheias por essa sabedoria que vem do Pai, pois “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9.10). E essa sabedoria que brota do temor a Deus traz consigo muitos benefícios. Entre eles, a certeza de que vivendo em sabedoria somos protegidas. 29


Roteiro da OASE 2011 Podemos perguntar: protegidas do quê? O nosso texto bíblico responde: somos protegidas de nós mesmas. Uma vez que pedimos por essa sabedoria e vivemos a partir do amor ao nosso Deus, podemos julgar melhor nossas atitudes, nossa própria vida e os caminhos que tomamos – nossas decisões. Somos convidadas pela sabedoria a enxergar a vida com outros olhos, os olhos de Deus e de sua palavra. Como se para viver precisássemos de óculos, como eu preciso. Enxergo sem eles, mas meio embaçado e distorcido. Usando óculos, tudo fica mais claro, nítido e com muito mais sentido. Assim é a sabedoria. Vivemos sem, mas a vida é muito mais difícil, e nossas decisões e valores mais distorcidos. Uma vez usando os “óculos” da sabedoria, podemos perceber mais claramente os caminhos certos, as decisões corretas, a clareza da vida e de uma vida com Deus. Faço um convite: use os “óculos” da sabedoria e reveja o passado, olhe para si mesma e sua vida. A sabedoria nos protege do passado Cada uma de nós tem um passado, viveu muitas coisas, quem sabe morou em lugares diferentes, passou por sofrimentos; outras trabalharam muito, criaram seus filhos etc. Cada uma de nós tem suas lembranças do passado. Boas lembranças ou nem tão boas assim. Lembranças são saudáveis. Mostram-nos que temos uma história, que vivemos coisas únicas, que um dia os filhos foram pequenos, do trabalho na juventude e os passeios em família. As lembranças do passado são parte de nós, e nós somos parte do que vivemos. Entretanto, podemos nos prejudicar quando vivemos só a partir do passado, da ideia de que antigamente tudo era melhor. Como se o relógio de nossa vida tivesse parado vinte anos atrás. O risco de vivermos apenas do passado e nos lamentarmos é esquecer o quão bom é o presente. O versículo 10 de Eclesiastes 7 diz que esse tipo de colocação não é sábia. E por que não? Quando achamos que só o passado era bom, estamos dizendo que não há nada de bom no presente. A pergunta é: será que não há nada de bom mesmo? Isso aconteceu com o povo de Israel. Eles eram escravos no Egito; Deus os libertou, abriu o mar Vermelho para eles, no deserto estava presente como uma nuvem de dia para aliviar o calor e como uma coluna de fogo à noite para iluminá-los. Deus também os alimentava. Sabe o que o povo disse diante de tudo isso? Que saudade do Egito, principalmente da comida! (Êxodo 16). Qual foi o problema? Lembrando do passado, não conseguiam enxergar quantas coisas boas Deus estava fazendo no presente para eles: Deus os livrou, os sustentava e cuidava. 30


MARÇO Deus está presente e age em nossas vidas. Temos sustento, vida, irmãs queridas com as quais nos reunimos. O passado foi bom e o presente continua sendo. Pois quando usamos os óculos da sabedoria, conseguimos ver que o presente é uma graça de Deus. Poder viver, relacionar-se, usufruir da vida neste dia é um privilégio. Usando os óculos da sabedoria, consigo ver que o passado me ajuda a ser quem sou no presente, que viver o hoje é uma dádiva. Há uma poesia que fala exatamente sobre isso: Da loucura que me fez brilhante Só sobrou-me um resto de realidade. Vivi cada momento e cada instante Com muita intensidade. Tenho saudades de um passado Que não está assim tão distante. Componho-me sóbrio e apressado Para um futuro relevante. Não choro pelo pássaro que voou, O que tenho nas mãos é o importante. Conservo intacto tudo o que sobrou, Um pouco além do nada já é o bastante. Viver do passado é ignorar o presente, É sonhar acordado e viver divagando. Ser sábio, porém..., é guardar dentro da gente Tudo o que, ao longo da vida, fomos aprendendo E ensinando. Não torne sua vida irrelevante. José Aparecido Botacini A sabedoria protege nossos valores A sabedoria ajuda-nos a preservar valores importantes para a vida. Uma forma de avaliarmos quais são nossos valores é respondendo a duas perguntas: O que é mais importante para você nesta vida? Se você pudesse deixar de herança algo para seus filhos e netos, o que deixaria? (Vamos refletir um pouco.) Podemos achar que bens são as coisas mais importantes para tornar a vida de nossos herdeiros mais fáceis. Mas o v. 11 de nosso texto diz: “A sabedoria como herança é coisa boa, e beneficia aqueles que veem o sol”. Você já 31


Roteiro da OASE 2011 pensou em deixar a sabedoria como herança? Será que é uma herança de valor? O que adianta deixar bens para nossos filhos se eles não souberem usufruir de maneira consciente? O que adianta uma bela casa como herança se às vezes não há entendimento entre os filhos? Deixar sabedoria é deixar uma maneira de viver diferenciada. É deixar para eles valores que dinheiro algum pode comprar: temor a Deus, capacidade de julgar as situações, de lidar amorosamente com as pessoas. Se quisermos deixar uma boa herança, que seja aquilo que de mais importante temos. Que nossos filhos e netos vejam que nossos valores e nossa vida estão nas bondosas mãos de Deus. Que esse exemplo seja nossa herança. A sabedoria protege nossa vida Já que queremos deixar boa herança para nossos filhos, precisamos nos dar conta de que viver com sabedoria nos preserva de muitos males, nos protege. Muitas pessoas acham que ter dinheiro é uma forma de proteção. Podem proteger-se de algumas doenças pagando bons médicos, proteger-se da violência com boa segurança. O dinheiro ajuda, e ninguém duvida disso. Mas o dinheiro e os benefícios trazidos por ele não conseguem nos oferecer o que a sabedoria nos oferece, pois no v. 12 lemos: “A sabedoria oferece proteção, como faz o dinheiro, mas a vantagem do conhecimento é esta: a sabedoria preserva a vida de quem a possui”. Como vimos no início, o temor e amor a Deus, que constituem princípio de toda a sabedoria, é aquilo que realmente nos dá vida, uma vida verdadeira e com sentido. Esse amor e respeito que temos por Deus nada mais são do que uma resposta ao amor que Deus mesmo tem por nós, como diz em 1 João 4.19: “Nós amamos por que ele nos amou primeiro”. Porque Deus nos ama, podemos viver com sabedoria e guiar nossa vida a partir dela. Nortear nossas decisões a partir do amor por Deus protegerá nossa vida. Decisões sempre precisaremos tomar: com quem casar, que profissão seguir, como usufruir do dinheiro... Decisões sem sabedoria nos levam a caminhos perigosos, podem nos trazer tristezas e até nos afastar do Pai. Podemos entender o quanto a sabedoria é importante? Decidir e viver a partir da vontade de Deus e assim permanecer perto dele – Isso é preservar nossa vida, isso é responder a Deus com amor; na verdade, isso é sabedoria. Pª Marta Elisa Schneider Martins Santarém/PA 32


MARÇO

Dia Internacional da Mulher A coragem das mulheres “A justiça seguirás, somente a justiça”, diz a Torá (Deuteronômio 16.20), que contém os cinco primeiros livros da Bíblia e é o texto central do judaísmo. Há cidadãos judeus que se sentem comprometidos com o princípio da justiça para todas as criaturas de Deus, conforme também consta na Declaração de Independência do Estado de Israel: “...para promover o desenvolvimento da Nação em benefício de todos os seus habitantes, baseado na liberdade, justiça e paz, assim como foi imaginado pelos profetas de Israel”. Se hoje o Estado de Israel desrespeita os direitos do povo palestino em seu território, há cidadãos judeus que não concordam com isso e não se recolhem ao silêncio. Eles professam sua inconformidade através de algumas organizações não-governamentais, as quais lutam por uma mudança em seu país. Entre essas organizações conta-se “Machsom Watch”, que em português significa algo assim como Vigia da Barreira. O nome da organização dá uma ideia do que essa organização faz. Todas as manhãs, mulheres judias se revezam, de forma voluntária, nas barreiras fronteiriças para fiscalizar o movimento de cidadãos palestinos pelos checkpoints, que têm ali o seu direito de ir e vir totalmente controlado, mesmo dentro da Cisjordânia.

Rui Bender

Hanna Baraq

A “Machsom Watch” foi criada em janeiro de 2001 por três ativistas femininas israelenses em resposta aos abusos contra os direitos humanos do povo palestino nas barreiras de fronteira entre o Estado de Israel e a Cisjordânia, o território palestino. Hoje, cerca de 400 mulheres judias integram essa organização, que tem como um de seus objetivos primordiais “monitorar o comportamento de soldados e policiais em postos de controle”. “Porque conhecemos a realidade, podemos ajudar as pessoas”, argumenta Hanna Baraq, integrante da “Machsom Watch” em Jerusalém. Ela lembra que antes havia muita violência física nas barreiras, mas “isso regrediu desde que iniciou a atuação do grupo”. As voluntárias deixam assim uma li33


Roteiro da OASE 2011 Rui Bender

Aisheh Al-Khateep

ção de humanidade, decência e amor pelo próximo. “Somos odiadas pelas autoridades israelenses por que denunciamos o que vimos”, comenta Hanna. É elogiável a coragem dessas mulheres. Assim como também são corajosas algumas mulheres palestinas que perderam entes queridos e agora sentam ao lado de judeus para conversar sobre suas perdas no conflito judeu-palestino. Aisheh Al-Khateep, palestina de Nablus, na Cisjordânia, participa há anos de uma organização não-governamental que promove o diálogo e a reconciliação entre palestinos e judeus que perderam familiares no conflito do Oriente Médio. Essa organização chama-se “Círculo de Pais” e foi fundada em 1995. Ela conta com cerca de 500 participantes, entre jovens e adultos, que normalmente não teriam a oportunidade de se encontrar e falar sobre seu sofrimento pela perda de algum parente. Aisheh perdeu seu irmão fuzilado por soldados israelenses dentro de 34

casa. Essa perda transformou sua vida. Embora ainda hoje, muitos anos depois, seja difícil aceitar a morte do irmão, ela acha que não mataria o soldado que fulminou seu irmão. Ela acredita na paz. “A pessoa do outro lado é igual a mim”, reconhece ela. Aisheh entende que “o profeta Maomé quer boas relações com os vizinhos”. Quando ela soube que havia uma organização que reunia parentes de vítimas do conflito entre judeus e palestinos, ela passou a frequentar esse grupo e percebeu que judeus e palestinos compartilham o mesmo sofrimento. “Somos dois povos que vivem numa faixa estreita de terra entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo”, observou o judeu Ben Kfir, que perdeu sua filha num ataque de homem-bomba e agora partilha seu sofrimento com Aisheh. Paz implica reconciliação. “E reconciliação dá a entender que temos que conversar”, definiram Ben e Aisheh. O “Círculo de Pais” tenta propagar a ideia da reconciliação entre judeus e palestinos. Mulheres de ambos os lados reúnem-se com frequência para compartilhar suas histórias e buscar um futuro melhor. “As pessoas apreciam esses encontros e esquecem as diferenças”, concordam Aisheh e Ben. O diálogo tem um papel importante e é a única solução para qualquer conflito. Levará tempo, mas deve haver esperança, enfatiza Aisheh. Rui Bender Jornalista, São Leopoldo/RS


Arquivo

Datas importantes 07 – Dia Mundial da Saúde 9-12 – 1996 – Último Congresso Geral da OASE, em Curitiba/PR 17 – Domingo de Ramos 1521 – Lutero em Worms 19 – Dia dos Povos Indígenas 21 – Quinta-Feira Santa 1792 – Execução de Tiradentes Dia Nacional da Juventude Evangélica 22 – Sexta-Feira Santa 23 – 1529 – Oficialização do Catecismo Maior de Lutero 24 – Páscoa

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Roteiro da OASE 2011

ABRIL Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Mateus 26.41

Meditação Oração, fé e sabedoria para vencer as tentações Orar é conversar com Deus bem cedinho e à noite. (Lutero) Orar é colocar-se sob a vontade de Deus. Orar é deixar-se preencher pelo Espírito Santo de Deus. Orar é louvar a Deus Criador, Salvador e Mantenedor da vida. Orar é agradecer pelas dádivas recebidas e pelo colo que o Pai nos dá quando estamos sofrendo dores físicas e/ou espirituais. Orar é pedir sabedoria a Deus para a caminhada de fé. Orar é pedir por fé, esperança e amor para colocarmos sinais do reino de Deus. Orar é pedir perdão pelos pecados que cometemos, pelas nossas omissões, pelo egoísmo, ignorância, fanatismo e indiferença que nos dominam. Orar é meditar só e também em comunhão com as irmãs e irmãos na fé. Orar é testemunhar, sem temor, o quanto Deus nos ama e protege com sua mão terna e poderosa. Orar é não ter preguiça e servir ao Senhor Jesus com os dons que ele mesmo nos deu. Orar é interceder pelas dores deste mundo e por sua transformação. Orar é transformar as graças recebidas em ações de amor. Orar é distribuir o pão, a palavra, o consolo, o ouvir, o silêncio, o perdão, a alegria. Orar é confiar inteiramente em Deus em todos os momentos da nossa vida. Orar é vigiar. “Não nos deixes cair em tentação.” Lembremos sempre: Orar é estar conectado diariamente com o Triúno Deus. Oração de Lutero: “Querido Deus, infelizmente não consigo gravar-te corretamente em meu coração. Ajuda-me, para que eu te reconheça acertadamente e me torne tua imagem”.

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ABRIL Dinâmica: Palitos de fósforo Objetivo: Exercitar a comunicação, o trabalho em equipe e a criatividade. Duração: Aproximadamente 60 minutos. Material: Palitos de fósforos – equivalente a trinta unidades por subgrupo. Procedimentos: a) Dividir o grupo em subgrupos de cinco pessoas. b) Nomear cada participante de cada subgrupo com as seguintes designações: instrutor-líder, operativo, fiscal-auditor e observadores. c) Distribuir vinte palitos para cada subgrupo. d) Informar que só é permitido falar ao instrutor-líder; o operativo apenas cumprirá as instruções (deverá estar de olhos vendados); o fiscal deverá observar para que as regras sejam cumpridas e os demais irão observar. e) Os fiscais-auditores serão sempre de outros grupos (ou seja, estarão em grupos trocados). e) Informar que o instrutor-líder deverá orientar o operativo cego na construção de uma fogueira (quatro palitos empilhados sobre outros quatro, cruzados e, assim, sucessivamente, até chegar ao topo, e terem se esgotado os palitos ou o tempo de execução). f) Inverter os papéis e repetir os procedimentos. g) Direcionar os comentários, observações e aprendizados. Reflexão: 1) Foi difícil a execução da tarefa? Por quê? 2) Qual a função mais difícil: instrutor-líder ou operativo cego? 3) Quais são as vendas que nos cegam diariamente e atrapalham nosso diálogo com Deus? 4) Nesta dinâmica, precisamos do outro para sua realização. E nas nossas orações, o outro tem alguma importância? Íris Helena Pedrotti Cuiabá/MT

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Roteiro da OASE 2011

Em busca da sabedoria Sabedoria vale mais que ouro Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que joias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela. Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e de conselhos. O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço. Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza. Provérbios 8.10-14 Dinâmica Preparativos: Providenciar um presente embrulhado para cada participante. Preparar uma concha ou ostra com um colar de pérolas (bijuteria). Procedimento: Ao som de uma música alegre, porém suave, cada participante receberá um presente, que deve ser trocado com as demais tantas vezes quantas possíveis, por um determinado tempo. Cada qual com seu presente ainda embrulhado, o grupo sentar-se-á em círculo, e segue a mensagem. Ao final da mesma, cada uma abrirá seu presente. Sugestões: Livro de oração, chaveiros, bótons, espelho de bolsa, batom, bijuterias, canetas, ou algo que deseja preparar conforme sua criatividade e disponibilidade. É importante que cada presente venha acompanhado de uma palavra ou versículo que fale de sabedoria. Mensagem “Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida.” Queridas amigas! Olhando para uma concha (ostra), vemos algo tão rústico, mas ao mesmo tempo tão belo – é criação de Deus. Quanta beleza encontramos ao nosso redor. E Deus criou tudo com sabedoria. Nós também somos, 38


ABRIL muitas vezes, como conchas: há um tesouro dentro de nós. A concha (ostra) produz pérolas de valor considerável. E nós as carregamos com vaidade, esquecendo-nos, muitas vezes, que elas contêm vida, que elas são um tesouro abençoado. E nós, o que carregamos enquanto ostras? Dentro de nós pulsa um coração, que é a nossa pérola, poderíamos assim dizer. E essa pérola, por sua vez, precisa ser cuidada, alimentada, tanto física quanto espiritualmente. O livro dos Provérbios traz-nos uma oferta. Ao invés de ouro ou prata, Deus nos oferece ensinamentos e conhecimentos. E ao reconhecermos essas ofertas como norteadoras da nossa vida, estaremos aproveitando a sabedoria que Deus nos dá. Logo, sabedoria é a utilização do conhecimento para a construção da felicidade. E isso podemos perceber através desta história escrita por Denys Bernard: O milagre da sopa Naquela aldeia, as pessoas tinham perdido o espírito de solidariedade. Cada um vivia em sua casa e mal falava com os vizinhos, menos ainda com estranhos. Essa rotina de cada dia fizera dela um vilarejo triste e quase sem vida. Até que um dia chegou à aldeia uma mulher muito pobre. Ela parecia vir de longe e estar muito cansada. Após sentar-se sob uma figueira e refrescar-se à sua sombra, foi bater na porta das casas em busca de algum alimento. Foi inútil. As pessoas, ao vê-la através das janelas, nem abriam a porta. Diziam: “Não conhecemos você, vá buscar comida em outra parte!” Outras respondiam: “Aqui ninguém ajuda ninguém, é melhor você seguir sua viagem!” Assim, a pobre mulher desistiu e pareceu conformar-se. Sentou-se novamente sob a figueira e dormiu um pouco. Acordou logo depois e levantouse. Seu rosto estava iluminado por um sorriso divino. Juntou uns galhos secos e fez uma pequena fogueira. Tirou uma panela da sacola e foi enchê-la na fonte de água. Colocou-a para ferver no fogo. A seguir, juntou suas mãos sobre o peito, orando em silêncio. Nelas havia uma pedra, que logo depositou na panela, e pôs-se a esperar. As mulheres da aldeia, vencidas pela curiosidade, ao ver a cena, foram saindo de suas casas. Aproximando-se dela, disseram: – O que fazes? A pobre mulher respondeu: – Nesta aldeia as pessoas têm o coração endurecido. Encontrei todas as portas fechadas. Parece que nunca passaram fome. Porém, acabei de ter um sonho: “Sonhei que o Jesus dos pobres descera dos céus para entregar-me uma 39


Roteiro da OASE 2011 pedra mágica, dizendo que com ela eu poderia realizar milagres e fazer todas as pessoas felizes. Quando acordei, tinha esta pedra nas mãos, por isso coloquei-a na panela. Pensei: quem sabe esta sopa de pedra pode aliviar a minha fome...”. As mulheres da aldeia ficaram comovidas. Uma delas trouxe um pouco de sal e disse: “Um pouco de sal na sopa de pedra não ficaria mal, não é mesmo?”. Outra trouxe batatas. Alguém mais, uma cebola e um pouco de arroz. E não faltou quem trouxesse ervilhas, temperos e até um pedaço de carne. Após o tempo necessário, a sopa ficou pronta. Com uma colher, a pobre mulher retirou com delicadeza a pedra do fundo da panela. Secou-a e, antes de guardá-la, disse: “Obrigada, Senhor. Bendito sejas, Jesus!” As mulheres da aldeia sentaram para tomar, junto com ela, um delicioso prato de sopa. Todas conversaram até a noite e ficaram amigas, sem perceber que a pobre mulher seguira já o seu caminho, a andar pela vida em busca de aldeias tristes, fazendo milagres por onde ia com a sua pedra mágica, despertando nos outros a alegria de compartilhar e dividir aquilo que têm. Para reflexão: O que pode endurecer o coração das pessoas a ponto delas não mais ajudar outras? Como podemos ajudar para que as pessoas descubram o “tesouro dentro delas”? Cantar este hino e falar sobre o que diz a letra: Ouro e prata não tenho, mas o que tenho te dou, Em nome de Jesus Cristo: levanta-te e anda! Foi andando, saltando em nome de Jesus Cristo: levantate e anda! Oração: Deus, conceda-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar; coragem para mudar as coisas que eu posso, e sabedoria para saber a diferença, vivendo um dia de cada vez, aproveitando um momento de cada vez; aceitando as dificuldades como um caminho para a paz; indagando, como fez Jesus, a este mundo pecador, não como eu teria feito; aceitando que você tornaria tudo correto se eu me submetesse à sua vontade, para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e extremamente feliz com você para sempre no futuro. Amém. Pª. Betina Schlittler Cavallin Maringá/PR

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ABRIL

Páscoa O que mudou da Páscoa do ano 33 d.C. para a Páscoa de hoje? Topsoft-Stockxchng

A Páscoa do ano 33 d.C. trouxe aos cristãos daquela época a certeza da redenção da humanidade, que vivia em pecado, sendo regenerada mediante a paixão e morte de Cristo. Cristo trouxe a boa-nova, realizando tudo o que foi possível para que a pessoa se convertesse; deu “dicas” preciosas para que reparasse os erros do pecado, que afastavam do verdadeiro amor. O que muitos cristãos da época não imaginavam é que receber Cristo implicava mudança de valores. Por isso pouco mudou, poucos foram os que o receberam de verdade. Hoje, as pessoas recusam-se a cumprir o que lhes é requerido, que, em comparação com o sofrimento da cruz, é quase nada. A pessoa de hoje continua sendo e reagindo como aquelas que viveram e presenciaram a morte e ressurreição de Jesus. Poucas compreenderam o que se passou. Muitas ignoram Cristo como plano de Deus, muitas não ouvem seu clamor. Entretanto, há também aquelas pessoas que atendem ao seu pedido de ajuda e são exemplo de luta, trabalho e renúncia para toda a humanidade. Cristo pede que o deixemos morar em nós. Ele quer continuar sua obra redentora, mas precisa da nossa ajuda para continuá-la. É tempo de comemorar nova Páscoa. É tempo de permitir que Cristo viva em nós, para que afastemos do nosso coração o rancor, o egoísmo, a ganância, a injustiça, os privilégios, a ostentação. Não resta dúvida de que é um exercício difícil, pois são decisões que tomamos em liberdade. Cristo pede nossa ajuda, pois só assim poderá completar nossa redenção. Que possamos todos abrir o coração nesta Páscoa para receber a mensagem da libertação. Que Deus nos dê forças, ânimo e coragem para que sejamos fiéis a cada novo dia, com júbilo e alegria. Fonte: Um olhar para o vale. São Leopoldo: Sinodal. v. 2, p. 7.

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Arquivo

M A I O

Datas importantes 01 – Dia do Trabalho 03 – 1824 – Fundação da 1ª. Comunidade Evangélica do Brasil, Nova Friburgo/RJ 1782 – Senhas Diárias 04 – 1899 – Início da Frauenhilfe na Alemanha 08 – Dia das Mães Dia da Cruz Vermelha Internacional 1945 – Fim da Segunda Guerra Mundial, na Europa 17 – 1939 – Fundação da Casa Matriz de Diaconisas, São Leopoldo/RS 20 – 1886 – Fundação do Sínodo Riograndense, São Leopoldo/RS 21 – 1984 – 1º Congresso Geral Constituinte da OASE

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MAIO O Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo. Romanos 15.13

Meditação Impressões e reflexões sobre as fases da vida

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embrando o título desta edição do Roteiro, “Em busca da sabedoria”, em minhas reflexões, pensei em minha própria vida pregressa e atual. Deus, nosso Senhor, sempre me abençoou e, com certeza, ainda me abençoa. Nasci na Ilha Nova, localidade do interior de Rolante/RS. Morei em Rolante, próximo ao centro, em Igrejinha/RS e hoje, há quase 40 anos, resido em São Leopoldo/RS, para onde viemos, meu marido e eu com a filha ainda pequena, para dar continuidade aos estudos. Assim, trabalhando e estudando, concluí o curso superior. Não foi fácil, mas foi uma realização. Pensando nas diferentes fases da vida, desde a infância à terceira idade, fase em que hoje Arquivo pessoal me encontro, constato que passei por bons e maus momentos nas diferentes idades. No entanto, com a experiência que hoje tenho, o “saldo” foi positivo. Na infância, marcaram-me os momentos lúdicos, como a muitas crianças. Sem quase nenhum brinquedo, havia muita criatividade. Surgem Nair Nyland com a filha e netas

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Roteiro da OASE 2011 carrinhos de lomba, bonecas de pano, carrinhos feitos de latinhas, cabos de vassoura fazendo as vezes de cavalos, e outros. Desde cedo, tínhamos responsabilidades domésticas, fora do horário escolar, que eram intensificadas à medida que crescíamos. A disciplina era rígida. Passeios só podiam ocorrer aos domingos, e como eram aguardados! A parte espiritual resumia-se às orações do Livrinho de Orações da Editora Sinodal, em português e alemão, sem esquecer a conhecida oração: “Ich bin klein, mein Herz ist rein. Soll niemand drin wohnen als Jesus allein. Amen”. (Sou ainda pequeninha, com o coração limpinho; e nele somente Jesus há de morar. Amém). A ida regular aos cultos dominicais (quinzenais) era intercalada com os cultos infantis, até a confirmação. Esses eram estimulados também com a distribuição de cartões com mensagens bíblicas às crianças, que os colecionavam. No culto de Natal, as crianças faziam apresentações alusivas à data e, no final, eram contempladas com um “Päckchen” (pacotinho com bolachas caseiras, balas e chocolates). Natal e Páscoa eram aguardados com muita expectativa. Que alegria! Eram datas festivas. Os familiares se visitavam. Os padrinhos e as madrinhas se manifestavam, presenteando as crianças. Na adolescência, havia também a participação na juventude evangélica, onde conheci o meu esposo. Cada fase da vida tem suas alegrias, suas obrigações e também suas dores e mazelas. Depois da infância e adolescência vem a fase adulta. Continuam os estudos, compromissos familiares, relacionamentos de amizade e amorosos, casamento e filhos. Que bons momentos! Também houve dificuldades, mas, com certeza, também no sofrimento somos abençoados. Lembro-me da minha vida pessoal, afetiva e profissional, conclusão do curso Normal, mais tarde também a faculdade; trabalho, namoro, casamento e nascimento da nossa filha. Que bênção! Sempre tive também participação ativa na vida comunitária da igreja e na OASE; meu esposo participava no presbitério, na paróquia e no coral. Os anos passam; a filha passa pelas mesmas fases que nós passamos e nos dá a primeira neta. Somos avós. Quem é avô ou avó bem sabe o que isso significa! Hoje tenho três netas, a Luana, a Laura e a Júlia. Elas são as minhas flores “de maracujá”, a rosa cor-de-rosa e o girassol, por elas escolhidas. Creio que todas as fases são boas, mesmo nas dores. Ouço muitas vezes que “é no sofrimento que a gente cresce, aprende, amadurece e adquire sabe44


MAIO doria”. Cada período da vida tem suas peculiaridades, expectativas, anseios, sofrimentos e sabedorias. Referindo-me às diferentes idades, incomoda-me o termo “melhor idade” quando se refere à terceira idade. Acredito que todas as idades são especiais e sábias para pessoas tementes a Deus. Em cada faixa etária há períodos mais ou menos preocupantes. Desde o casamento (há 46 anos), participo de grupos de OASE (Rolante, Igrejinha e São Leopoldo), com períodos de menor e maior participação ativa. Atualmente, participo também da diretoria da OASE Sinodal. Na OASE, tenho aprendido muito e me fortalecido na Palavra e no convívio com as irmãs em Cristo. Conforme consta em Romanos 15.13: “O Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo”. Eu creio que vivendo, seguindo a caminhada e os ensinamentos cristãos das Sagradas Escrituras, esse saber de gozo e paz no crer pode ser bem desenvolvido. Na OASE, essa busca por sabedoria acontece nos encontros, retiros e seminários, sempre sob a palavra de Deus. Lamentavelmente, meu esposo já partiu. Perdi minha “bengala”, mas tenho um grande consolo, junto com meus familiares, em especial, a filha, o genro e as netas, o de continuar sendo amparada pela “grande bengala” que é a mão do Senhor. Assim, amparada por Deus e atendendo a seu chamado, posso dizer que vale a pena viver. E o Senhor nos chama para tarefas conforme os nossos dons, não nos dando carga maior do que somos capazes de carregar. E ele não nos abandona. O salmista diz: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará” (Salmo 37.5). Nair Lory Klein Nyland São Leopoldo/RS Para reflexão: Convidar mais pessoas a contar (sem se estender muito) sobre sua história de vida. O que podemos aprender umas das outras? Qual é a “melhor idade” de uma pessoa?

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Roteiro da OASE 2011

Em busca da sabedoria Utopia da sabedoria Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? [...] (Leia 1 Coríntios 1.18-31) Inicialmente, vamos definir utopia e sabedoria: Utopia: descrição imaginativa de uma sociedade ideal. Plano irrealizável. Fantasia. Sabedoria: qualidade de quem sabe muito. Acúmulo de muitos conhecimentos. Prudência e moderação ao agir. Estamos vivendo em uma época em que as ideias mundanas se propagam muito facilmente e têm grande aceitação em todas as classes sociais; ideias que confundem até muitos que se dizem cristãos. Elas são, muitas vezes, interpretadas como sabedoria. Para muitas pessoas, as palavras da cruz – Jesus Cristo crucificado, morto e ressurreto, que veio ao mundo para ensinar e salvar – são consideradas um completo absurdo, loucura, fantasia. Para muitas pessoas, os ensinamentos de Jesus Cristo são utópicos, não servem mais nos dias de hoje. Sugiro que tentemos meditar sobre alguns dos ensinamentos de Jesus. Cito três exemplos, dos muitos que Jesus ensinou. Sugiro ainda que comparemos esses exemplos com a sabedoria do mundo atual. 1. “Mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.” (Mateus 5.39) 2. “Não julgueis, para que não sejais julgados.” (Leia Mateus 7.1-5) 3. “Orar pelos inimigos.” (Leia Mateus 5.43-48) Como nós reagimos diante desses ensinamentos? A sabedoria do mundo, comparada com os exemplos citados, reage assim: 1. “Mas, credo, é loucura bancar o fraco, se o cara me dá um tapa, eu devolvo na hora; eu aprendi que a gente não leva desaforo para casa.” 46


MAIO 2. “Cuidado, essa pessoa não é flor que se cheire.” 3. “Eu já ouvi muito sobre essas pessoas, por isso nem chego perto delas.” “Eu quero mais que essa gente se lasque.” “Que vão para o inferno esses infelizes, que o diabo os carregue.” Realmente, os ensinamentos de Jesus, para algumas pessoas, não passam de utopia, a palavra da cruz é fantasia. É muito importante que nós olhemos com muita atenção para o que Jesus diz em Mateus 7.24: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha”. Para encerrar, sugiro que seja lido novamente o texto de 1 Coríntios 1.18-31. P. em. Carlos Leonel Winter Novo Hamburgo/RS Oração: Que Deus nos abençoe com a incomodidade diante das respostas fáceis, das meias-verdades, das relações superficiais, para que sejamos capazes de aprofundá-las em nossos corações. Que Deus nos abençoe com a ira diante da injustiça, da opressão e da exploração, para possamos trabalhar por justiça, liberdade e paz. Que Deus nos abençoe com lágrimas, para derramá-las por aquelas que sofrem dor, discriminação e fome, para sejamos capazes de estender a mão, consolá-los e converter sua dor em alegria. Que Deus nos abençoe com suficiente loucura, para crer que podemos fazer diferença neste mundo, para que possamos fazer o que outros dizem que é impossível.

Pare e pense Andai em amor Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave. Efésios 5.2

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Roteiro da OASE 2011 Um esposo foi visitar o pastor e disse-lhe que já não amava a esposa e que pensava em se separar. O pastor escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra: – Ame-a. – Mas já não sinto nada por ela! – Ame-a – disse-lhe novamente o pastor. E diante do desconcerto do esposo, depois de um breve silêncio, disselhe o seguinte: – Amar é uma decisão, não um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo, e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem; arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excesso de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceiteo, respeite-o, dê afeto e ternura, admire-o e compreenda-o. Isso é tudo. Ame! E o pastor continuou: A inteligência sem amor te faz perverso. A justiça sem amor te faz implacável. A diplomacia sem amor te faz hipócrita. O êxito sem amor te faz arrogante. A riqueza sem amor te faz avarento. A docilidade sem amor te faz servil. A pobreza sem amor te faz orgulhoso. A beleza sem amor te faz ridículo. A autoridade sem amor te faz tirano O trabalho sem amor te faz escravo. A simplicidade sem amor te deprecia. A lei sem amor te escraviza. A fé sem amor te deixa fanático. A cruz sem amor se converte em tortura. E a vida sem amor não tem sentido. Saber receber amor é arte. É a capacidade de fazer belo e importante o que se tenha. É a arte de bastar-se com o real em vez de chorar o impossível. É saber fazer feliz quem dá o amor, pois essa se sentirá capaz de dar muito. É arte para poucos, ou melhor, para quem tem Jesus Cristo na vida. Autoria desconhecida Enviado por Olga Kappel Roque Juiz de Fora/MG 48


MAIO

Poesia Mulheres de poder – Graça de Deus Como a chuva cai sobre a terra; Assim caem também as palavras das mulheres; Às vezes suavemente, às vezes furiosamente, Às vezes nutrindo a terra e às vezes inundando as planícies; Assim, as palavras das mulheres oferecem esperança, Resistência, amor, abundância e a graça de Deus!

Elpat

Como a chuva cai sobre a terra, Assim caem também as ações das mulheres; Às vezes tão silenciosamente que ninguém nota; Às vezes tão corajosamente que as pessoas se maravilham; Às vezes tão despretensiosamente que outra pessoa é quem recebe o crédito; Às vezes fazendo uma enorme diferença; E às vezes simplesmente sobrevivendo por mais um dia. Como a chuva cai sobre a terra, assim as mulheres vivem o dia-a-dia; Esperando que suas vidas nutram outras com amor, Desafiam sistemas com justiça e com paz, para que as raízes cresçam sadias e fortes; Ligando nação com nação, e povos com povos; Elas oferecem ao mundo, gota a gota, sua humilde e poderosa contribuição; Para a propagação do amor, justiça e paz para toda criatura: a graça de Deus! Mary Elisabeth Moore “Mãe é aquela que vê que há apenas quatro pedaços de torta para cinco pessoas e prontamente declara que jamais gostou de doces.” (Autoria desconhecida) 49


Arquivo

J U N H O

Datas importantes 02 – Ascensão de Nosso Senhor 04 – 1743 – 1ª Bíblia impressa na América 05 – Dia Mundial do Meio Ambiente 10 – Dia do Pastor/da Pastora 11 – 1948 – Fundação da Sociedade Bíblica do Brasil 12 – Pentecostes Dia dos Namorados 13 – 1525 – Casamento de Lutero com Katharina von Bora 24 – Dia de João Batista 25 – 1530 – Confissão de Augsburgo

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JUNHO A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. Provérbios 11.24

Meditação Amor e gratidão

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m dos maiores desejos de toda a sociedade é que o nosso mundo seja melhor. As pessoas gostariam que houvesse mais amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, humildade e solidariedade. Mas será que essas qualidades, esses frutos do Espírito existem? Será que é possível encontrá-las? Sim, é possível. Mas onde? Você certamente conhece histórias reais como esta aí onde você mora, na sua comunidade: A colheita fora muito boa. O bom tempo ajudara o labor dos dois irmãos. Um, casado, vivia com a família numa boa casa. O outro, solteiro, tinha sua pequena casa ali ao lado. A divisão da colheita obedeceu à regra do meio-ameio: em partes iguais. Cada um recolheu sua metade no seu celeiro. Alegres, despediram-se para o repouso da noite. O travesseiro, enquanto o sono não chega, abre possibilidade à meditação. E o nosso irmão solteiro pensou: “Meu irmão é casado, tem dois filhos, a esposa... Naturalmente sua necessidade é maior que a minha”. Levantou-se, foi ao celeiro, encheu um saco de trigo e, sorrateiramente, foi despejá-lo no monte de trigo do irmão. O casado, mal o casal se deitara, conversou com a esposa e ambos concluíram que o solteiro havia trabalhado mais, livre que estava de compromissos caseiros e familiares e, mais ainda, precisava preparar-se para formar família. Logo, o esposo deixou o leito, foi ao celeiro, encheu um saco de trigo e o despejou no monte de trigo do irmão. Por várias noites o gesto foi repetido. Cada um sentia-se bem pelo fato de seu monte não diminuir. Uma noite, veio o encontro: os horários coincidiram. A meio caminho, ambos com o saco de trigo às costas, deram de frente um com o outro. Abraçaram-se, celebrando sua alegria e o amor que os unia. 51


Roteiro da OASE 2011 Uma nova versão das palavras de Salomão: “A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais”? Num tempo de tanto egoísmo, o amor fraternal é ainda capaz de maravilhosos milagres. Assim poderemos nos abraçar outra vez – na família, na igreja, no nosso círculo social –, celebrando a alegria de traduzir na vida o grande mandamento do amor. O amor de Deus por nós também deve nos motivar a viver uma vida repleta de atos de amor. Assim como a Bíblia ensina que é o amor que faz com que Deus se interesse por cada pessoa, assim também deve acontecer com você e comigo. Se o amor reger nossa vida, certamente tudo será diferente, porque Deus quer... Deus quer que tudo o que fizermos seja resultado de uma fé sincera e verdadeira, como este outro exemplo: Uma senhora cristã estava preparando um pacote para ajudar uma missão na Índia, quando um menino pediu que incluísse uma moeda sua. Com essa moeda foi adquirido um folheto evangélico, graças ao qual um chefe da Birmânia se converteu, o qual, por sua vez, pregou o evangelho a outros, sendo que o número de convertidos chegou a quinze mil, apenas por causa daquela pequena semente de um folheto missionário. Assim Deus abençoa os humildes esforços de seus filhos que, a seus olhos, são grandes, porque foram realizados com amor e gratidão a Jesus. Dividir e multiplicar devem ser o lema de todos os filhos de Deus neste mundo. Quem não reparte com os outros o que recebeu de Deus corre o risco de perder o que tem. Oração: Pai, sou grata pelos irmãos que me deste em todo o mundo. Ajuda-me a vencer meu egoísmo para distribuir entre eles mais gestos de amor fraterno. Que através de mim, tua filha, eles sintam reflexos do teu amor maior. Por Jesus Cristo, que se fez irmão e nos doou a vida. Amém. Evanir B. Borchardt e Elcina S. Milk Pancas/ES

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JUNHO

Em busca da sabedoria A vaidade da sabedoria Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Romanos 12.15-20 A vida de hoje nos oferece poucos espaços para a partilha de sentimentos. Muitas vezes, precisamos desabafar, mas nos falta tempo; outras vezes, faltam amigas próximas e, outras vezes ainda, falta o local adequado. Em vista dessas dificuldades, muita gente paga profissionais que, num determinado tempo e local, dispõem-se a ouvir e aconselhar as pessoas. A necessidade que temos de falar e ser ouvidas é real. Podemos reconhecer na reunião da OASE o espaço, o tempo e o ambiente para a partilha de sentimentos? Vamos fazer um pequeno exercício: – formar duplas; – responder às seguintes perguntas: 1. O que tenho na minha “mochila” que não quero mais levar? 2. O que tenho na minha “mochila” que quero continuar levando?

– cada uma da dupla responde, contando um pouco de sua história de vida. – depois que todas as duplas falaram e se ouviram, é aberto um momento de partilha, onde, quem quiser, fala para o grupo grande sobre a sua “mochila”. Objetivo: trazer para o grupo sentimentos que são importantes para cada uma e desfazer-se de sentimentos que atrapalham a convivência. A dinâmica acima é uma introdução ao texto bíblico proposto para nossa reflexão: Romanos 12.15-20. Vamos lê-lo? Conforme vimos, o texto começa com um grande desafio: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram”. – O que é mais fácil: alegrar-se com as alegrias da amiga ou chorar com a 53


Roteiro da OASE 2011 tristeza dela? Conversem sobre isso, compartilhando exemplos. Depois do desafio, o texto lembranos da empatia e da humildade, considerando a importância dos sentimentos. Nesse contexto, vem um conselho: “Não sejais sábios aos vossos próprios olhos”. Paulo transcreveu aqui a frase de Provérbios 3.7, que era conhecida do povo há séculos. E imagino que tenha sido dessa frase que se tirou a proposta de tema para esta reflexão: “A vaidade da sabedoria”. Porém, vaidade e sabedoria são palavras que se excluem mutuamente. A meu ver, a vaidade não é sábia, nem a sabedoria pode ser vaidosa. Na época em que o livro de Provérbios estava sendo elaborado, a sabedoria popular era considerada muito importante pelos “sábios estudados” de então. Essas pessoas sábias tinham conhecimento formal e, ouvindo a sabedoria popular, trocavam saberes, buscando um sentido maior para a vida de todas as pessoas. A relação entre esses dois grupos de pessoas estabelecia-se então pela partilha do conhecimento e não pela posse dele. Por isso sabedoria e vaidade não combinam. O que combina é sabedoria e partilha. Essa partilha que pode ser exercitada por vocês, em cada reunião da OASE. Partilhar histórias de vida, sentimentos, projetos e sonhos é partilhar sabedoria, animando e apontando para novos caminhos na vida.

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Chama a atenção como, no v. 17, são apresentados o mal e o bem. Parece que o mal acontece naturalmente, mas para fazer o bem é preciso esforço. Vocês acham que fazer o mal é mais fácil do que fazer o bem? Por quê? Paulo nos aconselha a viver em paz uns com os outros e umas com as outras, sem vingança. Quando nos deparamos com as relações vingativas e violentas presentes em nosso mundo, podemos até pensar que esse é o “jeito natural” das coisas. Afinal, a televisão só nos mostra essa realidade. Mas não é assim! “Paz e violência não são fenômenos naturais ou manifestações do processo vital, mas pertencem à esfera das relações humanas e sociais” (Marcelo R. Guimarães). Tanto a paz quanto a violência são aprendidas. Portanto, assim como aprendemos a ser violentos e violentas, podemos aprender e ensinar a paz. A paz não é a ausência de conflitos. Esses fazem parte da dinâmica dos relacionamentos e o fato de encarálos nos faz crescer. A questão que se coloca é como o conflito é resolvido: autoritariamente, com uso da força; ou democraticamente, com capacidade de diálogo e de negociação. “Não construiremos a paz [...] se não desarmarmos nossos espíritos, nossos sentimentos, tudo o que há em nós de negação do outro” (Vera M. Candau). Precisamos aprender a paz e exercitá-la. Paulo nos propõe relações de


JUNHO paz. E, para ele, o aprendizado da paz toma corpo quando damos de beber ao inimigo sedento e de comer ao inimigo faminto. Novamente reconhecemos a sabedoria na partilha! Esse versículo, Paulo também trouxe de Provérbios (25.21-22). Imagino que a frase “amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça” cause estranheza e curiosidade. Por isso aponto para uma possível explicação: tratava-se de um ritual egípcio no qual a pessoa declarava publicamente seu arrependimento, levando na cabeça uma bacia cheia de carvão em brasa. Tornar público o arrependimento é uma forma de livrar-se da culpa. Quando partilhamos sentimentos e histórias de vida também falamos sobre culpas

e arrependimentos. Essa é uma experiência que “lava a alma” e substitui a bacia de brasas na cabeça. O livro de Provérbios, no Antigo Testamento, foi e continua sendo fonte de inspiração e de desafios. Paulo valeu-se de três versículos de Provérbios para construir seu texto em Romanos e nos inspira a falar da partilha sábia e da sabedoria partilhada. Por isso, para finalizar, gostaria de desafiar vocês a colocarem na sua mochila algum aspecto da partilha experimentada hoje. Pensem numa palavra, num sentimento ou numa experiência vivida neste encontro e acrescentem à sua mochila. Pª Ruth Leonora Winckler Musskopf Santo André/SP

História Centenário da OASE-Centro de Santa Cruz do Sul/RS 1910 – 2010 A partir de junho de 1896, um grupo de senhoras reunia-se todas as quintas-feiras para confeccionar roupas destinadas ao asilo Pella e Bethânia, de Taquari/RS. Em 17 de junho de 1910, foi fundada uma sociedade regularmente constituída denominada “Frauenhilfe”, com a presença de 35 senhoras. No início, o trabalho da nova entidade visava a um duplo ideal: cultuar os preceitos da vida cristã e a

prática do altruísmo, e teve um grande impulso com o aumento do número de associadas. A história mostra que o auxílio aos necessitados e as doações a diversas entidades foi prática constante desde a sua fundação. A inauguração de um “Lar”, no ano de 1928, para sediar as reuniões da Ordem Auxiliadora de Senhoras, juventude feminina, internato feminino e jardim de infância, tornou-se 55


Roteiro da OASE 2011 Arquivo

Projeto Alegria e Esperança atende a 65 crianças

uma verdadeira colmeia de atividade feminina. Em 1947, a OASE e a Comunidade Evangélica iniciaram uma campanha para a construção do “Centro Evangélico”, destinado para o jardim de infância, ensino religioso aos confirmandos, reuniões da OASE, coro e moradia. A inauguração aconteceu em março de 1953. Com o incentivo do pastor e o apoio da OASE-Centro, iniciaram-se reuniões de OASE nos bairros. Atualmente existem seis grupos autônomos em nossa cidade. Desde 1960, senhoras da OASE fazem visitas hospitalares e domiciliares a doentes e idosos. Também se iniciou, nessa época, a “campanha do quilo”, com ajuda de patronnesses, em favor de necessitados. Em 1984, iniciam-se as galinhadas, com o sistema de patronnesses, ocasião em que as convidadas pagavam a janta mediante 56

quilos de alimentos que eram destinados para pessoas necessitadas da comunidade. Em 2009, completamos 25 anos realizando essa tradicional galinhada, sempre com o apoio de patronnesses e de toda a comunidade. Com a receita auferida com essas galinhadas, participamos da restauração da igreja e destinamos recursos para o trabalho diaconal e outras entidades beneficentes. Agradecemos a Deus que motivou senhoras no passado a iniciar essa caminhada de comunhão e doação, e que possamos continuar cumprindo com alegria nossa missão como mulheres cristãs. Atuais atividades da OASECentro Reuniões semanais às quintasfeiras de tarde e uma mensal numa quinta-feira de noite, para reflexão


JUNHO espiritual e participação das atividades desenvolvidas pelas associadas. Atividades do Departamento de Trabalhos Manuais para venda nas promoções da OASE. Promoções de jantares, galinhadas e chás beneficentes. Visitas domiciliares e hospitalares a doentes. Visitas aos aniversariantes, da Comunidade Centro e OASE, com mais de 80 anos.

Distribuição de ranchos a famílias carentes. Apoio ao Projeto Alegria e Esperança, que atende crianças e adolescentes do bairro Bom Jesus, no turno inverso da escola, nas terças e sextas-feiras de tarde. Encontro mensal com idosos da Comunidade Centro. Enviado por Elfi Roedel Santa Cruz do Sul/RS

Dinâmica A árvore dos presentes Esta dinâmica é especialmente indicada para celebrar o aniversário de uma participante, mas também pode ser usada para outros eventos, por exemplo, Natal e Páscoa, Dia da Ecologia, etc. As mensagens deverão ser adequadas ao evento que se celebrará. Material: Papéis coloridos, tesoura, canetas/lápis de cor, fios, furador, uma planta num vaso. Procedimento: 1) As participantes recortam símbolos: coração, estrela, folha, etc. 2) Cada participante escreve em seu símbolo a sua mensagem e/ou uma passagem bíblica. 3) O símbolo terá um furo, por onde passará um fio. 4) Cada participante será convidada a compartilhar seu presente e sua mensagem e depois o pendurará na árvore. O interessante é que esta planta poderá ficar por um tempo na sala de encontros e manterá viva a memória da celebração e das mensagens. Eventualmente a planta poderá ser transplantada para outro local. Brunilde Arendt Tornquist São Leopoldo/RS 57


Arquivo

J U L H O

Datas importantes 01 – 1921 – Fundação do Instituto Pré-Teológico, Cachoeira/RS 15 – 1519 – Lutero excomungado pelo papa com a Bula 17 – 1505 – Lutero ingressa no Convento Santo Augustino, Erfurt/Alemanha 20 – Dia da Amizade 25 – 1824 – Primeiros imigrantes alemães chegam a São Leopoldo/RS 26 – Dia dos Avós 27 – 1914 – Início da Primeira Guerra Mundial, na Europa

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JULHO Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. Mateus 6.21

Meditação Nosso maior tesouro

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Arquivo pessoal

esouro e coração são duas palavras muito fortes e significativas para nosso tempo. Com tantas desavenças e tragédias atualmente em nosso mundo, fica difícil lembrar que existam tesouros em um coração. Quando éramos criancinhas felizes, inocentes, tudo era lindo, tudo era alegria, não tínhamos maldade; um brinquedo era um objeto de grande valor, e usávamos nossa criatividade, transformando-o em brincadeiras com nossos amiguinhos. E, mais, coisas pequenas como, por exemplo, uma vassoura, virava um cavalinho Elfi Roedel e saíamos felizes a trotear. Tudo era motivo de muita alegria; era uma troca de experiências e amizade duradoura. Quem não se lembra de seus amiguinhos de infância! Em nossa infantilidade, o tesouro maior eram nossos pais, irmãos, familiares e nossos queridos amiguinhos. Esses eram nossa força e estímulo, que nos fizeram adultos, e estão guardados em nossos corações. Já adultos, talvez com a vida organizada, filhos crescidos, muitos sonhos realizados, outros não, experiências muito boas e algumas nem tanto, chega-se à conclusão que tudo valeu a pena. O que foi bom ficará gravado e servirá de força para continuarmos vivendo, e o que não foi bom será um alerta para tentarmos modificar e entender que nem sempre tudo dá certo e tem um final feliz. 59


Roteiro da OASE 2011 Em nossas vidas, a luta será eterna, sempre querendo o bem e deixando a maldade de lado. Precisamos ter muito amor em nossos corações para poder compartilhar e levar alegrias às pessoas, devendo sempre facilitar a vida para todos, exigindo e querendo sempre o seu bem-estar. Nenhum sentido de vida teria se em nosso coração não morasse o maior tesouro, que é Deus, que nos deu seu Filho Jesus Cristo, que nos motiva e nos incentiva, fazendo-nos encarar nossos maiores desafios e amparando-nos nos momentos mais difíceis de nossas vidas. Essa proteção de Deus nos faz lembrar que “onde está teu tesouro, aí estará o teu coração”. E como diz a letra de um hino: Que a luz de Cristo brilhe Nos envolva em amor E que o seu poder nos venha proteger Pra sempre, e sempre, e sempre. Amém. Para reflexão: Você tem um grande tesouro em seu coração? Qual a fórmula usada, diariamente, para a prática do bem? Mensagem de esperança: Não importa o que as outras pessoas pensem de nós; o que importa é o que realmente somos. Jesus ensina que precisamos nos valorizar e que valorizemos as outras pessoas. Por isso: Cumprimente as pessoas com otimismo, alegria e espontaneidade, pois dessa maneira você pode conquistar ou consolar alguém. Não guarde mágoa, ressentimento e tristeza em seu coração; sorria sempre e vá em frente. Plante com esperança em Deus apenas sementes de amor, para colher amanhã os doces frutos da alegria de uma vida feliz. Tudo na vida precisa ser preparado. Semente boa precisa ser lançada. E para esperar os frutos é necessário ter paciência e amor. Uma árvore solitária está mais exposta a ventanias da vida do que uma floresta inteira. Oração: Deus! Guia nossos caminhos para que sejamos sempre confiantes em tua graça e amor. Amém. Elfi Roedel Santa Cruz do Sul /RS 60


JULHO

Em busca da sabedoria Sabedoria popular Acolhida: Provérbios 15.16: “Melhor é o pouco, havendo o temor do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação”. Canto: Creia sempre, sem cessar – HPD 1, nº 159. Quantas vezes já ouvimos este provérbio popular: “De grão em grão a galinha enche o papo!” Essa expressão é sabedoria popular. Ela pode explicar a realidade do trabalho da OASE. Não quero de jeito nenhum ofender, pelo contrário, quero reconhecer e enaltecer o trabalho firme, permanente da OASE nas comunidades e igrejas de nossas paróquias, sínodos e IECLB. Sou pastora em comunidade há 27 anos, e o trabalho da OASE não tem como deixar de ser citado em qualquer relatório de atividades das paróquias. Mas por que essa frase neste tema? Ah, as participantes sabem que o pouco, agir sempre e ajudar fazem parte de todos os grupos. Poderíamos falar dos muitos almoços preparados, cafés, cucas, doces e salgados... Juntamos o pouco de cada participante e temos muito. Dinâmica: Vamos visualizar isso a partir de uma dinâmica de grãos. Cada uma recebe alguns grãos de trigo; ao juntar todos (num prato), poderemos fazer um pão e ainda plantar para colher novamente trigo. Jesus, na parábola do semeador, diz que o grão que cair em terra boa vai produzir muito fruto. No livro de Provérbios 15.16 diz: “Melhor é o pouco, havendo o temor do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação”. Aprendemos que ações, comportamentos e pequenos gestos promovem a vida e nos ajudam a alcançar a felicidade. Vejo que a OASE faz grandes coisas do pouco, pois faz baseada na palavra de Deus e conforme as suas possibilidades, assim como o pão faz parte na mesa de cada família, a OASE faz parte da vida da nossa igreja – IECLB. Para o pão sair bem preparado é preciso colocar as mãos na massa, um pouco de várias coisas e rapidamente o pão está pronto. Também na comunidade é preciso que se coloque “a mão na massa”, quer dizer, no trabalho. Que tal amassar um pão, colocá-lo para assar e depois reparti-lo!

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Roteiro da OASE 2011 Vamos perguntar às mais idosas: no que a OASE mais servia, ajudava, quando elas começaram a participar? Convido para pensar e conversar sobre o que nós fazemos na comunidade hoje. Será que nos lembramos de falar como nos ajudamos, no encontro, na conversa, no estudo da palavra de Deus, na oração, no abraço... Em Provérbios 17.17 diz: “O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão”. Sabedoria popular são as histórias vividas A OASE não só ajunta ajudas materiais, como coleciona histórias de pessoas que têm suas vidas transformadas. São verdadeiras sabedorias populares. Lembro-me quando ainda era criança, minha avó e tia falavam de uma “Tante Anchen”, que se deslocava com as mãos, totalmente encurvada. Ela é uma dessas pessoas que foram exemplo de vida e de sabedoria pela sua situação pessoal de limitação. Quero contar para vocês outra história marcante que aconteceu na vida de uma mulher na OASE: Lídia era uma participante da OASE da sua localidade. Mas, depois de um tempo, se afastou e nunca mais participou. Quando o grupo da OASE preparou o encontro de Ação de Graças, convidou senhoras de outras igrejas e também Lídia. Alguém do grupo logo falou: “Ela não participa, diz que não tem tempo”. Ainda assim, a liderança do grupo convidou-a, com a especial tarefa de preparar uma brincadeira para o encontro. Lídia recebeu o convite e pensou: “Elas precisam de mim só para isto...”, e decidiu que não iria, já estava muito deprimida, nervosa e tinha muito trabalho, mesmo que nem conseguisse mais trabalhar... Desculpas sempre conseguimos arrumar. Mas o convite mexeu com ela, ficou agitada, pensou, mudou de ideia e decidiu participar, mas sob protesto. No dia do encontro, Lídia chegou e viu sobre a mesa alguns prêmios que fariam parte da dinâmica. Achou que a maioria eram objetos úteis para sua cozinha e nem percebeu a Bíblia no meio dos outros prêmios. Durante a meditação, Lídia estava muito atenta e percebeu que há algum tempo não ouvia nem lia a Bíblia. Mas sentia-se muito feliz em estar ali. No dia anterior, havia consultado com uma psicóloga e ficaram muitas dúvidas sobre a sua situação de vida, e que se esclareciam durante o estudo da palavra de Deus. Sentia-se muito bem, como há muito tempo não se sentia!

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JULHO Após a meditação, foi o momento das demais atividades, entre elas as brincadeiras, que foram muito animadoras para todo o grupo. Lídia ficou muito feliz com sua colaboração. O dia, até ali, fora de muita alegria – uma bênção para ela. E ficou ainda melhor. No sorteio dos prêmios, houve mais um momento marcante para ela. Lídia ganhou a Bíblia. E ela a recebeu com grande alegria. O estudo bíblico, a meditação, a palavra de Deus a haviam tocado profundamente. Tudo fazia parte de uma grande mudança em sua vida. A conversa com a psicóloga, o convite especial para preparar uma brincadeira... Ela entendeu que Deus a havia guiado para esse encontro. Hoje, agradece muito e afirma que o poder de Deus é muito grande. “O Espírito de Deus me fez reviver! Agora entendo melhor a palavra de Jesus que foi o lema do encontro: Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. As lideranças daquele grupo de OASE foram mensageiras de Deus e ajudaram para que a graça de Deus transformasse a vida de Lídia. Hoje, a boa notícia ainda é divulgada através de pessoas de fé, que vivem seu testemunho no domingo e também no dia-a-dia, no culto, na família, na comunidade, no trabalho, na vizinhança, na escola, na sociedade, nos grupos de OASE... As pessoas não creem em testemunhos vazios e enganosos. Ou tem mais fé quem fala mais alto de fé? É mais cristão quem fala mais em Jesus? É mais cristão quem somente manuseia a Bíblia? Isso é algo que deve nos fazer pensar... e levar a uma avaliação sobre nossa vida, nosso testemunho, sobre como estamos vivendo a fé. O que leio e ouço da Bíblia provoca mudança em minha vida? Na vida de minha família? Provoca fé? Lembrei-me de mais uma história de sabedoria popular: Dona Elsa, era mulher muito pobre e sofrida; quando jovem, foi abandonada pelo marido e teve que criar os filhos sozinha. Ao completar 92 anos, fraca, mas lúcida, foi questionada sobre o que se deve fazer para chegar até ali com os filhos e netos já bem encaminhados? Ela respondeu: “Certeza da presença de Deus e muita coragem para viver!” Diariamente somos confrontadas com doenças, violência e outras dificuldades. Sentimo-nos com os pés e as mãos amarradas. Onde encontraremos socorro? “Meu socorro vem do Senhor”!? Busquemos a Deus, que faz todas as coisas de eternidade a eternidade. Sempre. Como é bonito confiar na mensagem da palavra de Deus! Como é bom poder anunciar a Palavra e assim ser mensageira de Deus; cada uma um pouco, e o todo será muito. A sabedoria está com Deus. 63


Roteiro da OASE 2011 Oração: Obrigado, Deus, porque tu nos falas através do teu Santo Espírito. Anima-nos a viver movidas pela tua Palavra. Firma a nossa fé. Dá-nos sabedoria. Orienta-nos para que possamos ajudar outras pessoas a ouvir e ler o teu Evangelho. Preenche o nosso ser com o teu Santo Espírito. Amém. Salmo 139 Vamos formar duplas, ler, sentir, experimentar e realizar. 1. Senhor, tu me sondas e me conheces, e de longe penetras os meus ensinamentos. 2. Sinto isso quando vejo que minha irmã me olha nos olhos. 1. Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a tua mão. 2. Sinto isso quando recebo em minhas mãos as mãos de minha irmã. 1. Para onde me ausentarei do teu espírito de sabedoria? Se subo aos céus ou se faço a minha cama no profundo abismo, lá estás. 2. Sinto tua presença quando recebo um abraço de minha irmã. 1. Tu me conheces desde sempre porque me formaste no seio de minha mãe. 2. Sinto isso quando acariciam meu rosto. 1. Graças te dou porque maravilhosamente me formaste juntamente com todas as tuas obras. 2. Sinto que sou parte de tua criação quando recebo uma palavra amiga. 1. Que preciosos para mim são os teus ensinamentos. Se eu os contasse, seriam mais que todos os grãos de areia. Vamos nos unir num círculo e dar as mãos. Todas: Pai nosso... (orar o Pai-Nosso) Vamos brincar: Cantar ou tocar uma música. Em duplas: Colocar uma folha de jornal aberta no chão. A dupla dança sobre ela. Cada vez que a música para, o jornal é dobrado, e a dupla volta a dançar sobre a folha. O jornal fica cada vez menor, e assim o espaço de dança também. De forma que a dupla fica cada vez mais próxima. E percebemos que, com pouco, podemos ficar cada vez mais unidas. É só descobrir o jeitinho. Pª Sílvia Beatrice Genz Chapecó/SC

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JULHO

Saúde O controle de peso depende de você ➾Não existem remédios para a cura da obesidade, mas sim para auxiliá-la a mudar seus hábitos alimentares. ➾Não existem fórmulas mágicas para emagrecer. A receita da amiga ou da vizinha pode não ser boa para você. ➾Sua alimentação deve ser saudável, geradora de prazer e suficiente para você não sentir fome, pois será adotada pelo resto da vida. ➾Alimente-se com calma, sem pressa. ➾Evite gorduras saturadas, como manteiga, margarina, frituras. ➾Mastigue muito bem os alimentos. Deixe que virem uma papa e escorreguem naturalmente pela garganta abaixo. ➾Procure esquecer o conceito de sobremesa. Ela é dispensável. ➾Inicie suas refeições comendo alimentos crus, de preferência os vegetais. ➾Não faça suas refeições quando estiver nervosa, cansada ou agitada. ➾Evite ingerir líquidos durante as refeições. ➾Use os alimentos no seu estado mais natural. ➾Evite ler ou ver televisão enquanto se alimenta. ➾Siga os horários preestabelecidos para se alimentar. Alimente-se somente nesses horários. ➾Concentre todos os alimentos da casa na cozinha.

➾Encare como trabalho e não como lazer o ato de comprar alimentos. ➾Concentre-se naquilo que come. Aprecie o sabor, aroma e textura dos alimentos. ➾Não caia na armadilha dos anúncios de alimentos. ➾Esqueça os refrigerantes. A água é muito mais saudável. ➾Emoção e comida andam juntas. Aprenda a relaxar antes das refeições. ➾Não “lambisque ou belisque” entre as refeições. ➾Se comer muito pouco e ficar com muita fome, provavelmente sua vida será um tormento e logo desistirá da dieta. ➾Assuma o compromisso de só comer em certo local, por exemplo, sentado à mesa. ➾Procure ir ao supermercado de “barriga cheia” e feliz. ➾Pratique uma atividade física que seja natural para você, por exemplo, andar. ➾Procure andar após as refeições. ➾Tenha em mente que a monotonia do cardápio é um dos fatores que mais prejudica o sucesso de qualquer programa alimentar. Tente variar o máximo possível suas refeições. Drª Vera Rapachi, Nutricionista Enviado por Alba O. Seewald Tramandaí/RS

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Arquivo

A G O S T O

Datas importantes 05 – 1872 – *Oswaldo Cruz, cientista, médico-sanitarista (+11/2/1917) Dia Nacional da Saúde 06 – 1945 – 1ª bomba atômica sobre Hiroshima, no Japão 14 – Dia dos Pais 15 – 1899 – 1º grupo de OASE em Rio Claro/SP 21 a 28 – Semana Nacional das Pessoas Portadoras de Deficiência

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AGOSTO Jesus Cristo diz: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Mateus 7.7

Meditação Perseverar e alcançar

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uando convidamos pessoas para integrar uma atividade, sempre há mais respostas negativas do que positivas. São muitas as desculpas que ouvimos. Poderíamos refletir longamente sobre como as pessoas estão envolvidas em tantos outros compromissos e não se comprometem com a sua igreja. Paciência, bondade, misericórdia são gestos que Deus demonstra para com cada pessoa. Mesmo que os nossos olhos estejam cegos para o nosso próximo, e nossos corações vazios de sentimentos verdadeiros, Deus é paciente, bom e ama cada um Feliz a pessoa que pede e confia e cada uma de nós com paixão. Deus revelou esse amor quando nos deu Jesus Cristo, filho unigênito, filho amado, e o entregou a fim de ser morto para nos redimir dos pecados. Nós confiamos nisso? Pode haver amor maior? Ao primeiro sinal de um problema, ou de uma doença, muitas vezes perdemos a fé e procuramos um culpado. E quando é com uma outra pessoa, decidimos que nada temos com isso. Somos pequenos, frágeis na fé e orgulhosos demais para nos solidarizar. Deus se entristece. Mas em sua infinita bondade,

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Roteiro da OASE 2011 ele conhece nossos medos e limites e não desiste de nós. Brinda-nos com um novo dia, com novas oportunidades! E como vivemos nossa fé nesse novo dia? O mundo de hoje, com seu individualismo, consumismo, e a corrida contra o tempo nos afastam de Deus, sem que o percebamos. Nosso relacionamento com as pessoas amadas é distante e frio. Parece ser impossível lutar contra uma mídia que influencia um novo jeito de viver. Cada um para e por si. Em João 14.1, Jesus Cristo diz: “Não fiquem tristes e preocupados. Confiem em Deus e confiem também em mim”. E em João 14.14, ele complementa: “Eu farei qualquer coisa que vocês me pedirem em meu nome”. Deveríamos resgatar a importância de se fazer uma refeição em família, pelo menos uma vez por dia; de orar com nossos familiares; de fechar nossos olhos e ouvidos para a sedução barata do mundo, onde tudo é fácil, rápido e perfeito. O que não se costuma dizer é o quão frio, vazio e triste o mundo pode ser. “Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês”, diz em Mateus 7.12a, e é uma forma de comprometer cada pessoa cristã para com o próximo. Como OASE, nós mulheres, mães, amigas, irmãs somos tocadas e chamadas a viver o amor! Somos convidadas a persistir e cultivar valores que preencham corações e construam lares sólidos, para a edificação de uma nova sociedade, e que unam pessoas em momentos de reflexão, de comunhão e de partilha. Persistir é ser humilde, aceitar que precisamos de Deus. Persistir é seguir adiante, mesmo que encontremos muitas pedras e muitos desafios, muitos NÃOS! É buscar, sempre. Persistir é compreender que mesmo que todas as portas se fechem, é necessário continuar batendo... uma delas se abrirá, com certeza. E para nossa surpresa, pode ser justamente aquela que nós mesmos fechamos. Pedir, buscar e alcançar. Deus, em sua infinita misericórdia, nos atenderá. É nessas horas que precisamos exercitar a paciência, a sabedoria e entender que Deus nos atenderá conforme nossa necessidade e a seu tempo. Feliz é aquele que espera e confia. Para reflexão: Como é a rotina de sua família? Há espaço para um momento de meditação e oração? Qual a influência da mídia (TV, rádio, internet) na vida familiar e na sociedade? Marise Lindemann Teutônia/RS 68


AGOSTO

Em busca da sabedoria Sabedoria de mulheres promove mudanças Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la. Cícero Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria. Campbell O relato do capítulo 27 do livro de Números convida-nos a olhar para a nossa vida com mais sabedoria, percebendo que há outras formas de pensar e agir, que nem sempre são como as nossas. A sabedoria revelada nesse texto está presente no fato de que é possível revisar pontos de vista, teorias e ações, bem como na ação conjunta e corajosa de cinco mulheres que desejam viver com dignidade e justiça. Vamos ler o texto de Números 27.1-11 e meditar em grupo. Interessante é o que acontece com os protagonistas dessa história: as cinco irmãs e Moisés. Moisés era um homem tido como sábio e entendido pelo povo de Israel, escolhido por Deus para guiar o povo na libertação do Egito, homem fiel e temente a Deus. O período de quarenta anos de peregrinação pelo deserto estava no fim. Nesse caminho, nem tudo foram flores, houve momentos de tensão, de murmuração; muitos pensaram em desistir, sentiram saudades da escravidão; outros não foram fiéis a Deus e adoraram deuses estranhos. Alguns se rebelaram contra os planos de Deus (Números 16). O resultado de tudo isso foi que a geração que saiu do Egito não viveu para ver a Terra Prometida, somente seus descendentes puderam experimentar essa alegria. Agora, tudo estava pronto para a posse da terra de Canaã. O povo havia sido organizado, devidamente contado (Números 26). A Lei para nortear a convivência das pessoas na nova terra estava completa e todos estavam preparados para viver de acordo com ela. Os deveres estavam estabelecidos e os direitos, assegurados. Moisés podia descansar em paz, com o sentimento de dever cumprido. Mas não foi bem assim. Eis que acontece algo surpreendente, inesperado, que não estava previsto na Lei. Cinco mulheres, cinco irmãs, filhas de Zelofeade, foram falar com Moisés e com todas as autoridades do povo de Israel (Números 27.2). Elas tinham uma contestação a fazer, algo para solicitar, uma injustiça para denunciar. Diante da morte do pai e da inexistência de irmãos, elas se sentem 69


Roteiro da OASE 2011 injustiçadas e requerem o direito da herança da terra. Percebe-se que elas conheciam a Lei de seu povo, sabiam o que ela prescrevia no caso da morte do pai. A Lei dizia que a herança da propriedade poderia ser concedida somente aos filhos homens. Na inexistência desses, passaria para outros parentes do sexo masculino. Elas pedem às autoridades do povo que revisem a Lei para que sejam beneficiadas e não prejudicadas. Como essas mulheres agiram? O conhecimento delas as libertou e fez que agissem com sabedoria. Agir com sabedoria gerou em suas vidas: União – analisaram sua situação, dialogaram e chegaram a uma conclusão juntas. Algo precisava de mudança e juntas agiram. Ousadia – foram falar com todas as autoridades e com todo o povo na entrada da Tenda Sagrada; decisão firme, focada no objetivo de reverter a situação de injustiça. Romperam barreiras, foram inovadoras e fizeram história. Coragem – poderiam ser difamadas, injuriadas e menosprezadas, mas a fé e o amor as impulsionaram com firmeza para a mudança no rumo de suas vidas. Justiça – o que pediam era justo, assim Deus disse, agiram com retidão diante do Senhor, por isso foram ouvidas e atendidas. Determinação – sabiam o que queriam, o pedido era claro: “Dê uma propriedade para nós entre os parentes do nosso pai”. Tinham um objetivo claro e conciso. Assim, as cinco mulheres foram falar com Moisés, e esse consultou Deus. Como agiu Moisés? Que tipo de sabedoria usou? Ele ouviu com atenção, não julgou, não discriminou, pensou antes de falar, teve prudência, calma, sabedoria. Moisés não agiu com autoritarismo ou com indiferença. Com a sabedoria de uma pessoa temente a Deus, consultou o Senhor para a solução do problema. Soube manter a calma antes da decisão final, soube dialogar na presença de Deus, agiu com humildade e não com arrogância diante do caso das cinco mulheres. A Lei foi mudada e mudou também a forma de pensar de Moisés e das autoridades diante daquela situação na vida das cinco irmãs. Moisés soube agir com sabedoria, pois sabedoria é sinal de prudência, entendimento, requer mente aberta e coração sensível para a realidade de vida das pessoas. Uma pessoa sábia sempre está disposta a aprender. E Deus disse: “O que as filhas de Zelofeade estão pedindo é justo. Você deve dar a elas uma propriedade. A herança do pai deve passar para elas”. Deus decidiu que a Lei poderia mudar, pois estava desfavorecendo pessoas de seu

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AGOSTO povo. A Lei era boa, mas suprimia direitos. Tinha de ser alterada. O nosso Deus é justo e age com sabedoria. Essas cinco mulheres se uniram, entraram em concordância, não se intimidaram diante das circunstâncias que a levavam a não ter direito à herança do pai, não permitiram que a timidez tivesse domínio sobre elas, não tiveram dúvidas ou medo de ir até Moisés e requisitar seus “direitos”. Elas nos ensinam que não devemos temer, mesmo diante das circunstâncias negativas que nos rodeiam, que devemos correr atrás dos nossos direitos, não podemos desistir de buscar aquilo que nos pertence. Diante das dificuldades, não podemos recuar, entregar os pontos, achar que nada mais tem solução e que a injustiça terá a última palavra. A coragem delas trouxe uma emenda para a Torá e, a partir daquele momento, as mulheres passaram a ter direito à herança em Israel. Elas se uniram e conseguiram mudar um sistema legal existente na época de Moisés. Assim que as mulheres se tornaram plenamente conscientes de seus problemas, compreenderam que é possível agir juntas para promover justiça, dignidade e equidade nas relações humanas. Que esse exemplo motive nossa vida e nosso agir como igreja e grupo de OASE, a fim de que o uso da sabedoria promova vida plena também ali onde vivemos. É interessante observar que: A história dessas cinco mulheres, que têm seus nomes citados na Bíblia: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza, e é relembrada em Números 36 e Josué 17. Lembrar o nome de alguém dá valor, dá dignidade, demonstra a importância dessa pessoa. Poderiam ter sido mencionadas simplesmente como as filhas de Zelofeade, mas seus nomes foram lembrados, seus testemunhos foram preservados, suas histórias foram registradas. Na Bíblia, cada nome revela algo da história de vida e de luta da pessoa. Assim, os nomes das cinco mulheres significam: 1) Macla significa confiança. A história acima mostra como ela foi confiante em seus propósitos e não se abalou diante das circunstâncias, pois confiou no Senhor e por isso foi considerada justa e bem-aventurada. 2) Noa significa aquela que não se detém, que ninguém pode deter. É aquela que persevera em oração, que não é parada, detida ou interrompida. É aquela mulher que crê até o fim, até que o plano de Deus seja cumprido em sua vida. É a mulher determinada e cheia de fé, que espera pela justiça.

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Roteiro da OASE 2011 3) Hogla significa aquela que não anda com os pés amarrados, que não está amarrada aos cuidados ou leis deste mundo, mas que anda pela fé em Deus todos os dias de sua vida. Hogla é a mulher abnegada, desprendida e fiel a Deus. 4) Milca significa aquela que tem autoridade. Existe diferença entre ter autoridade e ser autoritária. Milca representa a mulher que conquista a autoridade com respeito, determinação, justiça e igualdade. 5) Tirza significa deleite, a delícia da vida e prazer de Deus. Aquela que tem o favor de Deus e que cuja graça resplandece a outros. Para reflexão: Você sabe o significado de seu nome, o que ele revela sobre sua personalidade, atitude e modo de vida? As mulheres de Números 27 se uniram e usaram seus conhecimentos para mudar uma situação. Você tem usado seu conhecimento para que outras pessoas tenham uma vida com mais justiça e sabedoria? A sabedoria fez com as cinco irmãs agissem com união, ousadia, coragem, justiça, determinação, ação, humildade. Esses valores estão presentes no seu grupo de OASE? E na sua vida? Você já mudou alguma vez de opinião, de ponto de vista, de atitude? No que essa mudança a favoreceu? Você se considera uma pessoa sábia? Por quê? Bênção: Que Deus te ilumine para agir com sabedoria. Que Deus te proteja para promover justiça. Que Deus te encoraje para realizar mudanças. Que Deus te fortaleça para unir forças. Assim te abençoe o Deus da vida, da paz e do amor. Amém A sabedoria não se transmite, é preciso que nós a descubramos fazendo uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas. Marcel Proust Pª. Cristina Scherer São Francisco do Sul/SC

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IECLB Secretaria da Ação Comunitária Criada pelo Conselho da Igreja e implementada em 2008, a Secretaria da Ação Comunitária está voltada para os 18 sínodos e é um espaço de articulação e diálogo para associações e organizações com vínculo confessional com a IECLB, como: Associação Nacional da OASE, Fórum de Reflexão da Mulher Luterana, Legião Evangélica Luterana, Fundação Luterana de Diaconia, Comunhão de Obreiras e Obreiros Diaconais, Casa Matriz de Diaconisas, Obra Gustavo Adolfo, Missão Zero, Pastoral Popular Luterana, centros sociais, centros de educação infantil, Arquivo hospitais e instituições de longa permanência para pessoas idosas. A equipe da Secretaria da Ação Comunitária é integrada por seis mulheres, contemplando leigas e obreiras e diferentes áreas de formação. Para desenvolver suas atribuições, a Secretaria da Ação Comunitária está estruturada em coordenações: A equipe da Secretaria da Ação Comunitária Coordenação de Diaconia Criada em 1988, a coordenação foi instituída para coordenar, articular e acompanhar a tarefa diaconal, inerente ao evangelho de Jesus Cristo, especialmente ampliar o contato com e entre as instituições diaconais confessionalmente ligadas à IECLB, bem como os trabalhos diaconais organizados nos sínodos. Uma experiência bem-sucedida é a realização do Curso Vida no Limiar da Morte, sempre a convite e em parceria com os sínodos.

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Roteiro da OASE 2011 O Domingo Misericordias Domini é conhecido como o Dia Nacional da Diaconia na IECLB. Para motivar a celebração e a reflexão, é distribuído, anualmente, um subsídio composto por uma liturgia e estudos sobre temas diaconais. O dia 26 de cada mês é o dia mundial de oração pela diaconia. No Portal Luteranos é publicada uma liturgia e um relato de cuidado relacionado com o Tema e Lema do Ano da IECLB. Coordenação do Programa Diaconia Inclusão O trabalho com pessoas com deficiência foi a primeira bandeira do então Departamento de Diaconia, e uma iniciativa pioneira da IECLB entre as igrejasirmãs. Esses 18 anos de caminhada como coordenação nacional aconteceram graças ao apoio de cada pessoa que coloca seus dons a serviço dessa causa e também pelas ofertas que são destinadas para a manutenção desse trabalho. Através do projeto “Construindo comunidades inclusivas”, com recursos canalizados pela Fundação Luterana de Diaconia, o programa oferece, aos sínodos e instituições com vínculo confessional, a oportunidade de realizar seminários e cursos sobre o tema inclusão e deficiência com o objetivo de promover a sensibilização, conscientização, formação e ações para a construção de comunidades inclusivas. Para a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência (21 a 28 de agosto), todos os obreiros, as obreiras e lideranças diaconais da IECLB recebem um subsídio que contém uma liturgia e alguma reflexão ou depoimentos, para ser utilizado nas celebrações e grupos na comunidade. Coordenação do Programa Voluntários de Missão O programa oportuniza a jovens estrangeiros viver e conviver durante um ano no Brasil, realizando atividades voluntárias em instituições diaconais, sínodos e comunidades da IECLB. Trata-se de uma experiência significativa, que contribui para o crescimento dos jovens, auxiliando-os inclusive na definição da sua futura profissão. Nesse programa, como em tantas outras iniciativas, a IECLB cria pontes entre organizações estrangeiras, instituições diaconais, comunidades, paróquias e voluntários e voluntárias.

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AGOSTO Coordenação Técnica de Projetos e Campanha Vai e Vem Uma mudança importante no cenário de projetos foi a redução de verbas do exterior e o empenho de toda a IECLB em mobilizar recursos próprios para apoiar a ação missionária, através da realização da Campanha Vai e Vem. A Campanha Nacional de Ofertas Vai e Vem integra uma das ações do Plano de Ação Missionária da IECLB – PAMI 2008-2012, que tem como objetivo geral “ampliar e consolidar a ação missionária da IECLB”. Porque a IECLB VAI ao encontro das pessoas e também convida a participar: VEM, pois a IECLB busca ser uma igreja aberta e, ao mesmo tempo, com inserção propositiva na sociedade civil, junto às pessoas que sofrem. Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias É um projeto da IECLB, cofinanciado pela Federação Luterana Mundial, implementado a partir de setembro de 2008, com a função de: facilitar o intercâmbio entre as muitas experiências que os diferentes grupos desenvolvem; promover uma agenda comum de temas para o diálogo entre os grupos; prestar assessoria aos sínodos e demais grupos, reunindo e disponibilizando materiais e oferecendo seminários de sensibilização e/ou capacitação. Temas prioritários e propostas de ação: Educação e Gênero – trabalhar o conceito de gênero, explicitar discriminações, estudar o papel social de homens e mulheres na igreja e na sociedade. Temos proposto, de maneira fácil e clara, conceituar o que é gênero = refere-se aos papéis que a sociedade define para homens e mulheres. Somos uma igreja com grande força de “serviço” feminina e muita força decisiva masculina, o desafio está em encontrar o equilíbrio dessa balança. Superação da Violência Familiar – orientar a prevenção das práticas violentas no contexto das famílias, fomentando modelos de relacionamentos não-violentos. Sexualidade – trabalhar temas como gravidez na adolescência, aborto, exploração sexual, doenças sexualmente transmissíveis e HIV/AIDS. Representatividade em instâncias decisórias – fomentar a indicação de mulheres, de forma a assegurar a representatividade, respeitando decisões conciliares e recomendações de organizações parceiras, nacionais e internacionais.

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Roteiro da OASE 2011 Interlocução com e entre organizações parceiras, iniciativas na igreja e ecumene – marcar presença em espaços estratégicos nacionais e internacionais, visando à divulgação das ações da IECLB e à troca de aprendizagens e experiências. Diante da caminhada feita e dos desafios que estão postos à frente, cabem bem as sábias palavras do ex-pastor presidente Ernesto Schlieper: “Temos que trilhar o nosso caminho muito conscientes de que somente a ação de Deus pode fazer dele um bom caminho de igreja, sempre abertos e prontos para aceitar que este caminho também pode ser diferente do que nós pensamos hoje”. Sabrina Nunes Bolla Coordenadora de Gênero, Gerações e Etnias Porto Alegre/RS

Pare e pense O pássaro e a oração Você já viu um passarinho dormindo num galho ou num fio, sem cair? Como é que ele consegue isso? Se nós tentássemos dormir assim, iríamos cair e quebrar o pescoço. O segredo está nos tendões das pernas do passarinho. Eles são construídos de forma que, quando o joelho está dobrado, o pezinho segura firmemente qualquer coisa. Os pés não irão soltar até que ele desdobre o joelho para voar. O joelho dobrado é o que dá ao passarinho a força para segurar qualquer coisa. É uma maravilha, não é? Que desenho incrível o Criador fez para segurar o passarinho! Mas não é tão diferente em nós! Quando o nosso “galho” da vida fica precário, quando tudo está ameaçando cair, a maior segurança, a maior estabilidade nos vêm de um joelho dobrado, dobrado em oração. Se você algumas vezes se vê num emaranhado de problemas que a fazem perder a fé, desanimar, não caminhe mais sozinho, Jesus quer fortalecê-la e caminhar contigo por toda a sua vida! É ele quem renova 76


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suas forças e sua fé. E se cuida de um passarinho, imagine o que não fará por você, sua filha amada. Basta você crer! Deus torna possível os impossíveis de nossas vidas. “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerão em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito” (João 15.7). Autoria desconhecida Enviado por Anna Lange Curitiba/PR

Oração da noite Termina o dia e a ti entrego meu cansaço. Obrigada por tudo e... perdão. Obrigada pela esperança que hoje animou meus passos. Obrigada pela alegria que vi no rosto das pessoas. Obrigada pelo exemplo que recebi daquele irmão. Obrigada também por isso que me fez sofrer... Obrigada porque naquele momento de desânimo lembrei que tu és meu Pai. Obrigada pela luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação. Perdão, também, Senhor! Perdão por meu rosto carrancudo. Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos. Perdão Pai, pela falta de colaboração e serviço, E porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto. Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor. Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: “sim”. Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem. Perdoa-me, Pai, abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã. Que, ao despertar, me invada novo entusiasmo. Que o dia de amanhã seja um ininterrupto “sim” vivido conscientemente. Boa noite, Pai. Até amanhã. Enviado por Elfi Roedel Santa Cruz do Sul/RS 77


Arquivo

S E T E M B R O

Datas importantes 01 – 1939 – Início da Segunda Guerra Mundial, na Europa 1907 – 1º Grupo de OASE do Sul do Brasil, Blumenau/SC 07 – 1922 – Independência do Brasil 11 – 1990 – Fundação da Comunhão Martinho Lutero, no Brasil 14 – 2005 – Fundação da Associação Nacional dos Grupos da OASE 20 – Dia da Escola Dominical 21 – Dia da Árvore 18 a 25 – Semana Nacional da OASE 27 – Dia do Ancião 29 – Dia de São Miguel e Todos os Anjos

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SETEMBRO Jesus Cristo diz: Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. Mateus 18.20

Meditação Parábola do casamento

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ilipe e Salomé estavam, cada qual à sua maneira, cansados da vida que levavam. Filipe tinha uma vida social intensa e queria mudar para uma vida mais calma. Salomé levava uma vida mais sossegada e queria deixar a monotonia. A calma Salomé buscava o agitado Filipe. O agitado Filipe buscava a vida calma de Salomé. Encontraram-se. Começaram o namoro. Cada qual via na outra pessoa a vida que buscava, mas não esperava que a outra pessoa mudasse. Os dois eram membros da comunidade. Havia muita torcida para que o casamento fosse realizado e que desse certo. Você conhece alguma situação semelhante? Como as pessoas lidam com seus relacionamentos na comunhão cristã? Você acha que Jesus ajuda a pensar os relacionamentos? Você lembra de algum texto bíblico relacionado com o assunto? A comunidade na qual o evangelista Mateus vive é pequena e há muitas ideias diferentes, que geram atitudes diferentes. Alguns membros se sentem sobrecarregados. Outros só participam quando seus interesses são colocados em prática em primeiro lugar. Alguém sempre despreza o apoio oferecido pelos humildes. Algumas pessoas se sentem traídas. Outras ofendidas, porque alguém falou mal da comunidade. Algumas acusam outros de terem cometido pecados. As lideranças estavam com muita dificuldade de edificar uma comunidade missionária nesse contexto. Com temor e tremor, reuniram-se para tratar dos assuntos da comunidade. E havia muitas perguntas para fazer para Jesus. Devemos expulsar os pecadores? Como devemos tratar as pessoas que nos ofendem? Quantas vezes devemos perdoar? Procure as respostas em Mateus 18.10-35. De onde vem a autoridade para perdoar, reconciliar, recomeçar vida nova sob a confiança em Deus? Jesus Cristo mesmo responde: onde dois ou três estão 79


Roteiro da OASE 2011 reunidos em meu nome, ali estou no meio deles (Mateus 18.20). Jesus encarregou sua comunidade de ser seu representante na terra. Jesus está presente no grupo, mesmo no pequeno grupo de duas ou três pessoas reunidas para celebrar a vida em nome de Deus, resolver os problemas e conflitos cotidianos da comunidade. Os conflitos são mediados pelo diálogo pessoal, grupal e comunitário. Os objetivos principais do processo são o perdão, a reconciliação e inclusão. A comunidade de Jesus não é competitiva, nem dividida, mas dialogal; educa-se mutuamente para fé e para a confiança em Deus, na unidade autenticamente cristã. Deus não deseja condenar, mas salvar. A comunidade em que Jesus está presente luta e sofre, porque quer salvar, em nome de Deus. E ela não faz isso por conta própria. Nem teria condições para isso. Nem aguentaria a missão, se ela não fosse missão de Jesus Cristo. A comunidade de Jesus é grupo e é diálogo. Não é possível identificar a comunidade cristã sem essa perspectiva do diálogo. Para tratar as feridas causadas pelo pecado, na comunidade, deve haver diálogo, sendo Jesus Cristo o exemplo do diálogo e da reconciliação. Diálogo foi o ponto-chave de Salomé e Filipe. Você lembra como começamos a nossa reflexão. Pois é, Filipe e Salomé dialogaram muito. Teve divergência de expectativa quanto ao compromisso mútuo. Às vezes, os interesses eram tão diferentes que parecia que não sairia casamento. Como cada qual conhecia o mundo no qual o outro queria entrar, continuaram dialogando. Entenderam que, se cada qual queria mudar, essa mudança não seria possível sem colocar em jogo seus próprios interesses. Mas estavam entendendo que seus interesses não podiam anular a outra pessoa. Ninguém poderia impor seus interesses. Isso não daria certo. Mas, também, ninguém poderia se sentir abandonado, solitário, desvalorizado nos seus intentos. Se desejassem ser felizes, precisavam crescer juntos, dialogando, perdendo, ganhando, tentando e recomeçando. Dois ou três reunidos em nome do Senhor renovam as suas forças, voam como águias, sabendo que não somente os maus e os malvados pecam, mas que todos nós, indistintamente, somos pecadores. Pessoas cometem erros. Todos pecam. Mas isso não é desculpa para pecar mais. Por isso sempre é tempo oportuno de reelaborar compromissos. E Jesus está presente onde as pessoas se encontram para investir tempo, dinheiro e esforço para reconciliar as pessoas com Deus e umas com as outras. Tudo no diálogo franco e aberto. Façam isso, e eu estarei com vocês, diz o Senhor. Leda Witter Cuiabá/MT 80


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Em busca da sabedoria Sabedoria bíblica Onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento? A pessoa não conhece o valor dela, nem se acha ela na terra dos viventes. Jó 28.12-13 Perguntas para início de conversa: 1. Quais são as maiores obras que os seres humanos já fizeram, também conhecidas como as “maravilhas da humanidade”? Lembrar algumas. 2. Em sua opinião, qual a obra mais maravilhosa que os seres humanos já foram capazes de fazer? 3. Mostrar ao grupo imagens da criação de Deus, tais como: o pólen de uma flor, a abelha na flor, campos e florestas, o mar e os rios, animais, um grupo humano... (Se forem usadas figuras da criação de Deus em cartões, pode-se distribuí-los às mulheres para que levem junto.) 4. O que nos lembra a criação de Deus e as criações humanas? O que elas nos fazem refletir sobre o conhecimento humano e a sabedoria? Uma reflexão para ajudar... No dicionário Aurélio, conhecimento tem como definição: ato ou efeito de conhecer. Informação ou noção adquiridas pelo estudo ou pela experiência. Já sobre a palavra sabedoria está escrito que é grande

Arquivo

Muralha da China

conhecimento, erudição, ciência. Muito rapidamente, temos a impressão de que sabedoria e conhecimento são sinônimos, significam quase a mesma coisa. Mas precisamos afirmar que ter conhecimento sobre algo ainda não significa ser sábio. Uma pista seria pensar: o que é feito com esse conhecimento? Então, logo vamos perceber que sabedoria tem a ver com o que fazer, com a ética, com o viver em sociedade e no mundo. Convido para ouvirmos atentamente o texto de Jó 28.1-13.

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Roteiro da OASE 2011 Em pleno século 21, essas palavras quase não nos causam espanto. Mas precisamos compará-las com a nossa reflexão anterior, com o que nós consideramos as grandes maravilhas da humanidade. No tempo de Jó, extraordinário era o que os seres humanos estavam conseguindo fazer para extrair da terra os minérios. Um trabalho árduo, realmente pesado, mas de uma “engenharia” admirável, que estava trazendo grande recompensa econômica para os donos das minas: ouro, ferro, cobre, safiras, pedras preciosas... O que Jó estaria questionando ou querendo dizer ao proferir essas palavras? Os animais, as aves não chegam a esses lugares, não fazem isso. Somente os seres humanos são capazes de obras tão engenhosas e complexas para explorar, para extrair, para produzir, para enriquecer. A pergunta que

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podemos fazer é: para que serve tudo isso? Todos os avanços tecnológicos, todas as descobertas científicas, todas as pesquisas genéticas e todo o saber produzido nas universidades têm realmente melhorado a vida dos seres humanos e da criação de Deus? (Convidar as pessoas a expressar suas opiniões.) No Antigo Testamento, sabedoria é atribuição dada a Deus. Deus é sábio, porque a sua obra criadora é de uma perfeição inalcançável aos seres humanos, que podem multiplicar a vida, mas não criá-la. Diz a máxima: “na natureza nada se cria, tudo se copia”. Aos seres humanos cabe observar a criação e as coisas práticas da vida, preservar e obedecer. Querer discernir sobre o bem e o mal, ou pensar que o conhecimento pode dar às pessoas a possibilidade de ser o criador ao invés de criaturas, isso é insensatez, Arquivo é idolatria. Deus é sábio, e observar os desígnios de Deus é ser sábio. Assim termina o capítulo 28 de Jó: “E ele disse aos seres humanos: para ser sábio, é preciso temer a Deus, para ter compreensão é necessário afastar-se do mal”. No Novo Testamento, a sabedoria serve de intermediária entre o saber e o agir, entre o conhecimento e a vida. Ela vem a ser o


SETEMBRO desabrochar que se dá a partir da fé. Paulo fala de uma sabedoria humana, segundo a carne (1 Coríntios 1.26), própria do mundo. Ela vem através do conhecimento adquirido pelas capacidades que nos são dadas por Deus. Enquanto essa sabedoria não se incha de orgulho e não pretende ultrapassar seu domínio próprio, não há críticas. Mas se ela procura equiparar-se à sabedoria de Deus, então ela não passa de orgulho e de vaidade. O Novo Testamento apresenta a sabedoria de Deus como misteriosa e oculta. Ela é revelada em Jesus Cristo, e Deus a dá a quem lhe apraz. É através da Palavra que a fé é concedida e a sabedoria, alimentada. Ela visa a um comportamento que seja fruto de um novo nascimento, de uma vida nova, que testemunhe a dignidade de filhos e filhas de Deus. Nos tempos em que vivemos, diante da globalização da economia e das comunicações, da robotização, da individualização e coisificação das pessoas, das ideias religiosas novas e velhas, que surgem em cada esquina, as pessoas estão perdendo suas referências, seus valores, a ética. Tudo se resume ao que dá lucro, ao que dá retorno, o que traz recompensa material e prosperidade. Mas também temos que lembrar que há muitas vozes se levantando e trazendo a luz às questões do meio ambiente, dos alimentos que estão sendo produzidos e que consumimos, que estão carregados de produ-

tos químicos e tóxicos ao organismo, produzindo doenças novas e velhas. Fala-se muito em sustentabilidade, pois estamos percebendo que no rumo que seguimos, não haverá possibilidade de vida logo ali adiante, pois o desequilíbrio da criação já demonstra o caos que pode vir. Os recursos naturais são bens limitados. Os seres humanos não são capazes de criá-los. O que estamos fazendo hoje, com todo o conhecimento e as técnicas adquiridas, é loucura, é insensatez! Cria-se um discurso a favor da vida e de melhores condições sociais para a população, mas, no fundo, escondem-se os verdadeiros interesses econômicos e de dominação que realmente movem mentes e corações de grupos e de governos. Continuar afirmando que o progresso tem um preço e que, infelizmente, para produzir é preciso envenenar e privar de vida normalmente os mais pobres não é o que Jesus teria tido ou feito. Custou sua própria vida colocarse ao lado dos que mais sofriam. E ainda hoje, seguir seus passos e ser sábios e sábias diante de interesses tão grandes não é tarefa fácil. Aceitar o convite da sabedoria é temer a Deus e se afastar (mentes e corações) do mal. É optar pela ética, pelo comunitário, pelo sustentável, pela preservação e pelo cuidado. A sabedoria se dá muito bem com a verdade das intenções e com a liberdade. Ela é um aprendizado que se faz em

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Roteiro da OASE 2011 conjunto (na OASE, em família, no grupo social), quando experimentamos ações pequenas, mas que nos mostram que dá para viver e ser feliz vivendo de forma diferente desses interesses que estão nos impondo. Para encerrar: Procurem responder novamente a pergunta: Quais são as verdadeiras obras maravilhosas (de sabedoria) que os seres humanos são capazes de construir? Oração: Ó Deus! Sabedoria é mais do que mero conhecimento. A sabedoria vem de ti e nos foi revelada em Cristo. Ne-

cessitamos buscar conhecimento, pois no mundo o que mais nos engana é a falta de informação e da verdade das intenções. Porém, bem sabemos que o conhecimento não pode nos tornar orgulhosas e autoritárias. Mantém em nós o desejo de servir com todos os dons que tu nos dás. Que eles sejam usados para um viver diferente. Orienta as nossas ações para que a vida seja preservada e a tua boa criação respeitada acima de qualquer interesse por lucro ou privilégio. Orienta a nossa reflexão mediante a tua Palavra e a sabedoria que dela provém. Por Jesus Cristo, nosso Salvador, nós oramos e juntas dizemos: Amém.

Bênção: Que o Deus da sabedoria viva dê a vocês o necessário para a vida. Que encontrem águas límpidas no momento certo. Que suas mesas sejam generosas e os seus leitos sejam de descanso e de amor. Que seus filhos e filhas te sigam com orgulho. Que as mulheres que lutam te chamem de companheira E as que sofrem, de irmã. Que no final da sua jornada, a terra seja para vocês um lugar onde serviram e deixaram suas marcas por um mundo melhor. Pª Anelise Lengler Abentroth Marechal Cândido Rondon/PR

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SETEMBRO

Saúde Câncer na mulher Câncer é o termo que designa um conjunto de várias doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células. Dividindo-se rapidamente, essas células tendem a ser agressivas e, muitas vezes, incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem atingir outras regiões do corpo, formando um novo tumor, distante do sítio de origem (metástase). O câncer é a segunda causa de mortalidade entre as mulheres, ficando atrás somente das doenças cardiovasculares (AVC, infarto etc.). As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, e estão inter-relacionadas. As causas externas referem-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente predeterminadas e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo das mulheres, mas alguns órgãos são mais afetados do que outros. Entre os mais afetados estão mama, colo do útero, cólon e reto (intestino grosso) e pulmão; pele, estômago, esôfago, medula óssea (leucemias) e cavidade oral (boca) também são afetados, mas em menores proporções. Cada órgão, por sua vez, pode ser afetado por tipos diferenciados de tumor, menos ou mais agressivos. O conceito mais importante em relação ao câncer é a prevenção. Através da prevenção, é possível, a partir de um estilo de vida saudável, evitar o aparecimento da doença. Vários fatores de risco estão implicados no desenvolvimento do câncer nas mulheres. O principal é o tabagismo, que deve ser frontalmente combatido e desestimulado. O consumo de bebidas alcoólicas, de gorduras de origem animal, dieta pobre em fibras, vida sedentária e obesidade também devem ser evitados para prevenir os tumores malignos. A exposição excessiva ao sol também deve ser evitada, pois está relacionada ao aparecimento do câncer de pele mais agressivo, o melanoma. Adicionalmente à prevenção, o diagnóstico precoce é fundamental, pois, identificando o câncer em estágios iniciais, pode-se alterar a história natural da doença, aumentando a taxa de resposta ao tratamento e assim a chance de cura. Muitas vezes o câncer pode se apresentar como uma doença silenciosa, somente se manifestando em estágios avançados, porém alguns sinais e sin85


Roteiro da OASE 2011 tomas devem ser investigados tão logo sejam percebidos pelo paciente, seus familiares e amigos: • Nódulo na mama ou alteração da cor ou consistência do mamilo • Sangramento vaginal excessivo (dentro ou fora do período menstrual) • Lesões de pele (sinais) que apresentem alteração da cor, tamanho, sangramento ou dificuldade de cicatrização • Voz rouca por mais de três semanas • Dificuldade de engolir alimentos sólidos (pão, carne etc.) • Tosse com ou sem catarro há mais de três semanas • Diarreia ou constipação prolongada • Sangramento nas fezes • Dor abdominal recorrente • Perda de peso inexplicada Além disso, independentemente de sintomas, todas as mulheres acima de cinquenta anos devem realizar uma avaliação médica anual, com consulta e os exames de rotina: mamografia e ecografia mamária, ecografia pélvica e colonoscopia. A periodicidade desses exames, em geral, é anual, salvo em situações especiais em que se deve manter uma atenção mais detalhada a algum exame, por exemplo: mulheres com história familiar de câncer de mama. Mulheres com histórico familiar de câncer (mãe, tias, avós, pais, irmãos com diagnóstico de câncer) devem ser avaliadas mais frequentemente que a população em geral, pois a incidência de câncer nesse subgrupo também é maior. Da mesma forma, familiares de pacientes com algum tipo de câncer devem ser submetidos à avaliação preventiva individualizada. O diagnóstico de câncer da mulher não é mais um sentença de morte e sofrimento. Nos últimos anos, uma série de procedimentos cirúrgicos, quimioterápicos e radioterápicos contribuiu sobremaneira para um aumento real da expectativa de vida dessas mulheres, mantendo sua qualidade de vida e dignidade. Cada vez mais se busca, aliando-se a tecnologia da incorporação de novas drogas, um tratamento mais humanizado e individualizado, permitindo que mulheres com câncer possam viver mais e melhor, compartilhar suas experiências, desfrutar momentos de alegria junto aos seus e nos ensinar o quanto é valioso o bem mais precioso que temos: o bem da vida. Drª Sheila Schuck Oncologista, Porto Alegre/RS 86


SETEMBRO

Dia Nacional do Deficiente Auditivo (Último domingo de setembro)

Alcançando as pessoas surdas Você acha que os surdos creem em Deus? Conforme a passagem bíblica de Romanos 10.14, que diz: “Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue?”, para crer em Deus precisamos ouvir sua Palavra. Se reportarmos esse versículo às pessoas surdas, poderíamos pensar: Como elas crerão em Deus se não ouvem? E como ouvirão se não há quem pregue numa linguagem que elas possam entender? O amor de Deus, contudo, não faz acepção de pessoas e providenciou uma forma de alcançá-las. Deus tem levantado pessoas dispostas a aprender a língua de sinais (Libras) a fim de levar a palavra de Deus às pessoas com deficiência auditiva. Em algumas cidades, podemos encontrar intérpretes da língua de sinais nas igrejas a fim de ministrar o louvor e a Palavra para que as pessoas surdas entendam aquilo que é pregado. Entretanto, ainda são poucas as pessoas que se têm engajado nessa causa. Jesus comentou que a seara é grande, mas há poucos ceifeiros, e percebemos que essa também é a realidade das pessoas surdas. Quem sabe você não possa ser um desses ceifeiros que o Senhor quer levantar nesta nação para alcançar os surdos? Informe-se em sua cidade onde há cursos da língua dos sinais e participe a fim de aprender mais essa modalidade, e deixe-se ser usada pelas mãos do Senhor Jesus. Pense nisso! Arquivo

Gisele Rück Rio do Sul/SC

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O U T U B R O

Datas importantes 01 – Dia Nacional do Idoso 06 – 1930 – Fundação da OASE do Rio Grande do Sul 09 – 1905 – Fundação do Sínodo Ev. Luterano de SC, PR e outros Estados 12 – Dia da Criança 15 – Dia do/a Professor/a 25 – 1968 – Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (fusão dos Sínodos) 1945 – Dia da ONU 26 – 1949 – Fundação da Federação Sinodal 31 – Dia da Reforma

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OUTUBRO

OUTUBRO Seria, porventura, o mortal justo diante de Deus? Jó 4.17

Meditação Indignidade humana diante de Deus

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urante o período em que sofria calamidades, o patriarca Jó recebeu a visita de três amigos. O mais influente dos três era Elifaz, que foi o primeiro a falar e também o que mais falou. Elifaz perguntou: “Onde é que os retos foram eliminados?” Ele concluiu que Jó deve ter feito algo ruim por estar recebendo a punição de Deus. No seu segundo discurso, Elifaz zombou da sabedoria de Jó e perguntou: “O que sabes realmente que nós não saibamos?” Elifaz deu a entender que Jó estava tentando mostrar-se superior ao Todo-Poderoso. Terminando seu segundo ataque, descreveu Jó como culpado de apostasia, suborno e fraude. No seu último discurso, Elifaz acusou falsamente Jó de muitos crimes: extorsão, negar pão e água aos necessitados e oprimir as viúvas e os órfãos. O segundo a falar, Bildade foi o mais breve, porém o mais mordaz. Ele até mesmo acusou os filhos de Jó de terem agido errado e por isso terem merecido a morte. Bildade argumentou que o homem é “um inseto” e “um verme” e por isso é impuro perante Deus (Jó 25.6). Zofar, o terceiro a falar, tinha uma linha de pensamento semelhante, acusando Jó de iniquidade e insistindo com ele para que se livrasse de suas práticas pecaminosas. Sem dúvida, seus comentários refletiam um modo ímpio de pensar. Em seus três pronunciamentos, Elifaz passou a ideia de que Deus é tão exigente que nada que seus servos façam é suficiente para agradá-lo (Jó 4.18). Devemos nos proteger contra esse tipo de raciocínio. Ele pode nos fazer pensar que Deus exige demais de nós. Esse conceito prejudica nosso relacionamento com Deus. No seu terceiro pronunciamento, Elifaz pergunta: “Pode um varão vigoroso ser de utilidade para o próprio Deus, que alguém com perspicácia lhe seja útil?” Ele insinuava que o ser humano é inútil para Deus. Numa linha de raciocínio similar, Bildade perguntou: “Como pode o homem mortal ter razão

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Roteiro da OASE 2011 diante de Deus, ou como pode ser puro aquele que nasceu de mulher?”. Segundo esse raciocínio, como Jó, um simples mortal, poderia sequer presumir ter uma posição justa perante Deus? Muitas pessoas, hoje, sofrem com pensamentos negativos sobre si mesmas. O modo como a pessoa foi criada, as pressões da vida ou preconceitos podem ter contribuído para isso. Mas é vital reconhecer que Satanás e seus demônios querem nos levar a crer que o que fazemos não é suficientemente bom para Deus! Temos de resistir a essa ideia. Apesar do sofrimento que lhe foi causado por Satanás, Jó disse: “Até eu expirar não removerei de mim a minha integridade!” Por amor a Deus, Jó estava decidido a ser íntegro independentemente do que acontecesse, e nada mudaria essa decisão. Essa é a chave para resistir a pensamentos negativos. Temos de entender bem o amor de Deus e cultivar apreço sincero por isso. É preciso também aprofundar nosso amor por ele. Isso se consegue por meio do estudo regular da palavra de Deus e da meditação e oração. Por exemplo, João 3.16: Deus demonstra amor à humanidade, e seus tratos com os humanos ao longo do tempo comprovam isso. Meditar em exemplos do passado aumenta nosso apreço e aprofunda nosso amor por ele, ajudando-nos assim a resistir a pensamentos errados ou negativos. Observemos como Deus tratou Abraão pouco antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18.22-33) e depois, quando Deus salvou Ló e sua família (Gênesis 19.18-22). Será que esses relatos retratam Deus como ditador exigente, não amoroso e autoritário? Não. Eles mostram o que ele realmente é: um soberano amoroso, bondoso, misericordioso e compreensivo. Refutando a ideia de um Deus crítico, impossível de agradar, temos os exemplos de Arão, Davi e Manasses. Todos erraram, porém se arrependeram sinceramente e receberam novamente o favor de Deus. Sempre que percebermos algum pensamento errado ou negativo, deveremos rejeitá-lo e focalizar nossa atenção no amor de Deus. Assim, “a paz de Deus, que excede todo pensamento, guardará nossos corações e nossas faculdades mentais” (Filipenses 4.6, 7). Cheila Morais Ranger Ponta Grossa/PR

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OUTUBRO

Em busca da sabedoria Princípio do saber O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. Provérbios 1.7 Três senhoras encontram-se num shopping center. Coincidência: Fazem compras para a festa de formatura dos filhos. É bonito ouvi-las tecendo elogios aos próprios filhos, destacando qualidades e virtudes. “Meu filho é muito inteligente. Ele sempre teve facilidade nos estudos, ainda mais que nós financiamos tudo, assim pode se dedicar por inteiro, sem precisar trabalhar. Ele só fala da formatura, pois o pai lhe prometeu um carro. Eu sei que daqui para frente iremos conviver menos ainda, pois ele sempre preferiu sair com os amigos de festa. Mas estou muito orgulhosa.” “Ah! Minha filha também teve um ótimo desempenho na faculdade. Sempre foi destaque na turma. É dotada de tamanha esperteza, que sempre tira vantagem em todas as situações. Única coisa que eu lamento é que tenhamos tão pouco contato. Quando muito, esporadicamente, um almoço no clube ou dormindo no apartamento da praia, depois da balada com os amigos.” Nisso toca o telefone, a terceira senhora pede licença para atender: “Oi, filha! Sim! Seu pai e eu estamos livres no final de semana, sim! Ainda converso com seu pai à noite, mas já estou certa de que ele também vai se alegrar com o seu convite. Um beijo!” E ela explica às amigas: “Era a nossa filha caçula convidando para o culto em nossa comunidade. Ela quer muito agradecer a Deus pela etapa vencida. Ela batalhou muito, trabalhando de dia e estudando à noite. Está convencida de que Deus a sustentou e iluminou nessa importante jornada. Além do mais, serão também apresentados os novos colaboradores dos setores de trabalho da comunidade. Apesar do seu trabalho e estágio, ainda se dispôs a liderar, aos sábados à tarde, o grupo de jovens mirins. Ela também tem um grupo de amigos com quem sai, mas sempre priorizou a presença e o convívio na família”. As outras se entreolharam, sem entender, sem saber o que dizer diante de tamanha alegria. Apenas acenaram com um discreto “tchau” e cada qual seguiu o seu caminho, a sua história de vida. Na saída, já no elevador, comentam com

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Roteiro da OASE 2011 um pouco de sarcasmo e outro tanto de humor: “Essa filha é normal? Ainda existe gente assim?”. Sim! Existem muitos filhos assim: inteligentes! Louvemos a Deus por todos os filhos e filhas, presentes dos céus! E também louvemos a Deus por cada ser, ainda que limitado no saber! Como também existem muitas filhas espertas e independentes, na vida e no fazer. Por isso, a Deus bendizemos por todas as filhas e os filhos que dele recebemos! A verdadeira alegria, no entanto, está na sabedoria; e a sabedoria está no temor do Senhor! “Pois o temor do Senhor é o princípio da sabedoria!” No temor a Deus, duas realidades se fundem: temer e amar! Sem precisar existir medo, pois o amor lança fora o medo. Conforme o apóstolo Paulo: “A ciência incha, o amor edifica. O conhecimento enche a pessoa de orgulho, mas o amor nos faz progredir na fé” (1 Coríntios 8.1). Assim, onde Deus está presente na vida, a sabedoria está garantida! De que adianta toda a ciência e o conhecimento? De que serve toda a esperteza e o vil procedimento? Se não existir temor a Deus – garantia de sabedoria: Sempre vai sobrar ciência e faltar consciência; Vai ter de sobra esperteza e faltar nobreza; Vai sobrar independência e faltar decência! Vai ter muita incoerência e nenhuma consequência! Daí, ser oportuno resgatar, registrar e responder com atitudes de vida, aos sábios conselhos do grande rei Salomão, em seus provérbios: “Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor”. Só os tolos desprezam a sabedoria e não querem aprender! Oração: Senhor! Graças rendemos por nos fazeres inteligentes e criativos. Conserva também em nós o verdadeiro temor a ti, temendo e amando-te de todo o nosso coração, para que a nossa vida também se expresse em sabedoria, fonte e garantia de verdadeira alegria. Que o nosso saber e fazer estejam sempre afinados com o teu divino querer. Amém! P. Irineu Wolff Blumenau/SC

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OUTUBRO

Saúde Você ronca? Alguém já falou que você para de respirar durante o sono? Você sente muito sono durante o dia? Se a resposta for sim, você sofre de um distúrbio respiratório do sono, a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS). O sono é o momento de descanso do corpo e da mente, e é dividido em duas fases: REM (“Rapid Eye Movements” [Movimentos rápidos dos olhos) e NREM (“Non-Rapid Eye Movements” [Sem movimentos rápidos dos olhos]). Para gerar repouso e recuperação das funções mentais, essas fases devem acontecer de forma organizada durante a noite. Nas apneias ocorrem alterações dessas fases, o que resulta na incompleta recuperação das funções mentais, comprometendo outros sistemas orgânicos, contribuindo para o surgimento de doenças cardiovasculares. A apneia é caracterizada por no mínimo cinco paradas da respiração por hora do sono, com duração superior a dez segundos por parada, podendo chegar até um minuto de interrupção. Cada vez que ocorre uma apneia, gerase uma queda importante de oxigênio no sangue, e o cérebro acaba despertando a pessoa, superficializando o sono, fazendo com que ela tenha uma

qualidade de sono ruim e sonolência durante o dia. A apneia do sono é uma doença comum, afeta aproximadamente 2% das mulheres e 4% dos homens na idade adulta. Grande parte dos indivíduos acometidos dessa doença são roncadores. O ronco é simplesmente a tradução sonora que indica diminuição ou estreitamento da via aérea (garganta) durante a passagem do ar, sendo uma condição que incomoda bastante, principalmente o parceiro. A SAHOS associa-se frequentemente a outras doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, arritmias cardíacas, doença arterial coronária, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca congestiva). As principais características clínicas da apneia do sono são a sonolência diurna excessiva (hipersonolência), roncos noturnos, obesidade, fadiga diurna excessiva, sensação de cansaço ao despertar, depressão, irritabilidade, perda progressiva da memória e dificuldade de concentração, sudorese noturna, diminuição da libido, cefaleia matutina e noctúria (urinar em excesso à noite). O diagnóstico é feito pela polissonografia, exame realizado no Laboratório do Sono, que avalia uma

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Roteiro da OASE 2011 Arquivo

noite inteira de sono para detecção de apneia, que pode ser leve, moderada ou severa, e outros distúrbios do sono. Esse exame deve ser solicitado por um médico. Existem várias técnicas que são aplicadas nos tratamentos das apneias, variando conforme o caso: 1. Higiene do sono: emagrecimento; evitar drogas sedativas (discutir com o médico); evitar bebidas alcoólicas; evitar cigarros; horário regular do sono; evitar decúbito dorsal (barriga para cima); elevar a cabeceira da cama; dormir com o pescoço estendido. 2. Tratamento medicamentoso 3. Tratamento com aparelhos intraoral 4. Tratamento cirúrgico 5. Aparelhos de pressão positiva. Nas formas da doença de moderada à grave (maior que trinta apneias por hora), o mais indicado é um aparelho chamado CPAP (Pressão Positiva Contínua de Ar) durante o sono. A adaptação do paciente ao aparelho de CPAP constitui, na maioria das vezes, sua única possibilidade de tratamento não-invasivo (não-cirúrgico). O uso de CPAP é considerado o tratamento “padrão-ouro” para a apneia do sono por vários aspectos, entre eles, o de ser não-invasivo. Em média, os usuários

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Uso do aparelho CPAP melhora a qualidade do sono

utilizam o aparelho por cinco a seis horas/noite. Esse aparelho é utilizado a partir de uma pressão preestabelecida, por meio de uma máscara nasal adaptada à face do paciente, onde um fluxo suave de ar mantém as vias aéreas desobstruídas. Esse tratamento tem como objetivos eliminar o ronco, tornar a respiração regular, melhorando o sono e a oxigenação do sangue, reduzindo assim a hipersonolência, os riscos de hipertensão, enfartes, derrames e acidentes de trabalho e de trânsito, e dessa forma melhorando a qualidade de vida. Marcelo Ravazzani Fisioterapeuta, Blumenau/SC


OUTUBRO

Dinâmica Aceitar e perdoar Parábola do filho perdido Material: Um quebra-cabeça. Sugere-se fazer um quebra-cabeça colando uma imagem grande (foto de família ou de um grupo de pessoas) numa cartolina, ou papel mais duro, e recortá-la em várias peças. Cada participante do grupo recebe uma peça na chegada. A coordenadora guarda uma peça consigo. 1. Acolhida: Receber cada participante com um abraço. 2. Saudação e invocação: Nós estamos reunidas neste dia porque temos um Deus Pai e Mãe que nos faz irmãs em Jesus, que é nosso reconciliador! 3. Canto: Deus está aqui – HPD 2, nº 332. 4. Oração: Senhor amado! Quando nos reunimos aqui, sentimos que um mundo novo e de paz é possível! Permaneça conosco, hoje e sempre! Amém. 5. Quebra-cabeça. Convidar o grupo para montar o quebra-cabeça. Quando elas tiverem encaixado todas as peças e perceberem a falta de uma peça, a coordenadora mostra a peça e convida para um diálogo: a) Como vocês se sentiram quando notaram a falta da peça? b) O que sentiram quando a peça faltante foi achada e o quebra-cabeça pode ser completado? 6. Leitura bíblica: Lucas 15.11-32 – Parábola do filho perdido 7. Reflexão: Através dessa parábola, Jesus quer nos mostrar o quanto Deus é misericordioso. Apesar da nossa indiferença e nossa rapidez em julgar, ele está sempre pronto para nos dar uma nova oportunidade. Se nos colocarmos no lugar do irmão do filho pródigo, iríamos agir de forma parecida? Julgar os outros é tão fácil. E se fôssemos nós que precisássemos e buscássemos o perdão? O mundo nos ensina que quando alguém erra precisa pagar pelo erro. Jesus, ao contrário, ensina que a pessoa que erra tem direito ao perdão e merece uma nova oportunidade! Amar ao próximo é aceitar e perdoar! 8. Canto: Quando o povo se reúne – HPD 2, nº 336. 9. Oração final: Lembrar as pessoas doentes e enlutadas, as famílias desestruturadas, e terminar com o Pai-Nosso. 10. Bênção e envio: Todas juntas, de mãos dadas, dizem: “Que Deus nos abençoe e nos ajude a perdoar e aceitar as pessoas”. Enviado por Marise Lindemann Teutônia/RS 95


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N O V E M B R O

Datas importantes 01 – Dia de Todos os Santos 02 – Dia de Finados 10 – 1483 – *Martim Lutero, Reformador (+18/2/1546) 15 – 1889 – Proclamação da República 19 – Dia da Bandeira 20 – Dia da Proclamação dos Direitos da Criança (ONU) 25 – 1843 – *Dr.Wilhelm Rotermund, fundador do Sínodo Riograndense (+5/4/1925) 27 – 1º Domingo de Advento

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NOVEMBRO O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam. Naum 1.7

Meditação A misericórdia de Deus

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ó posso afirmar que algo ou alguém é bom por experiência própria. Já me vi em apertos muitas vezes e disse: “Senhor, só tu podes”. Depois, com alívio, exclamei: “Obrigado, Senhor”. E que peso na consciência se não fizesse isso logo! Sim, porque facilmente esquecemos o autor. Confiamos em Deus porque sabemos que ele não é como areia movediça ou ponte que balança. Nele, sabemo-nos seguros, aconchegados, amparados e certos de que não vacilará nunca. Essa convicção nos advém da relação de fé e do amor que experimentamos do amanhecer ao anoitecer, quando Deus norteia nossos passos; durante a noite, quando vela nosso sono, restaurando nossas energias; e na doença, nos restaurando a saúde física e espiritual. Deus nos conhece e sabe das nossas fragilidades, por isso nele nos refugiamos na angústia e na dor. E nas conquistas, vitórias e alegrias, nós o exaltamos. Tudo vem dele, que nos gerou para a felicidade e para ter a vida eterna, para a paz, para a salvação, por isso sempre de novo nos põe de pé. É importante que saibamos que Deus conhece os que nele se refugiam, pois é através da luta que vem a vitória, e Deus é nosso escudo. No seu refúgio encontramos força e alívio. É no seu colo, em suas grandes mãos, no aconchego de sua Palavra que recebemos sabedoria e orientação. É confiando no seu amor que nos sentimos mais perto dele nos momentos de tristeza e de aperto. Quando tudo parece pintado de cinza, aparece o arco-íris e nos lembra de sua promessa de amor eterno. E então nele nos refugiamos, porque sabemos que ele nos conhece mais do que imaginamos. Com alívio a ele nos confiamos, porque sabemos que sem ele nada somos. Só busca refúgio quem reconhece sua necessidade e fragilidade, esquecendo-se da soberba e arrogância. Bem-aventurados os que se refugiam no Senhor e não em suas próprias vaidades. 97


Roteiro da OASE 2011 Oração: Senhor, não nos deixes esquecer nunca que tu nos conheces, sabes das nossas angústias e queres ser nossa fortaleza. Dá-nos sabedoria, Senhor. Ani Cheila Kummer Dom Pedrito/RS

Em busca da sabedoria É de pequenino que se torce o pepino Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele. Provérbios 22.6 Eu ouvi esse provérbio, pela primeira vez, da boca do meu antigo professor de Matemática da quinta série. Ele tinha algo de assustador, não só em virtude do contexto da matéria, mas também pela rigidez do docente que a ministrava. E, o que é pior, ele soa como algo definitivo, absoluto, e que não tem mais volta. Ainda mais, parece algo atestado pelas ciências psicológicas e pedagógicas: as fases posteriores da vida de uma pessoa se constroem sobre os fundamentos colocados na infância. Interessante é que no dito popular, assim como na expressão do povo bíblico, que nos legou sua sabedoria em forma de provérbios, para que deles aprendamos ainda hoje, a ênfase está no quê fazer e não no quê foi. É verdade que é possível levantar hipóteses sobre a infância de alguém que na vida adulta se desviou do caminho reto. A sabedoria, todavia, está com quem se preocupa de forma ativa e propositiva em educar a criança no caminho em que deve andar. E qual é esse caminho? Essa certamente é a pergunta! Não só os pais, mas também professores, religiosos, igrejas, religiões e estados se ocupam com essa questão. O provérbio-base da nossa reflexão não nos dá uma resposta, apenas descreve o processo: o caminho no qual a criança for educada permanecerá sendo o seu norte até o fim de sua vida! Se procurarmos no contexto maior da sabedoria popular preservada pela Bíblia, assim como no contexto da sabedoria popular acumulada em forma de ditados, encontraremos alguns elementos que podem nos ajudar a definir uma resposta.

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NOVEMBRO 1ª. tarefa para o grupo de mulheres: Buscar referências bíblicas e/ou ditados populares que respondam à seguinte pergunta: – Qual é o caminho no qual uma criança deve ser educada a andar? Certamente não existe a resposta para essa pergunta, mas existem respostas mais certas e respostas mais equivocadas. Um equívoco de muitas mães (por que só dizer “pais”? – mas também, padrinhos, tios, avós) é que o seu caminho também deve ser o caminho em que a criança deve andar. E, muitas vezes, esse seu caminho sequer chegou a ser o próprio caminho: pelas mais variadas razões, todos possuímos sonhos e ideais que não conseguimos realizar e que, de forma mais ou menos consciente, gostaríamos de realizar através dos filhos, afilhados, sobrinhos, netos. Aqui é preciso parar para pensar: Cada pessoa possui um caminho próprio, um chamado único, que começa na tradição cristã com o Batismo: Chamei-te pelo teu nome; tu és meu! (Isaías 43.1) Outra resposta, que na escala se encontra mais no lado do equívoco do que do acerto, é aquela que se convencionou chamar de “laissez-faire” (do original “laissez faire, laissez aller, laissez passer”, que significa literalmente “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”). Se na resposta anterior a ênfase estava na prescrição, seja de forma autoritária ou persuasiva, aqui a tônica reside na liberdade. Ou seja, o pepino cresce a esmo. O perigo é que aquilo que aparentemente é para o bem da criança se torne algo que a deixa insegura, pois precisa, por iniciativa própria, criar parâmetros para os quais não possui referencial nem maturidade. 2ª. tarefa para o grupo de mulheres: Refletir em pequenos grupos sobre a seguinte pergunta: – Quais caminhos são inadequados para a educação das crianças? Já no lado dos acertos na nossa escala estão aquelas iniciativas educacionais que entendem que o caminho da educação infantil precisa ser integral. Significa dizer que todas as dimensões da vida humana precisam ser levadas em conta e a tarefa de educar a criança precisa criar oportunidades para que ela possa realizar experiências em todas essas dimensões. Essas dimensões são a emocional, a comportamental, a cognitiva e a espiritual. A dimensão emocional ou afetiva representa um grande desafio em nossos dias. Há quem diga que essa área é a chave para que uma criança possa se desenvolver de modo a colocar os alicerces para uma vida sadia, confiante, 99


Roteiro da OASE 2011 criativa e aberta para os desafios. No alemão se usa uma expressão que tomo a liberdade de reproduzir aqui: Nestwärme (calor do ninho). Significa um entorno social, tal qual o útero materno inicialmente o foi, no qual a criança sente aconchego, nutrição, proteção, aceitação, carinho. Já a dimensão comportamental tem a ver com os relacionamentos, as atitudes, as formas como a criança se expressa. Aqui convém destacar o que parece ser consenso na ciência, mas também da experiência cotidiana de quem lida com infantes, de que o ser humano aprende em grande medida por imitação. Ou seja, recai sobre o educador, o adulto, a família a responsabilidade de estabelecer os padrões de comportamento adequados, mas também os inadequados. E esses passam pelas palavras, pela instrução e também pelos exemplos dados através do próprio comportamento. Poderíamos nos perguntar aqui quais são as razões que levam àquilo que é denominado de “analfabetismo social”, que se evidencia pela crescente dificuldade entre as novas gerações em criar e manter relacionamentos. A dimensão cognitiva refere-se ao desenvolvimento da capacidade de raciocinar de maneira lógica. Também se relaciona ao incremento do conhecimento e da capacidade de compreender o mundo e de como as coisas estão inter-relacionadas. Aqui é importante distinguir entre acumular conhecimentos, ou seja, saber muitas coisas, e desenvolver uma capacidade de discernimento que conduza a uma adequada compreensão das coisas. Talvez aqui fosse melhor usar as antigas expressões que falavam em “criar juízo” ou desenvolver o “bom senso”. Não por último, e aqui deve haver uma ênfase, a educação precisa considerar a dimensão espiritual. Tanto no sentido mais amplo possível, quanto no sentido específico da tradição religiosa que se segue. O que integra todas as dimensões referidas anteriormente é essa palavra tão cara para falar do ser humano: a alma. Cuidar da alma era na tradição cristã a designação do pastor: ele era o “cura d’almas”! Como todas e todos somos sacerdotisas e sacerdotes, a nossa função pastoral uns para com os outros e, em especial, em relação às crianças é cuidar das almas. Que missão! E o que significaria isso? Como podemos cuidar adequadamente das almas das nossas crianças? 3ª. tarefa para o grupo de mulheres: Refletir sobre a seguinte questão: – O que a comunidade pode oferecer em cada uma dessas áreas para a educação das crianças?

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NOVEMBRO Finalmente: Nada é definitivo! Jesus Cristo nos ensinou e mostrou através de sua ressurreição que nem mesmo a morte é definitiva. Portanto, outra marca do ser humano é sua falibilidade. Podemos todos errar na educação de nossas crianças, mas isso não significa que elas estejam condenadas em virtude de nossos pecados. Ao contrário, o amor de Deus, e essa é outra sabedoria popular, encontra seu caminho até nós, não obstante os desvios e os empecilhos que lhe antepusermos. E isso em qualquer idade e até mesmo na morte! P. Prof. Dr. Sidnei Vilmar Noé Juiz de Fora/MG

Advento e Natal Advento é tempo de preparação Advento é tempo de preparação, de abrir caminhos para o Deus-criança. É estar disposto a ajudar um irmão e a uma irmã encher de esperança. Advento é tempo de avaliação, de unir caminhos e acertar as estradas. É tempo certo p’ra pedir perdão e perdoar, seguindo de mãos dadas. Advento é tempo de transformação, mudar caminhos para um mundo novo. É ver que o amor de Deus é doação, e a novidade é para todo o povo. Advento é tempo de decoração, florir caminhos, aplainar colinas. Encher de amor e luz o coração para espalhar nas noites natalinas. Edson Ponick Hinos do Povo de Deus 2, nº 308.

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D E Z E M B R O

Datas importantes 01 – Dia Internacional de Combate à AIDS 03 – Dia Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência 04 – 2º Domingo de Advento 10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos 11 – 3º Domingo de Advento 18 – 4º Domingo de Advento 24 – Véspera de Natal 25 – Natal 31 – Véspera de Ano Novo

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DEZEMBRO Deus diz: Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te. Isaías 54.7

Meditação Futuro glorioso

Q

Arquivo

ue palavra consoladora para quem está no meio de um sofrimento que lhe parece interminável! O que resta de sofrimento já não está mais sob a luz da condenação, mas sob a luz da esperança, da vitória sobre o mal. Não é mais preciso viver sob o peso da rejeição. Deus, em sua grande misericórdia, recebe de volta o pecador e restaura sua vida. Um pouquinho dessa experiência vive o doente que ouve do médico: você está curado, a doença foi vencida. Mesmo Com a vinda de Jesus, Deus veio fazer parte da vida humana que a fraqueza resultante da luta pela saúde ainda se faça sentir, abre-se uma nova vida; a esperança se renova e com ela surgem novos planos e novos desafios. Mas será que Deus nos “deixa”, nos abandona à própria sorte? Essas palavras foram dirigidas por Isaías ao povo de Judá, provavelmente nos últimos tempos da escravidão na Babilônia. Elas são parte de um capítulo que compara o novo povo de Deus à mulher que sofre pelo seu destino: a mulher estéril, a solitária, a viúva. A esposa repudiada. Todos conhecem aflições, o menosprezo, a solidão e a insegurança que vivem as mulheres sozinhas. Não é fácil para uma mulher viver situações semelhantes. O preconceito ainda hoje é doloroso. Mas no passado, quando a mulher era totalmente dependente do homem, era muito mais difícil sobreviver. Ela ficava sem chão em relação ao seu sustento, seu futuro, sua posição na sociedade. 103


Roteiro da OASE 2011 Assim é a vida do povo de Judá morando entre estranhos no cativeiro: sem pátria, solto no mundo, lamentando sua desobediência ou buscando explicações para aquela situação desesperadora, aparentemente esquecido por Deus. Leia o Salmo 74 para ter uma ideia do que o povo sentia vivendo entre pessoas para quem o Deus de Israel não era nada e sabendo que o seu templo e os seus símbolos sagrados haviam sido destruídos e queimados. A mensagem de Deus transmitida por Isaías, contudo, é de esperança. Esquecidos por Deus? Não! Todo o capítulo de Isaías 54 é um hino ao futuro maravilhoso que Deus tem em vista para os seus. Todas as humilhações passadas, a vergonha, o desamparo e abatimento desaparecerão, pois, como diz; “o teu Criador é o teu marido... e ele é chamado o Deus de toda a terra” (Isaías 54.5). Cada ser humano conhece momentos de desamparo. E como são longos! Tanto nas crises individuais, como nas convulsões sociais, eles parecem intermináveis e nos levam muitas vezes a brigar com Deus ou a descrer de sua existência ou de seu cuidado por nós. Tornamo-nos vítimas do desânimo, da tristeza, do isolamento. Não, Deus não esquece os seus. Nas palavras de Isaías, Deus “deixou” seu povo por um breve momento, mas acolhe-o novamente com grandes misericórdias. No versículo seguinte, a misericórdia de Deus é descrita como “eterna” e o próprio Deus como Redentor. Seu amor ultrapassa todas as expectativas! Vivemos agora o tempo de Advento e Natal! Ouvimos e cantamos sobre o amor de Deus. Com a vinda de Jesus, ele veio fazer parte da vida humana de um modo maravilhoso e único. E ainda mais: Ele mostrou não somente para um povo escolhido, mas para todos, “pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Hinos: HPD 1, nº 27 / HPD 2, nº 312. Para reflexão: Como sentimos Deus em momentos de crise? Ausente? Acusador? Ou como alguém que caminha conosco e nos dá coragem? Anna Lange Curitiba/PR

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Em busca da sabedoria Sabedoria: que a comida que existe seja bem feita Tereza de Ávila, 1515-1582, que viveu numa época em que o jejum era fundamental para o modelo de santidade feminina, orientava suas irmãs de convento, pobre e sem renda, para que “nenhuma irmã fale se lhe dão muito ou pouco de comer, se está bem ou mal cozido. A Priora e a Provisora cuidem de que, quando o Senhor manda, seja bem preparado, de modo que possam passar com o que Deus lhes dá, pois não possuem outra coisa”. Respeitadas as proporções, algo semelhante vale para a sabedoria. Afinal, a sabedoria é resultado de conquista humana, isto é, pode ser aprendida, ou é simplesmente fruto da graça divina, a saber, para alguns Deus dá, já para outros nem tanto. Verdade é que nem todos agem com igual sabedoria. Muitos ainda nem descobriram a sabedoria e continuam aprisionados. Jesus foi alguém que se arriscou a dizer “EU”: EU perdoo os teus pecados; EU ordeno: levanta-te; EU chamo: siga-me; EU sou o caminho, a verdade e a vida, etc. E o fez para eliminar barreiras, erguidas e impostas, para libertar e mudar a realidade das pessoas. Por exemplo, quando chamou e enviou seus discípulos, disse-lhes para que fossem prudentes como as serpentes e símplices como as pombas

(Mateus 10.16). Quanta sabedoria há nisso para os dias de hoje, permeados por tanta imprudência e arrogância! Jesus, o “Rabi” Nos evangelhos, nos textos de Mateus 23.8; 26.25; 26.49; Marcos 14.45; e João 1.38; 1.49; 3.2; 3.26; 4.31; 6.25; 9.2; 11.8 vimos que as pessoas que estão ao redor de Jesus o reconhecem como Rabi, palavra aramaica que significa “mestre, aquele que ensina”. Esses textos mostram que Jesus era reconhecido pelos seus como alguém que ensinava. Muito conhecida é a passagem de Mateus 7.24, no final do sermão do monte, muitos noivos me pediram para interpretá-la como seu lema de matrimônio, onde Jesus chama de homem sábio, inteligente, aquele que constrói a sua casa sobre a rocha. A tradição luterana tem interpretado o “sábio” como fazer a vontade de Deus. Querer ser mais sábio é construir sobre areia. Jesus ensinou e viveu a vontade de Deus. Nela residia a sua sabedoria. E seu poder! Na sua cidade natal, Nazaré (Marcos 6.1-13), Jesus pode apenas curar alguns doentes e por as mãos sobre eles. Sua sabedoria custou-lhe a rejeição. Mesmo assim, percorria as 105


Roteiro da OASE 2011 aldeias da circunvizinhança ensinando. Para crer e aprender é necessário que a palavra de Deus seja pregada, apesar dos pesares. Hoje, cabe à igreja cristã dar continuidade ao trabalho iniciado por Jesus para que as pessoas compreendam plenamente o mistério de Deus. Em seu escrito, uma advertência contra as filosofias, ao povo de Deus que mora em Colossos (Colossenses 2.3), o apóstolo Paulo testemunha que esse mistério é o Cristo em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos. Sabedoria e felicidade Cada pessoa deseja, busca, luta pela sua felicidade. Apesar de hoje ser mais fácil falar sobre infelicidade. Como a sabedoria pode ajudar? O evangelista Lucas coloca no centro dos acontecimentos os pastores, o estábulo, o infante. Gente de perto, pertencente ao povo de Israel, tementes ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. No relato sobre “uns” reis magos que vieram no rumo da estrela do Oriente a Belém para adorar o menino que nasceu para ser o rei dos judeus (Mateus 2), há um encontro de culturas e sabedorias opostas. Já o evangelista Mateus, base para a festa de Epifania dos ortodoxos como dia do nascimento do Cristo, focaliza pessoas que procuram orientação nas estrelas. São os magos – adivinhos, 106

orientados pela astrologia. A igreja primitiva viu neles os primeiros gentios que se dirigem a Jesus. Belém, com o nascimento nela ocorrido, promove um encontro entre os de perto e os de longe. Aqui o Novo Testamento pensa em termos ecumênicos: os povos da terra devem se encontrar e dialogar, motivados pelo Messias, pois apenas uma parte, uma cultura, não é suficiente para sozinha intuir, compreender e expressar a plenitude de Deus. Gaspar, um dos reis, vê na viagem uma oportunidade para bons negócios, inaugura novos escritórios, vê o dinheiro se multiplicando e a possibilidade de abater do imposto de renda as suas despesas. Seus negócios o detêm em Damasco e quando chega a Belém já não encontra a sagrada família, que teve que fugir para o Egito no dia anterior. Melquior, acompanhante de Gaspar, é militar, genial estrategista, leva consigo um mostruário de armamentos de segunda mão pouco usados na última guerra. Vende com descontos. Seus foguetes e armamentos ofuscam a estrela de Belém a ponto de perdê-la de vista. Por fim, esquece por completo o objetivo de sua viagem. Já Baltazar, publicitário, é um fenômeno de esperteza e criatividade. Ele compreende, sim, a real magnitude do acontecimento: um astro, um novo rei nasceu! Essa história viva pode se transformar em ótima matéria jornalística. Seus acompanhantes, duas


DEZEMBRO secretárias executivas e um excelente redator, munidos de uma fotocopiadora – tudo às custas da firma, é claro! –, criam textos com propaganda, distribuídos à imprensa das cidades por onde passam. A demanda é tamanha que Baltazar viaja para o Egito, a Síria e o Líbano para lhe dar cobertura cada vez mais ampla – o que lhe custa alguns meses a mais. Também ele não chega em tempo ao local para vivenciar o grande acontecimento. Acontece que a criança pobre nunca recebeu os presentes dos magos do Ocidente. Os magos eram do Oriente. Parece que o Ocidente ainda não tomou conhecimento do verdadeiro significado da mensagem e por isso, na maioria das vezes, não acerta o caminho até Belém.

Os pastores não passaram o resto de suas vidas no estábulo ou matando tempo ao redor da manjedoura. Eles voltaram à lida. Mas já não eram mais os mesmos. Diante da sabedoria de Deus, na manjedoura de Belém com o Deus Menino, somos todos levados a uma mudança radical: da mente e de atitudes! Não há mais lugar para uma fé nas estrelas ou nos horóscopos. É por isso que, alegres, cantamos: “A minha fé e o meu amor estão firmados no Senhor, estão firmados no Senhor” (HPD 1, 161). P. Carlos Möller Brasília/DF

Oração responsiva: 1. A cada ano, a estrela de Belém brilha mais forte 2. para nos lembrar que é Natal, 1. para nos reconduzir à estrebaria 2. onde nasceu o menino Jesus, 1. que veio ao mundo para acabar com nossa solidão e desamparo. 2. Ele é nosso guia 1. e não permite que nos percamos nos labirintos da vida. 2. Ele é nosso mestre 1. e nos ensina como praticar a justiça e buscar a paz. 2. Ele é o amor encarnado 1. e nos mostra como amar uns aos outros e ser solidário. Todos: Amém.

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Advento e Natal – Jogral Natal na veloz cidade Leitor 1: Passa depressa o povo agitado, comprando presentes Todos: em liquidação. Leitor 2: Passa depressa o carro polícia com metralhadoras – Todos: Natal do ladrão. Leitor 3: Passa depressa o preço que indica que fica mais caro Todos: o Natal inflação. Leitor 4: Passa depressa o pobre salário do pobre operário – Todos: Natal decepção. Leitor 1: Passa depressa a canção natalina, a luz que ilumina Todos: o Natal atração. Leitor 2: Passa depressa essa gente demente que já não mais sente Todos: sua lo(u)comoção. Leitor 3: Passa depressa a breve notícia na vida fictícia Todos: em que morre a nação. Leitor 4: Passa depressa nas rádios, revistas, jornais e manchetes Todos: de televisão: Leitor 1: Nasce Jesus num humilde porão. Todos: Num humilde porão (repete a frase e vai silenciando e acalmando) Leitor 2: Por que num porão? (Bem calmo e tranqüilo) Leitor 3: Porque não há tempo para ele na veloz cidade. Leitor 4: Em Belém faltou lugar Leitor 1 e 2: e o mundo descobriu a solidariedade na manjedoura. Leitor 3 e 4: Hoje nos falta tempo Todos: e o Menino nos ensina a dimensão eterna da simplicidade. Edson Ponick Extraído de: Celebrar Natal em Família e Comunidade. São Leopoldo: Editora Sinodal. p. 27.

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Advento e Natal – Poesia Natal Jesus nasceu. Na abóbada infinita soam cânticos vivos de alegria e toda a vida universal palpita dentro daquela pobre estrebaria... Não houve sedas, nem cetins, nem rendas no berço humilde em que nasceu Jesus... mas os pobres trouxeram oferendas para quem tinha de morrer na cruz. Sobre a palha, risonho e iluminado pelo luar dos olhos de Maria, vede o Menino-Deus, que está cercado dos animais da pobre estrebaria. Nasceu entre pompas reluzentes; na humilde e na paz deste lugar. Assim que abriu os olhos inocentes, foi para os pobres seu primeiro olhar. No entanto, os reis da terra, pecadores, seguindo a estrela que ao presépio os guia, vêm cobrir de perfumes e de flores o chão daquela pobre estrebaria. Sobem hinos de amor ao céu profundo: Homens, Jesus nasceu! Natal! Natal! Sobre esta palha está quem salva o mundo, quem ama os fracos, quem perdoa o mal. Natal! Natal! Em toda a natureza há sorrisos e cantos, neste dia... Salve Deus da humildade e da pobreza, nascido numa pobre estrebaria. Olavo Bilac (1865-1918) Extraído de: Celebrar Natal em Família e Comunidade. São Leopoldo: Editora Sinodal. p. 71.

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Trabalho manual A dança dos anjos (móbile) Os anjos fazem parte da história de Natal. Foram eles que trouxeram a boa-nova de grande alegria para os pastores. Em coro eles louvaram a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre as pessoas a quem ele quer bem”. Para a confecção do móbile precisamos de: – 5 círculos de papel laminado – Fio de linha – Tesoura – Compasso – Cola – Um prego ou ponta de caneta Como fazer: 1. Recortar o círculo 2. Dividi-lo em 4 partes, marcando-as bem de leve.

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DEZEMBRO 3. Marcar e cortar o círculo da cabeça (1) e dos braços (2). 4. Marcar e fazer os cortes do encaixe das asas (a e b). Cada corte é igual à metade da largura do vestido.

5. Cortar a sobra das asas.

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Roteiro da OASE 2011 6. Com objeto pontudo podem ser feitos desenhos e enfeites no vestido e asas, de maneira criativa. 7. Montar o anjo (encaixando as asas e dobrando os braços para frente).

8. Prenda um fio pela cabeça, e pronto está o anjo para ser montado como móbile e começar a dança.

Departamento de Educação Cristã da IECLB Extraído de: Celebrar Natal em Família e Comunidade. São Leopoldo: Editora Sinodal. p. 52.

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