Revista Estilo - Setembro 2017

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Gente da Gente Grupo promove ação solidária

GIRO

Munique: histórias e tradições

Ano 07 Ed.05 Ago Set Out de 2017

Nelson Almeida DESTAQUE

Quase um milhão de pneus transformados em arte e ações que visam promover a sustentabilidade do planeta.


// EDITORIAL

Editorial

A

arte de reinventar a vida ou as coisas segue sendo o grande mote da campanha da Porto Freire. Por isso, acompanhando o espírito deste movimento, voltamos a abordar temas que tenham relação com o reconstruir e reaproveitar o que nos aparece pela vida.

Expediente Estilo é uma publicação da Porto Freire Engenharia PRESIDENTE

Jorge Wilson Porto Freire DIRETORA TÉCNICA

Foi assim com o artesão Nelson Almeida. Ele viu nos objetos descartados a chance de ter uma renda e sustentar a família. Os velhos pneus, em suas mãos, ganharam vida nova e viraram objetos úteis e belos. Veja a sua história que tem como lema a solidariedade e o respeito ao meio ambiente. Por falar em solidariedade, vale a pena conhecer a iniciativa de colaboradores da Porto Freire que se uniram para arrecadar recursos que serão destinados à Casa do Sol Nascente que abriga crianças soropositivas.

Tatiana Freire DIRETORIA ADMINISTRATIVA FINANCEIRA

Adriana Freire COORDENADORA DE MARKETING

Valdenisia Souza REDAÇÃO

Para quem gosta de lugares cheios de história, a dica é conhecer Munique, a capital da Bavária. A cidade, que foi parcialmente destruída e reconstruída, conseguiu manter a beleza dos tempos passados e hoje é uma das mais visitadas da Alemanha. Enquanto programa a viagem, que tal dar uma passadinha no Boteco do Arlindo, um bar boêmio, com boa e variada música e uma comida irresistível.

R&B Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL

Rozanne Quezado PRODUÇÃO E REVISÃO

Rozanne Quezado Lucílio Lessa Valdenisia Souza FOTOS

Jarbas Oliveira e banco de imagens PROJETO GRÁFICO

Raphael Lira DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Promosell Comunicação Fale conosco (85) 3299 6600 gestaomkt@portofreire.com.br

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Voltamos com as dicas de reaproveitamento de materiais. Desta vez, mostramos que produtos de vidro e plástico, com criatividade, podem virar objetos que vão embelezar sua casa. Se você tem um imóvel e deseja vendê-lo, mas não quer enfrentar toda a burocracia que envolve a transação, saiba que a Porto Freire, através do Núcleo de Repasse, disponibiliza uma equipe capacitada para intermediar a venda. Ele desapareceu dos holofotes e agora se foi para sempre. Mas, o seu legado musical está mais vivo que nunca. Saiba por que é fundamental ouvir e entender as suas composições de Belchior. Boa leitura.


SUMÁRIO

Sumário 04|

Destaque Nelson Almeida Velhos pneus viram belos artefatos

18|

10| Gente da Gente

Giro

É tempo de solidariedade

28|

24| À Mesa

Boteco do Arlindo mantém tradições

32|

Munique além da Oktoberfest

Tijolo por Tijolo

Desburocratizando a venda do imóvel

Estilo Indica

Belchior e o seu valioso legado

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// Destaque

“O lixo pode se transformar em coisa boa” Texto: Lucílio Lessa Fotos: Jarbas Oliveira

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Com cerca de um milhão de pneus transformados, o artesão Nelson Almeida, 42 anos, idealizador da Pnelson, movimenta uma série de ações que visam não apenas a sustentabilidade da sua empresa, mas a do planeta. Usando a criatividade a seu favor, ele reutiliza pneus velhos na concepção de peças que enchem os olhos, ao mesmo tempo em que colaboram com a preservação do meio ambiente.


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// Destaque

“Bolei um meio de fazer com a borracha um vaso resistente, bom e barato.” Revista Estilo - Antes de trabalhar com reciclagem de pneus, o que você fazia? Nelson Almeida- Terminei o ensino médio e já comecei a trabalhar com algumas empresas. Trabalhava com reciclagem de ferro, papel, madeira e tambores. Reutilizava esses produtos, levando para as empresas, como se fosse um atravessador. Vou chegar na faixa dos 20 anos reciclando. Já a reutilização de pneus, faço há uns 11 anos. Tem pessoas que gostam de trabalhar como empregados, mas eu sempre quis empreender. RE – Quando começou a reciclagem de pneus?

Para sustentar a família, Nelson passou a reciclar pneus usados e descobriu o talento para o artesanato.

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NA - Um dia eu me vi sem dinheiro, passando necessidade. Então, pedi a Deus para me dar uma ideia que eu pudesse sustentar minha família - Deus prepara o caminho para a gente. Uma pessoa tinha deixado 33 pneus lá em casa fazia quatro anos. Estavam guardados. Então, Deus me deu essa ideia. Passei umas quatro horas para cortar os pneus usando umas seis facas de mesa e criar vasos. Até hoje minha mulher pede um faqueiro novo (risos). Montei os vasos porque eu sabia que aqui no Ceará tinha muita deficiência de vasilhames. Tudo vem da indústria, tudo vem em grande escala. Pensei: “Por que não começar por isso, já que as pessoas têm dificuldade?”. Bolei um meio de fazer com a borracha um vaso resistente, bom e barato, que pudesse gerar renda e emprego para as pessoas, além de cuidar do meio ambiente.


RE – E como se deu a venda dos vasos? NA - No meu primeiro pedido, vendi 300 vasos e não parou mais. Era uma ideia barata. Passei a fazer vasos de grande porte para jardins. Já trabalhava nessa área de jardins. Deu certo a questão do pneu porque o pessoal gosta muito de preto. A raiz da planta se dá melhor com essa cor, porque com a claridade a planta tende a morrer. Hoje, um vaso de cimento, nos moldes no meu, custa em torno de R$ 80,00, já o de pneu custa R$ 15,00. É uma solução rápida e que funciona. E dá um efeito bacana, a planta fica bonita, viçosa, cresce mais rápido. Semana passada, cheguei a vender 110 jarros. Por mês são cerca de 500 peças. RE - Quando você começou a criar esculturas com os pneus? NA- Puxei isso da minha família que tem bons artesãos, profissionais que trabalham com arte madeira, palha, telhado. Pensei em fazer um trabalho barato e que fosse bom, para que muitas pessoas começassem a utilizar de fato esse produto. Não adianta vender um produto caro e vender só uma vez, tem que ser algo que se sustente, tem que gerar alguma renda e emprego. Eu tenho essa preocupação social. Nós estamos sem força agora porque essa questão do país (crise econômica) está atrapalhando um pouco. E falta apoio para quem quer fazer um trabalho socioambiental. RE - Como esse lado artístico começou a ganhar força? NA - Como te disse, no início eu vendia só vasos. Tudo foi no boca a boca. O pessoal conhecia meu trabalho e começava a me ligar. Passei oito anos vendendo só vaso. Já tive 14 pessoas no meu comércio trabalhando e ganhando em torno de R$ 1.200 a R$ 1.600. Tem que ter coragem para vender produto barato e colocar pessoas para trabalhar. Isso também é sustentabilidade. A luta sempre foi grande e sempre vai ser, mas não posso desanimar. Depois de um tempo, comecei a fazer jarro, foi aí que comecei a verificar que as pessoas já faziam isso. Eu era alheio à internet, mas fui criando produtos meus, como esse puf aí que você tá sentado. É um trabalho nosso. Sempre tento colocar detalhes para diferenciar. Aí foi pintando esse lance do paisagismo. Começou a chegar gente, perguntando “rapaz, você faz isso?”, aí eu dizia que ia tentar. Comecei a fazer cadeira, cestinhas de arara. A minha ideia de fato não é ser um artista, mas ser um Nelson que reutiliza pneu, só que devido a pedidos, comecei a fazer essas coisas.

Para Nelson, a venda de um produto bom e barato é algo que se sustenta, que gera emprego e renda.

Hoje, o artesão vem apresentando e ensinando o seu ofício nas escolas de Fortaleza.

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// Destaque

Pneus transformados em vasos coloridos que embelezam o jardim.

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RE - Em 11 anos, quantos pneus já reutilizados? NA - Estou chegando a quase um milhão de pneus. Não contei um por um, mas como vendia muito, tenho mais ou menos a margem. Já chegou a ter mês que eu produzia 14 mil pneus. Tenho parceria também com pessoas que fazem trabalhos como essa tira que você está vendo nessa mesa, que é feita de pneu de moto. É um pessoal do Castelão que faz pra mim. Eles fazem em grande escala, trabalham com esse segmento. Aí eu insiro no meu trabalho, valorizo a presença deles dentro do meu produto. Eles também vendem barato. Sou da metodologia de vender barato para vender mais e para que possamos ter mais pessoas trabalhando. Hoje, só tenho duas pessoas trabalhando. Reduziu muito por conta da crise.

“Falta pouco para atingir a marca de um milhão de pneus reciclados.”


RE – Quando surgiu a ideia de ser um multiplicador da sua arte?

Pneus velhos viram belos artigos como cadeiras, vasos e cestos.

SAIBA MAIS: Pnelson: 85 98731-9458 / 99947-4765 @pnelsonarteepneu.

NA - Temos que estimular as pessoas a trabalharem esse sentido. Gosto de ensinar. Quero multiplicar. Agora estou entrando nesse segmento, que é o de ensinar. Estamos levando esse projeto para as escolas. Quando tenho oportunidade, ligo para as escolas e falo para virem me visitar, mostro para elas esse espaço bacana. Já convidei creche, escola, fiz eventos em universidades e shoppings. Temos que divulgar o trabalho. Se tivesse quem patrocinasse, seria melhor, mas isso só quem vai dizer é o futuro. Além de produzir, temos que ensinar as pessoas, porque não quero ser a única pessoa a fazer isso. No Sul tem muita gente que faz, mas aqui ainda não. É preciso inserir isso aqui, porque muitos pneus vão para o lixão, vão para a queima e quem vai pagar somos nós. É muito importante a sociedade participar. É ela quem produz o lixo. E o lixo pode se transformar em coisa boa. Minha família trabalha comigo, minha esposa trabalha fora, mas ajuda. Tenho dois filhos, o Erick, aluno de radiologia, e a Erika, que faz ensino médio e curso profissionalizante de logística. RE – Essa consciência ambiental sempre fez parte da sua vida? NA - Bem, você tocou num ponto que eu tenho que ser realista. Eu não tinha essa consciência de preservação do meio ambiente, vi nisso (reciclagem) uma oportunidade. Eu tinha que trabalhar, gerar dinheiro. Com o tempo, fui ganhando consciência e mais força nesse sentido. Hoje, me vejo como protetor do meio ambiente. Passo isso para os meus filhos, debato com eles, digo que devem dar segmento, pois essa vida é curta e se eu posso deixar algo para eles, é isso. Sou muito grato a Deus. Transferir essa consciência para outras pessoas, de uma forma positiva, é motivo de orgulho. RE - Sente que está deixando um legado? NA - Estamos deixando um bem social, não é algo só para ganhar dinheiro, e sim para a humanidade. Não é uma coisa pequena. Pode até ser só um pouquinho perceptível a olho nu, porque é algo de longo prazo, mas é real. Poucos têm essa visão, mas os que têm, já agregam algo. Quando eu digo que vou deixar algo para humanidade, já serve de alerta, porque o planeta está precisando, o meio ambiente, as pessoas. Se não for assim, como serão as novas gerações? É importante evitar que esse descarte de pneus chegue aos lixões de maneira inadequada. Já vi muitas borracharias jogarem os pneus no riacho. Quem faz isso está causando mal a si mesmo. Daí a gente vai lá, resgata esse pneu e transforma. Sempre faço um trabalho de esponjamento nos pneus. Se entrou água, tem que passar a esponja e retirar manualmente, porque se não o mosquito pode ficar agarradinho. Há 11 anos, passamos por fiscalizações e nunca deu problema. O importante é fazer a coisa direito.

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// Gente da Gente

Grupo criou ação de responsabilidade social.

SOLIDARI

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CRIATI

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IEDADE

VA

Como um grupo de funcionários da Porto Freire Engenharia transformou o evento de fim de ano em uma ação solidária que vem envolvendo toda a empresa. www.portofreire.com.br

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// Gente da Gente

Doações serão destinadas ao Sol Nascente.

Thiago conta que a festa de final de ano foi o mote para a ação de solidariedade.

Ana Paula indicou a Casa de Apoio Sol Nascente para receber as doações.

“Esta ação surgiu como brincadeira e se tornou uma corrente do bem”, diz José Filho.

Em um ambiente ensolarado, na varanda do Centro Comercial Parque del Sol, surgiu uma ideia aparentemente simples, mas que depende de um capital complexo e desafiador: a solidariedade. A provar que estímulos criativos, associados ao desprendimento, são uma forma de movimentar pessoas e ações, integrantes do Departamento de Gestão de Recebíveis da Porto Freire abdicaram de garantir mais recursos para sua confraternização de fim de ano por uma causa inspiradora. Quem conta é o analista financeiro Thiago Loyola. “A ideia pintou na hora do lanche, um momento que temos às tardes. Estávamos avaliando uma maneira de arrecadar mais dinheiro para nossa confraternização, aí ocorreu a ideia de fazermos um bingo ou uma rifa. Metade do valor seria utilizada para doar a uma instituição. Isso avançou até que decidimos não mais arrecadar para a confraternização e, sim, voltar a ação exclusivamente para a doação”, destaca. A materialização desse desejo começou a tomar forma com a decisão de que os recursos seriam destinados à Casa de Apoio Sol Nascente, organização não governamental que abriga pessoas soropositivas, crianças em situação de risco e filhos de pais com Aids. Este, o núcleo escolhido pelo grupo de amigos. O lugar funciona dentro do Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no Castelão, e sobrevive de doações.

Segundo Milena, o dinheiro vem das rifas que são vendidas todos os meses.

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A ideia partiu da integrante do projeto, Milena Fraga. “Fui com amigos fazer uma visita e me sensibilizei bastante com as crianças. Quando apareceu a proposta de ajudar uma casa de apoio, me veio logo a lembrança deles. Não é fácil ser uma criança abandonada. Imagina, então, ser uma criança abandonada e soropositiva. Eles nos recebem super bem, percebemos a carência. Em situações assim, costumo dizer que a gente ganha muito mais do que dá”, avalia Milena.


DINÂMICA A proposta teve o apoio de todos. “Quando Milena falou sobre a Casa do Sol Nascente, já me tocou muito. A importância da doação ficou muito maior quando passei a ser mãe. Hoje, imagino como se fosse meu filho naquela situação. É uma ação muito solidária”, considera a analista Valéria Cibele. Ela explica que todos os meses ocorrem rifas de R$ 5, vendidas a funcionários. “A ideia é arrecadar o máximo possível”, ressalta. Na dinâmica das ações, todos têm uma função. Há quem faça a parte de design, quem redige os textos, os que preparam comidas, entre outras atribuições. “A ação não é só uma rifa, tem muita coisa por trás. Todo dia eu olho que dia é hoje para poder fazer uma rifa. Mês de julho focamos em férias, então, fizemos uma rifa para o cinema. É legal porque todo mundo tem uma participação. Para a divulgação fazemos um rodízio, cada um divulga em um mês”, explica a integrante Ana Paula Guedes.

A ação é realizada com a participação de todos os integrantes, diz Valéria.

Sâmya também ressalta “o sentimento de equipe e criatividade do grupo”.

CRIATIVIDADE E INTEGRAÇÃO A gerente financeira, Sâmya Magalhães, ressalta o sentimento de equipe e criatividade do grupo. “Aqui, deixo de ter o papel de coordenação. O primeiro prêmio que idealizamos, por exemplo, foi um kit de São João com um doce de goiaba feito por nós, ou seja, direta ou indiretamente tem a nossa impressão ali. Não é um prêmio qualquer, pensamos nele com carinho. Somos pessoas da área financeira, focados em números, resultados, porém, com o objetivo de transformar realidades, nem que seja por um dia”, destaca. Essa integração chama a atenção do integrante José Filho. “Desde que eu entrei na Porto Freire, tive essa sensação de união. Somos muito ligados um ao outro. Olha essa ação, por exemplo, uma ideia que surgiu em uma brincadeira e se tornou algo tão gratificante. Criou-se uma corrente do bem. Tem gente que já espera a próxima rifa. Pessoas de outros setores e até das obras estão participando”, comemora.

Para Natashe, o simbolismo da ação do grupo serve de espelho dentro e fora da empresa.

Natashe Marques complementa: “Para mim, é gratificante. Não vi em outro ambiente de trabalho esse tipo de ação humana, de se preocupar com o outro. Saber que o gerente e o diretor se comovem com isso. É algo para a vida e que está muito ligado ao que temos em casa. Trabalho muito com essa questão da solidariedade com meu filho”, conclui, ciente de que o simbolismo da ação do grupo serve de espelho dentro e fora da empresa.

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// Bem viver

Decoração

SUS TEN TÁ VEL

Na edição passada, aproveitando o mote da campanha Reinventar-se, da Porto Freire, a Estilo trouxe dicas de reaproveitamento de materiais usados como roupas, molduras e latas que, com um pouco de criatividade, podem ganhar novas feições e se transformar em produtos novamente úteis. Voltamos ao tema com dois companheiros de nosso cotidiano, o vidro e o plástico. Com alguns truques, garrafas e fracos podem virar artigos decorativos e dar mais charme à sua casa ou à sua festa.

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S

abe aqueles frascos vazios de vidro e plástico que guardamos no armário esperando, um dia, dar boa utilidade para eles? Valeu a pena não descartá-los. Além de contribuir por um planeta mais saudável, já que estes produtos levam centenas de anos para se desintegrar, causando sérios danos ao meio ambiente e, consequentemente, à saúde das pessoas, você guardou objetos que vão ajudá-lo a dar mais charme aos ambientes da sua casa ou mais brilho à sua festa. A reutilização destes materiais, em sua maioria, é simples e fácil, e na internet há diversos sites e blogs que dão boas dicas, ensinando o ‘passo a passo’ da criação dos novos objetos. Selecione as garrafas e os frascos, estimule a criatividade e, em pouco tempo e gastando quase nada, você terá artigos de decoração e funcionais exclusivos e personalizados.

INSPIRAÇÃO Começamos com os vidros. Vamos mostrar exemplos em que garrafas de vinho e frascos de azeitona, palmito ou maionese podem se transformar em peças estilosas e úteis. Um pote de geleia pode virar um açucareiro que vai dar um toque diferenciado à sua cozinha ou um porta condimentos, que pode ajudar a ganhar mais espaço em sua prateleira.

Vidros viram belos objetos de decoração

Para conseguir um pouco de ordem no quarto das crianças e trazer mais cores ao ambiente, decore a tampa do frasco com tinta spray para artesanato e cole bichinhos de plástico. Você terá um belo organizador de cacarelos. Caprichando na inspiração, que tal já começar a planejar as peças que irão dar o clima dos festejos natalinos, já que dezembro logo, logo, está por aí?

Com papel de presente e uns frascos, você ganha um belo conjunto de porta velas.

E, quem sabe, a bricolagem, que pode começar como um passatempo, não vai despertar o seu talento artístico e fazer disso um ofício? Você poderá criar objetos decorativos inusitados para presentear amigos e até iniciar um pequeno negócio. O artesanato poderá se transformar numa boa fonte de renda familiar.

Prendendo cada tampa de pote de geleia com dois parafusos na prateleira, você ganha um belo conjunto de porta condimentos e mais espaço na cozinha.

Com um decalque de flores, o frasco de mostarda vira um lindo açucareiro. Manter os brinquedinhos em ordem e ainda decorar o quarto do filhote.

Com tinta branca, decalque de Papai Noel e um chapeuzinho vermelho, você transforma uma garrafa de vinho em um charmoso enfeite de Natal

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// Bem viver

A ARTE QUE NASCE DA PET No item plástico, vamos falar das garrafas PET e suas mil e uma utilidades. Cada vez mais, esse produto tem sido utilizado como matéria prima na confecção de peças artesanais. Usando a imaginação é possível fazer desde um simples porta moedas, vasos, luminárias até um resistente puff que pode ser recoberto com uma linda estampa combinando com a decoração da sala. A ordem é abusar da criatividade, como nos exemplos a seguir:

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Juntando um montão de tampas de refrigerante você poderá criar um belo cesto

Garrafas PET podem ser aproveitadas por completo: a parte de baixo, pintada de dourado, vira um vaso que vai embelezar o seu jardim..

Já a parte de cima da garrafa PET, se transforma num charmoso castiçal.

Com 32 garrafas PET, faça o seu puff.

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// Giro

MUITO ALÉM DA

OKTOB Residência de Munique: maior palácio urbano da Alemanha


Conhecida como a capital mundial da cerveja, Munique tem muito mais a oferecer que os festejos da famosa Oktoberfest. A natureza exuberante da região da Bavária e as imponentes obras arquitetônicas seculares, aliadas às suas histórias e tradições, fazem dela a cidade mais linda da Alemanha e um dos destinos turísticos mais procurados do país.

Texto: Rozanne Quezado Fotos: Roberto Lefkovics

BERFEST


// Giro

M

esmo com mais da metade da cidade reconstruída após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Munique, a capital da Bavária, mantém a mesma exuberância dos tempos passados, com seus castelos e palácios que agora convivem harmoniosamente com edificações que ostentam uma arquitetura arrojada e futurista, deixando a cidade com ares de modernidade. Em meio a essa mescla do antigo com o contemporâneo se destaca uma natureza repleta de beleza e cores.

800 mil m² de área verde cercam o Palácio de Nymphenburg

São muitos os parques verdes espalhados pela cidade, sendo o Jardim Inglês, às margens do rio Isar, o mais procurado pela população local e por turistas. Com mais de quatro km², é uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo, ao lado do Hyde Park, de Londres, e do Central Park, de Nova York. Entre os destaques no local, na parte mais central da cidade, estão a Torre Chinesa, com a sua biergarten, famosa cervejaria ao ar livre, com capacidade para sete mil pessoas sentadas -, e o riacho Eisbach que tem uma área destinada à prática de surf. Mesmo nos dias frios de inverno, o jardim está sempre repleto de visitantes. Outra área verde que não pode faltar no roteiro do turista são os enormes jardins do palácio de Nymphenburg, antiga residência de verão de reis e príncipes da Bavária por quase dois séculos. Ali, a arquitetura das edificações se harmoniza com a natureza em 200 hectares de área verde. No entorno, além do palácio oficial, que hoje abriga o Museu do Homem e da Natureza, há outras construções, como o palácio de caça Amalienburg e o castelo de banhos.

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Torre Chinesa, no Jardim Inglês, abriga cervejaria ao ar livre


O CORAÇÃO DA CIDADE Munique é uma cidade fácil para se percorrer. Além de possuir um eficaz sistema de transporte público, concentra muitas atrações turísticas no centro da cidade, que podem ser visitadas a pé. E o ponto de partida é a Marienplatz, a praça mais antiga e local de realização de importantes eventos. O monumento principal da praça e que cobre grande parte dela é a Nova Prefeitura. Construída em estilo neogótico, tem uma área de 9.159m². Além da belíssima fachada, que já é um grande atrativo, o prédio chama a atenção pela torre do relógio com seu carrilhão de 23 bonecos animados que fazem apresentações sobre a história de Munique em horários distintos do dia.

Na parte leste da praça, fica a antiga sede da prefeitura, do século XV, que abriga o Museu do Brinquedo. Restaurantes, bares e lojas elegantes compõem o cardápio de atrações da Marienplatz. Há poucas quadras dali, está a mais importante igreja de Munique: Igreja de Nossa Senhora, fundada em 1488, cujas torres de 99 metros, com seus domos azuis, dominam a paisagem do bairro e oferecem uma vista panorâmica da cidade. Também no centro está o mercado Viktualienmarkt. Há de tudo no local, especiarias, frutos do mar, queijos, frutas exóticas e plantas. E claro, variadas cervejas. Ali acontecem eventos tradicionais da cidade, como a Festa dos Cervejeiros e a Festa de Verão.

Nova Prefeitura, na Praça Marienplatz, centro da cidade.

Centro de Munique visto do alto da Igreja de São Pedro.

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// Giro

O Antiquarium, abóboda do Museum Residenza.

UM TOUR PELO TENEBROSO PASSADO Arquitetura futurista do Museu da BMW

HISTÓRIA & TECNOLOGIA A vida cultural de Munique atende aos mais diversos gostos. Os aficionados por tecnologia irão se deslumbrar com o acervo do Deutsches Museum, um dos mais importantes da Europa de história natural e tecnologia. O museu convida a viver as experiências dos avanços científicos e tecnológicos. Lá estão também armamentos e aviões usados na Segunda Guerra Mundial. Já o Residenza Munich, antigo castelo que servia de residência para reis e duques, é um mergulho na rica história da Bavária, com 130 salões que reproduzem o estilo de vida dos governantes da região, com suas relíquias, obras de arte de diferentes épocas, como o renascimento e o barroco, e tesouros da dinastia Wittelsbach. Para quem curte o mundo dos automóveis, o BMW Museum é um achado. Além da exposição e da história dos veículos construídos pela montadora, há projeções dos carros do futuro. O edifício da empresa, que abriga o museu, chama a atenção pelo arrojo arquitetônico.

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O nome do passeio já chama a atenção: “Tour do Terceiro Reich”. Depois de 70 anos, finalmente, Munique, a cidade preferida de Hitler, reconhece o seu papel como berço do nazismo. Em 2015, inaugurou o Centro de Documentação de Munique para a História do Nacional-Socialismo, um lugar para discutir a responsabilidade da cidade na Segunda Guerra, com exposição permanente, centro de pesquisa e programas educacionais. A partir deste espaço, a cidade começa a enfrentar seus demônios, incentivando outras ações nesse sentido, como a criação de um roteiro turístico sobre os lugares emblemáticos do nazismo, entre eles, os prédios que abrigaram as instituições do governo do Terceiro Reich. Algumas com registros nítidos da passagem dos nazistas, como a Casa das Artes, que ainda mantém um mosaico feito de suásticas.

O SILÊNCIO DE DACHAU Uma segunda excursão leva para os arredores de Munique, onde está o primeiro campo de concentração, que serviu de modelo para os demais e hoje é um símbolo em memória das vítimas do nazismo. Dachau, uma antiga fábrica de munição, chegou a abrigar cerca de 200 mil prisioneiros de diferentes nacionalidades. Nos últimos anos da guerra, passou a ser usado para extermínio, quando diversas pessoas foram fuziladas ou enforcadas. No registro oficial, 30 mil pessoas foram mortas no local.


CONTO DE FADAS A poucos quilômetros do centro de Munique, está uma das mais belas obras arquitetônicas da Bavária. Situado em uma montanha e cercado por lagos, o Castelo de Neuschwanstein já inspirou diversas locações de cinema, como Cinderela, da Disney. Anualmente, mais de um milhão de pessoas visitam o local. A história do castelo é intrigante. Ludwig II, conhecido como o Rei Louco da Baviera, apaixonado pela obra de Richard Wagner, decidiu, em 1869, construir um palácio

luxuoso tendo como referências as óperas do compositor alemão. Alguns aposentos, por exemplo, foram inspirados na ópera Lohengrin. O Salão dos Cantores foi criado para as encenações teatrais e apresentações de óperas, especialmente de Wagner. Infelizmente, Ludwig desfrutou pouco desse paraíso. Após 172 dias vivendo no castelo, ele foi declarado insano pela Comissão de Estado e levado para o palácio de Berg, às margens do lago Starnbeger. No dia seguinte, de forma até hoje não explicada, foi encontrado morto neste lago.

A CERVEJA E A SALSICHA Seja você admirador ou não da ‘loura gelada’, se estiver em Munique não pode deixar de conhecer as maravilhosas cervejarias da cidade. A mais famosa delas é a Hofbräuhaus. Fundada em 1589, está sempre lotada de turistas que não resistem às canecas de um litro de cerveja. O ambiente é bastante descontraído e conta ainda com a animação da banda de músicas tradicionais alemãs. Outro destaque da Hofbräuhaus é que era a cervejaria preferida de Hitler. Ali nasceu o projeto que deu vida ao Partido Nazista. Se você prefere um local com menos turistas e mais frequentado por moradores da cidade, mas, igualmente famoso, deve ir para o Augustiner Bräustuben. A cerveja é deliciosa e os preços são mais em conta.

Pratos típicos da gastronomia alemã.

Nos dias mais calorosos, nada melhor que sentar em um banco de uma das centenas de cervejarias ao ar livre, as Biergarten. Em algumas, a cerveja é produzida no próprio local. Para acompanhar tanta cerveja, indispensável as tradicionais e saborosas salsichas ou o lombo de porco com salada de batata e o delicioso pão bretzel.

OKTOBERFEST A tradicional festa da cerveja foi criada pelo rei da Bavária, Max Joseph, em 1810, para celebrar o casamento do seu filho, o príncipe Ludwig I. O evento agradou a todos e passou a ser realizado anualmente, no final de setembro até outubro, com duração de 16 dias. Nesses dias, todas as cervejarias montam seus pavilhões no grande parque aos pés da estátua da Bavária, patrona da festa. Multidões, formada por turistas e nativos, consomem milhares de litros de cervejas com salsicha, ao som de músicas típicas alemãs.

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// À Mesa

Arlindo e ClĂĄudia comandam o Boteco.

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Sabor cultural Expoente da capital cearense, o Boteco do Arlindo resiste a modismos com um frescor caracterĂ­stico de quem se firma pela autenticidade, paixĂŁo e qualidade.

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// À Mesa

S

entar na varanda do Boteco do Arlindo e olhar ao redor é algo como encontrar um vinil de MPB e ter a oportunidade de ouvi-lo faixa a faixa. E não se trata de um lugar anacrônico. O bar é muito vivo. Mas, carrega na alma uma época, um estilo. Começando pela decoração que lembra os antigos e boêmios botecos cariocas. A trilha sonora é um forte atrativo do local. Cada noite, diferentes estilos, do samba ao jazz, passando, principalmente, pela MPB, atrai públicos variados. A cerveja gelada e os petiscos deliciosos são pedidas certas. O bar tem a cara do seu proprietário, o Arlindo. Um amante da música popular brasileira e dos clássicos internacionais. Todos os dias, é ele quem limpa, cuidadosamente, cada mesa, à espera dos clientes e dos amigos. Isso há 18 anos, oito deles, os mais recentes, instalado nas imediações da Avenida Aguanambi, quando passou a se chamar Boteco do Arlindo. “Meu pai, conhecido como Zé Bigode, tinha uma mercearia na Rua Joaquim Nabuco. Quando ele e minha mãe, Dona Mocinha, faleceram, transformei a mercearia num bar. Era o Estância Bar, mas a galera que frequentava só chamava de Bar do Arlindo e o nome pegou”, conta Arlindo. Desde o princípio, o local é frequentado por intelectuais e boêmios. “Vinham alguns jornalistas antigos da TV Ceará e da Ceará Rádio Clube. Sempre tivemos um público formador de opinião, ligado ao sindicalismo e à esquerda local. A verdade é que eu sou uma pessoa que nunca tive ganância nenhuma por dinheiro. Só queria ter esse barzinho para servir a cidade com boa comida e boa música. Damos oportunidades a vários músicos”, ressalta.

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Ritmos musicais diferentes se apresentam a cada noite.

DIVERSIDADE MUSICAL Se esse era o objetivo, o Arlindo cumpre a regra à risca até hoje. Que o diga Ângela Sena, mulher dele e administradora do bar. “Abrimos todos os dias das 17 às 23 horas. Recebemos, geralmente, pessoas acima de 30 anos de idade. Temos uma programação musical intensa. Às quartas-feiras, realizamos o Programa do Ouvinte, com o Nelson Augusto, jornalista e comunicador. Convidamos músicos, pessoas que fazem parte da cultura e fazemos entrevistas. O programa tem uma hora e meia de entrevista, sempre com boa música”, destaca. Às quintas-feiras há um revezamento de músicos, sendo que, quinzenalmente, o som fica por conta da banda Tri Beatles, cover da banda inglesa. Às sextas, é a vez do samba e do chorinho. Sábado é animado pelo grupo Boteco do Arlindo e convidados. Cada domingo do mês uma banda diferente: Malagueta, Grupo Esquema, Erva Cidreira e Xote dos Meninos. As apresentações ocorrem das 20 às 23 horas.


Pratos típicos são atrativos do bar

COMIDA CASEIRA Vencedor de prêmios, como o Comida de Boteco, o bar do Arlindo traz em seu cardápio pratos simples, mas preparados com esmero, destaca a chefe da cozinha, Claudia Farias. “O arroz de arraia, por exemplo, é feito com tempero tradicional. Com o arroz já cozido, pegamos a arraia já temperada, colocamos na frigideira, depois leite de coco, um pouquinho de requeijão, aí tempero e coloco um pequeno toque de creme de leite”, diz ela, que também sugere o pastel de arraia como uma boa pedida. Destaque também para dois pratos: o Arrumadinho e o mais disputado pelos clientes, o Baião do Arlindo. “Podemos fazer baião com feijão verde ou feijão branco, temperos tradicionais (cebola, pimentão, tomate, cheiro verde, pimentão) e deixa refogar. O importante é deixar o arroz pegar gosto com o feijão. Colocamos um queijo picado, que deixa cremoso, e dois ovos mal passados ou bem passados. O arroz daqui a gente faz com a pasta de alho caseiro, da casa mesmo. Ele sai solto e dá um gosto diferente”, complementa.

SAIBA MAIS

A decoração lembra os boêmios botecos cariocas.

O Boteco do Arlindo abre de terça a domingo e fica na Rua Carlos Gomes, 83, Bairro de Fátima.

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O REPASSE DO SEU IMÓVEL COM SEGURANÇA Com a credibilidade conquistada em mais de três décadas de atuação, a Porto Freire Engenharia se destaca não só na construção e venda de imóveis novos, mas também na colaboração para o repasse de imóveis de seus clientes. Entenda melhor.

Bianca Facundo, analista de inteligência gerencial da Porto Freire.

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“Setor intermedeia a venda do seu imóvel”. Quando alguém decide efetuar a compra de um imóvel, além de um bom negócio, busca comodidade e conforto nos trâmites burocráticos que envolvem uma transação desse porte. O mesmo ocorre quando a decisão é vender o bem. Em qualquer desses cenários, confiança e credibilidade são essenciais para o bem-estar das partes e o êxito no negócio. Pensando na importância dessa relação de confiança e fidelidade com os seus clientes, a Porto Freire Engenharia, além de vender imóveis novos, também faz o trabalho de repasse, caso o cliente resolva vender o seu apartamento. Isso quer dizer que o cliente Porto Freire que possui um imóvel e agora quer dispor do bem para mudar para outro, por exemplo, pode procurar a empresa para intermediar a venda. Para a organização desse tipo de transação, a empresa criou um setor específico, o Núcleo de Repasse. “O cliente que comprou um imóvel há dois anos, por exemplo, por um valor, com certeza já teve esse bem valorizado. Se esse cliente quiser vendê-lo, pode nos procurar, pois intermediamos essa venda, oferecendo, assim, maior comodidade”, explica Bianca Facundo Braga, analista de inteligência gerencial da Porto Freire.

O núcleo promove a intermediação da venda do imóvel.

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SEM BUROCRACIA Caso o cliente tenha interesse em efetuar o repasse do seu bem, basta procurar a empresa e informar a decisão. É tudo muito simples, basta o cliente assinar um termo de adesão, documento que autoriza a Porto Freire a dar publicidade durante seis meses ao imóvel que será vendido. Se ao término desse prazo a venda não se concretizar, o termo pode ser estendido por mesmo período sem nenhum ônus.

SAIBA MAIS

Os interessados em fazer repasse do seu apartamento, devem ir ao estande da empresa e assinar o termo de compromisso. As informações são repassadas aos corretores, de acordo com o perfil do cliente e do imóvel que ele quer vender. A partir de então, o processo de venda segue como qualquer outro.

MAIS DE SETE MIL IMÓVEIS VENDIDOS

“Cada caso é um caso. Alguns imóveis têm aproveitamento de crédito. O cliente que pagou 100 mil, por exemplo, tem esse valor em crédito e pode dar uma entrada em outro imóvel mais caro. Analisamos todos os casos individualmente”, explica Bianca Facundo.

Há mais de 30 anos no mercado, a Porto Freire já consolidou a venda e entrega de mais de sete mil imóveis em Fortaleza, beneficiando mais de 20 mil pessoas. Ao longo de sua atuação, vem gerando permanentemente cerca de 600 empregos diretos e três mil indiretos.

SERVIÇO Maiores informações podem ser conseguidas pelos telefones (85) 3299.6666 e (85) 98898.6128 ou através do e-mail bianca. braga@portofreire.com.br. Caso queira visitar o estande de vendas no Parque del Sol, o serviço está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

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POR QUE É PRECISO OUVIR BELCHIOR? Quando Elis Regina soltou sua belíssima voz no palco para, numa espécie de catarse, estrondear “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, brindou o público com uma das mais instigantes canções brasileiras, e, principalmente, revelou a genialidade poética do cearense Belchior que, com maestria, fez da música o instrumento de seu idealismo e de suas inquietudes perante as paixões e os desvarios urbanos. A Estilo revisita o clássico disco Alucinação, cujas composições moldaram a mente de gerações e, passados 40 anos, estão mais atuais que nunca.

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Com o disco Alucinação, Belchior se consagrou no cenário da música nacional.

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os meados dos anos 70, década traumatizada pelo endurecimento da ditadura militar depois do famigerado AI-5 (Ato Institucional nr. 5, emitido em 13 de dezembro de 1968), um ruído cheio de significados atropelou os sons estridentes e ameaçadores de coturnos pelas ruas das grandes cidades. Era o disco Alucinação que com seu ‘canto torto, feito faca’ começava a cortar a carne de quem tinha o privilégio de entender a mensagem de um rapaz de vinte e tantos anos, vindo do interior cearense e trazendo na alma as dores e as esperanças, mas, sobretudo, uma sensibilidade ímpar para traduzir os dramas das metrópoles. Botou tudo isso nesse disco, lançado em 1976, que driblou a censura e se transformou em um clássico da música brasileira, atravessando e influenciando gerações. Era o segundo disco de Belchior e chegava ao público graças a uma importante credencial. Duas de suas músicas faziam parte do álbum Falso Brilhante, de Elis Regina, e do show homônimo da grande estrela naquele 1976: Como nossos pais e Velha roupa colorida. A primeira, apresentada de forma visceral pela melhor cantora do país, catapultou a carreira do artista cearense e virou hino da juventude. Sobre esta canção, Belchior disse numa entrevista: ”Esta música surgiu da vontade explícita de fazer uma canção ácida, um pouco amarga, reflexiva sobre essa condição sempre mutante do jovem na era da comunicação, com todo o comprometimento político que essa mudança acarreta. E como essa mudança ocorre com muita frequência, eu quis fazer uma canção que ultrapasse a mera narrativa do conflito de gerações”. Em outra entrevista, 25 anos depois do lançamento do disco, ele lamentou: “Infelizmente, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, expressão mais contundente da canção.

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Um artista à frente do seu tempo


OBRA PRIMA Com uma linguagem inovadora, crítica, ácida e poética ao mesmo tempo, Alucinação é a obra prima do cancionista sobralense. As músicas, algumas delas autobiográficas, clamavam para um despertar da consciência político-social, desnudando uma realidade que a sociedade parecia não enxergar. Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve / correta, branca, suave / muito limpa, muito leve / Sons, palavras, são navalhas / e eu não posso cantar como convém / sem querer ferir ninguém / Mas não se preocupe, meu amigo / com os horrores que eu lhe digo / Isso é somente uma canção / A vida, realmente, é diferente / quer dizer / a vida é muito pior - Belchior já dizia a que vinha na faixa que abre o disco, a clássica Apenas um rapaz latino-americano. Se a faixa Sujeito de sorte impacta com “ano passado eu morri / mas esse ano não morro mais”, a música Como o diabo gosta afina a rebeldia ante a opressão (dos militares, da indústria fonográfica): Já tenho esse peso / que me fere as costas / E não vou eu mesmo atar minha mão / (...) E a única forma / que pode ser norma / é nenhuma regra ter / É nunca fazer nada que o mestre mandar / Sempre desobedecer /Nunca reverenciar.

“E eu quero é que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês” – A palo seco

O LADO B Minha alucinação é suportar o dia a dia / e o meu delírio é a experiência com coisas reais, proclamava na música-crônica Alucinação, contrapondo-se ao estilo ‘sexo, drogas e rock n’roll’ dos anos 60 e 70. Se você vier me perguntar por onde andei / no tempo em que você sonhava / de olhos abertos, lhe direi / amigo, eu me desesperava. Com a visceral A palo seco, Belchior confirma o viés do desencanto e vocifera: E eu quero é que esse canto torto / feito faca, / corte a carne de vocês.

A mais autobiográfica Fotografia 3x4 é um retrato penoso de quem migra para as grandes cidades, reproduzindo cenários e personagens, agruras e desesperanças. Eu me lembro muito bem do dia que eu cheguei / Jovem que desce do Norte pra cidade grande / Os pés cansados e feridos de andar légua tirana / De lágrimas nos olhos de ler o Pessoa / E de ver o verde da cana. As imperdíveis Não leve flores e Antes do fim completam a obra que mescla um quê de Bob Dylan com o regionalismo das bandas de cá.

O LEGADO PERMANECE SAIBA MAIS Uma análise do escritor e estudante de filosofia Alberto Sartorelli, publicada no blog Outras Palavras, ilumina o entendimento sobre o enigmático Belchior: “Um autor de vasta erudição, de poesia refinadíssima, conhecedor das línguas latinas e da literatura clássica, e um artista engajado politicamente de maneira radicalíssima. A partir da forma canção, Belchior oferece uma visão do Brasil e do mundo que pouquíssimos filósofos nascidos em nossas terras puderam vislumbrar. Como diz Nietzche, o homem verdadeiramente de seu tempo sempre está à frente de seu tempo. É o caso de Belchior”.

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, nome longo como as suas letras, encerrou sua missão, no último dia deste abril passado, longe de tudo e de todos, como já preconizava em algumas canções. Saia do meu caminho / eu prefiro andar sozinho / deixem que eu decida minha vida [Comentários a respeito de John – 1979]

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