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GIAMBRONE

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TRAFICPISO

TRAFICPISO

PAOLA VITALI , DIANA MARIA RIBEIRO E AURORA CABRAL CAMPELO

O LADO FEMININO DA GIAMBRONE

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Diana Maria Ribeiro, Aurora Cabral Campelo e Paola Vitali são as três mulheres da sociedade de advogados, Giambrone, na Península Ibérica. A recente expansão da Sociedade incluiu Portugal, com novos escritórios na cidade do Porto, liderados por Diana Maria Ribeiro.

Diana Maria Ribeiro cresceu na China mas veio a Portugal licenciar-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Começou o seu percurso na advocacia em Portugal, contudo, rapidamente, decidiu emigrar para Moçambique. Começou a trabalhar como legal advisor na Confederação das Associações Económicas em Moçambique e abriu o seu próprio escritório neste mesmo país. Durante cerca de dez anos, dedicou-se especialmente à área da dupla tributação e contratos internacionais. Auxiliou empresas estrangeiras em projetos de investimento em Moçambique, tendo colaborado com o APIEX em vários países de Africa. Neste período no continente africano, contactou com muitos clientes europeus, o que lhe permitiu, mais tarde, começar uma transição para trabalhar com estes na Europa.

A expansão da Giambrone

A Giambrone é uma sociedade de advogados, com origem em Itália, e vários escritórios espalhados por todo o mundo. Enquanto trabalhava em Moçambique, a advogada teve oportunidade de trabalhar com Gonzalo Butori, da Giambrone, na constituição de empresas e projetos de investimentos italianos, espanhóis e ingleses com origem nesta sociedade de advogados. Quando Diana Maria Ribeiro decidiu voltar ao continente Europeu, e estando a residir entre Viena e Barcelona, surgiu a possibilidade de continuidade de expansão da Giambrone, em Portugal. Este ampliamento na Península Ibérica já tinha sido iniciado por Paola Vitali, com a abertura de vários escritórios em Espanha.

Em Portugal, a cidade Invicta foi a escolhida para os mais recentes escritórios desta sociedade de advogados. Começou em janeiro com apenas dois elementos: Diana Maria Ribeiro e Mário Pinheiro Torres. Pouco tempo depois, aumentaram a equipa para três pessoas, incluindo a Aurora Cabral Campelo e, de seguida, para cinco elementos. Pretendem agora ser dez colaboradores nesta firma. Portugal foi escolhido por ser um ponto de contacto com outros tantos lugares do mundo. Contudo, Diana afirma que não pretendem ficar apenas na cidade do Porto, “temos a intenção de abrir em Lisboa e no Algarve, onde existem muito estrangeiros que são o nosso target”.

O escritório em Portugal pretende ser o ponto de ligação entre a Europa, a África e a América do Sul, com países como o Brasil, que representa um grande mercado para a Sociedade, que tem escritório na cidade de São Paulo. Atualmente, a Giambrone possui nove escritórios africanos afiliados que Diana Maria Ribeiro trouxe para a Sociedade e que se encontram espalhados pela África Subsariana, em Moçambique, Angola, Senegal, Nigéria, Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul, Congo e Gâmbia.

Embora muitos setores empresariais estejam marcados por grandes desigualdades entre géneros, a nível salarial ou cultural, as três mulheres afirmam que, na Giambrone, a aceitação está acima de qualquer valor

Vida pessoal vs Vida profissional

Para Diana Maria Ribeiro, conciliar a vida pessoal com a atividade profissional não é difícil. “Gosto tanto do meu trabalho que, muitas vezes, não faço muito bem essa distinção entre a vida pessoal e a vida profissional”, explica. A paixão no trabalho que desenvolve é o que permite à advogada não sentir dificuldade em combinar estas duas componentes. Diana admite que não acredita que esteja “a desperdiçar alguma coisa em termos pessoais por me dedicar ao trabalho”.

As mulheres na advocacia

A presença da Giambrone na Península Ibérica é marcada por três mulheres: Paola Vitali, em Espanha, Diana Maria Ribeiro e Aurora Cabral Campelo, em Portugal. “Pretendemos fazer a diferença”, contam.

Embora muitos setores empresariais estejam marcados por grandes desigualdades entre géneros, a nível salarial ou cultural, as três mulheres afirmam que, na Giambrone, a aceitação está acima de qualquer valor. É uma Sociedade inclusiva e multicultural com equipas que falam pelo menos três línguas estrangeiras e que na opinião da advogada, é a marca distintiva da sociedade de advogados.

Contudo, estas advogadas acreditam que, em Portugal, ainda existem muitas distinções entre os homens e as mulheres. As mulheres, vistas como mais afetivas, são consideradas mais fracas. No entanto, a sensibilidade, inerente ao sexo feminino, é o que permite ponderar e equacionar as situações de maneiras diferentes dos homens. Para Diana Maria Ribeiro, que trabalha no departamento Corporate, ser mulher tem sido um auxílio na sua profissão, uma vez que, perante uma situação de conflito, consegue apelar à parte psicológica, sentimental. “Eu penso que os homens não têm tanto essa sensibilidade para entender o substrato dos sentimentos”, explica. Aurora acrescenta que as mulheres desenvolvem um pouco mais a sua inteligência emocional e que acreditam também naquele “sexto sentido”. Paola remata que a mulher acaba por ter mais empatia do que o homem, entender o que está por detrás de uma situação e, de alguma forma, ser valorizada pelo cliente.

As advogadas concordam que ainda existe um caminho longo a percorrer para a igualdade de género, tanto em Portugal, como em Espanha. Porém, na área do direito, cada vez mais predomina o sexo feminino, o que não se verifica nas empresas. “Ainda existe a associação da imagem do homem como o mais forte, porque o feminino está associado à sensibilidade”, afirma Diana. No caso espanhol, a abertura à liderança por parte de mulheres varia consoante a zona do país.

Por fim, as três mulheres consideram que o fundamental é aliar a força e a paixão na carreira profissional, visto que a junção destes dois elementos faz a diferença nas pessoas e na forma como os profissionais se relacionam com os clientes.

GABRIELE GIAMBRONE

As três mulheres consideram que o fundamental é aliar a força e a paixão na carreira profissional, visto que a junção destes dois elementos faz a diferença nas pessoas e na forma como os profissionais se relacionam com os clientes

ALEXANDRA GONÇALVES

De onde vem a veia empreendedora e a vontade de querer saber e fazer sempre mais?

Sempre fui uma pessoa curiosa, sempre quis saber e perceber o mundo que me rodeava. Essa curiosidade sempre esteve intrínseca na minha vida e me catapultou a sair, a perguntar e a tentar perceber o mundo. Para além disso, gosto de aprender coisas novas, logo é muito fácil envolver-me em projetos diferentes. Essa característica trouxe-me novos desafios, ao longo da minha vida, que foram surgindo e eu sempre aproveitei. Independentemente da idade e da fase da minha vida, sempre procurei mais conhecimento, seja em formações ou com pessoas que me rodeiam. Não sei em que ponto surgiu esta veia empreendedora, mas acredito que é o resultado de tudo isto e de todas as experiências que fui acumulando.

“INDEPENDENTEMENTE DO GÉNERO, UM BOM PROFISSIONAL TEM DE SER REMUNERADO PELO TRABALHO QUE ENTREGA”

Assume-se uma pessoa curiosa por natureza, uma qualidade que sempre esteve presente em todos os projetos em que se envolveu. Num papel de liderança, enquanto Diretora-Geral da Mendes Gonçalves, Alexandra Gonçalves, acredita numa igualdade de género em cargos de chefia acompanhada por uma sociedade mais evoluída.

Administra a casa Mendes Gonçalves há mais de 4 anos, mas faz parte da empresa há mais de 16. Como avalia o seu percurso na empresa e o seu crescimento?

Devo muito do que sou à Casa Mendes Gonçalves. Iniciei em funções na área da qualidade alimentar, que me permitiu ter um grande contacto com a parte industrial e produção. Depois a minha curiosidade e o facto de tentar dar um input a novos projetos, fui convidada a participar nas primeiras feiras internacionais. Gostei muito e fui aprendendo com os desafios que foram surgindo. As oportunidades foram aparecendo e eu não dizia que não, acreditava sempre que era capaz. Entretanto também estive na vertente comercial, nas vendas nacionais e internacionais, na criação de projetos tailor-made, uma das grandes forças da Casa Mendes Gonçalves, porque fazemos projetos à medida e chave na mão para vários clientes. Até que fui convidada para a direção geral, resultado de todo o conhecimento adquirido até então.

O meu percurso de 16 anos e tudo o que sou está muito interligado com o crescimento da Mendes Gonçalves, pelas oportunidades que me foram surgindo e que fui agarrando.

Em que medida as mulheres se distinguem em cargos de liderança? Quais são as mais-valias para o mundo empresarial?

Acredito que existem ótimos líderes, tanto homens como mulheres. Existem algumas características que só nós mulheres temos, mas existem homens muito bons líderes. O que podemos aportar de diferente? Somos mais emocionais, o que nos permite ter alguma diplomacia diferente para tratar de alguns temas e assuntos.

E, numa era em que é necessário ter alguma sensibilidade para lidar com os desafios atuais, e muitos se devem à felicidade no trabalho, motivação nas equipas, estar atento ao indivíduo e não ao número, penso que, por vezes, as mulheres poderão ter esse lado mais facilitado.

Enquanto mulher ativa no mundo dos negócios, quais são os principais desafios que já enfrentou e quais são os atuais?

Ao longo do meu percurso, já tive vários desafios. Sempre que agarrava um novo desafio, nunca pensava nos obstáculos que ia ter e como os ia superar. As questões apareciam, mas como eu tenho um espírito de problem solver, para mim era interessante e desafiante resolver os problemas. Quando fui indicada para Diretora-Geral, foi um desafio gigante, dada a responsabilidade de traçar um caminho para uma organização desta dimensão.

Os desafios atuais são aqueles que a maioria das empresas estão a viver. Estamos num período muito desafiante e turbulento. Quando estudamos existem livros e textos que nos ensinam a lidar com vários problemas, mas muito poucos nos dizem como lidar com estes problemas ao mesmo tempo a acontecerem nas nossas empresas.

Esse é o desafio que todos os gestores terão na mão, assim como a escassez de matérias-primas, para a indústria alimentar, porque todos os dias recebemos notícias de que provavelmente alguma matéria-prima vai falhar. Acrescendo o aumento de preços, que a escalar de uma forma desmedida me preocupa bastante.

Por isso, toda a conjuntura macroeconómica é, neste momento, um grande desafio, mas acredito que quem tiver a capacidade de manter as suas empresas vivas e minimamente saudáveis, será uma grande aprendizagem para todos nós enquanto gestores.

A igualdade de género e salarial no mundo empresarial, ao nível da liderança, está mais perto de ser uma realidade?

Infelizmente, está num caminho pouco acelerado. Vai acontecendo, todos nós temos a responsabilidade de o fazer. Eu sou defensora da meritocracia, porque acho que independentemente do género, um bom profissional tem de ser remunerado pelo trabalho que entrega. Não é por sermos mulheres que vamos pedir quotas, mas se entregamos a mesma quantidade e qualidade de trabalho, tem de ser remunerado da mesma forma. Mas também acredito que tem de deixar de ser uma questão de mulheres para mulheres, é uma questão de sociedade e que a própria empresa tem de evoluir no sentido de entender que empresas equilibradas a nível de género, resultam em equipas multidisciplinares muito mais ricas. A sociedade tem de perceber que poderá ser uma vantagem competitiva haver diversidade nas organizações, porque vão ter pontos de vista diferentes. É uma questão de escolha dos gestores atuais, tomar essa decisão de serem mais sofisticados e inteligentes na gestão dos recursos que têm a aportar nas suas empresas. Empresas equilibradas a nível de género, vão ser forçosamente melhores.

A Casa Mendes Gonçalves é uma referência empresarial nacional, inovadora e criativa. Como é gerir esta família feliz que trabalha para passar, através dos seus produtos, essa felicidade a outras famílias?

Somos uma empresa com alma e como uma família planeamos, rimos, choramos, mas no final estamos todos a trabalhar num projeto comum e todos com um propósito. A nossa missão é trazer alegria aos pratos de todos os portugueses e outras geografias, que nos confiam as suas marcas.

Acreditamos que se conseguimos por um sorriso na cara de alguém quando está a provar uma refeição com os nossos produtos, a nossa missão foi cumprida, trazendo inovação, irreverência, e todo este nosso lado de inquietude que pauta a Mendes Gonçalves.

Além disso, temos apostado em tratar as nossas pessoas não como números, mas como pessoas individuais e estar cá quando as pessoas precisam de nós e têm desafios nas suas vidas.

Qual a mensagem que pretende deixar aos nossos leitores/as a propósito do papel da mulher na atualidade?

É uma questão difícil porque as mulheres sozinhas não conseguem, tem de ser a sociedade a evoluir e a forma como se aborda esta questão é que vai definir o nível de maturidade e sofisticação da sociedade em que estamos. Tanto homens como mulheres conseguem entregar trabalhos de qualidade, ser líderes inspiradores e fazem coisas fantásticas. No final somos todos seres humanos, tudo é fruto do talento e do trabalho.

TURISMO E CULTURA

A união entre o turismo e a cultura está a crescer gradualmente e nível global, e os encantos de Portugal estão a ser mais valorizados. Não se trata apenas de entreter as populações e os turistas, mas principalmente de ampliar o conhecimento e a cultura de todos. E, por isso, assistimos a uma maior promoção turística na vertente cultural, que compreende locais históricos, obras artísticas, museus, casas de cultura, festas, e demais tradições. O município de Arouca é detentor de um património turístico e cultural exímio e quem tem vindo a ser, cada vez mais, visitado e admirado. É um território que se constitui pela preservação de monumentos, complexos arquitetónicos e da natureza e palco de espetáculos e eventos artísticos que engrandecem a região.

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