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Nossa igreja e as novas colonizações do Brasil Central e Norte [Primeira parte
para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome. O que eu mando a vocês é isto: amem uns aos outros.
Ao ouvirmos o chamado de Jesus e respondermos afirmativamente, escolhemos e somos escolhidas para trilhar um caminho orientado pelo amor e pela vida (João 10.10). Nossos frutos são as consequências das escolhas que fazemos com a liberdade que foi conquistada anteriormente. Em Cristo, somos livres para responder às demandas na nossa vida pessoal, familiar, comunitária e na sociedade. O amor que liberta, que dá voz, que ouve, que sonha, que impulsiona, sustentado pela fé e esperança, se levanta e se reergue quantas vezes ele cair. Afirma a teóloga Elsa Tamez: “Também a fé das mulheres pode provocar mudanças, mesmo que sejam muitos os obstáculos”. Que nós possamos exercer o direito de escolher comprometidas com o escolher direito que vem da palavra de Deus e que significa vida digna e em abundância. Escolhemos, pois, a vida.
Rosane Philippsen São José dos Campos/SP
NOSSA IGREJA E AS NOVAS COLONIZAÇÕES DO BRASIL CENTRAL E NORTE [Primeira parte]
Jesus disse: vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. (Mateus 28.19-20)
Na igreja, atualmente, conhecemos por Novas Colonizações as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. É uma área enorme. A maior parte das comunidades foi edificada em meio às migrações a partir de meados da década de 1950. Essas comunidades deram origem a três sínodos: Amazônia, Mato Grosso e Brasil Central. O Sínodo da Amazônia abrange os estados da Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e parte do oeste do Mato Grosso. O Sínodo Brasil Central abrange o Distrito Federal, Maranhão, parte de Goiás, Tocantins,
CONOMALI
parte da Bahia, parte de Minas Gerais. O Sínodo Mato Grosso abrange o estado de Mato Grosso (exceto o oeste), parte de Mato Grosso do Sul, parte de Goiás e sul do Pará. Essas regiões, desde a antiguidade, foram ocupadas por diferentes povos. Antes dos portugueses e espanhóis, vários povos indígenas habitavam toda essa área. A partir de 1500, Primeira confirmação na Comunidade da Paz, IECLB; os povos que vieram para a pastor Johannes F. Hasenack e confirmandos, América também andaram por em 22 de março de 1959 aqui. Há notícias de que, ainda em 1860, por exemplo, havia alguns poucos evangélicos luteranos que chegaram à região de Mato Grosso vindos por navegação pelo rio da Plata, Paraguai-Pantanal. No entanto, somente a partir de meados da década de 1950 deu-se início à edificação de comunidades evangélico-luteranas nessa região. Mas, a partir da década de 1970, com a migração mais intensa de povos das regiões Sul e Sudeste, foi criada a maioria das comunidades que hoje formam os três sínodos. É uma área muito grande e cada comunidade tem sua própria história. Por isso vou escrever um pouco da história de algumas comunidades de Mato Grosso. PAUSA: Antes de seguir com a leitura, vamos fazer uma pausa para pensar sobre nossa história, minha história. Seus pais e avós migraram? Da onde para onde? O que eles contaram para você? Como foi? E você, já migrou de um país para outro ou de um estado para outro, ou do campo para a cidade? O que lembra? A história da IECLB no Mato Grosso confunde-se com histórias de migrações do povo luterano. Nesse estado, todas as comunidades tiveram sua gênese em movimentos migratórios. Ainda em 1957, migrantes do noroeste do Rio Grande do Sul fundaram a Comunidade Evangélica da Paz, na Gleba Arinos. Construíram um templo e uma escola, ambos de madeira, em meio às clareiras na floresta, à margem direita do rio Arinos. A migração iniciou em 1955. Logo perceberam seu isolamento, pois não havia rodovias. A navegação pelo rio Arinos foi possível somente até São José do Rio Claro. A produção era
boa, mas não havia mercado. Devido ao isolamento, parte da população fez uma remigração para Cuiabá, Várzea Grande ou mais para o sul do país. Mas muitos permaneceram e construíram, juntos, Porto dos Gaúchos, escolas, igrejas, hospital, comércio, enfim, a vida e seus significados. A migração de luteranos reiniciou a partir da década Antigo centro comunitário da comunidade de Sinop, de 1970, quando novos movimentos migratórios entraram foto de novembro de 1978, por ocasião do 1º encontro bíblico daquela comunidade. Formação bíblico-teológica foi significativa para a em curso. “No Brasil dos anos missão e edificação de comunidades luteranas 1970 intensificou-se uma migração interna para as periferias das cidades e para novas fronteiras agrícolas no Centro-Oeste e Norte”, conforme pastor Arteno Spellmeier e pastor Hans Trein. No caso de Mato Grosso, a maioria dos povos migrantes não era luterana. Mas as pessoas que fundaram as comunidades luteranas foram migrantes. No Mato Grosso, depois de Porto dos Gaúchos, as comunidades tiveram um impulso grande a partir de Canarana, Água Boa e Barra do Garças, no leste; e Sinop, no oeste e norte. A participação dos membros nesse encontro foi muito positiva. O espírito que naquele tempo reinava na comunidade de Sinop era um espírito bom, de união, de procura pela verdade, de solidariedade e de partilha. Quando os migrantes vieram para essas regiões chamadas Novas Áreas, tiveram que fazer tudo. Não havia infraestrutura. Não havia casas, nem escolas, nem igreja, nem hospital, nem posto de saúde, nem transporte, nem telefone, nem roçado, nem casas, nem lugar para vender e comprar. Tudo estava por fazer. E levou muitos anos. A solidariedade foi a maneira inteligente de viver. A população de migrantes luterana organizou-se em grupos, em comunidades, em setores, em paróquias e, mais tarde, em sínodo. A partir da década de 1970, o norte e centro-oeste foram nominados pela igreja de Novas Áreas de Colonização – NAC. No ano de 1986, uma assembleia de representações das comunidades fundou o Distrito Eclesiástico Mato Grosso – DEMT. E a assembleia de 1998 fundou, na mesma área, o Sínodo Mato Grosso – IECLB. As NAC e o DEMT deixaram de existir, sendo hoje o sínodo. As comunidades