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A lista (Lucas 10.20

FEVEREIRO

FEVEREIRO

Fiquem alegres porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu. Lucas 10.20

Meditação

A LISTA

Dinâmica: A lista dos meus amigos e minhas amigas! 1. Cada participante receberá uma meia folha de papel A4 para escrever alguns nomes (podem ser fictícios) de pessoas que escolheria para serem seus amigos e suas amigas. 2. Ao lado de cada nome a pessoa escreverá uma justificativa para sua escolha. 3. Concluída a lista das pessoas escolhidas, a coordenadora fará o levantamento das justificativas e enumerará as três principais justificativas das listas. 4. Apresentadas as três justificativas mais frequentes nas listas, sugiro ler a meditação para, em seguida, fazer um breve debate!

Arquivo pessoal

P. Cláudio S. Schefer

Em tempos passados, por conta do preconceito religioso, acontecia com certa frequência mães não permitirem que seus filhos e suas filhas criassem amizade com filhos e filhas de famílias que não fossem da mesma religião, o que era recíproco. Alguns bons casamentos não puderam se concretizar por conta desse preconceito e dessa discriminação, o que gerou muito sofrimento e dor. Ainda que, em grande medida, essas diferenças estejam superadas em nossas famílias e sociedade, vale a pena o questionamento sobre nossos relacionamentos com as pessoas. Na dinâmica, percebemos alguns critérios para justificar os nomes que inscrevemos em nossa lista. Quem sabe nos surpreenderemos conosco mesmos por causa da existência de alguns preconceitos que ainda persistem dentro de nós e que precisam ser superados pela força do amor para enxergarmos valores além das aparências.

Muitas das nossas tradições são colocadas em xeque quando passamos por alguma dificuldade nas quais, justamente, pessoas da nossa lista, às vezes, nos decepcionam. E, por outro lado, são pessoas ignoradas na nossa lista que nos oferecem carinho e atenção ao passarmos pelas tormentas da vida. Aprendemos na escola da vida que existem riquezas e riquezas. Algumas vezes, por conta de certas vaidades, nossas listas ficam pequenas, como o orgulho da nossa origem, da nossa tradição e dos bens, esquecendo-nos de valores que excedem essas vaidades. Uma vez o apóstolo Paulo escreveu um poema para a comunidade de Corinto, muito envaidecida pelos dons presentes em seus membros. Apontando para a humildade, o fez em forma de um poema fantástico sobre a essência do amor: Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada (1 Coríntios 13.1-2).

Vivemos e respiramos a cultura que valoriza a pessoa pela aparência. Muitas vezes, achamos que certos bens materiais ou determinados títulos nos farão de fato muito felizes, ou então quando, por termos algum dom muito admirado pelas pessoas, somos tentados a nos achar melhores do que as outras pessoas. Não tem nada de errado em se ter bens, em ser bonita, em ser uma pessoa culta e com talentos especiais. A questão é o que fazemos com tudo isso? Agradeço a Deus todos os dias que me chamou e escolheu para o ministério pastoral. É com alegria que sirvo ao nosso Senhor no anúncio do Evangelho e na cura d’alma dos aflitos. Porém, não esqueço uma preciosa palavra que recebi na minha formação, quando nos foi dito mais ou menos assim: “Rapazes! Preguem de tal forma que as pessoas, ao ouvi-los, nunca mais se esqueçam de Jesus, como seu Salvador, mesmo que se esqueçam de vocês quando forem transferidos de suas paróquias”. A partir dessa recomendação, tenho afirmado que sou apenas um “cabo de enxada na mão do meu Senhor” a serviço do seu Reino, pois minha alegria é saber que estou em sua lista e, por meu testemunho de fé em Jesus, outras pessoas estão sendo inscritas também. Deus continua chamando e inscrevendo nomes de pessoas em sua lista. Ela ainda não se completou. O critério de Deus para incluir mais nomes é um pouco diferente das justificativas que ouvimos na dinâmica, pois seu infinito amor por nós não distingue nem classifica as pessoas. Para um nome constar

na lista de Deus é necessário “perder” nosso coração para Jesus, e dele receber o perdão dos nossos pecados. Inspirado no Salmo 15, o padre Jonas Abib escreveu uma linda canção, muito cantada por vários de nossos grupos, e que nos ajuda a entender os critérios de Deus para nos incluir em sua lista:

Senhor, quem entrará no santuário pra Te louvar? Quem tem as mãos limpas e o coração puro Quem não é vaidoso e sabe amar

Senhor, eu quero entrar no santuário pra Te louvar Ó dá-me mãos limpas, e um coração puro Arranca a vaidade, ensina-me amar

Senhor, já posso entrar no santuário p’ra te louvar Teu sangue me lava, Teu fogo me queima O Espírito Santo inunda meu ser

Nosso nome poderá estar escrito no rol de membros de igreja ou poderá estar escrito num monumento, mas se não estiver escrito no LIVRO DA VIDA, nunca teremos vivido a verdadeira alegria de pertencer a Deus. Concluo esta meditação com o hino, orginalmente em alemão, Mich verlangt nicht nach schätzen (Não anseio por riquezas), escrito pelo pastor norte-americano Walter Rauschenbusch (*1861- †1918), inspirado na palavra que Jesus falou aos seus discípulos quando voltaram da sua missão.

As riquezas celestes eu almejo, Senhor. Os tesouros da terra têm pequeno valor. Com fervor eu te rogo, ó eterno Deus meu, que conserves escrito o meu nome no céu.

O meu nome no céu escreveste, Senhor. No teu livro da vida, por teu grande amor.

Que ventura sublime! Que tesouro sem par! Pois verei teu semblante, ouvirei teu falar. O meu nome não risques, eu imploro, Senhor. Entre os teus escolhidos quero estar, Criador.

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