CAVALO CRIOULO | REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALOS CRIOULOS | ANO 3 | Nº 19 | JAN/FEV 2017
ESTRANGEIRO CAMPEÃO MUNDIAL DE RODEIO SE APAIXONA POR CRIOULOS EM URUGUAIANA
SELEÇÃO DE BOAS MÃES APRIMORA A QUALIDADE DA CRIAÇÃO DE PRODUTOS EM CABANHAS CRIOULISTAS
pág 24
pág 38
Pela raça e paixão ABCCC: 85 anos dedicados a escrever a sua história junto ao cavalo Crioulo pág 20 Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
1
2 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
3
palavra do presidente
90 dias de ação
Entre planos e expectativas, 2017 começa também com muitas realizações já concretizadas para o universo do cavalo Crioulo. Sejam aquelas conquistadas no final do último ano ou ainda os acertos obtidos no começo desta nova etapa, uma série de ações foi pensada e executada em benefício de cada um dos personagens que fazem essa roda girar. É com esse pensamento que a diretoria da ABCCC tem sustentado suas decisões nestes 90 dias de gestão, dando atenção a cada aspecto e buscando as melhores alternativas para favorecer associados, criadores, proprietários, profissionais e parceiros. Nesse meio tempo, defendemos a valorização do cavalo, do esporte e do meio agropecuário. Fizemos reuniões com todas as comissões, subcomissões, colaboradores e demais parceiros que seguem conosco na caminhada. Alcançamos feitos como a desburocratização da revisão dos animais nas modalidades esportivas e o retorno do Crioulaço para a principal pista da raça, Esteio/RS. No meio comercial, tão importante para o mercado da raça, concretizamos a diminuição das taxas para uso do Tatersal de Negócios e a realização de remates nas classificatórias do Freio de Ouro. Um movimento que não foi apenas externo. A busca por fortalecer ainda mais a equipe através da qualificação dos técnicos e a adição de novos profissionais para melhorar a forma como nos comunicamos com o nosso público foram apenas alguns dos cuidados tomados a caminho do crescimento. Tudo feito em busca de levar o melhor, dando ouvido às necessidades de quem é o verdadeiro construtor da grande família que sustenta e leva a raça Crioula adiante. Eduardo Móglia Suñe Presidente ABCCC
4 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
5
expediente Primeiro-secretário: Ricardo Felipe Sperotto Terra A Revista Cavalo Crioulo é a publicação impressa oficial da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), produzida pelo Setor de Comunicação e Marketing.
Tiragem: quatro mil exemplares. Correspondências para a Revista Cavalo Crioulo devem ser enviadas para o e-mail revistacavalocrioulo@abccc.com.br ou remetidas à ABCCC, Av. Fernando Osório, 1754 A, CEP 96055-030, Pelotas/RS. O fechamento de cada edição ocorre no dia 20 do mês que antecede a sua publicação. ISSN - 2179-7250. Diretoria da ABCCC 2016/2018 Presidente: Eduardo Móglia Suñe Vice-presidentes: César Augusto Rabassa Hax, Eduardo Neto de Azevedo, Onécio Silveira Prado Júnior, Luiz Martins Bastos Neto, Fabrício de Assis Rossato
Segundo-secretário: Luís Augusto Weber Primeiro-tesoureiro Cássio Selaimen Segundo-tesoureiro Francisco Carlos Habowski Conselho Fiscal Elizabeth Amaral Lemos, Gilberto Freitas e Miguel Scarpellini Campos Conselho Deliberativo Técnico: Diretor: Luiz Martins Bastos Neto Membros: Daniela Cantarelli, João Luís Arísio, João Francisco Silveira Silveira, Luís Fernando Picinnin, Mário Móglia Suñe
Conselho Editorial Ibsen Votto, Rodrigo Rodrigues Teixeira, Frederico Vieira Araújo, Elisabeth Amaral Lemos, Mauro Raimundi Ferreira, José Luiz Lima Laitano e Onécio Silveira Prado Júnior Assine a revista Para assinaturas ou compra de edições anteriores acesse o site www.lojadocavalo crioulo.com.br ou telefone para (53)32841450 (de 2ª a 6ª feira, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min)
Conselho de Planejamento José Luiz Lima Laitano, Manuel Luís Benevenga Sarmento, Mauro Raimundi Ferreira, Gustavo Weiand, Francisco Turra
Publicidade anuncios@abccc.com.br ou (53)3284-1450. Confira também nossos planos para anunciantes no site www.cavalocrioulo.org. br/anuncie
Comissão de Provas Funcionais Diretor: Eduardo Neto de Azevedo Membros: Rafael Geisf Terra, Francisco Martins Bastos Sobrinho, Darlei Hess, Jorge Rosas Demiate Junior, Carlos Loureiro de Souza, Guilherme Abascal, Lauro Varela Martins e Renato Correa Morrone
Atenção anunciante a ABCCC não se responsabiliza pelas informações prestadas nas páginas de publicidade, bem como pelas fotos cedidas para a publicação. Elas são de inteira responsabilidade dos anunciantes.
Equipe Revista Cavalo Crioulo Gerente de Comunicação e Marketing: Douglas Saraiva Jornalista responsável e editora: Francine Neuschrank (MTB 0017787/RS) Textos: créditos nas matérias
6 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Fotos: crédito nas imagens Foto de capa: Keroulaine de Avila Projeto gráfico: Alyne Vieira Reis Diagramação: Alyne Reis e Keroulaine de Avila Revisão: Rosi Pedroni Weege Impressão: Kaygangue - Gráfica e Editora
Contatos www.abccc.com.br abccc@abccc.com.br cavalocrioulooficial @ABCCCOficial @cavalocrioulooficial (53)3284-1450
sumário
nessa edição
seçÕes
20 CAPA - 85 anos ABCCC
8 ESPAÇO DO LEITOR
Um resgate histórico da entidade que é base para o crescimento do cavalo Crioulo no Brasil
A voz do público crioulista
24 Encanto que chega a olhos estrangeiros Campeão mundial se aproxima ainda mais da raça pela qual desenvolveu um carinho especial
28 Para transitar sem complicação Fique preparado para transportar o seu animal dentro das exigências sanitárias de cada estado
32 Um personagem em difrentes palcos O cavalo como parte integrante e ativa na literatura
40 Boas mães para um plantel Saiba como selecionar os ventres que servirão como base para formar a sua criação
12 INSTITUCIONAL Informações e agenda oficial da entidade
28 GERAL Variedades sobre o universo equestre
53 CLASSIFICADOS Anúncios de criador para criador
56 MEMÓRIA ABCCC Recortes da história do cavalo Crioulo e da ABCCC
58 GENTE O registro fotográfico nos eventos oficiais da raça
20
24
28
40 32
espaço do leitor foto do criador
Enviada por Caroline Schmitt
Enviada por Dalva Rodrigues da Silva Carli
Enviada por Paula Reis
#cavalo crioulo
Publicada por @fensterseifervanessa Vanessa Fensterseifer
#cavalocrioulo
Publicada por @fernando_delabary Fernando Delabary
Publicada por @oliviaclemos Olivia Castro Lemos
cc online
Publicada por Aline d’Avila Juchem
8 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Publicada por Piero Padilha
Publicada por Mariana Dias Lemos
espaço do leitor postagem da edição
cavalocrioulooficial
No início do ano, a ABCCC mostrou descontentamento com o samba-enredo da escola Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval, texto que traz uma crítica ao agronegócio. A ação da Entidade repercutiu positivamente nas mídias sociais. 14.667 visualizações 72 compartilhamentos 123 curtidas 2 reações Imagem Visual
frase da edição O cavalo Crioulo é o melhor no mundo por ser definido por essas pessoas maravilhosas que o vivenciam e treinam. Cavalos feitos de coração e força. Kelly Timberman Campeão mundial de rodeio Bareback
errata Diferentemente do que foi publicado na Edição Especial da RCC, a Final Nacional do Crioulaço ocorrerá entre os dias 21 e 23 de abril.
fique sabendo Como inscrever/registrar um animal? Para começar uma criação, será necessário possuir um afixo registrado. Com o registro de afixo feito, o próximo passo é solicitar uma visita técnica. Nela, será feita a inspeção do potro ao pé dentro do prazo de nove meses após o nascimento para não incidir multa. Em caso de proprietários de no máximo cinco éguas e já com afixo registrado, o animal poderá ser levado a uma revisão coletiva. É necessário lembrar que todas as visitas técnicas precisam obrigatoriamente ter sua liberação prévia através da geração de uma chave de atendimento. Será necessário também apresentar ao técnico o Pedido de Inscrição Provisória. O primeiro passo é acessar a Área Restrita, clicar na aba Serviços On-line e, após, no ícone Pedido de Inscrição. O procedimento começa com a busca pelos períodos das padreações. Depois de selecionada a data correspondente, o criador terá ali mesmo a oportunidade de batizar o produto. Logo, ele deverá imprimir os pedidos de inscrição de seu criatório e entregar ao inspetor técnico no momento da visita. Na sequência da impressão dos pré-registros, haverá uma listagem dos animais relacionados para que o técnico possa anexar ao envelope de DNA.
Esse espaço é dedicado exclusivamente para a sua foto em momento de integração com o cavalo Crioulo. As imagens, com a devida identificação, devem ser enviadas para o e-mail revistacavalocrioulo@abccc.com.br ou postadas com a hashtag #cavalocrioulo. Só serão divulgadas as fotos enviadas em alta resolução.
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
9
conheça o núcleo
Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Litoral Norte por Júlia de Andrade | Foto Divulgação
o presidente
Atual diretoria tem foco na continuidade
C
om a sua fundação em 2007, o Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Santo Antônio da Patrulha vem movimentando a região oeste do Rio Grande do Sul. A cada ano o Estado vem firmando uma maior representatividade no setor do agronegócio. O NCCC Litoral Norte participa ativamente deste processo. Iniciando a organização dos eventos promovidos pelo Núcleo no dia 31 de março do ano de fundação, o primeiro evento oficial do Núcleo foi a realização de uma Feira Morfológica, a primeira de muitas que já foram organizadas desde então. Atualmente, os 96 sócios cadastrados contam com a proatividade da equipe que integra o Núcleo. Presidente, vice-presidente, tesoureiros, secretários, diretor social, comissão de provas funcionais, comissão técnica e Conselho Deliberativo se completam no desenvolvimento de cada ação. Do período de criação até o atual momento, a realização de eventos marca um período de experiências positivas nas atividades realizadas. “Em 2014 chegamos a ter mais de 56 dias de eventos chancelados
10 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
e oficiais da Associação”, relata Germano Salazar Trevisan, presidente do Núcleo. Alguns dos eventos que fazem parte desta trajetória fizeram história. Em 2015, uma paleteada sediada em Arroio do Sal/RS, contou com mais de 96 duplas inscritas. Em 2016, a Campereada teve um circuito de mais de seis provas. “Umas das nossas particularidades é que não representamos apenas um município, mas todo o Litoral Norte do Estado. Organizamos eventos, através de comissões, que vão de Torres a Mostardas, perfazendo uma extensão de mais de 250km que liga diversos outros municípios da região”, afirma Germano.
Uma visão para 2017 Entre as metas para dar continuidade na temporada, o Núcleo quer não só manter, mas também aumentar a aproximação com a direção da Associação para alinhar ações que fomentam a raça Crioula. Além disso, outra proposta é a de realizar, em todos os rodeios do Litoral Norte, pelo menos um evento oficial da ABCCC.
Natural de Santo Antônio da Patrulha, Germano Salazar Trevisan tem experiência de longa data na área. Desde a fundação do Núcleo, Germano participou - em outras funções - da maior parte das Diretorias que compuseram o NCCC do Litoral Norte. Sua relação com o segmento é mantida desde 2006, quando começou a sua criação de animais, juntamente com Valdir Ayres e Gonzalo Pintos, na Cabanha Madrugador. “Vejo na criação de cavalos Crioulos uma forma de fazer amigos, reunir a família e manter uma relação de contato com os cavalos e a natureza”, explica o presidente. Germano aposta no crescimento do Núcleo e está trabalhando para esta finalidade através das demandas que chegam até ele. “Temos um enorme circuito de rodeios que se iniciou em janeiro e só termina em dezembro, percorrendo praticamente todas as cidades que fazem parte do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, com uma média de laçadores se aproximando de 400 duplas. Ainda há muito o que ser feito, mas muitas iniciativas que já foram realizadas obtiveram sucesso nas gestões anteriores”, afirma Germano. Diretoria do Núcleo Presidente: Germano Salazar Trevisan Vice-presidente: Wagner Pereira Costa Primeiro Secretário: Roberto Fonseca Segundo Secretário: Roni Vargas Primeiro Tesoureiro: Evandro Ourique Seg. Tesoureiro: José Arthur Raupp Filho Diretor Social: Adriano Fabris Comissão Provas Funcionais: Fernando Alves e Ricardo Perez Comissão Técnica: Adriano Pacheco e Valter Camargo Os contatos desse e de todos os núcleos da ABCCC podem ser encontrados em www.cavalocrioulo.org.br/institucional/nucleos
institucional
Núcleos em ação A PARTIR DA PRÓXIMA EDIÇÃO, TEREMOS UMA SEÇÃO EXCLUSIVA PARA DAR DESTAQUE ÀS ATIVIDADES DOS NÚCLEOS DE CRIADORES LIGADOS À ABCCC.
Quer divulgar o que o seu Núcleo está realizando em sua região? Aproveite esse espaço! Envie seus materiais* para os e-mails revistacavalocrioulo@abccc.com.br e site@abccc.com.br. *Os materiais serão publicados mediante a avaliação editorial desta revista.
Novos Sócios Aldo Rocha de Moura Ferro Florianópolis/SC Almir Ferreira Rodrigues Porto Alegre/RS Altair Leal Fagundes Palmeira/PR Anderson Vargas dos Santos Treze Tílias/SC Anelize Ribeiro Pinto Colombo/PR Cabanha Rav Dal Pai Porto Alegre/RS Condomínio Cerro do Jarau Pelotas/RS
Dirceu Alamir Leites Quadros São Gabriel/RS
João Alberto Cunha da Rocha São Lourenço do Sul/RS
Eduarda Ribas Guglielmone Uruguaiana/RS
João Guilherme Reis Bicudo Santa Rosa/RS
Rafael Batista Trindade Pacheco Segat Santa Maria/RS
Fábio Quevedo Ortiz Soledade/RS
Jorge da Silva Meira Maracaju/MS
Fares Ibrahin de Souza Mahmud São Borja/RS
José Otávio Ribeiro Crespo Porto Alegre/RS
Rafael, Gabriela e Kamilla T. P. Segat Santa Maria/RS
Floriano Dutra Neto Brasília/DF Isadora Herrmann Piracicaba/SP
Juliano Carvalho da Silva Muitos Capões/RS Lucas Martinelli Braun Horizontina/RS Malton W. Juhasz e Andrea R. Rebonato Curitiba/PR
Paula Roberta Miguel Lajeado/RS
Romulo Machado de Souza São Leopoldo/RS Tiago Signorini Andrade Morro Redondo/RS Vagner Roberto de Freitas Ávila Triunfo/RS
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
11
Calendário 2017
Eventos Fevereiro 2a5 Palestra Técnica Ponta Grossa/PR 3 Crioulaço Júlio de Castilhos/RS Revisão Coletiva São Borja/RS Crioulaço Bom Princípio/RS 3e4 Revisão Coletiva, Morfologia Lapa/PR 5 Crioulaço Lavras do Sul/RS 9 Revisão Coletiva Carambeí/PR 10 Crioulaço Xaxim/SC 10 a 12 Freio Jovem, Freio do Proprietário, Credenciadora Mista Ponta Grossa/PR Morfologia, Credenciadora Inéditos, Paleteada Força A Herval/RS 11 Revisão Coletiva Santo Ângelo/RS Revisão Coletiva Araquari/SC 11 e 12 Campereada Júlio de Castilhos/RS Movimiento a La Rienda Viamão/RS Paleteada Forca A Quaraí/RS 14 a 16 Morfologia Esteio/RS 15 a 18 Revisão Coletiva, Morfologia, Palestra Técnica Guarapuava/PR 16 Crioulaço São Francisco de Assis/RS 17 Morfologia Incentivo Lontras/SC 17 a 19 Credenciadora de Inéditos Araranguá/SC
12 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Freio Jovem, Freio do Proprietário, Credenciadora de Inéditos São Lourenço do Sul/RS Freio do Proprietário, Doma de Ouro, Paleteada, Revisão Coletiva Palmeira/RS Paleteada, Campereada, Doma de Ouro Glorinha/RS 18 Dia de Campo Alegrete/RS Dia de Campo Santa Cruz do Sul/RS Crioulaço São Sebastião do Caí/RS Doma de Ouro Candiota/RS 18 e 19 Revisão Coletiva, Enduro Dom Pedrito/RS Doma de Ouro Camaquã/RS 24 Crioulaço Júlio de Castilhos/RS 24 e 25 Revisão Coletiva Pato Branco/PR 25 Palestra Técnica, Revisão Coletiva Caxias do Sul/RS 26 Palestra Técnica, Dia de Campo Carazinho/RS
Março 3 Crioulaço Bom Jesus/RS 3e4 Doma de Ouro, Campereada Santa Cruz do Sul/RS Paleteada, Prova de 21 Dias Santa Rosa/RS Doma de Ouro, Paleteada, Campereada Santo Cristo/RS 3a5 Paleteada Força A e B Uruguaiana/RS Freio do Proprietário, Credenciadora Mista Cruz Alta/RS Campereada, Credenciadora Mista, Morfologia Dom Pedrito/RS
Doma de Ouro, Freio do Proprietário, Freio Jovem, Credenciadora Mista Brasília/DF 4e5 Doma De Ouro Rio Grande/RS Credenciadora Mista, Freio do Proprietário Cachoeira do Sul/RS 6 Revisão Coletiva Vacaria/RS 8 Crioulaço Santa Maria/RS
17 a 19 Palestra Técnica, Freio Jovem, Freio do Proprietário, Credenciadora Aberta, Campereada Santana do Livramento/RS Morfologia, Freio do Proprietário, Freio Jovem, Credenciadora Mista São Gabriel/RS 18 Campereada Fagundes Varela/RS 18 e 19 Paleteada Rio Grande/RS
8 a 11 Revisão Coletiva, Credenciadora de Inéditos Balsa Nova/PR
23 a 25 Revisão Coletiva, Morfologia, Doma de Ouro, Freio do Proprietário, Freio Jovem Arroio Grande/RS
10 e 11 Revisão Coletiva, Crioulaço Encruzilhada do Sul/RS
24 Revisão Coletiva Osório/RS
10 a 12 Freio do Proprietário, Paleteada Forca A, Freio Jovem, Credenciadora Mista Santa Vitória do Palmar/RS Freio do Proprietário, Freio Jovem Canguçu/RS Credenciadora Mista São Sepé/RS
24 a 26 Enduro, Revisão Coletiva, Paleteada Forca A, Crioulaço Alegrete/RS Doma de Ouro, Paleteada Passo Fundo/RS
11 Paleteada Força A, Campereada Caxias do Sul/RS
25 Crioulaço Júlio de Castilhos/RS Revisão Coletiva Ponta Grossa/PR
11 e 12 Doma de Ouro, Crioulaço Uruguaiana/RS Paleteada Força A e B, Doma de Ouro Santiago/RS Paleteada Força A, Prova de 21 Dias Lapa/PR 11 a 19 Freio Jovem, Freio do Proprietário, Credenciadora Aberta, Credenciadora de Inéditos, Morfologia, Movimiento a La Rienda Esteio/RS 14 Revisão Coletiva São Francisco de Assis/RS 16 a 19 Freio do Proprietário, Credenciadora Mista, Morfologia Candiota/RS
24 e 25 Doma de Ouro Pantano Grande/RS
25 e 26 Revisão Coletiva, Ranch Sorting Viamão/RS Morfologia Balsa Nova/PR Campereada, Doma de Ouro Capão do Leão/RS 29 Marcha Jaguarão/RS 30 Dia de Campo, Campereada, Paleteada Dom Pedrito/RS 30 e 31 Doma de Ouro Uruguaiana/RS Revisão Coletiva, Morfologia Santa Vitória do Palmar/RS 30 a 1º Revisão Coletiva, Morfologia Santa Maria/RS
Calendário 2017
Concentrações Fevereiro 3 Lapa/PR Técnico a definir 10 Herval/RS Técnico a definir Ponta Grossa/PR Rafael Fagundes Sant’anna Xaxim/SC Adolfo José Martins Neto
17 São Lourenço do Sul Técnico a definir Glorinha/RS Técnico a definir Palmeira/PR Técnico a definir 24 Pato Branco/PR Técnico a definir
Março
15 Esteio/RS Jorge Aginelo no Nascimento
2 Dom Pedrito/RS Técnico a definir
16 Guarapuava Técnico a definir
3 Cachoeira do Sul/RS Carlos Marques Gonçalves Neto Santo Cristo/RS Técnico a definir
9 Araranguá/SC Técnico a definir
18 Rio Grande/RS Técnico a definir
10 Encruzilhada do Sul/RS Técnico a definir
23 Arroio Grande/RS Técnico a definir
15 Esteio/RS Técnico a definir
24 Balsa Nova/PR Técnico a definir Osório/RS Felipe Caccia Maciel
16 São Gabriel/RS Técnico a definir Candiota/RS Técnico a definir 17 Santana do Livramento/RS Técnico a definir
30 Santa Vitória do Palmar/RS Técnico a definir Santa Maria/RS Técnico a definir 31 Taquara/RS Rodrigo Albuquerque Py
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
13
institucional
Analista de expansão a caminho da região centro-oeste Texto e foto Marina Bonati
S
er um representante da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) mais perto do criador. É com esse objetivo que o novo analista de expansão, Anderson Krindges (37), abraça a região centro-oeste a partir de fevereiro. Com o olhar voltado ao Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, o profissional aplicará todo o seu conhecimento adquirido pela formação em Zootecnia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, em 2011, além da vivência adquirida por apreço à raça. “Meu avô gostava de cavalos e comprou um para mim. Já pedi que a égua viesse prenhe e logo comecei a laçar com meu irmão”, conta. Em 2007, ele também foi um dos fundadores do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos Caminho das Tropas. No entanto, o
14 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
momento é de agregar as experiências com as orientações do primeiro analista contratado pela instituição há três anos: Gerson Medeiros. Eles alinharão juntos o mapeamento na nova região de abordagem, ao lado dos Núcleos que movimentam o local, além de fazer o contato inicial com criadores e usuários.
Parte de um grande plano de crescimento da raça Depois dos resultados positivos após o investimento na região 8, com o trabalho do analista de expansão Gerson de Medeiros, a ABCCC certificou a importância de garantir um profissional que possa dar suporte fixo e de qualidade em outros locais do país. “É a melhor forma de atender todas as necessidades dos criadores e usuários de um determinado
local, sanar dúvidas burocráticas, buscar a participação em feiras agropecuárias e, é claro, manter o foco na busca por novas modalidades”, menciona Gerson.
Grandes conquistas na região 8 • A parceria de sucesso com a Liga Leste de Team Penning completa dois anos e com novidades: a unificação da competição com a campereada. • A parceria com o Laço Comprido está em seu 3º ano consecutivo. • A percepção de potencial do Ranch Sorting para se tornar uma prova oficial da ABCCC - processo que, inclusive, já está sendo avaliado pela equipe do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da Associação. • A participação crescente em feiras agropecuárias renomadas, como a Global Equus (internacional), Horse Week, Expo Grande e Expo Londrina.
institucional
Na responsabilidade de selecionar campeões por Redação ABCCC | Fotos La Rural Fotografias e Arquivo ABCCC
José Francisco Pereira de Moura
Ricardo Vieira Borges
• Jurado da raça desde 1995
• Criador desde 1980
• Julgou a Expointer duas vezes
• Julgou a Expointer cinco vezes
• Teve os primeiros contatos com a raça quando acompanhava o pai no trabalho junto à família Pons. Mais tarde passou a atuar na criação da Cabanha Capanegra, de Fernando Pons, em Dom Pedrito/RS, onde segue há 23 anos. Também desenvolve a sua própria seleção há cerca de 30 anos, com o afixo Kavaju Porã
• Começou a trabalhar com a raça na criação da família em Guaíba/RS e mais tarde mudou-se para São Gabriel/RS, onde desenvolve a sua seleção na Estância Santa Adriana, sob o afixo Sem Fronteira. Médico veterinário, o criador foi ainda técnico da ABCCC por 18 anos e atualmente é o superintendente substituto do Registro Genealógico da Associação
“
Anualmente ocorre uma renovação, aparecem novos animais, o que caracteriza a evolução da raça. Entre os quatro melhores da Expointer sempre tem animais que aprecem pela primeira vez, o que mostra que a seleção vem se aprimorando a cada ciclo.
O
momento que vai determinar os novos modelos de padrão morfológico da raça começa a tomar forma. Aprovados em janeiro pelo Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), os nomes dos jurados da Exposição Morfológica da Expointer 2017 já estão escolhidos. Buscando perfis que unam seriedade, experiência e conhecimento da raça, os membros do CDT foram unânimes ao indicar para tal responsabilidade os criadores José Francisco Pereira de Moura e Ricardo Vieira Borges. Além das características técnicas, o reforço na imparcialidade do julgamento também teve peso na escolha, já que ambos não têm envolvimento direto com possíveis participantes e também não estão preparando animais para a campanha morfológica.
“
A raça evolui muito rapidamente e, por isso, cada vez mais, temos que ter responsabilidade no julgamento. O que for determinado lá, poderá se refletir mais na frente, principalmente, nas categorias mais jovens. Pode definir o futuro de um animal.
Raúl Etchebehere Auxílio vindo de terras hermanas Para selecionar os ícones de conformação da raça, a dupla de jurados vai contar com a ajuda do árbitro argentino Raúl Etchebehere. Criador no país vizinho, Etchebehere avalia importantes seletivas na Argentina e também é nome conhecido dos crioulistas brasileiros.
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
15
institucional
Novidades para quem é criador por Marina Bonati
M
udanças foram planejadas ao longo de 2016. Mas, com a chegada de 2017, é momento de aplicar. Por isso, desde a primeira semana do ano, várias alterações foram realizadas em prol dos sócios. E o objetivo é apenas um: trazer benefícios àqueles que movimentam a raça.
TRaNSFERêNCiaS oNliNE CoM DESCoNTo E FaCiliDaDE As transferências feitas através da área restrita do site da ABCCC passaram a custar 10% a menos e podem ser realizadas de uma forma mais simples. Pois além da redução no valor, o criador não precisa mais enviar o documento atestando a transferência: uma vez confirmado na área restrita do site, o comprador do animal recebe em mãos o certificado emitido pela ABCCC. Para isso, o sócio também tem que estar apto ao serviço on-line, mediante confirmação do termo de responsabilidade com firma reconhecida em cartório.
SEJa uM SÓCio aPTo ao SERViço oN-liNE EM 6 PaSSoS 1 - Acesse www.abccc.com.br
2 - Clique em Stud Book 3 - Vá até a opção Formulários 4 - Preencha o Termo de Responsabilidade 5 - Reconheça o documento em cartório 6 - Envie para a Associação, na avenida Fernando Osório, 1.754 A, bairro Três Vendas
16 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
CoMuNiCaDo DE PaDREação oN-liNE GRaTuiTo Com as mudanças, os sócios aptos ao serviço on-line têm agora a isenção da taxa referente ao comunicado de padreação feito pela internet. Para ter direito ao benefício, o associado precisa preencher o Termo de Responsabilidade e obter o reconhecimento da firma. TaxaS DE EMoluMENToS REaJuSTaDaS A taxa de importação terá um reajuste de 50% no valor, com o objetivo de aumentar o investimento nas devidas regiões de prospecção. No entanto, a importação voluntária será isenta de taxas quando for realizada para participação em finais de eventos.
TRaNSFERêNCia CoM RESERVa DE DoMíNio TEM CuSTo DiViDiDo Vendedor e comprador dividem igualmente os custos da taxa de transferência com reserva de domínio. Funciona da seguinte forma: o vendedor arca com 50% da despesa no ato do processo. Logo, o comprador recebe o certificado com a especificação da reserva de domínio. Quando o vendedor der a baixa na reserva, o comprador faz o pagamento dos outros 50%. Assim, a ABCCC já pode emitir e enviar ao comprador um novo certificado de propriedade, sem a restrição da reserva.
CoNSEquêNCia Da iNFoRMaTiZação O novo sistema implementado pela ABCCC foi o grande responsável por possibilitar isenções, descontos e mudanças que visam, principalmente, à desburocratização dos processos da casa. Aliando a tecnologia aos serviços, muitos procedimentos foram facilitados pelo “on-line” e acabaram por reduzir custos.
institucional
Reforço para comunicar ainda melhor por Redação ABCCC
A
proposta é estar cada vez mais próximo e dialogando com o público. Para isso, nada melhor do que comunicar bem. É com esse objetivo que o setor responsável pela produção de informação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) se insere no rol de novidades da entidade. Desde o começo do ano, Camilla Menezes passa a integrar a equipe atuando como coordenadora de Comunicação e Marketing. Trazendo sua experiência para colaborar com o aperfeiçoamento do setor, Camilla chega para contribuir com os planos traçados pela diretoria da Casa. “Estamos trabalhando em um projeto para qualificar a equipe, já que a área com que trabalhamos exige avanços diários e rápidos. A contratação da Camilla vai ser uma soma para a equipe”, projeta o vice-presidente de Comunicação e Marketing, Onécio Prado Júnior.
A adição de mais um membro ao time e à proposta de intensificar os trabalhos já toma forma através do desenvolvimento de novos projetos em diferentes segmentos. Ações que prometem aproximar ainda mais o público do universo do cavalo Crioulo.
É um desafio fazer com que todos os setores da Associação se comuniquem, mas a nossa proposta é usar a comunicação para que os processos não sejam unilaterais e que mesmo quem não está trabalhando dentro da casa, entenda e faça parte do processo desenvolvido aqui. Camilla Menezes coord. de Comunicação e Marketing
Conheça a coordenadora Camilla é formada em Jornalismo pela Famecos (PUCRS) e tem mestrado pela City University de Londres. Durante suas três temporadas no exterior, atuou pelas redações da CNN Internacional (em Londres), da Deutsche Welle (em Bonn/ Alemanha) e Rádio ONU (em Nova Iorque). Desde 2009 toca projetos no futebol brasileiro, especializando-se na área de Gestão de Imagem e Marketing. Durante esse período, desenvolveu ações com marcas como Nike, Pepsi, Guaraná Antarctica, Kaiser, Gillette, Ipiranga, entre outros. Como assessora de imprensa, trabalhou diretamente com clubes como Corinthians, Flamengo, Cruzeiro e Seleção Brasileira. Desde 2014, seu escritório desenvolve um serviço exclusivo e que desponta no mercado agro, atendendo clientes como as estâncias Vendramin e Liberdade, desenvolvendo projetos como a Trilogia de Treinamento Guto Freire e gerindo alguns dos mais respeitados remates do último ano do calendário crioulista. Ao lado do pai, Mano Menezes, Camilla cria cavalos Crioulos sob o afixo Quatro Linhas.
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
17
institucional
Gestão avança com ações e planejamento Texto e foto Júlia de Andrade
O
s três meses de atuação da nova diretoria da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCCC) vem movimentando as atividades relacionadas ao segmento crioulista. Os primeiros passos de gestão foram voltados para a resolução de problemas pendentes. “Zerar questões como essas acelera o processo e, consequentemente, otimiza nosso tempo de trabalho para produzir mais e da melhor forma”, afirma Eduardo Suñe. Neste período, a entidade também promoveu a união entre outras associações equestres que complementam o trabalho da Casa. Um
exemplo disso foi a sanção da Vaquejada. “A provação do projeto no Senado é uma conquista para nós”, esclarece o presidente. Elevada à Patrimônio Cultural, a nova condição da prova é contemplada por políticas de preservação e produção de patrimônios coletivos, ressignificando e valorizando o seu exercício. A participação da ABCCC no The Best Jump foi outro ponto importante nos quase 90 dias de gestão. O evento foi um momento para avaliar possíveis alterações no Exame de Admissão. Baseado no modelo da Federação Equestre Internacional (FEI), as mudanças seriam parte de um processo de desmitificação sobre Exame,
mostrando que a intenção final é não só acompanhar o animal durante todo o evento, como também testar, averiguar e controlar a medicação, sempre prezando pelo seu bem-estar. Dando continuidade ao ciclo, as projeções para 2017 são estimulantes. “Criar novas categorias de sócio para unificar a participação dos mesmos é uma modificação que a Associação merece”, comenta Suñe. Além disso, a reformulação da área de convivência no Parque Assis Brasil, já para o Bocal de Ouro, e a estruturação de um novo espaço para acampamento no Freio de Ouro são algumas das propostas levadas para a temporada que inicia.
Relembre os meses de gestão OUTUBRO
NOVEMBRO
• Posse da nova Diretoria
• Reunião da Diretoria Executiva • Criação das novas Subcomissões: com o Conselho Fiscal Ginetes, Núcleos, Novas • Encontro da Diretoria Executiva Modalidades, manifestações com os Núcleos culturais e Bem-Estar Animal • Reunião do Conselho de • Encontro da Subcomissão do Bem-Estar Animal com a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH)
18 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Planejamento
DEZEMBRO • Reunião da Diretoria Executiva • Encontro da Subcomissão do Freio do Proprietário • Reunião da Subcomissão de Ginetes e Bem-estar Animal
JANEIRO • Reunião do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) • Encontro com a Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Equídeos (ABRAVEQ) • Encontro anual dos técnicos • Reunião com a Subcomissão de Crioulaço
institucional
Diretoria e técnicos refinam critérios em encontro Texto e fotos Karen Nunes
O
s dias 17 e 18 de janeiro foram de intenso aprendizado, troca de experiências e, principalmente, alinhamento do corpo técnico para um mesmo objetivo. O encontro dos técnicos recebeu no primeiro dia palestras técnicas educativas, com os professores Carlos Nogueira (UFPel), Flávio de La Corte (UFSM) e o médico veterinário, Henrique Noronha. No segundo dia, recebidos na Cabanha do Mako, em São Lourenço do Sul/RS, os técnicos foram avaliados em prática pelo conselho técnico, onde também ouviram orientações da Diretoria. A avaliação começou pela manhã e encerrou-se no início da noite, do dia 18.
Agradecimento especial O presidente, Eduardo Móglia Suñe, em nome da diretoria, e o vice-presidente técnico, Luiz Martins Bastos
Neto, representando o conselho técnico, agradeceram imensamente os gestores da Cabanha do Mako, Volnei e Glauco Xavier, por abrirem as portas do local para o evento.
Confira a cobertura completa em http://bit.ly/encontrodostecnicos
Momento também foi de revisar e alinhar os conceitos Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
19
CAPA
por Marina Bonati | Fotos Arquivo ABCCC FEVEREIRO DE 1932
Fundação da Associação de Criadores de Cavalos Crioulos (ACCC) - que logo foi renomeada para Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) - com sede inicial em Bagé/RS e transferida para a cidade de Pelotas/RS
NOVEMBRO DE 1932
Formada comissão para inspecionar as manadas, cujos cavalos considerados Crioulos eram registrados no Stud Book da raça que pertencia à Associação do Registro Genealógico Sul Riograndense
1932
1970
1953
1953/1955
1970
Encerramento do registro Importados os primeiros cavalos chilenos provisório para os machos (31 de dezembro de 1953) e para as fêmeas (31 de dezembro de 1955). Após estas datas, ingressariam no stud book brasileiro da raça Crioula somente filhos de pais devidamente registrados
20
CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
1933
OUTUBRO DE 1934
Realização da 1ª Fechado o contrato entre Exposição Regional com a ABCCC e o Ministério a participação de animais da Agricultura inscritos no Registro Genealógico: a 20ª Exposição de Bagé/RS
1935
Stud Book Crioulo é cedido pela Associação do Registro Genealógico Sul-rio-grandense para a ABCCC
1933
1934
1935
1977
1982
1990
1977
1982
Primeira prova que Primeira edição do Freio avaliava não só a morfode Ouro na Expointer logia da raça Crioula, mas também a função, realizada em Jaguarão/RS
1990
Criada a marca Cavalo Crioulo
capa
ABCCC completa 85 anos Julho de 1935
Primeira publicação anual de animais inscritos através dos Anais da ABCCC
1936
Outubro de 1943
Realização da primeira Exposição Nacional com a participação de animais inscritos no Registro Genealógico da ABCCC: a 5ª Exposição Nacional no Rio de Janeiro
Aprovado o novo regulamento de Registro Genealógico. De acordo com o documento, os produtos filhos de animais registrados, inscritos ainda novos, ficavam sujeitos à confirmação ou não após completar dois anos de idade
1944
Outubro de 1945
Fundada a Federação Interamericana de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) pelas associações de crioulistas do Brasil, da Argentina, do Paraguai, Uruguai e Chile
Pelotas sedia a 1ª Exposição Internacional de Equinos Crioulos. A exposição com mais Crioulos inscritos até o momento - 41 animais e mais de 100 mil pessoas assistindo
Fotos Felipe Ulbrich
1991
1991
Entidade adere ao sistema de registro genealógico informatizado, tornando o processo mais ágil e rápido
1936
1943
1944
1995
2009
2011
1995
É inaugurado o site da ABCCC
2009
Loja virtual é criada
2016
Novo sistema de dados começa a ser implementado na entidade
1945
2016
28 fev 2017
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) completa 85 anos
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
21
capa
M
al sabiam aqueles 22 homens de visão - conforme são considerados pelos crioulistas mundo afora - que suas assinaturas em meados da década de 30 agregariam ao cenário do agronegócio de forma tão positiva e expansiva. Uma aposta e tanto. E, hoje em dia, uma marca e tanto. A passagem de 30 presidentes, um padrão racial atingido com sucesso e a responsabilidade de ser uma empresa que movimenta mais de R$ 1,28 bilhão por ano são três elementos significativos para descrever o universo da raça. No entanto, basta olhar para o cavalo Crioulo, com toda sua desenvoltura morfológica e funcional, para perceber a evolução da raça. E dos pequenos e novos criatórios aos grandes momentos de holofotes da raça, os Crioulos de alta performance mostram o resultado do que foi feito ao longo do período de seleção minuciosa proposta pela ABCCC através da Exposição Morfológica e do Freio de Ouro na Expointer. O evento, que ultrapassa as fronteiras do Estado e do País, já tem em seu histórico 35 edições e uma participação assídua do público. Por trás de tudo isso, o fomento da criação empenhada e cuidadosa. Mas, com um protagonismo: o da ABCCC, que impulsiona o universo crioulista. No entanto, as histórias para contar também podem vir daqueles que dedicaram uma vida profissional inteira à entidade. Como Vilson Aguiar.
Eu entrei como estagiário da ABCCC, em 76, logo depois de me formar em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Tinha 30 anos. Vinte e poucos dias depois, mais precisamente no dia 1º de janeiro de 1997, fui efetivado com a função de inspetor técnico. Quando iniciei, a Associação registrava cerca de 300 animais por ano. Trabalhava apenas um gerente, o Emílio Matos - que também era inspetor técnico -, um administrador e três pessoas no Registro Genealógico. A entidade ainda era na rua Padre Anchieta, em Pelotas/RS. Mais ou menos em 81, se lembro bem, fomos para o Palácio do Comércio, que fica em cima do Café Aquários, na área central da cidade. Foram dois anos trabalhando por lá, até que a Associação Rural, que ainda não tinha nada além de duas casas construídas, ofereceu o local que estrutura a sede até hoje. Saí em 85, mas voltei em março de 88. Três anos depois, além de inspetor técnico, fui convidado para ocupar um novo cargo: o de supervisor de eventos. Já em 94, passei a atuar como superintendente de registro genealógico substituto. Daí em diante, fiquei até 2013. No total, foram quase 35 anos de casa. É uma vida dentro da ABCCC. Conheci praticamente o Brasil inteiro trabalhando, além de ir para o Uruguai, a Argentina e o Chile. Participei do primeiro Freio de Ouro e estive presente em mais de 30 edições do evento. Senti toda a evolução da raça e da empresa. Por isso, tenho um carinho muito especial pela história que vi crescer. Quando fui embora, já eram registrados mais de 20 mil animais anualmente. Hoje, com 69 anos, morando em Porto Alegre/RS, posso dizer que me desloquei fisicamente da ABCCC, mas espiritualmente o laço continua. E de todos esses anos, minha maior conquista foram as amizades que mantenho até hoje. Para mim, é uma honra fazer parte destes 85 anos e tudo que eles significam.
Vilson Aguiar ex-funcionário da ABCCC
22 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
capa
• Em 2016, a ABCCC registrou 20.122 animais
• Mais de 238 mil postos de trabalho foram comprovadamente ocupados em decorrência da raça, segundo uma pesquisa realizada pela Esalq, em 2012. O dado mostra o impacto econômico da raça no Brasil atingida nos anos 2000
• Revista mais dinâmica: formato mais compacto e com projeto gráfico modernizado foi a primeira modificação visível no ano de 2017. • Mudanças no site: para o segundo semestre de 2017, o site da entidade estará de cara nova. • Novo sistema: integração dos serviços realizados pelos setores da ABCCC e desburocratização dos processos facilitará a vida do criador. • Seis novas subcomissões integram a diretoria da ABCCC: Bem-estar Animal, Ginetes, Núcleos, Cultura, Novas Modalidades e Doma de Ouro compõem a equipe. • Dois novos integrantes fazem parte do Conselho de Planejamento.
Nota de agradecimento Gostaríamos de deixar um agradecimento especial ao senhor Darcy Trilho Otero, que com toda sua sabedoria direcionada à instituição e vivência na raça crioula, contribuiu detalhadamente para a criação desta matéria. Darcy é Engenheiro Agrônomo e participou do Conselho Técnico ao longo de muitas diretorias da ABCCC, inclusive no ano de inauguração do Freio de Ouro. E em sua visão, dois grandes nomes têm o mérito de impulsionar a raça: Dirceu Pires e Emílio Matos - pessoas pelas quais recorda com muita admiração.
• Hoje, a associação conta com a colaboração de 73 funcionários e 30 técnicos credenciados
ignesrtai tl u c i o n a l
Encanto que chega a olhos estrangeiros por Susi Freitas/Cavaleiro News | Fotos La Rural Fotografias
N
atural de Mills no estado do Wyoming, o americano Kelly Timberman é um homem do campo apaixonado por cavalos. Campeão mundial de rodeio na modalidade Bareback, Timberman veio ao Brasil para ministrar cursos e logo que teve contato com o cavalo Crioulo ficou encantado com sua habilidade. A inquietude em querer saber mais sobre a raça, o fez voltar com mais tempo para poder visitar um criatório e assim, em dezembro passado, esteve por alguns dias em Uruguaiana/RS, onde conheceu a Cabanha do Barulho e pôde vivenciar um pouco do mundo crioulista.
24 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
A primeira vez que Kelly Timberman esteve no Brasil foi em 2015, quando a ProHorse Rodeo - entidade que fomenta as modalidades Sela Americana e Bareback no Brasil - o convidou para ministrar um curso aos competidores brasileiros. Ficando na casa de um dos proprietários da ProHorse, o produtor rural Leandro Baldissera, ele teve a oportunidade de montar num cavalo Crioulo e, desde então, o interesse foi imediato em saber mais sobre a raça. “Conheci o Crioulo na casa do Leandro e na hora pude sentir um animal muito calmo e gentil. Quando o montei era como se estivesse nas nuvens, cavalo de movimentos
geral
Acostumado às arenas de Bareback, o campeão americano se rendeu às qualidades do Crioulo
muito suaves, ao mesmo tempo que atento aos comandos. Imediatamente quis saber sobre esta raça diferenciada e enchi o Baldissera de perguntas”, relembra. Logo após duas estadas no Brasil em agosto e setembro de 2015, foi a vez de Kelly receber em sua casa o amigo brasileiro, que ficou alguns dias no Wyoming e apresentou um pouco do estilo de doma gaúcha para o americano. “Minha paixão pela tradição gaúcha é grande, por isso, sempre contei para Kelly sobre os rodeios gaúchos, a doma e acabei domando uns cavalos lá nos Estados Unidos, nesse estilo. Ele gostou demais do sistema, ficando ainda mais entusiasmado
em um dia poder conhecer mais a fundo esta cultura, que para mim é uma das mais vaqueiras e bonitas do mundo”, disse Leandro, que é filho de gaúcho e possui muitos amigos no Rio Grande do Sul. Na ocasião ele prometeu ao americano que, quando voltasse ao Brasil, ele o levaria para conhecer mais sobre a história da raça Crioula. E assim aconteceu em dezembro passado, quando Kelly chegou ao Brasil para ministrar mais uma clínica de rodeio, que durou quatro dias em Barretos/ SP. Como veio com tempo, foi direto para a casa de Leandro e estava ansioso pela viagem prometida. Baldissera conversou com o amigo Francisco Martins Bastos Sobrinho, o Chico Bastos, que mostrou toda disposição em recebê-los e juntos foram para a fronteira gaúcha. “Eu não podia levá-lo a melhor lugar do que a Uruguaiana, um dos berços da raça Crioula, e só tenho que agradecer ao Chico Bastos que abriu suas portas e mostrou tudo sobre a raça, além de muita cultura, manejo, doma, enfim, deixando Kelly fascinado com tudo que viu por lá”, continuou Baldissera. Na opinião do americano os quatro dias passados na Cabanha do Barulho foram maravilhosos, “experiência de uma vida” como ele mesmo ressaltou. “Cavalos são minha vida e conhecer esta raça diferenciada foi fascinante. Desde que conheci o Crioulo comecei a fazer pesquisas sobre o animal e estava muito ansioso em poder aprender mais, o que aconteceu nesta visita ao Chico Bastos, que nos fez uma bela recepção. É difícil explicar tudo que aprendi nestes poucos dias lá, mas fui sobrecarregado pelo amor e a tradição da família Bastos na criação de seus cavalos, com valores passados de geração a geração e acredito que o cavalo Crioulo é o melhor no mundo por ser definido por essas pessoas maravilhosas que o vivenciam e treinam. São animais rápidos, inteligentes, atléticos, que você sabe que pode contar quando você mais precisar deles. Cavalos feitos de coração e força”, afirmou Timberman. Poder vivenciar as tradições gaúchas e experimentar modalidades que não conhecia na Cabanha do Barulho foi maravilhoso para o campeão. “Experimentei a Paleteada, lacei e conheci incríveis cavalos, todos muito dóceis, fortes e bonitos. Eu realmente acredito que o Crioulo é o melhor cavalo que eu já montei na vida”, continuou.
Sentimento recíproco Um dos principais criadores de cavalo Crioulo no Rio Grande do Sul, Chico Bastos atendeu prontamente o pedido do amigo Baldissera para receber o americano Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
25
geral
26 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
geral
Contato com a raça e a lida Crioula marcou a visita à Estância Itapitocai, em Uruguaiana
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
27
geral
Para transitar sem complicações por Pedro Henrique Krüger
D
eslocar animais de um local a outro exige uma série de cuidados visando tanto ao próprio bem-estar do transportado, quanto à saúde das manadas em geral. Com o objetivo de promover a defesa sanitária animal, a fim de combater, prevenir, controlar e erradicar enfermidades, por exemplo, existe uma legislação própria para o transporte animal em todo o território brasileiro. Entretanto, alguns estados têm regras específicas para tal atividade dentro de suas divisas. Desde março de 2006, através do decreto nº5.741 que organizou o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), a fiscalização do trânsito de animais é prevista pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), independentemente da via de trânsito. No Brasil, a Guia de Trânsito Animal (GTA) é o documento oficial, que fornece informações sobre o destino, as condições sanitárias e a finalidade do transporte. Cada espécie animal possui uma norma específica para a emissão da GTA. Para os equídeos, a guia só pode ser emitida para os animais procedentes de estabelecimentos cadastrados no serviço veterinário oficial e que cumpram a legislação sanitária vigente - o transporte interestadual também está condicionado à apresentação de exames. Com a proximidade dos principais eventos do ciclo para o universo da raça Crioula, torna-se ainda mais importante entender como proceder para transitar com o seu animal de forma segura e dentro das conformidades exigidas em cada localidade. Para facilitar a compreensão a respeito da legislação, a Revista Cavalo Crioulo (RCC) preparou este guia para o transporte intraestadual de equídeos nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
Emissão da GTA A guia pode ser fornecida por médicos veterinários do Mapa, ocupantes do cargo de Fiscal Federal Agropecuário, médicos veterinários dos órgãos executores de defesa sanitária animal, médicos
28 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
veterinários autônomos habilitados pela Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Unidade Federativa de procedência dos animais, além de outros funcionários autorizados dos órgãos executores de defesa sanitária animal.
Atestados de exames Anemia Infecciosa Equina (AIE)
A AIE é causada por um vírus que se instala no organismo do animal e permanece por toda a vida, mesmo que não apresente sintomas. Os cavalos infectados podem apresentar febre, hemorragias puntiformes embaixo da língua, anemia, inchaço no abdômen, redução ou perda de apetite, depressão e hemorragia nasal. Para o trânsito intraestadual devem ser consideradas as respectivas legislações estaduais quanto à exigência de apresentação de exame negativo para AIE - veja o quadro. O trânsito entre estados
Confira o que cada estado exige para o trânsito de equídeos * A Guia de Trânsito Animal (GTA) é obrigatória em todo território nacional
geral exige a apresentação do exame negativo para AIE, original ou cópia autenticada. A autenticação deve ser realizada por serviço veterinário oficial em situações excepcionais e a critério da Divisão de Defesa Sanitária Animal (DSA), emitido por laboratório oficial ou credenciado, que tem prazo de validade de 60 dias. O período total do trânsito deve estar dentro do período de validade do exame.
Atenção aos encargos
Mormo
Também conhecida como “lamparão”, é uma doença infectocontagiosa que pode ser transmitida ao homem e a outros animais. São vários os sintomas: presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia são algumas das situações a que se deve ter atenção. A manifestação pode surgir de duas maneiras. Na forma aguda, provoca febre, fraqueza e prostração. Já a forma crônica se manifesta na pele, fossas nasais, laringe, traqueia e pulmões. A exigência de exame negativo para Mormo também está condicionada às respectivas legislações estaduais - veja oquadro. Porém, em estados nos quais a presença do agente etiológico da doença foi confirmada o exame é geralmente requerido.
Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE), Exame laboratorial negativo de Mormo, Atestado de vacinação contra Influenza Equina. Exame laboratorial negativo de Mormo, Atestado veterinário de ausência de sinais clínicos de Mormo. Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE), Exame laboratorial negativo de Mormo e Nota fiscal de produtor. Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE), Exame laboratorial negativo de Mormo, Atestado de vacinação contra Influenza Equina (ou atestado emitido por Médico Veterinário declarando a ausência da doença nos 30 dias que antecedem emissão da GTA). Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE) e Atestado de vacinação contra Influenza Equina (ou atestado emitido por médico veterinário
Na versão 18 do Manual de Preenchimento para emissão da GTA fornecido pelo Mapa, há nova orientação a respeito das notificações de ocorrência de mormo, que são repassadas às UFs pelo DSA sempre que um caso for registrado em uma UF onde não tenha ocorrido a doença, bem como a retirada da UF da lista dos estados que necessitam de teste negativo para mormo.
O criador também deve estar atento aos impostos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o detentor de um animal de até três anos de idade e que possui controle genealógico não tem a obrigação de realizar o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Porém, o Certificado de Registro deve estar junto ao animal durante o trânsito. O pagamento de ICMS - tratando-se de animal com mais de três anos de idade - se dá em alguns casos bem específicos: importação, arrematação, registro de primeira transferência ou saída para fora do estado. Se o pagamento já foi feito em qualquer um desses casos, o animal permanece isento para o resto da vida. Uma cópia da Guia de Pagamento de ICMS, porém, deve estar sempre presente durante o trânsito.
declarando a ausência da doença nos 30 dias que antecedem emissão da GTA) e Exame laboratorial negativo de Mormo nos casos de deslocamento para (ou vindo de) estados que tenham registro da doença. *para rodeios e outras aglomerações (isolados de exposições e leilões), não é necessário Atestado de vacinação contra Influenza Equina. Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE), Exame laboratorial negativo de Mormo e Atestado de vacinação contra Influenza Equina. *Animais com idade inferior a seis meses acompanhados da mãe com exame negativo de AIE estão dispensados. Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE), exame laboratorial negativo de Mormo, atestado de vacinação contra Influenza Equina, atestado veterinário de ausência de sinais clínicos de doenças infectocontagiosas. SP
Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE) (ou Atestado negativo para AIE), exame laboratorial negativo de Mormo (ou atestado negativo para Mormo) e Atestado de vacinação contra Influenza Equina. Exame negativo para Anemia Infecciosa Equina (AIE), atestado de vacinação contra Influenza Equina. *O atestado de vacinação contra Influenza Equina poderá ser substituído pelo comprovante de vacinação do passaporte equino, desde que assinado e carimbado por médico veterinário com inscrição no CRMV, com identificação da vacina data de vacinação e número de partida.
Para mais informações, visite o site do Mapa www.agricultura.gov.br/animal/ mercado-interno/transito ou a página do órgão de defesa agropecuária do seu estado. Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
29
geral
Quando a dedicação supera tudo por Marina Bonati | Fotos Cláudio Figueiredo ra o primeiro dia de estágio de Lucas Innocente (24) na Clínica Central da Serra, em Lages/SC. Há três anos, no mesmo dia em que o estudante de Veterinária, pela Unifacvest, colocava os pés no novo ambiente de trabalho, a agenda de procedimentos cirúrgicos já marcava o processo que seria realizado na égua crioula Fuzarca da Saff: a amputação de uma das patas devido ao estágio avançado de infecção do casco.
30 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
O problema surgiu de uma perfuração causada por um prego, seguida de uma infecção no casco. O acompanhamento não foi feito de imediato, pois seu proprietário, Giulliano Melo (38), teve um problema grave na coluna, não conseguindo ir com frequência na fazenda para acompanhá-la de perto. Sob os cuidados de um antigo funcionário, de uma breve mancada, a égua passou a arrastar a perna esquerda e demonstrar a dimensão do incômodo. O primeiro veterinário procurado pelo criador já havia declarado que nada poderia ser feito, devido ao tempo de atenção específica que deveria ser depositado naquela recuperação. Fuzarca da Saff estava prenha e teria que ser sacrificada. No entanto, o veterinário Thiago Bedim tinha confiança na melhora do animal e decidiu abraçar a causa ao lado do novo estagiário.
geral “Ela não apoiava nem o pé no chão quando chegou à clínica”, lembra Lucas, natural de Imbituba/SC. Com a amputação feita, o acompanhamento ficou a cargo do jovem que cuidou dos curativos, tratou-a com as devidas medicações e esteve ao seu lado até o momento de colocação da prótese - que inicialmente era trocada de uma a duas vezes por dia, por ser feita de couro. A crioula, por sua vez, teve sua cria normalmente. Ela passou cerca de dois anos internada na clínica sob os cuidados da equipe de profissionais do local - em especial do Lucas - e foi liberada para voltar a campo, na Fazenda Quinze Dias, em Bom Jardim da Serra/SC.
Uma boa mãe
Reabilitada, Fuzarca se destaca como uma das melhores reprodutoras da cabanha
De acordo com o criador Giuliano Melo, a adaptação da égua foi surpreendente. Com três crias geradas perfeitamente, a primeira delas já mostra a que veio: nascido em 2014, Amuleto dos Quinze Dias carrega o sangue de Naipe do Infinito e obteve participação expressiva na prova de 21 dias realizada em São João Batista (SC) no mês de dezembro de 2016. Agora, a égua espera uma cria do campeão do Freio de Ouro 2014, Destaque da Maior. “Muitos diziam que ela não ia ter uma vida útil, não ia conseguir sobreviver. Mas é uma égua boa, tem qualidade de vida, não sente dor. É a que pega cria mais fácil na cabanha”, contou Giuliano, que divide a propriedade do animal com seu concunhado, Ricardo Vieira Grilo. Giuliano ainda conta que os gastos voltados ao animal foram altos, mas que todo o investimento valeu a pena - mesmo que o cuidado tenha que ser diferenciado pelo resto de sua vida. “Foi bastante custo financeiro, muito empenho e dedicação. Mas só em termos abraçado a luta dela pela vida quando a grande maioria desacreditava do resultado, já nos traz uma sensação de dever cumprido”, completou o criador, referindo-se ao apego emocional transferido ao cavalo depois de toda trajetória.
Giuliano dedica um cuidado especial e diário à égua
Caso virou contribuição acadêmica No dia 14 de dezembro de 2016, com o tema Amputação de Falange em Equinos, Lucas Innocente apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o assunto que acompanhou desde o princípio e foi aprovado pela banca examinadora. Além disso, ultrapassando os limites do profissionalismo depositado na situação, o agora veterinário pôde relatar a respeito de algo que lhe proporcionou uma troca muito grande: de sentimentos, aprendizado e superação.
Da vida para a graduação, caso foi tema de estudo do profissional Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
31
geral
Um personagem
diferentes palcos por JĂşlia de Andrade | Foto JG Martini
geral
geral
Autores têm usado a raça como inspiração Imagem: Divulgação ABCCC
Obras para lembrar Personagem em histórias, contos e fábulas, a raça pode ser encontrada além das daily news. Seria injusto elencar as melhores produções do segmento, mas comecemos por algumas que merecem destaque. Um panorama do maior evento promovido pela raça pode ser encontrado em Freio de Ouro, uma história a cavalo (2006) de Renato Dalto. O autor que desde a década de 90 vive a “universidade viva do cavalo” fala com veemência sobre o assunto. “O que move a gente, mais do que a paixão por uma raça, é a paixão pelo cavalo, um símbolo de liberdade, ímpeto, força e sensibilidade. O cavalo é que faz a linguagem e não o contrário.” Uma combinação histórica e técnica afirma que “equitação não é uma mera coleção de eventos, regras e observações”. Essa leitura pode ser feita em Equitação gaúcha, primeiros escritos (2008), de Bayard Bretanha Jacques, um livro que além do conteúdo relevante, apresenta uma estrutura que nos motiva a prosseguir na leitura. Na televisão não poderia ser diferente. Jayme Monjardim usou mais de cinco mil cavalos e pelo menos 400 deles concentrados em apenas uma cena de O tempo e o vento (2013). O longa-metragem conta a história da tradição de uma família que estava nos alicerces do Rio Grande do Sul campeiro. Além de Bibiana e capitão Rodrigo, o cavalo Crioulo foi personagem destaque nas gravações. Segundo o diretor, os motivos que fizeram a raça ser escolhida foram a funcionalidade e a docilidade dos animais. Crônicas que abordam a linguagem do
34 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
cotidiano de criadores apaixonados pelo meio rural são descritas em Campereando (2014), de Tunico Fagundes. Para quem procura esclarecimentos gerais sobre criação, a reedição de O cavalo crioulo - evolução no tempo (2014), de Dirceu dos Santos Pons, é um manual ideal com instruções de um criador visionário para novos criadores. Dez momentos, outros caminhos, novos destinos (2015) de Ana Spars, foi uma das conquistas da raça fora do país. Uma literatura do “cavalo das Américas” que inspirou escritores na construção de narrativas.
Obra clássica de Érico Veríssimo originou o filme Imagem: Reprodução
geral
Mesmo com o passar do tempo, o interesse em perpetuar a história do cavalo Crioulo através da literatura se mantém firme Imagem: Reprodução
na atualidade. À medida em que nos aprofundamos na história e na saga dessa raça fantástica de cavalos, surgiam novos fatos que foram sendo incorporados à pauta original. O trabalho de pesquisa revelou-se apaixonante e ganhou contornos mais identificáveis a partir dos primeiros animais trazidos por Colombo ao continente americano”, afirma Luiz Barata, um dos responsáveis pelo texto do livro. A empatia pela produção foi o diferencial desse processo. As peculiaridades da temática e da história foram seduzindo os escritores ao longo dos dias de campo em busca de material. O trabalho da equipe carioca contou com uma pesquisa completa sobre os costumes e o comportamento do gaúcho, além de entrevistas sobre a realidade atual da criação dos animais. “Em determinado momento a história do cavalo Crioulo e a do gaúcho entram em fusão com um importante trecho da história colonial do Brasil, da Argentina, do Uruguai e Paraguai”, completa Luiz Barata.
Projetos que estão por vir
O que nos motiva nos movimenta
Outro projeto que tem previsão de lançamento ainda em 2017 é Cavalo Crioulo - Elemento definidor da cultura do Rio Grande do Sul. Autora de Cavalo Crioulo - O símbolo do Rio Grande do Sul com edições em 2007, 2011 e 2014. Ana Teixeira foi responsável pela produção das imagens que ilustram o livro. Seu trabalho na área começou a ser desenvolvido em conjunto com o trabalho jornalístico. Ana começou a pesquisar sobre o tema em eventos como fotógrafa ao longo da sua carreira jornalística. Além do contato direto com a vivência em atividades da raça, Ana foi editora das revistas Cavalos - A Horse Line e Viver no Campo. Esses trabalhos contribuíram para a elaboração das fotos que integram o projeto. “Fotografei o Freio de Ouro e algumas cabanhas que considerei importantes e obras do escultor Caé Braga com o Cavalo Crioulo como tema”, afirma Ana Lúcia. Eis que surge uma curiosidade que pode atestar a qualidade do material que vem por aí: os responsáveis pela criação de conteúdo escrito não tinham o mesmo histórico de familiaridade com a raça. O processo de produção dos textos para o livro foi se definindo em uma sequência de descobertas. Para a equipe da BG Solução de Conteúdo e Via Impressa, o tema era inédito até então. “Tivemos que mergulhar fundo na pesquisa antes de consolidar o roteiro definitivo. No início do trabalho, ainda não tínhamos ideia da riqueza histórica que acompanhava esses cavalos e tivemos que fazer uma imersão em séculos na antiguidade para descrever a trajetória do que é a raça Crioula
A paixão nos move e transforma. A tradição e a preservação da história fazem parte desta paixão. O universo do criador é único e íntimo e de alguma forma todas as obras que foram produzidas até hoje tentam fazer um resgate desse sentimento. De acordo com Barata, em o Cavalo Crioulo - Elemento definidor da cultura do Rio Grande do Sul, “o que mais impactou nosso trabalho de contar a história do cavalo Crioulo foi descobrir essa paixão tão intensa em torno da raça e sua estreita relação com o comportamento e o costume do povo gaúcho. Foi admirável seguir os passos dos antepassados desses animais desde sua participação nas batalhas do continente europeu, até serem abandonados pelos espanhóis e portugueses por aqui quando decidiram voltar à Europa. O livro trata em boa parte de uma simbiose entre a história dessa raça de cavalo com os costumes de um povo, o que não encontramos em outra região do país, pelo menos com igual intensidade”. O ambiente em que o cavalo nasce, é criado e se desenvolve determina os campeões que conhecemos e estão por vir. A atenção que é dedicada pelo criador fortalece a relação entre todos que estão neste meio. O cavalo Crioulo é cuidado com a sabedoria de quem a cada dia valoriza a raça como um ideal de vida. Sentimentos nobres como estes são fatores que inspiram as produções de grandes obras. O cavalo Crioulo une as pessoas em uma leitura com infinitas possibilidades de interpretação, mas com um denominador comum: uma paixão que leva à dedicação. Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
35
geral
As rédeas são delas Fotos La Rural Fotografias, Fagner Almeida e Arquivo pessoal
Q
uando se fala em paixão por algo, não há distinção de idade, gênero ou classe que determine quem é mais adequado a se encaixar. Tudo é movido naturalmente. E quando se trata de cavalo Crioulo, mais especificamente do Freio Jovem, essa diversidade fica muito visível. É nesse meio tão variado que as categorias femininas ganham cada vez mais força através de personagens que tomam para si a responsabilidade de tocar essa prática adiante, unindo amor ao que se faz e força de vontade em busca de construir e realizar sonhos. Elas têm o primeiro contato, montam, treinam, enfim, crescem junto das pistas, mas tudo isso acontece em paralelo com as demais atividades de qualquer criança ou adolescente. Esse, por si só, já é um desafio. E quando o desafio chega ao momento de entrar na principal arena do cavalo Crioulo, elas fazem bonito e mostram que a aptidão está na alma de quem cultiva o espírito do esporte. Só na última edição da decisão pelo menos 22 jovens mulheres mostraram a sua força na pista de Esteio, representando as dezenas que movimentam, e muito bem, o ciclo da modalidade em todo o país.
Tudo ao mesmo tempo Se alguém pensa que para se tornar ginete do Freio Jovem essas meninas abrem mão de muita coisa, a situação não é bem essa. A regra aqui é conciliar. Escola, família e amigos andam junto aos treinamentos. Entram na rotina. Não que
36 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
administrar tudo seja fácil, mas quando se trata de manter o contato com o cavalo, elas não medem esforços para fazer acontecer. Seja praticando em casa ou em centros de treinamento, locais que vêm sendo cada vez mais procurados por quem deseja se profissionalizar, o tempo é adaptado para tirar o máximo desses importantes momentos. Situações essas que servem de inspiração e mostram que tudo é possível quando se deseja e trabalha duro em direção a um sonho.
Impulso para o futuro O que para muitos é um hobby, aqui vai muito além. Montar, treinar e cuidar dos cavalos acabam tornando-se parte da rotina das ginetes que iniciam cedo nas pistas. Seja pelo exemplo da Calintia Cunha, que hoje passa adiante os seus conhecimentos treinando outros iniciantes do Freio Jovem (inclusive treinou outra ganhadora da prova, Fernanda Maggi) e também se dedica ao Freio de Ouro, ou da Amanda Quadros - responsável por auxiliar na lida com os cavalos da fazenda e que pretende seguir no segmento da medicina veterinária - podemos perceber que essas jovens levam a sério o hábito de estar próximas do cavalo Crioulo, inclusive levando isso junto de seus planos para presente e futuro. Detalhe que traz ótimas expectativas para a continuidade da prova, o fortalecimento do público feminino e o fomento à raça Crioula. Afinal, são as novas gerações que alimentam e espalham o sentimento que será essencial para levar o cavalo Crioulo adiante.
geral PEQUENAS INSPIRADORAS Para representar toda a diversidade que cerca as categorias femininas do Freio Jovem e homenagear todas as responsáveis pelo sucesso quem tem sido alcançado, conheça um pouco mais sobre algumas das meninas entre as tantas que fazem a modalidade acontecer.
Allana Nunes Bento Pedro Osório/RS O que mais me motiva é que o ambiente das provas é muito saudável e familiar. E os amigos que ali conquistamos.”
Desde criança participava de atividades ligadas à cultura gaúcha. Chegou à final já em seu primeiro ano competindo na modalidade. Quer chegar novamente na decisão e lutar pelo título do Freio Jovem.
Fernanda Maggi Caxias do Sul/RS Além da sensação indescritível que é ganhar uma final, o cavalo me proporciona prazer, bem-estar e felicidade.”
Por incentivo e influência da família e amigos, convive com o cavalo Crioulo há dez anos. Treina de quatro a cinco vezes por semana. Consagrou-se campeã no Freio Jovem Aspirante Feminina em 2016 e não pretende parar por aqui.
Amanda Quadros Guaíba/RS
Calintia Cunha Flores da Cunha/RS
“A maioria dos apaixonados pela raça tem que concordar: não somos nós que escolhemos, somos escolhidos.”
“Hoje tenho a busca por um sonho maior: correr o Freio de Ouro.”
Está nas pistas há nove anos e já passou por todas as categorias do Freio Jovem. Teve o apoio do pai, Carlos Quadros, ginete premiado no Freio de Ouro. Carrega na bagagem cinco Brincos de Ouro, um de Prata e um de Bronze. Para o futuro, pretende também cursar a faculdade de Medicina Veterinária.
Ganhou a primeira égua aos 15 anos. Começou a competir em 2007. Desde 2014 treina cavalos profissionalmente e dá aulas para outras meninas que compartilham o gosto pela prova. Já alcançou o primeiro lugar no Freio Jovem em duas oportunidades (2010 e 2014).
Nicolly Ribeiro Sapucaia do Sul/RS Amo lidar com o cavalo, amo estar nas pistas, amo estar nesse meio e, principalmente, amo o cavalo.”
Criada no meio do cavalo, começou a se interessar pela disputa aos 12 anos. Treina de segunda a segunda em um centro de treinamento. Quer chegar ao topo do pódio, mas considera a constante evolução como uma grande vitória.
Paula Pizzutti da Motta São Leopoldo/RS O que me motiva a continuar competindo é o amor que sinto por competições, principalmente, pelo cavalo Crioulo e também pelo incentivo que tenho da minha família.”
Monta desde os oito anos. Aos 14, foi a principal responsável por incentivar o início da criação da raça Crioula na família. Sonha alcançar a vitória em uma final. Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
37
geral
Boas mães por Marina Bonati | Fotos JG Martini
consistência genética, morfologia e função de ÉGUAS crioulas são fundamentais na criação de produtos
P
or vezes, o fator da égua na carga genética do animal é visto como secundário. Mas, o sucesso na criação chega para quem o tem como prioridade. Para a produção de um bom cavalo Crioulo, não basta investir em machos de nomes reconhecidos e performances certeiras: é preciso lembrar que a divisão é exatamente 50%/50% e compreender que a seleção de um bom plantel depende da importância de elencar boas mães. A partir daí, o garanhão escolhido só tende a somar. “Não é tirar a responsabilidade do macho, mas entender que a fêmea é quem vai gestar, amamentar, enfim... O desenvolvimento do produto depende dela”, explica o técnico credenciado da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Daniel Rossato Costa. O técnico conta que, por mais que a cultura de se preocupar mais com o garanhão do que a fêmea geradora ainda exista, os criadores têm se dado conta que o primeiro passo está na mãe.
38 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
geral
para um plantel
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
39
geral
Atualmente, a égua mais importante do plantel: Dama Alegre do Itapororó e suas filhas gêmeas
Louvando as matriarcas Quem é do meio já ouviu falar a seguinte frase: “Tudo que vem dessa égua dá bom”. Isso ocorre muito por conta das matriarcas das famílias já conhecidas por bons descendentes. Exemplo disso é o histórico cultivado pelo atual Condomínio Itapororó Santa Marta, onde a descendência das éguas fez e faz história até hoje. “Podemos citar inúmeros animais, mas a destaque é La Invernada Tortolita IV. Dessa matriarca descendem as grandes campeãs da Expointer, Balisa II, Faceira II, Jocasta e Oraca - a única égua a ganhar a morfologia e o Freio de Ouro no mesmo ano”, comenta o responsável pelo criatório, Caco Loureiro de Souza. Segundo Caco, a seleção no local é feita desde o acasalamento, buscando a consistência genética das grandes mães aos produtos. A avaliação desses produtos - desde o nascimento até o desmame - também é feita com o intuito de acompanhar a evolução dos animais e planejar sua futura campanha. Todos os animais que ficam no criatório são domados, para que fiquem claras suas características funcionais. “Amadurecemos esses animais novos no serviço diário de campo e competindo em algumas modalidades para formarmos um cavalo que chegue ao Freio de Ouro. Por exemplo, a égua menor Aurora II do Itapororó foi finalista da morfologia e de paleteadas da Expointer 2016”, enfatiza.
40 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
O técnico dá a dica quaiS aTRiBuToS Do aNiMal São iMPoRTaNTES DE oBSERVaR? • genética (tanto morfológica quanto funcional) • Linha de cima • Aprumo • Profundidade • estrutura óssea CoMo o CRiaDoR PoDE iMPulSioNaR aS CaRaCTERíSTiCaS? • Criação • manejo (é importante que a égua seja domada) • Alimentação • Habitat proporcionado
hiSTÓRia Da GENéTiCa iTaPoRoRÓ A genética Itapororó é uma sequência do trabalho começado por Alberto Araya Gomes, criador de La Invernada Hornero. Um cultivador da raça que buscava animais modernos, funcionais e morfológicos. Assim, começa a história dessa genética: com a compra de quatro éguas e um reprodutor. Anos mais tarde é feita uma parceria entre Don Alberto e Nestor de Moura Jardim Filho, que, posteriormente, compra a totalidade das éguas.
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
41
artigo
por Carolina Litchina Brasil Fernanda Maria Pazinato João Pedro Etges Carlos Eduardo Wayne Nogueira Bruna da Rosa Curcio
COLOSTRO EQUINO: A IMPORTÂNCIA DA PRIMEIRA MAMADA
42 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Foto: Pedro de Blanco
artigo
Nesse sentido, problemas quanto a qualidade do colostro, quantidade consumida ou taxa de absorção constituem a síndrome da “falha na transferência de imunidade passiva”, que figura como uma das principais causas ou fator predisponente de mortalidade nos potros recém-nascidos (tabela 2). Algumas demonstrações clínicas como, falhas no ganho de peso, relutância em mamar, inquietude e vocalização exagerada podem evidenciar uma absorção inadequada do colostro e devem ser observadas criteriosamente, mesmo que a campo.
1- Concentração seletiva de anticorpos pela glândula mamária antes do parto para formar o colostro
CONDIÇÃO PREDISPONENTE Ausência de colostro
2- Após o parto, o recém nascido ingere anticorpos pelo colostro por até 24 horas e ficam retidos gradualmente até completa ausência mais ou menos 5 meses
Figura 1: Mecanismo de transferência de imunidade materna da égua para a cria, adaptado de Jeffcott (1974)
Entre outros fatores, o colostro representa a única fonte de água, anticorpos, proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas que o recém-nascido terá acesso durante seus primeiros dias de vida. Fatores como raça, aporte nutricional da fêmea gestante e condições ambientais afetam as características físico-químicas do colostro. Em raças como Puro Sangue Inglês e Árabe já é definido a composição dos constituintes colostrais. Entretanto, os mesmos não são descritos para a raça Crioula. A secreção láctea é caracterizada como colostro até 24 horas após a ingesta do mesmo, na sequência há alterações em sua composição permanecendo como leite durante o estágio de lactação (Tabela 1). Iga
Igm
IgG
IgG(T)
IgG(B)
Colostro
500 - 1.500
100 - 350
1.500 - 5.000
500 - 2.500
50 - 150
Leite
50 - 100
5 - 10
20 - 50
5 – 20
0
CAUSAS PRINCIPAIS Morte da mãe ou parto prematuro
Colostro de má qualidade
Mães jovens, subnutridas, doentes e/ou com histórico potros fracos ou falhas no Protocolo de vacinação
Baixa disponibilidade de colostro
Extravasamento de colostro pré-parto
Problemas de ingestão
Nascimento de animais debilitados
Problemas de absorção
Fraqueza, hipoxemia, desidratação, demora em mamar o colostro
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
43
artigo imunoglobulinas quando o potro mama após 24 horas do nascimento. Passadas as primeiras 12 horas após o parto os recém-nascidos devem continuar recebendo o colostro por até 24 horas de vida assumindo-se, no entanto, que com o passar do tempo o colostro apresentará apenas o benefício nutricional. Caso não haja produção ou a égua tenha apresentado perda de colostro antes de haver o parto, conhecida como lactação precoce (Figura 2), o fornecimento de colostro pode ser realizado a partir da coleta de outra égua do criatório, que tenha parido próximo, ou como uma excelente alternativa é ter no criatório um banco de colostro. Este representa uma medida de grande importância para a prevenção das falhas de transferência de imunidade, sendo uma fonte de reserva segura, atentando-se a cuidados prévios para elaboração, como avaliação do colostro e acondicionamento correto para elaboração do banco.
imunoglobulinas aos potros através do colostro, a solução existente é a administração endovenosa de plasma. Frequentemente se utiliza como doadores de plasma a própria mãe ou, cavalos saudáveis do mesmo ambiente do potro recém-nascido, porque terá anticorpos contra microrganismos do local onde o potro se encontra. A colheita, processamento e armazenamento do plasma deve ser feita com antissepsia rigorosa para prevenir contaminação. A administração de 1 litro de plasma equino com concentração normal de imunoglobulinas, provoca um aumento das imunoglobulinas séricas de 2 a 3 g/L, num potro de peso médio de 45 kg. Assim, para se obter uma concentração sérica de imunoglobulinas superior a 8 g/L, é necessário fornecer de 2 a 4 litros de plasma. A administração de plasma deve ser feita através da cateterização da veia jugular, o catéter é ligado a um sistema de infusão com filtro, que permite a remoção de fibrina e resíduos celulares existentes, e a velocidade de infusão deve ser lenta. Em caso de se observar alguma pequena reação nos primeiros minutos, a velocidade de administração deve ser reduzida. Se o potro demonstrar reações severas ou persistentes, a administração deve ser imediatamente suspensa.
Considerações Finais
Figura 2: Lactação precoce em égua
Para a formação de um banco de colostro, indica-se a manutenção do banco por meio de congelamento sendo preservado íntegro por um período de até 180 dias, em freezer convencional a -20ºC. Preconiza-se a higiene do úbere antes da coleta, bem como o material para armazenar e realizar o congelamento. O mais indicado são garrafas de plástico pequenas e limpas, com volume em torno de 150 a 300 ml, que sejam maleáveis para que se evite ar na garrafa e para expandir o colostro no congelamento. O descongelamento deve ser realizado em banho-maria até que o produto atinja 37º C (suportável à pele), temperaturas elevadas podem desencadear perda das propriedades. O ato de descongelar e congelar novamente o produto também resulta em perdas da qualidade. • administração de plasma endovenoso Aproximadamente após 24 horas de vida, a administração de colostro para os potros não é indicada. Quando não é possível oferecer a concentração de
44 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
É imprescindível a ingestão do colostro de boa qualidade pelo potro neonato. O primeiro passo para garantir uma boa produção de colostro é o correto aporte nutricional da fêmea gestante, além de cuidados sanitários. O fornecimento de colostro ou plasma em potros que foi observado risco de falha na transferência de imunidade passiva são essenciais para a sobrevivência e desenvolvimento futuro dos potros. Referências Bibliográficas GIGUERE, S. & POLKES, A.C. (2005). Immunologic disorders in neonatal foals. Veterinary Clinica of North America – Equine Practice, 21(2),241-266. KNOTTENBELT, D.C., HOLDSTOCK, N., MADIGAN J.E. (2004). Equine Neonatology. Medicine and Surgery. (pp.75-94; 155-364). Philadelphia: Saunders. PARADIS, M.R. (2006). Equine Neonatal Medicine – a case based aproach. (pp.1-98). Tufts Cummings School of Veterinary Medicine. Philadelphia: Saunders. STONEHAM S.J. (1997). Collection and administration of plasma to a newborn foal. In: Knottenbelt, D.C., Holdstock, N., Madigan J.E. (2004). Equine Neonatology. Medicine and Surgery. (pp.75-94; 155-364). Philadelphia: Saunders. TIZARD IR. Imunologia veterinária. São Paulo: Roca. 2002. 6 ed. UNANIAN, M.M.; SILVA, A.E.D.F.; PEREIRA, A.C. U54c Colostro de égua no aleitamento artificial. São Carlos: EMBRAPA CPPSE, 1994. 21 p. (EMBRAPA-CPPSE. Circular Técnica, 08).
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
45
entrevista
Luiz Otávio Amaro S. da Silveira,
ABCCC e Mapa trabalhando juntos por Pedro Henrique Costa Krüger | Foto Divulgação ABCCC
N
“
Eu não estou familiarizado com a indústria do cavalo Crioulo, mas é uma raça à frente, que vem crescendo a cada ano. É uma realização ter esse trabalho.
“
46 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
atural de Jaguarão/RS, o atual representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) junto à Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Luiz Otávio Amaro da Silveira Silveira, cresceu em contato com os cavalos de corrida e o Hipismo por conta do pai. Esse histórico familiar foi o fio condutor para a sua formação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Desde 2007 no Mapa como auditor fiscal federal agropecuário, Silveira passou a integrar a Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário (DPDAG) e a Superintendência Federal de Agricultura no estado do Rio Grande do Sul (SFA-RS) no ano de 2014. Atualmente, é o principal elo de comunicação entre o Mapa e a ABCCC. “Trabalhamos em duas frentes de trabalho: uma voltada à fiscalização do serviço genealógico e do registro e outra à participação no Conselho Técnico”, explica. Desde o final de 2015 como representante do Mapa na ABCCC, Luiz Otávio classifica essa relação como “harmoniosa e tranquila”, especialmente porque há um esforço coletivo em torno disso. Por conta de a legislação ter delegado os registros genealógicos às associações, o Mapa atua por meio de auditorias para realizar a fiscalização. Apesar disso, há também o teor instrutivo nesse processo,
que visa garantir com a informação o cumprimento da legislação. Desde que passou a representar o Mapa junto à entidade, uma auditoria e uma reunião técnica foram realizadas. “Não temos uma política punitiva, embora a fiscalização seja necessária. Na auditoria foi tudo bem tranquilo porque a Associação trabalha de forma satisfatória. Irregularidades, por exemplo, não foram identificadas. Foram apontadas apenas algumas pendências, entretanto, o pessoal é bem proativo para a resolução delas”, avalia o representante. Além disso, a experiência adquirida ao longo dos anos em contato com os animais - desde a infância, acompanhado do pai, até a idade adulta - e a formação acadêmica em Medicina Veterinária garantem a Silveira um diálogo mais natural e competente entre Ministério e Associação, aproximando-o também dos criadores e seus anseios. A paixão por cavalos é sempre um ponto relevante porque revela, além do profissionalismo habitual, o carinho pela atividade e pelos animais. No caso de Silveira, os laços com o Turfe e o Hipismo são muito fortes por conta do histórico familiar e por isso há muitos anos é envolvido com esses esportes. “Eu não estou familiarizado com a indústria do cavalo Crioulo, mas é uma raça à frente, que vem crescendo a cada ano. É uma realização ter esse trabalho”, finaliza.
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
47
mural
Uma vitória esperada por Francine Neuschrank e Júlia de Andrade
Acompanhado da torcida de todos que se engajaram na causa, Rafael recebeu alta hospitalar
D
Desde 2011 um menino de apenas 13 anos tem aprendido a lidar com as adversidades da leucemia. Rafael Anderson Kair Filho, admirador do cavalo e do campo, leva consigo tais paixões como companhia na luta diária
contra a doença. Filho de proprietários de Governador Celso Ramos/SC, em agosto seus pais adquiriram uma cota de Harmonia Temprano, cavalo que, um dia depois, se tornou Freio de Ouro. O câncer não desmotivou o garoto a perder as esperanças. Além da
Terra dos poetas é visitada por gigantes
sua própria batalha interna, Rafael estimulou pessoas a fazerem a coleta de sangue necessária para testar a compatibilidade em pacientes com o mesmo diagnóstico. A página do Facebook @todosporumamedula foi criada para ajudar a buscar um doador e acabou promovendo a ideia de que qualquer um pode salvar vidas. Um grande número de pessoas ligadas ao universo equino e campeiro - como criadores da raça Crioula, investidores, artistas e competidores - demonstrou total apoio à causa. E querem saber da boa notícia? Em janeiro deste ano, depois de 6 anos de tratamento, esse guerreiro conseguiu um doador para o transplante. O procedimento foi realizado em dezembro e a recuperação tem sido um sucesso. No dia 18 de janeiro ele recebeu alta e toda comunidade Crioulista que se torcia pela melhora iminente, hoje comemora junto com o Rafael.
Time da ABCCC entra em quadra
por Rochele Ücker O novo ano começou com novidade em Santiago/RS. Nos dias 7 e 8 de janeiro, através de uma promoção do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do município e da Cabanha Querência, os ginetes Carlos Loureiro de Souza e Maurício Costa ministraram, pela primeira vez para os criadores e usuários da raça da região, um curso de Paleteada. O criador de cavalos Crioulos, membro do Núcleo e ex-coordenador da Subcomissão de Crioulaço da ABCCC, Lúcio Stacowski, teve a ideia sobre o curso por causa de sua experiência com a modalidade. Saiba mais sobre o que aconteceu nos dois dias em http://bit.ly/ CursoPaleteadaSantiago.
48 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Em dia de campo, equipe. Em dia de jogo, time. Janeiro começou com uma programação divertida dentro da Associação. No dia 17 de janeiro os técnicos não trabalharam para orientar. Eles entraram em quadra como adversários dos funcionários. Resultado final: todos saíram ganhando com a integração.
classiFicados
CoTa DE 5 CoBERTuRaS PG MaCKENNa Lindo cavalo muito dócil e com uma funcionalidade incrível. Animal credenciado em lagoa vermelha imprime muito bem com filhas premiadas. ValoR: R$ 8.000,00 CoNTaTo: Guilherme bettio moresco E-mail: guilhermebmoresco@ hotmail.com Telefone: (48) 9141-0076 Localização: Garopaba / SC
GRaNDE CaMPEão Do PRaDo uRuGuai 1997 Quelen abejorro, importado do Uruguai. Cavalo com muito sêlo racial aliado a uma estrutura invejável com 1,46 de alçada quase 2 m de torax e 23cm de canela. O cavalo se encontra no centro de venancio aires para revisão. Excelente padrijo. ValoR: R$ 15.000,00 CoNTaTo: Ricardo Armindo Bruch E-mail: valecampeiro@hotmail.com Telefone: (51) 9998-0727 ou (51)3793-3418. Localização: Venâncio Aires / RS
PoTRaNCo PRiMEiRo PRêMio DE CaTEGoRia ExPoiNTER 2016 Excelente oportunidade, futuro promissor, primeiro prêmio de categoria na expointer, sendo o potranco mais novo a participar da expointer 2016 com pouquíssimo tempo de preparo, potranco muito equilibrado de boas linhas, ótimo volume, estrutura e aprumos. ValoR: Não iNFoRMaDo CoNTaTo: Jacson Nonnenmacher E-mail: jnkako1@hotmail.com Telefone: (55) 9168-6026 Localização: Augusto Pestana / RS
VENDo uM PlaNTEl DE CaValoS CRiouloS, ToTaliZaNDo uNS 70 aNiMaiS OFERTA: 24 éguas de cria, 23 Potrancas (de Ano, 2,3 e 4 Anos) todas resenhadas, 12 Potros Castrados e Resenhados em ponto de doma, 12 Potros fazendo dois anos, todos Inteiros e Resenhados REPRODUTORES: Galo de Briga de Santa Edwiges e Patacão do Itapororó também à Venda. ValoRES VaRiaDoS CoNTaTo: Augusto J. Telles Pereira Neto E-mail: xuricotelles@gmail.com Telefone: (55) 9948-0240 Localização: Alegrete / RS
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
49
economia
Valor da produção agropecuária fecha o ano com queda por Agência Brasil / Foto JG Martini
De acordo com especialista, baixa no resultado anual foi provocada pelo impacto dos fatores climáticos
O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou no dia 13 de janeiro que o valor bruto da produção agropecuária encerrou 2016 em R$ 527,9 bilhões. O montante ficou 1,8% abaixo do registrado em 2015. Tanto a pecuária quanto as lavouras contribuíram para a queda. O valor da produção para a pecuária caiu 3,2% e para as lavouras 1%, segundo o ministério. Na pecuária, as carnes bovina (queda de 5,6%), suína (10,7%) e o leite (7,8%) foram afetados pelos preços mais baixos. Nas lavouras, houve
retração no valor da produção de produtos como o tomate (47,9%), mamona (41%), fumo (29,1%), uva (13,4%), cacau (14,7%), algodão (12,1%), amendoim (11,3%), cebola (11,3%) e arroz (9,5%). Para o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do ministério, José Garcia Gasques, o aspecto mais marcante de 2016 foram as secas, que afetaram as atividades principalmente no Cerrado e no Nordeste. Por região, o Sul liderou o valor da produção, com R$ 155,78 bilhões, seguido pelo Sudeste, R$ 145,61 bilhões,
Centro-Oeste, R$ 145,38 bilhões, Nordeste, R$ 42,44 bilhões, e finalmente, Norte, onde a produção somou R$ 32, 15 bilhões. Pela primeira vez em quatro anos, o faturamento do Sudeste superou o do Centro-Oeste. Gasques atribuiu a mudança ao bom desempenho de Minas Gerais com o café no ano passado. Para 2017, os primeiros resultados mostram previsão de faturamento de R$ 545 bilhões com o agronegócio entre as lavouras há forte crescimento do valor esperado para soja, milho, cana de açúcar, feijão e algodão.
calendário de remates Fevereiro 4 14h - Leilão Estância São Francisco 86 anos - Bagé/ RS Transmissão: Canal Rural Leiloeira: Parceria Leilões 21h - VI Crioulos à Beira Mar - Praia de Atlântida/ RS Transmissão Canal Rural Leiloeira: União Negócios Rurais 11 20h - Remate Laço Crioulo Coronel Bicaco/RS Leiloeira: Trajano Silva
50 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
21h – Remate NCCC Oeste Catarinense – Xaxin/RS Leiloeira: Pampa Remates 17 21h - Remate Encontro Domadores - Itaqui/RS Leiloeira: Boqueirão Remates 22 21h - Leilão Crioulos Fronteiriços - São Paulo/SP Leiloeira: Trajano Silva 25 21h - II Leilão Cabanhas Vitória e Vida Nova - Santo Cristo/RS Leiloeira: União Negócios Rurais
Março 1º a 30 21h - 1º Remate Digital Cabanha Don Claudino e Parceiros Leilão virtual - Leiloeira: Boqueirão Remates 11 21h - Leilão São Rafael 30 anos Balsa Nova/PR Transmissão: Canal Rural Leiloeira: Boqueirão Remates
18 20h30min - Leilão Vem Que Tem Rio Grande/RS Leiloeira: Trajano Silva 19 20h - Redomão Fronteira da Paz Santana do Livramento/RS Leiloeira: Trajano Silva
21h - 1º Remate Bagualão Missioneiro - Santo Ângelo/RS Leiloeira: Trajano Silva Saiba mais em: abccc.com.br
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
51
memÓria
o texto de Luiz Carlos de Moraes, escrito em 1941, a demonstração de que o amor entre o homem e o cavalo não é de hoje. Das pistas em plena intensidade das competições, aos campos particulares de criatórios e fazendas crioulistas, a sintonia se estabelece e permanece. E com a chegada dos 85 anos de história protagonizada pela ABCCC, é possível olhar para trás e perceber que o horizonte atingido pela raça se expandiu. No foco, estiveram e sempre estarão o fomento, a seleção e a qualidade racial. E, como resultado, o apreço pelo Crioulo levado a outros estados, países e corações só cresce.
52 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Textos Marina Bonati e Júlia de Andrade
grandes cavalos
Santa Elba Comediante Garanhão chileno deixou legado cupando a atual 9ªposição do Registro de Mérito, Santa Elba Comediante honra sua posição. De origem chilena, o animal foi trazido para o Brasil em 1991 e integrado ao rol de garanhões da Cabanha Butiá, em Passo Fundo/RS. Filho de Puchaura Esquinazo e Santa Elba Zarca, da linhagem Taco x Estribillo, sangue de campeões do Rodeo Chileno, Comediante foi pai comprovado nas pistas de Esteio. Desde 1997 pelo menos seis dos seus filhos garantiram o primeiro lugar em provas do Freio de Ouro e Morfologia realizadas na Expointer. O mais recente dos campeões da sua linhagem é Pampa de São Pedro, filho que conquistou o 1º lugar no Freio de Ouro em 2010. Comediante nos deixou em 2011 com 23 anos de grande representatividade no crescimento e na excelência da raça Crioula.
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
53
Gente
54 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev
Fotos Clรณvis Souza Prates, La Rural Fotografias e Fagner Almeida
Gente
Jan/ Fev | CAVALO CRIOULO
55
56 CAVALO CRIOULO | Jan/ Fev