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da rua

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livro

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darua

Eu vi passando por mim um garoto que sorria enquanto caminhava na rua Parecia carregar a alma no rosto e dava pra ver que era do tipo que sorria também com os olhos O passo rápido e decidido Os braços vibrando meio indecisos Passou como um borrão nublado de luz e me deixou também sorrindo como fazem paixões que duram um minuto

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Vamos nos encontrar naquela esquina numa encruzilhada de ruas que passa por muitos becos aparentemente sem saída por uma porta depois outra depois outra depois me encontra lá onde a palavra mais doce nos teus lábios repousa esperando pacientemente que a use

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Toda vez que te encontro é como dinheiro antigo no bolso recém-achado

Foi numa calçada como esta que ando agora Que te vi na do outro lado E resolvi atravessar Foi numa calçada como essa a primeira vez que

lábios conheceram teus lábios e não quiseram mais largar Foi numa calçada como essa Que nossas mãos ataram nós impossíveis Foi numa calçada como essa que os muros as

viram confissões prematuras Para fofocar umas com as outras num chá Foi numa calçada assim que eu tropecei numa fenda caí na rua tu não me deu a mão Não dá pé fazer sonetos pra lua, fui quem não era

Caíram 3, 5

estrelas do meu signo rindo Por que me avisaram meus rosas

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A luz do sol quando volta depois de ser interrompida por um ônibus e por breves segundos nos deixa na sombra me lembra quando a paisagem nos esconde e teu rosto faz sombra na página do livro em minhas mãos meu dedo como marca-texto uma formiga escalando a tinta das palavras poderíamos ser um quadro algum pintor stalker talvez possa estar nos pintando por trás dos arbustos será que Van Gogh gostaria

pergunta e eu me escondo na tua sombra amando tudo em sigilo absoluto de nos pintar? você

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