Roteiro da OASE 2019 - Libertação transforma

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CAPA - Roteiro da oase 2019 segunda-feira, 3 de setembro de 2018 08:22:57


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© Editora Sinodal, 2018 Rua Amadeo Rossi, 467 Caixa Postal 11 93001-970 – São Leopoldo/RS Tel. (51) 3037-2366 editora@editorasinodal.com.br www.editorasinodal.com.br Elaborado pela Associação Nacional dos Grupos de OASE da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) Diretoria Nacional: Wilhelmina Kieckbusch (Presidente) Elfi Roedel (Vice-Presidente) Noeli Maria Dunck Dalosto (Secretária) Rejane Beatriz Johann Hagemann (Vice-Secretária) Vilma Grahl (Tesoureira) Lurdes Irene Gerhardt (Vice-Tesoureira) Assessoria teológica: Diácona Telma Merinha Krammer Pastora Louvani Kuhn Hirt Conselho redatorial: Olga Kappel Roque Edeltraud F. Nering Leda Müller Witter Coordenação editorial: Helga Schünemann Contato: helgaschunemann@yahoo.com.br Produção editorial e gráfica: Editora Sinodal ISSN 21755515 As citações bíblicas são conforme a versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH. Quando a citação for excepcionalmente de outra versão, essa será informada no texto. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da editora.

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Índice Apresentação – Wilhelmina Kieckbusch......................................................... 5 Palavra da Presidência da IECLB.................................................................... 7 JANEIRO A aliança eterna (Gênesis 9.13)..................................................................... 10 O poder das imagens internas: imagens que prendem ou imagens que libertam. Quais habitam seu ser?................................................................... 12 Projeto Ambiental Galo Verde....................................................................... 16 Vamos celebrar!............................................................................................. 20 FEVEREIRO Nossa glória no futuro (Romanos 8.18)......................................................... 23 Liberte-se do medo........................................................................................ 24 Jesus Cristo é Rei e Senhor............................................................................ 27 O problema é nosso!...................................................................................... 30 MARÇO Tempo de vivenciar e agir (1 Samuel 7.3)..................................................... 32 Liberte-se da amargura.................................................................................. 36 Dia Mundial da Oração – DMO no Brasil..................................................... 38 ABRIL Estou com vocês (Mateus 28.20)................................................................... 41 Liberte-se do preconceito............................................................................... 43 Ovo – a vida que se renova preenche o vazio!............................................... 46 MAIO A bondade de Davi (2 Samuel 7.22).............................................................. 50 Liberte-se do desejo de vingança................................................................... 52 Encenação: Mãe, sentimos sua falta.............................................................. 56 Semana de Oração pela Unidade Cristã......................................................... 59 JUNHO Palavras doces como mel (Provérbios 16.24)................................................ 61 Liberte-se da intolerância............................................................................... 64 O avô e os lobos............................................................................................. 67 O anúncio da vinda do Messias..................................................................... 69

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JULHO Por que temos dois ouvidos? (Tiago 1.19)..................................................... 75 Liberte-se das imagens que fazem mal.......................................................... 77 É tempo de fazer amigos................................................................................ 80 Bênção das mãos............................................................................................ 83 AGOSTO Pessoas melhores (Mateus 10.7)................................................................... 85 Liberte-se do coitadismo................................................................................ 87 Construindo comunidades mais inclusivas.................................................... 90 Com o tempo, aprendi na vida....................................................................... 93 SETEMBRO No caminho para a verdadeira vida (Mateus 16.26)...................................... 95 Liberte-se dos padrões preestabelecidos........................................................ 98 Meia-idade, e agora?.................................................................................... 102 Poesia: Supérfluo......................................................................................... 103 OUTUBRO Pessoas doadoras (Tobias 4.8 Bíblia de Jerusalém)..................................... 105 Liberte-se daquilo que sobrecarrega............................................................ 106 As igrejas herdeiras da Reforma.................................................................. 109 A Reforma entrou no Brasil pela floresta..................................................... 112 NOVEMBRO Como lidamos com as provações (Jó 19.25)............................................... 114 Liberte-se do sentimento de culpa............................................................... 115 Pella Bethânia: Viver com vida – 125 anos de história............................... 121 A estrela verde – Celebração de Advento.................................................... 124 DEZEMBRO Deus tem lá sua maneira de nos iluminar! (Isaías 50.10)............................ 127 Jesus Cristo é aquele que liberta.................................................................. 130 Natal – celebração do evangelho................................................................. 134 Artesanato: Árvore de balas de goma.......................................................... 136

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Apresentação LIBERTAÇÃO TRANSFORMA

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Arquivo OASE

hegamos à edição 65, destacando mais um importante tema com o título: Libertação transforma. Durante esses 65 anos tem sido semeada a palavra de Deus no solo das nossas OASEs. Percebemos profundas mudanças transformando vidas e realidades. Podemos dizer que o Roteiro da OASE é um espelho fiel da atuação e do crescimento da OASE e das comunidades em nossa igreja. Tem uma longa história de bênçãos. Libertação transforma é aprender, contribuir e expandir nossa capacidade de lidar com nossas emoções e ansiedaP. Flávio L. Peiter e Wilhelmina des. Como podemos lidar com nossas Kieckbusch vestidos como Martim Lutero emoções? Precisamos trabalhar esses e Katharina von Bora sentimentos e essas emoções com muita inteligência e despertar a esperança. A esperança é uma dimensão humana muito forte. Muitas vezes é uma tarefa árdua. Sabemos que o desejo de mudar e lidar com nossas emoções pode gerar uma angústia muito grande. Deus é a solução, temos que confiar. Temos que fazer uma escolha. E somente quando se escolhe, se é livre. Temos que ampliar nossa capacidade de amar e escutar a partir do amor. O amor como instrumento de descoberta de si mesmo pode despertar um novo ânimo na vida de cada ser humano. Esperemos no Senhor. As pessoas que esperam no Senhor “renovam suas forças, sobem como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fadigam” (Isaías 40.31). Agradecemos ao conselho redatorial, aos colaboradores e colaboradoras e à coordenação editorial, que mais uma vez se dedicaram à realização deste belo trabalho com muita reflexão e esperança.

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Rogamos a Deus que as sementes lançadas possam produzir frutos de bênçãos, porque de um grão lançado pode surgir uma planta viçosa, de um grão lançado pode haver uma transformação. Que possamos usufruir da leitura dos textos com sabedoria. Wilhelmina Kieckbusch Presidente da Associação Nacional dos Grupos de OASE Blumenau/SC

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Palavra da presidência da IECLB LIBERTAÇÃO TRANSFORMA Arquivo IECLB

O título deste Roteiro da OASE é instigante: Libertação transforma. Transforma o quê? Para fazer o quê? Vamos neste texto apontar alguns aspectos que podem ser aprofundados. Quem já foi jovem lembra quando pai e mãe concordaram com a primeira ida ao cinema com as pessoas amigas; a primeira ida ao baile; o primeiro retiro com pernoite longe de casa; o primeiro namoro sem “a fiscalização” por perto! Foram momentos de conquista de liberdade. E foi bom para os dois lados: para quem saiu e para quem ficou. Tais passos de liberdade Dr. Nestor Paulo Friedrich são decisivos para despertar responsabiliPastor Presidente da IECLB dade, compromisso, autonomia. Educam para a liberdade, que transforma para o melhor o que a vida nos oferece. É verdade também que, muitas vezes, tais passos de liberdade acabam mal. Há jovens que, nesse exercício de liberdade, transformam sua vida e a de sua família num microinferno. Há quem se perde no abuso de álcool, tabaco e sexo, redundando em libertinagem, violência etc. São passos em busca de liberdade, mas que tantas vezes resultam na total falta de liberdade: a prisão. E são tantos os pais e mães e demais familiares que choram a perda de filhos e filhas para essa “liberdade”. A liberdade que transforma para o lado bom da vida encontra exemplos marcantes na história do povo de Deus. Dela podemos aprender muito! Por exemplo, por Deus querer a liberdade, ele não se conforma com o sofrimento que decorre da opressão econômica, social, cultural e religiosa. Em Êxodo 3.7-8, lemos que Deus viu a aflição da sua gente no Egito. Vendo o que viu, não teve dúvidas. Desceu para livrá-la da mão dos egípcios e conduzir a uma terra boa e ampla.

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Não esqueçamos que este foi o primeiro ato de Deus: tirar da escravidão para libertar. Seguiu-se o segundo ato: Êxodo 20 trata dos mandamentos. Sim, o sofrimento transformado e a liberdade alcançada seriam garantidos mediante a observância das leis de convivência. Se no Egito era permitido matar, agora Deus diz: Vocês dispõem da minha autorização para não matar! O Evangelho de João registra o ensinamento de Jesus acerca da liberdade que transforma quando a verdade prevalece. No caso, Jesus referia-se à sua palavra, aos seus exemplos, ações e gestos. Nele está a verdade. Ele é a verdade. Quem permanecer nele – em mim – conhecerá “a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32). Ampliando essa reflexão, é fácil constatar a importância da verdade para a vida pessoal e a convivência humana. A ausência da verdade resulta em engano, logro, falsidade, roubo. A falta da verdade gera consciência pesada, desconfiança, medo. No Brasil, a falta da verdade gera desvio de recursos destinados para merenda escolar e atendimento hospitalar. Quanta desgraça se vê todo dia por causa da falta da verdade. E assim chegamos ao que talvez seja a mais bela notícia do Evangelho, confirmando como e o quanto a liberdade transforma. Jesus foi categórico: Quem achar que está sem pecado, jogue a primeira pedra (João 8.7). O Salmista reconhecera muito tempo antes: “Suporto tristeza por causa do meu pecado” (Salmo 38.18). Reconheceu os dois lados da moeda: eu sou pecador e isso me traz sofrimento. Sabe-se: ter consciência do pecado faz sofrer. Sentimento de culpa traz sofrimento. Se juntarmos ainda que, com o sentimento de culpa pode estar associado o ódio, o desejo de revanche, aí se perde o gosto de viver. Mas não precisa ser assim! Martim Lutero foi liberto de medo e angústia quando entendeu que Cristo o declarou justificado, ainda que continuasse pecador. Dito inversamente: eu sou pessoa pecadora sempre, mas Cristo já me concedeu o acesso ao perdão. Eu posso pedir perdão! E ele perdoa! Não por acaso a liturgia do culto na IECLB contém a confissão de pecados e, em seguida, o anúncio do perdão. “Uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos e servas da justiça” (Romanos 6.18). Sim, “para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gálatas 5.1). E essa liberdade transforma! Dr. Nestor Paulo Friedrich Pastor Presidente da IECLB Porto Alegre/RS

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Arquivo OASE

Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS

Datas importantes 01 – Ano-Novo 1899 – Aprovada a proposta da organização de mulheres (Frauenhilfe), em Berlim, na Alemanha, sob a liderança da imperatriz Auguste Vitória 03 – 1521 – Lutero é excomungado pelo papa 06 – Epifania 07 – 1890 – Decretada a liberdade religiosa no Brasil 13 – 1635 – *Philip Jacob Spener, fundador do Pietismo (+05/02/1705) 14 – 1875 – *Albert Schweitzer, teólogo, médico, filósofo, missionário, Prêmio Nobel da Paz (+04/09/1965) 16 – 1910 – Fundação da Obra Gustavo Adolfo (OGA), em Hamburgo Velho/RS 17 – 1546 – Última pregação de Martim Lutero em Wittenberg, Alemanha 29 – 1499 – *Katharina von Bora, esposa de Lutero (+20/12/1552)

Diante de Deus, pela fé, és livre de tudo, mas junto aos seres humanos, és servo de todos pelo amor.

Martim Lutero

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J A N E I R O

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JANEIRO

Deus diz: Vou colocar o meu arco nas nuvens. O arco-íris será o sinal da aliança que estou fazendo com o mundo. Gênesis 9.13

Meditação A ALIANÇA ETERNA

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um dia quente de verão, começo da tarde, a temperatura beira os 40°; o ar é quente e abafado. Algumas nuvens surgem no céu e pouco a pouco encobrem o sol. São nuvens densas e escuras; o tempo se fecha. De repente um trovão retumba, um raio varre o céu e a chuva cai impetuosa, intimidadora, torrencial. A chuva cai violentamente, acompanhada de raios e estrondos, parece que todo “o mundo” vai acabar. Por alguns instantes, silencio, com medo e temor. Assim como começou, a chuva para, e a vida volta ao normal. O sol reaparece entre as nuvens e traz consigo um lindo arco-íris. Aquieto-me na cadeira por um momento e me deixo ser envolvida pela beleza e magia do colorido arco-íris. Ele estava tão perto; eu quase podia tocá-lo. Era lindo! Lembrei-me então que, quando éramos crianças, eu e meus irmãos, sempre depois da chuva, corríamos para o quintal à procura do arco-íris, que nos fascinava com suas cores, que eram de um brilho intenso. Durava pouco tempo, depois ia se apagando, até desaparecer. De onde ele vinha? Como aparecia no céu? Foi nesse tempo que nossa mãe nos contou como o arco-íris apareceu pela primeira vez no céu. Foi Deus quem o fez surgir nas nuvens como símbolo da aliança entre Deus e nós. A humanidade afastou-se de Deus, distanciando-se cada vez mais do seu criador. A maldade, a violência, o egoísmo, o individualismo e outros tantos pecados penetraram no coração do ser humano, que se esqueceu de Deus. Deus arrependeu-se de haver criado o ser humano, decidiu destruí-lo e toda a criação. Mandou o dilúvio e assim afogou toda a Terra. Já ouvimos bastante a respeito desse acontecimento, o relato bíblico é por nós conhecido: o dilúvio, a arca, Noé e sua família. 10

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Deus fez chover continuamente durante 40 dias; a água cobriu tudo, nada sobrou, acabou... Mas Deus lembrou-se de Noé e fez cessar a chuva. Os dias se passaram. Um longo tempo de espera até tudo secar. Como terá sido a vida na arca? Não há relato, só nos cabe especular. Noé era um homem justo e de fé, mas e os outros? Será que tiveram medo, se angustiaram, se estressaram, sentiram-se abandonados, perdidos, sem esperança, vulneráveis, sozinhos, tristes e infelizes... não sei, talvez. Pois não é assim que nos sentimos quando a adversidade nos assola, os amigos nos desprezam, a doença invade nossa vida e a dor nos rouba a alegria e o prazer de viver? Então a tempestade passa, Deus compadece-se de nós, nos faz pousar em um monte seguro, abre a janela do coração e nos liberta para um novo tempo, um recomeço transformado pelo seu amor. O arco-íris avistado por Noé e sua família foi o sinal da misericórdia de Deus. O arco-íris é o símbolo da aliança perene de Deus com a humanidade e toda a criação. Esse arco é um sinal sagrado, deve ser visto por nós como um presente de Deus, marca de sua aliança. A aliança é um pacto celebrado entre as partes, por isso requer compromisso, responsabilidade, disciplina e votos que devem ser aceitos, cumpridos e respeitados. Com o arco-íris Deus celebrou a paz, dando ao ser humano a oportunidade de recomeçar. Deus volta a confiar na criatura, agora libertada do seu passado, do seu pecado. O dilúvio foi o banho purificador; as águas lavaram a terra libertando-a para o novo Éden. Deus renova sua aliança com o ser humano através de Jesus Cristo, que deu sua vida pela nossa redenção. Só Deus nos fortalece, nos liberta de nossas mazelas e transforma nossa vida em algo grandioso e valoroso, motivando-nos para novos caminhos e novas realizações. O clímax dessa aliança será no reino eterno, quando finalmente, libertos e transformados, veremos a Deus no seu trono, “e em volta do trono havia um arco-íris que brilhava como uma esmeralda” (Apocalipse 4.3). Que a bênção de Deus seja sobre nós! Neydi Maria de Sousa Petrópolis/RJ

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O PODER DAS IMAGENS INTERNAS Imagens que prendem ou imagens que libertam. Quais habitam seu ser? Arquivo pessoal

Imagens falam mais que mil palavras, diz o ditado! Mexem com as emoções. Emoção, palavra que vem do latim “emovere”, significa o que “move para fora”. Basta contemplarmos uma fotografia para que a imagem nos remeta ao momento em que foi registrada, evocando lembranças tanto positivas como negativas. Nunca antes as pessoas tiveram acesso a tantos tipos de imagens. Há estímulos visuais espalhados por todos os espaços, sejam eles públicos ou privados. Imagens sutis ou escancaEdeltraud Fleischmann Nering radas, fascinantes ou repulsivas, com conteúdo que pode estimular ações positivas ou até mesmo estagnação. Sejam quais forem as imagens, sempre mexem com nossas emoções. Cada pessoa traz em si imagens interiores que agem consciente ou inconscientemente na personalidade, que, em contato com as imagens exteriores, evocam por vezes emoções até então reprimidas, contidas, que em algum momento foram soterradas no íntimo do ser, causando-lhe prejuízos físicos, psíquicos e até espirituais. Quem, em algum momento de sua vida, ao ver uma imagem não se sentiu inquieto como se estivesse passando pela mesma situação? A partir de uma imagem mental, a pessoa idealiza até um estilo de vida e depois acaba perdendo muito tempo tentando realizar algo que não tem a ver com aquilo que realmente seria importante realizar. As imagens exteriores colocam-nos em contato com as imagens interiores, ou seja, ao visualizar determinada imagem, algo se move em seu interior, trazendo à tona emoções e sentimentos vividos, que podem trazer lembranças agradáveis ou lembranças de momentos difíceis, que não foram tratadas com atenção e cuidado. Muitas das imagens que as pessoas carregam de si mesmas não condizem com sua realidade. Por vezes são imagens infladas, que foram criadas pela 12

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JANEIRO https://demonstre.com/tipos-de-inteligencia/ pessoa e que não correspondem com seu verdadeiro jeito de ser. Por outro lado, muitas pessoas encontram-se desanimadas por carregarem uma imagem negativa de si mesmas, porque em algum momento disseram-lhes que não tinham valor, que tudo o que faziam dava errado. Imagens internas nocivas, quando não expressas, podem ser verdadeiras prisões, uma vez que a pessoa fica refém delas, não conseguindo viver a vida em sua plenitude. Da mesma forma há imagens que podem auxiliar na tomada de decisões em determinados momentos, sendo de fato imagens libertadoras. Ressignificar imagens que aprisionam A tradição cristã cercou as pessoas abre caminho para contemplar novas e belas imagens de imagens terapêuticas, mas também de imagens nocivas, como, por exemplo, a imagem de um Deus controlador, afirma o teólogo alemão Anselm Grün. Recuperar as imagens salutares que movem para a vida requer entrar em contato com o que nos inquieta, com as imagens que roubam a paz e que fazem pensar sempre o pior, o negativo. Muitas imagens que são carregadas foram ouvidas em fases de vida em que não foi possível reagir. Imagens que foram impressas lentamente por meio de palavras e mensagens recebidas dos pais e do ambiente. É preciso ter paciência para dissolver essas imagens ancoradas na alma, imagens que são criadas a partir de algumas afirmações infelizes feitas em momentos de tensão, como, por exemplo: “Só poderia ser você mesmo!”; “Você não tem jeito!”; “Você não é de Deus!”; “Você é igual à sua mãe!”; “Só podia ser filho daquele traste!”. Assim registram-se na pessoa imagens nocivas, difíceis de serem desinstaladas da memória e que causam prejuízos ao seu viver. O primeiro passo para se livrar dessas imagens é entrar em contato com esse conteúdo que assombra e buscar imagens que tragam bênçãos para a vida, como, por exemplo, aquele elogio que foi recebido em uma ocasião em que nem se esperava; aquele poema que leu em determinado momento e que foi bálsamo; aquele versículo bíblico que lembra o amor de Deus por sua criação; ou quem sabe uma canção que faz vibrar o coração.

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Também o ambiente em que se vive interfere nas imagens que povoam os pensamentos e sentimentos. Ambientes escuros, construções decadentes remetem à melancolia; já um ambiente aconchegante, tranquilo promove imagens salutares, de aceitação, de boas lembranças. Os sonhos também estão carregados de imagens que por vezes nos fazem despertar angustiados, temerosos, ou maravilhados e desejosos de que fosse verdade. Sob o ponto de vista psicológico, os sonhos mostram imagens que povoam nosso interior. Revelam sentimentos por vezes reprimidos, ou ainda imagens que auxiliam na decisão a ser tomada, na cura para a ferida dolorida. Como tenho reagido diante das imagens que estão fixas em mim, que me tornam prisioneira, que são legítimas crenças limitantes? Quais imagens me ajudam a perseverar, seguir adiante? Que imagem faço de mim e da outra pessoa? Crio imagens idealizadas das pessoas e depois me frustro porque elas não são exatamente como eu as idealizei? Nos relacionamentos, é importante analisar as imagens que trago de mim mesma e as imagens que me fiz da outra pessoa, e por meio delas compreender a mim mesma e a outra pessoa tal como realmente somos. Há imagens que nos fazem bem, porém, ao se chegar à outra fase da vida, pode sobrecarregar. Por exemplo: determinada criança desenvolveu a imagem de boazinha para receber atenção dos pais. Reprimiu sentimentos e desejos, e quando adulta, fica irritada com essa imagem, a ponto de sentir raiva de mulheres que exercem o papel de “boazinhas” para contentar as outras pessoas. É necessário ressignificar essas imagens que aprisionam. Agradecer pelo que proporcionaram e despedir-se delas. Pode ser um processo doloroso, porém abre caminho para contemplar novas e belas imagens. Há também as imagens distorcidas de Deus que permanecem internalizadas em muitas mentes. As imagens do Deus punitivo, que castiga com prazer, são imagens doentias que precisam ser reelaboradas. Deus é um Deus de amor e compaixão, que deu seu único filho em favor da humanidade. As imagens determinam como está nossa alma. Somente quando se toma consciência das imagens que povoam nosso ser, é que podemos distanciar-nos daquelas que nos fazem mal. Então podemos olhar com carinho para aquelas que nos fazem bem, aquelas que experimentamos como saudáveis na infância, as imagens que nos vêm por meio da Bíblia, da arte, da natureza, das pessoas que nos querem bem. Já é comprovado que imagens positivas aumentam o nível de serotonina, hormônio responsável pelo bem-estar e pelo aumento da imunidade. Não é por 14

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acaso que pessoas que se mantêm com uma imagem positiva, mesmo em meio ao adoecimento, se recuperam bem mais rápido do que aquelas que carregam a imagem de eternas vítimas, as azaradas. Precisamos de imagens salutares para nosso fortalecimento, e a imagem de Jesus sem dúvida tem sido aquela imagem curadora, libertadora, reconciliadora e unificadora que pode nos animar, consolar e carregar nos dias em que imagens distorcidas insistem em fazer morada em nosso ser. Para reflexão: Como tenho reagido diante das imagens que estão fixas em mim, que me tornam prisioneira, que são legítimas crenças limitantes? Quais imagens me ajudam a perseverar, seguir em frente? Qual imagem faço de mim e da outra pessoa? Quais imagens você tem dos seus pais? Crio imagens idealizadas das pessoas e depois me frustro porque elas não são exatamente como eu as idealizei? Quais imagens posso acessar nos momentos de dificuldade? Quais imagens de Deus você teve em sua vida? Qual imagem de Deus corresponde à compreensão de sua fé? Oração: À imagem de Deus fomos criados e criadas, na imagem de Cristo somos revigorados e revigoradas. Que o sopro do Espírito Santo, imagem consoladora, nos auxilie a nos libertar das imagens opressoras, desmotivadoras, desanimadoras que insistem em nos amarrar e nos abalar, permanecendo em nós imagens apaziguadoras, fortalecedoras para a alma aquietar e a caminhada mais leve ficar. Que assim seja! Edeltraud Fleischmann Nering Rio Negrinho/SC

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PROJETO AMBIENTAL GALO VERDE A criação é de Deus. O compromisso é nosso. O que é o Galo Verde? O Galo Verde é um projeto ecumênico para implantação de iniciativas de preservação ambiental no âmbito das igrejas. Qual é a nossa motivação? “Creio em Deus Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra” (Credo Apostólico) “O Senhor Deus pôs o homem no jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações” (Genesis 2.15). Partimos da confissão de que o universo todo é criação de Deus e que a tarefa do ser humano é cuidar da criação divina. Cabe a nós, como igrejas, não somente dar testemunho com palavras, mas através de ações concretas. Queremos diminuir o impacto das nossas pegadas ambientais, buscando o uso consciente dos recursos naturais e diminuindo os elementos que geram poluição. Por que Galo Verde? O galo é um símbolo do alvorecer. É o primeiro a acordar e a anunciar o nascer do dia. É também um símbolo de atenção. Ele lembra a história da negação de Pedro (Lucas 22.54-62) e nos convida para a vigilância. A cor verde remete à questão ambiental. O galo verde anuncia que a natureza é criação de Deus. Ele também abre o bico para dizer quando estamos negando o Criador, ao descuidar ou destruir a criação. Assim como o galo anuncia o nascer do dia, também é nossa tarefa anunciar as maravilhas do Criador e chamar a atenção para as consequências da indiferença, descaso e abuso em relação à natureza. O Projeto Ambiental Galo Verde reconhece com júbilo a obra de Deus, o Criador, e manifesta sua responsabilidade ambiental. Defende que o universo todo é criação de Deus e que a tarefa do ser humano é cuidar dela. O programa apresenta ações práticas e concretas para diminuir o impacto de ações dos seres humanos que degradam o meio ambiente. Propõe o uso consciente dos recursos naturais, o cuidado com a criação de Deus. Testemunha que na criação de Deus tudo está integrado. Os seres humanos, terra, água, árvores, ar, animais formam um só sistema. Tudo é natureza, criação de Deus. Proteger e cuidar do meio ambiente, da maravilhosa criação de Deus são responsabilidades de todos. 16

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Dessa forma o Projeto Ambiental Galo Verde oferece um programa que sistematiza ações concretas, que protegem e cuidam daquilo que Deus criou. O Projeto Ambiental Galo Verde contempla todas as fases de um sistema de sustentabilidade ambiental contínuo, em espaços comunitários e de serviços da igreja e instituições. Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele (Provérbios 22.6). São urgentes a defesa e o cuidado da criação de Deus. A agressão ao meio ambiente é visível em todos os lugares. Faltam compromisso e ações concretas. Nossos jovens e crianças precisam de exemplos e de motivação para se encantarem com a natureza e os bens maravilhosos da criação de Deus. O Projeto Ambiental Galo Verde oferece diagnóstico ambiental que sugere pequenas iniciativas e ações que trazem bons e grandes benefícios. As comunidades e instituições da IECLB podem implementar o programa ambiental e servir a Deus através do cuidado à criação de Deus. O programa ambiental e suas propostas de ações concretas visam a: adotar procedimentos que contribuam para a preservação ambiental, a diminuição da poluição, a redução de uso de bens naturais, a reutilização e a reciclagem dos resíduos sólidos; gerenciar continuamente as iniciativas de preservação ambiental; fomentar a consciência e o compromisso ambiental em todos os níveis; atender a legislação e normas ambientais; participar das políticas públicas e ações governamentais que visam ao cuidado com o meio ambiente. O Projeto Ambiental Galo Verde foi implementado no Centro de Eventos Rodeio 12 em 2016. Iniciou com um diagnóstico ambiental feito pela equipe do Projeto Galo Verde, integrada por técnicos voluntários. Após os estudos e a sistematização de propostas práticas para o desenvolvimento do programa e a da diretoria do Centro de Eventos Rodeio 12, logo apareceram as primeiras iniciativas. Ações concretas implantadas pelo programa: Energia elétrica: Em dezembro de 2016 iniciou a substituição progressiva de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por lâmpadas de LED em todas as edificações. Mais de 120 lâmpadas foram substituídas até final de 2017. Foram instalados sensores de presença em corredores de duas unidades de hospedagem. 17

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Na recepção e acolhida aos participantes de reuniões, retiros e encontros incluiu-se o apelo para uso racional dos chuveiros. Iniciou um monitoramento da iluminação externa, em especial nos dias de semana sem eventos. Na cozinha foi instalado um sistema de aquecimento solar de água, capacitando a cozinha com duas torneiras com água quente sem o uso de energia elétrica. Essas ações geraram a diminuição do consumo de energia elétrica na ordem de 1.000 kWh ao mês. Consumo de água: Foram implementados procedimentos de monitoramento e substituição de torneiras e outros equipamentos com defeitos, o combate aos vazamentos. Iniciou uma conscientização para constante procedimento de redução do consumo da água, que inclui mudanças de hábitos, também a conscientização dos usuários do Centro de Eventos sobre o uso da água nos lavatórios, chuveiros e banheiros. Essas ações geraram a diminuição do consumo da água. Gerenciamento de resíduos sólidos: Reduzimos a geração de resíduos mediante a adoção de procedimentos e a substituição de produtos. Os resíduos ainda assim gerados passaram a ser selecionados em sete categorias e armazenados em local e coletores apropriados de acordo com seu grau de risco. As categorias de resíduos são: recicláveis (papel, papelão, plásticos, vidros e metais); compostáveis (biomassa oriundos da cozinha, varrição e galhos); rejeitos (papel higiênico usado, papel-bala, embalagens com resíduos de alimentos...); pilhas e baterias; óleos de cozinha e graxas; vasilhames vazios usados por produtos tóxicos. Arquivo Galo Verde

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Gerenciamento da paisagem: Revitalizamos e mantemos a mata e arbustos ciliares junto aos rios (a propriedade da IECLB onde está o Centro de Eventos Rodeio 12 é banhada por dois rios) e instauramos um constante gerenciamento da jardinagem, a diminuição do uso de produtos tóxicos; iniciamos a identificação de todas as árvores. Nesse período de 2016 a 2017 foram plantadas, com ajuda de jovens, mais 90 árvores. Essas iniciativas ajudaram na harmonização do convívio e interação com o meio ambiente das pessoas que trabalham e daquelas que frequentam o Centro de Eventos Rodeio 12. Há muito a se fazer para proteger o meio ambiente e toda a criação de Deus. Estamos convencidos de que o Projeto Ambiental Galo Verde faz bem para o Centro de Eventos Rodeio 12. Concluímos que os passos dados, as ações realizadas já fizeram muita diferença. O programa ambiental ajuda a encantar os envolvidos nas ações concretas de preservação. Aos poucos todos sentem alegria com a mudança dos hábitos e com a experiência de vivenciar os resultados positivos das ações. A relação com a natureza passa a ser outra. Os olhos passam a enxergar os encantos da criação de Deus e, na mesma intensidade, os sinais da agressão a ela. É possível trabalhar, servir e viver sem destruir. Podemos criar em nós um espírito de cuidado e preservação. Somos pequenos e dependemos da natureza e do amor de Deus! A criação é de Deus. E somos responsáveis pela sua preservação. As filhas e os filhos de Deus são chamados para se responsabilizar com a criação. Toda comunidade da IECLB precisa de um programa ambiental. As festas comunitárias exigem separação e reciclagem de resíduos. O gerenciamento da cozinha da comunidade pode descartar resíduos de forma correta. Todo espaço comunitário pode receber ações que façam diminuir o consumo de energia, água e produtos tóxicos. Um dos grupos da comunidade pode oferecer aos membros depósito para baterias e pilhas. Os jovens podem assumir uma ação, o culto infantil assume outra, os confirmados outra e o grupo de OASE apoia, incentiva e responsabiliza o presbitério com o cuidado e preservação do meio ambiente. É um sonho? Não! É um programa ambiental a ser implementado. Guilherme Lieven Rodeio 12/SC

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VAMOS CELEBRAR! Arquivo OASE

OASE – um coração pulsando pela vida na igreja de Jesus Cristo! São 120 anos pulsando comunhão, testemunho e serviço. Motivos para celebrar? Muitos motivos! Motivos como a solidariedade para com as pessoas necessitadas, a diaconia vivida em palavras e atitudes. A OASE é a maior organização de mulheres na América Latina, sendo que o primeiro grupo foi fundado em 15 de agosto de 1899 em Rio Claro/ SP, portanto há 120 anos. Hoje somos mais de 1.200 grupos espalhados pelo Brasil, e eu sou grata por fazer parte dessa história há 20 anos, tempo especial marcado de muito aprendizado. Aprendi nesse convívio que o que nos define como mulheres da OASE é que nenhuma de nós é o todo, mas o todo somos juntas. Juntas como mulheres que se fortalecem e crescem na fé em Jesus Cristo, buscando e construindo espaços de reflexão, acolhimento, valorização, participação, decisão, encorajamento, partilha e comprometimento com a vida digna para todas as pessoas. Celebrar o jubileu é o que desejamos com Arquivo pessoal gratidão e alegria. E já temos local e data para celebrar: será nos dias 05 a 07 de abril de 2019 no parque Vila Germânica na cidade de Blumenau/SC, sob o tema “Celebrai com júbilo: 120 anos de OASE no Brasil”. Assim, como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil em Blumenau e como OASE do Sínodo Vale do Itajaí, estamos de braços e corações abertos esperando por cada uma de vocês. Queridas irmãs de fé e de OASE, sejam bem-vindas para celebrar com júbilo os 120 anos de OASE e que, conforme o canto “Elas estão chegando”, venham de todos os cantos do Brasil para que juntas os nossos corações pulsem Pa. Márcia Helena Hülle pela vida! 20

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JANEIRO

Elas estão chegando pelas portas e janelas, avenidas e vielas. Elas estão chegando pelas portas e janelas, avenidas e vielas. Elas estão chegando. Chegando como um vento forte, chegando com vida e norte, chegando para questionar, chegando pra mudar. Chegando sempre com doçura, chegando pra juntar forças, chegando para encantar, chegando para alegrar. Chegando para sarar as juntas, chegando pra juntar as forças, chegando para construir, chegando para prosseguir. Chegando para questionar, chegando pra mudar, chegando para encantar, chegando para alegrar. (Autoria: Valdomiro de Oliveira / Marcos Gianelli / Francisco Esvael)

Elas estão chegando... chegando para celebrar! Pa. Márcia Helena Hülle Orientadora teológica da OASE Vale do Itajaí

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Arquivo OASE

Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS. Visita à estátua de Katharina von Bora na Faculdades EST

F E V E R E I R O Roteiro da OASE 2019.indd 22

Datas importantes 04 – 1906 – *Dietrich Bonhoeffer, teólogo, mártir do nazismo (+09/04/1945) 11 – 1868 – Fundação do Sínodo Evangélico Alemão da Província do Rio Grande do Sul 14 – 1546 – Última pregação de Lutero, sobre Mateus 11.28 16 – 1487 – *Philipp Melanchthon, colaborador de Lutero (+19/04/1560) 22 – 1956 – Fundação da Associação Diacônica (ADL), Serra Pelada/ES 28 – 1997 – Reestruturação da IECLB, extinção dos distritos e das regiões, criação dos sínodos

Não são as boas obras que fazem o cristão; o bom cristão faz boas obras.

Martim Lutero

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FEVEREIRO

FEVEREIRO

Eu penso que o que sofremos durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro. Romanos 8.18

Meditação NOSSA GLÓRIA NO FUTURO

A

vida nos ensina que tudo passa, e passa rapidamente; coisas boas, festas, alegrias, momentos tão especiais e de repente esses acontecimentos estão só na lembrança, no passado. Assim as coisas boas passam, mas as difíceis também. Sempre comparo a vida com a natureza. Quando o dia está claro, céu azul, sol a pique e tudo colorido, parece que o mundo está feliz a sorrir. Mas quando o sol está encoberto, não nos deixando ver o azul celeste, com nuvens pesadas, anunciando chuvas, parece que a natureza nos mostra toda a sua tristeza e amargor. Associando à nossa vida, imagino que, quando estamos deprimidas, enfermas, tristes, angustiadas, vemos em nossas mentes apenas escuridão e não conseguimos localizar o belo, a beleza ao nosso redor. É o tempo em que deveríamos ter presente e crer na força poderosa do Senhor. Nosso Deus está sempre ao nosso redor e acima de nós; sobre as nuvens escuras e carregadas, sua luz brilha. Portanto, semelhantemente, nossa tristeza poderá ser vencida falando com nosso Senhor. Revelando nossas angústias e súplicas, as preocupações com nossas filhas e nossos filhos, nossas amigas e nossos amigos, com suas necessidades, vêm-nos a esperança, o amparo, a paz. Se observarmos, há noites em que a escuridão é profunda, a lua está oculta como se não existisse. Entretanto, ao se dissiparem essas pesadas nuvens, eis que ela brilha claramente. Assim também conosco se passa o mesmo. Tristeza e angústia nos deprimem, mas depois vêm a calma e a paz, porque Deus está presente em meio à escuridão. Tragédias e perdas podem ocultar sua face, mas ele nunca está ausente de nossas vidas. Ele fortalece nossos joelhos cansados, cura nosso coração partido e nos dá força quando estamos exaustos. 23

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Também este tempo em que vivemos é tempo de meditar, pois nosso Senhor Jesus Cristo, por amor, veio como servo para servir, amar, mostrar caminhos e nos dar a certeza da vida eterna com o Pai, a revelação da sua glória futura para nós. Assim, podemos orar e pedir. Que o Deus de toda graça da fé, quando há nuvens em nossa vida, que parecem ocultar sua face, ajude-nos a lembrar que ele está constantemente presente. Que ele abra nossos olhos, ouvidos e coração para senti-lo e nos entregar à sua proteção. Assim, com muita alegria, aguardamos a glória que nos será revelada no futuro. Elsita Kehl Novo Hamburgo/RS

Não podemos acrescentar dias à nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias. Cora Coralina

LIBERTE-SE DO MEDO

Dinâmica: Faça um suspense e fale de cobras, ratos, baratas etc. Depois, apresente uma caixa fechada e pergunte: Quem tem a coragem de colocar a mão dentro da caixa? Se alguém aceitar o convite, peça que mostre o que tem dentro dela. Caso ninguém tenha coragem, mostre que ela está vazia (também pode conter um presente). Depois converse sobre o medo de enfrentar algo que nos deixa sem ação para agir. Solicite que duas pessoas relatem casos que vivenciaram com relação ao medo. 24

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Texto para reflexão: O poder da porta negra No país das Mil e Uma Noites, havia um rei que costumava levar os prisioneiros de guerra a uma enorme sala. Lá ficavam enfileirados, e o soberano gritava: – Vou lhes dar uma chance. Olhem para o lado direito! Nessa direção, estavam alguns soldados armados com arco e flechas, prontos para ação. – Agora, continuava o rei, olhem para o lado esquerdo. Então, eles viam Adelia Lemke Graf e Pastor uma porta negra, decorada com figuras assustadoras. O rei posicionava-se no centro da sala e ordenava: Sinodal Geraldo Graf – Vocês têm duas escolhas: morrer cravados por flechas ou... abrir aquela porta e enfrentar o que ela reserva para vocês. Decidam! Os prisioneiros agiam sempre da mesma forma: chegavam perto da terrível porta e faziam a opção: – Quero morrer flechado! Prefiro isso a ser trancado lá dentro. Um dia, porém, a guerra acabou. Depois de algum tempo, um dos soldados estava varrendo a sala, quando surgiu o rei. Ele fez uma reverência e, meio sem jeito, indagou: – Oh, majestade, sempre quis saber... o que tem além daquela porta? Ao que o rei respondeu: – Vá lá, abra e veja você mesmo! Trêmulo, o soldado virou a maçaneta devagar e viu um raio de sol invadir a sala. Abriu um pouco mais e sentiu o cheiro da relva. A porta dava para uma grande estrada. Era a... liberdade! Conversar: Relacionar a porta negra com nossos medos. Aprofundamento: “Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com minha forte mão” (Isaías 41.10). O medo é um estado emocional de alerta que surge em resposta a uma situação de eventual perigo. Existem vários níveis de medo, desde a noção de um perigo real até o pavor ou síndrome de pânico. Alguns tipos de medo são: simples: medo de insetos, de escuridão etc.; contextual: assaltos, acidentes, doenças; sentimental: decepções, lembranças do passado, insegurança diante do futuro; espiritual: morte, perdição. Positivamente, o medo é uma sensação de alerta de extrema importância para nossa sobrevivência. Ele é uma defesa, que nos faz ser cautelosos e prudentes. Exemplo disso é o cuidado diante de algo que oferece perigo. Porém o medo pode se transformar em uma doença, quando trava a pessoa e a faz viver em fobia, em extrema ansiedade. O medo pode impedir que a pessoa conduza sua vida normalmente. O oposto disso é a ousadia, que nega o medo e coloca a vida em risco. O filósofo grego Aristóteles já dizia que a moderação é a característica de uma pessoa equilibrada. Arquivo pessoal

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O medo faz parte de nossa natureza humana. Como podemos enfrentá-lo sem que ele atrapalhe nossa vida? Antes de descobrir que somos aceitos por Deus por meio da fé (Romanos 1.17), Martim Lutero vivia com um medo profundo de Deus. Ele tinha a ideia de um Deus insensível, cruel e vingativo, diante do qual teria as mínimas chances de salvação. Por mais que se esforçasse, Lutero não percebia um Deus misericordioso. Isso o atormentava e o deprimia. Sua libertação aconteceu quando descobriu o Deus gracioso e comprometido com nossa salvação apesar de nosso pecado. Por meio de Jesus Cristo, Deus demonstrou seu mais profundo amor (João 3.16). A partir de então, Lutero compreendeu os mandamentos divinos não mais como acusação contra nossas fraquezas, mas como o cuidado de Deus para o nosso bem. Um dos maiores medos é o medo em relação à morte. Mas nós temos a Palavra libertadora, que nos ampara e fortalece: “Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos é para o Senhor que vivemos, também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor” (Romanos 14.7-9). Ter controle sobre o medo é uma questão de confiança em Deus, que nos promete sua proteção. Ao invés de nos deixarmos dominar pelo medo, busquemos forças e amparo em Deus. A oração é o melhor remédio contra o medo. O apóstolo Paulo nos orienta em Filipenses 4.6: “Não fiquem ansiosos de coisa alguma, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido”. Fundamental é confiar e entregar a Deus as preocupações sobre coisas fora do nosso controle. Foi o que o rei Davi soube fazer. Ele escreveu no Salmo 56.4: “Confio em Deus e o louvo pelo que ele tem prometido; confio nele e não terei medo de nada”. Em João 16.33, Jesus diz aos seus discípulos amedrontados: “No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo”. Outro fator importante para enfrentar o medo é buscar o acompanhamento de pessoas: a comunidade de fé, amigos e parentes, profissionais terapeutas etc. Toda pessoa deve ter alguém (apadrinhamento) que, em momentos difíceis, possa ajudá-la em oração, aconselhamento e socorro. Nossa missão cristã engloba essa tarefa. Ela nos faz demonstrar com palavras e ações o amor de Cristo às pessoas que sofrem de ansiedade e medo. A fé e a confiança em Deus nos tornam prudentes e responsáveis. Por isso apeguemo-nos ao convite de Deus, que nas Sagradas Escrituras nos convida 365 vezes, dizendo: Não tenham medo! Adelia Lemke Graf P. Sinodal Geraldo Graf São Paulo/SP 26

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JESUS CRISTO É REI E SENHOR Arquivo pessoal

Nos encontros da juventude evangélica na Alemanha, nos anos 1950, costumávamos cantar o hino Jesus Cristo é Rei e Senhor. Quando cheguei ao Brasil, nos anos 1960, as mulheres da OASE cantavam o mesmo hino. Depois fiquei sabendo que se tratava do hino da OASE. Quando anos depois visitamos as mulheres do Deutscher Evangelischer Frauenbund, na Alemanha, apresentamos, entre os registros da história da OASE, o nosso hino; elas espontaneamente começaram a cantar conosco! Isso significa construir pontes com um alvo comum! Gudrun Braun Diversas vezes fui perguntada se saberia falar sobre a vida do autor do hino e por que exatamente esse hino foi escolhido como hino da OASE. Ao “porquê” dificilmente temos uma resposta. Por isso é melhor perguntar “para quê”. A resposta é mais fácil. Para dar testemunho do fundamento do nosso trabalho. Quando confessamos em todo o nosso ser e agir que Jesus Cristo é Rei e Senhor, então podemos fazer um trabalho abençoado. Este ano, quando celebramos os 120 anos da OASE, devemos lembrar que faz 70 anos que cantamos o “nosso” hino. Foi no Congresso do Sínodo Riograndense, em Ijuí/RS, em 1949, que foi adotado o nome Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas – OASE e escolhido o hino Jesus Cristo é Rei e Senhor como hino da OASE. Esse congresso foi realizado sob o tema: “Senhor, ensina-nos a orar” e teve a participação de 150 a 170 pessoas. Como na vida, de tempos em tempos queremos renovações, e houve até um concurso para escolher um novo hino para a OASE. Mas o hino que foi apresentado não agradou e, assim, no 3º Congresso Nacional da OASE, no ano de 1996, em Curitiba/PR, foi reconfirmado o hino Jesus Cristo é Rei e Senhor. O argumento foi que ele, Jesus Cristo, é e deverá ser sempre o fundamento do nosso trabalho e que nós não queremos e não podemos dar glórias a nós mesmas. Toda a glória deve ser do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos chamou para servir, e servir a ele com alegria. No momento, lembro-me de um hino que nós, às vezes, cantamos com muita alegria e entusiasmo, de autoria da nossa irmã Silvia Zischler: “Desde o início a força da OASE, foi vontade de servir...”. Esse texto já é uma consequência do trabalho tão bonito que realizamos. 27

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Agora chegamos ao autor do nosso hino. Às irmãs às quais não pude responder antes peço que me perdoem. Mas agora vou falar um pouco sobre quem foi Richard Loercher. Ele nasceu no ano de 1907, em Cleebronn, Wuerttemberg, Alemanha, como filho de um pastor. Ele era mecânico e queria estudar engenharia. Mas o caminho de Deus para ele foi bem diferente. Mais tarde ele se formou como diácono em Bethel. Com seu primeiro salário comprou um trompete e passou a ser um dos responsáveis pelo coral de trombones na comunidade do seu pai. Numa evangelização, entendeu que tocar trombone poderia ser uma forma de convidar as pessoas para seguir a Jesus e propagar o reino de Deus. Ele queria ser mensageiro de Jesus Cristo, do ressuscitado. Na época da Segunda Guerra Mundial, nas reuniões do Christlicher Verein Junger Maenner – CVJM (Associação Cristã de Moços – ACM), durante os ensaios dos corais de trombones eram permitidos somente estudos bíblicos. Essa concentração no essencial fez bem para as associações. Richard Loercher foi incansável na motivação de pessoas. Nos estudos bíblicos surgiam textos curtos, porém expressivos, os quais Richard Loercher muitas vezes, enquanto pedalava de um lugar para o outro, transformava em rimas. Assim, em 1937, “nasceu” o hino Jesus Cristo é Rei e Senhor, o qual, a partir dessa data, foi cantado em todos os círculos da igreja. Mais tarde Richard Loercher foi para Bethel. Lá ele chegou a conhecer Johannes Kuhlo, o legendário “General dos Trombonistas”, foi seu aluno e mão direita – mas essa já é outra história! No final de um grande encontro de trombonistas foi dito para os participantes: “Vão em paz”, e todos responderam: “Queremos ser mensageiros do nosso Senhor Jesus Cristo”. Jesus Cristo é Rei e Senhor – há 70 anos cantamos e confessamos isso na OASE. Vocês sabem que 70 é um número bíblico. Conforme o Salmo 90.10, 70 anos significa uma geração. E quantas gerações das nossas mulheres já cantam esse hino? Meu desejo é que se repitam muitas vezes 70 anos e muitas gerações das nossas mulheres cantem e confessem que Jesus Cristo é Rei e Senhor. A ele queremos servir com alegria em comunhão, testemunho e serviço, e ser mensageiras do nosso Senhor Jesus Cristo! Gudrun Braun Rio de Janeiro/RJ

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Sugestão: Como hino oficial da OASE, sugere-se que ele seja cantado em todos os encontros e em todas as celebrações de grupos da OASE.

1. Jesus Cristo é Rei e Senhor, seu é o reino e o louvor, é Senhor somente, hoje e eternamente. 2. Ao chegar o dia final para este mundo com seu mal, nós aos pés de Cristo, confessaremos isto: 3. Jesus Cristo é Rei e Senhor, seu é o reino e o louvor, é Senhor somente, hoje e eternamente. (Livro de Canto da IECLB, 519)

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O PROBLEMA É NOSSO! Quantas vezes você disse ou ouviu esta frase: O problema é seu! Se vira, resolve! Dizer isso é fácil, ouvir isso, é muito doloroso. Quem diz isso quer livrar-se do problema, da pessoa e de toda a situação. Quem está ouvindo sofre, sente-se sozinho, com medo. Nem mesmo sabe para onde ir, por onde andar, nem o que fazer. Pensemos um pouco: como Jesus reagiu quando pessoas vieram ao seu encontro contando-lhe seus problemas? O que ele fez? Jesus, em amor, em cuidado e respeito, ouviu, abraçou, conversou e acolheu cada pessoa em sua dificuldade. Jesus parava tudo o que estava fazendo e dedicava-se àquela situação que solicitava sua atenção. Pense um pouco: algum amigo já lhe pediu ajuda numa situação difícil? Alguém já compartilhou um problema com você? O que você fez? Lembre-se sempre que se alguém está contando e compartilhando com você um problema, é porque você é muito importante para essa pessoa. Quem está partilhando o problema está pedindo ajuda. Agora preste atenção! Você pode trabalhar para o bem. Ouça o que seu amigo tem para lhe dizer. Mesmo que você não tenha a solução, ouça. É bem possível que ideias surjam enquanto você estiver ouvindo. E se não surgirem, peça ajuda ao papai, à mamãe ou a outras pessoas amigas. Assim você estará trabalhando para o bem, ajudando a carregar uma pesada carga de um amigo em confiança e em respeito. Esse problema é nosso! Vamos encontrar uma solução! Oração: Bondoso Deus, peço desculpas se muitas vezes não tenho ajudado meus amigos e amigas a carregar as suas cargas. Às vezes, amigos me pedem ajuda e eu não tenho me esforçado para auxiliá-los. Perdoa-me, Senhor. Eu quero ser diferente! Quero poder ouvir, ajudar e assim repartir o teu amor. Enche meu coração com teu amor para que eu possa trabalhar sempre para o bem de meus amigos e amigas. Por Cristo Jesus é o que te peço. Amém. Para refletir: Você ajudou alguém a resolver um problema, a sair de uma dificuldade? Como essa pessoa se sentiu? Quem trabalha para o bem ganha a confiança e o respeito dos outros, mas quem trabalha para o mal, está cometendo um erro. Provérbios 14.22 Texto de Vera R. Waskow e Alfredo J. Hagsma.

Extraído de: Pequenas histórias, sábias lições. Editora Sinodal, 2012, p. 9.

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Arquivo OASE

Grupo de OASE de Campo Novo do Parecis/MT

Datas importantes 01 – Dia Mundial de Oração 06 – Quarta-Feira de Cinzas O8 – Dia Internacional da Mulher 09 – 1851 – Desembarque dos primeiros imigrantes evangélicos em São Francisco/SC 12 – 1607 – *Paul Gerhardt, maior compositor sacro evangélico 17 – Dia da Pessoa com Deficiência Visual 17-19 – 2017 – Celebração da OASE em Foz do Iguaçu – 500 Anos da Reforma Luterana 19 – Dia da Escola 26 – 1946 – Abertura da Faculdade de Teologia em São Leopoldo/RS

A Escritura é como uma ervinha: quanto mais a esfregas, mais perfume exala.

Martim Lutero

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M A R Ç O

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MARÇO

Dediquem-se completamente ao Senhor e adorem somente a ele. 1 Samuel 7.3

Meditação TEMPO DE VIVENCIAR E AGIR

E

stamos vivendo um tempo de muita correria, muita agitação, mais trabalho, mais consumo, em busca de mais conforto para nós e nossa família. Vivemos neste tempo de tecnologia avançada, em que o mundo virtual – de amizades no Facebook, de conversas no WhatsApp e no Messenger, de postar fotos no Instagram e de compartilhar mensagens escritas, de vídeo e áudio – faz parte do dia a dia. Já virou rotina na maioria das famílias, grupos de amigos, escola, faculdade, trabalho e igreja. Nós nos envolvemos cada vez mais com esse mundo fascinante, que nos diverte, nos informa, que nos ajuda em nosso trabalho, na comunicação rápida com a família, com os grupos da OASE, com as diretorias das nossas comunidades, e agiliza nossa vida. Por outro lado, cada vez mais as pessoas estão sofrendo de solidão, de tristeza, medos, angústias, ansiedade e depressão. Inclusive nossas crianças. Esse mundo virtual dá um sentimento de que estamos cheias de amigas, amigos, mas muitas vezes não há ninguém ao nosso lado, alguém que nos ouça, que compartilhe realmente nossos momentos de alegrias, conquistas e também nossas tristezas e frustrações. Todos os dias, vemos, na internet e em canais de TV, o crescimento assustador em nossas cidades das igrejas do “meu deus”, do individualismo. Igrejas onde é explorada a fé das pessoas com a venda do lenço ungido, da vassoura abençoada, da caneta da fé, do copinho da água milagrosa e tantas outras promessas de curas e milagres. E as pessoas buscam cada vez mais essa cura e salvação. Tudo é muito rápido, muitas vezes um grande negócio, e o que menos vale é a vida, a fé e o bem-estar das pessoas. Agora vamos pensar um pouco sobre nossa caminhada de fé, nossos grupos da OASE, nós como mulheres comprometidas com nossa fé: como anda nosso tempo para viver comunidade, para estudar a palavra de Deus, 32

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MARÇO

nosso envolvimento e amor ao próximo? Por onde e como nosso coração anda pulsando e se alimentando espiritualmente? Temos tempo? E do que estamos nos alimentando? Com o que estamos ocupando nossos dias? Com essa introdução, quero colocar algumas perguntas para refletir nos grupos: (Sugestão: para fazer de forma mais dinâmica, pode-se dividir o grupo em duplas ou trios, distribuindo fitinhas de várias cores para a formação dos pequenos grupos. Esses compartilham depois as respostas num bate-papo no grande grupo. Alguém pode anotar as respostas em uma cartolina ou em papel pardo.) 1. Quanto tempo do nosso dia usamos para orar ou fazer uma leitura bíblica? 2. Participamos de encontros de estudos bíblicos, seminários, que nossa igreja oferece? 3. Como usamos a internet, os grupos de conversa, para compartilhar e/ ou divulgar os trabalhos da OASE? 4. Falamos sobre nossa fé, nossa OASE com pessoas que não são luteranas? 5. Estamos, como grupo, envolvidas em algum trabalho social? 6. Como posso testemunhar minha fé com alegria e com isso animar mais mulheres a caminharem junto na OASE? (exemplos concretos) Viver a fé participando da OASE, da igreja é uma forma de dedicar-se a Deus. Crer na salvação, crer em Deus nas alegrias, nos dias de sucesso, nos momentos de dificuldades, de tristezas; não esmorecer, não duvidar do seu amor nos fortalece e nos transforma. Somos suas amadas filhas e seus amados filhos. Após a troca de ideias no grupo grande, sugere-se cantar: Hino: Senhor, se tu me chamas: HPD 2, 413; Livro de Canto da IECLB, 320. O versículo bíblico para essa reflexão se encontra em 1 Samuel 7.3, que diz: “Se vocês querem com todo o coração voltar a Deus, o Senhor, joguem fora todos os deuses estrangeiros e as imagens da deusa Astarote. Dediquem-se completamente ao Senhor e adorem somente a ele”. O texto fala da dedicação e adoração ao nosso Deus. O único Deus. Pai, Filho e Espírito Santo. Deus que amamos, respeitamos e em que confiamos. Deus que nos anima, nos congrega, nos convida a testemunhar seu reino aqui e agora. Não precisamos de outros deuses, não precisamos confiar em nada que não venha dele. Não precisamos de “lenços ungidos”, de copinhos de água abençoados, que são vendidos; não precisamos de horóscopo, de pedras dos 33

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ROTEIRO DA OASE 2019 Arquivo OASE signos, elefantes, anjinhos da sorte e tantas outras coisas materiais que vemos por aí. Deus, somente Deus é quem nos fortalece, nos ampara, nos perdoa e nos salva. Como pessoas de fé, como mulheres luteranas, cremos no nosso Deus Pai e Mãe, em Jesus Cristo, nosso irmão e salvador, Participar da OASE é uma forma e no Espírito Santo, que nos de dedicar-se a Deus congrega e anima. Confiamos no Trino Deus. Jesus Cristo diz: “Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim” (João 14.1). Jesus também diz: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede” (João 6.35). Os pilares de nossa fé luterana são “somente Cristo, somente a fé, somente a graça, somente a Escritura”. Como mulheres da OASE, movidas pelo amor infinito de Deus, somos convidadas a nos envolver na seara do Senhor, colocar nossos dons a serviço da igreja, da nossa comunidade, dos nossos grupos; adorar a Deus; ter sede de sua Palavra e confiar em Deus acima de todas as coisas e de todas as pessoas. Deus nos chama e nos capacita na caminhada, pois nossa força, nossa sabedoria, nosso entendimento vêm dele. E onde estiver nosso coração, ali está o nosso deus. Que nosso coração esteja voltado para a cruz, para Cristo, para o Deus Pai e Mãe, que nos ama incondicionalmente. Que por causa desse amor possamos seguir com muita fé, amor e esperança, realizando um bom trabalho, de um jeito todo carinhoso neste ano em que a OASE completa 120 anos; vivendo em comunhão, dando nosso testemunho e servindo com alegria! “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo” (Lucas 10.27). Hino: Como tu queres: HPD 1, 194; Livro de Canto da IECLB, 160. Momento de oração: (todas as mulheres) Declaração de fé Creio em Deus Pai e Mãe – que criou mulher e homem à sua imagem,

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MARÇO

entregou aos dois o cuidado pelo mundo e viu que isso era muito bom. Creio em Jesus, filho de Deus, nascido de uma mulher, Maria, – que escutava e valorizava as mulheres e as protegia contra seus acusadores; – que tinha mulheres discípulas, que o seguiam e serviam; – que apareceu primeiro a Maria Madalena e às mulheres e as enviou para transmitir a boa-nova da ressurreição aos discípulos. Creio no Espírito Santo – que foi derramado sobre mulheres e homens no dia de Pentecostes – e que anima a comunidade da igreja em direção à igualdade, pois todos, mulheres e homens, são UM EM CRISTO. Amém. Extraído de: Roteiro da OASE, 1992, contracapa.

Hino: livre escolha do grupo Benção: (Sugestão: em círculo, com gestos.) O Senhor esteja à nossa frente, para nos mostrar o caminho certo. O Senhor esteja ao nosso lado, para nos abraçar e proteger dos perigos. O Senhor esteja atrás de nós, para nos preservar das armadilhas dos maus. O Senhor esteja debaixo de nós, para nos amparar quando cairmos. O Senhor esteja dentro de nós, para nos consolar quando estivermos tristes. O Senhor esteja ao nosso redor como um muro protetor, para nos defender quando outros nos atacarem. O Senhor esteja sobre nós, para nos abençoar. Assim nos abençoe o bondoso Deus de todos os povos. Amém! Tony Roswita Schenkel Campo Novo do Parecis/MT 35

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LIBERTE-SE DA AMARGURA Arquivo pessoal

“Cuidem para que ninguém fique afastado da graça de Deus, e que nenhuma raiz de amargura, brotando, cause perturbação, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hebreus 12.15, citado conforme versão Nova Almeida Atualizada – NAA). Amargura não é um assunto agradável de ser abordado. Pois é falar de coisas delicadas que causam dor e sofrimento. Mas, ao mesmo tempo, é um assunto fácil de ser entendido. Afinal, esse é um sentimento que todas nós já tivemos em algum momento da vida. O dicionário define amargura como sabor amargo, sentimento forte de dor, tristeza e desencanto. Quem já não sentiu esse Missionária Silvia Weingärtner Lhulhier sabor amargo? Esse sentimento forte de dor e tristeza. Geralmente essas amarguras têm suas raízes nos relacionamentos. Nós nos dedicamos a pessoas, damos nosso melhor para vê-las felizes e realizadas, nos envolvemos em causas sociais e comunitárias. Quantas vezes pensamos mais nos outros do que em nós. Deixamos nossas tarefas para trabalhar em prol da comunidade ou da sociedade. Fazemos de tudo para que tudo dê certo. E quando tudo dá certo, ficamos felizes! Mas, se no momento dos agradecimentos todos forem lembrados, até aqueles que fizeram bem pouco, e não nós, a alegria dá lugar a uma dor profunda. Sentimos um sabor amargo invadindo todo o nosso ser. Ainda que tentemos racionalizar, pensando que não nos esqueceram de propósito ou que não fizemos nada para receber elogios, o sentimento é mais forte do que a razão. E o que sobra é a dor, a tristeza, a amargura e o desencanto. A amargura é uma erva daninha, que pega com facilidade em qualquer terreno e que alastra suas raízes numa velocidade impressionante. A partir daí a pessoa ou a causa a quem nos dedicamos com tanto zelo passam a ser olhados com desconfiança. E a vontade de fazê-los sentir o mesmo gosto amargo que sentimos toma conta de nós. Passamos a desejar o mal daqueles que até então ajudávamos. 36

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Isso pode acontecer de maneira velada. Sem que tenhamos sequer coragem de reconhecer esse sentimento. Nem mesmo em pensamento. Mas ele continua enraizando dentro de nós e fazendo de nós pessoas amarguradas, sem alegria. As raízes de amargura são venenosas e destrutivas como câncer. Vão corroendo silenciosamente. Caso não sejam descobertas e tratadas, levam à morte. Pois como diz a palavra de Deus no versículo de Hebreus 12.15, citado anteriormente, a amargura nos afasta da graça de Deus. Portanto cultivar a amargura intencionalmente é uma atitude suicida. Pois é mais nociva para quem a cultiva do que para quem é direcionada. Assim, muitas vezes querendo prejudicar o outro, acabamos por nos afastar de Deus. Já ouvi muitas pessoas dizerem que têm razão para querer o mal de outros. Mas quando fala sobre vingança, Jesus diz: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’. Mas eu vos digo, não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também” (Mateus 5.38-39). Jesus diz isso porque sabe que a razão que cultiva a amargura afasta as pessoas de Deus e também umas das outras. Diante de tudo isso, podemos perguntar: o que fazer para nos libertar das raízes de amargura? O que fazer quando as raízes de amargura já alastraram suas raízes em nós? A primeira coisa a fazer é admitir o sentimento. Depois pedir a ajuda de Deus. Pois ele pode nos libertar de toda raiz de amargura. Há poucos dias, participando de um retiro, Deus, através de sua palavra, abriu meus olhos para as raízes de amargura que eu carregava dentro de mim. Como foi duro admitir que era verdade. Que em meu coração cultivava amargura de pessoas que me foram tão queridas. E que sequer imaginavam que existia esse sentimento dentro de mim. Compartilho minha experiência para testemunhar. Que no mesmo momento em que admiti para mim mesma e diante de Deus as raízes de amargura que estavam dentro de mim, Deus iniciou em mim um processo de cura. Em pouco tempo comecei a enxergar as pessoas que me magoaram com outros olhos. Voltei a me aproximar delas. Senti um alívio inexplicável no coração. O caminho mais curto para a cura da amargura é o coração de Deus. O apóstolo Pedro escreveu: “Portanto sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo. Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês” (1 Pedro 5.6-7). Deus quer cuidar de nós e fazer-nos pessoas doces, afinal o contrário de amargura é doçura. Que Deus nos abençoe, dando-nos coragem para reconhecer as amarguras que estão em nosso coração. Que ele nos cure, transformando essas amarguras em doçura e perdão. Que ele restaure em nós a alegria de viver. Amém! Miss. Silvia Weingärtner Lhulhier Taió/SC 37

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DIA MUNDIAL DA ORAÇÃO – DMO NO BRASIL Foz do Iguaçu, no Paraná, foi sede do Encontro e da Assembleia Internacional do Dia Mundial de Oração – DMO durante os dias 20 a 27 de agosto de 2017, onde se reuniram 188 mulheres cristãs de 84 países, da Ásia, África, Caribe, Europa, América Latina e do Norte, Oriente Médio e Pacífico. Participaram três delegadas de cada país. Além de convidadas representando a Associação Nacional da OASE e da Confederação Metodista de Mulheres e ainda a representação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Católica Romana e Episcopal Anglicana. A programação durante esses dias realizou-se nas dependências do hotel Golden Park Internacional. O encontro foi transmitido em inglês com traduções para espanhol e francês respectivamente. O tema foi Buscando a sabedoria para cuidar da criação de Deus (Gênesis 1). Foram muito relevantes as palestras e as devocionais desenvolvidas com base no tema, sobre o cuidado e a conscientização do meio em que o ser humano vive. Pois tudo o que Deus criou é muito bom. Nós somos cuidadores da criação e não podemos romper esses laços. Como mulheres do movimento mundial do Dia Mundial de Oração fomos desafiadas a transpassar fronteiras envolvendo igrejas, grupos, comunidades, cidades para transformar o mundo no aspecto ambiental. Não podemos perder a esperança! Foram realizadas diversas oficinas e grupos de trabalho relacionados ao tema. O Brasil coordenou uma oficina passando informação, material e explicações sobre o funcionamento do DMO no Brasil. A noite cultural também foi muito expressiva, na qual alguns países trouxeram um pouco de sua cultura e tradições em forma de dança, cantos e vídeos. Ainda um teatro sobre a história das mulheres do período da Reforma, destacando a Katharina von Bora e o envolvimento do DMO mundial nesse contexto, que foi coordenado por mulheres do DMO Brasil. Assuntos administrativos como relatórios, finanças, escolha dos países para escrever as próximas celebrações do DMO também fizeram parte da programação. Houve eleição entre as sete regiões presentes e para presidente do Comitê Internacional do DMO, sendo eleita a Sra. Laurence Gangloff, da França. Uma visita às Cataratas do Iguaçu também fez parte da programação no sábado pela manhã, onde as mulheres puderam ver uma pequena amostra perfeita da criação de Deus. 38

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MARÇO Arquivo DMO

Foi com grande alegria que a diretoria do DMO Brasil aceitou o desafio de sediar este evento. Contamos com o apoio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB de Foz do Iguaçu na doação de materiais, empréstimo de instrumentos musicais, na tradução do idioma. Também recebemos patrocínio de pessoas anônimas, OASEs sinodais e grupos de mulheres de diversas igrejas, translado O DMO é um movimento ecumênico que reúne do aeroporto até o hotel entre mulheres cristãs de todo o mundo outros. Estamos muito felizes que transcorreu tudo bem e aprendemos bastante. Os desafios agora são muitos. Em nome da diretoria do DMO Brasil, podemos dizer nosso “muito obrigado”! O Dia Mundial de Oração tem uma caminhada muito bonita quase em todo o Brasil, onde diversos grupos de trabalho, entre outros, a OASE, inicia suas atividades com a celebração do culto do DMO. Usando o material indicado e com a criatividade, dinamismo e participação de mulheres e homens de outras denominações religiosas. Com muita gratidão a Deus e alegria, no ano de 2018 o DMO celebrou 80 anos de caminhada, persistência e trabalho no Brasil. Pedimos sabedoria e amor para que mais pessoas possam conhecer Deus através do DMO e participar ativamente. Desejamos que possamos permanecer unidas por muitos anos sempre com base no lema: Oração com informação – ação com oração. O Dia Mundial de Oração é um movimento ecumênico que reúne mulheres cristãs de todo o mundo e tradições diferentes. Sempre na primeira sexta-feira do mês de março, todas e todos são convidados para a celebração anual. Visitem o nosso site: <www.dmooracao.comunidades.net> na página dos relatórios, onde é relatada a diversidade de celebrações do DMO no Brasil. Leda M. Witter Presidente DMO Brasil Cuiabá/MT 39

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Gabrielly R. Allende

Na Páscoa, celebramos a renovação da vida

Datas importantes

A B R I L

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05-07 – 2019 – Celebração dos 120 anos da OASE no Brasil, em Blumenau/SC 07 – Dia Mundial da Saúde 09-12 – 1996 – Último Congresso Geral da OASE, Curitiba/PR 14 – Domingo de Ramos 17 – 1521 – Lutero em Worms 19 – Sexta-Feira Santa Dia dos Povos Indígenas 21 – Páscoa 1792 – Execução de Tiradentes Dia Nacional da Juventude Evangélica 23 – 1529 – Oficialização do Catecismo Maior de Lutero

Não sou da opinião de que o evangelho deveria jogar ao chão todas as artes e fazê-las desaparecer. Gostaria, ao contrário, de ver todas as artes, especialmente a música, a serviço daquele que as concedeu e criou.

Martim Lutero

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ABRIL

ABRIL

Jesus Cristo diz: Lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Mateus 28.20

Meditação ESTOU COM VOCÊS

J

esus sofreu as dores da crucificação, morreu e foi sepultado. Seu corpo foi guardado pelos soldados, mas no terceiro dia ressuscitou. Naquela madrugada de domingo aconteceu o milagre da ressurreição, da vitória sobre a morte. Os versículos 16 e 17 do capítulo 28 do Evangelho de Mateus relatam a aparição de Jesus a seus discípulos. No versículo 16 diz que Jesus designou que os discípulos fossem para a Galileia e apareceu para eles; houve tempo para adoração e comunhão, e também desafios para os discípulos. Jesus colocou em evidência seu poder e agora desafia seus discípulos a fazerem outros discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E ainda a ensinar a guardar tudo o que ele ensinou. E completa dizendo: Lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Jesus os envia, mas não os deixa sozinhos. Ele promete estar junto. Temos exemplo do povo de Israel de como a nuvem o conduzia à noite e durante o dia. Abraão saiu da sua terra e recebeu a promessa de ser uma grande nação. E o Senhor ia com ele (Gênesis 12). Jesus também mostra seu poder ao aparecer a Maria Madalena, às mulheres, aos discípulos no caminho de Emaús, aos discípulos que estavam no cenáculo, a Tomé e também a Saulo no caminho de Damasco. Em Mateus 28.18-20, Jesus dá a missão aos discípulos de irem e pregarem o evangelho, ensinando-os a guardar os ensinamentos. Essa tarefa não era fácil, exigia cuidado, amor, obediência e convicção do que ensinavam. Jesus, sabendo disso, completa: Lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Essa promessa fortaleceu os discípulos, e em Atos 2.41 vemos um acréscimo de três mil pessoas se rendendo aos ensinamentos dos discípulos. E em 2.47 vemos que o Senhor acrescentava-lhes dia a dia os que iam sendo salvos. 41

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A presença do Senhor faz a diferença em nossas vidas. A promessa é para nós também. Onde o Senhor nos colocar, o que ele pedir de nós, ele vai junto, capacitando-nos e cuidando de nós. E isso pode ser num grande trabalho da igreja, numa pequena tarefa, num momento de alegria ou no momento de dor e lutas. O Senhor vai junto e renova as forças, capacitando para o que ele quer de nós. A palavra não muda, é a mesma ontem, hoje e será para sempre. Essa promessa foi real na vida dos apóstolos, líderes e servos do Senhor. Ela continua para nós hoje e nos sustenta. Mas precisamos estar ligados na promessa para que ela seja real em nossas vidas. Nas dificuldades e dor, nas lágrimas e tristezas, como também na alegria, o Senhor estará conosco todos os dias, até o fim dos tempos, enquanto estamos vivendo aqui na terra e enfrentando tudo o que nos vem no dia a dia. Os que creem e o buscam em oração sempre terão a presença do Senhor. Não há dia nem hora em que o nosso Senhor Jesus não esteja presente conosco. Isso nos impulsiona a ir em frente e a não desanimar em meio às dificuldades e desafios. Sua promessa é: Eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. E nós podemos crer e continuar em nossa caminhada, agradecendo e louvando ao Senhor Jesus por estar sempre conosco. Para reflexão: ♦♦Você já se sentiu abandonado por Deus em alguma situação? ♦♦Compartilhe com o grupo um momento em que você sentiu a presença de Deus te sustentando. ♦♦Cantar e meditar sobre as palavras do hino “Senhor, tu nos chamaste” (HPD 1, 130; Livro de Canto da IECLB, 29). Olga Kappel Roque Juiz de Fora/MG Eu cantarei, ainda que eu tenha que colher minhas flores em meio aos espinheiros. Therese von Lisieux

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LIBERTE-SE DO PRECONCEITO Arquivo pessoal

Libertação é o que Deus quer para seus filhos e filhas. Deus ouve o clamor do povo que é escravo no Egito e o ajuda a ir para a terra que mana leite e mel (Êxodo 3.7-8, cf. Almeida Revista e Atualizada). Assim, mulheres e homens colocam-se a caminho. Caminhos de libertação da dor e do sofrimento. Entre quem caminha está a profetisa Míriam e o profeta Moisés. São lideranças que lutam, choram, cantam, dançam, oram com o povo no caminho da libertação. Nos caminhos por onde anda, Jesus também proclama palavras de libertação da dor e do sofrimento. No Evangelho de Lucas 4.18-19, anuncia: “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os No projeto Flor de Ipê, a participante tem a que estão sendo oprimidos e anunciar oportunidade de falar sobre sua história e de representá-la artisticamente que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo”. Nesse espírito evangélico, o apóstolo Paulo afirma: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1). No ano de 2016, a dor causada por situações de morte e luto nos fez organizar um projeto diferente na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana no Brasil de Picada 48 Baixa (Lindolfo Collor/RS) em parceria com o Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST.

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O objetivo desse projeto, que chamamos de Flor de Ipê, foi criar um espaço de troca, reflexão e construção conjunta sobre processos de vivência e superação do luto, tendo as narrativas bíblicas como motivação para falar de nossas dores, medo, sofrimento. Refletimos sobre o luto de Maria, mãe de Jesus, e de Isabel, mãe de João Batista, para pensar na dor de mães que perdem seus filhos, filhas, seja em função de doença, acidente, homicídio, suicídio. Nos encontros, cada participante teve a oportunidade de falar sobre suas histórias e, ao mesmo tempo, foi desafiada a fazer um quadro para representar artisticamente (30x30cm) sua própria história. Cada mulher teve liberdade para decidir como faria o quadro. Para fazer os quadros, usaram materiais e técnicas diversas (tricô, crochê, costura, pintura, fuxico, galhos secos, areia, papel). Durante os encontros, conversamos sobre questões de gênero relacionadas à vivência do luto: como homens e como as mulheres lidam com as situações de luto? Homens ou mulheres são mais solidários na hora da doença, da morte e do luto? Mulheres têm mais sentimento de culpa que os homens? Se sim, por quê? Quem cuida de pessoas doentes aprende a lidar melhor com a doença, a morte e o luto? Ter esse espaço grupal para falar, representar artisticamente nossos sentimentos, ajudou-nos até a descobrir preconceitos e dores escondidas. Durante os encontros, conversamos sobre o preconceito sofrido, especialmente pelas mulheres, em tempo de luto. No dia a dia, mulheres são vítimas de preconceito e opressão. A mulher é vítima de preconceito, por exemplo, quando lida com pessoas que não se dispõem a reconhecer suas ideias simplesmente pelo fato dela ser mulher. Em algumas situações, quando a mulher fala, ninguém dá importância. Poucos minutos depois, um homem se apropria da ideia dela, repete o que ela falou, e todo mundo ouve, levando a sério o que ele falou. Mas o preconceito não está só relacionado ao desrespeito à opinião, às ideias das mulheres. Assim como no tempo de Jesus, mulheres e homens sofrem preconceito por causa da dor, do sofrimento. Em ambientes violentos não há espaço para a oração e a conversa sincera, para a solidariedade mútua, o companheirismo, a parceria, que são aspectos fundamentais para enfrentar o sofrimento em tempo de luto. O preconceito, a discriminação e opressão produzem a ironia, o pouco-caso, o desdém, a indiferença e o desrespeito aos sentimentos. Libertar-se do preconceito é criar condições para dialogar e construir conjuntamente novos pensamentos, novos sentimentos. É orar para que Deus dê humildade para reconhecer o sofrimento de quem está ao nosso lado. O diálogo ajuda-nos a rever nossas concepções, sentimentos, acolher e conviver com a diversidade, com as diferenças. 44

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O trabalho comunitário é fundamental para ajudar a superar a dor do preconceito. Os espaços de cura na comunidade, na OASE, precisam ser espaços de acolhimento para todas as pessoas, sem preconceito e discriminação. Não pode haver preconceito inclusive em relação a temas (assuntos), muito menos em relação a pessoas. Quantas mortes violentas são causadas e justificadas pelo preconceito! Quantas vidas são excluídas por não se enquadrarem nos conceitos de lideranças comunitárias! Quantas vocações são negligenciadas por preconceito? O preconceito afasta as pessoas umas das outras. Rompe amizades. Nega o direito à felicidade. Nega o reconhecimento da dignidade humana na vivência da dor e do sofrimento. O preconceito rompe a comunhão com o irmão, com a irmã e com Deus. Irmãs em Cristo! Deus caminha com seu povo para libertá-lo. Cristo, Deus-conosco, vem como libertador e salvador das pessoas que nele creem e pagou com sua vida o caminho da liberdade para salvação. Deus, em Cristo, acaba com todas as formas de dominação. Viver livre é colocar-se sob a soberania efetiva do Deus vivo, é sentir a presença do Santo Espírito, que nos dá a vida verdadeira. O tempo da liberdade começou. Pela graça de Deus, o pecado e a morte já estão vencidos. No projeto Flor de Ipê, não apenas mulheres da comunidade de Lindolfo Collor tiveram oportunidade de trabalhar o seu luto. Estudantes de Teologia, vindas de diferentes lugares do Brasil, participaram conosco, trazendo as suas histórias de dor. Para elas, nossa comunidade, por meio do projeto, constituiu-se como um espaço de diálogo e libertação. Em 2018, mulheres de Lindolfo Collor e estudantes de Teologia estão elaborando um caderno de orações para pessoas enlutadas. Que essas orações nos sintonizem no caminho da libertação. Confiamos nas palavras do apóstolo Paulo que nos diz: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1). Silvia Genz Pastora 1ª Vice-Presidente da IECLB Lindolfo Collor/RS

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Páscoa OVO – A VIDA QUE SE RENOVA PREENCHE O VAZIO! Leitura do texto bíblico: Mateus 28.1-10 Pergunta “quebra-gelo”: Que vocês gostariam de compartilhar do texto que ouvimos? Além da mensagem gloriosa da ressurreição, o texto traz algumas considerações interessantes: o cuidado com o corpo (v. 1); o poder de Deus: tremor, anjo, pedra retirada, relâmpago, vestes brancas como a neve (v. 2 e 3); medo: soldados como mortos (v. 4); anúncio da ressurreição: aqui ele não está, já foi ressuscitado! (v. 6); pedido do anjo: compartilhar a boa notícia do túmulo vazio com os discípulos (v. 7); medo x alegria: nunca encontrar o vazio foi algo tão empolgante! (v. 8); o grande encontro com o Ressuscitado: votos de paz e demonstração de afeto (v. 9); envio: “Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galileia, eles me verão ali” (v. 10). Reflexão: Quando ouvimos a Palavra/Boa-Nova, a realidade se transforma. Vem o alívio do sofrimento. Ou seja, tudo que alivia a dor, o sofrimento e traz paz é Boa-Nova. É transformação! É a vida se renovando! Para essa realidade de vida que se renova temos um símbolo que sempre está muito presente na Páscoa que é o ovo. O que significa o ovo da Páscoa? O ovo da Páscoa é um símbolo pascal, caracterizado por ser feito de chocolate e, normalmente, recheado com surpresas. Atualmente, costuma-se presentear amigos e familiares (principalmente as crianças) com ovos de chocolate durante a Páscoa. Do ponto de vista religioso, o ovo é considerado símbolo da vida que se renova. Dentro dele há a essência da vida que se renova ao ser chocado, e se 46

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rompendo, sai de dentro a vida, que ressurge. A relação desse símbolo com a Páscoa, comemorada pelos cristãos, parte da ressurreição de Jesus Cristo, que representa a esperança de uma nova vida para toda a humanidade, que representa a vida de fé que se renova a partir da ressurreição. Curiosidades: presentear as pessoas com ovos é um costume antigo, comum entre os povos que habitavam a região do Mediterrâneo, do Leste Europeu e do Oriente. Durante as festividades realizadas com a chegada da primavera, depois do inverno, os ovos (de galinha) eram cozidos e pintados com desenhos que lembravam plantações e outras figuras relacionadas à colheita. A esperança de fertilidade do solo e de abundantes colheitas era representada com a troca dos ovos coloridos. A arte de pintar ovos, onde se desenhavam imagens de Jesus e de Maria principalmente, e dá-los como presente também passou a ser um ato comum nas festividades cristãs. Com o passar do tempo, o ovo de chocolate entrou para as tradições do período das festas da Semana Santa. Alguns autores acreditam que a tradição do ovo de chocolate surgiu depois do século 18, sendo uma invenção de confeiteiros franceses. Outra teoria afirma que os ovos de Páscoa ficaram mais populares com a revolução da indústria do chocolate que aconteceu na Inglaterra em meados do século 19. Atualmente, muitas pessoas ainda têm o costume de colorir ovos da Páscoa e oferecê-los a pessoas importantes. Alguns historiadores afirmam que o hábito de oferecer ovos de galinha pintados surgiu no antigo Egito, na Pérsia e entre algumas tribos germânicas. Em muitos países também existe a tradição de esconder ovos de Páscoa para as crianças procurarem. Sem que apontemos uma cultura ou um responsável, o que importa é o sentido do ovo nas festividades da Páscoa, a saber, a renovação da vida... o inesperado da vida... como na história da ressurreição de Jesus Cristo. Quando vemos uma casquinha de ovo rompida, significa que dela brotou a vida! Assim também o foi com o túmulo de Jesus que estava vazio, a pedra removida lembrava que dali, de onde menos se esperava, surgiu novamente a vida. O encontro de Jesus com as mulheres foi a constatação de sua ressurreição. Baseado em: <https://www.significados.com.br/ovo-da-pascoa/>; Revista O Amigo das Crianças, março/abril 2018, p. 8

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Dinâmica: Para nossa dinâmica e ponto alto desta reflexão, destaco os sentimentos das mulheres com a notícia da ressurreição: medo x alegria x empolgação. Nunca o vazio foi algo tão celebrado e comemorado. Essa notícia foi compartilhada com muita alegria e empolgação. Assim também pode ser o nosso sentimento quando formos presentear alguém com esse símbolo pascal, o ovo. Como reza a tradição, a troca de ovos é um costume que visa presentear quem amamos; nós como grupo da OASE também queremos fazê-lo. Presentear carinhosamente cada uma de vocês com uma casquinha de ovo que traz esse simbolismo da vida que se renova e que hoje, especialmente, carrega uma mensagem parecida com a do anjo no texto bíblico (mensagem: “A vida preenche o vazio!”). Cada pessoa vai até a árvore pascal (feita com galhos secos e decorada somente com as casquinhas, conforme se pode ver na imagem ao lado) e pega uma casquinha. Que essa casquinha represente, na vida de vocês, a vida que se renovou com o Domingo de Páscoa. E que, desta forma, Deus também quer agir em nossa vida, transformando realidades de sofrimentos, dores e mortes em alívio, cura e vida eterna! Que o Cristo Ressuscitado seja para vocês uma linda, alegre e empolgante certeza! E que essa certeza renove sua vida todos os dias! Amém! Hino: Aqui ele não está: Livro de Canto da IECLB, 452. Pª Gabrielly Ramlow Allende Blumenau/SC

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Arquivo OASE

Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS

Datas importantes 01 – Dia do Trabalho 03 – 1824 – Fundação da primeira comunidade evangélica do Brasil, Nova Friburgo/RJ 1782 – Senhas Diárias 04 – 1899 – Início da Frauenhilfe na Alemanha 08 – Dia da Cruz Vermelha Internacional 11 – 1945 – Fim da Segunda Guerra Mundial, na Europa 12 – Dia das Mães 17 – 1939 – Fundação da Casa Matriz de Diaconisas, São Leopoldo/RS 20 – 1886 – Fundação do Sínodo Riograndense, São Leopoldo/RS 21 – 1984 – 1º Congresso Geral Constituinte da OASE 30 – Ascensão do Senhor

Quem vive sem alegria, vive sem fé. Verdadeira fé se expressa em grande alegria.

Martim Lutero

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M A I O

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MAIO

Não há ninguém igual a ti; somente tu és Deus, não existe outro. 2 Samuel 7.22.

Meditação A BONDADE DE DAVI

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Arquivo OASE

a história de Israel, destacamos três nomes: Samuel, Saul e Davi. A época em que governaram foi da integração das tribos israelitas em um corpo nacional governado por um soberano. Destaca-se Davi, que reinou sob a bênção do Senhor. Davi era filho de Jessé, bisneto de Rute e Boaz, sendo o mais novo de oito irmãos. Foi criado pastoreando as ovelhas de seu pai. Já na infância era forte, corajoso e valente. Com suas ovelhas era dócil e cuidadoso. Muito dedicado a seu serviço, pelo qual seu pai o elogiava e seus irmãos o invejavam. Vale lembrar que, antes de Davi, Samuel Helga Schünemann é coordenadora editorial do Roteiro da OASE foi profeta e juiz em Israel. O povo pedia um novo rei, e Saul foi coroado como o monarca. Davi foi harpista do rei Saul, que também queria matá-lo. Ele era conhecido como um valente guerreiro, pois derrotou o gigante Golias, e é reconhecido como um grande herói. Refugiou-se no deserto, onde passou longos tempos afastado de todos, onde meditava, orava e confortava-se no Senhor. Primeiramente Davi governa Judá. Com a morte de Saul, além de governar Judá, também governa Israel durante muitos anos. Foi ungido rei ainda jovem e teve um longo governo. Muitas eram suas qualidades, no entanto também teve suas grandes fraquezas. Uma vida plena, cheia de altos e baixos. Viveu impetuosas paixões, cometeu adultério e se envolveu em um homicídio: o pecado com Bate-Seba e a morte de Urias. Envolvido com a vida pública, não dedicou tempo à esposa e a seus filhos. Davi arrependeu-se e Deus 50

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fez cessar o castigo e o perdoou. Em momentos difíceis compôs diversos salmos de louvor (Salmo 22, por exemplo). Quanto às suas qualidades, foi muito estimado pelo povo de Israel. Vencedor de muitas lutas, aumentou as fronteiras, estimulou o comércio interno e externo, e a ele se devem a unidade e independência da nação. O povo viu nele o ungido do Senhor, para realizar as grandes promessas, devido à sua religiosidade. Vivia sob a bênção do Senhor. Vale lembrar que Davi recuperou a arca da aliança. O que era essa arca? A arca da aliança era a principal representação de Deus no meio de seu povo no Antigo Testamento. Ela guardava os principais símbolos da aliança entre Deus e o povo de Israel. Era um baú retangular feito de madeira de cipreste, revestido de ouro por dentro e por fora. Nas extremidades inferiores havia uma argola para seu transporte. Ela servia como local de armazenamento para as duas tábuas da lei, que eram os mandamentos prescritos na aliança no Sinai. A arca da aliança era um símbolo visível da presença de Deus na história de Israel. O rei Davi a valorizava e vivia conforme seus mandamentos prescritos. Em Cristo, a arca não foi mais necessária. O que podemos aprender da história de Davi? Foi um rei que sempre obedeceu às ordens do Senhor, e com celebração, júbilo e gratidão ia ao templo a fim de render graças a Deus. Lembrava a presença de Deus na libertação do povo de Israel e na prosperidade de seu reinado. Também nós precisamos lembrar as muitas bênçãos que recebemos diariamente e que se renovam todas as manhãs. Como filhas de Deus, pela ação do Espírito Santo, sabemos que tudo o que ele faz será para nosso bem. Em Cristo, temos um Pai que perdoa, que protege e nos abençoa, como fez com Davi. A lição de Davi: ser um ser humano que serve, abençoado segundo o coração de Deus. Oração: Obrigado, Senhor. Tu és um Deus maravilhoso, cheio de amor. Tu nos governas maravilhosa e amigavelmente. Tu nos levantas, quando nos rebaixas. Tu nos tornas justos, quando de nós fazes pecadores. Tu nos levas ao céu, quando nos atiras no inferno. Tu nos dás a vitória, quando permites que sejamos vencidos. Tu nos consolas, quando nos deixas enlutados. 51

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Tu nos fazes alegres, quando nos deixas gritar. Tu nos fazes cantar, quando nos deixas chorar. Tu nos fortaleces, quando sofremos. Tu nos torna sábios, quando de nós fazes tolos. Tu nos tornas ricos, quando nos envias pobreza. Tu nos fazes senhores, quando nos deixas servir. Amém. Martim Lutero Helga Schünemann Coordenadora editorial do Roteiro da OASE Panambi/RS

LIBERTE-SE DO DESEJO DE VINGANÇA Arquivo pessoal

Parto do princípio de que o ser humano criado por Deus é um ser holístico, ou seja, ele é um todo, com um corpo, uma mente, emoções e espírito, e o que afeta uma das partes afetará a outra. Na realidade concreta, separamos pedagogicamente para entender essa totalidade do ser humano, mas na prática não tem como separá-lo. Faz parte da natureza humana sentir o desejo de vingança ou vingar-se. A vingança é “dar o troco”, é o desejo de devolver na mesma moeda, de fazer com que a outra pessoa ou grupo que a feriu sinta a mesma dor ou sofrimento que a pessoa ou o grupo ferido sentiu. Simão Schreiber é terapeuta e pastor E esse desejo, ou mesmo essa prática, acontece na família, nas igrejas, na política, nos esportes, nas relações de trabalho, nas relações afetivas, também em âmbito maior, pois muitas guerras acontecem pelo desejo de vingança colocado em ação. 52

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Mas de onde vem o desejo de vingança? Entendo que a própria Bíblia nos orienta quanto à causa de tal desejo. Jesus, quando aborda o tema da pureza e impureza, nos ensina em Mateus 15.16-19: “Vocês também ainda não entenderam? O que entra pela boca vai para o estômago e depois sai do corpo. Mas o que sai da boca vem do coração. É isso que faz com que a pessoa fique impura. Porque é do coração que vêm os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias”. E nisso entra também o desejo de vingança! É do coração, é do interior da pessoa que saem os maus pensamentos, que são os pensamentos que geram injustiças; a falta de paz, de amor, de compreensão, de diálogo, de perdão, de comunhão; e o desejo de vingança. Nós expressamos exteriormente o que cultivamos interiormente! Vivemos fora de nós aquilo que temos dentro de nós! O desejo de vingança ou a vingança em si é consequência de ressentimento, raiva, mágoas, ofensas, ódio, sensação de que foi inferiorizado e injustiçado... e isso gera “toxinas, veneno e lixo mental e emocional”, e precisa ser trabalhado dentro da pessoa que o cultiva, porque as consequências podem ser fatais. Há uma frase de autoria desconhecida que diz: Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. E é literalmente isso que acontece com a pessoa que está cheia de ódio, raiva, ressentimento, desejo de vingança, pois isso é veneno, e veneno mata! Toda vez que a pessoa relembra o que aconteceu com ela e que a faz ter o desejo de vingança, na mente dela ocorre a produção de neurotransmissores e hormônios que fazem que ela sinta a mesma emoção de quando ocorreu o fato, não importando se já se passaram horas, dias, semanas ou anos, e ela se “intoxica e se envenena” novamente. Gostaria de propor uma dinâmica com um exercício de imaginação que quer mostrar na prática o que acontece com as emoções na mente e até no físico da pessoa. Esse exercício deve ser feito com calma, dando o devido tempo para fazer o que é recomendado: Relaxe, fazendo movimentos lentos, alguns alongamentos e dando algumas espreguiçadas. Respire profundamente algumas vezes, fazendo respirações diafragmáticas. Feche os olhos e se imagine numa cozinha em frente a uma geladeira (pausa). Imagine-se abrindo a porta da geladeira e sinta o frio que sai de dentro dela (pausa). Imagine um limão dentro da geladeira (pausa). Imagine-se pegando e cheirando o limão (pausa). Agora 53

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imagine que está pegando uma faca e cortando o limão pelo meio (pausa). Depois de cortado, imagine-se pegando uma metade do limão, colocando-a em sua boca, sentindo o gosto azedo do limão (pausa). Para concluir, respire profundamente novamente e abra lentamente os olhos. Conseguiu sentir? A maioria das pessoas consegue! Pois é assim que a nossa mente funciona. A geladeira, a faca, o limão são imaginários, mas para a mente o que é imaginado produz a mesma sensação, como se fosse real. A maioria das pessoas se arrepia quando se imagina abrindo a geladeira e começa a salivar quando imagina o gosto do limão em sua boca. Quando as pessoas ficam relembrando, revivendo, sentindo de novo toda aquela raiva, tristeza, mágoa, ódio... isso produz toda uma química em seu cérebro e corpo, que, quando produzida em excesso e sem necessidade, provoca uma série de doenças mentais, emocionais e até físicas. Por isto o desejo de vingança precisa ser trabalhado, pois quem mais sofre é quem cultiva e alimenta tal desejo a maior parte do tempo. Algumas dicas de como lidar com o desejo de vingança: Conte até dez ou mais nos momentos de maior intensidade do sentimento, pois isso dará tempo de raciocinar e usar a função consciente da mente, evitando agir instintivamente. Respire profundamente várias vezes, pois ao respirar dessa forma se oxigena mais o cérebro e o sangue, e a pessoa pensa com mais clareza. É preciso usar a função consciente e racional da mente e tomar consciência de que a pessoa é um ser humano, e que os seres humanos sentem o desejo de vingança. Por isso assuma o que está sentindo: é raiva? É ódio? É ressentimento? É mágoa? É desejo de vingança? Porém o mais importante é saber: o que vai fazer com esse sentimento? Manter-se preso às lembranças e aos fatos do passado e continuar envolvido emocionalmente com o que aconteceu é como colocar uma algema que prende a pessoa naquela situação que gostaria de escapar. É dessa prisão emocional que necessita sair. Aproveite a oportunidade para se conhecer melhor e aprenda a lidar com o que acontece dentro de você quando ocorre algo nesse sentido.

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Aprenda a não julgar as atitudes das pessoas como algo isolado. Entenda que por trás daquela atitude existe uma história de vida. Procure compreender o passado e a história de vida da outra pessoa. Tente reinterpretar a situação olhando-a e compreendendo-a sob outro ponto de vista. Tente vivenciar a empatia, procurando colocar-se no lugar daquela pessoa ou grupo. Assim fica mais fácil compreender suas atitudes. Procure alguém que possa realmente ajudar, inclusive com ajuda profissional na área mental, emocional e espiritual. Uma comunidade cristã acolhedora e um grupo de apoio comunitário, como a OASE e outro grupo, pode ser de vital importância como espaço para desabar e receber orientação em como proceder. E, sobretudo, abra-se para a decisão mais libertadora que existe: o perdão! Perdoe! Perdoar é um ato de inteligência! Seja inteligente! Não tome veneno esperando que o outro morra. Compreenda e perdoe! Há uma frase de Mário Sérgio Cortella que diz: A maior vingança é o perdão! Tenha muita fé! Ore muito para que Deus a ajude a ter forças para mudar os pensamentos e sentimentos. É para o seu próprio bem. Um detalhe importante nesse processo: a única pessoa que poderá mudar é ela mesma; ela poderá até influenciar a outra pessoa com sua mudança, mas a outra pessoa só mudará quando e se ela quiser. Segue uma história que pode ser bem utilizada ao abordar a temática do “Liberte-se do desejo de vingança”: Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que se dedicava a ensinar aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu ali. Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama. O velho aceitou o desafio, e o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade. R 55

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– Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? – perguntou o mestre. – A quem tentou entregá-lo – respondeu um dos discípulos. – O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega. Sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir! – ponderou calmamente o mestre. Chegar a ponto de não aceitar os “presentes” da inveja, da raiva, dos insultos é chegar à maturidade mental, emocional e espiritual de não perder a paz interior, e com isso não ser necessário alimentar o desejo de vingança ou mesmo se vingar. Ter a maturidade de não permitir que os outros determinem suas reações, mas ter o autocontrole e a sabedoria de saber o que é o melhor para si e para suas relações. Lembrando que a melhor “vingança” é estar de bem com Deus, consigo mesmo e com a vida, vivenciando de forma concreta os sinais do reino de Deus no mundo. P. Simão Schreiber São João de Laranja da Terra/ES

Dia das mães MÃE, SENTIMOS SUA FALTA! Personagens: Mãe, o pai, 3 filhos, a leitora. Cenário: Uma mesa de refeições, cadeiras, pratos e talheres sobre a mesa, xícaras/ou copos... A mãe e o pai podem estar vestidos com roupa normal, e a mãe de avental, os filhos com uniforme de escola; cada filho precisa ter uma mochila. CENA 1 (A mãe, de avental, prepara o rotineiro café da manhã de sua família. Quando a mesa está pronta, vai acordar e chamar os filhos para tomar café.) 56

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MÃE: (Olhando para o relógio, diz:) Nossa... essas crianças devem ter caído no sono de novo! Luiza, vamos, filha! Téo, Artur, vamos, filhos! LUIZA: Mãe, você viu meu amarrador? Aquele novo? Amarelo? MÃE: Você já olhou na sua primeira gaveta? Tudo que acho, coloco em sua primeira gaveta! (Luiza sai de cena para procurar seu amarrador e, quando encontra, volta e senta-se à mesa para tomar café.) TÉO: Mãe! Você sabe onde está meu tênis velho? Hoje tem educação física e o professor não deixa mais participar da aula sem tênis! MÃE: Sei sim, filho, está na prateleira dos calçados! Vem que eu te ajudo! (Saem o Téo e a mãe de cena para buscar o tênis. Enquanto isso, o Artur e o Pai entram em cena e sentam-se para tomar café! O pai pega o jornal e sai desejando a todos um bom-dia.) MÃE: Vamos, Téo! Vocês vão se atrasar para a escola! (Vem Téo correndo, toma algo da xícara de pé mesmo. Enquanto isso, a mãe vai alcançando a mochila de todos.) MÃE: Filhos! Tenham um bom dia! Aprendam muito, obedeçam aos professores e sejam amigos! (Os filhos vão saindo pelo corredor da igreja, dando um abraço na mãe. A mãe recolhe as coisas sobre a mesa e todos saem de cena.) CENA 2: (O pai e a mãe estão sentados à mesa conversando sobre a ida da mãe ao médico. Enquanto isso, a mãe acorda os filhos e se despede do marido.) MÃE: Germano! Acabei de acordar as crianças. Preciso sair, senão perco o ônibus. Já está tudo organizado. Tenham um bom dia! (A mãe sai pelo corredor com uma bolsa. Enquanto isso, o pai senta tranquilo e toma seu café. E nada das crianças virem. De repente, ele olha para o relógio e leva um susto, pois já está quase na hora de saírem para a escola. E ele sai para apressar as crianças.) PAI: Vamos, filhos! Vamos! Já está quase na hora de saírem! LUIZA: Oh pai, cadê a mãe? PAI: Foi ao médico. LUIZA: Você sabe onde está o meu amarrador amarelo? (O pai só balança a cabeça que não. Luiza senta desanimada para tomar café.) LUIZA: Pai, não tem que ir chamar os meninos? A mamãe sempre chama se eles não vêm!

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(O pai olha de novo no relógio e se assusta com a hora. Sai correndo trazendo os meninos. Os meninos vêm pra mesa com o pai e tomam algo da xícara em pé mesmo. E o pai os apura...) PAI: Vamos! (O pai sai pela lateral da cena e os filhos saem pelo corredor da igreja sem mochila mesmo. De repente, Téo percebe que estão sem suas mochilas.) TÉO: Gente! E nossas mochilas? (Eles voltam e pegam as mochilas.) ARTUR: É... quando a mamãe não tá, nem dá tempo de tomar café direito... fica tudo diferente. (Todos saem de cena pelo corredor.) CENA 3: (A mãe vai entrando pelo corredor da igreja cansada. Coloca sua bolsa numa cadeira. Ela veste seu avental e começa a organizar a mesa. Em seguida, recolhe a louça do café e organiza a mesa para o almoço. Logo depois, as crianças vêm entrando e no meio do caminho decidem levar uma flor para a mãe. Quando chegam em casa, correm para abraçar a mãe e entregam as flores. Uma das crianças pergunta como foi no médico... contam que foi meio tumultuado de manhã sem ela.) DESFECHO: Enquanto acontece a última conversa, a leitora vem à frente e lê. Leitora: Querida comunidade reunida! O abraço dos filhos em sua mãe simboliza o quanto cada mãe faz diferença no lar, na rotina, na vida de sua família. Por isso valorizemos nossas mães! Cada gesto, cada conselho, cada ação... infelizmente elas não estarão até o fim de nossas vidas ao nosso lado para nos ajudar a encontrar um amarrador amarelo perdido ou nos acordar pela manhã... ou preparar nossas refeições. Que Deus cuide de nossas mães! Feliz Dia das Mães! Pª Gabrielly Ramlow Allende Blumenau/SC

A família é a horta onde se semeia a vida, cultiva-se o coração e se colhe o amor. Angela Marulanda

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SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ A Semana de Oração pela Unidade Cristã é promovida mundialmente pelo Conselho Pontífice para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios. No Brasil, acontece sempre no período de Pentecostes. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados. A Semana de Oração pela Unidade Cristã em 2019 foi preparada por pessoas cristãs da Indonésia. Com uma população de 265 milhões, a Indonésia é conhecida como o país que tem a maior população muçulmana. No entanto, 10% dos indonésios são cristãos, de tradições diversas. A Indonésia é a maior nação do sudeste da Ásia, tem mais de 17 mil ilhas, 1.340 diferentes grupos étnicos e mais de 740 línguas locais, mas ainda assim está unida na sua pluralidade pela língua nacional Bahasa indonésia. No meio da diversidade de etnias, linguagem e religião, os indonésios têm vivido pelo princípio de gotong royong, que é viver em solidariedade e com colaboração. Isso significa ter partilha nos diversos campos da vida, no trabalho, nas tristezas e festividades, vendo todos os indonésios como irmãos e irmãs. Essa sempre frágil harmonia é hoje ameaçada de novas maneiras. A corrupção infecta a política e os empreendimentos, frequentemente com consequências devastadoras para o ambiente; enfraquece a justiça e a implementação da lei. Movidos por essas considerações, os cristãos da Indonésia sentiram que as palavras do Deuteronômio “Procurarás a justiça, nada além da justiça” (Dt 16.18-20) falavam fortemente sobre sua situação e suas necessidades. Informações sobre a Semana de Oração pela Unidade Cristã 2019: <conic@conic.org.br>. Oração: Deus do caminho reto, dá-nos sabedoria para distinguir o certo do errado, que nossos corações sejam guiados pela honestidade em nossos lábios haja a verdade. Dá-nos coragem para sermos verdadeiros mesmo quanto outros se voltam contra nós. Protege-nos contra o desejo de espalhar ideias enganosas; ao contrário, ajuda-nos a ser agentes da unidade e paz, levando boas novas para todas as pessoas. Assim oramos em nome de teu Filho Jesus Cristo. Amém. Extraído de: Subsídios para a Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos, publicado por Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas, p. 20.

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Paróquia de Espigão d’Oeste

Grupo de OASE da Paróquia de Espigão d’Oeste, Rondônia

Datas importantes

J U N H O

04 – 1743 – Primeira Bíblia impressa na América 05 – Dia Mundial do Meio Ambiente 09 – Domingo de Pentecostes 10 – Dia do Pastor/da Pastora 12 – Dia dos Namorados 13 – 1525 – Casamento de Lutero com Katharina von Bora 20 – Corpus Christi 24 – Dia de São João Batista 25 – 1530 – Confissão de Augsburgo

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A juventude tem que pular e dançar e está sempre à procura de algo prazeroso. [...] Por que então não criar para ela escolas desse tipo e oferecer-lhe essas matérias?

Martim Lutero

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As palavras bondosas são como mel: doces para o paladar e boas para a saúde. Provérbios 16.24

Meditação PALAVRAS DOCES COMO MEL

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Arquivo pessoal termo “palavra” quer dizer uma fala, declaração, som articulado, com uma significação. “Bondosa” refere-se à qualidade do que é bom. As palavras bondosas são aprazíveis, sem maldades, doces, gentis, carinhosas e amorosas. Esse versículo bíblico nos leva a pensar como somos egoístas! Veja bem, outro dia cheguei na padaria e, na fila, comecei a observar as pessoas que estavam ali. Nem um bom-dia! Simplesmente a ordem “me dá seis pães”, e a balconista pega os pães, pesa e responde em tom irritado “algo mais?”. E a Gundela Wolschick Freitag resposta é “não”. Assim foi, sem um sorriso ou uma gentileza; frieza e indiferença totais. Logo em seguida chegou minha vez. Eu não quis seguir o mesmo rumo, logo disse à balconista um bom-dia, tudo bem? Com um sorriso, ela respondeu meio que assustada: “Bom dia! Tudo bem, e você?” “Estou bem, você pode pegar quatro pães, por favor?” Um momento curto, mas valioso tanto para mim como para quem foi tratado com respeito. Digo que as pessoas estão egoístas, porque não fazem questão de uma simples gentileza, não se importam em tratar bem as pessoas. Aí começo a pensar: se já no Antigo Testamento se aconselha usar palavras doces como o mel e depois Jesus nos ensina a “amar uns aos outros assim como eu os amei”, por que temos tanta dificuldade em ser doces em nosso falar e agir? Nós nos dizemos pessoas cristãs cheias de fé e vivemos em uma

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amargura, com o coração cheio de mágoas e os pensamentos tão pessimistas em relação à vida, ao mundo e às pessoas! Contraditório, não é mesmo? Acredito que é na doçura do falar que tocamos o coração das pessoas, que roubamos sorrisos, que levamos alegria e principalmente a palavra de Deus! É na doçura e na simplicidade de palavras que encontramos a paz de Deus, e é nessa paz que nos sentimos abraçadas por ele e aliviamos nossa alma, trazemos cura! Em 1 Pedro 2.25 temos a afirmação de que Cristo é o bom pastor e bispo de nossas almas, cura pessoas enfermas. As curas de Jesus são restaurações da alma das pessoas à vida. Este texto, quando fala do mel e das palavras, está qualificando os efeitos produzidos pela boca dos servos de Deus. Neste sentido ele diz que as palavras agradáveis são como um favo de mel. Veja, para quem atravessa lutas, necessidades, dificuldades, palavras sábias e amáveis são sempre edificantes. Têm o sentido de revigorar, fortalecer. E quando as pessoas atravessam dificuldades, elas não querem ouvir lamúrias ou coisas negativas. Elas precisam realmente ouvir palavras agradáveis, palavras boas, aquelas que Deus ensinou através das Escrituras. A Escritura tem verdadeiras palavras que ensinam e edificam. Assim os servos de Deus devem falar palavras que irão animar e encorajar. A reflexão é importante também no âmbito da família. É preciso amar, acolher o próximo, respeitar, tratar bem as pessoas e aceitar elas como são. Iniciando por essa prática nas famílias, começando como casais, respeitando-se mutuamente e ensinando aos filhos a serem pessoas com bondade. Para que se cumpra a nossa missão conforme a vontade de Deus. Jesus fala que pelos frutos são conhecidos os discípulos, e é um princípio ensinado para aqueles que seguem a Jesus. Por isso a gente deve cuidar com aquilo que sai dos nossos lábios, porque palavras também são frutos, elas podem construir ou destruir. Lembramos que é obra do Espírito Santo em nós produzir o controle da nossa língua, o domínio próprio. Podemos escolher honrar a Deus e abençoar o nosso próximo. A gente precisa falar aquilo que é correto e verdadeiro e o que é abençoador. Que possamos praticar o exercício de sermos doces e gratos tanto em nossas palavras como em nossas ações! Pode começar, você vai perceber que é um exercício de troca. Acredite, você quebra barreiras! Que seja igual a Cristo, não se esqueça disto: “doces como o mel!” É importante lembrar o hino 87 do Livro de Canto da IECLB que, conforme o Salmo 19.7-10,14, diz: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma, o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. São mais desejáveis do que o ouro depurado, são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Os 62

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preceitos do Senhor são retos e alegram o coração. O mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre. Os juízes do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos. Que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença. Oh Senhor! Oh Senhor!” Dinâmica: Acróstico. Iniciamos entregando papel e caneta para cada participante. Solicitamos que cada pessoa escreva seu nome em forma de acróstico. Após essa primeira etapa, convidamos que cada qual passe seu papel para a pessoa da direita. Enquanto você passou seu papel, você recebeu o da outra pessoa. As participantes são convidadas a escrever um desejo sincero do seu coração para a outra pessoa com uma letra do acróstico. Assim vão se passando os papéis até chegar à pessoa com o nome. Quando todas as letras de algum acróstico forem preenchidas, continua-se a passá-lo até que chegue à pessoa com o nome. Finaliza-se com a leitura desses votos, que são como favos de mel para reabastecer a caminhada de fé e vida de cada mulher. Gundela Wolschick Freitag Cristalina/GO

LIBERTE-SE DA INTOLERÂNCIA Preparação: Providencie folhas de papel colorido em formatos diferentes, alfinetes e canetas coloridas. Pedir que escrevam na primeira folha suas qualidades, habilidades, dons. Fixar a folha no peito. Na segunda folha, escrever suas limitações, manias ou fraquezas. Fixar a folha nas costas. Nossas listas contêm várias características pessoais diferentes. Imaginemos que, nesta sala, estejam pessoas de outra origem cultural, de outra etnia, de outras 63

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classes sociais, estrangeiras e com outra orientação sexual, com suas histórias e experiências bem distintas das nossas. Nossa lista se ampliaria mais ainda. Enquanto estamos entre pessoas conhecidas e amigas, revelar nossas fortalezas e nossos limites é relativamente fácil e conseguimos fazê-lo. Mas quando o grupo se diversifica, nossa tendência é mostrar nossas habilidades e dons, tratando de silenciar e esconder nossas fraquezas e falhas. Isso é inerente ao ser humano. Diante das diferenças, mentalmente reproduzimos uma escala de valores e de hierarquia (como numa escada), onde colocamos no topo aquelas pessoas que consideramos as melhores. As pessoas toleráveis colocamos no meio. E aquelas que consideramos intoleráveis, cujo jeito de viver e de pensar não corresponde ao nosso modo de compreender o mundo, essas colocamos bem embaixo e delas gostaríamos de nos livrar! Afinal, o que vem a ser tolerância ou intolerância? Quando nos referimos às diferenças que existem entre as pessoas, a palavra tolerância não parece ser suficiente. Posso tolerar a presença de alguém diferente, mas isso ainda não significa que vou me aproximar ou me interessar pela sua história e aprender com ela. No dicionário, tolerar significa ser indulgente para com o outro ou a outra. Ser tolerante é desculpar, admitir e respeitar opiniões contrárias à sua. Mas isso ainda não significa que a escada mental de hierarquia que construímos socialmente se modifique. Podemos até admitir que existam pessoas com opiniões e maneiras de viver diferentes das nossas, mas elas continuam ocupando os últimos degraus. Nós ainda pensamos estar acima, com a verdade, e gostaríamos que elas fossem silenciadas e excluídas. Bem sabemos que essa ordem hierárquica de valorização das pessoas e da criação de Deus não está de acordo com o Evangelho. O reino de Deus anunciado e inaugurado por Jesus não admite essa maneira de viver e se relacionar. Ao falar com a mulher samaritana no poço (João 4.1-26), Jesus quebra essa ordem, esse paradigma. Ao curar a filha da mulher siro-fenícia (Marcos 7.24-30), Jesus quebra essa ordem. Ao comer em companhia de publicanos (Marcos 2.13-17), Jesus quebra essa ordem. Ao curar cegos, leprosos, homens e mulheres, Jesus deixa claro que a criação divina é perfeita e rica em sua diversidade. Sendo assim, todas as pessoas, indistintamente, são obras perfeitas do amor de Deus, sendo o que são, e nelas o amor de Deus se manifesta. Resta-nos compreender, conhecer, aceitar e valorizar a diversidade, pois em Jesus temos o caminho, a

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verdade e a vida. Vida plena, vida em abundância, vida na sua forma de ser: foi isso que Jesus veio trazer! Momento de conversa: Quais as pessoas que estamos tendo dificuldades em aceitar nas suas diferenças? Quais as consequências que a intolerância tem causado na vida delas e nas nossas? Dinâmica: 1) As participantes colocam-se em fila única e caminham pela sala. Enquanto elas caminham, leia a seguinte história: Um sábio da aldeia indígena Deni contou que todas nós carregamos ao peito um cesto com nossas virtudes, e às costas um cesto com nossas falhas e fracassos. Como estamos andando em fila, uma atrás da outra, sempre estamos enxergando à frente o cesto de nossas virtudes, enquanto nas costas da companheira apenas o cesto cheio de falhas e fracassos. Nunca enxergamos o nosso cesto com nossas próprias falhas e fracassos. Quando as outras nos chamam a atenção, não acreditamos, pois enxergamos apenas o cesto à frente com nossas virtudes. A partir da nossa visão, a outra só pode estar enganada (errada). Extraído de: COMIN. Tecendo a Vida, p. 62.

2) Peça para pararem e pergunte: – O que podemos fazer para perceber o que há de bom na outra pessoa? Uma resposta possível é virar-se para ela, olhar para ela e para o que está escrito no seu peito. Peço que façam isso e conversem por alguns minutos. 3) Pergunte novamente: – O que aconteceu agora? Antes, caminhavam uma atrás da outra. E agora? – Qual o movimento que estão fazendo? Para sermos libertadas da intolerância e da escada de hierarquia que nossa sociedade cria para as pessoas, precisamos aprender de Cristo, com o seu movimento de ir ao encontro das pessoas, e também possibilitar que elas nos 65

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encontrem. É preciso empatia, sentir com, olhar nos olhos, no seu cesto cheio de virtudes e permitir que nos mostrem o nosso, cheio de limitações e fracassos. A intolerância nasce do medo do diferente. O medo torna-nos inseguras e arrogantes. Não sabemos mais dialogar. Não queremos mais ouvir. O medo faz-nos erguer muros, nem sempre físicos, faz-nos colocar grades, cercas que nos tornam cegas e insensíveis às experiências e aos sentimentos alheios. O medo separa-nos, afasta-nos sempre mais, e é o gerador da grande violência que estamos vivendo. É preciso vencer o medo, pois no amor não há medo! (1 João 4.18) 4) Retirem as folhas escritas do peito e das costas e as coloquem no chão, no centro. Formem um círculo de mãos dadas. Oremos: Vem, Espírito Criador! Ó Espírito Criador, clamo a ti como no escuro. Nem sempre compreendo a tua ação criadora. Tu te aproximas de mim no rosto das crianças, nos desejos dos jovens, nos sonhos despertos dos mais velhos. Mas não percebo tua presença com facilidade. Na luta das mulheres tu te mostras feminino. És a brisa e as brumas de Javé. Mas nem me dou conta dos sinais dos tempos. Por isto é que te peço, fervorosamente: muda a minha ideia das coisas, o meu jeito de entender a tua presença. A vida late em meus membros, em todo o meu corpo, mas eu não permito que ela se expanda. Prefiro a lassidão do conhecido e conquistado do que buscar de novo lá onde tu, de preferência, te manifestas. Ah, espírito de Amor e de Saudade, Ajuda-me a romper a crista que me amarra e me impede de ser simplesmente um(a) companheira de vida, um(a) promotora de justiça, um(a) caminheira do novo tempo que se anuncia no horizonte da fé. Roberto E. Zwetsch. Extraído de: Flor de maio – poemas. p.175.

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Finalizando: Eis a nossa diversidade! Nossos dons, talentos, dificuldades e limitações aqui partilhados. Que a graça e o amor de Deus nos conduzam para sermos libertadas da intolerância e que possamos ser portadoras da Boa-Nova ali onde Deus nos conduz. Pª Anelise Lengler Abentroth Santa Cruz do Sul/RS

Pare e pense O AVÔ E OS LOBOS Um velho avô disse para seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça. – Deixe-me contar uma história: eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que aprontavam tanto, sem arrependimento por aquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu amigo morra. Lutei muitas vezes contra esses sentimentos. E ele continuou: – É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele, não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isso e da maneira correta. – Mas e o outro lobo? – Ah! Esse é cheio de raiva. Mesmo as pequenas coisas o lançam num ataque de raiva! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois não irá mudar coisa alguma. Algumas vezes é difícil conviver com esses dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito. O garoto olhou atentamente nos olhos do seu avô e perguntou: – E qual deles vence, vovô? O avo sorriu e respondeu baixinho: – Aquele que eu alimento mais frequentemente. 67

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É difícil pensar em amar alguém de quem você não gosta, amar quem o prejudica ou quem o ofendeu. Mas por mais que tentemos, ou que queiramos, a verdade é que o ódio corrói nosso espírito e somos os mais prejudicados. Pense em como você pode amar seu semelhante não importando o que ele fez ou qualquer que tenha sido a atitude dele. Afinal, “só o amor constrói”. Na vida sempre iremos encontrar algumas pessoas que sentem prazer em agredir verbalmente. Isso pode ser na família, na escola, no trabalho ou até na igreja. Nunca devemos reagir da mesma maneira, respondendo com palavrões, alto tom de voz ou ironia. Simplesmente deixar a pessoa terminar de falar e dizer-lhe que num outro momento pode-se voltar a conversar novamente. Dar tempo ao tempo é uma boa solução. Reporta-se a autoria aos índios Cherokee, Estados Unidos

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ANÚNCIO DA VINDA DO MESSIAS Passa dia com Isabel e João numa chácara ACOLHIDA: Acolher as mulheres com quentão, música junina, bandeirolas, balões, e entregar uma bandeirola e um pedaço de madeira para cada uma, para fazer a fogueira. Formar grupos de acordo com os balões e bandeirolas e as atividades valendo pontos. Momento de saudação, oração e louvor. Lembrar as aniversariantes do ano. Também o aniversariante do dia, completando 2019 anos, João Batista, que se apresenta neste momento caracterizado. Também entra em cena Isabel, a mãe de João. (Cantar Parabéns.) João se apresenta e faz o anúncio da vinda do Messias, o Salvador, conforme Marcos 1.4b,7,8. NARRADORA: João anunciou e anuncia arrependimento, perdão, vida nova, salvação. Festa de São João. Dia em que a cristandade comemora o nascimento de João Batista, o escolhido de Deus para anunciar ao povo a chegada de Jesus Cristo, nosso Salvador. Festa popular, cultural. Motivo de grande alegria. Doces, pipocas, bandeirolas, balões, fogueira, danças, jogos e atrações. ISABEL se apresenta: sou Isabel, mãe de João, esposa de Zacarias. Eu e Zacarias idosos, sempre fomos servos de Deus. A minha infância, juventude passou. No período fértil, não tivemos filhos, era estéril. Muitos planos, sonhos. Passei pela menopausa... Zacarias, meu esposo, era sacerdote. Numa das voltas do trabalho sacerdotal, Zacarias vem com uma notícia fora do comum. Muito agitado, sem fala, fazendo gestos, escreveu a notícia que teríamos um filho. Um anjo trouxe a notícia a ele enquanto orava. Tudo aconteceu como o anjo havia falado. (Isabel abraça João e diz) Meu João nasceu, cresceu e fez missão entre o povo pregando arrependimento, perdão dos pecados em Jesus Cristo. João veio preparar o caminho para o reino do céu. A tarefa dele era anunciar, prevenir o povo e suas autoridades da chegada do Messias. Deus organizou tudo para o nascimento daquele que deveria anunciar a vinda do Filho de Deus ao mundo. João foi o mensageiro que atacava e denunciava os abusos e as injustiças cometidas. Muitas pessoas se arrependeram, foram batizadas por João, apelidado de Batista. Mas as autoridades não gostaram de ver seus erros serem apontados, e João foi preso por ordem do rei Herodes. 69

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RELATO FEITO POR DUAS LIDERANÇAS: Para que seu testemunho corajoso não fosse esquecido, a igreja resolveu, no século 5 depois de Cristo, que seu aniversário fosse festejado todos os anos no dia 24 de junho. E desde então a cristandade passou a comemorar essa data com cultos festivos, fogueiras e muita festa. Também na Reforma da igreja, o dia de São João não foi desprezado. Lutero, inclusive, recomenda que essa data seja guardada. Numa prédica que dirigiu no dia 24 de junho 1525, ele lembra que “não comemoramos esta festa de São João Batista por causa da pessoa dele, mas por causa do seu ministério” (WA 17/1.285), através do qual preparou a vinda de Cristo, denunciando abusos e convidando ao arrependimento. Assim como Deus usou o testemunho de João Batista para “que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda do Senhor” (Lucas 1.17), ele continua usando o testemunho de Dietrich Bonhoeffer, Dom Romero e outros profetas que pagaram suas pregações corajosas com sangue. E tudo isso para animar o povo na luta contra “os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão” (Efésios 6.12), em favor daquilo que “é deveras digno e justo”. Por tudo isso a festa de São João deve ser comemorada como uma ação de graças, como recomendam os escritos confessionais luteranos (Apologia 21.4), onde não deve faltar comida, fogo e dança, como também um culto festivo, no qual se agradece a Deus pelo testemunho corajoso de João Batista em favor do Reino. Afinal, se a festa de São João nasceu dentro da igreja, ela também deveria ser carregada pela própria igreja. CONVITE PARA ORAÇÃO: Todo-poderoso e eterno Deus, que enviaste o teu servo João Batista para preparar a chegada de teu Filho, concede a teu povo sabedoria para compreender tuas intenções, abertura para escutar tua vontade, e coragem para denunciar todo tipo de abuso, para que também nós possamos preparar a volta de teu Filho e nosso Senhor Jesus Cristo, que contigo e com o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém. MÚSICA BRASAS VIVAS: Distribuir um carvão para cada participante para escrever seu nome no pedaço de madeira. ISABEL (segurando o carvão): Reflexão: Ai, que frio! Eu estou com muito frio. É muito frio. O frio dói. Eu estou sofrendo. Ai que frio! 70

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Como está o clima em nossa comunidade, em nosso grupo de OASE, na família? Frio? Gelado? Morno? Quente? A fé também esfria, murcha e morre, se não a alimentamos com a palavra de Deus, a oração, com hinos de louvor, vivendo em comunidade, cuidar e sentirse cuidada. Lembremo-nos: uma brasa sozinha em pouco tempo se esfria, apaga! Um monte de brasas conserva o calor. Assim também irmãs e irmãos na fé, unidos em comunhão e fraternidade contagiam uma multidão. Que sejamos brasas acesas, unidas. Que possamos contagiar com nossa alegria, com nosso carinho, abraço e cuidado. PESCARIA: Com antecedência preparar peixes de papelão e uma caixa com pó de serra ou areia e anzol. Cada peixe tem um versículo bíblico e uma palavra-chave. 1) Mateus 3.3-4, gafanhotos; 2) Mateus 3.4, cinto de couro; 3) Mateus 3.7, cobra; 4) Mateus 3.10, machado; 5) Mateus 3.11, sandália; 6) Mateus 3.12, pá; 7) Lucas 1.57, menino; 8) Lucas 1.63, tábua; 9) João 1.29, cordeiro; 10) Mateus 14.8, cabeça de João Batista no prato; 11) Marcos 1.10, pomba; 12) Lucas 1.78, luz. Obs.: a pescaria é por grupos com número igual. Todas leem o versículo e a palavra-chave em plenária. Após pendurar os peixes em um galho em lugar visível, todas as participantes vão procurar os objetos que estão escondidos: gafanhotos, cinto de couro, cobra etc. FOGUEIRA: Alguém sabe por que se acende uma fogueira na festa de São João? O que eu sei sobre a tradição faz parte de escritos que não entraram na Bíblia e um desses conta a seguinte história: Maria morava longe de sua parente Isabel. As duas estavam esperando nenê e Maria estava preocupada em como poderia ficar sabendo quando o nenê de Isabel tivesse nascido para fazer uma visita a ela. Naquele tempo não existia telefone! Então as duas se combinaram: – Olha, Maria, quando nascer o nenê, vamos fazer um grande sinal com fogo à noite e você, olhando para cá, vai ver a luz, e pode me visitar. Maria olhava cada noite. Um dia ela viu o sinal do fogo. O sinal de fogo era uma grande fogueira. E porque João, o filho de Isabel e Zacarias, foi alguém muito importante e popular, nós ainda hoje em dia conservamos esse costume da fogueira de São João. E por que João Batista é importante ainda em nossos dias? Na verdade, ele continua importante por três motivos principais: 1 – João anunciava o arrependimento, pois sem arrependimento não há perdão dos pecados e sem perdão não há salvação. 2 – João batizava levando as pessoas 71

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no caminho da salvação. 3 – João Batista anunciou Jesus Cristo, apontou para Jesus como o cordeiro de Deus. Pensemos sobre nossas falhas, atitudes do dia a dia. Uma a uma joga o pedaço de madeira e a brasa na fogueira acesa e fala o que gostaria de queimar. E com as chamas, unidas na luz de Cristo, nos concede buscar novas forças e novo ânimo. Lembrando que o Espírito Santo de Deus nos fortalece, consola, ampara e renova. Abraços. Momento de oração. ALMOÇO GINCANA: 1) Tiro ao alvo (acertar a lata com o estilingue): Qual o presente? Mateus 2.11 – Pegar uma letra do alfabeto, pensar num presente com essa letra e o grupo deve adivinhar. 2) Encher o litro com areia – Mateus 7.26. 3) Pegar bala com a boca num prato de água – Mateus 3.16. 4) Subir em árvore – Lucas 19.3-4. 5) Descascar e chupar laranja e contar sementes – Mateus 13.23. 6) Corrida de bastão com tampa entre as pernas – Filipenses 3.12-14. 7) Ovelha perdida, procurar – Lucas 15.4. 8) Estender a mão. Leva e traz (4 colunas) – Mateus 14.31. 9) Cinzas: símbolo de humildade. Cada grupo recebe cinzas para fazer o símbolo da OASE no chão (o distintivo). REFLEXÃO: Atitude: O principal motivo da festa junina está ligado à fé. João, preparando e anunciando a vinda do Salvador, que de fato veio seis meses depois. Lembrar João Batista ajuda a entender a vida nova revelada em Cristo. Sua simplicidade, atitudes, reconhecer que nada representa diante daquele que viria depois. Também na missão precisamos ser humildes, tirar o traje de gala e vestir o de caipira, o que diminui a própria importância para valorizar a mensagem. A humildade e o desejo de aprender são a postura de quem quer ser discípulo/a. Trajes simples, partilha de alimentos, fogueira, tudo enfeitado, danças, muita alegria e diversão. Nos movimentos de dança demonstramos liberdade, leveza, distração, estender a mão, alegria, brincadeira, louvor com todo o corpo. Atitude. DANÇA COM MÚSICA JUNINA: A caminho de um passeio legal: (Formar uma grande roda em pares). 1) Inicia a grande caminhada lado a lado de mãos dadas (duplas). Caminhando, dê um abraço. 2) Caminhando, quem está por fora anda, cumprimenta, e por dentro para. 3) O contrário. As duas girando. 4) Para tudo. Tem alguém com fome, deem-lhe comida. 5) Caminhando em círculo. 6) Parados: tem cadeirante caído, ajudem. 7) Caminhando. Passos à esquerda. 8) 72

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Parados: brinquem de roda como crianças. De mãos dadas. Para dentro, volta. À direita, volta – caminhando. 9) Formar um túnel e passar dentro. 10) A grande roda caminhando. 11) Está muito frio (coloque agasalhos). Correndo, mudou o clima, está muito calor. Deserto, caminhando. 12) Vamos pular a fogueira. Caminhando. 13) Pendurando bandeirolas no varal, caminhando. 14) Enchendo balões, caminhando. 15) Pular igual pipoca. Caminhando. 16) Estamos muito felizes, olhe a natureza. Batendo palmas e caminhando. 17) E vamos terminar o grande passeio, despedida. AMIGA SECRETA (Pano de prato artesanal) BOLO E PARABÉNS ENTREGA DAS LEMBRANÇAS E ORAÇÃO FINAL Paróquia de Espigão d’Oeste

Enviado por Susana A. Frühauf Espigão d’Oeste/RO

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Arquivo OASE

Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS

Datas importantes

J U L H O

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01 – 1921 – Fundação do Instituto Pré-Teológico, Cachoeira do Sul/RS 15 – 1519 – Lutero excomungado pelo papa com a Bula 17 – 1505 – Lutero ingressa no Convento Santo Augustino, Erfurt/Alemanha 20 – Dia da Amizade 25 – 1824 – Primeiros imigrantes alemães chegam a São Leopoldo/RS 26 – Dia dos Avós 27 – 1914 – Início da Primeira Guerra Mundial, na Europa

Assim como um sapateiro faz um sapato e uma costureira costura um vestido, assim a pessoa cristã deve orar. O instrumento de trabalho da pessoa cristã é a oração.

Martim Lutero

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Cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva. Tiago 1.19

Meditação POR QUE TEMOS DOIS OUVIDOS? Arquivo pessoal

Você ouve bem? Você já fez algum exame para saber se há algum problema com seus ouvidos? Atualmente existem métodos que avaliam nossa audição para saber se temos alguma deficiência. E quando temos alguma deficiência, há diversos aparelhos que nos auxiliam para que possamos ter uma vida normal e com qualidade de vida, que é o que mais nos interessa. E essas possiblidades de exames e aparelhos são com certeza uma invenção que agrada a Deus, pois o ser humano é valorizado, é beneficiado. E na vida cristã, para que servem os ouvidos? Ouvimos com atenção as prédicas, Márcia E. e Gilberto R. Zwetsch mensagens e reflexões? Com certeza, se queremos crescer na fé, temos que ouvir com muita atenção, em todos os momentos, o que foi dito sobre a palavra de Deus. Quando ouvimos a palavra de Deus, quando alimentamos nossa fé, nossas atitudes devem ser coerentes com o que ouvimos; e a partir desse momento passamos a agir de acordo com o que se espera de uma pessoa cristã: SERVIR. Servir a Deus é se colocar à disposição, é estar pronto para a seara, que é grande. Não pensemos em grandes obras, pensemos no trabalho de formiguinha que é realizado no dia a dia das comunidades. Nos grupos de trabalho: OASE, coral, presbitério, culto infantil, de idosos e tantos outros existentes nas comunidades, colocamos nossos dons, nossos recursos, a favor do outro, a favor do próximo, praticando tudo o que ouvimos. O trabalho em comunidade deve ser encarado como missão dada por Deus a você e a nós, e como em qualquer outra situação, há momentos de 75

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tensão, momentos em que as opiniões são divergentes e que geram pequenos ou grandes conflitos. É nesses momentos que temos que nos voltar e buscar orientação na palavra de Deus. O versículo base de nossa reflexão, Tiago 1.19, é um dos tantos que nos orientam: “Lembrem-se disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva”. Vejam que interessante! Primeiro, o apóstolo Tiago trata a todos nós como “queridos irmãos”. Começa tratando a todos com carinho, com amor. Em segundo lugar, ele faz com que lembremos e nos chama a atenção para que estejamos prontos para ouvir. Depois desse momento de carinho e de nos alertar, o apóstolo Tiago complementa para “demorar” a falar e por último “ficar” com raiva. O apóstolo sabe que somos humanos e que, em muitas situações, não ficamos quietos, não nos calamos, queremos ter razão e agimos com raiva. Faz parte de nossa natureza humana, pecadora. Essa exortação serve de bússola, de caminho. Faça de sua vida em comunidade momentos de servir a Deus, de criar laços de amizade, de comunhão, para que momentos de tensão possam servir para crescimento, sabendo que podemos e devemos tratar nossos irmãos e irmãs na fé como o apóstolo: com carinho, com amor, com perdão, usando os dois ouvidos para ouvir melhor e calando nossa boca. É difícil? Creia, tenha fé, Deus te dará forças para poder agir dessa forma. Que possamos colocar em prática o que está escrito no versículo 22 do mesmo capítulo de Tiago: “Tornai-vos praticantes da palavra e não somente ouvintes”. Márcia E. e Gilberto R. Zwetsch Joinville/SC

Ter o bem-estar do outro em vista ajuda a mim e a ti. Cuidar uns dos outros – assim descobrimos coisas novas que enriquecerão nossas vidas. Annette Denner

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LIBERTE-SE DAS IMAGENS QUE FAZEM MAL Arquivo OASE

“Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1). A liberdade é um bem precioso para qualquer pessoa. Há várias formas de liberdade: liberdade de expressão, política, religiosa, econômica, de gênero... Importa, porém, sempre lembrar que a condição da liberdade de cada pessoa é o bem-estar do próximo, assim como lemos em Mateus 7.12, onde Jesus Cristo diz: “Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas”. Logo, ser livre é P. Roni Roberto Balz no Encontro Nacional da OASE, muito mais do que fazer o que se quer. Ser livre é ir e vir, é comunicar e externar opiniões junho de 2018, em São Leopoldo/RS e sentimentos sempre a partir do amor, sem ferir a liberdade do outro. A busca por liberdade é uma luta constante para todas as pessoas, pois traz bem-estar, vida digna e abundante. Assim como há situações externas que escravizam, existem também causas internas que podem prender as pessoas a experiências negativas da vida, como traumas ou superstições. Essas prisões internas não escolhem classe social nem nível intelectual. A crendice, por exemplo, tende sempre a tomar conta daquele lugar que a fé cristã deveria ocupar no coração da pessoa. E por isso há imagens e lembranças que podem dominar completamente a vida das pessoas e impedir que sigam em frente. Outro dia, caminhando com minha esposa, passávamos sobre uma ponte, quando ela repentinamente segurou firme a minha mão, demonstrando muito medo. Perguntei-lhe: – O que houve? Disse-me apenas que toda vez que passa sobre pontes, é tomada de grande medo, pavor, pois lembra sonhos e lembranças traumáticas da infância que a paralisam, tamanho medo diante de uma ponte. 77

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ROTEIRO DA OASE 2019 Pxhere Assim, há situações e imagens externas e internas que podem escravizar as pessoas, impedindo-as de ter vida plena. Imagens supersticiosas do tipo: dá azar ver gato preto atravessando a rua, passar debaixo de uma escada, hospedar-se no quarto 13, embarcar com o pé esquerdo no ônibus, não sair pela porta por onde entrou. Podem ser algemas que prendem muitas pessoas ainda hoje. Em muitos casos, essas experiências condicionam e limitam atitudes, escravizando pessoas a medos e bloqueios. E por falar nisso, se existe, qual é o trauma, lembrança ou superstição que interfere no seu bem-estar? Na sua liberdade de ir e vir? Como símbolo, o crucifixo lembra Quais são as imagens e os símbolos que você a paixão, o sofrimento lembra e conhece? E o que eles significam? e a morte de Jesus Como eles ajudam as pessoas? E quando eles atrapalham? (Conversar um pouco sobre eles.) Depois dessa partilha, vale a pena ainda ressaltar que existe uma diferença entre imagem e símbolo. Enquanto a imagem é aquilo que os olhos veem, concreto, real, e sobre isso muitas pessoas colocam sua força e fé, e por isso Deus proíbe que se faça imagem dele (Êxodo 20.4), o símbolo aponta para algo que vai além dele mesmo, servindo apenas de instrumento para conduzir a algo que o transcende. Exemplo dessa confusão já se viu quando o crucifixo foi visto como imagem e não como símbolo, sendo jogado no fogo. Vale lembrar que, como símbolo, o crucifixo lembra a paixão, o sofrimento e a morte de Jesus. Portanto a questão central sobre esse tema é perceber o quanto uma imagem exerce influência e poder sobre uma pessoa, para o bem ou para o mal. Ela leva a Deus ou afasta de Deus? Ela provoca a pessoa a amar o próximo ou a prejudicá-lo? Ela ajuda a agir com humildade ou torna alguém egoísta e orgulhoso? A imagem que se guarda no íntimo desperta a paz interior ou provoca sentimentos de raiva, vingança e ódio? Protege a vida ou produz a morte? Essas perguntas deveriam ser respondidas em relação às imagens que se guardam e divulgam. Pois cada imagem tem o poder que a pessoa quer dar a ela. Ou seja, é a fé que se coloca nas coisas que pode exercer influência sobre as pessoas ou não. O objeto, o trauma ou a imagem em si não podem fazer nada,

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a não ser que a pessoa autorize pela fé. Então ela pode estar sujeita e escrava daquilo, ou estar livre, quando crê em algo maior, que vai além das prisões. Assim toda imagem é uma representação de alguma coisa, e esse ato, intencional ou não, abre o espaço simbólico que as imagens possuem. Ou seja, as imagens têm o poder de moldar e influenciar as pessoas sobre determinado assunto. Neste sentido, nos dias de hoje, empresas especializadas em marketing e propaganda inclusive criam imagens que ajudam a vender produtos, nem sempre tão benéficos ao ser humano. Mas a sociedade absorve essas imagens, que vão despertando o desejo de consumo. Vivemos na era da imagem, algumas até apelativas. Mas então: como se libertar das imagens que fazem mal? Podem-se encontrar várias respostas. A maioria delas é de autoajuda, ou seja, por meio de técnicas e passos, a pessoa precisa controlar sua mente e sentimentos prejudiciais para alcançar a liberdade desejada. Algumas até têm sua eficiência momentânea, porém a maior força libertadora vem de fora de nós, vem de Jesus Cristo. Ao vencer a morte por meio da ressurreição, Jesus nos liberta de tudo o que nos prende ao sofrimento do corpo, causado pela morte, e nos faz esperançar por algo maior: o reino de Deus. Com isso, não se justifica o descaso com o sofrimento do corpo, mas nos faz olhar para algo que está além do sofrimento: a vida plena com Deus. E esse presente de Jesus, dado gratuitamente e recebido pela fé, nos liberta dos poderes do mal deste mundo e nos encoraja a servir com amor, humildade e altruísmo, em gratidão a ele que nos serviu primeiro. Por isso a OASE é um espaço privilegiado dentro da igreja, onde se podem criar laços de amizade, encontrar oportunidades de servir e vivenciar a liberdade que Cristo nos conquistou. Onde podemos ser quem somos, sem máscaras, pois Deus já nos aceitou por meio de Jesus Cristo. Portanto Cristo é nosso libertador. Nele e junto dele, por meio da oração e da sua Palavra, nenhuma imagem pode nos fazer mal. Em Cristo estamos livres para amar e servir, transformando realidades para o bem-estar de todas as pessoas. P. Roni Roberto Balz Diretor do Centro de Literatura Evangelística da IECLB Blumenau/SC

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É TEMPO DE FAZER AMIGOS Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos. Mario Quintana Amizade implica fazermos coisas juntos. Fazermos coisas juntos requer tempo. Eis o resultado de uma boa amizade: tempo e atividades juntos. Mas como cultivar amizades quando o que mais ouvimos e dizemos é: “não tenho tempo”? As melhores amizades estão na família. Quando nascemos, ganhamos de presente potenciais amigos e amigas (pais, irmãos e irmãs). A família é o melhor contexto social para cultivarmos boas amizades. Muitos pais não conseguem desenvolver uma amizade com seus filhos e suas filhas, quando muito, impõem ou exigem apenas o respeito à hierarquia. A amizade é dádiva de Deus. Ao recebê-la, precisamos cultivá-la com amor e dedicação. À semelhança do cultivo de um jardim (solo, tempo, clima, insetos etc.), é preciso considerar que a amizade envolve fatores sociais e tecnológicos marcados por transições e formas de pensamento e comportamento que são verdadeiras ameaças ou potencialidades para fazer amigos e amigas. A cultura atual é fortemente marcada pelo culto ao individualismo (realização pessoal, narcisismo, satisfação pelo consumo etc.), denominada como tempos líquidos. Nada é para durar (relações descartáveis, efêmeras e utilitaristas). O sociólogo Zygmund Bauman, no livro Amor líquido (2004), define nossa cultura como modernidade líquida – um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, que traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos – um amor líquido. Nossas relações em “tempos líquidos” tornaram-se “flexíveis”, gerando níveis de insegurança sempre maiores. Os relacionamentos não são mais presenciais, agora acontecem em redes sociais (celulares, Facebook, WhatsApp etc.), as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade – e frequentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual –, fazendo com que não saibamos mais manter laços afetivos a longo prazo. Bauman faz a seguinte constatação e alerta-nos: não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também nossa capacidade de tratar uma pessoa estranha com humanidade é prejudicada. Bauman busca esclarecer, registrar e apreender de que forma a pessoa sem vínculos – figura central na atualidade – se conecta. 80

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O contato via rede social (relações momentâneas, frágeis e volúveis) tomou o lugar do encontro pessoal da maioria das pessoas. Somos marcadas pela ausência de comprometimento. O mundo virtual facilita o “desconectar-se”. As pessoas cultivam relacionamentos descartáveis. As boas amizades, na família, escola, igreja e no trabalho, são simultaneamente “mais frequentes e mais banais, mais intensas e mais breves”. O próprio conceito de amiade mudou frente às novas configurações sociais e tecnológicas. Basta um “clique” e você faz ou desfaz uma amizade. A mentalidade individualista/narcisista reforça comportamentos superficiais e descartáveis, acentuando a insatisfação interior frente à necessidade que temos de relacionamentos. Nunca na história da humanidade vivemos tão perto uns dos outros e ao mesmo tempo tão sozinhos. Em vez de nos aproximar, servindo como ferramenta para cultivarmos nossas amizades, as redes sociais estão nos isolando e empurrando cada um para uma vida social solitária. Você sabia que a maioria dos casos de divórcio (traição conjugal) é por causa das redes sociais? Que a falta de atenção de pais para com os filhos e filhas é por que estes passam muito tempo nos celulares? E ainda, que a grande maioria das pessoas não larga seus celulares durante a refeição? Estamos conectados com o mundo, mas carentes de amizades. Pxhere Se você tem um celular, assista ao vídeo Amigos, de Thiago Rodrigo, disponível em: <https://www.youtube.

com/watch?v=6RJcd9H3Bko>.

O pastor Thiago Rodrigo nos alerta: “Nunca conhecemos tanta gente como conhecemos hoje e nunca fomos tão carentes de relacionamentos como somos hoje; a verdade é simples: não fomos feitos pra viver sozinhos”. Você sabia que dos 400 amigos e amigas que podemos fazer durante toda a vida, apenas seis se tornam íntimos? E mais: pessoas que vivem cercadas de amigos e amigas sofrem menos de ansiedade e depressão; já quem vive isolado tem três vezes mais chances de morrer prematuramente?

Basta um “clique” e você faz ou desfaz uma amizade

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Sobre a amizade, filósofos meditam; artistas pintam e cantam; terapeutas recomendam como remédio para a alma. E para você, qual o valor da amizade? Qual o pensamento e a atitude de Jesus sobre a amizade? Ele recomendou: “usem as riquezas deste mundo para conseguir amigos [...]” (Lucas 16.9). Jesus começou a chamar seus discípulos de amigos em vez de servos (João 15.15). Leia Lucas 16.1-9 e reflita sobre estas questões: O que o texto diz? Trata-se de uma parábola exemplificadora. Não é uma alegoria. É uma história do cotidiano, visa inspirar novas atitudes. Vejamos os fatos: 1. Um administrador denunciado por esbanjar os bens e que foi demitido. 2. Não querendo trabalhar ou mendigar, seguiu três passos: a) identifica uma oportunidade; b) planeja como aproveitá-la; c) executa seu plano. 3. Ele foi elogiado: pelo patrão (por sua astúcia e engenhosidade) e por Jesus (por ser mais astuto que os filhos da luz em seus relacionamentos). O que o texto quer dizer? 1. Para que seus leitores e leitoras compreendam corretamente o texto, Lucas revela o lugar das riquezas materiais e sua verdadeira utilidade: fazer amigos e amigas. 2. Jesus não deixa margem para interpretação errada. Ele disse: “usem as riquezas deste mundo para ganhar amigos [...]”. Percebemos que: a) a riqueza é qualquer coisa: dinheiro, tempo, bens; b) ganhar amigos e amigas é o lucro que devemos buscar. 3. Vemos aqui a “lei da semeadura”. Devemos administrar tudo o que temos como quem irá prestar contas. Devíamos administrar tudo o que temos (tempo, dinheiro, bens etc.) com o propósito de ganhar amizades. O que você vai fazer? É fácil vivermos em nosso mundo particular, pois amizades custam nosso tempo e bens; há um preço a pagar. Como podemos “usar as riquezas deste mundo para ganhar amigos e amigas”? Vejamos: 1. Identifique oportunidades: suas ações estão levando pessoas para o reino de Deus? Como usar o que você tem para ganhar amigos e amigas? 2. Planeje como aproveitar as oportunidades: planeje ações que farão tanto bem que as pessoas se lembrarão disso para a eternidade. 82

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JULHO

3. Execute seu plano: o que você fez ontem, está fazendo hoje e vai fazer amanhã? Jesus nos chamou para a amizade. É um convite pessoal, amoroso e eterno para sermos transformados e experimentarmos a liberdade e a responsabilidade humana. Invista tempo em suas amizades. Cultive a arte de conviver. Ligue para suas amigas e seus amigos e visite-os. Façam coisas juntos. Diga e demonstre o quanto se importa com eles. Dedique-se intencionalmente a cultivar suas amizades. Ouça e reflita sobre a canção que diz: “Se uma boa amizade você tem, louve a Deus, pois a amizade é um bem. Toda boa amizade você deve conservar [...]” (HPD 2, 412). Miss. Romildo Ricardo Ramlow Panambi/RS

BÊNÇÃO DAS MÃOS Benditos sejam os trabalhos de nossas mãos. Benditas sejam estas mãos que tocaram a vida. Benditas sejam estas mãos que criaram coisas belas. Benditas sejam estas mãos que contiveram a dor. Benditas sejam estas mãos que abençoaram com paixão. Benditas sejam estas mãos que plantaram novas sementes Benditas sejam estas mãos que levantaram colheitas. Benditas sejam estas mãos que se endureceram com o tempo. Benditas sejam estas mãos que se enrugaram, se feriram trabalhando pela justiça. Benditas sejam estas mãos que se deram e foram recebidas. Benditas estas mãos que sustentaram as promessas do futuro. Benditos sejam os trabalhos de nossas mãos. Amém. Diac. Telma Merinha Krammer

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Arquivo OASE

Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS

Datas importantes

A G O S T O

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05 – 1872 – *Oswaldo Cruz, cientista, médico-sanitarista (+11/02/1917) Dia Nacional da Saúde 06 – 1945 – Primeira bomba atômica sobre Hiroshima, no Japão 11 – Dia dos Pais 15 – 1899 – Primeiro grupo de OASE, em Rio Claro/SP 21 a 28 – Semana Nacional da Pessoa com Deficiência

A consciência é cativa da Palavra de Deus.

Martim Lutero

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AGOSTO

AGOSTO Vão e anunciam isto: “O Reino do Céu está perto”. Mateus 10.7

Meditação PESSOAS MELHORES

U

ma das coisas mais belas que Deus nos proporciona é o recomeço. O passado não pode ser mudado, mas aprendemos que recebemos o perdão dos pecados quando nos arrependemos. Recebemos uma nova oportunidade, e um novo tempo se abre para nós, um tempo de amor e perdão. Deus nos perdoa e nos restaura, nos mostra um caminho de paz e esperança. Há momentos em nossas vidas em que enfrentamos dificuldades e nos sentimos abandonados. Angústias e incertezas enchem o coração. O salmista o expressou assim: “Ainda que eu ande por um vale escuro como a morte [...]” (Salmo 23.4). Será que Deus nos abandona nessas horas? Na sequência, o salmista expressa também a confiança de quem tem fé: “[...] não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo; tu me proteges e me diriges”. E nós também cremos na promessa de Jesus de estar conosco todos os dias de nossas vidas (Mateus 28.20). Quando agimos de forma errada, começamos a sentir um peso e uma tristeza; e ficamos arrasados. A culpa aponta nossos erros, que castigam nossa consciência. Somente Deus é capaz de transformar nossa vida, modificar pensamentos e principalmente atitudes. O amor em Deus torna nosso coração mais puro. Quando cremos em Deus, ele cria em nós um novo começo. Ele nos dá paz! E podemos recomeçar a cada dia e ser pessoas melhores. E assim, acreditando em Deus, devemos propagar nossa fé e levar aos necessitados o conforto, aliviando seus sofrimentos e suas ansiedades, uma luz para seus tormentos, despertando-os para a esperança, para que a paz esteja com cada um e faça nascer um novo ânimo para uma nova vida. Senhor Deus, somente pelo poder de tua Palavra e do teu Espírito agindo em nossos corações é que poderemos resistir a todas as ameaças e crer naquele que tu mandaste para nos salvar. Pedimos-te, Senhor, que nos fortaleças e nos concedas a coragem para enfrentar e vencer os problemas da vida. Senhor, enche nossos coração com a tua paz. 85

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Sejamos mensageiras de Deus para propagar o caminho da luz e verdade, assim como propagamos a fé em Jesus Cristo, o filho unigênito, no Espírito Santo e na igreja cristã quando oramos o Credo Apostólico. Deus ilumine nossas vidas! Oração: Credo da Mulher Creio em Deus, que criou a mulher e o homem à sua imagem, que criou o mundo e recomendou aos dois sexos o cuidado da terra. Creio em Jesus, filho de Deus, eleito de Deus, nascido de uma mulher, Maria, que escutava as mulheres e as apreciava; que morava em suas casas e falava com elas sobre o reino; que tinha mulheres discípulas, que o seguiam e o ajudavam com seus bens. Creio em Jesus, que falou de teologia com uma mulher, junto a um poço, e lhe revelou, pela primeira vez, que ele era o Messias, que a motivou a ir e contar as grandes novas na cidade. Creio em Jesus, sobre quem uma mulher derramou perfume na casa de Simão; que repreendeu os homens convidados que a criticavam. Creio em Jesus, que disse que essa mulher seria lembrada pelo que havia feito: servir a Jesus. Creio em Jesus, que curou uma mulher no sábado e lhe restabeleceu a saúde porque era um ser humano. Creio em Jesus, que comparou Deus com uma mulher que procurava uma moeda perdida, com uma mulher que varria, procurando a sua moeda. Creio em Jesus, que considerava a gravidez e o nascimento com veneração, não como um castigo, mas como um acontecimento desgarrador, uma metáfora de transformação, um novo nascer da angústia para a alegria. Creio em Jesus, que se comparou à galinha que abriga os seus pintinhos debaixo de suas asas. Creio em Jesus, que apareceu primeiro à Maria Madalena e a enviou para transmitir a assombrosa mensagem “Ide e contai...”. Creio na universalidade do Salvador, em quem não há judeu nem grego, escravo nem homem livre, homem nem mulher, porque todos somos um na salvação. Creio no Espírito Santo, que se move sobre as águas da criação e sobre a terra. Creio no Espírito Santo, o espírito feminino de Deus, que nos criou e nos fez nascer e qual uma galinha nos cobre com suas asas. Amém. Fonte: Orações. Para diferentes momentos da vida. Org. João Artur M. da Silva. São Leopoldo: Sinodal, 2017. p. 70.

Nadir Klaus Três Passos/RS

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AGOSTO

LIBERTE-SE DO COITADISMO Coitada é uma pessoa que sofreu uma desgraça, dor, pena ou aflição. É um indivíduo miserável, desgraçado e infeliz. Imediatamente nos lembramos de Jó, que perdeu seu bens, seus filhos e seus amigos. Era uma situação miserável. E muitas pessoas passam por períodos assim. Pessoas que provocam nossa compaixão e admiração, por que mesmo em situação miserável, estiradas no chão, elas ainda olham para o alto em busca das estrelas. Existem também aquelas que se entregam ao coitadismo, que é um termo que advém da palavra coitado, mas carregada de negatividade, porque o coitadismo pode ser uma bengala, uma maneira torpe e equivocada de conseguir atenção e carinho. A pessoa que usa o coitadismo para se relacionar é aquela que não quer resolver seus problemas. Ela vive em função deles e acha tudo muito difícil. Nada dará certo. Ninguém a entende. Só ela tem problemas. Ela é sempre vítima de tudo. Acredito que a maioria de nós conhece alguém assim; ou às vezes adota esse expediente. Nós seres humanos nos adaptamos ao que é bom e confortável. O que nos dá prazer, satisfação e alegria. Mas também nos habituamos ao que é ruim e nos puxa para baixo, ao lamento, à tristeza e ao sofrimento. Pessoas que têm experiências muito duras e difíceis, muitas vezes, não se sentem confortáveis em estar bem, felizes, transbordantes. Elas, muitas vezes, não se autorizam ao deleite, à alegria e ao bem-estar. Às vezes, não se sentem merecedoras da felicidade. Outras vezes, têm medo de apostar e perder. E assim, de argumento em argumento, vão lamentando e sofrendo. Sua confiança na vida e em Deus está minada e enfraquecida. Elas não se entregam e não confiam. Quando entregam suas aflições, tomam de volta por não conseguir estar bem. No coitadismo, temos ganhos secundários que são supridos com a atenção do outro e com nossa acomodação. Ficamos na lamentável zona de conforto e não precisamos nos empenhar e esforçar, nos desinstalar e inventar novos caminhos e possibilidades, trabalhosos e sem garantia, mas que permitem satisfação e alegria já no caminho e no processo. Provocam crescimento e dignidade. Pensei no texto em que Abigail, em uma postura muito proativa, pretende acalmar o irado coração de Davi e lembrá-lo que em qualquer circunstância, por mais adversa que seja, que mesmo que alguém atente contra sua vida, ainda 87

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assim, ele não estará sozinho. Ela invoca uma bênção sobre a vida dele: “Se algum homem se levantar para buscar a tua vida, então, a tua vida será atada no feixe dos que vivem no Senhor, teu Deus” (1 Samuel 25.29, cf. Almeida Revista e Atualizada). Nossa vida atada como um feixe dos que vivem no Senhor é protegida e fortalecida. Penso na imagem que enlouquece as crianças quando, com carinho e segurança, as tomamos do chão e as colocamos embaixo do braço. Imobilizadas, quando confiam nos adultos que brincam com elas, se regozijam de alegria. É uma farra gostosa. Mas tem que haver muita confiança de que o adulto não fará sacanagem. Então ela também saltará nos abraços de alturas consideráveis sem medo, porque sabe que será amparada pelo adulto. Sim, apostar em relações saudáveis, cuidar de nós mesmas, de nossas dores e aflições, sendo perseverantes e tendo como objetivo a superação. Lembrar o grande amor de Deus por nós, que não nos criou para a infelicidade e a desgraça, mas para a felicidade e a plenitude. Amparar-nos nele e buscar inspiração e orientação. O Salmo 18.1-6 também pode nos ajudar nessa entrega e busca: Ó Senhor Deus, como eu te amo! Tu és a minha força. O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador. O meu Deus é uma rocha em que me escondo. Ele me protege como um escudo; ele é o meu abrigo, e com ele estou seguro. Eu clamo a Deus, pedindo ajuda, e ele me salva dos meus inimigos. Louvem a Deus, o Senhor! Estive cercado de perigos de morte, e ondas de destruição rolaram sobre mim. A morte me amarrou com as suas cordas, e a sepultura armou a sua armadilha para me pegar. No meu desespero, eu clamei ao Senhor e pedi que ele me ajudasse. Do seu templo no céu o Senhor ouviu a minha voz, ele escutou o meu grito de socorro.

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AGOSTO

A poetisa Cora Coralina também nos inspira: Mesmo quando tudo parecer desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir. Nossos grupos da igreja devem primar pelo cuidado com a pessoa que sofre, mas deve ser com um olhar que empodera a pessoa, que a liberte para a plenitude. Dinâmica: Após conversar sobre o tema, passar com uma cesta que contenha corações do tamanho da palma de uma mão de cores diferenciadas. Cada participante pode pegar dois corações. Escreva as frases a) e b) em folhas para motivação. Dependendo do grupo, precisa de um cartaz ou então apenas de uma folha A4: a) Há tempo de colo e para enxugar as lágrimas. Em um coração, escrever brevemente com palavras ou frases pequenas como gostaria de ser acolhida em tempos de lutos e perda. b) Há tempo para olhar para o alto e procurar as estrelas. No outro coração, escrever como acha possível ser ajudada após uma queda. Como parar de lamentar e comprometer-se consigo mesma, com sua história de superação. Dar um tempo para realizar a atividade. Após a conclusão, todas podem ler para o grupo. Primeiramente a letra a) e após a letra b). Destacar aspectos que ensinam empatia, respeito e acolhida ao sofrimento do próximo, que vise à superação e não à perpetuação das dificuldades. Bênção: (Ler como jogral.) 1 – Que Deus, para quem a noite é tão clara como o dia, guie teus passos no caminho. 89

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2 – Que Deus, que está contigo quando estás sentada e levantando, te rodeie com seu amor e te segure pela mão. 1 – Que Deus, que conheceu teu caminhar e teu descansar, esteja contigo, dando-te esperança. 2 – Que Deus seja a boa notícia que tens para compartilhar com o mundo e que ele te guie pelo caminho eterno. Todas: Que assim te abençoe o nosso Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Assim seja. Pª Vera Maria Immich Curitiba/PR

CONSTRUINDO COMUNIDADES MAIS INCLUSIVAS Promover espaços onde todas as pessoas podem participar integralmente com igualdade, liberdade e autonomia é um compromisso constante com o próprio Evangelho. Não há fundamento bíblico que legitime ações de exclusão. O apóstolo Paulo escreve que, na igreja, não existe diferença entre judeus e não judeu, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só, por estarem unidos em Cristo Jesus (Gálatas 3.28). Assim, comunidade cristã é aquela que acolhe, inclui, oferece lugar e valoriza todas as pessoas. Infelizmente, olhando ao nosso redor, vemos pessoas excluídas do convívio comunitário e social. São pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida, pessoas de outras etnias e raças. A exclusão acontece tanto por falta de atitudes de acolhimento como por falta de rampas. Banheiro adequado, comunicação na língua de sinais, que é a forma como a pessoa surda se comunica. Em sua comunidade, há pessoas que estão ou se sentem excluídas do convívio comunitário? Pessoas que usam cadeiras de roda, muletas, bengalas conseguem vir até os espaços da comunidade com segurança e autonomia? A IECLB, desde 1959, vem refletindo e promovendo ações para a inclusão da pessoa com deficiência. Em 1990, o Concílio da Igreja aprovou cinco moções para promover reflexões e ações nessa área. Destacamos a criação de 90

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uma coordenação nacional para promover a reflexão com as comunidades e instituições e a recomendação de que todos os espaços comunitários tenham rampas e banheiros adaptados. Em 2010, o Concílio da Igreja lembrou a necessidade do cumprimento da moção referente à acessibilidade arquitetônica para estarmos em concordância com a legalização brasileira (Lei 10098/2000 e NBR 9050). Também recomendou que fossem dados passos significativos para promover a acessibilidade comunicacional (material em formato acessível para pessoas cegas e comunicação em Libras). A OASE teve um papel importante nesse processo de reflexão, pois em 1990 e 1991 ela ajudou a realizar a pesquisa na IECLB para saber quantas e quem eram as pessoas com deficiência. Com base nesses dados, várias ações foram realizadas para que as pessoas com deficiência pudessem participar da vida comunitária e também da vida social. E hoje, como a OASE pode contribuir nesse processo de construir comunidades cada vez mais inclusivas? Promovendo a acessibilidade! Para incluir, precisamos oferecer acessibilidade, dar condições para que as pessoas possam vir e participar com autonomia e segurança e, principalmente, sentir-se acolhidas. Convido você, seu grupo, para promover comunhão, por meio da acessibilidade! Aceita? Inicialmente, vamos olhar ao nosso redor: Como está o acesso para pessoas com deficiência, pessoas idosas e pessoas com mobilidade reduzida ao templo, ao salão comunitário, à secretaria, à quadra de esportes, ao pátio e também ao cemitério da comunidade? Há rampas de acesso? Sinalização tátil? Os locais disponíveis para estacionamento preveem estacionamento preferencial para pessoas com deficiência e idosas e está devidamente sinalizado? Há embarque e desembarque em área coberta? O pátio da comunidade possibilita que uma pessoa cadeirante ou com muletas se locomova com segurança e autonomia? Uma cadeira de rodas em pátio com brita dificilmente sai do lugar! Como são os banheiros? Uma pessoa que usa cadeira de rodas consegue utilizar sozinha o banheiro? Além de olhar para o espaço físico e propor acessibilidade arquitetônica, é importante refletir sobre atitudes de inclusão. Atitudes de inclusão promovem a convivência e a comunhão, pois estão baseadas no respeito às diferenças. É 91

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ver sempre a pessoa e não sua deficiência e limitação, é ter um olhar sem preconceitos, sem pena e desvalorização. Um olhar preconceituoso, desconfiado pode ferir mais do que palavras. Também é importante utilizar o termo pessoa com deficiência, pois antes de tudo ela é uma pessoa, é gente como eu e você, que tem uma característica diferente. Uma comunidade acessível proporcionará que as pessoas com deficiência participem das atividades da comunidade durante todo o ano e não apenas em dias especiais. Sabemos que a inclusão acontece quando há respeito, valorização e convivência com a pessoa com deficiência. Inclusão acontece quando aprendemos a dar graças pelo privilégio de conviver e aprender com a pessoa com deficiência. A comunidade só é completa quando acolhe todas as diversidades. A comunidade vivida exemplarmente por Jesus entra em contato e acolhe todas as pessoas. A igreja é uma comunidade de pessoas com dons diferentes, que se complementam entre si. Incluir as pessoas com deficiência e envolver-se com elas, conforme o lema “nada sobre nós, sem nós”, não é mera opção para a igreja de Cristo. É característica essencial do ser da igreja. Para mais informações sobre acessibilidade, veja a cartilha Caminhos de Comunhão: orientações sobre acessibilidade, que está disponível no formato PDF no Portal Luteranos no seguinte endereço: <http:www.luteranos.com.br/ conteudo/caminhos-de-comunhão-orientações:sobreacessibilidade-2>. Obrigado a vocês, mulheres da OASE, por fazerem parte desse processo de construção de comunidades cada vez mais inclusivas. Diác. Ma. Carla Vilma Jandrey Coordenadora de Diaconia e Programa Diaconia Inclusão da IECLB São Leopoldo/RS

Deus, fonte da vida, fôlego da nossa ânsia, origem de tudo o que existe, abençoa-nos com a luz da tua presença, que faz frente aos nossos medos. Abençoa-nos, a fim de que sejamos nós uma bênção e preparemos o caminho da paz com mãos cheias de afeto, um coração atento, olhos abertos e passos corajosos! Katja Süss 92

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Pare e pense COM O TEMPO, APRENDI NA VIDA... Nunca desistir da luta e aceitar as pessoas como elas são. Perdoar quem nos ofendeu e jamais perder a esperança. Aprendi que, com o passar dos anos, lutando pela vida, trabalhando, fui me tornando uma pessoa melhor. Com o tempo, aprendi a ser mais tolerante comigo mesma e com as pessoas que estão ao meu redor. Aprendi, com o passar dos anos, que Deus me permitiu ter persistência e força de superação para conseguir as coisas que pretendia alcançar. Aprendi, com a bênção de Deus, a ser forte, batalhadora e, acima de tudo, a ser feliz. Aprendi a ser grata pela oportunidade de conhecer meus netos, conviver com eles e lhes ensinar algo que aprendi com a vida. Aprendi a ser corajosa e a enfrentar as coisas sem medo. Aprendi com a vida que as coisas mais importantes não se conquistam nem se compram com dinheiro. Com a vida, aprendi que a gente tem que valorizar mais as pessoas. Com o tempo, aprendi a não ser tímida com uma pessoa que me desafiou na vida. Com o tempo, aprendi a dar valor à água que sai da torneira. Com o tempo, aprendi a valorizar o tempo e as pequenas coisas que acontecem no meu cotidiano. Com o tempo, percebi que meu casamento foi bom, pois com ele aprendi o que é respeitar, trocar ideias e conversar. Com o tempo, aprendi que deveria ter me valorizado mais e ter desistido de quem não me fez feliz. Aprendi com o tempo que não é necessária tanta pressa e que tudo se resolve no seu devido tempo. Com o tempo, aprendi que deveria ter corrido atrás dos meus sonhos depois de adulta, a familiarizar-me com as letras e aprendido a ler e escrever. Com o tempo, aprendi que pessoas, sentimentos, sonhos mudam, porém os momentos intensos vividos não se apagam em nossa memória. Elaborado pela OASE Martin Luther, de Marechal Cândido Rondon/PR, redação de Célia Liessem Vigorena, que representa as lições que essas mulheres aprenderam ao longo do tempo.

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Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS. Visita à Faculdades EST

S E T E M B R O

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Datas importantes 01 – 1939 – Início da Segunda Guerra Mundial, na Europa 1907 – Primeiro grupo de OASE do Sul do Brasil, Blumenau/SC 07 – 1822 – Independência do Brasil 11 – 1990 – Fundação da Comunhão Martinho Lutero, no Brasil 14 – 2005 – Fundação da Associação Nacional dos Grupos de OASE do Brasil 20 – Dia da Escola Dominical 15-22 – Semana Nacional da OASE 21 – Dia da Árvore 27 – Dia do Ancião e da Anciã 29 – Dia de São Miguel e todos os anjos

Devemos desfrutar deste mundo com ética, e vivê-lo no amor, preservando-o.

Martim Lutero

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SETEMBRO

SETEMBRO O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida. Mateus 16.26

Meditação NO CAMINHO PARA A VERDADEIRA VIDA Segui-me, sou Cristo, o Senhor, discípulos, segui-me! Negai o mundo sedutor, eu sou o Mestre, ouvi-me! A vossa própria cruz levai, as minhas obras imitai!

Arquivo pessoal

(HPD 1, 177; Livro de Canto da IECLB, 512)

E

sse hino pode ser o fio vermelho da nossa meditação, pois expressa exatamente o que o nosso texto diz: o Gudrun Braun que devemos fazer para ganhar a verdadeira vida. Lendo o texto, lembrei-me logo da tentação de Cristo, quando o tentador prometeu a Jesus todas as riquezas deste mundo. Mas Jesus resistiu e ordenou: “Vá embora, Satanás!” (Mateus 4.10). Será que hoje é diferente conosco? Não somos confrontadas diariamente com tentações, das mais diversas maneiras? Aprofundando um pouco mais a reflexão sobre o texto, nós nos confrontamos com a segunda tentação de Jesus – e podemos fazer um exercício a partir da visão de Pedro, discípulo que foi escolhido por Jesus para ser a pedra fundamental sobre a qual edificaria a sua igreja. Pedro não quis ver o Mestre sofrer. Ele chamou Jesus para bem perto dele, como nós também fazemos quando queremos falar um assunto importante para uma pessoa. Ele pediu a Jesus para que tivesse compaixão dele. Mas Jesus foi claro: “Saia da minha frente, Satanás!” (Mateus 16.23). Com isso Jesus não quis chamar Pedro de Satanás, mas deixou claro que estava ciente que as palavras dirigidas a ele foram colocadas na boca de Pedro. Assim o escolhido como pedra fundamental da 95

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igreja também se tornou pedra de tropeço. Não foi somente Pedro que pensava de forma intensa na glória terrena. Todos os discípulos imaginavam que Jesus viria para estabelecer um reino glorioso. Eles acreditavam que seus serviços seriam recompensados por bens materiais e honrarias. Não imaginavam, nem de longe, que seguir a Cristo também significaria sacrifício, carregar a cruz! Por isso, num primeiro momento, as palavras do nosso texto não foram dirigidas ao povo, e sim aos discípulos. E o número de discípulos não estaria limitado aos que andavam com Jesus, pois Jesus lhes ordenou: “Vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28.19). Depois dessa introdução sobre a decepção de Pedro, talvez possamos entender melhor o nosso texto, que atinge cada pessoa que quer atender ao chamado, feito a todos, de seguir Jesus. “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida” (Mateus 16.26). Na verdade, em vez de vida verdadeira a tradução original é: a alma. Em si, alma e vida verdadeira, no nosso texto, têm o mesmo sentido. Sobre isso vamos refletir um pouco mais adiante. O imperador Carlos Magno, 742 d.C.-814 d.C., foi um monarca cristão para quem não faltaram poder e riqueza. Quando morreu, não foi sepultado como se estivesse dormindo, num abrigo, mas em um trono dourado, vestido em suas vestes reais. Uma Bíblia aberta foi posta sobre seus joelhos, e um de seus dedos apontava para as palavras: “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida”. Com certeza essas palavras valem para toda a humanidade, mas quantas vezes e por quantas pessoas são levadas a sério? Conhecemos alguns ditados como: “Quanto mais se tem, mais se quer”; “Desta vida nada se leva (de bens materiais)”; “Que adianta ganhar o mundo e perder a alma”; “O que se leva da vida é a vida que se leva”. Os bens que possuímos podem ser aproveitados por um tempo limitado. Devemos estar atentos para ouvir uma voz baixinha dentro de nós que nos alerta para estarmos preparados para uma vida futura sem bens materiais, ou, como alguém certa vez disse: “Essas palavras devem soar como trombeta aos nossos ouvidos de manhã, quando acordamos, e à noite, quando nos deitamos para dormir”. Seria bom que ficassem gravadas em nossa memória de tal maneira que não pudessem ser apagadas jamais pelo mundo ou pelo tentador. Não precisamos condenar os bens materiais, pois o dinheiro bem aplicado, sem visar a uma recompensa pessoal, pode ajudar muitas pessoas necessitadas. Um dia, num grupo de reflexão, falou-se sobre necessidades essenciais para a 96

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SETEMBRO

vida. Uma mulher da África respondeu: “Ter o suficiente para comer, uma cama quentinha e relações humanas”. Essa resposta impressionou todos do grupo. Nesta vida, o valor de uma pessoa pode ser calculado pela fortuna que tem ou pelo que ela é, mas a vida verdadeira, a alma, é muito mais do que algo que possa ser calculado fisicamente. A vida vindoura será calculada conforme a nossa participação na vida de Cristo, o que nem sempre é fácil, pois inclui sacrifícios, e por vezes sofrimento. Sim, muitas vezes devemos carregar a cruz, sabendo que Jesus, o nosso bom pastor, nos guia. Mas sabemos também que a glória será para sempre. Ter o mundo inteiro não tem o valor de uma só alma. E mais, Jesus ensinou que não existe nada neste mundo que recupere a perda da vida vindoura. No tempo todo em que pensei e meditei sobre o texto, acompanhou-me o hino: A Jesus fiéis sigamos, imitando o exemplo seu; em sincero amor sirvamos com os dons que Deus nos deu. Sempre ao céu jornadeando, já na terra celestiais, puros e na fé leais, e no amor a fé mostrando. Sê comigo, fiel Jesus; eu te sigo em tua luz. (HPD 1, 188) Todos nós, chamadas para ser seguidoras de Jesus, estamos no caminho para alcançar o alvo: a verdadeira vida. Quando ainda não a alcançamos, devemos falar como Paulo: “Não estou querendo dizer que já consegui tudo o que quero ou que já fiquei perfeito, mas continuo a correr para conquistar o prêmio, pois para isso já fui conquistado por Cristo Jesus” (Filipenses 3.12). Roguemos a Deus todos os dias para que nos conceda fé e coragem para confessar Cristo diante das pessoas, para depois desta vida herdar a vida verdadeira. Gudrun Braun Rio de Janeiro/RJ

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LIBERTE-SE DOS PADRÕES PREESTABELECIDOS O que significa a palavra padrão? Usamos esse termo de diversas maneiras: padrão de conhecimento, padrão de raciocínio, padrão de normas, padrão de atitudes. Mas, afinal, o que é um padrão? O dicionário afirma que padrão é um “tipo”, um “modelo”, uma “forma”. É desejo de um sistema vigente na sociedade que a maioria das pessoas siga e se adapte a um único “padrão”, “modelo” ou “forma”, de vida. Ora, essa atitude não faz nenhum sentido para a fé cristã, que é difundida pela igreja a partir do evento de Pentecostes – a vinda do Espírito Santo, que infunde a diversidade de dons a todas as pessoas. Essa unidade não significa uniformidade – essa é uma tentação que sempre ronda o cristianismo –, e sim da unidade na diversidade. Esse é nosso desafio! A fé cristã fala da liberdade: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1). Quem crê deve deixar-se transformar pela ação criativa do Espírito Santo e libertar-se de padrões, moldes, normas e costumes que escravizam e oprimem o ser humano. Há pessoas que permanecem no mesmo padrão a vida toda: têm o mesmo gosto, usam o mesmo corte de cabelo, a mesma cor do esmalte, cultivam os mesmos hábitos, falam dos mesmos assuntos, fazem tudo da mesma forma e nunca mudam... Será que é possível mudar? Sim! Toda mudança de hábitos e costumes pode ser saudável. Abrir-se para o novo é algo que nos transforma, inspira e renova. Somos pessoas criadas para crescer na vida, mudar de atitudes, ampliar o horizonte, ter novas ideias e pensamentos, cultivar novos hábitos. Deus deseja que possamos romper com padrões que nos transformam em marionetes, que fazem tudo que alguém ou um sistema deseja. Deus deseja que nos tornemos pessoas com maior capacidade de misericórdia e acolhimento entre nós! Que “padrões” podemos romper e por quê? Dinâmica de diálogo: Após cada exemplo, abra espaço para a conversa com o grupo: 1. Vou votar no candidato “X” porque todos falam bem dele e é em quem “muitos” irão votar... 98

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SETEMBRO

2. Vou me vestir da maneira “Y” porque é como “todo mundo” se veste e porque está na “moda”... 3. Vou gostar só das pessoas que são do tipo “Z” porque são melhores que as pessoas do tipo “N”... 4. Vou sentar sempre no mesmo lugar na OASE e na igreja... 5. Vou fazer todo o serviço da casa sozinha, pois sempre foi assim... 6. Vou tratar os que não se encaixam no padrão na “normalidade” com desprezo e indiferença, afinal, não servem... 7. Vou acreditar no que o jornal, a internet, a novela e a mídia falam, pois retratam toda a “verdade” sempre... 8. Vou “julgar” a outra pessoa sempre pelo seu estilo e modo de ser, mesmo que eu nunca tenha conversado com ela... Poderíamos acrescentar ainda outros exemplos a essa lista, conforme cada realidade, e perceber como a sociedade, a mídia e o sistema querem sempre nos colocar dentro de um padrão determinado de preferências, jeitos, formas, condutas, pensamentos, ideias. Se não nos “encaixamos” ou nos “moldamos” de acordo com o paradigma vigente, sofremos retaliações, indiferença, desprezo, inconformidade e, o mais grave, a intolerância e o preconceito. Não estar dentro da “normalidade” significa rechaço, em todos os âmbitos da vida em sociedade. Mais ainda, o que não conheço e não é comum ao meu modo de vida cotidiana traz medo e insegurança! O novo e o diferente me assustam, por isso os condeno e excluo do meu modo de viver! Percebe-se que, em uma sociedade como a nossa, ter a cor da pele diferente, praticar uma religião diferente, ter uma cultura diferente, ter uma opção sexual diferente, ser de uma condição econômica diferente, ter uma forma física ou intelectual diferente, defender uma opinião diferente, já é o suficiente para estar fora do padrão. E se não estou em comum acordo com as normativas impostas, sofro as consequências imediatas. O ódio e a violência talvez representem melhor o que significa não compor a estrutura paradigmática que nos circunda. Isso nos preocupa, pois é assustador. Aliás, ódio e violência é o que se tem presenciado e praticado por meio de pensamentos (ideias), palavras (julgamentos) e ações (morte, extermínio), tanto na vida real como na virtual. Quem não é e não pensa como eu deve ser excluído e, de preferência, banido e morto. Concordamos com isso? Essas ideias estão em desacordo com o que o Evangelho ensina e orienta. Jesus Cristo rompeu padrões em sua época. Ele conviveu com pessoas peca99

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doras, doentes, acolheu e valorizou mulheres e crianças, sentou-se à mesa com publicanos e gente pobre e simples do povo. A transformação que Jesus Cristo promoveu por meio do seu jeito de ser foi a valorização de todas as pessoas, independente de raça, sexo, religião, cor, status, condição social, origem. Ele transformou a realidade de sua época por meio de um único padrão: o amor. E nós somos convidadas a deixar que esse amor oriente nossas vidas, ações e decisões, e faça com que rompamos padrões que nos tornam escravas da intolerância, do medo, do ódio, do preconceito e da injustiça. Certamente os padrões vigentes numa sociedade estão a serviço de uma estrutura conservadora e tradicional. Podemos nos perguntar: seguir esses padrões edificam? Com qual objetivo nos querem tornar uniformes, padronizadas? A quem serve pensar de uma forma, molde e sistema único? O cristianismo não tolera a uniformidade e prega a importância de valorizarmos a diversidade. O que seria da vida se todas as pessoas pensassem e agissem da mesma forma? Que vida chata e sem graça seria... A graça de Deus revela-se na diversidade de dons, de jeitos e formas de vidas e pensamentos distintos, como fruto da ação do Espírito Santo, que sopra e age onde, quando e como quer! Por isso, no dia de Pentecostes, mesmo sendo de lugares e com costumes diferentes, as pessoas estavam reunidas e todas puderam se compreender. O Espírito de Deus gera entendimento em meio à diversidade, gera crescimento e ampliação de nossos horizontes de vida. Dicas para romper os padrões preestabelecidos: 1. Ore para que Deus lhe dê sabedoria e amplie seus horizontes e sua forma de pensar e agir; peça por conhecimento e agradeça pela convivência com seu semelhante. 2. Mude um hábito cotidiano seu, algo simples: mude o lugar onde você senta à mesa ou na OASE, mude o estilo de vestir, use um cosmético diferente; busque outros hábitos alimentares ou físicos, faça coisas que você nunca fez e perceba como a vida é boa e vasta. 3. Abra-se para aprender algo novo, diferente, edificante. 4. Converse com pessoas com as quais você nunca conversou e perceba a riqueza que há em cada ser humano, como parte da boa e diversa criação de Deus. 5. Valorize cada pessoa com sua etnia, origem, gênero, religião, classe social, pois todos e todas somos um e uma em Cristo Jesus.

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Lembre-se no seu testemunho como pessoa cristã sobre o modo que Jesus Cristo agiria se estivesse entre nós: sempre com amor e respeito à dignidade de cada pessoa. Credo da Indonésia Creio em Deus, Pai e Mãe de todas as pessoas, que deu a terra a todos os povos e a todos ama sem distinção. Creio em Jesus Cristo, que veio para nos dar coragem, para nos curar do pecado e libertar de toda opressão. Creio no Espírito Santo, Deus vivo que está entre nós e age em todo o homem e em toda a mulher de boa vontade. Creio na igreja, posta como um farol para todas as nações, e guiada pelo Espírito Santo a servir todos os povos. Creio nos direitos humanos, na solidariedade entre os povos, na força da não violência. Creio que todos os homens e mulheres são igualmente humanos. Creio que só existe um direito igual para todos os seres humanos, e que eu não sou livre enquanto uma pessoa permanecer escrava. Creio na beleza, na simplicidade, no amor que abre os braços a todas as pessoas, na paz sobre a terra. Creio, sempre e apesar de tudo, numa nova humanidade e que Deus criará um novo céu e uma nova terra, onde florescerão o amor, a paz e a justiça. Amém! Pª Cristina Scherer São Francisco do Sul/SC

Ajuda-me a falar com os teus lábios a palavra certa no momento certo, ajuda-me a orar com as tuas mãos também em favor do penoso sofrimento alheio. Ajuda-me a carregar com os teus ombros o fardo, a carga do irmão, e ajuda-me a ousar com o teu coração a fazer o que me incumbiste. Ruth Nöther

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MEIA-IDADE, E AGORA? Chegou a meia-idade, de repente, sem pedir licença. Chegou de mansinho e foi se instalando sem a gente notar. De repente, lá está, e a gente não sabe como enfrentá-la. Ontem éramos jovens, cheias de esperança, de sonhos, de planos, buscando a felicidade, querendo o amor. Mas agora, meia-idade... Tensão nos ombros, rugas no rosto, cabelos brancos surgindo, óculos para enxergar de perto e dorzinhas para incomodar. Com espanto, descobrimos quão frágil é nossa existência; quão rápida é nossa passagem pelo mundo aqui. Meia-idade... sonhos despedaçados, esperanças esvaecidas, planos não realizados, e o amor se apagou. Mas não precisa ser assim! Meia-idade também representa etapas vencidas, planos reestruturados, desencanto superado, sofrimento enfrentado e o amor profundo em lugar de amor-paixão. Meia-idade pode representar novas oportunidades para servir, para crescer e desenvolver; pode oferecer tempo para meditar, para criar, para ler e aprender, para ouvir... e oferecer conforto. É uma chance que temos de lançar fora os velhos hábitos, de atirar para longe a preguiça, e com afinco e disciplina buscar a nova existência que podemos ter... Disciplina para aceitar o inevitável, aprender paciência, controlar nossa língua, e expandir nossa capacidade de amar e perdoar. Há também muito para esquecer... ressentimentos para erradicar, mágoas para perdoar. Como é difícil, meu Deus, perdoar os que nos maltratam, nos ofendem, nos desprezam, nos machucam e nos fazem sofrer! Varre dos nossos corações essas teias de ressentimento que nos amarram, nos oprimem e nos fazem adoecer. Meia-idade, momento certo para um inventário íntimo, para atirar longe as mágoas e buscar liberdade através do perdão. 102

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SETEMBRO

Temos ainda meia vida para viver! Sonhos para sonhar, alvos para alcançar, gente para amar, alegria para sentir! Um novo começo, uma nova fase de vida, mais rica, mais serena, mais gostosa e, sim, mais produtiva e feliz, porque enraizada nos ensinos de Cristo, regada pela comunhão com o Criador e Pai, e aquecida pelo Espírito divino habitando dentro de nós. Gladys Smith Betts

Extraído de: Voz Missionária, setembro/outubro de 2006

Poesia

Pxhere

SUPÉRFLUO Não queiras muito da vida. Veja bem o que é felicidade... A gente só percebe, quando temos saudade. Sou uma árvore triste, que o vento desfolhou... Tudo o que a vida me deu, a própria vida levou. Quem passa na vida que passo não deve a morte temer... Com a morte não se assusta quem está sempre a morrer. Oscar Kappel Juiz de Fora/MG 103

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Arquivo OASE

Flashes do Encontro Nacional da OASE, junho de 2018, em São Leopoldo/RS. Junto à estátua da Katharina von Bora, na Faculdades EST

O U T U B R O

Datas importantes 01 – Dia Nacional da Pessoa Idosa 06 – 1930 – Fundação da OASE no Rio Grande do Sul 09 – 1905 – Fundação do Sínodo Ev. Luterano de SC, PR e outros estados 12 – Dia da Criança 15 – Dia do Professor e da Professora 25 – 1968 – Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (fusão dos Sínodos) 1945 – Dia da ONU 26 – 1949 – Fundação da Federação Sinodal 31 – Dia da Reforma

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Trabalho é vocação, e não há trabalho insignificante.

Martim Lutero

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OUTUBRO

OUTUBRO

Regula tua esmola segundo a abundância de teus bens: se tens muito, dá mais; se tens pouco, dá menos, mas não tenhas receio de dar esmola. Tobias 4.8 [Bíblia de Jerusalém]

Meditação PESSOAS DOADORAS Regula tua esmola segundo a abundância de teus bens: se tens muito, dá mais; se tens pouco, dá menos, mas não tenhas receio de dar esmola.

Arquivo pessoal

Qual é tua esmola? Tens muito ou tens pouco? Todos nós podemos doar, ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar. Deus sempre nos dá. Se acharmos que somos pobres financeiramente, não importa! Mas todos nós temos muito para doar, como nossos dons, nossa amizade, nosso abraço acolhedor. Há tantas Rosiane Schwanz Foesch pessoas em nossa volta pobres de afeto, vivendo sozinhas, necessitando de nós, de algum modo. Conforme Marcos 12.41-44, Jesus estava sentado no pátio do templo olhando com atenção as pessoas depositando suas ofertas. Viu uma viúva pobre colocar tudo o que tinha. Jesus também nos observa hoje: o que estamos doando através de nossos dons e o que estamos ajuntando para nós. Ou será que doamos tudo aquilo que é do nosso alcance, como aquela viúva pobre? Pensemos nisso. Que Deus nos ajude a sermos doadoras de nosso serviço, nosso testemunho e nossa comunhão. Que possamos ser doadoras de abraços, de carinho, de compreensão e de atitudes transformadoras.

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Oração Senhor, ajuda-nos a ser pessoas doadoras. Que possamos dividir com nosso irmão e nossa irmã em Cristo tudo aquilo que ganhamos de presente de ti. Ajuda-nos a ser mais compreensivas, mais amigas e companheiras e a colocar nosso ombro à disposição das pessoas sofridas. Fortalece-nos para que possamos cumprir nossa tarefa aqui neste mundo. Pedimos-te isso, Senhor nosso Deus, em nome de teu Filho Jesus Cristo. Amém. Sugestão de dinâmica de grupo Cada participante recebe um papel e caneta e é convidada a escrever, com toda a sinceridade, o que ela acredita que está doando mais no seu dia a dia. A pessoa não precisa se identificar. Recolher os papéis e relatar o resultado para o grupo grande. Refletir sobre o que o grupo respondeu e tirar motivações para serem trabalhadas no grupo. Rosiane Schwanz Foesch Santa Maria de Jetibá/ES

LIBERTE-SE DAQUILO QUE SOBRECARREGA

Providenciar: – duas sacolas de papel (essas de papelão, de lojas): uma sacola com fundo e outra sacola sem o fundo; – pedaços de papéis em duas cores e canetas para cada participante; – bacia para queimar papéis e fósforo. Já vivemos muitos momentos em que, provavelmente, tivemos vontade de jogar tudo para o alto, de nos livrar de muitas situações angustiantes, situações de inseguranças e tristezas. Quando nada dá certo, quando nosso coração é invadido por angústias, frustrações... favorecendo uma poluição do ambiente de convivência e espalhando mau humor por onde passamos. Quantos desses momentos podemos considerar como “lixo”, como cargas? 106

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OUTUBRO

Dinâmica Convidar o grupo para lembrar situações de tristezas e alegrias. Que tal fazermos uma separação, reciclar o “lixo”, compartilhar nossas cargas? Vou colocar aqui duas sacolas. Uma delas não tem fundo. Não está estragada, ela foi feita para não ter fundo. A outra é inteira, com fundo. Somos sabedoras que alguns “lixos” após um tratamento podem virar adubo para plantas e hortaliças mais viçosas. Outros lixos podem virar luxo. Separar ou reciclar? Cada participante escreve: – O que incomoda, que por vezes sufoca? Escrever num dos papéis. – Quais são as “cargas” que consideramos lixo? Escrever em outro papel. Vale a pena sofrer por essas “cargas” que não são tão sérias? (Tempo para o diálogo.) Depois, colocar na sacola furada aquilo que for considerado “lixo”. – Quais dessas cargas precisam de nossa oração? – Quais as cargas que temos condições de agir e transformar? (Tempo para o diálogo.) Colocar essas “cargas” na sacola com fundo. Durante a nossa vida, precisamos, de vez em quando, fazer uma reciclagem das cargas. Libertar-se daquilo que não é necessário carregar, daquilo que nos magoa, decepciona e que nos causa tanto mal. Acabamos de colocar na sacola furada tudo aquilo que consideramos “lixo”: as injustiças, as más recordações, lágrimas que derramamos, dores, amarguras, discussões, brigas, humilhações, críticas... e tantas outras decepções, cargas, “lixo” que, às vezes, carregamos sem precisão. Sacola furada nunca fica cheia! É preciso reciclar, deixar sentimentos ruins irem embora. Para essas situações, sentimentos alimentados por nada, podemos contar com a força de Deus. Assim, somos animadas por Hebreus 12.15, que diz: “Tomem cuidado para que ninguém abandone a graça de Deus. Cuidado, para que ninguém se torne como planta amarga que cresce e prejudica muita gente com seu veneno”. Muitas experiências tristes do passado podem tornar a vida amarga. Nem sempre temos condições de fazer algo para mudar o que aconteceu. Mas podemos confiar em Deus e seguir em frente; não deixar que dores do passado atrapalhem nossa alegria. Deus nos concede bênçãos diariamente. Viver dias alegres e com liberdade; é preciso que o veneno da amargura seja tirado. Observando a outra sacola, vale lembrar o que diz o salmista: “Ó Deus, examina-me e conhece o meu coração! Prova-me e conhece os meus pen107

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samentos. Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139.23-24). Aqui está a sacola com fundo. O que depositamos ou guardamos nela? Alegrias, amizades, família, festas, viagens que nos marcaram. Ingratidão aqui não tem lugar; só tem lugar para boas memórias. (Mencionar o que foi compartilhado acima e acrescentar: “quem sabe o primeiro encontro, o primeiro beijo, o dia do batismo, a formatura, o noivado e o casamento, a compra da casa, o nascimento do primeiro filho...”, enfim as coisas que dão alegria à vida. Situações e sentimentos que precisam da nossa oração, louvor e gratidão a Deus.) Conforme nos diz Eclesiastes 12.1: “Lembre do seu Criador enquanto ainda é jovem, antes que venham os dias maus e chegam os anos em que você dirá: ‘Não tenho mais prazer na vida’”. Muitas vezes somos descuidadas e não compreendemos em que sacola guardar o que convém. Invertemos as memórias e guardamos em um baú com sete chaves aquilo que nos tortura, aquilo que nos faz sofrer. Aqueles dissabores ficam ali trancados, prejudicando anos de uma convivência que poderia ser diferente. O mau humor permeia amizades, relacionamentos, que aos poucos acaba distanciando as pessoas. Guardamos tudo de bom na sacola furada. Lamentavelmente, caminhamos pela vida remoendo as desavenças, culpas... e com facilidade o tempo vai apagando as coisas boas da vida. Deixamos de viver o milagre da vida. Muitas pessoas lembram com facilidade situações de como recebeu uma ofensa de anos atrás de uma pessoa e não valoriza ou sequer dá atenção ao sorriso, afago, aconchego ou abraço que recebeu das pessoas mais próximas. A Carta de Tiago 3.10 diz: “Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, minhas irmãs, isso não deve ser assim”. Em Deus temos a sua palavra de novo ânimo, de esperança. Em nosso viver, podemos contar com nosso Deus amoroso, que sempre proporciona novos recomeços, que acolhe as sacolas furadas da nossa vida e nos presenteia com sacolas de bênçãos. Que venham bênçãos sobre todas as pessoas, conforme lemos em Mateus 5.44-45: “Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu. Porque ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal”.

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OUTUBRO

Convidar para esvaziar o coração dos ressentimentos, das feridas... Juntar a sacola com esses amargores na bacia ou sair para o pátio, fazer um círculo e queimar. Na sacola com fundo estão as memórias boas, as alegrias. Distribuir para cada participante um desses papéis, segurar na mão, e colocar-se em oração. Enquanto queima, convidar para oração: Deus misericordioso! Colocamos em tua presença tudo o que nos faz sofrer, o que carregamos sem querer. Abençoa as pessoas que nos feriram, situações que criamos sem pensar direito que acabaram gerando uma má convivência com as pessoas, contigo e conosco mesmas. Temos em nossas mãos muitas alegrias, bênçãos. Agradecemos por esses momentos, que são dádivas tuas em nossas vidas. Pedimos que o Espírito de Deus crie em nós atitudes que venham promover paz, alegria, perdão e abraços. Em nome de Jesus. Amém. Diác. Telma Merinha Krammer Assessora teológica da OASE Conventos, Lajeado/RS

AS IGREJAS HERDEIRAS DA REFORMA Luteranos na Europa O movimento da Reforma deu origem a diversas igrejas luteranas nos países europeus. Segundo as estatísticas da Federação Luterana Mundial, na Europa o total de luteranos é de 34,7 milhões de pessoas. Esse total subdivide-se da seguinte maneira: a Alemanha tem 11,78 milhões de luteranos; na Suécia são 6,5 milhões; na Dinamarca o número é de 4,4 milhões; na Finlândia também há 4 milhões de luteranos; na Noruega esse número chega a 3,85 milhões; já na Holanda o total é de 1,96 milhão.

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Luteranos na África Segundo a Federação Luterana Mundial, o luteranismo experimenta o maior crescimento global no continente africano. A Namíbia tem a maior proporção de luteranos na África. Metade de sua população é de luteranos, sendo o único país fora da Europa a ter maioria de luteranos. A Eritreia, a Etiópia, Madagascar e a Tanzânia são outros países africanos a ter um número significativo de luteranos. O continente possui um total de 23 milhões de luteranos: a Etiópia tem 11,8 milhões de luteranos; a Tanzânia tem 7,9 milhões; Madagascar tem 3 milhões; a Nigéria tem 2,3 milhões de luteranos; a Namíbia tem 1,19 milhão de luteranos. Luteranos na Ásia Na Ásia, o país mais luterano é a Indonésia, com 13 sínodos luteranos e mais de 6 milhões de membros; o maior deles é o Huria Kristen Tabal Protestant, com 4,2 milhões de fiéis. O total de luteranos na Ásia é de 11,8 milhões. No continente, a Índia possui 4 milhões de luteranos. Luteranos na América Em torno de 85% de todos os luteranos da América Latina e Caribe vive no Brasil. O total de luteranos do continente é de 885 mil membros. A maioria das igrejas no Cone Sul não é maior do que uma paróquia média da IECLB. Nos EEUU são 3,76 milhões de luteranos. Igreja luterana no Japão? O luteranismo hoje está presente em 98 países ao redor do globo. O total de pessoas ligadas ao movimento gira ao redor de 78 milhões de pessoas. Dois exemplos atípicos de presença luterana estão na Austrália e no Japão, este último com uma igreja que tem parceria com a IECLB. As informações deste texto foram elaboradas pelo pastor da IECLB Luis Carlos Teixeira Mello, que iniciou seu ministério na Comunidade Japonesa de São Paulo e agora está atuando na Igreja Evangélica Luterana no Japão, na cidade de Ogaki. O cristianismo chegou ao Japão em 1549, através do jesuíta português Francisco Xavier, alcançando 750 mil pessoas em um século. No século 19, a presença luterana iniciou no Japão através dos missionários do Sínodo Unido do Sul, da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), chegando a Yokohama 110

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OUTUBRO

em 1892. O primeiro culto luterano foi celebrado em 02 de fevereiro de 1893 em Saga, com forte oposição nessa região rural conservadora. Mesmo assim, cinco pessoas foram batizadas no primeiro ano e 11 no ano seguinte. Em 1898, a Igreja Evangélica Luterana no Japão (JELC) foi organizada com 60 membros. Ao mesmo tempo vieram missionários da Dinamarca e da Finlândia. Em 1900, o pastor A. R. Welroos e sua família foram enviados pela Associação Evangélica Luterana da Finlândia para atuar em Nagasaki. Em 1909, inicia-se a formação teológica de pastores japoneses em Kumamoto, formando os primeiros pastores em junho de 1915. Em meados do século 20, a JELC adotou o “Plano integral de Autoconfiança”, que tinha como objetivo enviar pastores e pastoras para cooperarem com as igrejas luteranas parceiras nos Estados Unidos (ELCA) no Brasil (IECLB), na Alemanha e nos países escandinavos (Finlândia, Dinamarca e Noruega). A entrada do luteranismo no Japão se deu através da língua portuguesa. Os japoneses conheceram o Evangelho através dos olhares, sabores e fala portuguesa. Isso tem muitas implicações. Algumas palavras em japonês têm origem no português, como pão e Japão. Desde os anos de 1970, a Comunidade Japonesa de São Paulo recebe ministros vindos da igreja luterana japonesa. O pastor Mello é o primeiro brasileiro a atuar na comunidade brasileira. Agora é o primeiro pastor a participar de um período de intercâmbio, exercendo seu ministério na igreja evangélica no Japão. A Igreja Evangélica Luterana na Austrália também vive situação de diáspora. Tudo começou com os imigrantes alemães vindos da Prússia em 1838, que foram assentados nas regiões de Klemzig, Hahndorf e Lobethal, no sul da Austrália. Cerca de 20 mil luteranos alemães migraram para a Austrália entre 1838 e 1860. Em 1860, os luteranos mudaram para Nova Gales do Sul, a sudeste da Austrália. A Igreja Evangélica Luterana da Austrália era uma igreja rural e permaneceu assim por mais de cem anos. Na década de 1950, houve um aumento constante nas paróquias urbanas com predomínio do alemão por muito tempo. No início, a igreja luterana no país foi marcada pela divisão, chegando a ter oito igrejas distintas em 1900. A união final ocorreu em 1966, quando foi criada a atual Igreja Luterana na Austrália (LCA), que hoje tem 450 congregações, com 70 mil membros na Austrália e Nova Zelândia. Fonte: Jornal O Caminho, outubro 2017, encarte especial

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A REFORMA ENTROU NO BRASIL PELA FLORESTA Arquivo Jornal O Caminho

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB faz parte desta história [da Reforma] e é herdeira desta teologia elaborada a partir da descoberta de Lutero. A fé evangélico-luterana entrou pelo Brasil pelas trilhas da colonização aberta na floresta densa. No começo, falava alemão, e era muito fechada. Hoje ela procura ser instrumento da missão de Deus no Brasil e no mundo. Coloca-se a serviço para que haja vida digna para todas as pessoas e para o planeta. Busca ser uma igreja com comunidades mais atrativas, mais inclusivas e mais missionárias. A A IECLB surgiu na trilha da colonização IECLB tem potencial na sociedade brasileira, que produz verdadeiros hipermercados religiosos no meio evangélico. Sua voz profética tem relevância imensurável quando vivemos na iminência de um estado teocrático fundamentalista conservador, representado pela bancada evangélica de nome. No meio protestante brasileiro e continental a IECLB é a maior igreja luterana latino-americana e tem um importante papel de protagonismo. Nesse sentido tem assumido a frente no ecumenismo. A IECLB vê o sacerdócio como pertencente a todas as pessoas batizadas e não apenas a gente especial. Ordena mulheres ao ministério há várias décadas e as diferentes ênfases ministeriais – pastoral, catequista, diaconal e missionária – são prática exclusiva sua. A produção teológica da IECLB é reconhecida. A IECLB tem sido uma bênção na vida de muitas pessoas. Em tempos difíceis de preconceito, divisão, ódio e injustiça, é necessário manter firme uma postura fiel ao evangelho de Jesus Cristo. Os próximos 500 anos trarão velhos e novos desafios próprios. A IECLB estará pronta para enfrentá-los. Fonte: Jornal O Caminho, outubro 2017, encarte especial

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Asilo Pella Bethânia

Foto aérea do Asilo Pella Bethânia, tirada por um drone, por ocasião dos festejos de 125 anos

Datas importantes 01 – Dia de Todos os Santos 02 – Dia de Finados 10 – 1483 – *Martim Lutero, Reformador (+18/02/1546) 15 – 1889 – Proclamação da República 19 – Dia da Bandeira 20 – Dia da Proclamação dos Direitos da Criança (ONU) 25 – 1843 – *Dr. Wilhelm Rotermund, fundador do Sínodo Riograndense (+05/04/1925)

Deve cessar o temor e iniciar a vontade para a justiça.

Martim Lutero

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N O V E M B R O

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NOVEMBRO Pois eu sei que o meu defensor vive. Jó 19.25

Meditação COMO LIDAMOS COM AS PROVAÇÕES

É

muito gratificante e oportuno falar da persistência e da fé de Jó, apesar dos sofrimentos e das numerosas perdas que experimentou, em especial considerando que o título do roteiro da OASE de 2019 é “Libertação transforma”. Conforme vemos no livro que relata a vida de Jó, em razão da perda dos filhos e dos bens, e principalmente em razão da doença grave de que fora acometido, Jó foi rejeitado e desprezado pela maioria das pessoas com quem se relacionava. Passou por muitas provações. Em alguns momentos, desafiou Deus e se sentiu abandonado pelo Altíssimo. Enquanto muitos viam aquela tragédia como punição, a ponto de o abandonarem, Jó a enxergava como provação, que culminaria com sua acolhida por Deus. Do meio dos escombros da dor e da rejeição, ele crê e espera que da mesma mão que vieram a destruição e o sofrimento venham, no tempo oportuno, a redenção e a libertação. Por sua fé e sua persistência, a expectativa de Jó se confirmou. Somos agraciados pelo exemplo de Jó, que mesmo após as tribulações pelas quais passou testemunha sua fé em Deus, o que faz através das palavras, que são a base desta breve meditação: “Pois eu sei que o meu defensor vive”. Mais adiante, em Jó 42.5, ele complementa seu testemunho: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos”. Deus, em nenhum momento, abandona Jó e também não abandona a você e a mim. Ele deseja se revelar a mim e a você a cada dia. Isso é bíblico. “O amor do Senhor Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim. Esse amor e essa bondade são novos todas as manhãs; e como é grande a fidelidade do Senhor!” (Lamentações 3.22-23). Como nós reagimos quando somos acometidos por sofrimento prolongado a exemplo do que ocorreu com Jó? E como reagimos quando uma irmã ou um irmão nosso se encontra gravemente adoentado física ou espiritualmente? 114

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Na atualidade, estamos atravessando um período de muitos problemas, como desemprego, conflitos familiares, questões de saúde, insegurança na política e no futuro da nação. Devemos nos perguntar: como estou reagindo a essa situação? Qual é o plano de Deus para mim nas circunstâncias que estou enfrentando? A palavra de Deus nos ensina que as provações nos fortalecem e que as dificuldades nos levarão para mais próximos da perfeição: “Mas, depois de sofrerem por um pouco de tempo, o Deus que tem por nós um amor sem limites e que chamou vocês para tomarem parte na sua eterna glória, por estarem unidos com Cristo, ele mesmo os aperfeiçoará e dará firmeza, força e verdadeira segurança” (1 Pedro 5.10). Se mesmo nos momentos turbulentos da nossa vida nos mantivermos firmes na fé em Deus, ele nos dará a força necessária para superar as provações e para testemunhar que a libertação transforma. Este conforto nos é dado pelas palavras do apóstolo Paulo: “Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam” (Tiago 1.12). Odete Müller Cascavel/PR

LIBERTE-SE DO SENTIMENTO DE CULPA Tenho na memória um fato, contado entre muitos risos alegres, de um colega estudante que, querendo aprontar com seu amigo ao final do semestre, colocou algumas pedras pesadas em sua mala. Este foi para as férias levando o peso das pedras! No próximo semestre, muita risada no reencontro por conta da brincadeira. O sentimento de culpa é como ter a mala cada vez mais pesada. O perdão de Deus, perdão a si mesmo ou o perdão recebido da outra pessoa é como tirar as pedras da mala para que ela fique leve novamente. 115

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O sentimento de culpa tem um lado positivo, importante: dar-se conta de que pisamos na bola! É poder refletir e consertar o que fizemos de errado. É aquilo de que fala a quinta parte do Catecismo Menor, tão esquecida por nós, mas que faz um bem muito grande e traz libertação e alívio das cargas pesadas da culpa. Para haver confissão dos pecados e pedido de perdão é necessário nos darmos conta e reconhecer que houve pecado. É preciso tomar consciência de que falhamos, de que somos pessoas pecadoras. Não somos infalíveis. Nosso desejo talvez seja este: de nunca errarmos, não falharmos, de sermos pessoas perfeitas. Mas não o somos. O apóstolo Paulo nos diz assim: “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Romanos 3.23). Pecado é ação nossa com intenção de prejudicar outra pessoa. Perdoar não é esquecer, apagar o erro; mas perdoar é não doer mais tanto, é aliviar, é sarar. Uma boa prática é examinarmos nossa vida à luz dos dez mandamentos, como temos no ensino do Catecismo Menor. Releia essa parte do Catecismo. Ainda assim, o que fazer com o sentimento de culpa que carregamos? Deus nos perdoa. Louvado seja Deus. Deus fica com aquela pedra pesada. O irmão, a irmã ofendida, magoada, injustiçada por nós também nos perdoou. Que alívio! Precisamos reparar o erro assumindo assim as consequências de nossas más ações. Restaurar as relações será um processo longo, mas havendo o perdão, é possível; não será do mesmo jeito que antes, mas haverá possibilidade de convivência. Em situações de violência, o agressor precisa arcar com as consequências de seus atos. A pessoa agredida precisa dar-se conta de que sofreu violência e de que agressão é pecado, sim. Deus nos criou para conviver bem e em paz. Em situações de violência, afastar-se talvez seja um modo de restauração e de curar as feridas, porque elas doem no corpo, na mente e no espírito. Mas e nós mesmas? Perdoamos a nós mesmas quando erramos? O sentimento de culpa que carregamos, como lidamos com ele? O que fazer? Há três situações diferentes em relação à culpa: existe a culpa, mas a pessoa não tem sentimento de culpa; não existe culpa, mas a pessoa tem sentimento de culpa; existe a culpa, e o sentimento de culpa também acontece. Dialogue um pouco sobre essas três situações. Quando a pessoa não se dá conta de sua culpabilidade, isso é doentio. A culpada será sempre a outra pessoa. Há algo aí de transferir sempre a respon116

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sabilidade para outra pessoa, eximindo-se de qualquer responsabilidade por seus atos e suas palavras. O sentimento de culpa por uma culpa inexistente também é doentio. Assumir a culpa provocada por outros e carregá-la como fardo não ajudará a restauração da situação ocorrida, nem mesmo ajudará quem é realmente culpado por esse ato que gerou culpa. O sentimento de culpa gerado por uma culpa: nós nos damos conta, nos conscientizamos disso, e esse conscientizar-se leva ao arrependimento sincero e verdadeiro. Assim acontece mudança! Tomar consciência, arrepender-se, confessar a culpa, receber o perdão e a ação de reparação do erro é o caminho de libertar-se das pedras pesadas da culpa. É preciso reparar o erro. Se a ofensa for pública e a reparação particular, as consequências continuaram ali! É preciso ter a coragem de reparar o erro! Zaqueu reparou seu erro: devolveu o que tomou indevidamente! Ainda resta uma ação para a libertação do sentimento de culpa: não precisamos carregá-lo. Jesus carregou por nós! Barrabás sabe disso muito bem! Leia a história a seguir com a perspectiva de quem carrega a culpa e quem liberta-nos da culpa: eu aprendi a ler assim faz alguns anos! A história me foi ensinada num seminário de orientadores de culto infantil. Não tenho conhecimento da autoria. Barrabás e Jesus Um homem levantou-se de manhã e viu pela sua janela: Que dia bonito!

O sol estava brilhando!

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Os pássaros estavam cantando e fazendo voos pelo céu.

Ele estava na prisão. Por isso ele não podia sair e participar da alegria daquele dia tão bonito!

Era um dia que podia deixar todos alegres. Isso é a prisão.

Um passarinho estava tão alegre que até voou de cabeça para baixo!

Porém uma coisa fez o dia não ser tão bom para o homem que estava espiando pela janela.

A janela dele fica aqui atrás. É por isso que você não pode vê-lo.

Esse homem é um assassino e está na prisão esperando sua condenação.

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Enquanto ele estava olhando o dia bonito, sentiu que muita gente estava se reunindo. Mas ele não conseguia ver onde.

Ele ouviu muito barulho, pessoas gritando. Mas o que está acontecendo? Barrabás, Barrabás, Barrabás! Eles gritavam o nome dele. – Ah não! Agora eles querem vir me buscar para me matar! Assim ele pensou. Ele não sabia que eles estavam chamando seu nome para libertá-lo. De repente, ele ouviu algo diferente. Crucifica-o, crucifica-o, crucifica-o! – Ah não! Eles querem me crucificar! Ele não sabia que gritavam para que outra pessoa fosse crucificada. De repente, barulhos de chaves, e a porta foi aberta. Era o carcereiro. Barrabás começou a chorar e a pedir: – Não, eu não quero morrer ainda! Por favor!

Ele não entendeu nada quando o carcereiro disse: – Calma, tu estás livre, agora podes sair da prisão. Barrabás quase não acreditou no que aconteceu. Então ele saiu da prisão e ninguém o barrou. Barrabás afastou-se da prisão. Sentou-se numa pedra para pensar.

Ele não entendeu nada. Depois de algum tempo, olhou para um morro. Lá muitas pessoas se reuniam.

Barrabás estava pensativo. Daí ele ouviu um barulho, e de novo. Barrabás olhou de novo em direção ao morro.

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Então ele entendeu que estavam crucificando uma pessoa. Barrabás chegou mais perto. E agora ele reconheceu a pessoa na cruz. Era Jesus.

O Jesus que Barrabás tinha visto algumas vezes curando pessoas e falando sobre o reino de Deus. Então ele pensou: – Mas este homem é inocente!

Daí ele entendeu!

Para Barrabás ficou muito claro que Jesus morreu por ele. Pois Barra-

bás teve uma sentença de morte, mas ficou livre quando Jesus morreu!

Por causa de todos os pecados que nós fazemos, nós também temos uma sentença de morte. Não merecemos viver.

Mas Jesus morreu por você e por mim também. Quando pedimos, Jesus nos perdoa. Ele também afasta de nós o castigo. Ele tomou sobre si o castigo. Por isso nós não somos castigados quando cremos que Jesus morreu por nós.

Jesus morreu por mim – para que eu viva para ele. Jesus morreu por mim – para que eu seja nova pessoa e viva uma

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nova vida em justiça e pureza diante de Deus e das pessas. Jesus morreu por mim, transformando-me de inimiga em amiga de Deus e me deu a tarefa de fazer com que as outras pessoas também sejam amigos e amigas dele. Jesus morreu por mim para que, em união com ele, eu tenha a chance

de viver de acordo com a vontade de Deus. Vamos dizer juntas: Jesus morreu por mim! Por isso podemos afirmar: “Deus me liberta do sentimento de culpa e de todas as culpas!” Amém. Pª Vera Lucia Engelhardt Cuiabá/MT

PELLA BETHÂNIA: VIVER COM VIDA 125 ANOS DE HISTÓRIA! Tati Itat

A Associação Beneficente Pella Bethânia tem uma longa história. Tudo iniciou em 1890, quando o pastor Michael Haetinger fazia suas viagens para atender as famílias imigrantes alemãs. Nesses contatos, ele passou a conhecer as dificuldades em que viviam essas famílias. Havia muitas pessoas desamparadas. Seu espírito diaconal de servir ao próximo o sensibilizou diante do sofrimento causado por condições tão desumanas. Conforme relatos, havia pelo menos 60 órfãos entre essas famílias, que necessitavam de um lar. Assim surge a ideia de buscar um espaço de vida, onde essas crianças e demais pessoas em sofrimento tivessem um amparo. Ao mesmo tempo existia a necessidade de um lugar para os pastores e suas esposas ao se aposentarem. E assim, em 1892, com o apoio de um grupo de pastores, foi adquirida uma propriedade à margem do rio Taquari. Em 19 de novembro de 1892, o pastor Haetinger e sua família mudaram-se para essa propriedade, instalando-se na antiga casa, dando início 121

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à missão da Pella Bethânia, com altruísmo e uma vida dedicada ao próximo. Surge, assim, a instituição mais antiga na IECLB. O nome Pella Bethânia também tem uma bonita história. Bethânia é fácil de entender! Mas Pella? Pella é um local na Palestina que serviu de refúgio para a comunidade cristã primitiva em 70 d.C. E era o nome de uma comunidade na África do Sul, na qual o pastor Wegel, que deu muito apoio à criação da instituição, trabalhou durante muitos anos. Foi, portanto, uma homenagem a ele. Desde os primórdios até aqui, muitas mãos dadas teceram cada fio dessa história. Afinal, são 125 anos de história, que foram celebrados em novembro de 2017. Por ter sido um dia muito bonito, foi possível reunir um número expressivo de pessoas para a festa, que alegres, à sombra das árvores, celebraram conosco essa data importante. Muitas pessoas e grupos já estiveram aqui. Depois de passar por uma estrada empoeirada de 3,5 km, chega-se à Pella Bethânia, cercada por uma rica natureza, cuidada e preservada com dedicação. Os visitantes costumam ficar encantados com os lagos (açudes), o verde da grama, a paisagem, o rio Taquari, e descansam num banco à sombra das árvores. Hoje é comum encontrar pessoas, visitantes, familiares ou trabalhadores/as, circulando por esses caminhos ladeados por árvores e canteiros de flores, que levam aos oito lares: Tabita, Samuel, Rute, Nazaré, Emaús, Samaria, Listra, Maria Haetinger. No dia 01 de janeiro de 2015, comeTati Itat ço a fazer parte da história de instituição. Cheguei à Pella Bethânia para atuar na pastoral e coordenar o Projeto Convivendo e Aprendendo com Alegria. Nos primeiros dias, as caminhadas eram longas, de lar em lar. São oito lares, nos quais residem 170 pessoas. Muitas histórias de vida foram ouvidas, acolhidas, e que, no fundo, sempre tinham um pergunta: o que eu posso fazer de diferente na vida desse residente? O que eu posso fazer de diferente na vida dessa pessoa idosa? Ou desse jovem com deficiência? A diferença estava em orar pelas necessidades das pessoas residentes sempre que solicitado: Pastora, “reza para mim”. A diferença estava em dar um abraço, um sorriso, um aperto de mão. Ou até mesmo ajudar a resolver 122

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alguma encrenca que eles fizeram no lar. A diferença está também em poder colaborar para a realização de um sonho: numa primeira visita no lar Samaria, encontrei o Adão e a Gecie, que eram namorados há anos e se conheceram na instituição. Adão diz: Pastora, meu sonho é casar na igreja com a Geciè. Pedi para ele me falar um pouco mais sobre esse sonho. Ele relata e finaliza: Ela é o amor da minha vida. Pensei: Uau! Um amor verdadeiro e sincero! Vamos fazer a diferença na vida deles e concretizar esse sonho. Fizemos muitas parcerias com pessoas amigas e familiares e foi possível a realização desse sonho. Como diz a letra de uma música: “Sonho que se sonha só é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto é realidade”. Quando sonhamos em prol de uma causa comum, é possível realizar mudanças em nossa sociedade. Pella Bethânia é uma instituição que promove a cidadania para as pessoas que vivem aqui, disponibilizando moradia, alimentação saudável, condições de higiene adequadas, atendimento na área da saúde, atividades de lazer, cultura, esporte e educacionais, promovendo a dignidade humana e o relacionamento mútuo. O Projeto Convivendo e Aprendendo com Alegria oferece mais de 25 oficinas, nas quais as pessoas residentes participam. São atividades pedagógicas, artesanato, cinema, canto, dança, teatro, além de outros grupos, como de sentimentos, de senhoras, de estudo bíblico. Em 2017, assumi a coordenação geral (direção), com a saída da catequista Joni Roloff Schneider, que foi a diretora da instituição nos últimos oito anos. A pastora Marli Lutz assumiu as atividades na área da pastoral e a coordenação do Projeto Convivendo e Aprendendo com Alegria. A vivência da espiritualidade por meio da pastoral tem sido de grande importância nesses 125 anos. Além das orações e louvor, realizamos uma meditação semanal em cada lar e um culto aos sábados. Há uma grande participação, tanto nos lares como na igreja, tanto que é frequente a pergunta: “Quando é o culto?”. “Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus”, nos diz o apóstolo Paulo. Agradecer por tudo e todos que fazem parte desses 125 anos, principalmente ao Deus da vida, que está conosco em todos os momentos. Por isso agradecemos à IECLB, aos sínodos, paróquias, comunidades e, em especial, aos numerosos grupos da OASE que nesses 125 anos sempre promoveram ações de cuidado voltadas para a vivência da fé e espiritualidade, compartilhando seus dons a serviço dos mais necessitados. Pª Ana Paula Genehr e Pª Marli Lutz Taquari /RS 123

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A ESTRELA VERDE Celebração de Advento Pxhere

Preparo para a celebração: Colocar galhos secos ou uma árvore seca pequena num vaso. Confeccionar estrelas verdes, uma para cada participante, e deixá-las numa cesta junto ao altar ou mesa. Acolhida: O tempo de Advento é um tempo especial, bonito. Conforme o convite do profeta Isaías, somos convidadas para uma atitude e expectativa: “Venham, vamos caminhar na luz que o Senhor nos dá” (Isaías 2.5). Assim convidamos para esse tempo Sejamos estrelas verdes, espalhando esperança de alegria. Acolhemo-nos mutuamente no mundo com alegria cantando um hino e saudando o grupo com as palavras de Filipenses 4.4-5. Canto: Alegrai-vos sempre no Senhor, alegrai-vos no Senhor. Alegrai, alegrai, alegrai-vos no Senhor. (HPD 2, 398; Livro de Canto da IECLB, 153) Invocação trinitária: Reunimo-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Oração Leitura bíblica: Daniel 12.3; Isaías 9.1-2; João 15.16. Comentário: As estrelas precisam da escuridão para serem admiradas. Elas surgem reluzentes, pontinhos brilhantes piscando no infinito sempre no mesmo lugar. Quem conhece a rota e a posição de uma delas pode até se orientar em seu caminho. Os mestres brilhantes como as estrelas, diz o texto de Deus. O povo que andava na escuridão viu uma grande luz, diz Isaías. Somos luz na escuridão não por nossa vontade, mas fomos escolhidos por Deus, conforme o relato de João. Constantemente somos confrontados com as trevas da ganância, da insegurança, da pobreza, da fome, da violência, da falta de perdão, da corrupção, da tecnologia desenfreada. Porém sabemos que é na escuridão que o brilho das estrelas é mais visível. Que possamos nos desafiar a ser luz para as pessoas que procuram paz, aconchego, reconciliação, perdão. Que possamos nos deixar brilhar por entre as sombras frias que existem em nossas relações, em nosso viver diário. Dinâmica: Observar a árvore seca e dialogar sobre estas perguntas: Quais sentimentos brotam quando olhamos esses galhos secos? Onde aquecemos vidas? Como podemos ser luz que ilumina outras vidas? 124

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Fábula da estrela verde: Havia milhares de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores: brancas, prateadas, douradas, vermelhas e azuis. Um dia, elas procuraram Deus e lhe disseram: “Senhor, gostaríamos de viver na terra entre as pessoas”. “Assim será feito”, respondeu o Senhor. “Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas e podem descer para a terra”. Conta-se que naquela noite houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes nos campos, outras se misturaram aos brinquedos das crianças, e a terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passando o tempo, as estrelas resolveram abandonar as pessoas e voltar para o céu, deixando a terra escura e triste. “Por que voltaram?”, perguntava Deus à medida que elas chegavam ao céu. “Senhor, não foi possível permanecer na terra. Lá existe muita miséria e violência, muita maldade, muita injustiça.” E o Senhor lhes disse: “Estrelinhas, o lugar de vocês é aqui no céu! A terra é um lugar de passagem para aquilo que passa, para aquele que cai, que erra, que morre; onde nada é perfeito! O céu é o lugar da perfeição, do eterno, onde nada morre, e sobretudo onde reside a Glória do Altíssimo”. Depois que chegaram todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo: “Mas está faltando uma estrela! Perdeu-se no caminho?” Um anjo que estava perto respondeu: “Não, Senhor, uma estrela resolveu ficar entre as pessoas! Ela descobriu que o seu lugar é exatamente onde existe a imperfeição, onde as coisas não vão bem, onde há luta e dor!” “Mas que estrela é essa?, voltou a perguntar Deus. “É a esperança, Senhor! A estrela verde! A única dessa cor!” E quando olharam para a terra, a estrela não estava só. A terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa. É que o único sentimento que o ser humano tem e Deus não tem é a esperança. Deus já conhece o futuro. A esperança é própria do ser humano, própria daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que não sabe como será o futuro. Canto: Escolher um canto ou escolher um CD com músicas natalinas. Passar a cesta de estrelas para que cada participante tire uma estrela. Refletir: Quais são as minhas esperanças? Cada participante fala sua esperança e dirige-se à “árvore seca” e pendura sua estrela verde. E agora, como está nossa “árvore da esperança”? Canto, oração, bênção e envio Diác. Telma Merinha Krammer

Fonte: Jornal OASE em Foco, n. 073, p. 3, 2016

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Pxhere

Natal – Jesus veio para ser luz para o mundo

D E Z E M B R O

Datas importantes 01 – Dia Internacional de Combate à AIDS 1º Domingo de Advento 03 – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência 08 – 2º Domingo de Advento 10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos 15 – 3º Domingo de Advento 22 – 4º Domingo de Advento 24 – Véspera de Natal 25 – Natal 31 – Véspera de Ano-Novo

A religião não é conhecimento doutrinário, mas sim sabedoria nascida da experiência pessoal.

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Martim Lutero

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Se o caminho em que andam é escuro, sem nenhum raio de luz, confiem no Senhor, ponham a sua esperança no seu Deus. Isaías 50.10

Meditação DEUS TEM LÁ SUA MANEIRA DE NOS ILUMINAR! Acolhida: Preparar o ambiente com um tecido escuro ao centro (simbolizando a escuridão) e sobre ele algumas velas apagadas.

Arquivo pessoal

Cantar um hino de acolhida Leitura: Isaías 50.4-10 Refletindo com o grupo... Qual é a primeira imagem que vem à sua mente ao ler o versículo acima, lema do Edeltraud Fleischmann Nering mês de dezembro? Você andando à noite por uma rua sem luz? Você em casa à noite, inicia uma tempestade, e eis que falta energia elétrica? Seu filho ou filha pedindo para deixar a porta do quarto um pouco aberta, com um raio de luz para conseguir dormir? Ou lhe vem à mente as situações de vida, momentos difíceis em que tudo o que percebia era a escuridão? O profeta Isaías viveu num tempo extremamente conturbado, numa região onde as duas grandes potências da época, o Egito e a Assíria, disputavam o poder. O povo com o qual Isaías convivia sentia-se cansado, desanimado e faltava-lhe luz para enxergar o grande amor de Deus. Ele fala de modo diferente do que o povo, tanto em conteúdo como em sua forma. Isaías era mestre em sua língua e utilizou imagens e vocabulários muito ricos. Ele não enfatiza o juízo em suas palavras, mas fala de forma poética sobre perdão, libertação, novo início, redenção, ou seja, traz luz para a escuridão que permeava principalmente a vida dos órfãos e das viúvas, em grande número espalhados pelo território, consequência das constantes guerras. 127

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Isaías encontra um povo que já não tem esperança, que tem medo, que está cego e surdo às promessas de seu Deus, que se perdeu na nostalgia. Reanimar, acalentar, levar a luz, converter à esperança é o necessário. Para isso Isaías usa uma linguagem terna, que quer abrir caminho para chegar ao coração de Deus: ele é o pai amoroso, a mãe afetuosa que cuidará do povo, terá compaixão em todos os sentidos. O profeta lança luz sobre o povo enfatizando a soberania de Deus, desafiando-os a refletir sobre os deuses até então por eles adorados, “se o caminho em que andam é escuro, sem nenhum raio de luz, confiem no Senhor, ponham a sua esperança em seu Deus”. Ele foi a voz de Deus para Israel, a consciência da nação, aquele que anunciou a vinda do Messias. O próprio Jesus, quando estava na sinagoga de Nazaré, leu do livro de Isaías, conforme é relatado em Lucas 4.16-17: “Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías [...]”, anunciando-se como o servo divino ao qual o profeta Isaías havia anunciado: “O Senhor Deus me deu o seu Espírito, pois ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres. Ele me enviou para animar os aflitos, para anunciar a libertação aos escravos e a liberdade para os que estão na prisão. Ele me enviou para anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo” (Isaías 61.1-2). Voltando às perguntas do início do texto, certamente várias foram as imagens que vieram à memória. Vários foram os momentos em que a escuridão insistiu em ser companhia, em que “não se via uma luz no fim do túnel” e a incerteza, insegurança e falta de esperança tentaram fazer um “ninho” sobre a cabeça e dentro do coração. Por isso Deus em Jesus nos convida a diariamente estar com os ouvidos atentos à voz profética de Isaías, que nos anima a confiar no Senhor e colocar nossa esperança em Deus. Deus tem lá sua maneira de nos iluminar! Por vezes essa luz que tanto almejamos vem em forma de amigos, família e em alguns casos de profissionais que iluminam o caminho para que se volte a ter forças e discernimento para seguir em frente com passos firmes. Deus se faz presença nos oferecendo luz de maneiras inusitadas e a escuridão pode ser o que se precisa para enxergar. O ano está findando. Dezembro chega anunciando que o Natal está próximo. Para algumas pessoas pode ser o fim de um ano de escuridão, e anseiam que acabe logo. Para outras, pode ser uma época em que rememorar o nascimento de Cristo seja a luz que faltava para os dias tão sobrecarregados. 128

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O Messias chega de forma simples. A estrela foi a luz para que se chegasse até onde ele nasceu. Já as velas acesas durante o Advento iluminam cada semana de contagem regressiva para o Natal. São imagens libertadoras, que nos lembram que Jesus veio como luz do e para o mundo, veio para iluminar os caminhos escurecidos pela intolerância, falta de respeito, preconceito, e tantas mazelas que fazem a humanidade adoecer. Se somos pessoas criadas à imagem e semelhança de Cristo, cabe-nos ser luz para aqueles e aquelas que nos rodeiam e que precisam de amparo nestes dias difíceis. Não precisamos ser holofotes gigantescos, podemos ser uma pequena chama que ilumina apenas uma pequena abertura na vida de alguém, para que ela enxergue outras possibilidades e alargue seus passos, confiante de que o Senhor a acompanha. Dinâmica Distribuir pedaços de papel e canetas. Convidar para escreverem uma situação atual que esteja causando inquietação, medo, angústia. Acender as velas que estão sobre o tecido escuro e convidar para que cada pessoa calmamente coloque seu papel sobre o tecido, junto às velas. Convidar para formarem um círculo ao redor do tecido com as velas e papéis e para se darem as mãos para oração: Amado Deus, a ti e em ti confiamos todas as inquietações, angústias e medos por nós escritos e colocados sobre o tecido. Assim como a chama da vela ilumina nossos caminhos, dá-nos discernimento para lidar com tudo aquilo que nos impede de viver a vida em sua plenitude. Guia nossos passos e ajuda-nos a perceber a presença amorosa de Cristo em nossa caminhada. Agradecemos por poder em ti confiar e nossas dificuldades confessar. Amém Hino: Senhor, tu tens sido o nosso refúgio (HPD 1, 213; Livro de Canto da IECLB, 113). Edeltraud Fleischmann Nering Rio Negrinho/SC

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JESUS CRISTO É AQUELE QUE LIBERTA Arquivo pessoal

Num encontro do Ensino Confirmatório, distribuí o folheto com o Credo Apostólico e o lemos em conjunto. Depois solicitei que escrevessem num papel as palavras que mais os perturbaram. Mais da metade desses jovens escreveu a seguinte frase do Credo: “[...] para julgar os vivos e os mortos”. Qual será o motivo? Por que essas palavras os perturbaram? Será a imagem de Cristo como um juiz que vem para julgar todas as pessoas no fim dos tempos? Então nós precisamos conquistar o Pª Louvani Kuhn Hirt é orientadora céu levando uma vida boa e agradável a teológica da OASE e do Roteiro Deus? Deus nos pede para fazermos boas ações para que sejamos poupados do inferno? O questionamento desses jovens é muito significativo: Deus é o Deus de amor que ama todas as pessoas como elas são, de forma igual, não importando se cada uma coleciona boas obras tantas quantas possíveis. Percebi, e isso é muito importante, que esses jovens não estão participando do Ensino Confirmatório simplesmente por participar e porque é um período que se deve cumprir, ou mesmo porque precisam ouvir as lições que estão previstas no livro. Ou ainda que não possuem interesse em aprender mais sobre temas da igreja e vida de fé. Sim. Eles têm interesse em saber mais sobre a fé e a igreja. E muitos deles também têm uma posição firme em relação à fé: confiam que o Todo-Poderoso e Misericordioso Deus os carrega, mantém e preserva em sua mão sem que tenham que acumular boas ações em uma conta qualquer. Não precisamos de um juiz que nos defenda diante de Deus e que apresente uma lista de boas ações para sermos aceitos por Deus. Em Jesus Cristo somos amados por Deus como somos, e nisso cremos. 130

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O apóstolo Paulo expressa isso na Carta aos Gálatas 5.5: “Mas nós temos a esperança de que Deus nos aceitará, e é isso o que esperamos pelo poder do Espírito de Deus, que age por meio da nossa fé”. Se nós tivéssemos que conquistar o céu através de boas obras, através de ações, através de uma vida realmente correta, quem de nós poderia dizer: eu mereço o céu? Na Idade Média assolava o medo de que homens, mulheres e crianças teriam que queimar no fogo do purgatório, porque ninguém pode ganhar o céu a partir de seus próprios méritos. Esse medo estava bem presente, e a estada curta ou longa no purgatório dependia de cada um ou de como os seus familiares o planejavam. As pessoas corriam o risco de perder o céu porque elas não conseguiam viver como Deus o esperava. É por isso que elas tinham medo do pecado, do purgatório e do inferno. Elas praticavam as indulgências porque essa era uma espécie de libertação para os cristãos assustados. Era uma maneira de reduzir significativamente o tempo de seus queridos, ou de si mesmo, no purgatório e depois ir para o céu. A bem-aventurança eterna era o conteúdo de vida e objetivo dos cristãos. E por causa dessa felicidade eterna eles aceitaram as condições das indulgências. Nas 95 teses que Martim Lutero pregou na porta da igreja do castelo em Wittenberg, um dia antes do Dia de Todos os Santos, ou seja, no dia 31 de outubro de 1517, já a primeira tese chama para a reflexão. Diz a segunda frase: “[...] o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência”. Então Lutero, nas demais teses, prova que a indulgência é biblicamente sem sentido e que depende somente da fé, do amor e da graça de Deus para alcançar a vida eterna. Essas teses se espalharam rapidamente entre os estudiosos, entre a população e até mesmo entre as pessoas que eram contrárias às descobertas de Lutero. Com a Reforma veio o novo, a redescoberta da Palavra, a mensagem esperançosa que Lutero proclamou com o apóstolo Paulo: você não precisa fazer nada, pois Cristo já fez tudo por você. Tudo o que você precisa fazer é crer que Deus Pai, Filho e Espírito Santo o conduzem para a eternidade. Martim Lutero descobriu nas palavras do apóstolo Paulo que o amor de Deus não pode ser comprado ou conquistado por mérito próprio, mas é um dom e graça: “Ora, quando estamos unidos com Cristo Jesus, não faz diferença nenhuma estar ou não estar circuncidado. O que importa é a fé que age por meio do amor” (Gálatas 5.6). Ou seja, toda pessoa que crê, seja judia ou gentia,

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está livre de toda necessidade de realizar obras de lei para ser aceita, pois, na qualidade de crente em Cristo, já foi completa e plenamente aceita. Lutero escreve em seu livro Da Liberdade Cristã: “Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém”. Isso significa que ninguém, nenhuma autoridade secular ou eclesiástica pode determinar como deve ser seu relacionamento com Deus. Ninguém pode determinar o que você deve fazer ou deixar de fazer para alcançar o céu. O próprio Cristo, através de seu sofrimento e morte, nos libertou dessas amarras. Somente a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo é que nos liberta e nos transforma. A igreja na Idade Média estabelecera deveres que um cristão teria que cumprir se quisesse participar da salvação em Jesus Cristo. Não havia como escapar dessa ordem – e o povo também não o questionava. Porém Lutero reconheceu nos escritos de Paulo que “Cristo nos libertou para a liberdade!” E a essa palavra acrescenta: “Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos”. Decisiva é a fé. A fé de que estamos seguros nas mãos de Deus. A fé, a confiança de que Cristo nos libertou de todas as restrições e condicionamentos que afetam nossa vida de fé. Para reflexão Ler Gálatas 5.1-6. Neste ano de 2019 estamos celebrando os 120 anos de OASE no Brasil. Em nossa caminhada, numerosas ações foram realizadas e continuam sendo realizadas pela graça de Deus. É bom fazer uma parada e refletir sobre nossa caminhada de vida e fé como OASE, como mulheres e homens que caminham juntos. Enquanto vivermos, dependemos da palavra orientadora de Deus, que é a mesma em todos os tempos e lugares e nos faz refletir sobre nosso relacionamento com o próprio Deus e também com nosso próximo. Nós vivemos essa fé que nos liberta de condicionamentos para alcançar o reino de Deus? Estamos conduzindo nossa vida nessa fé? Estamos prontos para nos deixar libertar por aquele que nos carrega e nos mantém em todo o nosso tempo e na eternidade? Compartilhe um momento de libertação que ocorreu em sua vida.

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Lição do lápis O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou: – Vó, você está escrevendo uma história? A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto: – Sim. Estou escrevendo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. Disse então: – Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! – Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo: Primeira: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia seus passos. Essa mão que podemos chamar de Deus deve sempre conduzi-lo em direção à sua vontade. Segunda: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco. Mas, no final, ele estará mais apontado. Portanto saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor. Terceira: o lápis é companheiro da borracha para apagar o que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa não é necessariamente algo ruim. Quarta: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. Quinta: o lápis sempre deixa uma marca... Portanto lembre-se: tudo o que você fizer na vida irá deixar traços... Por isso procure ser consciente de cada ação, e que os seus desenhos sejam lindos! História adaptada, disponível em: <https://www.gotasdepaz.com.br/a-licao-do-lapis/>

Pª Louvani Kuhn Hirt Rolante/RS 133

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NATAL CELEBRAÇÃO DO EVANGELHO Cada participante recebe uma vela, envolvida em um guardanapo de papel, que pode ser vermelho ou verde. Inicialmente as velas ficam apagadas. Nesta celebração, várias pessoas participam da leitura. 1 – É com muita alegria que iniciamos esta celebração de Natal. Iniciamos com as palavras do profeta Isaías. 2 – Leitura de Isaías 11.1-9. 3 – Essa paz, essa harmonia que o profeta Isaías anuncia, esteja conosco. Todos – Buscamos essa paz em comunidade. Estamos na espera do Natal; na esperança do cumprimento dessa promessa. 4 – Esperamos Emanuel, o Deus conosco. Esse “ramo que brota de um toco”, esse “broto que surge das raízes” é a nossa grande esperança. Todos – Nós nos reunimos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 5 – Oração: Na humildade de filhos e filhas de Deus, irmãs e irmãos por Jesus Cristo, a nossa grande esperança, reconhecemos nosso desânimo fácil. Todos – Perdão, Senhor! 6 – Reconhecemos nossa fé fraca. Reconhecemos nossa pouca esperança. Todos – Perdão, Senhor! 7 – Suplicamos por tua misericórdia. Todos – Misericórdia, Senhor! 8 – Necessitamos do teu amor. Todos – Abre nossos corações para a mensagem natalina. 9 – Tu te fazes gente como nós. Todos – Vem, Senhor! Vem nascer em nós! 10 – Vem fazer dos nossos corações a tua manjedoura. Vem fazer de nossa casa o presépio de Maria e José. Todos – Vem, Senhor! Vem, nascer em nós! 11 – Vem fazer do nosso mundo um lugar sem divisões, sem preconceitos, sem desigualdades. 12 – Glorificado seja o teu nome! Todos – Glorificado seja o teu nome. Aleluia, aleluia, aleluia, glória a Jesus. 13 – Ó grande Deus, tu que te fazes pequeno, do nosso tamanho; tu que vens nascer em meio às nossas imperfeições, abre nossos ouvidos e corações para a tua Palavra. 134

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Todos – Aumenta a nossa fé, Senhor! Aumenta o nosso amor! Amém. Hino: Natal é vida que nasce: HPD 2, 312. 14 – Leitura do evangelho do Natal conforme Lucas 2.1-7. 15 – Que a mensagem do profeta Isaías seja clareada para todos nós. Que sua profecia se realize, com a graça de Jesus Cristo. 16 – Que a gente saiba como promover neste mundo a palavra de Deus do livro de Isaías que diz: “Ele não julgará pela aparência, nem decidirá somente por ouvir dizer. Mas com justiça julgará os necessitados e defenderá o direito dos pobres” (Isaías 11.3-4). 17 – Que ele possa nos julgar com justiça e honestidade (v. 5). Que de fato lobos e ovelhas possam viver em paz (v. 6) e que todas as criancinhas tenham segurança (v. 8). 18 – E que Maria e José tenham onde se abrigar em nossas vidas para que o menino Jesus, com toda a sua mensagem de amor e justiça, possa sempre ter lugar em nossa sociedade. E que assim, nas celebrações de Natal deste ano, possamos nos conscientizar de que o fato do menino Jesus ter que nascer em uma estrebaria nos desafia a promover grandes transformações neste mundo de Deus (Lucas 2.1-7). [As velas são acesas. As pessoas ficam em pé, em círculo, se possível, com suas velas acesas, erguidas com uma mão, e a outra colocada sobre o ombro da pessoa ao lado.] 19 – Oração: Ó grande Deus de amor e justiça, anunciado com tanta sabedoria pelo profeta Isaías e relatado com tanta simplicidade pelo evangelista Lucas no evangelho de hoje, ilumina nossas mentes e nossos corações para que o verdadeiro Natal possa ser vivenciado em nossas famílias, em nossas comunidades e em toda a nossa sociedade. Que nós saibamos fazer a nossa parte no anúncio da pura mensagem natalina, tão desvirtuada por nossa sociedade individualista e consumista. Aumenta nossa fé, Senhor, quando agora oramos em conjunto a oração que Jesus Cristo nos ensinou. Pai nosso... 20 – Ainda com nossas velas acesas, cantemos o hino que marca nossas celebrações natalinas já há tantos anos e que nos traz lindas lembranças: Noite Feliz (HPD 1, 13; Livro de Canto da IECLB, 373). Todos – E que Deus nos abençoe e nos guarde. Que ele faça resplandecer o seu rosto sobre nós e tenha misericórdia de nós. Que ele levante a sua face sobre nós e nos dê a paz. Amém. Pa. Louraini Christmann

Adaptado de: IECLB – Literatura Evangelística 224/2012

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ARTESANATO ÁRVORE DE BALAS DE GOMA Materiais:  uma bola de isopor média;  quatrocentas (400) forminhas laminadas nas cores verde, vermelha e azul;  uma caixa de palitos de dentes;  um quilo de balas de goma coloridas;  um vaso para suporte;  um canudo de papel de fax, bambu ou galho de árvore;  cola branca. Confecção:  Fazer uma mistura de areia e cola, colocar no vaso-suporte e fixar o caule.  Colar a bola de isopor na ponta do caule.  Colar todas as forminhas com cola banca.  Quebrar um palito de dentes pela metade, espertar a bala de goma e fixar sobre o isopor, dentro das forminhas, começando por baixo. Fonte: Artes, histórias e mitos de Natal. São Paulo: Paulinas. p. 29.

Que Deus te abençoe com um arco-íris após cada tempestade; com uma risada após cada lágrima; com uma saída para cada preocupação; com uma pessoa amiga para compartilhar cada problema que a vida traz e uma resposta para toda oração.

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CAPA - Roteiro da oase 2019 segunda-feira, 3 de setembro de 2018 08:22:57


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