Número 186 - ano XVIII - São Leopoldo, agosto de 2016
500 ANOS DA REFORMA INSPIRAM UMA “ROSA” VIVA
As 1500 pessoas jovens participantes do Congresso Nacional da Juventude Evangélica da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil tomaram as ruas centrais da cidade de Timbó/SC, no Sínodo Vale do Itajaí, na tarde da quinta-feira, 28 de julho, para publicamente testemunhar em que acreditam. O Grito da Juventude foi a oportunidade de reafirmar valores e agradecer aos habitantes da cidade pela acolhida e pelo engajamento no CONGRENAJE. Durante o ato, jovens com camisetas nas cores preta, vermelha, branca, azul e amarela formaram uma grande Rosa de Lutero em homenagem aos 500 anos da Reforma Luterana, na Praça Central de Timbó. A ação ficará marcada para sempre na memória de cada um e cada que esteve presente.
Tobias Mathies
www.luteranos.com.br * 47 jovens do Sínodo Rio dos Sinos participaram do encontro acompanhados pelo P. Antonio C. Oliveira e a PPHM Paula Trein
P. Tiago Sacht Jaske se despede da Paróquia Litoral Norte (p. 5).
Prof. Gustavo Malschitzky, Diretor do Colégio Evangélico Augusto Pestana de Ijuí, no revezamento da tocha (p. 5).
Encarte 4 tem como tema “Tempos de guerra” (centrais)
A palavra do Pastor Sinodal e a Meditação do mês (p. 2) Tema central: Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos (p. 3) Na coluna dos 500 anos da Reforma, Lutero responde sobre “ser cristão” (p. 4) ECUMENE: O Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil (p. 5) Um bom exemplo: Jovens da Bom Pastor, em Novo Hamburgo, estão dando “abraço grátis” (p. 6)
Arquivo Gustavo Malschitzky
P. Arcélio Adolfo Herbes chega à Mathias Velho (p. 5).
Jogos Olímpicos: Testemunho luterano
Arquivo P. Tiago Jaske
Édio Jahnel
Ministros chegando e saindo do Sínodo Rio dos Sinos
LEIA NESTA EDIÇÃO:
Sínodo amplia assessoria de comunicação (p. 6)
Faculdades EST Formandos EST/ESEP PÁGINA 6
ENTRE AMIGOS E AMIGAS PÁGINA 7
Colégio Sinodal completa 80 anos PÁGINA 8
Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
icePALAVRA DO PASTOR SINODAL
MENSAGEM
Somos migrantes também
Escrevo este texto no dia 25 de julho, data em que é lembrada a chegada dos primeiros imigrantes vindos da Alemanha ao sul do Brasil há 192 anos. No primeiro grupo que chegou ao Brasil havia famílias luteranas. Com essas teve início a história da igreja que hoje conhecemos como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Voltei a ler alguns capítulos do livro “190 anos de imigração alemã no Rio Grande do Sul – esquecimentos e lembranças”, de Martin Dreher. Com clareza ele descreve que, na Alemanha, no contexto da saída dos primeiros emigrantes, a situação não era nada romântica. Muitas pessoas viviam em situação de extrema dificuldade. Muitas, em regime de servidão, trabalhavam a terra, mas para benefício de latifundiários e nobres. O fim desse regime em 1820 levou à miséria generalizada. O início da era da industrialização levou ainda mais pessoas à miséria. Outras tantas viviam em casas de correção, de onde sairiam somente quando tivessem trabalho – que dificilmente viria. Eram sem pátria em sua própria pátria. Eram sem terra na própria terra em que trabalhavam. Com um passado sem dignidade, viviam um presente sofrido e um futuro sem perspectiva. Nessas condições, muitas pessoas acolheram o convite que vinha de países da América, entre eles o Brasil, que necessitavam de mão de obra para trabalhar a terra e de soldados para garantir a independência. Sucederam-se levas de migrantes. Não sem dificuldades, instalaram-se na terra que lhes deu acolhida e condições de trabalho. A migração acompanha toda a história de nossa igreja no país. A migração interna impôs-se nas gerações que sucederam. À medida que as famílias cresciam e a terra se tornava pequena para tantos descendentes, partiram em busca de novas áreas de colonização. Década após década, migraram para outras áreas no estado, estabelecendo-se posteriormente em outros estados, principalmente ao oeste, norte e nordeste do país. Muitas famílias, em grande parte empobrecidas, também migraram da área rural para as cidades na esperança de obter um trabalho. Como seus antepassados, buscavam condições para uma vida digna. Escrevo este texto num momento em que a migração atinge um de seus pontos mais altos na história recente da humanidade. Países e continentes bem situados economicamente são procurados por pessoas que vivem em situações que são semelhantes à situação vivida por nossos antepassados em sua saída da Europa e nas suas migrações internas. Pessoas excluídas, vítimas de guerras, em regime de servidão ou escravidão, sem passado, sem presente e sem futuro... existem também na atualidade, em todos os cantos do mundo e anseiam pela possibilidade de acolhida e de um trabalho digno. Não há motivo para que nós, descendentes de migrantes, não acolhamos pessoas que estão em busca de nova vida. A condição de migrante também marca a história de Deus com seu povo e teve início com a saída de Abrão de sua terra, obedecendo à ordem de Deus: “Saia da sua terra... e vá para uma terra que eu lhe mostrarei... Eu o abençoarei... e você será uma bênção para os outros” (Gênesis 12.1-2). Mais tarde, os hebreus, liderados por Moisés, saíram de um regime de escravidão no Egito e foram guiados por Deus para a terra prometida. Não sem luta, sem sofrimento, sem perdas. O povo de Deus fê-lo movido pelo anseio por vida digna, que é contrária à escravidão. E leva a ordem de Deus de que suas ações sejam motivo de bênção para outras pessoas. Migrantes, no fundo, somos todos nós. A vida de cada pessoa, que tem seu início e seu fim, não deixa de ser um período de migração por essa terra. Do pó somos criados e ao pó voltaremos. Somos peregrinos. Somos migrantes nesta terra. Num dos velórios em que estive recentemente, uma pessoa de idade comentou: “Nossa vida não nos pertence. Nós a temos como algo emprestado por Deus. Nossa vida pertence a Deus”. Como seria diferente o mundo, como seriam diferentes as relações entre pessoas e entre povos... se tivéssemos essa confiança em Deus, esse desprendimento, essa sabedoria! Edson Edilio Streck Pastor Sinodal
“O sal é uma coisa útil; mas, se perder o gosto, como é que vocês poderão lhe dar gosto de novo? Tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros”. Marcos 9.50
Sal e fé cristã Você já comeu arroz sem sal? Sal é uma substância indispensável. Ele dá sabor, conserva, limpa. Pequeno e imperceptível, no entanto cheio de valor que opera grande transformação. O sal usado de forma correta é indispensável para o preparo de uma refeição. O sal pode perder seu sabor pela ação do vento, da luz ou da umidade. Sim, o sal pode perder seu sabor. O valor do sal está na sua essência. Albert Schweitzer disse: “O que fazemos externamente em sua essência nada é; no entanto, o que fazemos somente se tornará o que deve ser aquilo que internamente somos”. Sal não foi feito para ficar no saleiro. Ele existe para ser disperso no alimento, temperando-o. Jesus compara o sabor do sal com o sabor da paz. Convida seus discípulos a viver o shalom. O sabor da vida está em aprender a viver em paz. Para o hebreu, a saudação shalom implicava integralidade, totalidade e um desejo de que os que estavam sendo saudados tivessem saúde física e os recursos espirituais para preencher suas necessidades. Tal como o sal concede sabor, os cristãos são chamados por Deus para dar tempero à humanidade, vivendo o que Jesus ensinou. O apóstolo Paulo escreve na Carta aos Colossenses 3.15: “e que a paz que Cristo dá dirija vocês nas suas decisões, pois foi para esta paz que Deus os chamou a fim de formarem um só corpo”.
A humanidade precisa de pessoas que vivam o que Jesus ensinou. A humanidade precisa de pessoas que praticam os dez mandamentos. A humanidade precisa de pessoas que transmitam as boas-novas da salvação. A fé cristã dá sabor e conserva. Como discípulos de Jesus, somos sal da terra em meio a uma sociedade em deterioração. Somos convidados a agir no meio em que vivemos, convictos de que podemos estar a serviço da vida no mundo. E nós estamos dando sabor? Pastor Kurt Rieck Comunidade da Paz Porto Alegre
FOTO COMENTADA
Cecília Meurer
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Dois anos atrás, minha esposa e eu tivemos o privilégio de visitar a Grécia. Em Olímpia, conhecemos o local onde se realizavam os hoje chamados “Jogos Olímpicos da Antiguidade”, um festival religioso e atlético da Grécia Antiga, que se realizava de quatro em quatro anos em Olímpia, no santuário em honra a Zeus. A primeira edição dos Jogos Olímpicos aconteceu em 776 a.C. O prêmio pela vitória era uma simples coroa feita de ramos de oliveira. Entretanto os atletas viravam celebridades. Heitor Meurer
SINOS DA COMUNHÃO é uma publicação do Sínodo Rio dos Sinos Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB
Edição: Conselho Redacional Jornalista responsável: Heitor Meurer (MTE/RS 15656) Diagramação e arte-final: HJMeurer & Cia.Ltda (CNPJ 06.349.391/0001-30) - Novo Hamburgo/RS Publicidade: (51) 3589-3821 ou comunica@sinodors.org.br Redação e administração: Rua Amadeo Rossi, 467/B - Bairro Morro do Espelho - São Leopoldo/RS E-mail: comunica@sinodors.org.br - Site: www.sinodors.org.br Opiniões emitidas em textos assinados e outros conteúdos não refletem necessariamente a opinião do jornal
Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
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I mp re s s ões c a r io c a s s o b re a s Olim p ía d a s
ESPECIAL
Esta edição do Sinos da Comunhão chega às comunidades exatamente quando começam , no Rio de Janeiro, as Olimpíadas e Paralimpíadas. Foi proposto pelo Conselho Redacional do jornal que pedissemos a opinião de alguém que esteja mais envolvido no clima do evento, por estar residindo na capital carioca. Dos contatos feitos tivemos a concordância do Pastor Rolf Rieck, da Comunidade Martin Luther, a quem agradecemos. Como nos sentimos como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil na cidade olímpica? Nosso sentimento é o de espectadores de um cruel contraste entre o primeiro-mundismo da tecnologia e os preparativos de um evento global sem precedentes em terras latino-americanas e tupiniquins e a pobreza extrema arrastando-se em busca de um cobertor ou um pouco de comida ou ainda do desespero de pais que necessitam de ajuda para seus bebês microcefálicos em decorrência da zika, que vemos circulando em frente à Igreja Martin Luther. De Aedes aegypti nada mais se fala. As melhorias de infraestrutura na cidade são pontuais, exatamente aquelas que vão atender a família olímpica. Segurança e corredores exclusivos são dedicados a atletas e comitivas. O atendimento às questões de saúde continua como sempre: de qualidade questionável. Torcemos para não ficar doentes. Que nossa cidade tão maravilhosa tem vários bolsões de pobreza comparáveis ao Haiti ou a países africanos, dos mais miseráveis e de degradantes condições humanas, isso não deveria ser novidade. Em um desses bolsões, que existe graças ao lixo lá despejado às centenas de toneladas, vive a família de Janaína: ela, seu marido e seus seis
filhos. Nesse mesmo lugar surge o projeto IDE. Ao assistir a um documentário, pensei tratar-se de um projeto missionário na periferia carioca. “Integração e Desenvolvimento pelo Esporte” é o que significa esta sigla: IDE. Seu idealizador logo sai dizendo que o esporte é mais libertador do que a igreja. O que a igreja não consegue com a religião, o esporte consegue com facilidade. Toda criança de comunidade já luta para sobreviver. Então agora é só se adequar ao esporte e fazer disso uma porta para o sucesso. O filho mais velho de Janaína, 13 anos, considera-se importante porque, graças ao projeto IDE, pode vestir um quimono e treinar artes marciais. O esporte conseguiu libertá-lo das garras do tráfico de drogas e da violência. A ele e mais 160 outras crianças. E a igreja? Será que ficamos devendo mais uma? No centro dessa metrópole, ficaremos isolados durante as olimpíadas. A mobilidade restrita prejudicará nossos cultos. A grande maioria dos membros, em domingos normais, precisa deslocar-se durante 30 a 40 minutos para chegar ao centro. Isso será impossível durante as olimpíadas. Estamos na área olímpica do Maracanã, que engloba o sambódromo, também local de disputas. Tudo muito próximo de nós. Durante a Copa do Mundo de Futebol, já ofe-
recemos cultos temáticos dirigidos especialmente aos turistas alemães, mas não houve afluência nenhuma de nosso público-alvo. Quem vem para eventos globais desse porte não tem interesse num culto cristão em um lugar distante dos palcos principais da competição. Isso tudo não significa que esteja sendo uma oportunidade perdida, como diz o prefeito de nossa cidade. Motivamos nossos membros – quem pode viajar vai viajar devido às férias escolares em agosto – a serem olimpicamente cristãos responsáveis. Animamo-nos com as palavras paulinas que nos lembram que todas as pessoas que correm em estádios na verdade correm para alcançar o prêmio que somente uma alcançará. Por isso precisamos continuar correndo para alcançar o objetivo (1Co 9.24). Para o evangelho pode ser uma oportunidade perdida, porque, mesmo pedindo apoio e orientações de nossa IECLB, em nada fomos incentivados a proporcionar algo diferente. Mas o evangelho, por outro lado, não se perde e não depende de momentos ímpares para ser pregado. Queremos continuar espraiando o amor cristão com justiça e verdade em nossas ruas e igrejas. Que Deus conceda a medalha a quem achar de direito gracioso!
notícias.cancaonova.com
Refugiados nas Olimpíadas
Equipe dos Atletas Olímpicos Refugiados é o nome de uma delegação que participará dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro agora em agosto
Pela primeira vez, atletas refugiados foram autorizados a competir nas Olimpíadas. Uma equipe de profissionais que incluirá chefe de missão e comissão técnica será designada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que também providenciará os uniformes dos atletas. A delegação também será acomodada na vila olímpica, assim como todas as demais equipes. Na cerimônia de abertura, a Equipe dos Refugiados vai desfilar sob a bandeira olímpica antes do anfitrião Brasil, última delegação a se apresentar. Ela terá dez representantes nos jogos do Rio. Ao acolher os atletas refugiados no Rio, “nós queremos mandar uma mensagem de esperança a todos os refugiados do mundo”, disse o presidente do COI, Thomas Bach. Atualmente, há cerca de 20 milhões de refugiados no mundo, um número que cresce a cada dia. De acordo com Bach, o COI criou um fundo estimado em 2 milhões de dólares para “trazer esperança aos refugiados por meio do esporte”. Ele acrescentou: “Ao mesmo tempo, nós estamos ajudando atletas de alto rendimento que são refugiados a continuar suas carreiras esportivas. Nós os ajudamos a realizar seu sonho de praticar um esporte de excelência após sua fuga da violência e da fome”. Rui Bender Jornalista
Um olhar para o vale Segunda a sábado - 6h50
Música em Mosaico Domingos - 8h30 a 9h
Conversando com você Segunda a sexta - 11h30
Mensagem de vida e fé Segunda a sexta - 18h55
Comunidades em União Domingos - 7h30 a 8h30
Acompanhe a programação em www.uniaofm.com.br
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Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
ESPECIAL Em apoio à ação conjunta da IECLB e da IELB para celebrar os 500 anos da Reforma Luterana, esta coluna dedica este espaço para a publicação de textos que trazem os ensinamentos do reformador Dr. Martim Lutero. Em cada edição ao longo deste ano, vamos publicar uma entrevista fictícia com Martim Lutero sobre temas ainda atuais em nosso tempo. As respostas foram garimpadas na extensa obra do reformador. Essa entrevista cativante e divertida está no livro “Mais uma pergunta, Dr. Lutero...”, de Manfred Wolf (Editora Sinodal, 2011, 144 p.).
CRISTÃOS O que o senhor espera de um cristão, Dr. Lutero? Um cristão é uma pessoa que não conhece ódio nem inimizade em relação a alguém, não carrega ira nem sentimento de vingança em seu coração, mas puro amor, meiguice e bondade. A 32/398 Um cristão deve produzir poucas palavras e muitos feitos, o que ele realmente faz sendo um verdadeiro cristão. Mas se não agir assim, então ele ainda não é um verdadeiro cristão. A 101/1 Como deveria viver um cristão? Nestes dois pontos consiste toda a vida cristã: Crê em Deus e ajuda teu próximo! É isso que todo o evangelho ensina. É isso que os pais devem dizer sempre de novo a seus filhos em sua casa, e é isso que também as crianças devem estimular constantemente entre si. A 10 III/361 A vida cristã não é ser piedoso, mas se tornar piedoso; não é ser saudável, mas se tornar saudável; não é ser, mas vir a ser; não é repousar, mas se exercitar. Ainda não somos, mas seremos. Ainda não está feito e ainda não aconteceu, mas é o caminho... A 7/336 Seleção dos temas: Rui Bender (Editora Sinodal)
Edição especial “130 anos do Sinodo Riograndense” - agosto de 2016
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Encarte comemorativo aos 130 anos de Fundação do Sínodo Riograndense Número 4 - São Leopoldo, agosto de 2016
www.traca.com.br
Tempos de guerra
Destaques
Em 1942, foi publicado, em Porto Alegre, um livro de autoria de Aurélio da Silva Py: “A 5ª Coluna no Brasil. A Conspiração Nazi no Rio Grande do Sul”. Na obra, o autor, à época Tenente-Coronel e Chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, qualificou o Sínodo Riograndense de “trampolim nazista”. No ano seguinte, o mesmo Py foi destituído do cargo acusado de atos criminosos que eram executados pela polícia que estava sob seu comando.
Passada a ditadura de Getúlio Vargas e encerrada a Segunda Guerra Mundial, o Procurador-Geral do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. João Bonuma, instaurou um inquérito no qual ficou comprovado que Py e mais 51 policiais haviam praticado torturas, extorsões, roubos e outros crimes contra cidadãos alemães e italianos, bem como a descendentes seus, incluídos aí membros do Sínodo Riograndense. Bonuma encaminhou o material ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que, no ano de 1947, lavou as mãos, não apreciou o mérito da ação, arquivando o processo
sob a alegação de que os fatos haviam ocorrido em tempos de guerra. Em tempos de guerra, essa é a leitura que fica, tudo é lícito. Se assim fosse, estariam justificados todos os crimes cometidos pelos nazistas na Europa e não teria acontecido o Tribunal de Nürnberg. Felizmente, o registro histórico da atitude de Bonuma e do Tribunal de Justiça podem ser lidos na imprensa gaúcha da época, pois em 1949 o prédio do Tribunal de Justiça e o Palácio da Polícia foram criminosamente incendiados. Queimados estavam os documentos e o trabalho de Bonuma.
Imprensa gaúcha denuncía incêndio criminoso que destrói documentos importantes em 1949 (p. 13) “Parte significativa dos luteranos entrou no Brasil para ser soldado imperial”. (p. 13)
Dr. João Bonuma (1947)
Quem hoje lê a “obra” de Py tem que saber disso; do contrário, criminosos viram heróis e injustiçados viram criminosos.
Os luteranos e a política partidária
Os luteranos e a Guerra dos Farrapos
Não raro, os evangélico-luteranos são caracterizados como apolíticos, pois seus antepassados teriam deixado a política nas mãos dos príncipes na Alemanha. Mas sempre houve vozes de contestação. Alguns dos contestadores foram despachados para o Brasil ou para cá migraram esperando encontrar liberdade. É verdade que os luteranos só puderam participar da política partidária após a década de 1880. Antes disso, porém, já foram envolvidos por questões do Brasil e do Rio Grande do Sul em particular.
Oito anos mais tarde, teve início a longa guerra civil que conhecemos sob o nome de Guerra dos Farrapos (1835-1845). O Livro de Registros da Comunidade Evangélica de São Leopoldo registra as mortes dos que lutaram de um e de outro lado.
Biografia: Karl Friedrich Stellbrink “O instrumento de suplício foi a guilhotina, e a data de execução 10 de novembro de 1943, quando se comemoravam os 460 anos do nascimento de Lutero”. (p. 16)
http://www.clickescolar.com.br/guerra-da-cisplatina
Memória:
Os luteranos e a Guerra Cisplatina Parte significativa dos luteranos entrou no Brasil para ser soldado imperial. Foi esse o interesse do governo em trazê-los para cá. Em São Leopoldo, logo em seus primórdios, foram recrutados 37 “voluntários” para lutar na Guerra Cisplatina e nela estiveram envolvidos até 17 de abril de 1827.
“Vargas logo começou com a política de ‘nacionalização’, que num crescendo atingiu as escolas do Sínodo”. (p. 14)
Guerra Cisplatina: Esse embate aconteceu entre 1825 e 1828, na região do rio da Prata – espaço de conflitos de interesses político-econômicos na formação da nação – envolvendo o Brasil, a Argentina e o Uruguai.
Em 1942 a presidência do Sínodo emite um
“regulamento de emergência”
adequando a vida comunitária às leis impostas durante a guerra (p. 16)
14 Edição especial “130 anos do Sinodo Riograndense” - agosto de 2016 Finda a guerra, viúvas de agricultores luteranos recrutados contra a sua vontade reclamam sua pensão. Em 1851, o Diretor da Colônia de São Leopoldo “qualificou” luteranos para
a Guarda Nacional e organizou três esquadrões. Houve resistência, principalmente em Dois Irmãos, mas 950 pessoas foram incorporadas e, logo, lutaram contra a Argentina.
Os luteranos e a Guerra do Paraguai
pt.wikipedia.org
Em 1865, novamente muitos seriam recrutados para a Guerra do Paraguai. É assustador o número dos que tombaram. Dos 40 jovens recrutados em Dois Irmãos, apenas três retornaram. Ao todo, morreram 36.000 brasileiros nessa guerra e 23.000 voltaram incapazes. Houve ilegalidades: meninos de 16 anos foram recruta-
dos. Em abril de 1870, os sobreviventes retornaram ao Rio Grande do Sul. Durante a Revolução Federalista, vinte e três anos mais tarde, luteranos e luteranas foram nela envolvidos. Os que nos legaram memórias escrevem que experimentaram “pilhagem, roubo e assassinato”. Pais de família foram degolados ao tentar proteger suas famílias.
Batalha de Avaí, quadro de Pedro Américo no Museu Nacional de Belas Artes
Os enganosos “tempos de paz” Há tempos de paz enganosa. Foi o que experimentaram luteranos e luteranas reunidos no Sínodo Riograndense após a Proclamação da República. Majoritariamente, como podiam participar da política provincial desde a década de 1880, apoiaram o Partido Liberal de Gaspar Silveira Martins, que se colocara a seu lado na luta pelos direitos civis. Quando da Proclamação da República, o outro partido, o Conservador, bandeou-se para o Par-
tido Republicano. Com isso, luteranos e luteranas viram-se na oposição e foram condenados ao ostracismo político. Não foram perseguidos na República Velha, mas se refugiarame naquilo que os republicanos positivistas lhes ofereciam: tinham liberdade de culto, podiam ficar com sua cultura, seus clubes, suas escolas, menos atividade política partidária. Eram tempos de ditadura positivista. No fundo, eram marginais na sociedade riograndense.
A preservação da germanidade Por outro lado, o Segundo Reino Alemão em expansão buscava mercados e estava convicto de que o sul do Brasil podia fornecer-lhe matérias-primas e ser mercado consumidor. Por isso desenvolveu toda uma política de preservação da germanidade. Logo surgiu o discurso
de parte dos concorrentes econômicos do reino alemão de que no Rio Grande do Sul se desenvolvia um “perigo alemão”, havendo inclusive o discurso de que as províncias meridionais do Brasil se separariam do restante do país para formar um país com características germânicas.
Os luteranos e a Primeira Guerra Mundial Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, em algumas congregações houve fortes declarações em prol da Alemanha e seus aliados. De outra parte, majoritariamente a população do país colocou-se ao lado da França e da Inglaterra. Luteranos e luteranas formavam um grupo minoritário, que logo teve que sentir as consequências. Em Porto Alegre, alguns tiveram suas casas comerciais destruídas. Até na
isolada localidade de Arroio do Padre, o pastor teve que abandonar sua casa e foi levado preso a Pelotas. Em 1918, a Guerra chegou a seu fim. Fora dado um aviso, mas ele não foi suficiente. Alguns poucos, porém, sabiam que o que acontecera na época da Guerra poderia vir a se repetir e começaram a pensar em passos que deveriam ser dados para assegurar sobrevivência e autonomia.
A sobrevivência das comunidades As congregações recebiam seus pastores da Alemanha. Em 1918 havia somente quatro pastores nascidos no Rio Grande do Sul. Qualquer trabalho supracomunitário era financiado por igrejas territoriais alemãs ou pela Obra Gustavo Adolfo. Algumas comunidades rio-grandenses resolveram doar 10% de sua arrecadação para o trabalho sinodal. Na comunidade de Cachoeira do Sul,
o pastor local deu início, em 1921, à formação de pastores nacionais ao fundar o Instituto Pré-Teológico, mais tarde transferido para São Leopoldo, dando início às instituições do Morro do Espelho. O mesmo pastor também criou uma revista, na qual se discutiam os passos que deveriam ser dados rumo a uma igreja autônoma no Brasil, mas ligada à ecúmena.
As consequências da “política de nacionalização” de Vargas Apesar desses preparativos e mesmo notando alguns que desde 1930 começavam a soprar novos ventos no Brasil, pois em 3 de outubro de 1930 um grupo liderado por Getúlio D. Vargas promovera um Golpe de Estado, nem todos estavam alerta para o que viria. Sempre é difícil divisarmos as coisas com clareza quando estamos em meio ao furacão. Vargas logo começou com a política de “nacionalização”, que num crescendo atingiu as escolas do Sínodo e chegou a seu auge quando, em 1942, o Brasil rom-
peu relações diplomáticas com a Alemanha nazista, na qual desde 1933 governava Adolf Hitler. É verdade que, nos anos de 1933 até meados de 1934, diversos jovens pastores haviam manifestado sua simpatia e entusiasmo em relação ao ditador alemão. Verdade é também que outros tantos dele se distanciavam por causa da perseguição que o Estado alemão promovia a dissidentes e proclamavam que “Jesus Cristo é Rei e senhor”, o hino da resistência eclesiástica na Alemanha.
A proibição da língua alemã e a perseguição aos luteranos Mas isso de nada adiantou durante a ditadura de Vargas. Lideranças comunitárias e muitos pastores foram presos e levados a campos de concentração em Porto Alegre, em Santa Rosa e em outras localidades do país. Foi nesse contexto que atuou Aurélio da Silva Py e a polícia sob seu comando. Em Santa Maria e Pelotas, templos luteranos foram incendiados. Com a proibição da utilização de outro idioma que não fosse o português, em muitas congregações pessoas só en-
tendiam “amém” e “Jesus”. Em meio a muito sofrimento, teve continuidade a formação teológica e surgiu a clareza de que quem não atua politicamente sofre politicamente. E não foi por acaso que, na legislatura de 1946, mais de 10% dos deputados estaduais gaúchos eram membros do Sínodo Riograndense. Hoje, a IECLB prima por ausência quase total na vida político-partidária e deveria repensar sua atitude. P.Dr. Martin Norberto Dreher
Edição especial “130 anos do Sinodo Riograndense” - agosto de 2016
A necessidade de adequação às leis impostas às comunidades religiosas A primeira metade do século XX foi, profundamente, marcada por nacionalismos. No Brasil, o nacionalismo vai se manifestar com maior nitidez a partir de 1930, sob a liderança de Getúlio Vargas e, de forma mais extremada sob a liderança de Plínio Salgado e Miguel Reale, buscando o “Estado total”. Como não tínhamos história comum, mas histórias regionais e éramos país de maiorias imigrantes, a característica de nosso nacionalismo foi o acento na unidade linguística, o que levou à proibição de toda a criança brasileira aprender língua estrangeira antes dos 14 anos de idade. Essa proibição também atingiu em cheio o Sínodo Rio-grandense, formado, majoritariamente, por imigrantes e por seus descendentes. O documento abaixo é exemplo do que acontecia e impossibilitou a vida de culto.
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MEMÓRIA
BIOGRAFIA Karl Friedrich Stellbrink (1894 - 1943)
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Todos os anos, em 10 de novembro, acontece um culto ecumênico na cidade alemã de Lübeck, reunindo católicos e luteranos. Nele são recordados os quatro mártires da cidade: Karl Friedrich Stellbrink, Eduard Müller, Johannes Prassek e Hermann Lange. O primeiro foi pastor, os demais capelães. Karl foi pastor em duas paróquias da IECLB: Arroio do Padre e Monte Alverne/RS. Quem o conheceu descreveu-o como “nacionalista”. Nascido em 28 de outubro de 1894 em Münster, na Vestfália. Em 1913, Stellbrink ingressou no Seminário Teológico de Soest, que formava pastores para comunidades luteranas no Brasil. No ano seguinte, veio a Primeira Guerra Mundial e ele foi convocado para o exército. A guerra deixou nele marcas físicas, mas também o repúdio a atos de injustiça. Finda a guerra, os estudos foram retomados, podendo partir para o Brasil com a esposa Hildegard em 1921. Tiveram quatro crianças; uma delas, Gisela, está sepultada em Arroio do Padre. Na Alemanha, adotaram outras crianças. A mais nova lhes foi tomada pelo Estado nazista após o encarceramento de Karl: não eram politicamente confiáveis! Quando os nazistas começaram a se fazer ouvir, a família Stellbrink julgou que era chegada a hora de retornar ao país de origem, convicta de que participaria de um novo despertar da Alemanha. Karl filiou-se de imediato ao Partido Nacional-Socialista, o NSDAP. Aos poucos, porém, foi percebendo o que acontecia, manifestou-se, foi expulso do partido, preso, condenado e executado. Na casa dos Stellbrink, no Brasil ou na Alemanha, havia uma piedade exemplar, muita leitura e muita música. A palavra “liberdade” tinha grande significado. Foi essa liberdade que lhe possibilitou um contato indiscriminado com pessoas e profunda amizade com um judeu, o que traria dificuldades, pois o regime nazista combateu e exterminou, sistematicamente, judeus. Inicialmente, Karl foi citado perante tribunal do partido, depois chocou-se com seu bispo, figura importante na hierarquia do mesmo partido. Retirou seus filhos das organizações juvenis do partido, pois as reuniões dos jovens aconteciam no mesmo horário dos cultos da comunidade luterana. Logo começou também a fazer críticas ao regime, não deixando de fazê-lo após ter sido três vezes advertido pela Polícia Secreta do Estado, a GESTAPO. Em conversas, manifestou que seria oportuno um fim rápido do regime do que uma vitória na guerra. Irrequieto, não sabia ser cuidadoso. Aconselhava-se também com seus colegas católicos da Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lübeck. Com os colegas católicos aconselhava e confortava pessoas que se opunham ao regime. No Domingo de Ramos de 1942, Karl pregou no culto de Confirmação. Na noite anterior, Lübeck enfrentara bombardeio dos aliados. O pastor interpretou-o como castigo de Deus e juízo sobre o regime instalado. Na Sexta-Feira Santa, a Gestapo foi até sua casa. Só não o levou consigo por estar acamado com forte febre. Depois, apresentou-se e foi encarcerado. No interrogatório, a ninguém denunciou. Na mesma época, seus colegas católicos e membros das duas congregações foram presos. Aos luteranos ofereceu-se liberdade, caso testemunhassem contra o pastor. Ninguém o fez. Stellbrink e os três colegas católicos foram julgados entre 23 e 25 de junho de 1943 e condenados à morte. O instrumento de suplício foi a guilhotina, e a data de execução 10 de novembro de 1943, quando se comemoravam os 460 anos do nascimento de Lutero. Em uma de suas últimas cartas à família escreveu: Nada de ficar ensimesmado – crer!... Para quem o tempo é como eternidade e eternidade como o tempo, este está liberto de todo o sofrimento... Ó bela eternidade, faze com que meu coração se acostume a ti, minha morada não se encontra aqui. Na verdade, ninguém pode determinar os limites de sua vida. Louvado, porém, seja Deus, por nossa vida poder estar em suas mãos... Em tuas mãos está meu tempo, permite que encontre misericórdia ante teu trono. Como deve ser bonito quando os portões da eternidade se abrem... Deus me auxiliou até aqui, porque as orações de vocês me suportaram. Que comunidade não haveríamos de ser caso voltássemos a nos reunir! Tenham, porém, a certeza: isso vai acontecer, com toda a certeza, na eternidade. E isso é o que verdadeiramente importa! Por isso: alegrem-se e não se preocupem!
Com a finalidade de orientar os pastores e as comunidades a se adaptarem às novas regras estabelecidas pelas leis brasileiras às celebrações religiosas durante o período da Segunda Guerra Mundial, o Presidente do Sínodo Riograndense, emitiu um “regulamento de emergência” em 1942.
Pesquisa: P.Dr. Martin N. Dreher
Regulamento de emergência. 1º Não sendo lícito o uso do ritual e dos cânticos de praxe, a comunidade, no entanto, não poderá deixar de reunir-se regularmente aos domingos, destinados ao culto, afim-de, congregando-se e orando em seus corações, se edificarem uns aos outros. O pastor, nestas horas de devoção, terá o evangelho ou a epístola, prescritos para o res-pectivo domingo e ao alcance de todos em suas bíblias, com a meditação traduzida do “Livro Eclesiastico para as Comunidades“, seguindo-se a celebração do batismo ou da Santa Ceia, uma oração final e a coleta. Desta maneira, serão as horas de devoção celebrações dos sacramentos. * O órgão, além dos prelúdios etc., sempre tocará os cânticos sacros da época, que, porém, não podem ser cantados.
N. B. - As mencionadas meditações serão remetidas aos senhores pastores pelo Sínodo Riograndense. - Para preservar a unidade da Igreja e para evitar inconvenientes, desaconselha a leitura de meditações de autoria própria; estas regalias sempre dependem de licença especial e, para as comunidades situadas nos distritos urbanos, a autorização será dada individualmente. - Na leitura do evangelho e da meditação, como em geral, deve ser guardada cuidadosamente a dignidade da Igreja. - Sendo os templos considerados lugares públicos, a conversação, porventura feita na igreja, após a hora da devoção, não poderá ser feita em línguas proibi das pela polícia. - As orações, o quanto possível, devem ser conhecidas por todos os assistentes, como, por exemplo a oração do Senhor.
2º O batismo, a confirmação, a solenização do casamento, a Santa Ceia, o entêrro serão celebrados segunda a agenda traduzida. 3º A confirmação, a realizar-se na época da páscoa dêste ano, deverá ser celebrada o quanto antes. Sôbre a preparação dos confirmandos para a confirmação, a realizar-se na época do advento, as instruções serão baixadas depois da páscoa. 4º Não haverá cultos juvenís. A juventude assistirá às horas de devoção, destinadas a tôda a comunidade. Solicito, insistentemente, a continuação do trabalho de assistência das senhoras evangélicas das comunidades, desaconselhando, porém, as reuniões de costume. 5º Deve ser prestada especial atenção à cura espiritual.
São Leopoldo, 2 de fevereiro de 1942.
D. H. Dohms, Presidente do Sínodo Riograndense
Sinos da Comunhão - Número 186 - AGOSTO de 2016 Encarte No 4 - Comemorativo aos 130 anos do Sínodo Riograndense Colaboradores nesta edição: Harald Malschitzky, Martin Dreher, Rolf Droste, Edson Streck, Osmar Witt, Cleide Schneider e Scheila dos Santos Dreher Arte e diagramação: Jornalista Heitor Meurer (MTE/RS 15656)
Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
ECUMENE
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Jogos Olímpicos - Rio 2016
Reunidos em Teresópolis (RJ), as delegadas e delegados metodistas de todas as regiões do país participaram em julho do 20º Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil. O Concílio é o órgão máximo de decisão do metodismo brasileiro e reúne-se a cada quatro anos para aprovar as linhas gerais do trabalho missionário da igreja e eleger seus líderes. O Concílio é de composição paritária, clérigos e leigos, e tem como uma de suas tarefas a eleição dos bispos e bispas da igreja para o próximo período. Neste ano, a Igreja Metodista experimentou um novo processo para essa eleição. Desde as comunidades locais, foram votados nomes de presbíteras e presbíteros, que eram referendados pelos concílios distritais e regionais, resultando numa lista tríplice enviada por Região Eclesiástica ao Concílio Geral. A essa lista foram agregados os nomes dos bispos e bispas que poderiam ser reeleitos. Outra novidade foi a abertura de duas novas vagas episcopais com a criação de duas novas Regiões Eclesiásticas: a 7ª RE (Região Norte do Estado do Rio de Janeiro) e a 8ª RE (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Tocantins). Foram, então, eleitas duas bispas e oito bispos. Foram reeleitos: bispo João Carlos Lopes, bispo Adonias Pereira Lago, bispo José Carlos Peres e bispo Roberto Alves. Foi reeleita a bispa Marisa de Freitas Ferreira. Novos bispos eleitos: reverenda Hideíde Brito Torres, reverendo Paulo Rangel, reverendo Emanuel Siqueira e reverendo Fábio Cosme da Silva. Fonte: www.alc-noticias.net
SÍNODO RIO DOS SINOS
15ª ASSEMBLEIA SINODAL ORDINÁRIA Data: 20 de agosto de 2016 Início: 8 horas e 30 minutos Local: Comunidade Bom Pastor/Novo Hamburgo Rua Travessão, 1165 - Bairro Rondônia Convocação, Ordem do dia e Regulamento estão disponíveis em www.sinodors.org.br
Experiência luterana
O Revezamento da Tocha Olímpica correu o Brasil entre 3 de maio e 5 de agosto. A chama foi acesa em 21 de abril, na Grécia, e acendeu, em 5 de agosto, a Pira Olímpica no Rio de Janeiro. Nesse tempo e nesse trajeto, a chama foi transportada, de tocha em tocha, por 327 cidades em todos os estados brasileiros. Em Ijuí, em 4 de julho, fui um dos condutores. Para quem desde a adolescência foi atleta, depois professor de Educação Física e técnico de equipes, passar por essa experiência aos 50 anos de idade é uma emoção que não encontra palavras adequadas para ser descrita. Mesmo não sendo possível descrever o sentimento que determinou a boca seca, o batimento cardíaco alterado, posso analisar as razões que levaram a esse conjunto de sensações e emoções. Primeiramente, o significado e as lições do revezamento. A chama teve, historicamente, a tarefa de unir o povo grego, informando a proximidade dos jogos, determinando assim o fim ou pelo menos a interrupção de todas as guerras.
Arquivo Gustavo Malschitzky
Novas bispas e bispos na Igreja Metodista do Brasil
Ainda hoje esse é o desejo: unir os povos, transmitir a mensagem de amizade entre todos. E o revezamento é uma demonstração clara disso: todos foram convidados a fazer parte – homens e mulheres, jovens e idosos, de todas as raças e crenças –, quer conduzindo a chama, quer participando da festa. Fui indicado por uma colega do CEAP, de Ijuí. Ela relatou a trajetória de professor e de diretor, a busca pela qualidade de vida através da atividade física e, principalmente, a preocupação constante de, a partir do esporte, lutar pela união. Os jogos olímpicos são um momento de competição, como temos tantos em nossas escolas da Rede Sinodal e entre grupos de jovens. São um momento de compreender que quem está na outra quadra, envergando um uniforme de outra cor, é nosso adversá-
rio e nunca inimigo. Terminado o jogo, somos amigos, devemos celebrar a paz, a amizade, o companheirismo. A Olimpíada quer trazer esse ensinamento. A Tocha Olímpica antecede os jogos anunciando o desejo de paz e integração. Esta reflexão é anterior ao momento de condução da Tocha e, por isso mesmo, determinou toda a emoção do momento pela consciência da responsabilidade que conduzir a Chama Olímpica acarreta a cada condutor. Na hora, só emoções. Prof. Gustavo Malschitzky, 50 anos Diretor do Colégio Evangélico Augusto Pestana de Ijuí, ex-aluno do Colégio Sinodal de São Leopoldo
MINISTROS E MINISTRAS Comunidade de Mathias em Canoas
Paróquia Litoral Norte
O P. Arcélio Adolfo Herbes assumiu as funções pastorais na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Mathias, em Canoas, no mesmo dia em que foi celebrado o culto de sua instalação: em 12 de junho de 2016. Seus assistentes foram o P. em. Ralf Georg (São Leopoldo/RS) e a Srª Marise Frenzel (Novo Hamburgo/RS).
Na manhã do dia 10 de julho, a Comunidade de Capão da Canoa celebrou um culto no qual rendeu graças a Deus por seus 60 anos de existência. A emoção tomou conta das pessoas presentes, especialmente no momento de despedida do pastor Tiago Jaske que atuou na Paróquia Litoral Norte por um período de 9 anos e 2 meses.
Os assistentes foram o P.em. Ralf Georg (São Leopoldo) e a Srª Marise Frenzel (Novo Hamburgo.
O P. Arcélio iniciou sua atuação como pastor da IECLB em 1979 na Paróquia Cerro da Igreja, com sede na Picada do Rio – Agudo/RS. Em 1985, transferiu-se para o segundo pastorado da Paróquia de Rio do Sul/SC. A partir de 1992 até dezembro de 2015, por um período de 24 anos, atuou na Comunidade de Campo Grande/MS. É casado com Edela Vanice Graebin Herbes, que é catequista ordenada da IECLB, no momento em licença. O casal tem duas filhas, Lídia e Ester, e um filho, Israel.
Despedida do P. Tiago Sacht Jaske
Arquivo P.Tiago Jaske
Édio Jahnel
Instalação do P. Arcélio Adolfo Herbes
No tempo em que esteve na Paróquia Litoral Norte o Pastor Tiago desenvolveu um ministério de música
Tiago atuou nas comunidades de Torres, Maquiné, Vila Lothammer e Capão da Canoa, além dos pontos de pregação localizados em diversos balneários que integram a Paróquia Litoral Norte. Membros de comunidades e dirigentes da paróquia demonstraram de diversas formas sua gratidão. O pastor Tiago recebeu do pastor sinodal Edson Streck e de toda a comunidade reunida a bênção que o conduz para a Paróquia de Guarulhos, no estado de São Paulo, que o recebeu como seu pastor no dia 23 de julho.
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Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
Comunidade Bom Pastor (NH)
Formaturas Faculdades EST e ESEP
Teologia e Enfermagem comemoram finalização de uma etapa
No último mês de julho, aconteceu o Congresso Nacional da Juventude Evangélica em Timbó/SC, reunindo cerca de 1.500 jovens. O tema “Pela graça (não) temos valor” é acompanhado pelo lema bíblico “Pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todas as pessoas por meio de Cristo Jesus, que as salva” (Rm 3.24). Recentemente, o grupo de jovens de nossa comunidade escreveu em cartazes “Abraço grátis”, pendurou-os no pescoço e assim abraçou quem ia chegando para o culto. A iniciativa surpreendeu. “Era bem disso que eu precisava”, disse uma senhora ao ser abraçada na entrada da igreja e sorriu.
Todos os estudantes seguem na Faculdades EST durante o próximo ano com a especialização ao Ministério Eclesiástico da IECLB.
Na semana seguinte, no sábado, dia 23 de julho, foi a vez da formatura de 20 estudantes do Curso Técnico em Enfermagem 2016/1. A turma teve como oradoras as estudantes Camila Chaves e Sara Reis, e a juramentista foi Queli Josiane Oliveira dos Passos. “Uma etapa termina para mais um grupo de estudantes. E todo o grupo tem a sua própria identidade. Esse ficará marcado como a primeira turma dos 70 anos da Faculdades EST”, destacou o Prof. Dr. Wilhelm Wachholz, reitor da Faculdades EST e diretor da ESEP.
Jaime Jung
Fotos: Imprensa EST
No sábado, dia 16 de julho, aconteceu a formatura da turma de Bacharelado em Teologia 2016/1. O culto de Ação de Graças teve como pregadora a pastora Ma. Marcia Blasi. A turma tinha duas formandas e dez formandos. “Este momento é o auge da luta pela conquista de um sonho. Uma longa caminhada que culmina em uma alegria imensa”, disse Jairson Discher, um dos formandos. “Este momento é especial porque reflete a fidelidade de Deus e seu cuidado na minha vida, também marca o fim de uma jornada e o início de uma nova caminhada”, salientou Rodrigo Rudnick, outro formando. Juliana, Betina e Robson foram os oradores da turma. Na segunda-feira, dia 18 de julho, os estudantes Alexandre Vantuir Albrecht, Balduíno Harchibake, Francieli Ziel e Henrique Luiz Arnold fizeram a cerimônia de colação de grau em gabinete na presença do pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Prof. Dr. Rudolf von Sinner.
Aceita um “abraço grátis”?
Em breve, queremos repetir isso, agora no centro da cidade. Mas lá os jovens sabem que as reações podem ser diferentes: pessoas vão desviar sem sequer ler o cartaz. Outras vão ler, mas não se deixarão abraçar por alguém estranho. Outras talvez pensem: “Grátis? Ah, não sei... O que vão pedir em troca?”. Mas, como jovens esperançosos, sonhamos com que as pessoas entendam a nossa intenção e então virá o abraço, sem medo e sem segundas intenções. Porque a pessoa que é abraçada pode sentir: eu sou amada, sou aceita e não estou sozinha. Assim também Deus acolhe e abraça cada pessoa. O seu “abraço de graça” é o “abraço da graça”. Por meio de Jesus Cristo Deus acolhe o mundo concretamente. Ele nos mostra que nos aceita e ama-nos infinitamente, mesmo que o mundo diga que não temos valor. E essa sua graça não nos custa nada: basta aceitá-la. E assim poderemos passar o abraço de Deus adiante. Pastor Jaime Jung Comunidade Bom Pastor – Novo Hamburgo
Assessorias do Sínodo Comunicação fortalecida
O Conselho Assessor de Comunicação foi solicitado a encontrar meios para tornar mais eficiente a comunicação por meio das novas mídias. Percebe-se a necessidade de que a comunicação com “Ainda que, formalmente, o curso de graduação ou o curso técnico tenha sido concluído, o desa- líderes e membros das comunidades seja mais ágil e direta. Pafio da formação precisa ser constante. É por isso que lançamos também o desafio de continuar a ra coordenar essa tarefa, foi contratada uma nova assessora em tempo parcial. Ela se apresenta: fazer parte da história de formação de todos e todas”, salientou o Prof. Wachholz. “Eu sou Ana Carolina, tenho 24 anos e sou formanda do curso de Jornalista Mariana Bastian Tramontini Publicidade e Propaganda da Universidade Feevale. Comecei a trabalhar com comunicação digital e administração de redes sociais em 2012. Desde então, tenho criado textos para diversas finalidades. Antes de trabalhar no sínodo, atuei como redatora publicitária em cinco agências publicitárias e gerenciadoras de conteúdo de Novo Hamburgo. Trabalhar na comunicação do Sínodo Rio dos Sinos tem sido uma experiência gratificante. Desde criança, a fé cristã já faz parte da minha vida. Participo das atividades da igreja, na Comunidade da Redenção, no bairro Guarani, em Novo Hamburgo, desde 2012. Então é uma alegria imensa poder unir a minha escolha profissional ao que me move e me identifica”. Entre as tarefas pelas quais Ana Carolina Kegler Walzburger responde estão: o “site” do Sínodo Rio dos Sinos, o espaço que cabe ao sínodo no portal Luteranos, da IECLB, o boletim informativo que será enviado quinzenalmente a líderes das comunidades do sínodo, a “fanpage” do sínodo, mensagens especiais e outras formas de alcançar o maior número possível de pessoas. Seu endereço eletrônico é informa@sinodors.org.br Caso sua comunidade tenha algo a compartilhar com outros membros e comunidades da IECLB, recomendamos que se dirija diretamente a Ana Carolina.
Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
“Vocês sabem que, numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto corram de tal maneira que ganhem o prêmio. Todo atleta que está treinando aguenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro, uma coroa que, aliás, não dura muito. Mas nós queremos receber uma coroa que dura para sempre. Por isso corro direto para a linha final” (1 Coríntios 9.24-27). Recebi, com muita alegria, o convite para escrever este texto para esta página do ENTRE AMIGOS E AMIGAS. Como editor do jornal sinodal SINOS DA COMUNHÃO, nestes últimos cinco anos tenho recebido os textos para cada edição, trabalhado e diagramado os mesmos com muito carinho, pois sei da importância do trabalho entre os PPDs e da dedicação do Conselho Assessor de Diaconia. Hoje escrevo para vocês e não poderia deixar de fazê-lo à luz da Sagrada Escritura. Minha inspiração vem da palavra bíblica que está no início deste texto, escrita pelo apóstolo Paulo à comunidade de Corinto, de onde, provavelmente, a cada quatro anos, atletas daquela localidade se deslocavam até a cidade de Olímpia para competir no que se chama hoje de “Jogos Olímpicos da Antiguidade”, iniciados em 776 a.C. Esta edição do Sinos da Comunhão tem como tema central as Olimpíadas, inspirado no evento que neste mês de agosto reúne milhares de atletas de todo mundo no Rio de Janeiro. Cerca de 1 milhão de pessoas estarão viajando, do Brasil e vindos do exterior, para acompanhar essa forma de competição que, no ano de 1996, em sua 26ª edição, celebrou o centenário dos chamados “Jogos Olímpicos da Era Moderna”. Todos somos pessoas limitadas, com deficiências. Sempre dizia isso quando acompanhava os trabalhos dos grupos da Associação dos Deficientes Físicos de Novo Hamburgo (ADEFI) e da Associação dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo (ADEVIS). Eu não era menos deficiente do que aqueles a quem me dirigia. Talvez minhas deficiências não fossem tão aparentes quantos as de outros, mas estavam ali comigo. Valendo-se das experiências dos jogos esportivos, especialmente do atletismo, o apóstolo Paulo diz que a vida é uma corrida que nos impõe limites, desafios, metas e necessidade de dedicação para superar as deficiências. O cristão é um deficiente. Ele nasce com uma deficiência congênita, chamada pecado. Isso o limita. Sabendo disso, ele aprende a lidar com sua deficiência, “aguenta exercícios duros”, como diz Paulo, enquanto ele “corre direto para a linha final”. Penso que a inclusão das Paralimpíadas nos jogos modernos foi uma grande lição para a humanidade. Quanto a isso, convido para a leitura do texto ao lado, “Atrás do quê estamos correndo?”, do meu colega Hans Trein. Penso também que o esforço diário que cada um dos PPDs empreende para lidar com seus limites é um exemplo para todos nós, que nos consideramos “pessoas não deficientes”, mas que, como já disse antes, de fato não somos. Por isso a todos vocês “muito obrigado”. Como nos jogos olímpicos, vocês merecem “a coroa de folhas de louro”, mas, como diz Paulo, pela fé na graça e salvação ofertados por Nosso Senhor Jesus Cristo, “receberemos uma coroa que dura para sempre”. Heitor Meurer Pastor e Jornalista Comunidade Evangélica de Lomba Grande Editor do jornal sinodal Sinos da Comunhão
Mais, mais, mais... mais rápido, mais alto, mais longe! Sempre me surpreendo com os recordes que são batidos nas olimpíadas. Em determinado momento, os 100 metros rasos foram vencidos em menos de 10 segundos. De lá para cá, as marcas foram reduzidas a frações de segundo. Estamos chegando em nossos limites? Quando eu pulava altura, conseguia 1,65 metros. Nas olimpíadas evangélicas, os “medalha de ouro” subiam a 1,75 e 1,80. Nas olimpíadas internacionais, já tem gente pulando por cima de uma rede de vôlei a 2,43 m de altura; as técnicas de salto mudaram muito; os atletas aprenderam a rolar o corpo por cima da vara. E o salto em distância gira ao redor dos 8 metros e locomove-se adiante em centímetros. Minha melhor marca foi 5 metros e qualquer coisa. Limites? Ainda bem que não introduziram ainda nos jogos olímpicos os campeonatos para ver quem consegue comer mais hambúrgueres. Qual é o sentido de buscar sempre marcas mais-mais nas olimpíadas? Seria um traço de nossa vaidade humana? Ou seria porque não admitimos limites? Queremos ser mais do que humanos? Mostrar o que se é capaz de fazer certamente é uma ambição humana, para o bem e para o mal de toda a criação. Distinguir entre bem e mal parece não ter avançado muito desde as cavernas até a sociedade pós-moderna. As olimpíadas acabam servindo de metáfora para naturalizar uma realidade da vida planetária: para que alguns cheguem nos primeiros lugares, é necessário que muitos fiquem para trás; para que alguns poucos vençam, muitos perdem; esses continuam competindo e consolam-se com “o importante é competir”. E as paraolimpíadas? Importante que elas existam e oportunizem a integração das pessoas que superam suas deficiências e debilidades físicas. Agora, por que as paraolimpíadas se guiam pelos mesmos critérios mais-mais dos jogos olímpicos tradicionais? Também aí a lógica parece ser a de não aceitar limites ou de superá-los com tecnologia, como é o caso dos corredores com pernas mecânicas. Já houve inclusive atletas olímpicos “normais” reclamando de que as pernas mecânicas davam vantagens aos corredores paraolímpicos... Funcionariam, então, como uma espécie de “doping tecnológico”, que mascara a competição. O esporte não tem de ser competitivo. Ele pode ser apenas um jogo em que a gente se exercita e se relaciona com os corpos de outras pessoas, fazendo jogadas interessantes e inusitadas e alegrando-se com esses feitos. Certa vez, passei por um grupo de indígenas Kulina jogando bola. “Quanto está o jogo?”, quis eu saber. 1 a 1, disseram. Mais para o fim da tarde, passei de novo e perguntei: “Quanto está?”. Olharam uns para os outros e então disseram: 5 a 5. Entre nós outros a esperança está no menino português de dez anos que consolava um torcedor francês que chorava após a final da Eurocopa e que viralizou nas redes sociais: “Não fique triste! Vocês fizeram um bom jogo. Mereciam ganhar”. O importante não é competir; é conviver e cooperar. Ética bela é estética. Nada de novo debaixo do sol que se punha no horizonte produzindo olhares maravilhados.
Reconheça o Aedes Egypti
Hans Alfred Trein
www.novojornal.jor.br
Dicas da Dra.Claudia
Mosquito de mais ou menos 1cm, preto com listras brancas, que pode transmitir três doenças: dengue, chikungunyia e zika.
www.temitaimpaulista.com.br
A vida é feita de superações
Atrás do quê estamos correndo?
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Vamos falar de Zika: Na gestante, pode levar à microencefalia do feto. Nos adultos, traz os seguintes sinais e sintomas: 1 – febre de 37,5 a 38,5, devendo ser medicada com paracetamol ou dipirona; 2 – dores articulares com vermelhidão e inchaço; 3 – dores retroculares com vermelhidão do olho; alívio com colírio Moura Brasil; 4 – lesões de pele tipo exantema que se espalham por todo o corpo e causam leve coceira, duram de 4 a 5 dias e são tratadas com anti-histamínicos (remédios para alergia), levemente elevadas e às vezes confundidas com sarampo. Começam primeiro pelo rosto; 5 – cansaço físico e mental. O tratamento é sintomático e passa dentro de 10 a 12 dias. Mas alguns sintomas podem persistir por meses e só podem ser tratados com analgésicos. O melhor é prevenir-se, como orientam as propagandas da TV. O mosquito já anda por aqui! Dra. Maria Cláudia Bender
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Sínodo Rio dos Sinos - agosto de 2016
QUEM FAZ PARTE DO SÍNODO
Esta é a área geográfica do Sínodo Rio dos Sinos. A cada edição uma paróquia ou setor será destaque nesta página. Neste mês a Paróquia Tramandaí fala de seus 65 anos de história.
Colégio Sinodal/São Leopoldo Instituição de ensino completa 80 anos
1937 - O prédio da escola está pronto (vista dos fundos)
Fotos: Arquivo Colégio Sinodal S.Leopoldo
Ano de 1936. O Sínodo Riograndense, que foi a primeira tentativa exitosa na caminhada para criar uma igreja de confissão luterana em solo brasileiro, estava completando 50 anos. A data precisava ser festejada com uma iniciativa marcante. Assim, para marcar a data jubilar do Sínodo Riograndense, surgiu o Colégio Sinodal. A sua história está fortemente marcada pelo desejo de construir uma escola que tivesse o compromisso com a vida, a fé e a educação de qualidade. O objetivo era criar uma escola, com internato, para acolher estudantes de diversas comunidades e prepará-los para exercer cargos de liderança nas comunidades e na sociedade. O Sinodal é a realidade de um sonho sonhado por muitas pessoas. É o resultado da colaboração de inúmeras pessoas e comunidades luteranas espalhadas pelo sul do Brasil.
O pátio da escola é um agradável lugar para um bate-papo e fazer amigos O presente de uma instituição forte é tão importante quanto seu passado. Este é a atual coordenação e direção do Colégio Sinodal de São Leopoldo
Atualidade Em maio deste ano, o Colégio Sinodal, que possui unidades em São Leopoldo e Portão, celebrou 80 anos com muita gratidão e alegria. Foram desenvolvidas diversas atividades, sempre enfocando a valorização da história, suas referências eclesiásticas e antecipando o futuro da instituição e da própria educação. Dentre os eventos em comemoração aos 80 anos destacam-se a celebração de um culto de Ação de Graças na Comunidade de São Leopoldo e a inauguração do novo prédio com dois andares – o primeiro andar abrange a biblioteca, e o segundo abriga diversas salas de aula, que são destinadas ao ensino de línguas estrangeiras.
Novo prédio da biblioteca inaugurado por ocasião dos 80 anos da escola O Sinodal conta com cerca de 1.700 alunos, desde o Maternal até o Ensino Médio, nas unidades de São Leopoldo e Portão. Seu projeto pedagógico busca uma formação ampla e aprofundada. O conteúdo e a qualidade da educação são uma busca constante e fazem parte da compreensão de responsabilidade cristã que constitui o Colégio Sinodal. A formação ampla é caracterizada na área da música, com cerca de 160 alunos aprendendo um instrumento musical na Casa da Música; na área das línguas estrangeiras, com o Bilíngue – Português/ Inglês – e o Sinodal Idiomas com mais de 200 alunos matriculados; na área do esporte, com equipes federadas no atletismo, vôlei e basquete; entre outras atividades que visam à formação integral do ser humano. A espiritualidade é valorizada e perpassa todo o agir e fazer pedagógicos. O Pastorado Escolar transita entre toda a comunidade escolar e faz-se presente em todos os momentos de decisão da escola. Manter o Sinodal saudável e viável no futuro é compromisso de todas as pessoas que receberam o legado das gerações anteriores. Para isso é necessário ter uma postura de inovação, competência pedagógica e administrativa. Saber preparar e antever o futuro e assumir uma postura de vanguarda, que sempre fez parte da educação luterana.
1941 - Primeira turma de formandos
Alunos em sala de aula
A alegria do abraço amigo
O momento de espiritualidade