diagramação
*páginas diagramadas para a revista Cavalo crioulo
Sombra e água fresca por Kamilla Alves Fotos Hans Von Manteuffel
Verão, calor, sol e férias. Nada como a chegada da estação mais esperada do ano, onde os dias são mais longos e repletos de possibilidades para aproveitá-los. E como nessa época o período de férias é uma realidade para a maioria das pessoas, a RCC traz a você, leitor, algumas dicas de como desfrutar o tempo disponível durante a temporada. De norte a sul, os atrativos ao longo do país são muitos e contemplam todos os gostos. Desde as praias paradisíacas do nordeste à calmaria encontrada na serra durante a estação, sem esquecer, claro, da tradicional folia durante os dias de Carnaval.
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Com suas paisagens Fernando de Noronha é uma opção turística impressionante
Para encher os pulmões e os olhos Uma opção para quem deseja gozar do sossego das férias, é visitar o arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Formado por 20 ilhas e com mais de 20 quilômetros de extensão, tem como estrela principal a ilha de Fernando de Noronha, a maior entre todas do conjunto e única habitada. As outras, além de desertas, fazem parte da área do Parque Nacional Marinho e só podem ser visitadas com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Aproximadamente a 500 quilômetros do continente, a população formada por um pouco mais de três mil habitantes vive, basicamente, do turismo ecossustentável que proporciona ao turista inúmeros atrativos. Entre os mais procurados, estão os mergulhos. Prática extremamente propícia para o ambiente que oferece uma visão clara em
até 50 metros de profundidade. Aos amantes da natureza, Noronha oferece o contato direto com um importante projeto de preservação: o Projeto Tamar. O Centro de Visitação oferece ao turista a oportunidade de usufruir do vasto conteúdo cultural presente no Museu a Céu Aberto da Tartaruga Marinha ou assistir a alguma das palestras oferecidas pela instituição que ocorrem diariamente a partir das 19h. A organização oferece, também, um programa de Ecoturismo que ocorre segundas e quintas-feiras e brinda os itinerantes com o acompanhamento de atividade de monitoramento de tartarugas marinhas. Outro ponto positivo a respeito das atividades é o fato de que todas são oferecidas gratuitamente. O centro está aberto à visitação das 8h às 22h e pode ser contatado pelos telefones (81) 3619-1174, (81) 3619-157 e (81) 3619-1269.
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Fotos Secretaria de Turismo do Maranhão
Se você procura praias paradisíacas, não deixe de conhecer os Lençóis Maranhenses
Uma água de coco, por favor Impossível pensar em verão e não falar sobre belas praias. A areia fininha e quase branca que emoldura as águas quentes e de tom azul é carta marcada no nordeste brasileiro. Tão característico quanto a vista, é o calor que ronda estas regiões e, para amenizá-lo, nada melhor do que aproveitar e conhecer as mais impressionantes paisagens. Dentre os locais mais procurados para descansar e desfrutar do belo cenário, estão os Lençóis Maranhenses. Localizado no litoral oriental do Maranhão, é um dos destinos mais procurados do país. São 156,5 mil hectares de área e 70km de praia, em uma paisagem estonteante formada por um misto de dunas e lagoas de água doce que revezam tonalidades azuis e verdes. O conjunto de belezas naturais faz parte do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, criado em 1981 e que tem como cartão de visita a cidade de Barreirinhas, circundada pelas águas do rio Preguiça e, ambos, fazem parte do roteiro para explorar o local.
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Para apreciar de perto tudo o que o espaço tem a oferecer, o turista pode optar por realizar trilhas ou passeios de barco. Caso ele escolha caminhar pelos montantes de areia, precisa preparar o fôlego, pois, para chegar em algumas regiões é necessário escalar paredes de mais de 40 metros de altura. Entretanto, se o visitante preferir um passeio mais tranquilo e que não exija muito do físico, pode alugar um veículo com tração nas quatro rodas, para não correr o risco de atolar na areia fina. Outra forma de se deleitar com o cenário é usar o transporte intermunicipal, uma opção para os que preferem explorar a área sem o auxílio de guias ou agências de turismo. Se o viajante desejar se hospedar, existem pousadas, hotéis e hostels com diárias que oscilam entre R$ 160,00 e R$ 520,00. Mais informações sobre roteiros e atrações podem ser obtidas com a Secretaria de Turismo da capital maranhense - São Luiz do Maranhão - pelo número (98) 3212-6210.
Fotos Gabriel Santos Para os amantes da folia, a Marquês de Sapucaí é um roteiro imperdível
Caia na folia Nem só de calmaria vive o turista que deseja espairecer nas férias. Alguns preferem adiar os dias de descanso e aproveitá-los durante o Carnaval e, claro, opções para curtir a folia não faltam. Um dos eventos mais esperados do ano e que atrai cerca de um milhão de foliões é o Carnaval da Bahia. Repleta de atrações, a festividade reúne diversos artistas e cantores de axé que agitam as multidões que percorrem longas distâncias atrás dos trios elétricos que cruzam a cidade de Salvador em três principais circuitos: Dodô (Barra-Ondina), Osmar (Campo Grande Avenida Sete) e Batatinha (Centro Histórico). Para entrar em contato direto com essa energia contagiante e participar da festa com segurança e conforto, o turista pode adquirir ingressos para os camarotes ou comprar os abadás - uma camiseta que garante o ingresso dentro dos blocos. Porém, quem preferir economizar pode acompanhar os blocos sem cordas e usufruir da programação do Carnaval Pipoca. Os valores dos camarotes variam entre R$ 220,00 e R$ 740,00 para as mulheres e, para os homens, o preço oscila entre R$ 280,00 e R$ 990,00. Já, quem prefere pular o Carnaval junto aos
blocos, pode comprar o abadá pelo custo de até R$ 4.780,00 para todas as noites da folia que ocorre entre os dias 5 e 10 de fevereiro.
Para quem tem samba no pé “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é.” Seguindo a linha do jargão popular tão utilizado pelos amantes do ritmo mais popular no país, então, nada mais aconselhado do que se dirigir à Marquês de Sapucaí, ponto de encontro para todo apaixonado pelo samba. Conhecido internacionalmente, o Carnaval do Rio de Janeiro é considerado uma das maiores festas populares do mundo. Seu prestígio é tanto, que o evento foi homologado pelo Livro dos Recordes devido a sua popularidade. Outro ponto que chama bastante a atenção são as escolas de samba que buscam em temas cotidianos a pauta para os sambas-enredos. Sem esquecer, claro, dos carros alegóricos repletos de plumas e paetês e que, de tão grandes, assemelham-se a prédios. No estado fluminense, a paixão pelo Carnaval é tão intensa quanto pelo futebol. Uma prova disso é a rivalidade entre as escolas que, ano após ano, disputam ponto a ponto o título de Grande Campeã.
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Aventura
aos extremos por Yéssica Lopes Fotos Fagner Almeida
Um destino intenso, múltiplo e fascinante. Nesta edição, a RCC convida o leitor a conhecer um pouco mais sobre um dos lugares mais cativantes do mundo: o Chile. Situado na América do Sul, comprimido, mais precisamente, entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, o país possui uma das formas territoriais mas incomuns do planeta. Do norte ao sul,
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estende-se por 4.270 quilômetros, ao passo que entre leste e oeste por 177. Sua geografia de extremos garante a seus visitantes uma das viagens mais cenográficas de todo o continente. A localidade reúne paisagens que vão desde o deserto mais árido do planeta até lagos, vulcões e áreas gélidas ideais para a prática de esqui. Aventure-se nessas dicas.
As vistas do Cerro Santa Lucía, em Santiago do Chile (acima), ou do cume do vulcão Villarrica (abaixo e esquerda) estão entre as mais impressionantes
Santiago respira cultura “Santiago no olvides que soy/jinete de tu crecimiento:/ llegué galopando a caballo/del Sur, de mi salvajería,/y me quedé inmóvil en ti/como un caballero de bronce.” Pablo Neruda, premiado poeta chileno, apesar de suas múltiplas viagens jamais esqueceu de Santiago, capital de seu país de origem. Retratada em diversas obras, não é à toa que a metrópole tornou-se uma das principais escolhas dos turistas que se aventuram pelo Chile. Famosa por suas atrações culturais, Santiago possui uma elogiada rede hoteleira. Em poucas horas de caminhada, ainda é possível conhecer grande parte da história de todo o território chileno e visitar restaurantes, lojas, bares e cafés. Comece pelo Centro Histórico - que mescla tradição e modernidade na arquitetura de suas praças e museus. Caminhe pela rua Paseo Ahumada - a principal rua de comércio da região central - e chegue na Plaza das Armas, onde fica a Catedral Metropolitana de Santiago e o Museu
Histórico Nacional. Não deixe também de provar vinhos, visitar adegas e conhecer a Casa Museu La Chascona, de Pablo Neruda.
Um cenário encantador Além de concentrar a maior parte histórica e cultural do país, a capital do Chile proporciona aos visitantes uma vista encantadora da Cordilheira dos Andes, localizada a aproximadamente 60 quilômetros de sua região central. A maior cadeia de montanhas do mundo ganha contornos avermelhados no verão e é coberta pela neve durante o inverno. Alguns passeios, disponíveis o ano inteiro, ainda proporcionam uma visão mais ampla da Cordilheira, como aqueles que seguem o curso do rio Mapocho e incluem paradas nos principais centros de esqui e vinícolas centenárias (como a famosa Vinícola Concha y Toro). De alguns hotéis, também é possível apreciar o cenário das janelas dos quartos.
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A Catedral Metropolitana de Santiago (acima) e a Estrada do Vale Nevado (abaixo) são atrações imperdíveis
Destino para audaciosos Devido a suas peculiaridades, o Chile é dividido em cinco regiões totalmente diferentes. O Deserto de Atacama está ao norte, Santiago e diversas estações de esqui no centro, a Austral tem a Patagônia e a Antártida Chilena, a Insular abriga a Ilha de Páscoa e no sul, ampliam-se os lagos, os vulcões e as opções de esportes radicais. Pucón é o principal balneário lacustre do Chile e um dos destinos mais procurados da região sul. Na localidade, existem atividades para turistas requintados e amantes da vida ao ar livre, como itinerários termais e parques nacionais. No entanto, é por aqui onde os mais aventureiros se arriscam, seja para andar de caiaque no lago, fazer rafting no rio Trancura, trekking no parque Huerquehue e, até mesmo, escalar o vulcão Villarica. Esta última beleza natural é muito cobiçada, porém, somente aqueles com mais preparo podem aceitar o desafio. A subida é permitida apenas para grupos acompanhados por um guia profissional para cada três visitantes e com a autorização de La Corporación Nacional Forestal (Conaf). As agências de aventura costumam ter preços acessíveis e similares (em torno de US$70 e US$100, com translado e equipamento).
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Para explorar a montanha sem riscos, é preciso respeitar as regras de segurança instruídas no início do trajeto e levar um lanche para os intervalos da trilha (como água e banana - alimentos indicados para o exercício). Um bom preparo físico e muito fôlego são essenciais para aguentar os 2.843 metros de subida até o topo do vulcão - que ainda está em atividade.
Como chegar O Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez, também conhecido como Pudahuel, a 20 quilômetros do centro de Santiago, é considerado a principal porta de entrada para o Chile e recebe voos de todos os continentes. Como o país faz fronteira com Peru e Argentina, muitos viajantes escolhem sair de carro ou moto do Brasil por Foz do Iguaçu e, depois de passar pelo território argentino, partem para o Chile. Mendonza (AR) faz fronteira com o destino e em cerca de duas horas é possível chegar a Santiago. Para isso, é preciso ter documentação específica para atravessar as duas fronteiras, especificadas nas embaixadas da Argentina e do Chile. Há ainda os que optam por ir de ônibus. Nesse caso, as principais cidades de embarque são Rio de Janeiro e São
Além da riqueza da cultura local, é muito fácil se deslocar pelo país de trem
Em Pucón as quedas d’água Ojos del Caburgua são um espetáculo à parte
Paulo. Existem duas opções: comprar uma passagem direto para a capital chilena ou para Buenos Aires e, de lá, para Santiago. Três companhias são as mais conhecidas por proporcionarem esse trajeto: Crucero del Norte, ChileBus e Pluma. No entanto, na maioria das vezes, ir de avião pode sair mais prático e barato.
Algo mais Tamanha diversidade permite atrações para todos os gostos, os bolsos e as idades. Algumas dicas, no entanto, podem deixar a viagem ainda mais interessante. Comer em Santiago, às vezes, pode não ser muito barato. A sugestão é escolher a opção Menu del Día - uma refeição completa com entrada, prato principal, sobremesa e bebida. Vários restaurantes oferecem essa proposta por cerca de quatro mil pesos chilenos, que correspondem a aproximadamente R$ 22,00. A cidade também oferece muitas atrações turísticas gratuitas, como a Troca de Guarda, que ocorre em dias alternados. Outro passeio interessante é a visita quiada no Palácio La Moneda - sede do governo chileno. Apesar da entrada ser franca, é preciso agendar para conhecer. No Chile existem muitos museus com entrada gratuita,
como o Museu Histórico Nacional, localizado na Plaza de Armas, e o Museu Nacional de Bellas Artes, que está rodeado pelo famoso Parque Florestal e foi criado com a intenção de reunir obras espalhadas pelos órgãos públicos do país. Tem ainda o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, que retrata o período da Ditadura Chilena. E, com todas essas atrações turísticas, fica difícil conhecer o Chile de uma só vez. O país é tão diversificado, plural, com tantas opções de atividades e paisagens que talvez seja necessário apreciar aos poucos, mas sem moderação. É preciso se entregar a esse apaixonante destino sem compromisso e com muita curiosidade.
Mais informações - Governo do Chile: www.gob.cl - Serviço Nacional de Turismo do Chile: www.sernatur.cl - Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez www.nuevopudahuel.cl
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Um mergulho no ecoturismo brasileiro por YĂŠssica Lopes Fotos Fagner Almeida
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aroma é oposto àquele presenciado nos agitados centros urbanos. Cercado por uma reserva de mata nativa e em meio a uma biodiversidade encantadora, este lugar é envolto por uma paleta de cores um tanto intocada, que encanta olhares de forma ingênua e profunda.
Nesta edição, a RCC convida o leitor a flutuar em um rio de águas cristalinas, desbravar trilhas, saborear pratos típicos sul-mato-grossenses e, ainda, se deixar encantar pela fauna e a flora do centro-oeste brasileiro. Eleita por dois anos consecutivos como A Melhor Atração Turística do Brasil pelo Guia 4 rodas, conceituado como o melhor guia de viagens do país, o Recanto Ecológico Rio da Prata atrai curiosos do mundo inteiro que se aventuram em suaves correntezas e tentam desvendar a Lagoa Misteriosa. Este paraíso fica em Jardim, na região de Bonito, no Mato Grosso do Sul.
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A riqueza da fauna local é fator capaz de capturar, pela beleza e cor, os olhares de quem visita a região
Características A região da Serra da Bodoquena abrange os municípios de Bonito, Jardim e Bodoquena. Sua geologia formada por rochas calcárias, proporcionou a formação de rios, cavernas e piscinas naturais com águas que impressionam pela transparência. Altamente preservada, esta região possui a maior extensão de florestas no estado do Mato Grosso do Sul e esconde cachoeiras, grutas e uma extensa população de peixes e plantas aquáticas. Além das belezas naturais, a região é considerada o principal polo de ecoturismo do Brasil devido a sua organização, à oferta de serviços de qualidade, ao cuidado com a natureza e à conservação ambiental. Na maioria dos passeios por lá, é exigido o acompanhamento de guias de turismo e existe uma forte atuação de Organizações Não Governamentais como o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB). Ademais, as cidades são consideradas modelos devido às inovações como o ecoturismo realizado em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
Atividades O passeio nessa localidade é indicado para toda a família. As atividades principais incluem flutuação (snorkeling) nas águas cristalinas dos rios Olho d’Água e Prata, trilhas por cachoeiras onde é possível nadar em piscinas naturais, passeio a cavalo e de bote, observação de aves, rapel, boiacross e mergulho com cilindro - que pode ser feito em rios, lagoas e cavernas. Na Fazenda Cabeceira do Prata, situada em Jardim/MS, por exemplo, é possível realizar o passeio de ecoturismo Recanto Ecológico da Prata. O acesso ao atrativo fica na BR-267, quilômetro 512, na Zona Rural do município. Na mesma região encontra-se a Lagoa Misteriosa - atrativo que oferece passeio de flutuação e mergulho com cilindro. Acompanhados por guias credenciados, primeiramente, grupos de nove pessoas fazem uma caminhada através de trilha interpretativa até a chegada ao rio. Logo após, durante a descida, chega o momento de contemplação onde o ecossistema se mostra em perfeito e tranquilo equilíbrio. O passeio tem duração média de quatro horas e, para o deleite dos turistas, é seguido por um almoço típico da região. Por fim, é o momento de cavalgar pelo pasto e finalizar o dia com um lindo pôr do sol. Apesar de não oferecer hospedagem na zona rural, Bonito e Jardim contam com mais de quatro mil leitos entre hotéis, pousadas e albergues, com opções para todos os gostos e bolsos. A atuação dos empreendimentos impressiona em seus princípios de sustentabilidade.
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Independentemente do ângulo pelo qual é visto, esse paraíso para o ecoturismo encanta quem optar por “mergulhar” nessa verdadeira aventura
Lagoa Misteriosa Considerada a sétima caverna mais profunda do país pela Sociedade Brasileira de Espeleologia e uma das mais profundas cavernas inundadas do Brasil, atingindo mais de 220 metros de coluna d’água, a Lagoa Misteriosa fica em Jardim, a 270 quilômetros da capital Campo Grande e 50 de Bonito. O acesso ao atrativo fica na BR-267, quilômetro 515, na mesma estrada que dá acesso ao Recanto Ecológico Rio da Prata. O cenário límpido e vivo, levita os visitantes e alça voos no imaginário do turista. Ao fundo de uma dolina, uma depressão no solo, o mistério revela-se um tipo de formação geológica similar a um buraco com 75 metros de profundidade e transparência. O primeiro mergulho nela realizado foi em setembro de 1992 por Augusto Auler, na Expedição Franco-Brasileira Bonito 92.
Dicas e recomendações - Faça as reservas para os passeios nas agências de turismo locais ou em uma operadora da sua cidade com antecedência. - O acompanhamento do guia de turismo nos passeios é obrigatório por lei municipal. - Em muitos passeios, não é permitido o uso de repelente e/ou protetor solar para não poluir os rios. - A maioria das estradas de acesso aos passeios é de terra e recomenda-se trafegar em velocidade entre 30 e 50 km/h. - Todos os passeios são em fazendas particulares e não incluem transportes até eles. Use seu próprio veículo ou contrate serviços de transporte na sua agência ou hotel. - As condições climáticas poderão impedir ou dificultar a realização de alguns passeios. - Não é aconselhável ingerir as águas dos rios. Embora sejam puras, são ricas em cálcio e magnésio, o que pode provocar diarreia. - Não é permitido alimentar os peixes e animais silvestres - a natureza já faz isso. - Não jogue lixo nas trilhas, estradas e ruas. - A proximidade com o Pantanal torna possível aos turistas estenderem sua viagem e conhecerem outro destino de ecoturismo brasileiro.
Saiba mais www.riodaprata.com.br www.lagoamisteriosa.com.br
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Pelos Encantos de
Bruxelas por Marina Bonati Fotos Fagner Almeida
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Exuberantes, os jardins do Mont Des Arts impressionam quem visita este próspero centro cultural na capital belga
Olhar para os quatro cantos e apreciar. Esta é a obrigação do turista que se aventura por Bruxelas, capital da Bélgica. Com pouco mais de um milhão de habitantes, a diversidade de restaurantes e prédios - entre eles, nada mais, nada menos, do que a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do Parlamento Europeu - dificilmente causa indiferença a uma singela caminhada que se faça de uma esquina a outra pelas ruas estreitas.
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Eventos
ESPAÇO PARA INTEGRAR E APRENDER por Rochele Ücker Foto Júlio Oliveira
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e 14 a 17 de janeiro aconteceu um dos maiores eventos equestres da América Latina. O Global Equus International reuniu no Haras Raphaela, em Porto Feliz/SP, amantes e profissionais do mercado de equinos do mundo inteiro. O cavalo Crioulo, claro, não ficou de fora desse momento de celebração e troca de conhecimentos. O reduto se transformou em escola. Foram quatro dias de palestras com profissionais nacionais e internacionais e renomados especialistas em manejo, criação e treinamento de cavalos. Com eles, o público pôde aprender técnicas de Doma Racional, Doma Índia, Horsemanship, Equusmanship, Apartação, Rédeas, Três Tambores, Marchadores, Dressage, Cowboy Dressage e outros. Dentre as atrações, também estavam apresentações de associações e criatórios brasileiros e ainda estandes de exposições de associações, empresas e produtos. O evento foi projetado com a finalidade de oportunizar a troca de conhecimentos, incentivar a realização de negócios, além de potencializar a fomentação da equideo-
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cultura nacional. Tudo isso em um espaço preparado e considerado referência na região. O haras conta com área de 35 alqueires, dois pavilhões com 55 baias, selaria, alojamento, farmácia, estacionamento e área verde.
Bem representada A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) marcou presença no evento. O analista de expansão Gérson de Medeiros, o gerente de Comunicação e Marketing Douglas Saraiva e o superintendente de Registro Genealógico (SRG) Rodrigo Rodrigues Teixeira foram alguns dos responsáveis por levar o nome do cavalo Crioulo ao Global Equus International. Os visitantes que estavam interessados em saber mais sobre a raça Crioula e a atuação da ABCCC no território nacional foram recebidos pelos colaboradores em um estande da Entidade. O espaço, reservado para atender ao público, também foi aproveitado como ponto de distribuição de materiais informativos sobre o animal. Além do estande, o cavalo Crioulo também pôde ser visto
nas pistas de apresentações. Para que fosse observado de perto, três exemplares foram levados ao evento. Representaram a Marcha e o Enduro o macho Sorrito Paulista e a égua Mariñera Iguazu, ambos da Cabanha Paulista, do criador Paulo Sampaio de Almeida Prado. Já o Freio de Ouro e a Morfologia foram representados por Campana Pasamano, da Estância Tamareira propriedade do criador e vice-presidente de Comunicação e Marketing, Onécio Silveira Prado Júnior. Dois palestrantes tiveram o cavalo Crioulo como tema. O cavaleiro multicampeão de Rédeas, Gilson Vendrame, contou sobre a participação da raça na modalidade. Já o ginete José Fonseca Macedo explicou como funciona o Freio de Ouro. E, ainda, o superintendente do Registro Genealógico da ABCCC, Rodrigo Rodrigues Teixeira, aproveitou o espaço dedicado às associações para falar sobre a Morfologia e a Marcha de Resistência. O ginete - três vezes Freio de Ouro e reconhecido pelo apelido “Zeca Macedo” - conta que foi convidado pelos organizadores a palestrar sobre o seu trabalho. De acordo com ele, ensinar de forma didática o funcionamento do Freio de Ouro é uma grande oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do esporte. Orgulhoso de sua participação, ele afirma: “Representei a modalidade que pratico e todos os colegas de profissão - antigos e novos. Todos com a mesma importância ou mais importância que eu, serviram para que o Freio de Ouro evoluísse e fosse reconhecido mundialmente”. O vice-presidente de Comunicação e Marketing, Onécio Silveira Prado Júnior, também esteve presente e ressalta a importância da participação da Associação em um evento de nível internacional. De acordo com ele, o encontro não proporciona apenas visibilidade, mas também a aproximação do cavalo com pessoas que não o conheciam ou que conheciam só por nome. “Eu acredito que isso vai trazer um resultado muito importante. Não só de imediato, mas também a médio e longo prazos na expansão do cavalo Crioulo dentro do mercado. Não só o brasileiro, mas também fora do país”, revela o vice-presidente. Representantes da raça garantiram divulgação e troca de experiências
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É melhor
prevenir do que remediar por Alexandre Quevedo Foto Fagner Almeida
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omo diz o ditado popular, a prevenção é o melhor remédio e quando se trata de uma gestação, os cuidados ganham um pouco mais de atenção. Entre os equinos, essa máxima não é diferente, uma vez que problemas no período gestacional podem causar a perda de um potro ou o atraso no seu crescimento e desenvolvimento, acarretando em diversos prejuízos ao criador e ao próprio animal. Para tentar evitar os danos durante a prenhez, a alternativa é o uso de vacinas em fêmeas aptas para a reprodução. A imunização feita de forma correta previne as enfermidades decorrentes de infecções, que podem gerar uma má formação da cria ou levar à morte. Segundo Milena Machado, doutora em Reprodução Animal e professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Sudoeste Paulista (FSP), as doenças infecciosas são recorrentes no período reprodutivo e a imunização é de extrema relevância, evitando a perda do potro “principalmente quando na região existem altos índices de abortos e doenças endêmicas”. A veterinária explica que algumas doenças estão mais presentes em criatórios e podem ocasionar o nascimento de um potro inviável. “As principais causas de origem infecciosas encontradas nas éguas são herpesvírus equino (causa complicações respiratórias e/ou abortiva em éguas e neurológica em potros) e leptospirose (patologia
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que determina o nascimento de crias fracas, a morte no estágio fetal ou logo após o nascimento), comuns em regiões alagadas”, aponta. Milena alerta que para combater esses problemas é necessário que a proteção seja eficiente e isso depende de um esquema de vacinação adequado para cada propriedade com base no seu histórico sanitário de doenças, objetivo do criatório, potencial de investimento e sistema de criação. Esses fatores também são determinantes para a decisão sobre o investimento na imunização de animal. “Existem programas mais complexos, indicados para regiões com muitas doenças endêmicas que causam aborto.” Em seus atendimentos, a veterinária adota algumas linhas de tratamento no período gestacional. “Durante o período gestacional, vacinas contra rinopneumonite equina (variação da herpesvírus que atinge o sistema respiratório) no quinto, sétimo e nono mês de gestação e contra leptospirose a cada seis meses nas reprodutoras. Em locais onde houve casos de potros com enfermidades causadas por rodococcus (pneumonia e/ou diarreia), rotavírus (diarreia viral) e estreptococos (diarreia bacteriana) eu costumo vacinar as éguas prenhes 60 dias e 20 dias antes da previsão de parto para que o potro nasça com imunidade maior contra essas enfermidades”, explicou a especialista, alertando que não existe uma regra para todos os animais. “Não existe um programa de vacinação padronizado, cada caso passa por diagnóstico médico veterinário”, finaliza.
Cuidados específicos durante a gestação garantem tanto a vitalidade da mãe quanto o desenvolvimento saudável da cria
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Foco no melhor, sempre por Andressa Barbosa e Marina Bonati Foto Karen Nunes
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e 2015 foi um ano de concretização de planos de longa data, de várias diretorias e anseios da comunidade crioulista, esta temporada também será de muito trabalho. Agora é hora de investir na utilização da nova infraestrutura e usá-la para fazer a raça crescer ainda mais. Para isso, entretanto, é preciso focar na qualidade dos serviços e eventos oferecidos. A fim de conectar em um só sistema as informações da entidade e seus interessados, o setor de Tecnologia da Informação (TI) da ABCCC está investindo em mudanças internas previstas para este mês. Segundo o gerente do setor, Marcelo Wurdig, isso refletirá diretamente na agilidade do atendimento prestado ao público. “Agora todas as informações estarão englobadas no mesmo lugar”, diz. Isso será possível através da implementação da tecnologia proporcionada pelo software ERP, que consiste em um sistema de informática responsável por otimizar as operações empresariais diárias. Conforme o gerente geral da ABCCC, Vagner Studzinski, apesar da utilização do sistema ser interna, nesta primeira fase, será possível a desburocratização dos processos como um todo. Além da conclusão de serviços mais rápida, o criador passará a contar com mais autonomia através da disponibilização de tarefas importantes que podem facilmente ser encaminhadas pela Área Restrita, por exemplo.
Investimentos na área de Tecnologia da Informação são o ponto alto das iniciativas que trarão maior agilidade aos serviços enquanto promovem a redução de custos
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Segundo o gestor, esse investimento em tecnologia será capaz de proporcionar ainda o aumento da capacidade de trabalho, ou seja, se estará preparado para atender uma quantidade ainda maior de criadores, porém, como o mesmo custo operacional. Assim, a Associação fica pronta antecipadamente para suportar uma possível elevação da demanda provocada pelo crescimento da raça motivada, principalmente, pelo fomento do mercado na Região Oito. De acordo com a gerente do Setor de Registro Genealógico da ABCCC, Lígia Ribeiro, o oferecimento de mais opções nos Serviços On-line é a grande expectativa no avanço dos processos neste ano. “Vai facilitar para o criador e diminuir custos para a Entidade”, observa.
Mais uma grande temporada Obviamente, o Setor de Eventos, também continuará a ocupar destaque em 2016. É importante para a raça permanecer oferecendo boa estrutura para a realização das provas do cavalo multifuncional, mas esta não é a única vertente a ser contemplada. Uma lacuna que também precisa ser reduzida é a de estudos científicos sobre a raça. Neste sentido, a ABCCC atua em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no apoio de uma série de projetos para servir de suporte para a criação.
Outro gargalo que tem a atenção da Entidade é a falta de mão de obra qualificada fora no Eixo Sul do país. Para isso, um roteiro de cursos já está em andamento levando até o público o aprendizado que ele precisa. Tudo para que todos tenham meios de garantirem a sustentabilidade de seus criatórios com profissionais capacitados no manejo do plantel e nas atividades da área. Segundo o gerente do setor, Ibsen Votto, outro ponto alto, já viabilizado, inclusive, é a migração de algumas finais da Expointer, proporcionando a essas modalidades decisões próprias. É o caso dos desfechos das temporadas da Campereada e Freio do Proprietário, que alçarão neste ano voos solo e se transformarão em mais uma grande festa da família crioulista. No Setor de Comunicação e Marketing, pelo menos seis propostas centrais serão colocadas em prática para alavancar o cavalo multifuncional. Uma delas é, acompanhando as tendências atuais, ampliar as ações estratégicas na internet. Para isso, foi contratada a Pipar, uma empresa de consultoria que irá analisar e monitorar as redes sociais da ABCCC para apontar o perfil do usuário e direcionar o melhor conteúdo para o público. O aplicativo Cavalo Crioulo On-line também ganhará reforço com iniciativas promocionais exclusivas, aproximando cada vez mais os criadores e entusiastas da raça. Um passo importante neste sentido é a inclusão
de notificações via push para que os internautas possam interagir ainda mais no app sem perder um detalhe. Como não poderia deixar de faltar, evidenciar o cavalo Crioulo em âmbito nacional também ocupa destaque entre as metas. Neste sentido, uma estratégia que rende bons resultados é prospecção de mídia espontânea nos eventos da Região Oito, ou seja, atrair o interesse da imprensa para produzir notícias sobre a raça. A cara de cada modalidade também é outra grande tática para chamar a atenção do público. Por isso, a aposta será no fortalecimento das marcas e da identidade oficial de cada prova oficial que continuará a ser divulgada, mas ganhará mais um incentivo, através de campanhas. E, falando em nelas, se em 2015 os vídeos institucionais colocaram a paixão pelo Crioulo em alta, este ano, os holofotes serão direcionados aos desafios do cavalo multifuncional. A nova temática promete trazer novos vídeos às redes sociais, desta vez, fazendo um convite à participação nos principais eventos da raça. As ações de marketing devem contemplar também os criadores interessados em promover suas marcas. Esta fatia de público poderá contar com uma requalificação do tradicional Kit Cabanha e a criação de novos produtos e canais de venda. Outro avanço em vista é a melhor exploração dos espaços na Expointer.
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Reunir docilidade, beleza e funcionalidade é um dos principais objetivos de muitos criadores de cavalos Crioulos. Nessa tendência, seja para o esporte ou lazer, a pelagem tem sido um fator importante e decisivo na escolha dos exemplares. Na lista de requisitos, os manchados têm feito sucesso não só no Brasil, mas, internacionalmente. As diversas tonalidades que cobrem o corpo e as extremidades do cavalo trazem um diferencial à seleção e atraem cada vez mais novos adeptos.
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m colorir que chama a atenção. Marcas que os diferem dos demais. Belas raridades que trotam pelos campos atraindo os mais diversos olhares. São as manchas, muitas vezes, que chamam a atenção de curiosos que passam, a partir dali, a se interessar pela raça Crioula. E essa admiração perambula por tobianos, oveiros e bragados, que, juntos, já ultrapassam 23 mil exemplares dos mais de 400 mil registrados pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). A reputação dos cavalos manchados, no entanto, nem sempre foi positiva. Durante muito tempo, mitos e preconceitos percorreram a história desses animais. Por serem um poderoso e rápido veículo de guerra, por exemplo, critérios militares exigiam a uniformidade da pelagem dos cavalos. Nesse cenário, aqueles com manchas brancas tinham muita visibilidade nas batalhas e, portanto, baixo valor comercial. Já para os índios americanos, apesar de atribuírem poderes quase divinos aos manchados e embora bons cavaleiros, eram maus criadores e
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não desenvolviam as aptidões dos exemplares. Diferentes momentos e circunstâncias capazes de inibir a criação de animais com este tipo de pelagem. Contudo, o evidente avanço do conhecimento genético na transmissão das pelagens, o rigor dos registros genealógicos e o importante treinamento na evolução do cavalo Crioulo mudaram o rumo dessa história. Graças às atitudes de muitos criadores, que investiram em cruzamentos planejados e treinamentos especializados, a realidade é outra. As decisões, previamente consideradas ousadas e baseadas em estudos históricos sobre a pelagem, derrubaram o mito e provaram que para evoluir em funcionalidade e morfologia, os cavalos manchados precisavam de oportunidade. O cavalo pintado, com a genética certa, pode sim ter sucesso. Exemplos recentes, os tobianos RD Entonado - campeão do Freio do Proprietário e duas vezes finalista do Freio de Ouro - e Expresso do Elebê, também finalista do Freio, já levaram essa característica às pistas.
Genética O médico veterinário João Vicente Brasil Sá explica alguns mecanismos genéticos que atuam na formação das pelagens desses animais e fala sobre as diferenças entre eles. Enquanto os tobianos possuem normalmente manchas grandes e bem definidas, os oveiros têm
manchas irregulares e os bragados pequenas manchas brancas, normalmente próximas ao ventre. Para reproduzir animais com essas pelagens, é preciso entender de que forma são transmitidas essas características hereditárias, através dos genes. A disposição desses genes dá-se em pares, um transmitido pelo pai e outro pela mãe de cada indivíduo. Para melhor entendimento, convencionou-se expressar em letras maiúsculas os genes dominantes e em letras minúsculas os genes recessivos. Segundo o especialista, geneticamente podemos determinar a identificação das pelagens, suas diluições e mesclas, porém, ainda não existe um conhecimento preciso a respeito das variações de tonalidades. No caso dos tobianos, por ser um gene dominante, é necessário que um dos pais do indivíduo seja tobiano para que o filho possua esta pelagem. Portanto, se o pai e a mãe são heterozigotos (Toto), o acasalamento resultante terá 25% de chance do produto ser homozigoto recessivo (toto), 25% homozigoto dominante (ToTo) e 50% heterozigoto (Toto).
Literatura O interesse pelas variadas pelagens levou o criador Regis Caputo Krug a escrever um livro sobre o assunto. A pesquisa, de início despretensiosa, durou dois anos e está prestes a ser impressa. O material pretende desmistificar muitos tópicos, como aqueles que envolvem as manchas, e reúne até mesmo informações de trabalhos científicos internacionais.
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O psicólogo conta que, no começo, a ideia era falar apenas sobre os pelos do cavalo Crioulo. Contudo, a quantidade de informações resgatadas acabou ampliando o projeto e abrangendo outras raças. O livro, para leigos e apaixonados por cavalos, fala do universo das pelagens em diversas abordagens, da história às manifestações genéticas, com fotos para melhor ilustrar o conteúdo e um glossário para facilitar o entendimento. Um dos objetivos da obra literária é mostrar as diferentes nomenclaturas utilizadas e ampliar o intercâmbio de informações entre criadores de diversas regiões e países. Ainda sobre os tobianos, Krug conta uma curiosidade presente no livro. Segundo o criador, no resto do Brasil esse pelo é chamado de Pampa e mesmo na época em que não era valorizado na Região Sul, um certo capitão Tobias apreciava esse tipo de pelagem. Ele tinha um trato com os tropeiros que seguiam com as manadas e reservavam os exemplares. De Tobias para Tobianos, foi só uma questão de tempo.
Comercialização Há 15 anos, um remate específico para tobianos, oveiros e bragados é realizado. De acordo com o diretor da Trajano Silva Remates, Gonçalo Silva, a ideia surgiu de uma paixão pessoal por cavalos bragados e acabou atraindo o interesse de muitos crioulistas.
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A última edição do Mancha Crioula, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, contou com a participação de cinco estados e, ainda, com uma venda internacional. RB Faraó, um oveiro colorado, foi vendido a um criador do Paraguai por R$ 77,5 mil. A média de comercialização no leilão ficou em R$ 22.295,00 e o total de coberturas vendidas alcançou R$ 99.840,00. O faturamento foi de R$ 791,5 mil na venda de 35,5 lotes de animais da raça Crioula. O evento é realizado há cinco anos juntamente com a Exposição Nacional de Tobianos, Oveiros e Bragados. Em 2016, ainda inovou com a realização de uma prova funcional, comprovando que esses tipos de pelagem vêm conquistando cada vez mais admiradores. Na opinião do responsável pelo leilão, as pelagens mais raras, além de chamar a atenção pela beleza, estão se sobressaindo nos julgamentos da raça, visto que têm sido destaque nas finais do Freio de Ouro. “Desde que começamos, em 2001, tem crescido o interesse pelos cavalos manchados e a genética desses animais vem tendo um melhoramento significativo. Como esses eventos são feitos para usuários e não só profissionais, atraem muitas famílias, de crianças a senhoras, o que também aumenta o interesse por esses tipos de pelagem”, observa Silva.
Paixão pelas manchas Desde pequeno, Anthero Sarmento Ferreira admira os cavalos Crioulos. Segundo ele, foi Vasco da Costa Gama, um dos primeiros a criar tobianos no Estado, quem instigou o menino a buscar esse tipo de pelagem. O tio o estimulou ainda pequeno a cavalgar pela Fazenda Bom Fim, em Guaíba/RS, e o presenteou com uma égua tobiana por volta dos dez anos de idade. Memória que definiu os futuros passos do agora médico neurofisiologista, que divide seu tempo entre a cidade e a Cabanha Mutá, localizada em Camaquã/RS. Antigamente, não se preocupava muito em registrar os seus animais. No entanto, de uns 15 anos para cá resolveu registrar os exemplares manchados, buscar bons reprodutores e investir na formação da manada. O primeiro escolhido foi o tobiano Compadron Puacá, filho de Butiá Donga e Calunia Tropeiro. Atualmente, o criador tem 20 tobianas descendentes do garanhão, entre filhas e netas. Alegria estampada em palavras. “Me preocupei com éguas bem funcionais e quando nasciam fêmeas tobianas comecei a segurar as potras. Não queria ter pressa, queria ter fêmeas lindas. E são animais que se reproduzem muito bem e belíssimos de se olhar.
Não só pela pelagem, mas elas também têm a cabeça e o pescoço muito bonitos.” Na hora de reproduzir, ele conta que sua preocupação sempre foi a de aliar uma bonita pelagem, com sangue e morfologia interessantes. Com as éguas domadas, ele pretende incentivar a participação delas em paleteadas no próximo ciclo e prepará-las cada vez mais para as credenciadoras. Aliás, competir já faz parte de sua rotina e de sua filha Alice. Com cavalos de pelagem tapada, eles já participaram de várias provas da ABCCC. Com 22 anos, a filha cursa Zootecnia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e nutre a mesma paixão do pai, que, com 54 anos, amadurece ainda mais o seu interesse pelas manchas e já investe, também, na reprodução de oveiros. “Essa semente que recebi da família, por causa de meu tio e também de meus pais, passou espontaneamente para a minha filha, pois o cavalo é essencial para ela. Viver esse meio rural é um elo que resgata muitas coisas que se perdem na cidade e ter essa convicção de acreditar no animal traz o retorno e a certeza que estamos no caminho certo. Vale a pena o esforço, a dedicação e o investimento.” Apesar de ser apaixonado pelas manchas há muitos anos, ele relata que muitos ainda pensam que o tobiano não é Crioulo ou não está apto para muitas funções. Contudo, ele diz acreditar que essa realidade está mudando e que os tobianos vêm sendo cada vez mais estimulados funcionalmente e com uma melhora genética impressionante.
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por Marina Bonati Fotos Fagner Almeida
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Luz, câmera e ação: o cenário que compõe Paris parece estar sempre prestes a virar uma bela produção cinematográfica. Dos rotineiros cafés que movimentam a vida de seus 2,3 milhões de habitantes, aos monumentos históricos que ganham a atenção do turismo ininterrupto - são de 18 a 19 milhões de turistas por ano -, a cidade mais populosa da França é estimada sob todos os ângulos, seja a olho nu ou sob às lentes das câmeras apontadas a todo momento.
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Nesta forma aparecem com úlceras e nódulos na região interna dos membros, que podem expelir uma secreção amarelada com pus.
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o animal terá a sua oferta alimentos com excelente carga nutritiva, circunstância que será imprescindível para o seu desenvolvimento.
O segredo é adaptar Com a expansão da raça Crioula por todos os cantos do país, os animais estão expostos a situações climáticas diversas o que também implica na variação da disponibilidade de alguns recursos naturais. No estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Dom Pedrito onde está localizada a Cabanha Capanegra, a pastagem natural é abundante, o que proporciona ao criador a oportunidade de alimentar o animal de forma natural. Segundo o proprietário do estabelecimento, Fernando Pons, o pasto é a base da alimentação de todos os exemplares. “Os animais de cria se alimentam predominantemente do próprio campo nativo. Os demais, que se encontram nas dependências da cabanha, têm a alimentação complementada com ração e alfafa”, comenta. No inverno, devido às alterações climáticas e ao aumento da
necessidade energética dos equinos, Pons utiliza, além da pastagem natural, azevém e aveia, pois, oferecem nutrientes que suplementam a dieta sem perder o teor natural das refeições. “Uma das principais características do Crioulo é a rusticidade e se usarmos produtos artificiais em demasia, esta pode acabar enfraquecendo”, pontua. De maneira semelhante mas, em solo sul-mato-grossense, a base alimentar do plantel da Estância M3 se dá a partir do pasto. O proprietário do estabelecimento, Marcelo Moura, comenta que essa decisão se dá pela necessidade de manter o trabalho com o cavalo rústico. Entretanto, devido ao clima predominante na região, encontrar pastagens nativas se torna uma missão quase impossível. Por esse motivo, Moura utiliza capins rudimentares em conjunto ao sal mineral que é disposto nas cocheiras para o acesso livre dos animais. Além disso, para os animais que são expostos a um preparo físico exigente, bem como garanhões e potros em desmame, o proprietário disponibiliza aveia e ração como complemento alimentar. “Pretendo iniciar um trabalho de suplementação para acentuar os ganhos, entretanto, temos observado um excelente rendimento com esse manejo”, comenta.
O que não pode faltar Água: a necessidade de água se dá conforme a temperatura, o esforço realizado pelo animal, da alimentação e da sua idade.
Proteínas: quando são decompostas dão origem aos aminoácidos que são utilizados na prenhez, na produção de leite e no crescimento e na reparação de tecidos.
Alimentos energéticos: os carboidratos estão presentes no amido, nos açúcares e em certos componentes das fibras.
Minerais: os mais importantes são cálcio e fósforo, juntamente ao magnésio, sódio, cloro e potássio. Os minerais secundários são o cobre, o ferro, o selênio e o zinco.
Óleos e gorduras: encontrados em pequenas quantidades na maior parte das rações comerciais. O óleo vegetal pode ser combinado na dieta e contém o dobro da energia disponível nos carboidratos, podendo ser utilizado como fonte de energia concentrada.
Vitaminas: ajudam a controlar as reações químicas e bastam pequenas quantidades para uma boa manutenção da saúde do cavalo. As vitaminas principais são A, D, E, K e o grupo B.
Fibras: encontrados em maior quantidade na palha, no feno e em ervas.
Diferencie os alimentos Volumosos: são a base da alimentação dos animais quando estes estão soltos na natureza. Pode ser exemplificada com gramíneas e leguminosas e possuem alto teor de fibras. O pasto em sua totalidade.
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Concentrados: são os grãos, alimentos mais ricos em energia e proteínas. A base das rações (soja, aveia e milho, por exemplo). Por serem ricos em carboidratos, não podem ser oferecidos de forma abusiva.
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Crioulo estreia em Minas Gerais durante a ExpoZebu e coloca a raça em evidência diante de agropecuaristas brasileiros e estrangeiros
para o mercado por Andressa Barbosa e Francine Neuschrank Fotos Felipe Ulbrich e Fagner Almeida
Raças diferentes em uma só pista. Julgamentos de grandes campeonatos acontecendo simultaneamente diante de um mesmo público. Concorrência? Não, exatamente o oposto. A união de forças entre associações e entidades, que passam a ver a diversidade como oportunidade, é uma tendência crescente. Entrando em portas abertas mesmo em um cenário de crise, o agronegócio se mantém como o segmento mais forte do país e demonstra em suas feiras que o sol nasceu para todos.
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m exemplo recente a encorpar a lógica de que há espaço para todos apostarem no crescimento contínuo é o da parceria entre a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Em uma iniciativa sem precedentes para ambas as raças, Crioulos e Zebus compartilharam a mesma arena e fomentaram juntos seus exemplares na feira de renome mundial dos anfitriões. Por isso, no mês de maio de 2016, o cavalo multifuncional fez do Triângulo Mineiro um divisor de águas. Em um único momento, estreou no circuito de passaportes quebrando um tabu ao ser a primeira raça equina a dividir a mesma pista de julgamento junto à ExpoZebu em seus 82 anos de realização - e ainda se colocou em evidência para novos potenciais investidores, os criadores de gado. Para uma raça ter sucesso é preciso selecionar suas melhores linhagens e saber vendê-las. Com certeza, quem conhece o Crioulo sabe a força de sua genética, mas ganhar
mercado é a palavra de ordem hoje. Por isso, o aumento da quantidade de exposições passaporte não foi uma decisão tomada à toa. Esse é o tipo de ação ideal para selecionar a raça e comercializá-la em qualquer lugar do país, tudo ao mesmo tempo. E foi exatamente isso que aconteceu no início do circuito morfológico nesta temporada. Seletivas focadas em colocar o Crioulo na vitrine, no momento certo, diante dos investidores certos. Qual seria então esse público-alvo? Cada vez mais se vê o quanto o avanço Crioulo para outros estados pode ser mais promissor do que se imagina. O segredo está em saber qual fatia de interessados atrair e então definir a hora e o local ideais para agir. Além de descobrir na região de São Paulo um terreno fértil para o Crioulo no esporte e no público de usuários é preciso também apostar em selecionadores, interessados no diferencial do manejo de planteis bovinos, por exemplo. E abrem-se assim mais caminhos para o cavalo Crioulo chegar e, o principal, para ficar.
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Em momento histรณrico, Zebus compartilham sua pista no Parque Fernando Costa e julgam seus melhores exemplares junto aos da raรงa Crioula
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No Paraná, Londrina também teve duas vitrines, uma exclusiva para os campeonatos do Crioulo (foto) e a outra, também escolhendo os passaporteados junto a outras raças bovinas
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Pelo fim da exploração animal por Marina Bonati | fotos Divulgação
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A fanpage Cavalo de Lata possui mais de 8 mil curtidas. Nela são divulgadas informações sobre o projeto, além de notícias relacionadas ao bem-estar animal, denúncias e conteúdos relevantes que dizem respeito ao meio ambiente.
uito longe dos holofotes de eventos oficiais, é em meio ao trânsito das cidades brasileiras que milhares de cavalos são encontrados em ação. Atrelados a carroças e charretes, eles são responsáveis por transportar a pesada carga do sustento familiar, geralmente atribuída ao recolhimento de resíduos sólidos, móveis e demais materiais que geram excesso de peso, carregados por quilômetros afora. Sensibilizado com o problema, um casal de Santa Cruz do Sul/RS vem tentando, desde 2012, implementar por todo o Brasil o projeto Cavalos de Lata - uma alternativa para retirar o sofrimento da vida equina, sem esquecer de viabilizar uma política pública à população que faz da coleta ou do frete o ganha-pão. A ideia do engenheiro de produção, Jason Duani Vargas, 36, e da publicitária, Ana Paula Knapp, 39, era livrar os equinos da situação de maus-tratos que vão muito além das chibatadas evidentes em sua cidade. Exploração, desnutrição, desidratação e um modo de vida inadequado para a espécie fazem parte da realidade
destes animais. No entanto, ao iniciarem o mergulho no universo da causa, depararam-se com um viés muito mais amplo, complexo e não menos importante de interferir como cidadãos: o lado do carroceiro. Diante do problema geral, Jason explica que o objetivo passou a ser a união de forças com cooperativas, prefeituras, entidades e pessoas solidárias para, enfim, viabilizar veículos elétricos como substituto do animal. A ideia parece simples e já foi exposta em eventos como a Expointer e até mesmo a Copa do Mundo, cuja visibilidade rendeu o conhecimento nacional em relação ao projeto. Mas as barreiras do interesse político e a crise financeira do país fortaleceram as dificuldades, necessitando também de uma persistência da dupla em prol dos seus objetivos.
Mão na massa para mudar a realidade
Mesmo que o apoio de fora seja fundamental para modificar a realidade do país, o casal não mede esforços para fazer o que está ao seu alcance. No município em que tudo começou - Santa Cruz do Sul/
Bicicletas Cargueiras Triciclo
Entenda o funcionamento de alguns dos veículos
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As bicicletas cargueiras elétricas são boas para cargas menores, na média de 100 kgs e trajetos não muito inclinados. O preço varia conforme modelo, motor e opção de faróis. Suportam até 250 kgs e pode vir com motor elétrico 500w, baterias de gel 20Ah, carregador inteligente, luzes de setas e consumo médio de R$ 0,01 por km rodado. Para rodar em vias públicas somente os modelos de bicicletas sem motor é que não necessitam ser emplacados. A lei diz que qualquer bicicleta elétrica com mais 350w de potência deve ser registrada e emplacada.
Visibilidade nacional
RS - dos 130 mil habitantes, apenas 20 pessoas mantinham o trabalho sob a tração animal. Para não simplesmente propor a retirada do equino de posse do catador, Jason conta que por muitas vezes procuraram os carroceiros e, sob autorização, buscaram outras alternativas de emprego para eles exercerem. Esta é a ação pontual que eles se propõem a fazer no local. No resgate, os cavalos em situação precária de vida são retirados do proprietário, recebem os cuidados necessários e, na sequência, são aposentados. “A gente faz isso como cidadão mesmo, sempre com o apoio de pessoas em volta que conseguem vagas de emprego em indústrias ou dentro de cooperativas”, enfatiza Jason.
Eficiência comprovada versus obstáculos Em busca de testes para certificação de que o veículo atende as necessidades gerais, uma parceria com a cooperativa do município durante três anos foi consolidada. Hoje, o veículo possui 22 mil quilômetros rodados a trabalho e a prova de que a medida
O projeto já esteve presente em eventos como Copa do Mundo, no Estádio Beira Rio, em parceria com cooperativa de Catadores Catapoa e Coca-Cola em 2014, além de Expointer, Feira de Polo Naval (Rio Grande/ RS) e ExpoAgro Afubra (Rio Pardo/RS).
Alianças em prol da causa é viável foi estabelecida. Mas, ainda existem muitos obstáculos. A abertura no setor público existe, de fato, e seus representantes têm mostrado um grande interesse em desenvolver o projeto dentro dos municípios. Entretanto, ainda que existam muitas pessoas dispostas a ajudar - e isso é possível através de redes de relacionamento como o Facebook - ainda existem muros estabelecidos por interesses políticos.
A importância de cada um fazer a sua parte não fica fora da história. Para que tudo desse certo, não bastaria uma simples torcida em relação ao funcionamento do projeto. Jason conta que seria necessária uma listagem de catadores registrados em cooperativas para que os veículos fossem emprestados e retornassem ao local. A comunidade também teria papel fundamental no quesito da reciclagem, exercendo a separação de materiais e contribuindo com a cadeia de destino correto do lixo.
Rebocadores Elétricos Possuem vários tipos de caçamba, podem ser desenvolvidos em cima dessa carroceria e inclusive com acionamentos hidráulicos. A capacidade de peso varia de 1,2 mil a 2 mil kgs conforme o motor. Possui câmbio com marchas reduzidas, engate de reboque, tem autonomia média de 60 – 100 km percorridos, e gasta em torno de R$ 0,06 por km rodado. É um veículo com baixa manutenção e baixo custo operacional. Devido à grande capacidade de carga pode ser usado pelas prefeituras em outras áreas como limpeza de ruas ou parques, substituindo mini-tratores, pequenos caminhões e tobatas.
Carrinhos Manuais Elétricos Modelo com baterias de gel e modelo “dumper” com baterias tracionárias. Carregam todo tipo de material, rodam bem em pisos irregulares e têm capacidade de carga entre 400 kgs a 1.000 kgs. Não necessitam emplacamento para rodar em vias públicas.
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por Andressa Barbosa Foto Felipe Ulbrich
A aproximadamente 140 quilômetros da capital paulista, a cidade de Tatuí é o chão onde há cerca de um ano, mais uma manada começa sua caminhada. Prova de que a veia de uma raça forte pode ser despertada em qualquer região do país, a Estância Ferri é mais um criatório a preferir o Crioulo antes de qualquer outro. Comparada a trajetórias mais antigas, seu proprietário, Luís Maccaferri, é um investidor recente. Mas seus olhos já viram muitas pistas, redondéis dos mais variados e selecionadores de diferentes raças. Mas, foi entre a cavalhada do multifuncional que ele decidiu ficar e estabelecer sua marca.
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vontade de ingressar de cabeça no desenvolvimento e cuidado com os animais, sempre esteve ali, clamando para ser ouvida. Mas algo não estava certo. Enquanto conciliava a rotina do trabalho como construtor de casas de alto padrão com os finais de semana em exposições nos variados redutos do país, os conselhos dos amigos sempre o direcionavam para a criação de Quarto de Milha ou Mangalarga. Não, também não era isso. Para Luís Ricardo Maccaferri, uma raça tem que oferecer mais do que um cavalo. Há muito investimento, tempo e sentimento envolvidos para se contentar apenas com isso. E este foi o motivo pelo qual contrariou a opinião de todos os seus
camaradas e se aventurou no campo como um crioulista. No ramo da construção civil, a faculdade de Engenharia Elétrica lhe trouxe sucesso profissional, pessoal e, principalmente, atendeu o pedido do pai que lhe indicara essa carreira. Mas, lá no fundo, era a formação em Veterinária que seu coração realmente queria. Entretanto, como em muitos casos, a vida leva as pessoas a seguirem outros rumos e encontrarem, sim, a felicidade neles. Mas, alguns sonhos não morrem tão facilmente. Tanto que hoje, aos 47 anos, Maccaferri elevou sua paixão pelos animais e tornou-a uma realidade ainda mais surpreendente. Largou tudo e virou veterinário? Não, claro que não. Tornou-se um criador de cavalos Crioulos.
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Foto Felipe Ulbrich Ao lado da esposa Vanessa e dos quatro filhos, Luís Maccaferri, começa a construir sua própria história como crioulista
Naturalmente urbano, até cerca de dois anos atrás, o único contato da família com o campo era através de propriedades de parentes e amigos. Ao lado da esposa Vanessa, de 37 anos, e dos quatro filhos, Carolina, dez, Marina, de oito, Bruno, de seis, e o caçula Lucas, de três, o paulista frequentou fazendas, provas e ambientes dominados por outras raças. Nesta época, o Crioulo era um desconhecido. Até um convite para assistir à final do Freio de Ouro, em Esteio/RS, no ano de 2014, fazer o vento soprar em outra direção. E foi ali, na aura da pista do Assis Brasil, que a magia aconteceu. O que Maccaferri sempre procurou existia e tinha um nome: cavalo Crioulo. “O que me cativou foi o ambiente, a família, todos em busca de um mesmo sonho”, afirma. Segundo o construtor conta, nenhum dos lugares visitados antes oferecia algo assim. A cultura, a tradição, a amizade e uma paixão por uma raça nunca tinha aparecido em sua frente tão viva, tão fidedigna. E as provas? A seleção? O conjunto morfológico e funcional apresentado? A identificação foi quase imediata e quando voltou para casa, ele já sabia o que fazer. E o estado de São Paulo ganhou mais um apaixonado, fomentador da raça e defensor de tudo que o Crioulo representa.
A marca Ferri Com essa motivação a propriedade comprada pouco tempo depois, em Tatuí, na região metropolitana de Sorocaba, no estado de São Paulo, dá vida ao sonho de um engenheiro que queria ser veterinário e se descobriu selecionador de sua própria manada. Sob a égide da Estância Ferri, um plantel de matrizes começa a ganhar forma. Mas, antes disso, o investidor percorreu algumas cabanhas,
apresentou-se a criadores, conheceu suas cavalhadas e suas formas de manejo. Apesar de repentina, a decisão de se tornar um deles jamais foi uma atitude impensada. Orientado pelo ginete José Fonseca Macedo, tradicionalmente conhecido como Zeca, e seu irmão, o leiloeiro Santiago Macedo, Maccaferri foi até criatórios antigos do Sul em busca da expertise de seus comandantes. Em poucas semanas ele conheceu a fonte das linhagens Itapitocai, Tradição, Boa Vista, Reconquista, Escondida e Santa Alice, isso para citar algumas delas. Sempre em busca de conhecimento, aproveitou a viagem para comprar as primeiras fêmeas com genética já comprovada e não perdeu tempo rumo à formação de sua própria marca com uma base sólida. Na área do preparo funcional, foi até os centros de treinamento de profissionais como Zeca Macedo, Daniel Teixeira e Gabriel Marty.
Estreia a caminho Apesar de ainda não ser com um animal de seu afixo, Maccaferri já é coproprietário de um dos finalistas do Freio de Ouro este ano: Lanceiro II de Santa Edwiges é a aposta da estreia dele e da esposa como expositores da Expointer, juntamente com o criador Daniel Anzanello, da Cabanha
Fotos arquivo pessoal
Santa Edwiges, com quem dividem o animal que segue comandado pelo ginete Milton Castro após se classificar em primeiro lugar em Bagé/RS no mês de junho.
É preciso ser completo Vivenciar a criação em toda a sua plenitude representa para a marca Ferri participar ativamente de cada atividade, do começo ao fim. Por isso, a ideia dos jovens crioulistas é gerenciar integralmente cada parte de seu criatório, desde as escolhas dos cruzamentos, o manejo e até mesmo o treinamento. Para isso, a ideia é ter dentro da fazenda uma pista para que o seu próprio ginete, o gaúcho Thiago Goulart, treine seus exemplares sem sair de casa. “Quero esperar os resultados, acredito muito no potencial dele e, por isso, quero dar uma chance.”
Defensor fiel Quando embarcaram nessa empreitada, Maccaferri e a esposa sabiam onde estavam entrando. Tanto que eles investiram na compra de uma fazenda, na formação de uma equipe qualificada para a mão de obra, capaz inclusive, de produzir o feno para a propriedade e ainda vender
para outros haras. Na estância, o cavalo Crioulo é, além de uma fonte de lazer que traz muitas alegrias, um assunto levado com a maior seriedade possível. Ao dizer reconhecer a carência de animais com as peculiaridades do Crioulo no mercado paulista, o selecionador pretende ir mais longe. Mais do que apenas desenvolver sua própria genética, a intenção é sim - como todo o crioulista sonha, mandar cavalos para o Freio de Ouro - mas também atuar forte para difundi-lo em todo o país. Nesse ponto, as provas de Laço prometem ser outra vertente de que a marca Ferri pretende formar campeões. E, se em um primeiro momento, a tipicidade racial deverá focar o cavalo de seleção e de esporte, o uso como ferramenta de trabalho em estados como Mato Grosso e Goiás, por exemplo, é outra direção vista no horizonte. Obviamente, é crucial saber dar um passo de cada vez e manter esse estilo de vida em crescimento constante é um aspecto fundamental. Mas, ao que tudo indica, a paixão dos Maccaferri pela raça é tão grande, que cada pequeno processo já é uma vitória. Principalmente, pelo pensamento que norteia cada decisão. Em pouco tempo eles já sabem que a parte mais importante é percorrer um sonho e não apenas realizá-lo. “Hoje eu tenho uma definição maior. Isso é um caminho”, afirma.
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O amanhã começa agora por Andressa Barbosa | Fotos La Rural Fotografias
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ocê já se perguntou o que os vencedores da última temporada do Freio Jovem têm em comum? Se a sua resposta foi direto para a premissa deles serem a promessa da continuidade da raça, prepare-se. Eles são muito mais do que isso, capazes de ir bem além do imaginado. Se este meio ainda carrega uma parcela de amadorismo é apenas para manter seus braços democraticamente abertos, a todos. Esta é a percepção que se teve no desfecho da modalidade conhecida como o amanhã do cavalo Crioulo. Já a tônica que paira no ar é outra. O futuro está se aperfeiçoando e isso está acontecendo agora. Seja pelo acirramento da competição dentro da arena ou, até mesmo antes de chegar a ela, a busca pelo aprimoramento entre os jovens não há como ser negada. Se antes era possível chegar na sorte a Esteio, atualmente, só aqueles com as melhores performances ranqueiam. Mas, a elevação da dificuldade, imposta pelo crescimento deles próprios, ao invés de desestimular os pequenos, torna-se um desafio encarado cada vez mais como uma coisa séria. Assim, as promessas começam a tomar forma e evoluir antes mesmo de se concretizarem. De acordo com o proprietário do CT Aragano, de Vacaria/RS - entre os estabelecimentos do ramo que mais levaram animais à final - Sandro Souza da Silva, a procura por assistência especializada vem aumentando e sua concentração fica entre os jovens de dez a 11 anos. Nesta faixa, muitas crianças precisam dividir o tempo de treinos com a escola, dificultando a preparação de um animal. É aí que entra a ajuda dos centros de treinamentos, onde o suporte começa desde a escolha do animal com o temperamento mais adequado ao iniciante, passando pelos exercícios propriamente ditos, chegando até as dicas para cada ginete conseguir tirar o melhor desempenho em pista. “O cavalo é treinado para eles correrem e nossa função é torná-lo tão submisso que obedeça até mesmo os comandos de uma criança”, afirma.
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Entretanto, para muitos já não é suficiente apenas um cavalo obediente, a curiosidade está em como construir uma boa performance. É o caso dos mais velhos, cujo preparo mira direto a profissionalização. “Quanto mais cedo começarem, mais fácil e garantido é o caminho. Tem vários ginetes que iniciaram no Jovem e estão vindo sim outros talentos. Com certeza vão ser novos ginetes a brigar entre os adultos”, projeta Silva.
Com certeza, preparados Ter a chance de viver na prática as rotinas de uma profissão é algo muito comum em diversas áreas e no cavalo Crioulo não é diferente. Aqueles que desejam seguir esse caminho não só podem, como estão recorrendo a estágios em centros de treinamento. Tudo para aprender direto das melhores fontes. Para quem não sabe, este foi, inclusive, o primeiro passo dado pelo ginete Cézar Augusto Shell Freire, cujo ingresso no ramo aconteceu exatamente assim. O contato inicial de Guto Freire foi através de seu estágio na Cabanha Butiá, de Passo Fundo/RS, quando passou as férias de julho aprendendo com o vencedor do Freio de Ouro Machos 1994, Marcelo Bertagnolli. Hoje a história tem tudo para se repetir com outro nome, o de Vinícius Henrique Alles. Assim como Guto, o rapaz não pensa duas vezes em trocar a praia com a família no verão pela lida no CT do treinador em Santo Antônio da Patrulha/RS. “Nas férias ele acaba vindo e desde o começo foi possível ver a evolução dele”, elogia Freire ao reforçar ver muito dele próprio no adolescente. Assim como outros grandes nomes do Freio de Ouro que começaram pelo Jovem, Vinícius tem tudo para estar entre os melhores. O ouro no Aspirante Masculino prova isso. “Hoje em dia eles veem como uma forma de vida para o futuro. Se aprimoram para terem o seu próprio centro de treinamento”, complementa Freire.
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{ } Temporada de recordes
A quantidade de animais inscritos aumentou na última temporada, passando de 170 em 2015 para 203 neste ano. A divisão Aspirante Masculino foi a que registrou maior crescimento ultrapassando os 28 exemplares de 2015 ao alcançar 49 inscritos em 2016.
Em comparação a 2015, que contou com 15 animais vindos de centros de treinamento, 2016 teve novo crescimento, com mais cinco deles em pista.
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Aflorando vocações Ela tinha apenas seis anos quando ingressou no Freio Jovem e hoje, aos 14 anos, é quem subiu mais vezes ao pódio. Cinco vezes, em apenas seis anos. Na bagagem já estão um tricampeonato da divisão Infantil Feminina e um bicampeonato, conquistado em 2016, na Juvenil. Isso com um espaço para um segundo lugar em 2013. A idade ainda é pouca, mas a experiência em construção é enorme. Estamos falando de Emile dos Santos Gomes, uma crioulista que seguirá, com certeza, entre as pessoas com a responsabilidade de fomentar a raça futuramente. Segundo ela conta, foi ao ver o pai trabalhar no Centro de Treinamento Freio, no interior de Glorinha/RS, que se deparou com a certeza: sua carreira também é o cavalo. Apesar de ainda não saber bem para qual lado sua vocação irá levar - à faculdade de Veterinária ou à especialização como ginete - Emile corre no Freio Jovem com a convicção dessa vivência ser fundamental para formar a profissional que será, seja para qual ramo as vivências de hoje lhe levarem. “Eu também queria fazer o que ele fazia, por isso, meu pai me incentivou a entrar para o Freio Jovem”, fala uma das campeãs da Expointer ao assumir que não se imagina trabalhando longe da raça Crioula.
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Decisão 2016 56 conjuntos disputaram a final Bruno Wagner da Silva, Daniel Rossato Costa e Eduardo Neto de Azevedo julgaram as categorias Infantil e Juvenil. Carlos Marques Gonçalves Neto, Gustavo Silveira Rodrigues e Roither Bez Brazan avaliaram as divisões Aspirante.
Suporte profissional 8 Centros de Treinamentos representados na final 20 animais preparados em CTs
A assessoria em números 6 animais pelo CDT Valadão 4 pelo CT Aragano 3 pelo CT Nossa Senhora Aparecida 3 pelo CT Alexandre Oliveira 1 pelo CT Freio 1 pelo CT Somam Dois 1 pelo CT Água Azul 1 pelo CT Charles Lopes
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Infantil Feminina
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confira o resultado
1º lugar
2º lugar
3º lugar
Piraí 1817, filho de Honesto Simpatia e Firmeza 1493, criador Paulo Tavares Móglia e expositor Rafael Pons Suñe, Estância Três Cerros, Bagé/RS Ginete: Antonela Blanco Suñe. Nota: 10,251
Lunar do Mendes Álamo, filha de Viragro Hijo Guapo e BT Enviada do Junco, criador Pedro Peres Mendes e expositor Roque Augusto Pereira Schuster, Centro de Treinamento Nossa Senhora Aparecida, Arroio Grande/RS Ginete: Sinthia Pinto Schuster. Nota: 9,771
Fantástico das Três Bocas, filho de Butiá Olodum e JZ Rosita da Santa Mathilde, criadores e expositores Hilda e Fernando Luís D’Ávila Soares, Fazenda Tarumã, Arroio Grande/RS Ginete: Júlia Ebersol Ávila. Nota: 9,575
1º lugar
2º lugar
3º lugar
Capanegra Oriente II, filho de Santa Teresa Ambicioso e Capanegra Nataly, criador Fernando Dornelles Pons, expositor Alexandre Sandri, Cabanha Potro Sem Dono, Itajaí/SC Ginete: Alexandre Sandri Filho. Nota: 11,910
Luz Vermelha Ico, filha de BT Juruna e BT Hidráulica, criador Frederico Wolf e Juliano Pires Pinheiro, Cabanha JL, São Vicente do Sul/RS Ginete: Juliano Salvador Pinheiro. Nota: 10,549
Agata Cala Bassa, filha de Diplomata Simpatia e Laranjeira Cardeal, criador e expositor Marcelo Rezende Móglia, Cabanha Cala Bassa, Bagé/RS Ginete: Francisco Cachapuz Móglia. Nota: 10,006
1º lugar
2º lugar
3º lugar
OEA Palheiro, filho de BT Hospedeiro e OEA Garbosa, criador Olavo Epaminondas de Almeida, expositor Emile dos Santos Gomes, CT Freio, Glorinha/RS Ginete: Emile dos Santos Gomes. Nota: 9,748
PO Verdugo, filho de Butiá Pégaso e Capella Ingrata, criador Gonçalo Porto Silva e expositores Márcio da Silva/Charles Lopes, CT Charles Lopes, Santa Cruz Do Sul/RS Ginete: Luiza Caroline Lopes. Nota: 9,023
Xalalá 496 da Ronda Maleva, filha de Jango do Infinito e Norteña da Ronda Maleva, criador Paulo César de Abreu Delgado e expositor Carlos e Marcelo Quadros, Cabanha Alto do Paraíso, Sapucaia do Sul/RS Ginete: Nicolly Ribeiro. Nota: 8,743
Infantil Masculina
Juvenil Feminina
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Juvenil Masculina
1º lugar
2º lugar
3º lugar
Firmeza 1903, filha de Candidato Simpatia e Firmeza do Piraí 797 Fazendeiro, criador Paulo Tavares Móglia e expositores Michael de Souza Neves, Anderson Neves e Diego Hins Soares, CDT Valadão, Capão do Leão/RS Ginete: Nathan de Vasconcelos Valadão. Nota: 10,839
Piraí 2077, filho de Mañanero Es Asi e Firmeza 161 do Papito, criador Paulo Tavares Móglia e expositor Cesar Bissoloti, CDT Valadão, Capão do Leão/RS Ginete: Rian de Vasconcelos Valadão. Nota: 10,583
Veredito Ico, filho de Dolffo do Itapororó e Cigana do Itapororó, criador Frederico Wolf e expositores Paulo Antônio Petersen Velho, Carlos Andre Schmitt e Frederico Wolf, CDT Valadão, Capão do Leão/RS Ginete: Rian de Vasconcelos Valadão. Nota: 10,305
1º lugar
2º lugar
3º lugar
PO Dama Negra, filha de Lutador do Purunã e Nochera Madrasa, criador Gonçalo Porto Silva e expositor Henry Luciano Maggi, Cabanha Entrevero Farroupilha e Vetfacil.com, Caxias do Sul/RS Ginete: Fernanda Maggi. Nota: 9,649
Lord 241 do Cerro Velho, filho de Butiá Papillon e Oba do Painel, criador Lizandro Paz Lopes e expositor George Ricardo Silveira, Cabanha Santa Anália, Pelotas/RS Ginete: Eugenia Dornelles. Nota: 9,626
RZ Talantero da Carapuça, filho de BT Lamborguine e Tropicália do Elebê, criador Rubens Elias Zogbi e expositor Eduardo dos Santo Dale Tese, Cabanha Sarom, Porto Alegre/RS Ginete: Eduarda Marques Dale Tese. Nota: 9,518
1º lugar
2º lugar
3º lugar
Boneca do Ruppenthal, filha de AS Malke Palanqueiro e Gralha do Trinta e Oito, criador Darci Pedro Ruppenthal, expositor Vinícius Henrique Alles e Carlos Alles, CT Alexandre Oliveira, Nova Petrópolis/RS Ginete: Vinícius Henrique Alles. Nota: 10,243
BT Batuque, filho de BT Inquisitor e BT Habanera II, criador Condomínio Flávio Bastos Tellechea e expositor Carlos Maurício da Silva, Cabanha 2M, Novo Hamburgo/RS Ginete: Otávio Augusto. Nota: 9,948
Boasorte Confronto, filho de Polo Norte de Santa Odessa e Poroca de Santa Odessa, criador e expositor Murilo Tatsch Pereira, Cabanha Boa Sorte, Pantano Grande/RS Ginete: Jonathan Lima. Nota: 9,903
Aspirante Feminina
Aspirante Masculina
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EXPOINTER 2016
Cala Bassa faz história na Morfologia da Expointer por Francine Neuschrank | Fotos Felipe Ulbrich
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magine chegar na frente em meio a um montante de 226 dos melhores representantes de padrão da raça? É uma conquista e tanto para um expositor, com certeza. Agora, chegar não com um, mas com três animais entre os oito melhores da principal exposição morfológica da raça Crioula? E, entre eles, os dois grandes campeões? Parece difícil de alcançar, mas foi exatamente o que a Cabanha Cala Bassa, de Aceguá/RS, conseguiu no dia 30 de agosto, na Morfologia da Expointer. Data que entra para a história do estabelecimento e das seleções do cavalo Crioulo, dado o ineditismo que compõe a vitória testemunhada na pista do Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio/RS. Dinastia Cala Bassa e Esquivado Cala Bassa-TE, Grande Campeã e Grande Campeão da Exposição em 2016. Dois animais que carregam a marca do criatório para a história. Nunca antes um expositor havia faturado, no mesmo ano, o grande campeonato de machos e fêmeas, da Expointer, com animais do seu próprio afixo. Conquista semelhante só havia sido registrada em 2007, quando dois exemplares de propriedade do paranaense
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Aldo Vendramin chegaram ao posto. Diferentemente do que aconteceu no último ciclo, os animais, no entanto, não eram de criação do expositor. Além da dobradinha, a cabanha do proprietário Marcelo Rezende Móglia também saiu de Esteio com a escarapela de Reservada Grande Campeã, entregue a Erva Santa Cala Bassa.
Sangue campeão Agora, o que, além que carregar o mesmo afixo, esses três animais têm em comum? Ambos carregam em seu DNA a genética de um dos exemplares que deixam um importante legado para a raça: Piraí 1569 do Brazão, Grande Campeão da Expointer 2009 e Reservado Grande Campeão da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) em 2012. Um resultado que alavanca, de uma só vez, a força da linhagem que seus descendentes seguem levando adiante, mesmo após a morte do garanhão. No total, já são seis filhos do cavalo que fizeram história figurando entre as três primeiras posições nas filas do Grande Campeonato da Expointer.
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A herança morfológica do 1569 na Expointer Dinastia Cala Bassa
Grande Campeã (2016) e 3ª Melhor Fêmea (2015)
Esquivado Cala Bassa-TE Grande Campeão (2016)
Bem Criado Cala Bassa
Grande Campeão (2012)
História da Taimã Grande Campeã (2015)
Erva Santa Cala Bassa Reservada Grande Campeã (2015 e 2016)
Convocada Cala Bassa
Reservada Grande Campeã (2014) e 3ª Melhor Fêmea (2013)
A Cala Bassa em premiações 1 vez campeã Nacional da Copa Nacional do Criador e do Ranking Morfológico 6 vezes campeã do Ranking Morfológico da Região 2 5 vezes campeã da Copa do Criador da Região 2 2 vezes campeã Nacional do Ranking Funcional 3 vezes campeã do Ranking Funcional da Região 2
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Público acompanhou de perto a mostra que teve como novidade a atuação de dois jurados e um árbitro
História levada adiante Hoje responsável por administrar as cabanhas Cala Bassa (seu afixo) e Firmeza, ambas localizadas na Campanha Gaúcha, Móglia traz na bagagem a tradição de uma família reconhecida como uma das precursoras no mundo do cavalo Crioulo. Mais de 70 anos de criação do cavalo Crioulo e três gerações em que a confiança foi transmitida à frente encaminharam essa conquista. O avô, Paulo Tavares Móglia, e o pai, Paulo Gomes Móglia, antecederam o atual gestor na construção do nome que hoje é referência quando se fala de raça Crioula e foram lembrados com emoção nos agradecimentos do proprietário vencedor.
Consistência na trajetória recente Mas, o que faz um criatório capaz de tal feito até então inalcançado? Apenas tradição e genética são suficientes para garantir espetáculo de conformação? Um olhar mais apurado comprova que o auge conquistado pelo estabelecimento no último ciclo não se deu ao acaso, mas foi construído passo a passo, preparado para chegar no momento certo. Se observado o cenário do circuito morfológico da raça, a marca vem apresentando um desempenho consistente e equilibrado nas últimas seis temporadas. Só nos Grandes Campeonatos da Expointer, a Cala Bassa tem voltado para casa com pelo menos um animal de sua própria criação premiado em todas as edições desde 2011. No mesmo período, a presença da cabanha entre os melhores do ano, no topo dos rankings morfológico e funcional e da Copa do Criador, tanto em nível nacional quanto regional, também se tornou frequente e garantida, valorizando o trabalho feito pelo estabelecimento em todo o decorrer de ciclo. A chave, então, acaba sendo o planejamento. O patamar alcançado atualmente, segundo o selecionador, é fruto de um projeto desenvolvido pela família. Para garantir a produção de cavalos completos e competitivos, uma equipe inteira se dedica, desde a escolha das matrizes até a prepa-
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ração morfológica (e funcional, já que o estabelecimento também é conhecido pelas conquistas no Freio de Ouro). Aliar tradição e boas linhagens, permeadas pelo foco no trabalho, é o trunfo que faz com que a Cala Bassa avance cada vez mais em suas contribuições para o melhoramento do cavalo Crioulo em seus diferentes aspectos. Tal posicionamento é um dos responsáveis pelo sucesso obtido em uma época em que o equilíbrio entre os criatórios é evidente. “É maravilhoso vivermos esse momento espetacular. Estamos extremamente felizes, pois chegar aqui e competir com animais em um universo de cabanhas excepcionais como estas é sensacional”, comemora Móglia.
Variedade marca a formação das filas Nem mesmo com o feito da marca Cala Bassa, a Morfologia da Expointer deixou de apresentar variedade e renovação na distribuição de seus principais prêmios. Se nas fêmeas predominou a experiência de animais que já haviam sido premiados anteriormente (além das éguas do criatória de Aceguá, Guanabara Outra Más já havia na fila em anos anteriores, enquanto Camb Chula 333 participou pela terceira vez da decisão), na divisão dos machos foram os exemplares mais jovens que se destacaram (Esquivado Cala Bassa-TE, Alferes do Orelhano e Querendon do Recanto Crioulo, nascidos respectivamente nos anos de 2012, 2013 e 2014), provando que no principal de julgamento de conformação, o espaço é reservado ao cavalo de qualidade, independentemente da sua trajetória anterior. A exceção foi a presença do já premiado Viragro Rio Bravo, exemplar que inclusive tinha dois filhos concorrendo em outras categorias do julgamento. Outra novidade que veio beneficiar e tornar ainda mais justa e equilibrada a seleção foi a presença de dois jurados e também um árbitro, modelo implantado pela primeira vez nesta edição. Juntos, três figuras usaram a experiência e a unanimidade de suas avaliações para ordenar os mais de 200 animais presentes na disputa que, por mais esse motivo, acabou se tornando histórica.
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Fêmeas
Melhor Exemplar da Raça, Grande Campeã e Campeã Égua Adulta
Reservada Grande Campeã e Campeã Égua Menor
Dinastia Cala Bassa Cabanha Firmeza e Cabanha Cala Bassa, Aceguá/RS
Erva Santa Cala Bassa Cabanha Cala Bassa, Aceguá/RS
3ª Melhor Fêmea e Reservada Campeã Égua Adulta
4ª Melhor Fêmea e Reservada Campeã Égua Menor
Camb Chula 333 Estância Itapitocai, Uruguaiana/RS
Guanabara Outra Más Cabanha Guanabara, Rio Grande/RS
Machos
Grande Campeão e Campeão Cavalo Menor
Reservado Grande Campeão e Campeão Potranco Menor
Esquivado Cala Bassa-TE Cabanha Cala Bassa, Aceguá/RS
Alferes do Orelhano Cabanha do Orelhano e Santa Fé, Chapada/RS
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Geral
Fรกbio Teixeira da Silveira (esquerda) e Antonieto Rosa, Freios de Prata e Ouro, respectivamente
Guerreiros da sela por Francine Neuschrank | Fotos Felipe Ulbrich
Tão importante quanto escolher o sangue formador de campeões, saber em quais mãos depositar a responsabilidade de comandar as rédeas até o pódio é essencial. Assim é feita a relação entre criação, doma e treinamento, uma tríade de conhecimento que se une, se complementa e vence, exatamente pela união de diferentes potenciais. E essas pessoas também valem ouro.
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e tem algo em que o Freio 2016 deixa um legado, com certeza são as belas histórias de fundo que as vitórias carregam. Os abraços. Os sorrisos. As lágrimas. Os gritos de incentivo e comemoração. Tudo isso deixou claro o quanto a decisão veio carregada de merecimento àqueles que se destacaram. E se a decisão consagra animais e expositores, no mesmo patamar estão os profissionais que fazem da lida com o cavalo suas vidas. É deles o comando certeiro para cada movimento. A iniciação dos animais campeões. A preparação de um ano inteiro (ou anos, na maioria dos casos) é estampada e gravada em um levantar de troféus que emociona a quem compartilha um pouco sequer dessas trajetórias. São os Zecas, os Antonietos, os Gutos e os Jaricos que inspiram e fazem com que o Freio de Ouro seja muito mais do que uma prova: um verdadeiro espetáculo de paixão pelo cavalo Crioulo.
No topo outra vez O último levantar de placas deu início a momentos que vão ficar marcados na memória. Se até então, José Fonseca (Zeca) Macedo controlava o coração e focava na
precisão necessária para a disputa, a partir dali não havia mais motivos para segurar o turbilhão de emoções que a conquista significava. A corrida da vitória foi bem a seu jeito. Com intensidade e vibração, levantando a torcida nas arquibancadas e os colegas nos bastidores. Cena que, inclusive, lembrou muito a comemoração feita com Ganadero da Harmonia, com quem foi campeão há exatos dez anos, marcando sua estreia no topo do pódio. Aos gritos de “Zeca Campeão”, o ginete chegava, ali, agora no lombo de Harmonia Temprano e levando ainda mais experiência na bagagem, ao seu quarto título de Freio de Ouro. A vitória veio para lavar a alma e teve gosto de superação. Depois de bater na trave na em 2015 (quando levou o Freio de Prata), se dedicar pessoalmente à recuperação do cavalo que o levou ao ápice (Temprano) e ainda garantir fôlego para colocar seu trabalho nos demais animais sob o seu treinamento, no CT Zeca Macedo, localizado em Rio Grande/RS, a confiança permaneceu inabalada. Nada disso foi capaz de tirar a vontade dessa figura que há tempos é exemplo e inspiração para tantos outros que se aventuram nas pistas da modalidade. Típico de quem tem verdadeira paixão pelo que passou os últimos 16 anos, como profissional, fazendo.
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De sonho à realidade A timidez e a simplicidade características de Antonieto Rosa são disfarce para a história de um verdadeiro batalhador em busca de seus maiores sonhos. Foram dez anos enfrentando a competitividade das pistas do Freio de Ouro, adquirindo experiência e construindo a imagem de profissionalismo e respeito pela qual hoje é reconhecido no universo crioulista. E se antes ele ainda não tinha chegado ao pódio da modalidade, quando o fez, foi logo para o lugar mais alto. Com direito ao tradicional “banho de terra”, que batiza os competidores que vencem pela primeira vez, Antonieto encontrou, na temporada 2016, o auge de sua trajetória profissional. Uma estreia e tanto em um ano que fica marcado na carreira do ginete. Após a realização do sonho da criação de seu Centro de Treinamento, em 2013, mais um largo e acertado passo foi dado. Há aproximadamente um ano, o treinador, acompanhado da família, deixou o Rio Grande do Sul para encarar talvez o seu maior desafio até aqui: comandar o treinamento dos animais de uma das cabanhas que mais têm se destacado em âmbito funcional. Função que cumpriu com êxito total.
José Fonseca Macedo 4 Freios de Ouro 3 Freios de Prata 1 Freio de Bronze Nas finais desde 2000
“Quando ele ganhou o Freio com o Ganadero, com o Senhor, com o Matreiro, eu estava nessa arquibancada assistindo e me espelhava muito nele. Sem dúvida nenhuma era um cara que eu consegui dizer que quero seguir.” Guto Freire, ginete
Dedicando-se inteiramente à preparação dos animais da Estância Vendramin, Antonieto fez jus à confiança depositada em seu trabalho, levando todos os animais com os quais competiu nas classificatórias à grande decisão. Ao todo, comandou quatro exemplares na final, entre eles, Farrera de Los Campos, companheira com a qual chegou ao ápice do que a prova mais completa da raça Crioula pode oferecer.
Momento mais do que especial Estar entre os ginetes mais consagrados de uma temporada não é tarefa fácil. Depende de um empenho que encontra desafios desde as primeiras seleções, as etapas credenciadoras, devido ao grande número de participantes. Só nas classificatórias, as semifinais da modalidade, por exemplo, encontramos mais de cem competidores comandando animais em pista. Destaca-se, então, aquele profissional que obtém mais consistência no decorrer do ciclo, conseguindo se doar de forma igual a cada exemplar. Isso Cézar Augusto Schell Freire, Ginete do Ano em 2016, tem de sobra. Afinal, levar 11 animais à decisão não é para qualquer um. “É importante esse título porque ele
Antonieto Rosa 1 Freio de Ouro 1 Bocal de Ouro 1 vez Domador do Ano Nas finais desde 2006
“O Antonieto é o homem do cavalo. Uma excelente pessoa, profissional, domador. Veio a somar na nossa equipe.” Aldo Vendramin, proprietário da Estância Vendramin
realmente acaba sendo para aquele ginete que consegue se adaptar em um maior número de animais e conseguir um bom resultado com esses cavalos”, avalia Freire. Mas não é só isso que faz o momento ser único. As conquistas recentes têm um sabor diferente e especial na vida do treinador. Muito mais do que marcar presença em os pódios do Freio (no mais recente, a Prata com Guapuruma Mate Amargo) ou figurar cinco vezes como o melhor ginete da temporada. O motivo é extremamente pessoal e pode ser dividido com todos no Assis Brasil. Pela primeira vez as conquistas foram acompanhadas pela filha, Luísa, ainda bebê, mas marcando presença ao lado do pai no caminho para o pódio.
Conquista que alça novos voos O caminho que leva à consagração é árduo, pode levar tempo, mas a certeza é de que a recompensa chega no momento certo. Para Jair Silveira Lemos, o Jarico, como é conhecido, a vitória bateu à porta no ciclo 2016, temporada em que conquista o seu primeiro prêmio de Domador do Ano. Pudera, já que ele foi responsável por domar dois finalistas da edição mais recente do Freio, entre eles o Freio
Jair Silveira Lemos 1 vez Domador do Ano 19 anos de doma
“Trabalhei com o Jarico por muitos anos. Aprendemos muito um com o outro. O resultado alcançado é merecido e fruto de muito talento, paciência e determinação.” André Luiz Narciso Rosa, proprietário da Estância Guapuruma
de Prata, Guapuruma Mate Amargo. Animais do criatório no qual dedicou 11 anos de sua trajetória: a Estância Guapuruma. A paixão começou cedo, aos 14 anos, quando Lemos teve como professor o domador e ginete Jairo Souza. De lá para cá já são 19 anos na arte de iniciar os animais. Tarefa que, com o reconhecimento recente, só tende a se qualificar. De acordo com Jarico, obter a confiança do animal, incutir docilidade e preparar a submissão do cavalo às mãos que irão conduzi-lo no futuro é tarefa que demanda dom, paciência e dedicação. “É um trabalho que envolve muito tempo e carinho. Agora vamos seguir em frente, pois isso mostra que estamos no caminho certo”, comemora. E os primeiros reflexos dessa nova fase na vida do domador chegaram muito rápido. Sonho idealizado há bastante tempo, o local próprio para atender quem deseja produzir animais atletas agora é realidade. No mês de setembro, logo depois da Expointer, o domador inaugurou o Centro de Treinamento Jarico Silveira. O recém-criado CT fica localizado na Cabanha Santa Rita, em Itajaí/SC, onde, além da doma, o profissional trabalha com a preparação morfológica dos exemplares. Um passo e tanto para uma carreira que promete ser ainda mais promissora.
Cézar Augusto Schell Freire 5 vezes Ginete do Ano 3 Freios de Ouro 1 Freio de Prata 1 Freio de Bronze Nas finais desde 2002
“Além de ele ser um excelente profissional, eu tenho uma relação de amizade e confiança com o Guto. Quando nós decidimos correr com o Guapuruma (Mate Amargo), ele foi o primeiro nome que veio à tona.“ Onécio Prado Jr, proprietário da Estância Tamareira
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